jornal ciência viva

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Quem são os nossos cientistas? Como trabalham? O que inves- tigam? Que tipo de resultados obtêm? Integrado na Semana da Ciência e Tecnologia 2009, uma edição com 13 anos de existência, festeja-se hoje o Dia Nacional da Cultura Científica. A Ciência Viva - Agên- cia Nacional para a Cultura Cien- tífica e Tecnológica assinala a data com sete dias de exposições, visitas guiadas, cafés de ciência e activi- dades em laboratório para todas as idades. Qualquer uma das 325 actividades, que acontecem em todo o país, têm entrada livre. O Dia Nacional da Cultura Cientí- fica que homenageia o nascimento de Rómulo de Carvalho - professor e divulgador de ciência também conhecido pelo pseudónimo literário de António Gedeão - contará este ano com a visita ao Pavilhão de Co- nhecimento de Susan Hockfield, Presidente do MIT. Ainda neste dia, mas já no Porto, são evocados os 150 anos de publi- cação d’A Origem das Espécies, numa acção que mostrará como este cientista abordou a evolução das emoções humanas, através de um exercício de reconhecimento emocional de faces, a acontecer no Centro de Psicologia da Uni- versidade do Porto. Muitas outras actividades colocam a ciência na agenda de todos. Não deixe de marcar a Semana da Ciência e Tecnologia no seu calendário, veja o programa completo em www.cienciaviva.pt. São mais de 300 actividades num local perto de si. CIÊNCIA VIVA TERÇA-FEIRA, 24 DE NOVEMBRO 2009 EDIÇÃO ESPECIAL Hoje é dia de Cultura Científica DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Susan Hockfield está em Portugal para encontro com a comunidade científica e para conhecer os projectos de cooperação com o MIT. Hockfield centrou o seu trabalho de investigação no desenvolvimento do cérebro e é a 16.ª Presidente do MIT e a 1.ª especializada em Ciências da Vida. De 21 a 27 de Novembro, a ciência e a tecnologia são celebradas em mais de uma centena de instituições científicas, universi- dades, escolas, associações, museus e Centros Ciência Viva de todo o país Susan Hockfield em Lisboa Programa MIT-Portugal lança novos projectos: Rede internacional de investigação em sistemas de energia e mobilidade eléctrica Investigação com base em células estaminais e com especial aplicação ao tratamento do cancro Pág. 6 Pág. 6

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Desde 1997 que este dia 24 de Novembro está associado à divulgação da ciência em Portugal, ligando esta data à celebração do nascimento de Rómulo de Carvalho, professor, poeta e grande divulgador da Ciência.

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Quem são os nossos cientistas?Como trabalham? O que inves-tigam? Que tipo de resultadosobtêm?Integrado na Semana da Ciência eTecnologia 2009, uma edição com13 anos de existência, festeja-sehoje o Dia Nacional da CulturaCientífica. A Ciência Viva - Agên-cia Nacional para a Cultura Cien-tífica e Tecnológica assinala a datacom sete dias de exposições, visitasguiadas, cafés de ciência e activi-dades em laboratório para todas asidades. Qualquer uma das 325actividades, que acontecem emtodo o país, têm entrada livre.O Dia Nacional da Cultura Cientí-fica que homenageia o nascimentode Rómulo de Carvalho - professore divulgador de ciência tambémconhecido pelo pseudónimo literário

de António Gedeão - contará esteano com a visita ao Pavilhão de Co-nhecimento de Susan Hockfield,Presidente do MIT.Ainda neste dia, mas já no Porto,são evocados os 150 anos de publi-cação d’A Origem das Espécies,numa acção que mostrará comoeste cientista abordou a evoluçãodas emoções humanas, através deum exercício de reconhecimentoemocional de faces, a acontecerno Centro de Psicologia da Uni-versidade do Porto. Muitas outrasactividades colocam a ciência naagenda de todos. Não deixe demarcar a Semana da Ciência eTecnologia no seu calendário,veja o programa completo emwww.cienciaviva.pt. São mais de300 actividades num local pertode si.

