jornal da adufc - edição especial

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ADUFC-Sindicato realiza plebiscito nos dias 9 e 10 de outubro C EDITORIAL Diga SIM, outra vez! onforme decisão da Assembleia Geral do , dia 16 de agosto deste ano, a ADUFC vai realizar um outro plebiscito sobre a manu- tenção da filiação da ADUFC ao PROIFES. Marcado no auge da greve recém encerrada, essa consulta pareceu a muitos uma “vingança” contra o PROIFES que assinou, precipitadamente, o Termo de Acordo com o Governo Federal para os próxi- mos anos. Não parece razoável um plebiscito a cada dois anos sobre tema de tamanha enver - gadura. A despeito disso, é o plebiscito uma oportunidade para revisitarmos nossos princí- pios, atualizarmos nossas lutas e discutirmos com um grande número de professores recém - ingressos que sindicato quere - mos. Mais uma vez chegamos aos colegas para reafirmar o que pensamos e desejamos. Não temos medo da democracia! Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Estado do Ceará - 26 de setembro de 2012 F oram quase cinco anos d de debates. Finalmente, , em novembro de 2009, a Assembleia Geral da ADUFC deliberou pela realização de uma consulta plebiscitária para decidir se deveria se desligar da ANDES e se filiar ao PROIFES. O plebiscito foi realizado em abril de 2010. Cerca de 70% dos docentes aprovaram a proposta, dando início a um novo momento na vida sindical dos professores da UFC. Transformada, em junho do mesmo ano, em Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Ceará, a ADUFC deu o passo definitivo para garantir sua autonomia política, financeira e patrimonial, deixando de ser apenas uma seção da ANDES. Contra muitas vozes que, nos anos 1990, pregaram a privatização das universidades e o pagamento de mensalidades por parte dos alunos, a ADUFC aprofundou a luta em defesa dos professores e das Instituições Federais de Ensino. Aliada ao PROIFES contribuiu com as recentes e maiores conquistas dos docentes, como a valorização salarial, a recuperação da paridade entre ativos e aposentados, a extinção das gratificações, o fim da GED e a equivalência entre as carreiras do Ensino Superior e do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico. A criação da Classe de Professor Associado (proposta do PROIFES) valorizou enormemente a carreira dos docentes e estancou o processo de aposentadoria de muitos professores adjuntos que estavam, há muitos anos, no último nível da classe e não tinham mais como progredir. Posteriormente, juntamente com o PROIFES, a ADUFC defendeu, de forma crítica e responsável, a implantação do REUNI e a criação do Banco de Professor-Equivalente, políticas que permitiram a recuperação e a expansão (mesmo parciais) da universidade e a contratação de cerca de 800 professores nos últimos cinco anos, só pela UFC. Com o acordo de 2008 (assinado apenas pelo PROIFES), atingimos o maior salário real desde meados da década de 1990. Há muito por fazer e conquistar – especialmente a reestruturação da carreira e a consolidação do processo de negociação coletiva dos servidores. Não é uma aventura. Com o PROIFES chegaremos lá. DIGA SIM, OUTRA VEZ! Edição Especial

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Jornal da ADUFC - Edição Especial

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Page 1: Jornal da ADUFC - Edição Especial

ADUFC-Sindicato realiza plebiscito nos dias 9 e 10 de outubro

C

EDITORIAL

Diga SIM, outra vez!

,

,

onforme decisão da Assembleia Geral do , dia 16 de agosto deste ano, a ADUFC vai realizar um outro plebiscito sobre a manu-tenção da filiação da ADUFC ao PROIFES. Marcado no auge da greve recém encerrada, essa consulta pareceu a muitos uma “vingança” contra o PROIFES

que assinou, precipitadamente,o Termo de Acordo com o Governo Federal para os próxi-mos anos. Não parece razoável um plebiscito a cada dois anos sobre tema de tamanha enver-

gadura. A despeito disso, é o plebiscito uma oportunidadepara revisitarmos nossos princí-

pios, atualizarmos nossas lutas e discutirmos com um grande número de professores recém

-ingressos que sindicato quere-

mos. Mais uma vez chegamos aos colegas para reafirmar o que pensamos e desejamos. Não temos medo da democracia!

Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Estado do Ceará - 26 de setembro de 2012

F oram quase cinco anos , d de debates. Finalmente, , em novembro de 2009, a Assembleia Geral da ADUFC deliberou pela realização de uma consulta plebiscitária para decidir se deveria se desligar da ANDES e se filiar ao PROIFES. O plebiscito foi realizado em abril de 2010. Cerca de 70% dos docentes aprovaram a proposta, dando início a um novo momento na vida sindical dos professores da UFC. Transformada, em junho do mesmo ano, em Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Ceará, a ADUFC deu o passo definitivo para garantir sua autonomia política, financeira e patrimonial, deixando de ser apenas uma seção da ANDES. Contra muitas vozes que, nos anos 1990, pregaram a privatização das universidades

e o pagamento de mensalidades por parte dos alunos, a ADUFC aprofundou a luta em defesa dos professores e das Instituições Federais de Ensino. Aliada ao PROIFES contribuiu com as recentes e maiores conquistas dos docentes, como a valorização salarial, a recuperação da paridade entre ativos e aposentados, a extinção das gratificações, o fim da GED e a equivalência entre as carreiras do Ensino Superior e do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico. A criação da Classe de Professor Associado (proposta do PROIFES) valorizou enormemente a carreira dos docentes e estancou o processo de aposentadoria de muitos professores adjuntos que estavam, há muitos anos, no último nível da classe e não tinham mais como progredir.

Posteriormente, juntamente com o PROIFES, a ADUFC defendeu, de forma crítica e responsável, a implantação do REUNI e a criação do Banco de Professor-Equivalente, políticas que permitiram a recuperação e a expansão (mesmo parciais) da universidade e a contratação de cerca de 800 professores nos últimos cinco anos, só pela UFC. Com o acordo de 2008 (assinado apenas pelo PROIFES), atingimos o maior salário real desde meados da década de 1990. Há muito por fazer e conquistar – especialmente a reestruturação da carreira e a consolidação do processo de negociação coletiva dos servidores. Não é uma aventura. Com o PROIFES chegaremos lá.DIGA SIM, OUTRA VEZ!

Edição Especial

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PROIFES – UMA FEDERAÇÃO DOS DOCENTES DAS IFES

ANDES-SN PERDE AÇÃO CONTRA ADUFC-SINDICATO DUAS VEZES

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2Jornal daADUFC

plebiscito de 2010, , culminando um , processo de quase cinco anos de debates, foi a forma mais democrática que a ADUFC encontrou para ouvir todos os sócios a respeito do conflito de representatividade entre ANDES (que abriga professores das instituições de ensino superior públicas e privadas) e o PROIFES – uma federação de sindicatos de docentes das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES). Indicando o voto SIM, os professores concluiram que era hora de sair do centralismo, do imobilismo e do autoritarismo da ANDES, para, em comunhão com as maiores universidades do país,

buscar uma nova forma de organização sindical. Quando concentramos nossa atenção nas IFES, as lutas se tornaram mais claras e as conquistas, apesar de todos os reveses, se avolumaram, conforme atesta este jornal. Importa acrescentar, do ponto de vista político que, ao filiar-se ao PROIFES a ADUFC-Sindicato garantiu sua autonomia política, financeira e patrimonial. Não é mais uma seção, mas um SINDICATO, de abrangência estadual, que representa, conforme a lei, todos os docentes das universidades federais do Ceará. Por decisão da maioria, filiou-se a uma Federação

(PROIFES), que se constituiem associação de entidades locais, a ela vinculadas politicamente, com a finalidade de congregar esforços, unificar reivindicações e defender, coletivamente, políticas de interesse da categoria. Não há vínculo hierárquico, mas apenas político, entre as entidades. Por outro lado, saindo do PROIFES a ADUFC passará a ser um sindicato isolado, sem acesso às Mesas Nacionais de Negociação. No momento, por exemplo, estamos sem assento nos Grupos de Trabalho, já instituídos, que discutirão questões fundamentais para o nosso futuro.

