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jb f olhas setembro/outubro 2009 | ano 6 | nº32 distribuição gratuita em o informativo do jardim botânico JB em Folhas em revista Informativo completa seis anos correndo atrás do que é notícia no bairro. (Páginas 4 e 5)

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Imformativo do Jardim Botanico

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Page 1: JBemFolhas 32

jb folhassetembro/outubro 2009 | ano 6 | nº32 distribuição gratuita

em

o informativo do jardim botânico

JB em Folhas em revistaInformativo completa seis anos correndo

atrás do que é notícia no bairro. (Páginas 4 e 5)

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ExpedienteO JB em Folhas é uma publicação bimestral, editadapelo Armazém Comunicação Projetos Jornalísticos Ltda.www.armazemcomunica.com.brEditora Responsável: Christina Martins (Mtb 15185 -RJ)

Redação: Betina DowsleyProjeto Gráfico: Paulo Pelá - www.bolaoito.com.brRevisão: Carla Paes LemePublicidade: Célia Medeiros - 9311-9174Impressão: CMYK Gráfica - 2581-8406Secretária de Redação: Sheila GomesFotos da Capa: Chris Martins, divulgação (Cachoeirados Primatas e Márcio Montarroyos) e Paulo Pelá (JB).Tiragem: 5.000 exemplaresTelefone: 2294-4926e-mail: [email protected] site: www.jbemfolhas.inf.br

Editorial Seis anos de olho no Jardim Botânico

Caro Leitor,

Parece que foi ontem que fomos convidadas a apresentar um modelo de jornal de bairro para a As-

sociação dos Amigos e Moradores do Jardim Botânico. Por motivos que não cabem explicar aqui, a

AMA-JB desistiu da parceria e nós, como já estávamos no pique e animadas com a ideia de escrever

sobre o bairro em que morávamos, fomos à luta e criamos o JB em Folhas.

De lá pra cá, como costumamos dizer, o Jardim Botânico bombou em tudo, inclusive em jornais

de bairro. Se antes não tinha nenhum, agora são quatro. Mas, sem falsa modéstia, o nosso sempre

manteve sua qualidade, que é atestada toda vez que alguém da nossa equipe passa por uma ban-

ca ou que um vizinho nos aborda perguntando quando sairá o próximo exemplar ou para fazer um

elogio a uma matéria publicada.

Nesse tempo de publicação não ficamos ricas – como chegaram a pensar algumas pessoas sem

noção do que é produzir um jornal nesse país, ainda mais de bairro –, mas, com esta realização,

temos certeza de que, como cidadãs, fizemos nossa parte pela comunidade. Não foram poucas as

vezes em que o JB em Folhas pautou jornais maiores ou mesmo chamou a atenção das autoridades

para problemas da região. É um pouco desse feito que o leitor poderá conferir em nossa matéria

de capa (páginas 4 e 5), na qual fazemos um retrospecto das matérias publicadas aqui nesses seis

anos, o que conseguimos mudar e o que ainda falta acontecer para melhorar (ainda mais) esse

bairro tão querido.

Estes seis anos de existência nos dão muito orgulho, pois mostram que é possível realizar qual-

quer boa ideia, desde que se tenha força de vontade. E nós temos muita, pois, além do jornal,

também estamos comemorando os cinco anos de Sebinho nas Canelas, troca-troca de livros infantis.

Um pouco dessa história está na coluna “Dedo de Prosa” (página 6).

Nada disso seria possível sem a participação fundamental do leitor, de nossos anunciantes, que

acreditaram nesse veículo, e da gráfica CMYK, nossa parceira de todas as horas que nos presenteou

com uma edição toda colorida. Todos foram importantes para melhorarmos o nosso trabalho. A to-

dos, o nosso muito obrigado e que a gente consiga sempre corresponder a esta confiança.

Até dezembro,

Christina Martins e Betina Dowsley

Distribuição:Bancas de jornais, galerias e prédios comer ciais do

Jardim Botânico, Bibi Sucos, Cavídeo, Jardim Botânico,

Parque Lage, Agência dos Correios da rua Jardim

Botânico. Display: Galeria da Rua Maria Angélica.