CIÊNCIA VIVATERÇA-FEIRA, 24 DE NOVEMBRO 2009

EDIÇÃO ESPECIAL

Hoje édia de CulturaCientífica

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Susan Hockfield está em Portugal para encontro com a comunidade científica e para conhecer os projectos de cooperação com o MIT. Hockfield centrou o seu trabalho deinvestigação no desenvolvimento do cérebro e é a 16.ª Presidente do MIT e a 1.ª especializada em Ciências da Vida.

De 21 a 27 de Novembro, a ciência e a tecnologia são celebradasem mais de uma centena de instituições científicas, universi-dades, escolas, associações, museus e Centros Ciência Viva detodo o país

Susan Hockfield em Lisboa Programa MIT-Portugallança novos projectos:

Rede internacional de investigação em sistemas de energia e mobilidade eléctricaInvestigação com base em células estaminais e com especialaplicação ao tratamento do cancro

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TERÇA-FEIRA 24 DE NOVEMBRO DE 20094 Ciência Viva

Economia

Temos Ciência e empresas com I&DO site da Ciência Viva pode ser o ponto de partida para melhor conhecer empresas competitivas que se têm destacado pelo investimento em inovação

de sensibilização da opinião pública para os resultados e importância

dos seus protagonistas, com ponto de partida em www.cienciaviva.pt.

A Amorim Cork Composites (ACC) opera precisamente nesta área, em especial no desenvolvimento de aplicações inovadoras com a sua

Lazer, Construção, Energia e Aeronáutica.

fuselagem dos aviões.

com outros 11 parceiros europeus, nos quais se incluem outra empresa portuguesa, a Deimos Engenharia, e o Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação (INETI).

maior fábrica de calçado do mundo. Com sede em Taiwan, comprou à Companhia de Equipamentos Industriais (CEI) o quarto sistema de

London e Foreva, foi a primeira a adoptar a tecnologia, tendo obtido ganhos de produtividade superiores a 15 por cento e uma redução do tempo de produção para metade.

em fornecer sapatos tecnologicamente inovadores, à prova de bala e anti-chama, às forças militares e corporações de bombeiros europeias.

exportação.

A Agência Ciência Viva está apostada em constituir uma galeria

a sua diversidade e promovendo a compreensão da inovação das suas respostas.A Amorim Cork Composites, a Bial, a Biodevices, a CEI, a Edisoft, a

entre muitos outros.

Amorim Cork Composites

CEI

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TERÇA-FEIRA 24 DE NOVEMBRO DE 2009 5Ciência Viva

Economia

médico.

hospitais e clínicas, a Biodevices iniciou o desenvolvimento e comercialização de produtos. Na linha VitalJacket® foi produzida uma t-shirt para a monitorização do batimento do coração.

relação existente entre a Biodevices e o IEETA permite dar continuidade ao desenvolvimento dos produtos.

A Edisoft surgiu com uma aposta estratégica nos segmentos de navegação por satélite (georeferenciação) e observação da Terra, tendo

Foi a primeira empresa portuguesa a desenvolver trabalho para o Programa Galileo, a rede de satélites de georeferenciação europeia, que

Galileo.

Mas, mais do que isso, concebeu, implementou e mantém um sistema completo de recepção, tratamento e processamento de dados

mundial.

mostram mais importantes para a segurança dos países.

hidrocarbonetos no Atlântico Norte.

farmacologistas, bioquímicos, médicos e farmacêuticos dedicadas à procura de novos fármacos, particularmente em três campos de pesquisa: o sistema nervoso central, a cardiologia e a alergologia. Estas equipas centralizam as fases iniciais e estruturantes do processo de investigação, colaborando activamente em rede com dezenas de centros de investigação, empresas e instituições internacionais.

Humana autorizada a realizar ensaios clínicos de Fase I.Em Espanha, o grupo concentra a produção de vacinas e a investigação no campo da alergologia.

