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JORNAL da CIÊNCIA PUBLICAÇÃO DA SBPC - SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O PROGRESSO DA CIÊNCIA • RIO DE JANEIRO, 2 DE MARÇO DE 2012 • ANO XXV N 0 708 • ISSN 1414-655X PNE deve ser apresentado no dia 20 (p.2) Nanoarte brasileira vai para Israel (p.12) Cientistas fazem novo alerta sobre o Código Florestal O projeto de reforma do Código Florestal está previsto para ser votado na Câmara dos Deputados no dia 6 de março. A versão do texto que será votado na Casa só deverá ser conhecida na véspera e muitos parlamentares defendem que não é preciso mais debates. Mas, apesar dos avanços, o texto que foi aprovado no Senado ainda traz graves ameaças ao meio ambiente e deve ser alterado. Para alertar os parlamenta- res dos pontos que ainda preci- sam ser revistos, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC) en- tregaram um novo documento para o relator da matéria, o de- putado Paulo Piau (PMDB-MG). A proposta dos cientistas é fornecer os parâmetros neces- sários para que os deputados façam as alterações que ainda são possíveis no texto. No estu- do, os cientistas sugerem a cor- reção de problemas relaciona- dos às áreas de preservação permanente de margens de cur- sos d'água, que devem continu- ar a ser demarcadas como foram até hoje, a partir do nível mais alto da cheia do rio. Os cientistas também reite- ram que os usos agrícolas prati- cados pelas comunidades tradi- cionais e por ribeirinhos devem ter tratamento diferenciado. Eles defendem também a manuten- ção do condicionamento do cré- dito agrícola à regularização am- biental, o aumento da proteção ambiental em área urbana, e a inclusão dos mangues entre as áreas de preservação perma- nente. Os cientistas sugerem ainda a permanência da obrigação de projetos de lei específicos para cada bioma em um prazo de três anos. (Pág.6) IncŒndio ameaça pesquisas brasileiras na AntÆrtica A mídia cobriu com destaque o incêndio na base brasileira na Antártica. A morte de dois militares e a imagem do fogo no meio de uma paisagem gelada promoveu uma comoção nacional. Mas a principal prejudicada pode ser a ciência nacional. A causa ainda está sendo investigada. A destruição foi de 70% das instalações. Agora os pesquisadores planejam o re- torno ao continente para fazer um inventário dos equipamen- tos perdidos e um levantamento dos projetos que podem se man- ter operacionais. Dentre os 40% de projetos de pesquisa atingi- dos pelo incêndio, os estudos de biologia marinha foram os mais prejudicados. Os dados e amos- tras destruídas são referentes aos anos de 2010 e 2011. As pesquisas que além de terem o orçamento reduzido nos últimos anos, eram pouco co- nhecidas pela sociedade ago- ra ganham destaque. O governo já garantiu recursos e se com- prometeu a ajudar no que for preciso para dar continuidade aos programas na região. (Pág.7) Sªo JosØ dos Campos desenvolve tecnologia para aviıes leves Projeto do Centro de Desen- volvimento de Tecnologia Aero- náutica, que está em processo de instalação no parque tecno- lógico de São José dos Campos, mira a demanda mundial e se prepara para processar fibra de carbono em escala comercial, visando o desenvolvimento de aviões. Por serem mais leves, esses equipamentos consomem me- nos combustíveis e, paralela- mente, provocam menos impac- to ambiental. Chamado de labo- ratório de estruturas leves, o centro concebido pela Embraer em parceria com o ITA e o IPT será o único do Hemisfério Sul capaz de desenvolver essa tec- nologia. Além do setor aeronáutico, a expectativa é de que haverá pro- cura dessa tecnologia pelo seto- res de petróleo e gás e automo- bilístico. (Pág.5) SBPC e Capes lançam ideias para um País competitivo A publicação Ciência, Tecnologia e Inovação para um Brasil Competitivo, lançada no dia 1º de março, tem o objetivo de contribuir para o avanço tecnológico e inovador do Brasil por intermédio de recomendações e propostas factíveis. O volume foi elaborado por um grupo de trabalho da SBPC e coloca o debate sobre ciência, tecnologia e inovação na problemática do desen- volvimento do País. (Pág.4) Conselho para acelerar pesquisas para desenvolver medicamentos Formado por um grupo de pensadores científicos, como farma- cêuticos, farmacologistas, médicos e químicos, o Conselho Científico da Amazônia vai analisar processos para lançamen- tos de medicamentos para combate ao câncer, Aids e infecções. A ideia é aproveitar os projetos de pesquisas das universidades e explorar o potencial da biodiversidade brasileira para a produ- ção de medicamentos nacionais. (Pág.8) Mercosul cria rede de pesquisa em biomedicina O projeto da primeira rede de investigação em biomedicina do Mercosul está perto de se concretizar. Com a participação de institutos de quatro países do bloco sul-americano, a iniciativa é parte do projeto regional Investigação, Educação e Biotecno- logia Aplicadas à Saúde e é financiada em grande parte pelo Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (Focem), órgão para a redução das assimetrias regionais da região. O Brasil participa da rede com a Fiocruz. A rede pretende abordar de forma coordenada o estudo de aspectos biológicos, epidemio- lógicos e sociológicos de doen- ças degenerativas da região. O objetivo é colocar a biotecnolo- gia a serviço da saúde da popu- lação. Além de proporcionar um ambiente de interação para a incubação de projetos de inova- ção e desenvolvimento, a rede também atuará na formação de recursos humanos e realizará a aquisição de equipamentos de última geração. A excelência dos estudos bra- sileiros e argentinos em doen- ças como diabete e obesidade se unirão ao trabalho do Uru- guai em patologias neurológi- cas e ao estudo das doenças genéticas e oncológicas desen- volvidos no Brasil, Paraguai e Uruguai. Os quatro países jun- tos poderão preencher lacunas em áreas fundamentais. A rede contará com um financiamento de dez milhões de dólares, dos quais sete milhões serão apor- tados pelo Focem. (Pág.3)

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JORNAL da CIÊNCIAPUBLICAÇÃO DA SBPC - SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O PROGRESSO DA CIÊNCIA • RIO DE JANEIRO, 2 DE M ARÇO DE 2012 • ANO XXV N0 708 • ISSN 1414-655X

PNE deve serapresentado

no dia 20(p.2)

Nanoartebrasileira vaipara Israel

(p.12)

Cientistas fazem novo alertasobre o Código Florestal

O projeto de reforma do Código Florestal está previsto para servotado na Câmara dos Deputados no dia 6 de março. A versãodo texto que será votado na Casa só deverá ser conhecida navéspera e muitos parlamentares defendem que não é precisomais debates. Mas, apesar dos avanços, o texto que foi aprovadono Senado ainda traz graves ameaças ao meio ambiente e deveser alterado.

Para alertar os parlamenta-res dos pontos que ainda preci-sam ser revistos, a SociedadeBrasileira para o Progresso daCiência (SBPC) e a AcademiaBrasileira de Ciências (ABC) en-tregaram um novo documentopara o relator da matéria, o de-putado Paulo Piau (PMDB-MG).

A proposta dos cientistas éfornecer os parâmetros neces-sários para que os deputadosfaçam as alterações que aindasão possíveis no texto. No estu-do, os cientistas sugerem a cor-reção de problemas relaciona-dos às áreas de preservaçãopermanente de margens de cur-sos d'água, que devem continu-ar a ser demarcadas como foram

até hoje, a partir do nível maisalto da cheia do rio.

Os cientistas também reite-ram que os usos agrícolas prati-cados pelas comunidades tradi-cionais e por ribeirinhos devemter tratamento diferenciado. Elesdefendem também a manuten-ção do condicionamento do cré-dito agrícola à regularização am-biental, o aumento da proteçãoambiental em área urbana, e ainclusão dos mangues entre asáreas de preservação perma-nente.

Os cientistas sugerem aindaa permanência da obrigação deprojetos de lei específicos paracada bioma em um prazo de trêsanos. (Pág.6)

Incêndio ameaça pesquisasbrasileiras na Antártica

A mídia cobriu com destaque o incêndio na base brasileira naAntártica. A morte de dois militares e a imagem do fogo no meiode uma paisagem gelada promoveu uma comoção nacional. Masa principal prejudicada pode ser a ciência nacional.

A causa ainda está sendoinvestigada. A destruição foi de70% das instalações. Agora ospesquisadores planejam o re-torno ao continente para fazerum inventário dos equipamen-tos perdidos e um levantamentodos projetos que podem se man-ter operacionais. Dentre os 40%de projetos de pesquisa atingi-dos pelo incêndio, os estudos debiologia marinha foram os mais

prejudicados. Os dados e amos-tras destruídas são referentesaos anos de 2010 e 2011.

As pesquisas – que além deterem o orçamento reduzido nosúltimos anos, eram pouco co-nhecidas pela sociedade – ago-ra ganham destaque. O governojá garantiu recursos e se com-prometeu a ajudar no que forpreciso para dar continuidadeaos programas na região. (Pág.7)

São José dos Campos desenvolvetecnologia para aviões leves

Projeto do Centro de Desen-volvimento de Tecnologia Aero-náutica, que está em processode instalação no parque tecno-lógico de São José dos Campos,mira a demanda mundial e seprepara para processar fibra decarbono em escala comercial,visando o desenvolvimento deaviões.

Por serem mais leves, essesequipamentos consomem me-nos combustíveis e, paralela-

mente, provocam menos impac-to ambiental. Chamado de labo-ratório de estruturas leves, ocentro concebido pela Embraerem parceria com o ITA e o IPTserá o único do Hemisfério Sulcapaz de desenvolver essa tec-nologia.

Além do setor aeronáutico, aexpectativa é de que haverá pro-cura dessa tecnologia pelo seto-res de petróleo e gás e automo-bilístico. (Pág.5)

SBPC e Capes lançamideias para um País competitivo

A publicação Ciência, Tecnologia e Inovação para um BrasilCompetitivo , lançada no dia 1º de março, tem o objetivo decontribuir para o avanço tecnológico e inovador do Brasil porintermédio de recomendações e propostas factíveis. O volumefoi elaborado por um grupo de trabalho da SBPC e coloca o debatesobre ciência, tecnologia e inovação na problemática do desen-volvimento do País. (Pág.4)

Conselho para acelerar pesquisaspara desenvolver medicamentos

Formado por um grupo de pensadores científicos, como farma-cêuticos, farmacologistas, médicos e químicos, o ConselhoCientífico da Amazônia vai analisar processos para lançamen-tos de medicamentos para combate ao câncer, Aids e infecções.A ideia é aproveitar os projetos de pesquisas das universidadese explorar o potencial da biodiversidade brasileira para a produ-ção de medicamentos nacionais. (Pág.8)

Mercosul cria rede de pesquisaem biomedicina

O projeto da primeira rede de investigação em biomedicina doMercosul está perto de se concretizar. Com a participação deinstitutos de quatro países do bloco sul-americano, a iniciativaé parte do projeto regional Investigação, Educação e Biotecno-logia Aplicadas à Saúde e é financiada em grande parte peloFundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (Focem),órgão para a redução das assimetrias regionais da região. OBrasil participa da rede com a Fiocruz.

A rede pretende abordar deforma coordenada o estudo deaspectos biológicos, epidemio-lógicos e sociológicos de doen-ças degenerativas da região. Oobjetivo é colocar a biotecnolo-gia a serviço da saúde da popu-lação. Além de proporcionar umambiente de interação para aincubação de projetos de inova-ção e desenvolvimento, a redetambém atuará na formação derecursos humanos e realizará aaquisição de equipamentos deúltima geração.

A excelência dos estudos bra-sileiros e argentinos em doen-ças como diabete e obesidadese unirão ao trabalho do Uru-guai em patologias neurológi-cas e ao estudo das doençasgenéticas e oncológicas desen-volvidos no Brasil, Paraguai eUruguai. Os quatro países jun-tos poderão preencher lacunasem áreas fundamentais. A redecontará com um financiamentode dez milhões de dólares, dosquais sete milhões serão apor-tados pelo Focem. (Pág.3)

2 de Março de 2012Página 2 JORNAL da CIÊNCIA

JORNAL da CIÊNCIAPublicação quinzenal da SBPC— Sociedade Brasileira para oProgresso da Ciência

Conselho Editorial: AdalbertoVal, Alberto P. Guimarães Fi-lho, Ennio Candotti, FernandaSobral, José Roberto Ferreira,Lisbeth Cordani e Sergio Bampi.

Editora: Renata DiasRedatoras: Clarissa Vascon-cellos e Viviane MonteiroRevisão: Mirian S. CavalcantiDiagramação: Sergio SantosIlustração: Mariano

Redação e Publicidade: Av.Venceslau Brás, 71, fundos, casa27, Botafogo, CEP 22290-140, Riode Janeiro. Fone: (21) 2295-5284Fone/fax: (21) 2295-6198. E-mail:<[email protected]>ISSN 1414-655XAPOIO DO CNPq

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Relatório final sobre PNE seráapresentado até 20 de março

O relatório final do Plano Nacional de Educação (PNE - PL 8035/10, do Executivo), com as metas do setor para os próximos dezanos, será apresentado até 20 de março. A expectativa é votaro texto até o final do mês para enviá-lo, em seguida, ao Senado.

O relator da proposta, depu-tado Angelo Vanhoni (PT-PR),afirmou que concluirá seu pare-cer só após o exame de 450emendas apresentadas pelosparlamentares, mas adiantouque a meta de investimento emeducação, prevista no texto, serámantida em 8% de investimentototal (que inclui bolsas de estudoe financiamento estudantil) – oque, de acordo com Vanhoni,equivale a cerca de 7,5% doProduto Interno Bruto (PIB). "Paraque não haja dúvidas e qual-quer mal entendido a respeitodessa meta, vou mudar um pou-co a redação. A proposta conte-rá as duas formas: no mínimo,7,5% de investimento direto [emrelação ao PIB] e 8% de investi-mento total na educação", expli-cou. O parlamentar disse estarconvencido de que esses per-centuais garantirão um "salto dequalidade" no ensino brasileiro."Esses recursos serão suficien-tes para uma grande inclusãodas crianças de zero a três anos,passando de 1,8 milhão para 6milhões o número de meninos emeninas atendidos nos próxi-mos dez anos. Além disso, po-deremos incluir, em uma déca-da, no ensino superior público,gratuito e presencial, 2,6 mi-lhões de novos universitários",destacou.

