jornal caminho 09

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Caminho Jornal Ed. 9 = Set. e Out./09 Formandos falam de suas perspectivas na vida religiosa Bate-papo com Rosana, leiga missionária Marista nas Filipinas Novos Irmãos Maristas para a Juventude Nova promoção “Você manda no Caminho” vale um Ipod UMA JUVENTUDE DE FANTASIAS E ASSOMBROS É possível fazer um projeto de vida?

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É uma publicação vocacional trimestral que apresenta notícias e curiosidades dos Encontros Vocacionais Maristas e dos jovens das casas de formação de forma descontraída e alegre.

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Page 1: Jornal Caminho 09

CaminhoJornal

Ed. 9

= S

et. e

Out

./09

• Formandos falam de suas perspectivas na vida religiosa

• Bate-papo com Rosana, leiga missionária Marista nas Filipinas

• Novos Irmãos Maristas para a Juventude

• Nova promoção “Você manda no Caminho” vale um Ipod

Uma jUventUde de

fantasias e assombros

É possível fazer um projeto de vida?

Page 2: Jornal Caminho 09

O russo Dostoievski, um dos maiores e envolventes escritores do mundo, estava exilado na Sibéria,

longe da sua pátria e dos seus. Em meio ao “gelo” do constante frio da região, recebeu em mãos um manuscrito, na verdade, um livro, intitulado “Lectures on the Philosophy of World History”, do filósofo alemão George Hegel. Em determinado trecho, sobre a África, descreve que este continente, assim como a Sibéria, é um NADA na história do pensamento, ou seja, contribuem pouco com o pensamento racional e com a própria história do mundo. Diante de tal texto, caiu em prantos e chorou! – coisa normal para alguém que se impressiona tanto com coisas do seu cotidiano e traduz isso em seus textos. A África e a Sibéria não eram consideradas parte da história do mundo. O que Dostoievski deve ter pensado naquele momento? “Caramba! Eu estou na Sibéria! Eu não significo nada assim como este país? Eu estou à margem da história? Afinal de contas, quem sou eu? A minha existência tem algum significado para o mundo?”.

Dificilmente, em nosso mundo de 190km/h, fazendo curvas e furando semáforos, conseguimos parar um instante para nos colocar diante da intrigante pergunta: afinal, eu estar aqui hoje significa alguma coisa? As minhas ações ou as minhas omissões interferem no andamento do mundo? Vale a pena sonhar, pensar no futuro? É perda de tempo traçar objetivos, metas e estratégias para alcançar um desejo? O que você mais deseja hoje, neste momento da sua vida?

Não sei se você cai em prantos como Dostoievski diante desse assombro. Talvez não precise ser tão dramático. Mas o assombro é isto: um fantasma que surge inesperadamente “em uma terça-feira chuvosa e silenciosa”. São os questionamentos diante de certas escolhas que temos de fazer. Como diz a música, “a cada escolha, uma renúncia... Isso é a vida”.

Em um filme recente (o qual indico, apesar de ser “meloso”), chamado “Um amor para recordar”, a personagem Jamie Sulivan, escreve em um papel 50 objetivos para alcançar em sua vida, dentre eles: fazer uma descoberta médica, praticar voluntariado, ajudar as pessoas que não “curte”, fazer uma tatuagem e estar em dois lugares ao mesmo tempo. No decorrer da trama, ela busca incessantemente os seus objetivos e no final... Não. Não vamos contar... Mas o fato é que ela luta muito pelo que acredita.

Enfim, esta edição do Jornal Caminho é um convite a conhecer um pouco da história de diversos Personagens Maristas que diante do assombro da vida (os diversos desafios) procuram fantasiar sua existência e gravar o seu nome na história das pessoas e do mundo. Enfim, mesmo “que estejamos na Sibéria” e “caiamos em prantos” diante de situações que nos parecem adversas, somos sim construtores do amanhã e nosso projeto de vida proporcionará uma excelente qualidade de vida para nós e para os que virão. Somos poetas vivos a “impulsionar a grande roda da história”.

