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DIREITO DO TRABALHO AULA 17 JORNADA DE TRABALHO (09/10/2017) Prof. Antero Arantes Martins

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Page 1: DIREITO DO TRABALHO › uploads › e95dc2c6fc70fea1ed53...Jornada de trabalho. História. • No Brasil, o Decreto nº 21.186 de 1.932, fixou a jornada de trabalho em 08 horas. Posteriormente,

DIREITO DO TRABALHO

AULA 17

JORNADA DE TRABALHO(09/10/2017)

Prof. Antero Arantes Martins

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PRIMEIRA PARTE

INTRODUÇÃO e

COMPOSIÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO

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Jornada de trabalho. História.

• Na Antigüidade e idade média, pouco se conhecia a respeito, eapenas uma elite sócio-econômica tinha tal limitação.

• Na idade moderna, o movimento trabalhista que surgiu em reaçãoao liberalismo da revolução francesa e à revolução industrial,modificou substancialmente a atitude dos homens diante doproblema.

• As primeiras Leis, na Inglaterra, França, Itália e Alemanha,limitaram a jornada dos menores e mulheres. Foi com o Tratadode Versailles, em 1.919, que o controle da jornada normal diáriade 08 horas ganhou dimensão Universal.

• Convenção 01, Art. 2º: - “Em todas as empresas industriaispúblicas ou privadas, tanto quanto em suas dependências,independentemente da natureza que tiverem, com exceçãodaquelas em que estejam empregados apenas empregados damesma família, a duração do trabalho pessoal não poderáexceder de oito horas por dia e de quarenta e oito por semana ...”

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Jornada de trabalho. História.

• No Brasil, o Decreto nº 21.186 de 1.932, fixou a

jornada de trabalho em 08 horas. Posteriormente,

surgiram leis esparsas fixando outros limites

(inferiores), a determinadas categorias

profissionais.

• A limitação de jornada foi guindada ao nível

constitucional pela Constituição Federal de 1.934

(art. 121).

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Jornada de trabalho. Fundamentos.

• Os fundamentos da limitação de jornada sãobiológicos, sociais e econômicos.

• Biológicos na medida em que a limitação dajornada autoriza o descanso, como meio de evitara fadiga.

• Sociais como meio de propiciar o convíviosocial, já que o Homem é um ser eminentementesocial (família, amigos, laser, religião, educação,etc).

• Econômicos, na medida em que a limitação dajornada gera mais oportunidade de empregos.

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Jornada de trabalho. Conceito.

• Inserido neste tema, o vocábulo Jornada estáintimamente ligado à idéia de tempo.

• Jornada de trabalho é o lapso de tempo no qual oempregado está à disposição do empregador,executando ou aguardando ordens.

• Dentre os diversos sistemas de fixação da jornada detrabalho, o Direito do Trabalho brasileiro adotou aqueleque congrega o tempo à disposição, ou seja, alia o tempode efetivo trabalho com o tempo em que o empregadoestá aguardando ordens. Tal critério está fixado no art. 4ºda CLT.

• Distingue-se de horário que fixa o marco inicial e finalda jornada, bem como delimita o (s) intervalo (s).

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Jornada de trabalho. Composição.

• Além do tempo efetivamente trabalhado, o conceito

abrange o tempo à disposição, aguardando ordens (art.

4º, CLT).

• Com base neste conceito, o TST entendeu que o

deslocamento interno compõe a jornada de trabalho.

– 429 - Tempo à disposição do empregador. Art. 4º da CLT.

Período de deslocamento entre a portaria e o local de

trabalho.

– Considera-se à disposição do empregador, na forma do art. 4º

da CLT, o tempo necessário ao deslocamento do trabalhador

entre a portaria da empresa e o local de trabalho, desde que

supere o limite de 10 (dez) minutos diários.

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Jornada de trabalho. Composição.

• Além do período em que está à disposição do

empregador, considera-se incluído na jornada de

trabalho o tempo de descolcamento interno,

denominado de horas “in itinere”, mas, apenas se

observadas as condições da Súmula 90 do TST.

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Jornada de trabalho. Composição.

• 90 - Horas "in itinere". Tempo de serviço.

• I - O tempo despendido pelo empregado, em condução fornecida peloempregador, até o local de trabalho de difícil acesso, ou não servido portransporte público regular, e para o seu retorno é computável na jornada detrabalho.

• II - A incompatibilidade entre os horários de início e término da jornada doempregado e os do transporte público regular é circunstância que também gerao direito às horas "in itinere".

• III- A mera insuficiência de transporte público não enseja o pagamento de horas"in itinere".

• IV - Se houver transporte público regular em parte do trajeto percorrido emcondução da empresa, as horas "in itinere" remuneradas limitam-se ao trechonão alcançado pelo transporte público.

• V - Considerando que as horas "in itinere" são computáveis na jornada detrabalho, o tempo que extrapola a jornada legal é considerado comoextraordinário e sobre ele deve incidir o adicional respectivo.

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Jornada de trabalho. Composição.

• Local de difícil acesso ou não fornecido por transportepúblico regular + transporte fornecido pelo empregador(I)

• Incompatibilidade entre o horário de trabalho (seja deinício ou término) com o horário de funcionamento dotransporte público é considerado não fornecimento detransporte (II), mas não sua mera insuficiência (III).

• Transporte público regular em parte do trajeto retira otempo desta parte das horas “in itinere”, computando-seapenas o período gasto para o trajeto em que não hátransporte (IV).

• Se a inserção das horas in itinere implicar em excesso dejornada, este excesso deve ser considerado como horaextra (V).

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ALTERAÇÕES PROMOVIDAS

PELA LEI 13.467/2017

NA COMPOSIÇÃO DA JORNADA.

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Composição da jornada. Tempo à disposição.

Redação anterior Nova redação

Art. 4º - Considera-se como de serviço efetivo o

período em que o empregado esteja à disposição do

empregador, aguardando ou executando ordens,

salvo disposição especial expressamente

consignada.

X Art. 4o ......................................................

X § 2o Por não se considerar tempo à disposição do

empregador, não será computado como período

extraordinário o que exceder a jornada normal, ainda que

ultrapasse o limite de cinco minutos previsto no § 1o do

art. 58 desta Consolidação, quando o empregado, por

escolha própria, buscar proteção pessoal, em caso de

insegurança nas vias públicas ou más condições

climáticas, bem como adentrar ou permanecer nas

dependências da empresa para exercer atividades

particulares, entre outras:

X I - práticas religiosas;

II - descanso;

III - lazer;

IV - estudo;

V - alimentação;

VI - atividades de relacionamento social;

VII - higiene pessoal;

VIII - troca de roupa ou uniforme, quando não houver

obrigatoriedade de realizar a troca na empresa.” (NR)

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Composição da jornada. Tempo à disposição.

• A jurisprudência caminhava no sentido de que a

permanência nas dependências da empresa

indicava a condição de estar aguardando ordens

e, portanto, o tempo de permanência, ainda que

não trabalhando, compunha a jornada de

trabalho.

• A idéia aqui é fixar que a permanência, por

escolha do empregado, e para finalidades

diversas do trabalho, não comporá a jornada de

trabalho.

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Composição da jornada. Tempo à disposição.

Redação anterior Nova redação

Art. 58 – [...] X IDEM

§ 2o O tempo despendido pelo

empregado até o local de trabalho e

para o seu retorno, por qualquer

meio de transporte, não será

computado na jornada de trabalho,

salvo quando, tratando-se de local

de difícil acesso ou não servido por

transporte público, o empregador

fornecer a condução

X § 2o O tempo despendido pelo

empregado desde a sua residência até a

efetiva ocupação do posto de trabalho e

para o seu retorno, caminhando ou por

qualquer meio de transporte, inclusive o

fornecido pelo empregador, não será

computado na jornada de trabalho, por

não ser tempo à disposição do

empregador.

§ 3o Poderão ser fixados, para as

microempresas e empresas de pequeno porte,

por meio de acordo ou convenção coletiva,

em caso de transporte fornecido pelo

empregador, em local de difícil acesso ou não

servido por transporte público, o tempo

médio despendido pelo empregado, bem

como a forma e a natureza da remuneração.

X REVOGADO

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Composição da jornada. Tempo à disposição.

• Fim do trajeto externo (Súmula 90) e interno

(Súmula 429) como integrante da jornada de

trabalho.

• Não existem mais as horas “in itinere” (trajeto

externo) que eram tratadas na antiquíssima

súmula 90 do C. TST.

• Já o trajeto interno era tratado em súmula mais

recente e ensejava vários debates.

• A revogação do parágrafo terceiro decorre apenas

da lógica do fim do sistema.

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Jornada de trabalho. Limites.

• A regra geral está estabelecida no art. 7º, inciso

XIII da Constituição Federal, que fixa a jornada

de trabalho normal em 08 horas diárias e 44

horas semanais.

• Com base nesta regra geral que se fixa o divisor

220 horas/mês, assim apurado:– 44 horas semanais / 6 dias na semana = 7,33 horas/dia x 30 dias no mês = 220

horas/mês.

• Entretanto, se outra for a jornada diária, ou tro

será do divisor, como, por exemplo, os bancários:– 30 horas semanais / 6 dias na semana = 5 horas/dia x 30 dias no mês = 150

horas/mês.

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Jornada de trabalho. Limites.

• No Direito do Trabalho brasileiro, onde existeminúmeras fontes de direito, a duração da jornadade trabalho é variável conforme a categoria doempregado e a norma jurídica que lhe foraplicável.

