jornal fórum pró-são joão de deus

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A crítica situação do Hospital São João de Deus, que vinha sendo mantida sob controle e praticamen- te camuflada aos olhos da popula- ção, veio a público com força total após sair, em meados de julho, re- sultado de auditoria realizada pelo Departamento Nacional de Audito- ria do SUS. Não houve mais condi- ções de manter a situação às es- condidas e diretores e autoridades municipais tiveram que se apressar na busca de explicações e promes- sas de solução para a crise. A direção do Hospital confirmou um rombo superior a R$ 80 milhões, além de admitir a falta de material básico, como por exemplo, produtos de limpeza e medicamentos. O mais grave foi a possibilidade de sus- pender totalmente o atendimento. Hoje, o Hospital está funcionando parcialmente e nem todos os pa- cientes conseguem atendimento. A população reagiu. Com a ajuda de movimentos populares, como o MovSaúde, e os Amigos do Hospi- tal São João, participação efetiva do SINDESS - Sindicato Profissio- nal dos Enfermeiros e empregados em Hospitais e Casas de Saúde e, principalmente com a solidariedade popular de toda a região, está em andamento um processo que busca recuperar o hospital. O governo do município, um dos grandes respon- sáveis pela crise, também está se mexendo. Mas são as entidades, os próprios funcionários do Hospital e o povo, a grande esperança de que o São João de Deus continuará sen- do respeitado como a grande insti- tuição de saúde que sempre foi. Após a crise vir a público, os fatos começaram a surgir de forma rápi- da. No dia 7 de agosto passado, o diretor técnico do Hospital, Dr. Alair Rodrigues de Araújo, depois de mais de 30 anos trabalhando na institui- ção, não resistiu à pressão e pediu demissão, que foi imediatamente aceita pela Fundação Geraldo Cor- rea. Logo a seguir, veio a greve dos funcionários do sistema de saúde público afetando diretamente ao São João de Deus. Em nota, a presi- dente do Sindicato dos Enfermeiros, Denísia Aparecida Silva, explicou os motivos da greve. “Cansados de trabalhar com salários baixíssimos, em condições de trabalho precárias e desmotivados, os funcionários do Hospital São João de Deus resolve- ram usar um direito de todo traba- lhador que é a greve”, diz a nota. “Diante da grave situação pela qual passam os funcionários e o hospital, pedimos desculpas pelos transtor- nos porventura causados, mas te- mos certeza de que, para melhorar é preciso tomar decisões que vão de encontro à soluções que sejam de interesse de toda a população”, finaliza o texto. No último dia 12, a indignação com a situação do hospital foi ex- posta pelos funcionários da institui- ção, que realizaram uma passeata pelo Centro da cidade, protestando formalmente contra autoridades e em busca do apoio da população. Além dos funcionários, várias pes- soas que estão solidárias, também participaram do protesto. O grande desafio agora é en- frentar a ingerência política que há no Hospital, que ao longo dos anos, vem sendo usado eleitorei- ramente por políticos da região. A instituição, por atender a uma po- pulação em torno de 1,5 milhão de habitantes, em 57 municípios, tor- nou-se a galinha dos ovos de ouro para campanhas políticas que fo- ram extremamente prejudiciais. É preciso revitalizar o exercício da éti- ca dentro do Hospital, não apenas na relação com o dinheiro público, mas também no convívio e no tra- tamento com o cidadão. Além disso, também é grande o desafio para sanar o rombo de R$ 80 milhões, manter a instituição em funcionamento e tornar a uni- dade hospitalar transparente. É im- perioso que o responsável ou res- ponsáveis por esse rombo, sejam formalmente acusados, julgados e condenados, pois o mal que fizeram atinge a mais de 1,5 milhão de pes- soas na região. Só assim, o Hospital São João de Deus, uma bênção para Divinópolis e região, restabelece- rá a credibilidade que alcançou ao longo dos anos. Esse também é um grande desafio para o povo. Hospital São João de Deus SOCORRO Centro-Oeste se mobiliza para salvar o hospital FORUM PRÓ-SÃO JOÃO DE DEUS Centro-Oeste de Minas Gerais - Setembro 2013 - Edição 001

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Jornal produzido para esclarecer toda a população sobre a realidade do Hospital São João de Deus.

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Page 1: Jornal Fórum Pró-São João de Deus

A crítica situação do Hospital São João de Deus, que vinha sendo mantida sob controle e praticamen-te camuflada aos olhos da popula-ção, veio a público com força total após sair, em meados de julho, re-sultado de auditoria realizada pelo Departamento Nacional de Audito-ria do SUS. Não houve mais condi-ções de manter a situação às es-condidas e diretores e autoridades municipais tiveram que se apressar na busca de explicações e promes-sas de solução para a crise.

