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Informativo do Jardim BotânicoTRANSCRIPT
A difícil arte de conciliar esporte, lazer e brincadeiras com helicópteros e projetos que preservem o espelho d’água. (Páginas 4 e 5)
Autora ilustre Flávia Lins busca inspiração para as aventuras de Pilar e outras
histórias no Jardim Botânico. (Página 7)
Poda na Pio XI Serviço agendado para o fim de julho precisará da
colaboração dos moradores. (Página 3)
julho/agosto 2013 | ano 9 | nº50
distribuição gratuita
Jardim Botânico
Horto | Gávea | Humaitá
Lagoa para todos?
jb folhasemo informativo do jardim botânico
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ExpedienteO JB em Folhas é uma publicação bimestral, editadapelo Armazém Comunicação Projetos Jornalísticos Ltda.www.armazemcomunica.com.brEditora Responsável: Christina Martins (Mtb 15185 -RJ)
Redação: Betina DowsleyProjeto Gráfico: Paulo Pelá - www.bolaoito.com.brRevisão: Carla Paes LemeImpressão: CMYK Gráfica - 2581-8406Estagiária de Redação: Sheila GomesFotos da Capa: Chris MartinsTiragem: 5.000 exemplaresTelefone: 3874-7111/ 8128-6104e-mail: [email protected]/JbEmFolhasJornalDoJardimBotanicosite: www.jbemfolhas.inf.br
Caro Leitor,
Não é segredo que o Brasil e a nossa cidade, em especial, estejam no centro das atenções mun-
diais. Tanto nos esportes – pela recente disputa da Copa das Confederações e a proximidade da
Copa do Mundo e das Olimpíadas –, quanto pelas últimas manifestações que levaram o povo às
ruas. E, por conta disso, cresce o número de turistas circulando pelas ruas e pela Lagoa Rodrigo de
Freitas, encantados diante da beleza do espelho d’água e sua orla, principalmente em dias de céu
azul ou noites de luar.
Atualmente, a Lagoa desempenha um papel sociocultural na vida de quem mora no seu entor-
no e pratica esportes ou utiliza sua área de lazer nos finais de semana. Mas, como diz o provérbio
português, “por fora, bela viola; por dentro, pão bolorento”. Ou, para ser mais objetiva, nem tudo
se resume a belas imagens de cartão postal. Há problemas na manutenção no recém-reformado
Parque dos Patins, a água voltou a sofrer com a mortandade de peixes, é crescente o número de
assaltos na área – principalmente no Baixo Bebê e próximo ao Clube Caiçaras – e o zum-zum-zum
de helicópteros voando em torno do Corcovado atormenta toda a região. Sem falar na questão da
despoluição da Lagoa, que continua sem solução. Você vai saber um pouco sobre os problemas e
os encantos da região na matéria de capa desta edição, nas páginas 4 e 5.
A jornalista e moradora Scarlet Moon deixou-nos no dia 5 de junho passado, depois de dez anos
lutando contra a Síndrome de Shy-Drager. Infelizmente, não houve tempo para uma entrevista para
a coluna Ilustre Morador. Mas nós não poderíamos deixar de fazer nossa homenagem a essa figura
ilustre, de fato e de direito, na página 3.
Na próxima edição, nosso jornal completa dez anos de existência e merece atenção es-
pecial. Para isso, queremos saber de você, leitor que nos acompanha ao longo de todo esse
tempo, o que podemos fazer para melhorar. Participe mandando sugestões para o nosso email
Até setembro!
Christina Martins e Betina Dowsley
Distribuição:Agência dos Correios da rua Jardim Botânico, Bibi Sucos, Cavídeo, Jardim Botânico, Parque Lage, bancas de jor-nais, galerias e prédios comer ciais do Jardim Botânico.
