jbemfolhas 40
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Informativo do Jardim BotanicoTRANSCRIPT
Edição especial Jardim BotânicoO parque que dá nome ao bairro completa completa 203 anos
unindo cultura e meio ambiente, tema dessa edição. (Páginas 4 e 5)
Duas Caras do JB Paulo Jobim e João Fortes representam a cultura
no Jardim Botânico. (Página 2)
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Ilustre administrador Há quatro anos, Guido Gelli é conhecido como
o ‘prefeito’ do parque. (Página 7)
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jb folhasmaio / junho 2011 | ano 7 | nº40 distribuição gratuita
em
o informativo do jardim botânico
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ExpedienteO JB em Folhas é uma publicação bimestral, editadapelo Armazém Comunicação Projetos Jornalísticos Ltda.
www.armazemcomunica.com.br
Editora Responsável: Christina Martins (Mtb 15185 -RJ)
Redação: Betina Dowsley
Projeto Gráfico: Paulo Pelá - www.bolaoito.com.br
Revisão: Carla Paes Leme
Publicidade: Célia Medeiros - 9311-9174
Impressão: CMYK Gráfica - 2581-8406
Secretária de Redação: Sheila Gomes
Fotos da Capa: Chris Martins, Cristina Granato (Esp. Tom Jobim)
Tiragem: 5.000 exemplares
Telefone: 2294-4926
e-mail: [email protected]
site: www.jbemfolhas.inf.br
Editorial Plantando cultura no jardim
Caro Leitor,
Morar ao lado do Jardim Botânico não é para qualquer um. E os moradores do bairro homônimo
sabem bem disso. Há tempos o parque vem conquistando o coração de brasileiros e estrangeiros,
que o visitam sete dias por semana, chova ou faça sol. Além do grande acervo botânico que o faz
ser uma referência internacional nessa área, o JBRJ também tem marcado presença com uma agen-
da cultural ativa.
Em uma caminhada pelo parque você descobre, por exemplo, uma escultura, da artista plástica
Lia do Rio, que possui outra igual em localização diametralmente oposta, lá no Japão; ou depara-se
com um comentário do jornalista Antonio Callado sobre as estátuas Eco e Narciso, que, aliás, são as
mais antigas feitas por um brasileiro: Mestre Valentim. Numa conversa com um funcionário, é capaz
ainda de descobrir que o prédio da administração do parque serviu de base para o então recém-
eleito Presidente Geisel montar seu Ministério.
Por estas e tantas outras histórias, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro – que completa 203 anos
no dia 13 de junho, ganhou uma edição especial do nosso JB em Folhas. Faltaram páginas para falar
mais do parque que faz parte do dia a dia dos moradores da região. Como o verde costuma ser o
alvo de nossas reportagens, decidimos explorar mais o lado cultural do espaço do JBRJ, como você
poderá conferir nas páginas 4 e 5.
Da Cara do JB, aqui embaixo - com os agitadores culturais do Espaço Tom Jobim, João Fortes e
Paulo Jobim -, à página 7 - com o perfil do “prefeito” do Jardim Botânico, Guido Gelli -, o jornal res-
pira verde e cultura.
A atualidade do bairro ficou na página 3. A coluna Folhas do Jardim registra a manifestação de
moradores contra a João Fortes Engenharia, o Sebinho Ecológico e a iniciativa bacana da loja Marido
& Mulher de reciclar livros.
É como diz o cineasta Walter Lima Junior, “ter o Jardim Botânico e uma programação cultural den-
tro dessa área verde, numa cidade que é tão mal cuidada como o Rio de Janeiro, é um presente
que devemos agradecer todo dia”.
Até julho.
Christina Martins e Betina Dowsley
Distribuição:Bancas de jornais, galerias e prédios comer ciais do
Jardim Botânico, Bibi Sucos, Cavídeo, Jardim Botânico,
Parque Lage, Agência dos Correios da rua Jardim
Botânico. Display: Galeria da Rua Maria Angélica.