A direção do Hospital confirmou um rombo superior a R$ 80 milhões, além de admitir a falta de material básico, como por exemplo, produtos de limpeza e medicamentos. O mais grave foi a possibilidade de sus-pender totalmente o atendimento. Hoje, o Hospital está funcionando parcialmente e nem todos os pa-cientes conseguem atendimento.

A população reagiu. Com a ajuda de movimentos populares, como o MovSaúde, e os Amigos do Hospi-tal São João, participação efetiva do SINDESS - Sindicato Profissio-

nal dos Enfermeiros e empregados em Hospitais e Casas de Saúde e, principalmente com a solidariedade popular de toda a região, está em andamento um processo que busca recuperar o hospital. O governo do município, um dos grandes respon-sáveis pela crise, também está se mexendo. Mas são as entidades, os próprios funcionários do Hospital e o povo, a grande esperança de que o São João de Deus continuará sen-do respeitado como a grande insti-tuição de saúde que sempre foi.

Após a crise vir a público, os fatos começaram a surgir de forma rápi-da. No dia 7 de agosto passado, o diretor técnico do Hospital, Dr. Alair Rodrigues de Araújo, depois de mais de 30 anos trabalhando na institui-ção, não resistiu à pressão e pediu demissão, que foi imediatamente aceita pela Fundação Geraldo Cor-rea. Logo a seguir, veio a greve dos funcionários do sistema de saúde público afetando diretamente ao São João de Deus. Em nota, a presi-dente do Sindicato dos Enfermeiros, Denísia Aparecida Silva, explicou

os motivos da greve. “Cansados de trabalhar com salários baixíssimos, em condições de trabalho precárias e desmotivados, os funcionários do Hospital São João de Deus resolve-ram usar um direito de todo traba-lhador que é a greve”, diz a nota. “Diante da grave situação pela qual passam os funcionários e o hospital, pedimos desculpas pelos transtor-nos porventura causados, mas te-mos certeza de que, para melhorar é preciso tomar decisões que vão de encontro à soluções que sejam de interesse de toda a população”, finaliza o texto.

No último dia 12, a indignação com a situação do hospital foi ex-posta pelos funcionários da institui-ção, que realizaram uma passeata pelo Centro da cidade, protestando formalmente contra autoridades e em busca do apoio da população. Além dos funcionários, várias pes-soas que estão solidárias, também participaram do protesto.

O grande desafio agora é en-frentar a ingerência política que há no Hospital, que ao longo dos

anos, vem sendo usado eleitorei-ramente por políticos da região. A instituição, por atender a uma po-pulação em torno de 1,5 milhão de habitantes, em 57 municípios, tor-nou-se a galinha dos ovos de ouro para campanhas políticas que fo-ram extremamente prejudiciais. É preciso revitalizar o exercício da éti-ca dentro do Hospital, não apenas na relação com o dinheiro público, mas também no convívio e no tra-tamento com o cidadão.

Além disso, também é grande o desafio para sanar o rombo de R$ 80 milhões, manter a instituição em funcionamento e tornar a uni-dade hospitalar transparente. É im-perioso que o responsável ou res-ponsáveis por esse rombo, sejam formalmente acusados, julgados e condenados, pois o mal que fizeram atinge a mais de 1,5 milhão de pes-soas na região. Só assim, o Hospital São João de Deus, uma bênção para Divinópolis e região, restabelece-rá a credibilidade que alcançou ao longo dos anos. Esse também é um grande desafio para o povo.

Hospital São João de Deus

SOCORROCentro-Oeste se mobiliza para salvar o hospital

FORUMPRÓ-SÃO JOÃO DE DEUSCentro-Oeste de Minas Gerais - Setembro 2013 - Edição 001

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NOS

Parte da imprensa divinopolitana vem cobrindo de forma exemplar a crise que ora atravessa o Hospital São João de Deus. Instituição respeitada em todo o país e responsável pelo atendimento de uma das maiores áreas das macrorregiões do sistema de saúde público de Minas Gerais. A unidade tem sob sua responsabilidade 57 municípios, com 1,5 milhão de habitantes. Não bastasse isso, o Hospital, ao lado da Prefeitura de Divinópolis e da Trancid, a maior empresa do transporte coletivo da cidade, é um dos maiores emprega-dores do município.

Embora a imprensa venha cobrindo com exemplo o desenvolvimento da crise, há algumas perguntas que precisam ser feitas e respondidas com ur-gência e que ainda não foram devidamente levadas ao grande público: Quem foi o grande responsável ? Onde estão os mais de R$ 80 milhões, já que há suspeita de desvio de recursos e outras formas ilegais de utilização da verba hospitalar? Sem essas respostas, não há como se chegar a um consenso na solução da crise. Não basta a sociedade se reunir, levantar dinheiro necessário e os responsáveis não receberem a punição que merecem. Só com essas me-didas, haverá a volta da credibilidade e a certeza de que no futuro o hospital estará protegido contra ações de corrupção e desonestidade.