Telefones úteisBombeiros 193 / 3399-1234Cedae (água e esgoto) 195 / 0800 281195CEG (emergência) 0800 240197CET-Rio 2286- 8010Comlurb 2204-9999Defesa Civil 199 / 2576-5665Disque-Denúncia 2253-1177Disque-Luz (Iluminação urbana) 2535-5151Disque-Barulho e Patrulha Ambiental 2503-2795Guarda Municipal 153Light 0800 21019615ª DP 2332-2871Polícia Militar 190Subprefeitura da Zona Sul 2274-4049 / 2511-0501Vigilância Sanitária 2503-2280Tele-Dengue 3553-4025Tele-gripe 0800 2810 100Procon 151Atendimento ao Cidadão 1746
O Baixo Bebê da Lagoa vai ganhar maioridade em outubro. Foi em 1992 que o cearense Albany
Mattos levou sua kombi com coco gelado para a área próxima à Igreja Matriz Santa Margarida Ma-
ria, criando um espaço exclusivo para as crianças. No começo, eram apenas duas babás e poucos
bebês; bem diferente dos dias atuais, quando cerca de 150 crianças – acompanhadas por seus res-
ponsáveis – ocupam a praça criada pela Prefeitura depois de um abaixo assinado com mais de mil
signatários. A área foi revitalizada em 2000, ganhou novos brinquedos, quiosque e um fraldário.
Em 21 anos, Albany tornou o Baixo Bebê da Lagoa o point da criançada na região, investindo
em brinquedos e sempre preocupado com a manutenção dos mesmos. O trabalho de fé rendeu
até casamento com uma antiga babá que frequentava o espaço e que agora cuida dos dois filhos
do casal – uma menina de 12 anos e um menino de 8. As animadas festas temáticas (Carnaval,
Natal e Caipira) promovidas pelo quiosque estão suspensas há dois anos, mas os aniversários
ainda têm espaço na agenda. “Só tem de avisar antes para eu separar mesas e cadeiras e deixar
tudo arrumado”, explica o vendedor caprichoso.
Com 50 anos de idade, Albany trabalha diariamente das 8h às 20h, estendendo durante o ho-
rário no verão. Aposentadoria não passa por sua cabeça, nem quando recebe a visita dos antigos
bebês, hoje adultos e cheios de histórias. “O segredo do sucesso é trabalhar direito e tratar todos
bem. Mesmo quando estou com algum problema, é só chegar aqui que eu esqueço de tudo, o
astral muda. Eu me divirto muito com as crianças. Adoro trabalhar com isso”, garante.
Cara do JB Albany
Editorial Lagoa, para o bem e para o mal
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administrativa. A equipe do jornal, que manteve
uma boa parceria com Guido ao longo desses
anos, deseja boa sorte em seu novo momento.
Vitória dos moradoresO prédio que a João Fortes Engenharia preten-
de construir no terreno onde funcionava o pos-
to Shell não poderá ter 27 metros de altura.
Por tratar-se de Área de Proteção do Ambiente
Cultural (APAC) do Jardim Botânico, o gabarito
permitido para a área é de 14 metros. A venda
do terreno mobilizou a AMA-JB e, em 2011, um
grupo de moradores foi à rua marcar posição
muito antes desta onda de manifestações.
Moradores nas ruasA onda de manifestações chegou ao Jardim
Botânico. Em junho, por duas vezes, a sede da
Rede Globo, na rua Von Martius, foi alvo de pro-
testos. O primeiro foi no dia de São João e o se-
gundo, no de São Pedro. Se no dia 24 o grupo
era pequeno, no dia 29 o movimento – além de
foi maior e mais barulhento – questionou as re-
moções dentro do limite do JBRJ.
Aviso de poda na Pio XIHá dois anos sem poda, os galhos das árvores
da Praça Pio XI em breve vão ganhar nova vida.
Com risco de acidente por conta dos fios de alta
tensão que se misturam aos galhos, a Comlurb
precisará de alguns dias para executar o serviço,
programado para começar no dia 29 de julho,
podendo se estender até 3 de agosto, no horá-
rio das 9h às 17h. Nesse período, pede-se aos
moradores e frequentadores do local que não
estacionem na área. À medida que o trabalho
for avançando, trechos poderão ser liberados.
