jornal impacto ambiental

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Jornal produzido pelos alunos da Unesp Bauru em parceria com o Jornal da Cidade.

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Page 1: Jornal Impacto Ambiental
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Faz um tempão que nós não pu-blicamos um Impacto! Desde a úl-tima edição, que foi publicada no ano passado, tivemos tanta coisa para falar, tanta coisa aconteceu! Temos um novo presidente... ali-ás, uma nova presidente. Acom-panhamos catástrofes em várias partes do mundo e pudemos per-ceber a força da natureza de várias maneiras, só que dessa vez a culpa não foi do homem. O desastre de Fukushima, por exemplo, não teve nenhuma relação com as mudan-ças climáticas, mas a grande preo-cupação do mundo foi o que acon-teceria aos sobreviventes, porque aquela região dependia de energia nuclear. O debate sobre o uso des-sa energia, que não é limpa, em-bora seja de baixo-carbono, é bem conveniente ao Brasil, já que esta-

mos investindo em grandes usinas nucleares para os próximos anos, além é claro, da polêmica hidrelé-trica de Belo Monte.

Vamos discutir nessa edição o fu-turo energético do país e também trazer várias boas notícias. Vamos falar de novas invenções, como o plástico de fruta, criado na Unesp Botucatu e que pode substituir o tradicional, cuja fonte é um com-bustível fóssil. Vamos falar de con-sumo, alertando aos perigo dos produtos “ecofakes”, que se disfar-çam de amigos do meio ambiente, mas causam muito impacto em sua produção; Falaremos também do plano da presidente Dilma para distribuir bicicletas aos estudantes da escola pública (muitos deles lei-tores do Impacto), para que andem

menos até a escola, aumentem o rendimento, mas sem aumentar o impacto no meio ambiente.

Vamos falar da China, que se tor-nou o maior consumidor de ener-gia do mundo, e discutir quais os motivos para isso ter acontecido. Também vamos aprender o que é o ICMS-E, um imposto das ci-dades que preservam o meio-am-biente.Nessa edição, que vem toda colo-rida, preparamos um visual todo caprichado, com menos texto e mais imagens, infográficos e cores. Tudo isso para tornar a sua leitura mais prazerosa e te ajudar a assimi-lar as informações que passamos.

Boa leitura a todos,A Redação

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EDITORIAL

ExpedientePublicação realizada por estudantes de Jornalismo da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho“ (UNESP) de Bauru com apoio da Pró-Reitoria de Extensão Universitária (PROEX) e o Programa JC na Escola.Orientador e jornalista responsável - Pedro Celso Campos (MTB 186)Editora-executiva: Luiz Fernando AraujoCoordenador de reportagem: Luiz Fernando AraujoProjeto Gráfico e Diagramação: L. Fernando AraujoInfografia: Luiz Fernando AraujoReportagem: Ana Laura Mosquera, Jéssika Elizandra Luiz Fernando Araujo, Helena Sylvestre, Lívia Pereira

Tiragem: 1.150 exemplares.

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PANORAMA GERAL

Canteiro de obras em Belo Monte começou a ser construído

O canteiro de obras da Usina de Belo Monte já começou a ser instalado próximo ao rio Xingu, no Pará. A construção contará com escritórios, alojamentos, cozinhas industriais, almoxarifados e até oficinas. O ínicio das obras só aguarda uma “Janela Hidrológica’’, que é o período com menos chuva para a região.

Rio faz reunião de abertura da Rio+20

A Comissão Nacional para a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável fez a reunião de abertura para a ar-ticular a participação do Brasil na Rio+20, que o país sediará entre Maio e Junho do próximo ano. Representantes de vários setores da socie-

dade estiveram presentes na reunião.

Justiça concede liminar contra lei das sacolas plásticas

O Sindicato da Indústria de Material Plás-tico do Estado de São Paulo entrou com uma ação contra a lei paulistana que proibia o uso ou venda de sacolas plásticas nos supermercados.

A lei também obriga os estabelecimentos a estimular o uso de sacolas reutilizáveis e proíbe inclusive, sacolas plásticas que estampem su-posta vantagem ecológica.

