jornal dos comerciários - n157 - junho 2014

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Ano 19 Nº 157 Junho / 2014 Paralisação vitoriosa na Casas Bahia reabre negociação com os patrões PÁGINA 2 Quais são as tarefas do cipeiro, e como ele deve agir PÁGINA 2 ma paralisação vitoriosa nas Casas Bahia entrou para Uhistória: A maioria dos trabalhadores da loja cruzou os braços na manhã do dia 10 de junho, seguindo o exemplo de várias cate- gorias que estão em luta pelo país. As negociações da Campanha Sala- rial 2014, que estavam encerradas e que deixariam os comissionados sem nenhum tipo de reajuste, foram PÁGINA 2 As regras na hora da homologação da rescisão do contrato PÁGINA 2 PÁGINA 3 Manifestações devem tomar o país durante a Copa do Mundo PÁGINA 3 PÁGINA 4 Onda de greves deixa governos e patrões em alerta PÁGINA 4 reabertas nesse mesmo dia. Se sen- tindo pressionada, a direção da Via Varejo recuou e procurou o Sindica- to para conversar com a comissão de negociação da Campanha Salarial 2014, que é composta por nós e o sindicato patronal. Nessa conversa ficou acordado por escrito pelos patrões que não haverá punição a nenhum trabalhador(a) que partici- pou do ato. O SINDCONIR estava lá apoiando a paralisação, com seus diretores, representantes da juven- tude (ANEL), a nossa central sindi- cal (CSP-CONLUTAS) e outras oposições sindicais. Os trabalhado- res(as) não entraram naquela unida- de, mesmo com a presença ostensiva da polícia com várias viaturas e armamentos. Isso significa que a nossa luta é necessária e é possível vencer. Neste dia mandamos um recado forte para a patronal pois não tem cabimento ficar 15 anos sem reajuste na comissão, pois o lucro triplicou nos últimos anos nesta empresa. Estamos mobilizados e esperando a assembleia dos patrões que será a partir do dia 20 de junho. Se depois desta data não forem atendidas as nossas reivindicações, voltaremos com força total.

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Page 1: Jornal dos Comerciários - N157 - Junho 2014

Ano 19 Nº 157 Junho / 2014

Paralisação vitoriosa na Casas Bahia reabre negociação com os patrões

PÁGINA 2

Quais são as tarefas do cipeiro, ecomo eledeve agir

PÁGINA 2

ma paralisação vitoriosa nas Casas Bahia entrou para Uhistória: A maioria dos

trabalhadores da loja cruzou os braços na manhã do dia 10 de junho, seguindo o exemplo de várias cate-gorias que estão em luta pelo país. As negociações da Campanha Sala-rial 2014, que estavam encerradas e que deixariam os comissionados sem nenhum tipo de reajuste, foram

PÁGINA 2

As regras na hora da

homologação da rescisão do

contratoPÁGINA 2 PÁGINA 3

Manifestações devem tomar o país durante a

Copa do MundoPÁGINA 3 PÁGINA 4

Onda de greves deixa governos e patrões em

alertaPÁGINA 4

reabertas nesse mesmo dia. Se sen-tindo pressionada, a direção da Via Varejo recuou e procurou o Sindica-to para conversar com a comissão de negociação da Campanha Salarial 2014, que é composta por nós e o sindicato patronal. Nessa conversa ficou acordado por escrito pelos patrões que não haverá punição a nenhum trabalhador(a) que partici-pou do ato. O SINDCONIR estava

lá apoiando a paralisação, com seus diretores, representantes da juven-tude (ANEL), a nossa central sindi-cal (CSP-CONLUTAS) e outras oposições sindicais. Os trabalhado-res(as) não entraram naquela unida-de, mesmo com a presença ostensiva da polícia com várias viaturas e armamentos. Isso significa que a nossa luta é necessária e é possível vencer. Neste dia mandamos um

recado forte para a patronal pois não tem cabimento ficar 15 anos sem reajuste na comissão, pois o lucro triplicou nos últimos anos nesta empresa. Estamos mobilizados e esperando a assembleia dos patrões que será a partir do dia 20 de junho. Se depois desta data não forem atendidas as nossas reivindicações, voltaremos com força total.