Movimento do comércioNos últimos dois meses, diminuiu o movimento
de estabelecimentos abrindo suas portas no bair-
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Folhas do Jardim
15 anos de boa educação
ro. Entre as novidades está a loja First Class – de
roupa de cama, mesa e banho –, que abre uma
filial na galeria dos Correios. Ainda sem confirma-
ção, conta-se que, no lugar da livraria, deve abrir
um quiosque português, e que onde funcionou a
academia OX Premiun será instalada outra acade-
mia de ginástica. A conferir. E onde ficava o bar
Central da Ponte, na esquina das ruas Jardim Bo-
tânico e Pacheco Leão, o supermercado Zona Sul
deve estender seus domínios, abrindo uma pa-
daria/pizzaria no local. Por falar em padaria, um
estabelecimento francês também será aberto no
comecinho da Jardim Botânico, pertinho da outra
filial do Zona Sul no bairro.
Bairro sem letras
Adeus à coleguinhaO Jardim Botânico (e a Zona Sul) está menos ilu-
minado com a partida de sua ilustre moradora
Scarlet Moon de Chevalier, que faleceu em ju-
nho, vítima de uma doença degenerativa contra
a qual lutava havia dez anos. Com personalidade
forte e visual marcante, a jornalista morou por 28
anos no bairro, no mesmo prédio da Benjamin
Batista. Sempre de olho na notícia, ela muitas
vezes serviu de porta-voz das mazelas do bairro,
É com imenso pesar que registramos o fecha-
mento da única – e agradabilíssima – livraria
Ponte de Tábuas. Ela marcou presença no bairro,
com tardes de autógrafos de autores de livros
infantis, debates e um café da manhã nos finais
de semana que fazia a alegria de moradores e
visitantes. Após mais de 12 anos, o estabeleci-
mento encerrou suas atividades em meados de
junho, deixando órfãos aqueles que frequenta-
vam o lugar, fosse para comprar um presente ou
para marcar uma reunião ou mesmo uma en-
trevista, como várias vezes fizemos para apurar
matérias para o JB em Folhas. Vai deixar sauda-
des e um vazio enorme em uma das esquinas
mais famosas do bairro.
A Jardim Botânico Educação Infantil acaba de
completar 15 anos no bairro. A escola seria
aberta no Recreio, mas, ao visitar a simpática
rua Visconde da Graça, as sócias Andréa Cam-
pos, Karin Sampaio e Márcia Cardoso mudaram
de ideia e não se arrependeram. Se em 1998
havia apenas quatro crianças, hoje o colégio
atende a mais de 90 alunos e tornou-se refe-
rência de educação infantil no bairro.
Ao longo desse tempo, as sócias investiram
em ações de reciclagem no bairro, como a lixeira
especial para coleta de pilhas e baterias e ainda
a coleta de óleo oferecida para toda a vizinhança
e não apenas para seus alunos. Este ano, o co-
légio está organizando uma campanha para re-
colher agasalhos, cobertores e roupas de criança
para a Associação Casa de Maria Mãe, da irmã
Maria José Macena, que faz um trabalho nas co-
munidades no entorno do lixão de Gramacho.
Novos rumosGuido Gelli, Diretor de Ambiente e Tecnologia do
Jardim Botânico, está deixando o parque depois de
seis anos cuidando, com profissionalismo, da área
em sua coluna semanal, no jornal O Globo.
Precursora dos talk shows, Scarlet chegou a
produzir, em 2005, o “Jogando Conversa dentro”, no
Instituto Cultural Arteclara, na rua Lopes Quintas.
Incentivadora do JB em Folhas e sócia do Jar-
dim Botânico, a coleguinha que badalou e aba-
lou de noite e de dia vai deixar saudades, mas
também boas lembranças. Como ela dizia, “foi
um prazer i-ne-nar-rá-vel desfrutar de sua com-
panhia pelo bairro!”