Telefones úteisBombeiros 193 / 3399-1234Cedae (água e esgoto) 195 / 0800 281195CEG (emergência) 0800 240197CET-Rio 2286- 8010Comlurb 2204-9999Defesa Civil 199 / 2576-5665Disque-Denúncia 2253-1177Disque-Luz (Iluminação urbana) 2535-5151Disque-Barulho e Patrulha Ambiental 2503-2795Guarda Municipal 153 Light 0800 21019615ª DP 2332-2871Polícia Militar 190Subprefeitura da Zona Sul 2274-4049 / 2511-0501Vigilância Sanitária 2503-2280 Tele-Dengue 3553-4025Tele-gripe 0800 2810 100Procon 151
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Quando o assunto é cultura, há duas caras no Jardim Botânico: João Fortes - fundador da Asso-
ciação de Cultura e Meio Ambiente, cuja família não tem mais nada a ver com a construtora
homônima - e Paulo Jobim, presidente do Instituto Antonio Carlos Jobim. As duas instituições
têm sede dentro do parque e os dois amigos administram e cuidam da programação do Espaço
Tom Jobim e do Galpão das Artes. O primeiro foi criado em 2003 e o segundo abriu as portas
para o público em março deste ano.
Intimamente ligados à política de Liszt Vieira, João e Paulo estão sempre buscando formar
consciência ambiental por meio da cultura. Assim, a programação dos dois espaços abriga shows,
peças de teatro, exposições e também palestras pré-conferência Rio + 20. Afinal, para os dois,
vale a frase de Tom Jobim: “Toda minha obra é inspirada na Mata Atlântica”.
Cara do JB Paulo Jobim e João Fortes
A moradora Renata Fagundes, sensibilizada com as dificuldades encontradas pelos frequentadores da ABBR, sugere a instalação de abrigo – com banco e cobertura – no ponto de ônibus situado em frente à instituição de reabilitação. Merece mesmo!!!
Para elogiar ou para reclamar, este aqui é o seu espaço. Mande
a sua opinião para jbemfo [email protected] MORADOR
mostrar seu lado artístico, num pocket show com
algumas crônicas do livro.
Livros de graçaO ateliê Marido e Mulher (rua Lopes Quintas, 201)
decidiu incentivar a leitura no bairro. Desde o iní-
cio de maio, a loja coloca em sua porta um livro
ao lado de um cartaz com os dizeres: “Incentivo à
cultura. Este livro é seu. Leia e passe adiante. Po-
de pegar” (foto). A iniciativa já é sucesso, com a
distribuição diária de 10 livros. Quem quiser fazer
doações para a campanha, é só entrar em contato
que eles retiram na residência: (21) 3114-5162.
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Bairro em movimentoAo apagar das luzes de 2010, a creche Peque-
no Príncipe, na rua Lopes Quintas, encerrou
suas atividades. Passando por reforma radical,
o local abrigará uma delicatessen, mesmo fim
do antigo açougue, ao lado do Mega Matte, na
Maria Angélica. Aliás, esta rua vai ganhar tam-
bém uma ‘cevicheria’ (especialidade da cozinha
peruana) onde era a Illiá e uma livraria/cafe-
teria, entre o Frontera e o Le Pain du Lapin. A
drogaria Max, que funcionava na esquina da Jar-
dim Botânico com Conde Afonso Celso, é outro
estabelecimento que fechou. O bairro acaba de
ganhar também uma filial da Pizzaria Domino’s,
na rua Von Martius.
Festival de Vídeo Até 14 de junho é possível se inscrever no Festi-
val de Vídeo EAV Parque Lage Rio Show. Podem
participar, gratuitamente, os alunos oficialmente
matriculados esse ano na Escola, com 18 anos
ou mais, e que tenham vídeos produzidos a par-
tir de 2010. Serão selecionados 20 vídeos que
permanecerão em exibição no site do Rio Show,
do jornal O Globo. Destes, os 10 melhores serão
exibidos na EAV, no dia 1º de julho. Mais infor-
mações no site www.eavparquelage.rj.gov.br.
