Jornal Experimental produzido pelos jovens do Núcleo de Comunicação Comunitária São Miguel no Ar

Jardim Lapenna � São Miguel Paulista � São Paulo � Edição 3 � Outubro/Novembro de 2008

EDITORIAL

CULTURA

SAIBA MAIS

SAÚDE

A V LOZ DO APENNA

Teatro faz sucesso no LapennaConheça o grupo teatral “Rapadura é doce mas não é

mole não” e o trabalho que desenvolve. Página 2

Inscrições para o ProUni estão abertas

POLÍTICA

Saiba como entrar no ensino superior com bolsas inte-grais e parciais. Confira! Página 2

Os moradores do Jardim Lapenna enfrentam todos osdias os riscos causados pela passarela de madeira, que dáacesso ao centro de São Miguel. Página 4

Passarela apresenta riscos para comunidade

Você conhece o Orkut? Nesta edição veja alguns dos ris-cos que essa rede de relacionamento pode trazer. Página 4

Benefícios e perigos do OrkutATUALIDADES

Comentários, sugestões e críticas, venha até o Galpão

de Cultura e Cidadania ou ligue para

(11) 2956 0091

Para saber mais, você também pode acessar nosso blog

www.projetosaomiguelnoar.blogspot.com

Olá pessoal, A Voz do Lapenna está de volta abordando assuntos

variados e gritando mais alto pela comunidade com um todo.Nesta edição falaremos sobre qualidade de vida na terceira ida-

de, com o CRI Leste que oferece oficinas, exames laboratoriais,consultas com psicólogos e trata o idoso como ele realmente deveser tratado. E o melhor o Centro de Referência do Idoso se localizaem São Miguel Paulista zona leste de São Paulo um orgulhopara o nosso bairro. Falaremos dos benefícios e perigos do orkutalém de tratar de temas como o ProUni e a passarela do JardimLapenna que precisa com urgência de manutenção. Ainda nestaedição, traremos um Caderno Especial - Lapenna Muitas vi-das, uma história, fruto de uma das atividades da turma 2008do Projeto São Miguel no Ar, que conta pelo olhar dos moradoresa história do Jardim Lapenna.

Esperamos que você goste desta edição, afinal esse jornal é fei-

to para você. Boa leitura!

CRI LESTE OFERECEQUALIDADE DE VIDA

PARA TERCEIRA IDADE

No Centro de Referência do Idoso de São Mi-

guel Paulista pessoas da terceira idade encon-

tram várias formas de viver bem e esbanjar saú-

de. Acompanhe nossa reportagem. Página 3

CULTURA2008 � OUTUBRO/NOVEMBRO � A V LOZ DO APENNA

SAIBA MAIS

TEXTO E FOTOS

� EXPEDIENTE �

O jornal experimental A Voz do La-

penna é uma publicação realizada pe-los jovens participantes do Núcleo deComunicação Comunitária São Mi-guel no Ar, uma realização da Funda-ção Tide Setubal.

ProUni facilita entrada no ensino superior

2

Maria Alice SetubalPresidente da Fundação Tide

Setubal

NCC SÃO MIGUEL NO AR

José Luiz AdeveCoordenador

Mayara EvangelistaAssistente de Coordenação

Projeto Gráfico e Editoração:Carina Piatezzi / Elias Lopes

Jéssica Araújo / Kleber WilliamMayara Evangelista /

Natalia Linhares

Edição Final/Revisão:Kleber William/ José Luiz Adeve

Mayara Evangelista / NataliaLinhares

Temas/Produção/Textos/Fotos:Jovens do NCC São Miguel no Ar

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Tiragem 5.000 exemplares

Acesse:

www.prouni.com.br

Morador de SãoMiguel Paulista, Jar-dim Lapenna há 12anos, Gerson deSouza se revelouum grande talentopara o bairro.

Segundo ele, noinício “fez teatro porfazer”, e acabou seapaixonando pelaarte de atuar, tantoque isso já faz 10 anos“não largo o teatropor nada, porque oteatro é minha vida”,afirma ele.

Mesmo sendo oseu maior sonho fa-zer faculdade de Engenharia Me-cânica ele garante que vai seguir aprofissão paralela de ator.