Justiça do Trabalho indefere liminar da ANDES contra o registro sindical da ADUFC-Sindicato

A 10ª Vara do Trabalho do Distrito Federal publicou, em julho passado, sentença favorável à manutenção do Registro Sindical da ADUFC. A ANDES havia impetrado mandado de segurança contra o ato do Chefe de Gabinete do Ministro do Trabalho e Emprego, Alex Sandro Gonçalves Pereira, que concedeu o registro à ADUFC. Em seu parecer, a Juíza do Trabalho Substituta, Mônica Ramos Emery, afirmou que a concessão de registro a um dado sindicato não garante sua representatividade eternamente, uma vez que é reconhecida, doutrinária e jurisprudencialmente, a possibilidade de criação de sindicatos por desmembramento ou dissociação. A ação ainda deve ser submetida ao Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região, mas a expectativa é de que o julgamento seja mantido.

Justiça do Trabalho rejeita, pela segunda vez, ação do ANDES contra a ADUFC-Sindicato

A Justiça do Trabalho publicou no Diário da Justiça de 20/08/12 sentença negando provimento aos embargos declaratórios da ANDES, que alegavam que a decisão da Juíza do Trabalho Substituta Mônica Ramos Emery, favorável à manutenção do Registro Sindical da ADUFC, não havia analisado peculiaridades do caso.Nesse mesmo despacho, a juíza afirmou que os argumentos do embargante revelam inconformismo com a decisão proferida anteriormente e que os embargos não se prestam a rediscutir a matéria.Por fim, a juíza arremata dizendo que caso o embargante ANDES queira reformar a decisão, deve utilizar-se do meio processual adequado para tal.

Page 3: Jornal da ADUFC - Edição Especial

Termo de Acordo - ativos terão maior salário real em 20 anos

EVOLUÇÃO SALARIAL DOS PROFESSORES

3Jornal daADUFC

O Termo de Acordo assinado pelo PROIFES em 3 de agosto de 2012 dá continuidade à elevação progressiva e significativa do salário real do professor da ativa que, sendo adjunto 4, doutor, ficou – às vezes por muitos anos – represado nessa classe e nível por inexistência de possibilidade de progressão na carreira. Com a criação da nova classe de associado em 2006 – uma conquista do PROIFES – esse docente pôde alcançar, sucessivamente, o posto de associado 1 (maio/06), associado 2 (maio/08), associado 3 (maio/10) e, finalmente, associado 4 (maio/12). Esse mesmo docente – e, claro, todos os demais – tem ainda, pelo Acordo firmado, a possibilidade de chegar à

classe de titular sem ter que fazer concurso público, o que poderá lhe proporcionar ainda maiores ganhos. É importante registrar que a trajetória dos salários reais de todos os docentes, ativos e aposentados, das diversas classes e níveis, foi também fortemente ascendente – no mesmo período. Os professores do Magistério Superior (MS) terão até 2015, como consequência da assinatura desse Termo de Acordo pelo PROIFES, o poder aquisitivo de suas remunerações elevado aos maiores patamares dos últimos 20 anos. Para os professores do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT) as vantagens são maiores ainda, porque, até 2008, seus

vencimentos eram em média 22% inferiores aos do MS, situação essa superada pelo PROIFES quando da assinatura do Termo de Acordo de 20 de março de 2008. Desde o início de 2006, quando entrou em vigor o aumento resultante da primeira negociação do PROIFES e até março de 2015, passando pelos quatro acordos assinados pela entidade (2007, 2008, 2011 e 2012), há recuperação contínua e pronunciada das remunerações. O poder aquisitivo real do salário do docente aqui referido será, em março de 2015, 40% superior ao que era em janeiro de 1995 e 78% maior do que em janeiro de 2006.

PROIFES-Federação

O gráfico abaixo apresenta um exemplo da evolução salarial do professor, abrangendo o período janeiro/2005 a março/2015, sob a hipótese de que a inflação será de 5% ao ano. Fica absolutamente claro o incremento salarial

desde 2005, quando PROIFES passou a ser um efetivo negociador dos docentes. Note-se que outro momento importante na recuperação salarial ocorreu em 1998, quando da criação da GED.

