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RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO NO MEIO AMBIENTE DO NOVO AEROPORTO DE VITÓRIA DA CONQUISTA 0347-RP-00-MA-004 R-00 JULHO/2011

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RIMA

RELATÓRIO DE IMPACTO NO MEIO AMBIENTE

DO NOVO AEROPORTO DE VITÓRIA DA CONQUISTA

0347-RP-00-MA-004 R-00 JULHO/2011

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ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL (EIA) E RELATÓRIO DE

IMPACTO NO MEIO AMBIENTE (RIMA) PARA IMPLANTAÇÃO DO

NOVO AEROPORTO EM VITÓRIA DA CONQUISTA

RIMA - RELATÓRIO DE IMPACTO NO MEIO AMBIENTE

VITÓRIA DA CONQUISTA

JULHO/2011

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Apresentação

...o projeto do Novo Aeroporto de Vitória da Conquista.

Quem é a empresa responsável?

...conhecer a empresa é fundamental para entender a proposta.

Qual é o empreendimento?

...as suas principais características e justificativas.

Quais as Alternativas de Localização?

...para se definir o melhor local para implantação do empreendimento.

Quais são as Áreas de Influência?

... os impactos ambientais têm efeitos diferenciados, dependendo do

meio sobre o qual atuam.

O que fala o Diagnóstico Ambiental?

...as características de todo o meio ambiente das áreas de influência do

empreendimento.

Por que uma Análise Integrada?

...porque reconhece a inter-relação entre o meio biótico, físico e

socioeconômico.

Qual o objetivo de uma Avaliação de Impactos e Medidas

Recomendadas?

... questões que asseguram uma atuação sustentável.

Por que desenvolver Programas de Controle e

Monitoramento?

...estimula pensar em soluções concretas para acompanhar, vigiar e

avaliar a implantação do empreendimento.

Qual a Conclusão?

...o entendimento que se alcançou a partir dos estudos realizados.

Equipe Técnica

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Apresentação

Este Relatório de Impacto Ambiental - RIMA é uma síntese do Estudo de

Impacto Ambiental - EIA do Projeto do Novo Aeroporto de Vitória da

Conquista, cujo empreendedor é o Departamento de Infraestrutura de

Transportes da Bahia - DERBA, autarquia vinculada a Secretaria de

Infraestrutura do estado da Bahia - SEINFRA.

O novo aeroporto de Vitória da Conquista será implantado a 8,5 km do

centro da cidade e irá absorver as atividades aeronáuticas do atual

aeroporto, pois este se encontra totalmente envolvido pela malha urbana,

inibindo a sua expansão e colocando em risco as operações aéreas. O novo

sítio, por não apresentar interferências diretas sobre a cidade, deverá se

desenvolver de forma integrada ao planejamento urbano e regional,

garantindo a preservação do seu entorno, alocando convenientemente as

diversas atividades econômicas compatíveis com as atividades

aeroportuárias.

Estima-se que os investimentos para a implantação da primeira etapa do

Novo Aeroporto de Vitória da Conquista cheguem a 86 milhões de reais,

envolvendo os custos com desapropriações, com as intervenções na área

patrimonial e com a execução do acesso ao aeroporto, todos necessários

para dar funcionalidade ao empreendimento. Para as intervenções dentro

da área patrimonial é previsto o valor de 57 milhões de reais.

O DERBA se compromete a implantar esse empreendimento de forma

moderna e eficaz, utilizando tecnologias de sistemas automatizados, em

harmonia com as melhores práticas ambientais, de qualidade, de saúde e

segurança operacional.

Este RIMA e o EIA do Novo Aeroporto de Vitória da Conquista foram

elaborados pela empresa Hydros Engenharia e Planejamento Ltda. –

HYDROS – Salvador – Bahia.

A seguir serão apresentadas as características da atividade proposta, das

suas áreas de influência, bem como os possíveis impactos e as medidas

propostas para reduzi-los.

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Empresa Responsável

O Departamento de Infraestrutura de Transportes da Bahia - DERBA é uma

autarquia vinculada à Secretaria de Infraestrutura - SEINFRA do estado da

Bahia, criada pela lei Nº 7.314, de 19 de maio de 1998, é o responsável pelo

gerenciamento do sistema estadual de transportes do Estado.

O DERBA tem como missão assegurar uma eficiente infraestrutura de

transporte que proporcione aos usuários conforto e segurança,

promovendo o desenvolvimento socioeconômico do Estado da Bahia e

preservando o meio ambiente.

NOME OFICIAL DA ATIVIDADE: Novo Aeroporto de Vitória da Conquista

EMPREENDEDOR: Departamento de Infraestrutura de Transportes da Bahia -

DERBA CNPJ: 15.211.519/0001-96

ENDEREÇO: Av. Luis Viana Filho n° 445, 4ª Avenida, Centro Administrativo da

Bahia – CAB, Salvador – Bahia.

PESSOA de CONTATO: Anna Christina Cruz Dias (Diretora de Projetos e

Programas especiais)

TELEFONE E E-MAIL: (0xx 71) 3115-2261 e [email protected]

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O Empreendimento

Construção do Novo Aeroporto do Município de Vitória da Conquista a ser

implantado em uma área de 616 ha, localizado a 8,5 km do Centro de

Vitória da Conquista, às margens da BR-116. Apresenta as seguintes

coordenadas geográficas aproximadas: latitude 14º54’21,66’’ S e longitude

040º55’09,01’’ W.

O Aeroporto terá uma pista de pouso e decolagem com 3.210 metros de

comprimento e 45 metros de largura que permitirá operar aeronaves de

classe D, do porte do Boeing 767, de Vitória da Conquista até cidades da

Europa. Está planejada a implantação de Runway End Safety Area - RESA de

240 metros acrescido de 60 metros de faixa de segurança, conforme

recomendação pela Organização de Aviação Civil Internacional – OACI, nas

duas cabeceiras da pista, onde também serão implantadas as áreas de

segurança, bem como as faixas laterais com 300 m de largura e 3.330 m de

comprimento. Eventualmente, a pista de táxi poderá ser utilizada como

pista de pouso e decolagem. O projeto prevê a construção de um terminal

de passageiros, para implantação de complexo logístico e desenvolvimento

de atividades comerciais, direta ou indiretamente vinculadas à aviação,

potencializando a capacidade de atuação do aeroporto como elemento

indutor do desenvolvimento socioeconômico regional.

O Sistema de Pistas terá capacidade para processar 210.000 movimentos

anuais de aeronaves e 50 movimentos por hora.

O Sistema Terminal de Passageiros - TPS terá 73.500,00 m2 (incluindo a

área requerida para estacionamento de veículos), com capacidade para

processar aproximadamente sete milhões de passageiros/ ano.

O projeto prevê um Terminal de Carga Aérea - TECA, Parque de

Abastecimento de Aeronaves - PAA e Serviço de Combate a Incêndio - SCI.

No futuro aeroporto de Vitória da Conquista não estão previstas

instalações militares.

O Aeroporto de Vitória da Conquista deverá reservar área

preferencialmente localizada próxima ao TPS que deverá atender aos

seguintes critérios:

Possuir zona livre de obstáculos, tais como: edificações,

arborizações, estruturas refletoras e outros fatores de obstrução de

ondas eletromagnéticas;

Não estar sujeita à interferência de radares e cabos de energia de

alta tensão;

Preferencialmente estar em terreno plano, no nível do solo.

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Sistema de Gerenciamento Aeronáutico

Os auxílios eletrônicos projetados para o Aeroporto de Vitória da

Conquista são os radares do tipo VOR e DME. Não existe necessidade de

instalação de outros auxílios de aproximação em face da demanda prevista.

Entretanto, segundo os compromissos relativos aos sistemas de

Comunicações, Navegação e Vigilância (CNS) e a Gerência de Tráfego Aéreo

(ATM), deverá ser disponibilizado neste, o sistema de aproximação GNSS –

Global Navigation Satellite System (Sistema Global de Navegação por

Satelite), ao longo do horizonte de planejamento considerado.

Os auxílios luminosos deverão acompanhar a implantação do novo

aeroporto; são eles: PAPIS - Precision Approach Path Indicator (Indicador de

Precisão do Caminho de Aproximação), Balizamento de pista e Farol

Rotativo. De acordo com a previsão da demanda dos movimentos da

aviação doméstica regular é exigida a instalação de torre de controle para o

horizonte de 2025.

O pátio de aeronaves destinado ao atendimento ao Terminal de

Passageiros foi dimensionado, na primeira fase de implantação, para

atender ao posicionamento de duas aeronaves código "C" e quatro

aeronaves código "B", simultaneamente em posição "nose-in". Entretanto

para atender a demanda projetada para 2020, “o pátio de aeronaves do

terminal de passageiros irá operar com aeronaves entrando e saindo por

seus próprios meios, ficando a sua capacidade reduzida para uma aeronave

código "C" e três aeronaves código "B", simultaneamente.”; e capacidade

para três aeronaves código "A" e uma aeronave de asa móvel (helicóptero).

Códigos das Aeronaves

Classificação Peso Máximo de Decolagem Faixa das Aeronaves

A < 5.670 kg

Aviação Geral e Executiva B

C De 5.670 a 136.080 kg

D Acima de 136.080 kg

Área Total do Pátio Principal Considerando Futuras Ampliações

Horizonte Área total do pátio (m²)

2015 8.310

2020 14.290

2025 17.060

2030 17.060

Estima-se que os investimentos para a implantação da primeira etapa do

Novo Aeroporto de Vitória da Conquista cheguem a 86 milhões de reais,

envolvendo os custos com desapropriações, com as intervenções na área

patrimonial e com a execução do acesso ao aeroporto, todos necessários

para dar funcionalidade ao empreendimento na sua primeira fase de

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implantação. Para as intervenções dentro da área patrimonial é previsto o

valor de 57 milhões de reais.

O aeroporto será implantado em etapas e, a 1ª fase de implantação

considera o atendimento da demanda estimada para o ano de 2020, com

previsão de finalização de obras e início de operação em meados de 2012.

Áreas na 1ª Fase de Implantação - 2015

Sistemas Componente Unidade

Capacidade Instalada

Capacidade Requerida

Capacidade após a

Implantação

Horizonte

2015 Horizonte

2015

Existente Requerido Projetada

Pista

Movimentos de aeronaves HP un. - 6 19

Movimento anual de aeronaves un. - 4.516 65.000

Categoria de aeronaves - - F3,F4 F4,F5

Comprimento pista p/ etapa crítica

m - 2.100 2.100

PCN máximo exigido - - 38/F/B/X/T 38/F/B/X/T

Pista de Táxi un. - 1 1

Terminal

Área construída - TPS + Administração

m² - 3087 3575

Estacionamento de Veíc. Particulares

m² - 2,173 3.248

Pátio da Aviação Regular m² - 8.310 14.290

Equipamento de Rampa m² - 650 850

Fonte: CONCREMAT, 2010.

A 2ª. Fase de Implantação do aeroporto considera o atendimento da demanda prevista para o horizonte de 2025 e será necessária a ampliação dos principais componentes, a seguir elencados: Ampliação do pátio de aeronaves da aviação geral para estadia transitória, atendendo ao estacionamento de seis aeronaves de asa fixa e dois helicópteros, através do acréscimo de um módulo adicional ao proposto na 1ª Etapa. Principais ampliações -pátio de aeronaves da aviação geral; -terminal de passageiros; -reservação de água potável atendendo a capacidade de 110,00 m3; -ampliação da edificação de serviços aeroportuários, passando a dispor 670,00 m

2.

Na 1ª. Fase de Implantação está prevista a construção de:

a) uma Pista de Pouso e Decolagem de 2.100 metros de comprimento e 45 metros de largura, uma pista de rolamento ligando a pista de pouso ao pátio de estacionamento de aeronaves para estacionamento de três aeronaves Classe “C”; b) Terminal de Passageiros com 6.645,00 m2, dimensionado para o processamento de 300 mil passageiros/ano; c) Estacionamento de veículos com 4.320,00 m2;

Estão previstas ainda, a construção de: Pátio de Estacionamento de Aeronaves para Aviação Regular e Geral, a Seção Contra Incêndio - SCI, Acessos, bem como a preparação de lotes para as Companhias Aéreas, para o Posto de Abastecimento de Combustível, entre outros.

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O sítio aeroportuário proposto, por se encontrar próximo ao povoado de

São José/ Pé-de-galinha pode se beneficiar da prestação dos serviços

básicos à comunidade, a exemplo do fornecimento de água e energia

elétrica e das redes de telecomunicações e coletoras de esgoto e lixo,

através da instalação de ramais, subestações e ampliação das respectivas

redes.

Na 3ª Fase de Implantação deverão ser construídos ou ampliados os componentes para o atendimento da demanda de 2030, quais sejam: -pátio de aeronaves da aviação geral; -terminal de passageiros; -vagas de estacionamento; -edificações de apoio das companhias aéreo; -sistema de reservatório de água potável: 150,00 m

3;

-sistema de tratamento de esgoto sanitário atendendo a um volume de 31,00 m

3;

-centro de manutenção do aeroporto, contemplando uma área total construída de 625,00 m

2;

-implantação da torre de controle e gerenciamento de navegação aérea; -parque de Abastecimento de Combustível das Aeronaves - PAA, atendendo a um consumo mensal de 89,00 m

3 de combustível.

Mão de Obra Prevista na Implantação e Operação 1ª fase: Tempo: 18 meses para conclusão. Mão de Obra: 1) profissionais com alta graduação, que são responsáveis pelo gerenciamento das atividades, como os engenheiros, que poderão migrar de outras regiões - a ser recrutada fora ou no próprio município de Vitória da Conquista. 2) profissionais com baixa graduação, responsáveis por serviços operacionais, como pedreiros, por exemplo, que deverão ser contratados na própria região - com previsão de aquisição na região.

Sistema Viário Interno da Área de Apoio e Hangares: é um sistema de circulação interna, destinado ao tráfego de veículos que precisem acessar as diferentes instalações das áreas de apoio e de hangares da aviação geral. A via terá duas faixas de trafego com largura de 3,60 metros cada, totalizando 7,20 metros. Acesso ao Aeroporto a partir dos Acessos Urbanos: o local onde será instalado o Aeroporto é cortado por uma estrada vicinal municipal, que se interliga com a malha viária urbana da cidade, através da qual se aventou a possibilidade de executar o acesso ao aeroporto, preservando assim a sua continuidade. Também encontra-se em estudo o acesso através da BR-116, com duplicação da rodovia e transposição em desnível.

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1ª Fase de Implantação - 2015

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1ª Fase de Implantação - Área Terminal - 2015

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2ª Fase de Implantação - 2020

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2ª Fase de Implantação - Área Terminal - 2020

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3ª. Fase De Implantação - 2030

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3ª. Fase De Implantação - Área Terminal - 2030

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Implantação Final

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Implantação Final - Área Terminal

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Alternativas Tecnológicas

Durante o desenvolvimento do projeto se buscou encontrar soluções

técnicas que possibilitassem a redução do consumo de recursos naturais.

Nessa linha, foram definidos conceitos de projeto que levassem em conta a

perspectiva de “eco-eficiência” mesmo com as limitações impostas pelo

volume reduzido de recursos financeiros previstos para a obra.

Essa preocupação teve lugar, por exemplo, na definição da locação do

empreendimento, sendo proposta a área cujas características permitissem

menor movimentação de terra, reduzida supressão de vegetação, acesso

fácil à energia e água, dentre outros fatores.

As soluções tecnológicas propriamente não inovam no sentido da

sustentabilidade, embora os projetos contemplem elementos indicativos

da preocupação dos projetistas com a racionalização no uso dos recursos

naturais. Como exemplo, tem-se a captação da luz natural nas edificações,

a possibilidade de aproveitamento da ventilação natural, a equação de

equilíbrio na movimentação de terras e o reaproveitamento da camada

vegetada removida, dentre outros.

As principais características adotadas no planejamento da configuração final do aeroporto estão relacionadas a seguir: Características físicas:

Rumo da pista de pouso (definido pelos estudos dos ventos predominantes) 15/33;

Dimensões mínimas: 2.100 m x 45 m (duas interligações da pista de pouso e o pátio de aeronaves). As etapas previstas para as ligações aéreas domésticas regulares não exigirão comprimento de pista maior do que os 2.100 m projetados, suficientes para atender todas as aeronaves, com no máximo 80% da carga paga, inclusive na etapa crítica;

Pavimento: flexível em concreto asfáltico;

Suporte - Expectativa do BOING-737-800: 40 f/b/x/t;

Utilização das cabeceiras: 65% cabeceira 15 e 35% cabeceira 33; Condições operacionais:

Operação por instrumento do tipo IFR - não precisão (implantação de radares VOR/DME, PAPI, Balizamento e EPTA) e em condições visuais VFR;

Temperatura de referência 29,8o C;

Altitude 900 m.

Tipo de operação: aviação dos tráfegos regular e não regular doméstico e aviação geral/executiva

O zoneamento funcional para a implantação final do Aeroporto está dividido em três grandes áreas definidas como:

Área de Movimento - sistema de pista e pátio de estacionamento de aeronaves;

Área Terminal do Aeroporto - sistema terminal de passageiros, carga aérea, parque de abastecimento de aeronaves - PAA, seção de combate a incêndio - SCI, sistema das companhias aéreas, comissária e torre de controle;

Área Secundária - sistema de aviação geral e arrendamentos comerciais, sistema industrial de apoio, sistema de infraestrutura básica, áreas verdes e de preservação, Instalações e demais serviços destinados a atividades complementares.

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Por que Construir um Novo Aeroporto?

A construção de um novo aeroporto se justifica pelo crescente demanda de

viagens e a inviabilidade de expansão do atual aeroporto de Vitória da

Conquista. O atual sítio aeroportuário está cercado pela malha urbana, não

tendo área disponível para expansão, confirmando a necessidade de

implantação da nova unidade aeroportuária. Inserido nesse contexto

urbano adensado e com estrutura urbanística que seguramente não

comporta o tráfego de cargas que constitui a demanda regional potencial, a

estrutura aeroportuária existente não atende às necessidades atuais e nem

futura.

Fonte: CONCREMAT (2010)

Curva de Tendência de Fluxo de Passageiros Aeroviários

A condição de Vitória da Conquista de centro indutor de desenvolvimento

da promissora região Sudoeste da Bahia por si só justifica a estruturação de

um sistema de transportes mais robusto para o Município. O centro urbano

municipal, historicamente exerceu o papel de catalisador de processos

urbanos. Essa dinâmica tende, em médio prazo, a aumentar na medida em

que a infraestrutura de suporte se amplie e que sejam sedimentadas ou

ativadas atividades integrantes da sua base econômica com o indispensável

desenvolvimento social.

O novo aeroporto em Vitória da Conquista terá como objetivo principal

consolidar o processo de desenvolvimento regional e do município sede

com bases sólidas, apoiado no crescimento deste centro urbano de médio

porte, estruturado por uma rede de serviços e infraestrutura de alcance

regional. Essa dinâmica local trazida com os novos investimentos

programados para Vitoria da Conquista poderá certamente vir a

estabelecer novas relações de complementaridade com os centros urbanos

vizinhos, com ganhos para toda a região.

A esse objetivo estratégico está acoplada a clara intenção de promover e

intensificar a contribuição e vinculação local ao desenvolvimento geral do

Estado, que possui matrizes regionais bem diversificadas no que se refere à

caracterização socioeconômica e nível de renda. O elevado potencial

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produtivo alavancado pelos investimentos públicos em infraestrutura dota

a região de condições efetivas de crescimento econômico rumo à auto-

sustentabilidade.

Para que estes objetivos sejam alcançados, o projeto em questão está

associado a inúmeras políticas setoriais e programas governamentais de

âmbito estadual e federal, associadas a investimentos em infraestrutura e

em energia, visando à melhoria das condições gerais, bem com a integração

do sistema de transportes do país.

Sob a responsbilidade do poder municipal existem diversos projetos

considerados estratégicos para o desenvolvimento local e regional, os quais

se encontram instituídos no Plano Diretor do Município, tais como:

implantação do Centro de Convenções e Feiras, e de Logística; estímulo a

consolidação do Município como Cidade Universitária e estruturação do

Eixo Comercial-Indústrial (região sul do município); bem como aspectos

relacionados ao novo sítio aeroportuário.

Quais são os Riscos do Empreendimento?

A análise de risco realizada para o Aeroporto de Vitória da Conquista é um

estudo indispensável na implantação de um empreendimento com tais

características e porte, conforme recomendações a seguir.

Assim, foram identificados dezesseis cenários de emergência, sendo oito na

fase de operação e oito na fase de construção. Considerando todas as

medidas de controle existentes nos documentos já elaborados e as

medidas de controle recomendadas no EIA, todos os cenários foram

considerados aceitos, com base na matriz de aceitabilidade de risco pré-

estabelecida.

Atenção especial deve ser dada aos cenários relacionados com as batidas/

atropelamentos/ tombamento de veículos nas vias de acesso e áreas

internas do aeroporto. Para estes cenários, o risco é considerado

inaceitável. A medida sugerida é a construção de pista alternativa

segregada e paralela à BR-116, que reduzirá significativamente o risco. Para

“a Análise de Risco deverá apresentar e analisar um diagnóstico dos componentes e sistemas presentes e previstos no sítio aeroportuário, identificando as situações potenciais de acidentes e emergências que possam acarretar danos ao meio ambiente, ao sítio aeroportuário e áreas de entorno, propondo medidas ou procedimentos a serem adotados para implantação e operação do empreendimento.”

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outra alternativa de acesso, devem ser adotadas medidas do mesmo grau

de controle e proteção.

Outro cenário muito importante neste empreendimento é o cenário

relacionado com os acidentes com avião. Para este cenário, o risco é

considerado aceito em função das normas e leis que regulamentam as

atividades da aviação. Dois pontos importantes devem ser considerados

para este cenário: atendimento a todas as normas e requisitos de projeto

durante as fases de detalhamento do projeto e execução das obras;

exigência de elaboração e implementação do Programa de Gerenciamento

de Segurança Operacional - PGSO por parte de todas as empresas e

instituições que realizam atividades no aeroporto, que englobe todas as

exigências e melhores práticas utilizadas nos aeroportos nacionais e

internacionais, de modo a se obter um padrão de excelência no Aeroporto

de Vitória da Conquista em termos de gestão operacional e de segurança.

Alternativas Locacionais

O estudo de alternativas locacionais contemplou, além da área escolhida

para o atual empreendimento, mais duas outras áreas, descriminadas a

seguir, que poderiam abrigar o novo empreendimento.

As alternativas estudadas foram:

1-Atual aeroporto do Município (Aeroporto Pedro Otacílio

Figueiredo) na perspectiva de ampliação.

2-Construção de um novo aeroporto em José Gonçalves.

3-Construção de um novo aeroporto em São José / Pé-de-galinha -

área selecionada.

Na avaliação das alternativas locacionais para a nova estrutura

aeroportuária foram consideradas variáveis dos meios físico, biótico e

socioeconômico:

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Mapa das Alternativas Locacionais

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Comparativo dos Sítios Locacionais propostos para o Novo Aeroporto de Vitória da Conquista

Variável Considerada Aeroporto Atual Distrito de José Gonçalves Distrito de São José

Zonas de instabilidade a fatores

abióticos

Corrente atmosféricas favoráveis.

Relevo relativamente plano.

Correntes atmosféricas.

Relevo acidentado.

Correntes atmosféricas favoráveis a

aviação;

Relevo predominantemente plano.

Zonas de importância biológica,

considerando-se os seus atributos

ecológicos e fragilidades ambientais

Região altamente urbanizada; baixa diversidade

biológica;

Área ecologicamente frágil - limitada por duas das

principais zonas de amortecimento do Parq. Mun. da

Serra Periperi: a Lagoa das Bateias (próxima à

cabeceira da pista) e a Lagoa do Jurema (ampliação

futura

Região integrante da zona de amortecimento a

noroeste do Parq. Municipal da Serra do Periperi;

Elevado número de remanescentes florestais de

Mata de Cipó;

Elevado potencial de supressão da vegetação nativa;

Biodiversidade significativa a ser afetada com a

implantação do empreendimento.

Região situada no limite sudoeste da zona

de amortecimento do Parque Municipal da

Serra do Periperi;

Poucos remanescentes florestais de Mata

de Cipó;

Potencial de retirada mínima da vegetação

nativa;

Biodiversidade elevada, com predomínio

de espécies comuns a ambientes

antropizados

Zonas de pressão antrópica e

presença de comunidades

tradicionais

Região altamente urbanizada;

Ausência de comunidades tradicionais.

Região pouco urbanizada;

Elevada concentração de comunidades tradicionais

quilombolas.

Região pouco urbanizada;

Presença de uma comunidade tradicional

quilombola, na considerada Área de

Influência Direta.

Impactos sobre áreas de vegetação

nativa Ausência de vegetação nativa.

Elevada concentração de remanescentes florestais;

Elevado potencial de supressão vegetal.

Baixa concentração de remanescentes

florestais;

Baixo potencial de supressão vegetal.

Impactos sobre processos

geomorfológicos

Elevado potencial de infiltração de água das chuvas;

Aumento real na incidência de poluentes na zona

urbana e rural a noroeste.

Potencial moderado de infiltração de água das

chuvas;

Incidência moderada de poluentes na zona urbana e

rural em razão da proximidade com o Centro

Industrial.

Potencial baixo a muito baixo de infiltração

de águas pluviais;

Incidência baixa de poluentes na zona

urbana e rural associada ao tráfego em

estradas vicinais não pavimentadas.

Impactos sobre áreas de reprodução,

deslocamento, refúgio, nidificação e

dessedentação da fauna nativa,

incluindo espécies migratórias

A Lagoa das Bateias (área próxima ao aeroporto

atual): local de refúgio e área de vida de muitas

espécies animais, principalmente aves, as quais já se

têm registros históricos de acidentes na aviação

brasileira.

A presença de um maior número de remanescentes

florestais nativos possibilita a existência de uma

maior quantidade de áreas de refúgio para fauna.

Reduzida quantidade de refúgios para

fauna;

Matriz da vegetação nativa altamente

fragmentada.

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Comparativo dos Sítios Locacionais propostos para o Novo Aeroporto de Vitória da Conquista (continuação)

Variável Considerada Aeroporto Atual Distrito de José Gonçalves Distrito de São José

Impactos sobre áreas úmidas e recursos

hídricos superficiais

Pontecial hidrogeológico influenciado pela

elevada densidade urbana do entorno;

Proximidade de zonas de amortecimento e

acúmulo de água

Relevo acidentado favorece

maior potencial hidrogeológico;

Proximidade de zonas de

amortecimento;

Concentração de nascentes

próximas.

Relevo plano com baixo ou muito baixo

potencial hidrogeológico.

Região limite de zona de amortecimento.

Impactos sobre as atividades econômicas

Elevada especulação imobiliária;

Possibilidades variadas devido à elevada

urbanização com atração de novos usos não

residenciais que comprometam o tráfego local.

Baixa especulação imobiliária;

Possibilidade de alteração de

usos do entorno com a

implantação do aeroporto;

Baixo grau de urbanização.

Baixa especulação imobiliária;

Possibilidade de alteração de usos do entorno

com a implantação do aeroporto.

Baixo grau de urbanização.

Impactos urbanísticos

Modificação de vias de transito intenso no

perímetro urbano;

Definição de vias de acesso.

Alterações em vias de

transporte rural;

Definição de vias de acesso.

Alterações em vias de transporte rural;

Definição de vias de acesso.

Impactos sobre o turismo e o lazer

Não há potencial turístico, mas é possível

incrementar atividades de lazer na área do

Parque Lagoa das Batéias, vizinha ao aeroporto.

Não há potencial turístico ou de

lazer identificado.

Não há potencial turístico, mas é possível

incrementar atividades de lazer na área do

Parque Lagoa das Batéias na AID.

Impactos na estrutura socioeconomia em

função da pressão da população flutuante

(mão-de-obra na construção do

empreendimento)

Não será significativa. Tende a não ser significativa. Tende a não ser significativa.

Impactos sobre bens e equipamentos de valor

histórico, cultural, arqueológico e

espeleológico

Sem interferência. Sem interferência. Sem interferência.