Fábio Viviurka CorreiaAssistente do Setor de Vida Consagrada e Laicato

Jornal Caminho • Coordenação: Setor Provincial de Vida Consagrada e Laicato - Responsáveis: Ir. Joaquim Sperandio, Pollyana Devides Nabarro, Fábio Viviurka Correia e Rosana da Silva Alves • E-mail: [email protected] • Tiragem: 4.000 exemplares • Circulação: Província Marista do Brasil Centro-Sul • Endereço: Av. Senador Salgado Filho, 1651 – Guabirotuba – Curitiba – PR – CEP 81510-001 • Telefone: (41) 3015-9333

Editorial

Expediente

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“Bom, em primeiro lugar gostei da participação, das amizades, do companheirismo e também a lembrança de tudo o que aconteceu nesses 4 dias. Eu quero dizer que é o melhor lugar que já conheci, por isso falo a todos os meninos da minha cidade: participem e vejam a felicidade.” (Alex Sandro Milani de Mello – Caçador – SC)

Em Foco

“Eu levo tudo de bom, como a amizade com todos. Aqui aprendi sobre os maristas e todas as brincadeiras. Eu fiz uma experiência muito legal, gostei muito da parte dos riscos e desafios, porque alerta-nos de tudo.” (Giovane May – Brunópolis – SC)

“Estar no Evomar V me faz reviver muitos sentimentos

que já passei nas etapas anteriores. Agora que estarei

retornando para a casa de formação em Jaraguá do

Sul tudo o que aprendi aqui será usado futuramente

em minhas missões e passadas para vocacionados que

virão”. (João Carlos de Moraes, Chopinzinho-PR)

“O Evomar é uma experiência única, um momento para que o jovem tenha a oportunidade de se conhecer e descobrir o carisma Marista. E mergulhando nesse carisma somos convidados a perceber os caminhos que se deve seguir, a sermos mais sensíveis à realidade. E assim, juntos, Maristas e jovens, construindo a civilização do Amor”. (Bruno Godoz, Florianópolis-SC)

encontros vocacionais maristas

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Em Fo

co

diário de um Participante do evomar iii

Por Elisandro Junior Novakowski.

Vocacionado de Santa Terezinha – SC.

Através dos temas abordados no EVOMAR III, pudemos

fazer uma experiência fantástica...

1º dia Foi um momento importante para conhecer

o grupo, houve a apresentação dos vocacionados,

coordenadores, formandos e Irmãos.

2º dia Após a oração matinal, iniciamos as

atividades com o Ir. Carlos Wielganczuck sobre a história

do Povo de Deus. Após o almoço, tivemos a oportunidade

de realizar o (TAC) Trabalho Apostólico Concreto. O

mesmo dividiu-se em visita ao monumento Frei Bruno,

e realização de atividades recreativas e de cirandas com

as crianças do PETI. Foi uma atividade muito gostosa,

onde os palhaços conseguiram fazer as crianças darem

boas gargalhadas e as dinâmicas e cantigas foram muito

legais. Após essa atividade, houve momento de esporte

e, à noite, um cineminha sobre a fala de Deus e a história

de Moisés e Abraão. Na sequência, oração da noite e

descanso.

3º dia Levantamos e fomos à Capela rezar e refletir

sobre o Chamado de Deus como oração. Em seguida,

tomamos o café da manhã e depois cantamos muito.

Iniciou-se um momento de reflexão sobre Vocação

Humana e Cristã com Ir. Elias da Costa e Ir. Carlos César

dos Santos. Após o almoço e outras atividades, chegou

a hora do futebol. Na parte da noite, assistimos a outro

filme sobre Leigos e Leigas e o “Quarto Sábio”. Em

seguida, a oração da noite e descanso.