• Relembrando que ao contrato de trabalho incideo Princípio da Norma Mais Favorável, éperfeitamente lícito que a legislaçãoinfraconstitucional, e até mesmo as normascoletivas, fixem limites inferiores ao estabelecidona regra geral.

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Jornada de trabalho. Limites especiais.

• Assim é que, a título de exemplo, podemos mencionar ajornada normal de 06 horas para:

– os bancários comuns (art. 224, CLT), empregados definanceiras (Súmula 55, TST), aos operadores de telefonia,telegrafia submarina ou subfluvial, de radiotelegrafia ou deradiotelefonia (Art. 227, CLT), para aqueles que, qualquer queseja a natureza do trabalho o executem em regime de turnosininterruptos de revezamento (art. 7, XIV, CF);

• de 05 horas para os jornalistas profissionais (art. 303,CLT);

• de 04 horas para o advogado empregado que nãotrabalhe em dedicação exclusiva (art. 20, L. 8906/94), eassim sucessivamente.

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SEGUNDA PARTE

PRORROGAÇÕES DA

JORNADA DE

TRABALHO

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Jornada de trabalho. Trabalho extraordinário.

• A jornada de trabalho classifica-se em normal ou

ordinária e em extraordinária, sendo esta última

conhecida como hora extra.

• Será normal a jornada que respeitar os limites fixados na

norma jurídica incidente ao contrato de trabalho em

exame.

• Será extraordinária a jornada que superar os limites

fixados para o contrato de trabalho que está sob análise.

A hora extra pode ocorrer pelo desrespeito ao limite

inicial da jornada, com a antecipação do horário, ou ao

limite final, com a prorrogação do horário.

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Trabalho extraordinário. Adicional.

• Estabelece o art. 7º, inciso XVI, da Constituição Federal,que o trabalho extraordinário deve ser remunerado, nomínimo, com um acréscimo de 50% sobre o valor dotrabalho normal.

• Tal remuneração tem natureza de adicional, ou seja, um“plus” salarial que tem o objetivo de remunerar umacondição mais gravosa para o exercício do trabalho peloempregado. Neste caso, a condição mais gravosa queestá sendo remunerada esta intimamente ligada aoesforço físico e mental que a jornada extraordináriaexige do empregado, eis que realizado o trabalho acimado limite biológico considerado adequado para aquelelabor.

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Trabalho extraordinário. Prorrogações lícitas.

• O ordenamento jurídico brasileiro autoriza, em algumashipóteses, a prorrogação da jornada de trabalho além doslimites originalmente fixados. Nestas hipóteses,portanto, a realização da jornada extraordinária é lícita.

• A avaliação da licitude da prorrogação da jornada detrabalho não tem diferenciação pecuniária. Sendolícita ou ilícita a prorrogação da jornada, o empregadordeve remunera-la com igual adicional (50%, nomínimo). Tal verificação, quanto à licitude, tem outrasfinalidades.

• Destina-se a verificar se o empregado praticainsubordinação ao recusar tal trabalho e, ainda, àspunições administrativas advindas da prorrogaçãoirregular.

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Trabalho extraordinário. Prorrogações lícitas.

• A prorrogação lícita de jornada de trabalho pode ser exigida aoempregado, não cabendo a este a recusa. Em outras palavras, oempregado não tem direito de resistir à ordem do empregador.

• Na situação inversa, sendo ilícita a prorrogação da jornada, oempregado poderá recusar a ordem do empregador para realiza-la,sem que, com isto, pratique falta grave (ato de insubordinação),podendo, portanto, resistir à ordem.

• Ademais, na prorrogação ilícita, o empregador sujeita-se àspenalidades administrativas que estão capituladas no art. 75 daCLT (de 03 a 300 valores de referência regionais conforme aCLT.)

• Segundo informação obtida no MTE, de 37,8285 a 3.782,8472UFIR’s, sendo que o valor pode ser dobrado na reincidência,oposição ou desacato. A UFIR foi extinta e, até que outrareferência seja adotada, aplica-se o seu último valor que é de R$1,0641.

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Prorrogação da jornada e sua remuneração.

Redação anterior Nova redação

Art. 59 – A duração normal do

trabalho poderá ser acrescida de

horas suplementares, em número

não excedente de 2 (duas),

mediante acordo escrito entre

empregador e empregado, ou

mediante contrato coletivo de

trabalho.

X Art. 59. A duração diária do trabalho

poderá ser acrescida de horas extras,

em número não excedente de duas,

por acordo individual, convenção

coletiva ou acordo coletivo de

trabalho.

§ 1º - Do acordo ou do contrato

coletivo de trabalho deverá

constar, obrigatoriamente, a

importância da remuneração da

hora suplementar, que será, pelo

menos, 20% (vinte por

cento) superior à da hora normal.

X § 1o A remuneração da hora extra

será, pelo menos, 50% (cinqüenta por

cento) superior à da hora normal.

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Prorrogação da jornada e sua remuneração.

• Art. 59, suprimiu do “caput” a expressão “escrito”, dando aentender que o acordo pode ser tácito.

• Substituiu a expressão ultrapassada de “contrato coletivo detrabalho” por “Convenção coletiva ou acordo coletivo”, mas, aleitura já era essa, eis que no Brasil jamais existiu contratocoletivo de trabalho.

• O parágrafo primeiro adequou o percentual de 50% à previsãoconstitucional neste sentido. Sem novidade. Já era a leitura feitada CLT em consonância com a Constituição Federal.

• O limite máximo de prorrogação é de 02 horas diárias,independentemente do limite estabelecido para aquele contrato detrabalho. Portanto, se o bancário estabelece acordo de prorrogaçãode jornada de trabalho, poderá trabalhar 08 horas diárias, já queseu limite é de 06 horas. O Jornalista, a 07 horas diárias (art. 304,CLT), já que seu limite é de 05 horas, e assim sucessivamente.

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COMPENSAÇÃO DE JORNADA

COM AS

ALTERAÇÕES PROMOVIDAS

PELA LEI 13.467/2017

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Trabalho extraordinário. Prorrogações lícitas.

• O art. 7º, inciso XIII da Constituição Federal, “in

fine”, ressalva a possibilidade de compensação

da jornada, mediante “acordo ou convenção

coletiva”.

• O acordo deve ser coletivo também ou pode ser

individual.

• O acordo deve ser expresso, ou pode ser tácito?

• O C. TST resolveu a questão com a Súmula 85:

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Banco de Horas

Redação anterior Nova redação

§ 2o Poderá ser dispensado o acréscimo

de salário se, por força de acordo ou

convenção coletiva de trabalho, o

excesso de horas em um dia for

compensado pela correspondente

diminuição em outro dia, de maneira que

não exceda, no período máximo de um

ano, à soma das jornadas semanais de

trabalho previstas, nem seja ultrapassado

o limite máximo de dez horas diárias.

X IDEM

§ 3º Na hipótese de rescisão do contrato

de trabalho sem que tenha havido a

compensação integral da jornada

extraordinária, na forma do parágrafo

anterior, fará o trabalhador jus ao

pagamento das horas extras não

compensadas, calculadas sobre o valor

da remuneração na data da rescisão.

X § 3o Na hipótese de rescisão do contrato de

trabalho sem que tenha havido a

compensação integral da jornada

extraordinária, na forma dos §§ 2o e 5o deste

artigo, o trabalhador terá direito ao

pagamento das horas extras não

compensadas, calculadas sobre o valor da

remuneração na data da rescisão.

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Banco de Horas

• Aqui sem mudanças.

• O parágrafo segundo trata do banco de horas

anual e foi mantido na íntegra.

• O parágrafo terceiro trata da extinção do contrato

sem a compensação integral das horas constantes

do banco de horas, que devem ser remuneradas

com o salário do mês da extinção do contrato.

Acrescentou apenas, aqui, a remissão ao

parágrafo quinto que é um novo banco de horas

como veremos a seguir.

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Novas formas de compensação.

Redação anterior Nova redação

§ 4o Os empregados sob o

regime de tempo parcial não

poderão prestar horas extras.

X REVOGADO.

Nihil X § 5o O banco de horas de que

trata o § 2o deste artigo poderá

ser pactuado por acordo

individual escrito, desde que a

compensação ocorra no período

máximo de seis meses.

Nihil X § 6o É lícito o regime de

compensação de jornada

estabelecido por acordo

individual, tácito ou escrito, para

a compensação no mesmo mês.

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Novas formas de compensação.

• A revogação do parágrafo quarto foi para darcoerência com o novo regime do trabalho atempo parcial, que veremos oportunamente.

• O parágrafo quinto cria um banco de horasnegociado individualmente, com a restrição doprazo de seis meses, ao invés de um ano.

• O parágrafo sexto cria acordo de compensaçãoindividual, tácito ou expresso, ou ainda coletivo,para compensação mensal (ou no “mesmomês”?).

– Derruba a Súmula 85, I do C. TST.

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Escala 12x36

Redação

anterior

Nova redação

NIHIL X Art. 59-A. Em exceção ao disposto no art. 59 desta

Consolidação, é facultado às partes, mediante acordo

individual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo

de trabalho, estabelecer horário de trabalho de doze horas

seguidas por trinta e seis horas ininterruptas de

descanso, observados ou indenizados os intervalos para

repouso e alimentação.