A crise no hospital não é apenas financeira. Provavelmente é muito mais uma crise de ética profissional, tornando a instituição cada dia mais depen-dente da ingerência de quem vinha usurpando sua idoneidade, utilizando meios escusos em benefício próprio.

Também não se pode excluir a ingerência política. É claro que o hospital não vive sem a política. Ela é necessária, pois no Brasil ainda funciona a bar-ganha de favores e um deles está diretamente ligado à necessidade de um político pedir recursos em nome de instituições. E, ao receber o benefício ele passa a dever favores políticos, porém, ao repassar o dinheiro para a institui-ção indicada, o político ganha muito mais, pois vai usar eleitoreira e vergonho-samente essa catira política em benefício de suas campanhas, quando não o benefício de uma gorda comissão. Mas, é assim que a coisa funciona e, se vai continuar assim, o Hospital, que precisa funcionar, tem de se adaptar a isso. Entretanto, adaptar não significa ficar nas mãos de políticos para que a ins-tituição continue sendo usada. Significa aceitar o jogo, mas coibir com todas as suas forças, que haja ingerência e decisões relacionadas ao Hospital que passem primeiro pelo crivo e pelo interesse político. É preciso garantir que as futuras decisões tenham como alvo unicamente a população.

Não menos importante é condenar os responsáveis por tudo isso. A popu-lação não vai aceitar que a impunidade saia como a grande vitoriosa nesta si-tuação tão grave. O Hospital São João de Deus está sob risco de morte e com pedido urgente de socorro não por um acaso do destino. Ações de desones-tos, falta de ética e transparência motivaram a gravíssima crise. Condenar de forma exemplar, pois é isso que todo país sério faz com aqueles que cometem crimes contra a vida, é a única atitude que será aceita por quem recebeu be-nefícios desta importante unidade nos últimos 45 anos. E, não resta a menor dúvida, que a situação calamitosa, e alarmante do Hospital São João de Deus, é um crime contra muitas vidas.

Frente a essa situação caótica da assistência hospitalar na região centro-o-este de Minas Gerais, a população não irá ficar de braços cruzados. Movimen-tos sociais, sindicatos, associações comunitárias, parlamentares, universida-des e diversas outras instituições estão se organizando em um grande Fórum para cobrar da justiça punição aos culpados pela situação, como também pro-por solução para salvar o hospital. O Fórum Pró-São João é um coletivo de instituições em movimento suprapartidário e democrático que tem apenas uma bandeira, a reestruturação do Hospital São João de Deus.

No início da década de 1960, o religioso missionário irmão Diamantino Fer-reira deixou seu país natal, Portugal, se dirigindo ao Brasil, com a missão de praticar trabalhos filantrópicos. Minas Gerais era o seu destino e na vinda do Rio de Janeiro para Belo Horizonte, ele encontrou-se com o divinopolitano Dom Lélis Lara. Foi o primeiro contato que permitiu o início das discussões e dos planos para a construção de um grande hospital filantrópico na região, que até então não contava com uma unidade de saúde capaz de atender a demanda.

1962 – Ao conhecer o empresário Geraldo Correa, Irmão Diamantino encontrou o respaldo necessário para a realização do seu sonho. Foi criada a Fundação Geraldo Correa, que se tornou a responsável pela construção, além de ser oficializada como a futura mantenedora da instituição.

1963 – Nesse ano, foi iniciada a construção do prédio em um terreno de 45 mil metros quadrados, adquirido no bairro Niterói. A construção teve a orientação dos arquitetos Odair Pedroso, de São Paulo, e Paulo Zuquim, responsável pelo projeto final, com um prédio de 14 mil metros quadrados de área construída.

1966 – Inaugurada a Escola de Enfermagem do Hospital, cujo objetivo era oferecer mão de obra especializada e com qualidade, para enfrentar os grandes desafios que viriam a seguir.

1968 - 1º de Junho - Nas comemorações dos 56 anos de Divinópolis, é inaugurado o hospital São João de Deus, ocasião em que também ocorreu a formatura da primeira turma da Escola de Enfermagem, com 21 formandos. O Hospital foi entregue com equipamentos modernos e sofisticados e corpo clínico muito bem qualificado.Divinópolis e região passaram a ter atendimento médico qualificado e um hospital que se tornou uma das grandes paixões da cidade.

1988 - A Constituição Federal garante a saúde como um direito de todos e em 1990 nasce o Sistema Único de Saúde (SUS) para viabilizar o aten-dimento a toda população. A partir dessa época, o Hospital São João de Deus passa a receber diversos recursos públicos do Governo Federal, Estadual e até mesmo Municipal, ou seja, dinheiro do povo. Como todo esse recurso o Hospi-tal cresceu, adquiriu novos equipamentos e se transformou em um dos maio-res de Minas Gerais principalmente no atendimento alta complexidade. Até o início da década de 2000, sob o comando de Irmão Diamantino Ferreira, o hospital foi exemplo e modelo. Enfrentava muitos problemas, mas que eram resolvidos imediatamente, sem maiores crises, sem maiores escândalos.