Salários reais: Adjunto 4, DE, doutor, da ativa, com progressão para Associado 1 (mai/06), Associado 2 (mai/08), Associado 3 (mai/10) e Associado 4 (mai/12).

Período: jan/95 a mar/15. Hipótese - in�ação projetada de jul/12 a mar/15: 5% ao ano.

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APOSENTADOS TERÃO PODER AQUISITIVO 55% MAIOR QUE EM 2006

4Jornal daADUFC

No início de setembro o Governo enviou ao Congresso Nacional o Projeto de Lei (PL) 4.368/2012, que reajusta os salários e reestrutura as Carreiras de Magistério

Superior e Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT). O reajuste salarial será integralizado no prazo de três anos, com porcentagem

mínima de 25% e máxima de 43% e é extensivo aos professores aposentados, nos termos da lei, conforme os artigos abaixo:

No Termo do Acordo/2012 firmado com o Governo e o PROIFES-Federação foi incluído o item de reclassificação dos professores adjuntos, tema de grande interesse dos aposen-tados, a ser tratado no Grupo de Trabalho, cuja primeira reunião aconteceu no último dia 18 de setembro. Na cláu-sula nona do Acordo, o item III estabelece: “Avaliação da demanda de reenquadra-mento, na Classe de Professor Associado, de professores aposentados

anteriormente represados na Classe de Professor Adjunto IV”. O Termo do Acordo recu-perará, em março de 2015, e pela primeira vez em duas décadas, as perdas históricas acumuladas, nesse período, pelos salários dos professores aposentados. Os dados mostram que, a partir de 2006, quando entrou em vigor o aumento resultante da primeira negociação con-cluída pelo PROIFES, e até

março de 2015, passando pelos quatro acordos assinados pela entidade (2007,2008, 2011 e 2012) há recuperação contínua e pronunciada dos valores reais dos salários dos aposentados. Veja, abaixo, a recuperação do poder aquisitivo real do salário de Professor Adjunto 4, Doutor, aposentado, que ultra-passará, em março de 2015 aquele de 1995, e passará a ser 55% superior a março de 2006.

Art. 7° - O disposto neste Capítulo se aplica, no que couber, aos aposentados e pensionistas.

Art.32 – O Art 137 da Lei n° 11.784, de 2008, passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art.137 – O posicionamento dos aposentados e dos pensionistas nas tabelas remuner-atórias constantes dos Anexos LXXVII, LXXVIII, LXXIX, LXXXIII, LXXXIV, LXXXV, LXXVII-A, LXXXIII-A, LXXIX-A e LXXXV-A a esta Lei, respectivamente, será referenciado à situação em que o servidor se encontrava na data da aposentadoria ou em que se originou a pensão, res-peitadas as alterações relativas a posicionamentos decorrentes de legislação específica”.

Salários reais: Adjunto 4, DE, doutor, aposentado* Período: jan/95 a mar/15. Hipótese - in�ação projetada de jul/12 a mar/15: 5% ao ano.

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O acordo assinado pelo PROIFES e a carreira de EBTT

Jornal da

ADUFC

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O Termo de Acordo 2012 consolida a conquista histórica do acordo de 2008 que criou a car-reira do Ensino Básico Técnico e Tecnológico – EBTT. Diferentemente da maléfica tese da carreira única, o acordo vem garantir definitivamente a equiparação estrutural e salarial entre as carreiras de EBTT e do Magistério Superior. Aprovado o PL 4368/2012 todas as vantagens e direitos estão garantidas para ambas as carreiras.