Telefones úteisBombeiros 193 / 3399-1234Cedae (água e esgoto) 195 / 0800 281195CEG (emergência) 0800 240197CET-Rio 2286- 8010Comlurb 2204-9999Defesa Civil 199 / 2576-5665Disque-Denúncia 2253-1177Disque-Luz (Iluminação urbana) 2535-5151Disque-Barulho e Patrulha Ambiental 2503-2795Guarda Municipal 153 Light 0800 21019615ª DP 2332-2871Polícia Militar 190Subprefeitura da Zona Sul 2274-4049 / 2511-0501Vigilância Sanitária 2503-2280 Tele-Dengue 3553-4025Tele-gripe 0800 2810 100Procon 151

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Carolina Martins Brandão e Joana Tostes dos Santos são as musas inspiradoras do Sebinho nas

Canelas, principal evento infantil do bairro, que já se tornou tradição em seus cinco anos de

atividade. Hoje com dez anos, as verdadeiras amigas da pracinha são leitoras compulsivas e

curtem tanto as histórias da turma do Menino Maluquinho como as da Mafalda. Ajudantes

mirins na organização do evento, elas já moldam a brincadeira a seu gosto, convocando as

colegas não apenas para trocar livros, mas também para criar bijuterias, que revendem, infor-

malmente, em busca de um trocado para o sorvete.

Cara do JB Carolina Martins e Joana Tostes

Carece de urgência um “choque de ordem” no tre-

cho entre as ruas Faro e Lopes Quintas, cuja calçada

se transformou numa pista de corridas de bicicletas,

triciclos, motos etc. A circulação, proibida por lei, é

vista todos os dias – impunemente – pelos guardas de

trânsito que nada fazem para garantir os direitos dos

transeuntes, contra os invasores.

Marcelo Correia Lima

Cartas s Sou moradora do JB há seis meses e adoro o “JB em Fo-

lhas”. Além de informativo, o jornal celebra a natureza e

dá boas oportunidades de lazer no bairro. Porém, confes-

so que fico enojada e chocada cada vez que saio a pé de

casa, especialmente na Lopes Quintas e arredores, com a

quantidade de cocô de cachorro. Como pode ser que os

moradores sejam tão displicentes e pouco higiênicos em

relação ao própio bairro? Sugiro uma matéria de capa so-

bre o assunto. Continuem com o ótimo trabalho!

Bárbara Vieira

“Sou moradora do Ed. Gemini, na rua JB número 616,

e gostaria que soubessem que me orgulho muito

por ter uma revista de bairro tão bem escrita e com

matérias super interessantes em diversas áreas.

Esta, particularmente, está ótima! Ofereço-me para

colaborar em que precisarem no jornal. Sugiro uma

campanha de limpeza, talvez em vez de “ NÃO jogar

lixo no chão”, “Pegue um lixo esquecido e jogue na

lixeira” ou algo no gênero.”

Ana Luiza Ford

Page 3: JBemFolhas 32

Seis anos de notícia!No próximo mês de outubro, o JB em Folhas

completa seis anos de circulação e, como no pri-

meiro ano, vai comemorar! O jornal convoca seus

leitores a mostrarem seus conhecimentos sobre

o bairro num quiz especial, no próximo dia 23 de

outubro, no Lunático Café. Será possível participar

do jogo sozinho ou em grupos. Compareçam!

Consciência ambiental no JB

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saudáveis, formando, desde pequeno, o cidadão

do futuro. Os passeios acontecem no primeiro

sábado do mês, das 9h30 às 11h30. O próximo

está agendado para o dia 3 de outubro. O ponto

de encontro é na Alamedas do Jardim.

Curso gratuito para domésticasEstão abertas as inscrições para o curso para em-

pregadas domésticas na Paróquia da Divina Provi-

dência, na rua Lopes Quintas. A primeira turma se

formou em agosto, com direito a confraternização

entre patroas e empregadas. O curso é gratuito e

oferece certificado. As aulas acontecem às segun-

das-feiras, das 18h às 19h, e são divididas em 13

módulos, sendo possível começar em qualquer

época do ano. Entre as lições estão arrumar a

mesa, lavar e passar roupa, além de dicas culiná-

rias. Inscrições e informações na secretaria da pa-

róquia ou pelo email [email protected].

ABBR inaugura fábrica de cadeira de rodasEm setembro, foi inaugurada a fábrica de cadei-

ra de rodas da Associação Brasileira Beneficente

de Reabilitação (ABBR), com a presença de Lygia

Lowndes, Presidente do grupo de legionárias da

entidade, e de Márcio Pacheco, Secretário Muni-

Folhas do Jardim q cipal da Pessoa com Deficiência do Rio de Janeiro

(foto abaixo). A instituição produzirá 150 cadeiras

de rodas, além de cadeiras higiênicas, andadores

e muletas, mas a meta é chegar a 600 peças/

mês. A fábrica de cadeiras de rodas da ABBR faz

parte da Oficina Ortopédica, setor da entidade

que já produz dezenas de órteses, próteses e cal-

çados, fornecidos pela instituição.