2012 – A grave crise que o hospital enfrenta começou a vir a público no início do ano passado. No início do mês de março, após negar através de nota oficial que a medida seria adotada, o superintendente da Fundação Geraldo Correa, Frei Roni Ribeiro, através de outra nota oficial, confirmou o afastamento do então superintendente do Hospital São João de Deus, Frei Ronan Pereira Lima, substituto de irmão Diamantino no cargo. A crise estava exposta e a Fundação confirmou um rombo de mais de R$ 80 milhões.

2013 – Exposta a crise e sob risco de suspender suas atividades dian-te da gravidade do quadro, o hospital agora conta com a ajuda de movimen-tos populares, cidadãos e toda a comunidade na tentativa de recuperar a credibilidade e garantir sua viabilidade. Isso ocorre após vir a público auditoria realizada pelo SUS, que constatou diversas irregularidades e pediu até a in-tervenção da justiça.

E agora? Qual o futuro do Hospital São João de Deus?

EDITORIALCrimes contra a vida

02

Expediente:Idealizadores: Leo Santos, Denísia Aparecida da Silva, Maria Aparecida de Oliveira, Darly Salvador, Ademar Seabra Santigo. Editor e Jornalista: Jotha Lee. Secretárias Executivas: Tays Batista Neves e Solange Resende.Grupo de Instituições: Sindicato dos Trabalhadores: Saúde, Professores, Hoteleiros, Metalúrgicos, Servidores Municipais, etc. Movimentos sociais na área da Saúde, Pastorais da Igreja, Movimento Estudantil, Parlamentares, Instituições de Ensino, Associações de Moradores, dentre outras. Escritório: Av. Primeiro de Junho, 420 - Centro - Divinópolis - MG - Telefone: (37) 8831-6700.Tiragem: 20.000

Page 3: Jornal Fórum Pró-São João de Deus

50 A

NOS

Até o fim da década de 1990, embora já enfrentasse inúmeras difi-culdades, o Hospital São João de Deus conseguia se equilibrar, con-tando especialmente com ajuda voluntária da população. A partir de 2000, especialmente após a morte do então superintendente da Fundação Geraldo Corrêa, que administra o hospital, Irmão Diaman-tino Ferreira, e com o vai e vem da economia, que afetou direta-mente o sistema de saúde público de praticamente todo o país, as dificuldades começaram a se avolumar na instituição.

Após a morte de irmão Diamantino, a superintendência do Hos-pital foi entregue a Frei Ronan Pereira Lima, que assumiu o posto anunciando mudanças e a construção das novas alas do hospital. Entretanto, a crise no Hospital avançou ainda mais e, em março de 2012, cercado por graves denúncias de irregularidades administrati-vas, especialmente envolvendo questões financeiras, Frei Ronan se afastou do cargo deixando um rombo de R$ 84 milhões.

Em julho do ano passado, diante do avanço da crise no HSJD, o Ministério Público Estadual solicitou ao SUS que fosse feita uma au-ditoria no Hospital São João de Deus. A investigação, sob o comando do Departamento Nacional de Auditoria do SUS, foi iniciada em julho do ano passado e o relatório final veio ao conhecimento da popula-ção há 60 dias.

Hospital São João de DeusA ORigEm DA CRiSE!

Page 4: Jornal Fórum Pró-São João de Deus

Mais grave ainda, foi a constatação de que o hospital mantém prestadores de serviços médi-co hospitalar, tanto pessoa física quanto jurídica, sem a assinatura de nenhum contrato. Foram constatados diversos pagamentos a prestado-res de serviços que não possuíam contrato com a instituição, ferindo vários dispositivos legais. O Hospital tentou justificar esta situação, po-rém os auditores não aceitaram a justificativa, alegando que “as entidades filantrópicas sem fins lucrativos gozam de imunidades e isenções tributárias, ficando obrigadas a serem transpa-rentes e prestarem contas de seus serviços”.

O Hospital mantinha contrato verbal com di-versos profissionais. Um dos beneficiados era Alair Rodrigues Júnior e esposa, filho do então diretor técnico Alair Rodrigues de Araújo. O con-trato verbal garantia a prestação de serviços na área de oftalmologia. Também a filha de Alair Rodrigues de Araújo, cujo nome é omitido no relatório, mantinha contrato verbal com o Hos-pital para a prestação de serviços de oncologia.

Outra irregularidade apontada pelo relatório

está na contratação das empresas NEFROMED e Clínica de Oncologia Divinópolis. Segundo o relatório “todo o material, equipamentos e re-cursos humanos disponibilizados para a conse-cução do contrato, é de propriedade do Hospi-tal”. Isso significa que as empresas contratadas tinham seus custos drasticamente reduzidos, utilizando equipamentos que deveriam estar disponíveis a outras pacientes do SUS, e ainda recebiam o pagamento estipulado pelos contra-tos.