Page 2: Jornal dos Comerciários - N157 - Junho 2014

SEUS DIREITOS

Confira a escala de plantão dos

diretores na sede e subsedes

do Sindicato

SINDICATO

CONVÊNIOS MÉDICO-AMBULATORIAIS:

ŸHOVERLYRede com diversas especialidades e várias clínicas conveniadas à sua disposição, com consultas e exames.ŸRIO DE JANEIRO

ŸSEG MEDIC

PLANOS DE SAÚDE:

ŸSAÚDE CAM (com atendimento ambulatorial)

Rede de clínicas credenciadas, com con-sultas e exames em todas especialidades. De 0 a 59 anos. Atendimento de emergên-cia. Não cobre internação.ŸPRIMA VIDAPlano odontológico com grande cobertu-ra, aceito em vários consultórios e clínicas.ŸISODONT

PLANO FUNERAL

ŸENVIDA RIO

ÓTICAS:

ŸÓTICAS DINIZŸÓTICA LOCAL

CONVÊNIOS EDUCACIONAIS:

ŸUNIGŸSIMONSENŸCOLEGIO ADVENTISTAŸESTÁCIO

POUSADAS:

ŸPOUSADA PARATY

ŸPOUSADA ARARUAMA

A Clínica Rio de Janeiro a partir de maio será reajustada para R$ 27 mensais.

Novas adesões suspensas temporariamente para melhorias. Breve mais informações.

Em reforma por tempo indeterminado.

SAÚDE & SEGURANÇASindicalizados

agora terão carteirinha

A partir de agora os trabalhadores que se sindicalizarem terão sua foto ar-mazenada pelo sindicato, para que sejam feitas as carteirinhas de sócio. Elas facili-tarão a comprovação da sindicalização quando for necessário.

Aqueles que já forem sócios, se quiserem adiantar-se para receber sua carteirinha o quanto antes, podem man-dar uma foto por meio eletrônico para o e-mail [email protected], com seu nome, ou entrega-las à um dire-tor para serem escaneadas. O sistema se-rá instalado aos poucos, então aguarde em breve mais informações.

Confira os convênios que o Sindicato oferece para

seus associados:

O cipeiro eleito deve usar sua estabilidade no emprego na defesa dos direitos dos traba-lhadores.

Não é tarefa do cipeiro fiscalizar se os cole-gas estão ou não usando os equipamentos de segurança. Lembre-se: isso é o que a empresa quer que você faça.

O cipeiro eleito deve estar sempre atento às irregularidades no ambiente de trabalho e nunca, jamais, fazer conchavos com o patrão.

O cipeiro eleito vai fiscalizar a empresa e as condições de trabalho a que os trabalhadores são submetidos. Isso significa estarem atento ao ritmo de trabalho, as condições de trabalho, à pressão da chefia, ao estado de conservação dos maquinários e equipamentos, assedio mo-ral, falta de gente, etc.

Deve fazer rondas diárias, ouvir reclama-ções de trabalhadores e agir sempre quando a

NA SEDE:SEGUNDA - Geovani.TERÇA - Gabriel.QUARTA - Lapa.QUINTA - Peterson.SEXTA - Rosinete.SÁBADO - Telmo.

NAS SUBSEDESNILÓPOLIS: QUINTA - Moisés.ITAGUAÍ: QUARTA - Lima.QUEIMADOS: QUARTA - AlbertinaBELFORD ROXO: QUINTA - Cláudia.