Crônicas de um gringo brasileiroNo Brasil desde 1983, Michael Kepp escolheu,
há 19 anos, o Jardim Botânico como ponto de
observação para dissecar as diferenças culturais
entre Brasil e Estados Unidos. As divertidas re-
velações e curiosidades desse “gringo brasilei-
ro” – como ele se autodenomina – estão reuni-
das no livro “Tropeços nos Trópicos”. No dia 2
de junho, Mike aproveita a noite de autógrafos,
na livraria Travessa do Shopping Leblon, para
Folhas do Jardim
Manifestação Posto ShellA AMA-JB, junto com moradores do bairro, fez uma
manifestação (foto) contra a mudança do projeto
inicial da João Fortes Engenharia para o terreno
onde ficava o Posto Shell. Realizada no último
sábado de abril, a mobilização visou a pressionar
a manutenção do gabarito do prédio comercial
a ser construído em 14 metros e não 27 me-
tros, como a construtora ambiciona atualmente.
Apesar do sucesso da manifestação - que con-
tou com a presença dos atores Luiz Fernando Gui-
marães, Deborah Bloch e do comediante Marcelo
Madureira, entre outros moradores da região -,
a discussão está longe do fim e depende de um
parecer definitivo do Conselho Municipal de Pro-
teção ao Patrimônio Cultural do Rio de Janeiro.
Sebinho VerdeA próxima edição do evento Sebinho nas Cane-
las, no dia 4 de junho, das 10h às 13h, será to-
talmente dedicada ao meio ambiente. Promovida
pelo site www.amigasdapracinha.com.br bimes-
tralmente na Praça Pio XI, a troca de livros infan-
tis contará com a participação do grupo Moleque
Mateiro (foto) que, além de distribuir mudas de
plantas, vai ensinar às crianças como cuidar de-
las. O Jardim Botânico vai doar pequenos sacos de
adubo orgânico, enquanto a arte educadora Rosa
Gestzi ensinará a fazer arte com as caixas de leite
que as crianças levarem. O evento abre seu es-
paço também para a comemoração do primeiro
ano do programa “TV Piá”, exibido na TV Brasil aos
domingos, às 14h30. A produção vai montar uma
lona de circo com telão, no qual serão exibidos al-
guns quadros do programa. Mas não esqueçam: é
importante que as crianças levem livros em bom
estado e sem rasura para a troca.
Domingo festivoA Jardim Botânico Educação Infantil está entre
os parceiros do evento Domingo no Parque, que
até o final de maio ocupa os jardins do Parque
Lage, das 10h às 16h. O objetivo é valorizar as
áreas verdes nas grandes cidades por meio de
atividades educacionais e de entretenimento pa-
ra toda família.
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Muito mais do que um jardimQuando criou o Jardim Botânico, em 1808, D.
João tinha por objetivo fundar um parque para a
aclimatação de espécies da flora europeia a que
estava habituado. Prestes a completar 203 anos
(programação na página 6), o Jardim Botânico
do Rio de Janeiro hoje é muito mais do que um
mero jardim e abriga projetos ambientais, edu-
cacionais, sociais e culturais.
Além de sua imensa área verde e dos cur-
sos de botânica, o Jardim Botânico oferece um
pouco de tudo: cinema com debate, centro de
exposições, teatro, música, colônia de férias pa-
ra crianças, aulas de tai-chi-chuan, caminhadas
noturnas, além de outras atividades culturais que
vão surgindo na programação ao longo do ano.
Sem falar na aula de história a céu aberto, com
passeio pela antiga fábrica de pólvora, o Portal da
Academia de Belas Artes e o Memorial ao Mes-
tre Valentim. As filas que se formam na entrada
do parque nos finais de semana sinalizam para o
sucesso do local, que recebe cerca de 4.200 visi-
tantes. No total, circulam pelo arboreto cerca de
600 mil pessoas durante o ano, sendo 300 mil do
Rio de Janeiro, 200 mil de outros estados brasilei-
ros e 100 mil visitantes estrangeiros.
Há oito anos na presidência da instituição,
Liszt Vieira (foto acima) explica que a filosofia
de sua gestão é “integrar arte e natureza, cultu-
ra e ciência”. Desta maneira, cada vez mais são
estimuladas atividades de pesquisa, preserva-
ção, educação e divulgação científica, mas tam-
bém shows e concertos musicais, espetáculos
teatrais, exposições e exibição de filmes para os
mais variados públicos.