Também constatou-se que a empresa L+M Arquitetura foi contratada para gerenciar a obra de construção do hospital, sem a utilização da licitação para obter a melhor proposta. “Contra-tação foi feita por escolha pessoal da direção da entidade, que pagou R$ 24.423.800,89 pelo ser-viço”. Em um segundo contrato, também com a L+M Arquitetura sem o devido processo licitató-rio, a empresa recebeu R$ 17.262.593,87, totali-zando R$ 41.686.394,77 (quarenta e um milhões, seiscentos e oitenta e seis mil, trezentos e no-venta e quatro reais e setenta e sete centavos).

A construção da nova ala do hospital veio acompanhada de irregularidades. Segundo a auditoria, o Hospital contraiu empréstimo de R$ 40 milhões para financiar a obra, comprometen-do as receitas do SUS e agravando a situação operacional, elevando índice de endividamento em 335% em 2010. Segundo o relatório do SUS, o empréstimo foi contraído sem planejamento, priorizando o investimento em detrimento do custeio.

A lista de irregularidades é grande. O relatório da auditoria do SUS tem 31 páginas e constata gravíssimas falhas no atendimento aos pacien-tes, como falta de plantonista em setores vitais, como oncologia, e constatou que não havia con-trole formal para a presença dos plantonistasa, ou seja, não havia controle no cumprimento das escalas de plantão. Além das falhas administra-tivas, a auditoria constatou as muitas reclama-ções já conhecidas da população, como falhas graves no atendimento, superlotação em alguns setores, falta de leitos etc.

As primeiras constatações de irre-gularidades graves já aprecem logo na página 4, do relatório da auditoria, que registra utilização indevida de conta bancária na Caixa Econômica Federal, que era utilizada para movimentação de cheques sem fundos, como se fos-sem dinheiro em espécie, o que ga-rantia saldo fictício na conta do Hospi-tal. O recebimento de cheques caução pelo hospital foi suspenso em março de 2102, após assinatura de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre o MP e a Fundação Geraldo Correa. Segundo a auditoria, o saldo fictício do Hospital São João de Deus, em março de 2012 era de R$ 189.970, 65. Na con-ta havia o registro de saldo, mas não havia dinheiro.

De acordo com a investigação, em 2005 o hospital contratou a empre-sa MV, especializada em software e consultoria em gestão para a área da saúde. Gravíssima a constatação de que, após a implantação do sistema MV, o hospital não mais possuía con-trole efetivo de seu caixa, devido ao fato de o sistema de software, im-plantando pela MV, ter sido instalado de maneira inadequada “sendo que os treinamentos [de pessoal] para a área se deram somente n o ano da implantação, não havendo recicla-gem nos períodos posteriores”.

Ainda conforme o relatório da au-ditoria, o Hospital vinha efetuando pagamentos com cheques preenchi-mentos por sistema informatizado de

forma incompleta, deixando de no-minar o beneficiário, o que era feito posteriormente. A alegação do Hos-pital é que essa situação ocorreu em decorrência de problemas técnicos ocorridos na impressora de cheques. Constatou-se, ainda, que era prática da instituição adiantar pagamentos a fornecedores por longos períodos, sem a devida compensação e ajuste, permitindo que o saldo contábil não registrasse corretamente a realidade financeira. Segundo a auditoria, esse procedimento abre brechas para fraudes e desvios.

O levantamento feito pelo Sistema de Auditoria do SUS constatou, ainda, que em 2010 foi realizada uma audi-toria independente, aprovada parcial-

mente. Contudo, no relatório da audi-toria, não foi encontrada a aprovação das contas do hospital, em razão da ausência dos controles internos. Ha-via, ainda, benefícios para terceiros com a desatualização de contratos com prestadores de serviços, pessoa jurídica. Segundo a auditoria do SUS, “os contratos celebrados entre a en-tidade hospitalar e terceiros não têm guardado conformidade com o princí-pio do equilíbrio econômico, uma vez que permite que profissionais e em-presas se beneficiem dos resultados operacionais sem investimentos”. Principais beneficiados desta irre-gularidade eram empresas médicas, que prestavam e continuam prestan-do serviços ao hospital.

04

iRREgULARiDADES

NEPOTISMOFALTA DE LICITAÇÃOCONTRATOS VERBAIS

SALDOS FANTASMASMAQUIAGEM CONTÁBIL

A origem dA crise!