Este acordo é bom para o EBTT?A resposta parece óbvia:• Todos os direitos atuais da carreira foram mantidos. Mesmo o que é aparentemente nega-tivo – a mudança de interstício para progressão de 18 para 24 meses - será compensado com a possibilidade de "salto" direto para DII – DIII, diminuindo o tempo para se chegar ao topo da carreira (19 anos para mestres ou doutores);• O acordo consolida em lei a equiparação estrutural e salarial entre os professores de EBTT e do magistério superior federal conquistado em 2008: a classe de auxiliar fica equivalente à classe DI; a classe assistente à DII; a de adjunto à de DIII e a de associado equivalente à classe DIV. • Todas as vantagens e direitos da atual carreira estão garantidos para ambas as carreiras. • Professores atualmente na carreira poderão progredir diretamente para DII se especialistas e diretamente para DIII se mestres ou doutores. • Os que entrarem na carreira também poderão progredir por titulação após o estágio pro-batório;• Todos que estão atualmente na carreira matriculados em programas de capacitação até a aprovação da nova lei poderão progredir sem a exigência de estágio probatório;• O tempo para se chegar ao topo da carreira fica drasticamente diminuído, criando as condições para melhorar a aposentadoria dos professores;• Com a permanência de duas carreiras distintas, para os professores de EBTT será possível chegar ao topo da carreira sem qualquer barreira ou exigência de titulação (diferentemente do magistério superior);• Todos os professores poderão ser promovidos à classe de Titular;• A carreira continua “dialogando com o mundo” com o cargo de Titular Livre;• A criação do Reconhecimento de Saberes e Competências permitirá que os docentes não titulados da rede possam ganhar a RT de especialistas, mestres ou doutores,• Do ponto de vista salarial, mesmo não sendo ideal, representa ganho real para a grande maioria dos professores, em especial os em DE.

Por tudo isto, em nome da honestidade intelectual, não há como não dizer que o Acordo assinado pelo PROIFES, mesmo não sendo o ideal, foi o melhor acordo assinado entre todos os acordos realizados pelo conjunto dos servidores públicos federais no ano de 2012 e representa um impor-tante avanço na organização dos professores das Universidades Federais e dos Institutos Federais de todo o Brasil.

O Momento agora é para avançar na luta. E este é o compromisso do PROIFES.(leia a íntegra do artigo do Prof. Nilton Brandão em www.adufc.org.br)

Profº Nilton F. BrandãoPresidente do SINDIEDUTEC - IFPR

ADUFC

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6Jornal daADUFC

EXPANSÃO DAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO SUPERIOR - REUNI

A última década foi bas-tante favorável ao Ensino Superior. Nunca o País investiu tanto em educação, ciência e tecnologia. Os efeitos desses investimentos são visíveis na Universidade Federal do Ceará. Por meio do Programa do Governo Federal de Apoio aPlanos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais Brasileiras (Reuni), foram contratados cerca de 800 novos professores, além da criação dos campi em Sobral, Cariri e Quixadá. Os recursos do Reuni aux-iliaram, também, na recupera-ção das instalações físicas da universidade, com a con-strução de novos prédios, o reequipamento de laboratórios e a expansão do programa de bolsas de ensino, pesquisa, extensão e assistência univer-sitária. Não se pode esquecer também a educação à distân-cia, que, com as ações do Instituto UFC Virtual, começou a ganhar dimensões relevantes dentro da Universidade. Ainda no âmbito do REUNI, foi criada a Universidade da

Integração da Lusofonia Afro-brasileira (UNILAB), com a missão de integrar o Brasil com outros países de língua portuguesa. O local escolhido foi o Município de Redenção, localizado a 66km de Fo-rtaleza, o primeiro município a abolir a escravatura no Brasi. Apesar de o Reuni ter se mostrado uma iniciativa política importante, é necessário combater a ideia simplória de que a expansão quantitativa gera qualidade. A inclusão de novas modalidades de formação universitária deve ser acompanhada de perto pelos docentes, a fim de que não haja risco de traição do princípio da produção do con-hecimento com qualidade, objetivo central da universi-dade pública. É importante destacar o empenho da ADUFC-Sindicato para discutir a expansão das universidades públicas com qualidade. Desde a época da implantação do Reuni, em 2007, foram realizadas diver-sas iniciativas para esclarecer o corpo docente da UFC. No

dia 17 de setembro de 2007, por exemplo, a instituição promoveu o primeiro debate nacional sobre o programa, com a presença dos professo-res Gil Vicente, na época presi-dente do Fórum de Professores das Instituições Federais de Ensino Superior (PROIFES), e Paulo Rizzo, então presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES). A ADUFC-Sindicato também contribuiu para as discussões sobre o Reuni utilizando os mais diversos meios, como artigos, jornais e divulgação eletrônica, com objetivo de que a comunidade universi-tária conhecesse o projeto, debatesse e optasse pelo caminho que considerasse justo. Nesse sentido, é nosso dever continuar envidando todos os esforços possíveis para que a expansão das uni-versidades federais do Estado do Ceará seja realizada com qualidade e que todos os docentes sejam devidamente esclarecidos.

