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A fisiculturista Maeme Rocha está entre as dez melhores do mundo e já coleciona vários títulos como o de campeã estadual, nacional e sulamericana de fisiculturismo. Entre as diversas categorias dentro do esporte, a atleta amazonense concorre a categorias do “Body fitness” A violência contra a mulher transpassa as agressões físicas, chegando ao campo psicológico. Na maioria dos casos, o agressor convive na mesma casa Foto: Divulgação / Adeilson Albuquerque Arbitragem Violência Jornal Laboratório do curso de Jornalismo - Ano 3 - Edição 11 - Julho de 2012 Foto: Arquivo Pessoal Entrevistamos a geóloga Silvia Gonçales A geóloga relata como foi entrar para o curso que antes era predominado por homens Dama de Ferro 04 A profissão que antes era considera própria do univerno masculino, atualmente vem ganhando adeptas no Amazonas e, para entrar nesse mercado de trabalho, as mulheres começam a procurar curso de arbitragem 08 06 03 Foto: Esterffany Martins Foto: Divulgação

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Jornal Expressao

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Page 1: Jornal Expressao

A fisiculturista Maeme Rocha está entre as dez melhores do mundo e já coleciona vários títulos como o de campeã estadual, nacional e sulamericana de fisiculturismo. Entre as diversas categorias dentro do esporte, a atleta amazonense concorre a categorias do “Body fitness”

A violência contra a mulher transpassa as agressões físicas, chegando ao campo psicológico. Na maioria dos casos, o agressor convive na mesma casa

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Entrevistamos a geóloga Silvia GonçalesA geóloga relata como foi entrar para o curso que antes era predominado por homens

Dama de Ferro

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A profissão que antes era considera própria do univerno masculino, atualmente vem ganhando adeptas no Amazonas e, para entrar nesse mercado de trabalho, as mulheres começam a procurar curso de arbitragem

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A imagem feminina como produto comercial

A luta feminina pela igualdade de direitos

“Conquistas”... palavra que define bem as lutas femininas por direitos iguais na sociedade, e vale lembrar que tem que ser conjugada no plural, pois várias foram as vitórias ao longo da história. Para tal feito, tabus foram quebrados para dar direito a mulher de escolher seu próprio destino. A profissão foi uma delas. Na entrevista ao Jornal Expressão, a geóloga Silvia Cristina Benites Gonçales relata a experiência que passou ao ingressar em um curso que antes era considerado território masculino: a geologia. Conheça também, outra profissão que está caindo no gosto feminino

das amazonenses, na matéria Apito, Bandeira e Salto Alto que aborda uma nova visão dos profissionais da arbitragem de futebol, esporte antes dominado por homens, e a cada dia vem sendo conquistado por mulheres.

Mulheres... “Dizem que a mulher é o sexo frágil, mas que mentira absurda”. A letra da música Mulher de Erasmo Carlos é uma introdução para a próxima matéria: Ela tem a força. A Dama de ferro Maeme Rocha, 34, vai mostrar como é a vida de uma atleta de fisiculturismo e quais os cuidados para quem deseja entrar no esporte. A

mesma força que incentiva a mulher a conquistar seus sonhos seja na educação, profissão ou no esporte, é a mesma que zela pelo lar, embala os filhos e cuida do marido. Muitas vezes o companheiro não consegue acompanhar ou aceitar a evolução feminina, e aí, podem vir os desentendimentos e as brigas. Nesta edição, acompanhe o relato da Maria Silva, 27, uma mulher vítima da violência doméstica na matéria: Crimes contra a mulher.

Boa leitura!

A exposição do corpo feminino tornou-se um fator comum nos meios de comunicação de massa, principalmente a TV, uma vez que, o instrumento exerce o papel de principal detentor de informações. Os padrões ditados pela mídia influenciam de forma direta o comportamento dos diversos grupos sociais.