Gerson faz parte do Grupo Ra-padura é doce mais não é mole não,que é da Sociedade Amigos do Jar-dim Lapenna coordenado por Ro-berto Taty, que desde 1997, depoisde ser convidado pelo Presidenteda Sociedade José Nário, mais co-nhecido como Narinho, dá aulas

de teatro para crianças e jovens.Em 1998 o grupo montou sua

primeira peça chamada “Rapadu-ra é doce mais não é mole não“, quedeu origem ao nome do grupo. Osucesso foi tão grande que até hojesão chamados para se apresenta-rem em muitos lugares, inclusiveem festas na comunidade de SãoMiguel e região como aconteceueste ano na Festa Junina. Com uma

grande quadrilha animaram o pú-blico presente no Galpão de Cul-tura e Cidadania e também doCDC Tide Setubal.

“O nosso papel é mostrar para eles um novo horizonte de

trabalho e aprendizagem”, afirma Roberto Taty

Tendo como umdos objetivos dar aces-so às pessoas que nãotem condições de ir aoteatro, para Gerson ogrupo cumpre seu pa-pel. Além disso, “hojecom o crescimento dogrupo, tem jovens detudo que é lugar” afir-ma Taty, “principal-mente porque o nos-so papel é mostrarpara eles um novo ho-rizonte de trabalho eaprendizagem” com-pleta destacando o tra-balho que desenvolvena comunidade.

Os alunos que estão há maistempo no grupo, hoje trabalhampor fora. Eles se profissionalizaram

e recebem por suas atuações. �

Daiane Pâmela

Fabiano Barbosa

Flávia Pereira

Joyce Alves

TEXTO E IMAGEMFlávia Pereira

Joyce Alves

O Programa Universidade para Todos, está com ins-crições abertas. O processo seletivo para o primeirosemestre de 2009 vai de 24 de nov até 12 de dezembro.

Aos 18 anos Camila de Moraisfaz Faculdade de Turismo na Uni-nove, ela conseguiu entrar na fa-culdade pelo ProUni. Depois de

comprovar que temrenda baixa, exigidopelo programa e apre-sentar sua boa nota noENEM tanto na parteobjetiva que teve 67%de acertos, quanto naredação avaliada em80%.

Futura turismóloga

O Programa tem como finalidade oferecer bolsas de es-tudo integrais e parciais à estudantes de cursos de gradua-ção e sequências de for-mação específica.

Criado pelo GovernoFederal em 2004, pelaLei nº 11.096.

O programa é dirigi-do aos estudantes quesairam do Ensino Médioda rede pública ou darede particular, na condi-ção de bolsistas integrais,com renda Per Capita fa-miliar máxima de trêssálarios mínimos.

Os canditados são se-lecionados pelas notas obtidas no ENEM ( Exame Nacio-nal do Ensino Médio) Com mérito aos estudantes commelhores desempenho acadêmicos.

Grupo teatral do Lapenna faz sucesso

3SAÚDE� OUTUBRO/NOVEMBRO � 2008A V LOZ DO APENNA

Para muitos a terceira idade éum dos momentos da vida emque o idoso fica mais sensível, so-litário, triste e não tendo as vezesa mínima qualidade de vida. Vocêconcorda com isso?

Depois dos 60 anos a pessoa ad-quiriu muita experiência, e aocontrário do que muitos pensampode chegar a essa idade commuita saúde e disposição. Mariade Lurdes Araújo, é um exemplodisso, ela faz várias atividades di-ariamente como ginástica, vôlei, etambém trabalhos manuais, arte-sanatos e bordados. Ela é uma dasmoradoras da zona leste que fre-qüentam o Centro de Referênciado Idoso José Ermírio de Moraes,

mais conhecido como CRI Leste,que fica em São Miguel Paulista.

Desde sua implantação em2001, o CRI atende pacientes debairros próximos como ErmelinoMatarazzo, Vila Jacuí, Vila Curu-çá e Itaim Paulista. Ele é o únicocentro estadual da grande São Pau-lo e pouco é divulgado para popu-lação. Mesmo assim, a assessora deimprensa do CRI, Cléo Oliveiraafirma que o centro atender umagrande demanda por mês.

No CRI é fácil se depararcom pessoas que fazem a di-ferença, em especial por en-

contrar no local um espa-ço para fazer amigos e ocu-par o tempo com ativida-des produtivas. Entre umaoficina e outra fomos apre-sentados à muitas delas.

Animada, a Miss CRI2007, Maria de Lurdes Ara-újo garante que o CRI mu-dou muito a sua vida,“Hoje tenho 76 anos, fui vi-úva duas vezes, não via emmim felicidade, depois queperdi dois filhos só pensa-va na morte, foi aí que en-contrei o CRI e a históriada minha vida mudou.Aqui no CRI sou bem tra-tada e tenho muitos ami-gos”. Ela ainda fez questão

de dizer “Quando não venhofaço falta para os outros queaqui freqüentam”. Maria deLurdes diz que participa devárias atividades, joga vôlei,faz ginástica, artesanato.