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Comparativo dos Sítios Locacionais propostos para o Novo Aeroporto de Vitória da Conquista (continuação)

Variável Considerada Aeroporto Atual Distrito de José Gonçalves Distrito de São José

Impactos sobre a infraestrutura

existente Não significativa.

As alterações, sobretudo, no

sistema viário com a

implantação do acesso principal

ao aeroporto e vias

complementares.

As alterações, sobretudo, no sistema viário com a

implantação do acesso principal ao aeroporto e vias

complementares.

Afetação por Curvas de Ruído Presença de domicílios em todas as

curvas isofônicas

Ausência de domicílios nas

curvas de ruídos Ausência de domicílios nas curvas de ruídos

Impactos sobre a estrutura fundiária

Alteração pouco significativa:

desvalorização da terra na área da curva

de ruído e valorização das áreas do

entorno e mudanças pontuais de padrão

de lote (amembramento para fins não

residenciais)

Possibilidade de alteração em

médio prazo. Possibilidade de alteração em médio prazo.

A análise das alternativas consideradas indica que em todas as áreas há

diferentes problemas técnicos e ambientais. No entanto, a área escolhida,

apresenta melhores condições de relevo, geológicas e geotécnicas

adequadas para a implantação do aeroporto.

Considerando os fatores físicos e operacionais a área escolhida, e grande

parte de seu entorno estão localizados em um planalto, bem definido, de

topografia plana e apresenta cotas médias variando entre 904 a 905 m. A

área é ampla e apresenta dimensões adequadas para implantar um

aeroporto de grande porte, permitindo expansões futuras nas laterais e no

sentido das prováveis cabeceiras.

De acordo com análises dos registros fornecidos pela estação

meteorológica do Aeroporto de Vitória da Conquista, a direção

predominante dos ventos está incidente no sentido leste/ oeste,

coincidindo com a possível orientação da pista decorrente do relevo, o que

é um fator positivo a ser considerado. Além disso, as características do solo,

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tipo Latossolo Vermelho Amarelo Álico, são apropriadas do ponto de vista

geotécnico.

Do ponto de vista do acesso, a alternativa selecionada, o sítio próximo ao

povoado de São José / Pé-de-galinha, trata-se de um a área adjacente à BR-

116, em trecho em bom estado de conservação embora considerado

crítico, com tráfego em pista simples de duas faixas de rolamento em

sentidos contrários, com tempo reduzido de percurso de aproximadamente

20 minutos. Existem outros acessos secundários pelas comunidades de

Simão, Campinhos e Pradoso.

Na BR-116 está localizado um posto da polícia rodoviária federal, a menos

de 2 km do referido sítio, contribuindo para questões segurança na

localidade. Destaca-se ainda a existência de transporte público local e

intermunicipal, ligando a localidade de São Jose/ Pé-de-galinha à sede

municipal.

Quanto à infraestrutura, o sítio aeroportuário proposto, por se encontrar

próximo ao povoado de São José/ Pé-de-galinha pode se beneficiar dos

serviços básicos existentes na comunidade, como o fornecimento de água e

energia elétrica e as redes de telecomunicações e coletoras de esgoto e

lixo, através da instalação de ramais, subestações e ampliação das

respectivas redes, como já salientado.

O aterro sanitário municipal, que apresenta uma operação típica de aterro

controlado, com coleta seletiva, está localizado aproximadamente a 7 km

da sede do Município e 7,5 km do referido sítio, não demonstrando

influência aparente sobre o empreendimento.

Acessos à Área

Os principais aspectos negativos da escolha do sítio próximo ao povoado de

São José/ Pé-de-galinha são:

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Presença de áreas de pasto com árvores esparsas totalizando cerca de 90% da Área Patrimonial;

Próximo ao sítio foi verificada a presença da comunidade quilombola Quatis dos Fernandes, protegida por legislação específica, localizada nos limites entre os Distritos de Pradoso, Iguá e Vitória da Conquista.

Presença de frigorífico e abatedouro dentro da Área de Segurança Aeroportuária - ASA, que merecem atenção especial.

Localização da Comunidade Quilombola

Áreas Passíveis de Desapropriação As propriedades especificadas no quadro a seguir estarão sujeitas de

desapropriações, uma vez que estão inseridas na área da poligonal do

empreendimento. Este processo será conduzido por negociações junto ao

Departamento de Infraestutura de Transportes da Bahia – DERBA.

Lote Proprietário Área (ha)

1 José Avelar de Assunção 4,182

2 Auréa Monteiro 3,239

3 Barnabé Alves de Oliveira 5,195

4 José Viana 5,970

5 José Raimundo de Mel 2,209

6 Manoelito Amaral Alves 0,099

7 José Marinho de Andrade 18,323

8 André Amorin 95,312

9 Flávio Augusto Cavalcante 60,672

10 Edigar Lobo 119,987

11 Fernando Nunes de Prado 15,369

12 Azamon Martins Guedes 158,601

13 Joaquim José da Silva 1,754

14 Manoelito da Silva Novais 3,892

15 Narma Porto Oliveira 71,267

16 Aserbal Correia dos Santos 2,850

17 Jailton Oliveira 45,837

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Planta de Situação e Distribuição das Propriedades na Poligonal do Empreendimento

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Dimensionamento das Curvas de Ruído em Relação à Poligonal

A propagação do som pode-se dar através de diversos tipos de ondas,

resultando assim em “campos acústicos“ característicos do tipo de fonte

sonora e do meio no qual esta se encontra.

As condições acústicas atuais na área de influência direta do

empreendimento foram determinadas a partir do monitoramento de ruído

com base na norma técnica NBR 10151, a qual estabelece os

procedimentos para avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o

conforto da comunidade.

O ruído ambiental na área de influência direta (AID) apresenta variações

mínimas e máximas de intensidade sonora, de 38,1 a 72,5 dB, no período

diurno e de 36,6 a 66,1 dB, no período noturno. Valores estes que já

ultrapassam o limite permitido em áreas industriais.

O ruído ambiental nesta área foi influenciado basicamente pelo tráfego de

veículos, o qual variou entre 39,0 dB a 73,0 dB, sendo que o valor máximo

foi observado em ponto próximo à BR-116, devido ao tráfego intenso. Não

se observou a influência de equipamentos industriais e ruído oriundos de

movimentação de aeronaves, em virtude do perfil predominantemente

rural da localidade em questão.

Para simular o cenário futuro de ruído ambiental proveniente da instalação

do novo aeroporto utilizaram-se as curvas isofônicas do Plano de

Zoneamento de Ruído (PZR) do Aeroporto de Vitória da Conquista, que tem

como objetivo controlar o uso e ocupação do solo nos arredores deste

empreendimento.

Neste PZR são apresentadas duas curvas de ruído, considerando as

características de movimentação e de aeronaves operantes. O nível sonoro

aceito para curva de ruído 1 é de 75 dB e para curva de ruído 2 é de 65 dB,

as quais delimitam três áreas, discriminadas a seguir:

Você sabia...

O Comprimento da onda de uma vibração sonora é a distância que a onda viaja durante um ciclo ou oscilação completa. Em um espaço livre, isto é, em um meio isotrópico e sem barreiras (no caso do ar, sem variações de densidade ou compressibilidade) a velocidade do som é a mesma para diferentes frequências.

A intensidade ou volume dos sons é medida em unidades chamadas decibéis (dB). Sessenta dB é a intensidade do som de uma conversa, enquanto 120 dB a de um avião a jato.

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Área I: área interna à curva de ruído 1, com nível de ruído

ambiente muito elevado, exclui quase todas as atividades

urbanas com exceção das atividades não sensíveis ao ruído.

Nenhum ponto sensível considerado no levantamento de ruído

encontra-se nesta área;

Área II: área compreendida entre as curvas de ruído 1 e 2,

com nível de ruído ambiente elevado, exclui apenas residências,

escolas, hospitais e outras atividades consideradas muito

sensíveis ao ruído. Algumas residências do povoado de São

José/Pé de Galinha encontram-se nesta área, o que poderá

implicar em processo de desapropriação;

Área III: área externa à curva de ruído 2, com nível de ruído

máximo mais baixo, permite todos os tipos de uso e ocupação

do solo. Nesta área encontram-se os demais pontos sensíveis

analisados na avaliação de ruído, não sendo expostos à

situações desfavoráveis de ruído devido à implantação do

empreendimento.

Cabe ressaltar, que esta avaliação sonora associada à análise de risco de

acidentes considerou parte do povoado de São José/ Pé de Galinha, bem

como as residências localizadas na Fazenda Gávea (cabeçeira oposta da

pista de pouso e decolagem), como áreas inadequadas à ocupação

residencial 2.

Medições realizadas em residências próximas a ambos os lados das cabeceiras da pista do atual aeroporto indicaram níveis de pressão sonora média na ordem de 80 dB, durante os pousos e decolagens de aeronaves. Excedendo os valores das curvas de ruído 1 e 2, apresentados no PZR do novo sítio aeroportuário.

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Dimensionamento das Curvas de Ruído do Novo Aeroporto de Vitória da Conquista

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O Diagnóstico Ambiental

Entende-se por diagnóstico ambiental, a avaliação da área de influência de

um determinado empreendimento. Assim, elaborar um diagnóstico

ambiental é interpretar a situação ambiental da área, a partir da interação

e da dinâmica de seus componentes físicos e biológicos e os fatores

socioculturais.

Este Relatório de Impacto Ambiental - RIMA é uma síntese do Estudo de

Impacto Ambiental - EIA do projeto do Novo Aeroporto de Vitória da

Conquista. Este instrumento constitucional da Política Ambiental apresenta

uma descrição e análise dos recursos ambientais e suas interações, tal

como existem, de modo a caracterizar a situação ambiental da área, antes

da implantação do projeto.

Para verificar a compatibilidade do empreendimento com as relações

socioambientais da região, o diagnóstico levou em consideração a

legislação ambiental aplicável, nas esferas federal, estadual e municipal.

As informações apresentadas neste relatório possibilitam que todos os

envolvidos no projeto (empreendedor, população, órgão licenciador, poder

público e associações) conheçam as riquezas e fragilidades do meio

ambiente da região analisada.

As Áreas de Influência do Empreendimento

O novo Sítio Aeroportuário como já foi informado, está localizado a 8,5 km

do centro da cidade, às margens da BR 116 e possui 616 ha. Esta área está

classificada como zona rural do município de Vitória da Conquista, porém

encontra-se a menos de 500 metros do limite da área urbana municipal. No

entorno do empreendimento estão localizadas as comunidades de São

José/ Pé-de-galinha, adjacente à Área Patrimonial (Área de pista e toda a

infraestrutura aeroportuária) e às margens da BR-116; Simão, que fica a

cerca de 1.500 metros da Área Patrimonial; Iguá e Campinhos. Próximo

ainda da Área Patrimonial fica a comunidade quilombola Quatis dos

Fernandes.

A definição das Áreas de Influência baseou-se nas principais interferências

do empreendimento na região onde deverá ser construído, durante a sua

instalação e operação. Baseou-se, também, nas consequências desse

empreendimento sobre os meios físico, biótico e sobre o homem e suas

atividades socioeconômicas e culturais.

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Tendo em vista que os impactos ambientais têm efeitos diferenciados,

dependendo do meio sobre o qual atuam e da forma como acontecem,

foram definidas três categorias de Áreas de Influência:

Área Diretamente Afetada - ADA – área que será afetada pelas intervenções diretas das atividades de implantação e operação do empreendimento; Área de Influência Direta - AID – área sujeita aos impactos diretos da implantação e operação do empreendimento. Considera-se, neste caso, no tocante aos meios físico e biótico, a área sujeita às intervenções físicas (obras e serviços operacionais). Nos estudos socioeconômicos, a AID corresponde, normalmente, a extensão dos limites territoriais do município em que se desenvolverá o projeto; Área de Influência Indireta - AII – área real ou potencialmente ameaçada pelos impactos indiretos da implantação e operação do empreendimento e a partir da qual os efeitos diretos da operação do empreendimento se tornariam insignificantes ou, até mesmo, nulos.

Mapa das Áreas de Influência

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Área Diretamente Afetada - ADA

Engloba a área construída do empreendimento e as áreas de entorno que

poderão sofrer intervenção direta, delimitadas pela projeção das curvas de

ruído. A ADA é composta pela área patrimonial e as áreas compreendidas

dentro dos limites das projeções de curva de ruído 1 e 2 para este

empreendimento. Totaliza 10,11 km2 de área, sendo que apenas a área

patrimonial apresenta 6,16 km2 e encontra-se localizada na altura do km

1.074 da BR-116, próximo ao Povoado São José, conhecido como Pé-de-

galinha, no sentido Vitória da Conquista - Rio de Janeiro.

Área de Influência Direta - AID

Nos meios físico e biótico, a AID corresponde aos limites do entorno da

área em que será implantado o empreendimento. Enquanto que para o

meio socioeconômico esta área compreende os Distritos Sede de Vitoria da

Conquista e o Distrito de Iguá, totalizando 1002,46 km2. Esta área deverá

sofrer impactos diretos da implantação e operação do empreendimento,

sejam na infraestrutura de serviços em seu distrito sede, como também nas

áreas próximas aos canteiros de obra.

Essas áreas também sofrerão impactos diretos em decorrência dos eventos

associados a expansão deste novo sítio aeroportuário, como por exemplo,

o aumento no número de viajantes (hotéis, restaurantes, serviços diversos)

e empregos diretos e indiretos que seram gerados.

Área de Influência Indireta - AII

Quanto ao meio socioeconômico, a AII foi definida como a totalidade do

município de Vitoria da Conquista, tendo em vista que o Município como

um todo receberá os impactos diversos. Trata-se de uma área que

circunscreve a AID, sendo aquela que pode ser potencialmente atingida

pelos impactos indiretos da implantação e operação do empreendimento

Em relação aos efeitos sociais ou econômicos, positivos ou negativos da

instalação e operação do empreendimento, eles serão sentidos

indiretamente pela totalidade do município de Vitória da Conquista,

considerado, portanto, como Área de Influência Indireta do meio

socioeconômico.

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Área do Entorno do Empreendimento - AEE

Ainda em relação ao Meio Sócioeconômico, as informações hoje

disponíveis sobre o empreendimento permitem identificar algumas áreas

do entorno do futuro aeroporto que sofrerão impactos diretos de forma

mais intensa, decorrentes da proximidade das áreas das futuras obras e

também de áreas que deverão ter alteradas e diversificadas as atividades

econômicas e o uso do solo.

A área considerada como AEE envolve as localidades de Iguá, São José/ Pé-

de-Galinha, Campinhos, Simão e Quatis dos Fernandes.

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Meio Físico

O quadro a seguir resume as principais condições climáticas da região onde

se encontra a cidade de Vitória da Conquista, na região sul da Bahia.

Principais Características do Clima

Tipo de clima

Clima Subúmido a Seco;

Úmido a Subúmido, em uma pequena área do município;

O clima é atenuado pela altitude, que influencia diretamente na temperatura média e consequentemente nos índices de umidade relativa do ar e evapotranspiração local.

Chuvas

A precipitação média anual é de 769,7 mm de chuvas, com média de 131 dias chuvosos;

De novembro a janeiro, são os meses com maior volume de chuvas, ocorre cerca de 50 % (390 mm) da precipitação total anual;

O menor volume de chuvas é abril a setembro, com valores abaixo de 60 mm, com maior destaque para o mês de agosto - o mês que menos chove.

Temperatura De setembro a março temperaturas mais elevadas entre 18,8° a 22°; No período de abril a agosto temperaturas mais amenas variando entre 17,6° a 21°.

Umidade do ar

A umidade relativa do ar em Vitória da Conquista não apresenta significativa amplitude em relação a outras áreas da região nordeste brasileira;

A umidade relativa do ar registra média anual entre 60 e 70%. Enquanto valores relativos mais baixos, entre 60 e 70%, são verificados por volta de setembro, valores relativos mais altos, entre 75 e 80%, são registrados em abril.

Ventos

A direção média dos ventos e de rajadas é predominante de Sudeste a Norte, desfavorecendo o transporte de poluentes atmosféricos a longas distâncias;

No verão, os ventos variam mais de direção que no período de inverno. Predominam ventos de direção Norte a Leste e em menores frequências e intensidades, os ventos de Noroeste a Norte e de Leste a Sudeste. Classificação dos Climas Básicos no Estado da Bahia (2003)

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Relevo, geologia e solos

As Áreas de Influência do Novo Aeroporto de Vitória da Conquista se

localizam no Planalto Sul Baiano. Sua superfície apresenta altitude variável

entre 800 e 900 m, com relevo suavemente ondulado e amplos vales de

fundo chato. Sobre esta unidade, o rio de Contas e o Paraguaçu abriram

vales profundos, dividindo-o em três seções: o planalto da Conquista, no

sul; o de Itiruçu, no centro; o de Cruz das Almas, no norte.

Conforme mapeamento realizado pela Superintendência de Estudos

Econômicos e Sociais da Bahia - SEI, as Unidades Geomorfológicas do

Planalto Sul Baiano existentes na Área de Influência Indireta do

empreendimento são classificadas em: Pediplano Cimeiro do Planalto Sul-

Baiano, Serras Marginais e Pediplano Sertanejo.

Do Planalto Sul Baiano, o Pediplano Cimeiro (grande área de relevos

aplanados - denominada regionalmente por Planalto do Geraizinhos) é o

que compreende toda a Área Diretamente Afetada e mostra-se

predominante na Área de Influência Indireta, totalizando 92% desta.

Dentro da Área de Influência Indireta destaque-se a Serra do Periperi,

localizada no setor Norte da Cidade de Vitória da Conquista (com altitude

variando de 600 a 1000), atingindo em seu ponto mais alto 1095 metros

acima do nível do Mar. O ponto mais baixo está a 520 metros do nível do

mar, na bacia do Riacho do Zé Velho, a oeste do local do empreendimento.

Solo

Na AID os solos predominantes são os Latossolos, na sua variação

vermelho-amarela. Solos classificados como argissolos são encontrados em

uma pequena porção à noroeste da AID, onde ocorre acentuada variação

de relevo (ondulações e declividade). Com relação à AII, acrescenta-se o

registro de solos do tipo Argissolo Vermelho-Amarelo ao norte e ao oeste

da mesma, principalmente em áreas onde o relevo começa a rebaixar.

Nas áreas alagadas, situadas normalmente em relevo mais baixo, foi

verificada a presença de solos minerais hidromórficos, também chamados

de Gleissolos. Tais solos foram registrados na AID, porém não se encontram

presentes na ADA.

Você Sabia... O solo é um corpo natural formado por componentes minerais e orgânicos, em seus diferentes estados físicos (sólido, líquido e gasoso), também diferenciados em horizontes com profundidades variáveis. Suas características químicas, físicas, biológicas e morfológicas sintetizam a maneira como o clima, a rocha, a vegetação, o relevo e o tempo interagiram para sua formação e determinam suas possibilidades de uso.

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Fonte: SEI (2007). Elaboração: Equipe Hydros.

Mapeamento dos Domínios Geomorfológicos na Área do Empreendimento

Fonte: SEI/SEPLANTEC (2007)

Compartimentos Regionais de Relevo no Estado da Bahia

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Unidades Geomorfológicas da Área de Influência

Relevo da Área de Influência

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Na região de Vitória da Conquista o risco à erosão do solo é classificado

como baixo a muito baixo, havendo processos de desgaste discretos

(erosão laminar), uma vez que o solo local encontra-se seco na maior parte

do ano e seu balanço hídrico anual é negativo.

Na ADA, não existem pontos de forte erosão, com ravinas, voçorocas ou

erosão fluvial; a feição é plana em toda extensão, ou seja, não apresenta

potencial erosivo. No entanto, tais eventos podem ser percebidos na AID,

principalmente nas estradas existentes nesta região.

Deve-se ter maior atenção quanto aos eventos erosivos, no período do

verão, de chuvas mais acentuadas, quando há uma maior probabilidade de

desbarrancamento das margens de rios e encosta, principalmente, nas

áreas em que a cobertura vegetal é rarefeita ou ausente.

Assim, deve-se atentar quanto à ocupação urbana desordenada, a

degradação das nascentes e a redução da cobertura vegetal, fatores

existentes na área de estudo que provocam processos erosivos como as

ravinas e voçorocas.

Voçoroca Localizada a Margem da Estrada que Liga a Comunidade de Campinhos

à Comunidade de Simão

Parte da área da poligonal havia sido requerida junto ao Departamento Nacional de Produção Mineral –DNPM (2011), o qual regula a pesquisa e exploração de recursos minerais em todo território nacional. No entanto, a referida autorização (DNPM Nº 873704/2006) foi concedida apenas para realização de pesquisas. Diante da importância do empreendimento em questão para região e para o estado da Bahia, o referido departamento já foi comunicado pelo DERBA sobre o interesse prioritário pela área da poligonal do Novo Aeroporto de Vitória da Conquista.

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Recursos Hídricos

O Regime Hidrológico da AII encontra-se inserido, parcialmente, nas bacias

do médio rio Pardo, atingindo uma pequena parcela da bacia do rio Contas,

pois o município de Vitória da Conquista está localizado no divisor destas

duas bacias.

O Planalto de Vitória da Conquista na altura da área do empreendimento

funciona como divisor de águas de parte das bacias hidrográficas do rio

Pardo e Gavião. A bacia hidrográfica do rio Pardo está representada na área

de influência do empreendimento pelas sub-bacias do rio Verruga e de

seus afluentes que nascem no referido Planalto e drenam suas águas para

este-sudeste: são os córregos Santa Rita e Lagoa de Baixo; e do rio Jiboia

e/ou Quati, todos perenizados; e a Bacia Hidrográfica do rio Gavião é

representada pela sub-bacia do Riacho Amargoso e seus afluentes que

também nascem no Planalto, mas drenam para oeste-noroeste-sudoeste,

através dos cursos efêmeros e intermitentes dos riachos São Mateus e

Poço Comprido.

Os estudos dos aspectos qualitativos dos cursos d’água das áreas de

influência do empreendimento reconheceram a impossibilidade de usos

das potencialidades das referidas subbacias.

As características do relevo, do clima e da cobertura vegetal, favorece a

formação de rios intermitentes e o desaparecimento das nascentes em

estações mais secas do ano, como na cabeceira do Riacho do Quati, a cerca

de 2 km da comunidade de Pradoso.

Você Sabia... Uma bacia hidrográfica é um conjunto de terras drenadas por um rio principal e seus afluentes. Os mananciais que abastecem os principais núcleos urbanos da região estão

localizados na sub-bacia do rio Catolé Grande, bacia vizinha as bacias do Ribeirão da Jiboia e Verruga que drenam a área onde será implantado o Aeroporto de Vitória da Conquista.

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Sub-bacias do Rio Pardo

Bacias do Rio Pardo e Rio de Contas

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Meio Biótico

Ecossistemas Terrestre e Aquático

Flora

A vegetação do município de Vitória da Conquista reflete as características

geográficas do local, com presença de florestas úmidas, em sua borda

oriental, vegetação de porte médio, resultado do clima sub-úmido que

compreende a porção do planalto, e de caatinga – vegetação característica

do semi-árido – na parte ocidental do município.

Associado ao bioma Mata Atlântica, a floresta estacional, floresta seca ou

mata de cipó se caracteriza pela estacionalidade climática: são

caraterizadas por um clima de duas estações, uma chuvosa e outra seca;

cujo gradiente de caducifólia (perda de folhagem) fica entre 20 e 50%. As

espécies vegetais que ocorrem neste ambiente apresentam adaptações

para a aridez, como folhagem mais dura e menos flexível (Plantas

esclerofilas), de tamanho reduzido, além de ser floresta baixa, com altura

média de 15 metros.

Também conhecidas por florestas mesófilas, matas-de-cipó, “floresta

estacional latifoliada subcaducifólia” ou “brejos de altitude”, estas matas

ocupavam continuamente boa parte do planalto, até início da década de

1970, embora já estivessem restritas a locais de difícil acesso, ocupando

uma área de 965 km² na forma de manchas que oscilavam em torno de 10

a 15 km². Posteriormente, boa parte dessas florestas desapareceu devido

ao desenvolvimento da cafeicultura na região, que encontra aí clima e solos

adequados.

Você sabia... As florestas das regiões tropicais se constituem numa das áreas naturais de maior diversidade biológica do globo terrestre. Cerca de um terço das florestas tropicais úmidas, que restam no mundo, está no Brasil e a conservação da natureza aqui, desde o código florestal de 15 de setembro de 1965, tem sido feita através de unidades de conservação, como Parques, Áreas de Proteção Ambiental, Estações Ecológicas.

Você sabia... A Bahia, pela grande variabilidade climática e topográfica, apresenta grande diversidade de formações vegetais associadas ao bioma Mata Atlântica e, dentre eles, apresenta a maior área contínua das florestas estacionais no Nordeste. Sua região de ocorrência original abrangia integralmente ou parcialmente atuais 17 estados brasileiros: Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo. Atualmente, a Mata Atlântica está reduzida a 7,8% de sua área original, com cerca de 102.000 Km2 preservados. É o segundo bioma mais ameaçado de extinção do mundo, perdendo apenas para a quase extinta florestas da ilha de Madagascar na costa da África.

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As áreas de influência direta e indireta estão situadas em uma faixa de

transição entre o bioma Mata Atlântica, representado através de sua

fitosionomia denominada Floresta Estacional Semidecidual (Mata de Cipó),

e o bioma Caatinga.

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Mapa da Cobertura Vegetal da AID E AII

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Participação de cada Unidade de Cobertura Vegetal e Uso da Terra na AID do

Empreendimento

Classe Área (m²) Área (ha) %

Caatinga Arbustiva 10.188.000,03 1.018,80 5,17

Caatinga Arbórea 6.390.945,07 639,09 3,24

Floresta Estacional Semidecidual / Mata de Cipó 19.963.286,88 1.996,33 10,12

Ecótono Floresta Estacional / Caatinga 12.736.597,14 1.273,66 6,46

Corpos d’água 7.073.157,16 707,32 3,59

Área Urbana de Alta Densidade 3.785.162,16 378,52 1,92

Área Urbana de Baixa Densidade 3.018.673,16 301,87 1,53

Agricultura / Pastagem 133.949.748,31 13.394,97 67,93

Solo Exposto 78.320,41 7,83 0,04

Total 197.183.890,31 19.718,39 -

Percentual de Distribuição de Grupos de Unidades de Cobertura Vegetal na AID

Na área de influência direta do projeto, as formações vegetais originais

foram substituídas por pastagens com espécies de gramíneas,

predominando a espécie Brachiaria sp, enquanto em outras áreas

pequenas chácaras ou sítios.

A AII é marcada pela presença da sede de Vitória da Conquista, com cerca

de 260 mil habitantes (IBGE, 2011), sede do terceiro município mais

populoso do estado da Bahia. Sua expansão urbana avança sobre áreas de

cobertura vegetal e de agricultura, comprometendo a qualidade das águas

(rios e riachos) através da contaminação por esgotos domésticos. Assim,

parte do ecossistema dos ambientes aquáticos ( rios e riachos, seus brejos,

os barramentos e as lagoas) estão sofrendo alto grau de eutrofização, em

função da contribuição de esgotos domésticos da sede do referido

município.

Você sabia... Áreas Antropizadas são todas aquelas desprovidas de cobertura vegetal nativa, que são aproveitadas para a implantação de sistemas agrossilvipastoris, centros de ocupação humana (rural ou urbano), ou simplesmente áreas de exploração de madeira (através de corte seletivo ou não). Em todos esses tipos quem primeiro sofre as conseqüências da antropização é a cobertura vegetal, vindo logo em seguida a fauna a ela relacionada.

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O domínio na AII é das áreas antropizadas, especialmente a agricultura e as

pastagens, que representam 62,2% desta área. Em seguida, aparecem as

áreas urbanas de alta densidade (sede municipal) e as mata de cipó, as

quais representam cada uma, cerca de 10% da AII. A caatinga arbórea

limita-se a três áreas: margem direita do riacho do Quati, próxima a Iguá;

margem direita do riacho Santa Rita, próxima a Pé-de-galinha; e região do

povoado de Serrinha.