NIHIL X Parágrafo único. A remuneração mensal pactuada pelo

horário previsto no caput deste artigo abrange os

pagamentos devidos pelo descanso semanal remunerado

e pelo descanso em feriados, e serão considerados

compensados os feriados e as prorrogações de trabalho

noturno, quando houver, de que tratam o art. 70 e o § 5º

do art. 73 desta Consolidação.

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Escala 12 x 36

• Derruba a Súmula 444. O regime não é maisexcepcional e sim normal.

• Pode ser pactuado individualmente, desde quepor escrito.

• Com a concessão do intervalo ou indenização doperíodo correspondente, ou seja, 12 horas deefetivo trabalho sem descanso algum,

• Remunera:

– Os DSR’s;

– Os Feriados;

– A redução da jornada noturna

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Ainda sobre a compensação.

Redação

anterior

Nova redação

Nihil X Art. 59-B. O não atendimento das exigências

legais para compensação de jornada, inclusive

quando estabelecida mediante acordo tácito, não

implica a repetição do pagamento das horas

excedentes à jornada normal diária se não

ultrapassada a duração máxima semanal, sendo

devido apenas o respectivo adicional

Nihil X Parágrafo único. A prestação de horas extras

habituais não descaracteriza o acordo de

compensação de jornada e o banco de horas.

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Ainda sobre a compensação.

• O art. 59-B incorpora o entendimento da Súmula 85, III do C.TST.

• O parágrafo único, porém, derruba o entendimento do item IV damesma súmula.

• A questão é saber se o limite de duas horas por dia, mantido com areforma, vale para compensação e prorrogação cumulativamenteou não.

• O acordo de prorrogação e de compensação tem o limite máximode duas horas por dia. São duas horas para prorrogação mais duaspara compensação, totalizando quatro horas, ou são duas horas nototal?

• Se a prorrogação de horas ultrapassar o limite máximo diário,ainda assim está mantida a compensação. Me parece que oparágrafo único somente pode ser aplicado se a prorrogação e acompensação forem legais. Do contrário estar-se-ia validando ailegalidade.

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Compensação. Resumo.

Banco de horas

anual

Acordo coletivo ou

Convenção coletiva.

Limite máximo de duas horas por dia. Compensação em

outro dia até um ano da data do contrato. Somente paga

horas extras se houver rescisão do contrato antes do

término do acordo (um ano) e o saldo for positivo ou, se

no término do período o empregado tiver horas não

compensadas.

Banco de horas

semestral

Acordo coletivo,

Convenção Coletiva ou

acordo individual escrito.

Limite máximo de duas horas por dia. Compensação em

outro dia até seis meses da data do contrato. Somente

paga horas extras se houver rescisão do contrato antes

do término do acordo (um ano) e o saldo for positivo ou,

se no término do período o empregado tiver horas não

compensadas.

Acordo de

compensação

mensal

Acordo coletivo,

Convenção coletiva,

acordo individual escrito

ou acordo individual tácito

Limite máximo de duas horas por dia. Compensação em

outro dia no mesmo mês. Somente paga horas extras se

houver saldo positivo sem compensação ao término do

mês.

Jornada 12 x 36 Acordo coletivo,

Convenção Coletiva ou

acordo individual escrito.

Quebra o limite máximo de duas horas por dia.

Compensação

ilegal semana.

Sem requisitos. Compensação dentro da semana remunera apenas o

adicional para as horas destinadas á compensação.

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Trabalho extraordinário. Prorrogações lícitas.

• 85 - Compensação de jornada.

• I. A compensação de jornada de trabalho deve ser ajustada poracordo individual escrito, acordo coletivo ou convenção coletiva(caiu com o art. 59, 6º que admite acordo tácito).

• II. O acordo individual para compensação de horas é válido, salvose houver norma coletiva em sentido contrário.

• III. O mero não-atendimento das exigências legais para acompensação de jornada, inclusive quando encetada medianteacordo tácito, não implica a repetição do pagamento das horasexcedentes à jornada normal diária, se não dilatada a jornadamáxima semanal, sendo devido apenas o respectivo adicional.(Incorporado pelo art. 59-B, o qual, entretanto, contraria o 59, 6º).

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Trabalho extraordinário. Prorrogações lícitas.

• 85 - Compensação de jornada.

• IV. A prestação de horas extras habituais descaracteriza o acordode compensação de jornada. Nesta hipótese, as horas queultrapassarem a jornada semanal normal deverão ser pagas comohoras extraordinárias e, quanto àquelas destinadas à compensação,deverá ser pago a mais apenas o adicional por trabalhoextraordinário. (caiu com o art. 59-B, parágrafo único).

• V. As disposições contidas nesta súmula não se aplicam ao regimecompensatório na modalidade “banco de horas”, que somentepode ser instituído por negociação coletiva. (caiu, em parte, com oart. 59, 5º que admite “banco de horas” por acordo individual).

• VI - Não é válido acordo de compensação de jornada em atividadeinsalubre, ainda que estipulado em norma coletiva, sem anecessária inspeção prévia e permissão da autoridade competente,na forma do art. 60 da CLT. (caiu, em parte, com o art. 59-A queadmite para o regime 12 x 36).

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Trabalho extraordinário. Prorrogações lícitas.

• A compensação pode ser ajustada em módulo semanal

ou mensal (dentro do mês?), quando, então, todo o

excesso de trabalho deve ser compensado dentro da

semana ou do módulo mensal.

• Também pode ser ajustada em módulo semestral ou

anual, que é conhecido como “banco de horas”.

• Neste caso, o excesso de jornada de um determinado dia

não precisa ser compensado na mesma semana. Será

creditado numa “conta” do empregado, em processo

similar à uma conta bancária, onde as horas excedentes

são creditadas (quando há trabalho extraordinário) e

debitadas (quando o empregador concede folgas).

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Trabalho extraordinário. Prorrogações lícitas.

• Neste sistema, é preciso que ao final do módulo(semestral ou anual) o “saldo” de horas do empregadoesteja “zerado”, ou seja, que todo o excesso de jornadatenha sido compensado.

• Na hipótese de não estar inteiramente compensado oexcesso de jornada, deverá o empregador pagar aoempregado as horas extras constantes do seu “saldo”,com base no valor do salário do mês em que se findou avigência do referido “banco de horas”.

• Da mesma forma, se houver rescisão do contrato detrabalho no curso da vigência do “banco de horas”,deverá o empregador remunerar as horas ainda nãocompensadas, com o devido adicional e com base nosalário vigente no momento da rescisão do contrato.

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Trabalho extraordinário. Prorrogações lícitas.

• Em qualquer hipótese de compensação (semanal ouanual) a jornada diária não pode ultrapassar a 02 horasdiárias além do limite aplicável para aquele contrato.

• Em virtude desta situação, muito se discutiu sobre avalidade do regime de compensação 12 x 36, ou seja, 12horas trabalhadas por 36 horas de descanso, muitocomuns em hospitais, por exemplo.

• A súmula 444 do C. TST admitia o regime 12 x 36 emcaráter excepcional e se previsto em lei ou negociaçãocoletiva e, mesmo assim, ainda mantinha o direito aosferiados.

• A reforma derruba a Súmula 444. Pode ser por acordoindividual e já inclui os feriados.

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Prorrogação em ambiente insalubre

Art. 60 – Nas atividades insalubres,

assim consideradas as constantes dos

quadros mencionados no capítulo “Da

Segurança e da Medicina do Trabalho”,

ou que neles venham a ser incluídas por

ato do Ministro do Trabalho, quaisquer

prorrogações só poderão ser

acordadas mediante licença prévia

das autoridades competentes em

matéria de higiene do trabalho, as

quais, para esse efeito, procederão aos

necessários exames locais e à

verificação dos métodos e processos de

trabalho, quer diretamente, quer por

intermédio de autoridades sanitárias

federais, estaduais e municipais, com

quem entrarão em entendimento para tal

fim.

X Art. 60. .....................................................

Nihil X Parágrafo único. Excetuam-se da exigência

de licença prévia as jornadas de doze horas

de trabalho por trinta e seis horas

ininterruptas de descanso.” (NR)

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Trabalho extraordinário. Prorrogações lícitas.

• A compensação de jornada em atividade

insalubre exige inspeção prévia da autoridade

administrativa competente e não tem valor ainda

que negociada coletivamente (Súmula 85, VI,

TST. Observar que a Súmula 349 foi cancelada).

• Entretanto, tal exigência não seria admissível,

segundo a reforma trabalhista, para o regime 12 x

36.

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Outras prorrogações.Redação anterior Nova redação

Art. 61 - Ocorrendo necessidade

imperiosa, poderá a duração do trabalho

exceder do limite legal ou

convencionado, seja para fazer face a

motivo de força maior, seja para atender

à realização ou conclusão de serviços

inadiáveis ou cuja inexecução possa

acarretar prejuízo manifesto.

X Art. 61. ........................................

§ 1º - O excesso, nos casos deste artigo,

poderá ser exigido independentemente

de acordo ou contrato coletivo e deverá

ser comunicado, dentro de 10 (dez) dias,

à autoridade competente em matéria de

trabalho, ou, antes desse prazo,

justificado no momento da fiscalização

sem prejuízo dessa comunicação.

X § 1o O excesso, nos casos deste artigo, pode

ser exigido independentemente de convenção

coletiva ou acordo coletivo de trabalho.

OBS: Retirou a necessidade de

comunicar, ou seja, dificultou muito a

fiscalização.