O presidente da comissãoespecial, deputado Lelo Coim-bra (PMDB-ES), salientou que otexto tem sido bastante discuti-do, a fim de evitar recursos quepossam atrasar sua tramitação.Caso haja recursos, o projeto,que tramita em caráter conclusi-vo, terá de ser analisado pelo

Plenário da Câmara, antes deseguir para a análise dos sena-dores.

Na avaliação dos integrantesdo colegiado, o grande entravepara o avanço das discussõesestá na destinação de recursospara o setor. Os parlamentarescobraram a presença do minis-tro da Fazenda, Guido Mantega,ou do secretário-adjunto da pas-ta, Nelson Barbosa, para falarsobre as hipóteses de financia-mento. Coimbra sugeriu rece-ber Mantega ou seu represen-tante nos dias 6, 7 ou 13 demarço. Os deputados tambémagendaram para 14 de março apresença do ministro da Educa-ção, Aloizio Mercadante, em reu-nião conjunta com a Comissãode Educação e Cultura.

Metas - O PNE foi enviado aoCongresso pelo Executivo emdezembro de 2010 e está sendodebatido há mais de um anopela comissão especial. A maiorpolêmica da proposta é a metade financiamento público dosetor. Hoje, União, estados emunicípios aplicam juntos 5%do PIB na área. O governo haviasugerido o aumento desse índi-ce para 7% até 2020, mas enti-dades da sociedade civil pedempelo menos 10%.

O primeiro substitutivo apre-sentado por Vanhoni ao PNEtrouxe uma série de mudançasem relação ao texto original.Entre as alterações, estão o in-cremento na remuneração dosprofessores e a ampliação dasmetas de atendimento no ensi-no profissional e na jornada inte-gral de ensino. (Agência Câmara)

Fórum NacionalConsecti e Confap

Nos dias 8 e 9 de março, os representantes dos conselhosnacionais de Secretários Estaduais para Assuntos de CT&I(Consecti) e das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa(Confap) se reunirão em Curitiba (PR). No evento, estão previstasdiscussões sobre as ações do setor nos sistemas estaduais desaúde e discussões sobre os programas conjuntos das Faps e doCNPq. O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco AntonioRaupp, participará do evento apresentando a Estratégia Nacionalde CT&I 2012-2015. O papel do setor empresarial e da academiaserá abordado pelo diretor da Academia Brasileira de Ciências(ABC), Luiz Davidovich, e por um representante da ConfederaçãoNacional da Indústria no painel “O Setor Empresarial e a Academia– Possibilidades de Inovação”. O Programa Nacional de BandaLarga será tratado em um painel com o presidente da Telebras, CaioBonilha e Nelson Simões, presidente da Rede Nacional de Ensinoe Pesquisa (RNP). Está programado também o lançamento doprograma Grand Challenges Exploration, pela Fundação Bill eMelinda Gates. (Gestão C&T e Ascom do Confap)

Mandioca levaPrêmio Péter

MurányiA pesquisadora Teresa

Losada Valle, do Instituto Agro-nômico de Campinas (IAC), foi avencedora do Prêmio PéterMurányi 2012 - Alimentação,concedido pela Fundação PéterMurányi. Ela receberá R$ 150mil em uma cerimônia a ser rea-lizada em abril. No total, partici-param 126 instituições de pes-quisa, sendo 14 de outros paí-ses da América Latina.

O trabalho vencedor resultouno melhoramento genético damandioca de mesa 576-70, vari-edade desenvolvida pelo IAC,que contém mais nutriente(carotenóides e vitamina A) etem maior produtividade e resis-tência a doenças, em compara-ção com outras variedades. Parachegar à IAC 576-70, os pesqui-sadores utilizaram o método demelhoramento genético clássi-co, em que selecionam as plan-tas com as características bus-cadas e as cruzam para obter avariedade de interesse. Os pes-quisadores demoram de 10 a 15anos para chegar a uma novavariedade.

A variedade IAC 576-70 éamarela e, em comparação coma mandioca branca, tem aproxi-madamente dez vezes mais vi-tamina A, cerca de 230 Unida-des Internacionais (sistema demedida mundial para quantificarvitaminas) em 100g de raízesfrescas e 400 miligramas debetacaroteno. O trabalho foi con-siderado inovador por incluirtambém as questões de acessoda população a essa variedade damandioca. (Assessoria do Prêmio)

Fapesp: Eleições paraConselho SuperiorA Fundação de Amparo à

Pesquisa do Estado de São Pau-lo (Fapesp) convida as institui-ções de ensino superior e depesquisa, oficiais e particulares,em funcionamento no estado deSão Paulo a se credenciarempara participar do processo quevisa escolher um novo membrodo Conselho Superior da Fun-dação. A vaga estará aberta como término do mandato do Conse-lheiro José Tadeu Jorge em 28de junho. As instituições que de-sejarem participar do processoeleitoral deverão credenciar-sejunto à Fapesp até 20 de março.A eleição será realizada no pe-ríodo de 11 a 15 de junho, por viaeletrônica, encerrando-se às 17horas do último dia. O voto serásecreto, sendo possível votar ematé três nomes de candidatosinscritos. (Agência Fapesp)

2 de Março de 2012 Página 3JORNAL da CIÊNCIA

Poucas & BoasPoucas & BoasPaíses do Mercosul criam rede deinvestigação em biomedicina

A iniciativa conta com Instituições do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Um dos objetivos éimpulsionar o uso da biotecnologia em serviços de saúde.

O ano de 2012 será marcadopela concretização do projetoda primeira rede de investiga-ção em biomedicina do Merco-sul, com a participação de insti-tutos dos quatro países do blocosul-americano. A iniciativa é par-te do projeto regional Investiga-ção, Educação e BiotecnologiaAplicadas à Saúde, e é financia-da em grande parte pelo Fundopara a Convergência Estruturaldo Mercosul (Focem), órgão paraa redução das assimetrias re-gionais do território.

O Brasil entrará com a expe-riência da Fundação OswaldoCruz (Fiocruz), enquanto a Ar-gentina será representada peloInstituto de Investigação em Bio-medicina de Buenos Aires(Conicet-Max Planck), vincula-do ao Ministério de Ciência, Tec-nologia e Inovação Produtiva. OInstituto Pasteur de Montevidéu(Uruguai), o Laboratório Centralde Saúde Pública do Ministérioda Saúde do Paraguai (LCSP) ecentros associados (Instituto deInvestigações em Ciências daSaúde/Universidade Nacionalde Assunção e o Centro para oDesenvolvimento da Investiga-ção Científica - CEDIC) comple-tam o grupo.

A rede, que durará inicial-mente três anos, pretende abor-dar de forma coordenada o es-tudo de aspectos biológicos,epidemiológicos e sociológicosde doenças degenerativas daregião.

Estudará males como oAlzheimer e o Parkinson; doen-ças metabólicas como a diabe-te, a obesidade e disfunçõescardiovasculares; patologiasneurológicas como a demên-cia e psiquiátricas como a de-pressão; imunológicas, comênfase nas parasitárias, comoa doença de Chagas; e genéti-cas e oncológicas como adistrofia muscular e o câncerde mama. O objetivo final, se-gundo informações do ministé-rio argentino, é pôr a biotecno-logia a serviço da saúde dapopulação.

Também atuará na formaçãode recursos humanos e realiza-rá a aquisição de equipamen-tos de última geração, além deproporcionar um ambiente deinteração para a incubação deprojetos inovadores e de de-senvolvimento. Assim, a redepoderá criar as condições ne-cessárias para o aumento dovalor agregado nas cadeias pro-dutivas do campo da saúde paraas indústrias públicas e setorprivado da região.

Ações e exemplos - AguedaMenvielle, diretora de RelaçõesInternacionais do ministério deCT&I argentino, conta que o pro-jeto nasceu há cerca de quatroanos. “Identificamos a possibili-dade de conseguir financiamen-to para a área no Focem. Mas foibastante difícil fazer com quenossos ministérios de econo-mia entendessem que a CT&Isão estruturais. Normalmente,considera-se estrutural a cons-trução de um hospital ou de umaponte, e não um projeto de C&T”,relata.

Menvielle lembra que a redevai ajudar a preencher lacunase que a biomedicina é uma áreafundamental “pois está relacio-nada com todas as doenças queafetam a região neste momen-to”. “Os quatro países apresen-tam capacidades diferentes”,ressalta, destacando a excelên-cia dos estudos brasileiros eargentinos em doenças comodiabete e obesidade; o trabalhodo Uruguai em patologias neu-rológicas e o estudo das doen-ças genéticas e oncológicas noBrasil, Paraguai e Uruguai. Nocampo da imunologia, ela afir-ma que os quatro países têmgrandes contribuições.

Wilson Savino, pesquisadortitular da Fiocruz, membro daAcademia Brasileira de Ciên-cias e responsável pelo projetona instituição, conta que a Fun-dação, por meio da possível cri-ação de um consórcio entre ospaíses, vai capitanear a maiorparte da formação de recursoshumanos e que fará uma peque-na coleção de células de uso noâmbito do projeto. O logotipo darede também será criado dentroda instituição brasileira. Em umprimeiro momento, estima-seque entre 15 e 20 pesquisado-res da Fiocruz participarão doprojeto.

“Junto com a Argentina e como Uruguai, teremos a disponibi-lização de plataformas tecnoló-gicas. Será comprado um se-quenciador de alto desempe-

nho chamado Ion Torrent noâmbito do projeto”, detalhaSavino, que conta também queestá previsto um livro de neuroi-munomodulação, com autoresbrasileiros e latino-americanos,provavelmente publicado pelaeditora da Fiocruz.

“Outra coisa que vamosmontar este ano é uma redelatino-americana de neuroimu-nomodulação envolvendo di-versos laboratórios”, acrescen-ta, lembrando que, dentro darede, a Fiocruz estará muitoenvolvida na parte de neuroi-munomodulação na doença deChagas, além da migração delinfócitos em diversos modelosde doença. "Nesse âmbito, ha-verá projetos versando sobrelinfomas, sobre neoplasias dotecido linfóide, que serão capi-taneados por nós", revela.

Em termos de infraestrutura,Savino conta que o Uruguai, porexemplo, vai montar baias parastartup no Instituto Pasteur de lá."Não teremos [estrutura comoessa] aqui, mas poderemos usarbaias do CDTS [Centro de De-senvolvimento Tecnológico emSaúde], embora não esteja pre-visto no projeto."

Investimentos e plano - Segun-do informações do InstitutoPasteur de Montevidéu, a redecontará com um financiamentode dez milhões de dólares, dosquais sete milhões serão apor-tados pelo Focem. A Argentinaentrará com cerca de 640 mildólares à parte do dinheiro queo Focem lhe destinará, paramaterial de consumo, manuten-ção de equipamentos e constru-ção de laboratórios. Por sua vez,a Fiocruz entra com uma contra-partida da ordem de 600 mildólares.

Savino conta que assim queos recursos forem liberados, alu-nos e professores já poderão sedeslocar. “Ainda estamos fazen-do a malha desse deslocamen-to, que não está pronta. Serárealizado na forma de discipli-nas e de simpósios. Temos umareunião marcada em março noParaguai e a ideia é que se de-fina um plano de ação”, revela opesquisador.

A experiência de integraçãoregional em CT&I poderia seestender a outros setores, deacordo com Agueda, que afirmatambém que a rede é “aberta atodos [institutos ou instituições]que quiserem se apresentar”.(Clarissa Vasconcellos – Jor-nal da Ciência)

Códigos - "É hora de o Brasil -que já tem Código de Trânsito, Códi-go Penal, Código Florestal - ter tam-bém um código para a ciência, tecno-logia e inovação. Isso vai ajudar o Paísa acelerar o seu desenvolvimentocientífico e tecnológico."

Mario Neto Borges, presiden-te do Conselho Nacional das Fun-dações de Amparo à Pesquisa.(Agência Brasil � 23/2)

Conservação - "É difícil 'ven-der' a ideia de conservação ambientale da biodiversidade para tomadas dedecisão, porque eles, de modo geral,são eleitos para mandatos de 4 a 8anos e só pensam em termos imedia-tos, enquanto os problemas ambien-tais produzem impactos que aparece-rão em uma escala de tempo maislonga."

José Goldemberg, físico. (OGlobo - 23/2)

Diplomas � �Muitas universi-dades brasileiras encaram os progra-mas internacionais como �concor-rentes�. Do ponto de vista acadêmico,é uma insensatez.�

Maria Cecilia Coutinho deArruda, professora da FundaçãoGetulio Vargas de São Paulo, so-bre a dificuldade de validar noBrasil diplomas de mestrado edoutorado obtidos no exterior.(Valor Econômico � 27/2)

Casa - �Era como se fosse minhacasa pegando fogo. A estação é detodos os brasileiros, mas eu me sentiacomo se fosse a minha casa.�

Terezinha Absher, pesquisa-dora da Universidade Federal doParaná e integrante da EstaçãoAntártica Comandante Ferraz.(Agência Brasil � 27/2)

Abolição - �O setor rural que-rer manter um status de ocupaçãocomo se o mundo não tivesse muda-do, é o mesmo argumento que elestinham contra a abolição � que iaquebrar a agricultura. Estão prote-lando a questão ambiental como pro-telaram a escravidão. Mas tiveram deabolir, só que com 50 anos de atraso.E isso custou a desigualdade que oPaís enfrenta até hoje�.

Carlos Eduardo Young, eco-nomista, sobre a discussão doCódigo Florestal. (O Estado de SãoPaulo � 29/2)

Piso - "Os governadores nãopodem pagar [esse valor] e os profes-sores não podem trabalhar com salá-rio tão baixo. Como resolver estacontradição? Federalizando a educa-ção de base."