Exemplos de Vida

Outro exemplo é Severino daSilva de 67 anos, apaixonado pormúsica e arte ele gosta muito dasatividades oferecidas pelo espa-ço “eu gosto muito daqui e vejomuitas pessoas falar bem daqui.No CRI a gente rejuvenesce”.Para ele o CRI é uma “bênção”,lá as pessoas são bem atendidas.Este ano Severino participou doconcurso Mister CRI e foi eleitoo idoso mais bonito de São Pau-lo. Para comemorar ele compôsuma música que leva o nome deSeverino Cabra Avexado.

Nas oficinas de pintura detela, auto-relevo e pano de pratoencontramos as irmãs Clemen-tina Alves de 78 anos e VirgíniaAlves Motta de 88 anos, que par-ticipam do CRI há sete anos.“aqui no CRI tenho vários ami-gos, os médicos brincam, con-versam, deixam a gente a vonta-de” diz Clementina. Para Virgí-nia o CRI fez com que ela visse avida diferente “antes não tinhaobjetivo na vida, agora eu renas-ci” diz ela.

“Não via em mim felicidade, depois que perdi dois

filhos só pensava na morte, foi aí que encontrei o

CRI e a história da minha vida mudou”.

Maria de Lurdes Araújo

O CRI é um espaço apropriado eaberto para atender idosos. Ele ofe-

O CRI Leste

rece diversas oficinas como de Tricô,pintura de quadros, artesanato entreoutras atividades manuais e físicas.

Entre as atividades oferecidas peloCRI está a Dança Circular, segundoa psicóloga Silvana Trajano a dançaé um exercício que trabalha com oraciocínio, atenção, coordenaçãomotora e a integração dos idosos.

O objetivo do CRI é trabalharcom o desenvolvimento e ao mes-mo tempo cuidar do idoso para queele encontre uma forma de viverbem e esbanjando saúde, com issotem como princípio apoiar o idosopara que ele tenha uma melhor qua-lidade de vida em todos os sentidos.

De acordo com dados obtidospelo CRI e secretária de Estado da

Saúde, constam que o CRIatendeu em 27 especialidade

169.505 idosos, entre janeiro à se-tembro de 2008, caso como odon-tologia, psiquiatria, radiografia den-tre outros.

Segundo Cléo Oliveira o CRIserve como estágio para universitá-rios em enfermagem e, portanto,tem parcerias com algumas univer-sidades, além disso deixa claro, “par-ceria em termos financeiros não,porque quem investe é o governo”.

Em setembro de 2008, o CRIcompletou sete anos de existênciae seguindo a tradição aconteceuuma grande festa para comemoraro aniversário e junto com ele o diado idoso.

Na festa, os funcionários, equi-pe médica, convidados e os idososse reuniram para se divertir numa

grande confraternização. �

TEXTO E FOTOS Carina Piatezzi

Edilaine Assunção

Elias Lopes

Centro de Referência do Idoso de São Miguel

oferece qualidade de vida na terceira idade

POLÍT ICA

ATUALIDADE A V LOZ DO APENNA

Jéssica Araújo

Kleber William

Natalia Linhares

TEXTOS E IMAGENS

4

ORKUT: Rede de relacionamento ou de perigo

2008 � OUTUBRO/NOVEMBRO �

Com mais de um ano de exis-tência a passarela “Big Brother”,como foi chamada no início de suaexistência pelos moradores do bair-ro, por causa das câmeras de vigi-lância, que hoje não existe mais, émotivo de reclamação. O que erapara prevenir de um grave aciden-te, se tornou uma ameaça constan-te para os moradores, “as madeirasestão se soltando”, afirma AlmirSantos, 18 anos, estudante. “Nãotem segurança, as telas estão rasga-das e quando chove a madeira ficaescorregadia”, completa.

Em setembro de 2007 a popula-ção do Jardim Lapenna se reuniu noGalpão de Cultura e Cidadania comrepresentantes da CPTM (Compa-nhia Paulista de Trens Metropolita-nos). Na oportunidade, foi mostra-do o planejamento da estação de SãoMiguel. Das discussões surgiu aquestão da construção de uma pas-sarela de madeira no lugar onde erao “buraco”, antiga passagem de to-dos os moradores do Jardim Lapen-na para o centro de São Miguel.

