jornal da hora 09

4
da Hora São Paulo, janeiro de 2009 Número 9 Espaço Arterial Jornal Vamos botar nosso bloco na rua Diretor Responsável: Vera Alves

Upload: jornal-da-hora

Post on 27-Mar-2016

223 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Jornal escrito e ilustrado por crianças e adolecentes do Instituto Espaço Arterial.

TRANSCRIPT

Page 1: Jornal Da Hora 09

da HoraS ã o P a u l o , j a n e i r o d e 2 0 0 9N ú m e r o 9 E s p a ç o A r t e r i a l

Jornal

Vamos botar nosso bloco na ruaDiretor Responsável: Vera Alves

Page 2: Jornal Da Hora 09

Jornal da Hora 2janeiro de 2009

Bom, você caro leitor, já ouviu falar no Bloco das Emílias e Viscondes? Não? Então eu vou explicar o que é!Agora em 2009 o Bloco com-pleta 4 anos. A cada ano o Bloco homenageia um dos personagens do Sítio do Pica Pau Amarelo. No primeiro ano o Bloco homenageou a Emília e o Visconde e os 70 anos da Biblioteca Monteiro Lobato, já no segundo foi a vez do Saci. Em 2008, a Cuca foi o destaque e esse ano vamos homenagear a Tia Nas-tácia, que é a cozinheira e conta-dora de histórias do Sítio.O Bloco das Emílias e Viscondes é um Bloco de carnaval, que sai toda sexta-feira. O Bloco é das crianças, mas os adultos podem participar. Os adereços usados no desfile por elas, são confeccionados pelas mes-mas durante oficinas antes da saída do bloco.

Para cada ano tem uma marchinha de carnaval específica, então ao todo já temos 4 marchinhas. Quem cria as marchinhas são o Jica y Turcão, que também dão as oficinas de ba-teria.Olha! eu já ia me esquecendo de dizer: a bateria do bloco também é formada pelas crianças que tocam diversos tipos de instrumentos. Temos também, todos os anos, as oficinas de construção de bonecões, que são feitos pelas crianças sob a coordenação de Edson Gon.Bom, agora eu acho que todos que não conheciam o bloco, a partir de agora já conhecem, nem que seja um pouco. Se você se interessou pelo Bloco das Emílias e Viscondes e tem vontade de sair no bloco, leia o texto da Thalita Marques, pois lá informa o dia, o horário e o local da saída do bloco. Apareça! Tenho certeza que não vai se arrepender!

O Bloco das Emílias e ViscondesBeatris Duraes, 11 anos

Olá, caros leitores, feliz 2009!Estou aqui de novo, na primeira edição do jornal do ano, muito feliz por poder falar com vocês outra vez. Não sei se vocês sabem, mas dia 20 de fevereiro teremos o Bloco de Carnaval “Emílias e Viscondes”, 2009. Este Bloco sairá em homenagem à Tia Nastácia, que é cozinhei-ra e contadora de histórias do Sítio do Pica-pau Amarelo. Nós vamos nos divertir muito nesse dia, vamos brincar, cantar, festejar e o mais importante, estaremos juntos espalhando a nossa grande alegria a todos. Se vocês puderem venham participar. Sua presença no Bloco é muito importante. Ah! já ia esquecendo, a saída do Bloco é no dia 20 de fevereiro, às 14 horas, na Biblioteca Monteiro Lobato, na Rua Gen-eral Jardim, 485. Apareçam, Tchau!

Saída do Bloco das Emílias e Viscondes

Thalita Marques, 12 anos

Resen

ha do L

ivro: “Histórias de Tia Nastácia”

Olá galera! Eu sou Bruna Rocha, tenho 12 anos e

hoje vou falar da Tia Nastácia que é o tema do Bloco das Emílias e Viscondes desse ano. Eu li

o livro “Histórias de tia Nastácia” de Monteiro Lobato, é muito legal e interessante. A história que eu mais gostei foi

“Bicho Manjaléu”, que é a história de uma princesa raptada pelo bicho Manjaléu. Esse conto é cheio de aventuras, é super legal. Outra história também interessante é a do “Pinto Sura”, um pintinho que

vivia sendo maltratado mas ele se revolta e vence todos que o massacravam. Este livro tem 43 três histórias bem interessantes e ao final de cada uma delas, a turma do Sítio bate um papo muito diver-

tido sobre a história que acabou de ouvir pela a voz da tia Nastá-cia. Se vocês lerem esse livro vão adorar. Passem na

biblioteca de seus bairros e lá poderão ler e viver as histórias da tia Nastácia.