Cristovam Buarque, senador(PDT-DF). (Agência Senado � 1/3)

Enem - �O MEC não tem culpa deo Brasil ser tão grande e tão diverso.�

Aloizio Mercadante, sobre asfalhas do Enem. (O Estado de SãoPaulo � 1/3)

JORNAL da CIÊNCIA 2 de Março de 2012Página 4

Ronaldo Mota assumecátedra em Londres

Batizada de Anísio Teixeira, a cadeira pretende em 2012 estrei-tar vínculos entre educação e inovação

Ronaldo Mota, que deixou aSecretaria Nacional de Desen-volvimento Tecnológico e Ino-vação do Ministério da Ciência,Tecnologia e Inovação (MCTI)em fevereiro, acaba de desem-barcar em Londres para assumira Cátedra Anísio Teixeira no Ins-tituto de Educação da Universi-dade de Londres (IOE). O físicoe pesquisador chegou no dia 1ºde março à capital inglesa.

Vinculado à UniversidadeFederal de Santa Maria, Motaparticipou de um processo sele-tivo da Coordenação de Aperfei-çoamento de Pessoal de NívelSuperior (Capes), que indicoutrês nomes, e a decisão final veioda Universidade de Londres. Otítulo do programa é ‘Inovação eGestão do Conhecimento’.

“A ideia da cátedra é estreitarvínculos entre educação e ino-vação. A inovação passa a ser aquestão central hoje para o de-senvolvimento sustentável, fa-zendo parte do eixo central dodesenvolvimento econômico”,conta Mota ao Jornal da Ciência.A duração da cátedra será de ummínimo de quatro meses e máxi-mo de doze meses, com umabolsa mensal de 3.500 librasesterlinas.

Muitos olhares - O físico explicaque a cátedra vai investigar amaneira como a inovação influ-encia no processo educacional.“É um problema mundial, preli-minarmente notado. Faremosuma tentativa de abordar o tema

sob muitos olhares, como os depedagogos, educadores, físicos,engenheiros, entre outros”, de-talha. A Cátedra Anísio Teixeirafoi criada a partir de um acordoda Capes com o IOE em novem-bro de 2010. “Acho que vai seruma oportunidade de exploraresse tema desafiador, dentro doespírito de Anísio Teixeira, coma ideia de abordar mais a reali-dade brasileira, a produção etransmissão de conhecimento”,explica Mota, que passou oitoanos no governo, trabalhandopara o Ministério da Educação epara o MCTI. “A inovação é umaárea extremamente importantee agora pretendo dar a minhacontribuição também do exte-rior”, conclui.

O novo secretário de Desen-volvimento Tecnológico e Ino-vação do MCTI será o reitor daUniversidade Federal de SantaCatarina (UFSC), Álvaro ToubesPrata, que foi convidado peloministro Marco Antonio Raupp.Prata atuou durante 33 anoscomo professor do Departamentode Engenharia Mecânica daUFSC, instituição onde tambémfoi pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação. Já atuou em comis-sões e junto a órgãos como aCapes e o CNPq. Também émembro da Associação Nacio-nal dos Dirigentes das Institui-ções Federais de Ensino Supe-rior (Andifes). A UFSC mantémparcerias com incubadores eempresas de Santa Catarina.(Clarissa Vasconcellos - JC)

SBPC e Capes lançam livrosobre inovação

Lançamento da publicação Ciência, Tecnologia e Inovação paraum Brasil Competitivo aconteceu no dia 1º de março.

Com o objetivo de contribuircom o avanço tecnológico e ino-vador do Brasil, por meio de re-comendações e propostasfactíveis, a Sociedade Brasileirapara o Progresso da Ciência(SBPC) e a Coordenação deAperfeiçoamento de Pessoal deNível Superior (Capes) acabamde lançar o livro Ciência, Tecno-logia e Inovação para um BrasilCompetitivo.

Na apresentação do livro, oministro de Ciência, Tecnologiae Inovação e ex-presidente daSBPC, Marco Antonio Raupp,aborda a importância da obraao ressaltar "a análise que [olivro] faz do capital humano, físi-co e regulatório voltado à inova-ção". Raupp também destaca asrecomendações específicas e aspropostas gerais apresentadas,como a de uma política de esta-do para fomentar e fortalecersetores estratégicos da econo-mia brasileira e a criação de umaempresa direcionada para a re-alização de atividades de P,D&I,que atendam as necessidadesdo setor industrial brasileiro.

Helena Nader, presidente daSBPC, destaca também a impor-tância do tema tratado no livro, oqual constitui interesse da SBPC,na área de inovação, tendo emvista os avanços quali-quantita-tivos alcançados pela ciênciabrasileira nos últimos anos, quedão subsídio a um aceleradodesenvolvimento tecnológico doPaís. A preocupação sobre aformação de recursos humanos

nas áreas de engenharia, ciên-cias exatas, farmácia e ciênciasda computação, assim como como desenvolvimento industrial doBrasil e de sua competitividadesão apontados pelo presidenteda Capes, Jorge Guimarães, emsua carta de apresentação,como um "desafio que se tornacada dia maior devido às rápi-das mudanças tecnológicas e àacelerada competição comerci-al num contexto mundial cadavez mais inovador".

O documento foi elaboradopor um grupo de trabalho daSBPC coordenado por RobertoMendonça Faria e composto porJacobus Willibrordus Swart,Jailson Bittencourt de Andrade eJoão Batista Calixto. Tambémcontribuíram com artigos emsuas áreas de atuação RubensNaves e Eduardo Pannunzio,Paulo Goulart e AndréaFrancomano e Virgilio Almeidae José Carlos Maldonado. O li-vro é composto por três partes:Educação e infraestrutura deC&T, Setores Estratégicos e Pro-posições. Subsidiaram ainda aprodução do documento socie-dades e instituições científicascomo a Academia Brasileira deCiência (ABC), o Instituto Na-cional de Matemática Pura eAplicada (Impa), a SociedadeBrasileira de Física (SBF), a So-ciedade Brasileira de Microele-trônica (SBMicro) e a Socieda-de Brasileira de Microbiologia(SBMicrobiologia), entre outras.(Ascom da Capes)

Governo define regras para o satélite geoestacionárioO governo federal finalizou

os mecanismos legais para via-bilizar a construção do primeirosatélite geoestacionário brasi-leiro, que servirá tanto para osetor de telecomunicações comopara a defesa nacional.

A minuta de dois decretos quetratam da construção do satélitefoi definida em reunião entre osministros das Comunicações,Paulo Bernardo; da Defesa,Celso Amorim, e da Ciência, Tec-nologia e Inovação, Marco Anto-nio Raupp, além do advogado-geral da União, Luis InácioAdams. O texto foi encaminhadoà Casa Civil e deve ser publica-do no Diário Oficial nos próxi-mos dias.

Um dos decretos estabeleceo modelo de gestão da empresaintegradora que será formadaentre a Embraer e a Telebraspara a construção e operação

do satélite. A Embraer terá 51%da joint venture e a Telebras,49%. A empresa terá quatro di-retores e um conselho de admi-nistração com seis membros.

Também foi definida a forma-ção de um comitê para monitoraro andamento da construção dosatélite, composto por represen-tantes designados pelos trêsministérios envolvidos. Um es-critório de projetos, que tambémterá participação do InstitutoNacional de Pesquisas Espaci-ais (Inpe) e a da Agência Espa-cial Brasileira (AEB), acompa-nhará o empreendimento em suaparte técnica.

O outro decreto estabeleceque não haverá necessidade delicitação para que a Telebrascompre e contrate a capacidadedo satélite. A empresa vai utilizaro equipamento para ampliar oPlano Nacional de Banda Larga

que prevê a massificação dainternet de alta velocidade.

Ainda não há uma definiçãodo governo sobre qual será opercentual de tecnologia nacio-nal no projeto de construção dosatélite, que tem custo estimadoem R$ 716 milhões. “Se quisés-semos comprar um satélite pron-to, certamente alguém tem emalguma prateleira. Não quere-mos fazer isso, queremos ter umprocesso de integração, de cons-trução, de montagem, até paragerar a capacidade de construiroutros depois”, disse PauloBernardo.

Segundo ele, como a expec-tativa é colocar o satélite emórbita em 2014, é possível quehaja um índice pequeno de com-ponentes desenvolvidos no País.“Como temos um tempo deter-minado para fazer, vamos abrirmão deste quesito. E vamos es-

timular que empresas brasilei-ras produzam peças e compo-nentes para que os futuros saté-lites tenham um grau maior denacionalização.”

O ministro da Defesa, CelsoAmorim, disse que é muito im-portante para o País ter um saté-lite brasileiro. “É algo que quere-mos faz 30 anos. Fico muito con-tente que as informações relati-vas à defesa do país terão essaproteção.”

Considerado estratégicopara o Governo, o satélite ficaráa 35,7 mil quilômetros da Linhado Equador, se deslocará namesma velocidade da Terra, fi-cando como se estivesse esta-cionado em um ponto de órbita.O equipamento servirá para aampliação da oferta de bandalarga em áreas remotas do paíse também para fins militares.(Agência Brasil)

JORNAL da CIÊNCIA2 de Março de 2012 Página 5

Tecnologia para aviões levesDe olho no potencial de demanda mundial por equipamentosleves, o Brasil deve começar a processar em escala comercialfibra de carbono, chamado de material composto, para o desen-volvimento de aviões com essa tecnologia a partir de 2013.

Na prática, essa tecnologia éum tipo de plástico com resistên-cia equivalente à de metal e deferro e que faz parte do portfóliode projetos do Centro de Desen-volvimento de Tecnologia Aero-náutica, em processo de instala-ção no parque tecnológico deSão José dos Campos, situadono quilômetro 138 da rodoviaPresidente Dutra, entre São Pau-lo e Rio de Janeiro. Por seremmais leves, os equipamentosconsomem menos combustíveise, paralelamente, provocam me-nos impacto ambiental. Eis umadas vantagens dessa tecnologia.

Chamado de laboratório deestruturas leves, o centro é con-cebido pela Embraer em parce-ria com o Instituto Tecnológico deAeronáutica (ITA) e o Instituto dePesquisas Tecnológicas do Es-tado de São Paulo (IPT). A pro-posta é atrair a atenção de em-presas de outros setores, comoautomotivo, petróleo e energiaeólica, para desenvolverem, tam-bém, projetos no laboratório.

Segundo o diretor do parquetecnológico de São José dosCampos, José Raimundo BragaCoelho, hoje o desafio da indús-tria aeronáutica é desenvolveraviões utilizando a tecnologiamaterial composto – fibra de car-bono. Ele esclarece que foraminvestidos cerca de R$ 100 mi-lhões no laboratório, com recur-sos do banco de fomento,BNDES, e da Finep.

Vantagens - Ao citar que umadas vantagens é a redução docusto com combustível, Bragacalcula que se utilizar 50% dematerial composto no desen-volvimento de um avião é possí-vel gerar uma economia de cer-ca de um terço no consumo decombustível.

“O resultado dessa brincadei-ra equivale a uma economia decerca de 30% de recursos [comcombustíveis] e redução de 30%na poluição, pois quanto menoscombustível menos poluição doar”, disse ele, ao adiantar em tomde descontração: “Vamos teravião de plástico”, brinca ele.Atual diretor financeiro da So-ciedade Brasileira para o Pro-gresso da Ciência (SBPC), Bragafoi professor de matemática daUniversidade de Brasília (UnB),da PUC do Rio de Janeiro e doDepartamento de Ciência daComputação da Universidadede Nova York (EUA).

Segundo o diretor do par-que, esse será o único labora-tório do Hemisfério Sul capazde desenvolver “essa ativida-de estratégica”.

Com equipamentos adquiri-dos no exterior, o laboratório per-mite transformar fibras de carbo-no em estruturas de material com-posto, conforme as necessida-des de cada setor. Por exemplo,podem ser produzidas partes defrente e de trás do avião e as asas.

Posição da Embraer - Por inter-médio da assessoria de impren-sa, a Embraer, sem dar maisdetalhes, informa que já produzequipamentos com a utilizaçãode material composto. Mas empercentuais considerados bai-xos, de 10% a 30% do total damatéria-prima utilizada no de-senvolvimento dos equipamen-tos. O desafio da empresa éampliar a participação de tal tec-nologia nas aeronaves. Dessaforma, o laboratório nasce paradar suporte à empresa no de-senvolvimento de aeronavescom essa tecnologia.

Operação do laboratório - Asexpectativas são de que o labo-ratório de estruturas leves estejaem plena atividade a partir demarço do próximo ano. O diretordo parque acredita que 90% dasobras estejam em operação emdezembro próximo. “Na hora emque o laboratório estiver a todovapor, a fibra de carbono seráprocessada, embora hoje a fibrajá possa ser processada [com aestrutura atual]”, disse Braga. Aslinhas de fibras de carbono serãofornecidas por outras empresas.

O Laboratório prevê iniciar asoperações com cerca de 20 fun-cionários de vários níveis, nú-mero que deve ser alterado con-forme o desempenho da deman-da pelo material composto.

Concorrência externa - A estra-tégia da Embraer é permanecercompetitiva no mercado mun-dial. No exterior, o avião de es-truturas leves lançado mais re-centemente é o Boeing 787 queutiliza 55% de plástico em suaestrutura, o apelidado de aviãodos sonhos (plane of live). ABombardier, principal concor-rente da Embraer, ainda nãoproduz aviões com fibras de car-bono, segundo especialistas.

Segundo o pesquisador doIPT, Marco D’Elia, o Boeing 787,considerado o mais moderno emtermos de tecnologia, ainda estáem fase de teste. “Houve umatraso justamente pela dificul-dade de certificar todas as par-tes [peças] por ser um equipa-mento tão inovador”, destacaD’Elia, sem querer fazer estima-tivas sobre a demanda em po-tencial pela tecnologia.

Com base em prospectos doBoeing 787, o pesquisador doIPT diz ser necessário avaliar atotalidade dos benefícios des-sa tecnologia, não se limitandopenas à estrutura leve e resis-tência do material. Estima-seque o Boenig 787 pese 130toneladas, contra 180 tonela-das de concorrentes diretos(A330).

Por ser mais leve, D’Elia ava-lia que o equipamento conse-gue transportar mais carga útil e

Ericsson monta centro de TI no parque tecnológico de SJCCom uma área de extensão

de 25 milhões de metros quadra-dos, o Parque Tecnológico deSão José dos Campos começa ainstalar o centro de desenvolvi-mento tecnológico de Tecnolo-gia da Informação (TI) pela che-gada da Ericsson ao local, totali-zando cinco unidades temáticas.