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REALIZADA A PRIMEIRA REUNIÃO DO GT PREVISTO NO TERMO DE ACORDO

Foi realizada no dia 18 de setembro último a primeira reunião do Grupo de Trabalho constante do Termo de Acordo (TA) firmado entre PROIFES e

Governo Federal, no dia 03 de agosto. Estiveram presentes na reunião representantes do PROIFES, do MEC, da ANDIFES

e do CONIF. A Cláusula Nona do TA estipula que o GT deve tratar dos seguintes temas:

I - Diretrizes para a avaliação de desempenho para fins de progressão e promoção;II - Critérios para promoção à classe de Professor Titular a serem estabelecidos em regulamento;III - Avaliação da demanda de reenquadramento na Classe de Professor Associado de professores apo-sentados anteriormente represados na Classe de Professor Adjunto IV;IV - Transição para adequação da mudança de interstício de 18 para 24 meses na Carreira de Magistério de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico;V - Critérios para Certificação de Conhecimento Tecnológico;VI - Critérios de transição para os atuais professores titulares provenientes da Carreira de Magistério Superior (já superado no Projeto de Lei, atendendo pleito do PROIFES);VII - Criação de programa de capacitação para os professores das carreiras de que trata este Termo;VIII - Estímulos à retenção de professores em locais de difícil lotação;IX - Critérios para concessão do auxilio transporte eX - Acompanhamento do plano de expansão das universidades e institutos federais.

Dentre todos os acordos havidos entre Governo e servidores públicos federais, o dos professores foi o mais bem sucedido. Enquanto a grande maioria obteve o máximo de 15,8% em 2015, os docentes conquistaram reajustes médios de 16,5% já em 2013, chegando a 32% em 2015. O Vencimento Básico (VB) atingirá, em 2015, o maior patamar em relação à remuneração total dos últimos 20 anos.

Na próxima reunião, que ocorrerá no dia 02 de outubro de 2012, será definido o cronograma completo das atividades do Grupo de Trabalho. A ADUFC-Sindicato não estará presente em obediência à decisão da Assembleia Geral do dia 6 de setembro de 2012.

7Jornal daADUFC

Em 2010, a ADUFC realizou, após um longo debate, um plebi-scito para se desfiliar da ANDES-SN e se filiar ao PROIFES. A campanha já dizia: “De

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vemos caminhar para a transfor-mação da nossa Associação Docente em sindicato local. Essa mudança da nossa personalidade jurídica, além de um ato absolu

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tamente legal, só trará vantagens para a categoria. Vamos construir uma nova organização horizontal, descentralizada e efetivamente plural. No futuro, a constituição de uma federação garantirá a pluralidade de opiniões, a orga

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nização sindical a partir das bases e a articulação política nacional”. Essa campanha mostrou que a proposta estava absolutamente correta. A ANDES, no decorrer dos últimos anos, não mais tomou a iniciativa de propor e negociar nas mesas que se estabeleceram ao longo desses anos. Passou a agir, apenas, na defesa de posições de pequenos grupos, minoritários nas instituições

federais de ensino (IFES) e na sociedade, tornando-se num aparelho político, estranho à vida dos professores. Sua pauta de ação deixou de ser a pauta sindi-cal, de defesa da Carreira Docente, dos salários dignos e das melhores condições de trab-alho. Em função disso, os professo-res de diversas universidades federais decidiram fortalecer uma oposição dentro do sindicato nacional para concorrer às eleições, ganhando – na última tentativa – por cerca de quatrocentos votos no chamado Setor das Federais da ANDES. Cansados de esperar que a entidade mudasse, construíram uma alternativa real de represen

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tação, exclusiva das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), uma vez que a ANDES representa federais, estaduais, municipais e particulares, todas com carreiras e “patrões” diver