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Trabalho extraordinário. Prorrogações lícitas.

• Força maior: (ação da natureza ou de terceiros,imprevisível ao homem médio), poderá oempregador exigir do empregado a prestação deserviços além da jornada fixada legal ouconvencionalmente.

• Nesta hipótese, não há limite para a prorrogação.Poderá o empregador exigir trabalho de seusempregados até que esteja superada a causa denecessidade imperiosa. (toda jornada suplementardeve ser remunerada com adicional).

• Não há mais exigência de comunicação do fato.

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Trabalho extraordinário. Prorrogações lícitas.

• Conclusão de serviços inadiáveis ou cuja inexecução

possa acarretar prejuízo manifesto .

• Nestas duas situações, poderá o empregador

exigir de seus empregados a prorrogação da

jornada normal, atingindo até o limite de mais 04

horas diárias.

• Não há mais exigência de comunicação do fato.

• Deve remunerar a jornada suplementar com o

adicional cabível.

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Trabalho extraordinário. Prorrogações lícitas.

• Recuperação de horas:

• Havendo paralisação involuntária da empresa,o empregador que dispensar os empregados noperíodo respectivo, pode exigir a recuperação dashoras não trabalhadas.

• O limite é de 02 horas por dia no prazo máximode 45 dias no período de um ano (ou seja, 90horas no ano).

• Neste caso, as horas excedentes não serãoremuneradas como extraordinárias, posto quedestinadas a recuperar horas descansadas.

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Trabalho extraordinário. Prorrogações lícitas.

• A prorrogação de jornada para o menor somente pode ocorrer emcaso de compensação firmada negociação coletiva (até duas horasno dia) ou por motivo de força maior (até 12 horas no dia), sendoque neste caso a licitude está ligada ao fato de que a função domenor deve ser imprescindível ao funcionamento do empregador.

– Art. 413 - É vedado prorrogar a duração normal diária do trabalho domenor, salvo:

– I - até mais 2 (duas) horas, independentemente de acréscimo salarial,mediante convenção ou acordo coletivo nos termos do Título VI destaConsolidação, desde que o excesso de horas em um dia seja compensadopela diminuição em outro, de modo a ser observado o limite máximo de 48(quarenta e oito) horas semanais ou outro inferior legalmente fixado ;

– II - excepcionalmente, por motivo de força maior, até o máximo de 12(doze) horas, com acréscimo salarial de pelo menos 50% (cinqüenta porcento) sobre a hora normal e desde que o trabalho do menor sejaimprescindível ao funcionamento do estabelecimento.

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DIREITO DO TRABALHO

JORNADAS ESPECIAIS

e

DSR’S(16/10/2017)

Prof. Antero Arantes Martins

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PRIMEIRA PARTE

JORNADAS

ESPECIAIS

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Turno Ininterrupto de revezamento.

• O art. 7º, inciso XIV da Constituição Federal estabelece

jornada especial de 06 horas para os empregados que

trabalhem em turnos ininterruptos de revezamento.

• Isto significa trabalhar para um empregador que tem

funcionamento ininterrupto (24 horas) e divide sua mão

de obra em turnos, fazendo com que o empregado reveze

em cada um dos turnos periodicamente

• A mens legis da norma constitucional é a proteção do

empregado que trabalha nestas condições, as quais são

mais penosas, pois a alteração do horário de trabalho

altera as funções biológicas do empregado e prejudica

seu convívio social.

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Turno Ininterrupto de revezamento.

• Se o trabalho for realizado em turnos fixos, a jornada não será de06 horas diárias, e sim aquela estabelecida na regra geral. O quese considera danoso ao empregado não é a atividade ininterruptada empresa, mas sim o revezamento, que lhe impõe a alteraçõesconstantes de seu modo de vida.

• A qualidade de ininterrupto é do turno, ou seja, da atividadeempresarial, e não da jornada, que a atividade do empregado.

• A concessão de intervalo não descaracteriza o turno ininterrupto(Súmula 360, TST).

– 360 - Turnos ininterruptos de revezamento. Intervalos intrajornada esemanal (Res. 79/1997, DJ 13.01.1998)

– A interrupção do trabalho destinada a repouso e alimentação, dentro decada turno, ou o intervalo para repouso semanal, não descaracteriza o turnode revezamento com jornada de 6 (seis) horas previsto no art. 7º, XIV, daCF/1988.

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Turno Ininterrupto de revezamento.

• É lícito ao empregador, por outro lado, fixar os turnos desua empresa, ou seja, alterar o contrato de trabalho deseus empregados para eliminar a qualidade derevezamento, fixando-os em determinados turnos, já queesta condição é mais benéfica aos empregados,eliminando os prejuízos biológicos e sociais que orevezamento lhes impunha. (Súmula 423, TST).– 423 - Turno ininterrupto de revezamento. Fixação de

jornada de trabalho mediante negociação coletiva.Validade. (Conversão da Orientação Jurisprudencial nº 169da SBDI-1- Res. 139/2006, DJ 10/10/2006)

– Estabelecida jornada superior a seis horas e limitada a oitohoras por meio de regular negociação coletiva, os empregadossubmetidos a turnos ininterruptos de revezamento não têmdireito ao pagamento da 7ª e 8ª horas como extras.

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Turno Ininterrupto de revezamento.

• Veja-se, ainda, a Tese Jurídica Prevalecente 11 do TRT

da Segunda Região:

– 11 – Turnos ininterruptos de revezamento. Caracterização.

Validade da jornada de oito horas prorrogada por acordo

coletivo. Pagamento de horas extras. (Res. TP nº 06/2016 -

DOEletrônico 31/05/2016)

– I) O labor em apenas dois turnos de trabalho, não abarcando

totalmente o ciclo de vinte e quatro horas do dia, não

descaracteriza o turno ininterrupto de revezamento.

– II) A prestação habitual de horas extras além da 8ª diária

invalida a negociação coletiva que instituiu turno ininterrupto

de revezamento de 8 horas diárias.

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Jornada de trabalho. Limites especiais.

• Assim é que, a título de exemplo, podemosmencionar a jornada normal de 06 horas para:

– os bancários comuns (art. 224, CLT), empregados definanceiras (Súmula 55, TST), aos operadores detelefonia, telegrafia submarina ou subfluvial, deradiotelegrafia ou de radiotelefonia (Art. 227, CLT);

• de 05 horas para os jornalistas profissionais (art.303, CLT);

• de 04 horas para o advogado empregado que nãotrabalhe em dedicação exclusiva (art. 20, L.8906/94), e assim sucessivamente.

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SEGUNDA PARTE

DSR’S

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Descanso Semanal Remunerado.

• Historicamente o descanso semanal tem origem

religiosa. No Estado moderno, foi instituído pela

Convenção 14 da OIT em 1.921.

• É regulado no direito brasileiro pela Lei 605/49.

• Está também garantido no art. 7º, inciso XIV da

Constituição Federal e é de 24 horas

consecutivas.

• Pode ser descontado se o empregado faltar

injustificadamente durante a semana (perde a

remuneração, mas o repouso é mantido).

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Descanso Semanal Remunerado.

• O DSR deve ser preferencialmente aos domingos, mas é possívelque ocorra em outros dias da semana, quando a atividade doempregador for ininterrupta.

• Deve, entretanto, haver autorização estatal para o funcionamentoaos domingos se não for inerente à atividade do empregador:

– Art. 68 - O trabalho em domingo, seja total ou parcial, na forma do art. 67,será sempre subordinado à permissão prévia da autoridade competente emmatéria de trabalho.

– Parágrafo único - A permissão será concedida a título permanente nasatividades que, por sua natureza ou pela conveniência pública, devem serexercidas aos domingos, cabendo ao Ministro do Trabalho, Industria eComercio, expedir instruções em que sejam especificadas tais atividades.Nos demais casos, ela será dada sob forma transitória, com discriminaçãodo período autorizado, o qual, de cada vez, não excederá de 60 (sessenta)dias.

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Descanso Semanal Remunerado.

• PORTARIA MINISTRO DE ESTADO DO TRABALHO E

EMPREGO - MTE Nº 945 DE 08.07.2015 D.O.U.: 09.07.2015:

• Por acordo coletivo, desde que registrado no MTe

(mediador- http://www.mte.gov.br): Art. 1º, parágrafo

único, a e art. 2º). Deve conter:

– Escala de revezamento; prazo; condições especiais de

segurança e saúde do trabalho; e

– Considerar a taxa de incidência e gravidade das doenças e

acidentes no empregador.

• Por autorização estatal: O requerimento deve conter:

– Laudo técnico e escala de revezamento de modo que o gozo de

folga no domingo ocorra no mínimo a cada 3 semanas.

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Descanso Semanal Remunerado.

• Se não houver autorização, mas houver folga

semanal a infração é meramente administrativa.

• O trabalho em domingos e feriados sem folga

compensatória na mesma semana deve ser

remunerado com adicional de 100% (em dobro).

• A Súmula 146 do C. TST estabelece que o

pagamento é em dobro sem prejuízo da

remuneração mensal.

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Descanso Semanal Remunerado.

• Os DSR’s refletidos por outras verbas (horas extras,

adicional noturno, etc) não refletem nas demais verbas

do contrato, por representar bis in idem.

• Neste sentido é a OJ 394 da SbDI-1 do C. TST:

– 394. Repouso semanal remunerado - RSR. Integração das

horas extras. Não repercussão no cálculo das férias, do décimo

terceiro salário, do aviso prévio e dos depósitos do FGTS.