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Totalmente integrada ao dia a dia dos morado-
res da zona sul do Rio de Janeiro, a Lagoa Ro-
drigo de Freitas é uma academia a céu aberto.
Os seus 7,5 km de extensão oferecem várias
atividades de lazer e esporte. Do início da ma-
nhã até a noite, é normal ver atletas e pessoas
comuns caminhando, correndo, remando ou pe-
dalando e, certas vezes, é difícil conciliar todas
estas atividades. Mas o “coração da zona sul” é
igual ao de mãe, sempre cabe mais um, inde-
pendente da idade. Nessa área, destaca-se o
Parque dos Patins – com brinquedos e espaço
para piquenique e outras atividades –, fazendo
parte da rotina de crianças e jovens, que circu-
lam de bicicleta, triciclo, patins ou skates.
A novidade da estação são os e-mobis, veícu-
los movidos a bateria que já podem ser vistos na
orla da lagoa (foto 5). O novo “brinquedo” pode
ser alugado para passeios no Parque dos Patins e
na Catacumba, incluindo roteiros de 30 minutos
por outros bairros, em grupo de até seis pesso-
as. O veículo de duas rodas tem audioguia com
informações turísticas e é conduzido pelo próprio
piloto, que regula a velocidade e a direção, sempre
sob a supervisão de um monitor. “O e-mobi inva-
diu a Europa, e tivemos a ideia de trazer as máqui-
nas para potencializar o turismo no Rio de Janeiro
nesse momento em que os olhos do mundo estão
voltados para o Brasil”, afirma Flavia Verdi Sartori,
sócia da empresa Easy Way Brasil.
Mas o que promete revolucionar a região ain-
da está por vir. No segundo semestre de 2014,
deverá ser inaugurado o Parque Radical da La-
goa, projeto da Prefeitura que ocupará o antigo
terreno da Estação do Corpo, atualmente em es-
combros (foto 2). Desenvolvido pela Fundação
Parques e Jardins e com um investimento de
R$20 milhões, o Parque Radical contará com
uma área de 18 mil m2 e terá como atrações
uma pista de bicicross com arquibancada, duas
Lagoa: entre o paraíso e o caospistas de skate, paredes de escalada, muros de
grafite, paisagismo vertical, chafariz, área verde,
além de uma tirolesa que cruzará toda a exten-
são do parque diagonalmente.
Mas há quem pergunte o porquê de um in-
vestimento tão alto numa área que já oferece
bastante opção de lazer gratuito e que foi re-
vitalizada no ano passado. Em junho de 2012,
a Secretaria de Conservação e Serviços Públicos
entregou à população o Parque dos Patins refor-
mado, com novos brinquedos (foto 4), aplicação
de grama, piso emborrachado, novas pistas de
skate e reforma do rinque de patinação, além da
restauração dos decks de madeira.
Priscila Fonseca – sócia da empresa Roller Play,
atuando há 13 anos no local – acredita que seria
mais importante investir em segurança e fiscali-
zação para garantir exclusividade para os patina-
dores. “Nós oferecemos equipamentos e aulas
para crianças e adultos, mas a presença de ska-
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tistas ou mesmo de crianças de patinete tornam
a prática perigosa”, observa. Priscila lamenta que
a renovação do parque não tenha sido para durar.
“As obras feitas ano passado melhoraram a área
em 100%, mas a pista foi repavimentada com
material de baixa qualidade e já está novamente
precisando de reparos”, lamenta.
Priscila não é a única a achar que tudo não
passa de maquiagem apenas para dar a impres-
são de que está bom. A moradora do Jardim Bo-
tânico Cecília Herzog – presidente do Instituto In-
verde, voltado para estudo e pesquisa em ecolo-
gia urbana e autora do livro “Cidade para todos:
aprendendo a conviver com a natureza” – teve
acesso ao projeto inicial para o Parque Radical e
não gostou do que viu.
