sobpressão 32

16
SOBPRESSÃO JORNAL-LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE DE FORTALEZA AGOSTO/OUTUBRO DE 2012 ANO 11 N° 32 Conheça o Agility, esporte que proporciona diversão e une cachorro e dono em um trabalho de equipe que desenvolve a disciplina do animal Fôlego Página 4 Restaurantes Gastronomia Saúde Carreiras Cobrança da taxa de 10% gera polêmica Protagonismo e a escolha na hora do parto Suas vocações podem definir um “Polímata” A cobrança tornou-se comum nos estabelecimentos de For- taleza, mesmo não sendo re- conhecida por Lei. Junto a isso, soma-se a insatisfação dos clientes com relação a co- brança do couvert artístico. Páginas 6 Páginas 14 Páginas 7 Páginas 12 e 13 Unifor investe em tecnologia. Conheça os novos equipamentos para melhorar a Internet sem-fio no Campus Página 3 Coletivo Transplantes crescem no Ceará Sushi adaptado agrada ao paladar local Em número de doações efeti- vas de órgãos e tecidos, o Cea- rá é o segundo do País. Apesar disso, ainda é grande a fila de espera por um órgão. Até o dia 22 de setembro foram realiza- das 880 cirurgias este ano, se- gundo dados do Registro Bra- sileiro de Transplantes (RBT). O sushi, originalmente feito de peixe cru, arroz e algas, em Fortaleza, pode ser encontrado com sabores como panelada e caranguejo. Saiba mais sobre este sincretismo alimentar, um dos efeitos da globalização. Coletivo Página 1 Como se constrói um candidato? Política Em tempos de disputa elei- toral, os candidatos fazem de tudo para conquistar os votos do eleitor. Nossa reportagem buscou conhecer quais as ferramen- tas e técnicas utilizadas pelos marqueteiros para construir a imagem dos postulantes à Prefeitura de Fortaleza. Car- ros de som e placas foram re- provados. Páginas 10 e 11 Brasileirinhos lideram o ranking nas pesquisas em tempo de acesso à internet, segundo Instituto Willward Brown Brasil Páginas 4 e 5 Saúde Natação é opção saudável para bebês A prática gera divergências de opinião, mas já é aconselha- da por pediatras. Muitos pais veem como uma ótima opção para contribuir com o desen- volvimento motor, saudável e social das crianças desde cedo. A prática também atrai a atenção do mercado de aca- demias. Fôlego Página 6 Lazer Caderno Especial Boliche volta à cena de lazer em Fortaleza Comissão da Verdade passa história a limpo Após período sem pistas especí- ficas para sua prática, o boliche voltou à cena de lazer em Forta- leza com a inauguração de cen- tros especializados. Mas, ainda que fazer strikes seja uma diver- são para algumas pessoas, o bo- liche é esporte praticado profis- sionalmente em todo o mundo. Lembranças reavivadas em in- vestigações - sobre o paradeiro dos prisioneiros políticos - con- duzidas pela Comissão da Ver- dade. Um período da história política do Brasil relembrado a partir de períodos históricos como a Guerra Fria, o Golpe de 64 e a Ditadura Militar. Fôlego Página 7 Página 1 Jovens talentosos conquistam o sucesso Êxito financeiro ou reconheci- mento de um talento antes dos 25 anos por mérito seu. Você acha impossível? Pois não é. Cearenses, a empresária Mila Ary, a atleta Ana Cláudia Le- mos e o o cantor Wesley Olivei- ra são exemplos de que força de vontade, planejamento, in- sistência e até mesmo impro- viso são elementos que podem compor a fómula para chegar ao êxito profissional. Especialistas respondem até que ponto é saudável e como balancear a pressão social na busca por esse sucesso prema- turo. Páginas 8 e 9

Upload: labjor-unifor

Post on 14-Mar-2016

223 views

Category:

Documents


3 download

DESCRIPTION

Jornal laboratorial de jornalismo da Universidade de Fortaleza

TRANSCRIPT

SOBPRESSÃOJORNAL-LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE DE FORTALEZA AGOSTO/OUTUBRO DE 2012 ANO 11 N° 32

Conheça o Agility, esporte que proporciona diversão e une cachorro e dono

em um trabalho de equipe que desenvolve a

disciplina do animal Fôlego Página 4

Restaurantes Gastronomia

Saúde Carreiras

Cobrança da taxa de 10% gera polêmica

Protagonismo e a escolha na hora do parto

Suas vocações podem defi nir um “Polímata”

A cobrança tornou-se comum nos estabelecimentos de For-taleza, mesmo não sendo re-conhecida por Lei. Junto a isso, soma-se a insatisfação dos clientes com relação a co-brança do couvert artístico.

Páginas 6

Páginas 14

Páginas 7

Páginas 12 e 13

Unifor investe em tecnologia. Conheça os novos equipamentos para melhorar a Internet sem-fi o no Campus Página 3

Coletivo

Transplantes crescem no Ceará

Sushi adaptado agrada ao paladar local

Em número de doações efeti-vas de órgãos e tecidos, o Cea-rá é o segundo do País. Apesar disso, ainda é grande a fi la de espera por um órgão. Até o dia 22 de setembro foram realiza-das 880 cirurgias este ano, se-gundo dados do Registro Bra-sileiro de Transplantes (RBT).

O sushi, originalmente feito de peixe cru, arroz e algas, em Fortaleza, pode ser encontrado com sabores como panelada e caranguejo. Saiba mais sobre este sincretismo alimentar, um dos efeitos da globalização.

Coletivo Página 1

Como se constrói um candidato?Política

Em tempos de disputa elei-toral, os candidatos fazem de tudo para conquistar os votos do eleitor.

Nossa reportagem buscou conhecer quais as ferramen-tas e técnicas utilizadas pelos marqueteiros para construir

a imagem dos postulantes à Prefeitura de Fortaleza. Car-ros de som e placas foram re-provados. Páginas 10 e 11

Brasileirinhos lideram o ranking nas pesquisas em tempo de acesso à internet, segundo Instituto Willward Brown Brasil Páginas 4 e 5

Saúde

Natação é opção saudável para bebês A prática gera divergências de opinião, mas já é aconselha-da por pediatras. Muitos pais veem como uma ótima opção para contribuir com o desen-volvimento motor, saudável e social das crianças desde cedo. A prática também atrai a atenção do mercado de aca-demias.

Fôlego Página 6

Lazer Caderno Especial

Boliche volta à cena de lazer em Fortaleza

Comissão da Verdade passa história a limpo

Após período sem pistas especí-fi cas para sua prática, o boliche voltou à cena de lazer em Forta-leza com a inauguração de cen-tros especializados. Mas, ainda que fazer strikes seja uma diver-são para algumas pessoas, o bo-liche é esporte praticado profi s-sionalmente em todo o mundo.

Lembranças reavivadas em in-vestigações - sobre o paradeiro dos prisioneiros políticos - con-duzidas pela Comissão da Ver-dade. Um período da história política do Brasil relembrado a partir de períodos históricos como a Guerra Fria, o Golpe de 64 e a Ditadura Militar.

Fôlego Página 7 Página 1

Jovens talentosos conquistam o sucessoÊxito fi nanceiro ou reconheci-mento de um talento antes dos 25 anos por mérito seu. Você acha impossível? Pois não é. Cearenses, a empresária Mila Ary, a atleta Ana Cláudia Le-mos e o o cantor Wesley Olivei-ra são exemplos de que força de vontade, planejamento, in-

sistência e até mesmo impro-viso são elementos que podem compor a fómula para chegar ao êxito profi ssional.

Especialistas respondem até que ponto é saudável e como balancear a pressão social na busca por esse sucesso prema-turo. Páginas 8 e 9

SOBPRESSÃOJORNAL-LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE DE FORTALEZA AGOSTO/OUTUBRO DE 2012 ANO 11 N° 32

Conheça o Conheça o Agility, esporte que proporciona Agility, esporte que proporciona Agilitydiversão e une cachorro e dono

em um trabalho de equipe que desenvolve a

disciplina do animal Fôlego Página 4

Unifor investe em Unifor investe em tecnologia. Conheça os novos equipamentos para melhorar a Internet sem-fi o no Campus Página 3

Brasileirinhos lideram o Brasileirinhos lideram o ranking nas pesquisas em tempo de acesso à internet, segundo Instituto Willward Brown Brasil Páginas 4 e 5

SOBPRESSÃOAGOSTO / OUTUBRO DE 2012 • # 322

Na pressão do SobPressão“Escrever é procurar enten-der, é procurar reproduzir o irreproduzível, é sentir até o último fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador. Escrever é tam-bém abençoar uma vida que não foi abençoada. “Somado a esta frase de Clarice Lispec-tor, o nome do nosso jornal laboratorial, SobPressão, descreve nossos últimos me-ses até a satisfação inigualá-vel de podermos dividir o co-nhecimento que adquirimos com o público que nos hon-rará com sua leitura. Sim, é imensurável sua importância.

Das nossas inúmeras in-dagações nos últimos meses, a que teve mais peso, sem dúvidas, foi a relevância dos temas abordados. Será que o nosso público vai se identi-ficar com esse tema, não se-ria melhor mudar tudo e dar uma personalidade nova pra esse jornal? Essa matéria vai acrescentar informações ao nosso leitor, isso é mesmo relevante? Além das nossas inúmeras indagações, nos-sos professores, Eduardo e Janayde, fizeram questão de reforçar nosso “temor”, nos-sa vida SobPressão. Por

Editorial

Registro fotográf ico

NADA DE HALLOWEEN. Por que comemoramos o Halloween? A americanização de nossa cultura vem crescendo e só se intensificando. Precisamos nos preocupar com ela e o quanto está desvalorizada, foi com essa ideia que a Sociedade de Observadores de Sacis (Sosaci), um grupo de admiradores dessa lenda legitimamente brasileira, resolveram, como forma de protesto da americanização da cultura brasileira, criar o Dia do Saci. No site da sociedade (www.sosaci.org) é possivel, além de se tornar um sócio, acompanhar o andamento dos projetos de lei pelo Brasil a fora, além de poder ver e contar relatos de aparições dos sacis pelo nosso grande país. A bruxa não é nossa não, mas o saci é todo nosso! Foto: Samara Costa

Jornal-laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade de Fortaleza (Unifor) Fundação Edson Queiroz - Diretora do Centro

de Ciências Humanas: Prof. Carlos Eduardo Bittencourt - Coordenador do Curso de Jornalismo: Prof. Wagner Borges - Disciplina:

Projeto Experimental em Jornalismo Impresso (semestre 2012.2) - Reportagem: Anna Carolline Macedo, Ariel Sudario, Barbara

Ferraz, Giovanna Almeida, Jessica de Castro, Jordania Caetano, Luana Castro, Natalia Costa, Roberta Dultra, Suiani Sales e Wolney

Batista - Projeto gráfico: Prof. Eduardo Freire - Arte f inal: Aldeci Tomaz - Professores orientadores: Eduardo Freire e Janayde Gonçalves -

Coordenação de Fotograf ia - Júlio Alcântara - Revisão: Profª Hermínia Lima - Conselho Editorial: Wagner Borges e Adriana Santiago - Supervisão gráf ica: Francisco

Roberto - Impressão: Gráf ica Unifor - Tiragem: 750 exemplares - Equipe do Laboratório de Jornalismo (Labjor) - Estagiário de Fotograf ia: Marina Duarte, Luis

Barbosa e Débora Queirós - Estagiário de Produção Gráfica: Clara Magalhães - Edição: Giselle Nuaz e Manoel Cruz- Estagiários de Redação: Priscila Baima,

Larissa Freire, Juliana Teófilo, Wilson Lennon, Gizela Farias, Pedro Motta e Vitória Matos

Sugestões, comentários e críticas: [email protected]

Engraçado como o período eleitoral faz surgir sentimentos contra-ditórios nas pessoas ou mesmo discursos inflamados a favor de um certo candidato. Na mesma proporção, também existem aqueles que vendem a alma em busca de votos para seus candidatos, que nem mesmo conhecem sua militância, tendo apenas como recompensa o sabor da vitória e a arrogância de falar: sou vencedor. Essas emo-ções que perpassam momentos como esse muitas vezes confundem o próprio dever de cada indivíduo em escolher aqueles mais aptos a assumir cargos públicos em um picadeiro, onde as vontades indivi-duais prevalecem e o bem comum se dissolve como água em vapor.