Segundo o diretor do parque,José Raimundo Braga Coelho,promover sinergia é a lógica doparque pelo tripé oferta de co-nhecimento, sistema de fomentoe empresas. “O parque tecnoló-gico é um lugar de sinergia ondese obriga a criar uma atitude detroca de ideias entre todas aspartes de interesse”, disse ele.

Ao destacar a proposta deatrair a cadeia de fornecedoresdos setores instalados no par-que, Braga disse que começa aser alocado, no espaço, o se-gundo centro empresarial emuma área de 10 mil metros qua-drados, o qual deve abrigar cer-ca de 50 empresas e algunslaboratórios de múltiplos usos.O primeiro centro empresarialsituado no parque possui seis

mais passageiros, tornando ocusto operacional menor do queos modelos atuais. Além disso,ele destaca que equipamentosproduzidos com essa tecnolo-gia garantem mais conforto por-que aumentam a umidade inter-na da aeronave.

Demanda setorial - Além do se-tor aeronáutico, o diretor do par-que acredita que há procura des-sa tecnologia pelo setor de pe-tróleo e gás, principalmente daPetrobras, sob a influência dautilização de tubos que ligam asplataformas off-shore para ex-tração de petróleo. Esses tubos,avalia Braga, precisam ser le-ves, resistentes e não corrosi-vos. Outra demanda pode partirdo setor automobilístico e de bi-cicletas. Nesse caso, a tecnolo-gia permite aumento de veloci-dade proporcionado pela me-lhoria da aerodinâmica.

Outra demanda em potencialsão os projetos da Nasa, agênciaespacial americana. Um exem-plo é a fabricação de cabo dochamado ‘elevador espacial’ cri-ado para lançar satélites na órbi-ta da Terra, a distâncias de até 36mil km da superfície terrestre.

“O desafio desse elevador es-pacial é construir um cabo denanofibra de carbono para fazera ligação entre a Terra e a órbitaonde ficará o satélite lançado”,disse José Raimundo Braga.“Essa é uma operação compli-cadíssima e caríssima. Cada lan-çamento de um satélite gira emtorno de US$ 300 a US$ 500milhões”, disse ele, referindo-seao modelo atual. (Viviane Mon-teiro – JC)

mil metros quadrados de área,onde está alocada a representa-ção de 27 empresas de peque-no e médio portes.

Oferta de conhecimento - Ao fa-zer um breve balanço dos últimosquatro anos, Braga informou queo parque começou a operar em2006 com a oferta de 200 vagasanuais em escolas públicas(graduação), número que subiuhoje para 1,8 mil vagas anuais.“Acredito que daqui a 15 anosteremos 20 mil estudantes decursos de graduação, pós-gra-duação, atividades de especiali-zação e treinamento”, estimou.

Existem escolas públicas fe-derais e estaduais instaladas noparque. As federais já instaladassão a Unifesp e a UniversidadeAberta do Brasil (UAB). Já aUniversidade Federal de Itajubá(Unifei) deve começar a imple-mentar uma unidade lá nestemês. As estaduais são Faculda-des de Tecnologia de São Paulo(Fatecs). A previsão é de que aUnesp implemente o curso degraduação de engenharia am-

biental no próximo ano. O Senaideve também instalar uma uni-dade de referência na área deaeronáutica este ano. “As univer-sidades e instituições de pesqui-sas têm o compromisso de ofertarconhecimento aplicado às ne-cessidades das empresas.”

Entusiasta com o projeto,Braga disse que o parque prevêatrair empresas imobiliárias degrande porte para desenvolve-rem condomínios empresariaisno local. Ao citar a intenção detornar o parque “uma cidade tec-nológica”, o professor disse queum dos objetivos é estreitar asparcerias público-privadas. Em-bora o parque seja uma iniciativado setor público das três esferas(municipal, estadual e federal),hoje é o setor privado que lideraos investimentos com folga noparque. Segundo o professor, nosúltimos quatro anos o parqueatraiu investimentos de R$ 1,2bilhão, a maioria do setor priva-do. Do total, são R$ 200 milhõese o restante do setor privado.(Viviane Monteiro – Jornal daCiência)

Em documento, cientistas voltam aalertar sobre consequências do

novo Código FlorestalÀs vésperas de a Câmara dos Deputados retomar as discus-sões sobre o texto do novo Código Florestal, alterado peloSenado Federal, a Sociedade Brasileira para o Progresso daCiência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC)entregaram ao deputado Paulo Piau (PMDB-MG), relator daproposta, um documento com 11 pontos que ainda podem trazer“graves problemas” ao País.

O Código Florestal deve en-trar na pauta de votação no dia 6de março. Após esse trâmite, otexto seguirá ao Palácio do Pla-nalto que pode sancionar ouvetar o projeto.

O objetivo da área científica,mais uma vez, é alertar sobre aspossíveis consequências quepodem resultar do projeto de lei(PLC 30/2011) que altera a le-gislação em vigor. No decorrerdo ano passado, a comunidadecientífica já havia encaminha-do ao Congresso Nacional asponderações sobre o CódigoFlorestal, em um livro e doisdocumentos, acessíveis no siteda SBPC (www.codigoflorestal.sbpcnet.org.br). A análise dospontos positivos e negativosdo texto do Código Florestalalterado pelo Senado Federalem dezembro último é fruto deum grupo de trabalho (GT) for-mando pelas duas entidades.

Sem fazer estimativas sobrea apreciação dos deputados nanova análise dos cientistas noâmbito do Código Florestal, ocoordenador do GT, José Antô-nio Aleixo da Silva, espera que,além de corrigir os pontos ne-gativos que existem no textoalterado pelos senadores, aCâmara dos Deputados mante-nha os avanços obtidos no Se-nado Federal. “Ainda é uma in-cógnita o que vai ocorrer naCâmara, mas espero que osdeputados mantenham [tam-bém] os ganhos obtidos no Se-nado”, estima.

“Na minha avaliação, o Se-nado fez um esforço grande paramodificar o documento. Nessasmodificações alguns pontos fo-ram bons. Outros, ruins”, com-plementa Aleixo, também pro-fessor associado do Departa-mento de Ciência Florestal daUniversidade Federal de Per-nambuco (UFPE).

Em outra frente, o professorRicardo Rodrigues, da Esalq/USP, também integrante dogrupo de trabalho, disse que aproposta do novo estudo doscientistas é fornecer “os parâ-metros necessários para queos deputados façam as altera-ções que ainda são possíveis”no texto.

Correção de problemas - Noestudo, os cientistas sugerem aosdeputados a correção de proble-mas relacionados às áreas depreservação permanente (APPs).“Todas as áreas de preservaçãopermanente (APPs) nas margensde cursos d’água e nascentesdevem ser preservadas e, quan-do degradadas, devem ter suavegetação integralmente res-taurada. A área das APPs, quedeve ser obrigatoriamente re-cuperada, foi reduzida em 50%no texto atual”, destacam elesno documento.

Segundo o documento daSBPC e ABC, as APPs de mar-gens de cursos d’água devemcontinuar a ser demarcadas,como foram até hoje, “a partir

do nível mais alto da cheia dorio”. A substituição do leitomaior do rio pelo leito regularpara a definição das APPs tor-na vulneráveis amplas áreasúmidas em todo o País, particu-larmente, na Amazônia e noPantanal.

Como esse ponto não podeser mais alterado pelos depu-tados, já que é um item aprova-do na Câmara, ambientalistasesperam que essa questão sejavetada pelo Palácio do Planal-to, dentre outras. “Essas áreassão importantes provedoras deserviços ecossistêmicos, prin-cipalmente, a proteção de nos-sos recursos hídricos e, porisso, objeto de tratados inter-nacionais de que o Brasil ésignatário, como a Convençãode Ramsar [Convenção sobreZonas Úmidas de ImportânciaInternacional]”, sublinham oscientistas.

Os cientistas também reite-ram que os usos agrícolas prati-cados pelas comunidades tradi-cionais e por ribeirinhos devemter tratamento diferenciado. Emparticular, as áreas de pousiodevem continuar sendo reco-nhecidas apenas à pequenapropriedade ou posse rural fa-miliar ou de população tradicio-nal, como foram até o presente.“As comunidades biológicas, asestruturas e as funções ecossis-têmicas das APPs e das reser-vas legais são distintas. Não fazsentido incluir APPs no cômputodas Reservas Legais (RLs) comoproposto no Artigo 16 do Projetode Lei”, enfatiza o documento daSBPC e ABC.

O documento destaca tam-bém que a reforma do CódigoFlorestal, em discussão noCongresso Nacional, sob ainfluência de grupos de pres-são setoriais, representa “adesregulação” do setor do agro-negócio com sérios riscos parao meio ambiente e para a pró-pria produção agrícola. Alertamque “a proteção de áreas natu-rais está sendo consideravel-mente diminuída e perde-seassim a oportunidade de pro-duzir alimentos com mais efi-ciência e com sustentabilida-de ambiental, o que deveriaser o grande diferencial daagricultura brasileira”.

Pontos positivos que preci-sam ser mantidos - Ao reco-nhecer também avanços na

versão do texto apresentadapelo Senado Federal, Aleixodestacou a necessidade de sermantido o estabelecimento doCadastro Ambiental Rural (CAR)e dos mecanismos de apoio eincentivo à conservação e recu-peração do meio ambiente.

Os cientistas defendem ain-da a manutenção do condicio-namento do crédito agrícola àregularização ambiental, o au-mento da proteção ambientalem área urbana, e a inclusãodos mangues entre as áreas depreservação permanente. Elessugerem ainda a permanênciada obrigação de projetos de leiespecíficos para cada bioma emum prazo de três anos, as novasespecificações e instrumentoslegais que regulam o uso defogo e o controle de incêndios,e a distinção entre disposiçõespermanentes e transitórias noCódigo Florestal.

Versão do governo - O líder dogoverno, deputado CândidoVaccarezza (PT-SP), que acre-dita na aprovação do novo Códi-go Florestal terça-feira, disseque, em linhas gerais, o governoconcorda com o substitutivo apro-vado pelo Senado, na parte dotexto que trata das florestas, se-gundo informações da AgênciaCâmara.

“Mas há problemas na partereferente às cidades, apresen-tados por um grupo de deputa-dos”, disse ele, referindo-se àschamadas áreas consolidadas– áreas produtivas em locaisque deveriam ser de preserva-ção ambiental. (Viviane Mon-teiro - Jornal da Ciência)

O texto do documento, bem comoa tabela com apontamento dosprincipais problemas encontra-dos pelos cientistas, pode seracessado no site <www.sbpcnet.org.br/site/codigoflorestal>.

Boas práticasambientais serão

premiadasMunicípios com experiências

bem sucedidas em sustentabili-dade ambiental urbana podemparticipar do processo de sele-ção promovido pelo Ministériodo Meio Ambiente (MMA), quevai premiar boas práticas am-bientais nas cidades.

São oito temas e os interes-sados podem inscrever projetosarquitetônicos, urbanísticos,paisagísticos, de infraestruturaou de recuperação de áreasdegradadas; bem como de ser-viços públicos relacionados àgestão de resíduos sólidos edrenagem urbana; além de pro-gramas de fiscalização integra-da de áreas protegidas; criaçãode conselhos, comitês de baci-as, consórcios públicos, entreoutras iniciativas, limitando-se aoito experiências por município.Veja os detalhes no edital.

Os interessados devem fazera pré-inscrição por meio de for-mulário eletrônico disponível nosite do MMA e protocolar a inscri-ção na Secretaria de RecursosHídricos e Ambiente Urbano doMinistério até o dia 16 de março.Todas as experiências habilita-das participarão do processoseletivo para a premiação. Se-rão escolhidas três experiênciaspor tema e a premiação serádurante o 1º Encontro dos Muni-cípios com o DesenvolvimentoSustentável, dia 29 de março,onde as iniciativas serãoexpostas.(Ambiente Brasil)

ProjetossocioambientaisCerca de 80 pessoas de vá-

rios estados do País participamem Brasília da capacitação pro-movida pelo Fundo Nacional doMeio Ambiente para apoiar aelaboração de projetos socioam-bientais. São representantes deórgãos públicos de todas as es-feras e de organizações nãogovernamentais que tiveramsuas propostas – um total de 56– selecionadas na primeira eta-pa do edital lançado em setem-bro de 2011. Nesta segunda eta-pa, os representantes vão apren-der a estrutura de um bom proje-to e como inseri-lo no Sistema deConvênios do Governo Federal(Siconv). Eles terão até o dia 16de março para terminar o proje-to. Em seguida, o Conselho De-liberativo do Fundo vai escolheros dez projetos que serão apoi-ados. Os selecionados devemreceber os recursos ainda nesteano. No total, serão destinadosR$ 3 milhões. Os projetos envol-vem temas como implantaçãode ações para conservação deespécies ameaçadas de extin-ção e ações educativas para agestão dos resíduos sólidos.(Ascom do MMA)

Incêndio na estaçãobrasileira na Antártica

Comunidade científica e governo se mobilizam para dar continui-dade às pesquisas no continente gelado.

No dia 25 de fevereiro, umincêndio destruiu cerca de 70%da Estação Antártica Comandan-te Ferraz, na ilha Rei George, naAntártica. O prédio principal,onde ficavam a parte habitável ealguns laboratórios de pesqui-sas, foi completamente destruí-do. Permaneceram intactos, po-rém, os refúgios (módulos isola-dos para casos de emergência),os laboratórios (de meteorolo-gia, de química e de estudo daalta atmosfera), os tanques decombustíveis e o heliponto, quesão estruturas isoladas do pré-dio principal. A causa do incên-dio ainda está sendo investiga-da, mas as apurações prelimi-nares indicam que houve umafalha no sistema elétrico.

Dois militares morreram noincêndio. O suboficial CarlosAlberto Vieira Figueiredo e osargento Roberto Lopes dosSantos foram homenageadospela Marinha e chamados de‘heróis’ pela presidente da Re-pública, Dilma Rousseff. Cercade 40 integrantes da EstaçãoFerraz, entre eles pesquisado-res e servidores civis da base,retornaram ao Brasil no dia 27de fevereiro.