4º dia. Levantamos dispostos para mais um dia. Tivemos a oração da manhã e a reflexão sobre Ministros e Ministérios com o Ir. Fábio Bettoni e Ir. Thomaz Deitos. Às 11 horas, realizamos uma procissão da Capela Nossa Sra. das Graças até a Capela São Marcelino Champagnat. Após o almoço, tivemos uma gincana com os Formandos que foi muito legal. À noite, tivemos um painel vocacional com os pais do Ir. Fábio Bettoni e do formando Eliseu Elias Peruzzo Junior, com formandos e com os Irmãos Maristas. Encerramos o dia com a oração da noite.

5º dia. Levantamos tristes porque era o último dia. Fizemos a oração da manhã e após refletimos

sobre o tema “Construindo a minha história como trabalhador do Reino”. Após

o almoço, começamos a chorar com a despedida e o término de mais um EVOMAR III, mas o começo de novos sonhos...

encontros vocacionais marista

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aspirantado

estou realizando meus

sonhosComo esta nova edição do Jornal Caminho pretende

refletir sobre o projeto de vida dos formandos, é com

muito carinho que vejo, aqui no Aspirantado em

Dourados, como é possível você realizar seus sonhos.

Sem dúvida, passamos por medos e receios em alguns

aspectos como ficar longe da família e dos amigos. Mas

tudo vale a pena!

Aqui em Dourados, uma das coisas mais importantes

para mim é estar em convivência com as crianças do

Centro Social e com os amigos da escola. Isso me faz

pensar em como será o meu trabalho no futuro.

Para mim, esta etapa nunca será esquecida.

D’jones Ricardo de Jesus

Acontece

a Caminhada continua!

A volta para casa no recesso teve como complementação

um gosto de começo da vida que levava antes de entrar

no aspirantado. Mas como uma pessoa diferente em

vários aspectos, pois o convívio com os irmãos e os

demais formandos da casa me fizeram crescer como

pessoa.O recesso fez com que ampliasse a minha forma de

pensar a formação no seu geral: o que ocorre na casa,

em seu convívio etc. Tudo isso despertou a vontade de

continuar até o final de 2009, ou seja, concretizar esta

primeira experiência vocacional.

O recesso me ajudou a reafirmar a convivência com

a família e sua importância: o companheirismo e a

satisfação. Todos da família apoiam a decisão do meu

ingresso em uma casa de formação, e assim posso

descobrir minha vocação.

Edmar da Silva Santana

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Page 6: Jornal Caminho 09

Acontece

PrÉ-PostULado

sonhos, medos e projeto de vida dos formandosOs pré-postulantes com certeza possuem muitos sonhos, principalmente o de ser Irmão Marista. Como viver este carisma deixado por Champagnat e projetá-lo para a vida?

Todo formando Marista tem a real necessidade de viver este sonho, seguindo o chamado que Deus fez para concretizar a sua vocação, a exemplo de Marcelino Champagnat.

Os medos são vários, o de não respondermos ao chamado com fidelidade, ou não nos adaptarmos à casa de formação e vários outros. Porém, com muita oração e persistência é possível combatê-los e assim superá-los.O projeto de vida do formando consiste em concretizar o sonho de ser Irmão para bem educar crianças e jovens, tornando-os bons cristãos e virtuosos cidadãos.Somente com muito amor e disposição conseguiremos realizar os nossos sonhos, superando os medos para tornarmos realidade o projeto de vida religiosa.

Formandos Jeferson Hugen e Murilo Parize

Uma juventude de fantasias e assombros. É Possível fazer um projeto de vida?Um projeto de vida é uma ferramenta muito útil para fazer-nos refletir mais interiormente sobre nossos desejos futuros, tanto profissionais quanto emocionais, vocacionais e de relacionamentos. Pode ser elaborado facilmente e não exige regras porque é algo pessoal.

Com o projeto, nós somos levados a tomar decisões que poderão ou não ser seguidas futuramente, isso acontece dependendo da idade com a qual ele é feito. Se construído muito cedo, provavelmente haverá mudanças significativas, devido ao fato de que quando somos jovens temos muitos sonhos e fantasias, que quase sempre são para nós ideais, mas que com o passar do tempo e com o amadurecimento adquirido percebemos na realidade que não passam de ilusões.