JUNTOS PELO HSJD

Page 5: Jornal Fórum Pró-São João de Deus

05

ClínicaMédica

ClínicaHemodinâmica

ClínicaOncologia

ClínicaObstétrica

ClínicaNefrologia

ClínicaCardiologia

ClínicaOrtopédica

ClínicaPediatria

ClínicaOftalmologia

ClínicaIntensivista

ClínicaCirúrgica

ClínicaNeurológica

GANÂNCIA

NECESSIDADE

ORDEM HOSPITALEIRAFUNDAÇÃO GERALDO CORRÊA

(HOSPITAL SÃO JOÃO DE DEUS)

CLÍNIC

AS M

ÉDIC

AS

TRABALH

ADORES

PACIE

NTES

GESTO

RES

ConClusãoRelatório da auditoriarealizada pelo SUS

Raio X do Esquema

Considerando a magnitude e im-portância do HSJD para a cidade e toda a região;

Considerando que a entidade prestou e vem prestando nos últi-mos anos um trabalho de qualida-de e confiança junto a população e usuários do SUS;

Considerando que a crise exis-tente econômica, financeira e patri-monial é grave e exige ação imedia-ta e eficaz;

Considerando que os casos de in-tervenção judicial têm demonstra-do muito mais aproveitamento por terceiros das entidades hospitalares do que propriamente dito recupera-

ção gerencial das entidades;Considerando que a grave crise

que se instalou nos últimos cinco anos tem caráter falimentar, defici-tário de forma crônica, portanto não possibilitando ausência de planeja-mento ou falhas gerenciais por par-te de seus diretores;

Considerando a necessidade da melhoria da qualidade do controle interno, contabilidade e controlado-ria da entidade;

Considerando a necessidade de reavaliar a atuação da direção da entidade e se for o caso substituir toda a direção;

Considerando que a maioria das

não conformidades do ponto de vista assistencial, quais sejam equi-pe incompleta de plantonistas para as especialidades, falhas na norma-lização dos estoques de próteses, equipamentos e medicamentos, quantitativo insuficiente de profis-sionais nas especialidades de orto-pedia, oftalmologia, cirurgia pediá-trica e ausência de contratualização formal com as diversas clínicas de especialidades e não cumprimento do Plano Operativo Anual do con-trato com a Semusa dependem de aporte financeira:

Sugerimos a nomeação pelo Mi-nistério Público Estadual de Profis-

sional para realizar uma interven-ção administrativa feita por um grupo de especialistas gestores como administradores, contadores, advogados e outros, com o apoio da FEDERASSANTAS e monitoramento por dois anos do Ministério Público. Entende-se que a intervenção tem a qualidade e importância de não causar nenhum movimento inde-sejado à administração da entidade, credores, usuários e gestores públi-cos e em contrapartida possibilitar credencial e confiança gerencial e administrativa para receber recur-sos dos gestores nos três níveis de governo.

TODOS PELA VIDA E PELO HSJD

Page 6: Jornal Fórum Pró-São João de Deus

Esta é uma pergunta cuja resposta definitiva dependerá da ação das autoridades com poder de decisão. As manifestações populares, os apelos da sociedade, a indignação do cidadão com o estado de coisas são reações de uma comunidade cansada de ações ilusórias, corrupção e desonestidade que dominam a política. Se estas manifestações não fo-rem ouvidas e compreendidas, de nada adiantarão soluções paliativas, que durarão poucos meses.

Prever o futuro do Hospital São João de Deus não é uma tarefa fácil. É preciso avaliar a atuação da política dentro da instituição. Não é segredo para ninguém que nos últimos 15 anos, em função do acirramento da disputa eleitoral e da cultura da corrupção e das barganhas eleitoreiras, hou-ve a implantação mesmo que disfarçada de uma intensa atividade da política partidária dentro do São João. As decisões vinham sendo toma-das de acordo com aspirações e interesses de um ou ou-tro agente público, muitas vezes causando sérios prejuízos à coletivida-de. Essa ingerência política gerou, sem nenhuma dúvida, uma crise para-lela, envolvendo questões éticas, corrupção e má gestão. Ou seja, a crise financei-ra é fruto desta ação, que precisa ser levada ao co-nhecimento da po-pulação da região, que há anos contribui com o Hospital tanto financeira, quanto soli-dariamente.

As reações que hoje in-vadem a cidade, fazendo o povo se manifestar de forma dura, é o resultado de anos de domínio da atividade política sobre o Hospital. Iludem-se aqueles que pen-sam que o povo, até então silencioso diante do quadro caótico vivido pelo São João, não ti-nha conhecimento dos fatos antidemocráticos, dos

abusos e das ingerências que eram cometidos. O povo sabia sim, mas mantinha-se em silêncio pois acreditava erroneamente que não haveria maiores prejuízos. Enganou-se. Os prejuízos aí estão e o Hospital com uma dívida e um rombo milionários, vive a sua pior crise em 45 anos.

A voz das ruas exige com urgência decisões cor-retas, transparentes e lúcidas. E é essa pressão po-pular que vai garantir a continuidade do hospital. A ação de pessoas sérias, movimentos honestos e cidadãos realmente comprometidos com a éti-ca, será fundamental para a recuperação do São

João. Deixar essa crise somente na pendência de decisões políticas, não garantirá soluções eficientes e definitivas.