- O projeto é lamentável! Em pleno século
XXI, é preciso pensar em aliar várias funções
em um mesmo lugar, como se faz no mundo
inteiro. Por que não fazer um Parque Ecológico
Radical, valorizando a biodiversidade e promo-
vendo sua arborização? – sugere a professora
da PUC de Arquitetura e Urbanismo.
Outro que também contesta o projeto é o
ex-presidente da AMA-JB, Alfredo Piragibe: “O
certo seria incentivar o esporte náutico que,
com a construção do complexo Lagoon, teve
suas atividades reduzidas. Essa é uma dívida da
Prefeitura com a Federação de Remo”. Morador
atento, Alfredo conclui: “Gostaria de saber como
a Prefeitura vai cuidar da manutenção desses
equipamentos caros como tirolesa e escalada, se
ela não consegue nem manter as raias de remo
– próximas ao Baixo Bebê (foto 3) –, que estão
em estado lastimável? A Lagoa é um local de
contemplação e não uma Disneylândia.”
Bem pertinho dali, os helipontos são motivo
de manifestações de moradores e frequenta-
dores da Lagoa Rodrigo de Freitas (foto 1). Em
finais de semana de sol, são registrados 50 voos
por dia, sendo que, em feriados e durante o
Carnaval, por exemplo, o número sobe para 250
voos em torno do Cristo Redentor, chegando a
mais de 50 voos em um período de duas horas.
Vera Maurity é coordenadora do movimen-
to Rio Livre de Helicópteros Sem Lei. O grupo
formou-se por conta do aumento do número de
voos na região e da falta de fiscalização do ser-
viço. Na luta pelo estabelecimento de rotas e de
horários de voos, o movimento encontrou várias
irregularidades: monopólio dos voos panorâmi-
cos em vários pontos da cidade (Piraquê, Miran-
te Dona Marta e Pão de Açúcar) e aluguel do
espaço por R$ 2.400 (menos do que um quarto e
sala na região), além de estar em área tombada
pelo Iphan, ao lado de parque infantil...
- É um absurdo que os cidadãos tenham a vi-
da infernizada por tamanha quantidade de voos,
muitos deles abaixo da altura permitida. Como
acontece em Nova York e Londres, as rotas não
deveriam passar acima de residências. No dia
em que um helicóptero cair, vai ser uma tragé-
dia! – teme Vera.
E assim, os dias de inverno na Lagoa Sacope-
napã seguem entre o lazer e a falta de respeito
ao cidadão. Que venham as manifestações – pa-
cíficas, claro!
ANUNCIE: 3874-7111
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JBF INDICA cubanos e brasileiros, muitos deles entoados em
iorubá. Mas que ninguém pense que seu tra-
balho fica limitado ao universo do candomblé.
Com passagens por Argentina, Estados Unidos
e Cuba, Leobons incorpora batidas eletrônicas e
conta com a parceria de Lucas Santanna, Pedro
Luís e Roberta Sá. Sem falar do reforço especial
da Parede em seu “baticum”. Prestem atenção
ao passear pela Lagoa, ele costuma ensaiar no
deck próximo ao Parque dos Patins.
Exposição interativaO artista plástico Ricardo Becker apresenta um
novo trabalho, a partir de 9 de agosto, nas Ca-
valariças do Parque Lage. Uma caixa com ma-
teriais reflexivos que formam um fluxo de ima-
gens permite que o visitante participe da obra
como reflexo em constante alteração, através de
variações de posições. Para entender melhor a
viagem, só conferindo ao vivo.
Circuito das Artes A abertura da 17ª edição do Circuito das Artes
do Jardim Botânico será na sexta-feira, 16 de
agosto, com palestra da artista e professora Lena
Bergstein, na Escola de Artes Visuais do Parque
Lage. Consolidado no calendário da cidade, o
evento movimenta o bairro em dois finais de se-
mana com ateliês de portas abertas, atividades
infantis, oficinas, shows e parcerias com restau-
rantes da região. Dias 17, 18, 24 e 25 de agosto,
das 12h às 19h.