O ministro da Ciência, Tecno-logia e Inovação, Marco AntonioRaupp, realizou, no dia 1º demarço, uma reunião com um gru-po de dez pesquisadores asso-ciados ao Programa AntárticoBrasileiro, oriundos de váriasinstituições de pesquisa nacio-nais, com o propósito de efetuarum balanço sobre as pesquisasantárticas realizadas por insti-tuições brasileiras, particular-mente os projetos que vêm sen-do executados a partir da Esta-ção Antártica ComandanteFerraz (EACF), e avaliar o queprecisa ser feito para garantir acontinuidade dos projetos depesquisa na Antártica.

Os cientistas relataram, embalanço preliminar efetuado, queestão preservados, e sem riscode descontinuidade, 60% dosprojetos em execução na regiãoantártica. Destacam-se as inves-tigações executadas nos naviospolares brasileiros, em acampa-mentos remotos e a partir doverão de 2011/2012 no módulocientífico Criosfera (2.500 quilô-metros ao sul da Estação Ferraz).Dentre os 40% de projetos depesquisa atingidos pelo incên-dio, foram mais prejudicados osestudos de biologia marinha.

Na reunião foi decidido queinicialmente, será feito levanta-mento sobre a capacidade de semanter operacionais aquelesprojetos que são realizados nasproximidades da Estação, colo-cando em funcionamento osmódulos que foram preserva-dos do acidente. Um voo previs-to pela Marinha para o dia 20 demarço deverá levar pesquisa-dores para a Antártica. Além deelaborar um inventário sobretodos os equipamentos que fo-ram perdidos no incêndio, bus-cando garantir a sua pronta re-posição, os técnicos planejam

instalar painéis solares e turbi-nas eólicas para manter funcio-nando os equipamentos de co-leta de dados que sobreviveramao incêndio e estão agora ame-açados pela falta de energia. “Oimportante é dar a máxima con-tinuidade ao programa”, disseRaupp.

Entre as ações definidas nareunião, foi recomendado que oNavio Polar Almirante Maximia-no permaneça dedicado a apoi-ar as pesquisas oceanográficasque se desenvolvem em áreasmais distantes da baía do Al-mirantado e da EACF. Adicional-mente, está em estudo a possibi-lidade de arrendamento de umaterceira plataforma flutuante paraapoiar a pesquisa originalmenterealizada a partir da Estação.

A comunidade científica na-cional, amparada pelas mani-festações de solidariedade jádemonstradas por instituiçõesde outros países com os quais oBrasil tem sólida cooperação naAntártica, buscará viabilizar ati-vidades conjuntas em estaçõesestrangeiras, durante o tempode reconstrução da EACF.

Os pesquisadores reunidoscom o ministro Raupp decidiramtambém criar um grupo de traba-lho composto de cientistasengajados no Proantar, para asespecificações técnicas queembasarão o novo projetoarquitetônico para a futura Esta-ção Ferraz, levando em conta oestado-da-arte de construçõespolares modernas e obedecen-do aos princípios de sustentabi-lidade e de energia limpa vigen-tes. O MCTI detalhará nos próxi-mos dias, com apoio da comuni-dade científica, as demandasacima elencadas, avaliando vi-abilidade de execução e custos.

Consequências - De acordocom o geólogo Jefferson Si-mões, diretor do Centro PolarClimático da Universidade Fe-deral do Rio Grande do Sul edelegado brasileiro no ComitêCientífico Internacional de Pes-

quisa na Antártica, 19 dos 33projetos mantidos não foramafetados em nada, e os dadosperdidos nas áreas atingidaspelo incêndio dizem respeitoaos anos de 2011 e 2012.

“Foram afetadas principal-mente as áreas de biociência,algumas pesquisas sobre quí-mica atmosférica, de monitora-mento ambiental, principalmen-te sobre o impacto da atividadehumana naquela região do pla-neta. Infelizmente, isso tambémrepresentou uma perda enormeem termos de equipamentos.Ainda não podemos estimar, masultrapassa a casa da dezena demilhões de dólares”, lamenta opesquisador.

Segundo Simões, no entan-to, o programa antártico continu-ará funcionando porque a Co-mandante Ferraz, apesar deconcentrar uma parte importan-te das pesquisas brasileiras, nãoera a única estação científicabrasileira. Ele explica que pelomenos metade dos pesquisado-res trabalha em navios de pes-quisa ou em acampamentos iso-lados na Antártica.

Além disso, Simões conta que,em janeiro deste ano, foi inaugu-rado um módulo de pesquisa nopróprio Continente Antártico,chamado de Criosfera 1, locali-zado a 2.500 quilômetros ao sulda Comandante Ferraz, que estáconcentrando importantes pes-quisas brasileiras. “É um módulototalmente automatizado, quecoleta dados meteorológicos, dequímica atmosférica, inclusivedióxido de carbono, e outrosestudos. Essa expedição [de ins-talação do módulo] foi lideradapor mim, com pesquisadores desete instituições nacionais, comoa Universidade Federal do RioGrande do Sul e a Universidadedo Estado do Rio de Janeiro”,disse.

De acordo com o pesquisa-dor, a reconstrução da EstaçãoComandante Ferraz demorará,pelo menos, dois anos, em con-sequência das condições geo-

gráficas da ilha Rei George. “Oprocesso de reconstrução, paravoltar ao nível em que estava,demorará de dois a três anos. Alogística é muito difícil e só pode-mos construir durante o verãoantártico. E o inverno já estáchegando”, disse.

Recursos – O ministro MarcoAntonio Raupp afirmou que nãovão faltar recursos para dar con-tinuidade às pesquisas brasilei-ras na Antártica. “A base tem queser reconstruída, e reconstruídade forma a aproveitar as oportu-nidades, dentro do pior cenário”,disse Raupp. Segundo ele, o Paísaproveitará a oportunidade paramelhorar a obra, torná-la maisadequada à finalidade a que sedestina, que é fazer pesquisa, efará isso o mais rápido possível.“Não faltarão recursos para a re-tomada completa dessa ativida-de”, garantiu o ministro.

Raupp explicou que, para isso,serão necessários recursos ex-tras. “Vamos ter que fazer umareavaliação do nosso orçamentopara ver o que podemos investirlá [na Antártica]. E certamentepoderemos investir para minimi-zar todo esse impacto negativo.”De acordo com o ministro, desde2007, o ministério investiu cercade R$ 140 milhões em atividadesna base brasileira na Antártica,valor que considera “perfeita-mente suficiente para financiartodas as pesquisas”.

Senado - O presidente da Co-missão de Meio Ambiente, Fis-calização e Controle (CMA), se-nador Rodrigo Rollemberg(PSB-DF), anunciou a realiza-ção de uma audiência públicapara tratar do caso. A reuniãoirá discutir o acidente e os pró-ximos passos do Programa An-tártico Brasileiro (Proantar), eserá realizada em conjunto pelaCMA e pelas Comissões deCiência, Tecnologia, Inovação,Comunicação e Informática(CCT) e de Relações Exteriorese Defesa Nacional (CRE), pro-vavelmente no dia 6 de março.Foram convidados os ministrosda Ciência, Tecnologia e Inova-ção, Marco Antonio Raupp; e daDefesa, Celso Amorim; e o co-mandante da Marinha, JúlioSoares de Moura Neto. (JC comAgências de Notícias)

Inpe registra raios ascendentes no BrasilO Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)

capturou pela primeira vez imagens de raios ascendentes no Brasil. Quatro raios ascendentes quetiveram início a partir de uma das torres situadas sobre o Pico do Jaraguá, na cidade de São Paulo,foram registrados em um intervalo de apenas vinte minutos. Eles foram gravados com uma câmerarápida de velocidade de 4000 quadros por segundo. Esta é a primeira comprovação de ocorrênciade raios deste tipo no Brasil. O registro de quatro raios ascendentes é um número muito alto, aindamais quando considerado o pequeno intervalo de tempo. Para se ter uma noção comparativa, noEmpire State Building, que foi construído com mais de 100 metros na cidade Nova York, ocorremem média 26 raios ascendentes por ano. A grande maioria dos raios (99%) é nuvem-solo, ou seja,raios que se originam nas nuvens e chegam ao chão. Apenas 1% dos raios é ascendente – partemde algo na superfície. Esses percentuais somente se alteram em locais específicos, construçõesmuito altas, onde o número de raios ascendentes pode superar os raios nuvem-solo. Os raiosascendentes são em geral artificiais, no sentido de responder às alterações ambientais produzidaspela atividade humana. (Ascom do Inpe)

JORNAL da CIÊNCIA 2 de Março de 2012Página 8

Conselho para incentivarpesquisas para medicamentos

Visando acelerar estudos e pesquisas para o desenvolvimentode medicamento para o combate ao vírus HIV, especialistasbrasileiros fundaram o Conselho Científico da Amazônia, que vaianalisar processos para lançamentos de outros dois medica-mentos, um antiinflamatório e outro de combate ao câncer.

Formado por um grupo depensadores científicos, comofarmacêuticos, farmacologistas,médicos e químicos, os mem-bros vão analisar as pesquisas eestudos em andamento com in-tuito de colaborar com a eficáciano desenvolvimento dessesmedicamentos, o que contribuipara o enriquecimento do cená-rio científico nacional.

"Em função desses três pro-dutos com características tãofortes e importantes, precisamosde uma massa crítica, de espe-cialistas, para saber os rumos aserem tomados [nos processos],pois são três produtos de van-guarda mundial", afirma o presi-dente do conselho, Luiz Francis-co Pianowski, também presiden-te do laboratório Kyolab, comvasta experiência na área depesquisas. Pianowski é ex-dire-tor do laboratório Aché e um dosinventores do antiinflamatórioAchéflan, um produto totalmen-te nacional (desenvolvido e tes-tado no Brasil).

Ele explica que o termo Ama-zônia no nome do conselho éuma alusão à patrocinadoraAmazônia Fitomedicamentos,empresa do Grupo Ypioca, decapital 100% nacional, que des-de 2003 já investiu R$ 200 mi-lhões em estudos e pesquisaspara o desenvolvimento dessesmedicamentos.

Pelo fato de o processo depesquisas clínicas com huma-nos ser moroso e burocrático noBrasil, os testes dos novos medi-camentos são realizados noPaís, em parte, e no exterior.

Aids - No caso do vírus HIV, elediz que um dos principais desa-fios hoje é desenvolver um pro-duto inovador capaz de entrarna célula do organismo infecta-do e expor o vírus ao medica-mento para, posteriormente, serdestruído. "Esse será o únicoproduto que retira o vírus HIV dedentro da célula e o expõe parao medicamento matar", explicaPianowski, referindo-se ao pro-duto (AM12) em desenvolvimen-to pelo laboratório Kyolab. Esti-ma-se que existam cerca de 600mil portadores do vírus da Aidsno Brasil.

Pianowski informa que os ci-entistas estão na fase final dostestes pré-clínicos (anteriores aostestes em humanos). Segundoele, os testes realizados na se-mana passada em Bourdeax, naFrança, foram feitos em peixes(zebrafish), para verificação deíndices de toxicidade do princí-pio ativo em análise. Como eraesperado, a dosagem eficaz ébem inferior à dosagem tóxica,permitindo avanço da pesquisa.A partir deste mês tem início afase de testes em macacos, umadas últimas fases antes de testeem humanos.

O próximo passo a ser dado,segundo disse o presidente do

conselho, é fazer o teste em ummacaco Rhesus, em Washing-ton (EUA), por ser um animal quepega o vírus de Aids.

A equipe testa os efeitos deum fitofármaco (substância ati-va isolada de plantas) inéditonas células que contêm vírusHIV latentes, o maior desafioatual da medicina no combate àdoença. “Consideramos que apersistência de células infecta-das de forma latente é a princi-pal barreira à cura da infecçãopelo HIV – hoje, consegue-secombater os vírus quando elessaem da célula infectada pormultiplicação, mas não os quecontinuam dentro das latentes[como parte integrante docromossomo], ou seja, semprepermanece no organismo umaespécie de ‘reservatório’ do ví-rus nas células latentes, o quegarante que a doença continueexistindo naquele organismo”,disse para emendar. “A expec-tativa é de que o AM12, comochamamos nosso ativo, consi-ga agir exatamente nessas cé-lulas latentes”, estima.

A infecção pelo vírus HIV noBrasil – Segundo o pesquisa-dor, a epidemia de infecção peloHIV é definida como um proble-ma médico e de saúde pública.Além disso, a epidemia de Aidscaracteriza-se por um problemasocioeconômico, principalmen-te para os países em desenvol-vimento, uma vez que a popula-ção economicamente ativa é amais prejudicada. Dentre ospaíses da América Latina, o Bra-sil abrange cerca de um terçodos portadores do HIV, pela vas-ta extensão territorial.

Câncer - No caso do medica-mento (AM10) para combater ocâncer, Pianowski afirma que aspesquisas também estão emprocesso avançado. Ou seja, nasegunda fase em vários hospi-tais do Brasil.

Por sua vez, a primeira fasedas pesquisas para a criação doantiinflamatório (para dor e in-fecção) será realizada na Ale-manha, em meados de março.Pianowski esclarece que no paísalemão o processo de análisesclínicas em humanos é rápido eválido no mundo inteiro. Já asegunda fase de testes será re-alizada em vários países, inclu-indo o Brasil.

Conforme observa Pianowski,o País precisa explorar seu po-tencial. "O Brasil tem 25% da

biodiversidade [do planeta] eos medicamentos [em parte] vêmdas plantas. Nossas universi-dades estão cheias de boas pes-quisas nas prateleiras. Temosde tirar as pesquisas de dentrodas universidades para colocarnossos produtos nas pratelei-ras do mercado mundial", de-fendeu ele.

Especialistas membros - Fa-zem parte do conselho nomescomo João Batista Calixto, daUniversidade Federal de SantaCatarina (UFSC), um dos maislaureados farmacologistas bra-sileiros, e Dirceu Raposo, ex-presidente da Anvisa e com vas-to conhecimento em bioquími-ca. Na lista constam tambémEloan Pinheiro, uma das res-ponsáveis pelo desenvolvimen-to dos genéricos no País, quetrabalhou na Organização Mun-dial da Saúde (OMS), é conse-lheira da UNITAID, organismointernacional fundado por inici-ativa do Brasil e França em 2006,e ex-presidente da Farmangui-nhos (Fiocruz); e Amilcar Tanuri,um dos maiores nomes em HIVdo Brasil, professor da Universi-dade Federal do Rio de Janeiro(UFRJ) e convidado da ColumbiaUniversity, ex-membro do CDCde Atlanta e do conselho da OMS.Outro membro do conselho éJoão Paulo da Silveira NogueiraLima e seu colega João Nunes,oncologistas do Hospital doCâncer de Barretos. Integra oconselho também DeniseMarotta, farmacêutica da Ama-zônia Fitomedicamentos.