Mesmo com a certeza de mudanças o projeto torna-se indispensável, pois é através dele que percebemos dificuldades e buscamos ajuda para superá-las, possibilitando assim a superação, uma troca de experiências e a percepção do real. Quando tomamos a decisão de elaborar um plano de vida, com objetivos iniciais e preferenciais, estamos dando um enorme passo em relação à maturidade, claro não deixando para trás a nossa vivacidade e a nossa espontaneidade.

Isso é só um sinal de que estamos evoluindo e nos tornando pessoas com maior conhecimento e sabedoria, assim podendo enfrentar e vencer os obstáculos postos em nosso caminho sem tanto sofrimento e com o cuidado de não mais ter de enfrentá-los futuramente.

Formando Eduardo Mateus Krutschner

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PostULado

Percebo os muitos apelos de Deus na sociedade atual.

O meu desejo é cumprir sua vontade dispondo meus

dons e minha vida pela realização do Reino de Deus. Eu

sei que não é fácil, mas a graça de Deus e o exemplo do

padre Champagnat me impulsionam a ser um jovem

decidido a dar a própria vida por Jesus Cristo para que,

onde e a quem eu seja útil, esteja disposto a colaborar na

construção de um mundo novo. Sou muito feliz na opção

que fiz.

Rafael Mudre

Aos sonhos relaciono o otimismo, o ato de desejar que as

coisas possam mudar, que a felicidade vem para quem

a busca. Ela existe e é para todos que querem , pois o

caminho para encontrá-la é o caminho que Deus traçou

para cada pessoa. O maior sonho é o de ser feliz. Medos

aparecem sempre, estão presentes na vida de todos,

são como barreiras, e do outro lado existe um presente

que se ganha após derrubá-las. O presente de aprender

algo novo, de se chegar mais perto do seu sonho e viver

melhor a vida. Todos os medos são assim, barreiras que

valem a pena ser derrubadas.

A vida é como um projeto que se for bem planejado

ocorre de acordo com o que queremos, nossos

sonhos chegam a se tornar realidade. É necessário

certo planejamento em nossa vida e saber por onde

caminhar sem se esquecer da presença de Deus, de

onde conseguimos a força, a coragem e a determinação

necessárias para a caminhada, na qual linhas são

traçadas, desafios são propostos, objetivos pensados e

sonhos alcançados.

Rafael Fagner Ferreira (Minero)

Está sendo profundamente marcante a experiência que estou vivenciando aqui no Postulado. As orações

pessoais e comunitárias, os estudos, as crianças e jovens

que encontro na pastoral, enfim, todos os trabalhos que

realizo têm feito com que minha alegria aumente mais,

e feito com que eu cresça a cada dia. Hoje, sinto-me realizado e muito feliz por estar aqui, e quero continuar

dando o meu sim a Deus e renová-lo a cada dia, como fez

nossa Boa Mãe Maria. Mas sei que há muito caminho

a percorrer e que irei encontrar pedras durante este percurso, mas quero seguir em frente e contribuir para

a realização do sonho de Champagnat: “Tornar Jesus

Cristo conhecido e amado”. Espero continuar crescendo

durante minha caminhada e mostrar às crianças, jovens

e adultos o quanto Jesus os ama. Miguel Fernandes Ribeiro.

Acontece

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noviCiado

o ideal que moveu a vida

de Champagnat move hoje

também a nossa

Quando crianças sonhávamos de alguma maneira

construir um mundo melhor para nossas famílias,

nosso bairro, nossa cidade, enfim, para todos. Nossos

sentimentos não encontravam barreiras. A ordem era

transformar o mundo.

Hoje percebemos que aqueles sonhos de outrora ainda

estão vivos em nós! Como jovens Irmãos Noviços

somos convidados a concretizar o ideal de um mundo

melhor conforme desejara o Pe. Champagnat, de levar a

dignidade e amor de Deus a todos quantos necessitavam,

particularmente, às crianças e aos jovens.