– A majoração do valor do repouso semanal remunerado, em

razão da integração das horas extras habitualmente prestadas,

não repercute no cálculo das férias, da gratificação natalina, do

aviso prévio e do FGTS, sob pena de caracterização de “bis in

idem”.

– Matéria com julgamentos suspensos em todo Brasil. IRDR.

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DIREITO DO TRABALHO

TRABALHADORES EXCLUÍDOS DA PROTEÇÃO

RELATIVA À JORNADA DE TRABALHO

E

CONTROLE DE HORÁRIO.(23/10/2017)

Prof. Antero Arantes Martins

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PRIMEIRA PARTE

EMPREGADOS

EXCLUÍDOS

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Empregados excluídos da proteção.

• Estabelece o art. 62 da CLT:

• Art. 62 - Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo:

• I - os empregados que exercem atividade externa incompatívelcom a fixação de horário de trabalho, devendo tal condição seranotada na Carteira de Trabalho e Previdência Social e no registrode empregados;

• II - os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos degestão, aos quais se equiparam, para efeito do disposto nesteartigo, os diretores e chefes de departamento ou filial.

• III – os empregados em regime de teletrabalho.

• Parágrafo único - O regime previsto neste capítulo será aplicávelaos empregados mencionados no inciso II deste artigo, quando osalário do cargo de confiança, compreendendo a gratificação defunção, se houver, for inferior ao valor do respectivo salárioefetivo acrescido de 40% (quarenta por cento).

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Empregados excluídos da proteção.

• O “caput” refere-se ao “regime previsto nesteCapítulo”.

• Refere-se ao “Capítulo II” – Da duração dajornada de trabalho, que compreende todos osdispositivos entre o art. 57 (inclusive) e o art. 75(inclusive) da CLT.

• Logo, os empregados que estão, efetivamente,inseridos nas exceções legais, não tem nenhumadestas proteções.

• E, por serem exceções, devem ser analisadascuidadosamente.

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Empregados excluídos da proteção. Externo.

• Para o enquadramento no art. 62, I da CLT dois

requisitos são exigíveis:

• 1º) Material: Trabalho externo incompatível com o

controle de horário.

• A atividade externa, significa fora do estabelecimento e,

portanto, longe da fiscalização do empregador.

Incompatível com a fixação de horário, no sentido de

que o empregador não tem condições de exercer a

fiscalização. Portanto, não basta exercer a função

externa. Se for possível ao empregador o exercício do

controle de horário, este deve ser feito.

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Empregados excluídos da proteção. Externo.

• Assim leciona ARNALDO SÜSSEKIND:

• “ ...não basta ser o empregado designado para executar

serviço externo e declarado que se não encontrava

subordinado a horário, para que pudesse executar os

serviços do empregador durante o período superior a

oito horas diárias, sem que a autoridade fiscalizadora

pudesse cumprir com evidência a sua missão. Assim, a

exceção tem aplicação aos empregados que,

executando serviços externos, em razão da própria

natureza, não podem estar submetidos a horários ...”

(ARNALDO SÜSSEKIND, Instituições do Direito do

Trabalho, Ltr, 1.991).

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Empregados excluídos da proteção. Externo.

• A ausência de submissão ao controle de horário,

portanto, está diretamente ligada à situação fática de

impossibilidade do efetivo controle. Em outras palavras,

somente se aplica a exceção legal quando o controle é

impossível, e não apenas quando o empregador não

deseja fazê-lo.

• É obrigação legal do empregador controlar o horário de

trabalho do seu empregado. (art. 74, § 2º, CLT).

• Desta obrigação o empregador se exime somente quando

for impossível o controle efetivo do horário e não

quando for "conveniente" ao empregador.

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Empregados excluídos da proteção. Externo.

• 2º) Requisito formal: a anotação explicitamente

referida na Carteira de Trabalho e Previdência Social e

no registro de empregados. Esta condição estava inserida

na alínea “a” (redação antiga) e foi repetida pela redação

do inciso I.

• A anotação desta condição na Carteira de Trabalho e

Previdência Social do empregado destina-se a dar a este

inequívoca ciência de que está inserido na exceção legal.

• Como vimos, normalmente as condições restritivas de

direito são formais, contrariando a natureza do contrato

de trabalho, que é informal.

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Empregados excluídos da proteção. Gerentes.

• Conclui-se da leitura do art. 62, II e seu parágrafo

único, que a norma considera como ocupante do

cargo de confiança aquele que é investido de

poderes gestão e que recebe remuneração 40%

superior, no mínimo, ao cargo efetivo.

• Evidentemente que o conceito é incompleto, e

requer analise interpretativa dos fatos.

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Empregados excluídos da proteção. Gerentes.

• Importante revelar, porém, que a redação do dispositivosupra transcrito foi alterada pela Lei nº 8.966/94 (DOU28/12/94). Tal alteração modificou substancialmente aredação original em três aspectos:

• a) Retirou a exigência expressa que havia na redaçãoanterior no que tange à existência de mandato;

• b) Equiparou aos gerentes os diretores e chefes dedepartamento ou filial;

• c) Fixou critério “objetivo” para diferenciação daremuneração do ocupante do cargo de confiança, já quea redação anterior referia-se genericamente a “padrãomais elevados de vencimentos”.

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Empregados excluídos da proteção. Gerentes.

• Restritos eram os entendimentos da jurisprudência e dadoutrina quanto ao cargo de confiança, o qual somentese caracterizava quando o empregado detinha poderesque pudessem colocar em risco a própria existência doempregador.

• A doutrina e a Jurisprudência pátria fundamentaram suaposição nos ensinamentos do grande mestre Mário de LaCueva, que dizia:

• “Serão de confiança aquelas funções cujo exercício possamcolocar em risco o próprio empreendimento e a própria existênciada empresa, seus interesse fundamentais, sua segurança e a ordemessencial ao desenvolvimento de sua atividade”

• (In, Derecho Mexicano Del Trabajo, I, 1.949, pg. 495).

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Empregados excluídos da proteção. Gerentes.

• Entretanto, o que se apura na mens legis da nova redação

é uma tendência de ampliação do campo de aplicação

dos cargos de confiança, incluindo-se chefes de

departamento e filiais.

• Com efeito, a doutrina anterior exigia, como vimos, que

a confiança fosse absoluta, e o exercício do cargo fosse

capaz de colocar em risco o próprio empreendimento, o

que somente poderia abranger o primeiro escalão na

hierarquia do empregador.

• São requisitos legais a existência de poderes de gestão e

de remuneração superior a 40% do cargo efetivo, quando

houver.

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Empregados excluídos da proteção. Gerentes.

• A extensão do termo gestão é que fica ao cargo da doutrina eda jurisprudência. Existem aqueles que tratam da figura dasubstituição do empregador, limitando a gestão àrepresentação externa de seus atos.

• Outros, entretanto, entendem que a representação pode serexclusivamente interna, quando o empregado ocupante docargo de confiança substitui a figura do empregador peranteseus empregados, inclusive no que tange ao poder de direçãodos serviços e no poder disciplinar (a que adoto).

• No exercício de funções eminentemente internas, aquele queocupa o cargo de confiança tem como inerente ao exercíciodo cargo poderes que são atribuídos ao empregador, como opoder de comando e o poder disciplinar (Art. 2º, CLT).

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Empregados excluídos da proteção. Gerentes.

• No que tange à remuneração, o tema ganhou sem dúvida

um critério objetivo. Entretanto a questão é de difícil

solução na aplicação prática do comando. Isto porque a

Lei presume que o empregado seja elevado ao cargo de

confiança por promoção ou nomeação, havendo, em

qualquer hipótese, a existência de um cargo efetivo.

• Se considerarmos, entretanto, a hipótese de admissão do

empregado diretamente no cargo de confiança, não

existirá cargo efetivo, e, como conseqüência lógica, não

haverá paradigma para fixação do salário nos termos

exigidos pelo dispositivo consolidado.

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Empregados excluídos da proteção. Gerentes.

• Como requisito doutrinário, o que se encontra na

doutrina mais autorizada é a exigência de um grau

reduzido de subordinação, requisito este que se encontra

sob vários aspectos.

• Não se trata de absoluta falta de subordinação, já que a

subordinação é traço marcante do próprio contrato de

trabalho. Sua ausência implicaria na própria inexistência

do vínculo de emprego. Entretanto, é indubitável que o

grau de subordinação é reduzido, e, por conseqüência,

reduzido é também o nível de hipossuficiência do

empregado, o que autoriza a limitação ou exclusão de

determinadas proteções legais.

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Gerente comum x Gerente bancário.

• Existem detentores de cargo de confiança bancária aosquais não se aplica o art. 62, II da CLT, mas o art. 224, §2º do mesmo diploma legal.

• O ordenamento jurídico prevê a figura do cargo deconfiança em vários momentos e para vários efeitos.Além daqueles dois que serão objetos do presentetópico, podemos encontrar a figura do cargo deconfiança no art. 306 da CLT (jornalistas profissionais)entre outros.

• Não há dúvida, porém, que as hipóteses de maiorincidência sobre o tema “cargo de confiança” incidemsobre as duas ora em exame, quais sejam, a confiançageral do art. 62, II da CLT e a confiança bancária do art.224, § 2º da CLT.

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Gerente comum x Gerente bancário.

