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Jornada de Trabalho DR. THIAGO TRINDADE ABREU DA SILVA MENEGALDO Advogado especializado em Direito do Trabalho, sócio no escritório de advocacia Geromes e Menegaldo Sociedade de advogados, professor em diversos cursos de pós graduação, coordenador do grupo de estudos de direito do trabalho da 39ª Subseção da OAB de São Bernardo do Campo - SP. Foi profissional de Recursos Humanos por 13 anos, atuando em vários subsistemas deste departamento. Thiago Abreu Menegaldo @profthiagomenegaldo

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Page 1: Jornada de Trabalho · 2020-06-05 · Jornada de Trabalho DR. THIAGO TRINDADE ABREU DA SILVA MENEGALDO Advogado especializado em Direito do Trabalho, sócio no escritório de advocacia

Jornada de

Trabalho

DR. THIAGO TRINDADE ABREU DA SILVA MENEGALDO

Advogado especializado em Direito do Trabalho, sócio no escritório de advocacia

Geromes e Menegaldo Sociedade de advogados, professor em diversos cursos de

pós graduação, coordenador do grupo de estudos de direito do trabalho da 39ª

Subseção da OAB de São Bernardo do Campo - SP. Foi profissional de Recursos

Humanos por 13 anos, atuando em vários subsistemas deste departamento.

Thiago Abreu Menegaldo

@profthiagomenegaldo

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“Jornada de trabalho é o lapso temporal diário em quem o empregado

se coloca a disposição do empregador em virtude do respectivo

contrato. É desse modo, a medida principal do tempo diário de

disponibilidade do obreiro em face do seu empregador como resultado

do cumprimento do contrato de trabalho que os vincula.”

(DELGADO, Maurício Godinho – Curso de Direito do Trabalho – 13ª Edição. São Paulo: LTR, 2014 – p.900)

JORNADA DE TRABALHO

Aspectos Importantes

• Jornada e Salário;

• Jornada e Saúde no Trabalho;

• Jornada e Emprego;

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Artigo 7º, Constituição Federal

(...)

XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e

quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a

redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;

Artigo 58, CLT

A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade

privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado

expressamente outro limite.

JORNADA DE TRABALHO CF / CLT

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ALGUMAS INDICAÇÕES CONSTITUCIONAIS SOBRE O TEMA

Art. 7º Constituição Federal:

VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;

IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de

revezamento, salvo negociação coletiva;

XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à

do normal;

XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e

segurança;

XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de

qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de

quatorze anos;

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VARIAÇÃO NO HORÁRIO NO REGISTRO DE PONTO

Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as

variações de horário no registro de ponto não excedentes de cinco

minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários. (art, 58, § 1º,

CLT)

Sobre o tema, imprescindível destacar o que preceitua o art. 74, § 2º.

§ 2º Para os estabelecimentos com mais de 20 (vinte) trabalhadores será

obrigatória a anotação da hora de entrada e de saída, em registro manual,

mecânico ou eletrônico, conforme instruções expedidas pela Secretaria Especial

de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, permitida a pré-assinalação

do período de repouso (LEI Nº 13.874, DE 20 DE SETEMBRO DE 2019 )

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REGISTRO DE PONTO

§ 3º Se o trabalho for executado fora do estabelecimento, o horário dos

empregados constará do registro manual, mecânico ou eletrônico em seu

poder, sem prejuízo do que dispõe o caput deste artigo. (Redação

dada pela Lei nº 13.874, de 2019).

§ 4º Fica permitida a utilização de registro de ponto por exceção à jornada

regular de trabalho, mediante acordo individual escrito, convenção coletiva

ou acordo coletivo de trabalho. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019).

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Tempo Efetivamente Trabalhado: não computa na jornada de

trabalho as paralisações do empregado, como os intervalos;

Tempo a Disposição do Empregador: considera como jornada

de trabalho não só o tempo de efetivo serviço, como o tempo a

disposição do empregador;

Tempo in itinere: é a que considera como jornada de trabalho

todo o período, desde o momento em que o empregado se

dirige ao trabalho, até quando ele retorna a sua casa.

No Direito do Trabalho atual nosso sistema é híbrido.

CRITÉRIOS PARA FIXAÇÃO DA JORNADA E HORÁRIO

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VARIAÇÃO NO HORÁRIO NO REGISTRO DE PONTO

Súmula nº 366 do TST

CARTÃO DE PONTO. REGISTRO. HORAS EXTRAS. MINUTOS QUE

ANTECEDEM E SUCEDEM A JORNADA DE TRABALHO - Res. 197/2015 -

DEJT divulgado em 14, 15 e 18.05.2015

Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as

variações de horário do registro de ponto não excedentes de cinco minutos,

observado o limite máximo de dez minutos diários. Se ultrapassado esse limite,

será considerada como extra a totalidade do tempo que exceder a jornada

normal, pois configurado tempo à disposição do empregador, não importando as

atividades desenvolvidas pelo empregado ao longo do tempo residual (troca de

uniforme, lanche, higiene pessoal, etc).

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Art. 4º da CLT - Considera-se como de serviço

efetivo o período em que o empregado esteja à

disposição do empregador, aguardando ou

executando ordens, salvo disposição especial

expressamente consignada.

CRITÉRIOS PARA FIXAÇÃO DA JORNADA E HORÁRIO

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Súmula nº 449 do TST

MINUTOS QUE ANTECEDEM E SUCEDEM A JORNADA DE

TRABALHO. LEI Nº 10.243, DE 19.06.2001. NORMA

COLETIVA. FLEXIBILIZAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. (conversão da

Orientação Jurisprudencial nº 372 da SBDI-1) – Res. 194/2014, DEJT

divulgado em 21, 22 e 23.05.2014 A partir da vigência da Lei nº 10.243, de

19.06.2001, que acrescentou o § 1º ao art. 58 da CLT, não mais prevalece

cláusula prevista em convenção ou acordo coletivo que elastece o limite de

5 minutos que antecedem e sucedem a jornada de trabalho para fins de

apuração das horas extras.

VARIAÇÃO NO HORÁRIO NO REGISTRO DE PONTO

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TEMPOS A DISPOSIÇÃO – REFORMA TRABALHISTA

Art. 4º (...)

§ 2o Por não se considerar tempo à disposição do empregador, não será computado como

período extraordinário o que exceder a jornada normal, ainda que ultrapasse o limite de cinco

minutos previsto no § 1o do art. 58 desta Consolidação, quando o empregado, por escolha

própria, buscar proteção pessoal, em caso de insegurança nas vias públicas ou más

condições climáticas, bem como adentrar ou permanecer nas dependências da empresa

para exercer atividades particulares, entre outras:

I - práticas religiosas;

II - descanso;

III - lazer;

IV - estudo;

V - alimentação;

VI - atividades de relacionamento social;

VII - higiene pessoal;

VIII - troca de roupa ou uniforme, quando não houver obrigatoriedade de realizar a troca na

empresa.” (NR)

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Súmula nº 338 do TST

JORNADA DE TRABALHO. REGISTRO. ÔNUS DA PROVA

I - É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados o

registro da jornada de trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A não-

apresentação injustificada dos controles de freqüência gera presunção

relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por

prova em contrário. (ex-Súmula nº 338 – alterada pela Res. 121/2003, DJ

21.11.2003)

II - A presunção de veracidade da jornada de trabalho, ainda que prevista

em instrumento normativo, pode ser elidida por prova em contrário. (ex-OJ

nº 234 da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001)

III - Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída

uniformes são inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da

prova, relativo às horas extras, que passa a ser do empregador,

prevalecendo a jornada da inicial se dele não se desincumbir. (ex-OJ nº

306 da SBDI-1- DJ 11.08.2003).

VARIAÇÃO NO HORÁRIO NO REGISTRO DE PONTO

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AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. HORAS EXTRAS.

INTERVALO INTRAJORNADA. JORNADA DE TRABALHO. ÔNUS DA PROVA.

CONTROLES DE PONTO. REGISTROS INVARIÁVEIS. 1. Consignado pela

Corte de origem que os cartões de ponto carreados pela reclamada - não

merecem credibilidade, porquanto se mostram inflexíveis -, caracterizando o -

famigerado cartão 'britânico' -, o acolhimento das alegações empresariais em

direção oposta não prescindiria do revolvimento de fatos e provas, obstado

pela Súmula 126/TST. 2. Diante do quadro fático traçado pelo TRT -

insuscetível de revisão nesta esfera extraordinária -, verifica-se que o acórdão

recorrido, ao direcionar à reclamada o ônus da prova de jornada diversa da

declinada na exordial, foi proferido em harmonia com o entendimento

cristalizado no item III da Súmula 338/TST, no sentido de que - [O]s cartões de

ponto que demonstram horários de entrada e saída uniformes são inválidos

como meios de prova, invertendo-se o ônus da prova, relativo às horas extras,

que passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da inicial se dele não

se desincumbir - . Óbices do art. 896, § 4º, da CLT e da Súmula 333/TST.

Agravo de instrumento conhecido e não provido. (TST - AIRR:

18368820105150042 1836-88.2010.5.15.0042, Relator: Hugo Carlos

Scheuermann, Data de Julgamento: 05/06/2013, 1ª Turma, Data de

Publicação: DEJT 14/06/2013)

VARIAÇÃO NO HORÁRIO NO REGISTRO DE PONTO

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JORNADA DE TRABALHO. REGISTRO. CONTROLES DE FREQUÊNCIA

APRESENTADOS AOS AUTOS. IDONEIDADE. ÔNUS DA PROVA. É do

reclamante o ônus de elidir a presunção de veracidade da jornada anotada

nos controles de frequência apresentados aos autos, se formalmente

idôneos. Aplicação da Súmula 338, III, do TST. (TRT18, RO - 0010897-

16.2017.5.18.0083, Rel. DANIEL VIANA JUNIOR, 3ª TURMA, 27/02/2019)

VARIAÇÃO NO HORÁRIO NO REGISTRO DE PONTO

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Súmula 50 – TRT 2ª Região

Horas extras. Cartões de ponto. Ausência de assinatura do

empregado. Validade. (Res. TP nº 01/2016 - DOEletrônico 02/02/2016)

A ausência de assinatura do empregado nos cartões de ponto, por si só,

não os invalida como meio de prova, pois a lei não exige tal formalidade.

VALIDADE DO CARTÃO DE PONTO

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CONVERSÃO

1 hora relógio = 60 minutos

1 hora centesimal = 100 centésimos de hora

Na apuração das verbas trabalhistas, é imperioso ressaltar

que a hora relógio tem 60 minutos e a hora centesimal,

como o nome indica, trabalha com frações de 100

60 minutos = 01 hora

45 minutos = X

Teríamos então:

45 minutos / 60 minutos (01 hora) = 0,75

Vejamos isso no exemplo de transformamos 01h45 em

horas centesimais

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HORAS IN ITINERE

O tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho e para o seu

retorno, por qualquer meio de transporte, não será computado na jornada

de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso ou não

servido por transporte público, o empregador fornecer a condução. (Art. 58,

§ 2º, CLT)

.

