jornal sintsep-pa ed. especial

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Filiado à Construindo a Edição Especial Jornal do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal do Estado do Pará sintseppa.org.br fones: 0800 280 8989 (91) 3210-0930 Janeiro de 2012 Mobilizar os servidores contra o arrocho de Dilma O governo às reivindicações do funcionalismo de reajuste no ano de 2011 não cedeu presidente Dilma encerrou o ano mandando um A recado aos trabalhadores do serviço público federal. Junto com o ministro da fazenda, Guido Mantega, saiu a declarar pela imprensa de que em 2012 não haverá reajuste salarial. Passando por cima dos debates na câmara e no congresso sobre a proposta do governo de congelar o salário dos servidores por 10 anos (através do PL 549), Dilma tem pressa em impor um arrocho sobre o bolso dos trabalhadores. Em 2011 o governo fez um superávit (dinheiro retirado dos cofres públicos) de mais de R$ 120 bilhões para o pagamento de juros e amortizações da dívida pública. Em 2012 a previsão é de 1.014 trilhão (47,19% do orçamento) para o pagamento dessa dívida. Enquanto que para saúde o governo destinou apenas 3,98%, para educação 3,18% e saneamento 0,14%. Isto é, o governo brasileiro “combate” a crise da mesma forma que os países do norte do planeta: cortando gastos sociais para salvar o setor financeiro. Enquanto o salário mínimo passa de R$545 para R$622 as tarifas e os preços vêm subindo. A inflação bateu a casa dos 6,36% em 2011 e as tarifas de serviços como energia, transportes e telefonia seguem sendo reajustadas. Além do aumento na cesta básica, que aumentou em média 10% nas principais capitais do país de acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). 0%$ A crise econômica atravessou o atlântico. As declarações de Mantega de que os próximos anos serão de baixo crescimento e a necessidade do governo manter seus “compromissos” com o setor financeiro, são demonstrações claras de que o governo prepara terreno para um cenário em que será preciso retirar do bolso dos trabalhadores os recursos que irão garantir os lucros dos bancos além de empréstimos às empreiteiras e aos multimilionários como Eike Batista, que são os financiadores das campanhas eleitorais do PT e seus aliados. O arrocho é reflexo da crise econômica internacional

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JORNAL SINTSEP-PA EDIÇÃO ESPECIAL Janeiro 2012

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Page 1: JORNAL SINTSEP-PA ED. ESPECIAL

Filiado à

Construindo aEdição Especial

Jornal do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal do Estado do Pará sintseppa.org.br fones: 0800 280 8989 (91) 3210-0930 Janeiro de 2012

Mobilizar os servidores contra o arrocho de DilmaO governo às reivindicações do funcionalismo de reajuste no ano de 2011não cedeu

presidente Dilma

e n c e r r o u o a n o

m a n d a n d o u m Arecado aos trabalhadores do

serviço público federal. Junto

com o ministro da fazenda,

Guido Mantega, saiu a

declarar pela imprensa de

que em 2012 não haverá

reajuste salarial. Passando por

cima dos debates na câmara e

no congresso sobre a

proposta do governo de

congelar o salário dos

servidores por 10 anos

(através do PL 549), Dilma

tem pressa em impor um

arrocho sobre o bolso dos

trabalhadores.

Em 2011 o governo fez um

superávit (dinheiro retirado

dos cofres públicos) de mais

de R$ 120 bilhões para o

pagamento de juros e

amortizações da dívida

pública. E m 2 0 1 2 a

previsão é de 1.014 trilhão

(47,19% do orçamento)

para o pagamento dessa

dívida. Enquanto que para

saúde o governo destinou

a p e n a s 3 , 9 8 % , p a r a

e d u c a ç ã o 3 , 1 8 % e

saneamento 0,14%. Isto é, o

governo brasileiro “combate”

a crise da mesma forma que

os países do norte do planeta:

cortando gastos sociais para

salvar o setor financeiro.

E n q u a n to o s a l á r i o

mínimo passa de R$545 para

R$622 as tarifas e os preços

vêm subindo. A inflação

bateu a casa dos 6,36% em

2011 e as tarifas de serviços

como energia, transportes e

telefonia seguem sendo

r e a j u s t a d a s . A l é m d o

aumento na cesta básica, que

aumentou em média 10% nas

principais capitais do país de

acordo com o D ieese

(Departamento Intersindical

de Estatística e Estudos

Socioeconômicos).

0%$

A crise econômica

atravessou o atlântico. As

declarações de Mantega de

que os próximos anos serão de

ba ixo c resc imento e a

necessidade do governo

manter seus “compromissos”

com o setor financeiro, são

demonstrações claras de que

o governo prepara terreno

para um cenário em que será

preciso retirar do bolso dos

trabalhadores os recursos que

irão garantir os lucros dos

bancos além de empréstimos

à s empre i te i r a s e aos

multimilionários como Eike

B a t i s t a , q u e s ã o o s

financiadores das campanhas

eleitorais do PT e seus aliados.