Nesse palanque de futilidades ainda surgem os personagens que acreditam valer mais uma palavra do presente do que toda uma construção histórica de farsas, representações teatrais ou mesmo de adestramentos de personalidades, legitimando assim a volta ao pas-sado. Essa legitimidade sendo costurada, por discursos e slogans, apresentando-o como o “candidato da mudança”, o “candidato que acabará com as desigualdades sociais”, o candidato que promoverá quiçá a “paz mundial”.

Ah!, não podemos deixar de lembrar os que se dedicam a encon-trar, no palheiro, a agulha das benfeitorias dos administradores da situação, para mostrar o muito que tem sido feito para a popula-ção da cidade, o que já seria, por regra, uma obrigação, publicizan-do essa imagem principalmente entre as classes menos favorecidas. Sendo que estas melhorias, por coincidência, foram concluídas no último ano de seu mandato e, portanto facilitará a propaganda de sua gestão, angariando mais eleitores para o seu candidato.

Em contrapartida sobram os indecisos. São nestes que os marque-teiros dos partidos, se concentram para conquistar novos eleitores.

Contudo fazer parte desse picadeiro é o maior símbolo da demo-cracia coletiva; do poder garantido por lei de todos os cidadãos parti-ciparem da vida política e, principalmente de cada um se sentir parte dessa grande instituição, ser um pouco político também.

Mas, como diria o tão aclamado e reconhecido ditado popular: religião, futebol e política não se discutem, encerro aqui minhas in-quietações.

Estudante do 7º semestre de Jornalismo

Após a Guerra de Troía, Ulísses contou com a ajuda de deuses, ninfas e oráculos para conseguir retornar à sua terra natal, Ítaca. Na minha odisséia, eu também tenho contado com seres dotados de poderes especiais, que me norteiam e me ajudam a enfrentar as tempesta-des e cíclopes da vida moderna.

Depois de alguns revezes na vida e na família, percebi como é im-portante ter amigos. Em tempos difíceis, eles nos fazem lembrar de quem somos. Ficamos inebriados com nossos problemas, padecendo do mal das interrogações infinitas, até que um amigo chega e diz: “As-sisti a um filme que é a tua cara!”. Uma frase simples como esta parece que nos desperta de um sono profundo e a gente fica a se perguntar: “Como assim, a minha cara? Do que é que eu gosto mesmo? Quem sou eu?”. E assim, a gente vai retornando para dentro de si.

Os amigos conhecem nossa história e nos tiram do esquecimento de nós mesmos. Eles são uma espécie de HD externo portátil e preser-vam nossas memórias de um jeito bem mais seguro que nossos pró-prios cérebros - cheios de complexos, sabotagens e conceitos turvos.

Em uma de minhas fases “deprê”, eu disse para um amigo que só queria encontrá-lo quando estivesse bem. Pura ilusão! Evitando a companhia das pessoas que nos querem bem e nos fazem bem, nossas “crises homéricas” demoram bem mais a passar.

Tristes, eufóricos, coléricos, decepcionados. Somos o que pode-mos ser, e isso muda o tempo inteiro. É bobeira não usufruir das ami-zades, principalmente nos momentos de dor.

Nossos terapeutas do dia-a-dia conhecem o melhor e pior da gen-te e nos amam mesmo assim. Eles sabem que você adora pizza de ali-ci, macadâmias cristalizadas e um vinho siciliano difícil de encontrar. Sabem que você odeia best-sellers porque você diz detestar tudo que é comum, mas não despensa uma farofa e uma cerveja gelada.

São testemunhas de que você aprecia Bach, Mozart, Umberto Eco, cinema franco-belga e outras “cultialidades”, mas sabem que o que le-vanta mesmo o seu astral é uma boa batucada. É paradoxal, mas eles entendem. Até porque, eles também são assim. Quando o assunto é amizade, os esquisitinhos sempre acabam se encontrando.

Eu só cheguei até aqui porque tive amigos que me mostraram o caminho de casa, minha casa interior, como Ulísses retornando à Ítaca. Meus mapas, meus oráculos, meus amigos: meus pedaços fora de mim.

Estudante do 6º semestre de Jornalismo

Política sem reticências

Sem os amigos eu ainda estaria em Tróia

Artigo

Artigo

Thalita Tavares

Camila Fernandes

A vida SobPressão

Será que o nosso público vai se identificar com esse tema, não seria melhor mudar tudo e dar uma personalidade nova pra esse jornal? Essa matéria vai acrescentar informações ao nosso leitor, isso é mesmo relevante?

isso, além de você que nos dará o privilégio de nos dis-tinguir por meio de críticas e aprovações, os mestres que nos guiaram até este resulta-do, merecem também nossos inúmeros agradecimentos.

Esta edição do SobPres-são, como se pode esperar, é uma mistura de informações relevantes, que sem dúvidas, ampliarão seu conhecimento. Agora resta saber, qual das matérias já te chamou aten-ção? Acredite, todos nós es-tamos torcendo pra que você tenha gostado dos nossos re-sultados impressos. Até por que a geração Y é um tanto exigente, e apesar de termos rede wi-fi no campus, ainda não dispomos da edição Sob Pressão virtual, mas quem sabe um jovem de sucesso com até 25 anos não resolva isto? Ou seria para um polímata a solução deste problema, já que a disputa dos prefeiturá-veis acabou e fomos contem-plados com novas estratégias de marketing? Aliás, melhor não! Vamos todos viajar nos blogs de viagem e escolher um restaurante de uma cidade tu-rística onde o pagamento do adicional 10% não seria pro-blema algum, pois estaríamos comemorando com você o su-cesso desta edição. Acredite, a gratidão é toda nossa...

Por Jéssica Castro Estudante do 6º semestre de Jornalismo

SOBPRESSÃO# 32 • AGOSTO / OUTUBRO DE 2012 3

A Unifor começou a oferecer o serviço sem fi o em 2005, e só havia um ponto de aces-so localizado na biblioteca. Como nessa época os com-putadores não tinham supor-te para Wi-Fi, a Universidade disponibilizava 16 placas para rede sem fi o, que podiam ser alugadas na biblioteca. No entanto, esse processo de aluguel de equipamentos durou apenas um ano. Com o avanço tecnológico, computadores portáteis já saiam de fábrica com o suporte para Wi-Fi, e foi preciso aumentar os pontos de acesso em todo o Campus.Em 2009, todo o Campus já esta-va coberto pelo serviço de inter-net sem-fi o e foi nesse período ocorreu o início do aumento na demanda.

Breve histórico do Wi-fi na UniforSaiba mais...

Alvo de reclamações por par-te de alguns alunos, o serviço de Wi-Fi no Campus enfrenta um grande desafio: o não di-mensionamento correto dos equipamentos antigos para o volume de usuários que utili-zam o serviço hoje, ou seja, o número de usuários cresceu e não houve mudança na es-trutura.

O bloco K foi o piloto na im-plantação de novos dispositi-vos wi-fi , nele já foram insta-lados doze dos 150 dispositivos de rede que devem ser implan-tados até o próximo semestre em todos os blocos, permitin-do um aumento de seis vezes na conectividade.

Segundo Alexandre Bastos, administrador de sistemas de TI do NATI (Núcleo de Apli-cação em Tecnologia da In- Novo equipamento de acesso sem fi o no bloco K. Foto: rayla vidal

Chegam ao Campus novos equipamentos de Wi- Fi

Começaram a ser instalados os novos equipamentos de rede sem fi o na UNIFOR. No primeiro teste, 500 pessoas conseguiram se conectar ao mesmo tempo

formação) foram realizados estudos em outras universi-dades que utilizam o serviço de internet sem-fio, como por exemplo a UnB, e também

houve partici-pação em con-gressos que tra-tavam do tema, para desenvol-ver um projeto que pudesse em-basar as mudan-ças que eram ne-cessárias.

E n q u a n t o os estudos, e a busca por equi-pamentos eram

realizados a demanda conti-nuou a crescer. “A industria de tecnologia, produz, pes-quisa e lança muita coisa, e as empresas nem sempre conse-guem implantar ou usar isso na mesma velocidade, porque as empresas têm processos próprios, processos internos.” diz Alexandre.

Depois da aprovação do projeto a compra dos pro-dutos foi autorizada. Os dis-positivos da marca Cisco são importados dos Estados Unidos e chegam em lotes, o que pode atrasar o proces-so de implantação. Dos 150 equipamentos comprados, 16 já chegaram. Doze já es-tão instalados no bloco K e os quatro restantes ficam a disposição para dar suporte aos eventos que ocorrem no Campus.

A instalação dos novos aparelhos, além de possibi-litar a melhoria do acesso à internet e permitir sua uti-lização como ferramenta de

serviço sem fi o em 2005, e

putadores não tinham supor-te para Wi-Fi, a Universidade disponibilizava 16 placas para rede sem fi o, que podiam ser

Luiza Costa e Rayla Vidal

Para escolher o melhor lugar para instalar os dispositivos para acesso a rede sem fi o é utilizado um software chama-do Site Survey, nele são feitas, principalmente, a inspeção do local e a análise do espectro de rádio frequência. O softwa-re realiza uma captura dos da-dos do lugar onde se pretende instalar os equipamentos de rede sem-fi o. A captura desses dados é feita ao se locomo-ver pelo imóvel com um laptop rodando o programa específi co. (Fonte:http://goo.gl/3uMLH).Fatores externos podem afetar a rede de internet sem fi o. Diferente da internet con-vencional que possui meios físicos de propagação, a rede wireless se propaga por meio de ondas eletromagnéticas na atmosfera. Qualquer objeto pode ser um empecilho para o seu pleno funcionamen-to. Por exemplo, se alguém quer acessar Wi-Fi mas está do lado de alguém que está com o bluetooth ativado, terá interferência e a conexão será prejudicada.