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HORAS IN ITINERE

.

Súmula 90 - HORAS "IN ITINERE". TEMPO DE SERVIÇO (incorporadas as

Súmulas nºs 324 e 325 e as Orientações Jurisprudenciais nºs 50 e 236 da SBDI-1)

- Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005

I - O tempo despendido pelo empregado, em condução fornecida pelo empregador, até

o local de trabalho de difícil acesso, ou não servido por transporte público regular, e

para o seu retorno é computável na jornada de trabalho.

II - A incompatibilidade entre os horários de início e término da jornada do empregado

e os do transporte público regular é circunstância que também gera o direito às horas

"in itinere".

III - A mera insuficiência de transporte público não enseja o pagamento de horas "in

itinere".

IV - Se houver transporte público regular em parte do trajeto percorrido em condução

da empresa, as horas "in itinere" remuneradas limitam-se ao trecho não alcançado

pelo transporte público.

V - Considerando que as horas "in itinere" são computáveis na jornada de trabalho, o

tempo que extrapola a jornada legal é considerado como extraordinário e sobre ele

deve incidir o adicional respectivo.

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HORAS IN ITINERE

Súmula nº 320 do TST

HORAS "IN ITINERE". OBRIGATORIEDADE DE CÔMPUTO NA JORNADA

DE TRABALHO

O fato de o empregador cobrar, parcialmente ou não, importância pelo

transporte fornecido, para local de difícil acesso ou não servido por transporte

regular, não afasta o direito à percepção das horas "in itinere".

Poderão ser fixados, para as microempresas e empresas de pequeno porte,

por meio de acordo ou convenção coletiva, em caso de transporte fornecido

pelo empregador, em local de difícil acesso ou não servido por transporte

público, o tempo médio despendido pelo empregado, bem como a forma e a

natureza da remuneração (§ 3º art. 58, CLT).

Inadmissível acordo individual em prejuízo do empregado;

Inadmissível mesmo através e acordo ou convenção coletiva qualquer

condição menos favorável ao trabalhador.

Revogado pela Lei 13.467/2017

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HORAS IN ITINERE

EMENTA: HORAS IN ITINERE. EXISTÊNCIA DE TRANSPORTE PÚBLICO

SERVINDO O LOCAL DE TRABALHO EM HORÁRIOS COMPATÍVEIS- ÔNUS DE

PROVA. É do empregador o ônus de demonstrar que o local de trabalho é

servido por transporte público regular, compatível com os horários de início e

término da jornada de trabalho, tendo em vista a presunção de que o fornecimento

do transporte se dava no interesse da atividade, como forma de garantir o acesso dos

empregados ao local de trabalho (art. 58, § 2.º, da CLT). (TRT da 3.ª Região;

Processo: 0000675-53.2014.5.03.0069 RO; Data de Publicação: 29/07/2016; Órgão

Julgador: Setima Turma; Relator: Paulo Roberto de Castro; Revisor: Convocado

Cleber Lucio de Almeida)

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HORAS IN ITINERE

.

RECURSO DE REVISTA. HORAS IN ITINERE. RESIDÊNCIA DO EMPREGADO EM

LOCAL DE DIFÍCIL ACESSO. ALDEIA INDÍGENA. EMPRESA SITUADA NO CENTRO

DA CIDADE, EM LOCAL DE FÁCIL ACESSO. INDEVIDO O PAGAMENTO DE HORAS

IN ITINERE. 1. Do quadro fático registrado pelo egrégio Tribunal Regional extrai-se

que "(…) No caso presente, claro está que a ré não está situada em local de difícil

acesso, pois se situa no centro da cidade de Seara, conforme inicial. Na realidade,

situada em local de difícil acesso está a aldeia indígena na qual reside o autor,

situação não contemplada na hipótese descrita no Dispositivo Legal citado (...)” (fl.

381). 2. Quanto à existência de transporte regular, a egrégia Corte Regional registrou

que “(…) o autor não trouxe nenhum elemento capaz de demonstrá-la, não se

desincumbindo do seu encargo probatório. (…)” (fl. 381, grifei). 3. Dentro deste

contexto fático, não se vislumbra contrariedade à Súmula 90/TST, na medida em que o

acesso à empresa não oferecia dificuldades, não havendo prova de inexistência de

transporte público regular. 4. No que se refere à divergência jurisprudencial indicada

ao confronto de teses, vale dizer que os arestos formalmente válidos são

inespecíficos, uma vez que não partem da premissa de que de difícil acesso era a

residência do empregado, e não a sede da empresa. Incidência da Súmula 296/TST.

Recurso de revista não conhecido.(PROCESSO Nº TST-RR-749-18.2012.5.12.0008 –

3ª Turma – Rel. Min. ALEXANDRE AGRA BELMONTE – Publicação 12/06/2015).

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HORAS IN ITINERE

Súmula nº 429 do TST

TEMPO À DISPOSIÇÃO DO EMPREGADOR. ART. 4º DA CLT. PERÍODO

DE DESLOCAMENTO ENTRE A PORTARIA E O LOCAL DE TRABALHO

- Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011

Considera-se à disposição do empregador, na forma do art. 4º da CLT, o

tempo necessário ao deslocamento do trabalhador entre a portaria da

empresa e o local de trabalho, desde que supere o limite de 10 (dez)

minutos diários.

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Artigo 58, §2º

O tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até a efetiva

ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por

qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não

será computado na jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do

empregador.

Será o fim da súmula 90 do TST?

HORAS IN ITINERE – REFORMA TRABALHISTA

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O art. 244, § 2º, CLT, considera tempo de sobreaviso o período em

que o ferroviário “permanecer em sua própria casa, aguardando a

qualquer momento o chamado para o serviço. Cada escala de

sobreaviso será no máximo de 24 horas. As horas de sobreaviso,

para todos os efeitos, serão contados à razão de 1/3 do salário

normal.”

Na visão de Arnaldo Süssekind, empregado de sobreaviso é “aquele

que permanece em local ajustado com o seu empregador para

eventuais convocações, visando à execução de determinados

serviços” .

SOBREAVISO

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Súmula nº 428 do TST

SOBREAVISO APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 244, § 2º DA

CLT (redação alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em

14.09.2012) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26

e 27.09.2012

I - O uso de instrumentos telemáticos ou informatizados fornecidos

pela empresa ao empregado, por si só, não caracteriza o regime de

sobreaviso.

II - Considera-se em sobreaviso o empregado que, à distância e

submetido a controle patronal por instrumentos telemáticos ou

informatizados, permanecer em regime de plantão ou equivalente,

aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço durante

o período de descanso.

SOBREAVISO

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PRONTIDÃO

§ 3º Considera-se de "prontidão" o empregado que ficar nas

dependências da estrada, aguardando ordens. A escala de

prontidão será, no máximo, de doze horas. As horas de

prontidão serão, para todos os efeitos, contadas à razão de

2/3 (dois terços) do salário-hora normal.

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TRABALHO EM REGIME DE TEMPO PARCIAL

Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração

não exceda a vinte e cinco horas semanais. (art. 58-A, CLT)

O salário a ser pago aos empregados sob o regime de tempo parcial será

proporcional à sua jornada, em relação aos empregados que cumprem, nas

mesmas funções, tempo integra (Art. 58-A, §1º)

Neste sentido também temos a OJ 358 da SDI-I

OJ SDI-I 358. SALÁRIO MÍNIMO E PISO SALARIAL PROPORCIONAL À JORNADA

REDUZIDA. POSSIBILIDADE (DJ 14.03.2008)

Havendo contratação para cumprimento de jornada reduzida, inferior à previsão

constitucional de oito horas diárias ou quarenta e quatro semanais, é lícito o

pagamento do piso salarial ou do salário mínimo proporcional ao tempo trabalhado.

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TRABALHO EM REGIME DE TEMPO PARCIAL

“CONTRATO DE TRABALHO EM TEMPO PARCIAL. SALÁRIO PROPORCIONAL.

APLICAÇÃO DO ART. 58-A DA CLT. No caso de trabalho em tempo parcial, o salário é

devido de forma proporcional às horas trabalhadas. Esta é a inteligência do artigo 58-

A, § 1º, da CLT, que está de acordo com o caráter sinalagmático do contrato de

trabalho, já que há um perfeito equilíbrio formal entre as prestações onerosas dos

contratados (empregado e empregador)”. (TRT-6 - RO: 97900402008506 PE 0097900-

40.2008.5.06.0121, Relator: Dione Nunes Furtado da Silva (T1), Data de Publicação:

01/08/2009)

“RECURSO DE REVISTA. EMPREGADO DOMÉSTICO. JORNADA REDUZIDA. SALÁRIO-

MÍNIMO PROPORCIONAL. Com ressalva desta relatora, entende esta Corte Superior

que o inciso IV do art. 7º da CF deve ser interpretado em consonância com o inciso XIII

do dispositivo, de modo que, se a jornada de trabalho contratada do empregado é

inferior àquela constitucionalmente estipulada, o salário pode ser pago de forma

proporcional ao número de horas trabalhadas em jornada reduzida, nos termos da OJ

n.º 358 da SBDI-1. Esse entendimento aplica-se inclusive à relação de trabalho

doméstico anterior à Emenda Constitucional n.º 72/2013, sob pena de deferir à

categoria dos trabalhadores domésticos garantia maior que à conferida aos

trabalhadores em geral, o que não se coaduna com o texto constitucional vigente na

época. Precedentes. Recurso de revista a que se nega provimento. (RR - 1226-

30.2011.5.03.0104, Relatora Ministra: Kátia Magalhães Arruda, Data de Julgamento:

11/06/2013, 6ª Turma, Data de Publicação: 14/06/2013)

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TRABALHO EM REGIME DE TEMPO PARCIAL - REFORMA

“Art. 58-A. Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não

exceda a trinta horas semanais, sem a possibilidade de horas suplementares semanais, ou,

ainda, aquele cuja duração não exceda a vinte e seis horas semanais, com a possibilidade de

acréscimo de até seis horas suplementares semanais.

§ 3o As horas suplementares à duração do trabalho semanal normal serão pagas com o

acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o salário-hora normal.

§ 4o Na hipótese de o contrato de trabalho em regime de tempo parcial ser estabelecido em

número inferior a vinte e seis horas semanais, as horas suplementares a este quantitativo

serão consideradas horas extras para fins do pagamento estipulado no § 3o, estando

também limitadas a seis horas suplementares semanais.

§ 5o As horas suplementares da jornada de trabalho normal poderão ser compensadas

diretamente até a semana imediatamente posterior à da sua execução, devendo ser feita a

sua quitação na folha de pagamento do mês subsequente, caso não sejam compensadas.

§ 6o É facultado ao empregado contratado sob regime de tempo parcial converter um terço

do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário.

§ 7o As férias do regime de tempo parcial são regidas pelo disposto no art. 130 desta

Consolidação.” (NR)

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HORA EXTRA

Valentim Carrion, ao comentar o art. 59 da CLT, “consideram-se extras as horas

trabalhadas além da jornada normal de cada empregado, comum ou reduzida; é o

caso do bancário que trabalhe 7 horas; ou do comerciário que pactue e trabalhe

apenas 4 horas por dia – a quinta hora já será extra; de outro modo o empregador

podia contratar jornada inferior habitual, convocando o empregado a trabalhar 8 horas

apenas quando lhe conviesse, sem garantir-lhe o salário de 8 horas”.