Este desejo nasceu a partir de sua experiência e encontro

com Deus, escutou seu grito de socorro através de tantos

jovens e crianças sofridas e acabou transformando

em projeto de vida. Foi a sua fé, coragem, dedicação e

persistência que fizeram com que alcançasse a sua meta.

O ideal que moveu a vida de Champagnat move também a

nossa vida de Irmãos Noviços para construir um projeto

de vida baseado no amor, na promoção da vida e da

dignidade humana.

Sabemos que para fazer uma caminhada sólida

necessitamos de uma maior aproximação de Deus,

fidelidade vocacional ao projeto, sentir-se realizado

na vida comunitária e apostolado, identificação com o

carisma, conhecimento da realidade, abertura para o

novo e objetivos bem claros de onde desejamos chegar,

senão “qualquer lugar serve!”

Irmãos Noviços do 1º ano

o noviciado projeta o nosso futuro como maristasCom o passar dos anos de formação em vista da caminhada de Irmãos Maristas, vamos nos conhecendo, aperfeiçoando e tomando gosto por um espaço nosso, um espaço que nos convida e impulsiona para a evangelização dos jovens, perpetuando o sonho de São Marcelino Champagnat.

São várias as possibilidades de exercer apostolado em nossa província. Alguns partirão para a função administrativa de nossas obras, outros o de evangelizar através da música, do magistério, do servir e ainda através dos movimentos juvenis dentro do nosso corpo físico de Província e ou Instituto.Nós, Irmãos Noviços do 2º ano, vivenciamos a realidade de nossas comunidades por um período de quatro meses de estágio, em duas distintas comunidades. Em Maringá, no espaço da comunidade dos irmãos, do Colégio, do Cesomar Irmão Beno Tomasoni e junto a PJM. Em Pouso Redondo, também junto à comunidade dos irmãos numa gostosa harmonia comunitária, no Programa Vida Feliz e PJM, convivendo diretamente com as crianças e os jovens.

Não podemos é claro, nos dedicar plenamente e unicamente ao trabalho apostólico e deixar a vivência espiritual-comunitária em segundo plano, senão cairemos no velho ditado que diz: “saco vazio não para em pé”. É fundamental criarmos alicerces sólidos, centrados na pessoa de Cristo, apaixonando-nos por Ele e por seu Evangelho. Então nosso futuro será promissor, porque será pleno, consistente, decidido.Irmãos Eduardo Carvalho e Gelcio Sehnem escolasticado

Acontece

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Bate-PapoO Jornal Caminho conversa, nesta edição, com a leiga Marista Rosana da Silva Alves, ex-irmã religiosa, atuante no Setor de Vida Consagrada e Laicato e na sua paróquia. Nesse mês, ela aceitou o convite do Ir. Vigário Geral para as missões ad gentes nas Filipinas. Ela ainda não sabe muito bem o que vai fazer, mas conversa conosco de coração aberto.

1.nesta edição do jornal Caminho, estamos tratando um pouco dos sonhos e dos medos da juventude, imersos no espírito deste “novo tempo”, cheio de novidades e com facilidade de acesso às informações. em seu trabalho direto com os jovens, o que você percebe como principal temor e como principal desejo? O jovem atual carrega em si inúmeros temores, mas citaria dois, no momento, como centro de suas preocupações: medo de sobrar ou ficar sozinho. No fundo, é medo de não ser amado e querido. A maioria dos jovens sofre crises familiares que cada vez mais se tornam comuns. Isso os deixa sem base para o amadurecimento pessoal e social. Resultado disso é a “febre” pelas amizades virtuais pouco consistentes, mas que lhes dão uma pseudossegurança no campo emocional.

outra preocupação é a insegurança do trabalho. se isto já é uma preocupação no mundo adulto, imagina para o jovem que ainda não se inseriu no mercado de trabalho e não tem experiência profissional.