Pedro Nunes, em Coimbra. Pioneira na Península Ibérica no campo da criopreservação de células estaminais, obtidas a partir do sangue do cordão umbilical, inspirou-se numa prática com origem nos Estados Unidos.

-se numa aposta contínua na investigação, continuando a alargar o âmbito das aplicações terapêuticas das células estaminais do sangue do cordão umbilical.

de software que protegem os indivíduos, monitorizam a segurança dos equipamentos e garantem que processos críticos são conduzidos

americana.

no sector aeroespacial na Europa, tendo sido a primeira empresa portuguesa a merecer tal distinção.

entrar noutros mercados, ganhar clientes em muitos outros sectores, e expandir as suas instalações. Actualmente a empresa conta com

Reino Unido e no Brasil.

Critical

Crioestaminal

Bial

Biodevices

Edisoft

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Ciência VivaTERÇA-FEIRA 24 DE NOVEMBRO DE 20096

Os sistemas sustentáveis de energiae os processos de mobilidade eléc-trica, nomeadamente o desenvolvi-mento de veículos eléctricos e deredes inteligentes de energia,foram escolhidos como os novostemas da rede de investigação, a“e2 research net”, que o ProgramaMIT-Portugal desenvolverá em es-treita colaboração com o Pro-grama nacional para a mobilidadeeléctrica, MOBI-e.O ideal de tornar Portugal numcentro privilegiado para experimen-tar novas soluções energéticas e aformação avançada em sistemas deener gia e mobilidade eléctrica, emestreita cooperação internacional,orienta esta prioridade.O objectivo final é promover novosconhecimentos sobre sistemas deenergia emergentes, nomeada-mente as formas de integração damobilidade eléctrica, redes in-teligentes de energia e fontes re-nováveis de geração de energia,juntamente com a sua aplicaçãopara resolver as questões de sus-

tentabilidade local.A rede "e2 research net" estimulará aintegração da investigação realizadapor mais de 80 cientistas, envolvidosnos programas de formação avança-da que visam facilitar a pene-tração de formas renováveis deenergia. A rede é baseada numaplataforma internacional que, atravésdo Programa MIT-Portugal e da co-operação com a Iniciativa de Energiado MIT (MITEI), facilita o acesso anovos conhecimentos a investigadoresaltamente especializados, envolvidosem investigação de tecnologiasavançadas de energia e sistemas.Paralelamente, o MIT-Portugalrevelou que vai desenvolver novasterapias celulares com aplicação aotratamento do cancro. A presidente do MIT, SusanHockfield, visita na quinta-feira, dia26, às 11h, o Instituto Português deOncologia (IPO), uma das institui-ções hospitalares envolvidas na redede investigação e formação avançadaem células estaminais e engenhariade tecidos que o MIT-Portugal está a

desenvolver para aplicação no trata-mento do cancro. Vários pacientesdo IPO já beneficiaram dos avançosalcançados através da aplicação decélulas estaminais e engenharia detecidos, cujo trabalho vai estar emdestaque no workshop de quinta-feira, na presença da presidente doMIT, do Ministro da Ciência, Te-cnologia e Ensino Superior, JoséMariano Gago, e da Ministra daSaúde, Ana Jorge.Esta será a próxima prioridade darede de investigação e formaçãoavançada em células estaminais eengenharia de tecidos, envolvendohospitais e centros de investigaçãoem Portugal e no MIT.

Ainda hoje será também apresen-tada a decisão de incluir as cidadesde Lisboa e Porto no grupo das 7cidades mundiais MIT, reunidaspara estudar metodologias ino-vadoras na quantificação e estí-mulo do nível de sustentabilidaderelativa dos centros urbanos.Recorde-se que a afirmação doprograma MIT-Portugal tem es-tado centrada em três grandesáreas temáticas, nomeadamente ossistemas sustentáveis de energia etransportes, o desenvolvimento denovos produtos, particularmenteos que estão associados a formasde motorização eléctrica, e asnovas terapias médicas.