No Brasil, a imagem da mulher tem sido presença constante na mídia, entretanto as formas como esta é trabalhada geralmente transmite uma visão distorcida do papel exercido pela mulher na sociedade atual. Entre elas, a exposição da mulher como um produto comercial utilizado para atrair consumidores, através de imagens erotizadas, o que geralmente vemos em peças publicitárias, telenovelas, programas de auditório ou humorístico, dessa forma, ações que podem gerar a desvalorização e a banalização do sexo, da violência e da integridade física, o estimulo ao consumismo reforçam os preconceitos e descriminação pelo dito sexo “frágil”. Além da imagem

como objeto a venda, a mulher também é citada como um ser constantemente dependente da figura masculina para obter êxito nas conquistas principalmente de cunho profissional.

O ideal padronizado da imagem feminina como um ser predestinado apenas à maternidade e ao casamento é em muitos momentos, reforçado pela mídia, e quando a realidade foge a este padrão a mulher começa a ser estereotipada, como é o caso das mulheres negras, que geralmente só aparecem desempenhando papeis subalternos, descontextualizadas de seu grupo, ou das lésbicas que ora aparecem muito masculinas ou exacerbadamente femininas. De certa forma a mídia maquia os problemas da sociedade, refugia o telespectador/ouvinte/leitor da realidade e vende uma vida perfeita estampada nos meios de comunicação de massa ao invés de torná-la palpável ao seu convívio. As mulheres brasileiras querem ter o corpo da Juliana Paes que aparece de biquíni no comercial da cerveja

Antártica, quer uma casa grande e bonita como a da personagem Vitória Drummond, da novela Global Insensato Coração, ou ter o casamento perfeito como o do Príncipe Willian com a plebéia Kate Middleton.

Os meios de comunicação estruturam um mundo idealizado com a mulher perfeita, o emprego perfeito, a casa perfeita, a família perfeita, e as pessoas subtraem estas representações para suas vidas e tentam cada vez mais se igualar a estes padrões utópicos. Diante desta realidade, faz-se necessário que os meios de comunicação do Brasil passem por um controle social de conteúdo em que seus princípios de abordagem nas matérias, notícias, programas de entretenimento e em qualquer outro meio midiático sejam revisto, tendo em mente a comunicação como um direito humano que deve ser tratado com respeito, sempre avaliando os valores que estão sendo repassados através das informações.

| Jamile Galvão Sampaio

UNINORTECentro Universitário do Norte

Laureate International Universities

PresidentesJosemir Silva Reitora

Maria Hercília Tribuzy de Magalhães Cordeiro

Pró-Reitor AcadêmicoJosé Frota Pereira

Pró-Reitor AdministrativoCarlos Eugênio Silveira

Diretor FinanceiroFernando Augusto Rodrigues Leão Filho

Diretor Comercial e de RelacionamentoRicardo Facundo do Valle

Diretoria das Escolas

Escola de LicenciaturaLeny Xavier Louzada

Escola de Ciências Exatas e TecnologiaRaimundo Expedito de Oliveira

Escola de Ciências Humanas e SociaisAntônio Geraldo Harb

Escola de Ciências da SaúdeDavid Lopes (Consultor)

Coordenadora de Pós-GraduaçãoNivia Pires

Coordenador de ExtensãoRivelino Freitas

Coordenadores Curso de ComunicaçãoProf. Gustavo Soranz Gonçalves

Profa. Tânia Bra

Jornalista ResponsávelProf. Leila Ronize

Mtb 179-AM

EdiçãoFabiana Ferreira

Projeto GráficoKleiton Renzo

www.r3nzo.com

DiagramaçãoFabiana Ferreira

RedaçãoCamila HenriquesEliena MonteiroDiácara Ribeiro

Islania Lima

FotografiaEliena Monteiro

Islania Lima

EXPRESSÃO é o Jornal Laboratório do curso de Jornalismo do UniNorte, elaborado pela Agência Experimental de

Comunicação (Agex).