Curiosidade

Saiba mais sobre Wi-Fi...

apoio ao aprendizado, torna possível a redução do uso de papel da Universidade com a “frequência online”.

Foram realizados testes em dois grandes eventos pro-movidos pela Universidade. Na palestra do ex-presidente americano Bill Clinton, que foi realizada no dia 27 de agosto, houve utilização de seis dos novos equipamentos de alta densidade. Já no Intercom 2012 que ocorreu entre os dias 3 e 7 de setembro, foram instalados sete equipamentos de alta densidade, mas apenas os auditórios tinham equipa-mentos novos.

O que você acha da rede sem fi o da Unifor?Enquete

“Não consegui acessar a net pelo Wi-Fi da UNIFOR. O pessoal que esta-va se apresentan-do (no INTERCOM) também lá no T não estava conseguindo acesso”.

Lívia AlvesEstudante de Jornalismo da FIC

“Já usei, mas foi muito rápido por-que a internet da TV Unifor falhou. Gostei porque deu pra resolver meus problemas.”

Helder SossaEstudante de Jornalismo da UNIFOR

A rede Wi-fi da Unifor é oferecida desde 2005, e abrange pontos estratégicos do Campus. Todos os alunos e visitantes podem uitlizá--lo. No entanto o serviço divide opi-niões. Alguns usam, mas reclamam por causa da cobertura. Outros di-zem que o acesso é normal e ajuda nos momentos de necessidade.

Cage de Telecom (a frente) e Cage de Servidores (ao fundo). Foto: alEXandrE Bastos

Desde o fi nal do ano pas-sado está em funcionamen-to o primeiro Datacenter da Universidade de Fortaleza. Nele fi cam armazenados to-dos os dados referentes à Uni-versidade. O Data Center é um ambiente projetado para abrigar servidores e outros componentes como sistemas de armazenamento de dados (storages) e ativos de rede (switches, roteadores). O ob-jetivo principal de um Data Center é garantir a disponibi-lidade de equipamentos que rodam sistemas cruciais para o negócio de uma organização. Fonte:(http://goo.gl/j75aD acesso:12/09/2012 as 12:48)

Antes da instalação desses novos equipamentos, os ar-quivos da universidade, como dados de matrícula dos alu-

Unifor tem novo Data Center

Montar um datacenter não é fácil. É necessário construir um espaço projetado, que garanta segurança contra possíveis in-vasões de terceiros e também contra incêndios. São necessá-rios também cuidados com a refrigeração do ambiente e com possíveis quedas de energia.

nos, notas e outros documen-tos importantes eram armaze-nados em arquivos de papel, que fi cavam expostos à ação do tempo ou de outros fatores externos. O Data Center traz maior segurança e economia de espaço, além de garantir a economia de papel.

Novo equipamento de acesso sem fi o Foto: luiZa costa

Placa de rede sem-fi o. Foto: alEXandrE Bastos

Roteador Wi-Fi atual. Foto: luiZa costa

SOBPRESSÃOAGOSTO / OUTUBRO DE 2012 • # 324

Já se foi o tempo em que a criançada só pensava em jogar bola, pular amarelinha, brin-car de casinha e boneca. Agora, diante de tanta tecnologia, as preferências são outras, como celulares modernos, iPads, notebooks, MP3, câmeras di-gitais e outros diversos apetre-chos que estão disponíveis no mercado. Hoje, essa tecnologia toda virou lazer.

Esses equipamentos estão ganhando cada vez mais espa-ço no universo infantil e esse fascínio acontece muito antes do que em tempos anteriores. É muito comum ver crianças manuseando aparelhos eletrô-nicos. Os pequenos já sabem lidar com muitas funções e in-teragem com grande facilida-de, desenvolvendo assim, suas potencialidades.

PesquisaUm estudo realizado pela Willward Brown Brasil em 12 países revelou que as crianças brasileiras lideram o ranking no tempo de acesso ao uso da internet. Crianças entre 4 e 12 anos passam 13 horas por semana conectadas, sempre

Crianças, como Giulia Freire, aprendem rápido os mistérios dos jogos. Foto: Eduardo FrEirE

Crianças de hoje já nascem conectadas à tecnologia

A tecnologia avança na mesma velocidade em que as crianças se apoderam dela em benefício do entretenimento, arte, cultura e saber

em jogos e similares. Segun-do o Ibope Nielsen Online, as crianças desta faixa etária já representam 14.1% de toda a comunidade conectada do país, tendo chegado aos 5,9 milhões em maio deste ano. Nos últimos 24 meses, a taxa de crescimento dos pequenos na rede foi de 1 milhão ao ano.

Crianças no mercadoCrianças adoram ganhar pre-sentes, principalmente em datas comemorativas. Uma pesquisa feita pela Duracell na Inglaterra, realizada com 2.138 crianças de 5 a 16 anos concluiu que 54% dos entre-vistados querem produtos tec-nológicos de presente. Grande parte da criançada prefere ga-nhar celulares à brinquedos.

Agora, bonecas, bonecos e pelúcias ocupam um espa-ço muito distante nesse nosso novo mundo globalizado (Veja

no gráfico os tipos de presentes favoritos as crianças).

Crianças na WebNa era web 2.0 (segunda ge-ração de comunidades e ser-viços na Web) por questões de mudanças tecnológicas e de segurança em sociedade as crianças passam mais tempo aprendendo na internet e jo-gando do que brincando na rua. Conseguem tomar melho-res decisões e são capazes de interagir mais, desenvolvem vários estímulos sensoriais ao mesmo tempo, porém, al-gumas crianças tendem a se afastar de outras, por consequ-ência das longas horas gastas entre um dispositivo e outro.

É o caso de Jhonatan Peixo-to, 9, que apesar da sua dificul-dade de aprendizagem, passa o fim de semana inteiro conec-tado às redes sociais. Com isso perde o convívio com a família

Muitos pais ainda não sabem, mas nem só de coisa boa vive a internet, algumas crianças con-versam e vêem coisas indevidas e de conteúdo adulto nesse meio, sempre encontram nos amigos virtuais uma oportunidade de falar de como vivem, se sentem e onde moram. O site da Ong Safernet publicou uma lista de cuidados que devem ser tomados para que coisas ruins não aconteçam às famílias e às crianças:

Passo 1:Imponha limitesA internet é uma janela de opor-tunidades e você não pode proi-bir seu filho de usá-la. No mundo virtual seu filho pode fazer ami-gos, estudar, conversar com co-legas da escola e parentes que estão longe, conhecer mais sobre

seus desenhos e personagens fa-voritos, além de ouvir músicas e assistir a vídeos;

Passo2:DiálogoConverse, sempre. Proibir não educa e nem previne nada. E diga ao seu filho para avisá-lo caso ele perceba algo estranho em sites ou comunidades que visita.

Passo 3:PrecauçõesEspionar ou gravar tudo o que seus filhos fazem não é uma boa saída. Programas de filtro de con-teúdo podem ajudar, mas o diá-logo aberto sobre como, quando e com quem usar a internet é res-ponsabilidade dos pais. Lembre--se: os programas podem funcio-nar bem em casa, mas as crianças também acessam a internet em

lan houses, nas escolas ou em ca-sas de amigos; Passo 4:OrientaçõesAssim como diz para seus filhos não conversarem com estranhos na rua, a mesma orientação vale para a rede. Diga a eles para não falar e nem aceitar algo (como fo-tos ou vídeos) de quem não co-nhecem;

Passo 5:ProteçãoExplique a seus filhos que nem tudo o que se diz em comunida-des é verdade. Protegido por um avatar, qualquer um pode mentir;

Passo 6:ExposiçãoOrientar as crianças a não exibi-rem nome completo, endereço,

telefone, nome da escola ou dos parentes em comunidades vir-tuais - e nem passar esses dados em chats. Outra coisa importan-te: diga que a criança não deve usar o nome verdadeiro em jo-gos, chats, e-mails ou sites de re-lacionamento;

Passo 7:AjudaColoque-se sempre à disposição para que seus filhos peçam ajuda quando se sentirem ameaçados ou receberem conteúdos impró-prios online;

Passo 8: InteraçãoOs pais devem estar ao lado no momento em que as crianças estão brincando e, o mais impor-tante, devem se familiarizar com esse mundo virtual. Se você não

sabe usar o computador nem na-vegar na internet, aproveite para aprender junto com seus filhos.

Passo 9:RegrasEstabeleça horários para que seu filho navegue. Em algumas co-munidades há como fixar o nú-mero de horas e o período em que a criança estará online. E não adianta só tirá-la da frente do computador: ofereça outras ativi-dades, como passear no parque, cozinhar junto com ele ou cha-mar os amigos para brincar em casa;

Passo 10:DenuncieSempre que testemunhar algo que viole os Direitos Humanos ou ameace seus filhos denuncie e procure as autoridades.

Cuidados com o acesso à internetSaiba mais...

Bruna Vinuto e Rebeca Lôbo

por não realizar atividades do dia a dia, como brincar com a irmã, conversar sobre a esco-la e os amigos ou até mesmo passear e praticar atividades físicas. Seus momentos de in-teração são com o primo Ma-theus Martins, 8, incentivados pela mãe, que se sente feliz em ver que seu filho está dentro de casa mesmo que seja difícil ver que ele prefere ficar conectado a fazer contato com outras pes-soas no mundo real.

Para Jhonatan o melhor mo-mento do dia é “esperar meu primo chegar pra gente brin-car no computador, video game e celular, temos muitas coisas para brincar, é muito divertido,

eu amo ver os carros na inter-net, sei baixar jogos, meu pri-mo é o único que sabe jogar co-migo, tem dias que a gente fica vendo televisão, mas eu prefiro os jogos e quando a gente sai, a gente sempre leva os jogos e também a digital, depois a gen-te coloca tudo na internet.”

Já Matheus Lacerda, 9, tem inúmeros aplicativos baixados por ele mesmo no seu tablet que o acompanha em todas as suas saídas, “ele é meu amigui-nho quando não tem ninguém pra sair comigo, sempre levo ele na mochila, prefiro ele ao celular porque posso armaze-nar mais coisas e falar de gra-ça com os meus amigos por que

Tipos de Presentes Preferidos

Fonte: Pesquisa realizada pela Duracell, 2011

SOBPRESSÃO# 32 • AGOSTO / OUTUBRO DE 2012 5

Crianças, como Giulia Freire, aprendem rápido os mistérios dos jogos. Foto: Eduardo FrEirE

ligação de celular é caro, né? Em casa, quando meu progra-ma passa na TV e minha mãe tá assistindo, vejo tudo da TV no meu tablet, eu sempre brinco com o meu Xbox (jogo que per-mite reproduzir movimentos através de um sensor), é massa, fico cansadão, meu pai também brinca comigo o tempo todo, mas é mais no fim de semana, quando ele tem mais tempo.”