Horário de funcionamento: De Segunda à Sexta de 9h às 17h; Sábado: De 9h às 12h. Confira os endereço no box abaixo:

onsiderando que na relação de trabalho o empregado Ctende sempre a ser a parte

que menos conhece seus direitos, pois o patrão, por deter o poder eco-nômico, tem como manter profis-sionais a assessorá-lo e portanto mantendo-o ciente de seus direitos, a legislação assegura que, no ato da formalização da ruptura do contra-to de trabalho com mais de um ano de vigência, o Ministério do Traba-lho ou sindicatos de classe, obriga-toriamente, assistam às partes no ato do pagamento das verbas rescis-órias, de forma que todos os direitos sejam resguardados. Em nosso caso, portanto, as rescisões de contrato com mais de um ano de vigência são feitas no Sindicato.

AVISO-PRÉVIOO período do aviso-prévio, trabalha-do ou indenizado, deve ser computa-do como tempo de serviço para fins da obrigatoriedade da homolagação. A Lei 12.506/2011 manteve o prazo atual de 30 dias de aviso aos empre-gados que tenham até 1 ano de serviço. Entretanto, determinou o acréscimo de 3 dias por ano de traba-lho, na mesma empresa, podendo chegar ao limite de 90 dias de aviso.

FINALIDADEA finalidade da homologação é verifi-car e ratificar os direitos assegurados ao empregado, sendo estas medidas de competência do Sindicato da cate-goria profissional naquela localidade

As regras na hora da homologação da rescisão do

contrato de trabalho

empresa tentar colocar o lucro na frente da segurança dos trabalhadores: é esse o principal papel do cipeiro.

O cipeiro dos trabalhadores deve assegurar que tudo o que for discutido nas reuniões da CIPA seja devidamente documentado em ata.

O cipeiro eleito deve acompanhar a inves-tigação de todos os acidentes. Afinal, sabemos que a empresa sempre vai dar um jeito de tentar responsabilizar o trabalhador pelo acidente.

Combater a pressão da chefia e o assedio moral sobre os trabalhadores também é tarefa do cipeiro. Afinal, são fatores que atingem o psicológico dos trabalhadores e aumentam o risco de acidentes.

Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região - Filiado à CSP-Conlutas.

onde o empregado trabalhou

REPRESENTAÇÃO DAS PARTESO ato da homologação somente é praticado na presença do emprega-do e do patrão. No caso de emprega-dos com idade inferior a 18 anos, se-rá obrigatória a presença e a assina-tura de seu representante legal.

DISPENSA DE HOMOLOGAÇÃONo caso de trabalhador com menos de um ano de serviço, o pagamento das parcelas devidas na cessação do vínculo empregatício independe de homologação. O pagamento das parcelas devidas deve ser realizado no âmbito da própria empresa.

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Jornal dos Comerciários Junho 2014

Como o cipeiro deve agir?

A violência contra a mulher em debate

Page 3: Jornal dos Comerciários - N157 - Junho 2014

NACIONAL

Torcer pelo Brasil é ir à luta por Saúde e Educação de verdade!

Copa do Mundo deveria ser apenas um jogo de Afutebol, mais um esporte

para quem joga e um lazer para quem assiste. Mas o ser humano têm a capacidade de pegar uma coisa e transformar em outra coisa. Assim é o futebol, que de um esporte, se transformou em algo que parece com um monte de coi-sas, menos esporte (conjunto de exercícios físicos que se apresen-tam sob a forma de jogos individu-ais ou coletivos, cuja prática obe-dece a certas regras precisas e sem fim utilitário imediato). Sendo as-sim um conjunto de entidades: FIFA (em seu estatuto diz que não tem fins lucrativos), governos, patrocinadores e pessoas conse-guiram transformar um esporte em uma máquina de fazer dinheiro e idiotas, pois a seleção brasileira de futebol não é o meu país. O meu país não é formado por onze indivíduos e sim por mais de 190 milhões de indivíduos. Não serei mais ou menos brasileiro se torcer ou não para essa seleção que dizem representar o Brasil. A Copa vem

urante a Copa das Confede-rações em 2013, um série de Dmovimentos pelo país cha-

maram passeatas contra o aumento abusivo das passagens de ônibus que seria implementado pelos governos. Este foi o estopim do que possivel-mente foram as maiores mobilizações populares do Brasil até então. Junto à reivindicação de diminuição do preço das passagens foram somadas reivin-dicações contra as injustiças da Copa, pois enquanto milhões de reais em dinheiro público eram gastos para sediar o evento, a Saúde, a Educação e os serviços públicos em geral conti-nuavam em péssimas condições, os salários cada vez mais corroídos pela inflação, entre outras arbitrariedades.