Prioridade à investigaçãoem mobilidade eléctrica O programa MIT apresenta hoje novas linhas estratégicas para Portugal onde se encontram as terapias celulares e as redesinteligentes de energia

Internacional

O objectivo é tornar Portugal num cen-tro privilegiado de experiência denovas soluções energéticas e de for-mação avançada em sistemas de ener-gia e mobilidade eléctrica

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Ciência VivaTERÇA-FEIRA 24 DE NOVEMBRO DE 20098

A segunda edição do ProgramaREDE DE RESIDÊNCIAS: EX-PERIMENTAÇÃO ARTE | CIÊN-CIA E TECNOLOGIA, que traduzo actual interface entre Ciência eArte, irá apoiar de novo a investi-gação interdisciplinar. O programafoi criado pela Direcção-Geral dasArtes (DGArtes) do Ministério daCultura, em parceria com a Ciên-cia Viva – Agência Nacional para aCultura Científica e Tecnológica e,como novidade desta edição, surgea inclusão de laboratórios de nano-tecnologia, no grupo de institui-ções de acolhimento.Através da Rede de Residênciasserão realizados projectos artísti-cos de carácter experimental etransdisciplinar - nas áreas de Ar-quitectura, Artes Digitais, ArtesPlásticas, Cruzamentos Discipli-

nares, Dança, Design, Fotografia,Música e Teatro – desenvolvidasem instalações da instituição cien-tífica de acolhimento.A duração da Residência é op-cional, entre os prazos fixados de4 a 10 meses.Para esta edição do Programa,candidataram-se 53 projectos,de todas as áreas artísticas e oprocesso de avaliação com-preendeu representantes da

DGArtes, da Ciência Viva edas instituições científicas deacolhimento. O plano de trabalhos seguidopelo artista é objecto de avalia-ção e discussão com o comis-sário do programa, designadopara o efeito pela DGArtes epela Ciência Viva, com funçõesde acompanhamento e apoioaos artistas e monitorização daexecução de residência.

Segunda ediçãode ExperimentaçãoArte e Ciência vaiiniciar-se em DezembroO programa Rede de Residências recebeu 53novas candidaturas

Cultura

“What we are & who we are”, Sónia Moreira, IPATIMUP-Porto

LABORATÓRIOS ADERENTES:

• Instituto de Engenharia de Sis-temas e Computadores do Porto(INESC - Porto)

• Instituto de Sistemas eRobótica – Lisboa (ISR-Lisboa)

• Instituto de TecnologiaQuímica e Biológica (ITQB)

• Universidade de Coimbra -Centro de Neurociências e Biolo-gia Celular - CNC, Coimbra

• Universidade do Minho - Dept.de Eng. de Polímeros - 3B's (Bio-materiais, Biodegradáveis e Bio-mimétricos), Braga

• CENIMAT - Centro de Investi-gação de Materiais - Universi-dade Nova de Lisboa -Faculdade de Ciência e Tec-nologia, Costa da Caparica

• Faculdade de Ciências e Tec-nologia (FCT), UNL, Campus daCaparica

• Instituto de Medicina Molecular- IMM, Faculdade de Medicinade Lisboa, Lisboa

• Centro de estudos em Ino-vação, Tecnologia e políticas deDesenvolvimento - IN+, Lisboa

• Física de Semicondutores emcamadas, Optoelectrónica e Sis-temas Desordenados - FS-COSD, Aveiro

Laboratórios aderentes vão acolherartistas das áreas de arquitectura, artesdigitais, artes plásticas, cruzamentosdisciplinares, dança, design, fotografia,música e teatro

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Ciência VivaTERÇA-FEIRA 24 DE NOVEMBRO DE 200910

Imagine-se a visitar uma das suascidades preferidas seguindo um guiãoimprovável, sem nunca perder a Ciên-cia de vista. Entre o trabalho dos ci-entistas e o visitante existe sempre umcampo partilhável, que facilmentepode passar despercebido.Esta mesma razão levou a Ciência Vivaa iniciar, em 2007, o apoio à edição deguias turísticos que desvendam rotas deinteresse científico e são instrumentosindispensáveis para descobrir lugarespelo ângulo da Ciência.O primeiro destes guias a conhecer a luzdo dia foi uma edição de âmbito na-cional, intitulada Turismo Científico emPortugal. O livro também editado eminglês, está organizado de forma concisae lógica, de forma a facilitar a consulta.