O lado positivoPara os pais dessas crianças todos esses equipamentos são necessários, porque permitem que eles concluam suas ativi-dades que só podem ser feitas nos fim de semana, para eles,

o importante é que as crianças interajam umas com as outras e que consigam aprender mui-tas coisas, e até outros idiomas. O pai de Matheus Lacerda, Eri-naldo Lacerda, fica impressio-nado com a facilidade que o filho tem de aprender outros idiomas com o auxílio dos jo-gos, “ele adora jogos japonês, ele sempre procura na internet o que as palavras significam, e sempre faz questão de dizer o que aprendeu. Eu sempre digo ao meu filho que alguns jogos ele não pode jogar, porque são agressivos ou são bobos e não ensinam nada, ele me entende e sempre procura os mais edu-cativos. Digo também que ele

Os jogos e aplicativos mais baixados pelas criançasFique por dentro...

precisa ir brincar com os pri-mos que moram aqui no nos-so condomínio, cada coisa tem sua hora, e ele acha isso legal, às vezes ele quer me dizer al-gumas coisas, e diz através do ‘aplicativo do papagaio’ que ele baixou no tablet, quando sente vergonha diz baixinho no fone do tablet que me ama, ou que precisa de um jogo novo, e o papagaio reproduz (risos) essa tecnologia nos ajuda muito, na hora em que eu estou no tra-balho ele fala comigo no face-book e pelo talk, conseguimos administrar bem o uso desses equipamentos, e eu acho que o bom uso deles, deixa o nosso dia mais completo.”

Os aparelhos modernos estão des-pertando o encantamento da ga-rotada, isto porque proporcionam os mais diversos modos de intera-ção. Os aplicativos são utilizados nos dispositivos móveis, já os jo-gos podem ser utilizados em con-soles e na intenet. As marcas mais populares escolhidas por elas são: Samsung, Nokia e Apple. Conheça os jogos e aplicativos mais baixados:

Jogo 1Red BeardO jogo consiste em coletar bolas colori-das para ativar plataformas e en-contrar ouro.

Jogo 2Flash SonicO porco espinho mais conhecido do vídeo game ganhou uma nova

versão, o jogo é dividido em fases e pode ser jogado online com os seus amiguinhos.

Jogo 3TetrisO jogo consiste em encaixar várias pe-ças.

Jogo 4SlackersEsse jogo pode te manter sereno, vi-sando aliviar o estresse do dia a dia, você pode selecionar itens como cerveja, sorvete e outros.

Jogo 5Super MárioÉ um jogo de fases, Mário passa por di-versos cenários em busca de estrelas.

Aplicativo 1 Toy Story Read-AlongAlém de todas as funcionalida-des, explora todas as possibilida-des do formato digital super in-terativo. As histórias podem ser lidas em voz alta, tem jogos, pá-ginas para colorir e muito mais.

Aplicativo 2Colorama Free - Kids Coloring Book Este aplicativo é um dos me-

lhores da categoria de pintura. Oferece vários desenhos grá-tis e uma interface bem fácil de aprender para as crianças.

Aplicativo 3Talking Tom Cat Tom é um gato que irá repetir exatamente o que você disser. Existem outras ações secundárias como acariciar o gatinho, dar leite e cutucá-lo, mas a parte mais en-graçada e ouvir o que você disse reproduzido com a voz estridente do bichano.

Aplicativo 4TalkingTom Cat 2Nessa nova versão o gatinho Tom pode usar vários acessórios de uma só vez, o que não era possí-vel na versão anterior.

Aplicativo 5

Talking Ben the Dog Ben é um cão professor de quími-ca aposentado que gosta de sua vida tranquila e confortável de comer, beber e ler jornais, você pode falar com ele, picar ou fazer cócegas nele ou até mesmo ter uma conversa pelo telefone.

Aplicativo 6Monkey Preschool LunchboxCom esse aplicativo a criança aprender e se diverte ajudando macacos a conseguir seu lanche, são seis emocionantes jogos edu-cativos, onde se poder conhecer letras, cores, contar, etc.

Aplicativo 7Monkey Preschool LunchboxPermite envolver-se na narrati-va de um livro, com muitas his-tórias, faz a linha entre livros de imagens e filmes de animação.

Essas crianças que acessam à internet, que baixam aplicativos, que usam dispositivos móveis, são chamadas de Nativas Digi-tais, são crianças que já nasceram na era da internet, elas têm toda uma facilidade de acesso, pois já nasceram com a lingua-gem digital, enquanto que, nas gerações anteriores, como, por exemplo, a “geração Y”, que é composta por pessoas de até 29 anos, que apenas viram surgir à internet, são consideradas pes-soas super conectadas porque conseguiram pegar a evolução da internet.Muitas crianças antes mesmo de aprender a ler e escrever sabem utilizar as mais diversas telas, baixar aplicativos, sabem jogar e acessar a internet, porque es-ses dispositivos são criados de uma forma fácil, que a gente não precisa saber ler muita coi-sa, é que o chamamos de inter-net amigável.Esse processo se dá por uma es-pécie de composto, elas têm essa maior facilidade de acesso tanto por já terem nascido nesse mun-do digital, quanto pelas transfor-mações de comportamento da sociedade, porque a sociedade hoje está mais rápida e mais in-terativa, e também pela imagéti-ca, que permite interpretar uma mensagem gráfica e outras deco-dificações. Nós podemos ver um lado positi-vo e outro negativo dessa história, ao mesmo tempo em que essa comunicação rápida, móvel, que onde quer que você esteja pode-rá estar conectado,promove uma comunicação facilitada e isso é positivo. Por outro lado, não apro-funda alguns debates, como, por exemplo, o que estas crianças estão fazendo, vendo, baixando e jogando.No que diz respeito a segurança delas na rede, acredito que os pais podem acompanhar essas mudanças, porque é importante que eles vejam os que os filhos estão fazendo, acho que eles podem utilizar filtros, mas não devem fuçar a vida deles na internet, dizer aos filhos o que podem e o que não podem fazer, e o mais importante é estabe-lecer uma relação de confiança, até porque as crianças não acessam a internet só em casa, mas em todos os lugares.A sociedade hoje tem um anseio pelo diálogo, essa necessidade mesmo que seja maior no mundo virtual, deve ser disseminada no campo real.

Professora do curso de Comunicação Social da Unifor

Os jogos na vida dos Nativos Digitais

Artigo Alessandra Oliveira

Alessandra Oliveira

Muitas crianças antes mesmo de aprenderem a ler e escrever sabem utilizar as mais diversas telas, baixar aplicativos, sabem jogar e acessar a internet, porque esses dispositivos são criados de uma forma fácil, de modo que a gente não precisa saber ler muita coisa para utilizá-los , é que o chamamos de internet amigável.

SOBPRESSÃOAGOSTO / OUTUBRO DE 2012 • # 326

Ariel Sudário

O parto humanizado é uma for-ma de assistência ao casal de pais, no qual a mulher é a pro-tagonista de todo o processo, escolhendo onde ela quer dar a luz, em que posição, em que lugar e ritmo. A explicação é da doula e coordenadora do grupo de parto humanizado Samaú-ma Lara Gordon. Doulas são mulheres que dão exatamente esse suporte físico e emocional a mães antes, durante e depois do parto. Esse tipo de procedi-mento pode acontecer em casa – o chamado domiciliar – e também em hospitais, inclu-sive pela SUS. O importante é não ter intervenções cirúrgicas e de medicamentos.

O Samaúna é um dos inú-meros grupos espalhados pelo Brasil que defendem a huma-nização do parto. Formado por mulheres, mães e profi ssionais apaixonadas pelas vivências da gestação, pelo parto natural e pela maternidade. “Acredita-mos que esses são momentos singulares e por isso devem ser vivenciados em sua plenitu-de”, declaram na descrição do grupo. Além disso, informar e orientar mulheres e casais para que possam fazer escolhas conscientes e livres de medos é um dos objetivos do Samaúna.

A jornalista Ivna Girão, de 27 anos, já é experiente em ma-téria desse tipo de parto. Com dois fi lhos, Bento, agora com 2

Preparação, protagonismo e fortalecimento de vínculos são palavras que podem defi nir o parto humanizado. Foto : arquivo pEssoal

Mães e doulas defendem a humanização do parto

A cesárea já não é mais a única opção considerada por pais na hora do parto. No parto humani-zado, o protagonismo da mãe é o ponto chave.

anos, e Ana Maria, nascida há 2 meses, ela optou por concebê--los por parto humanizado. Ela diz que o parto é, além de um fenômeno fi siológico, um rito de passagem, um momento de fortalecimentos dos vínculos e de construção de afetos. “Eu não gostava da ideia de fazer uma cirurgia, não estava do-ente, não precisava disso. Que-ria que ele (Bento) nascesse na hora dele, no momento certo, sem prematuridade. Optamos por isso e fomos estimuladas por mulheres integrante do grupo Ishtar. Sabíamos que aquele parto era melhor pra ele e pra mim. Seria um momento de emoção, de união dos vín-culos, de ‘cair’ da fi cha sobre a maternidade”, ela explica.

Na preparação para Ben-to, muita leitura, participação em grupos de parto e procura de bons profi ssionais, enga-jados com esse tipo de proce-dimento. O primeiro médico

O Governo Federal do Brasil de� ne, por meio do Ministério da Saúde, os tipos de parto, suas indicações e características. Veja mais detalhes:

O mais seguroParto normal

É mais seguro do que a cesariana, pois oferece menos riscos de infecção, he-morragia e prematuridade do bebê. Se-gundo o site, o apoio à mulher durante o pré-natal e o trabalho de parto é o prin-cipal recurso para o seu bom desenvol-vimento. Algumas vezes, é preciso que sejam oferecidos métodos não farma-cológicos de alívio da dor e utilizadas in-tervenções como a anestesia. Um outro ponto positivo desse método é que o or-ganismo materno se prepara para o nas-cimento, com a produção de hormônios para a produção do leite, por exemplo.

Temperatura confortávelParto na água

Uma banheira com água morna é o lu-gar escolhido pelas mães que optam por esse tipo de parto. A temperatura da água proporciona conforto e ajuda a aliviar as dores das contrações. Tem que ser acompanhado por um enfer-meiro-obstetra ou médico e não é in-dicado em casos de parto prematuro, gestantes com diabetes, hipertensão, HIV positivo, hepatite B ou herpes ge-nital ativo e em gestações de bebês acima dos quatro quilos.