Até 2050, 77% da energia no mundo pode ser renovável

O Painel Intergovernamental sobre Mu-danças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) da Organização das Nações Unidas (ONU), di-vulgou um relatório mostrando que até 2050, 77% das fontes de energia serão renováveis. O avanço depende de políticas públicas que dêem suporte para o desenvolvimento das fontes de energia limpa.

Arte: Luiz Fernando Araujo

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SE LIGA NA LEI

Para as pessoas que pa-gam impostos é comum ouvir nomes como IPTU (Imposto Predial Territorial e Urbano), IPI (Impostos Sobre Produto Industrializado) IPVA (Impos-tos sobre Propriedade de Veí-culos Automotores) e ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), mas às vezes, quando são colocados em um mesmo “bolo”, paga-mos sem saber a que se refere cada fatia.

Assim como o cidadão que paga suas tarifas, as prefei-turas também acabam, por re-ceber alguns “impostos disfar-çados”, sem saber até mesmo que eles existem. Este é o caso do ICMS Ecológico, normal-mente recebido junto do bolo do ICMS comum.

O ICMS Ecológico, ou simplesmente ICMS-E, é um imposto pago para municí-pios que possuem unidades de conservação de biodiversida-de. Além de uma compensa-ção pela preservação e criação dessas unidades, o imposto representa um incentivo aos municípios que ainda não pos-suem unidades de conservação. O primeiro Estado a utilizar o ICMS-E (já garantido na Cons-tituição pelo artigo 158) foi o

Luiz Fernando Araujo

Você sabe o que é ICMS-Ecológico?Imposto funciona como incentivo financeiro à preservação do meio ambiente

Paraná, em 1991, pois alguns de seus municípios ficavam impedidos de expandir suas atividades econômicas clássi-cas, como implantar indústrias e criar plantações, por exem-plo. No Paraná, as restrições eram relacionadas às unidades de conservação e áreas de ma-nanciais que abasteciam outros municípios e obrigava a manu-tenção de florestas. O ICMS-E foi criado, então, para “com-pensar” os municípios por essa fatia que não podia ser utilizada no seu território.

A experiência no Paraná teve tanto sucesso que o im-posto passou a ser visto como um incentivo econômico e não mais uma compensação. Assim,

os municípios que não possuí-am ou não cuidavam de suas unidades de conservação pas-saram a fazê-lo. Outros estados seguiram o exemplo do Paraná. O estado de São Pualo, foi o se-gundoa aderir ao imposto.

ICMS-E em Bauru

Quando perguntado so-bre o repasse de ICMS-E de Bauru, o diretor do Departa-mento Zôo-Botânico da SEM-MA (Secretaria Municipal de Meio Ambiente), Eliel Pacheco Junior, não soube informar a si-tuação atual da cidade. Já sobre as Unidades de Conservação bauruenses, Eliel afirmou que a cidade possui dois tipos de UC’s, segundo a classificação

do SNUC (Sistema Nacional de Unidades de Conservação):

O primeiro tipo são as Unidades de Uso Sustentável, que envolvem as quatro Áreas de Proteção Ambiental (APAS) da cidade, três municipais e uma estadual. Já o segundo tipo de Unidade de Conserva-ção são as de Proteção Integral, que em Bauru são estaduais.

Há um projeto em anda-mento para manejo das UCs de Bauru, pois toda a zona rural pertence à uma delas. O projeto pretende verificar o que se pode plantar, onde se pode plantar, que fragmento de floresta deve ser preservado, e conscientizar a população da zona rural, pe-cuaristas e agricultores.

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Procure Saber

Recentemente é fácil en-contrar no mercado produtos que levam o nome “Eco” asso-ciado à sua marca. Esses pro-dutos normalmente prometem possuir ecoeficiência, ou seja, um rendimento maior e um im-pacto ambiental menor ao re-alizarem suas funções. Assim, encontramos lavadoras que gastam menos água, aparelhos que consomem menos energia ou produtos que poluem me-nos que outros.

Luiz Fernando Araujo

O perigo dos “Ecofakes”Empresas disfarçam impacto ambiental de produtos para iludir o consumidor

e lucrar com produtos “verdes’’

O problema é que isso aca-ba maquiando o impacto am-biental que esse produto causa, já que a ecoeficiência não é, na maioria das vezes, considerada em todos os estágios de produ-ção desses produtos. Um pro-duto que é produzido fora do país, por exemplo, causa mais impacto que um produzido aqui, já que é preciso transpor-tá-lo do país em que foi produ-zindo. A produção das peças também tem que ser levada em

consideração, já que produtos que gastam menos energia nem sempre são montados com pe-ças recicladas, com redução do consumo de água ou com gera-ção mínima de poluentes.