Mello Mattos IA Casa Maternal Mello Mattos, que já vinha en-

frentando dificuldades há algum tempo, teve

sua situação agravada por conta do atraso no

repasse das verbas estaduais e municipais. As

crianças que lá residiam foram todas adotadas

e agora o espaço funciona apenas como escola

pública. Para tentar reverter a situação, o casa-

rão está sendo alugado para eventos. Mais infor-

mações pelo telefone 2512-1266.

Mello Mattos IIA partir deste ano, o Circuito das Artes do Jar-

dim Botânico, que aconteceu no final de agos-

to e início de setembro, programou uma ação

social especial. No próximo dia 30 de outubro,

sexta-feira, alguns artistas do Circuito farão ofi-

cinas gratuitas para os alunos do educandário

Mello Mattos.

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O projeto “Eu Neutralizo” realizou ações educativas,

palestras e visitas guiadas contra o aquecimen-

to global no Jardim Botânico do Rio de Janeiro. O

evento – promovido pela Brasil 1 Entretenimento,

com sede aqui no bairro – aconteceu nos dias 20

e 21 de setembro e contou com sessões de teatro

infantil e artistas circenses, teatro de bonecos, ofici-

na de reciclagem, gincana ecológica, capoeira (fo-

to), apresentação do coro da Companhia Bachiana

Brasileira e palestras com personalidades ativas no

combate ao aquecimento global.

Trilhas no JB para criançasO grupo Pés Verdes vem fazendo sucesso dentro

do Jardim Botânico, organizando caminhadas pe-

las trilhas do parque com crianças. O objetivo é

repensar a relação do ser humano com o planeta

e possibilitar a criação de hábitos de vida mais

AULAS DE PIANO – professora formada na França, com mais de 10 anos de experiência, especializada em aulas para crianças a partir de 4 anos. Em domicílio ou na rua Pacheco Leão. Béatrice: 2512-1940 ou 8149-0070

AULAS DE FRANCÊS – professor francês diplomado pela Sorbonne – Universidade de Paris. Todos os níveis. Pascal: 2512-1940

ORGANIZAÇÃO DE ARMÁRIOS – qualquer tipo de arrumação, da cozinha aos quartos. Ana Luiza: 9425-3765

CLASSIFICADOS

Page 4: JBemFolhas 32

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Seis anos de notíciasde maio deste ano, sobre a calçada em frente

ao Centro Espírita Estrela do Oriente deu resulta-

do, como pode ser visto na foto acima.

O Jardim Botânico e o Parque Lage são assun-

tos de prioridade para este nosso informativo e,

por duas vezes ao longo desses seis anos, foram

matéria de capa, além de inúmeros registros na

coluna Folhas do Jardim. O primeiro sempre foi

motivo de orgulho, por sua história, sua admi-

nistração cuidadosa e sua projeção internacio-

nal, tendo merecido destaque com a inauguar-

ção do Museu do Meio Ambiente e a comemo-

ração de seus 200 anos em 2008. Já no caso

do Parque Lage, registramos o total abandono

em que se encontrava o local entre os anos de

2005 e 2006, apesar de ser administrado por

três poderes (municipal, estadual e federal). E

foi com alegria que este ano publicamos a re-

cuperação da área e o momento de glória pelo

qual ele passa, com exposições interessantes e

área bem cuidada.

Além dos problemas domésticos, o JB em Fo-

lhas acompanhou o crescimento do bairro. Onde

mais é possível encontrar os mais variados sa-

bores - da alta gastronomia aos botecos de bai-

Quando imaginamos fazer o JB em Folhas, pen-

samos logo em todas as coisas boas que o bair-

ro oferece: o verde, o comércio diferenciado, a

vizinhança simpática, a gastronomia, os eventos

culturais... Mas para que serve um jornal – espe-

cialmente um de bairro – senão para informar?

Nossa proposta nesta edição é fazer uma re-

trospectiva do que foi publicado aqui e conferir

o que mudou e o que continua na mesma. A

matéria principal da primeira edição, por exem-

plo, apontava a Linha 4 do Metrô como solução

para o tráfego intenso no bairro. Em outubro de

2003, a obra já tinha sido licitada havia cinco

anos; entretanto, até hoje não saiu do papel e,

ao que tudo indica, não passará mais pelo Jar-

dim Botânico.