Em situações de riscoParto cesáreo Segundo dados de 2009 do Ministério da Saúde, as cesarianas representam 34% dos partos realizados na rede pú-blica de saúde brasileira. No entanto, por se tratar de um procedimento cirúrgico,

a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que esses casos não ultra-passem 15%. O Governo brasileiro tam-bém acredita que há um abuso desse procedimento no país, que deve ser usa-do apenas em situações de risco e que impeçam o nascimento natural.

Lugar conhecidoParto domiciliar

Esse tipo de parto só é recomenda-do para gestações de baixo risco e deve ser conduzido por um médico ou enfermeiro-obstetra. Além disso, durante o trabalho de parto, é preci-so garantir que a gestante possa ser transferida para um hospital, caso seja percebido qualquer proble-ma ou complicação. No Brasil, em regiões de campo e fl oresta, muitas crianças nascem pelas mãos de parteiras tradicionais, que se ofere-

cem, de forma voluntária, para ajudar mulheres a parir.

Se informar para escolher bem Saiba mais...

Defensor do parto humaniza-do, o ginecologista e obstetra defende o papel de facilitador do médico, na hora em que a mulher que tem que ser prota-gonista.

Pergunta - Quem tem o poder maior na hora de escolher o tipo de parto, o médico ou a mãe?Resposta - Não se trata de quem tem mais poder; todos os cuida-dos são voltados para permitir que a parturiente consiga viven-ciar o trabalho de parto e o parto da melhor maneira possível para ela. Se o pressuposto é ter sua vontade respeitada, isso é defi -nido com responsabilidade pelo profi ssional de saúde, que pode participar informando, esclare-cendo e jamais impondo a sua preferência. O médico não sabe parir, portanto, pode ser um co-laborador no parto, não em opo-sição, mas em colaboração.

Pergunta - No pós-parto, quais as vantagens de ter optado por um parto humanizado?Resposta - Todas as vantagens. Depois de ter superado os desa-fi os da escolha e do trabalho de parto, o medo e a dor, esta mu-lher está exalando poder, realiza-ção, com certeza tem muito mais autonomia para os cuidados com o recém chegado fi lho.

Pergunta - Como uma mulher se prepara para esse tipo de parto?Resposta - O pré natal é o mo-mento ideal para esta prepara-ção, através do conhecimento da fi siologia da contração ute-rina durante o trabalho de par-to. O organismo também lança mão de substâncias naturais que ajudam a suportar as dores e existem outras estratégias de diminuição dos desconfortos. É preciso ter a consciência de que se trata de trabalho de parto, portanto exige-se disposição e energia. Em ambiente hospitalar podemos diminuir esta ansieda-de e deixar claro que, se a mu-lher, após seu esforço pessoal, solicitar anestesia, ela pode ser utilizada e, nem por isso, o parto será menos valoroso.

Pergunta - O que dizer para mu-lheres que têm medo de optar pelo parto humanizado?Resposta - Esta é uma oportuni-dade para vivenciar uma mudan-ça no modo de ver a vida e suas relações com o mundo. Permitir que o seu fi lho nasça no dia em que ele terá que nascer (quan-do estiver pronto ele dará sinais, juntamente com o organismo materno). Vivenciá-la em toda sua plenitude, participando ati-vamente de todas as etapas des-te novo ser, pode fazer diferença em que tipo de cidadãos esta-mos oferecendo para o mundo.

“O médico não sabe parir”

Alberto Jorge Guimarães

Entrevista

que Ivna teve, não era mui-to simpático à ideia do parto humanizado. Já uma segunda opinião trouxe o que a mãe procurava: “ela foi bem aber-ta comigo: o parto é seu, va-mos faze-lo, você será a pro-tagonista. Temos que lutar hoje pelo poder de escolher pelo melhor, não pelo mais cômodo para o médico”, diz como um alívio. Bento nas-ceu bem, depois de 3 horas de parto ativo. O pai cortou o cordão umbilical e o bebê ma-mou assim que nasceu.

Os dois fi lhos nasceram em ambiente hospitalar, mas, como Ivna mesmo defi ne, sem a frieza do centro cirúr-gico. Na hora, ela conta que teve apenas a ansiedade nor-mal, mas que o apoio de todos a ajudou bastante. O ponto mais importante, para ela, é o poder de escolher o que é me-lhor para a mãe e para o bebê. “Fazer com que ele nasça na

hora certa e possamos mini-mizar os riscos, evitando uma cirurgia desnecessária. Outro ponto é o vinculo, o afeto que se cria nesse rito de passa-gem”, confessa.

O que diz o ConselhoDepois de o Conselho Regio-nal de Medicina do Rio de Janeiro ter proibido sumaria-mente o parto feito em casa, em julho desse ano, o Conse-lho do Federal de Medicina (CFM) decidiu tomar uma de-cisão mais branda. Em agos-to desse ano, o CFM divulgou um documento endereçado a médicos e sociedade reco-mendando que partos sejam feitos em ambiente hospitalar. A entidade alega que a opção é a mais segura tanto para a criança, quanto para o bebê.

O documento não é de cumprimento obrigatório e dá uma amenizada na polêmica proibição feita anteriormente.

a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que esses casos não ultra-passem 15%. O Governo brasileiro tam-bém acredita que há um abuso desse procedimento no país, que deve ser usa-do apenas em situações de risco e que impeçam o nascimento natural.

Esse tipo de parto só é recomenda-do para gestações de baixo risco e deve ser conduzido por um médico ou enfermeiro-obstetra. Além disso, durante o trabalho de parto, é preci-so garantir que a gestante possa ser transferida para um hospital, caso seja percebido qualquer proble-ma ou complicação. No Brasil, em regiões de campo e fl oresta, muitas crianças nascem pelas mãos de parteiras tradicionais, que se ofere-

cem, de forma voluntária, para ajudar mulheres a parir.

solicitar anestesia, ela pode ser utilizada e, nem por isso, o parto será menos valoroso.

Pergunta lheres que têm medo de optar pelo parto humanizado?Respostadade para vivenciar uma mudan-ça no modo de ver a vida e suas relações com o mundo. Permitir que o seu fi lho nasça no dia em que ele terá que nascer (quan-do estiver pronto ele dará sinais, juntamente com o organismo materno). Vivenciá-la em toda sua plenitude, participando ati-vamente de todas as etapas des-te novo ser, pode fazer diferença em que tipo de cidadãos esta-mos oferecendo para o mundo.

SOBPRESSÃO# 32 • AGOSTO / OUTUBRO DE 2012 7

Sobpressão: Como o jovem pode descobrir sua vocação?Isabel Martins: É preciso que ele tenha paciência para olhar para dentro de si, descobrir-se e saber se a profissão que ele tem em mente está de acordo com sua personalidade e com o estilo de vida que ele pre-tende ter.

SP: É possível ter vocações em diferentes áreas e destacar-se em todas?IM: Acredito que o jovem possa até ter habilidades para mais de uma profissão e o próprio mercado globalizado estimula e favorece a multidis-ciplinaridade. Se o jovem tiver disponibilidade, interesse em formar-se em mais de uma fa-culdade, visando um diferen-cial em seu currículo.

SP: É viável abandonar um cur-so superior ao descobrir falta de identificação? IM: O termômetro é muito pessoal, ele pode optar por va-lorizar os semestres já cursados , concluir o curso e entrar como graduado com a bagagem que já adquiriu, vislumbrando a perspectiva do mercado que exige esse diferencial.

Pode ser bom ter mais de uma graduação

Isabel Martins Psicóloga

Entrevista

Em 1947, o distrito de Guas-sussê, no sertão central do Ce-ará, foi berço de uma história de libertação e superação. Li-bertação da cultura de sub-missão machista da época e da superação da carência de co-nhecimento do povoado, que coberto pelo Açude Orós já não existe.

Merantina Honório é o “combustível” dessa história, mãe de cinco filhos, analfabeta, uma mulher com visão desme-dida e com intangível ambição de conhecimento para seus fi-lhos. Resultado disto, uma vida insaciável pelo saber. Bem a frente do seu tempo, a “filha do meio”, Erotilde, que aos 11 anos veio morar num patro-nato de freiras em Fortaleza, tinha objetivos bem diferentes das garotas da época: “a preo-cupação das meninas era fazer o cabelo, ir pros Diários, pro Náutico, porque eram nesses locais que tinham uns rapazes de bem, ricos e que seriam um bom partido. Mas isso não me interessava, eu queria cons-truir a mim.” Com essa sede de conhecimento ela iniciou sua vida acadêmica, “no período brabo da ditadura, eu estava cursando história.” Graduação em História, Comunicação So-cial, Medicina, Música, Mes-trado e Doutorado em Socio-logia, além das especializações em Pediatria, Homeopatia, Psicodrama, Arte Dramática, Metodologia da Pesquisa em

Comunicação, sem contar com os inúmeros prêmios e certi-ficados. No entanto, a poeti-sa só se deu conta de que sua aptidão para diversas áreas do conhecimento era algo normal, no início da década de 1980, ao participar de um workshop de biodança, em Fortaleza: “nes-se encontro com o criador da biodança, Rolando Toro, ele me disse uma coisa: ´serene, porque o homem é multita-lento. Cada ser humano tem a possibilidade de desenvolver inúmeros talentos. Aproveite a possibilidade que você tem de desenvolver seus talentos, isso é saudável’. Então, a par-tir daí eu serenei e continuei a investir nas coisas que eu já investia.”

Mesmo sem ter sido alfa-betizada e com limitações fi-nanceiras, dona Merantina empurrou seus filhos para o conhecimento, conforme re-lato da atriz, “minha mãe in-centivava a gente: ‘você tem que aprender, você tem que saber!”, mas quando eu decidi fazer medicina, minha mãe, dentro do machismo dela di-zia: ‘que medicina, o quê? Você não vai fazer medicina coisa nenhuma!’, e foi nisso que a Dra. Especialista em Homeo-patia e Pediatria agarrou-se: “ela me desestimulava, mas eu percebia que ela dizia: ‘ não é possível, que maravilha! Será que ela vai conseguir?’ Tinha um subtexto que eu entendia

Com o aumento significativo dos cursos superiores, a ex-pansão das faculdades e os programas de inclusão do go-verno, como o Programa Uni-versidade para todos (Pouni) e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), tornar-se um profissional com nível su-perior saiu da impossibilidade do brasileiro.

Todavia, a sociedade pós--moderna estimula os jovens na escolha de uma profissão que resulte reconhecimento, status e independência finan-ceira, deixando para segundo plano as vocações individuais. Possivelmente por este mo-tivo muitos adentram a uni-versidade e não identificam--se com o curso escolhido. De acordo com o censo de 2009, o mais recente do Ministério da Educação (MEC), um total de

Entre o ser e o saber dos polímatas Eles venceram suas dúvidas e

concluíram que é possível admi-nistrar multitalentos. E assim, tornaram suas vidas um acúmulo incansável de conhecimento.

896.455 estudantes abando-nou a universidade, entre os anos de 2008 e 2009, o que re-presenta uma média de 20,9% dos alunos em todo país.