Endereço: Rua Hauscar de Figueiredo, 290Centro Manaus Amazonas - CEP 06020-190

Fone (92) 3212-5053

Blog Dialogwww.dialog.blog.br

Edição nº 8 - Abril de 2010

Jornal Expressão

Editorial

Manaus 03 de Julho de 20122

Expediente

Page 3: Jornal Expressao

Jornal Expressão - O que fez você optar pela geologia?

Silvia Cristina Benites Gonçales - Eu escolhi o curso por atuação profissional e expectativa de mercado de trabalho. Então optei por geologia 1996. Meu planejamento quando entrei na faculdade era trabalhar na Petrobras ou Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM). Então minha meta foi estabelecida. Passei no concurso para CPRM. Na época, a nossa turma foi à primeira a ter maioria mulheres, 51%. Fazer o curso de geologia foi à primeira batalha na questão feminina.

JE – Quando você fala sobre ‘a primeira batalha na questão feminina’, quais os entraves encontrados durante o curso?

SCBG – O preconceito por ser mulher. Bom! Primeiro já entrei casando, e no decorrer do curso engravidei. Tive uma filha. Então escutava algumas conversas do tipo “olha já entra cansando, tendo filho”. Eu fui à única da turma a casar e ter filhos durante a universidade. Na minha ótica essas questões femininas não me atrapalharam, até porque no curso não tinha muita diferenciação nas tarefas, por exemplo, as atividades de campo, eram iguais para todo mundo, a única diferença era o banheiro, pois cada um usava o seu. (risos)

JE – Por conta do preconceito, algum fato marcou sua vida acadêmica?

SCBG – Sim! Eu perdi um emprego por estar grávida na época. Para me manter no curso de geologia, além de estudante eu era monitora e

professora temporária. Durante o período da minha gravidez estava lecionando para o Governo Federal no programa de educação de jovens, o Pró-Jovem em São Paulo. Por conta disso, todas as atribuições de aula foram tiradas e não me foram colocadas novamente, pois como ainda não tinham professores efetivos poderiam ser atribuídas para mim novamente, mas não foram devido o fato de daram preferência a um engenheiro, o rapaz estudante que entrou depois para competir. Isso marcou muito na vida acadêmica.

JE – Depois de formada, como foi para conseguir o primeiro emprego como geóloga?

SCBG – Na verdade como optei por trabalhar na espera pública, meu primeiro emprego depois da faculdade foi tranquilo, devido ter passado no concurso para a CPRM. Até porque os concursos ainda não têm essas questões de limitação, digo porcentagem para homens e mulheres. Até porque para atuar como profissional no campo da geologia, pesquisa e trabalho de campo, a atividade mesmo

é a Petrobras ou CPRM. Então fui prestando os concursos da Petrobras e CPRM, até que um dia me chamaram para Manaus. Não foi uma opção, vim para Manaus, mas sim, trabalhar na CPRM, onde tem uma melhor carreira. Tracei uma meta: entrar na Petrobras ou CPRM e consegui, mas só em 2007 assumi o cargo para trabalhar como geóloga Bacharel.

JE – Como sua meta foi realizada, qual a sensação de assumir o cargo de geóloga na CPRM? Você encontrou alguma dificuldade?

SCBG – Quando eu cheguei aqui (Manaus), encontrei alguns preconceitos estranhos na empresa. Como a dificuldade de ser reconhecida como uma profissional da área, uma pessoa que faz campo, que faz caderneta, relatório, e que realiza qualquer atividade comum que um geólogo ou geóloga faz. Os colegas perguntavam se eu era secretária, não menosprezando a função, mas achei interessante como eles não me viam como geóloga, no início, a impressão era que eles queriam me colocar como uma secretaria de um geólogo. Não vou citar nomes, mas um colega um dia me falou: “olha você digita na caderneta”.

Eu disse que não. “Eu tenho a minha caderneta e eu digito o meu relatório e você tem a sua caderneta e você digita o seu relatório.” Isso não acontece somente na região norte, mas em todas as regiões do país.