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sos. Nasceu, então, em 2004, o PROIFES Fórum com o apoio das ainda Associações Docentes (hoje

sindicatos) das universidades federais de Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Goiás, Mato Grosso do Sul e São Carlos. Em seguida, uniram-se a essas as do Ceará, do Rio Grande do Norte, da Bahia e o IF-Paraná. De lá até hoje, o PROIFES tem se empen

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hado em transformar o Movi-

mento Docente. Em janeiro de 2012, o PROIFES Fórum, transformou-se, por desejo da maioria dos seus associados, em PROIFES-Federação. Ao filiar-se ao PROIFES-Federação, a ADUFC-Sindicato deu um passo definitivo no rumo à sua autonomia política, jurídica e financeira, unindo-se a um novo Movimento Docente, que respeita as características das Instituição Federais de Ensino Superior e prioriza os interesses dos professores, conquistando, também, o direito de participar de Grupos de Trabalho do Go-verno Federal que digam respeito aos docentes das IFES.

O FUTURO CHEGOUEva Batista Caldas - Profa. Aposentada

Ex-diretora da ADUFC-Sindicato

Page 8: Jornal da ADUFC - Edição Especial

POR QUE DIZER SIM, OUTRA VEZ

EXPEDIENTE

8Jornal daADUFC

CEP: 60.020-180 - Fortaleza/CETelefone: (85) 3066.1818 Fax: (85) 3066.1825 E-mail: [email protected]

Sede SobralRua Anahid Andrade, 359 - Centro CEP: 62.011-000 - Sobral/CETelefone: (88) 3611.0072E-mail: [email protected]

Sede CaririAv. Ten. Raimundo Rocha S/N Cidade Universitária CEP: 63040-360 - Juazeiro do Norte/CETelefone: (85)9662.7006 E-mail: [email protected]

B I Ê N I O 2 0 1 1 - 2 0 1 3Ricardo Silva Thé PontesPresidente

Eduardo GirãoSecretário

Terezinha LeitãoTesoureira Geral

José Antônio Sabadia1º Tesoureiro

Francisca Nellie de PaulaAtividades Cient. e Culturais

Leonardo MonteiroRelações Intersindicais

Lindberg GonçalvesPatrimônio

Mirtes MacielAssuntos de Aposentados

Vanessa Teixeira1ª Suplente

Produção

www.intelectocomunicacao.com.br(85) 3055-3993

RedaçãoADUFC - Sindicato

Edição

Jornalista ResponsávelCésar Espíndola

Direção de Arte, Diagramação e Arte-FinalWellington Martinswww.wmartinspubli.com

CONQUISTAS HISTÓRICAS DO PROIFES FEDERAÇÃO... • Criação da Classe de Professor Associado e de Professor Especial para o Ensino Superior e para o Ensino Básico Técnico e Tecnológico, respectivamente, e conquista do aumento dos incentivos à titulação (2006);• Garantia da paridade entre ativos, aposentados e pensionistas (2007);• Elevação significativa do teto salarial (2007);• Reposição salarial acima da inflação para os anos de 2008, 2009 e 2010;• Incorporação da GAE e VPI ao Vencimento Básico;• Aumento do percentual do Vencimento Básico na remuneração;• Redução percentual das gratificações na remuneração e extinção da GED;• Garantia da isonomia remuneratória e estrutural entre o Magistério Superior (MS) e o Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT), com equiparação das duas car-reiras.• Reposição salarial emergencial de 4% (2011) e constituição de GT para debate e reestruturação da carreira docente do MS e EBTT (2011).

... E NO TERMO DE ACORDO 2012

• Reajuste salarial de 13% a 32% em 2013;• Reajuste salarial de 19% a 36% em 2014;• Reajuste salarial de 25% a 44% em 2015;• Manutenção da estrutura de classes;• Permanência de duas carreiras;• Não incorporação da Retribuição de Titulação (RT) ao Vencimento Básico (VB);• Retirada do Termo de Acordo de regras que feririam a autonomia universitária;• Criação de uma nova Classe de Professor Titular dentro da carreira, evitando prejuizos remuneratórios, previdenciários e outros.

Giselle Soares e