Foi o que aconteceu em 2012 com a ex-aluna de Co-municação Social da Univer-sidade de Fortaleza (Unifor), para Juliana Damasceno, 20, a escolha do curso de jornalismo foi resultado de sua afinidade de escrever, no entanto não su-perou sua expectativa: “Consi-derei que iria ter muito pouco mercado de trabalho para ex-plorar, no meu caso, então sai por isso e por falta de identifi-cação.” Ao escolher ingressar no curso de direito, a estudan-te já analisou todos os aspectos do curso, inclusive a receptivi-dade do mercado, no intuito de sentir-se feliz com sua escolha.

Conflitos, indecisão, ausên-cia de orientação adequada, falta de autoconhecimento, muitos podem ser os motivos, mas por que restringir-se a uma única vocação? Segundo a psicóloga Isabel Martins, o jovem pode ter habilidades para mais de uma profissão e o próprio mercado globaliza-do estimula e favorece a mul-

Verso e reverso de Erotilde Honório

tidisciplinaridade.Portanto, ser multitalento é uma pos-sibilidade humana, a notar-se pelo currículo dos polímatas. Segundo Aurélio Buarque de Holanda, polímata é “Aquele que estudou ou sabe muitas ciências.” Em termos menos formais, polímata é aquele que detém um grande conhe-cimento. Benjamim Franklin, Isaac Newton e Aristóteles são exemplos conhecidos de polímatas, a partir dos seus currículos é possível concluir que explorar várias áreas do conhecimento não é nada in-comum e ou inatingível, é uma possibilidade humana, que en-volve vocações e inclinações. No entanto, eles já morreram e ficaram registrados na história devido suas inúmeras benfei-torias e obras herdadas pela sociedade.

Jéssica Castro

e era nesse subtexto que eu me apegava.”

A jornalista casou-se aos 27 anos, período em que concluía a graduação em Comunicação Social e cursava medicina e música. Teve um casal de fi-lhos, Ivo e Mirela, o que não a impediu de prosseguir ousan-do. No decorrer dessa trajetó-ria, a atriz admite que tomou uma “decisão muito pesada” ao abrir mão da bolsa da Ful-bright, instituição dos EUA que a tornaria a primeira dou-tora em teatro no Brasil. No entanto, ela não abandonou o teatro, deu a volta por cima e pôde desenvolver outras pai-xões, como gerenciar obras de arquitetura e também resistir a mais um curso: “quase fiz

engenharia mecânica, tive que me segurar pra não fazer.”

Hoje, aos 65 anos de idade, a diretora do Centro de Ciências Humanas (CCH), que dedica todos os dias úteis na Univer-sidade de Fortaleza (Unifor), e os sábados ao seu consultório de homeopatia, sente-se exito-sa, apesar da necessidade vital de adquirir ainda mais conhe-cimento. Perguntada sobre o bom desempenho de várias funções, ela explica: “sinto que faço bem todas as coisas que faço, e as que não faço é por-quê não me dediquei como deveria. Não sou uma eximia flautista porque dedico muito pouco tempo a minha flauta, não sou uma excelente atriz porque faço teatro como bico.”

PolímataPalavra derivada do grego poly-mathes, que se pode traduzir como “aquele que aprendeu muito”. Usado para se referir àqueles cujos conhecimentos abrangem várias áreas.

Dicionário

Inúmeras publicações, artigos, prêmios e certificados comprovam seu êxito pro-fissional. Foto: Jéssica castro

Saiba mais...

Polímatas famosos do mundo

Jornalista, editor, autor, filantropo, abolicionista, funcionário público, cientista, diplomata, inventor e enxadrista estadunidense.

Pintor, escultor, arquiteto, engenheiro, matemático, fisió-logo, químico, botânico, geólogo, cartógrafo, físico, me-cânico, inventor, anatomista, escritor, poeta e músico.

Jurista, político, diplomata, escritor, filólogo, tradu-tor e orador brasileiro.

Cientista inglês, mais reconhecido como físico e ma-temático, embora tenha sido também astrônomo, al-quimista, filósofo natural e teólogo.

Médico, político, professor, crítico literário, ensaísta, romancista e historiador brasileiro.

Sociólogo, antropólogo, historiador, escritor e pintor brasileiro.

1 Leonardo da Vinci (Itália)

2 Benjamin Franklin (EUA)

3 Rui Barbosa (Brasil)

4 Isaac Newton

5 Afrânio Peixoto

6 Gilberto Freyre

Suiani Sales e Wolney Batista

O segredo para o sucesso precoce. Essa é uma busca que aflige muitos jovens. A empresária Mila Ary, o can-tor Wesley Safadão e a atleta Ana Cláudia Lemos conse-guiram decifrar esse código e alcançar, em suas áreas de atuação, grandes realizações pessoais e profissionais an-tes dos 25 anos.

O Brasil é o 3º país no mundo onde há uma maior quantidade de juventude empreendedora. De toda a população brasileira que en-cabeça um negócio próprio, 25% são jovens entre 18 e 25 anos, segundo o mais recente relatório da Global Entrepre-neurship Monitor, que reúne dados de 43 países.

Dentro dessa percentagem brasileira está a empresária de 24 anos, Mila Ary. A jovem é proprietária da Empório Brownie, rede de doces em Fortaleza, com quatro lojas, onde em uma delas funcio-na a fábrica. Mila aprendeu com a mãe a receita caseira de brownie que rendia elo-gios em reuniões familiares. Ainda enquanto cursava a faculdade de Administração, a jovem começou a comercia-lizar os doces entre amigos e pequenos comércios.

“No começo era eu e uma funcionária, em casa mesmo. Mas na época de pico a famí-lia toda ajudava”, relembra. Atualmente, a Empório Bro-wnie emprega formalmente 35 funcionários.

Mila teve que lidar com o descrédito de empresários que duvidavam de sua capaci-dade em gerenciar e cumprir com os compromissos por ser muito jovem. “Por ter uns 19 anos, as pessoas quando iam me contratar, me olhavam, e perguntavam se eu tinha mesmo condições de entregar o que eles estavam me enco-mendando. Não me davam muita credibilidade”.

O investimento para abrir a primeira loja veio da quan-

O sabor do sucesso profissional aos 25 anos

Jovens cearenses atingem a realização em carreiras distintas e provam que não basta ter sorte. É preciso muita dedicação, competência e talento

Proprietária dos quatro estabelecimentos da Empório Brownie, Mila Ary ambiciona ampliar a empresa dentro e fora de Fortaleza em forma de outras lojas e franquias. Foto: WolnEy Batista

tia acumulada pela jovem das encomendas ‘de porta em porta’. O restante foi finan-ciado pela mãe da empresária como presente de formatura.

A partir daí, os outros es-tabelecimentos foram inau-gurados em intervalos de seis meses a um ano.

No momento, a empresá-ria admite que é tempo de estruturar suas lojas estrate-gicamente para poder cres-cer junto ao mercado. Reve-la ainda que faz questão de administrar e cuidar de cada detalhe ligado à marca Em-pório Brownie. Desde o novo sabor de doce que vai ser lan-çado até a relação trabalhista com os funcionários. “Tudo aqui fui eu que imaginei: os preços, o cardápio, a logo, o nome, a cor. A parte admi-nistrativa também faço basi-camente sozinha: contrato, demito, mudo preço, divulgo lançamento, vou na gráfica, faço pagamento, estoque”. O que lhe rende uma acentuada exigência pessoal.

Apesar de já ter construí-do um verdadeiro império do brownie na capital cearense, a jovem pretende expandir os negócios para fora do Es-tado em forma de franquias e ainda abrir novas lojas em Fortaleza.

Cantor das multidõesWesley de Oliveira da Sil-

va, o Wesley Safadão, tam-bém é um exemplo de suces-so. Aos 24 anos, além de subir aos palcos como vocalista da banda de forró Garota Safa-da, é sócio de uma empresa promotora e agenciadora de shows, a WS produções.

O forrozeiro conta que ser cantor não fazia parte dos sonhos de infância. Segun-do ele, como bom brasileiro, queria mesmo ser jogador de futebol. A carreira veio de forma inusitada. “Minha mãe já tinha a banda Garota Sa-fada e, certo dia, poucas ho-ras pra começar um show, o então cantor chamou minha mãe e disse que não ia can-tar mais. Passaram mil ideias na cabeça dela mas nada que solucionasse. E pra nossa fa-mília, o dinheiro daquele ca-chê, por menor que fosse, era muito importante para todos lá de casa. Aí eu disse: mãe, eu canto no show”.

Com grande incentivo dos pais, o menino de cabelos longos viu sua voz e talento para embalar festas de forró render grandes conquistas financeiras. Wesley só se deu conta do sucesso que alcan-çou quando percebeu que os ingressos dos seus shows se esgotavam rapidamente.

O vocalista atribui a três qualidades o segredo por ter chegado ao patamar em que está hoje. “Dedicação, hu-mildade e fé. Se todo mundo trabalhar fazendo o que ama e seguindo esses preceitos, todos os lucros vão chegar”, teoriza o jovem milionário.

Recompensa do esforçoWesley e Mila concordam

em um aspecto: tanto a em-presária como o cantor estão em fases que não conseguem conciliar as várias funções que acumularam durante os anos.

“Quando os compromis-sos são como estão os meus atualmente, que não deixam tempo livre quase pra nada, me sinto pressionado. Por mim, aproveitaria muito mais a minha casa e a minha famí-lia”, desabafa o cantor.

A psicóloga Siena Guerra observa que essa angústia é um sentimento normal entre a juventude e que isso não indica um despreparo para a carreira escolhida.

“Se o jovem obteve sucesso precocemente de alguma for-ma ele já está preparado para tal, pois trabalhou para que isso acontecesse. Ele sabe que aquilo é fruto do seu trabalho e do seu empenho. O suces-so pode até ter vindo de uma

Entrevista Wanderley Abreu Jr.

Wanderley Abreu Jr. ganhou notoriedade mundial como o hacker adolescen-te que conseguiu invadir o sistema da Nasa, agência espacial americana. O brasileiro alcançou o primeiro milhão aos 24 anos e atualmente dá palestras sobre como chegar à quantia e mantê-la

Sobpressão: Para conseguir um milhão de reais antes dos 30 é preci-so fazer muitas renúncias?Wanderley: Não tive muita vida social até meus 24 anos . Me dedi-quei muito às atividades que mais gostava naquele momento.

Sobpressão: Não corre o risco de o dinheiro se tornar objetivo principal e não consequência nessa busca por ser milionário? Até que ponto essa busca pode ser benéfica? Wanderley: Isso depende de com o que você trabalha. Na verdade se seu objetivo é buscar dinheiro (um objetivo muito válido num País capitalista e baseado na economia de consumo como o nosso), deve buscar uma carreira no mercado de capitais, corretagem de valores mobiliários, setor bancário. Em qualquer outra profissão fazer um milhão ou mais é consequência do seu trabalho, de conhecer as pessoas certas e de sorte.