História do rockTodo dia é dia de rock, mas, oficialmente, o
gênero musical é comemorado mundialmente
no dia 13 de julho. Nossa sugestão para cele-
brar a data é o livro “50 fatos que mudaram
a história do rock” (editora Record), que apre-
senta histórias significativas que marcaram a
música pop dos anos 1950 até hoje. O autor,
Paolo Hewitt, é um veterano jornalista inglês,
com passagens pelo New Musical Express e
Melody Maker, duas das maiores publicações
de música do Reino Unido. Estão lá fatos como
os shows memoráveis de Woodstock e o caso
de Sinéad O’Connor, que rasgou uma foto do
Papa João Paulo II durante uma apresentação
ao vivo na TV americana, em 1992.
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Amazônia no JB“Retorno à Amazônia” reúne 30 fotografias
de Carrie Vonderhaar, com textos explicati-
vos de Jean-Michel Cousteau. A exposição é
resultado de expedição realizada em 2006,
quando o explorador seguiu o mesmo traje-
to feito por seu pai, o oceanógrafo Jacques
Cousteau, que havia percorrido rios e flores-
tas e povoamentos indígenas 24 anos antes.
A mostra fica no Centro de Visitantes do Jar-
dim Botânico até 2 de agosto, das 8h às 17h,
e a entrada é gratuita. Endereço: Rua Jardim
Botânico, 1008.
Tambores internacionaisMorador do Jardim Botânico, o percussionis-
ta carioca Léo Leobons acaba de lançar seu
novo CD, “Bá”, com cantos e batuques afro-
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ASSOCIAÇÃO DE ASSISTÊNCIA AO ADOLESCENTE Há 65 anos no Jardim Botânico – apesar de um
breve período em Laranjeiras –, a Associação de Assistência ao Adolescente oferece atendimento
acadêmico a cerca de 100 estudantes, com idades entre 12 e 18 anos e bom rendimento escolar. O
objetivo é dar condições ao bolsista de escola particular, para que ele siga em frente com seus estu-
dos. Desde o ano passado, a instituição ampliou sua linha de ação com o projeto “Ponto de Apoio”,
que tem o patrocínio da Petrobras e é direcionado a alunos que não são bolsistas, mas vivem uma
situação socioeconômica de vulnerabilidade e têm dificuldade em matemática, geografia, português
e ciências. Mas nem adianta tentar se inscrever. Para participar, tanto da Associação quanto do pro-
jeto Ponto de Apoio, é necessário que o jovem seja indicado por uma das escolas conveniadas, tais
como Corcovado, Divina Providência, C.E.L, Pequena Cruzada e Jockey Club. A instituição também está
em busca de patrocinadores e aceita doações. Saiba mais no site www.aaadolescente.org.br.
CIDADANIA
AULAS DE PIANO – professora formada na França, com mais de 10 anos de experiência, especializada em aulas
para crianças a partir de 4 anos. Em domicílio ou na rua Pacheco Leão. Béatrice: 2512-1940 ou 8149-0070.CLASSIFICADOS
O Jardim Botânico do Rio de Janeiro é o quintal da
jornalista e escritora Flávia Lins e Silva. É lá que a
autora de livros infantis busca inspiração para es-
crever, meditar e fazer reuniões de trabalho. Foi
no Espaço Tom Jobim, durante uma visita, que a
jornalista conheceu a coleção de apitos de pássa-
ros do maestro e decidiu dar a Pilar, personagem
principal de seus livros, um kit semelhante, que
ela sempre carrega em suas aventuras pela Gré-
cia, Amazônia e Egito.