As horas extras compreendem as que excedem a jornada normal do empregado.

Jornada normal é a prevista na lei, no instrumento normativo ou no contrato de

trabalho do empregado.

Quando se excede a duração da jornada normal, o empregado tem direito à

percepção da hora extra.

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OJ – SDI-I 233. HORAS EXTRAS. COMPROVAÇÃO DE

PARTE DO PERÍODO ALEGADO (nova redação) - DJ

20.04.2005

A decisão que defere horas extras com base em prova

oral ou documental não ficará limitada ao tempo por ela

abrangido, desde que o julgador fique convencido de que

o procedimento questionado superou aquele período.

HORA EXTRA E A PROVA

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INÉPCIA. PEDIDO GENÉRICO. CONFIGURAÇÃO. Apesar de o

Processo do Trabalho não exigir rigor formal na elaboração da petição

inicial, nos termos do artigo 840 da CLT, devem constar os elementos

mínimos indispensáveis à solução da controvérsia, quais sejam, os

pedidos certos e determinados, de modo a possibilitar que a decisão seja

proferida dentro dos limites propostos, além de viabilizar o direito de

defesa. No caso, essas exigências não foram satisfeitas, uma vez que a

autora requereu a condenação da reclamada ao pagamento de horas

extras sem indicar sequer a frequência com que tal fato ocorreu. Recurso

da reclamante a que se nega provimento. (TRT18, RO - 0010434-

93.2017.5.18.0012, Rel. DANIEL VIANA JUNIOR, 3ª TURMA, 27/02/2019)

HORA EXTRA

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HORA EXTRA E A PROVA

HORAS EXTRAS. PROVA DOCUMENTAL FIDEDIGNA. DIFERENÇAS

NÃO COMPROVADAS. Apresentados cartões de ponto pela reclamada,

competia à reclamante evidenciar a existência de diferenças de horas

extras registradas e não pagas, sem se esquecer da compensação

expressamente regulada por norma coletiva. Não o fazendo, é

improcedente o pedido. (TRT da 3.ª Região; PJe: 0011564-

76.2016.5.03.0140 (RO); Disponibilização: 06/12/2018; Órgão Julgador:

Nona Turma; Relator: Maria Stela Alvares da S.Campos)

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HORA EXTRA

Súmula nº 264 do TST

HORA SUPLEMENTAR. CÁLCULO (mantida) - Res. 121/2003,

DJ 19, 20 e 21.11.2003

A remuneração do serviço suplementar é composta do valor da

hora normal, integrado por parcelas de natureza salarial e

acrescido do adicional previsto em lei, contrato, acordo,

convenção coletiva ou sentença normativa.

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HORA EXTRA

Súmula nº 340 do TST

COMISSIONISTA. HORAS EXTRAS (nova redação) - Res.

121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

O empregado, sujeito a controle de horário, remunerado à base

de comissões, tem direito ao adicional de, no mínimo, 50%

(cinqüenta por cento) pelo trabalho em horas extras, calculado

sobre o valor-hora das comissões recebidas no mês,

considerando-se como divisor o número de horas efetivamente

trabalhadas.

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HORA EXTRA

OJ – SDI-I 397. COMISSIONISTA MISTO. HORAS EXTRAS.

BASE DE CÁLCULO. APLICAÇÃO DA SÚMULA N.º 340 DO

TST. (DEJT divulgado em 02, 03 e 04.08.2010) O empregado

que recebe remuneração mista, ou seja, uma parte fixa e outra

variável, tem direito a horas extras pelo trabalho em

sobrejornada. Em relação à parte fixa, são devidas as horas

simples acrescidas do adicional de horas extras. Em relação à

parte variável, é devido somente o adicional de horas extras,

aplicando-se à hipótese o disposto na Súmula n.º 340 do TST.

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HORA EXTRA E A MULHER

Art. 384, CLT - Em caso de prorrogação do horário normal,

será obrigatório um descanso de 15 (quinze) minutos no

mínimo, antes do início do período extraordinário do

trabalho.

Artigo 5º, I, estabelece que homens e mulheres são iguais

em direitos e obrigações;

Artigo 7º, XXX, proíbe diferença de salários, funções ou

critério de admissão por motivo de sexo.

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HORA EXTRA E A MULHER

SÚMULA 28 – TRT 2ª Região

Intervalo previsto no artigo 384 da CLT. Recepção pela Constituição

Federal. Aplicação somente às mulheres. Inobservância. Horas extras.

O artigo 384 da CLT foi recepcionado pela Constituição Federal consoante

decisão do E. Supremo Tribunal Federal e beneficia somente mulheres,

sendo que a inobservância do intervalo mínimo de 15 (quinze) minutos nele

previsto resulta no pagamento de horas extras pelo período total do

intervalo. (Resolução TP nº 02/2015 - DOEletrônico 26/05/2015)

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HORA EXTRA E A MULHER – REFORMA TRABALHISTA

Com a reforma trabalhista o artigo

384, CLT foi REVOGADO!

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MÉDIA DE HORAS EXTRAS

O exemplo é o seguinte:

Salário mensal: R$ 2.200,00

Divisor: 220 horas mensais

Salário hora R$ 10,00

Adicional de hora extra: 50%

Horas extras habituais e demissão sem justa causa.

Valor da HORA EXTRA R$ 15,00, então temos:

DSR (divido o valor por 6): R$ 2,50 (16,7%)

Férias + /13: (1/12 avos) R$ 1,67 (11,1%)

13º salário: (1/12 avos) R$ 1,25 (8,3%)

FGTS + 40%: (11,2%) R$ 1,68 (11,2 %)

Total dos reflexos R$ R$ 7,10 (47,3%)

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MÉDIA DE HORAS EXTRAS

Isso quer dizer que os reflexos, nesta situação, representam 47,3% do valor da

hora extra.

Desta forma, quando vamos calcular horas extras e quisermos saber o valor médio

dos reflexos, aplicamos sobre o valor das horas extras, um adicional de 47,3%

Mas atenção!

Vocês viram que o aviso prévio ficou de fora desta conta. Isso ocorre porque deve

ser calculado a parte, pois sua incidência é calculada apenas dos últimos 12 meses

da prestação de serviço.

Espero que essa dica os ajudem!!!

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REGIME 12 X 36

O trabalho prestado em regime de 12 × 36 é aquele no qual o

empregado presta serviços em 12 horas e descansa 36

consecutivas.

É muito comum nas áreas da saúde, vigilância etc.

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REGIME 12 X 36

Súmula nº 444 do TST

JORNADA DE TRABALHO. NORMA COLETIVA. LEI. ESCALA DE

12 POR 36. VALIDADE. - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26

e27.09.2012 - republicada em decorrência do despacho proferido

no processo TST-PA-504.280/2012.2 - DEJT divulgado em

26.11.2012

É valida, em caráter excepcional, a jornada de doze horas de trabalho

por trinta e seis de descanso, prevista em lei ou ajustada

exclusivamente mediante acordo coletivo de trabalho ou convenção

coletiva de trabalho, assegurada a remuneração em dobro dos

feriados trabalhados. O empregado não tem direito ao pagamento de

adicional referente ao labor prestado na décima primeira e décima

segunda horas.

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REGIME 12 X 36

EMENTA: JORNADA DE TRABALHO. ESCALA 12X36. PRESTAÇÃO DE

HORAS EXTRAS. SUPRESSÃO PARCIAL DO INTERVALO

INTERJORNADAS DE 36 HORAS. SÚMULA 110 E OJ 355 DO TST.

APLICAÇÃO ANALÓGICA. A não concessão integral do intervalo de 36 horas

ao empregado que cumpre escala 12x36 enseja o pagamento, como extras,

das horas suprimidas, aplicando-se, por analogia, o disposto na Súmula 110 e

na OJ 355 do TST, em razão da não fruição integral do intervalo interjornadas

pactuado pelas partes.(TRT da 3.ª Região; Processo: 0000120-

29.2014.5.03.0136 RO; Data de Publicação: 02/05/2016; Órgão Julgador:

Quarta Turma; Relator: Paula Oliveira Cantelli; Revisor: Maria Lucia Cardoso

Magalhaes)

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REGIME 12 X 36

Intervalo Intrajornada no regime 12x36

Jornada 12X36. Intervalo intrajornada. Observação do disposto no art. 71 da CLT.

Possibilidade. A realização de jornada do tipo 12X36 não elide o empregador da

obrigatoriedade de concessão de intervalo para refeição e descanso. Com efeito,

as normas relativas aos períodos de descanso do trabalhador, entre eles o intervalo

intrajornada, são de saúde pública, destinadas ao aperfeiçoamento das condições de

segurança, saúde e higiene no trabalho, já que possibilitam a preservação da higidez

física e mental do empregado no exercício diário das suas atividades. Recurso

Ordinário do reclamante provido, no aspecto. (TRT 2ª Região – RO – Processo nº

02374001620095020019 – 14ª Turma – Rel. Des. Davi Furtado Meirelles – Public.

06/03/2012).

A sentença de 1º grau do processo retro mencionado assim havia

determinado:

O juízo de origem indeferiu o pedido de horas extras por supressão do intervalo

intrajornada, sob o argumento de que a jornada de 12X36 autoriza a flexibilização da

pausa, “pois, se assim não fosse, o reclamante deveria realizar uma jornada de

13x36, o que inviabilizaria o horário de funcionamento dos hospitais e o rodízio de

seus empregados em turnos fixos”

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REGIME 12 X 36 - REFORMA TRABALHISTA

Art. 59-A. Em exceção ao disposto no art. 59 desta Consolidação, é

facultado às partes, mediante acordo individual escrito, convenção coletiva ou

acordo coletivo de trabalho, estabelecer horário de trabalho de doze horas

seguidas por trinta e seis horas ininterruptas de descanso, observados ou

indenizados os intervalos para repouso e alimentação.

Parágrafo único. A remuneração mensal pactuada pelo horário previsto no

caput deste artigo abrange os pagamentos devidos pelo descanso semanal

remunerado e pelo descanso em feriados, e serão considerados

compensados os feriados e as prorrogações de trabalho noturno, quando

houver, de que tratam o art. 70 e o § 5º do art. 73 desta Consolidação.”

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REGIME 12 X 36 - REFORMA TRABALHISTA

Art. 60 - Nas atividades insalubres, assim consideradas as constantes dos quadros mencionados no capítulo "Da Segurança e da

Medicina do Trabalho", ou que neles venham a ser incluídas por ato do Ministro do Trabalho, Industria e Comercio, quaisquer

prorrogações só poderão ser acordadas mediante licença prévia das autoridades competentes em matéria de higiene do trabalho,

as quais, para esse efeito, procederão aos necessários exames locais e à verificação dos métodos e processos de trabalho, quer

diretamente, quer por intermédio de autoridades sanitárias federais, estaduais e municipais, com quem entrarão em entendimento

para tal fim.