Ainda no primeiro número, a AMA-JB lançou

a campanha “O melhor amigo do homem é o

dono do cão, que não deixa cocô no chão”, es-

palhando simpáticos galhardetes com o lembre-

te pelas ruas. A moda pegou por um tempo e,

dois anos depois, frequentadores da praça Pio

XI se mobilizaram e estenderam a faixa “Cocô

de cachorro: aqui se faz, aqui se pega”. O as-

sunto ainda dá pano para mangas, como pode-

mos constatar na seção de Cartas desta edição

(página 2), que traz reclamação de moradora e

proposta de uma nova campanha.

A Praça Pio XI, aliás, sempre foi alvo de grandes

manifestações e vitórias. Foi a partir de uma suges-

tão do casal Katia B. e João Barone, que se or gani-

zou um mutirão para customizar a escadaria do

lo c al com azulejos (foto acima). Complementando

a decoração, recentemente, o paredão ao lado foi

grafitado pela turma do Fleshbeck Crew, expoente

do bairro nesta manifestação artística. Também foi

lá que moradores se reuniram para colher assinatu-

ras pedindo mais segurança depois de um arrastão

que assustou a vizinhança no ano passado.

O trânsito (foto), a conservação das calçadas

e a questão da segurança são assuntos sempre

presentes no jornal, seja na ‘boca do povo’ ou

como tema de matérias de capa, com maior

destaque. Não são raros os dias em que rece-

bemos e-mail ou ouvimos comentários nas ruas

sobre a má conservação das calçadas, o desres-

peito às leis de trânsito e o quanto isso piora o

fluxo de veículos. A Prefeitura exige dos mora-

dores a conservação das calçadas e, muitas ve-

zes, tem retorno. Um flagrante nosso, na edição

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Page 5: JBemFolhas 32

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xa renda (vide coluna Flagrante, na página 6)?

Muita gente falou aqui que sentia falta de uma

sala de cinema no bairro. Não surgiu – ainda –

uma grande sala, mas já temos três cineclubes:

o do Jardim Botânico, o do Parque Lage e o do

Baukurs. Isso sem falar nas inúmeras produto-

ras e produções que circulam por aqui. O Jardim

Botânico é também berço de atores graças ao

teatro Tablado e seus cursos, prestes a come-

morar 50 anos!

E o que dizer de um grande hospital com vis-

ta panorâmica para a Lagoa e atendimento de

primeira? Ou da excelência dos serviços médicos

da ABBR, referência em todo o estado quando o

assunto é reabilitação? Não faltam consultórios

médicos, clínicas e laboratórios particulares, mas

também encontramos instituições sem fins lucra-

tivos como o Ambulatório Praia do Pinto (foto) e

o Patronato da Gávea. No quesito cidadania, tive-

mos algumas baixas com o fechamento do Depsi

A N U N C I E : 2 2 9 4 - 4 9 2 6

(Desenvolvimento de personalidade sócio-infan-

til), no Horto, que atendia crianças portadoras de

necessidades especiais; e também da biblioteca

comunitária Canto da Leitura do Horto.

A força do bairro encontra-se no poder dos

seus moradores. Não fosse isso, o Jardim Bo-

tânico não teria tantas associações, como foi

registrado na edição de abril de 2005, quando

o jornal chamou a atenção para grupos que se

formaram para defender a comunidade, como as

Associações de Moradores do Horto, do Jardim

Corcovado e a própria AMA-JB, que aparece co-

mo porta-voz do bairro para tantas questões.

Voz do bairro, o JB em Folhas está sempre

alerta, não só para os problemas, mas também

para o lazer e as compras, revelando os endere-

ços e serviços secretos que a gente só encontra

aqui e que dão mais charme ao bairro. As dicas

vêm em forma de cartas, anúncios, entrevistas...

Alguma sugestão?

Page 6: JBemFolhas 32

O JB, que é polo gastronômico com bares e restaurantes

de grife, também reserva espaço para botequins despo-

jados como o Bar Gente Bem, na Visconde da Graça; o

Bar da Ponte, na Pacheco Leão; e o Flor do Horto e Bons

Amigos, ambos no Horto. Os mais gaiatos já chamam os

points de BR (baixa renda) – pelo preço mais em conta –,

mas eles ajudam a manter o espírito de cidade do inte-

rior, tão decantado entre os moradores do bairro.