As mobilizações foram protagoni-zadas principalmente pela juventude, com pouquíssimas perspectivas de

DENÚNCIASProlar

(Nilo Peçanha)A gerencia instituiu uma

regra absurda: Os novos fun-cionários não podem ter con-tato com os antigos. Já houve funcionário demitido porque entrou em contato com os antigos. Além disso parentes da gerente destratam funcio-nários e nada é feito.

A gerencia também não passa as horas extras corretas para o DP e obriga os traba-lhadores a desempenharem funções que não são as suas (desvio de função).

vida, que lotam os empregos mais pre-carizados. Os ataques diminuíram o movimento, mas não conseguiram interromper a nova situação política que se abriu no país, abrindo a pers-pectiva de uma nova onda de luta da classe trabalhadora em defesa de seus direitos (veja a matéria da página 4).

Com o intuito de organizar e in-centivar a entrada da classe trabalha-dora nesse movimento, em março, a CSP-Conlutas (central sindical do Sindicato) junto com uma série de ou-tros movimentos convocou o encon-tro nacional ‘Na Copa Vai Ter Luta’. Este encontro tirou uma série de iniciativas, entre elas, mobilizações durante a Copa do Mundo, com o objetivo de alavancar as mudanças que o país precisa.

A primeira atividade foi a Jornada

de lutas que ocorreu no dia 15 de maio, com bloqueios de vias, passeatas e ati-vidades por todo o país. O 15M, como ficou conhecido, ganhou destaque internacional.

Agora é hora de ir aos protestos na Copa do Mundo, pois esta Copa só serve aos poderosos. As mudanças que o país precisa não cairão do céu, tem de ser arrancadas com muita luta. Por isso o Sindicato estará presente nas mobilizações, assim como fez ano passado, levando suas reivindicações: Creche nos locais de trabalho, volta da semana inglesa e reajuste real em nossa Campanha Salarial 2014. A primeira passeata será no dia 12 de Junho, dia da abertura da Copa e teremos que nos organizar também contra a repressão dos governos que tentará transmitir a imagem de país perfeito.

em quatro e quatro anos e nós se-guiremos nossas vidas, com Copa e sem Copa, com legado e sem lega-do, gostando ou não de futebol, seguiremos um cotidiano de uma maioria pobre, nos locomovendo em transportes lotados, sendo tratados em hospitais caindo aos pedaços, tendo nossos salários cor-roídos pela escalada da inflação. Mas mesmo assim eu quero gastar o meu dinheiro suado e sacrificado pintando ruas, ornamentando as

mesmas com bandeirinhas, me solidarizando com meu vizinho que muitas vezes desprezei, mas mesmo assim por ser um apaixo-nado por futebol eu irei abrir o peito e gritar bem alto eu sou brasileiro com muito orgulho e muito amor, por que só assim eu me sinto um cidadão de primeira classe, só assim grudado numa tela de TV de led eu me sinto patriota e um amante desse país.

Carrefour(Belford Roxo)

O desvio de função rola solto no supermercado, com funcionários de outras áreas tendo que ficar no caixa, o que é proibido.

You Ask ()

Além do já conhecido desvio de Função, a empresa ainda obriga os trabalhadores a pagarem seu uniforme. O certo, segundo a convenção coletiva, seria oferecer três uniformes ao ano. pagamento de mercadoria quando extravia

Casa Show (Nilópolis)

A loja está abrindo aos Do-mingos, e ainda por cima não paga esse dia aos trabalhado-res.

Lojas Americanas(Depósito - Austin)

A empresa vem descontan-do o DSR se o trabalhador falta durante a semana, o que é irregular. Fornece apenas 2 uniformes por ano, quando pela nossa convenção, deve-ria dar 3. Por fim, ainda prati-ca o banco de horas, o que em nossa base é irregular: hora extra tem que ser paga!