Quanto ao futuro do hospital, o Fórum já aponta dois possíveis caminhos que poderá garantir a solu-ção definitiva, como também possibilitar que o São João esteja voltado para atendimento 100% SUS. A primeira alternativa e talvez a mais rápida, refere-se ao resgate da Fundação Gerado Corrêa através da Justiça (Intervenção administrativa) e a contra-tualização com o Ministério da Saúde aumentan-do assim o repasse em 50% para o Hospital. Nesse caso a gestão do Hospital continuaria com a Fun-dação após toda sua reestruturação. A unidade de saúde iria se transformar em Hospital Escola po-

dendo receber alunos de diversas instituições de ensino de Divinópolis e região. A se-

gunda alternativa está voltada para a federelização do Hospital São João

de Deus, ou seja, sua gestão po-derá ser assumida pelo Gover-

no Federal através da Em-presa Brasileira de Serviços

Hospitalares (EBSERH) em parceria com a Universi-dade Federal (UFSJ) ga-rantindo assim os aten-dimento 100% SUS.

Para a efetiva rea-lização dessas alter-nativas acima citadas, deverá haver com-promisso especial-mente do Poder Ju-diciário como também da sociedade e de to-das as autoridades da nossa região. O Fórum

Pró–São João reafirma que é preciso haver puni-

ção aos culpados, informa-ção transparente ao povo e,

principalmente, gestão com-partilhada com a sociedade, va-

lorização dos trabalhadores e éti-ca. Muita ética.O Fórum defende que a instituição

esteja voltada para o seu objetivo final, ou seja, os pacientes, esses devem estar no

centro da atenção da instituição, pois é sua ra-zão de existir.

06

Qual o futuro do nosso Hospital?

TODOS PELA VIDA E PELO HOSPITAL SÃO JOÃO DE DEUS.

TODOS PELA VIDA

GESTO

RES • TRABALHADORES • SOCIEDADE CIVIL • C

ONSELHO

S • V

OLU

NTÁ

RIO

S

PACIENTES • FAMILIARES • ACOMPANHAN

TES

Page 7: Jornal Fórum Pró-São João de Deus

As manifestações pelas ruas e nas redes sociais mostram que o povo di-vinopolitano exige que a Justiça aja com rigor nesta questão do Hospital São João de Deus. Isso começa com a punição exemplar dos responsáveis por este rombo de R$ 80 milhões, seguida de uma intervenção admi-nistrativa, como exigiu a auditoria re-alizada pelo SUS.

A manifestação popular dos fun-cionários do Hospital, com a partici-pação da população, realizada no dia 12 terminou com a distribuição de um manifesto, no qual exigem-se mu-danças e comprometimento. Veja a íntegra do manifesto:

“Hospital São João de Deus, essa causa é nossa: Você sabe o que a direção do HSJD faz com o dinheiro

do SUS, das doações, das verbas e do Pró-Hosp?

Queremos prestação de contas de toda e qualquer verba que entra nos caixas do HSJD, porque nesse mo-mento estamos sendo chamados a contribuir, mais uma vez, para salvar esta instituição. Já contribuímos com impostos, plano de saúde, doações e prestação de serviços como voluntá-rios, funcionários e sendo parceiros.

grevistas também reivindicam ética na gestão.

Cansados com os muitos proble-mas ocorridos no Hospital São João de Deus, parte dos funcionários da instituição acatou o chamado do SINDESS - Sindicato Profissional dos Enfermeiros e empregados em Hos-pitais e casas de saúde, e definiu por uma grave por tempo indetermina-do. Os motivos da paralisação são vários, especialmente manifestar-se contra a crise instalada na unidade, além do que a direção não aceitou o valor apresentado pela categoria para o tíquete alimentação. Para não prejudicar pacientes, líderes do movi-mento mantiveram 30% das ativida-

des normais. A decisão dos trabalhadores do

Hospital São João de Deus foi desta-que na imprensa da capital e em ma-téria publicada no dia 7 de agosto, o Jornal Estado de Minas afirmou: “En-fermeiros, técnicos de enfermagem e todos os funcionários do setor admi-nistrativo do hospital estão insatis-feitos. Desde o final do mês passado eles tentam negociar com a direção o reajuste salarial de 7,21% e a tro-ca da cesta básica, recebida men-salmente por todos os funcionários, pelo tíquete alimentação no valor de R$ 200,00.”. O maior jornal de Minas Gerais relatou ainda o encontro ocor-rido em Belo Horizonte, na Delega-cia Regional do Trabalho, porém sem acordo.

Além das reivindicações trabalhis-tas, o Sindicato incluiu na lista o pe-dido de intervenção administrativa do hospital pelo Ministério Público. Para os trabalhadores que participa-ram da greve, a crise do hospital não é apenas financeira e sim uma crise grave de ética que apontou inúme-ras suspeitas de corrupção dentro do Hospital.

intervenção!