- A formação do “corredor cultural” do Jardim
Botânico do Rio de Janeiro, a partir da inauguração
do Espaço Tom Jobim, em 2003, colocou o par-
que na agenda cultural da cidade, observa Liszt.
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A administração e a programação do teatro
foram terceirizadas e têm à frente o trio João
Fortes, Paulo Jobim e Isabel Lito, que substitui
Biza Viana. A agenda do espaço é concorridíssi-
ma, mas algumas datas são reservadas para a
realização de concertos gratuitos. O teatro pas-
sou a movimentar as noites no parque, seja com
shows do Paralamas do Sucesso e Teresa Cristina
– que ali gravaram seus mais recentes trabalhos
–, seja com a peça “A Escola do escândalo“, com
adaptação e direção de Miguel Falabella. Even-
tos que valorizam o meio ambiente também
estão em pauta, como o lançamento do Ano
Internacional das Florestas, que contou com a
presença da Ministra do Meio Ambiente Izabella
Teixeira e com o show “Noite do Sertão”, com
Milton Nascimento e Tavinho Moura.
Entre os espetáculos programados para esse
ano no teatro estão “Outsider”, musical inspirado
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no universo artístico de David Bowie, com Letícia
Spiller e André Mattos no elenco; e “O Idiota”, de
Dostoiévski, ambos programados para o final de
junho, em horários alternativos.
O corredor cultural se completa com o Insti-
tuto Antonio Carlos Jobim, o Galpão das Artes
e o Centro de Visitantes. O primeiro cuida do
acervo do maestro, guardado em um container,
mas que pode ser consultado com agendamen-
to prévio. Além disso, a instituição cuida tam-
bém da digitalização das obras de outros artis-
tas ilustres, como Chico Buarque, que merecerá
exposição em junho.
Já o Galpão das Artes, em frente ao Centro de
Visitantes, foi reformado recentemente e abriu,
no final de março, com a exposição “Cerrado –
a Mãe d’Água”. Com o objetivo de chamar a
atenção para o bioma brasileiro que mais sofre
alterações com a ocupação urbana, a mostra
multimídia reúne fotos e videoinstalações de
Carlos Assunção Filho (Cafi), Sérgio Bernardes
e Paulo Jobim, que assina a curadoria. A antiga
marcenaria pretende usar seu amplo espaço
para artes plásticas e audiovisuais, sempre li-
gadas a temas ambientais.
Instalado no antigo casarão de 1576 – uma
das mais antigas edificações da zona sul do Rio
de Janeiro –, o Centro de Visitantes também
abriga exposições. No momento, está em car-
taz, até 30 de maio, a mostra “Além do invisí-
vel”, do artista australiano Christian Spencer. No
mesmo casarão, acontece o Cineclube do Jardim,
com sessões todas as terças-feiras, às 19h30. O
curador Walter Lima Jr (foto ao lado) aposta em
clássicos e promove, ao final das sessões, um
debate. Dentro do ciclo “Melodrama”, estão pro-
gramados filmes como “Amar foi minha ruína”,
“Vitória amarga”, “Um lugar ao sol” e “Alma
em suplício”. A programação completa pode ser
conferida no site www.jbrj.gov.br.
A cereja do bolo da programação que une cul-
tura e meio ambiente é o Museu do Meio Am-
biente. Aberto em 2008, o espaço está em obras,
a fim de atender à demanda de exposições de
grande porte e à criação de novas áreas, como
midiateca, livraria e cafeteria, que darão priorida-
de à educação e à divulgação científica. O Museu
será reaberto no segundo semestre com a expo-
sição “Marco Universal – Nosso Futuro Comum”,
que tem curadoria de Marcelo Dantas.