Flagrante s

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s

UM DEDO DE PROSApor Chris Martins

Uma ideia e uma praça

A ideia quando é boa segue a estrada, sem

que ninguém perceba quanto tempo se pas-

sou. A frase serve para ilustrar o meu espanto

ao perceber que, agora em outubro, o Sebi-

nho nas Canelas – troca de livros infantis que

acontece a cada bimestre, na Praça Pio XI -

completa cinco anos de muita atividade.

Foi totalmente por acaso que surgiu a ideia

de fazer uma troca de livros infantis. Eu e An-

gela Tostes, minha parceira no site Amigas

da Pracinha (www.amigasdapracinha.com.br),

conversávamos, quando a pauta “livro” entrou

em discussão. Por conta do gosto das nossas

filhas – Carolina e Joana, ambas hoje com dez

anos – pela leitura e o quanto custava manter

esse hábito saudável, surgiu a proposta: e se a

gente fizesse um troca-troca de livros?

Da sugestão à realização, ainda levou um

tempinho. Faltava decidir o local e o forma-

to. A Praça Pio XI, com seu cantinho acon-

chegante no Jardim Botânico, acabou sendo

escolhida pela proximidade de casa.

Nós tínhamos na cabeça Bolinha e Luluzi-

nha vendendo revistinhas em caixotes, como

no gibi, mas como o evento seria em uma

praça pública, não podia haver circulação de

dinheiro. A solução foi adotar fichas: a criança

traz um livro em bom estado – sem rasuras e

completo – e troca por uma ficha, que dá di-

reito a um livro disponível na banca. Funciona

assim até hoje.

E foi assim que esticamos nossa lona, nu-

ma tarde nublada de outubro de 2004. Não

éramos mais do que 50 pessoas (foto) e ro-

lou até um pão de queijo entre os presentes,

que assistiam à perfomance do Circo Pionzinho,

dos palhaços Filomena e Salame. Hoje a praça

recebe entre 200 a 300 pessoas, a cada edição,

que acontece pela manhã, das 10h às 13h.

Nesses cinco anos, fomos gradualmente agre-

gando amigos e parceiros, fazendo com que o

Sebinho não fosse apenas uma simples troca

de livros, mas um programa para toda a famí-

lia. Cada edição costuma ter um tema ligado a

uma data especial, que pode ser o Dia do Meio

Ambiente ou o do Folclore. O importante é que

passe uma mensagem sobre meio ambiente e

cidadania para os pequenos. É como eu costumo

dizer: as esperanças de um mundo melhor (e

mais humano) estão nas mãos e na consciência

dos pequenos. Durante as três horas de duração

do Sebinho, o que se cultiva são as palavras tro-

ca, parceria, amizade e respeito pela praça, pri-

meiro espaço de sociabilização da criança.

É bacana a gente passear pela praça e ver fa-

mílias interagindo em torno de um livro ou de

um contador de histórias. Boas lembranças não

faltam nesses cinco anos, como a de pessoas

que já chegaram carregadas de livros apenas

para serem doados às várias bibliotecas comuni-

tárias que são beneficiadas com o que não é tro-

cado no Sebinho. Tem uma história clássica

que costumo contar para mostrar a força do

troca-troca e do poder infantil: uma criança

que estava sem livro se apaixonou por um

exemplar da banca e não o largava de jeito

nenhum. Só restou à mãe ir até o posto de

gasolina e comprar um outro livro para que a

filha pudesse fazer a troca.

Nesse período, o Sebinho ganhou edições

diferenciadas – com troca-troca de brinque-

do –, outras fora da praça Pio XI – como re-

centemente no Parque Lage -, e até entrou

para o calendário de atividades do colégio

Andrews, na manhã da família. Só que, para

quem acompanha o evento, bom mesmo é

na praça Pio XI!

Mas, além das crianças e dos pais, é im-

portante agradecer a todos os parceiros que

esti veram presentes, fazendo com que cada

edição fosse melhor do que a outra. É com

esse espírito que vamos ocupar novamente a

Praça Pio XI no dia 24 de outubro das 14h às

18h, reunindo todos os que já participaram,

para comemorar essa idade nova e bem su-

cedida. Vida longa ao Sebinho e que ele con-

siga se replicar em outras praças!

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Page 7: JBemFolhas 32

A gente que mora e vive no Jardim Botânico es-

tá tão acostumada a cruzar com o ator Gustavo

Falcão pelas ruas do bairro que custa a imagi-

nar que o pernambucano veio morar no Rio há

pouco mais de oito anos, sendo apenas metade

deles por aqui.