• Ocupa cargo de confiança bancária aquele que exerce qualquercargo que importe em gestão, ainda que esta gestão não coloqueem risco a existência da própria atividade econômica, não seexigindo amplos poderes de mando. Neste caso (confiançabancária), a gratificação de função deve ser equivalente ousuperior a 1/3 do seu salário.

• Isto porque a confiança bancária não exclui o empregado daproteção da limitação da jornada, apenas afastando a jornadaespecial dos bancários prevista no art. 224, “caput” da CLT, à luzdo entendimento consubstanciado na Súmula 102, IV do C. TST.

• Assim, aquele que ocupa o cargo de confiança bancário não estásujeito à jornada especial de 06 horas, e sim à jornada normal de08 horas, mas o trabalho que exceder a estas será consideradocomo extraordinário.

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Gerente comum x Gerente bancário.

• Não se pode e nem se deve levar essa ampliação a extremosde considerar “de confiança” simples empregadoburocrático, sem qualquer poder de gestão, mando oudisciplina, embora perceba gratificação de função. Em outraspalavras, embora os poderes exigidos para a caracterizaçãodos cargos de confiança não sejam absolutos, o meropagamento da gratificação de função não é suficientepara a caracterização do cargo de confiança bancário,exigindo-se, também, a existência de função que contenhaalguma gestão.

• O TRT da Segunda Região, entretanto, tem tese jurídicaprevalecente (15) que admite a compensação da gratificaçãode função com o valor devido pela sétima e oitava horaextras, no caso de descaracterizaçãoda função de confiança,o que contraria o entendimento da Súmula 102, VI do C.TST.

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Gerente comum x Gerente bancário.

– TRT 02. TJP-15 - Caixa Econômica Federal. Compensaçãoda gratificação de função com o valor das horas extraspagas, tendo em vista a ineficácia da adesão do empregadoà jornada de oito horas prevista no plano de cargos emcomissão. Res. TP nº 06/2016 - DOEletrônico 31/05/2016)A diferença de gratificação de função recebida em face daadesão ineficaz ao PCC da Caixa Econômica Federal poderáser compensada com as 7ª e 8ª horas extras.

– TST: Súmula 102 - Bancário. Cargo de confiança.

– ...

– VI - O caixa bancário, ainda que caixa executivo, não exercecargo de confiança. Se perceber gratificação igual ou superiora um terço do salário do posto efetivo, essa remunera apenas amaior responsabilidade do cargo e não as duas horasextraordinárias além da sexta.

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Gerente comum x Gerente bancário.

• O C. TST cristalizou jurisprudência na Súmula 287

ao afirmar que o gerente bancário é regido pelo art.

224, 2º da CLT, mas o gerente geral presume-se

inserido no art. 62 da CLT.

• O importante é se extrair deste entendimento que

os arts. 62, II e 224, § 2º da CLT não são

incompatíveis entre si, e que o empregado não está

previamente excluído da hipótese prevista no

primeiro apenas por pertencer à categoria dos

bancários.

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TELETRABALHO.

Redação anterior Nova redação

Art. 62 – Não são

abrangidos pelo regime

previsto neste capítulo:

X Art. 62. .....................

Nihil X III – os empregados em regime

de teletrabalho.

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Teletrabalho.

• Teletrabalhador é aquele que exerce sua função “fora dasdependências do empregador” mas que não constitua“trabalho externo”.

• Significa dizer que este trabalhador está perfeitamentelocalizado (diferente do trabalhador externo), mas, estalocalização não ocorre nas dependências do empregador.

• O que justifica a exclusão do trabalhador externo (art.62, I, CLT) é, exatamente, a incompatibilidade docontrole de horário.

• Assim, se o teletrabalhador está perfeitamente localizadoé for possível o controle de horário, não estará incluídona exceção, ou seja, está incluído na proteção dajornada.

• Só a impossibilidade de controle de horário permite aaplicação do novel inciso III do art. 62 da CLT.

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SEGUNDA PARTE

CONTROLE

de

HORÁRIO

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Controle de jornada.

• O art. 74, § 2º da CLT impõe ao empregador a obrigação

de manter controle de horário sempre que o

estabelecimento contar com mais de dez empregados.

• Veja-se que o limite de dez empregados é contado por

estabelecimento e não por empresa. Assim, se o

empregador mantiver 10 estabelecimentos com 05

empregados em cada um, tem 50 empregados, mas não

está obrigado a manter controle de horário em nenhum

deles.

• Se alguns estabelecimentos contarem com mais de dez

empregados e outros menos, o controle de horário será

obrigatório nos primeiros e não nos últimos.

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Controle de jornada.

• O controle de horário pode ser manual, mecânico (relógio deponto) ou eletrônico (ponto magnético). É fundamental paraa sua validade, que seja anotado pelo próprio empregado eassinado, a fim de conferir ao documento a necessáriabilateralidade.

• Os controles de horário devem registrar os efetivos horáriosde entrada, intervalo e saída. A jurisprudência recusa validarcartões de ponto que registrem sempre jornadas britânicas,ou seja, horários invariáveis, dada à sua falta deverossimilhança. É normal que ocorram pequenosadiantamentos ou atrasos na entrada e na saída. Cartões deponto que registram sempre o mesmo horário,invariavelmente, não registram a realidade da vida cotidiana.

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Controle de jornada.

• Nº 338 JORNADA DE TRABALHO. REGISTRO. ÔNUS DAPROVA

• I - É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez)empregados o registro da jornada de trabalho na forma do art. 74,§ 2º, da CLT. A não-apresentação injustificada dos controles defreqüência gera presunção relativa de veracidade da jornada detrabalho, a qual pode ser elidida por prova em contrário.

• II - A presunção de veracidade da jornada de trabalho, ainda queprevista em instrumento normativo, pode ser elidida por prova emcontrário.

• III - Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada esaída uniformes são inválidos como meio de prova, invertendo-seo ônus da prova, relativo às horas extras, que passa a ser doempregador, prevalecendo a jornada da inicial se dele não sedesincumbir.

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Controle de jornada.

• Caso a prova dos autos seja parcial, a conclusão do

empregador deve ser igualmente limitada ao tempo

relativo a prova? NÃO.

• A OJ 233 firmou entendimento em sentido

contrário. Necessário é convencer o julgador que

aquele era o modus operandi do empregador.

– 233 - Horas extras. Comprovação de parte do período

alegado.

A decisão que defere horas extras com base em prova oral ou

documental não ficará limitada ao tempo por ela abrangido,

desde que o julgador fique convencido de que o procedimento

questionado superou aquele período.

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DIREITO DO TRABALHO

JORNADA NOTURNA

E

INTERVALOS

(30/10/2017)

Prof. Antero Arantes Martins

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PRIMEIRA PARTE

JORNADA

NOTURNA

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Jornada noturna. Introdução.

• Estabelece o § 2º art. 73 da CLT que será consideradocomo noturno o trabalho realizado entre as 22:00 horasde um dia e às 5:00 horas do dia seguinte.

• O trabalho noturno, por ser mais gravoso ao empregado,é remunerado com um adicional, denominado deadicional noturno, e que é de 20% sobre o valor da horanormal (Art. 73, caput, CLT).

• A expressão “salvo nos casos de revezamento semanalou quinzenal”, que inicia o “caput” do art. 73consolidado já havia sido declarada inconstitucional peloE. STF e não foi recepcionada pelo art. 7º, inciso IX daConstituição Federal, de modo que todo o trabalhonoturno deve ter remuneração superior ao diurno, aindaque o empregado trabalhe em revezamento semanal ouquinzenal.

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Jornada noturna. Redução fictícia.

• Por ficção legal, a hora noturna é reduzida emrelação à diurna, de modo que para cada 52minutos e 30 segundos de trabalho efetivamenterealizado dentro da jornada noturna serácomputada, para fins jurídicos, 01 horatrabalhada. Diante desta redução é que a jornadanoturna, composta de fato por 07 horas (das22:00 às 5:00 horas) é, juridicamente,considerada como sendo de 08 horas.

• Para tanto, deve ser considerada a seguintetabela:

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Jornada noturna. Redução fictícia.

• Trabalho realizado Tempo Tempo

Real Jurídico

• Das 22h00’00’’ às 22h52’30’’ 0h52’30’’ 1h00’00’’

• Das 22h52’30’’ às 23h45’00’’ 1h45’00’’ 2h00’00’’

• Das 23h45’00’’ às 00h37’30’’ 2h37’30’’ 3h00’00’’

• Das 00h37’30’’ às 01h30’00’’ 3h30’00’’ 4h00’00’’

• Das 01h30’00’’ às 02h22’30’’ 4h22’30’’ 5h00’00’’

• Das 02h22’30’’ às 03h15’00’’ 5h15’00’’ 6h00’00’’

• Das 03h15’00’’ às 04h07’30’’ 6h07’30’’ 7h00’00’’

• Das 04h07’30’’ às 05h00’00’’ 7h00’00’’ 8h00’00’’

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Jornada noturna. Redução fictícia.

• Terá direito à redução da jornada noturna e também aoadicional noturno o empregado que cumprir jornadamista, ou seja, iniciar o trabalho em horário diurno e oencerrar no noturno, ou iniciar no horário noturno e oencerrar no diurno.