Esses produtos “eco-fakes”, portanto, acabam ge-rando uma falsa imagem de produtos “amigos do meio am-biente” . Cabe ao consumidor estar preparado para perceber quando um produto é realmen-te livre de impacto ambiental

– ou se pelo menos causa o mí-nimo dele – ou quando é um produto“ecofake”, levando em sua marca apenas um artifício de marketing verde.

O impacto ambiental de cada produto teria que ser agregado ao valor deles através de mecanismos de controle e certificação, através do qual ser Eco seria mais do que uma jo-gada de marketing, ou estraté-gia de lucro, mas um fator de competitividade real.

Que tal buscar saber mais sobre a o ciclo de pro-dução dos produtos que compramos e muito mais? Nós reunimos alguns links legais no Youtube, no Twitter, no Facebook e também uma dica de blog!

Na internet

Você que tem um per-fil no Facebook pode curtir a página Greenvana, que traz diversas notícias sobre meio ambiente e novidades interes-santes sobre moda, arquitetu-ra, saúde e muitas outras, sem-pre ligadas à sustentabilidade!

A dica para os twitteiros é o perfil do Vidágua, uma ONG aqui de Bauru que luta pela preservação do cerrado e sem-pre traz notícias relevantes pra gente! Siga @vidagua !

“The Story of Stuff ” ou “A História das Coisas’’ é um curta-metragem feito pela ame-ricana Anne Leonard e explica como funciona o processo de produção de tudo que chega até a gente. O filme é curtinho (tem 20 minutos) e é fácil de achar legendado!

Já imaginou um blog que plantasse árvores quan-do recebesse muitas visitas? O Eco4Planet faz isso! Toda vez que o blog atinge um cer-to número de visitantes, faz o plantio de mais uma árvore. Além disso, o site é todo pre-to, para que você economize energia do monitor. Visite o blog e confira notícias am-bientais super interessantes que eles postam por lá, além de ajudar a plantar mais uma árvore, né! Acesse:eco4planet.uol.com.br

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ESPECIAL O FUTURO ENERGÉTICO DO BRASIL

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Os brasileiros come-moram quando escutam que o país está crescendo e que nossa economia caminha para se tornar uma das maio-res do mundo, mas para que estas expectativas se concreti-zem, uma coisa é fundamen-tal: energia elétrica. Segundo dados do Plano Nacional de Energia, até 2030, a demanda por ela vai dobrar.

A ligação entre econo-mia e consumo de eletricida-de é simples. O setor indus-trial brasileiro baseia-se em atividades que consomem muita energia, como a pro-

Jéssika Elizandra

China se torna o maior consumidor de energia do mundo

dução de aço, ferro, alumínio e cimento. Exportamos gran-de parte dessa produção, o que ajuda nossa economia a crescer e a renda do cidadão aumentar. Quando o salário aumenta, a população compra mais apare-lhos elétricos, como televisores, computadores ou videogames, o que faz com que aumente o consumo de eletricidade nas re-sidências.

Para suprir a demanda prevista, a grande aposta do governo é a construção da hi-drelétrica de Belo Monte, com potência máxima de 11,2 mil MW. Mas segundo especialistas,

como a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o pro-jeto é inviável, pois, buscando reduzir os impactos ambientais, a hidrelétrica operará no mode-lo fio d`água, utilizando só a vazão do rio e gerando 4, 5 mil MW, bem abaixo do prometido.

O rio Xingu, onde a hi-drelétrica será construída, é o maior afluente do Amazonas e um dos cursos d`água de maior biodiversidade do planeta (só ele carrega mais vida que to-das as bacias hidrográficas da Europa). Também banha um parque indígena, habitado por cerca de 5 mil índios, de 14

diferentes etnias, que terá seu fluxo de água reduzido até que seque completamente. O rio é vital para estes povos, que o utilizam como meio de loco-moção, vivem da pesca e da agricultura familiar e mantêm com ele uma relação ritual, enxergando-o como fonte de vida. Especialistas contestam o projeto, alegando que a avalia-ção de 16 mil cidadãos afetados está subestimada, que não foi levado em conta o assoreamen-to do reservatório, as pragas de insetos que serão atraídos pela lagoa e os 80 mil operários que serão levados a uma cidade sem planejamento para abrigá-los.