Participação de cada Unidade de Cobertura Vegetal e Uso da Terra na AII do Empreendimento

Classe Área (m²) Área (ha) %

Caatinga Arbustiva 52.833.385,11 5.283,34 6,877

Caatinga Arbórea 6.390.945,07 639,09 0,832

Floresta Estacional Semidecidual / Mata de Cipó 79.097.262,81 7.909,73 10,295

Ecótono Floresta Estacional / Caatinga 52.479.575,66 5.247,96 6,831

Corpos d’água 10.232.285,48 1.023,23 1,33

Área Urbana de Alta Densidade 81.860.084,56 8.186,01 10,655

Área Urbana de Baixa Densidade 5.217.343,38 521,73 0,679

Agricultura / Pastagem 478.082.241,46 47.808,22 62,226

Solo Exposto 2.101.518,35 210,15 0,274

Total 768.294.641,89 76.829,46 -

Percentual de Distribuição de Grupos de Unidades de Cobertura Vegetal na AII

Você sabia... A Eutrofização (ou eutroficação) é um processo normalmente de origem antrópica (provocada pelo homem), ou raramente de ordem natural, tendo como princípio básico a gradativa concentração de matéria orgânica acumulada nos ambientes aquáticos. É o processo de poluição de corpos d'água, como rios e lagos, devido ao acúmulo de nutrientes dissolvidos, que acabam adquirindo uma coloração turva ficando com níveis baixíssimos de oxigênio dissolvido na água. Isso provoca a morte de diversas espécies animais e vegetais, e tem um altíssimo impacto para os ecossistemas aquáticos.

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Perfil Esquemático da Floresta Estacional Semi-decidual - Mata de Cipó - em Estágio Inicial de Regeneração.

1. Unha de Gato (Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke) 2. Claraíba (Cordia ecalyculata Vell.) 3. Laranjinha (Zanthoxylum gardneri Engl.) 4. Murta (Myrcia sp.) 5. Pau sangue (Pterocarpus rohrii Vahl.) 6. Bastião (Dalbergia decipularis Rizzini & A. Mattos) 7. Cipó escada de macaco (Bauhinia smilacina Steud.) 8. Cipó (Machaerium sp.)

O bioma da caatinga, encontrado na área ocidental do município de Vitória

da Conquista, se caracteriza por apresentar, geralmente, plantas de baixo

ou médio porte (herbáceo-arbustivo-arbóreo), xerófitas e, em sua maior

parte, caducifólias. A ação antrópica local permitiu na região a exploração

silvo pastoril e a agricultura de subsistência nas áreas de melhor potencial

agrícola.

Na região ainda pode ser encontrado um remanescente de mata de cipó nas Serras da Tromba e do Periperi (Área de Proteção Ambiental – APA – área norte da cidade), em estágio médio de regeneração. Em vários pontos, no interior da mata podem ser observadas grandes clareiras e troncos cortados o que significa a ação de corte seletivo, retirando aqueles espécimes de maior valor econômico.

Vitória da Conquista caracteriza-se por possuir um clima semi-árido e em algumas regiões, sub-úmido, com tendência de risco alto a médio de seca, possuindo 100% de sua área inserida no Polígono das Secas. Em 2005, o Ministério da Integração Nacional publicou uma portaria (89/05) definindo e nomeando os municípios que integram a nova Região Semi-árida do Brasil, segundo três critérios – precipitação, índice de aridez e risco de seca, confirmando a inclusão da região do Planalto da Conquista nesta categoria.

De acordo com a Resolução nº 1.009, de 06 de dezembro de 1994 do CEPRAM, Portaria n° 113-N, de 29 de dezembro de 1995 do IBAMA e Instrução Normativa nº 6, de 23 de setembro de 2008 do IBAMA (Lista Oficial de Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção), ocorrem, na área de influência indireta do empreendimento, as seguintes espécies incluídas na categoria “vulnerável” e ameaçadas de extinção: aroeira (Myracrodruon urundeuva), braúna (Schinopsis brasiliensis e Melanoxylon brauna), quixabeira (Bumelia obtusifolia) e o cipó-escada-de-macaco (Bauhinia smilacina).

Você sabia... Floresta Estacional Semidecidual: o conceito ecológico deste tipo de vegetação está condicionado à dupla estacionalidade climática: uma chuvosa e um longo período de seca no qual mais de 50% dos indivíduos perdem as folhas.

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Na Área de Influência Direta predominam as caatingas arbórea e arbustiva,

onde a presença de árvores e arbustos é esparsa, com indivíduos

alcançando até 5,0 m de altura, podendo apresentar indivíduos emergentes

de até 8,0 m, e copa de até 3,5 m de diâmetro. Essa variação fisionômica

parece estar associada a fatores edáficos (profundidade, fertilidade e

pedregosidade do solo) e hídricos (locais sujeitos ou não a alagamento). As

áreas próximas às rodovias estaduais e federais, e também próximas aos

centros urbanos apresentam níveis de antropização bastante elevados,

comprometendo a frequência e distribuição das espécies. Nesses casos, a

jurema predomina em praticamente todos esses ambientes, além do

estabelecimento de gramíneas invasoras.

Fotos da jurema gêneros Brachiaria sp., Eragrostis sp. e Andropogon sp.

Definições do bioma Caatinga

Vegetação que cobre uma área mais ou menos contínua, submetida a um clima quente e semi-árido, bordeado por áreas de clima mais úmido;

Vegetação com plantas que apresentam características relacionadas a adaptações a deficiência hídrica (caducifolia, herbáceas anuais, suculência, acúleos e espinhos, predominância de arbustos e árvores de pequeno porte, cobertura descontínua de copas);

Flora com algumas espécies endêmicas a área semi-árida e em outras áreas secas, e não ocorrem nas áreas mais úmidas que fazem limite com o semi-árido. A Caatinga apresenta três estratos: arbóreo (8 a 12 metros), arbustivo (2 a 5 metros) e o herbáceo (abaixo de 2 metros).

O que o IBGE disse...

...caatinga ou “savana estépica” é a vegetação característica do “sertão-árido” do Nordeste do Brasil, adaptada a dupla estacionalidade da região: dois períodos secos anuais, um com longo déficit hídrico, seguido de chuvas intermitentes e outro com seca curta, seguido de chuvas torrenciais que podem faltar durante anos.

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Perfil Esquemático da Caatinga Arbórea.

Legenda: 1. Umbu (Spondias tuberosa Arruda) 2. Unha de Gato (Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke) 3. Juazeiro (Zizyphus joazeiro Mart.) 4. Angico (Anadenanthera macrocarpa (Benth.) Brenan) 5. Tamboril (Enterolobium schomburgkii (Benth.) Benth.) 6. Catinga (Caesalpinia pyramidalis Tul) 7. Cabeça de frade (Melocactus sp.)

Perfil Esquemático da Caatinga Arbustiva.

Legenda: 1. Catinga (Caesalpinia pyramidalis Tul) 2. Xique-xique (Pilosocereus sp.) 3. Quipá (Opuntia sp.) 4. Cabeça de frade (Melocactus sp.) 5. Mandacaru (Cereus jamacaru DC.) 6. Marmeleiro (Croton argirophylloides Muell.Arg.)

É possível encontrar plantas representativas de caatingas arbustivas, como: velame (Croton campestris e Croton spp.), cambará (Lantana camara), pinhão bravo (Jatropha mollisima e Jatropha sp.), mandioca brava (Manihot sp), jurema (Mimosa tenuiflora), malva (Sida glomerata e Sida sp.), carqueija (Borreria sp.), caliandra (Calliandra depauperata), mandacaru (Cereus jamacaru), quiabento (Pereskia bahiensis), facheiro e xiquexique (Pilosocereus spp.), cipós (Arrabidaea sp., Cuspidaria sp. e Pyrostegia venusta), moleque duro (Cordia leucocephala), crista-de-galo (Heliotropium sp.) e pereiro (Aspidosperma pyrifolium).

Na Caatinga arbórea, ainda que também ocorram arbustos, dentre as espécies encontradas com maior frequência podem ser mencionadas catingueira (Caesalpinia pyramidallis), angico (Anadenanthera macrocarpa), aroeira (Myracrodruon urundeuva), barriguda (Chorisia glaziovii), pau d’arco ou ipê roxo (Tabebuia impetignosa), braúna (Schinopsis brasiliensis), tamboril (Enterolobium contortisiliquum), unha de gato (Piptadenia sp.) e mulungu (Erythrina velutina).

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Mas a situação atual de quase todos os pontos de caatinga arbórea

encontra-se muito descaracterizada por conta da exploração ilegal de

madeira, principalmente para fabricação de carvão. Apenas em áreas mais

remotas e afastadas de vias de acesso apresentam fragmentos em melhor

condição de conservação (a serra da Tromba e a serra do Periperi).

Grande quantidade de indivíduos de ecologia pioneira pode ser

encontrada, confirmando o estágio de regeneração da caatinga arbórea,

destacando-se: jurema, marmeleiro, pinhão, jurubeba, canafístula, croton e

quiabento. A ausência de cipós e lianas contrasta com a fitofisionomia de

mata seca, comporvando a diferença de biomas que existe na região

Definição das Unidades Ambientais Homogêneas Identificadas nas Áreas de Influência do Empreendimento Novo Aeroporto de Vitória da Conquista

Unidade Ambiental

Área (km2) (%) Definição da Unidade Ambiental

Caatinga 7.580,32 8,0

Ambiente característico da região semi-árida do Nordeste Brasileiro, caracterizada por vegetação xerófita de baixo a médio porte. São observados os estratos herbáceo, arbustivo e arbóreo. A maioria das plantas é caducifólia e com adaptações ao clima semi-árido, tais como suculência, acúleos e espinhos. É observado o predomínio de leguminosas.

Ecótono 9.906,06 10,4 Zonas de contato ou transição entre duas formações vegetais, no caso da presente análise, Mata Atlântica (fitofisionomia de Floresta Estacional Semidecidual - Mata de Cipó) e Caatinga.

Floresta

Estacional

Semidecidual

6.521,62 6,9

Trata-se de uma floresta alta, com estratificação complexa e média diversidade florística, com predomínio de cipós e lianas, que ocorre em climas com estacionalidade bem definada. Esta formação também apresenta significativo componente de serrapilheira, bem como pteridófitas e bromélias.

Aglomeração Urbana

9.388,13 9,9 Corresponde às aglomerações residenciais nas zonas urbana e rural do município de Vitória da Conquista

Área Antropizada

61.421,17 64,7 Corresponde às áreas afetadas por atividades humanas (agricultura, pastagem e solo exposto), situadas predominantemente na zona rural do município de Vitória da Conquista.

Área de Proteção

Permanente (APP)

72,96 0,1

As áreas definidas como APPs correspondem aos cursos d’água, áreas alagáveis, topos de morros e montanhas, lagos e lagoas, reservatórios artificiais de água, nascentes e áreas com declividades superiores a 45°.

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Distribuição das Unidades Ambientais nas Áreas de Influência do

Empreendimento Novo Aeroporto de Vitória da Conquista

Fitofisionomia de Caatinga em Estágio Inicial de Regeneração

Fitofisionomia do Ecótono – Floresta Estacional Semidecidual / Caatinga

Bromélia (ao centro) e Cipó “liana” (à esquerda), Exemplares Característicos de

Formações de Floresta Estacional Semidecidual

Área Antropizada com Cultivo de Mandioca

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Área Antropizada Apresentando Solo Exposto e Pasto em Regeneração

Área Antropizada com Plantio de Eucalipto

Fonte: Google Maps

Nucleação Urbana no Povoado de São José /Pé-de-Galinha

Ecótonos - Áreas de Transição

Você sabia... Um ecótono é a região de transição entre dois biomas, também conhecido como ecótones, apresenta grande biodiversidade, uma vez que reune espécies pertencentes a nichos ecológicos distintos.

O que o IBGE (1991) disse: ...as áreas de transição são consideradas sistemas de Tensão Ecológica, ou seja, áreas onde as comunidades vegetais são indiferenciadas, onde as floras se interpenetram constituindo as transições florísticas ou mosaicos específicos. Os limites entre as duas fitofisionomias são bastante sutis, permitindo uma variada interpretação da condição ecológica.

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Na área em estudo, as zonas de tensão ecológica são representadas pela

transição entre a mata de cipó e a caatinga. As áreas de ecótono ou tensão

ecológica entre caatinga e mata de cipó possuem espécimes de ambos os

biomas, distribuídos em um mosaico florestal composto por formações

vegetacionais de Caatinga (fitosionomias arbustiva e arbórea); Áreas de

Ecótono Caatinga / Floresta Estacional Semidecidual; e Áreas de Floresta

Estacional Semidecidual - Mata de Cipó. O Parque da Serra do Periperi e do

Poço Escuro é uma unidade de conservação situada no topo da Serra do

Periperi, que caracteriza uma área de tensão ecológica típica do contato

Caatinga/Floresta Estacional.

Áreas Agrícolas

Os agroecossistemas da região encontram-se todos situados nas áreas de

influência direta do empreendimento. Os principais são:

O cultivo extrativista das florestas nativas até mais ou menos a década de 70;

A cana de açúcar;

A cafeicultura;

O eucalipto e pinus, mais recentemente, com o expressivo reflorestamento da área de mata nativa.

Algumas espécies vegetais que ocorrem na área de estudo são

consideradas bons bioindicadores, sendo sensíveis a alterações na

composição do ar, do solo e do lençol freático, podendo ser utilizadas na

avaliação e monitoramento das alterações ambientais. Neste contexto, a

espécie mela bode (Herissantia tiubae) merece destaque por responder

rapidamente às variações ambientais, seja sob o ponto de vista dos sais

Com as restrições ambientais quanto à retirada de madeiras das florestas estacionais, cresceu a demanda por madeiras oriundas de plantações industriais. A topografia da região de Vitória da Conquista é favorável para a implantação de uma indústria florestal de eucalipto, devido seu relevo pouco acidentado na maior parte de suas áreas, característica indispensável para a mecanização. Assim, de acordo com a procura industrial por florestas plantadas e segundo as atuais políticas de reflorestamento estratégico, a tendência é que as áreas de plantio de eucalipto aumentem nos próximos anos, fazendo com que diminua as pressões sobre as áreas de floresta nativa situadas no entorno da região .

Você sabia... Os bioindicadores são organismos ou comunidades, cujas funções vitais se correlacionam tão estreitamente com determinados fatores ambientais, que podem ser empregados como indicadores na avaliação da qualidade ambiental de uma determinada área (SINGH, 1993; Agraval et al, 1991). Estes organismos podem ser usados para detectar alterações ambientais provocadas pelas atividades humanas, as quais podem ser perigosas para o próprio homem. Os vegetais podem se constituir em bons indicadores, pois apresentam estruturas celulares muito sensíveis a determinadas mudanças ambientais, que são facilmente visíveis.

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minerais, seja da água, variando seu porte, intensidade do verde das folhas

e mesmo o tamanho das flores.

Espécies Endêmicas e Ameaçadas de Extinção

Com a identificação de espécies protegidas, raras, endêmicas e/ou

ameaçadas de extinção, de valor ecológico, econômico, medicinal,

faunístico e/ou ornamental, além de especificar seus diferentes estratos

vegetais, usos e habitat é possível traçar estratégias eficientes para

minimizar os efeitos do empreendimento sobre a biota local.

De acordo com a Lista Oficial de Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de

Extinção (IBAMA, 2008), ocorrem na área de influência direta do

empreendimento, as seguintes espécies ameaçadas de extinção:

A) Aroeira (Myracrodruon urundeuva); B) Braúna (Schinopsis brasiliensis); C) Cipó-escada-de-macaco (Bauhinia smilacina).

A espécie Syagrus coronata (Mart.) Becc., identificada na área de influência

direta e conhecida popularmente, como “licurizeiro”, tem sua preservação

garantida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos

Naturais Renováveis – IBAMA (Instrução Normativa nº 147, de 10 de

janeiro de 2007), a qual proibe seu corte nas áreas de ocorrência natural

desta palmeira, estados de Pernambuco e da Bahia, permitindo apenas a

sua exploração de forma sustentável, através da extração de frutos, cera,

óleo e folhas secas para produção de objetos utilitários e artesanato.

A) Aroeira (Myracrodruon urundeuva); B) Flor de Aroeira; C) Licurizeiro (Syagrus coronata); D) Braúna (Schinopsis brasiliensis);

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Identificação de espécies de flora que poderão ser objeto de resgate

A construção de qualquer empreendimento promove uma alteração

ambiental, principalmente com a retirada de áreas florestadas. A

minimização destes impactos pode ser feita através de procedimentos de

manejo da área, com o resgate e/ou monitoramento de espécimes vegetais

vulneráveis ou sensíveis.

Na área alvo do projeto, algumas espécies a serem suprimidas deverão ser

monitoradas e/ou ter seu resgate garantido, visto que são de grande

importância ecológica, econômica e ornamental.

Dentre as espécies de potencial madereiro e ornamental existentes na

região, indicadas para realização de resgate e monitoramento, pode-se

citar:

Ipê (Tabebuia sp);

Louro (Ocotea sp. e Xylopia sp.);

Pau ferro (Caesalpinia ferrea);

Quixabeira (Bumelia sartorum);

Madeira nova (Pterogyne nitens);

Angico (Anadenanthera macrocarpa);

Juazeiro (Ziziphus joazeiro);

Umbuzeiro (Spondias tuberosa).

As áreas da Serra do Periperi e Serra do Tombador são locais de influência

do empreendimento que podem ser utilizados como área de reintrodução

de espécimes vegetais e que se constituem em corredores ecológicos entre

as áreas contíguas de mata atlântica, floresta estacional e caatinga,

situadas nos municípios mais ao sul e ao oeste de Vitória da Conquista.

Estimativa de área a ser suprimida

Para implantação e operação do novo aeroporto de Vitória da Conquista,

será necessária, a supressão de parte da vegetação presente na ADA. Tal

intervenção ocorrerá apenas na primeira fase de implantação do

empreendimento, uma vez que as outras etapas previstas para ampliação

deste sítio aeroportuário, não apresentam variação significativa da área

física do empreendimento. Neste cenário, as intervenções sobre a

cobertura vegetal são aqueles de maior impacto visual, causando

modificações progressivas nos ambientes.

A prefeitura municipal de Vitória da Conquista administra a Reserva Florestal do Poço Escuro, que é uma área com 17 hectares de mata ciliar, que abriga as principais nascentes do Rio Verruga, localizada na vertente sul da Serra do Periperi.

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As áreas alvo de supressão para implantação do referido empreendimento

se apresentam de maneira uniforme, com fisionomia de áreas antropizadas

e pastagens, embora 15% da área desta apresentem cobertura do solo com

vegetação nativa. As tipologias nativas, alvo de intervenção para

implantação do aeroporto, estão distribuídas da seguinte forma, 20% de

floresta estacional semi-decidual - mata de cipó em estágio médio de

regeneração e 80% de floresta estacional semi-decidual - mata de cipó em

estágio inicial de regeneração.

Dos 61,96ha de vegetação nativa existente na ADA, cerca de 26,86ha serão

suprimidos, o que corresponde a 43,35% da vegetação mencionada.

Ocupação da Área da Poligonal nas Diferentes Fases o Projeto

Fase do Projeto Área Consumida (ha) Crescimento

Acumulado (%)

Fase de Implantação 1 (2015) 203,43 -

Fase de Implantação 2 (2020) 211,54 3,98

Fase de Implantação 3 (2030) 217,29 6,81

Volume de Madeira por Espécie a ser Suprimida na Área do Empreendimento

Nome popular Nome científico Volume de madeira (m³)

Unha de gato Piptadenia stipulacea 1865,57

Bastião Dalbergia decipularis 1070,85

Louro Ocotea sp. 848,60

Saraguá Eugenia sp. 289,60

Murta Myrcia sp. 410,83

Claraíba Cordia ecalyculata 720,64

Angico Anadenanthera sp. 633,08

Cipó lenhoso Machaerium sp. 121,23

Pau sangue Pterocarpus sp. 336,75

Laranjinha Zanthoxylum gardneri 40,41

Grão de burro Peltogyne sp. 168,37

Madeira nova Pterogyne nitens 74,08

Jaboti Myrciaria sp. 26,94

Cipó lenhoso Bauhinia sp. 60,61

Pau de leite Himathathus sp. 87,55

Amargoso Aspidosperma spruceanum 26,94

Cipó lenhoso Condylocarpon isthmicum 20,20

Pau vidro Casearia sp. 47,14

Canela Xylopia sp. 33,67

Cipó lenhoso Moldenhawera sp. 6,73

Cipó escada de macaco Bauhinia smilacina 13,47

Sabiá Mimosa caesalpiniifolia 6,73

Catinga Caesalpinia sp. 6,73

A área a ser ocupada pelas estruturas físicas do empreendimento

apresentará pouca variação ao longo das fases de ampliação programadas

para este sítio aeroportuário, como pode ser observado no quadro a seguir.

As espécies listadas no quadro, que serão suprimidas, são as mais encontradas na região e aquelas destinadas à forragem e utilização da madeira para

fabricação de mourões. Ao total deverão ser suprimidos 6.916,72 m³ de

madeira nativa, que poderão ser destinados à comunidade do entorno em seus projetos locais.

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Definição das pressões sobre as unidades ambientais

As principais pressões e vetores de incidência decorrem principalmente de

ações antrópicas que comprometem a dinâmica ecológica local, as quais

são impulsionadas pelo crescente processo de urbanização evidenciado no

distrito sede do município de Vitória da Conquista, além do uso muitas

vezes inadequado dos recursos naturais na zona rural deste município.

Neste contexto, o distrito sede é considerado como a fonte geradora de

vetores de pressão, os quais irradiam em direção aos ambientes de

vegetação nativa (Caatinga, Ecótono e Floresta Estacional Semidecidual),

cada vez mais escassos. Estes efeitos são facilmente observados na AID e

Área Diretamente Afetada - ADA do empreendimento, uma vez que estas

áreas estão relativamente próximas aos limites da zona urbana do

município.

Unidades Ambientais, Pressões Incidentes e Efeitos destas Pressões

Unidade

Ambiental

Principais Pressões Verificadas Possíveis Efeitos sobre a Unidade

Ambiental

Caatinga

Retirada ilegal de madeira Prática indevida de queimadas Substituição da Caatinga por

pasto ou monoculturas Uso de agroquímicos Caça Ocupação urbana

Fragmentação de ambientes Alteração da dinâmica ecológica local Redução da Biodiversidade Redução do valor ecológico do

ambiente Exposição do solo e erosão Contaminação química de corpos

d’água, solo e água subterrânea

Ecótono

Retirada ilegal de madeira Prática indevida de queimadas Substituição das áreas de

ecótono por pasto ou monoculturas

Uso de agroquímicos Caça Ocupação urbana

Fragmentação de ambientes Alteração da dinâmica ecológica local Redução da Biodiversidade Redução do valor ecológico do

ambiente Exposição do solo e erosão Contaminação química de corpos

d’água, solo e água subterrânea

Floresta

Estacional

Semidecidual

Retirada ilegal de madeira Prática indevida de queimadas Substituição das áreas de

Floresta Estacional Semidecidual por pasto ou monoculturas

Uso de agroquímicos Caça Ocupação urbana

Fragmentação de ambientes Alteração da dinâmica ecológica local Redução da Biodiversidade Redução do valor ecológico do

ambiente Exposição do solo e erosão Contaminação química de corpos

d’água, solo e água subterrânea

Aglomeração

Urbana

Expansão urbana Ocupação de APPs Ocupação de áreas verdes Lançamento de esgoto em rios e

córregos Depósitos indevidos de resíduos

sólidos nos rios e em suas áreas de drenagem

Aumento nos índices de pobreza da população

Redução da qualidade ambiental urbana

Contaminação do solo Contaminação dos rios Aumento no número de inundações Aumento na incidência de doenças de

veiculação hídrica

Continua.

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Unidades Ambientais, Pressões Incidentes e Efeitos destas Pressões (Continuação)

Unidade

Ambiental

Principais Presões Verificadas Possíveis Efeitos sobre a Unidade

Ambiental

Área

Antropizada

Uso de agroquímicos Compactação do solo Prática indevida de queimadas

Contaminação do solo, corpos d’ água e águas subterrâneas

Exposição do solo e erosão Alteração na permeabilidade do solo Redução na fertilidade do solo

Área de

Proteção

Permanente

(APP)

Retirada ilegal de madeira Prática indevida de queimadas Substituição das áreas de APPs

por pasto ou monoculturas Compactação do solo Uso de agroquímicos Lançamento de esgoto em rios e

córregos Depósitos indevidos de resíduos

sólidos nos rios e em suas áreas de drenagem

Ocupação urbana

Fragmentação de ambientes Alteração da dinâmica ecológica local Redução da Biodiversidade Redução do valor ecológico do

ambiente Exposição do solo e erosão Redução na fertilidade do solo Assoreamento de nascentes e corpos

d’água Contaminação química de corpos

d’água, solo e água subterrânea Contaminação do solo, corpos d’ água

e águas subterrâneas Alteração na permeabilidade do solo Aumento no número de inundações

Modelo Biogeográfico, Fragmentação Ambiental e Vetores de Incidência de Pressões Incidentes Sobre as Unidades Ambientais de Vegetação Nativa

Existentes na ADA e AEE

Fauna

A fauna terrestre e aquática encontrada na ADA e na AID são típicas de

ambientes antropizados. No entanto, foram registradas espécies

bioindicadoras de qualidade ambiental e outras com algum nível de

ameaça de extinção. Com destaque a presença da onça-parda (Puma

concolor), na ADA, a qual foi registrada a partir de vestígios e avistamento,

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em fragmento florestal desta área. No entanto, a ocorrência desta espécie

se deve à proximidade de áreas com vegetação menos fragmentada das

serras do Periperi e do Tombador, as quais circundam parte da AID, bem

como pelo atrativo da caça, uma vez que é comum a criação de caprinos e

ovinos em áreas próximas à ADA.

Fauna Bioindicadora de Qualidade Ambiental Registradas na Área de Influência do Empreendimento Novo Aeroporto de Vitória da Conquista

Grupo da Fauna Amostrado Ordem / Espécie

Bioindicadora Nome Popular

Entomofauna

Lepdoptera Eurema elathea flavescens Phoebis sennae marcelina Anteos clorinde Heliconius erato phyllis Heliconius ethilla narcaea Morpho helenor bahiana Hamadryas februa februa Anartia amathea roeselia Mestra dorcas hypermestra Bibilis hyperia hyperia Tegosa sp. Synapte malitiosa equa Heraclides himeros baia

Hymenoptera Eulaema nigrita Euglossa carolina Euglossa securigera

Borboleta Borboleta Borboleta Borboleta Borboleta Borboleta Borboleta Borboleta Borboleta Borboleta Borboleta Borboleta Borboleta Abelha Abelha Abelha

Avifauna

Galliformes Ortalis guttata

Passeriformes Herpsilochmus sellowi

Aracuã Choroazinho-da-caatinga

Continua.

Fauna Bioindicadora de Qualidade Ambiental Registradas na Área de Influência do Empreendimento Novo Aeroporto de Vitória da Conquista (Continuação)

Grupo da Fauna Amostrado Ordem / Espécie Bioindicadora Nome Popular

Mastofauna

Cetarthiodactyla Mazama gouazoubira

Carnivora Puma concolor Leopardus cf. pardalis

Veado-catingueiro Onça-parda Jaguatirica

Listagem das Espécies Ameaçadas de Extinção Registradas na Área de Influência do Empreendimento Novo Aeroporto de Vitória da Conquista.

Grupo da Fauna Amostrado

Ordem / Espécie Nome Popular Nível de Ameaça*

Entomofauna Lepdoptera

Heraclides himeros baia

Borboleta Criticamente

ameaçada

Herpetofauna

Anura Leptodactylus cunicularius

Squamata Tupinambis merianae Bothrops pirajai

Crocodylia Caiman latirostris

Sapo

Teiú Jaracuçu-tapete

Ameaçada

Vulnerável Vulnerável

Ameaçada

Avifauna

Galliformes Penelope jacucaca

Psittaciformes Aratinga auricapillus Primolius maracana

Passeriformes Hylopezus ochroleucus Herpsilochmus sellowi

Jacutinga

Maracanã

Toron-do-nordeste

Chorrozinho-da-caatinga

Vulnerável

Ameaçada Ameaçada

Ameaçada Ameaçada

Mastofauna

Lagomorpha Sylvilagus brasiliensis

Carnivora Puma concolor Leopardus cf. pardalis

Tapeti

Onça-parda Jaguatirica

Vulnerável

Vulnerável Vulnerável

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Espécie de Borboleta Heraclides himeros baia (Paipilionidae, Lepidoptera)

Classificada em Estado Criticamente Ameaçada de Extinção

Espécie de Borboleta Synapte malitiosa equa (Heperiidae, Lepidoptera) Classificada como Rara

Você sabia... Considera-se espécie rara aquela que apresenta uma distribuição geográfica restrita a uma determinada região e uma baixa frequência de ocorrência.