O arrocho é reflexo da crise econômica internacional

Page 2: JORNAL SINTSEP-PA ED. ESPECIAL

O que pensam agora os setores que apostaram na via negocial?

m nossos informativos,

jornais do SINTSEP-PA, Enas assembléias de base

da categoria e nas nossas

intervenções nacionais, sempre

colocamos nossa posição de

não confiar no governo Dilma e

e m s e u p r o c e s s o d e

“negociação”. Além disso,

aler távamos que a cr ise

econômica mund ia l i r i a

determinar o comportamento e

o caráter do governo federal em

defesa dos interesses da elite

dominante. Afirmávamos que

em 2011 a prioridade foi a via

negocial em detrimento da

mobilização dos servidores

públicos para conquistar suas

justas reivindicações. Agora,

d i a n t e d o d i s c u r s o d a

presidente Dilma de arrochar

salários, o que fazer? Quem

apostou no processo de

negociação, vai continuar

nessa mesma linha em 2012?

N ã o e s t á n a h o r a d e

mobilizar?

A CONDSEF e as negociações

com o governo

É p r e c i s o t i r a r

conclusões sobre as tímidas

mobilizações imprimidas pela

CONDSEF em 2011 para que

possamos avançar. A via da

negociação, sem a realização de

uma greve, como a realizada

pelos t rabalhadores das

universidades federais (que

fizeram mais de 110 dias de

g reve ) , en f raqueceu de

conjunto a luta contra o

congelamento salarial e contra

os ataques ao serviço público.

Na prática, Dilma já está

aplicando o arrocho e não

existe espaço para negociação

sem a mobilização do conjunto

do funcionalismo público.

Parlamentares “afinados” com o governo

“... a presidente Dilma já

deixou clara sua posição de

não dar aumentos salariais e

sinalizou que não quer ser

desautorizada pela base

aliada". O relator do Orçamento,

deputado Arlindo Chinaglia (PT-

SP), afinado com o Planalto,

adiantou que não acatará

pedidos de reajuste”, (O Globo -

19/12/2011).

Os par lamentares que

reajustam os próprios salários

em mais de 60% já acataram a

decisão de Dilma de garantir que

não haja reajuste. Por isso antes

de qualquer outra via, é preciso

primeiro pensar na mobilização.

É n e c e s s á r i o

u r g e n t e m e n t e q u e o s

servidores de todos os órgãos

rea l i zem as semb lé i a s e

discutam alternativas de

mobilização que superem as

negoc iações que nossa

categoria conseguiu com o

governo e que em nada

avançaram.

O SINTSEP-PA chama os

servidores em nosso estado

para um ca lendár io de

assembléias e reuniões nos

órgãos e nas regionais para

debater e decidir sobre novos

rumos para a luta de nossa

categoria esse ano.

Em tempos de crise, os

trabalhadores da Grécia e de

vários outros países da Europa

deram o exemplo de que a saída

para combater os efeitos da

crise em seus países foi a

mobilização e a greve geral. É

preciso fazer como os bancários

e os trabalhadores dos correios

fizeram em suas campanhas

salariais, quando as greves

foram votadas à revelia das

direções de suas federações

nacionais. Caso contrário,

passaremos mais um ano

paralisados pelos “acordos” que

não levaram a lugar nenhum.

Reunião nos órgãos para construir um calendário

de mobilização contra o arrocho de Dilma

EXPEDIENTE: Publicação do SINTSEP-PA. Tiragem 6.500 exemplares. Coordenação de Comunicação: Walciclea Cruz. Conselho Editorial: Cedício Vasconcellos, Neide Solimões, Walciclea Cruz, Michel Oliveira, Júlio Miragaia, Douglas Diniz Redação, diagramação e fotos: Michel Oliveira e Júlio Miragaia Revisão: Gerson Lima e Sheila Melo Diretoria: Coord. Geral: Cedício Vasconellos, Genival Rodrigues. Coord. De Administração: Ivo Pontes, Raimundo Gilberto. Coord. De Finanças: Rozemburgo Ferreira, Maria da Consolação. Coord. De Assuntos Jurídicos: Francisca Queiros, Emanuel Vitelli. Coord de Assuntos Sócio-Econômicos e Culturais: Alimar Barreiros. Coord. De Política Sindical: Neide Solimões, Eduardo Magno. Coord. de Aposentados e Pensionistas: Aguinaldo Barbosa, Miguel Angêlo. Coord. de Políticas Sociais: Regina Brito. Regionais – Sul do Pará: Alair Cardoso, Raimundo Germano. Sudeste do Pará: Francisco Pereira. Transamazônica: Marcos Rubens e José Raimundo. Baixo Amazonas: Francisco da Silva, Benedito Pantoja. Regional do Tapajós: Rubem da Silva, Luiz Otávio. Regional das Ilhas: Orlando da Cruz, Nivaldo Almeida. Regional Estrada e Salgado: Antônio Maria, Walmir da Silva. Contatos: Trav. Mauriti, 2239 (próximo a Duque) – Fones: 3210-0930/0800 280 8989. Email: [email protected] Site: sintseppa.org.br Twitter: @sintseppa