Arte: Luiz Fernando Araujo

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ESPECIAL

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O FUTURO ENERGÉTICO DO BRASILChina se torna o maior consumidor de energia do mundo

Outra aposta do governo é Angra III, uma usina nuclear que ficará na Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (RJ), junto à Angra I e II. Os prós de sua construção são o fato do país ser rico em urânio, ele-mento radioativo que funciona como combustível dessas usi-nas e o preço bastante compe-titivo da energia gerada a partir dessa fonte.

O principal contra é a falta de segurança do projeto, pois os equipamentos que serão usados em Angra III já estão, há mui-to, ultrapassados. Um acidente nuclear é temido porque a ex-posição à radiação pode causar tumores, leucemia, mutações genéticas, e malformações fe-tais. A professora Emico Oku-no, do Departamento de Física Nuclear do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), também argumenta que os acidentes nessas usinas são muito frequentes, apesar de só as grandes catástrofes chega-rem à mídia, que os reatores têm um baixo tempo de vida e que, se levarmos em conta toda a cadeia produtiva para se obter a energia nuclear (e não só a emissão da gás carbônico do reator), como a extração do

urânio (é preciso dinamitá-lo), os processos pelos quais ele passa e sua logística, a eletri-cidade nuclear passa a ser a 4ª mais poluente. Outros proble-mas são o que fazer com o lixo altamente radioativo gerado.

Uma alternativa oferecida à construção de Belo Monte e Angra III é aproveitar ventos, sol, biomassa (como bagaço de cana) e marés, que o Brasil tem aos montes, para gerar eletrici-dade. O melhor dessa história é que essas fontes são renová-veis e a energia gerada por elas será limpa e totalmente renová-

vel, com impactos mínimos ao meio ambiente.

O Greenpeace apresen-tou um estudo na COP-16 (Conferência do Clima reali-zada pela ONU, em Cancún, no mês de dezembro do ano passado), garante que o país pode ter 93% da energia elé-trica gerada a partir de fontes renováveis, sem interferir no crescimento do Produto Inter-no Bruto (PIB).

Segundo o Atlas Brasi-leiro de Energia Solar, elabo-rado em 2006 pelo Instituto

Nacional de Pesquisas Espa-ciais (Inpe), a média diária de radiação solar que incide sobre o território brasileiro ao lon-go de um ano pode chegar a 6 kWh/m2, índices equivalentes aos do Deserto do Saara. O seu maior contra é o custo de pro-dução: R$ 290/MWh, enfren-tando uma média de R$ 120/MWh das centrais termoelétri-cas convencionais e de R$ 85/MWh das usinas hidroelétricas.

Esse problema seria facil-mente resolvido se o país inves-tisse mais em desenvolvimento de tecnologias renováveis.

Infográfico: Luiz Fernando Araujo/ Fonte: ANEEL

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A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, lançou um projeto para fa-cilitar a vida dos estudantes da rede pública, que moram em cidades do interior. Como? Doando bicicletas para que eles possam ir ao colégio.

Até o fim do ano, a iniciativa pretende distribuir 100 mil bicicle-tas e acessórios de proteção a 300 municípios do país. A ideia surgiu depois que um estudo realizado pelo Ministério da Educação mos-trou que milhares de crianças pre-cisam caminhar entre 2 e 12 qui-lômetros para chegarem à escola.

O Ministro da Educação Fer-nando Haddad disse que no Brasil ainda não existe a “cultura da bici-cleta” em grandes cidades. Por isso a intenção é focar as cidades meno-res, que já têm o costume de usar o veículo de duas rodas, mais ain-da sem as precauções necessárias.

Para que o projeto tenha mais sucesso, a presidente cobrou a construção de ciclovias nos muni-cípios. Assim, os estudantes pode-rão circular com maior segurança.