Paulo Thomé

LUTAS

Manifestações vão tomar contado país durante a Copa

A resposta dos governos foi ignorar as reivindicações e reprimir violentamente os ativistas que estavam à frente das mobilizações. Prisões arbitrárias, apreensões ilegais e invenção de falsas provas para incriminar ativistas com a ajuda da mídia foram a regra de lá para cá.

Leader Magazine(Top Shopping)

Mais uma loja que pratica assédio moral contra seus trabalhadores: A empresa faz lista de funcionários para trabalhar no feriado e abre aos feriados.

Junho 2014 Jornal dos Comerciários

Page 4: Jornal dos Comerciários - N157 - Junho 2014

NACIONAL

Movimento Mulheres em Luta (MML)

As especificidades da luta da Mulher lésbica

COMBATE ÀS OPRESSÕES

Movimento Mulheres em Luta (MML)

Nosso país é rota do tráfico de mulheres, que tem co-mo alvo mulheres mais jovens, negras e em sua maioria de estados do nordeste. Os patrocinadores do evento querem atrair os turistas pela imagem mercadológica que o brasil possui de que aqui há sexo fácil. Por todo o país, os empresários do sexo visam lucrar muito com essa prática odiosa. A FIFA e o governo brasileiro são responsáveis por essa situação. Não se efetivou ne-nhuma medida para combater o tráfico e a exploração de mulheres, tanto na copa, como em outros períodos. As campanhas de conscientização são extremamente tími-das e nenhuma medida de fiscalização foi ampliada. Pelo arquivamento do Projeto de Lei 4211/2012 que ofi-cializa a cafetinagem, pela fiscalização do governo sobre as empresas e a FIFA para combater o turismo sexual. Fique por dentro: Três formas de violência doméstica contra a mulher:

.Violência física: empurrar, bater, atirar objetos, sacudir, esbofetear, espancar, estrangular, chutar, usar ou ameaçar usar arma de fogo ou arma branca, etc. ,

.Violência psicológica: ameaçar, culpar, intimidar, xingar, humilhar, isolar dos amigos e parentes, cercear, controlar, reter e confiscar o dinheiro, destruir os obje-tos e documentos, fazer a pessoa se sentir mal consigo mesma (culpada, feia, louca, etc.), provocar confusão mental, usar os filhos para chantagear, coagir e etc. Pode ser entendida também como violência emocional ou verbal.

.Violência sexual: forçar (com ou sem violência) o sexo em momento ou situação indesejada, forçar a pes-soa a praticar atos que lhe desagradam (olhar porno-grafia, fazer sexo com outras pessoas, etc.), e o tráfico de mulheres.

Na copa da FIFA, o turismo sexual entra em campo

Onda de greves faz governos e patrões tremerem:É a vez dos trabalhadores!

Paulo ThoméRacismo no Futebol

esde que a juventude ocu-pou as ruas a partir de Ju-Dnho do ano passado, uma

nova situação política se abriu no país. Várias categorias estão indo à luta, e enfrentando a repressão dos governos, e às vezes até seus pró-prios sindicatos. Vejamos algumas das categorias que estão em luta neste momento e suas principais reivindicações:

Garis do Rio

Contra a diretoria de seu Sindicato, garis iniciaram um movimento e conquistaram um dos maiores au-mentos da história. Isso foi possível graças a disposição de luta da cate-goria, que entrou em greve em ple-

A luta por uma visibilidade maior das mu-lheres lésbicas ainda é muito grande, pelo fato de que suas reinvindicações precisam ser mais consideradas pelos governos de plantão e também pelos movimentos LGBT’s. Porque o machismo e a homofobia oprimem duplamente a mulher lésbica tra-balhadora. Porque as lésbicas, infelizmente, se deparam com o machismo e a inferioriza-ção da mulher dentro do próprio movimen-to gay. Por isso foi necessário criar um dia (29 de agosto) específico para pautar sua realidade e sua luta.