Parágrafo único. Excetuam-se da exigência de licença prévia as jornadas de

doze horas de trabalho por trinta e seis horas ininterruptas de descanso.”

(NR)

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REGIME 12 X 36 - REFORMA TRABALHISTA

EMENTA: BANCO DE HORAS. ATIVIDADE INSALUBRE. INVALIDADE. Para a

instituição do banco de horas quando o trabalho é executado em ambientes

insalubres, além dos requisitos previstos no art. 59, §2º, da CLT, a reclamada deve

ter licença prévia das autoridades competentes (art. 60 da CLT). Inexistindo a

licença, é inválido o banco de horas instituído. Recurso patronal desprovido, no

particular. (TRT18, RO - 0010892-37.2017.5.18.0101, Rel. GERALDO

RODRIGUES DO NASCIMENTO, 2ª TURMA, 04/05/2018)

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DIVISOR PARA CÁLCULO DA HORA EXTRA

O artigo 64 da CLT corresponde à chave para o bom entendimento a

facilitar o cálculo do salário hora, para aqueles como a maioria recebe

salário mensal, vejamos:

Art. 64 - O salário-hora normal, no caso de empregado mensalista, será

obtido dividindo-se o salário mensal correspondente à duração do

trabalho, a que se refere o art. 58, por 30 (trinta) vezes o número de

horas dessa duração.

Parágrafo único - Sendo o número de dias inferior a 30 (trinta), adotar-

se-á para o cálculo, em lugar desse número, o de dias de trabalho por

mês.

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DIVISOR PARA CÁLCULO DA HORA EXTRA

Antes da Constituição Federal de 1988 tínhamos 8 horas diárias (48

semanais) x 30 dias = 240 horas mensais.

Atualmente para chegarmos a esta conta temos que fazer uma conta em

separado e com prioridade para obtermos o valor médio da jornada, ante

de multiplicarmos por 30.

Temos que saber a jornada semanal, dividir por 6 (por força da lei 605/49)

encontrando o padrão médio, veja:

44 / 6 = 7,33333 x 30 = 220 horas

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NORMAL - 08 horas diárias e 44 horas semanais (Art. 7º, XIII, CF)

DIVISOR PARA CÁLCULO DA HORA EXTRA

Para os empregados sujeitos a 40 horas semanais de trabalho, aplica-se o

divisor 200 (duzentos) para o cálculo do valor do salário-hora (Súm. 431,

TST).

Seg Ter Qua Qui Sex Sáb Dom Total

8 8 8 8 8 4 DSR 44

Somatório da semana 44

Carga Horária (/6) 7,3333

Divisor Mensal (x30) 220

Seg Ter Qua Qui Sex Sáb Dom Total

8 8 8 8 8 Liberalidade DSR 40

Somatório da semana 40

Carga Horária (/6) 6,6667

Divisor Mensal (x30) 200

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Semana Inglesa (Sum. 85, IV, TST)

Seg Ter Qua Qui Sex Sáb Dom Total

9 9 9 9 8 Comp DSR 44

Somatório da Semana 44

Carga Horária (/6) 7,33333

Divisor Mensal (x30) 220

Seg Ter Qua Qui Sex Sáb Dom Total

8 8 8 8 8 8 DSR 48

DSR 8 8 8 8 8 DSR 40

Somatório de 02 semanas 88

Média de 02 semanas 44

Carga Horária (/6) 7,3333

Divisor Mensal (x30) 220

Semana Espanhola (6X2)

DIVISOR PARA CÁLCULO DA HORA EXTRA

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REGIME 12 X 36

Seg Ter Qua Qui Sex Sáb Dom Total

12 12 12 12 48

12 12 12 36

Somatório de 02 semanas 84

Média de 02 semanas 42

Carga Horária (/6) 7

Divisor Mensal (x30) 210

O empregado submetido à jornada de 12 horas de trabalho por 36 de

descanso (12 × 36), que compreenda a totalidade do período noturno, tem

direito ao adicional noturno, relativo às horas trabalhadas após as 5 horas

da manhã (OJ 388, SDI-I).

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VAMOS EXERCITAR O APRENDIZADO

Função: Garçon

JORNADA

· Sextas-feiras, sábados e domingos das 10h00 as 20h00 - com uma hora de intervalo

para refeição e descanso;

Trabalhou por três anos sem registro ganhando R$ 70,00 por dia.

Quando foi registrado, a Reclamada passou a lhe pagar R$ 800,00 por mês.

Calcule o divisor de horas extras;

Calcule o salário mensal antes do reconhecimento do vínculo.

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SUPRESSÃO DA HORA EXTRA

Súmula nº 291 do TST

HORAS EXTRAS. HABITUALIDADE. SUPRESSÃO.

INDENIZAÇÃO. (nova redação em decorrência do julgamento do

processo TST-IUJERR 10700-45.2007.5.22.0101) - Res. 174/2011, DEJT

divulgado em 27, 30 e 31.05.2011

A supressão total ou parcial, pelo empregador, de serviço suplementar

prestado com habitualidade, durante pelo menos 1 (um) ano, assegura ao

empregado o direito à indenização correspondente ao valor de 1 (um) mês

das horas suprimidas, total ou parcialmente, para cada ano ou fração igual

ou superior a seis meses de prestação de serviço acima da jornada

normal. O cálculo observará a média das horas suplementares nos últimos

12 (doze) meses anteriores à mudança, multiplicada pelo valor da hora

extra do dia da supressão.

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a) verificar o número de anos durante o contrato de trabalho em que houve

prestação de horas extras de forma habitual em período igual ou superior a

06 meses.

b) apurar a média das horas extras prestadas nos doze meses anteriores à

supressão. Se houver horas extras realizadas com adicionais diferentes,

será necessário apurar a média das horas extras pagas com cada um dos

adicionais.

c) multiplicar a média encontrada no item “b” pelo valor da hora extra no

mês da supressão para apurar o valor médio mensal das horas extras

d) multiplicar o resultado encontrado no item “c” pelo número de anos

apurado no item “a” para determinar o valor da indenização devida.

SUPRESSÃO DAS HORAS EXTRAS

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EMENTA: AUTARQUIA – SUPRESSÃO DE HORAS EXTRAS – INDENIZAÇÃO – SÚMULA

291 DO COLENDO TST. Ainda que a reclamada seja uma autarquia e esteja submetida aos

princípios norteadores da Administração Pública, consagrados no artigo 37 da Constituição

Federal de 1988, constatado que o contrato de trabalho celebrado com o reclamante era

regido pela CLT, a autarquia empregadora se sujeita à legislação trabalhista no tocante aos

direitos e obrigações. É incontroverso nos autos que o reclamante foi admitido pela reclamada

em 26.08.87 sob a égide da CLT, o que é corroborado pela documentação juntada às f. 25/27.

Também não houve impugnação específica por parte da reclamada no sentido de que o autor

trabalhava habitualmente em sobrejornada, sendo que a partir de maio de 2010 a reclamada

suspendeu o pagamento regular de horas extras em decorrência do advento do Decreto

Municipal n.º 13.549/2009, que limitou o pagamento da referida mediante autorização somente

em situações excepcionais. Portanto, a supressão abrupta da verba extraordinária percebida

pelo reclamada durante longo período não pode prevalecer diante da moralidade e legalidade

administrativa. Devem ser levados em consideração outros dispositivos constitucionais que

dignificam e valorizam o trabalho e promovem a dignidade da pessoa humana (v.g., artigo 1º,

IV e art. 170), de modo que se encontre um denominador comum para a ponderação dos

interesses garantidos em patamar constitucional. Como corolário, se houve a supressão de

trabalho extraordinário habitualmente prestado durante pelo menos um ano, impõe-se o

deferimento da indenização consubstanciada na Súmula 291 do Colendo TST. (TRT da 3.ª

Região; Processo: 01468-2011-112-03-00-4 RO; Data de Publicação: 21/03/2012; Órgão

Julgador: Segunda Turma; Relator: Sebastião Geraldo de Oliveira; Revisor: Luiz Ronan Neves

Koury; Divulgação: 20/03/2012. DEJT. Página 98).

SUPRESSÃO DAS HORAS EXTRAS

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DANO EXISTENCIAL

DANO EXISTENCIAL - CONFIGURAÇÃO. Há dano existencial quando o

trabalhador é impedido de se realizar, na qualidade de ser humano, nos âmbitos

pessoal e social, em razão da supressão de seu tempo, decorrente da

imposição de jornada de trabalho excessiva ou do desrespeito, pela

empregadora, a outros direitos atinentes aos períodos de descanso

instituídos pela legislação laboral. Em casos tais, há o comprometimento ou, até

mesmo, a inibição do trabalhador do gozo do lazer, da convivência familiar e

social, frustrando, assim, o seu projeto de vida, o que, de resto, representa

vilipêndio ao princípio da dignidade da pessoa humana. Para que se configure o

dano existencial, necessária a demonstração dos elementos caracterizadores da

responsabilidade civil patronal, os quais restaram configurados na hipótese,

fazendo jus o Autor ao recebimento de indenização por danos morais. (TRT da 3.ª

Região; PJe: 0011837-35.2017.5.03.0103 (RO); Disponibilização: 07/01/2020;

Órgão Julgador: Quarta Turma; Relator: Denise Alves Horta)

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EXCLUSÃO DE JORNADA SUPLEMENTAR

• Que exercem atividade externa incompatível com a fixação de horário de trabalho,

devendo tal condição ser anotada na CTPS e no registro de empregados;

• Os gerentes, assim considerados os que exercem de cargo de gestão e aos quais se

equiparam os diretores e chefes de departamento ou filial. Porém, o salário do cargo de

confiança, compreendendo a gratificação de função, se houver, não poderá ser inferior

ao valor do respectivo salário acrescido de 40% (art. 62, I e II, parágrafo único, CLT);

OJ SDI-I - 332. MOTORISTA. HORAS EXTRAS. ATIVIDADE EXTERNA. CONTROLE DE

JORNADA POR TACÓGRAFO. RESOLUÇÃO Nº 816/86 DO CONTRAN (DJ 09.12.2003)

O tacógrafo, por si só, sem a existência de outros elementos, não serve para controlar a jornada

de trabalho de empregado que exerce atividade externa.

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CARGO DE CONFIANÇA

a) possuir "poder de gestão", que representa uma das questões mais

relevantes para a caracterização do cargo de confiança, pelo qual se

atribui um maior poder de fidúcia do empregador sobre certo trabalhador, a

quem se entrega parte das atribuições inerentes à condução dos destinos

do empreendimento empresarial, como que descentralizando o poder de

mando do empregador;

b) receber padrão salarial ou gratificação de função no mínimo superior a

40%, em comparação aos salários dos demais empregados a ele

subordinados.

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CARGO DE CONFIANÇA

A CLT disciplina a existência de três diferentes cargos de confiança:

(a) confiança imediata do empregador (art. 499);

(b) confiança geral (art. 62, II);

(c) confiança bancária (art. 224, §2°).