(História de tia Nastácia, Monteiro Lobato, Brasiliense, ltda).

Passatempo

Trabalho que vira brincadeiraTia nastácia(Jica y Turcão)

tem na cozinha do sítiodo sítio do pica-pau

amarelouma negra rechonchudaque conta suas histórias

faz bolinho de chuvabiscoito de polvílho e doce de

marmelo

tia Nastácia quituteiraÁfrica mãe nossa bandeira

traz o xequerê e o ganzá zazápro nosso bloco cozinhar a

brincadeira.

Aprenda a marchinha desse ano

Bruno Costa, 11 anos

Labirinto

Ana Rosa, 9 anos

Cla

ra N

ana,

7 a

nos

A Cuca

vai p

egar

Page 3: Jornal Da Hora 09

Jornal da Hora 3janeiro de 2009

Resen

ha do L

ivro: “Histórias de Tia Nastácia”

JDH - Desde quando vocês participam do Bloco das Emílias e Viscondes?

Edson - Eu comecei a participar no ano pas-sado com a Cuca que eu construí, esse é o segundo ano e eu gosto muito.Jica - Deve fazer uns quatro anos, a gente fez o primeiro, que foi a homenagem do se-tenta anos da Monteiro Lobato, depois nós fizemos o Saci, depois o da Cuca e agora a da Tia Nastácia. É, são quatro anos.Inaiá – A gente começou a fazer uns ensaios no Espaço Arterial com Xequerê e durante esses ensaios fui convidada a participar do Bloco. Eu não conhecia bloco de criança e também não conhecia o Bloco das Emílias e Viscondes, porque eu estava sempre no Ilú Oba.

JDH - O que vocês acham do Bloco?

Jica - Eu gosto pra caramba, gosto muito. Provavelmente é um dos trabalhos que eu mais gosto de fazer, eu vou sentir muita falta quando acabar até esperar a outra tempo-rada, porque eu gosto muito de trabalhar com a garotada do Bloco.Inaiá – Olha gente, eu acho tão importante juntar a criançada pra cantar marchinhas, tocar... O meu sonho é que o bairro inteiro venha participar do Bloco. Acho interes-santíssimo, tem que continuar, expandir e ir para todos os lugares de São Paulo. Se pudesse eu contaria para todo mundo.Edson - Eu acho fantástico, sou apaixona-do pelo Bloco. A idéia é muito legal, todo processo de conduzir as oficinas em que todo mundo participa é bastante louvável. Sem-pre que eu comento com as pessoas sobre o Bloco todo mundo gosta da idéia.

JDH – O que vocês acham de trabalhar com as crianças?

Inaiá – Com a criança você tem que trazer outros elementos, tem que trazer a magia do instrumento, fazê-la se apaixonar por ele... Eu acho interessante, eu adoro.Edson - Eu gosto muito de trabalhar com crianças e gosto de trabalhar com adulto também e acho que a diferença entre o adulto e a criança é que a criança está mais receptiva e ela tem também menos vícios de pensamento, ela é talvez mais intuitiva tem uma liberdade maior e eu gosto bastante.

Jica – Na pauta do Bloco a coisa mais importante são as crianças que participam.

JDH - Como é traba-lhar com as personagens criadas por Monteiro Lobato?

Jica – Olha, não é muito fácil. Eu estudo, vejo o que a personagem pede, aquilo que as pessoas estão querendo que ela diga e eu tento na medida do possível colocar a men-sagem e a imagem da personagem na letra e o Turcão trabalha a música, a melodia. Caso o Turcão fale pra mudar alguma coisa ou se acha que não ficou legal, eu vou lá e mudo. A gente trabalha sempre em dupla para que o processo seja mais bacana, mais gostoso para os dois.Edson - É uma responsabilidade grande, porque são personagens que a maioria das pessoas conhecem: as histórias, as persona-gens como são, as características, então se torna uma responsabilidade maior, porque você não pode cair no erro da pessoa ol-har e falar: “mas não parece”. A criação é livre, não tem um rosto oficial, mas existe a personagem, a característica dessa person-agem, então por ser bastante conhecida, essa responsabilidade se torna maior.Inaiá- Brincar com as histórias e transformá-las numa coisa mais acessível, próxima de mim, de você, eu acho importantíssimo, é o diferencial do Bloco. As crianças acabam se perguntando: “quem é tia Nastácia?” Aí vem na biblioteca e procura o livro da Tia Nastácia, vai em algum lugar, vai na internet e eu acho muito bom que tenha cada ano uma personagem porque quem não conhece passa a conhecer.