Pudera! Gustavo não gosta de ficar parado.

Em outubro, além das ruas do JB, ele poderá ser

visto no teatro, no cinema e na TV, com as es-

treias, quase simultâneas, da peça “Linha reta,

linha curva”, de Machado de Assis, com direção

de Dudu Sandroni; no canal por assinatura HBO,

com a segunda temporada da série “Filhos do

Carnaval”, de Cao Hamburger; e no cinema, com

o longametragem “Praça Saens Peña”, uma ho-

menagem aos 250 anos da Tijuca.

Na dramaturgia, Gustavo tira tudo de letra. Di-

fícil, segundo ele, é seu cargo de administrador,

ao lado da mulher Juliana Feres, no Lunático Ca-

fé. Aberto há dois anos e meio, o lugar já se es-

tabeleceu no cenário do bairro, sendo referência

em toda a cidade quando o assunto é aula de

acrobacia aérea.

- Setenta e cinco por cento dos nossos alunos

são daqui mesmo do bairro, mas tem gente de

Copacabana, Botafogo, Barra... A novidade é a

realização de festas de aniversário, que têm

sucesso garantido entre as crianças, com os te-

cidos, e também entre os adultos, no café, ob-

serva Gustavo.

Mas cuidar dos cursos, para ele, é a parte fácil

do negócio. Ele já fazia isso quando dava aulas

em Botafogo e na rua Lopes Quintas. Funcionan-

do numa casa na rua Visconde de Carandaí, o Lu-

nático cresceu. Tem 10 funcio nários e o que seria

inicialmente uma cafeteria funciona como bar e

restaurante, aberto diariamente não só para os

alunos da casa. Dos lanches rápidos, passou a

oferecer almoço executivo durante o dia e pizzas,

à noite, com direito à entrega em domicílio.

- Esta movimentação de caixa é grande e exi-

ge muito cuidado e atenção, mas a gente está

se virando, garante ele.

Quando não está ensaiando, gravando ou fil-

mando, Gustavo mal sai daqui do bairro e con-

segue ir a pé de casa para o trabalho. No ca-

minho, resolve suas compras e suas pendências

bancárias, passa pelo Vídeo Nacional e, quando

quer um pouco mais de agitação, vai ao Bel-

monte ou ao Garrafeiro.

Para encontrar os amigos, ele assume que

7

nem precisa sair de casa. “O Lunático virou pon-

to de encontro, todo mundo vem aqui, seja para

o quiz, na última sexta-feira do mês; seja para

a feijoada de sábado ou para a pizza de todo

dia!”, conta o ator satisfeito. “Onde mais poderia

reunir tanta gente boa?”, completa.

O ator vê semelhanças entre o JB e sua cida-

de natal, Recife: ambas têm um clima provincia-

no gostoso, em que todo mundo conhece todo

mundo. Para ele, só precisava mesmo é melho-

rar o trânsito daqui!

Ilustre Morador q

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A programação gratuita de cineclubes no Jardim Botâ-

nico, no Parque Lage e no Baukurs ajuda a suprir a falta de uma sala

de cinema de verdade no bairro.

A falta de respeito de muitos donos de cachorro que

insistem em deixar a sujeira de seus animais nas ruas.

Para elogiar ou para reclamar, este aqui é o seu espaço. Mande a sua opinião por e-mail jbemfo [email protected].

Valeu!

Foi mal!

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STAV

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ALC

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Criada há 30 anos, a instituição - que abriga 25 idosos, entre ho-

mens e mulheres com idade acima de 70 anos - está precisando

de material de enfermaria, como soro fisiológico, gaze, esparadrapo,

álcool hospitalar, ataduras de crepe, água oxigenada, além de remé-

dios como Cataflan (pomada), Reparil gel ou Gelol e Dorflex. Infor-

mações e doações podem ser feitas na Rua Lopes Quintas 302 ou

pelo telefone 2294-5648, de segunda a sexta, das 8h às 17h.

DE OLHO NO JB Cidadania Comunidade de Betânia

Page 8: JBemFolhas 32

AdvogadaMichelli Ferreira Barros

Michelli Ferreira Barros | OAB/RJ

EDIÇÃO DE NATAL: NOVEMBRO/DEZEMBRO 2009. RESERVE JÁ O SEU ESPAÇO: 2294-4926