Confiança Imediata do Empregador

Se confunde com o próprio empregador, correspondendo àqueles cargos

responsáveis pela direção geral da instituição, tais como, presidente,

membro de conselho de administração ou de acionistas, altos diretores ou

superintendentes;

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CARGO DE CONFIANÇA

Confiança Geral

Funcionários que detém uma fidúcia especial, sendo o longa manus do

empregador e responsável pela gestão de sucursais, filiais ou agências, por

exemplo, gerentes de agências, superintendentes de regionais. Estes

funcionários desempenham poderes de gestão, podendo citar como exemplo

aqueles que exerçam as funções de gerentes, chefes de departamento ou de

filial

Confiança Bancária

Empregados que dentro da estrutura hierarquizada são responsáveis por

setores ou departamentos específicos de trabalho, organizando-os e

reportando-se aos gerentes gerais. Detém um grau menor de confiança do

empregador mas possui um poder de organização sobre o serviço, sendo

exemplo, chefes, supervisores, gerentes etc.

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EXCLUSÃO DE CONTROLE – REFORMA TRABALHISTA

Art. 62 - Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo:

(...)

III - os empregados em regime de teletrabalho.

INDAGA-SE; TODO E QUALQUER TRABALHO REALIZADO DE FORMA

TELEMÁTICA NÃO ESTARÁ SUJEITO A REALIZAÇÃO DE HORAS

EXTRAORDINÁRIAS?

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EXCLUSÃO DE JORNADA SUPLEMENTAR

CARGO DE CONFIANÇA. ARTIGO 62, II, DA CLT. Não importa o nome da

função do reclamante, para a caracterização do cargo de confiança, mas os

poderes que lhe eram conferidos, sendo que o fato de possuir poderes

administrativos, sem qualquer função de gestão, não enseja a aplicação da

excludente do artigo 62, II, da CLT. (TRT 2ª Região – RO Processo nº

1000604-74.2016.5.02.0042 – 4ª Turma – Rel. Des. Ivani Contini Bramante

– Public. 12/03/2019).

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EXCLUSÃO DE JORNADA SUPLEMENTAR

EMENTA: DURAÇÃO DO TRABALHO. CONTROLE DE JORNADA. EXCEÇÃO.

ATRIBUIÇÕES TÉCNICAS ADMINISTRATIVAS. CARGO DE GESTÃO NÃO

CARACTERIZADO. HORAS EXTRAS DEVIDAS. Para enquadramento no artigo 62, II,

da Consolidação das leis do trabalho, há necessidade de que sejam preenchidos os

seguintes requisitos: poder de representação, poder de gestão, subordinação reduzida e

salário superior aos inferiores hierárquicos. A autora não pode ser enquadrada nos

termos do artigo 62, II, da Consolidação das leis do trabalho, pois não tinha autonomia e

nem procuração para atuar em nome da reclamada e sequer percebia a gratificação

estabelecida no § único do artigo 62 da CLT, sendo mera técnica administrativa, ao

passo que as atividades de leitura de contratos, acesso a documentos importantes,

estudos técnicos de locais para instalação de lojas etc são atividades que não podem ser

consideradas vitais para a sobrevivência da empresa. Apelo patronal improvido. (TRT 2ª

região – RO Processo nº 1001317-46.2017.5.02.0064 – 8ª Turma – Rel. Des. CELSO

RICARDO PEEL FURTADO DE OLIVEIRA – Public 19/09/2019).

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EXCLUSÃO DE JORNADA SUPLEMENTAR

HORAS EXTRAS. DISPENSA DA MARCAÇÃO DE HORÁRIO.

Alega a Reclamada que o Reclamante, vigilante que prestava

serviços internos, estava dispensado da marcação da jornada de

trabalho. Não existe autorização legal para o suposto procedimento

utilizado pela Ré, o que significaria, em uma análise, uma carta em

branco na mão do empregador, que sob a assertiva de dispensar o

empregado de marcar seu horário de trabalho estaria livre para

vilipendiar o estatuído no artigo 7º, XIII da Constituição Federal.

Dessa forma, remanesce o entendimento consubstanciado na Súm.

338, I, do TST, de forma que a não apresentação dos controles de

jornada faz inverter o ônus da prova, incumbindo à Reclamada, em

conseqüência, desconstituir a presunção juris tantum formada.

(TRT 2ª Região – RO – Proc. nº 20120038488 -

Acórdão: 20120800530 - 12ª Turma - Rel. Des. Francisco Ferreira

Jorge Neto – Public. 20/07/2012).

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PRORROGAÇÃO DA JORNADA DIÁRIA DE TRABALHO

A CLT permite horas extraordinárias em três casos:

• Acordo de prorrogação;

• Sistema de compensação e;

• Necessidade imperiosa

força maior

conclusão de serviços inadiáveis e;

recuperação das horas de paralisação

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ACORDO DE PRORROGAÇÃO

Acordo de prorrogação de horas é o ajuste fixado entre o empregado e o

empregador, objetivando a realização de horas além do limite normal da duração da

jornada de trabalho, mediante o pagamento das respectivas horas extras. Pode ser

por prazo determinado ou indeterminado.

A duração normal do trabalho poderá ser acrescida de até duas horas

suplementares, se convencionado por escrito entre empregador e empregado ou

previsto no acordo ou convenção coletiva de trabalho (art. 59, caput, CLT). O

adicional mínimo a ser pago é

de 50% (art. 7º, XVI, CF, art. 59, § 1º, CLT).

O acordo de prorrogação já teve maior relevância antes da CF/88, porque, o

adicional de hora extra era de 20% para aquelas convencionadas e saltava para 25%

quando a hora extra era decorrente de força maior ou serviços inadiáveis.

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ACORDO DE PRORROGAÇÃO

O acordo de prorrogação de horas, portanto tem por objetivo a

regulamentação da jornada de trabalho do empregado.

Não podem fazer acordo individual de prorrogação de horas:

• Aprendiz (Decreto 5.598/2005)

• Telefonista (Art. 227 da CLT)

• Ascensorista (Lei 3.270/57)

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COMPENSAÇÃO SEMANAL – ANTES DA REFORMA

O acordo de compensação de horas deve ter dia e hora pré-determinados

para a distribuição do número de horas na semana, com a observância de

que a jornada diária não seja superior a 10 horas.

a) A compensação consiste na distribuição das horas de um dia, pelos

demais dias da semana. Em tese, o empregado não trabalha no sábado e

cumprirá estas horas de 2ª até 6ª feira ou irá trabalhar menos no sábado (art.

7º, XIII, CF e art. 59, § 2º, CLT);

b) a compensação é válida mediante acordo ou convenção coletiva ou

acordo individual;

c) dependendo dos critérios de entendimento, a compensação pode

ocorrer de fato, mesmo sem a formalização, sendo válida por ser uma

cláusula de fato benéfica ao trabalhador (princípio da primazia da realidade

bem como da condição mais benéfica);

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d) ou ainda, acatando-se em parte a compensação, e deferindo-se

somente o adicional, já que a hora trabalhada foi paga (Súm. 85, III);

e) O TST fixou o entendimento de que é válida a sistemática de

compensação de horário quando a jornada é a denominada “semana

espanhola”, que alterna a prestação de 48 horas em uma semana e 40

horas em outra, não violando os arts. 59, § 2º, CLT, e 7º, XIII, CF, o seu

ajuste mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho (OJ 323, SDI-

I).

COMPENSAÇÃO SEMANAL – ANTES DA REFORMA

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Súmula nº 85 do TST

COMPENSAÇÃO DE JORNADA (inserido o item VI) - Res. 209/2016, DEJT divulgado em 01, 02 e

03.06.2016

I. A compensação de jornada de trabalho deve ser ajustada por acordo individual escrito, acordo

coletivo ou convenção coletiva. (ex-Súmula nº 85 - primeira parte - alterada pela Res. 121/2003, DJ

21.11.2003)

II. O acordo individual para compensação de horas é válido, salvo se houver norma coletiva em

sentido contrário. (ex-OJ nº 182 da SBDI-1 - inserida em 08.11.2000)

III. O mero não atendimento das exigências legais para a compensação de jornada, inclusive quando

encetada mediante acordo tácito, não implica a repetição do pagamento das horas excedentes à

jornada normal diária, se não dilatada a jornada máxima semanal, sendo devido apenas o respectivo

adicional. (ex-Súmula nº 85 - segunda parte - alterada pela Res. 121/2003, DJ 21.11.2003)

IV. A prestação de horas extras habituais descaracteriza o acordo de compensação de jornada. Nesta

hipótese, as horas que ultrapassarem a jornada semanal normal deverão ser pagas como horas

extraordinárias e, quanto àquelas destinadas à compensação, deverá ser pago a mais apenas o

adicional por trabalho extraordinário. (ex-OJ nº 220 da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001)

V. As disposições contidas nesta súmula não se aplicam ao regime compensatório na modalidade

“banco de horas”, que somente pode ser instituído por negociação coletiva.

VI - Não é válido acordo de compensação de jornada em atividade insalubre, ainda que estipulado em

norma coletiva, sem a necessária inspeção prévia e permissão da autoridade competente, na forma

do art. 60 da CLT.

COMPENSAÇÃO SEMANAL

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COMPENSAÇÃO SEMANAL – REFORMA TRABALHISTA

Art. 59. A duração diária do trabalho poderá ser acrescida de horas extras, em número não

excedente de duas, por acordo individual, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho.

§ 1o A remuneração da hora extra será, pelo menos, 50% (cinquenta por cento) superior à da

hora normal.

(...)

§ 3o Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho sem que tenha havido a compensação

integral da jornada extraordinária, na forma dos §§ 2o e 5o deste artigo, o trabalhador terá

direito ao pagamento das horas extras não compensadas, calculadas sobre o valor da

remuneração na data da rescisão.

§ 4o (Revogado).

§ 5o O banco de horas de que trata o § 2o deste artigo poderá ser pactuado por acordo

individual escrito, desde que a compensação ocorra no período máximo de seis meses.

§ 6o É lícito o regime de compensação de jornada estabelecido por acordo individual, tácito

ou escrito, para a compensação no mesmo mês.” (NR)

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COMPENSAÇÃO SEMANAL – REFORMA TRABALHISTA

“Art. 59-B. O não atendimento das exigências legais para compensação de

jornada, inclusive quando estabelecida mediante acordo tácito, não implica a

repetição do pagamento das horas excedentes à jornada normal diária se não

ultrapassada a duração máxima semanal, sendo devido apenas o respectivo

adicional.

Parágrafo único. A prestação de horas extras habituais não descaracteriza o

acordo de compensação de jornada e o banco de horas.”

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TRABALHOS EM DOMINGOS E FERIADOS

Prevê a Súmula 146 do TST:

Súmula 146. Trabalho em domingos e feriados, não compensado. Nova

redação: O trabalho prestado em domingos e feriados, não compensado,

deve ser pago em dobro, sem prejuízo da remuneração relativa ao repouso

semanal. (Res. 121/2003, DJ 21.11.2003).