Na cidade de Bauru, a pre-feitura está trabalhando na cons-trução de ciclovias, ciclofaixas e recreiofaixas. “Estabelecemos uma na Getúlio Vargas, uma no Mary Dota, outra ligando o Núcleo Otávio Rasi ao Distrito Industrial e outra na Avenida Moussa Tobias. A nova Avenida Nações Norte possui ciclovias nos dois senti-dos em uma extensão de mais de sete quilômetros. Estamos agora estudando a criação de bicicletá-rios no centro” destaca o prefeito da cidade, Rodrigo Agostinho.

Se comparado à caminhada, o uso da bicicleta consome a ener-gia pela metade, e possibilita andar a uma velocidade três vezes maior do que a atingida na caminhada . Além disso, o custo de locomoção é muito menor, faz muito bem à saúde e ajuda a diminuir a polui-ção no meio ambiente. Para o ci-clista Diogo Veiga, o interessante de se usar a bicicleta como trans-porte, é evitar os engarrafamentos e o prazer ela proporciona. “Quan-do a gente se acostuma, sente fal-ta quando não pedala”, completa.

Ao usar a bicicleta no lugar do carro, uma pessoa deixa de lan-çar na atmosfera seis quilos de gás garbônico a cada trinta quilôme-tros rodados. Isso significa que pe-dalar os trinta quilômetros durante um ano, evita a emissão de quase duas toneladas de gás carbônico.

E tem mais: andar de bici-cleta previne doenças do coração, pressão alta, obesidade, flacidez e diabetes em adultos. Também alivia os sintomas da depres-são, ansiedade e estresse, além de diminuir o mau colesterol.

Clovis A. Oliveira diz que a melhora no seu condicionamen-to físico foram muito grandes de-pois que passou a usar a bicicleta como meio de transporte. “Meu corpo criou resistência. Tenho muito mais fôlego e me sinto bem melhor”. Ele também diz que o tempo de percurso gasto agora é muito menor. “Antes eu demo-rava uma hora e meia para che-gar ao trabalho ou na faculdade com o transporte público. Hoje, de bicicleta eu demoro em torno de 40 minutos”, destaca Clóvis.

Helena Schiavoni

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Dilma pretende distribuir cem mil bicicletas aos estudantes do interior

SOCIEDADEBicicleta como meio de transporte: menos poluição e mais saúde

Foto: Governo Federal

Dilma distribui bicicletas para os estudantes da rede pública e colabora com o meio ambiente e o bem-estar

Infográfico: Luiz Fernando Araujo

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Epidemia de dengue toma Bauru 2011Até agora já são mais de quatro mil casos na cidade

SAÚDE

A epidemia de dengue em Bauru esse ano já fez cinco vítimas fatais e o município lidera a segun-da posição em números de casos no Estado de São Paulo. Segundo a Secretaria de Saúde do Estado, desde maio já foram registrados 21 casos de morte por dengue autóc-tone em São Paulo, que é quando a pessoa é infectada no seu próprio município. Até agora, já são 4099 casos de dengue em Bauru em 2011, sendo 4093 autóctones e seis importados, e a Prefeitura ainda confirma novos casos todos os dias.

Os principais motivos que levaram ao aumento do número de casos em Bauru são dois, como aponta o chefe da Sessão de Ações de Meio Ambiente da Vigilância Ambiental de Bauru, Mário Ra-mos. “Essa explosão dos casos de dengue em Bauru em 2011 foi con-seqüência principalmente de dois fatores, a continuidade da transmis-

são durante o inverno, que foi um inverno que teve muitas casas com criadouros, associada a chuvas que realmente persistiram inclusive no período da seca do ano passado.”

A colaboração dos morado-res no combate à proliferação do

mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti, é fundamental, como diz Mário Ramos. “A re-ceptividade da ação dos agentes é muito boa. Acontece que a grande dificuldade é criarmos o hábito do morador em manter limpos os seus quintais e as suas residências.”

Segundo Mário Ramos, a Vi-gilância Ambiental preza por cum-prir o que está dentro das normas nacionais de combate à dengue. “Nós fazemos as visitas em cada casa e os bloqueios de criadouros. Orientamos a população e, quando indicado, é aplicado o inseticida ou o larvicida, depende da neces-sidade e da indicação técnica.”