JDH - Contem um pouco das oficinas de vocês.

Inaiá – Fica em aberto, primeiro a criançada vem, acha interessante tem um monte de instrumentos para tocar, por a mão, bater e fazer barulho... Eu, o Jica e o Turcão deixa-mos todo mundo se familiarizar com os instrumentos. Tem o rodízio em que cada participante toca um pouco de todos os instrumentos... você tem que deixar a criança escolher, porque eu acho que o instrumento tem que tocar em você. Depois elas se ape-

gam realmente ao instrumento que vai utilizar na bateria, mas aí já está tranqüilo porque a galera fica bem familiarizada com o que está fazendo.Jica - As próprias pessoas acabam definindo o que vai ser melhor pra elas. Cabe a mim, ao Turcão e a Inaiá fazer com que elas se en-caixem, curtam o instrumento, toquem o melhor possível e desfrutem deles...Edson – O Mamolengo! Bom, a primeira etapa da oficina é a estrutura. Eu pensei no cano como estrutura porque ele é muito leve. Depois vem a cabeça porque o boneco é basi-camente o cabeção que a gente faz com uma tela de arame. Depois de moldado, a gente passa camadas de jornal recortado com cola. Espera secar para começar a esculpir o rosto. Com a mão a gente não usa tela, a gente usa espuma mais ou menos esculpida, os dedos são os conduites e o empapelamento com jornal. Acabou de empapelar a gente passa a cola para dar mais resistência, umas três camadas de cola. Estando resistente pinta-se de branco tudo, depois pinta com as cores do bonecão. No caso da Tia Nastácia, vamos usar a cor chocolate.

JDH – Vocês têm algum recadinho que gostariam de deixar aos leitores do jor-nal Da Hora?

Edson Gon – Participem do Bloco das Emílias e Viscondes e do processo de construção de tudo, porque eu acho muito legal. É legal ir no dia, mas acho que é mais pra-zeroso participar do processo, ver como tudo é feito e quando você estiver lá brin-cando, irá estar com a sensação de que tam-bém contribuiu para que tudo aquilo que está acontecendo se concretize. Jica – Olha! Eu acho que o Bloco é muito importante, ele é gostoso, merece ser visto e merece atenção. É bacana porque nos per-mite brincar sem ter tanto compromisso, mas a gente pode se distrair um pouco, olhar pra galera... não tem aquela marcação serrada que tem uma escolona de samba. A gente tem que cumprir as nossas funções, mas está brincan-do e isso é essencial: brincar mesmo que seja trabalhando.Inaiá - O recado é: incentivem os amigos, vizinhos, as ruas, o quarteirão, mobilizem as pessoas a virem pro Bloco. Todos! Bóra lá! Vila Buarque, quarteirão fechado de crianças. Vai depender de vocês. É isso.

Trabalho que vira brincadeiraEdson Gon nos Bonecões, Jica y Turcão e Inaiá Araú-jo na percussão ajudam a colocar o nosso bloco na rua.

Um pouco mais sobre nossos Amigos...

Edson Gon é ator, professor e diretor de teatro. Tornou-se bonequeiro porque precisava de bonecos mais leves para seu espetáculo. Percebeu, então, que levava jeito para coisa e passou a fazer bonecos para seu grupo de teatro, Cia. das Cores, para outros grupos, sindicatos e para nosso Bloco também.

Jair do Nascimento, o Jica, é percussionista e um dos funda-dores do Grupo Tarancón de Música Latino-Americana. O músico Sérgio Féres, o Turcão, passou a integrar o Tarancón em 1977, ano em que os dois se conheceram. Quando saíram do grupo, formaram a dupla Jica y Turcão de música e humor.

A ritmista Inaiá Araújo começou a tocar xequerê na banda Oriashé e foi coorde-nadora de naipe no Bloco Ilú Obá de Min. Desde o ano passado, coordena a ala de xequerê do Bloco das Emílias e Viscondes.