A serpente Bothrops pirajai conhecida como jararacuçu-tapete no município sede do empreendimento, é considerada uma espécie rara e endêmica do Brasil; os fatores de ameaça estão associados a questão da degradação do habitat da espécie. No levantamento da Entomofauna da área do empreendimento, a Synapte malitiosa equa (Heperiidae, Lepidoptera), principalmente em Floresta Semidecidual, é uma espécie considerada rara.

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Espécies Endêmicas Encontradas na Área de Influência Direta do Empreendimento

A) lagartixa (Tropidurus semitaeniatus); B) lagartixa (Eurolophosaurus sp.); C) cágado-d’água

(Mesoclemys tuberculata) foto por: Thiago Nilo, coordenada 24L 288054 8358554, abril de

2011; D) sapinho-da-caatinga (Proceratophrys cristiceps).

Entre as aves, alguns grupos tróficos podem ser utilizados como

bioindicadores de qualidade ambiental: frugívoros e insetívoros

especializados, carnívoros e espécies com dieta generalista / onívora (PIZO,

2001).

O aracuã (Ortalis guttata), considerada uma espécie indicadora de boa

qualidade ambiental, foi registrado no fragmento de mata da AII do

empreendimento. Isto sugere atenção a esta espécie; investimento em

planejamento em sua conservação na área, uma vez que é uma espécie

considerada cinegética, sendo alvo de caça pela população local.

Dentre as espécies indicadoras de qualidade ambiental destacam-se a

ocorrência de espécies dependentes de ambientes florestais como os

primatas (Callithrix penicillata “mico-estrela” e Cebus xanthosternos

“macaco-pego-do-peito-amarelo”), o bicho-preguiça (Bradypus variegatus),

o tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla), os veados (Mazama spp.) e o

É comum o comércio de animais silvestres e a caça para consumo pela população de baixa renda: os répteis constam como segundo lugar entre os animais mais apreendidos, por exemplo, o jacaré-de-papo-amarelo (Caiman latirostris) e a jibóia (Boa constrictor). Dezoito espécies de aves são alvo de captura por parte da população local, para serem utilizadas como alimento ou para serem criadas em cativeiros (xerimbabo) ou para comércio ilegal (12 espécies);

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ouriço (Sphiggurus insidiosus). Algumas destas espécies, porém, pode

apresentar tolerância a ambientes antropizados e perturbações de origem

antrópica e baixa capacidade de dispersão, contribuindo assim para o

isolamento destas populações em fragmentos em degeneração.

Interfaces da avifauna com o aeroporto, rotas e sazonalidades de espécies

migratórias.

A avifauna das AII e AID oferecem pouco risco à aeronavegação, uma vez as

espécies de aves migratórias que podem ocorrer na região não são

categorizadas como de alto risco, uma vez que na maior parte do tempo

estão empoleiradas ou apresentam vôos curtos e de baixa altura, tem

tamanho inferior a 250 g, ocorrem solitários ou em pares e tem frequência

relativa pouco comum.

O Quadro abaixo apresenta a listagem das espécies registradas neste

estudo e que podem apresentar algum risco de colisão com aeronaves.

Estes riscos foram baseados na matriz elaborada pelo CENIPA, órgão do

Ministério da Defesa do Brasil.

Espécies Registradas nas Áreas de Influência (AII e AID) do Empreendimento Novo Aeroporto de Vitória da Conquista, Bahia, que Apresentam algum Risco de Colisão com Aeronaves

Família / Espécie Nome comum Motivo do risco

Falco sparverius quiri-quiri

Tamanho corporal médio; forrageia a pouca

altura em áreas abertas; há registros anteriores

de colisões com aeronaves

Família Charadriidae

Vanellus chilensis quero-quero

Tamanho corporal médio; forrageia no solo em

áreas abertas com vegetação baixa; podem

ocorrer em bandos de tamanho médio; há

registros anteriores de colisões com aeronaves

Família Cuculidae

Crotophaga ani anu-preto

Tamanho corporal pequeno; ocorre em bandos

médios; voam próximo ao solo em áreas abertas,

forrageiam no solo; há registros anteriores de

colisões com aeronaves

Família Strigidae

Athene cunicularia coruja-buraqueira

Tamanho corporal médio; forrageia a

pouca altura em áreas abertas; há registros

anteriores de colisões com aeronaves

Família Tyrannidae

Pitangus sulphuratus bem-te-vi

Tamanho corporal pequeno; comun em

áreas abertas; há registros anteriores de

colisões com aeronaves

Família Hirundinidae

Pygochelidon

cyanoleuca

andorinha-pequena-

das-casas

Tamanho corporal pequeno; comun em

áreas abertas; podem formar bandos

grandes; voam até 30 m de altura; há

registros anteriores de colisões com

aeronaves

Fonte: Adaptado do proposto pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA / Ministério da Defesa do Brasil) http://www.cenipa.aer.mil.br/cenipa/paginas/ccpab.php

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Relações ecológicas fauna/fauna e flora/fauna

A entomofauna existente em um ecossistema, normalmente servirá de

fonte alimentar para outras formas de vida, bem como participará de

diversas interações com a flora local, sendo assim um componente

fundamental para manutenção do equilíbrio ambiental.

As aves formam um grupo com muitas e complexas interações nas

comunidades bióticas de praticamente todos os biomas do planeta.

Diversas espécies de aves podem atuar de forma decisiva na biologia

reprodutiva de muitas espécies vegetais, seja atuando como polinizadores,

dispersores ou predadores de sementes; por exemplo, as espécies vegetais

ornitófilas, ou seja, espécies de plantas que são primariamente polinizadas

por aves. Nas áreas de influência direta e indireta do empreendimento

existem diversas espécies de plantas que podem ser polinizadas por insetos

ou aves.

No presente estudo foi identificado como um dos principais fatores de

ameaça antrópica à fauna local: o desmatamento para áreas de pastagens

destinadas a agropecuária; o tráfico de animais e o atropelamento. Esse

desmatamento trás como principal conseqüência a perda da biodiversidade

e riqueza, interferindo em diversos processos essenciais do ambiente.

A introdução de uma vegetação exótica, como o eucalipto, na área do

empreendimento substituindo uma vegetação nativa, possivelmente

envolvida em variadas interações com a fauna, é um fator de impacto

preocupante para a biodiversidade local. Além disto, a existência de

fragmentos florestais isolados pode dificultar o fluxo gênico entre as

populações de muitas espécies de animais, principalmente aquelas com

menor capacidade locomotora. Este isolamento pode ser estendido a

populações vegetais, em função dos eventos de interação existentes entre

a fauna e a flora.

A paisagem da AID, assim como AII, encontra-se fortemente alterada pelo

histórico da ação antrópica de ocupação da região. As matas de cipó, que

Você sabia... Em um ecossistema, os seres vivos relacionam-se com o ambiente físico e também entre si, formando o que chamamos de relações ecológicas. As relações existentes entre os diferentes grupos de animais influenciam a dinâmica dos ecossistemas. Podendo atuar como predadores, parasitóides, vetores e transmissores de patógenos, ou servirem de fonte de alimento para outros animais, além de participar da decomposição de outros organismos mortos. A relação predador-presa funciona como uma balança no equilíbrio do ecossistema, a presa controlando a população de predadores e o predador controlando a população de presa. Um ambiente equilibrado terá uma relação predador-presa equilibrada.

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formar um continuun ecológico em tempos passados, se encontram

dizimadas e reduzidas a pequenos fragmentos isolados.

De um modo geral, a fauna local sofre com a destruição do seu habitat

devido principalmente à expansão agrícola e urbana. Muitas espécies

sofrem perseguições devido a conflitos oriundos da predação de animais de

criação (caprinos, bovinos e aves), ovos ou hortaliças nas lavouras.

Espécies da fauna que poderão ser objeto de resgate

Espécies Motivos

Geochelone carbonaria (jabuti) e o Caiman latirostris (jacaré)

Espécies que são vítimas de tráfico

Tupinambis merianae (teiú), a serpente Bothrops pirajai (jaracuçu-tapete) o Caiman latirostris (jacaré) e a rã (Leptodactylus cunicularius)

Espécies ameaçadas de extinção

Os lagartos: Ameiva ameiva, Cnemidophorus ocellifer e Tupinambis merianae

Espécies de lagartos dispersoras de sementes

Indivíduos da família Thamnophilidae (papa-formigas), o vira-folha-pardo (Sclerurus caudacutus), o chupa-dente (Conopophaga lineata), a mariquita (Parula pitiayumi), o canário-do-mato (Basileuterus flaveolus), o petrim (Synallaxis frontalis) e o iupi (Synallaxis albescens).

Espécies essencialmente florestais, com limitação de dispersão – sem corredores de vegetação que permita o deslocamento para outras áreas.

Onça parda (Puma concolor) Espécie em decréscimo populacional apresenta maior risco de conflito com populações humanas que ocasionam sua morte preventiva

Biota Aquática

Os resultados obtidos para todas as comunidades relacionadas como Biota

Aquática (Macrófitas aquáticas e as Comunidades Fitoplanctônicas,

Zooplanctônicas, Nectônicas e Bentônica) apontam para reservatórios de

água com indícios de contaminação orgânica. Atividades do

empreendimento que impliquem em novas cargas orgânicas nas drenagens

existentes na área deverão ser monitoradas e tomadas as devidas medidas

de controle ou mitigação destes impactos, visando evitar a estimulação de

processos de eutrofização artificial dos reservatórios existentes na região

Myriophyllum aquaticum, Nymphaea sp., Brachiaria sp., Fimbristylis sp.,

Representantes da Biota Aquática (Macrófitas) em Reservatórios de água nas Áreas de Influência do Empreendimento

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Meio Socioeconômico

O Município de Vitória da Conquista possui uma área de 3.405,58 km2

(IBGE, 2010), altitude de 923m e está localizado numa área de

entroncamento rodoviário nos sentidos Norte-Sul do País (BR-116) e Leste-

Oeste do Estado (BA-262). Situa-se a 134 km da ferrovia de Brumado

(Ferrovia Centro-Atlântica), estando distante de Salvador, cerca de 500 km.

Limita-se com os municípios de Anagé, Barra do Choça, Belo Campo,

Cândido Sales, Encruzilhada, Itambé e Planalto. Seu território abrange os

seguintes distritos: Vitória da Conquista (Sede), Bate-pé, Cabeceira da

Jibóia, Cercadinho, Dantilândia, Iguá, Inhobim, José Gonçalves, Pradoso,

São João da Vitória, São Sebastião e Veredinha (SEI,2010).

Vitória da Conquista é o maior e mais importante município da mesorregião

Centro-Sul Baiano, é a capital regional (pólo central de convergência) de

uma área que atinge aproximadamente 2 milhões de habitantes, com cerca

de 146 mil km2, polarizando 97 municípios, que somaram juntos um PIB

de R$ 7, 4 bilhões em 2005.(IBGE 2008).

Localização e Limites do Município de Vitória da Conquista

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Características Geográficas da Microrregião

Características geográficas da Microrregião

Área 18.693,218 km2

População 674.892 hab. est. 2005

Densidade 35,2 hab./km2

Indicadores

IDH médio 0,647 PNUD/2000

PIB R$ 2.472.325.861,00 IBGE/2003

PIB per capita R$ 3.663,29 IBGE/2003

Mesorregião de Vitória da Conquista - Região Sudoeste

Características Geográficas da Mesorregião

Características Geográficas da Mesorregião

Área 128.472,722 km2

População 2.592.092 hab. est. 2005

Densidade 20,2 hab./km²

Indicadores

IDH médio 0,644 PNUD/2000

PIB R$ 6.216.973.455,00 IBGE/2003

PIB per capita R$ 2.438,65 IBGE/2003

Mesorregião Centro-Sul Baiano

Possui cerca de 2,6 milhões de habitantes (IBGE,2005).

A população aproximada é de 1,13 milhões, o que corresponde a uma densidade média de 26,87 hab./km² (IBGE, 2007).

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Fonte: IBGE-Regiões de Influência das Cidades -2007

Região de Influência dos Municípios

A localização de Vitória da Conquista possibilita a integração dos sistemas

de transporte intermodal (hidroviário do São Francisco/ Rio Corrente, para

escoamento da soja, ferroviário e rodoviário em direção ao porto de Ilhéus)

reforçando uma posição geográfica estratégica e fundamental para o

desenvolvimento de sua área de influência.

A ocupação do território onde hoje está localizado o município de Vitória

da Conquista está associada aos povos indígenas Mongoyó, Ymboré e

Pataxó, em uma área denominada Sertão da Ressaca, que se estende das

margens do Rio Pardo até o Rio das Contas. A chegada dos colonizadores

portugueses ocasionou luta, escravização e eliminação da população

nativa. A exploração econômica dos colonizadores introduziu no latifúndio,

o desenvolvimento das atividades agropastoris e o uso da mão de obra

escrava.

Vitória da Conquista cresceu impulsionada pelas trocas comerciais com

outras regiões, dando continuidade a sua vocação histórica de entreposto

comercial (entroncamento de vias de acesso do norte do estado de Minas

Gerais e Oeste do estado da Bahia, para Salvador e Ilhéus). Até os anos 50 a

pecuária, com a criação extensiva de bovinos para a produção de carne, era

a base econômica de Vitória da Conquista. No início dos anos 60, com a

construção da rodovia Rio-Bahia, a cidade tornou-se um importante ponto

de apoio para o transporte de carga e de passageiros. Na década de 70, o

As principais atividades econômicas desenvolvidas na região são: a pecuária, com a produção de carne bovina; a cafeicultura; atividades industriais de transformação, representadas principalmente por indústrias alimentícias e têxteis; estando presente um importante pólo de indústrias calçadistas.

Nacionalmente, Vitória da Conquista, destaca-se em relação à diversidade de comércio e serviços (IBGE, 2008), estando posicionada entre os 288 maiores centros do setor de serviços e entre os 69 maiores no setor de comércio (IBGE, 2007).

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Programa Nacional de Recuperação e Renovação dos Cafezais (PRRC)

incentivou o plantio de café na região de Vitória da Conquista, com plantio

de mais de 100 mil hectares de café arábica. Em meados dos anos 90, a

atividade cafeeira entrou em crise provocando o abandono de muitas

propriedades. Durante este período, o setor de serviços e o comércio

varejista se fortaleceram. Os setores educacionais, de saúde e de hotelaria

também acompanham este desenvolvimento.

Hoje, Vitória da Conquista é um importante pólo industrial e de serviços da

região Sudoeste do Estado da Bahia. Neste município, o uso e ocupação da

terra são caracterizados pela coexistência da industrialização, comércio e

serviços, urbanização, atividades agropastoris e áreas de matas nativas.

O setor industrial emprega cerca de 6 mil trabalhadores (SEI, 2007) e a

maioria dos estabelecimentos localizam-se no Distrito Industrial dos

Imborés, situado à margem da BR-116, na região Norte da Cidade.

Ao longo dos anos, o Município tem registrado um aumento gradual de

participação do setor de serviços no PIB e na ocupação de mão de obra,

tornando-se um pólo regional para a educação, saúde, hospedagem,

serviços automotivos, dentre outros.

Os números divulgados pela SEI (2009), referentes ao período 2004-2007

(Quadro a seguir), mostram o valor adicionado do PIB e PIB per capta, onde

o setor de serviços foi o que mais colaborou com esse indicador. Cabe

ressaltar, neste período, o crescente aumento do PIB, cerca de 57%, o que

corresponde a aproximadamente 2,4 bilhões de reais, o que coloca o

Município como o sétimo maior da região Nordeste.

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PIB por Setor da Economia

Valor Adicionado, PIB e PIB per capita a preços correntes no município de Vitória da Conquista, 2004-2007

Ano

Valor Adicionado (R$ milhões) Valor Adicionado APU (2)

(R$ milhões)

Impostos Sobre Produtos

(R$ milhões) PIB (R$ milhões)

PIB Per Capita (R$

1,00) Agropecuária Indústria Serviços(1)

2004 50,28 155,82 976,19 221,01 200,02 1382,32 4907,34

2005 66,68 217,70 1232,14 255,32 279,75 1796,27 6282,27

2006 78,97 221,96 1369,48 287,99 332,68 2003,09 6906,20

2007(3) 92,94 251,21 1682,34 322,00 346,96 2373,45 7700,89

Fontes: SEI, 2009.

(1) Inclui APU.

(2) Administração Pública (Atividades Governamentais).

(3) Dados sujeitos a retificação.

Produção Agrícola - 2009

Área plantada, área colhida, quantidade produzida e valor da produção da lavoura temporária e permanente - Vitória da Conquista - BA – 2009

Lavoura temporária Variável

Área plantada (Hectares) Área colhida (Hectares) Quantidade produzida Valor da produção (Mil Reais)

Abacaxi (Mil frutos) 6 6 150 120

Cana-de-açúcar (Toneladas) 24 24 1.440 115

Feijão (em grão) (Toneladas) 12.000 12.000 7.200 7.884

Mamona (baga) (Toneladas) 100 100 50 28

Mandioca (Toneladas) 400 400 4.000 560

Milho (em grão) (Toneladas) 2.000 2.000 1.400 553

Lavoura permanente Variável

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Fonte: IBGE - Censo Demográfico 2000

Pessoal Ocupado por Ramo de Atividade - 2000

Pessoal Ocupado no Mercado Formal por Setor de Atividade - 2004 / 2007

A principal atividade pecuária observada no Município é a criação de

bovinos, a qual conta com um efetivo de quase 136 mil cabeças de gado.

Na área rural, do total de terras do Município (cerca de 1.179.549 ha) 60%

apresentam o predomínio de pastagens, seguidas por áreas de matas

nativas (19,4%), lavouras (12%), terras não ocupadas (4,6%) e sistemas

agroflorestais com os restantes 4%. Dentre as culturas permanentes,

destacam-se as áreas destinadas ao cultivo do café, enquanto que entre os

cultivos temporários há o predomínio do plantio de grãos.

A estrutura fundiária de Vitoria da Conquista é concentrada, apresentando

um pequeno número de grandes propriedades que ocupam a maior parte

das terras municipais, não tendo se alterado significativamente nos anos

mais recentes.

Total de Áreas de Matas Nativas 32% são áreas destinadas à preservação ou reserva legal; 65,8 % são Áreas de Proteção Permanente; 2,2% estão associados a sistemas agroflorestais e florestas plantadas, objeto de manejo florestal (IBGE,2006).

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A partir de 2007 é iniciado o plantio de cana-de-açúcar, para produção,

sobretudo de etanol, e o plantio de eucalipto destinado à produção de

carvão e celulose.

Expansão Urbana

A expansão da monocultura do café em Vitória da Conquista, associada a

sua evolução tecnológica, culminaram com a falência de muitos pequenos

produtores, perda ou abandono de suas terras e consequente aumento da

cidade em função do êxodo rural.

Assim, um crescimento urbano acelerado motiva já na década de 70 a

elaboração do primeiro Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (1976),

no qual foram estabelecidas diretrizes de caráter físico territorial, como:

descentralização das atividades comerciais e de equipamentos e o

direcionamento para a implantação de loteamentos em terrenos mais

planos, facilitadores do escoamento das águas pluviais (PDU, 2004).

Na década de 1980, época de ouro do café na região, houve uma explosão

na atividade imobiliária com uma intensa aprovação de loteamentos em

áreas sem infraestrutura. O crescimento desordenado teve graves

conseqüências sobre a estruturação do espaço urbano e tem no bairro de

Campinhos um dos seus maiores exemplos, com ocupação de terras

inundáveis, implicando em condições precárias de saneamento (PDU,

2004).

Na BR-116, que divide a cidade em duas partes surgiu uma estrutura radial

de corredores de comércio e serviços. De acordo com a análise feita no

Plano Diretor Urbano “a cidade foi desmembrada em quatro setores de

expansão da mancha urbana, norte, sul, leste, oeste, divididos em bairros”.

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Caracterização do Sistema Radial das Rodovias Existentes no Município de Vitória da Conquista

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A BR-116 constitui o maior corredor de comércio e serviço existente no

Município, dividindo-o em duas zonas (oeste e leste). A BA–262, também

conhecida como Avenida Brumado, corta a cidade na direção oeste, onde

estão localizados uma parte do comércio varejista e outros serviços. Por

esta via se chega ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da

Bahia - IFBA. No outro extremo da cidade está localizada a Av. Olívia Flores,

onde há maior concentração de bares e restaurantes que funcionam como

apoio aos bairros Recreio, Candeias etc. e dá acesso à Universidade

Estadual do Sudoeste da Bahia. A BA-265 é caracterizada pelo comércio de

materiais de construção. No sentido norte da BR-116 está localizado o

Distrito Industrial dos Imborés.

A cidade atualmente vem recebendo investimentos em projetos de

habitação através do Programa Minha Casa, Minha Vida - PMCMV. Os

projetos criam novos espaços de expansão da malha urbana, o que requer

planejamento para garantir qualidade urbanística, evitar apropriação

privada dos investimentos públicos que estão sendo realizados, bem como

ocupações irregulares. Em Campinhos e, nas proximidades do sítio

aeroportuário, estão previstos empreendimentos PMCMV, cada um com

495 unidades.

Dinâmica Populacional

Atualmente a população total do município de Vitória da Conquista é de

aproximadamente 307 mil habitantes (IBGE, 2010). A taxa de crescimento

anual da população urbana do Município foi de 4,26% entre 1970-1980,

3,61% entre 1980-1991, 2,02 % entre 1991-2000 e 1,99% entre 2000-2010.

A população rural, por sua vez, decresceu de 41 mil habitantes para 32 mil

(IBGE, 2010).

Fonte dados brutos: Censos demográficos IBGE, PDU (2010)

Taxas de Crescimento Populacional

A população do município de Vitória da Conquista é predominantemente

urbana (IBGE, 2010). O processo de urbanização tem se acentuado ao longo

das últimas décadas, cujo percentual de urbanização, no referido

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município, aproximadamente 90%, é significativamente superior ao

apresentado pelo estado da Bahia (cerca de 73%), em mesmo período.

Grau de Urbanização de Vitória da Conquista

Grau de Urbanização (%)

Anos 1970 1980 1991 2000 2010

Bahia 41,4 49,26 59,12 67,12 72,7

Vitória da

Conquista 67,16 74,70 83,66 85,92 89,6

Fonte Censos Demográficos IBGE -1970, 1980, 1991, 2000 e 2010.

Saúde Pública

O município de Vitória da Conquista é tido como referência regional e

nacional em saúde, contando atualmente com 14 unidades hospitalares e

292 outros estabelecimentos de saúde, os quais dispõem de 1.100 leitos

hospitalares, aproximadamente um leito para cada 295 habitantes (SEI,

2009). O número de servidores da saúde tem crescido de maneira

constante refletindo a importância dada à saúde no Município.

A região conta também com um avançado pólo regional de educação em

saúde e medicina, do qual fazem parte instituições públicas (Universidade

Federal da Bahia e Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia) e privadas

(Faculdade de Tecnologia e Ciências - FTC e FAINOR – Faculdade

Independente do Nordeste), as quais oferecem diversos cursos destas

áreas, tais como Medicina, Enfermagem, Fisioterapia, Farmácia, Nutrição e

Odontologia, além do Pólo de Educação Permanente (Escola de Saúde da

Família e Auditório) mantidos pela Prefeitura e Ministério da Saúde.

No entanto, assim como em outros municípios brasileiros, as notificações

de enfermidades, em Vitória da Conquista, geralmente remetem ao

problema de falta de cobertura da rede de esgotamento sanitário e uso

indevido de fossas sépticas em algumas comunidades mais carentes, onde

se tem registrado elevado índice de doenças relacionadas a estas

condições.

O sistema de saúde do Município é operado a partir dos seguintes programas e equipamentos:

Programa de Saúde da Família - PSF;

Agentes Comunitários de Saúde;

Unidades Básicas de Saúde;

Unidades de Saúde da Família da Zona Urbana;

Unidades de Saúde e Minipostos Rurais;

Unidades de Saúde da Família da Zona Rural;

Núcleo de Apoio à Saúde da Família - NASF;

Controle de Endemias;

Estudos e Atenção à Dependência Química;

Atenção a DST/ AIDS;

Atenção Psicossocial (PMVC, 2010).

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Embora esteja sob certo controle, a ocorrência de casos de meningite,

tuberculose e hanseníase merece atenção de programas especiais da saúde

pública. Uma situação preocupante para saúde pública é o crescimento no

número de casos de doenças sexualmente transmissíveis, com o retorno da

ocorrência da Sífilis Congênita em adultos (SEI, 2009).

Entretanto, o Município se destaca no Estado e na região Nordeste, pela

melhoria nos indicadores de mortalidade infantil, havendo uma redução de

26,6 óbitos/1000 nascidos vivos em 2000, para 22,7 em 2009, enquanto

que este indicativo no Estado é 41,3 óbitos/1000 nascidos vivos. Já o

indicador de esperança de vida subiu de 58,32 anos, para 64,79 anos,

sendo que a média estadual é de 64,63 anos (MS - SIM - Sistema de

Informação sobre Mortalidade).

Educação

Segundo os dados de 2010 do Ministério da Educação, Vitória da Conquista

possui uma rede de educação que conta com um total de 349 unidades de

ensino, sendo que o Município é responsável pela maioria das estruturas

existentes, perfazendo um total de 202 unidades. A rede municipal é

responsável por 48,49% das matrículas efetuadas e também pele metade

do número de funcionários de educação em atividade no Município. Esses

dados confirmam o investimento municipal na área educacional e a

importância desse eixo no desenvolvimento socioeconômico de Vitória da

Conquista.

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Unidades de Ensino, Salas de Aula, Alunos Matriculados e Funcionários por Dependência Administrativa-2010 Dependência

Administrativa Unidades Salas de Aula Alunos Matriculados Funcionários

Descrição Quantidade % Quantidade % Quantidade % Quantidade %

Total 349 100,00% 1.729 100,00% 82.989 100,00% 6.164 100,00%

Municipal 202 57,88% 798 46,15% 40.241 48,49% 3.084 50,03%

Estaduais 30 8,60% 372 21,52% 31.185 37,58% 1.590 25,79%

Federal 1 0,29% 10 0,58% 624 0,75% 102 1,65%

Privada 116 33,24% 549 31,75% 10.939 13,18% 1.388 22,52%

Unidades de Ensino Superior e Cursos Oferecidos em Vitória da Conquista

Unidade Cursos de Graduação Dependência

Administrativa

UFBA - Universidade Federal da Bahia Biotecnologia, Ciências Biológicas, Enfermagem, Farmácia e Nutrição. Federal

IFBA - Instituto Federal da Bahia Engenharia Ambiental, Engenharia Elétrica, Licenciatura em Química, Sistemas de Informação. Federal

UESB - Universidade Estadual do

Sudoeste da Bahia

Ciência da Computação, Física, Matemática, Ciências Biológicas Licenciatura e Bacharelado, História, Geografia, Letras,

Medicina, Agronomia, Engenharia Florestal, Administração, Ciências Contábeis, Ciências Econômicas, Comunicação

Social, Direito, Filosofia e Cinema / Audiovisual.

Estadual

FAINOR - Faculdade Independente do

Nordeste

Administração, Arquitetura e Urbanismo, Ciências Contábeis, Direito, Enfermagem, Engenharia da Computação,

Engenharia Elétrica, Engenharia de Produção, Farmácia, Fisioterapia, Odontologia. Particular

FTC - Faculdade de Tecnologia e

Ciências

Administração, Cinema e Vídeo, Direito, Educação Física, Enfermagem, Engenharia Civil, Enfermagem, Fisioterapia,

Nutrição, Psicologia, Jornalismo, Publicidade e Propaganda, rádio e TV, Relações Públicas e Sistema de Informações. Particular

JTS - Instituto de Ensino Superior

Juvêncio Terra Administração, Ciência da Informação, Filosofia, Psicologia, Relações Públicas e Secretariado. Particular

Fonte: PMVC, 2011.