Flávia concilia trabalho e lazer em suas via-
gens. A última, para o Peru, já está sendo trans-
formada em livro, “As aventuras de Pilar em
Machu Picchu”, que chega às lojas no final do
ano. Quando está no Brasil, seu universo con-
centra-se na Gávea e no Jardim Botânico, onde
circula a bordo de uma bicicleta elétrica ou a
pé. Na maioria das vezes, corta caminho pelo
JBRJ para chegar à aula de literatura da profes-
sora Carmem Hanning, na esquina da rua Lopes
Quintas, ou para ir até o Horto, almoçar no res-
taurante Borogodó com o marido, nos finais de
semana. “Gosto de andar pelas aleias e imagi-
nar que as ruas poderiam ser todas assim, arbo-
rizadas e silenciosas, com pitangas penduradas.
Seria maravilhoso”, idealiza Flávia.
O Jardim Botânico exerce um enorme fascínio
sobre a autora, que é sócia do parque e costu-
ma, religiosamente, fazer caminhadas semanais
– com direito a encontro com macacos pregos
no meio do caminho. “Já fiz até o passeio no-
turno!” Mas Flávia, que ainda não tem filhos,
acha que o parque poderia ter uma programa-
ção mais direcionada ao público infantil. “Quem
sabe um acampamento no meio do mato?”,
arrisca. Enquanto isso não acontece, a jornalista
cumpre a sua parte: a maioria dos livros da per-
sonagem Pilar teve lançamento – com recreação
infantil – no Jardim Botânico, sempre com lota-
ção esgotada. “Aqui é o lugar da Pilar, o quintal
onde ela brinca e passeia. E acho que o sucesso
da personagem deve-se a seu espírito aventu-
reiro e à sua coragem, que encantam e levam
as crianças a viajar com ela”, reflete.
A Gávea também faz parte do dia a dia de
Flávia. Ela conhece bem o bairro por ter estu-
dado e residido ali a maior parte dos seus 42
anos – salvo um intervalo de dois anos no Alto
Jardim Botânico. Seu sonho de consumo é ver o
Parque da Cidade revitalizado e as ruas com boa
iluminação. “É uma vergonha. As ruas são mal
iluminadas”, lamenta. Entre seus programas fa-
voritos estão passear pelas galerias de arte, vi-
sitar o Planetário – que para ela é um luxo –, e
ir à livraria infantil Malasartes, bater papo com a
proprietária dona Iaci e as vendedoras Claudia e
Renata. A boemia do Baixo Gávea também tem
espaço na agenda, com passagens pelo Guimas
e pelo Braseiro: “Adoro ficar em pé no balcão
tomando uma cerveja e comendo linguiça, en-
quanto aguardo o meu pedido para levar para
casa. Eles até entregam, mas eu prefiro ir buscar
para curtir esse momento”, confidencia.
E entre o Jardim Botânico e a Gávea? Aí, o se-
gundo leva vantagem, na visão da escritora. “A
Gávea é melhor para caminhar, pois o Jardim Bo-
tânico tem um trânsito mais duro. Torço por uma
ciclovia que ligue a Gávea ao JB. Aliás, essa região
toda. Adoraria ir até Botafogo de bike, pois é uma
área plana e com calçadas estreitas e muito movi-
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mentadas. Pelo menos, a chegada do metrô deve
melhorar essa questão de transporte”, acredita.
Com mais de dez livros publicados e mais de
100 mil exemplares vendidos, a jornalista está
experimentando uma nova sensação com o su-
cesso da série de TV “Detetives do Prédio Azul”,
exibida no canal infantil Gloob e teve a história
lançada em livro recentemente. “Nesse caso, fiz
o rumo contrário: primeiro escrevi o roteiro da
série e só depois o livro”, explica. Flávia acre-
dita que a inspiração para o público infantil ve-
nha da admiração por vários personagens desse
universo, como Emília, Mafalda, Pipi Meia Longa
e até Asterix! Entre os planos para o futuro es-
tão o desafio de escrever para o público adul-
to, mas em formato digital, “para não precisar
gastar papel”, e a ideia de continuar viajando,
quem sabe, para o Oriente. “Adoraria escrever
as aventuras de Pilar no Japão ou na China”, so-
nha a escritora.
Ilustre Morador FLáVIA
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