Segundo Pianowski, os pro-fissionais do Conselho foramcuidadosamente escolhidos econvidados para compor essaentidade. "Cada um que faz par-te desse conselho tem um papelde extrema importância nosavanços dos estudos e, portan-to, nos resultados que serão al-cançados" declara Pianowski.(Viviane Monteiro - Jornal daCiência)

ABC recebe chavesda nova sede

No dia 15 de fevereiro de2012, a Academia Brasileira deCiências (ABC) recebeu as cha-ves e tomou posse do prédiolocalizado na rua da Alfândega,42, esquina com a rua da Quitan-da, no centro do Rio de Janeiro.O prédio foi cedido pelo gover-nador Sérgio Cabral à Acade-mia no ano de 2009 e abrigaráas futuras instalações do Palá-cio da Ciência.

O projeto de lei que autori-zou a transferência do prédio àABC, sem ônus, foi aprovadopela Assembleia Legislativafluminense. O edifício, cons-truído para ser a sede do BancoAlemão Transatlântico, é tom-bado pelo Instituto Estadual doPatrimônio Artístico e Culturaldo Rio de Janeiro (Inepac) eabrigava, até então, a Secreta-ria da Fazenda.

Após a cessão do prédio, em2009, foi criada uma Comissãoda ABC para a Nova Sede, quepassou a atuar junto com aScorzelli Arquitetura e Design,empresa de arquitetura vence-dora da licitação para a reformado edifício. Essa licitação foipossibilitada pela aprovação deuma emenda proposta pelo de-putado Alexandre Cardoso, se-cretário de Ciência e Tecnologiado Rio de Janeiro. O belo projetode recuperação do prédio rece-beu, inclusive, o 8º Grande Prê-mio de Arquitetura Corporativa2011.

O novo endereço conta comsete pavimentos, amplo espaçoque vai permitir maior interaçãoda ABC com a sociedade, assimcomo com seus convidados, Aca-dêmicos e funcionários. Paratanto, a Academia iniciará umimportante trabalho de levanta-mento de recursos junto à inici-ativa privada e a órgãos públi-cos, para efetuar as obras ne-cessárias à instalação da Aca-demia.

Para o presidente Jacob Palis,após a reforma o novo espaçovai dar à Academia Brasileira deCiências um padrão internacio-nal, possibilitando que a ABCreceba a comunidade científicade todo o mundo e os cientistasbrasileiros no mesmo nível deoutras Academias da AméricaLatina e da Europa.

"A ABC poderá cumprir suamissão de atuar como um agen-te direto de divulgação científi-ca, promovendo eventos e ex-posições que evidenciem a pre-sença da ciência no cotidianodas pessoas e dando destaqueao poder transformador de queela dispõe. A Academia consi-dera esse um passo importantena ampliação de seu escopo deatividades e um ganho significa-tivo para nossa ciência e a nossacidade." (Ascom da ABC)

JORNAL da CIÊNCIA2 de Março de 2012 Página 9

Começa distribuição de livrosdo Programa Mesa Educadora

Criados para dar suporte àqualificação de educadores decrianças até seis anos, os livrosserão distribuídos em escolasmunicipais, comunitárias e cre-ches de várias regiões do Paísconveniadas ao programa, hojesob a gestão do Grupo Gerdau.Os livros foram desenvolvidospor especialistas de educaçãoinfantil e publicados pela Unesco.

Será entregue um kit com qua-tro volumes de livros que abor-dam os principais temas da edu-cação infantil. Além disso, esseseducadores receberão um ma-nual que sistematiza a metodolo-gia do Programa Mesa Educado-ra para a Primeira Infância.

Títulos escolhidos - Os títulosdos livros, por ordem, são OEducador como Propositor eExecutor da Política de Educa-ção Infantil (Volume I); O Educa-dor como Gestor de EspaçosEducacionais (II); O Educadorno Cotidiano das Crianças: Or-ganizador e Problematizador(III); O Educador Mediador noDesenvolvimento das Diferen-tes Linguagens da Criança (IV);e Programa Mesa Educadorapara a Primeira Infância (V), que,em síntese, representa o manu-al de sua implementação.

No total serão distribuídos 10mil livros, o equivalente a doismil kits, cada um com quatrolivros pedagógicos e um livro desistematização da metodologia,incluindo o manual de imple-mentação. Nesse contexto, cada

Começam a ser distribuídos neste início de ano os livros doPrograma Mesa Educadora para a Primeira Infância, o antigo“Fundo do Milênio” da Organização das Nações Unidas para aEducação, a Ciência e Cultura (Unesco), órgão da Organizaçãodas Nações Unidas (ONU).

educador receberá um kit comquatro volumes que abordam osprincipais temas da educaçãoinfantil, além de um manual deimplementação do programa.

Como funciona – Na prática, oprojeto concede subsídios paraeducação continuada para es-ses educadores. Hoje existemoito mesas educadoras, espa-ços educacionais espalhadospor instituições de ensino con-veniadas ao programa em oitocidades brasileiras. São quatrocidades de São Paulo (Guaru-lhos, São Caetano, Araçarigua-ma e São José dos Campos),outras duas do Rio Grande doSul (Charqueadas e Sapucaiado Sul), uma de Santa Catarina(Biguaçu) e outra de Minas Ge-rais (Divinópolis).

Cada mesa educadora égerida por um especialista (edu-cador). Existem também espe-cialistas em educação infantilresponsáveis pelo treinamentoa educadores interessados nes-se projeto, que entregarão oslivros aos interessados. Os mes-mos especialistas fazem parte

do conselho local (composto porrepresentantes da comunidadelocal) formado, pela primeira vez,para avaliar a educação infantilde cada região. Composto porvários ciclos, inicialmente o pro-grama obedece a uma cargahorária de 200 horas.

Histórico - Essa será a primeiravez em que o Instituto Gerdau seresponsabiliza pela entrega doconteúdo utilizado em sala deaula, desde que assumiu o Pro-grama Mesa Educadora para aPrimeira Infância, no ano passa-do. Inicialmente chamado “Fun-do do Milênio”, o programa foi

criado em 2003 pela Unesco,em parceria com o Banco Mun-dial e Fundação MauricioSirotskys Sobrinho e outras em-presas gaúchas e catarinenses,dentre elas o Instituto do gruposiderúrgico. Vale constar que oprograma passou a ser chama-do Mesa Educadora para a Pri-meira Infância apenas este ano.

Publicação de livros - Pelo acor-do entre as partes, a maioria domaterial será distribuída peloInstituto Gerdau, que entregará1,8 mil kits a educadores da edu-cação infantil de escolas munici-pais e creches. Já a Unesco fi-cou com uma cota mínina de 150kits, conforme informações doórgão. A tendência é de que naspróximas publicações o InstitutoGerdau, que investe R$ 200 milno projeto anualmente, assumatanto a edição quanto a distribui-ção dos livros.

Segundo especialistas emeducação, crianças estimuladasnos primeiros anos de vida e quepassam pela educação infantiltêm mais chances de ter bonsresultados no ensino fundamen-tal, de concluir a educação bási-ca e de contribuir para quebrar ociclo de pobreza no País. Porém,de acordo com dados da Funda-ção Abrinq (Associação Brasi-leira dos Fabricantes de Brin-quedos), cerca de 10 milhões decrianças de 0 a três anos não têmacesso a creches no Brasil.(Viviane Monteiro - Jornal daCiência)

Inauguradas novas salasda Rede de Telemedicina

Em uma cerimônia realizadasimultaneamente em Brasília,Rio de Janeiro, São Paulo, BeloHorizonte e Recife, no dia 1º demarço, o Ministério da Ciência,Tecnologia e Inovação inaugu-rou as salas de telepresença daRede Nacional de Ensino e Pes-quisa (RNP), que estão a serviçoda Rede Universitária de Tele-medicina (Rute).

A Telepresença permite a re-alização de reuniões imersivas,em que os participantes têm asensação de estar fisicamentepróximos de pessoas distantes.Com áudio e vídeo de alta qua-lidade, o sistema combina tec-nologia da informação com ce-nografia e utiliza salas com ilu-minação, paredes, carpetes emóveis iguais, ligadas por umaconexão de alta capacidade.

O novo serviço da RNP apri-mora as atividades de capacita-ção, pesquisa e atendimentoremoto realizado entre os nú-cleos da Rute localizados emhospitais universitários e de en-sino em todo o País.

Por possibilitar a comunica-ção em tempo real a distância eem alta definição, o serviço eli-

mina a necessidade de constan-tes viagens, reduzindo, assim, aemissão de carbono na atmos-fera. Alunos, pesquisadores ecolaboradores dessas institui-ções, ligados a qualquer área deconhecimento, podem compar-tilhar informações por meio daTelepresença, cujas salas tam-bém estão integradas a outrosserviços de comunicação e co-laboração da RNP, como a Vi-deoconferência.

As salas estão nos seguinteslocais: Universidade Estadual doRio de Janeiro (Uerj) - HospitalUniversitário Pedro Ernesto, noRio de Janeiro; UniversidadeFederal de Minas Gerais (UFMG)- Hospital das Clínicas, em BeloHorizonte; Universidade Fede-ral de Pernambuco (UFPE) -Hospital das Clínicas, em Reci-fe; Universidade Federal de SãoPaulo (Unifesp) - Escola Paulis-ta de Telemedicina, em SãoPaulo; Financiadora de Estudose Projetos (Finep), no Rio deJaneiro; e RNP Brasília.

Saiba mais em: <http://w w w . r n p . b r / s e r v i c o s /telepresenca.html>.(Ascom daRNP)

Centro Nacional de Referênciaem Tecnologia Assistiva

No dia 24 de fevereiro, foipublicada, no Diário Oficial daUnião, a Portaria 139, que insti-tui o Centro Nacional de Refe-rência em Tecnologia Assistiva(CNRTA). O centro funcionaráem forma de rede cooperativade pesquisa, desenvolvimentoe inovação, vinculado ao Centrode Tecnologia da InformaçãoRenato Archer (CTI), localizadoem Campinas (SP).

A ação faz parte do PlanoNacional dos Direitos da Pes-soa com Deficiência (Viver semLimite), instituído em novembrode 2011, dentro das estratégiasnacionais na área. O programase articula em quatro eixos te-máticos: Educação, Saúde, In-clusão Social e Acessibilidade.Com a portaria, o CTI fica autori-zado a celebrar convênios, acor-dos de cooperação, ajustes ouinstrumentos congêneres comórgãos e entidades públicas eprivadas. O centro tem comoobjetivo contribuir para o plane-jamento, elaboração e imple-mentação da Política Nacionalde Tecnologia Assistiva e para aexecução do Plano Viver semLimite; além de promover a pes-

quisa, o desenvolvimento e ainovação (P,D&I) em tecnologiaassistiva (TA).

A ideia é também impulsio-nar metodologias e tecnologiaspara favorecer a inserção depessoas com deficiência nomercado de trabalho; promovera interação entre centros de pes-quisa, setor produtivo e de servi-ços, órgãos de políticas públi-cas, entidades que trabalhamcom pessoas com deficiência eidosos, profissionais e usuáriosde TA; e ainda estimular a P,D&Ivoltada para a acessibilidadeuniversal e articular redes e nú-cleos de pesquisas acadêmicos.

O CNRTA terá como órgãocolegiado consultivo superior ede orientação técnica o Conse-lho Técnico de Inovação Social(CTIS), que será constituído porum representante dos ministé-rios da Ciência, Tecnologia eInovação (MCTI), da Saúde,Educação, Desenvolvimento, In-dústria e Comércio Exterior; daSecretaria de Direitos Humanosda Presidência da República,da Financiadora de Estudos eProjetos (Finep), do CTI e dasociedade civil. (Ascom do MCTI)

JORNAL da CIÊNCIA 2 de Março de 2012Página 10

12º SeedForum Finep

Estão abertas as inscriçõespara o 12º Seed Forum Finep,que será realizado no dia 24 demaio, em Porto Alegre (RS). OSeed Forum é um programa decapacitação empresarial conso-lidado em eventos nos quais osparticipantes têm a oportunida-de de se apresentar para poten-ciais investidores, como fundosde investimentos e investidoresanjos. Para participar, é neces-sário que a empresa esteja emestágio pré-operacional ou ope-racional, com faturamento de atéR$ 16 milhões/ano, tenha a ino-vação como elemento de dife-renciação em seu mercado esede no estado do Rio Grandedo Sul. Os selecionados pas-sam por um processo de capa-citação com a equipe da Áreade Investimentos da Finep, noqual serão orientados nos as-pectos estratégicos de seu ne-gócio. Nestes cinco anos deSeed Foruns, a Finep capacitou130 empresas, dentre as quais18% foram investidas por an-jos, investidores corporativos efundos de capital semente. Oevento é organizado pela Finep,no âmbito do programa Inovar,e é realizado em parceria comentidades estaduais. As inscri-ções vão até 14 de março. Aempresa que desejar participardeve enviar à Finep um sumárioexecutivo de uma página, emformato PDF, para o e-mail<[email protected]>. (Finep)

CongressoAbipti 2012

Pesquisadores, gestores eempresários do setor de ciên-cia, tecnologia e inovação jápodem se inscrever no Con-gresso da Associação Brasilei-ra das Instituições de PesquisaTecnológica e Inovação (Abipti),que acontece entre os dias 14 e16 de agosto, em Brasília. Esteano, o tema será "Tecnologiapara um Brasil Inovador e Com-petitivo". A programação conta-rá com debates sobre o poten-cial das entidades de pesquisa,desenvolvimento e inovação(EPDIs) e palestras sobre os prin-cipais entraves do segmento.Pesquisadores, gestores, técni-cos e dirigentes, dos setorespúblico e privado, atuantes nasentidades e empresas do Siste-ma Nacional de Ciência, Tecno-logia e Inovação poderão apre-sentar seus trabalhos no Con-gresso. As propostas deverãoser enviadas até 31 de março.Até 30 de abril haverá descontode 20% nas inscrições. O formu-lário está disponível no site<www.abipti.org.br/congres-so2012/inscricao.html>. (Abipti)

Itep buscanovo diretor

Os interessados na vaga dediretor-presidente do Instituto deTecnologia de Pernambuco (Itep)têm até o dia 9 de março paraapresentar as suas propostas.Foi instituído um comitê de sele-ção composto pelo Conselho deAdministração e por dois mem-bros externos, que terá até o dia19 de março para concluir ostrabalhos. As candidaturas de-verão ser formalizadas median-te entrega de currículo e planopreliminar de gestão. A docu-mentação será recebida na se-cretaria da diretoria da presi-dência do Itep, localizada à ave-nida Professor Luiz Freire, 700 -bairro da Cidade Universitária,Recife (PE).