Mas em meio aos temores, o jovem atual é cheio de sonhos e desejos. O desejo de ser feliz é o principal, não somente para os jovens, mas para todos nós. Felicidade esta que se traduz em conquistas afetivas, profissionais, materiais e pela busca de um mundo melhor, onde todas as pessoas possam viver com dignidade.

2.diante das fantasias e assombros da vida não podemos “estacionar”. estamos sempre caminhando, descobrindo coisas novas e, principalmente, tendo de fazer escolhas. Qual escolha você acha mais difícil para o jovem?Citaria duas: a escolha de se tornar adulto e a escolha profissional.

Estamos presenciando, e pesquisas já comprovam, um índice alto de jovens que vivem com seus pais e, por mais que a idade adulta chegue, insistem em ser “eternos adolescentes”, ou pelo menos, insistem em ter as atitudes de adolescente. Não querem tomar para si responsabilidades que a vida adulta exige.

Outra escolha difícil é da opção vocacional e profissional. Tenho sobrinhos em idade de escolha vocacional e profissional e quando questiono sobre o que querem estudar ou dedicar sua vida, ficam na dúvida ou querem muitas coisas ao mesmo tempo. Não têm consistência. Alguns iniciam um curso, desistem, iniciam outro e não se firmam em nada. As crises vocacional e profissional são dificuldades reais pelas quais os jovens precisam passar para que possam crescer e amadurecer.

3.falando de escolhas, você fez uma opção essencial em sua vida e a está concretizando no final do mês de setembro. Poderia partilhar um pouco como foi o seu processo de discernimento por esta vocação

missionária?Bom, há dois meses precisamente, estou vivenciando um processo interno de escuta e resposta de um chamado. E há menos de um mês, dei minha resposta a este convite – ir às Filipinas para a “Missão ad gentes”.Como a própria Teologia da Vocação nos diz, toda vocação é um chamado de Deus que “exige” do homem (dentro de sua liberdade) uma resposta. O primeiro “sintoma” para descobrirmos se está acontecendo o chamado é a inquietude interior (isso aconteceu comigo, quando o Ir. Joaquim Sperandio – vice-provincial me ligou perguntando se eu queria ir para as Filipinas) e o segundo “sintoma” é a paz interior quando damos nossa resposta, independente do que seja (aconteceu comigo no dia 27 de julho, quando enviei um e-mail para o Ir. Luis Sobrado – responsável pela “Missão ad gentes”, dando o meu sim). Deus nos quer felizes e nos apresenta oportunidades de crescimento e amadurecimento, basta estarmos atentos para ouvi-lo. Ele fala de diversas formas, principalmente no nosso interior e através das pessoas que nos rodeiam.

4.Quais são as suas expectativas com relação à missão?Estou bem ansiosa, faltam poucos dias para a partida e a programação para esta primeira etapa está bem clara: estudar o inglês, fazer o curso de Missiologia e fazer o discernimento para a missão em um dos seis países da Ásia. Sei que os desafios serão muitos, mas nada que o esforço e a graça de Deus não resolvam.

5.Que mensagem você gostaria de deixar para os jovens que se sentem chamados a anunciar a “boa nova” em outros lugares do mundo?Muitas pessoas, inclusive jovens, vieram conversar comigo quando souberam da minha ida para as missões. Alguns me chamaram de louca, outros de corajosa, outros de aventureira... Não sei se sou isso tudo e mais um pouco ou se não sou nada disso. Só sei de uma coisa e digo a você jovem: Se você sente em seu coração o desejo de ir ao encontro de outras pessoas, principalmente os mais desfavorecidos, levando-lhes um pouco de conforto e amor, não temam, joguem-se de cabeça e Deus fará o resto!

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Interatividade(você manda no caminho)

os aspirantes e o tatuUm certo dia D’jones, Juliano, Edmar, Rafael e Ir. Marcondes estavam jogando futebol quando, de repente, aparece um tatu perto da nossa mata. Todos fomos ver, mas o nosso amigo Juliano, mais conhecido como Postal, quis pegar o tatu e levou o maior “olé”, não conseguindo pegá-lo. Que feio levar “olé” de tatu que é um bichinho tão calmo!