JE – Dentro das atividades que o geólogo realiza, tem alguma que favorece mais os homens que as mulheres?

SCBG – Bom! Nas atividades de campo (selva) são as que têm mais dificuldade para as mulheres, porque às vezes ficamos instalados até 30 dias em um acampamento, como tomar banho de rio, além da nossa particularidade de todo mês (risos). Uma das atividades em campo que aconteceu comigo naquela época, foi marchar a roupa, até eu achar um banheiro foi um caos. Particularmente eu não gosto das atividades de campo, mas se precisar eu vou sem restrição, pois faz parte do oficio, e por isso, temos que estar prontos e aptos a fazê-lo. Temos muitas amigas geólogas que gostam e que sempre vão a campo.

JE – Como você analisa o preconceito na área?

SCBG – A gente percebe que esse histórico da mulher assumir algumas posições de “apoio” ao profissional homem é cultural e histórica. Isso extrapola os limites de estados e de conhecimento de escolaridade. Até porque todos têm nível superior, além de ter alguns educadores na área também. Então penso que deveria ter um esclarecimento melhor de que tanto a mulher quando o homem pode exercer a função de geólogo ou geóloga e não de apoio.

Jornal Expressão

Entrevista

“Um colega um dia me falou: “olha você digita na caderneta”. Eu disse que não. “Eu tenho a minha caderneta e eu digito o meu relatório e você tem a sua caderneta e você digita o seu relatório.”

3Manaus 03 de Julho de 2012

| Fabiana Ferreira

Uma das escolhas mais importante na vida de uma pessoa é qual carreira seguir. Há quem diga que algumas profissões só podem ser exercidas por homens e outras por mulheres, mas o ‘sexo frágil’ vem mostrando ao longo do tempo que essas barreiras podem ser quebradas. Por isso, o Jornal

Expressão escolheu uma profissional na área de exatas para relatar sua experiência nesse universo ainda masculino. Formada pelo Instituto de Geociência da Universidade de São Paulo, Silvia Cristina Benites Gonçales é geóloga há 16 anos. Segundo Gonçales a discriminação na área começou na faculdade. “Na época eu não tinha noção de que o curso de geologia teria divisão de trabalho, e que na maioria seriam homens.”

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Tracei uma meta: entrar na CPRM, e consegui

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Jornal Expressão

Apito, Bandeira e Salto alto

Manaus 03 de Julho de 20124

Quebrando tabu

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Arbitras buscam ascensão no mundo do futebol, e para isso, não basta conhecer as regras. É preciso ter boa conduta, preparação técnica e psicológica

Bola, gramado, bandeira, apito. Essas são as ferramentas fundamentais

de algumas mulheres amazonenses que se dedicam a um trabalho um pouco diferente, a arbitragem de futebol. Para quem pensa que as elas não sabem dar palpite, que não entendem de faltas, jogadas perigosas, impedimentos, e que deveriam está lavando roupa ou cuidando dos filhos, precisa ler atentamente esta reportagem, pois, o Jornal Expressão foi conhecer o lado das mulheres amazonenses que escolheram o apito como principal ferramenta de trabalho.

| Lineize Seixas

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Jornal Expressão 5Manaus 03 de Julho de 2012

Não basta ter apenas bom jogadores

A profissão que era dominada por homens vem sendo descoberta por mulheres

A profissão, que até então era dominada por homens, hoje, vem sendo descoberta por mulheres que despontam no cenário futebolístico. Além das tarefas cotidianas como estudar, cuidar do lar e trabalhar, elas carregam uma grande responsabilidade nas costas, o de comandar uma partida de futebol, a paixão do brasileiro. Segundo a estudante de Educação Física e árbitra assistente, Anne Gomes, 18, seguir esta carreira, é um desafio. “Estudei e fiz estágio, mas sempre tem um engraçadinho que diz ‘sai daí e vai lavar a louça’, mesmo assim, amo o que faço”, afirma. Gomes conseguiu uma vaga no curso de arbitragem realizado no Amazonas. Das quatro pessoas inscritas, foi a única a concluir e, há dois anos, a árbitra atua na Comissão Estadual de Arbitragem de Futebol (CEAF). O curso teve a duração de cinco meses, mais estágio de 30 horas. De acordo com a CEAF, o Amazonas possui três assistentes femininas atuando no campeonato amazonense, além das assistentes que estão nas categorias de base, há 11