Para evitar a proliferação do mosquito da dengue, algumas me-didas são fundamentais, como não acumular materiais descartáveis sem uso, tratar piscinas com cloro, não guardar pneus velhos, manter os ralos limpos, lavar bem os re-cipientes de comida dos animais e a bandeja externa da geladeira, guardar recipientes como garrafas vazias de cabeça para baixo e não deixar acumular água na parte de baixo das torneiras de filtros e be-bedouros, além de acrescentar areia nos pratos dos vasos de planta.

Ana Laura Mosquera

O mosquito causador da dengue, Aedes Aegypti.

Foto: Ministério da Saúde

Febre alta com fortes dores de cabeça e dores no corpo? Podem ser si-nais da dengue. Perda do paladar, manchas na pele, vômitos e extremo cansaço são outros sin-tomas clássicos da den-gue. Se o caso for de dengue hemorrágica, os

sintomas surgem quan-do a febre passa e são basicamente os mes-mos, só que em inten-sidade mais forte, asso-ciados a palidez da pele, sangramento pelo nariz, pela boca e pelas gen-givas, manchas, boca seca, falta de ar, pulso

acelerado e fraco e per-da total daconsciência.Os sintomas devem aparecer por volta do terceiro dia após a pica-da do Aedes aegypti. O diagnóstico da dengue, por sua vez, é muito sim-ples. Basta um exame de sangue e, excluídas as

possibilidades de outras doenças, o tratamento já pode ser iniciado. O tratamento é geralmente feito com uma solução para re-hidratação oral disponível, nos Postos de Saúde, e deve ser ini-ciado o mais rápido pos-sível após o diagnóstico.

SINTOMAS

Page 10: Jornal Impacto Ambiental

Um relatório lançado pela BP (Brittish Petroleum) uma multinacional britânica do setor de energia, afirma que o consumo de energia na China superou o dos Estados Unidos, que desde 1990 era o maior consumidor do mun-do. Sozinho o gigante asiático já consome quase um quinto da energia no mundo, 20,3%.

O aumento no consu-mo de energia foi verificado no mundo todo. Segundo o relatório uma das justificati-vas foi a necessidade de supe-rar a recente recessão global gerando um aumento nas ati-vidades produtivas. Os países subdesenvolvidos foram os que mais consumiram, pois sofreram menos com a crise econômica. O crescimento do consumo atingiu a taxa de 5.6%, a maior desde 1973 su-perando o pico alcançado em 2008, antes da recessão.

Na China o uso de pai-néis solares é muito comum nas famílias mais pobres, para aquecimento. O custo da pro-dução e mão-de-obra barata tornam os painéis bem acessí-veis. Porém, embora a China invista em fontes de energia

Lívia Pereira

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ECONOMIAChina se torna o maior consumidor de energia do mundo

Crescimento econômico e questões culturais explicam esse aumento

Infográfico: Luiz Fernando Araujo/ Fonte: Brittish Petroleum

alternativa o carvão mineral e o petróleo ainda são as principais matrizes de energia e esse ní-vel de consumo pode implicar no aumento da emissão de gás carbônico. Um reflexo do cres-cimento econômico que teve início em 1979, quando o então líder Deng Xiaoping realizou uma série de mudanças na Chi-na como a permissão para em-presas privadas se instalarem no país, a redução de tarifas e

a flexibilização dos controles sobre a exportação e a impor-tação.

Mas não é apenas a eco-nomia que explica o aumento do consumo energético. O pro-fessor de antropologia Cláudio Bertolli aponta que a ampliação da rede elétrica é um fenômeno relativamente recente no país. “Um dos ícones da modernida-de contemporânea na China é a

eletricidade. Da mesma forma como nós consumimos com-putador, eletrodoméstico eles consomem eletricidade.” Ber-tolli também compara a relação entre os chineses e a energia com a euforia causada nos su-búrbios paulistanos na década de 60, com a melhoria da dis-tribuição de água e energia, que gerou aumento do consumo. “Existe essa questão cultural também.”.

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Já imaginou não precisar de petróleo para produ-zir carros e vários outros objetos? Não depender de uma matéria prima não-renovável como esse combustível fóssil já é realidade!