D’jones Ricardo de Jesus

Cientistas do Postulado

marista de Londrina criam

nova fórmula de creme para

os cabelos

A fim de bem celebrarmos o aniversário do ilustre

Ir. Antonio Quintiliano da Silva, os formandos Ednardo

Silvestre Balbinotti, Ezequiel Francisco Zanco

(Galetto) e Ronaldo Luzzi decidiram ir à cozinha a fim

de preparar algo digno para ser aspergido no Irmão

durante as comemorações maiores, sem querer ou saber

acabaram criando uma substância muito particular e

que jamais será refeita, eis os ingredientes:

• Dois litros de óleo de soja usado • Dois litros de água

suja • Detergente • Amaciante de roupas e de carne

• Colorau • Sal • Caldo de galinha • Cachaça • Temperos

verdes • Erva mate • Ovos com casca • Farinha

• Fermento de pão • Anil • Conhaque • Vinho • Vinagre

• Licor de genipapo • Especiarias em geral.

nota de falecimento Faleceu no dia 29/7/2009, no postulado em Londrina, o nosso coirmão LAMBÃO (cachorro), a família enlutada convida os amigos e amigas da vítima para prestarem suas últimas homenagens e condolências a ele, que foi um grande amigo e fiel cão de guarda por muitos anos. Informamos também, que devido à morte do mesmo, seu filho JUNIOR encontra-se em profunda depressão e desolamento, uiva todas as noites em busca de um consolo fraterno.... (Diego Henrique Sabino)

o “homem da luz”Na nossa casa, cada um fica responsável por alguma coisa. Para um de nossos colegas, o Ir. Formador, foi dada a responsabilidade de apagar as luzes da casa todas as noites, e agora parece que o carinha está meio psicótico (isso pra não dizer totalmente). Certa noite, quando estávamos jogando baralho com o irmão, nosso amigo Eliseu nos deu boa noite umas 20 vezes, e cada vez voltava querendo desligar outras luzes, até as do jardim que são automáticas ele queria desligar. Mas o auge de sua psicose foi outro. Como de costume, fomos jogar futebol no colégio na terça-feira à noite, e após o jogo, ele quis desligar as luzes do campo, o problema é que além das luzes o guri também desligou todas as câmeras e sistemas de segurança do colégio, e pra vocês terem uma idéia do tamanho da psicose do guri, certo dia ouvimos ele comentar que queria desligar a lua, só que não tinha jeito de encontrar o interruptor. Everton Luiz Buss

o banho no coxoCerta vez, após uma tarde cansativa de trabalho, nosso amigo Alexandre fez suas normais provocações envolvendo os times que cada um torce. Em certo momento, quando não aguentávamos mais suas provocações, armamos um complô para pegá-lo.

Corremos atrás dele, mas com medo de ser molhado, ele se escondeu dentro do banheiro e tentou se trancar. Apesar da chave estar do lado de dentro, não teve êxito, pois a porta foi facilmente aberta e ele, sem ter por onde fugir, acabou se entregando. Foi levado para fora de casa e imobilizado. O levamos até o coxo onde lavamos os pés após o trabalho e lá demos um banho simplesmente inesquecível. Após um momento de distração, o meliante Alexandre fugiu e como castigo fizemos uma tremenda guerra de baldes.

Toda essa água gerou uma baita gripe para alguns dos envolvidos na situação e também a limpeza de banheiros, garagem, calçada e do coxo.Apesar do sacrifício, rimos e nos divertimos muito.

Eliseu Elias Peruzzo Junior e Daniel Zanol

entrada GloriosaCerto dia, mais precisamente numa quarta-feira pela manhã, dia em que tem missa aqui em casa, nosso amigo Alexandre entrou de forma espetacular dentro da capela.