Sobpressão: O administrador Max Gehringer fala sobre a diferen-ça de preço e valor das coisas, onde os objetos não custam necessaria-mente o valor que eles têm. Você acha que o jovem brasileiro é pre-parado para fazer essa diferencia-ção e, assim, gastar esse milhão de forma consciente? Wanderley: Em termos deno-tativos é só ver a quantidade de

impostos que pagamos sobre bens de consumo para saber que não sa-bemos fazer essa diferenciação. Em qualquer outro pais, essa carga de impostos abusivos já tinha causado alguma revolta civil grave. Em ter-mos conotativos, acho que a maioria dos jovens brasileiros é tão limitada na educação que suas prioridades de vida são muito primárias para pensar nos valores maiores da vida. O que os americanos chamam de “Big Picture” passa longe do pen-samento de um jovem de vinte e pouco anos que já tem um filho ou é chefe de família.

Sobpressão: Que tipo de investi-mento você aconselharia um jovem a fazer? Previdência privada é uma boa opção? Wanderley: Primeiramente na sua educação, essa nunca é o bastante, invista prioritariamente em se tornar o melhor possível no que faz. Se eu me aposentasse hoje pelo INSS ganharia exatos R$ 891,50. Não é bem um salário milionário não é mesmo? As primeiras duas coisas que fiz quando comecei a ganhar dinheiro foram comprar uma casa e fazer uma boa previdência privada, além de um bom seguro de vida e invalidez. É importante pensar no futuro, principalmente num país que ainda está buscando a consolidação econômica e política como o nosso, pois nunca se sabe o dia de amanhã.

Quem quer ser um milionário?

SOBPRESSÃOMAIO / JUNHO DE 20088

Proprietária dos quatro estabelecimentos da Empório Brownie, Mila Ary ambiciona ampliar a empresa dentro e fora de Fortaleza em forma de outras lojas e franquias. Foto: WolnEy Batista Ana Cláudia Lemos pretende representar o Brasil em 2016 Foto: agÊncia luZ/BM&FBovEspa

Wesley entrou na carreira por acaso e hoje atua como cantor e empresário. Foto: divulgação

Vida profi ssional é um dos campos mais indecisos para os jovens Foto: suiani salEs

Siena Guerra

Se o jovem obteve sucesso precocemente de alguma forma ele já está preparado para tal, pois trabalhou para que isso acontecesse. Ele sabe que aquilo é fruto do seu trabalho e do seu empenho.

Psicóloga

forma imatura pela idade que o jovem tem, mas houve o empenho para que isso acon-tecesse”, argumenta.

Busca incansávelEm um território diferen-

te de Mila e Wesley, a ve-locista Ana Cláudia Lemos chegou recentemente ao nível mais alto de um atle-ta; participou das provas de atletismo nas Olimpíadas de Londres.

Ana Cláudia lida de for-ma diferente com o sucesso alcançado.

“Não me considero bem sucedida financeiramente porque não penso nisso. Pen-so em competições que quero ganhar, o resto é consequên-cia”, avalia.

A atleta se policia diaria-mente para ter um melhor desempenho nas provas. Descontente com o seu apro-

veitamento nos jogos britâ-nicos, Ana Cláudia agora se cobra chegar a um lugar no pódio durante as próximas Olimpíadas no Rio de Janei-ro, em 2016.

“O ápice do atleta é quan-do ele tem uma medalha olímpica. Na próxima Olim-píada talvez, aí pode ser que seja meu ápice”, contesta quando questionada se é uma referência de sucesso na modali-dade que pratica.

A cobrança pes-soal é um traço

Pressão para o êxito deve ser ponderada

A pressão social inicia--se junto com a entrada da criança nas escolas. As ins-tituições educacionais são programadas para direcionar os estudantes para o exame do vestibular, muitas vezes sem conhecer as aptidões delas para cada área. Mais grave que isso é quando as escolas se resumem a traba-lhar a vertente profissional e restringem o lado pesso-al, aponta a psicóloga Siena Guerra. “As instituições es-quecem de prepará-las para serem bons cidadãos e focam nossas crianças para serem bons no mercado”.

Ela aconselha que os pais trabalhem valores como os famíliares, de respeito, de solidariedade; que possam ser solidificados durante a formação, para que os jovens saibam como lidar com o su-cesso financeiro.

Mesmo assim não é tão simples como parece. Pato-logias como a depressão sur-gem na adolescência, muitas

vezes como resposta às altas exigências impostas pela so-ciedade. “As pressões tomam dimensões maiores do que parecem ter durante essa fase”, acrescenta Siena.

A indução dos pais ou da sociedade para que os jovens sigam determinados cami-nhos que não sejam os dese-jados pelos próprios, pode gerar profissionais frustrados por não terem a livre escolha, pois causa o sentimento de incapacidade.

Não há segredo ou fórmula pronta para descobrir o cami-nho para o sucesso. Porém, a psicóloga revela um exercício simples que pode auxiliar na escolha da profissão.

“Sempre peço aos meus pacientes que não sabem o que exercer, para fecharem os olhos e se imaginarem acor-dando todos os dias em deter-minada situação para exercer um trabalho. Pergunto se eles sentem motivação ou desâ-nimo para a partir daí poder continuar na busca do desejo”.

latente nos três entrevista-dos. Além da pressão, essa imposição tem lado positivo, considera a psicóloga. Se-gundo ela, parte do sucesso desses jovens deve-se a de-terminação de tempo e esfor-ço de cada um deles. “Traçar

metas e ter foco para realizar o que se

pretende é fun-damental nessa busca”.

Beatles

John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr, fatu-

raram alto a cada aparição quando tinham, em média, 20 anos. Paul atualmente cobra o cachê de Us$ 4 milhões por apresentação.

Mark Zuckerberg

O empresário americano fi cou conhecido mun-

dialmente por fundar a rede social Facebook, quando tinha apenas 20 anos, em uma brincadeira en-tre amigos. Atualmente, as ações do site valem US$ 48 bilhões.

Steve Jobs

Aos 21 anos de idade desenvol-veu e comercia-lizou uma das primeiras linhas de computadores pessoais de sucesso, a série Apple II. Foi cofundador, presidente e diretor executivo da Apple.

Gisele Bündchen

A brasileira con-seguiu prestígio e fortuna no mundo da moda internacional. Em 2000, aos 20 anos, ganhou o título de modelo do ano da Vo-gue, uma das publicações mais conceituadas da área.

Eles também conseguiramSaiba mais...

SOBPRESSÃOMAIO / JUNHO DE 2008 9

SOBPRESSÃOAGOSTO / OUTUBRO DE 2012 • # 3210

Este ano os fortalezenses fo-ram às urnas escolher um novo prefeito que chefi ará o Execu-tivo Municipal da cidade pelos próximos quatro anos. Para tanto, dez postulantes puse-ram seus nomes à mercê da vontade do eleitor. A popula-ção, por sua vez, teve livre arbí-trio para analisar as propostas de cada candidato e partido e fazer sua escolha.

Para tornarem-se atraentes e se aproximarem do eleitor, os candidatos valem-se de es-tratégias de marketing políti-co, que trabalham a imagem do prefeiturável de forma a corresponder às expectativas que o eleitor tenha de um novo gestor público.

Com três perguntas e res-postas de múltipla escolha, a reportagem do Sobpressão re-alizou uma pesquisa na rede social Facebook no período de 19/09/2012 a 24/09/2012 pelo Googledocs (observe o quadro).

De acordo com a pesquisa sobre Infl uência do Marketing Político, realizada durante os dezenove dias que antecede-ram às eleições, a maioria das pessoas acredita que as estra-

Com quais ferramentas se faz um candidato

A cada eleição eles se preparam para conquistar a simpatia e o voto da população. Saiba como o marketing auxilia um pretenso candidato à prefeito

tégias utilizadas pelos candi-datos infl uencia no resultado fi nal, ou seja na escolha do eleitor.

Carros de som e adesivos são reprovados nas campa-nhas. Eleitores consideram es-tas como as piores propagan-das políticas.

A cada eleição percebe-se a mudança nas campanhas po-líticas e a disputa acirrada em busca do voto de cada eleitor. Partidos políticos investem no marketing para conquistar a credibilidade. E o que infl uen-ciaria para que eles tivessem um resultado satisfatório e po-sitivo?

A pesquisa, contou com 52 participantes de diversos gru-pos, em que fi cou nítido que as propostas dos candidatos são o que mais importa para o elei-tor na hora da decisão.

Embora os candidatos pro-curem construir uma imagem jovial, para os participantes desta pesquisa, a aparência foi o que menos pesou como resul-tado. Apenas 2% disseram ser infl uenciados pela aparência.

Quanto à legenda partidária essa fi cou em segundo lugar com 8% de escolha. Com isso, percebeu-se que a ideologia partidária não infl uencia estes eleitores em sua decisão.

Quanto aos votos por in-dicação familiar, apenas 6% disseram sofrer essa infl uên-cia. “Acho que a infl uência da família é mais comum no inte-rior, em que os nichos são mui-to fechados e também quando há interesse direto. Penso que

isso pouco aconteça nas gran-des cidades” é o que acredita o estudante de jornalismo João Paulo de Freitas.

A pesquisa interrogou se a campanha política intereferia no voto destes participantes. 63% afi rmaram ser convenci-dos por elas e 35% disseram que não. Neste caso a campa-nha política seria o mais im-portante item para a escolha do voto do eleitor.

TV tem maior poder de convencimento Também foi questionada a fer-ramenta de comunicação mais infl uente na campanha em resultado obtido, 83% afi rma-ram ser a televisão, o veículo mais atraente. Em segundo lugar fi caram as carreatas com 6% de aprovação.

As propagandas no rádio, jingles e banners empataram com 4% das preferências. Quanto aos carros de som e adesivos foram reprovados

Elder Alves, Izabel Oliveira

e Marina Solón

Carros de som e adesivos são reprovados nas campanhas. Eleitores consideram estas as piores estratégias de propaganda política Pesquisa do Sobpressão

Pesquisa sobre Infl uência do Marketing Político

Saiba mais...

com 0% pelos internautas. Os dados condizem com o

que reza a cartilha eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) que, por sua vez, afi rma ser crime eleitoral a perturbação ao sossego pú-blico, com algazarra ou abu-so de instrumentos sonoros, sinais acústicos e ainda o que prejudique a higiene e a estéti-ca urbana.

Mesmo com tantas críticas à poluição visual causada pela propaganda política, acumulam-se cavaletes nos canteiros da cidade. Pesquisa revela que este instrumento de propaganda não infl uencia no voto. Foto: iZaBEl olivEira

Resultado

Embora não tenha sido cri-tério na pesquisa, os debates políticos são momentos re-levantes para a decisão, em que os candidatos usam para apresentar suas propostas de governo. Outro item não inter-rogado, mas divide opiniões é o recebimento de mensagens e ligações gravadas. Na maioria das vezes, o eleitor não teve a opção de escolher tal serviço.