Os candidatos devem reali-zar visita técnica ao Itep, quedeverão ser agendadas junto àsecretaria da diretoria. O objeti-vo é obter informações atuali-zadas sobre a realidade técni-ca, organizacional e financeirada instituição. É facultado aoscandidatos explicitarem, na cartade inscrição, suas pretensõessalariais. (Ascom do Itep)

HaroldoRodriguesassume a Funcap

O novo presidente da Fun-dação Cearense de Apoio aoDesenvolvimento Científico eTecnológico (Funcap), profes-sor Haroldo Rodrigues de Albu-querque Junior, tomou posse nodia 24 de fevereiro. Em seu dis-curso, ele disse que o momentoé mais de ouvir do que de falar.“Agora é a hora de falar pouco etrabalhar muito”, afirmou. Eleagradeceu ao governador CidGomes pela confiança e desta-cou suas experiências de apren-dizado na Agência Reguladorade Serviços Públicos Delega-dos do Estado do Ceará (Arce)e na diretoria administrativo-fi-nanceira da Funcap, durante omandato do professor TarcísioPequeno. O professor AlmirBittencourt, que em novembroassumiu a presidência daFuncap interinamente, afirmouque foi uma experiência desafi-adora dirigir a fundação em tãopouco tempo, mas que, em suabreve gestão, conseguiu ampli-ar sua percepção sobre a impor-tância da instituição para a aca-demia e para o desenvolvimen-to da ciência cearense.

Graduado em Odontologiapela Universidade Federal doCeará, Haroldo Rodrigues pos-sui mestrado em Ortodontia pelaUniversidade Estadual de Cam-pinas (1996) e doutorado emOdontologia (Ortodontia) pelaUniversidade Estadual Paulista(2001). (Ascom da Funcap)

RS: R$ 27 milhõesem editais

A Fundação de Amparo àPesquisa do Estado do Rio Gran-de do Sul (Fapergs) acaba delançar oito editais voltados paraa pesquisa e a formação derecursos humanos, totalizandoum investimento de R$ 27,3 mi-lhões. Um dos destaques sãoos programas de bolsas de Ini-ciação Científica Institucional(Probic) e de bolsas de Inicia-ção Tecnológica Institucional(Probit), que disponibilizarão nototal 2500 bolsas neste ano. Oprograma de auxílio a recém-doutor terá R$ 2 milhões e oPrograma Pesquisador Gaúcho(semelhante ao universal doCNPq) inicia este ano ofere-cendo R$ 6 milhões. No campointernacional, a Fapergs lançouo programa de cooperação como Instituto Pasteur Korea (IP-K),para pesquisas nas áreas deCiências Exatas, Biológicas ouEngenharia. Ainda foram lan-çadas bolsas da Capes parafortalecimento da pós-gradua-ção no estado e programa deauxílio à organização de even-tos. (Ascom da Fapergs)

Faperj lançamais três editaisA Fundação de Amparo à

Pesquisa do Estado do Rio deJaneiro (Faperj) lança novasedições de mais três progra-mas. Ao todo, serão R$ 4,5 mi-lhões em recursos para as ins-tituições de ensino e pesquisafluminenses.

Com verba de R$ 1 milhão, asegunda edição do programade "Apoio à publicação de peri-ódicos científicos e tecnológicosinstitucionais - 2012" se destinaa ampliar a divulgação de resul-tados de pesquisas e contribuirpara o desenvolvimento científi-co e tecnológico fluminense.Com R$ 2 milhões em recursos,a segunda edição do edital "A-poio à atualização de acervosbibliográficos nas instituições deensino superior e pesquisa se-diadas no estado do Rio de Ja-neiro - 2012" financiará a aquisi-ção de livros e publicações emoutras mídias, destinados à for-mação de recursos humanospara a pesquisa científica e tec-nológica. Para apoiar a produ-ção de material didático quecontribua para atividades deensino e/ou pesquisa em insti-tuições fluminenses, tambémestá sendo lançada a segundaedição do programa "Apoio àprodução de material didáticopara atividades de ensino e/oupesquisa - 2012". Para tanto, oedital conta com R$ 1,5 milhãoem recursos. Confira no site<www.faperj.br>. (Ascom da Faperj)

Fapepi: mestradoe doutorado

A Fundação de Amparo àPesquisa do Estado do Piauí(Fapepi) disponibiliza edital re-lativo ao Programa de Bolsasde Pós-Graduação da Fapepi,o qual concede bolsas de dou-torado e mestrado para qualifi-cação de docentes da Univer-sidade Estadual do Piauí(UESPI). As bolsas serão dis-ponibilizadas, após processode seleção, para professoresefetivos vinculados aos progra-mas de pós-graduação strictosensu, fora do estado do Piauí,visando contribuir com a quali-ficação do quadro docente dareferida instituição.

Para esta seleção estão dis-poníveis até R$ 30 mil reaismensais para o pagamento debolsas, sendo R$ 1.200 paraos professores que estão ma-triculados em mestrado e paraos matriculados no doutoradoas bolsas são de R$ 1.800.

As inscrições para a seleçãoestão abertas até 13 de março.Mais informações no site< w w w . f a p e p i . p i . g o v . b r > .(Ascom da Fapepi)

Amapá será sedeAmazontech 2012

O Amapá entra definitiva-mente na rota dos grandes even-tos. O governador Camilo Capi-beribe assinou o Convênio deCooperação Técnica e Finan-ceira com o Sebrae, garantindoa 8ª Amazontech no Amapá. Oevento reúne representantesdos nove estados da AmazôniaLegal, em uma realização doSebrae em parceria com o GEA,Embrapa e universidades. Detodas as unidades federativasda Amazônia, o governo doAmapá fez o maior investimentoaté agora na feira, na ordem deR$ 1 milhão. A Amazontech é omaior evento da região na áreade ciência, tecnologia e em-preendedorismo, possibilitan-do a troca de conhecimentoscientíficos.

A intenção do governo é agre-gar ao evento fóruns de gover-nadores, secretários de Ciênciae Tecnologia e trazer senadorese a bancada federal para discutiro melhor para a Amazônia. Em2011, a Amazontech aconteceuem Tocantins e recebeu apoiodo governo somente dois mesesantes do evento. Mais de 25 milpessoas passaram pela feira,movimentando R$ 37 milhõesem negócios e proporcionandomais de 64 mil atendimentos e14 mil capacitações. A meta éseguir a regra de aprimorar acada edição e realizar no Ama-pá a maior e mais inovadoraAmazontech. (Ascom Sect - AP)

JORNAL da CIÊNCIA2 de Março de 2012 Página 11

VAI ACONTECERVAI ACONTECERBrevesBreves Livros & RevistasLivros & Revistas

Tome Ciência - De 3 a 9/3 – Inovação: novas ações. Na RTV Unicamp,da Universidade Estadual de Campinas (canal 10 da Net Campinas), às15h dos sábados, 21h dos domingos, às 15h das terças e às 24h dasquintas-feiras. Na TV Alerj, da Assembleia Legislativa do Estado do Riode Janeiro, às 20h dos domingos, com reprises às 20h30 das quintas,por satélite e pelos sistemas a cabo das seguintes cidades do estado:Angra dos Reis (14), Barra Mansa (96), Cabo Frio (96), Campos dosGoytacazes (15), Itaperuna (61), Macaé (15), Niterói (12), Nova Friburgo(97), Petrópolis (95), Resende (96), Rio de Janeiro (12), São Gonçalo(12), Teresópolis (39), Três Rios (96) e Volta Redonda (13). Na TV Ales,da Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo (canal 12 da Net),às 12h30 das quintas-feiras, com reprises durante a programação. NaTV Assembleia, da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (emCampo Grande pelo canal 9, em Dourados pelo canal 11, em Naviraí pelocanal 44, às 20h dos sábados, com reprises durante a programação. NaTV Assembleia do Piauí, às 12h dos sábados e às 20h dos domingos,pelo canal aberto (16) em UHF, em Teresina, e nas reprodutoras de 22municípios do Piauí e um do Maranhão. Na TV Câmara Angra dos Reis,da Câmara Municipal de Angra dos Reis (canal 14 da Net e internet), às19h das quartas-feiras, com reprises durante a programação. Na TVCâmara, da Câmara Municipal de Bagé (canal 16 da Net) durante aprogramação e no horário fixo das 20h das quintas-feiras. Na TV CâmaraCaxias do Sul, da Câmara Municipal de Caxias do Sul/RS(canal 16 daNet), às 12h dos sábados, com reprises às 12h dos domingos, 16h dassegundas, 16h das terças, 16h das quartas, 16h das quintas e 20h15 dassextas-feiras. Na TV Câmara de Lavras, transmitida pelo canal 15 daMastercabo, às 18h dos sábados e domingos. Na TV Câmara PousoAlegres, da Câmara Municipal de Pouso Alegre/MG, transmitida em sinalaberto de TV Digital (59) e pelo canal 21 da Mastercabo, sempre às 18h30das sextas, com reprises durante a programação. Na TV Câmara de SãoPaulo, da Câmara Municipal de São Paulo (canal 13 da NET, 66 e 07 daTVA), às 13h dos domingos e 15h das segundas, com reprises durantea programação. Na TVE Alfenas, afiliada da Rede Minas, em canal aberto(2) e no cabo (8) em Alfenas e por UHF aberto nas cidades de Areado(54) Campos Gerais (23) e Machado (31), sempre às quintas, a partirdas 17h. Na TV Feevale, da Universidade Feevale de Novo Hamburgo/RS (canal 15 da Net), às 9h das terças e quintas-feiras, com reprisesdurante a programação. Na TV Ufam, da Universidade Federal doAmazonas (canal 7 e 27 da Net), com estreia semanal às 16h dossábados e reprises durante a programação. Na TV UFG, da Universi-dade Federal de Goiás, transmitida em canal aberto (14), aos sábados,às 15h. Na TV UFPR, da Universidade Federal do Paraná, pelos canais15 da Net e 71 da TVA, às 17h dos sábados. Na TV Unifev, do CentroUniversitário de Votuporanga/SP, transmitida em canal aberto (55) UHFpara mais 25 municípios da região, nos fins de semana, com estreias aossábados, às 18h, e reprises às 12h dos domingos. Na TV Unifor, daUniversidade de Fortaleza, transmitida pelo canal 4 da Net, nos diasímpares dos meses ímpares e dias pares dos meses pares, sempre noshorários de 10h30, 15h30 e 22h30. Na TV Univap, da Universidade doVale do Paraíba, com duas exibições diárias em horários rotativos,sempre nos canais a cabo, 14 das cidades de São José dos Campos,Jacareí e Taubaté. UNOWEBTV, da Universidade Comunitária daRegião de Chapecó(SC), transmitida pelo canal 15 da Net local, comestreia às 21h dos sábados e reapresentações às terças e quintas-feirasàs 21h.Os programas também podem ser assistidos na página:<www.tomeciencia.com.br>.1ª Jornada de Direito Desportivo - De 5 a 9/3, em São Paulo.<www.desportolegal.com.br>Encontro de Divulgação de Ciência e Cultura - De 6 a 8/3, naUniversidade Estadual de Campinas. <http://edicc1.wordpress.com/>Simpósio Experiência Cultural e Patrimônio Universitário - De 7a 9/3, na Universidade de São Paulo. <http://www.usp.br/cpc>35º Simpósio Internacional Moacyr Álvaro (Simasp) - De 8 a 10/3,em São Paulo. <www.oftalmo.epm.br/simasp2012>2º Workshop Inovação para o Estabelecimento do Setor deEnergia Solar Fotovoltaica no Brasil - Dias 13 e 14/3, na Unicamp(SP). <www.nipeunicamp.org.br/inovafv>10ª Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace) - De 13 a15/3, em São Paulo. <www.febrace.org.br>4º Simpósio Nacional de Estudos Filológicos e Linguísticos – De2 a 4/4, no Rio de Janeiro. <www.filologia.org.br/iv_sinefil>8º Simpósio Brasileiro de Farmacognosia - De 18 a 22/4, em Ilhéus(BA). <www.sigaeventos.com.br/VIII_SBFGNOSIA>Congresso Brasileiro sobre Desastres Naturais - De 14 a 17/5, nocampus da Unesp de Rio Claro (SP). <www.wix.com/posgeo/evento-sobre-desastres-naturai>10º Congresso Internacional de Biologia Celular e 16º CongressoBrasileiro de Biologia Celular – De 25 a 28/7, no Rio de Janeiro.<www.sbbc.org.br/iccb>4º Encontro Internacional de História Colonial – De 3 a 6/9, naUniversidade Federal do Pará, em Belém. <www.ufpa.br/cma/eihc_belem>

OportunidadesInternational Summer Science Instituto Weizmann - Inscrições até26/3. <www.amigosdoweizmann.org.br/issi>

Mapa - A região Amazônica da Bolí-via e do Peru conta pela primeira vezcom um mapa da diversidade biológi-ca, que fornece informações detalha-das sobre as espécies e os ecossistemasúnicos que exigem proteção extrema.Utilizando imagens de satélite e infor-mações coletadas ao longo dos últimos100 anos por explorações científicas,especialistas identificaram a distribui-ção geográfica das espécies endêmicasdas encostas orientais. Os sistemas na-cionais de áreas protegidas incluemmenos de 10% dos 91 ecossistemas daregião e 20% de áreas insubstituíveisque abrigam um grande número deespécies endêmicas.