Os representantes da CPTMpediram a colaboração dos mora-

dores, em especial para terem cal-ma com relação a passarela provi-sória de madeira. Vale dizer queno bairro existe uma passarela deconcreto abandonada pelos mora-dores por causa de assaltos queaconteciam constantemente, devi-do a altura das paredes o que difi-culta a visão de quem está do ou-tro lado. Dr. Luís Ferretti do aten-dimento ao usuário da CPTM,disse que ia estudar uma manei-ra de retirar os paredões, maspediu aos moradores que pro-curem o CONSEG (Conselho deSegurança) local.

Com certeza, a nova passare-la construída há mais de um anotrouxe uma grande ajuda para acomunidade, pois as pessoas nãocorrem mais o risco de serematropelada por um trem. No en-tanto, como podemos convivercom madeiras se sol-tando há tantos me-tros do chão? A co-munidade precisa seorganizar e fazer al-guma coisa para mu-

dar essa realidade. �

Orkut: é uma rede de relacionamento nainternet em que as pessoas podem fazer novosamigos, conversar com qualquer pessoa doBrasil e do mundo. Além de colocar suas fotospreferidas e participar de comunidades comos mais diversos temas.

Curiosidade: Você sabia que o Orkut éuma pessoa?Pois é, Orkut Büyükkokten é umengenheiro turco do Google, criador darede social Orkut utilizada pelaprimeira vez em 24 de janeiro de 2004.

Tendo o Brasil o maior númerode pessoas que tem orkut no mun-do inteiro com aproximadamente23 milhões de pessoas ligadas àrede. A Voz do Lapenna foi buscarinformações sobre esse meio de secomunicar das pessoas e como issofunciona na vida delas. Fizemosuma pesquisa com 38 pessoas quevariam de 14 á 24 anos, e desco-brimos que ter uma página noOrkut pode trazer muitas vanta-gens, porém fique ligado, pois osriscos também são grandes.

Em nossa pesquisa observamosque o maior medo das pessoas comrelação ao Orkut, é referente aosmenores de idade que usam livre-mente a página, em especial peloscasos recentes de pedofilia. “OOrkut tem comunidades porno-gráficas e isso é ruim para as crian-ças” afirma um jovem de 17 anosentrevistado. 95% dos entrevista-dos sabem que o uso é somentepara quem tem mais de 18 anos.

O Orkut é uma rede de relacio-namento, que tem como objetivofacilitar a comunicação entre aspessoas, no entanto, casos não só

de pedofilia, mas outros tipos deviolência acontecem no orkut dia-riamente, como brigas, páginas deperfil falsas, comunidades eróticasou até mesmo preconceituosas.

Um dos casos mais recentes depedofilia foi no Rio de Janeiro onde100 mil pessoas enviaram mensa-gens para uma página no Orkut,usada por um possível pedófilo. Oautor da página já retirada do arassinava o codinome “Tenente C”e tinhaem seuá l b u m12 fotos,a maio-ria delasde meni-nas nuase em si-t u a ç ã ode abusosexual. Re-voltados, osinternautass u g e r i r a mque ninguém denunciasse o casopara a administração do Orkut esim para a polícia. Além do “Te-

nente C”, outro perfil no site de re-lacionamentos identificado comosendo Gabriel Lokis também apre-senta fotos pornográficas envolven-do meninos.

Alerta

Casos como esses devem alertarsobre as crianças que usam essemeio de comunicação, já que hojeem dia ele está mudando até mes-

mo na educação. A Voz do Lapenna

se informou um pouco mais com aprofessora Sandra Regina Faria Ba-sílio, ela diz: “o Orkut tem lado bome ruim. O lado bom é que as pessoasse conhecem fazem amizades. O ladoruim é que as pessoas se expõem de-mais, até mesmo a família sendo su-jeito a coisas ruins”, afirma.

A educação entra nisso tudo, nalinguagem e na forma com as pes-soas usam a internet, várias delas

praticamente fica-ram “viciadas” napágina, a profes-sora diz que as ve-zes até “dá umadura na filha”,que como a mai-oria das pessoasdeixa de fazer tra-balhos escolarespara ficar nave-gando pela página

pessoal. �

Passarela apresenta risco para comunidade

“As madeiras estão

se soltando.”

Almir Santos

Jéssica Araújo

Renato SoaresTEXTO E FOTOS

Diogo Ferreira

Esdras Nunes

ME

MÓ

RIA

S D

O L

AP

EN

NA

Fotos - arquivo pessoal dos moradores

ME

MÓ

RIA

S D

O L

AP

EN

NA