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É preciso nesse momento tão delicado, que a população de Divinópolis e região entenda que o Hospital é nosso, construído por um empresário da cidade e durante 45 anos de funcionamento foi ampliado e equipado com recursos do povo, através de doações, emendas parlamentares, re-passe do Governo Federal e Estadual, ou seja, toda a estrutura do hospi-tal, seu capital social e intelectual, devem estar a serviço da população.

Realizado esse esclarecimento, podemos passar para uma segunda etapa e talvez a mais importante, que é reforçar ou mesmo desenvolver o sentimento de pertencimento. Esse hospital nos pertence e portanto faz parte da nossa identidade, como também da nossa estrutura social. Sem ele poderemos entrar em uma grave crise de identidade, uma vez que iremos constatar que não fomos capazes de cuidar do que é nosso, e posso ir mais além, não fomos capazes de cuidar de nós mesmo.

Diante dessa situação podemos dar mais um passo e analisar uma possível solução para que o povo cuide do que é seu e quem sabe saia fortalecido. Mas quem dará a solução? Quem guiará uma região com mais de um milhão e duzentos mil habitantes? Quem são os sujeitos que irão tomar as rédeas da crise? Essas são as perguntas que pairam na cidade. Enfim, precisamos refletir. Nos últimos meses o povo foi pra rua e reafir-mou no grito e em letras garrafais que os partidos não nos representam. Esse fato aconteceu porque há décadas os partidos e seus “políticos” de fato não trouxeram soluções sustentáveis para nossa sociedade. Pois bem, fazendo um paralelo com o cenário político do país e até mesmo da região, podemos descartar a presença desses atores na solução definiti-

va do nosso hospital. Verdadeiramente não houve demonstração políti-ca de envergadura para conduzir essa crise e muito menos para garantir uma solução sustentável para a saúde da cidade e região.

E agora? De onde mais se esperava, estamos percebendo que até o momento não haverá solução. Somente nos foram apresentadas solu-ções paliativas “estratégicas” para manter nosso hospital agonizando. Não podemos perder a esperança, ainda temos o povo, isso mesmo, o povo. O mesmo povo de bem que construiu o hospital e manteve-o de pé por mais de quatro décadas.

Qual a solução? A união do povo, dos homens de bem que poderão assumir a gestão da instituição. Pode parecer simples, mas é necessá-rio resgatar a vontade coletiva para que haja justiça. Justiça? Quem na prática poderá fazer? Penso que o Ministério Público, tanto federal como estadual, o mesmo Ministério Público que pediu socorro ao povo e que prontamente foi atendido quando ocupamos as ruas para lutar contra a PEC 37. Está nas mãos deles. A possibilidade de intervenção do Hospital e a devolução real para o povo do que sempre foi público. Além da inter-venção cabe a eles a investigação dos envolvidos que levaram o nosso Hospital à atual situação que se encontra. Por fim, uma vez devolvido o que é nosso, o que é justo, podemos cuidar e garantir uma solução definitiva.

QUE A JUSTiÇA SEJA FEiTA.

O povo quer justiça e o ministério Púbico deve agir.

Texto extraído do Jornal Agora em agosto de 2013. Autor: Leo Santos - MOVSaúde

Page 8: Jornal Fórum Pró-São João de Deus

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HSJD100%SUS

HOSPITAL SÃO JOÃO DE DEUS 100% SUS

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A sociedade nas últimas semanas vem se unindo e se or-ganizando para resgatar um dos maiores bens que o Oeste de Minas já construiu nos últimos 40 anos, o Hospital São João de Deus. Uma instituição que acolheu milhares de cida-dãos e salvou inúmeras vidas. Pelas mãos do São João, uns vieram ao mundo, outros se foram e milhares recuperaram sua saúde. O hospital sempre foi o amparo dos doentes e mais necessitados de toda a região.

O resgate e a recuperação do São João devem ser uma questão de honra para todos os mineiros que habitam no oeste do Estado. Devemos unir nossas ideias, vozes e braços em prol de nos mesmo, afinal quando a doença bater à nos-sa porta será no São João de Deus que buscaremos socorro.

Para dar transparência e garantir uma boa comunicação ao processo de recuperação do Hospital, como também para alinhar ideias, unir vozes e fortalecer os nossos braços, di-versas pessoas e instituições estão se organizando através de um grande Fórum. O Fórum Pró-São João é um espaço coletivo e democrático que agrega todos os homens de bem que desejam contribuir para a recuperação do Hospital.

Nesse sentido convocamos todos os moradores de Divinó-polis e do Oeste de Minas para apoiar essa grande batalha. Nossa união garantirá a força necessária para levantarmos essa grande bandeira em prol do Hospital. Além de resgatar o São João das mãos de quem sempre o utilizou de forma leviana para enriquecimento próprio, queremos recuperá-lo e devolvê-lo 100% ao povo..

UMA BANDEIRA DE1,5 MILHÃO DE CIDADÃOS