Defendemos a ampliação dos direitos das mulheres e dos homossexuais. A vitória con-quistada com a aprovação para uniões está-veis homoafetivas deve se estender. Todos os direitos que são concedidos aos casais hete-rossexuais devem ser concedidos aos casais homossexuais. Se a homofobia fosse tratada como crime, como prevê o PLC 122, o assé-dio e a violência a que estão submetidas as mulheres lésbicas poderia diminuir. Luta-mos também para que a Lei Maria da Penha seja implementada e ampliada e que ampare de verdade as mulheres lésbicas.

BOATENG - Posição: meia atacante; Clube: Milan.Num amistoso do clube Milan, onde jogava, com o

time Pro Patria, da terceira divisão italiana a torcida rival começou a entoar cantos racistas contra o meia Kevin Prince-Boateng.

DANIEL ALVES - Posição: lateral direito; Clube: Barcelona.

Numa das edições do clássico entre Real Madrid e Barcelona, no Santiago Bernabeu, ouviu, nos minutos fi-nais do jogo, sons de imitações de macaco vindos das ar-quibancadas. Em outra oportunidade lhe arremessaram uma banana.

BALOTELLI - Posição: atacante; Seleção Italiana.Durante a Euro 2012, em jogo da Croácia contra a

Itália, em Poznan, o alvo foi o atacante italiano, de origem ganesa, uma banana foi arremessada para o campo por torcedores croatas.

ROBERTO CARLOS - Posição: lateral esquerdo; Aposentado: Ex seleção Brasileira e ex Real Madrid.

Roberto Carlos foi duas vezes vítima de racismo na Rússia, quando atuava pelo Anzhi, em 2011, em uma das partidas a torcida atirou bananas em sua direção.

O racismo no Brasil é velado e na Europa é declarado. Como estamos no mês da Copa, é oportuno fazer esse debate. Não somos macacos, somos seres humanos, que vivemos em uma sociedade desigual, além de fazer campanhas no facebook, devemos combater e politizar essa questão. Só conseguiremos avançar na luta, denunciando e não nos omitindo, devemos também ter uma posição bem definida do que somos e o que queremos como classe, negra e pobre.

no carnaval carioca. Agora enfrenta a intransigência do Prefeito Eduardo Paes (PMDB) que não quer cumprir o que assinou.

Comperj

Trabalhadores que estão construín-do o pólo em Itaboraí estão numa du-ra batalha, contra os patrões que estão demitindo e perseguindo aque-les que se rebelam contra as situações precárias de trabalho. Falta até água em alguns alojamentos. A revolta se radicalizou por conta da intransi-gência dos patrões e se chocou até contra o Sindicato da categoria, que fazia corpo mole durante a greve. Agora eles enfrentam a repressão, pois vários foram demitidos.

Profissinais da Educação do RJ e do Município do Rio

Depois de uma grande greve histó-rica, 20 anos depois da última, os profissionais da educação do Rio de Janeiro estão novamente em mobi-lização. Assim como vem aconte-cendo com os garis, o prefeito agora se recusa a cumprir o que acordou. Os profissionais da educação do Estado também estão em luta.

Rodoviários do Rio

As paralizações dos rodoviários do Rio fizeram a mídia se enfurecer e tentar colocar a população contra. Mas depois de anos de calmaria, esta categoria se rebelou contra o acordo rebaixado que seu sindicato

assinou e foi à luta. Ainda está em negociação um novo acordo que garanta mais direitos para a cate-goria.

Metro de São Paulo

Agora às vésperas do Mundial de Futebol os metroviários de São Paulo estão numa batalha contra a tentativa de do governo autoritário de Geraldo Alckmin de criminali-zar seu legítimo e justo movimento pela melhoria das condições de tra-balho. A população, que paga uma passagem cara e é tratada como sar-dinha enlatada, é prejudicada todo o dia pelos governos de plantão. A luta dos metroviários deve ser apoi-ada para que esta situação melhore.

Jornal dos Comerciários Junho 2014