Dividido em regiões (Lisboa e Vale doTejo, Norte, Centro, Alentejo, Algarve,Açores e Madeira), destaca os melhoresequipamentos culturais e científicos decada região. Mas vai ainda mais além:Áreas Verdes (jardins botânicos, reser-vas naturais e áreas protegidas), Monu-mentos Naturais (Geologia e afins),Evidências da História (grande partedelas da antiguidade) e PatrimónioCientífico (construções e engenhos),estão entre os capítulos, claramente or-denados.Seguiu-se “Em Lisboa, à descobertada Ciência e Tecnologia”, editado emparceria com a Câmara Municipal deLisboa. O primeiro folheto dacolecção, intitulado “Vagueandopelas ruas” sugere um percurso lis-

boeta abordado por múltiplas Ciên-cias. Como a Matemática da Calçadade Lisboa, observada na saída doMetro dos Restauradores, aHidráulica dos Chafarizes de Lisboa,a Botânica dos Jacarandás do ParqueEduardo VII ou mesmo a famosa luzde Lisboa vista pela Metereologia,desvendando o efeito de reflexão docasario em anfiteatro, do Tejo e dovento Norte. A este guia despreten-sioso irá seguir-se, proximamente e namesma colecção, “Locais do Conhe-cimento”, “Sabores da Cidade” e“Pedras e Colinas”, todos eles comversões em português, espanhol e in-glês. Encontra estes novos guias deLisboa nos Postos de Turismo e Cen-tros Ciência Viva.

Viajar guiado pela ciênciaA edição de guias de turismo científico traduz uma tendência mundial que leva osvisitantes a descobrir os lugares por um novo ângulo

Turismo científico

Um pequeno livro de âmbitonacional está organizado porregiões e destaca igualmentea História e o património comoa natureza

A este primeiro exemplar, editado emparceria com a Câmara Municipal deLisboa, vão seguir-se outras edições

temáticas

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Ciência VivaTERÇA-FEIRA 24 DE NOVEMBRO DE 200912

A gastronomia molecular é umramo da ciência dos alimentos hámais de 20 anos, especialista nosfenómenos físicos e químicos queocorrem na cozinha.Gelatina quente, sopa de peixe embolinhas crocantes ou gelado quesolta fumo são algumas das cria-ções culinárias que resultam daunião entre cientistas e chefes decozinha, um fenómeno global ehoje trendy.

Tudo aconteceu quando os co-nhecimentos produzidos por estaciência começaram a ser utilizadospor alguns chefs, dando origem aum novo tipo de culinária sur-

preendente que tem cada vez maisadeptos na Europa. A ciênciacorre ao encontro dos bons garfose ajuda a encontrar as respostaspara questões do dia-a-dia comoqual a temperatura a que a carnedeve ser exposta para ficar macia esuculenta, como conseguir umsoufflé bem apurado ou umasvolumosas claras em castelo. Cozinhar os alimentos implica umaalteração ao nível da estrutura mo-lecular, mudando a cor, sabor e tex-tura dos alimentos.Não é de estranhar que algunsequipamentos usados nos labo-ratórios de investigação, comoagitadores magnéticos, medidoresde PH e aparelhos que permitemfazer um banho-maria exacta-mente à temperatura que se quer,tenham transitado para cozinha.Além disso, a par dos ingredientestradicionais, os novos chefscomeçam a usar aditivos alimenta-res, inofensivos para a saúde, comoos alginatos, o agar-agar ou oazoto líquido. Em Portugal são jávários os restaurantes que apresen-

tam uma cozinha que junta siner-gias culinárias e científicas. Doslaboratórios para os restaurantes, edos restaurantes para a universi-

dade: este é o caminho traçadopelos novos chefs, ávidos de co-nhecer os segredos da gastronomiamolecular.