• Destarte, por exemplo, um empregado que trabalha das20:00 horas de um dia às 3:15 horas do dia seguinte,cumpre, em tempo real, 7:15 horas de trabalho, mas emtempo jurídico trabalha 08:00 horas completas. Comefeito, das 20:00 às 22:00 horas, temos duas horasdiurnas, e das 22:00 às 3:15, como vimos acima, 06horas noturnas, completando, assim, a jornada de 08horas. Este empregado deverá receber adicional noturnosobre 06 horas.

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Jornada noturna prorrogada.

• Nº 60 ADICIONAL NOTURNO.

INTEGRAÇÃO NO SALÁRIO E

PRORROGAÇÃO EM HORÁRIO DIURNO

• I - O adicional noturno, pago com habitualidade,

integra o salário do empregado para todos os

efeitos.

• II - Cumprida integralmente a jornada no período

noturno e prorrogada esta, devido é também o

adicional quanto às horas prorrogadas. Exegese

do art. 73, § 5º, da CLT.

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Jornada noturna prorrogada.

• O art. 73, § 5º da CLT estabelece que a prorrogação dajornada noturna será também noturna.

• Isto significa que o empregado, ao passar pelo marco das5:00 horas em prorrogação, terá direito ao adicionalnoturno e à redução da jornada noturna pelas horasseguintes.

• Ex: Das 19:00 às 7:00 horas. O labor das 5:00 às 7:00horas é noturno, porque quando passou pelo horário das5:00 horas o empregado estava em prorrogação.

• Ex: Das 3:15 às 11:00 horas. O labor das 5:00 às 11:00horas é diurno porque quando passou pelo horário das5:00 horas o empregado não estava em prorrogação.

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Jornada noturna prorrogada. 12x36

Redação

anterior

Nova redação

NIHIL X Art. 59-A. Em exceção ao disposto no art. 59 desta

Consolidação, é facultado às partes, mediante acordo

individual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo

de trabalho, estabelecer horário de trabalho de doze horas

seguidas por trinta e seis horas ininterruptas de

descanso, observados ou indenizados os intervalos para

repouso e alimentação.

NIHIL X Parágrafo único. A remuneração mensal pactuada pelo

horário previsto no caput deste artigo abrange os

pagamentos devidos pelo descanso semanal remunerado

e pelo descanso em feriados, e serão considerados

compensados os feriados e as prorrogações de trabalho

noturno, quando houver, de que tratam o art. 70 e o § 5º

do art. 73 desta Consolidação.

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SEGUNDA PARTE

INTERVALO

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Intervalos

• O ordenamento jurídico estabelece períodos de descanso para oempregado de várias formas. Há intervalos que são intrajornada einterjornada, assim como os repousos semanais e as fériasanuais. Passamos a analisar tais períodos de repouso.

• Dois são os tipos de intervalo: Intrajornada e interjornada.

• O primeiro refere-se à paralisação dentro da jornada de trabalho(intra) e o segundo ao repouso entre duas jornadas de trabalhodistintas (inter).

• O intervalo interjornada é de 11 horas e deve ser observado entreo término de uma jornada e o início da jornada seguinte (Art. 66,CLT).

• A jurisprudência vinha entendendo que a violação do intervalointerjornada era infração meramente administrativa e não geradireito a horas extras.

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Intervalos

• Este era, também, o entendimento do antigo

Enunciado 88 do C. TST antes do advento do art.

71, § 4º da CLT para o intervalo intrajornada.

Veja-se:– Nº 88 JORNADA DE TRABALHO. INTERVALO ENTRE

TURNOS (cancelamento mantido) - Res. 121/2003, DJ 19,

20 e 21.11.2003

– O desrespeito ao intervalo mínimo entre dois turnos de

trabalho, sem importar em excesso na jornada efetivamente

trabalhada, não dá direito a qualquer ressarcimento ao obreiro,

por tratar-se apenas de infração sujeita a penalidade

administrativa (art. 71 da CLT).

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Intervalos

• Com o advento do art. 71, § 4º da CLT o verbete

teve que ser cancelado para adequar-se à lei.

• Na mesma linha ocorreeu para o intervalo

interjornadas (OJ 355 da SBDI-1, TST).

• Da mesma forma que a violação do intervalo

intrajornada importa em pagamento de horas

extras mesmo que não importasse em excesso de

jornada, igual entendimento, por analogia, foi

aplicado ao intervalo interjornada.

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Intervalo interjornada

• Se a violação se dá nos DSR’s, entende-se que o

DSR foi violado e não o intervalo, ensejando

pagamento de horas em dobro.

• Se for no DSR, o intervalo tem que ser de 35

horas (24 do DSR + 11 do inter jornada).

• Não respeitado o limite de 35 horas, tem-se que a

diferença é por violação ao DSR e não ao

intervalo interjornada, resultando, daí, o

pagamento das horas faltantes com adicional de

100%.

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Intervalo. Intrajornada

• Intervalo intrajornada é aquele que deve ser concedido

dentro da jornada de trabalho do empregado e é assim

dividido:

– Até 04 horas de trabalho, nenhum intervalo;

– De 04 a 06 horas de trabalho – 15 minutos de intervalo;

– Acima de 06 horas de trabalho – de uma hora (no mínimo) a

duas horas (no máximo) de intervalo.

• Limite superior a duas horas, só por negociação coletiva

(acordo coletivo ou convenção coletiva). Se não houver

negociação coletiva, considera-se o intervalo de 02 horas

e o restante do período como jornada de trabalho (tempo

à disposição do empregador).

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INTERVALO INTRAJORNADA.

Redação anterior Nova redação

Art. 71 - Em qualquer trabalho

contínuo, cuja duração exceda de 6

(seis) horas, é obrigatória a concessão

de um intervalo para repouso ou

alimentação, o qual será, no mínimo, de

1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou

contrato coletivo em contrário, não

poderá exceder de 2 (duas) horas.

X Art. 71. ......................................

§ 4º - Quando o intervalo para

repouso e alimentação, previsto

neste artigo, não for concedido pelo

empregador, este ficará obrigado a

remunerar o período

correspondente com um acréscimo

de no mínimo 50% (cinqüenta por

cento) sobre o valor da remuneração

da hora normal de trabalho.

X § 4o A não concessão ou a concessão

parcial do intervalo intrajornada

mínimo, para repouso e alimentação, a

empregados urbanos e rurais, implica o

pagamento, de natureza indenizatória,

apenas do período suprimido, com

acréscimo de 50% (cinquenta por cento)

sobre o valor da remuneração da hora

normal de trabalho.

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INTERVALO INTRAJORNADA.

• A natureza é indenizatória, derrubando a Súmula

437, III do C. TST.

• O pagamento é apenas pelo tempo suprimido e

não pelo total do intervalo, derrubando a Súmula

437, I do C. TST.

• Pode ser feita redução por norma coletiva até o

mínimo de 30 minutos (Art. 611-A, III, CLT),

derrubando a Súmula 437, II do C. TST.

• Na soma de todos, a parte final da Súmula 437,

IV do C. TST também está sem aplicação.

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Intervalo da Mulher. Revogado.

Redação anterior Nova redação

Art. 384 - Em caso de prorrogação do

horário normal, será obrigatório um

descanso de 15 (quinze) minutos no mínimo,

antes do início do período extraordinário

do trabalho.

X REVOGADO

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Intervalos. Outros.

• Há, na legislação, outros intervalos especiais,

como por exemplo, os concedidos aos

datilógrafos, mecanógrafos e digitadores (por

analogia) – 10 minutos a cada 90 trabalhados

(art. 72, CLT) e às telefonistas e telegrafistas –

art. 229, CLT – 20 minutos a cada três horas.

• O intervalo legal não incorpora na jornada, ou

seja, é subtraído desta.

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Intervalos. Fracionamento.

• De regra os intervalos não podem ser fracionados.

• Entretanto, isso é possível se houver convenção ouacordo coletivo, mas, apenas para motoristas, cobradorese empregados da fiscalização de campo.– § 5o O intervalo expresso no caput poderá ser reduzido e/ou

fracionado, e aquele estabelecido no § 1o poderá serfracionado, quando compreendidos entre o término da primeirahora trabalhada e o início da última hora trabalhada, desde queprevisto em convenção ou acordo coletivo de trabalho, ante anatureza do serviço e em virtude das condições especiais detrabalho a que são submetidos estritamente os motoristas,cobradores, fiscalização de campo e afins nos serviços deoperação de veículos rodoviários, empregados no setor detransporte coletivo de passageiros, mantida a remuneração econcedidos intervalos para descanso menores ao final de cadaviagem.

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Intervalos. Não previstos em Lei.

• Intervalos concedidos pelo empregador não

previstos em Lei consideram-se como tempo à

disposição, somam-se à jornada de trabalho e, se

desta soma resultar excesso, paga-se hora extra.

– TST. Súmula 118 - Jornada de trabalho. Horas

extras.

– Os intervalos concedidos pelo empregador na jornada

de trabalho, não previstos em lei, representam tempo

à disposição da empresa, remunerados como serviço

extraordinário, se acrescidos ao final da jornada.

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Intervalos. Jurisprudência atingida pela reforma.

• 437. Intervalo intrajornada para repouso e alimentação. Aplicação do art. 71da CLT.

• I - Após a edição da Lei nº 8.923/94, a não concessão ou a concessão parcial dointervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregadosurbanos e rurais, implica o pagamento total do período correspondente, e nãoapenas daquele suprimido, com acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor daremuneração da hora normal de trabalho (art. 71 da CLT), sem prejuízo docômputo da efetiva jornada de labor para efeito de remuneração.