Ciente do apetite que a cultura desperta, a
direção do Jardim Botânico do Rio de Janeiro
também está de olho na gastronomia. Uma das
metas do plano de modernização do parque é a
criação de um restaurante dentro do Jardim Bo-
tânico. Já foram feitos alguns contatos com chefs,
como o paulista Alex Atala e Claude Troisgros,
mas nada foi definido. Por enquanto, a única
certeza é a ampliação da cafeteria em frente ao
Espaço Tom Jobim até o final de maio. Aí, sim, o
trivial comida, diversão e arte estará completo.
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AULAS DE PIANO – professora formada na França,
com mais de 10 anos de experiência, especializada
em aulas para crianças a partir de 4 anos. Em domicílio ou na rua Pacheco Leão.
Béatrice: 2512-1940 ou 8149-00706
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Programação aniversário do Jardim Botânico
De 30/5 a 2/6 – Seminário “As interrela-
ções da biodiversidade”. Organizado pelo
Museu do Meio Ambiente, o encontro vai
debater a questão da biodiversidade em
suas múltiplas facetas.
Dias 4 e 5/6 (sábado e domingo) – Eu
Neutralizo – fim de semana de atividades
lúdicas para todas as idades, com foco na
sensibilização para a questão ambiental e
o futuro do planeta. A programação inclui
recreações ecológicas no Parque Infantil, es-
quetes teatrais nas aleias do Jardim e espe-
táculo de Máscaras no Lago das Tartarugas.
JBF INDICA
De 4 a 13 de junho – Visitas guiadas pela Tri-
lha das Árvores Nobres, onde serão apresenta-
das 27 espécies, como seringueira, mogno, pau-
brasil e, sumaúma (foto), favorita do maestro
Tom Jobim.
De 6 a 10/6 – Mostra Cine Gaia – às 11h e
às 15h – Sessões de filmes com temática so-
cioambiental na Sala Multimídia do Centro de
Visitantes.
Dias 8 e 9/6 – Oficina de Esculturas ao Ar Livre,
com materiais vegetais e reciclados.
13/6 – Passeio Noturno pelo Arboreto – das 19h
às 21h, com a equipe do Projeto Fauna.
Informações no Centro de Visitantes:
R. Jardim Botânico, 1008.
O trabalho desen-
volvido dentro do
Jardim Botânico do Rio de Janeiro não fica res-
trito apenas à ciência e à cultura. O parque
também abriga o projeto social Jardineiro Jú-
nior, patrocinado pela Vale, que capacita jovens
em técnica de jardinagem. Atualmente, a tur-
ma conta com oito alunos, entre 17 e 21 anos,
que, além da jardinagem, estudam português,
matemática, e têm aulas de educação física.
Após esse treinamento, eles estão prontos para
o mercado de trabalho, seja para empresa ou
pessoa física. Entre os serviços prestados está a
recuperação da mata auxiliar às margens do Rio
dos Macacos, no Horto. Contato: 3204-82886.
Cidadania
Esta foto foi feita numa época em que só
passava bonde na rua Jardim Botânico, lá pelo
final do século XIX e início do século XX. Nada
de engarrafamento ou excesso de ônibus. Re-
parem que o Jardim Botânico do Rio de Janei-
ro era limitado apenas por uma cerca viva.
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Se tem alguém no bairro que respira o Jardim
Botânico 24 horas por dia, esta pessoa é Guido
Gelli. Diretor de Ambiente e Tecnologia do par-
que, o engenheiro civil, especializado em trans-
portes, cuida há quatro anos de um dos locais
mais visitados do Rio de Janeiro e de todas as
alegrias e tristezas que acompanham o cargo.
Entre as tarefas de Guido estão os cuidados
com o Centro de Visitantes, as coleções vivas
– e isso inclui mais de 10.000 plantas de 3.000
espécies diferentes -, além das obras de manu-
tenção do acervo histórico e de toda a extensão
do parque até o Solar da Imperatriz. Em seus
quatro anos de “prefeito”, ele se orgulha do
atendimento a milhares de estudantes, além
das obras do novo portão de entrada, na Rua
Pacheco Leão, da reforma e da construção de
banheiros e da troca do piso nas aleias do par-
que, que garante acessibilidade a cadeirantes,
carrinhos de bebê e idosos.