Já ninguém duvida que cozinhar é fazer química e que umbom Chef é sempre um cientista

Gastronomia

Vibrante cozinhamolecular

> Trata-se duma cozedura com refluxo. Por outras palavras, dumacoze dura em que os vapores se vão condensando na parte mais fria dotacho (a tampa), voltando a juntar-se ao meio aquoso. Isto significaque quase não há perda dos compostos aromáticos do preparado. > Quando a temperatura ambiente estiver um pouco alta, o melhor émesmo colocar um pano encharcado em água fria (ou com gelo) sobrea tampa, de modo a facilitar a condensação. Daí ser um prato tãosaboroso e aromático.> Prefira uma fervura suave para que a condensação vá ocorrendolentamente e sem problemas.> A zona mais quente do tacho é o fundo. Deve então ser aí então quese colocam os produtos de mais difícil cozedura, ou seja, as batatas,cujo amido tem que ser gelatinizado. Mas, para que não se agarrem aofundo, convém cobri-lo com alguma gordura (o azeite é o ideal). Etendo ameijôas ou berbigões, pode pôr alguns no fundo, uma vez queas conchas também impedem sobreaquecimento das batatas. > Aconselham-se peixes que aguentem razoavelmente bem o calor,sem que as suas fibras musculares se desagreguem. Ou seja, peixes habitua-dos a grandes “passeatas” e, portanto, com músculo mais consistente e es-curo: o safio, o tamboril, o cação, o ruivo, a raia, as enguias, etc.> Por último, o tomate, o pimento, a cebola e as ervas aromáticas vãopotenciar todo o sabor e aroma deste prato tradicional.

Truques da Caldeirada de Peixe

Não é de estranhar que al-guns equipamentos usa-dos nos laboratórios deinvestigação, como agita-dores magnéticos ou me-didores de PH tenhamtransitado para a cozinhados chefs

Uma criação do chef Luís Baena, um apaixonado pela gastronomia mo-lecular que revelou aos portugueses a salada mista em forma de caviar, a

espuma de caldo verde e o gelado de azoto líquido

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Ciência VivaTERÇA-FEIRA 24 DE NOVEMBRO DE 200914

Sabe porque é que no futebol osjogadores suplentes se agasalhamcom fatos-de-treino térmicos ecorrem para cima e para baixo aolongo da linha de campo, en-quanto esperam para entrar nojogo? Não, não é um ritual, éapenas porque percebem a im-portância do aquecimento. Aque-cer significa, em rigor, aumentara temperatura do corpo para pro-teger os músculos e articulaçõesde acidentes, e melhorar o seu de-sempenho. Além de pôr o cére-bro de sobreaviso, também obrigao coração a trabalhar, o que ace-lera o fornecimento de sangueaos músculos.Cinco minutos de exercicio rí-tmico moderado, trabalhando

todas as articulaçõees e os princi-pais grupos de músculos, serãosuficientes.As boas técnicas de aquecimentoincluem rotações do pescoço, dosjoelhos, dos tornozelos e dos pul-sos, bem como saltos, flexões eextensões das pernas.O jogging é um dos melhoresprocessos de fazer aquecimento,mas é importante não pararantes de começar a suar. Depois,devem fazer-se movimentoslentos e suaves que simulem aactividade que se vai seguir. Porisso, abdominais e flexões nochão são os exercícios de aqueci-mento mais recomendados paraquem vai fazer uma corrida dedistância.