anos buscando no estadual a ascensão em suas carreiras como a Fabiana dos Santos, 41, e Ângela Cerdeira, 39. As assistentes aceitaram o

desafio de reforçar a comissão de arbitragem do estadual, após o afastamento de duas bandeirinhas em 2009, por problemas de saúde, e

O futebol exige além de bons jogadores, bons árbitros. A atividade não é regulamentada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), por isso, os árbitros não possuem benefícios trabalhistas, o que faz dos profissionais da área ter dupla jornada. No caso das mulheres, isso se estende ainda mais, pois exercem outras funções, a donas de casa, estudantes e mães. Segundo o presidente da federação Amazonense de futebol (FAF), Wladimir Bastos, o treinamento para as mulheres é igual ao treinamento dos homens, com a mesma intensidade de treinos, pois em campo a partida não tem diferenciação entre os sexos. Para garantir um

bom desempenho dentro de campo, regras como não beber, fumar, utilizar medicações estimulantes, devem ser seguidas. Também é imprescindível ter boa conduta na sociedade. A jovem Anne Kesy, já escalada para participar das seleções da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), deixa uma mensagem de motivação para mulheres que buscam na profissão antes dominada pelos homens. “As mulheres estão buscando todos os meios de trabalho. Viemos ganhar nosso espaço também no futebol”, garante. Para saber mais sobre Curso de Formação de Árbitros da Federação, a sede está localizada na Av. Constantino

como o falecimento de Syria Flores da Silva, em março do ano passado, aos 37 anos.

Nery, 282, próximo a Terminal1, a partir das 12h ou no site www.futebolamazonense.com. A intenção da FAF é formar uma equipe de 15 árbitras, entre assistentes e árbitras principais.

Colaboração: Gisele Rodrigues e Esterffany Martins.

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Fisiculturismo

Ofisiculturismo feminino é um esporte que tem

como objetivo aumentar a massa muscular ao máximo e indeterminadamente. Esse esporte começou nos anos 70, quando as mulheres começaram a fazer parte de competições de lutas livres. Muitas dessas mulheres tomavam esteroides anabólicos e outras drogas anabolizantes. Mas hoje já se sabe que é possível ter um corpo bem delineado e esculpido apenas com uma boa alimentação e com ajuda de um nutricionista, sem esquecer, é claro, de treinar em uma academia.

No Amazonas, apesar do pouco incentivo, existem mulheres com capacidade de concorrer a campeonatos mundiais. Segundo o professor de musculação Vicente

| Alessandra Vieira

Ribeiro, 56, o esporte no Estado está em baixa e precisa de uma renovação, o professor atribui isso à falta de eventos direcionados e patrocínio. Ribeiro é técnico de uma das

Ela tem a força Mulheres estão ganhando destaque no mundo do fisiculturismo

competidoras amazonenses, a atleta Maeme Rocha, 34, que já acumula vários títulos, entre eles, o de campeã estadual, nacional e sulamericana de fisiculturismo, além de estar

entre as dez melhores do mundo.

Maeme treina há dois anos. Segundo ela, existe uma preparação rigorosa, como treinar de quinta-feira a sábado, sendo uma hora e vinte minutos só para trabalhar musculação e aeróbica. Em relação aos exercícios, as atletas fazem o mesmo que os homens, mas com redução de peso. Existe também uma dieta especial. “Até as três da tarde, me alimento de carboidrato, após esse horário, reduzo o carboidrato e aumento a quantidade de proteína, além de comer de cinco a sete porções de frutas e muita salada”, garante. A atleta explica que concorre a categorias do “Body fitness”, onde o que conta mais é a definição muscular, mas existem várias categorias dentro do fisiculturismo.