Page 4: Jornal Da Hora 09

Jornal da Hora4janeiro de 2009EX

PEDI

ENTE ColaboraçãoReportagens e Redação Ilustrações

Xamã VM Editora e Gráfica Ltda

Diagramação Gráfica

Valéria SilvaEspaço Arterial

Rua General Jardim, 5563256-3057

[email protected] 01223010

Realização

Bruno Costa

Clara Nana

Niti Merhej

Pedro Raylson

Carol MirandaRua Afonso Celso, 943CEP: 04040-030

Na cidadezinha onde eu moro não acontece nada de novo. Todos os dias era a mesma coisa, era assim até na minha casa: acordar, tomar café, limpar a casa, lavar a roupa... virou uma rotina.Só que em uma tarde não igual às outras, acontece uma coi-sa estranha: chuva, frio, não era uma coisa típica da cidade. De repente uma pessoa estranha aparece em minha casa:- Uma vida isolada do mundo! Ele me diz.Na hora não entendi, mas logo me explicou:- O pensamento é uma vida longe, distante da terra, um mar de desejos e ilusões. Não podemos entendê-lo e nem mudá-lo, a única coisa que podemos fazer é pensar.Depois da explicação ele some, não o vejo, só ouço aquela frase: “Uma vida isolada do mundo” repetidamente, várias vezes...No final da tarde eu fiquei pensando no que aquele homem quis dizer com todas aquelas palavras. Depois daquele dia uma coisa me veio à cabeça: - O pensamento é uma vida fora da realidade, que nós po-demos ou não tornar realidade!!!

Barbara Duraes, 11 anos

O pensamento, coisa inexplicável...

As escolas de samba são organizadas em alas que usam as fantasias feitas no barracão. O barracão é o lugar onde as pessoas constroem fantasias e os carros alegóricos.Por enquanto, o sambódromo (a passarela do sam-ba) está também se preparando para quando che-gar o dia 20 de fevereiro esteja tudo bem bonito.Quando chega a quinta-feira de carnaval os car-ros alegóricos e as fantasias ficam prontas para o grande desfile. Nesse dia as escolas desfilam, e a escola que estiver sem nenhum erro, ganha o troféu e o conceito de melhor escola do estado de São Paulo.

As escolas de samba

Havia 5 gatosBidu era mais gordo que mimosoManhoso era mais macro que luluPingado era mais magro que manhosoLulu era mais gordo que BiduQual dos gatos é o mais gordo?

Gonçalo Costa, 14 anos

O carnaval chegou ao Brasil em meados do século XVII, o qual foi influenciado pelas festas carnavales-cas que aconteciam na Europa. Em alguns países como a França, o carna-val acontecia em forma de desfiles e os carnavalescos usavam máscaras e fantasias. Foi no final do século XIX que a festa começou a se popularizar. Populares se reuniam e, aos poucos, se formavam multidões de foliões.No começo do século XX, as pessoas

Carnaval decoravam seus carros, se fantasiavam e, em grupos, desfilavam pelas ruas das cidades, dando origem assim aos carros alegóricos. A primeira escola de samba foi cria-da no dia 12 de agosto de 1928, no Rio de Janeiro e chamava – se “Deixa Falar”. Foi criada pelo sambista cario-ca chamado Ismael Silva. Anos depois a escola mudou seu nome para Está-cio de Sá. A partir deste momento o carnaval de rua começa a ganhar um novo formato. Com isso, no Rio de Janeiro e São Paulo, começam a surgir

novas escolas de samba. Organizadas em Ligas de Escolas de Samba, ini-ciam os primeiros campeonatos para constatar qual escola de samba era a mais bela e animada.A região nordeste permaneceu com as tradições originais do carnaval de rua como, por exemplo: Recife. Já na Bahia, o carnaval de rua conta com a participação dos trios elétricos, em-balados por músicas dançantes, em especial pelo axé.

Carnaval eu já conheço, e é muito legal,

você acredita nissovocê sabe o que é carnaval?

Nós roemos todas as unhasde agonia e de alegria,já pensou se sua escola de

samba ganha?É muito mais que folia!

Você sabe que precisa?Você sabe o que é?

Pra sair na escola de sambaTem que ter muito samba no pé.

Se você não poder participarVá dia 20 de Fevereiro na

Praça, Rotary nos prestigiar!

Carnaval

Gabriella Rocha, 10 anos

Devagar!

Desafio

Victor Braz

Carol Miranda, 7 anos

Gonçalo Costa

a primeira história em quadri-nhos brasileira foi publicada no dia 30 de janeiro de 1869, pelo jornal vida Fluminense. A per-

sonagem era o Nhô Quim escrita e desenhada por ângelo Agostini.por isso, o dia 30 de janeiro foi escolhido para homenagear essa

arte tão divertida!

dia nacional das hqs

Pedro Raylson, 11 anos

Débora Santos, 15 anos

Gabriella RochaThalita Marques

Beatris Duraes

Débora Santos

Victor Braz

Bruna Rocha

Bárbara Duraes Ana RosaCoordenação

AgradecimentosEdson GonInaiá AraújoJicaTurcão

Valéria SilvaVera Alves