Jogging paraaquecer osmúsculos

Curiosidades

Mensagens sobre os perigos do mi-croondas, avisos sobre alimentos,e-mails com métodos estatísticospara ganhar a lotaria, páginas de In-ternet com factos “cientificamenteprovados” sobre o nosso cérebro...Os boatos, rumores e falsidades cor-rem o mundo à velocidade da luz emuitas vezes a ciência é utilizada deforma abusiva para lhes dar credibili-dade. Mas é precisamente a ela quedevemos recorrer, de forma correcta,para apurar a verdade.Todos os meses, o Pavilhão do Co-nhecimento vai desmistificar algu-mas das mentiras, tretas e lérias quenormalmente circulam por e-mail,SMS ou em conversas de amigos. Setiver dúvidas sobre algum mito ur-bano, pode fazê-la chegar à Ciência

Viva, preenchendo um formulárioonline. Todos os meses existemnovas respostas dadas por investi-gadores da área, analisando onlinealguns destes mitos urbanos.Para já, pode tirar as dúvidas sobrealguns mitos como “O Homemestá a criar um buraco negro quevai destruir a Terra”; “Se saiumuitas vezes o número 3 nalotaria, há menos probabilidadedele sair no próximo sorteio” e atémesmo sobre “Só usamos 10% donosso cérebro”. Ou mesmo “Se li-garmos para um telemóvelfechado num microondas e eletocar, o microondas tem umafuga” ou “Os alimentos comquímicos fazem mal à saúde”. Vejaem www.pavconhecimento.pt.

Cientistas versusboatos, rumorese falsidades

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Ciência VivaTERÇA-FEIRA 24 DE NOVEMBRO DE 200916

Muitas vezes pensamos que a ciência existe só nos labo-ratórios, mas ela está em todo o lado. Na escola, na rua,no jardim ou em casa, com materiais comuns comocanecas, colheres, água, flores e outros, podes investigare tentar responder à tua curiosidade. O teu laboratório éonde quiseres. Com este caderno de experiências propo-mos-te um desafio: o de fazer perguntas e tentar encon-trar a resposta através de experiências.Antes de começares, só mais uma coisa: a ciência nãoé uma actividade solitária; antes pelo contrário, a ciên-cia é um trabalho que se faz em grupo. Vais ver que asactividades que te propomos são muito mais fáceis edivertidas se convidares os teus amigos ou familiarespara as fazerem contigo.

Deixa crescer o cientista que há em ti!

Estes são os desafios que te propomos:* Porque crescem os bolos?* Por onde viaja o som?* Quantas cores tem uma cor?* Para que servem os detergentes?* Será que os nossos olhos se enganam?* Como chega a água às pétalas de uma flor?

O Caderno de Experiências “A casa é um Labo-ratório” pode ser descarregado de www.pavconheci-mento.pt, para o ver, imprimir e fazer as experiências.Boa experiência!

O laboratório onde vivesO caderno “A Casa é um Laboratório” está disponívelcom muitas actividades para os mais novos

Ciência em miúdos

Este kit propõe actividades de observação e experimentação dirigidas aalunos a partir dos 8 anos. Dele fazem parte dois cadernos intitulados“Onde estás?” e “Latitude e Longitude”, e ainda cópias de instrumentospara recortar e colar (quadrante, nocturlábio, relógio de sol, globo ter-restre e transferidor), uma bússola e peças necessárias à construção dosinstrumentos. No site www.cienciaviva.pt é possível encontrar e fazerdownload dos cadernos e instrumentos, e aceder a vídeos explicativosde construção e manuseamento dos instrumentos.Em ambos os cadernos são propostas experiências a realizar por alunos dediferentes níveis etários. Muitas das experiências propostas respondem aquestões que preocupam os alunos e criam novas interrogações, levando-osa desenvolver o gosto pela experimentação, pela pesquisa e pelo saber.O kit Latitude e Longitude aborda temas como os antigos métodos de orien-tação e navegação até às novas tecnologias relacionadas com o GSP (Sistemade Posicionamento Global).