Antes de ser atleta, Maeme era dançarina e por conta da profissão, já realizava atividades físicas dentre eles, a malhação. Mas passou a ver o exercício com outros olhos, depois de ganhar o primeiro campeonato de fisiculturismo, o que para ela foi uma surpresa. A partir daí resolveu seguir a carreira. Ela conta que nunca fez uso de anabolizantes para ganhar uma competição, mas conhece casos de mulheres que acabaram prejudicadas profissionalmente pelo uso da droga. “Depois de toda competição, as atletas são

submetidas ao exame antidoping. Caso seja constatado o uso, além de perder o título, elas são suspensas por dois anos, isso prejudica a carreira e afeta também a saúde”, adverte.

Quando o assunto é o preconceito, Maeme não esconde que existe, e que na maioria vem das próprias mulheres. Por várias vezes, em locais públicos, foi chamada de “ele”, mas isso nunca atrapalhou nos relacionamentos profissionais ou pessoais. A atleta tem uma filha e trabalha como corretora de imóveis, além de cursar a faculdade de nutrição.

Como tudo começou

Foto: Divulgação / Adeilson Albuquerque

Foto: Divulgação / Adeilson Albuquerque

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Jornal Expressão 7Manaus 03 de Julho de 2012

Fisiculturismo: Como participar?

Os pré-requisitos para a participação em uma competição são:

Foto: Divulgação

No esporte, a busca por um corpo perfeito com resultados imediatos ou a vontade de quebrar recordes mundiais têm levado muitos atletas a fazerem uso de drogas naturais ou sintéticas proibidas pelas organizações que regulamentam as competições esportivas. O doping é considerado antiético pela maioria das organizações, em especial pelo Comitê Olímpico Internacional, mas afinal o que é doping?

As substâncias dopantes estão divididas em cinco classes: estimulantes, que atuam no sistema nervoso, permitindo com que o atleta fique mais excitado, analgésicos narcóticos, usados para aliviar a dor, anabolizantes, hormônios sintéticos que quando comparados à testosterona (hormônio masculino) promovem maior atividade anabólica, os diuréticos servem para desidratar o organismo e diminuir o peso dos atletas e os e hormônios peptídicos e análogos, que são hormônios de crescimento.

Atualmente, duas substâncias estão causando controvérsia no mundo dos esportes, a Tetrahidrogestrinona (THG) e Modafinil. O THG, por exemplo, pertence ao grupo esteroides anabolizantes. O produto ajuda os atletas a ganharem massa muscular e melhorarem o desempenho durante as competições, aparentemente, é um esteróide convencional, mas tem uma particularidade: foi desenvolvido propositalmente para ficar invisível nos teste antidoping. Já o Modafinil é um fármaco neurotrópico usado no tratamento de narcolepsia e apneia, ou seja, é um

Ter um corpo musculoso, resultados imediatos e quebrar recordes mundiais. Cuidado! Se for atleta, você pode estar na mira do doping

Não basta ter apenas bom jogadores

estimulante que dispensa o sono, e assim o atleta pode ficar até 48 horas acordado, sem efeitos negativos. O medicamento foi adicionado à lista de substâncias proibidas em 3 de agosto de 2004, dez dias antes da Olimpíada de Atenas.

Segundo o jornalista Eduardo Monteiro de Paula, editor chefe de esportes da Rede Amazônica, o doping é feito em toda competição oficial. “O controle é obrigatório e as Confederações podem realizar o teste a qualquer momento, durante as competições”, afirma. O exame é realizado através da Comissão Nacional de Combate ao Doping do Ministério do Esporte, ligada a WADA, onde a urina é

Rebeca Braga Lakiss Gusmão foi pega no doping e perdeu quatro medalhas conquistadas em 2007

• Volume dos músculos • Proporção entre eles• E a definição muscular

A competição é disputada através de comparação nascondições:

• Tamanho dos músculos• Força• Proporção• Definição• Estética

Colaboração: Gabriele Rodrigues e Ivana Vitória.

analisada através de reagentes químicos.