Isso porque uma equipe de pesquisa-dores da Unesp, Universidade Estadu-al Paulista, liderada pelo professor e engenheiro agrônomo Alcides Leão desenvolveu um novo tipo de plás-tico a partir da extração da nano-celulose obtida de frutas e vegetais como a banana, o abacaxi e a cas-ca de coco. Segundo Leão, esses plásticos são 30% mais leves e de três a quatro vezes mais fortes que os comuns e podem ser utilizados na indústria automobilística para a produção de painéis e para-choques. Além de diminuir o peso dos veícu-los, proporcionando economia de combustível, os plásticos ainda têm maior resistência a danos causados pelo calor e por derramamento de líquidos, como a gasolina.

Desenvolvido à partir de um material biodegradável, o plásti-co ainda ajuda o meio ambiente por ser produzido com resí-duos que costumam ser des-cartados em aterros ou em processos de queima ou com-postagem, processo que gera uma grande quantidade de gases poluentes. “Agora estamos traba-

Arte: Luiz Fernando Araujo

TECNOLOGIACientistas da Unesp criam plástico de fruta

Produto promete ser mais leve e até quatro vezes mais resistente que o plástico tradicional

Lívia Pereira

lhando em algo que gera renda para o agricultor.” afirma Alci-

des Leão. Para que o plástico

seja utilizado industrialmente os pesquisadores estão negociando com em-

presas parceiras da Unesp para desenvol-verem o material em larga escala. “No laboratório trabalhamos com gramas, agora queremos produzir em tonela-das.” Isso significa a entrada do produ-to no mercado, substituindo os mate-riais tradicionais.

Outra possível aplicação do

plástico é na biomedicina, inclusive ve-terinária, como curativos, meniscos (car-tilagem que fica nos joelhos), próteses, implantes e pinos dentários. Os testes já estão sendo feitos e Alcides acredita que o plástico de fruta já possa começar a ser utilizados em no máximo um ano. “Como a biomedicina utiliza o material em pouca quantidade ele tem mais apli-cabilidade a curto prazo.”

O plástico de fruta é apenas uma das alternativas possíveis ao uso dos combustíveis fósseis. Que tal fazer uma pesquisa e descobrir no que mais a ciência vem traba-lhando para amenizar o nosso im-

pacto ambiental? Vale a pena con-ferir as novidades tecnológicas que

chegaram para ficar!

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Dinheiro traz a felicida-de? Essa pergunta tão antiga sempre pareceu muito simples de se responder: traz. E dessa maneira, países inteiros usa-vam apenas isso como prin-cipal instrumento da medição do seu desenvolvimento. País rico seria país feliz. O PIB, Produto Interno Bruto, é um dos principais medidores do desenvolvimento e é o respon-sável pelos títulos que alguns países tem de “desenvolvidos” ou “subdesenvolvidos”. Mas não parece bastar. Vemos em vários lugares o PIB crescendo e, no próprio Brasil, onde ele vem aumentando, a felicida-de ainda parece distante muita gente. Então afinal de contas, o que traz a essa tão preciosa felicidade?

Alguns países, inconfor-mados em medir a felicidade de seu povo pela renda per capita, que faz uma média entre a ren-da da população, sem contar os abismos econômicos que a se-param, criaram o FIB, que sig-nifica Felicidade Interna Bru-ta. Contando em seu medidor

de desenvolvimento questões como Governança Responsá-vel (isso mesmo, país corrup-to não é país desenvolvido), Cultura da População, Saúde e Educação de Qualidade, Pre-servação do Meio Ambiente e inclusive Uso Equilibrado do Tempo! De que adiante um

país ser rico se sua população só trabalha o dia todo e não tem tempo para ser feliz? De que adianta um país ter altos índices de desenvolvimento econômico se seus recursos naturais estão esgotados e a população não tem qualidade de vida assegurada

Quando você põe a feli-cidade na conta, você se pre-ocupa com ela. Quando você dá valor ao que a maioria da população precisa, ela (a feli-cidade) cresce. Auto-estima, felicidade, tempo. É isso que nos falta, não dinheiro. Só não percebíamos isso. Mas esse pa-norama está mudando. E está mudando para melhor. E quan-do lhe perguntarem “Dinheiro traz felicidade?” com certeza sua resposta vai mudar.

Luiz Fernando Araujo

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ARTIGOO que faz a gente ser feliz?

Crianças do Butão, primeiro país a usar o FIB como índice de desenvolvimento