Vida - Encontrar vida na Terra podeparecer algo trivial, mas a técnicainovadora utilizada por uma equipeinternacional, por meio do Very LargeTelescope do ESO, pode levar a futu-ras descobertas de vida em outroslocais do Universo. O trabalho foiapresentado em um artigo científicopublicado na revista Nature. Os astrô-nomos analisaram a fraca luz cinéreaprocurando indicadores, tais comoalgumas combinações de gases exis-tentes na atmosfera terrestre que sãomarcadores de vida orgânica. Estemétodo estabelece a Terra como ummarco na futura procura de vida emplanetas para além do Sistema Solar.

Superpinguim - Pesquisadores ameri-canos conseguiram reconstruir pelaprimeira vez o esqueleto de umsuperpinguim que habitou a NovaZelândia durante o Oligoceno, cercade 25 milhões de anos atrás. A espécie,batizada de Kairuku (que na línguamaori significa algo como "o mergu-lhador que volta com comida"), mediacerca de 1,5 metro e coexistiu compelo menos outras quatro espécies depinguim na região. O fóssil do‘superpinguim’ foi encontrado em1977, mas ficou guardado durantemuito tempo. Somente em 2009 e em2011 os pesquisadores da Universida-de da Carolina do Norte (EUA) conse-guiram concluir o trabalho.

Mordida - Entre todos os animais quecaminharam alguma vez sobre a Ter-ra, o tiranossauro rex é o que possuíaa mordida mais potente, segundo umestudo publicado na revista BiologyLetters, da Royal Society de Londres.Uma simulação por computador de-terminou que o tiranosssauro rex po-dia exercer uma força com sua mandí-bula de entre 20 mil e 57 mil newtons,até quatro vezes maior que o animalvivo com a mordida mais potente, aáguia americana. O estudo sugere queele era capaz de caçar grandes animaispara alimentar-se e partir os ossos desuas presas com os dentes.

Morcegos - Cientistas trabalhando naGuatemala encontraram fragmentosdo vírus da gripe A (H1N1) em umaespécie de morcegos chamada Sturniralilium. A linhagem achada dentro des-ses animais na América Central é dife-rente de todas as outras que circulamna natureza. Este é o primeiro registrode pedaços do micro-organismo den-tro de mamíferos alados. A pesquisacontou com 316 morcegos de 21 espé-cies, capturados em oito locais no Sulda Guatemala, dentro de um períodode dois anos. Apenas três deles conti-nham o vírus, todos da espécie Sturniralilium, caracterizada por mamíferospequenos com ombros amarelados.

Ensino de Português nos Esta-dos Unidos: História, desenvol-vimento, perspectivas. Em umcontexto em que o Brasil ganhaespaço no cenário internacio-nal, José Marcelo Luna organi-za textos, tanto de brasileiros,como de americanos, com ex-periências no ensino e aprendi-zagem de língua portuguesa eminstituições norte-americanas,contribuindo, assim, para a for-mação de professores e para oaprimoramento de programas eproduções pedagógicas foca-dos para o ensino de línguapara estrangeiros. Trata-se deuma coletânea documentada,atual e totalmente inserida nocontexto de ensino e aprendi-zagem do português. <www.editorialpaco.com.br>

Japonesidades Multiplicadas:Novos estudos sobre a presen-ça japonesa no Brasil. Organi-zado por Igor José de RenóMachado, o livro mostra comocada geração, com uma abor-dagem arrojada, com ferramen-tas teóricas, método e evidên-cia, pode levar as pesquisas anovas direções. Além de fazeruma crítica aos Novos EstudosÉtnicos da América Latina, aobra coloca em primeiro planotrabalhos estimulantes e criati-vos sobre a etnicidade no Bra-sil. <www.editora.ufscar.br>

Família, Escola e Juventude:Olhares cruzados Brasil-Portu-gal. Organizada por JuarezDayrell, Maria Alice Nogueira,José Manuel Resende e MariaManuel Vieira, a obra analisa arealidade contemporânea rela-tiva ao papel da escola e dafamília na imposição da ordemcultural legítima, às novas con-figurações da relação família-escola, bem como às tendên-cias recentes da pesquisa so-bre os efeitos do estabeleci-mento de ensino na redução/manutenção das desigualda-des sociais de escolarização.<www. editoraufmg.com.br>

O Espelho da América - deThomas More a Jorge LuisBorges. Em seu terceiro títulopublicado, o professor da Uni-versidade Federal de São Pau-lo (Unifesp), Rafael Ruiz, ana-lisa a história de nosso conti-nente por meio da literatura. Notrabalho, a visão inovadorasobre o tema acaba por api-mentar uma acalorada discus-são em que o impasse, sob oponto de vista do historiador, édefinir se a obra trata de Litera-tura ou de História, afinal, entreoutras premissas, está estabe-lecido que História são as cer-tezas sobre o passado, são fa-tos concretos, certo? Nem tan-to. <www.editora.ufsc.br>

JORNAL da CIÊNCIAPUBLICAÇÃO DA SBPC • 2 DE MARÇO DE 2012 • ANO XXV Nº 708

Brasileiros participam deexposição de nanoarte em Israel

Imagens dessa área que mescla arte, ciência e tecnologiapodem valer até US$ 15 mil.

No lugar do pincel ou dacâmera, um microscópio. O ob-jeto, associado imediatamentea cientistas, vem sendo o princi-pal instrumento para um tipo demanifestação artística nascidaquase por acaso dentro dos la-boratórios. A nanoarte, discipli-na que mistura arte, ciência etecnologia, vem ganhando es-paço à medida que a nanociên-cia e a nanotecnologia evoluem.

E o Brasil já tem seus cientis-tas-artistas representantes naárea. Durante o mês de março,três imagens produzidas porpesquisadores do País serãoexibidas em uma exposição emIsrael. Os autores trabalham noCentro Multidisciplinar para De-senvolvimento de MateriaisCerâmicos da Fapesp (CMDMC)e no Instituto Nacional de Ciên-cia dos Materiais em Nanotec-nologia do CNPq-Fapesp. Asimagens já haviam participadoda Mostra Internacional On-lineNanoarte-2011, realizada emNova York e organizada pelocientista romeno Cris Orfescu,um dos expoentes na nanoarte.Foi o primeiro a publicar ima-gens desse tipo em revistas ci-entíficas, de acordo com o pes-quisador da Unesp e da UFSCarElson Longo, que é um dos repre-sentantes da disciplina no Brasil.

Cores e formas - Longo explicaque um dos elementos que dife-rencia essas imagens artísticas(invisíveis a olho nu, com dimen-sões um milhão de vezes meno-res que um milímetro) dasnanoimagens científicas tradi-cionais é a maneira como asprimeiras são coloridas pelospesquisadores. A partir da pig-mentação – usada originalmen-te para ressaltar aspectos e pro-priedades do objeto observado–, esses registros feitos por mi-croscópios de varredura de altaresolução ou de transmissão ga-nham vida e relembram objetos“visíveis” da natureza e do dia adia humano.

“Arte é isso: cada um expres-sa o que mais gosta, entende,vê”, compara o professor. Umdos exemplos é a imagem sele-cionada para exposição israe-lense titulada Tenis Bol SilverNanoparticles, de RicardoTranquilim: esferas coloridascom o amarelo típico das bolasde tênis. As outras que viajarãopara a mostra são SpiralsHematite, de Rorivaldo deCamargo, e Dreams by Van Gogh

e Status Quo, de Enio Longo.Os títulos criativos são outro

toque artístico dos pesquisado-res. Elson Longo lembra queimagens de fragmentos emnanoescala pintadas aparecemcada vez mais nas principaisrevistas científicas do mundo.Não é coincidência que paísesque têm tradição artística comoEspanha e França estejam entreos que produzem mais nanoarte,ao lado de Estados Unidos eRússia. Segundo Longo, ananoarte está sendo realizadaem cerca de 40 países.

Mercado valorizado – O pes-quisador conta que alguns exem-plares de nanoarte podem al-cançar preços de até 15 mil dó-lares, feito comparável a vendasde obras de artistas renomados.“O alto valor se dá devido ao altocusto do equipamento, que podevaler um milhão de dólares, e aofato de serem imagens originais,que em geral não podem serreproduzidas”, detalha Longo.Entre os principais comprado-res, não abundam cientistas ouinstitutos de pesquisas e sim“pessoas interessadas por obrasde arte”. Longo lembra que mui-tas vezes os cientistas contamcom um orçamento enxuto, quenão permite esse tipo de com-pra. Alguns dos mais belos exem-plares brasileiros desses regis-tros foram reunidos pelo CMDMCno site <www.cmdmc.com.br/nanoarte>.

O experimento deu tão certoque, inserido na pesquisa docentro, virou um projeto que en-volve exposições de fotos, ví-deos no YouTube e material di-dático para escolas do ensinofundamental e médio. Nessesregistros, polímeros, materiaiscomo cerâmica e metais, porexemplo, formam imagens quelembram um gramado, um jar-dim florido, edifícios de concretoe o que mais a imaginação doautor e do espectador permitir.(Clarissa Vasconcellos – JC)

Vida de Insetona Fiocruz

O Museu da Vida oferece umciclo de atividades sobre o mun-do dos insetos no campus daFiocruz, em Manguinhos, a partirde março. Em “Vida de Inseto” –que integra o projeto “Uma expo-sição sobre a Biodiversidade bra-sileira”, apoiado pelo CNPq –crianças e adolescentes serãoestimuladas a conhecer o papeldesses animais no meio ambien-te. A iniciativa tem como objetivofazer com que o público exploreespécies da fauna brasileira eentenda sua importância. Serãoabordados temas como caracte-rísticas, insetos e doenças, comose localizam e exploram o meio,como se alimentam, entre outros.“Em geral, a gente faz uma asso-ciação dos insetos a questõesruins, como causadores de nojo,medo ou doenças. Vida de Insetobusca uma outra abordagem,instigando o visitante a pensarsobre como o mundo é visto doponto de vista desses minúscu-los animais”, diz Luisa Massarani,chefe do Museu da Vida. “A inici-ativa se insere em uma perspec-tiva de destacar a grande biodi-versidade existente no campusonde está a Fiocruz, um oásis‘verde’ na poluída Avenida Bra-sil”, completa.

O ciclo “Vida de Inseto” – pro-movido no gramado do espaçoTenda da Ciência – começa nodia 3 de março e prossegue até31 de julho, sempre de terça asexta-feira, das 9h às 16h30(com agendamento). No sábado,o público confere das 10h às 16h(com visita livre). (Ascom da Fiocruz)

Genoma doboto-vermelho

Uma pesquisa realizada pe-los laboratórios de GenéticaAnimal (LGA) e de MamíferosAquáticos (LMA), ambos do Ins-tituto Nacional de Pesquisas daAmazônia (Inpa), conseguiuidentificar ocorrências de modi-ficações no genoma do boto-vermelho (Inia geoffrensis) notocante às sequências de DNA.Contudo, os pesquisadores ain-da não sabem se as alteraçõessão normais ou causadas porpoluição ambiental, uma dashipóteses levantadas. Os re-sultados da pesquisa fazem par-te da dissertação de mestrado“Citogenética clássica e mole-cular do boto-vermelho Iniageoffrensis”, elaborada porHeide Luz Bonifácio, sob a ori-entação da pesquisadora ElianaFeldberg. O trabalho foi concluí-do em 2011.

Os pesquisadores coletaramamostras de 27 indivíduos, sen-do 14 fêmeas e 13 machos dis-tribuídos na Reserva de Desen-volvimento Sustentável de Ma-mirauá (RDSM), no municípiode São Gabriel da Cachoeira(AM), Aruanã (GO), Rio Branco(AC) e nas proximidades deManaus. A pesquisadora expli-cou que o boto-vermelho é umaespécie do topo da cadeia ali-mentar e, por isso, pode acumu-lar componentes tóxicos em seuorganismo. Ela disse que estu-dos já indicaram a presença demercúrio e DDT (sigla de Dicloro-Difenil-Tricloroetano – um tipode pesticida) em amostras desangue e de tecido desta espé-cie. “É de suma importância en-tender como o genoma está or-ganizado. Posteriormente, po-deremos verificar como estescomponentes químicos estãoalterando ou não o genoma. Osdados também são importantespara a conservação da espé-cie”, alertou.

Entre as duas espécies degolfinhos de rio da Amazônia,segundo Bonifácio, o boto-ver-melho é a mais próxima aosancestrais dos cetáceos, queconstituem uma ordem de ani-mais marinhos, porém, perten-centes à classe dos mamíferos.Isto significa que entender comoo genoma está organizado pos-sibilita compreender a evolu-ção do animal, uma vez que asinformações genéticas são com-partilhadas com os ancestraisdeles. “Baseado em análisesmoleculares e morfológicas, oboto-vermelho é consideradouma espécie relíquia, ou seja,rara”, explicou. Conforme Boni-fácio, os resultados indicam queos cetáceos não apresentamuniformidade cariotípica (querepresenta o número total decromossomos de uma célulasomática do corpo). Estudos fu-turos devem revelar se as alte-rações são resultantes de mo-dificações do ambiente naturaldo golfinho. (Agência Fapeam)

Fórum Mundialdas Águas

Com uma delegação de apro-ximadamente 250 pessoas, de50 instituições ligadas à temáticada água, o Brasil vai à cidadefrancesa de Marselha, entre 12 e17 de março, para sua maiorparticipação numa edição doFórum Mundial da Água. Estamobilização é resultado de 18meses de preparativos. O Pavi-lhão Brasil terá 345m², auditóriode 50m² com capacidade parareunir até 70 pessoas, quatroestandes de 10m², Media Centere espaço dedicado à Rio+20. Oespaço é organizado pelas ins-tituições brasileiras que vão par-ticipar do Fórum, cujo objetivo éaumentar a importância da águana agenda política dos governos,aprofundar discussões, trocarexperiências para os atuais de-safios e formular propostas con-cretas de soluções. As institui-ções responsáveis pelo Pavilhãofarão 30 reuniões de trabalho,sessões técnicas e outras açõesrelacionadas ao Fórum para di-fundir e compartilhar experiên-cias com instituições de váriospaíses e identificar oportunida-des de parcerias. (Ascom da ANA)