De acordo com Eduardo, um dos casos mais famosos de doping no esporte feminino, o da nadadora do Distrito Federal, Rebeca Braga Lakiss Gusmão. Em novembro de 2007, Rebeca Gusmão recebeu o resultado positivo para anabolizantes esteroides, em amostras coletadas durante o Pan do Rio. A atleta perdeu as quatro medalhas conquistadas no campeonato, inclusive a que era inédita para a natação feminina brasileira. O jornalista comenta que mulheres que usam continuamente essas substâncias ficam com a voz mais grossa, criam pelos e desenvolvem um comportamento masculinizado.

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Jornal Expressão Manaus 03 de Julho de 20128

Violência doméstica

| Jackson Salvaterra

Existem vários tipos de formas de violência contra a mulher, como

a lesão corporal, caracterizada por socos, pontapés, bofetões, o estupro, sendo todos, atentado contra o pudor de pessoa de outro sexo, por meio de força física, ou grave ameaça, com a inten-ção de satisfazer desejos sexuais, ameaça de morte feita por gestos, palavras ou por escrito, abandono material, quando o homem não reconhece a paternidade, o que obriga a mulher a entrar com uma ação de investigação de paternidade, para poder receber pen-são alimentícia.

Na esfera jurídica, violência significa uma espécie de coação, ou forma de constrangimento, posto em prática para vencer a

capacidade de resistência de outrem, ou a levar a executá-lo, mesmo contra a sua vontade. É igualmente, ato de força exercido contra as coisas, na intenção de violentálas, devassálas, ou delas se apossar. Segundo a Delegada Titular daDelegacia Especializada de Crimes Contra a Mulher em Manaus, Lia Gazineu, a Lei Maria da Penha está sendo utilizada quase que exclusivamente dentro do que é exigido, como atendimento psicossocial e a proibição de a vítima entregar a notificação ao acusado. “De 2006 até hoje o serviço tem melhorado e estamos trabalhando juntamente com o Governo do Estado para que o amanhã seja ainda melhor”, afirma.

Questionada sobre qual classe social mais procura os serviços da delegacia, Gazineu completa, “todos os tipos de mulheres, tanto da classe baixa quanto da classe alta procuram o órgão para denunciar a violência, a maioria dos casos estão relacionados a subordinação ao parceiro e a dependência financeira”.

Segundo a psicóloga Marivone Barroso, nem todos os agressores deixam marcas físicas, mas ofensas verbais e morais, que superam a dor física, como humilhações, torturas psicológicas, abandono, entre outros. Para Barroso, as agressões são consideradas pequenos assassinatos diários, difíceis de superar e praticamente

impossíveis de prevenir, fazendo com que as mulheres percam a referência de cidadania. Uma das vítimas de agressão, Maria Silva, 27, conta que casou cedo, aos 18, e no começo do relacionamento tudo era muito bom, mais com o passar dos anos, vieram às agressões. “Quando comecei a trabalhar fora, meu ex-marido me agrediu na frente de muita gente. Depois que criei coragem e resolvi me separar”. Atualmente, Maria mora na Casa Mamãe Margarida, na zona Leste de Manaus.

A Delegacia de Defesa da Mulher é responsável por receber queixas de violência contra as mulheres, investigar e punir os agressores. Mas para isso, é necessário que a vítima faça um Boletim de Ocorrência (B.O). Barroso explica que o documento é essencialmente informativo. “Todas as informações sobre o ocorrido visam instruir a autoridade policial, qual a tipicidade penal e como proceder nas investigações”.

Toda a mulher violentada física ou moralmente, deve ter coragem para denunciar, com isso, ela está se protegendo contra futuras agressões e serve como exemplo para outras mulheres. O agressor não escolhe raça, idade ou condição social, a diferença é que entre as pessoas de maior poder aquisitivo, algumas mulheres acabam se calando por medo, vergonha ou até mesmo por dependência financeira, agindo assim, o problema não vai ser solucionado, pois enquanto o crime for escondido, a violência permanece.