O ensino superior atende mais de 12 mil universitários distribuídos entre várias universidades e faculdades.

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A importância e a busca da melhoria na qualidade da educação em Vitória

da Conquista são evidenciados através de planos, programas e projetos na

área educacional, muitos deles articulados com as demais secretarias do

Município abrangendo diversas áreas. Alguns destes, implantados ou em

fase de proposta, são reconhecidos como referência.

• O Programa Conquista Criança; • O Segundo Tempo; • O Programa Mais Educação; • O Projeto Baú de Leitura; • O Programa de Educação Ambiental; • Espaços Comunitários de Leitura; • Educação para a Diversidade; • Educação para a Diversidade; • A Jornada da Educação; • A Agenda 21.

Finanças Públicas

O município de Vitória da Conquista caracteriza-se pela baixa arrecadação

tributária, representando 1,8% da arrecadação do Estado (SEI, 2009) e pela

dependência de transferência de recursos da União e do Estado que em

grande parte são gerados pelo próprio Município. Entre os recursos

municipais gerados em Vitória da Conquista em 2008, o IPTU, ISS e ITBI

representaram aproximadamente 10% das receitas, enquanto que as

despesas com pessoal corresponderam a cerca de 46%. O Município

apresenta uma estrutura equilibrada e com superávit.

Patrimônio histórico e sociocultural

A cidade está se consolidando como porta de entrada para os turistas que

buscam a região sudoeste da Bahia, para chegar a Rio de Contas, ao sul da

Chapada Diamantina. No entanto existe uma crescente busca por atrativos

turísticos próprios associados às raízes rurais, como as fazendas de café.

O município apresenta importantes monumentos, com destaque “O Cristo

Crucificado” do artista plástico Mário Cravo, com as feições do homem

sertanejo, medindo 15 metros de altura por 12 de largura. Esta escultura

está inserida na área da Reserva Florestal do Poço Escuro, no Parque da

Serra do Periperi.

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Cristo Crucificado de Mário Cravo

Entre os atrativos turísticos da cidade estão a Reserva do Poço Escuro, um

remanescente florestal de Mata Atlântica em área Periurbana, a qual conta

com trilhas ecológicas e o Jardim Burle Marx. Outro atrativo bastante

procurado é a Praça Tancredo Neves, a qual apresenta um belo arranjo

paisagístico e está inserida na região central da cidade, sendo circundada

por um conjunto arquitetônico de valor histórico, composto por casarões

que datam de meados do século XIX.

Modelos Arquitetônicos presentes no entorno da Praça Tancredo Neves

Na preservação do patrimônio histórico, destaca-se no Município o Museu

Regional Casa Henriqueta Prates, criado em 1991 com o apoio da

Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Este museu busca “preservar,

recuperar e divulgar a memória e o patrimônio histórico-cultural de

Conquista e região”.

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Modelos Arquitetônicos Presentes no Entorno da Praça Tancredo Neves

Vitória da Conquista apresenta o maior número de comunidades

certificadas pela Fundação Cultural Palmares (2010) como quilombolas, em

todo o estado da Bahia. Das 44 comunidades com este perfil, no Estado, 16

ocorrem em Vitória da Conquista, que conta ainda com outras 20 em

processo de reconhecimento.

Das comunidades reconhecidas e certificadas como quilombolas existentes

em Vitória da Conquista, 13 encontram-se na AID do Meio Socioeconômico.

Com exceção da comunidade Quatis dos Fernandes (situada próximo aos

limites da Curva de Ruído 2, entre os distritos de Vitória da Conquista, Iguá

e Pradoso), todas as outras encontram-se distantes da área patrimonial do

novo sítio aeroportuário.

Mapa da Concentração de Quilombolas no Município de Vitória da Conquista

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Tipologias Habitacionais Típicas da Comunidade Quatis dos Fernandes

Participação Social

O município de Vitória da Conquista tem avançado na participação da

sociedade no planejamento e execução das políticas públicas. O

associativismo (rural e urbano) cresce e se fortalece ao longo do tempo,

com a ampliação dos espaços de participação social nas políticas públicas.

Infraestrutura

O Município de Vitória da Conquista está localizado no centro de um

entroncamento das rodovias BR-116 (sentido Norte-Sul), que divide a

cidade. Através da BA-262, em direção a Brumado/Chapada Diamantina, se

inteligando com a BR-430 (em direção ao oeste do estado e Brasília).

Outras rodovias estaduais ligam o município à região de Ilhéus, tanto pela

BA-263 (Rodovia Serra do Marçal) em direção a Itabuna/região sul/litoral,

quanto pela BA-265 que segue pelos municípios de Barra do Choça/Caatiba

que posteriormente se interliga com a BR-415 (em direção ao litoral, em

Ilhéus), em direção a região sul/litoral.

No modal ferroviário, a cerca de 100 km de Vitória da Conquista, adjacente

a Brumado, passa a Ferrovia Centro-Atlântica - FCA, transportadora de soja,

milho, açúcar, bauxita, calcário, cimento, fosfato, fertilizantes, ferro-gusa,

petroquímicos e álcool, dentre outros. A FCA passa por mais seis estados,

além da Bahia: Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás, Rio de Janeiro, Sergipe e

São Paulo, além do DF.

Encontra-se em fase de elaboração o projeto da Ferrovia de Integração

Oeste-Leste - FIOL, a qual interligará Figueirópolis - TO ao Porto de Ilhéus -

BA, passando por Jequié, a 153 km de Vitória da Conquista (PDAVC, 2010).

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No setor aeroportuário, Vitória da Conquista se restringe às operações de

passageiros de vôos regulares de pequeno porte, não suportando o

transporte de carga. São registrados quatro vôos diários, com ligações

diretas a Salvador - BA, Pampulha - MG e Guarulhos - SP; enquanto no setor

rodoviário, as rotas interligam praticamente todo o país.

O Município tem apresentado altas taxas de crescimento na frota de

veículos (Quadros a seguir). Entre 2004 e 2007 houve um aumento de 37%

no número de automóveis, 5% no de caminhões, 15% no de camionetas,

29% no de microônibus, 108% no de motos, 19% no de ônibus e 64% no de

outros tipos de veículos. A frota automotiva total conta com cerca de 76 mil

veículos (DETRAN-BA, 2010).

Veículos registrados por Tipo

Veículos registrados por tipo, no município de Vitória da Conquista, 2004-2007

Tipo de Veículo

Ano Automóvel Caminhão Camioneta Micro-ônibus Moto Ônibus Outros

2004 23.335 3.001 6.392 166 6.639 749 1.722

2005 24.634 3.051 6.658 215 7.291 801 1.988

2006 26.337 3.177 7.082 253 8.442 957 2.423

2007 28.505 3.373 7.645 292 11.130 965 3.131

Fonte: Detran.

A cidade conta com transporte coletivo urbano e linhas regionais com

ligações para todo o território do Município, abrangendo diversas

localidades como Vila Iguá e Pradoso.

Na zona urbana as avenidas e ruas são largas e as ligações com os bairros

principais estão pavimentadas. No trecho rural o grau de pavimentação de

ruas secundárias é muito pequeno ou ausente o que dificulta o acesso. Isto

foi uma das demandas apontadas na visita de observação realizada.

Na sede do Município a construção do Anel Viário organizou o transporte

de cargas e pessoas, protegendo em parte a cidade, pois são evidentes os

congestionamentos, principalmente nos períodos de pico

O sistema de cobertura elétrica em Vitória da Conquista abrange mais de

90 % dos domicílios (IBGE, 2000). Os dados do período 2004-2007

apresentam uma considerável ampliação no sistema de cobertura elétrica

no município de Vitória da Conquista, principalmente no que diz respeito

ao abastecimento residencial.

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Consumidores de energia elétrica, por classe, no município de Vitória da Conquista - 2004-2007

Consumidores de energia elétrica, por classe, no município de

Vitória da Conquista – 2004-2007

Ano Residencial Industrial Comercial Rural

Serviços e

Poderes

Públicos

Outros(1) Total

2.004 70.807 859 6.821 3.763 736 5 82.991

2.005 74.279 883 7.003 4.219 778 5 87.167

2.006 78.812 901 7.437 3.962 782 5 91.899

2.007 85.227 936 7.895 4.003 864 5 98.930

Fonte: Coelba

O consumo de energia elétrica é predominantemente residencial,

representando quase 50% do consumo energético total do município. O

setor de comércio é o segundo maior consumidor de energia elétrica.

O sistema de comunicação dispõe de sete emissoras de rádio licenciadas,

sendo três AM e quatro FM e três estações retransmissoras do sinal de TV

aberta. A TV Sudoeste, canal filiado à Rede Bahia (Rede Globo), cujas

imagens de televisão são recebidas através de estações retransmissoras,

instaladas nos pontos altos do Município é a que possui maior abrangência

de sinal. As outras estações de retransmissão são a TVE - UESB (filiada da

TVE) e a TV Cabrália (filiada da Rede Record de Televisão).

Na zona rural, a precariedade do sinal televisivo força a aquisição de

antenas parabólicas, também observadas na zona urbana, que também

conta com um aporte de um sistema de TVs por assinatura.

A empresa Oi Telemar é a responsável pelo gerenciamento e manutenção

dos 31.093 terminais de telefonia fixa e dos 1.988 telefones públicos

existentes no município de Vitória da Conquista (Anatel, 2011); há também

a cobertura de empresas de telefônia móvel: OI, Tim, Vivo e Claro. Tanto as

empresas de telefonia móvel, quanto fixa oferecem planos de acesso a

rede mundial de computadores.

Três jornais locais têm circulação regular: Diário do Sudoeste, A Semana e

Hoje. Escritórios regionais são responsáveis pela distribuição de jornais com

circulação estadual (Tribuna da Bahia, Correio da Bahia e a Tarde) e

nacional (Diário Oficial da União, O Globo e Folha de São Paulo).

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Estudo de Impacto de Vizinhança - EIV

Os princípios por onde se estruturam um Estudo de Impacto de Vizinhança

buscam assegurar a sustentabilidade das cidades, considerando o

acelerado processo de urbanização e a necessidade urgente de estabelecer

parâmetros de controle para a ocupação decorrente da implantação de

grandes empreendimentos nos centros urbanos. A ocupação desordenada

pode contribuir para o aumento de problemas urbanos como: dificuldades

de circulação, sobrecarga da infraestrutura, insalubridade, violência urbana

e degradação da vida social.

O Estudo de Impacto de Vizinhança do Novo Aeroporto de Vitória da

Conquista identifica o que precisa ser feito para minimizar os efeitos

negativos e ampliar os impactos positivos do empreendimento na estrutura

urbana quanto à qualidade de vida da população residente na área e suas

proximidades, incluindo a análise das seguintes questões:

Adensamento populacional;

Equipamentos urbanos e comunitários;

Uso e ocupação do solo;

Valorização imobiliária;

Geração de tráfego e demanda por transporte público;

Ventilação e iluminação;

Paisagem urbana e patrimônio natural e cultural.

Adensamento Populacional

O Plano Diretor Urbano, elaborado em 2004, classifica a densidade

populacional da de toda a área urbana de Vitória da Conquista como alta,

média, baixa e rarefeita.

O Estudo de Impacto de Vizinhança segue as recomendações constantes da Lei Federal no. 10.257, aprovada em 10/07/2001. Essa lei, conhecida pelo nome de Estatuto da Cidade, regulamenta o Capítulo da Política Urbana da Constituição Federal de 1988, estabelecendo diretrizes gerais e apresentando os principais instrumentos a serem utilizados pelos governos municipais e as comunidades locais.

Conceitos Referência: Cidade, Distrito, Vila e Povoado, Zona Rural e Urbana A cidade é a sede do município, a vila a sede de um distrito e povoados são as aglomerações de habitação em zonas rurais. No conceito de Distrito se enquadram todas as unidades administrativas dos municípios, criadas através de leis ordinárias emanadas das Câmaras Municipais e sancionadas pelo Prefeito. Subdistrito são unidades administrativas municipais, normalmente estabelecidas nas grandes cidades, criadas através de leis ordinárias das Câmaras Municipais e sancionadas pelo Prefeito. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.

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Densidade de Ocupação

Tradicionalmente o crescimento da cidade seguiu o curso das rodovias,

desenvolvendo-se de forma radial a partir da área central na direção dos

principais eixos viários. Assim aconteceu com a BR-116, que divide a cidade

em duas partes e cria uma estrutura radial de corredores de comércio e

serviços. De acordo com a análise feita no Plano Diretor Urbano “a cidade

foi desmembrada em quatro setores de expansão da mancha urbana, norte,

sul, leste, oeste, divididos em bairros”.

Fonte Plano Diretor Municipal - PDU

Evolução Urbana

A BR-116 e a BR-415 são os maiores corredores de comércio e serviço. A

BA–262, também conhecida como Avenida Brumado, corta a cidade na

direção oeste, onde estão localizados uma parte do comércio varejista e

outros serviços. Por esta via se chega a importantes instituições de ensino

como ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia -

IFBA. No outro extremo da cidade está localizada a Av. Olívia Flores, onde

há maior concentração de bares e restaurantes que funcionam como apoio

aos bairros Recreio, Candeias etc. e por onde se chega à Universidade

Estadual do Sudoeste. A BA-265 é caracterizada pelo comércio de materiais

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de construção. No sentido oposto da BR-116 está localizado o Distrito

Industrial dos Imborés.

A Área de Entorno do Empreendimento que compreende as localidades de

Iguá, São José/ Pé-de-galinha, Campinhos, Simão e Quatis dos Fernandes

está praticamente toda inserida na zona rural, com a exceção de

Campinhos e parte do povoado de Simão, que estão dentro do perímetro

urbano definido a partir da agregação dos Setores Censitários do IBGE -

2000.

A AEE apresenta características eminentemente rurais, com ocupações de

pequeno porte distribuídas de forma dispersa ao longo do território. Esta

área está localizada em um dos eixos de expansão urbana da cidade que

será acelerada em razão da implantação do novo aeroporto.

As aglomerações urbanas existentes na poligonal definida como AEE

possuem características diversas. Simão e Iguá são áreas com ocupação

consolidada, enquanto São José/Pé-de-galinha apresenta uma ocupação

rarefeita e Quatis dos Fernandes apresenta ocupação esparsa. Em todos os

casos há predominância de habitações populares, dotadas de redes de

infraestrutura urbana como água, luz e um sistema viário compatível com o

fluxo atual. Na área rural e até em alguns trechos da zona urbana não

existe rede de esgoto.

Impactos do Aeroporto no Adensamento da AEE:

Hoje, a AEE possui vazios urbanos e a expansão está mais concentrada nas

direções leste-oeste, entretanto, é necessário um rigoroso controle da

ocupação desta área, de forma a evitar que, em curto espaço de tempo, a

ocupação urbana desordenada alcance áreas contíguas ao novo aeroporto -

como aconteceu com o atual - impedindo uma futura ampliação do novo

equipamento.

Um dos aspectos mais relevantes observados na AEE está relacionado à

implantação de 990 unidades habitacionais do Programa Minha Casa,

Minha Vida, o que implica em uma população de aproximadamente 4.000

pessoas domiciliadas em Campinhos, área contígua à AEE. Isto resulta na

geração de demandas relacionadas à implantação de equipamentos

destinados a atender às novas expectativas da população, tais como

escolas, hospitais, além de outros serviços, o que impacta diretamente na

urbanização desta área. A implantação destes equipamentos, por sua vez,

provocará aumento do adensamento e, conseqüentemente, alteração nos

padrões de urbanização atuais.

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Outra área sujeita a adensamento é o loteamento já implantado, em

Campinhos, que se encontra em processo de ocupação. O problema dessa

área que sofre aceleração do processo de ocupação com o consequente

adensamento, é a possibilidade de ocupação irregular e precária nos vazios

disponíveis.

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010

População do Município de Vitória da Conquista

Equipamentos Urbanos e Comunitários

Educação

Saúde

Os equipamentos existentes na AEE atendem a demanda atual na área de

educação, saúde, esporte e lazer. O novo aeroporto terá influência direta

no desenvolvimento destes povoados, implicando em aumento das taxas

de urbanização, aumento do adensamento e geração de novas demandas.

A principal carência do setor de educação identificada na fase de

diagnóstico está relacionada ao ensino médio, o que não representa um

problema para a estrutura administrativa e organizacional do poder público

municipal local. Em todos os povoados existem postos de saúde, para

atendimento emergencial, ficando apenas os procedimentos mais

complexos para os hospitais da sede municipal. Foram identificados

campos de futebol em todos os povoados.

O Município é sede de macrorregião Sudoeste da saúde, atendendo a uma população de cerca de 1 milhão de habitantes, correspondente aos 75 municípios pactuados. Vitória da Conquista é considerada uma das melhores redes públicas do estado da Bahia. Essa condição de liderança na área de saúde tem uma dimensão social importante, mas há de se ressaltar os rebatimentos nos âmbitos econômicos e do desenvolvimento urbano em sentido amplo. Estabelecer uma liderança regional em um setor como da saúde significa galgar posições de destaque também em outros setores, na medida em que é possível ampliar os investimentos públicos, atrair investimentos privados e estabelecer um círculo virtuoso de desenvolvimento de longo prazo, desde que haja um plano de ação com sentido, objetivos e ações bem definidos.

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Fonte: Tabulação a partir dos dados do Site da Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista - Acesso feito em Maio/2011.

Rede Municipal de Saúde

A Saúde na AEE

O Trabalho de Assistência Social na AEE

A AEE sofrerá uma mudança substancial no que tange ao perfil social das

comunidades uma vez que a região irá adquirir características de zona de

transição da área urbana para a área rural. Com a implantação do

aeroporto e dos usos que este equipamento estruturante poderá atrair,

certamente, o modo de vida da população residente será impactado. É

fundamental a implantação de um programa de comunicação social, para

prestar esclarecimentos à população, envolver e preparar as comunidades

na convivência com o equipamento, e ainda, realizar um trabalho social e

de geração de renda específico.

A questão da inclusão e desenvolvimento social com a implantação de um

novo empreendimento é uma questão importante de monitoramento e

solução dos impactos nas comunidades afetadas. Nesse aspecto a

Prefeitura Municipal e a população demonstram tradição de organização,

participação e acompanhamento das ações.

Na AEE existem 8 associações comunitárias ativas. As associações estão

vinculadas ao Movimento Unificado de Moradores de Vitória da Conquista,

que tem como objetivo revitalizar o associativismo nos bairros e estreitar

as relações entre o movimento e o governo. Atua na formação de líderes e

na consolidação de demandas das associações, integrando as ações a partir

de uma visão de conjunto do Município.

Postos de Saúde da Família: 35 2 na AEE Zona Rural Posto de Saúde da Família de Iguá que atende as comunidades de São José (postinho) e Quatis dos Fernandes e o Posto de Saúde da Família de Simão que atende também a comunidade dos Campinhos.

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Associações Comunitárias na AEE

Associações Localidade

Associação de Agricultores Familiares Remanescente de Quilombo de Quatis dos Fernandes

Quatis dos Fernandes

Associação de Moradores e Pequenos Produtores Rurais de Vila de Iguá

Iguá

Associação de Agricultores Familiar Quilombo do Pradoso do Baixão e Malhada

Pradoso

Associação dos Moradores e Pequenos Produtores Rurais de Malhada e Baixão

Pradoso

Associação de Moradores e Produtores Rurais do Povoado de São José

São José

Associação de Agricultores Familiares e Trabalhadores Rurais de Lagoa do Boi

São José - Lagoa do Boi

Associação de Moradores do Povoado de Simão Simão

Associação de Moradores do Povoado de Campinhos Campinhos

Associações Comunitárias por Zona

Na AEE existe também, sedes do importante Programa de Erradicação do

Trabalho Infantil - PETI nas localidades de Iguá, Pradoso e Simão. A sede do

PETI de Iguá atende a São José/ Pé-de-galinha e Quatis dos Fernandes; o

PETI de Pradoso às comunidades de Saguim e Malhada e o PETI de Simão à

Campinhos, de forma que toda a AEE possui cobertura do Programa.

Sistema Viário e Transporte

É importante enfatizar que todo o sistema viário (estruturante e local) será

no médio prazo sobrecarregado com novas ocupações e usos. É muito

provável que em tempo não muito distante o atual anel viário esteja com

sua capacidade saturada, necessitando de um novo anel localizado fora do

perímetro urbano. É importante, no sentido de antecipar medidas

preventivas de problemas futuros, hoje diagnosticados como tendências

frente à dinâmica urbana atual observada, realizar o necessário esforço de

planejamento e gestão urbana para a área de expansão onde será

implantado o novo aeroporto.

No âmbito local, dentre todas as aglomerações, a situação mais delicada é a

de São José/ Pé-de-galinha no que tange à estrutura viária. A sua

localização, às margens da BR-116, caracterizada por intenso fluxo, poderá

com a implantação de o aeroporto vir a representar um importante ponto

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de conflito, tornando necessário o desenvolvimento de ações de controle e

ordenamento do solo.

Recomendável que o acesso ao Novo Aeroporto de Vitória da Conquista

seja implantado por meio de uma via segregada, próxima à BR-116 e a

adutora da Embasa, marginal à referida via. Considerando a intensidade do

fluxo existente é importante não haver cruzamentos em nível, de forma a

permitir a fluidez e minimizar os riscos de colisões entre veículos. Se em um

primeiro momento for inviabilizado, por razões de custo ou outro motivo

impeditivo, o acesso segregado e paralelo à BR-116 como seria mais

adequado, cabe estabelecer pistas de desaceleração e alça em desnível,

além de intervenções viárias que preservem e protejam o fluxo local em

São José/ Pé-de-galinha, sobretudo de bicicletas e pedestres.

Cabe enfim destacar que todos esses componentes estruturantes do

espaço – BR-116, grandes projetos habitacionais, aeroporto atual etc.–

associados à condicionantes geoambientais adequadas à ocupação,

favorecem a distensão da malha urbana no sentido sul. Por isso mesmo, a

construção do novo aeroporto, se por um lado acelera este processo, por

outro pode se constituir em uma oportunidade para uma expansão

planejada da cidade.

Uso e Ocupação do Solo

As aglomerações existentes em toda a AEE apresentam características

muito semelhantes no que concerne ao uso e ocupação do solo.

Considerando as variações em relação ao adensamento maior ou menor,

observou-se a predominância de uso residencial unifamiliar com algumas

unidades de mercearias e bares misturados às casas, de saúde, escola,

cemitério com capela. A tipologia predominante é de casa térrea, de

alvenaria, com telhado em telha cerâmica e estrutura de madeira em duas

águas. Eventualmente identificam-se edificações de dois pavimentos, com

padrão construtivo ótimo, em alvenaria para uso misto.

Fugindo ao padrão das habitações de toda a AEE, o povoado de Quatis dos

Fernandes, com ocupação esparsa, apresenta padrão construtivo que pode

ser classificado como regular a precário. Nas imediações desta ocupação

não foram localizadas edificações de uso misto ou qualquer outro

comércio. A iluminação pública é restrita aos locais próximos das casas.

Em toda a área existem fábricas de fécula dispersas, em precárias

condições de higiene, com sistema de produção de subsistência. Muitas das

fábricas estão localizadas no distrito de Simão. Em alguns lugares o odor é

muito forte e verifica-se a presença constante de urubus; existe, ainda, um

matadouro e uma fábrica de utensílios (pentes e outros objetos) feitos a

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partir de ossos, conhecida como “Fábrica de Ração de Ossos”, a qual

recolhe esta materia prima em açougues e feiras livres.

O Matadouro e o Aterro Sanitário poderão ser mantidos e conviver com o

uso aeroportuário. O Matadouro deve sofrer um monitoramento

sistemático quando da operação do aeroporto, como se sabe, não é um uso

desejável nas proximidades de um aeroporto, pelo potencial de atração de

aves e riscos associados. Caberá em uma análise integrada, com as

considerações advindas da análise de risco, o posicionamento sobre as

medidas a serem tomadas para eliminar eventuais riscos.

Ventilação e Iluminação

A implantação do aeroporto não causará impactos significativos na

ventilação do local ou de outras áreas da cidade; tampouco na iluminação,

considerando que a área apresenta topografia pouco acidentada e uma

ocupação rarefeita nos povoados.

Paisagem Urbana e Patrimônio Natural e Cultural

A Área de Entorno do Empreendimento (AEE) é predominantemente rural,

com poucas manchas de vegetação de densidade relevante. As vilas e

povoados têm aspectos típicos de comunidades pequenas, com núcleos

centrais entorno de uma pequena praça com usos não residenciais em

volta, constituindo pontos de convergência onde as pessoas se reúnem nas

atividades sociais e comunitárias.

Predominam na paisagem os tons de marrom que evidenciam a ausência

de pavimentação das vias e em certa medida as áreas desmatadas.

Compromete a qualidade paisagística a presença de esgotos a céu aberto,

lixo e a precariedade das habitações nas periferias das vilas e povoados.

Praça em Campinhos

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Bens Culturais Os principais referenciais culturais de Vitória da Conquista são:

o Cristo Crucificado da Serra do Periperi, de autoria de Mário Cravo, executada entre os anos de 1980 e 1983, com as feições do homem sertanejo, sofrido e esfomeado, medindo 15 metros de altura por 12 de largura;

o pequeno, porém importante acervo arquitetônico, formado pelo Museu da História Política e Casa de Régis Pacheco, onde estão expostos quadros dos políticos que governaram o Município desde a sua emancipação.

Toda a AEE caracteriza-se por sua força religiosa. O padroeiro de Simão é São Pedro. O padroeiro de Campinhos é São José Operário. O padroeiro de São José/ Pé-de-galinha é São José, a igreja é no povoado de São José. O padroeiro de Quatis dos Fernandes é Bom Jesus.

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A seguir é apresentada a matriz de impacto com os dados que nortearam

este Estudo de Impacto de Vizinhança na Área de Influencia do Novo

Aeroporto de Vitória da Conquista.

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Análise Integrada

A implantação do Novo Aeroporto de Vitória da Conquista provocará

alguns impactos ambientais inevitáveis. Esses impactos devem ser

entendidos também a partir de uma análise integrada, que considera a

inter-relação entre os meios biótico, físico e socioeconômico.

Na Área de Influência do Novo Aeroporto, a situação atual é de um relativo

desequilíbrio ecológico entre esses três meios. A qualidade ambiental do

meio biótico não é boa, com fortes pressões da ação do homem (ação

antrópica) sobre a natureza. Em toda área pode ser observado que a

composição florestal sofre com retirada de madeira e substituição da

vegetação nativa por pasto ou monoculturas; alguns remanescentes

florestais são conservados ou encontram-se em estágio de regeneração

variando de inicial a médio. Já a fauna sofre pressões que decorrem,

principalmente, da caça predatória e do comercio ilegal de animais.

A avaliação da qualidade Ambiental dos recursos hídricos (sub bacias

Verruga e Quatis), nas áreas de influência do empreendimento, aponta

para uma situação de desequilíbrio. Os rios e riachos, devido à expansão

urbana, sofrem com a deposição indevida de resíduos sólidos, esgoto

doméstico, descarga de agroquímicos. O empreendimento proposto não

apresenta risco ambiental sobre os corpos d’água das áreas de influência

do empreendimento, uma vez que os mananciais hídricos existentes, já

apresentam um elevado grau de contaminação.

A análise integrada permitiu o entendimento de que o padrão de ocupação

territorial das áreas de influência do empreendimento é típico de uma área

de transição rural-urbana, e por isso este espaço, embora tenha

características próprias ao ambiente rural, é permanentemente tensionado

pela dinâmica urbana. Significa dizer que esse espaço tende a assumir

independente da implantação do aeroporto, cada vez mais um perfil

urbano associado ao processo de crescimento da cidade de Vitória da

Conquista. Por isso a implantação do Novo Aeroporto será mais um fator

de aceleração de processos de transformação das feições do espaço

considerado, do que propriamente um indutor.