OJ 410 - SDI-I REPOUSO SEMANAL REMUNERADO. CONCESSÃO

APÓS O SÉTIMO DIA CONSECUTIVO DE TRABALHO. ART. 7º, XV, DA

CF. VIOLAÇÃO. (DEJT divulgado em 22, 25 e 26.10.2010)

Viola o art. 7º, XV, da CF a concessão de repouso semanal remunerado após

o sétimo dia consecutivo de trabalho, importando no seu pagamento em

dobro.

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TRABALHOS EM DOMINGOS E FERIADOS

O descanso semanal remunerado não precisa necessariamente coincidir com

os domingos, mas veja:

A portaria nº 417 de 1966 do MTE assim indica:

Art. 2° Os agentes da Fiscalização do Trabalho, no tocante ao repouso

semanal, limitar-se-ão a exigir:

a) das empresas não autorizadas a funcionar ao domingos e feriados, o

estrito cumprimento do art. 67 caput da Consolidação das Leis do Trabalho;

b) das empresas legalmente autorizadas a funcionar nesses dias, a

organização de escala de revezamento ou folga, como estatuído no

parágrafo único do mesmo artigo, a fim de que, em um período máximo de

sete semanas de trabalho, cada empregado usufrua pelo menos um

domingo de folga.(redação a esta alínea dada pela Portaria nº 509, de 15 de

junho de 1967) (grifamos).

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TRABALHOS EM DOMINGOS E FERIADOS

Ainda a este respeito temos na Lei 10.101/2000 a seguinte previsão:

Art. 6o Fica autorizado o trabalho aos domingos nas atividades do comércio

em geral, observada a legislação municipal, nos termos do art. 30, inciso I, da

Constituição.

Parágrafo único. O repouso semanal remunerado deverá coincidir, pelo

menos uma vez no período máximo de três semanas, com o domingo,

respeitadas as demais normas de proteção ao trabalho e outras a serem

estipuladas em negociação coletiva. (grifamos).

ATENÇÃO: ARTIGO REVOGADO PELA MP 905/19 QUE FOI REVOGADA

PELA MP 955/20

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TRABALHOS EM DOMINGOS E FERIADOS E A MP 905/19

Art. 68. Fica autorizado o trabalho aos domingos e aos feriados.

§ 1º O repouso semanal remunerado deverá coincidir com o domingo, no mínimo,

uma vez no período máximo de quatro semanas para os setores de comércio e

serviços e, no mínimo, uma vez no período máximo de sete semanas para o setor

industrial.

§ 2º Para os estabelecimentos de comércio, será observada a legislação local.

Art. 70. O trabalho aos domingos e aos feriados será remunerado em dobro, exceto

se o empregador determinar outro dia de folga compensatória.

Parágrafo único. A folga compensatória para o trabalho aos domingos

corresponderá ao repouso semanal remunerado.

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TRABALHOS EM DOMINGOS E FERIADOS E A MP 905/19

CONSIDERAÇÕES SOBRE A MP 905/19

• A MP, ao alterar a redação dos arts. 67 e 68 da CLT, deixa claro que o descanso

semanal remunerado não necessita ser, obrigatoriamente, aos domingos, tampouco

o labor aos domingos demanda autorização específica do poder público.

• Se o descanso semanal não coincidir com o domingo, no mínimo, a cada 4 ou 7

semanas, o labor, realizado em tais dias, deverá ser pago em dobro.

• A antiga redação do art. 70 da CLT tratava apenas do trabalho aos feriados,

dispondo sobre a sua vedação. A nova redação prevê que o trabalho aos

domingos e aos feriados será remunerado em dobro, exceto se o empregador

determinar outro dia de folga compensatória. Assim, fica afastada a vedação de

trabalho em domingos e em feriados, e autoriza que o labor aos domingos e

feriados seja remunerado como hora normal, desde que seja concedida folga

compensatória.

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Com a lei n. 9.601, 21.01.98, criou-se o denominado banco de horas. O qual

permite compensar o excesso de horas trabalhadas em um dia, pela

correspondente em outro, observado o período de um ano. Contudo, a sua

adoção pela empresa está condicionada a previsão em acordo ou convenção

coletivo da categoria. O limite máximo da jornada diária continua a ser de dez

horas.

• Limite máximo de 01 ano;

• Limite de 10 horas diárias;

• A compensação não precisa ocorrer na mesma semana;

• Em caso de rescisão, havendo horas a compensar o empregador

deverá pagá-las com o respectivo adicional cujo calculo será sobre o

salário atual.

COMPENSAÇÃO ANUAL – BANCO DE HORAS

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Horas Extras. Banco de Horas. A regra geral é a contraprestação salarial da

sobrejornada, sendo a compensação com folgas procedimento especial,

motivo pelo qual é vedada a instituição do banco de horas de forma unilateral

pelo empregador, e também por acordo tácito, devendo ser prevista em

Acordo ou Convenção Coletiva de Trabalho, como exige o § 2º do art. 59 da

CLT, em conformidade com o previsto no art. 7º, XIII, da CF/88, que faculta a

compensação de horários mediante acordo ou convenção coletiva de

trabalho. Nesse sentido, a Súmula 85, do C. TST, em seu item V. Apelo

improvido. (TRT 2ª Região – RO – Proc. nº 00016395020125020261 – 2ª

Turma – Rel. Des. Rosa Maria Zuccaro – Public. 1510/2013)

COMPENSAÇÃO ANUAL

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NECESSIDADE IMPERIOSA

Força Maior

A CLT conceitua força maior como todo acontecimento inevitável, em relação à

vontade do empregador, e para a realização do qual este não concorreu, direta ou

indiretamente.

A imprevidência do empregador exclui a razão de força maior (art. 501, caput e § 1º).

Na ocorrência de fatos tidos como força maior, independentemente de acordo ou

contrato coletivo, o trabalho poderá ser exigido, cabendo ao empregador comunicar à

autoridade competente, no prazo de 10 dias ou antes desse prazo, justificando no

momento da fiscalização (art. 61, § 1º).

REFORMA TRABALHISTA

§ 1o O excesso, nos casos deste artigo, pode ser exigido independentemente

de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho.

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Serviços inadiáveis

São aqueles que devem ser realizados na mesma jornada

diária de trabalho, sob pena de prejuízos ao empregador.

Exemplos: a utilização de matéria-prima perecível na indústria

de alimentação; a concretagem de colunas ou pisos na

construção civil. Nestes casos, a jornada será paga como

horas extras com o adicional de 50%, não havendo

necessidade de autorização ou acordo neste sentido, sendo

que, no máximo, o trabalho diário é permitido até 12 horas

(art. 61, § 2º).

NECESSIDADE IMPERIOSA

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Recuperação de Horas

Sempre que ocorrer interrupção do trabalho, resultante de causas

acidentais, ou de força maior, que determinem a impossibilidade de sua

realização, a duração do trabalho poderá ser prorrogada pelo tempo

necessário até o máximo de 2 (duas) horas, durante o número de dias

indispensáveis à recuperação do tempo perdido, desde que não exceda de

10 (dez) horas diárias, em período não superior a 45 (quarenta e cinco) dias

por ano, sujeita essa recuperação à prévia autorização da autoridade

competente

NECESSIDADE IMPERIOSA

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HORA NOTURNA

PERÍODO DA JORNADA DE TRABALHO

Tipo de

Trabalhador

Período

Diurno

Período

Noturno

Hora

Noturna

(minutos)

Adicional

NoturnoFundamento

Urbano

05h00

as

22h00

22h00

as

05h00

52´5(OJ 127,

SDI-I)

20% art. 73, § 2º da CLT

Rural (agricultura)

05h00

as

21h00

21h00

as

05h00

60 25%art. 7º, Lei

5.889/73

Rural

(pecuária)

04h00

as

20h00

20h00

as

04h00

60 25%art. 7º, Lei

5.889/73

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CLASSIFICAÇÃO

PERÍODO DA JORNADA DE TRABALHO

Tipo de

Trabalhador

Período

Diurno

Período

Noturno

Hora

Noturna

(minutos)

Adicional

NoturnoFundamento

Advogado

05h00

as

20h00

20h00

as

05h00

60 25%Art. 20, §3º, Lei

8.906/94

Portuário

07h00

as

19h00

19h00

as

07h00

60 20%Art. 4º, Lei nº

4.860/65

Aeronauta

Do

nascer

do Sol

Do por

do Sol52´5 20%

Art. 41º, Lei

7.183/84

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CLASSIFICAÇÃO

Hora Hora Normal Redução Ficta

22h00 as 23h00 1,00 1,1428

23h00 as 00h00 1,00 1,1428

00h00 as 01h00 1,00 1,1428

01h00 as 02h00 1,00 1,1428

02h00 as 03h00 1,00 1,1428

03h00 as 04h00 1,00 1,1428

04h00 as 05h00 1,00 1,1428

Total 7,00 8,00

CONVERSÃO DA HORA NORMAL PARA HORA REDUZIDA

(60/52,5 = 1,1428)

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HORÁRIO NOTURNO – SÚMULA 60 TST

Como verba salarial, o adicional noturno pago com habitualidade

integra o salário para todos os efeitos (Súm. 60, I), repercutindo,

assim, em férias, abono de férias, 13º salário, aviso prévio,

depósitos fundiários e nos domingos e feriados.

Cumprida integralmente a jornada no período noturno e

ocorrendo a sua prorrogação, também é devido o adicional

quanto às horas extras prorrogadas (art. 73, § 5º) (Súm. 60, II,

TST).

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HORÁRIO NOTURNO – SÚMULA 60 TST

19 20 21 22 23 00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

Hora

Diurna

Hora

Noturna

Item II

Sum. 60

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HORÁRIO NOTURNO

SÚMULA Nº 56 (TRT 18)

JORNADA MISTA PREPONDERANTEMENTE NOTURNA.

ADICIONAL NOTURNO E HORA FICTA REDUZIDA.

EXTENSÃO ÀS HORAS DIURNAS. (RA nº 096/2016 –

DEJT 29.08.2016)

O empregado submetido à jornada mista

preponderantemente noturna – assim considerada aquela

cuja duração compreenda mais da metade do horário

legalmente noturno – tem direito ao adicional noturno e à

hora ficta reduzida em relação às horas diurnas

subsequentes ao horário legalmente noturno, assim como

ocorre em relação às horas de prorrogação de jornadas

integralmente noturnas, a que se refere o item II da Súmula

60 do TST.

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HORÁRIO NOTURNO

Com a alteração de turno de trabalho, o empregado perde o direito ao recebimento do

adicional noturno. Deixa de existir a obrigatoriedade do pagamento por parte do

empregador (Súm. 265).

É permitido o trabalho noturno da mulher (art. 381, CLT), sendo vedado para o

trabalhador menor (art. 7º, XXXIII, CF, e art. 404, CLT).

O adicional noturno integra a base de cálculo das horas extras prestadas no período

noturno (OJ 97, SDI-I)

(HORA NORMAL + ADICIONAL NOTURNO+ADICIONAL HORA EXTRA)

O adicional de periculosidade deve compor a base de cálculo do adicional noturno, já

que também neste horário o trabalhador permanece sob as condições de risco (OJ 259,

SDI-I).

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TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO

• Jornada de trabalho que se alterna entre o período diurno e noturno.