Saiba mais:

A Delegacia Especializada de Crimes Contra a Mulher fica localizda na rua Recife s/n, conjunto Eldorado - Parque 10. Para mais informações ligue: (92) 3236-7012.

A lei Marinha da Penha foi criada para coibir e punir crimes contra as mulheres. Mesmo assim, ainda é necessário denunciar

Crimes contra a mulher

Toda a mulher violentada física ou moralmente, deve ter coragem para denunciar

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M a r i a Leopoldina Josefa Carolina, primeira imperatriz do Brasil, exerce a regência, na ausência de D. Pedro I, em São Paulo. Leopoldina enviou uma carta junto com outra de José Bonifácio, além de comentários a Portugal criticando a atuação do marido e de dom João VI e exige que D.

Pedro proclame a independência do Brasil.

1822

1879

As mulheres recebem autorização para estudar

em instituições de ensino superior, mesmo assim, foram criticadas

pela sociedade.1885

A primeira mulher no Brasil

a reger uma orquestra, a compositora e pianista Chiquinha Gonzaga estreia como maestrina, na opereta “A Corte na Roça”. Chiquinha foi a precursora do chorinho e compôs mais de duas mil canções populares, entre elas, a primeira marcha carnavalesca do país: “Ô Abre Alas”.

Escreveu ainda 77 peças teatrais.

Formou-se no Brasil, a primeira médica, Rita Lobato Velho. As pioneiras tiveram dificuldades em ser aceitas profissionalmente e algumas

foram ridicularizadas.

1887

No início da Era Vargas foi

promulga o novo Código Eleitoral,

que garantiu finalmente o

direito de voto às mulheres

brasileiras. No mesmo ano, a

nadadora Maria Lenk, de 17 anos

foi a primeira atleta brasileira a participar de uma Olimpíada em Los Angeles. Lenk foi

a única mulher da delegação

olímpica.

1932

Durante o Período Democrático, a tenista brasileira, Maria Esther Andion Bueno foi a primeira mulher a vencer

os quatros torneios do Grand Slam (Australian Open, Wimbledon, Roland Garros e US Open). No total, Bueno conquistou 589 títulos em sua carreira.

1960

Surge a primeira Delegacia de Atendimento

Especializado à Mulher – DEAM (SP), a mesma sendo implantadas em outros estados brasileiros. No mesmo ano, a Nova República, a Câmara dos Deputados aprova

o Projeto de Lei que criou o Conselho Nacional dos Direitos

da Mulher. Além disso, foi criado o Fundo de Desenvolvimento

das Nações Unidas para a Mulher (Unifem), em lugar do antigo Fundo de Contribuições Voluntárias das Nações Unidas

para a Década da Mulher.

1985

O Maranhão elege a primeira mulher governadora de um estado brasileiro, Roseana Sarney e foi reeleita em 1998.

1994

1998 A primeira mulher a presidir a sessão do Congresso Nacional foi a senadora Benedita da Silva.

2003

Marina Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT) do Acre, reeleita senadora com o triplo dos votos do mandato anterior, assumiu o Ministério do Meio Ambiente do governo Lula.

Foi eleita a primeira presidente mulher do Brasil,

Dilma Rousseff.

2010

Um caminho pela história do Brasil: Conheça a trajetória das conquistas femininas

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Cheia recorde

Após um século, o nível do rio Negro atingiu o recorde da maior cheia já registrada com a marca de 29,78m. Um centímetro foi o suficiente para que no dia 16 de maio, o nível do rio Negro superasse a cota registrada em 2009 onde atingiu o pico de 29,77m. De acordo com os dados divulgados no site da Companhia de Pesquisa em Recursos Minerais (CPRM), o nível do rio Negro deve continuar subindo, podendo chegar no máximo 30,13m.

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