A Análise Integrada é uma tentativa de interação entre os atributos ambientais relevantes a partir da síntese dos diagnósticos ambientais dos meios Físico, Biótico e Socioeconômico. Esta análise trata, assim, das inter-relações entre os fatores nas diferentes escalas de abordagem dos estudos ambientais realizados. Foram analisados os atributos do contexto considerados relevantes na perspectiva de compreender como se relacionam, e, mais ainda, como o aeroporto, na condição de projeto estruturante, interfere no ambiente no sentido de induzir processos que criem novas dinâmicas e alterações ambientais. Os aspectos destacados são aqueles apontados pelos especialistas como mais relevantes no contexto estudado.

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O Estudo de Impacto de Vizinhança realizado na AEE aponta uma área com

características eminentemente rurais, com ocupações de pequeno porte

distribuídas de forma dispersa ao longo do território. Esta área está

localizada em um dos eixos de expansão urbana da cidade, e que a

expansão prevista para esta área será acelerada em razão da implantação

do novo aeroporto.

As principais atividades econômicas desenvolvidas na região são a pecuária,

principalmente em Itapetinga, com a produção de carne bovina e o

desenvolvimento da avicultura e suinocultura e a produção de leite na

bacia do rio Pardo; a cafeicultura em Vitória da Conquista, Barra do Choça e

Planalto; a hortifruticultura em Jaguaquara e municípios de seu entorno. As

atividades relacionadas a serviços e comércio, apresentam maior

desenvolvimento em Vitória da Conquista e Jequié.

É preciso lembrar que o município de Vitória da Conquista é um importante

entroncamento rodoviário nos sentidos Norte-Sul do País (BR-116) e Leste-

Oeste do Estado (BA-262); além disso, situa-se a 134 km da ferrovia de

Brumado (Ferrovia Centro-Atlântica). Essas características possibilitam a

integração dos sistemas de transporte intermodal (hidroviário do São

Francisco/ Rio Corrente, para escoamento da soja, ferroviário e rodoviário

em direção ao porto de Ilhéus) reforçando assim sua posição geográfica

estratégica e fundamental para o desenvolvimento de sua área de

influência.

Outro aspecto importante é que o Município está contemplado por um

conjunto de programas e projetos (nas esferas federal, estadual e

municipal) que pretendem promover o desenvolvimento urbano,

econômico e social, através de melhorias em infraestrutura, educação e

saúde. Muitos desses projetos são frutos de parcerias entre diversos

setores das esferas governamentais.

A seguir, são apresentados alguns programas e projetos governamentais

(políticas públicas) em implementação nas Áreas de Influência do futuro

terminal aeroportuário, que irão interferir diretamente nos aspectos

socioeconômicos da região.

Assim, os componentes estruturantes (condicionantes socioeconômicos e

geoambientais) das Áreas de Influência do Empreendimento apontam para

a expansão do espaço urbano. Por isso mesmo, a construção do novo

aeroporto, se por um lado acelera este processo, por outro pode se

constituir em uma oportunidade para uma expansão planejada da cidade.

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Planos e Programa do Governo

Entre as inúmeras iniciativas do governo estadual encontra-se,

primordialmente, a aplicação de recursos de investimento em

infraestrutura e em energia, visando à melhoria das condições gerais de

transportes. O elevado potencial produtivo alavancado pelos investimentos

públicos em infraestrutura dota a região de condições efetivas de

crescimento econômico rumo à auto-sustentabilidade. A esse objetivo

estratégico está acoplada a clara intenção de promover e intensificar a

contribuição e vinculação local ao desenvolvimento geral do Estado, que

possui matizes regionais bem diversificadas no que se refere à

caracterização socioeconômica e nível de renda.

No âmbito da Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista, vários projetos,

considerados estratégicos, instituídos no Plano Diretor do Município, visam

ao desenvolvimento local e regional. Como:

Construção do Centro de Convenções: empreendimento de grande porte,

com espaços para convenções, feiras, festas e manifestações culturais;

Centro de Logística, um complexo de atividades de suporte à função de

passagem, compreendendo a organização do serviço de transporte, de

armazenamento e do atacado;

A criação de uma Cidade Universitária, com a implantação de

empreendimentos educacionais de nível superior, enquanto reforço à

condição de pólo educacional regional;

Consolidação do Eixo Comercial-Industrial que representa a adoção de

ações que possibilitem a expansão do setor.

Praça Tancredo Neves

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Você sabia... Para a implantação de um empreendimento é necessária a execução de determinadas ações que interferem no ambiente. Essas ações introduzem no ambiente, elementos que podem afetar as dinâmicas bióticas, físicas ou socioeconômicas anteriormente existentes; sendo responsáveis por processo de alteração que resultem em Impactos Ambientais. A análise das redes de interação (entre causas e efeitos) permite identificar os eventos responsáveis pelas transformações ambientais mais importantes e definir/organizar as ações que objetivem prevenir, anular, mitigar ou potencializar essas mudanças.

Impactos Ambientais e Medidas Recomendadas

Parque das Bateias

Impacto Ambiental

Com base nos diagnósticos ambientais apresentados nas páginas anteriores

referentes aos diferentes meios (físico, biótico e socioeconômico) foi

realizada a Identificação e Avaliação dos Impactos Ambientais para a

atividade de construção e operação do Novo Aeroporto de Vitória da

Conquista.

A identificação e a avaliação dos impactos sobre o meio ambiente e as

comunidades das Áreas de Influência do Novo Aeroporto de Vitória da

Conquista levaram em conta as diferentes atividades necessárias nas

etapas de desenvolvimento do empreendimento e os ambientes físico,

biótico e socioeconômico.

As intervenções relacionadas à implantação e operação do

empreendimento serão analisadas, principalmente, sobre a Área

Diretamente Afetada - ADA e Área de Influência Direta - AID, além da

avaliação de Impacto sobre a Área de Entorno do Empreendimento

(Avaliação de Impacto de Vizinhança - AIV), considerada área de expansão

urbana do município.

Para a elaboração da Avaliação de Impactos Ambientais foi utilizado um

modelo baseado na análise integrada dos dados coletados por especialistas

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de diversas áreas (equipe multidisciplinar), resultando na obtenção de um

quadro preliminar amplo, considerando-se as principais ações impactantes

do empreendimento e os aspectos ambientais que sofrerão os efeitos das

ações. O trabalho desta equipe buscou quantificar, comparar e avaliar as

transformações que a atividade pode vir a gerar na área de influência do

empreendimento. Utilizando a lógica de causa e efeito, foram reunidos em

um mesmo quadro os diferentes momentos das atividades (projeto,

implantação e operação).

Assim foi elaborada uma Matriz de Interação das ações previstas para a

implantação do Aeroporto de Vitoria da Conquista e os principais

componentes ambientais e, posteriormente, um quadro com a

identificação dos possíveis impactos associados a cada ação e uma

classificação. A elaboração da matriz permitiu avaliar as medidas

ambientais que serão necessárias para a manutenção da qualidade

ambiental da área afetada. Cabe destacar que a análise e avaliação dos

impactos do Novo Aeroporto foram conservativas. Isso significa que mesmo

analisando, em todo momento, a possibilidade de ocorrência de situações e

cenários ambientais desfavoráveis, o resultado final apontou para a

execução do empreendimento, para a viabilidade do empreendimento.

A matriz elaborada possibilita então, a avaliação dos impactos que deverão

ser objeto de maior atenção de medidas ambientais. Para controlá-los e/ou

diminuir os seus efeitos, o empreendedor deverá implantar uma série de

medidas e também Programas Ambientais, cabendo aos órgãos

licenciadores a fiscalização e acompanhamento. Nesse sentido, a criação de

parcerias entre o empreendedor e instituições públicas e privadas que

atuam em Vitória da Conquista será de extrema importância para que a

sociedade também participe dessa fiscalização.

Neste RIMA os impactos foram abordados considerando-se os seguinte

aspectos:

Positivos ou Negativos;

Duração;

Reversibilidade;

Abrangência;

Magnitude;

Importância;

Cumulatividade;

Significância;

(Resolução Conama nº 01/86)

A avaliação dos impactos ambientais decorrentes da implantação do novo

aeroporto de Vitória da Conquista será analisada de acordo com as fases:

Projeto, Implantação e Operação, conforme segue.

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Prédio da Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista

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FASE DE PROJETO

Impacto sobre o Meio Socioeconômico

Geração de Expectativa na População

A falta de informações e desconhecimento inicial da população quanto ao empreendimento e sobre os possíveis processos de desapropriação das moradias, bem como das áreas que porventura serão desapropriadas e das respectivas formas de negociação, gera um nível de expectativa nos moradores das comunidades situadas nas proximidades do local escolhido, principalmente frente à possibilidade de geração de empregos. Detectou-se que esse é um impacto que já vem ocorrendo no local pretendido para a implantação do novo aeroporto de Vitória da Conquista e a população encontra-se pouco informada sobre o empreendimento. Há expectativa positiva com relação à geração de empregos e melhorias de infraestrutura e preocupação com ruídos e danos estruturais, aspectos que precisam ser adequadamente esclarecidos. Este impacto foi avaliado como adverso, temporário, reversível e de abrangência regional, portanto, de média magnitude. A importância foi avaliada como média. O impacto não é cumulativo e, portanto classificado como de baixa significância.

Mobilização das Organizações Políticas e Sociais

A mobilização das organizações políticas e sociais é um impacto que já ocorre nas áreas de influência do empreendimento. O histórico da formação das organizações e lideranças locais formou-se através de processos reivindicatórios por melhorias das condições de vida (saneamento básico, escolas, hospitais, pavimentação), como nos casos dos Povoados São José/ Pé-de-galinha e Simão. O impacto foi avaliado como benéfico, temporário, reversível e de abrangência regional, portanto, de média magnitude. O impacto não é cumulativo e de média importância, portanto classificado como de baixa significância.

Medidas Recomendadas: esclarecer à população, antes do início das obras, sobre o empreendimento, seus benefícios reais, o perfil e quantidade da mão de obra a ser contratada da região; as questões de segurança; instalar um Serviço de Atendimento à Comunidade; priorizar a contratação de mão de obra local e o uso de serviços do município de Vitória da Conquista. Programa Ambiental Associado: Comunicação Social e Educação Ambiental.

Medidas Recomendadas: implantação do Programa de Comunicação Social, contendo entre outras ações, a abertura de canal de comunicação entre o empreendedor e as lideranças Programa Ambiental Associado: Programa de Comunicação Social.

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Impactos Sobre o Meio Físico

Alteração da Qualidade dos Solos e Recursos Hídricos

O maior comprometimento da qualidade do solo e água está relacionado à produção de materiais no canteiro de obras. Ou seja, o uso e a manipulação inadequada de óleos, graxas e combustíveis nas oficinas de manutenção, bem como a geração de efluentes sanitários e resíduos sólidos, podem comprometer a qualidade da água e dos solos. Além disso, a movimentação de terra necessária durante a fase de implantação do empreendimento expõe o solo processos erosivos e carreamento de sedimentos para a rede e sistema drenagem, elevando a turbidez e os sólidos em suspensão, o que contribui também para a alteração da qualidade da água. Este impacto foi avaliado como adverso, temporário, reversível e local, portanto, de baixa magnitude. Sua importância é média e, o impacto não é cumulativo, neste caso, possui baixa significância.

Alteração da Qualidade do Ar

A alteração da qualidade do ar durante o processo de implantação do novo aeroporto de Vitoria da Conquista está associada à suspensão de material particulado na atmosfera, através da poeira gerada por atividades como a terraplanagem e a abertura de acessos, entre outras. O impacto é adverso, temporário, reversível e local, por conseguinte, possui magnitude baixa. Sua importância é média. Não é cumulativo. Classificado então, de baixa significância.

Alterações no Padrão de Escoamento Superficial (Indução ao Medidas Recomendadas: implantar Estação de Tratamento de Esgotos e Efluentes no canteiro de obras; implantar e manter um sistema eficiente de drenagem pluvial, com caixas separadoras de água e óleo e de retenção de sólidos; padronizar os procedimentos e cuidados em relação a estes contaminantes. Programa Ambiental Associado: Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS); Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas; Programa de Educação Ambiental; Programa de Comunicação Social e Programa de Estímulo a Tecnologias Limpas.

Medidas Recomendadas: implementar um Programa de Monitoramento da Qualidade do Ar e adotar sistemas de controle para conter e tratar as possíveis emissões geradas pelo empreendimento, principalmente em áreas com potencial de geração de emissões de materiais particulados. Programa Ambiental Associado: Programa de Educação Ambiental; Programa de Condições e Meio Ambiente do Trabalho - PCMAT; Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO; Programa da Qualidade do Ar e Ruídos e Programa de Estímulo à Tecnologias Limpas.

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Alterações no Padrão de Escoamento Superficial (Indução ao

Desenvolvimento de Processos Erosivos e de Assoreamento)

Ações como instalações das vias de acesso provisórias e definitivas; terraplanagem; montagem do canteiro de obras; e, execuções das obras civis do empreendimento também são responsáveis por potencializar alterações no padrão de escoamento superficial, contribuindo para concentração do fluxo de escoamento superficial. Consequentemente, essas ações favorecerão com a exposição dos solos, o aumento do escoamento superficial das águas pluviais e movimentação de terras, gerando cortes e deposição de materiais inconsolidados de maior susceptibilidade a erosão e assoreamentos nas drenagens e regiões deprimidas, além de poder provocar danos no sistema de drenagem, entupimentos de canais e alagamentos, entre outros.

Este impacto é considerado adverso, permanente, irreversível e local, portanto, de média magnitude. A importância do impacto foi considerada média, e o mesmo não é cumulativo. Neste caso, a significância do impacto é classificada como baixa.

Interferências na Disponibilidade Hídrica Superficial e Subterrânea

A implantação do empreendimento proposto deverá potencializar a diminuição da oferta frente à impermeabilização do solo e possíveis contaminações causadas por efluentes domésticos e industriais, estes, oriundos da operação das máquinas e equipamentos no canteiro de obras. Além disso, com a implantação do aeroporto e, a consequente impermeabilização do solo, pode ocorrer rebaixamento do lençol freático. A diminuição da oferta de água, frente às intervenções que o solo irá sofrer com a construção do aeroporto, está sendo considerado como de baixa significância tendo em vista que a água na região é pouco utilizada pela população, sendo esta em sua maioria abastecida pela EMBASA. O uso para consumo humano é localizado e apenas temporário e o manancial apresenta, de forma geral, qualidade limitada em decorrência do elevado teor de cloreto. Desta forma, o impacto foi classificado como adverso, local, permanente, irreversível, portanto, de magnitude média. Este impacto é de média importância e não cumulativo, sendo considerado, então, de baixa significância.

Medidas Recomendadas: definir obras adequadas nas áreas de maior fragilidade, no que se refere à suscetibilidade à erosão; executar revestimento vegetal adequado nas rampas sujeitas à erosão, evitar, sempre que possível obra no período de chuvas e utilizar sempre equipamentos leves ou mesmo de operação manual nas áreas menos instáveis. Programa Ambiental Associado: Programa de Controle de Processos Erosivos e Plano de Recuperação de Áreas Degradadas.

Medidas Recomendadas: conduzir o escoamento superficial da pista de pouso e pátios de manobra para caixas de infiltração lateral e/ou para um sistema de drenagem eficiente; implementar no Programa de Controle de Processos Erosivos ações de inspeção periódica do sistema de drenagem e canaletas e elaborar e executar Plano de Recuperação de Áreas Degradadas. Programa Ambiental Associado: Programa de Controle de Processos Erosivos e Plano de Recuperação de Áreas Degradadas.

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Alteração e Descaracterização da Paisagem

Durante a implantação do empreendimento, intervenções na paisagem são efetuadas através de algumas ações, tais como: supressão da vegetação e movimentação de terra associada à atividade de terraplenagem e construção de vias de acesso. Estas atividades modificam as formas naturais locais do relevo, introduzem equipamentos civis no terreno natural causando mudanças na paisagem. Devido às características da área escolhida para a implantação do novo aeroporto de Vitória da Conquista, este impacto foi avaliado como adverso, permanente, irreversível e local, desta forma, classifica-se como de média magnitude. Sua importância foi considerada alta e, o impacto não é cumulativo, portanto, o impacto foi classificado como de média significância.

Degradação de Área de Preservação Permanente - APP

As obras de implantação do aeroporto demandarão a ampliação e melhoria de acessos que poderão impactar APPs existentes nas adjacências do empreendimento. Nestas, destacam-se as formações de brejo, localizadas à margem do Riacho Santa Rita, além daquelas próximas ao Riacho do Quati, ao sul do empreendimento, que são utilizadas principalmente para dessedentação de animais. Este impacto foi classificado como adverso, temporário, reversível e local, portanto, de baixa magnitude. Foi considerado como de média importância e não cumulativo, neste caso, sua significância é baixa.

Medidas Recomendadas: submeter a área degradada a ações corretivas, englobadas no contexto de restauração, recuperação, reabilitação e/ou requalificação do espaço, através da adoção de um Plano de Recuperação de Áreas Degradadas. Programa Ambiental Associado: Plano de Recuperação de Áreas Degradadas e Plano de Apoio de Criação de Unidade de Conservação.

Medidas Recomendadas: controlar a ocupação em áreas de APPs; construir galerias ou pontes que não obstruam o fluxo de água e organismos em ecossistemas aquáticos; implementar um Programa de Educação Ambiental voltado para comunidades da AID, destacando a importância da preservação dos corpos d’água, suas nascentes e matas ciliares e revitalizar as matas ciliares e matas de cipó, principalmente nas áreas próximas às nascentes. Programa Ambiental Associado: Programa de Educação Ambiental.

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Impactos Sobre o Meio Biótico

Perda de Cobertura Vegetal

Durante a fase de implantação deverá ocorrer o impacto de perda de parte da cobertura vegetal composta por Floresta Estacional Decidual (Mata de Cipó), considerada formação florestal integrante do Bioma Mata Atlântica, existente dentro dos limites da área patrimonial. As tipologias nativas que estão na área de intervenção para implantação do aeroporto estão distribuídas da seguinte forma, 20% de floresta estacional semidecidual - mata de cipó em estágio médio de regeneração e 80% de floresta estacional semidecidual - mata de cipó em estágio inicial de regeneração. Trata-se de um impacto adverso, permanente, irreversível e local, classificando assim sua magnitude como média. O impacto é de alta importância e não é cumulativo, portanto, sua significância é classificada como média.

Fragmentação e Efeito de Borda

A fragmentação dos remanescentes florestais existentes na área de intervenção do empreendimento poderá provocar alterações locais na estrutura, na dinâmica e no fluxo de energia do ambiente afetado, tendo como consequência uma nova organização dos elementos florísticos (surgimento de indivíduos de algumas espécies novas e o desaparecimento de outros), em função de sua adaptabilidade ou não ao meio criado. E, apesar de não muito expressiva, por se tratar de uma área onde a cobertura vegetal apresenta-se já altamente fragmentada, a dinâmica desses fragmentos também pode ser afetada com a produção ou suspensão de processos ecológicos, podendo causar alterações no fluxo de energia do ambiente, criando então uma zona tampão. O impacto em questão é classificado como adverso, local, permanente e irreversível, portanto, de média importância. Considerando elevado grau de fragmentação da vegetação já existente, o impacto é considerado não cumulativo. Neste caso a magnitude é considerada média e o impacto classificado como de baixa significância.

Medidas Recomendadas: realizar Programa de Resgate de Flora, visando o replantio; implantar Plano de Recuperação de Áreas Degradadas, com a utilização preferencial de espécies nativas; limitar a supressão apenas ao necessário para garantir a instalação e operação seguras do empreendimento; atentar para a presença de espécies vegetais ameaçadas de extinção, na área passível de supressão, devendo para estas ser providenciando o resgate e criar Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) no restante das áreas de vegetação nativa inseridas na ADA. Programa Ambiental Associado: Plano de Supressão da Vegetação; Plano de Recuperação de Áreas Degradadas; Programa de Resgate de Flora e Programa de Monitoramento de Flora.

Medidas Recomendadas: criar Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) no restante das áreas de vegetação nativa inseridas na ADA e compensar a supressão da vegetação de acordo com o previsto na Lei 9.985/00 e no Decreto no 6.848/09, que tratam sobre a compensação ambiental. Programa Ambiental Associado: Plano de Supressão da Vegetação; Programa de Monitoramento de Flora e Plano de Apoio de Criação de Unidade de Conservação.

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Caça e Captura da Fauna Terrestre Local

Há animais que são mais susceptíveis a atividades predatórias, pois são apreciados como caça, a exemplo do tatu, cutia, paca, preá e algumas aves. Além da pressão de caça, muitos animais estão sujeitos ao comércio ilegal de animais silvestres e muitos são apreciados como animais de estimação, como os primatas e as serpentes. Este impacto é classificado como adverso, temporário, reversível e regional, portanto, de média magnitude. Foi considerado não cumulativo, neste caso, possui média importância e baixa significância.

Afugentamento da Fauna Terrestre Local

A supressão da vegetação, o aumento na circulação de veículos e pessoas, bem como, a geração de ruídos durante as atividades de implantação do empreendimento são ações que afetarão a fauna terrestre local existente, ocasionando, principalmente, seu afugentamento. Este impacto foi avaliado como adverso, temporário, reversível, regional, portanto, de média magnitude. Sua importância foi classificada como média. O impacto não é cumulativo. Com essas características a significância do impacto é classificada como baixa.

Medidas Recomendadas: realizar acompanhamento constante de equipes de contenção e salvamento da fauna terrestre afetada durante o processo de implantação do Novo Aeroporto; implantar Programa de Educação Ambiental e Comunicação Social junto à comunidade local e trabalhadores do empreendimento, a fim de evitar atividades predatórias sob a fauna silvestre. Programa Ambiental Associado: Programa de Supressão de Vegetação; Programa de Resgate de Flora; Programa de Monitoramento da Fauna; Programa de Comunicação Social e Programa de Educação Ambiental.

Medidas Recomendadas: implantação do Programa de Resgate de Fauna.; implantação do Programa de Monitoramento da Fauna e translocação de espécimes dependentes de recursos florestais para áreas mais adequadas. Programa Ambiental Associado: Programa de Resgate de Fauna; Programa de Monitoramento da Fauna; Programa de Comunicação Social e Programa de Educação Ambiental.

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Perda de Biodiversidade

Os fragmentos florestais existentes na área de intervenção possuem reduzida diversidade biológica, portanto, apesar da ocorrência de espécies ameaçadas nas áreas de influência do projeto, não se espera uma redução na variação genética das espécies ocorrentes na área de intervenção. O impacto foi avaliado como adverso, permanente, irreversível, local, portanto de média magnitude. Não possui características de cumulatividade ou sinergia e sua importância foi classificada como média. Deste modo o impacto possui baixa significância.

Medidas Recomendadas: evitar a realização de atividades de supressão vegetal, principalmente no período de setembro a janeiro, que corresponde ao período reprodutivo da maioria dos animais; implantar Programa de Monitoramento da Fauna durante e após as atividades de supressão vegetal; criar condições de acesso para a fauna arborícola entre os fragmentos situados dentro e fora da área do empreendimento; criar Reserva Particular do Patrimônio Natural - RPPN no restante das áreas de vegetação nativa inseridas na ADA, adotando medidas compensatórias em função das atividades de supressão vegetal; Realizar Programa de Resgate de Fauna antes e durante as ações de supressão vegetal, visando o salvamento e relocação de fauna terrestre para áreas compatíveis. Este programa deverá ser analisado e aprovado pelo IBAMA. Programa Ambiental Associado: Plano de Supressão da Vegetação; Programa de Resgate de Fauna; Programa de Monitoramento da Fauna; Programa de Resgate de Flora e Programa de Monitoramento de Flora.

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FASE DE IMPLANTAÇÂO

Impactos Sobre o Meio Socioeconômico

Remanejamento e Indenização de Famílias

A implantação do novo aeroporto de Vitória da Conquista requererá a desapropriação e consequente alteração do uso do solo local das áreas localizadas na Área Patrimonial. O Decreto Estadual nº 12.246 de 08 de Julho de 2010 declara o polígono (área patrimonial) do novo aeroporto como de utilidade pública para fins de desapropriação. O predomínio do uso na área inserida no Decreto de utilidade pública para fins de desapropriação é rural. As residências existentes nesta poligonal deverão ser indenizadas. Contudo, além destas residências, deverão ser realocadas também, nas etapas de implantação do empreendimento, aquelas que se encontram nas faixas de comprometimento por ruídos das operações do novo aeroporto. Este impacto é adverso, permanente, reversível e local, o que lhe classifica como de média magnitude. Não é cumulativo e sua importância é média. Dessa forma o impacto é classificado como de baixa significância.

Perda de Produção Agropecuária

Em função da extensão de área a ser desapropriada e do tipo de uso nela exercido para implantação do novo aeroporto, a perda de produção agropecuária certamente não irá comprometer a dinâmica de abastecimento dos recursos agrícolas para o Município de Vitória da Conquista. Neste caso, o impacto é avaliado como adverso, permanente, irreversível e local, ou seja, de média importância. Não possui caráter cumulativo e sua importância é baixa. Portanto, o impacto é classificado como de baixa significância.

Medidas Recomendadas: implementação do Plano de Desapropriação e de Comunicação Social, contendo entre outros, avaliação financeira e negociação direta com a população atingida e divulgação dos critérios de negociação. Programa Ambiental Associado: Plano de Desapropriação e Programa de Comunicação Social.

Medidas Recomendadas: implementação do Plano de Desapropriação e de Comunicação Social. Programa Ambiental Associado: Plano de Desapropriação e Programa de Comunicação Social.

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Aumento do Tráfego Viário

A implantação do novo aeroporto de Vitória da Conquista acarretará no aumento do número de tráfego de veículos na região propiciando uma sensível piora da trafegabilidade nas vias existentes, principalmente no trecho da BR-116 localizado nas proximidades da área de intervenção, podendo expor os usuários a um maior risco de acidentes. A maior vulnerabilidade da BR-116 neste trecho apresentar-se-á na comunidade de São José/Pé-de-galinha, situada às margens da mesma. Esse trecho da rodovia encontra-se mal sinalizado e em estado precário de conservação, o que aumenta os riscos de acidentes. Este impacto é considerado adverso, temporário, reversível e regional, de média magnitude. Sua importância é considerada alta e o impacto é cumulativo. Sua significância é classificada como alta.

Aumento do Risco de Acidentes Viários

Com o aumento da circulação de veículos tais como caminhões, tratores, carretas e utilitários, necessários às atividades de implantação do novo aeroporto, prevê-se a possibilidade do aumento de riscos de acidentes associados ao tráfego destes e os moradores do entorno da área de intervenção. Deve-se levar em consideração que a área pretendida para a implantação do novo aeroporto terá como acesso a BR-116 e a estrada de terra que leva à Iguá, hoje precariamente sinalizadas. Trata-se de um impacto adverso, temporário, local e reversível, portanto a magnitude é baixa. O impacto não é cumulativo e foi classificado como de alta importância. Desta forma, a significância do impacto é classificada como média.

Medidas Recomendadas: atuação junto aos órgãos públicos para melhorar a sinalização dos trechos das rotas de acesso ao novo aeroporto; campanhas de esclarecimento junto à população local e treinamento de direção preventiva para os motoristas que trabalham na obra. Programa Ambiental Associado: Programa de Comunicação Social.

Medidas Recomendadas: estruturar adequadamente as vias de acesso com pavimentação asfáltica, adotando especificações de pista compatíveis com o tráfego de veículos pesados (caminhões de 25 t ou superior);implementar sinalização de trânsito adequada; desenvolver o Programa de Comunicação Social para informar a comunidade sobre o andamento das obras e implantar o Programa de Mitigação de Impactos de Obras Viárias. Programa Ambiental Associado: Plano de Sinalização e Controle de Tráfego e Programa de Comunicação Social.

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Aumento da Oferta de Postos de Trabalho

Durante a fase de implantação do empreendimento, que deverá durar 24 meses, serão gerados aproximadamente 200 novos postos diretos de trabalho e uma estimativa de 600 postos de forma indireta em função das atividades econômicas correlacionadas. Essa oferta de postos de trabalho é um impacto relevante, ainda que seja modesta em comparação com a demanda de emprego local. Este impacto é avaliado como benéfico, temporário, reversível e regional, classificando sua magnitude como média. Não é um impacto cumulativo e sua importância é média. O impacto é classificado então como de baixa significância.