• II - É inválida cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalhocontemplando a supressão ou redução do intervalo intrajornada porque esteconstitui medida de higiene, saúde e segurança do trabalho, garantido pornorma de ordem pública (art. 71 da CLT e art. 7º, XXII, da CF/1988), infenso ànegociação coletiva.

• III - Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT, comredação introduzida pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994, quando nãoconcedido ou reduzido pelo empregador o intervalo mínimo intrajornada pararepouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de outras parcelassalariais

• IV - Ultrapassada habitualmente a jornada de seis horas de trabalho, é devido ogozo do intervalo intrajornada mínimo de uma hora, obrigando o empregador aremunerar o período para descanso e alimentação não usufruído como extra,acrescido do respectivo adicional, na forma prevista no art. 71, caput e § 4º daCLT.

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Intervalos. Jurisprudência atingida pela reforma.

• O intervalo intrajornada não pode ser reduzido por norma coletiva(Tese Jurídica Prevalecente 16 e também Súmula 437, II do C.TST):– TRT02: 16 - Intervalo intrajornada. Impossibilidade de redução por

norma coletiva. Res. TP nº 06/2016 - DOEletrônico 31/05/2016)

– Por se tratar de medida de saúde, higiene e segurança do trabalho, não seadmite a redução do intervalo intrajornada por acordo ou convençãocoletiva.

• O intervalo previsto no art. 384 da CLT é constitucional, aplicávelapenas à mulher, e sua violação gera direito a hora extra (Súmula28):– TRT02: 28 - Intervalo previsto no artigo 384 da CLT. Recepção pela

Constituição Federal. Aplicação somente às mulheres. Inobservância.Horas extras. - DOEletrônico 26/05/2015)

– O artigo 384 da CLT foi recepcionado pela Constituição Federal consoantedecisão do E. Supremo Tribunal Federal e beneficia somente mulheres,sendo que a inobservância do intervalo mínimo de 15 (quinze) minutos neleprevisto resulta no pagamento de horas extras pelo período total dointervalo.

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Intervalos. Jurisprudência NÃO atingida pela reforma.

• O desrespeito ao intervalo entre jornadas implica

no pagamento de horas extras (Súmula 26):

– TRT02: 26 - Intervalo entre jornadas. Artigo 66 da

Consolidação das Leis do Trabalho.

Inobservância. Horas extras. (Res. TP nº 02/2015 -

DOEletrônico 26/05/2015)

– A inobservância do intervalo mínimo de 11 horas

previsto no art. 66 da CLT resulta no pagamento de

horas extras pelo tempo suprimido.

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Intervalos. Jurisprudência NÃO atingida pela reforma.

• A prorrogação habitual da jornada de seis horas faz com que ointervalo mínimo obrigatório seja de uma hora (Súmula 29 etambém Súmula 437, IV do C. TST):

– TRT02: 29 - Prorrogação habitual da jornada contratual de 06 (seis)horas. Intervalo intrajornada de uma hora. Devido. (Res.TP nº02/2015 - DOEletrônico 26/05/2015)

– É devido o gozo do intervalo de uma hora, quando ultrapassadahabitualmente a jornada de seis horas. A não concessão deste intervaloobriga o empregador a remunerar o período integral como extraordinário,acrescido do respectivo adicional, nos termos do art. 71, § 4º da CLT.

• O maquinista de trem tem intervalo mínimo de uma hora quando ajornada for superior a seis horas diárias (Súmula 57):

– TRT02: 57 - Intervalo intrajornada. Maquinista ferroviário. Res. TP nº05/2016 - DOEletrônico 31/05/2016)

– O artigo 71, CLT se aplica ao maquinista de trem, assegurando-lhe o direitoao intervalo para alimentação e repouso de uma hora, para jornada superiora seis horas.

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DIREITO DO TRABALHO

AULA 21

FÉRIAS(06/11/2017)

Prof. Antero Arantes Martins

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Férias. Fundamentos.

• Os fundamentos são os mesmos do repouso

semanal, por razoes biológicas, sociais e

econômicas.

• Biológico: Repouso e recomposição física e

mental.

• Social: Possibilitar o convívio social e acesso ao

lazer.

• Econômico: Geração de empregos.

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Férias. Natureza jurídica

• A norma jurídica é de caráter publico que geradireito irrenunciável.

• Gera para o empregador uma obrigação de fazer(conceder férias) e de dar, remunerar o períodode afastamento.

• Gera para o empregado o direito de gozar dobeneficio e o dever de faze-lo.

– Art. 138 - Durante as férias, o empregado não poderáprestar serviços a outro empregador, salvo se estiverobrigado a fazê-lo em virtude de contrato de trabalhoregularmente mantido com aquele.

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Férias.

• Não é um prêmio ao trabalhador eis que qualquer

que seja a conduta do empregado o direito é

adquirido.

• Mesmo o reflexo das faltas às férias não permite

concluir que as férias sejam um prêmio ao

empregado assíduo. É que, biologicamente

falando, uma pessoa que trabalha 200 dias no ano

não precisa de repouso igual a quem trabalhou

300 dias no mesmo ano.

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Férias. Período aquisitivo

• O período aquisitivo de férias ocorre ao fechamento dociclo de 12 meses do contrato de trabalho. Este ciclo nãoé afetado pela sucessão trabalhista.

• No curso do período aquisitivo e incluído o numero defaltas injustificadas do empregado, que refletirão naextensão do gozo deste direito.

• A legislação brasileira adotou o ano de emprego, tendo operíodo aquisitivo como inicio a data do inicio docontrato de trabalho.

• As faltas injustificadas refletem nas férias, mas nãopodem ser descontadas diretamente nas mesmasdevendo observar a proporção estabelecida na CLT.

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Férias. Período aquisitivo

• I - 30 (trinta) dias corridos, quando não houver

faltado ao serviço mais de 5 (cinco) vezes;

• II - 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando

houver tido de 6 (seis) a 14 (quatorze) faltas;

• III - 18 (dezoito) dias corridos, quando houver

tido de 15 (quinze) a 23 (vinte e três) faltas;

• IV - 12 (doze) dias corridos, quando houver tido

de 24 (vinte e quatro) a 32 (trinta e duas) faltas.

• Mais de 32 faltas, perde o direito às férias.

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Férias. Período Concessivo.

• A duração das férias‚ de 30 dias, condicionada,entretanto, ao reflexo das faltas injustificadas havidas noperíodo concessivo, conforme preceitua o art.130 daCLT (retro vista)

• A época de concessão das férias ‚ a que melhor interesseao empregador. As limitações são:

– Devem transcorrer no período de doze meses após o períodoaquisitivo;

– No caso do menor de dezoito anos devem ser coincidentes comas férias escolares.

– Membros da mesma família na mesma época.

• Se vencido o prazo para a concessão, estiver o contratosuspenso é prolongado este prazo.

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Férias. Período Concessivo.

• Somente após o período concessivo é que o

empregado pode reclamar a concessão coercitiva

das férias.

• Daí porque a prescrição das férias é contada após

o término do período concessivo e não do

aquisitivo.

• O empregado deve ser notificado 30 dias antes do

inicio das férias e receber o valor equivalente até

48 horas antes.

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Férias. Período Concessivo.

Redação anterior Nova redação

Art. 134 – [...] X IDEM

§ 1º - Somente em casos

excepcionais serão as férias

concedidas em 2 (dois) períodos, um

dos quais não poderá ser inferior a

10 (dez) dias corridos.

X § 1o Desde que haja concordância do

empregado, as férias poderão ser

usufruídas em até três períodos, sendo

que um deles não poderá ser inferior a

quatorze dias corridos e os demais não

poderão ser inferiores a cinco dias

corridos, cada um.

§ 2º - Aos menores de 18 (dezoito)

anos e aos maiores de 50 (cinqüenta)

anos de idade, as férias serão sempre

concedidas de uma só vez.

X § 2o (Revogado)

INEXISTENTE X § 3o É vedado o início das férias no

período de dois dias que antecede

feriado ou dia de repouso semanal

remunerado.” (NR)

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Férias. Período Concessivo.

• Altera a divisão da concessão de dois para três períodos.Elimina a situação excepcional para a divisão. Afronta,assim, a Convenção 132 da OIT. (Artigo 8 - 1. - O fracionamento do

período de férias anuais remuneradas pode ser autorizado pela autoridade

competente ou pelo órgão apropriado de cada país. )

• Na redação anterior um dos períodos não poderia ser inferiora dez dias. Na nova redação, um dos períodos não pode serinferior a quatorze dias e os demais não podem ser inferioresa cinco dias cada um.

• Eliminou a restrição de divisão na concessão das férias aomenor de 18 anos (preocupa) e ao maior de 50 anos (nãotinha sentido).

• Veda o início das férias em até dois dias antes de feriados eDSR’s.

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Férias. Remuneração.

• As férias devem ser remuneradas com o abonoconstitucional de 1/3 que incide sobre a verba paga aqualquer título (simples, em dobro, indenizadas eproporcionais).

• O empregado pode, ainda, a seu exclusivo critério,converter 1/3 das férias em abono pecuniário, que não seconfunde com o abono constitucional.

• Havendo extinção do contrato de trabalho, são devidasas férias proporcionais pelo número de mesestranscorridos no período aquisitivo em curso,considerando-se como mês completo a fração igual ousuperior a 15 dias. Exceção, apenas, feita à dispensa porjusta causa do empregado. (Súmula 171, TST).

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