Este jovem rapaz já muito conhecido de outra edição deste jornal, o mesmo que “levou” para casa o orelhão em Dourados (MS), entrou na capela na metade da celebração com os cabelos espantados, pés descalços, camisa pelo avesso, cara de assustado e completamente perdido, levando ao delírio seus companheiros de comunidade e também o padre, uma cena cômica que parou até mesmo com a celebração.

Sabemos que nas casas de formação a pontualidade é algo essencial e nosso amigo Alexandre, sem querer falhar com esse propósito, foi para a capela o mais rápido possível sem se importar com a aparência e com a circunstância.

Após a missa, todos riram da sua cara e ele, ainda aturdido com a situação, ficou sem entender nada. Pedimos para que ele reparasse na sua aparência e ele na maior inocência falou: “O quê? Nem tem nada!”. Todos riram e se divertiram à beça com o ocorrido.

a edição número 10 do Caminho é sua!

envie sugestão de capa, título e editorial

e concorra. o tema é juventude e todas

as suas ideias são bem-vindas: novas

ilustrações, chamadas, fotos, charges,

piadas etc. a pessoa mais criativa, além

de ganhar um iPod, verá a “sua cara” na

ediçao número 10 do jornal Caminho,

o jornal do jeito que a galera gosta!

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Page 11: Jornal Caminho 09

Click Marista(Clicando os melhores - ou piores - momentos)

deu Peixe... irmão renato!

teLes

evomar v

bLz de foto!!!

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deUs faz o Convite

Sempre ouvi das mais diversas pessoas que vocação é um chamado que Deus nos faz para segui-lo. Isso, me fez pensar

muitas vezes como se dá este chamado e confesso que demorei um pouco para entender. Foi talvez a insistência do Irmão

Mauricio Moretti, em suas aulas de Ensino Religioso, lá pela sexta série, que foi me dando pistas para que eu pudesse

ouvir a Deus em meio a tantos convites. O Irmão sempre dizia que Deus chama cada pessoa para uma vocação específica e

que uma dessas vocações era ser Irmão Marista.

Durante essas aulas e com palavras tão bonitas, empolguei-me e me senti chamado a ser Irmão Marista também. Depois

de manifestar esse desejo ao Irmão, fui sendo acompanhado e amadurecendo a ideia. Entrei na casa de Formação Marista

pela primeira vez no Juvenato Marista de Londrina, em 1993, onde permaneci até a metade de 1995. Resolvi dar um

tempo para me organizar melhor na vida e fiquei fora da casa de formação até junho de 1999. Em junho de 1999, retomei

minha formação Marista na Comunidade de Santa Mônica, em Ponta Grossa – PR. Em 2000, fiz o Postulado em São

Paulo – SP. Em 2001, iniciei o noviciado em Campinas – SP, onde emiti meus primeiros votos no dia 8 de dezembro de

2002. Participei do escolasticado em Florianópolis nos anos de 2003 até meados de 2004, quando passei a fazer parte

da Comunidade Marista de Pouso Redondo – SC até dezembro de 2005. Desde 2006, resido na Comunidade Marista de

Dourados – MS, onde trabalho no acompanhamento vocacional de adolescentes e jovens. Hoje continuo respondendo ao

chamado que Deus me faz, refletindo o convite que Cristo fez aos apóstolos: “Depois subiu a montanha e chamou a si os

que Ele queria, e eles foram até Ele (Mc 3, 13)”. Os apóstolos aceitaram o convite e não sabiam o que iriam encontrar pelo

caminho, mas confiaram no Mestre. No meu dia a dia, procuro estar unido e atento, colocando minha confiança Nele.

Sinto-me muito feliz em ser Irmão Marista e busco a cada dia ouvir os apelos de Jesus Cristo que quer contar comigo

como religioso consagrado. Vivo na certeza de que foi Ele que me escolheu e me chamou, Ele me dará a capacidade de

viver minha vacação como uma entrega generosa de amor. Que a exemplo de Nossa Boa Mãe eu seja capaz de gerar vida

na realidade que estou inserido.

Ir. Leomar D’Avila

Meu

Ca

min

ho

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