Aumento da Violência, Criminalidade e Prostituição

Durante e após a construção de empreendimentos do porte do novo aeroporto de Vitoria da Conquista, estima-se ocorrer um aumento do consumo e tráfico de drogas, da violência e da criminalidade, e da prostituição, uma vez que as populações, tanto as atraídas pela possibilidade de emprego quanto as que efetivamente venham a ser trabalhadores das obras, passam a residir nas localidades próximas ao empreendimento, muitas vezes ocupando o solo do entorno de forma desordenada e informal. O impacto é considerado adverso, temporário, regional, e reversível, classificando-o como de média importância. Com estas características o impacto é classificado cumulativo, portanto de média magnitude, o que torna sua significância alta.

Medidas Recomendadas: treinamento de trabalhadores em empresariado e administração de pequenos negócios, voltados para setores de comércio e serviços; aproveitamento de pessoal das obras (quando tecnicamente possível) na operação do empreendimento; capacitação da mão de obra local que poderá viabilizar localmente vagas especializadas. Programa Ambiental Associado: Programa de Capacitação da Mão de Obra Local e Plano de Contratação e Desmobilização de Mão de Obra.

Medidas Recomendadas: adequação e ampliação dos equipamentos sociais através de convênios ou acordos a serem firmados com os respectivos órgãos de modo a buscar alternativas que minimizem a pressão que a chegada de população trabalhadora à região poderá provocar sobre os serviços essenciais. Programa Ambiental Associado: Programa de Comunicação Social; Programa de Educação Ambiental e Programas de Compensação Sócio Ambiental.

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Aumento da Ocupação Desordenada

Operários recrutados para a execução das obras de implantação do novo aeroporto de Vitória da Conquista possivelmente mudar-se-ão com suas famílias para a região do seu novo local de trabalho, passando a morar nas localidades mais próximas e a ocupar irregularmente essas áreas. Da mesma forma a divulgação da implantação de um novo empreendimento também pode agravar os processos de favelização já existentes através da chegada de pessoas atraídas pela possibilidade de serem absorvidas durante as obras. A comunidade de São José/Pé-de-galinha possivelmente será a que sofrerá mais fortemente as consequências de um provável aumento populacional acelerado. Este impacto é considerado adverso, temporário, reversível, regional, portanto, de média magnitude. É um impacto cumulativo, de média importância, classificado então como de média significância.

Interferências em Sítios Arqueológicos

As obras de implantação do novo aeroporto de Vitória da Conquista poderão vir a afetar bens arqueológicos eventualmente ainda preservados no subsolo da área de implantação do empreendimento. Essa possibilidade decorre do fato de no Município existirem sítios arqueológicos, alguns na área de influência indireta, que podem ocorrer também na área da ADA, pois não são visíveis em superfície. Destaca-se que há uma possível ocorrência arqueológica na área da ADA. Este impacto é considerado adverso, permanente, irreversível e local, portanto, sua magnitude é média. Não é um impacto cumulativo e sua importância foi avaliada como média. A significância deste impacto é baixa.

Medidas Recomendadas: aplicação de uma legislação municipal específica que confira ao zoneamento urbano um ordenamento de acordo com as restrições impostas pela legislação aeroportuária vigente para ocupação e edificações.

Medidas Recomendadas: implantar Programa de Salvamento e Resgate do Patrimônio Arqueológico antes da supressão vegetal, conforme metodologia indicada pelo IPHAN; implantar Programa de Educação Patrimonial para conscientizar a comunidade sobre a importância da preservação do patrimônio histórico arqueológico; executar um levantamento de sítios arqueológicos em potencial. Programa Ambiental Associado: Programa de Prospecção e Resgate Arqueológico.

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Desestruturação das Relações Comunitárias

Apesar da realocação das famílias residentes na comunidade São José/Pé-de-galinha se constituir como uma medida mitigadora necessária à preservação da saúde e qualidade de vida dessas famílias, isso não excluí o impacto de desestruturação dos laços comunitários. Muitas vezes o empreendimento retira os moradores do convívio da comunidade e os coloca em um novo espaço, que por mais que tenha características físicas similares ao local de origem, é muito diferente sob a perspectiva do convívio e das trocas com os demais moradores, em especial da comunidade receptora, especialmente em situações, as quais os afetados são apenas indenizados, sem acompanhamento ou orientação. Este impacto é considerado adverso, temporário, reversível e regional, sua magnitude é média. É um impacto considerado cumulativo e sua importância é média. O impacto é classificado com de média significância.

Perda da Qualidade de Vida

Este impacto está relacionado principalmente com o aumento da pressão sobre a infraestrutura e os serviços públicos da região, pois a partir da implantação do canteiro de obra o Município poderá receber trabalhadores de outras regiões, o que gerará aumento em diversas demandas como: saúde, educação, segurança e habitação. Esse cenário com migrantes chegando quase ao mesmo tempo pode provocar dificuldades do Município em atender a população local nos serviços básicos (saúde, educação e segurança) o que pode incidir diretamente na perda de qualidade de vida dos moradores locais. Este é um impacto adverso, temporário, reversível e regional, neste caso sua magnitude é média. Sua importância foi avaliada como média e possui características cumulativas, portanto, o impacto se classifica como de média significância.

Medidas Recomendadas: realização de um cadastramento socioeconômico das famílias que sofrerão impactos diretos; implementação de um Programa de Desapropriação com critérios claros e que sejam apresentados ao conjunto dos moradores; promover a realocação das famílias afetadas, de modo a agrupar as famílias a serem desapropriadas e assim, manter os laços comunitários dos moradores que aceitarem a proposta; acompanhamento de profissionais como assistentes sociais e psicólogos para os moradores realocados ou indenizados como forma de mitigar os possíveis impactos no cotidiano das famílias afetadas; implementar ações que visem oferecer condições adequadas de subsistência para as comunidades que não tiverem interesse e/ou oportunidade em participar do empreendimento. Programa Ambiental Associado: Programa de Desapropriação e Programas de Compensação Sócio Ambiental.

Medidas Recomendadas: definição de rotas alternativas para os veículos pesados e definição de horários de tráfego e ainda medidas para diminuir a poeira; priorizar a contratação de mão de obra local, sobretudo no que diz respeitos àquelas vagas que exigem pouca qualificação (ajudantes gerais, pedreiros, borracheiros, serventes entre outros); criação de cursos de capacitação profissional para os moradores próximos aos canteiros de obras, bem como para os filhos dos trabalhadores direta ou indiretamente ligados ao empreendimento, através do Plano de Contratação e Desmobilização de Mão de Obra; garantia de recursos (técnicos e financeiros), até a efetiva recomposição de condições originais de produção e consumo das famílias que sejam realocadas. Programa Ambiental Associado: Plano de Contratação e Desmobilização de Mão de Obra;Plano de Sinalização e Controle de Tráfego; Programa de Comunicação Social; Programas de Compensação Sócio Ambiental.

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Aumento da Disseminação de DST/AIDS

Espera-se que ocorra alteração no quadro de saúde da população associada ao risco de contágio e disseminação de doenças sexualmente transmissíveis (DST), inclusive o HIV/AIDS, e as hepatites pelos vírus B e D, decorrente do fluxo de trabalhadores que pode seguir para a área em função das obras para a implantação do novo aeroporto. Por se tratar de um fator de extrema relevância para a qualidade de vida da população, as alterações no quadro de saúde apresentam uma grande importância, e deverão ser rigorosamente monitoradas, a fim de se evitar que a magnitude destas interferências não extrapole o nível local. Para evitar tais constrangimentos, o empreendedor deverá priorizar a contratação de residentes no local/região, minimizando-se os possíveis impactos advindos desse processo. Este impacto é avaliado como adverso, temporário, reversível e regional, portanto de média magnitude. Sua importância é avaliada como média e o impacto possui características cumulativas. Neste caso o impacto é classificado como de alta significância.

Riscos para a Saúde do Trabalhador e Acidentes de Trabalho

As atividades associadas à uma obra deste porte possivelmente provocará um aumento do número de acidentes de trabalho no canteiro de obras, principalmente no que diz respeito ao uso dos equipamentos de segurança (EPIs), bem como às doenças provocadas por fatores associados ao ambiente de trabalho (doenças ocupacionais). Este impacto é adverso, temporário, reversível e local, portanto de média magnitude. Sua importância foi avaliada como média e não existem características cumulativas deste impacto, portanto, é possui média significância.

Medidas Recomendadas: realização de campanhas temáticas educativas tendo em vista a conscientização da população para a importância das DSTs e os cuidados a serem tomados como prevenção; rticulação com a Secretaria de Saúde do município; realização de exames admissionais dos trabalhadores na obra, de modo a controlar o padrão de saúde dessa população; implantar Programas de Comunicação Social de maneira de mitigar o impacto da prostituição com a inclusão de atividades e informações sobre prevenção junto aos grupos vulneráveis. Programa Ambiental Associado: Programa de Comunicação Social e Programa de Educação Ambiental.

Medidas Recomendadas: realizar contratações diretas e indiretas atendendo as leis trabalhistas do Ministério do Trabalho; implantar programas de Controle e Monitoramento dos riscos à saúde do trabalhador, objetivando a prevenção de acidentes no ambiente de trabalho; divulgação de Planos de Emergência / Contingência em caso de eventos que coloque em risco a saúde dos trabalhadores. Programa Ambiental Associado: Planos de Emergência / Contingência; Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional - PCMSO; Programa de Condições e Meio Ambiente do Trabalho - PCMAT; Programa de Monitoramento da Qualidade do Ar e Ruídos.

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Sobrecarga da Capacidade Local de Disposição de Resíduos Sólidos

O incremento populacional, associado ao volume de resíduos gerados pelas próprias atividades dos canteiro de obras, poderá pressionar os serviços locais de disposição de resíduos. O impacto é avaliado como adverso, temporário, reversível, regional, de baixa magnitude. A importância do impacto é baixa e não possui características cumulativas, portanto, sua significância é baixa.

Aumento dos Níveis de Desemprego na Conclusão da Obra

Ao final da fase de implantação, a ocupação gerada em caráter de temporalidade será desmobilizada. A demissão dos operários proporcionará uma queda no nível de ocupação local, tendendo a retornar aos níveis anteriores. Este impacto é avaliado como adverso, temporário, reversível e regional, portanto de média magnitude. Sua importância é considerada alta, porém, não é cumulativo. A significância deste impacto média.

Medidas Recomendadas: adequação e ampliação dos serviços públicos através de convênios ou acordos a serem firmados com os respectivos órgãos de modo a buscar alternativas que minimizem a pressão que a chegada de população trabalhadora à região poderá provocar sobre os serviços essenciais. Programa Ambiental Associado: Programa de Comunicação Social; Programa de Educação Ambiental e Programa de Estímulo à Tecnologias Limpas.

Medidas Recomendadas: implantar Programas de Integração e Capacitação da Mão-de-obra local; implantar Programa de Compensação Sócio-ambiental; Aproveitamento de mão-de-obra durante a fase de operação do empreendimento; utilização do contingente de mão-de-obra em empreendimentos de outras localidades. Programa Ambiental Associado: Programa de Integração e Capacitação da Mão de Obra e Plano de Contratação e Desmobilização de Mão de Obra.

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Impactos Sobre o Meio Físico

Alteração da Qualidade dos Solos e Recursos Hídricos

A contaminação dos solos e recursos hídricos é possível ocorrer em praticamente todas as ações associadas à construção do empreendimento. Porém, o maior comprometimento da qualidade do solo e água está relacionado à produção de materiais no canteiro de obras. Ou seja, o uso e a manipulação inadequada de óleos, graxas e combustíveis nas oficinas de manutenção, bem como a geração de efluentes sanitários e resíduos sólidos, podem comprometer a qualidade da água e dos solos. Este impacto é adverso, temporário, reversível e local, sendo classificado como de baixa magnitude. Sua importância é considerada média e seu impacto não é cumulativo, possuindo assim uma baixa significância.

Alteração da Qualidade do Ar

A alteração da qualidade do ar durante o processo de implantação do novo aeroporto estará associada à suspensão de material particulado na atmosfera, através da poeira gerada por atividades como, por exemplo, terraplanagem e a abertura de acessos. O aumento da circulação de veículos, sobretudo os pesados, movidos a diesel, deve ser considerado como potencial agente de alteração da qualidade do ar, tendo em vista que existem diversos acessos sem pavimentação, pelos quais os veículos poderão circular durante as obras. Este impacto é adverso, temporário, reversível e local, sendo de baixa magnitude. Sua importância é considerada média e não é cumulativo, possuindo baixa significância.

Medidas Recomendadas: implantar Estação de Tratamento de Esgotos e Efluentes no canteiro de obras; implantar e manter um sistema eficiente de drenagem pluvial, com caixas separadoras de água e óleo e de retenção de sólidos; gerar Manual de Controle da Poluição por Combustíveis, visando a padronizar os procedimentos e cuidados em relação a estes contaminantes; gerar Plano de Emergência Individual (PEI), caso ocorram eventos acidentais que resultem em vazamentos de combustíveis. Programa Ambiental Associado: Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS); Programa de Monitoramento da Qualidade das Águas; Programa de Educação Ambiental; Programa de Comunicação Social;Programa de Estímulo a Tecnologias Limpas.

Medidas Recomendadas: implementar um Programa de Monitoramento da Qualidade do Ar; adotar sistemas de controle para conter e tratar as possíveis emissões geradas pea construção do empreendimento, principalmente em áreas com potencial de geração de emissões de materiais particulados. Programa Ambiental Associado: Programa de Educação Ambiental; Programa de Condições e Meio Ambiente do Trabalho (PCMAT); Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO); Programa da Qualidade do Ar e Ruídos; Programa de Estímulo à Tecnologias Limpas

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Alterações no Padrão de Escoamento Superficial (Indução ao Desenvolvimento de Processos Erosivos e de Assoreamento)

A supressão de vegetação e movimentação de terra expõe o solo, induzindo a processos erosivos e carreamento de sedimentos para a rede e sistema de drenagem. Além disso, atividades relacionadas a fase de implantação (instalação de vias de acesso provisórias e definitivas; terraplanagem; montagem do canteiro de obras e; execuções das obras civis) também são responsáveis por potencializar alterações no padrão de escoamento superficial, contribuindo para concentração do fluxo de escoamento superficial, podendo ocasionar danos ao sistema de drenagem, entupimentos de canais e alagamentos, entre outros. As alterações nos padrões de escoamento das águas superficiais frente à impermeabilização de áreas significativas para a implantação das instalações do aeroporto, tais como pátio de aeronaves e sistema de pistas, também contribuem para possíveis interferências na dinâmica de circulação das águas superficiais e, inclusive, subterrâneas. O impacto em questão é considerado adverso, permanente, irreversível e local, apresentando magnitude e importância consideradas de nível médio, não sendo cumulativo e classificado como de baixa significância.

Interferências na Disponibilidade Hídrica Superficial e Subterrânea

Os lençóis freáticos submetidos as ações desta fase do empreendimentesomente apresentam ciclo hidrológico que oscilam sazonalmente, ascendendo em períodos de chuva, ou imediatamente após estes, e rebaixando em seguida, nos períodos de estiagem para a sua posição original. A implantação do empreendimento proposto deverá potencializar a diminuição da oferta frente à impermeabilização do solo e possíveis contaminações causadas por efluentes domésticos e industriais, estes, oriundos da operação das máquinas e equipamentos no canteiro de obras. Além disso, devido a impermeabilização do solo, poderá ocorrer rebaixamento do lençol freático. A redução da oferta de água, foi considerada como de baixa significância tendo em vista que a água na região é pouco utilizada para o abastecimento doméstico da população. Desta forma, o impacto foi classificado como adverso, local, permanente e irreversível, sendo, portanto, de média magnitude e média importância. Não é um impacto cumulativo e sua significância é baixa.

Medidas Recomendadas: conduzir o escoamento superficial da pista de pouso e pátios de manobra para caixas de infiltração lateral e/ou para um sistema de drenagem eficiente; implementar no Programa de Controle de Processos Erosivos ações de inspeção periódica do sistema de drenagem e canaletas; Elaborar e executar Plano de Recuperação de Áreas Degradadas. Programa Ambiental Associado: Programa de Controle de Processos Erosivos e Plano de Recuperação de Áreas Degradadas

Medidas Recomendadas: definir obras adequadas nas áreas de maior fragilidade, no que se refere à suscetibilidade à erosão; executar revestimento vegetal adequado nas rampas sujeitas à erosão, com o plantio consorciado de gramíneas e de leguminosas herbáceas nativas ou adaptadas à região; evitar, sempre que possível, obras no período de chuvas; utilizar sempre equipamentos leves ou mesmo de operação manual nas áreas menos instáveis. Programa Ambiental Associado:Programa de Controle de Processos Erosivos e Plano de Recuperação de Áreas Degradadas

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Alteração e Descaracterização da Paisagem

Durante a implantação do empreendimento, intervenções na paisagem serão efetuadas através de algumas ações, tais como: supressão da vegetação e movimentação de terra associada à atividade de terraplenagem e construção de vias de acesso. Estas atividades modificam as formas naturais locais do relevo, introduzem equipamentos civis no terreno natural causando mudanças na paisagem. Este impacto foi avaliado como adverso, permanente, irreversível e local, sendo desta forma classificado como de média magnitude. Sua importância foi considerada alta, não sendo cumulativo, portanto, o impacto foi classificado como de média significância.

Medidas Recomendadas: submeter a área degradada a ações corretivas, englobadas no contexto de restauração, recuperação, reabilitação e/ou requalificação do espaço, através da adoção de um Plano de Recuperação de Áreas Degradadas. Programa Ambiental Associado: Plano de Recuperação de Áreas Degradadas e Plano de Apoio de Criação de Unidade de Conservação

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Impactos Sobre o Meio Biótico

Degradação de Área de Preservação Permanente - APP As obras de implantação do aeroporto demandarão a ampliação e melhoria de acessos que poderão impactar APPs existentes nas adjacências do empreendimento. Nestas, destacam-se as formações de brejo, localizadas à margem do Riacho Santa Rita, além daquelas próximas ao Riacho do Quati, ao sul do empreendimento, que são utilizadas principalmente para dessedentação de animais. Este impacto foi classificado como adverso, temporário, reversível e local, sendo, portanto, de baixa magnitude e média importância, não sendo cumulativo, o que classifica este impacto como de baixa significância.

Perda de Cobertura Vegetal

Durante a fase de implantação, parte da cobertura vegetal de Floresta Estacional Semidecidual (mata de cipó) será suprimida nos limites da área patrimonial. As espécies botânicas a serem suprimidas são aquelas destinadas à forragem e utilização da madeira para fabricação de mourões. Espécies passivas de supressão ameaçadas de extinção, bem como as de interesse ornamental e científico, serão objeto de resgate. Este impacto é classificado como de média significância, pois foi considerado adverso, permanente, irreversível e local, sendo também de média magnitude e alta importância, não sendo cumulativo.

Medidas Recomendadas: controlar a ocupação em áreas de APPs; controlar a poluição de áreas do entorno das APPs; construir galerias ou pontes que não obstruam o fluxo de água e organismos em ecossistemas aquáticos; implementar um Programa de Educação Ambiental voltado para comunidades da AID, destacando a importância da preservação dos corpos d’água, suas nascentes e matas ciliares; revitalizar as matas ciliares e matas de cipó, principalmente nas áreas próximas às nascentes; implementar Plano de Recuperação de Áreas Degradadas em APPs na AID. Programa Ambiental Associado:Programa de Educação Ambiental e Plano de Recuperação de Áreas Degradadas

Medidas Recomendadas: realizar Programa de Resgate de Flora, visando ao replantio de espécies pioneiras e de interesse extrativista, em áreas da AII que necessitam ser revegetadas e/ou recuperadas; implantar Plano de Recuperação de Áreas Degradadas, utilizando preferencialmente espécies nativas; coordenar Programas de Reposição Vegetal nas Áreas de Proteção Permanente existentes na AII e AID; limitar a supressão ao mínimo necessário para garantir a instalação e operação seguras do empreendimento; evitando a perda de nutrientes e a exposição do solo; atentar para a presença de espécies vegetais ameaçadas de extinção, na área passível de supressão, devendo para estas ser providenciando o resgate; criar Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) no restante das áreas de vegetação nativa inseridas na ADA. Programa Ambiental Associado: Plano de Supressão da Vegetação; Plano de Recuperação de Áreas Degradadas; Programa de Resgate e Monitoramento de Flora, Agenda de Sustentabilidade Ambiental.

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Fragmentação e Efeito de Borda

A fragmentação dos remanescentes florestais existentes na área de intervenção do empreendimento poderá eventualmente provocar alterações locais na estrutura e na dinâmica ecológica do ambiente afetado, tendo como consequência uma nova organização dos elementos florísticos, em função de sua adaptabilidade ou não ao meio criado. Por se tratar de uma área onde a cobertura vegetal apresenta-se já altamente fragmentada, a dinâmica desses fragmentos já se encontra comprometida. Neste contexto, o impacto em questão é classificado como adverso, local, permanente e irreversível, portanto, de média importância. Considerando o elevado grau de fragmentação da vegetação já existente, o impacto é considerado não cumulativo. Neste caso a magnitude é considerada média e o impacto classificado como de baixa significância.

Caça e Captura da Fauna Terrestre Local

O maior número de pessoas (trabalhadores da obra), associado ao afugentamento da fauna terrestre, pode ocasionar o aumento da frequência de encontro dos trabalhadores com os animais. Alguns destes são mais susceptíveis a ações predatórias, pois são apreciados como caça, a exemplo do tatu, cutia, paca, preá e algumas aves, bem como são sujeitos ao comércio ilegal de animais silvestres, pois são apreciados como animais de estimação, como aves, primatas e serpentes. Este impacto foi classificado como adverso, temporário, reversível e regional, portanto, de média magnitude. Foi considerado não cumulativo, neste caso, possui média importância e baixa significância.

Medidas Recomendadas: Criar Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) no restante das áreas de vegetação nativa inseridas na ADA; compensar a supressão da vegetação de acordo com o previsto na Lei 9.985/00 e no Decreto n

o 6.848/09, que tratam sobre a compensação

ambiental. Programa Ambiental Asociado: Plano de Supressão da Vegetação; Programa de Monitoramento de Flora e Plano de Apoio de Criação de Unidade de Conservação

Medidas Recomendadas: realizar acompanhamento constante de equipes de contenção e salvamento da fauna terrestre afetada durante o processo de implantação do Novo Aeroporto; manusear, acondicionar e transportar (de posse da devida Autorização do IBAMA), de forma adequada os espécimes capturados; implantar Programa de Educação Ambiental e Comunicação Social junto à comunidade local e trabalhadores do empreendimento, a fim de evitar atividades predatórias sob a fauna silvestre; favorecer o uso de acessos já existentes para reduzir o volume de vegetação a ser suprimida e os impactos decorrentes desta, inibindo atividades predatórias em virtude da implantação de novos acessos; evitar atividades de supressão em períodos reprodutivos da fauna (principalmente de setembro a novembro); fornecer treinamento aos trabalhadores envolvidos na implantação do empreendimento sobre os limites de velocidade do tráfego nas vias de acesso e a sinalização viária, a fim de evitar perdas à fauna em função de atropelamentos; conscientizar os trabalhadores envolvidos na implantação sobre o risco de acidentes com animais peçonhentos, orientando-os no sentido de evitar mortes desnecessárias de animais deste tipo. Programa Ambiental Associado: Plano de Supressão de Vegetação; Programa de Resgate de Flora; Programa de Monitoramento da Fauna; Programa de Comunicação Social e Programa de Educação Ambiental

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Afugentamento da Fauna Terrestre Local

As alterações no ambiente natural em função das atividades associadas a implantação e operação do empreendimento (supressão da vegetação, o aumento na circulação de veículos e pessoas, a geração de ruídos) afetarão diretamente a fauna local existente. Espécies com menor poder de locomoção poderão estar sugeitas a acidentes (atropelamentos). No caso de espécies de importância médica (espécies peçonhentas), haverá uma maior probabilidade de encontros em função de um aumento no fluxo de pessoas (trabalhadores da obra) circulando nas áreas de influência do empreendimento, podendo também provocar acidentes. Este impacto foi avaliado como adverso, temporário, reversível, regional, portanto, de média magnitude. Sua importância foi classificada como média. O impacto não é cumulativo. Com essas características a significância do impacto é classificada como baixa.

Perda de Biodiversidade

Dos impactos humanos sobre os ecossistemas a perda de hábitats é, claramente, a principal ameaça, estando concentrada nas regiões tropicais, onde a biodiversidade é máxima. Os fragmentos florestais existentes na área de intervenção apresentam reduzida diversidade biológica. Embora existam espécies ameaçadas nas áreas de influência do projeto, não se espera uma redução na variabilidade genética destas. Assim, este impacto foi avaliado como adverso, permanente, irreversível, local, portanto de média magnitude. Não possui características de cumulatividade ou sinergia e sua importância foi classificada como média. Deste modo o impacto possui baixa significância

Medidas Recomendadas: implantação de programas de resgate e monitoramento da Fauna; translocação de espécimes dependentes de recursos florestais para áreas mais adequadas. Programa Ambiental Associadas: Programa de Resgate de Fauna; Programa de Monitoramento da Fauna; Programa de Comunicação Social; Programa de Educação Ambiental.

Medidas Recomendadas: evitar a realização de atividades de supressão vegetal, principalmente no período de setembro a janeiro, que corresponde ao período reprodutivo da maioria dos animais; implantar Programa de Monitoramento da Fauna durante e após as atividades de supressão vegetal; criar condições de acesso para a fauna arborícola entre os fragmentos situados dentro e fora da área do empreendimento; criar Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) no restante das áreas de vegetação nativa inseridas na ADA, adotando medidas compensatórias em função das atividades de supressão vegetal; realizar Programa de Resgate de Fauna antes e durante as ações de supressão vegetal, visando ao salvamento e relocação de fauna terrestre para áreas compatíveis. Este programa deverá ser analisado e aprovado pelo IBAMA.

Programa Ambiental Associado:Plano de Supressão da Vegetação; Programa de Resgate de Fauna; Programa de Monitoramento da Fauna; Programa de Resgate de Flora e Programa de Monitoramento de Flora

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FASE DE OPERAÇÃO

A fase de operação do empreendimento é o período transcorrido a partir

da entrada em operação do novo aeroporto.

Impactos Sobre o Meio Físico

Alteração da Qualidade do Ar

As emissões de HPAs do novo aeroporto serão significativas, provenientes não apenas das aeronaves (movidas a querosene), mas também dos caminhões, caminhonetes e ônibus que serão responsáveis pelo transporte terrestre. A carga de HPAs das atividades urbanas, rodoviária e aeroportuária deverá ser somada e representará a exposição da população a este poluente. Dos poluentes emitidos, os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) estão entre os mais tóxicos em longo prazo ao homem. Muitos dos HPAs são carcinogênicos, sendo essencialmente emitidos por veículos pesados movidos a diesel (ônibus e caminhões). Este impacto é classificado como adverso, permanente (enquanto durar as operações do novo aeroporto), regional e irreversível (até quando durarem as operações), de alta magnitude. Sua importância é baixa e possui características sinergéticas, porém, não é cumulativo. A significância deste impacto é média.

Medidas Recomendadas: implantação de um Programa de Monitoramento da Qualidade do Ar, que consiste no controle da densidade de material em suspensão na atmosfera por meio de Hi Vols situados em pontos estratégicos, contemplando as diretrizes da Organização Mundial da Saúde, e dos padrões de Qualidade do Ar estabelecidos pela USEPA e pela EU; fazer previsões das emissões e concentração de poluentes prioritários (CO, HC, NOx, SO2 e MP) e de HPAs e de sua dispersão na AII, assim como de avaliação do risco a saúde humana por medições para calibração dos modelos, que poderão indicar necessidade de instalação de sistema de monitoramento temporário ou permanente; implantação de uma ou mais barreiras florestais a jusante na direção dos ventos reduzirá parcialmente as emissões de material particulado e em menor extensão as emissões de gases. Programa Ambiental Associado: Programa de Monitoramento da Qualidade do Ar e Programa de Estímulo à Tecnologias Limpas.