- Muitas vezes os trabalhos mais bonitos não
aparecem, por isso é bom quando o visitante
aparece para elogiar. Tanto os brasileiros de ou-
tros estados quanto os estrangeiros são exigen-
tes e estão sempre de olho, são nossos parcei-
ros, afirma o diretor.
Aos 59 anos de idade, o petropolitano Guido
apostou na ecologia quando o assunto ainda era
apenas um verbete no dicionário. Jovem, par-
tiu para a Amazônia, onde fez alguns trabalhos
com esse foco. De volta ao Rio, ajudou a fundar
o Partido Verde, junto com seu atual chefe, Liszt
Vieira; e os companheiros Fernando Gabeira,
Carlos Minc e Alfredo Sirkis.
O convite para o Jardim Botânico surgiu quan-
do era diretor do IBGE. Como “síndico” da maior
área verde da Zona Sul do Rio de Janeiro, Guido,
que nunca tinha imaginado trabalhar no parque,
gosta da comodidade de trabalhar perto de casa,
no bairro que escolheu para morar desde 1994.
O que mais encanta o diretor são os dife-
rentes climas que o bairro oferece, desde o ar
puro e o verde (presentes nos dois parques do
bairro e na Lagoa) até a afetividade que en-
contra em vizinhos e amigos pela rua. O pas-
seio na manhã de sábado inclui a feira orgâni-
ca, uma breve passagem pela livraria Ponte de
Tábuas – “frutas, verduras e livros num mesmo
passeio!”, exalta –, a parada no Mercadinho
Afonso Celso para, além das compras triviais,
tomar uma cerveja gelada com vizinhos. O
programa noturno pode incluir uma pizza, na
varanda do Bar Jóia, que serviu de cenário,
segundo ele, para Haroldo Lobo compor, entre
umas e outras, a célebre “Tristeza”.
- O bairro deveria ter placas indicativas de
bens históricos, como a mais antiga capela do
Rio, no final da Rua Faro, ou o jardim de Burle
Marx, no Hospital da Lagoa. Muita coisa aconte-
ceu por essas ruas e poucos sabem, lamenta.
A feira, aos domingos, também é programa
certo para encontrar amigos e os feirantes que
o atendem há anos. “Mesmo se não comprasse
as frutas e as verduras, voltaria para casa mais
feliz por essa manhã divertida entre amigos”,
atesta Guido.
O local de trabalho – claro! – está entre as
preferências de Guido, que elege o pavilhão do
Mestre Valentim como o seu lugar favorito den-
tro do parque, com as esculturas de Eco e Nar-
ciso. “Antes de trabalhar no Jardim Botânico, eu 7
já era assíduo frequentador. Minhas filhas cres-
ceram à sombra dessas árvores e hoje faço o
máximo para retribuir e oferecer esse privilégio
aos mais de 600 mil visitantes que passam pelo
arboreto durante o ano”, afirma o “prefeito”.
Entre as vantagens de morar no bairro, a
maior delas é pode fazer tudo a pé. Ou de bi-
cicleta. Mas o transporte ainda é, para o enge-
nheiro, o pior dos males. Ele sente falta de um
sistema de transportes mais adequado, com
ciclovias, veículos leves sobre trilhos e metrô.
Defensor da bicicleta como transporte, Guido
vai aproveitar o Dia Nacional do Meio Ambien-
te, em 5 de junho, para lançar a campanha
“Sem carro no Jardim Botânico”. “O carioca tem
o mau hábito de andar de carro para todo lado
e prefere esperar horas na fila para estacionar
dentro no parque do que parar nas proximida-
des”, espanta-se.
Ilustre Morador
GU
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HIDRÁULICAPINTURA
ELETRICIDADECOLOCAÇÃO DE PISOSREFORMAS EM GERAL
FLÁVIO- 9746-4955 R. Pacheco Leão, 08
DrDoLARo supermercado do Jardim BotânicoPEDIDOS PELO TEL
2527-2727RUA JARDIM BOTÂNICO 178
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PRÓXIMA EDIÇÃO: JULHO/AGOSTO 2011. RESERVE JÁ O SEU ESPAÇO: 2294-4926
Edição especial Jardim Botânico