Procura a Latitudee Longitude

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Ciência Viva 17TERÇA-FEIRA 24 DE NOVEMBRO DE 2009

Ciência em miúdos

As férias de Natal não fazem parar oconhecimento. Como já vem sendohabitual o Pavilhão do Conheci-mento - Ciência Viva proporcionaumas férias com muita ciência, a cri-anças dos 6 aos 12 anos. No ATL de Natal as crianças vãoconstruir e lançar um Egglander, ouseja, um sistema que permite aterrar

uma sonda (ovo) na Terra sem sedanificar. Mais, haverá também jogos deprimeiros socorros, puzzles e pistaspara solucionar o enigma daprenda do Pai Natal ao Tio Eins -tein. E por falar em Pai Natal: osparticipantes vão ajudá-lo a dis-tribuir presentes por alguns ambi-

entes extremos do planeta.As crianças vão conhecer ainda asorigens do calendário e aprender deque é feito o plástico e porque razãoa sua reciclagem é tão importante. O ATL funcionará a 21, 22, 23, 28,29 e 30 de Dezembro, das 09h00 às18h00 (as crianças serão recebidas apartir das 08h30).

Através de uma iniciativa conjunta do Plano Nacional de Leitura,da Fundação Calouste Gulbenkian e da Ciência Viva foi lançadoo Ler+Ciência, concurso que pretende estimular a leitura de obrascientíficas, incluindo a ficção científica, entre as crianças e os jovens. Cada concorrente irá submeter a apresentação de um livro deciência, de divulgação ou de ficção científica, procurando sus-citar interesse de outras pessoas para a obra, por escrito oupor vídeo.

Como será viver no limite? Calor intenso, frio gélido, falta de água, es-cassez de oxigénio, escuridão permanente: estes são desafios extremosà existência de vida. No entanto, mesmo nos locais mais inóspitos doplaneta encontramos seres vivos perfeitamente adaptados, venha conhe-cer e despertar para os seus segredos.Venha descobrir como na exposição EXTREMOS Viver no Limite,de terça a domingo, no Pavilhão do Conhecimento - Ciência Viva.

Sabes como fazer aterraruma sonda na Terra?

Diverte-te a construir um Egglander, uma actividade em que podes participarno mês de Dezembro, no ATL do Pavilhão do Conhecimento - Ciência Viva

Fala-me do livro Nova exposição no Pavilhão doConhecimento - Ciência Viva

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Ciência Viva 19TERÇA-FEIRA 24 DE NOVEMBRO DE 2009

Blogoesfera

A imagem associada ao “cien-tista” que aparece muitas vezesem filmes, banda desenhada ecartoons, é sobejamente con-hecida: são figuras do sexo mas-culino, vivem em laboratórios,usam bata branca, têm óculos ebigode e andam sempre despen-teados. Mas será que é mesmoassim? Afinal, como é a vida deum cientista ? No “Blogue do Cientista”, umprojecto piloto da Ciência Viva,pode seguir o dia-a-dia de cien-tistas reais, como o de TiagoOuteiro, investigador do Insti-tuto de Medicina Molecular, ouPatrícia Moita, géologa da Uni-versidade de Évora.Alunos dos ensinos secundário e téc-nico profissional têm aqui oportu-nidade de colocar questões ainvestigadores que se disponibi-lizaram a revelar como é o dia-a-diade um cientista. O universo dos investigadoresportugueses conheceu umaenorme mudança nos últimosanos. Segundo os dados pro-visórios do Inquérito ao Poten-cial Científico e TecnológicoNacional (IPCTN), referentes a2008, publicados pelo Gabinetede Planeamento e Estatística,GPEARI, do MCTES) onúmero de investigadores napopulação activa atingiu pelaprimeira vez 7,2% em 2008, umvalor acima da média europeiade 5,8 em cada mil activos.Outro dado é o de 44% destes in-vestigadores são mulheres, umamudança no anterior perfil.O mesmo estudo revela aindaque foram realizados cerca de4,5 novos doutoramentos nasáreas de ciência e engenharia emcada dez mil habitantes entre os25-34 anos, tendo-se atingindo amédia europeia neste indicador.

Vida de cientistaPatrícia Moita e Tiago Outeiro estão entre os cientistasque derrubam alguns mitos no Blogue do Cientista

EDIÇÃO ESPECIAL:

www.cienciaviva.pt

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