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Contaminação do Solo e Recursos Hídricos Superficiais e Subterrâneos

As áreas de influência do empreendimento não contam com coleta regular. Caso um programa adequado de gerenciamento de resíduos não seja adotado, poderá haver acúmulo de resíduos na área do empreendimento e o seu entorno, gerando contaminação de solos, recursos hídricos superficiais e subterrâneos. O aterro existente é bem operado e fica a uma distância relativamente pequena do novo aeroporto. Durante a operação do aeroporto, o abastecimento das aeronaves será um dos principais fatores de risco de vazamentos de combustíveis, que poderão alterar a qualidade dos recursos hídricos. Além disso, haverá geração de efluentes líquidos que terão como principal característica a de efluentes orgânicos, sendo geradas pelo pessoal do empreendimento. A perspectiva do aumento da população da área de entorno, também deve gerar um aporte na geração de efluentes domésticos. O impacto é adverso, temporário, reversível, local, sendo sua magnitude classificada como baixa. Sua importância é baixa e o impacto foi considerado cumulativo, dado à existência de outras atividades no entorno do empreendimento, com potencial de contaminar a qualidade das águas com óleo. Neste caso, o impacto é classificado como de baixa significância.

Medidas Recomendadas: implantação de um Programa Gerenciamento dos Resíduos Sólidos que englobe os resíduos de construção; promover a coleta e disposição final adequada dos efluentes domésticos do aeroporto para sistema de esgotamento sanitário; proteger e recompor as superfícies de terrenos expostos pelas operações de terraplanagem utilizando técnicas vegetativas apropriadas. Programa Ambiental Associado: Programa Gerenciamento dos Resíduos Sólidos (PGRS); Programa de Controle de Processos Erosivos e Assoreamentos; Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD); Programa de Estímulo à Tecnologias Limpas.

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Alteração do Regime de Escoamento Superficial

Durante a operação do aeroporto a área impermeabilizada poderá promover alteração no escoamento superficial das águas pluviais provocando o empoçamento de água nas áreas lindeira à pista de pouso. Alterações nos padrões de escoamento das águas superficiais são consideradas significativas, por promover o aumento e a concentração do escoamento, ainda que sejam localizadas, bem como, possíveis interferências na dinâmica de circulação das águas subterrâneas. Este impacto é considerado de natureza adversa, temporário, reversível e local, classificando então sua magnitude como média. Sua importância é considerada média, não é cumulativo. É um impacto considerado de baixa significância.

Aumento de Ruído

A área correspondente as curvas de ruído 1 e 2, não é recomendada para ocupação humana. Esta área no referido projeto não apresenta tais ocupações. Contudo, devido a presença de residencias nas proximidades desta área, sugere-se o remanejamento destas antes do início da operação do novo aeroporto. Portanto, durante a fase de operação não haverá população residente que venha a sofrer impactos em desacordo com o previsto nas normas que regulamentam esta questão. No restante da área deverá haver um aumento de ruído proveniente da aterrissagem e decolagem dos aviões para os quais deverão ser adotadas medidas de mitigação. Trata-se de um impacto adverso, regional, permanente e irreversível (enquanto durarem as operações do novo aeroporto), portanto de alta magnitude. Sua importância é considerada alta e o impacto possui características cumulativas, portanto de alta significância.

Medidas Recomendadas: implementação do Programa de Controle a Processos Erosivos e Assoreamentos contemplando ações de inspeção periódica do sistema de drenagem e canaletas; conduzir o escoamento superficial da pista de pouso e pátios de manobra para caixas de infiltração lateral e/ou para um sistema de drenagem eficiente; elaborar e executar Plano de Recuperação de Áreas Degradadas. Programa Ambiental Associado: Programa de Controle a Processos Erosivos e Assoreamentos e Plano de Recuperação de Áreas Degradadas - PRAD.

Medidas Recomendadas: aprovação de um Plano Específico de Zoneamento de Ruído para o aeroporto após o início da operação; edição dos níveis de ruído dentro das edificações localizadas dentro AEE durante a fase de operação do Aeroporto e, em caso do nível ultrapassar o máximo permitido, dar tratamento acústico nas respectivas edificações; Implantar Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional, visando à conscientização em relação aos procedimentos de prevenção de prevenção de acidentes e saúde ocupacional; Implantar Programa de Monitoramento e Controle de Ruído e Emissão de Material Particulado, evitando risco a saúde de trabalhadores e população do entorno Programa Ambiental Associado: Programa de Estímulo à Tecnologias Limpas; Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional (PCMSO); Programa de Condições e Meio Ambiente do Trabalho (PCMAT); Programa de Monitoramento da Qualidade do Ar e Ruídos.

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Impactos Sobre o Meio Biótico

Risco de Acidentes com Animais

Na fase de operação do empreendimento há risco de colisão de aeronaves com aves, especialmente urubus, que podem causar acidentes. Foram registradas grandes concentrações de urubus em carcaças de animais domésticos (gado) mortos por desnutrição/desidratação na ASA. Igualmente, a existência de animais como, por exemplo, a Cerdocyon thous (raposa), e a Procyon cancrivorus (mão-pelada) podem também acarretar problemas, pois, devido à redução das suas áreas de habitação e criação de focos de atração, estes animais podem atravessar as pistas de pouso e decolagem podendo gerar um risco de acidentes com as aeronaves. Este impacto foi considerado de natureza adversa, permanente e irreversível (enquanto durarem as atividades de operação do novo aeroporto), local, portanto, classificado como de média magnitude. O impacto foi considerado de média importância, não cumulativo. Sua significância é baixa.

Alteração das Comunidades Aquáticas

O lançamento acidental e/ou indevido de efluentes, bem como, o estabelecimento de processos erosivos ou de assoreamentos, pode contribuir para uma alteração das comunidades da biota aquática existentes nos corpos de água inseridos na área do novo aeroporto de Vitória da Conquista. O impacto é considerado adverso, temporário, reversível, local, de baixa magnitude. A importância foi avaliada como baixa. O impacto não é cumulativo. Sua significância é classificada como baixa.

Medidas Recomendadas: implantação do Plano de Resgate e de Monitoramento da Fauna e Programa de Educação Ambiental para os funcionários do aeroporto. Programa Ambiental Associado: Plano de Resgate de Fauna e Plano de Monitoramento da Fauna.

Medidas Recomendadas: programa de Monitoramento da Qualidade de Água deverá prever o acompanhamento das modificações à biota associada resultantes da instalação e operação do empreendimento. Programa Ambiental Associado: Programa de Monitoramento da Qualidade da Água

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Impactos Sobre o Meio Socioeconômico

Geração de Postos de Serviços

Durante o período de operação do aeroporto serão gerados até cerca de 80 empregos diretos, com um horizonte de longo prazo de permanência. Os novos empregos aumentarão a massa salarial da região e implicarão também no aumento do consumo de bens duráveis e não duráveis. É habitual a estimativa de que para cada emprego direto gerado, de dois a três empregos indiretos sejam criados. Avalia-se, portanto, que o empreendimento deverá movimentar indiretamente cerca de 240 postos de trabalho durante o período de sua operação. Trata-se de um impacto benéfico, permanente e irreversível (enquanto durarem as operações do novo aeroporto) e regional, neste caso, sua magnitude é classificada como alta. Sua importância é media, não é cumulativo, portanto, é um impacto de baixa significância.

Dinamização da Economia

Durante a fase de operação ocorrerá intensificação no fluxo de passageiros e usuários do aeroporto, adicionado por um movimento de trabalhadores envolvidos com as atividades de operação, que demandam mercadorias e serviços e, como consequência, a economia local atrai empresas e prestadores de serviços dinamizando a economia. É um impacto considerado de natureza benéfica, permanente e irreversível (enquanto durem as operações do novo aeroporto), regional e, portanto de alta magnitude. Sua importância é considerada média e ele é considerado um impacto cumulativo.

Medidas Recomendadas: definição de critérios para priorização de mão de obra local; capacitação da mão de obra local; priorização da contratação de mão de obra local, bem como ter preferência pelo uso dos serviços, comércio e insumos locais. Programa Ambiental Associado: Plano de Contratação e Desmobilização de Mão de Obra e Programa de Capacitação da Mão de Obra Local.

Medidas Recomendadas: sugere-se como medida potencializadora uma Parceria com Prefeitura do Município e Instituições visando o incentivo e capacitação de gestores de empresas e empresários para realização de ações voltadas ao empreendedorismo, abertura de empresas, capacitação de gestores de negócios, obtenção de linhas de financiamento para desenvolvimento de negócios. Programa Ambiental Associado: Programa de Capacitação da Mão de Obra Local.

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Aumento de Arrecadação de Impostos

A operação do empreendimento poderá ampliar a arrecadação tributária em todos os níveis, especialmente o quadro das finanças públicas municipais, a partir de um aumento da arrecadação do ISS, recolhida dos prestadores de serviço da cadeia das atividades correlacionadas com o aeroporto e infraestrutura de suporte, tais como alimentação, hospedagem, combustível, consumo de água, reparação de maquinas, energia elétrica, lazer, venda de mercadorias e serviços diversos, provocando também um aumento da arrecadação de outros impostos e taxas. Trata-se de um impacto de natureza benéfica, permanente e irreversível (enquanto durarem as operações do novo aeroporto), regional, classificando-o como de alta magnitude. Sua importância é considerada média. Possui caráter cumulativo. O impacto é classificado como de alta significância.

Medidas Recomendadas: priorização da contratação de mão de obra local, bem como ter preferência pelo uso dos serviços, comércio e insumos locais. Programa Ambiental Associado: Plano de Contratação e Desmobilização de Mão de Obra.

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Aumento na Demanda de Bens e Serviços

Atualmente a área apresenta uma baixa capacidade de atendimento de demandas como serviços, comércio e infraestrutura de lazer. Desta forma, estima-se que essas demandas não serão, inicialmente, atendidas com o aumento do fluxo de pessoas, podendo gerar uma situação temporária de desabastecimento e aumento no custo de vida, além de especulação; entretanto, a operação do empreendimento se iniciará dois anos após o início da implantação, neste caso, muitas demandas terão sido melhoradas ou solucionadas. Este impacto é considerado adverso, temporário, reversível e regional, portanto sua magnitude é média. A importância foi avaliada como média e o impacto foi considerado cumulativo. Sua significância é classificada média.

Proliferação de Vetores

O encurtamento do tempo para deslocamento e o intenso movimento de pessoas e produtos entre os países proporcionados por meios de transporte mais eficientes e modernos, associado ao incremento do comércio, podem favorecer a disseminação de doenças, fazendo do controle sanitário dos meios de transporte, fator estratégico para a promoção e proteção da saúde (ANVISA, 2011). Este impacto é considerado adverso, temporário, reversível e regional, portanto, de média magnitude. Sua importância é considerada média e, o impacto possui características cumulativas, portanto, sua significância é classificada como média.

Medidas Recomendadas: provocar junto ao poder público competente a elaboração e execução do planejamento do incremento necessário à infraestrutura de saneamento básico, saúde, educação, sistema viário e áreas comerciais e de serviços, associados às necessidades da operação do novo aeroporto, durante a etapa de implantação. Programa Ambiental Associado: Programa de Capacitação da Mão de Obra Local.

Medidas Recomendadas: estabelecer parceria junto a Prefeitura Municipal, através do Centro de Controle de Endêmias da Secretária de Saúde; palestras informativas nos povoados próximos para esclarecimento da comunidade sobre os riscos potenciais dos focos de proliferação de vetores de doenças. Programa Ambiental Associado: Programa de Controle de Disseminação de Vetores.

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Aumento do Custo de Vida

Deverá ocorrer um aumento da especulação imobiliária e aumento dos preços de alimentos, aluguéis e serviços, provocando um aumento do custo de vida das comunidades locais, afetando negativamente os residentes dos núcleos urbanos existentes. O impacto é de natureza adversa, permanente e irreversível (enquanto durarem as operações do novo aeroporto), regional, neste caso, de alta magnitude. Sua importância é considerada média e, o impacto não possui características cumulativas. A significância deste impacto é média.

Aumento da Criminalidade

O desenvolvimento de áreas de ocupação informal fornece as condições ideais para o abrigo de criminosos, devido ao difícil acesso e condições de anonimato. Os locais que poderão ser afetados são as nucleações urbanas situadas no entorno do empreendimento. É um impacto adverso, temporário, reversível e de abrangência regional, portanto, sua magnitude média. Sua importância é considerada alta. Este impacto não foi considerado cumulativo. A significância deste impacto é considerada média.

Medidas Recomendadas: implantação de ações de valorização da produção local pode se reverter em benefícios para as comunidades residentes na área de influência do empreendimento e que não são diretamente envolvidas com o empreendimento, proporcionando retornos melhores sobre o produto local. Programa Ambiental Associado: Programa de Capacitação da Mão de Obra Local; Plano de Contratação e Desmobilização de Mão de Obra; Programa de Compensação Sócio Ambiental.

Medidas Recomendadas: deverá ser feito o reforço na estrutura de policiamento nas comunidades do entorno, com foco principal nas localidades de Campinhos e Simão. Programa Ambiental Associado: Programa de Comunicação Social; Programas de Compensação Sócio Ambiental.

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Aumento do Fluxo de Veículos

Na fase de operação, haverá um fluxo regular de caminhões, veículos utilitários e leves e ônibus na malha viária que servirá o empreendimento. A malha viária local existente será requalificada com a vinda do empreendimento, visando à passagem do tráfego pretendido. Este impacto é adverso, permanente e irreversível (enquanto durarem as operações do novo aeroporto), local. Sua magnitude então é classificada como média. A importância do impacto é considerada baixa e foi considerado cumulativo. Sua significância, portanto, é baixa.

Medidas Recomendadas: o Programa de Comunicação Social deverá informar os membros das comunidades do entorno sobre os horários de tráfego de ônibus e caminhões, visando evitar conflitos entre este tráfego e a comunidade. Programa Ambiental Associado: Programa de Comunicação Social.

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Programas de Controle e Monitoramento

A avaliação dos impactos ambientais indicou a necessidade da elaboração

de Programas de Controle e Monitoramento para possibilitar que o

empreendimento seja viável não apenas técnica e economicamente, mas

também ambiental e socialmente.

Para o acompanhamento dos programas que serão desenvolvidos, foi

definido um Sistema de Gestão Ambiental (SGA). O SGA terá o apoio de

ações institucionais dos Programas de Comunicação Social, de Educação

Ambiental e de Compensação Sócio Ambiental, que atuarão durante todas

as fases da implantação e operação do empreendimento.

Além desses, deverão ser implementados mais outros 20 Programas

Ambientais, divididos em três grandes grupos: Programas de Apoio à

Liberação da Área de Implantação, Programas de Apoio à Fase de

Implantação e Programas de Apoio à Fase de Operação.

A função do SGA é garantir a qualidade dos Programas propostos e da

execução das obras do empreendimento, em todos os assuntos relativos ao

meio ambiente.

A estruturação proposta para a o Sistema de Gestão Ambiental é

apresentada a seguir:

Programa de Comunicação Social

O Programa é responsável por criar e manter canais de comunicação e orientação aos empregados, empresas contratadas e às comunidades da região, que propiciem o bom relacionamento entre todos de alguma forma envolvidos e que tenham algum interesse no empreendimento. A idéia é que todos tenham acesso a informações claras e esclarecedoras a respeito de todas as etapas de sua implantação e operação. Evitam-se, assim, interferências na comunicação, garantindo a qualidade das ações planejadas nos outros programas.

Programa de Educação Ambiental

O objetivo deste Programa é desenvolver a prática da Educação Ambiental nos comunidades localizadas na AID do Novo Aeroporto de Vitória da Conquista, difundindo conhecimentos e hábitos sustentáveis, de acordo com suas atividades produtivas e com o ambiente onde vivem.

Programa de Compensação Sócio Ambiental

O Programa integra as medidas de compensação associadas a impactos ambientais irreversíveis. O Programa deve ser concebido com a participação das comunidades impactadas pelo empreendimento e contemplar ações de desenvolvimento social, geração de renda, recuperação ambiental, implantação de infraestrutura e equipamentos urbanos.

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Programa de Gestão Ambiental

Programa de Comunicação Social

Programa de Educação Ambiental

Programa de Compensação Sócio Ambiental

Programa de Apoio à Liberação da Área de Implantação

Programa de Apoio à Fase de Operação e de Monitoramento

Programa de Apoio à Fase de Implantação

Plano de Supressão da Vegetação

Plano de Resgate de Fauna e Flora

Programa de Prospecção e Resgate Arqueológico

Plano de Sinalização e Controle de Tráfego

Plano de Desapropriação

Programa de Monitoramento da Fauna e Flora

Programa de Controle de Disseminação de

Vetores

Programa de Monitoramento da Qualidade da Água

Programa de Monitoramento da Qualidade

do Ar e Ruídos

Programa de Controle de Processos Erosivos e Assoreamentos

Plano de Contratação e Desmobilização de

Mão de Obra

Agenda de Sustentabilidade Ambiental

Plano Urbanístico Expansão Sul

Plano de Recuperação de Áreas Degradadas

(PRAD)

Programa de Capacitação da Mão de Obra Local

Programa de Gerenciamento de Resíduos

Sólidos (PGRS)

Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO)

Programa de Condições e Meio Ambiente do

Trabalho (PCMAT)

Plano de Ação de Emergência/Contingência

Plano de Apoio de Criação à UC

Programa de Estímulo à Tecnologias Limpas

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Programas de Apoio à Liberação da Área de Implantação

Plano de Supressão da Vegetação São objetivos do Plano de Supressão da Vegetação:

Realizar o Inventário Florestal das áreas de vegetação nativa passíveis de serem suprimidas em função da implantação do novo aeroporto;

Calcular as áreas de supressão total;

Minimizar a supressão da vegetação através da adoção da prática de medidas de controle e monitoramento eficientes;

Avaliar o tamanho e a distribuição das populações de espécies endêmicas e/ou ameaçadas de extinção e propor medidas para sua preservação

Atender à legislação ambiental brasileira.

Plano de Resgate de Fauna e Flora Tem como objetivo básico acompanhar o desmatamento na área da instalação do empreendimento, providenciando resgates de espécimes durante a execução da supressão vegetal, quando necessários. Deverá buscar um direcionamento no desmatamento de forma a favorecer a fuga passiva de indivíduos da fauna local (herpetofauna, mastofauna e avifauna) para áreas adjacentes àquelas afetadas pelo empreendimento. Programa de Prospecção e Resgate Arqueológico O objetivo principal do programa é o de coordenar as atividades de prospecção e eventual resgate dos achados históricos e arqueológicos, levantamentos históricos e patrimoniais e ações de educação patrimonial em um momento anterior ao início das atividades requeridas na implantação do empreendimento tais como cortes e terraplanagem.

Plano de Sinalização e Controle de Tráfego O Plano pretende assegurar tanto a pedestres quanto a motoristas o direito de ir e vir, criando condições necessárias que causem o mínimo de interferência no dia a dia e na segurança, evitando acidentes de trânsito, congestionamentos e poluição, fatores que poderão interferir na qualidade de vida local. Plano de Desapropriação O Plano consiste nas atividades realizadas pelo empreendedor com o objetivo de expropriar e desocupar a área para a implantação do Novo Aeroporto de Vitória da Conquista. Envolve as ações necessárias para a aquisição das propriedades integrantes do mosaico de propriedades que formam a área patrimonial. Contempla também desapropriações de imóveis eventualmente localizados em áreas afetadas por ruído com implicação em risco à saúde, estabelecido em norma específica.

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Programa de Apoio à Fase de Implantação

Programa de Controle de Processos Erosivos e Assoreamentos

Os principais objetivos deste Programa são identificar os principais processos deflagradores de processos erosivos e de assoreamentos nas áreas de maior vulnerabilidade, dentre as de intervenção pelo empreendimento, bem como, propor medidas de prevenção/monitoramento para as obras e/ou para a fase de operação. Plano de Contratação e Desmobilização de Mão de Obra O objetivo do Plano de Contratação e Desmobilização da Mão de Obra é possibilitar a absorção da população economicamente ativa local como trabalhadores do empreendimento, contribuindo com o aumento dos níveis de emprego local e para a dinâmica da economia através do aumento da massa salarial e da arrecadação local de impostos e taxas. O Plano deve considerar as oportunidades abertas com a execução e com a operação do empreendimento e contemplar ações de capacitação, encaminhamento ao trabalho e acompanhamento. Convém definir linha específica para o primeiro emprego. Agenda de Sustentabilidade Ambiental Propõem as seguintes linhas de ação:

Introdução de medidas de racionalização do uso da água, eficientização energética, coleta seletiva dos resíduos sólidos, acessibilidade.

Monitoramento e garantia da qualidade da água, a recuperação dos fragmentos florestais remanescentes do entorno do aeroporto e outras medidas preventivas e corretivas identificadas.

Sustentabilidade no crescimento da cidade envolvendo a elaboração de um Plano Urbanístico para a área entre a ocupação urbana consolidada e o sítio aeroportuário e a gestão efetiva do uso e da ocupação do solo.

Plano Urbanístico Expansão Sul O objetivo do plano é estabelecer com base no Plano Diretor, na legislação ambiental e em outros instrumentos de gestão do uso e da ocupação do solo, parâmetros urbanísticos condizentes com as características geoambientais e urbanísticas da área, considerando os usos pré-existentes e programados, como o aeroporto. Este Plano deve contemplar os instrumentos de política urbana da Lei 10.257/2001 - Estatuto da Cidade – e ser necessariamente elaborado com a participação da comunidade. Plano de Recuperação de Áreas Degradadas - PRAD Tem como objetivo definir diretrizes e ações a serem executadas tendo em vista a conservação dos solos, a prevenção de focos erosivos e assoreamentos, bem como a recuperação de áreas degradadas pelas obras através de procedimentos que visarão atenuar os impactos. Programa de Capacitação da Mão de Obra Local O objetivo principal deste Programa é o de contribuir para a formação técnico-profissional de moradores locais visando a sua qualificação e alocação às etapas de implantação e operação do novo aeroporto, buscando a sua e inserção no mercado de trabalho local e, consequentemente, o desenvolvimento econômico da região. Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos - PGRS O objetivo é assegurar que a menor quantidade possível de resíduos sólidos seja gerada durante a construção e a operação do empreendimento, de forma que não representem impactos significativos sobre o meio ambiente, ou que seus efeitos sejam minimizados. Na execução do Programa devem ser envolvidas entidades e associações locais ligadas à gestão ambiental e especificamente de resíduos sólidos, a exemplo da Cooperativa de Catadores Recicla Conquista.

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Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO O objetivo deste Programa é promover e preservar a saúde do conjunto de trabalhadores em caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos agravos à saúde relacionados ao trabalho, inclusive de natureza subclínica, além da constatação da existência de casos de doenças profissionais ou danos irreversíveis à saúde dos trabalhadores. Programa de Condições e Meio Ambiente do Trabalho - PCMAT O objetivo deste Programa é monitorar as condições de preservação da saúde e segurança de todos os empregados das obras. Dessa forma é possível garantir o menor impacto negativo possível nas condições de saúde dos trabalhadores. Plano de Ação de Emergência/Contingência Terá como finalidade estabelecer procedimentos lógicos, técnicos e administrativos estruturados para serem desencadeados rapidamente em situações de emergência que eventualmente venham a ocorrer, resultando em atuações rápidas e eficazes, visando preservar a vida humana, bem como a segurança das comunidades circunvizinhas e ao meio ambiente. Plano de Apoio de Criação à Unidade de Conservação Tem por objetivo propor a realização de uma análise ambiental na região de inserção do empreendimento de forma a indicar áreas de maior ou menor fragilidade e de maior ou menor importância para a manutenção da biodiversidade e conectividade entre os fragmentos florestais existentes,a fim de que este possa realizar o planejamento do empreendimento da forma mais sustentável do ponto de vista ambiental. Programa de Estímulo à Tecnologias Limpas O principal objetivo deste Programa é promover a minimização e eliminação do lançamento de poluentes ao meio ambiente a partir do desenvolvimento e adoção de tecnologias limpas.

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Programa de Apoio à Fase de Operação e de Monitoramento

Programa de Monitoramento da Fauna e Flora O objetivo geral do Programa quanto a Fauna é avaliar o efeito de borda, fragmentação e perda de biodiversidade a serem gerados pela supressão de vegetação na Área Diretamente Afetada - ADA, sobre diferentes grupos da fauna; e quanto a Flora, é avaliar e quantificar o impacto da construção e operação do novo aeroporto na vegetação do entorno. Este Programa tem por objetivo específico acompanhar o estado de conservação (estágio sucessional, riqueza, diversidade, abundância de plântulas) dos fragmentos existentes na Área de Influência Direta do empreendimento. Programa de Controle de Disseminação de Vetores O município de Vitória da Conquista é referência no setor de saúde e tem atuado no sentido de priorizar as ações preventivas. Dentre aquelas mais importantes estão as ações de Vigilância da Saúde: Ambiental, Sanitária e Epidemiológica, para redução dos principais riscos de doenças e agravos na população. A prevenção da disseminação de vetores transportados por passageiros desembarcados no aeroporto deve ser objeto de linha específica de ação de vigilância à saúde, uma vez que o aumento do número de vôos e a diversificação dos destinos vão exigir a avaliação quanto às medidas de prevenção a serem adotadas. Programa de Monitoramento da Qualidade da Água O Programa objetiva métodos e procedimentos a serem observados, tanto para a coleta de amostras, quanto para o efetivo monitoramento da qualidade da água superficiais e subterrâneas na área de influência direta do empreendimento nas fases de implantação e operação, verificando o atendimento aos padrões legais estabelecidos pela resolução CONAMA 357/05.

Programa de Monitoramento da Qualidade do Ar e Ruídos O Programa tem como objetivos:

Monitorar e caracterizar a qualidade do ar e níveis de ruído na AEE e na AID, durante a fase das obras;

Estabelecer procedimentos que busquem o controle de emissão de material particulado;

Elaborar base de dados atmosféricos (meteorologia e qualidade do ar);

Determinar a congruência com as normas e critérios legais;

Estimar os efeitos na população e ambiente;

Avaliar os efeitos das medidas de controle da qualidade do ar;

Calibrar e avaliar modelos de dispersão de contaminantes na atmosfera.

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Prognóstico Ambiental

Com a implantação do novo aeroporto são esperadas algumas alterações

ambientais futuras. Dentre as de potencial ocorrência destacam-se: o

aumento de ruídos e emissões de poeiras, a possibilidade de alterações da

qualidade da água e do solo; e, supressão de parte da vegetação existente

na área e afugentamento da fauna associada.

No entanto, medidas de prevenção, controle e mitigação estão previstas,

tais como o controle da qualidade do ar e dos ruídos; programas de

monitoramento da qualidade da água e do solo; plano de desmatamento,

resgate e monitoramento de flora e fauna. Desta forma, espera-se reduzir

ou minimizar as principais alterações ambientais previstas.

Do ponto de vista Socieconômico é esperado que ocorra um maior

desenvolvimento no Município de Vitória da Conquista, em virtude de uma

maior dinamização da econômia local, a qual é referência para toda uma

região.

Alguns destes aspectos são apresentados a seguir:

Consolidação do município como pólo educacional da região

Sudoeste;

Melhorias no Sistema de Saúde do Município;

Ampliação da área de influência econômica do Município;

Melhorias na qualidade de vida da população em função do maior

investimento em infraestrutura e serviços básicos (saneamento,

saúde, educação, lazer etc.), principalmente nas comunidades

próximas;

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Conclusões

A equipe técnica da Hydros Engenharia e Planejamento Ltda, responsável

pela elaboração deste RIMA, avalia que, se forem rigorosamente

implementados os programas aqui propostos e cumpridas todas as

medidas mitigadoras e compensatórias recomendadas, os impactos

negativos ao meio ambiente serão minimizados ou compensados. Assim, o

Novo Aeroporto de Vitória da Conquista pode ser considerado um

empreendimento viável, que venha a proporcionar benefícios diretos e

indiretos para a população local, bem como para a região Sudoeste e o

Estado da Bahia.

Poço Escuro

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[ 139 ]

Equipe Técnica

[ 140 ]

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