• Limitada a 06 horas, salvo negociação coletiva que poderá majorar a

jornada de trabalho desde que limitada a oito horas

• Periodicidade de alternância de turno deve ser semanal, quinzenal ou

mensal.

• Considera-se também turno ininterrupto mesmo a alternância em apenas

02 turnos. (OJ 360 – SDI-I)*

*OJ 360,SDI-I, TST - TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. DOIS TURNOS.

HORÁRIO DIURNO E NOTURNO. CARACTERIZAÇÃO

(DJ 14.03.2008)

Faz jus à jornada especial prevista no art. 7º, XIV, da CF/1988 o trabalhador que exerce suas

atividades em sistema de alternância de turnos, ainda que em dois turnos de trabalho, que

compreendam, no todo ou em parte, o horário diurno e o noturno, pois submetido à alternância

de horário prejudicial à saúde, sendo irrelevante que a atividade da empresa se desenvolva de

forma ininterrupta.

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TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO

JUSTIÇA GRATUITA. DECLARAÇÃO DO AUTOR. A declaração de que o reclamante

não possui condições de arcar com as despesas processuais sem prejuízo do

sustento próprio, firmada na inicial, é o quanto suficiente para a concessão do

benefício da gratuidade da justiça, nos termos do artigo 790, parágrafo 3º, da CLT.

Recurso Ordinário do reclamante ao qual se dá provimento,no particular. TURNO

ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. CARACTERIZAÇÃO. O artigo 7º, XIV, da

Constituição Federal, endereça aos trabalhadores que atuem em turnos ininterruptos

de revezamento uma jornada laboral de seis horas, ressalvada a sua majoração

mediante norma coletiva. Com efeito, o legislador constituinte objetivou proteger a

saúde do trabalhador, já que a alteração periódica do turno de trabalho encerra claro

prejuízo quanto ao aspecto biológico. Nesse contexto, para que se configure o turno

ininterrupto de revezamento, o empregado deve trabalhar dentro da mesma semana,

quinzena ou mês, com alternância de horário. No caso sub examen restou

incontroverso nos autos que o reclamante alternava seu turno de trabalho

somente a cada quatro meses, não havendo falar em turno ininterrupto de

revezamento, pois. Recurso do reclamante a que se nega provimento, no particular.

(TRT 2ª Região – RO – Proc. nº 20120049617 - Acórdão: 20121099789 - 8ª Turma -

Rel. Des. Sidnei Alves Teixeira – Public. 21/09/2012).

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TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO

EMENTA: TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. ALTERNÂNCIA DE

TURNOS. Na linha da jurisprudência atual e iterativa do Col. TST, a alternância

mensal, trimestral ou mesmo semestral de turnos não afasta o direito à jornada

reduzida de que cogita o art. 7º, inciso XIV, da Constituição, como se observa, verbis:

"RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DA LEI Nº 13.015/14 -

TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO - CARACTERIZAÇÃO - LABOR

EM DOIS TURNOS - ALTERNÂNCIA MENSAL OU SEMESTRAL - PERIODICIDADE

- HORAS EXTRAS. A jurisprudência desta Corte firmou-se no sentido de que é

suficiente à caracterização do regime de turnos ininterruptos de revezamento a

alternância de horários em dois turnos de trabalho, desde que compreendam, no todo

ou em parte, os horários diurno e noturno (Orientação Jurisprudencial nº 360 da

SBDI-1). Além disso, tem decidido que a frequência de alteração do horário de

trabalho, seja mensal ou semestral, não impede o reconhecimento do regime

de turnos ininterruptos de revezamento. Incidência do artigo 7º, inciso XIV, da

Constituição. Precedentes". (Recurso de Revista 10270-81.2012.5.04.0663. 8ª

Turma do TST. Relatora Ministra Maria Cristina Irigoyen Peduzzi. Publicado em 22-5-

2015). (TRT da 3.ª Região; Processo: 0002836-70.2013.5.03.0069 RO; Data de

Publicação: 18/07/2016; Órgão Julgador: Quarta Turma; Relator: Convocada Maria

Cristina Diniz Caixeta; Revisor: Paula Oliveira Cantelli)

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TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO

Súmula nº 360 do TST

TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO.

INTERVALOS INTRAJORNADA E SEMANAL (mantida) -

Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

A interrupção do trabalho destinada a repouso e

alimentação, dentro de cada turno, ou o intervalo para

repouso semanal, não descaracteriza o turno de

revezamento com jornada de 6 (seis) horas previsto no art.

7º, XIV, da CF/1988.

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TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO

Súmula nº 423 do TST

TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. FIXAÇÃO DE JORNADA

DE TRABALHO MEDIANTE NEGOCIAÇÃO COLETIVA. VALIDADE.

Estabelecida jornada superior a seis horas e limitada a oito horas por meio

de regular negociação coletiva, os empregados submetidos a turnos

ininterruptos de revezamento não tem direito ao pagamento da 7ª e 8ª

horas como extras.

Não havendo norma coletiva, as horas que excederem a 6ª

deverão ser remuneradas com adicional de 50% ou

percentual mais benéfico, aplicando-se inclusive ao

trabalhador horista (OJ 275 – SDI-I)

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TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO

OJ, SDI-I 396. TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO.

ALTERAÇÃO DA JORNADA DE 8 PARA 6 HORAS DIÁRIAS.

EMPREGADO HORISTA. APLICAÇÃO DO DIVISOR

180. (DEJT divulgado em 09, 10 e 11.06.2010)

Para o cálculo do salário hora do empregado horista, submetido a turnos

ininterruptos de revezamento, considerando a alteração da jornada

de 8 para 6 horas diárias, aplica-se o divisor 180, em observância ao

disposto no art. 7º, VI, da Constituição Federal, que assegura a

irredutibilidade salarial.

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JORNADAS ESPECIAIS DO TRABALHO

Advogado

Jornada diária: 04 horas (20 horas semanais)*

Cálculo de hora extra o divisor é de 100

Adicional de Hora extra: 100%

Adicional das 20h00 as 05h00: 25%

ADVOGADO EMPREGADO. JORNADA SUPERIOR Á LEGAL (ART. 20 DA LEI N. 8.906/94).

DEDICAÇÃO EXCLUSIVA. NECESSIDADE DE CLÁUSULA EXPRESSA NO CONTRATO DE

TRABALHO. AUSÊNCIA. HORAS EXTRAS DEVIDAS. O art. 20 da Lei 8.906/94 (Estatuto da

Advocacia e da OAB) estabelece jornada máxima de 4 horas diárias e 20 horas semanais para o

advogado empregado, salvo acordo ou convenção coletiva de trabalho ou, ainda, no caso de

dedicação exclusiva. A teor do art. 12 do Regulamento Geral do referido estatuto, "(...) considera-se

dedicação exclusiva o regime de trabalho que for expressamente previsto em contrato individual de

trabalho. Nesse ínterim, a dedicação exclusiva não pode ser acordada de maneira tácita entre

empregado e empregador, tampouco se presume em razão do cumprimento de jornada superior à

legal. Ausente a prova da existência de cláusula expressa no contrato individual de trabalho que

estabelece o regime de dedicação exclusiva, ônus atribuído à ré (art. 818, II), são devidas ao

advogado empregado as horas extras excedentes à 4ª diária. Nesse sentido é o entendimento do

TST. (TRT da 3.ª Região; Processo: 0000884-18.2013.5.03.0114 RO; Data de Publicação:

04/12/2019; Disponibilização: 03/12/2019, DEJT/TRT3/Cad.Jud, Página 698; Órgão Julgador:

Segunda Turma; Relator: Convocado Antonio Carlos R.Filho; Revisor: Lucas Vanucci Lins)

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JORNADAS ESPECIAIS DO TRABALHO

Bancário

Jornada diária: 06 horas (30 horas)

Pode ser prorrogada para 08 horas (40 semanais)

Cálculo de hora extra o divisor de 180 e 220 respectivamente.

Intervalo intrajornada de 15 minutos não computados na

jornada diária.

Súmula nº 124 do TST

BANCÁRIO. SALÁRIO-HORA. DIVISOR (redação alterada na sessão do

Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) – Res. 185/2012, DEJT

divulgado em 25, 26 e 27.09.2012

I – O divisor aplicável para o cálculo das horas extras do bancário, se

houver ajuste individual expresso ou coletivo no sentido de

considerar o sábado como dia de descanso remunerado, será:

a) 150, para os empregados submetidos à jornada de seis horas, prevista

no caput do art. 224 da CLT;

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JORNADAS ESPECIAIS DO TRABALHO

b) 200, para os empregados submetidos à jornada de oito horas, nos

termos do § 2º do art. 224 da CLT.

II – Nas demais hipóteses, aplicar-se-á o divisor:

a) 180, para os empregados submetidos à jornada de seis horas prevista

no caput do art. 224 da CLT;

b) 220, para os empregados submetidos à jornada de oito horas, nos

termos do § 2º do art. 224 da CLT.

S T Q Q S S D

6 6 6 6 6 0 DSR

30/6 = 5 x 30 = 150 horas

S T Q Q S S D

6 6 6 6 6 0 DSR

30/5 = 6 x 30 = 180 horas

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JORNADAS ESPECIAIS DO TRABALHO

“RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DA LEI Nº 13.015/14 - DIVISOR -

HORAS EXTRAS - BANCÁRIO A C. SBDI-1 Plena firmou entendimento no sentido de que

o divisor aplicável ao cálculo das horas extras do bancário com jornada de seis horas é

180, e de oito horas é 220. Considerou que as normas coletivas não tiveram o condão de

modificar a natureza do sábado como dia útil não trabalhado e que eventual ampliação

dos dias de repouso semanal remunerado, pela inclusão do sábado, no caso do

bancário, não altera o divisor, em virtude de não haver redução do número de horas

semanais, trabalhadas e de repouso. Precedente: TST-IRR-849-83.2013.5.03.0138. O v.

acórdão regional está conforme à jurisprudência do TST. (...)” (TST – 8ª T. - RR 433-

55.2013.5.09.0007 – Relª Minª Maria Cristina Irigoyen Peduzzi - DEJT 10/2/2017).

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JORNADAS ESPECIAIS DO TRABALHO

“TEMA REPETITIVO Nº 0002: BANCÁRIO. SALÁRIO-HORA. DIVISOR. FORMA DE CÁLCULO.

EMPREGADO MENSALISTA.

TESES FIRMADAS:

I - o número de dias de repouso semanal remunerado pode ser ampliado por convenção ou acordo

coletivo de trabalho, como decorrência do exercício da autonomia sindical;

II – o divisor corresponde ao número de horas remuneradas pelo salário mensal, independentemente

de serem trabalhadas ou não;

III - o divisor aplicável para o cálculo das horas extras do bancário, inclusive para os submetidos à

jornada de oito horas, é definido com base na regra geral prevista no artigo 64 da CLT (resultado da

multiplicação por 30 da jornada normal de trabalho), sendo 180 e 220, respectivamente;

IV - a inclusão do sábado como dia de repouso semanal remunerado não altera o divisor, em virtude

de não haver redução do número de horas semanais, trabalhadas e de repouso;

V - o número de semanas do mês é 4,2857, resultante da divisão de 30 (dias do mês) por 7 (dias da

semana), não sendo válida, para efeito de definição do divisor, a multiplicação da duração semanal

por 5;

VI - em caso de redução da duração semanal do trabalho, o divisor é obtido na forma prevista na

Súmula n. 431 (multiplicação por 30 do resultado da divisão do número de horas trabalhadas por

semana pelos dias úteis);

VII – as normas coletivas dos bancários não atribuíram aos sábados a natureza jurídica de repouso

semanal remunerado.”

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JORNADAS ESPECIAIS DO TRABALHO

Súmula nº 113 do TST

BANCÁRIO. SÁBADO. DIA ÚTIL (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e

21.11.2003

O sábado do bancário é dia útil não trabalhado, não dia de repouso

remunerado. Não cabe a repercussão do pagamento de horas extras

habituais em sua remuneração.

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JORNADAS ESPECIAIS DO TRABALHO

A Súmula 287 do TST menciona que:

“A jornada de trabalho do empregado de banco gerente

de agência é regida pelo art. 224, § 2º, da CLT. Quanto ao

gerente-geral de agência bancária, presume-se o

exercício de encargo de gestão, aplicando-se lhe o art. 62

da CLT”

Lembram que CLT disciplina a existência de três diferentes

cargos de confiança???

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JORNADAS ESPECIAIS DO TRABALHO

Redação atual Redação dada pela MP 905 (revogada)

Art. 224 - A duração normal do trabalho dos

empregados em bancos, casas bancárias e

Caixa Econômica Federal será de 6 (seis)

horas contínuas nos dias úteis, com exceção

dos sábados, perfazendo um total de 30

(trinta) horas de trabalho por semana.

§ 1º A duração normal do trabalho

estabelecida neste art. ficará compreendida

entre sete e vinte e duas horas,

assegurando-se ao empregado, no horário

diário, um intervalo de quinze minutos para

alimentação.

Art. 224. A duração normal do trabalho dos

empregados em bancos, em casas bancárias e

na Caixa Econômica Federal, para aqueles que

operam exclusivamente no caixa, será de até

seis horas diárias, perfazendo um total de

trinta horas de trabalho por semana, podendo

ser pactuada jornada superior, a qualquer

tempo, nos termos do disposto no art. 58

desta Consolidação, mediante acordo

individual escrito, convenção coletiva ou

acordo coletivo de trabalho, hipóteses em que

não se aplicará o disposto no § 2º.

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JORNADAS ESPECIAIS DO TRABALHO

Redação atual Redação dada pela MP 905 (revogada)

§ 2º As disposições deste art. não se aplicam aos que

exercem funções de direção, gerência, fiscalização,

chefia e equivalentes ou que desempenhem outros

cargos de confiança desde que o valor da

gratificação não seja inferior a um terço do salário do

cargo efetivo.

§ 3º Para os demais empregados em bancos,

em casas bancárias e na Caixa Econômica

Federal, a jornada somente será considerada

extraordinária após a oitava hora trabalhada.

§ 4º Na hipótese de decisão judicial que afaste o

enquadramento de empregado na exceção

prevista no § 2º, o valor devido relativo a horas

extras e reflexos será integralmente deduzido ou

compensado no valor da gratificação de função

e reflexos pagos ao empregado. (NR)

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JORNADAS ESPECIAIS DO TRABALHO

• Na redação anterior, o art. 224 estabelecia que a duração normal do trabalho dos

bancários é de segunda a sexta-feira, excluindo expressamente os sábados, contudo, a

redação dada pela MP 905 não ressalva os sábados. Portanto, forçoso concluir que

inexiste vedação para que o trabalho do bancário ocorra também aos sábados, desde que

respeitado o limite da jornada semanal.

• Neste particular, a redação dada pela MP colide com o entendimento consubstanciado pelo

TST através da Súmula 113, que considera o sábado do bancário como dia útil não

trabalhado, não dia de repouso remunerado.

• A inclusão do §4º reproduz a cláusula 11, § 1º, da Convenção Coletiva de Trabalho dos

Bancários , que desde o ano de 2018 dispõe sobre a possível compensação entre as horas

extras e a gratificação de função, no caso de descaracterização do cargo de confiança

bancária em ação trabalhista. Tal entendimento colide com a jurisprudência consolidada do

TST (Súmula 109).

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JORNADAS ESPECIAIS DO TRABALHO

DOMÉSTICO – LEI COMPLEMENTAR 150/15

Art. 2º...

(...)

§ 4º Poderá ser dispensado o acréscimo de salário e instituído regime de compensação de

horas, mediante acordo escrito entre empregador e empregado, se o excesso de horas de um

dia for compensado em outro dia.

§ 5º No regime de compensação previsto no § 4º:

I - será devido o pagamento, como horas extraordinárias, na forma do § 1º, das primeiras 40

(quarenta) horas mensais excedentes ao horário normal de trabalho;

II - das 40 (quarenta) horas referidas no inciso I, poderão ser deduzidas, sem o

correspondente pagamento, as horas não trabalhadas, em função de redução do horário

normal de trabalho ou de dia útil não trabalhado, durante o mês;

III - o saldo de horas que excederem as 40 (quarenta) primeiras horas mensais de que trata o

inciso I, com a dedução prevista no inciso II, quando for o caso, será compensado no período

máximo de 1 (um) ano.

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JORNADAS ESPECIAIS DO TRABALHO

DOMÉSTICO – LEI COMPLEMENTAR 150/15

Art. 10. É facultado às partes, mediante acordo escrito entre essas, estabelecer

horário de trabalho de 12 (doze) horas seguidas por 36 (trinta e seis) horas

ininterruptas de descanso, observados ou indenizados os intervalos para repouso e

alimentação.

Art. 12. É obrigatório o registro do horário de trabalho do empregado doméstico por

qualquer meio manual, mecânico ou eletrônico, desde que idôneo.

Art. 13. É obrigatória a concessão de intervalo para repouso ou alimentação pelo

período de, no mínimo, 1 (uma) hora e, no máximo, 2 (duas) horas, admitindo-se,

mediante prévio acordo escrito entre empregador e empregado, sua redução a 30

(trinta) minutos.

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JORNADAS ESPECIAIS DO TRABALHO

DOMÉSTICO – LEI COMPLEMENTAR 150/15

Art. 11. Em relação ao empregado responsável por acompanhar o empregador

prestando serviços em viagem, serão consideradas apenas as horas efetivamente

trabalhadas no período, podendo ser compensadas as horas extraordinárias em

outro dia, observado o art. 2º.

§ 1º O acompanhamento do empregador pelo empregado em viagem será

condicionado à prévia existência de acordo escrito entre as partes.

§ 2º A remuneração-hora do serviço em viagem será, no mínimo, 25% (vinte e

cinco por cento) superior ao valor do salário-hora normal.

§ 3º O disposto no § 2o deste artigo poderá ser, mediante acordo, convertido em

acréscimo no banco de horas, a ser utilizado a critério do empregado.

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JORNADAS ESPECIAIS DO TRABALHO

ARTISTAS – Regulado pela Lei nº 6.533/78

FERROVIÁRIOS – CLT (arts. 236 a 247 – Súmula 61, TST –

OJ 274 – SDI-I)

JORNALISTAS - CLT (arts. 302 a 316)

PROFESSORES - CLT (arts. 317 a 324 – OJ SDI-I 393, TST

– Portaria 522/52 Ministério da Educação)

MINEIROS - CLT (arts. 293 a 301)

TELEFONISTAS - CLT (arts. 227 a 331 – Súmula 178, TST)

TÉCNICO EM RADIOLOGIA - Lei nº 7.394/85, art. 30 do

Decreto nº 92.790/1986

AERONAUTA - arts. 20 a 24 da Lei nº 7.183/84 / (Lei

13.475/17)

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JORNADAS ESPECIAIS DO TRABALHO

AEROVIÁRIOS DE SERVIÇOS DE PISTA Decreto 1.232/62

AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE art. 11, parágrafo

único da Lei nº 11.350/2006

APRENDIZ art. 432 da CLT (redação determinada pela Lei nº

10.097/2000)

AUXILIAR EM ASSUNTOS CULTURAIS (Especialista em

MÚSICA) Lei nº 3.857/60

OFICIAL DE CHANCELARIA E ASSISTENTE DE

CHANCELARIA art. 4º do Decreto nº 1.565/1995

BOMBEIRO CIVIL art. 5º da Lei nº 11.901/2009

CABINEIRO DE ELEVADOR art. 1º da Lei nº 3.270/1957

EMPREGADOS DE MINAS E SUBSOLOS art. 293 da CLT.

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JORNADAS ESPECIAIS DO TRABALHO

ENGENHEIRO E MÉDICO

Súmula nº 370 - TST - Res. 129/2005 - DJ 20, 22 e

25.04.2005 - Conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs

39 e 53 da SDI-1 Médico e Engenheiro - Jornada de Trabalho

Tendo em vista que as Leis nº 3999/1961 e 4950/1966 não

estipulam a jornada reduzida, mas apenas estabelecem o

salário mínimo da categoria para uma jornada de 4 horas para

os médicos e de 6 horas para os engenheiros, não há que se

falar em horas extras, salvo as excedentes à oitava, desde

que seja respeitado o salário mínimo/horário das categorias.

(ex-OJs nºs 39 e 53 - Inseridas respectivamente em

07.11.1994 e 29.04.1994)

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JORNADAS ESPECIAIS DO TRABALHO

ESTAGIÁRIO Lei nº 11.788/2008

FISIOTERAPEUTA E TERAPEUTA OCUPACIONAL art. 1º

da Lei nº 8.856/94

FONOAUDIÓLOGO - art. 2º da Lei nº 7.626/87.

MÃE SOCIAL - Lei nº 7.644, de 18 de dezembro de 1987

MÉDICO-VETERINÁRIO- Lei nº 5.517, de 23 de outubro de 1968, Decreto nº 64.704, de 17 de junho de 1969 e Decreto-Lei nº 818,

de 05 de setembro de 1969

- No caso de médico veterinário que for SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL a jornada é de 20 (vinte) horas

semanais, conforme art. 1º Lei nº 9.436/97, em seu art. 1º.

MOTORISTAS Lei 13.103/15

MÚSICO artigos 41 a 53 da Lei nº 3.857/60

ODONTOLOGISTA - Lei nº 3.999/1961

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JORNADAS ESPECIAIS DO TRABALHO

PEÃO DE RODEIO art. 3º Lei nº 10.220/2001

TERAPEUTA OCUPACIONAL art. 1º da Lei nº 8.856/94

TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO SOCIAL - área de

Jornalismo - especialidade em redação, revisão e reportagem

Decreto-Lei nº 972/69, art. 9º

TÉCNICO EM ASSUNTOS CULTURAIS - especialista em

MÚSICA Lei nº 3.857/60

REPENTISTA art. 4º da Lei nº 12.198/2010 e arts. 41 a 53 da

Lei 3.857/60

REVISORES Dec. Lei nº 7.858

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