Qual das estratégias utilizadas pelos candidatos

você considera a mais importante e que pode infl uenciar o seu voto?

Quais os critérios que você usa

para escolher o seu candidato?

O marketing do candidato infl uencia o seu voto?

63%

Sim Não

Não sabe35%12%

Propostas dos candidatos

O partido (ou coligação)

Indicação da família

Aparência do candidato

Quais os critérios que você usa

para escolher o seu candidato?

Propostas dos candidatos

O partido (ou coligação)

Indicação da família

Aparência do candidato

SOBPRESSÃO# 32 • AGOSTO / OUTUBRO DE 2012 11

Em busca de conquistar os vo-tos de cada eleitor, os políticos se valem de diversas formas para se eleger. Internet, e--mails, sms, facebook, twitter, vlogs e até cores fazem parte das novas estratégias das cam-panhas políticas.

As imagens dos prefeiturá-veis são trabalhadas de forma a corresponder os anseios da po-pulação e atender às expectati-vas que o eleitor tenha de um novo gestor público, para isso não medem esforços e inovam na forma de fazer campanha.

Para Helena Martins, que foi coordenadora de comunica-ção da campanha de um candi-dato à prefeitura de Fortaleza, o posicionamento da imagem do postulante se baseia nos va-lores apregoados pela legenda.

Ela afirmou que uma nova política como alternativa para tudo o que tem aí, foi um po-sicionamento usado. Para tan-to, temas como transparência, meio ambiente, juventude e mudanças foram incutidos na campanha.

Como forma de atrair o elei-tor Helena disse que o uso das cores branco e vermelho nos materiais impressos de campa-nha e nas propagandas de TV e mídias sociais foram formas de remeter o eleitor aos concei-tos de transparência e luta por mundança. “O vermelho é his-toricamente uma cor de lutas sociais” disse Helena. O uso das bandeiras tingidas com essas cores foi utilizado para

Formas nada tradicionais de fazer campanha

Diferente das tradicionais carreatas, os partidos apostam nas bicicleatas como proganda verde e limpa. Foto: divulgação

O Horário Eleitoral de TV pode ajudar a definir o voto

Eleitora acredita na influêcia do horário eleitoral gratuito. Foto: Marina solon

Propaganda Eleitoral: O que pode e o que não pode

Marketing PolíticoConjunto de técnicas objeti-vando adequar o candidato ao seu eleitorado potencial, fazendo-o conhecido do maior número de eleitores, mostran-do a diferença de seus adver-sários melhor posicionados. Saber o que pensam e o que querem os eleitores em de-terminado momento, a partir dessas informações compati-bilizar o discurso do candidato com os anseios do eleitorado.

Marketing EleitoralConsiste em implantar técni-cas de marketing político e co-municação social integrados, de forma a conquistar a apro-vação da simpatia da socieda-de, construindo uma imagem do candidato que seja sólida e consiga transmitir confiabili-dade e segurança a população, elevando seu conceito em ní-vel de opnião pública. Inicia-se por um trabalho de pesquisa e sondagem que norteia a es-pinha dorsal da comunicação eleitoral. Preocupa-se com a formação da imagem em curto prazo. Fonte: www.eloamuniz.com.br

A diferençaSaiba mais...

mostrar a ideologia socialista e libertário

Para Helena Martins, eles utilizaram a internet e as mí-dias sociais como Facebook e Twitter, para expor ao elei-tor seus princípios e valores, de forma a propagar de forma eficiente as propostas de mu-dança que o partido dispunha. “Desde que o Partido surgiu, há 7 anos, buscamos nos co-locar para o eleitor como uma alternativa, um caminho para construção de uma nova polí-tica firmada em valores éticos que se perderam ao longo da caminhada política brasileira. Para tanto, fazemos uma cam-panha diferente, com alegria e

irreverência”.Outras estratégias de se

achegar ao eleitor é trazer o candidato para junto da po-pulação de formas que não as conhecidas caminhadas ou carreatas onde o postulante aperta a mão dos eleitores. A maneira que o partido encon-trou de se aproximar do eleitor foi realizar rodas de conversas em cada bairro de Fortaleza, onde o candidato e integran-tes da campanha conversam com eleitores sobre propostas. Além das rodas, são realizadas as bicicleatas, uma alternati-va às carreatas como forma de mostrar a preocupação com o meio ambiente.

Uma outra ferramenta de campanha foram os encontros em espaços públicos. Opor-tunidade de os simpatizantes e militantes da campanha se avolumarem e debaterem en-tre si estratégias de mobiliza-ção para conseguir mais votos. A assessora afirmou que o uso das mídias sociais foram pra divulgar eventos e que os ban-ners de atividades da campa-nha foram formas de se chegar aos eleitores.

Pesquisas de campoPara a jornalista e pós-gra-duanda em Marketing Cami-la Cortez, as ações de marke-ting são formas dos políticos

se inserirem no cotidiano das pessoas e captar os anseios dos eleitores e apresentar for-mas de atendê-los. “Por meio de propagandas e ações dinâ-micas, os candidatos buscam mostrar-se simpáticos e aces-síveis ao eleitor. É uma forma que eles têm de mostrar que são iguais a qualquer eleitor, e têm a melhor solução para os problemas da cidade”. Ela de-talha que antes que o candida-to vá às ruas, os marqueteiros das campanhas realizam pes-quisas de campo com foco no posicionamento do político. “Essas pesquisas vão refletir o que o eleitorado anseia. A partir desses resultados o can-didato se posiciona na cam-panha como uma solução aos problemas da cidade”.

Dentre as diversas alterna-tivas de se tornar elegível, se entende que atualmente as mídias socias tomaram uma posição importante dentro das campanhas políticas. Para isso é necessário que os polí-ticos busquem junto com as equipes de marketing, formas mais estratégicas de campa-nha, tendo em vista as quan-tidades e diferentes opções de candidatos que o eleitor tem para fazer assim a sua escolha.

Percebe-se que os eleitores estão cada vez mais exigentes e atentos as propostas e alterna-tivas utilizadas. A inovação em campanha eleitoral é a nova al-ternativa na disputa pelo voto de cada eleitor.

Renata Baltar, 21 anos, estu-dante de Direito da Unifor, estava indecisa em quem vo-tar nas eleições municipais de 2012. Ela falou que um dos componente que utiliza-ria para decidir seu voto seria assistir ao Horário Eleitoral Gratuito de Televisão. Em ra-zão disso, nossa reportagem acompanhou um dia de Rena-ta assistindo o Horário Eleito-ral Gratuito para saber como a propaganda na televisão in-fluencia o olhar da eleitora so-bre os candidatos.

Renata falou que dentre os dez candidatos que se dispu-seram a conquistar seu voto, alguns ela nunca ouvira falar. No entanto, esses mesmos que ela não conhecia, dispunham de tempo diminuto na tele-visão, por serem candidatos sem nenhuma ou com pouca representação na Câmara dos Deputados.

Ela disse que algumas pro-pagandas serviram para que ela firmasse a imagem dos candi-datos. “Uns eu tinha antipatia, mas a propaganda, que focava

Para as eleições municipais de 2012, o Tribunal Regional Elei-toral do Ceará TRE-CE, lançou uma cartilha com informações do que é permitido, ou não, na propaganda eleitoral segundo Resolução do Tribunal Superior Eleitoral em vigor.

Segundo a cartilha, várias são as proibições, entre elas a pro-paganda eleitoral em bens pú-blicos ou que dependa da cessão ou permissão; como postes de

iluminação pública, sinalização de tráfego, viadutos, passarelas, pontes, paradas de ônibus. E ainda, nos locais de uso comum como lojas, cinemas, clubes, centros comerciais, igrejas, gi-násios e estádios, mesmo que o local seja de propriedade priva-da e a propaganda seja por meio de adesivos, cartazes em táxis, ônibus e veículos de aluguel. É vetada a propaganda eleitoral em árvores e jardins localizados

em áreas públicas. Também es-tão proibidas as pichações e ins-crições a tinta.

E o que pode nessa Eleição?O uso de cavaletes, bonecos, car-tazes, mesas para distribuição de material de campanha e ban-deiras ao longo das vias públicas com a colocação e retirada das 6 horas as 22 horas. Impressos com o CNPJ e o CPF do respó-savel pela confecção e de quem

o contratou, com o número da tiragem, editados sob responsa-bilidade do partido, coligação ou postulante.

Alto falantes e carros de som devem circular das 8 horas ás 22 horas no período compre-endido entre o início da campa-nha eleitoral e a véspera da elei-ção. No jornal até a antevéspera das Eleições, o máximo de dez anúncios em datas diversas, e edição com 1/8 da página.

no candidato e nas propostas, pôde me dar uma visão mais abrangente de quem são esses candidatos de verdade”, opinou.

Para Renata, a propaganda eleitoral pode influenciar seu voto. “Os candidatos com mais tempo logicamente vão ter mais minha atenção, vão ficar mais

na minha cabeça. Também tem aqueles jingles, que ficam o dia todo tocando, e que me fazem ter mais propensão a analisar determinado candidato”.

Renata disse que a propagan-da lhe foi útil para estar mais aberta a conhecer os pretensos novos gestores de Fortaleza.

SOBPRESSÃOAGOSTO / OUTUBRO DE 2012 • # 3212

Bárbara Ferraz e Luana Benício

A cobrança da taxa de 10% pelo serviço prestado em bares, bo-tecos e restaurantes de Forta-leza tornou-se comum. Entre-tanto, muitas pessoas fi cam em dúvida se devem pagar ou não. Questionam se essa é uma prá-tica legal e para onde vai o di-nheiro, se é para o garçom ou para o estabelecimento.

Segundo o advogado Wd-son Soares Silva, especialista em direito do consumidor, não existe nenhuma lei que regula-mente o exercício da cobran-ça da chamada “taxa de ser-viços”. “Qualquer valor dado pelo consumidor por mera li-beralidade ao empregado pela execução de um serviço é con-siderado como doação. Esta é regulamentada pelo Código Ci-vil Brasileiro em seu artigo 538 que trata apenas sobre a doa-ção”, afi rma Wdson.

De acordo com o artigo 538, considera-se doação a quantia estipulada pelo cliente transfe-rida para outra pessoa.

O advogado ainda esclarece que o consumidor não é obri-gado a pagar a taxa de serviço, mesmo que o restaurante con-sidere obrigatório e avise sobre a cobrança. “Os bares e restau-rantes utilizam-se da coerção para que o consumidor pague, na lei da pressão, a taxa de ser-viços, impondo-a como obriga-tória. Como não há nenhuma legislação que trate especifi ca-mente sobre o tema, o consu-midor pode recusar-se a pagar especifi camente 10%, pois aca-ba desvirtuando o caráter de doação espontânea pela execu-ção do serviço, podendo dar a bonifi cação que achar justo”.

A pedagoga Marianna Saun-ders é contra a cobrança sem um aviso prévio. “Na maioria dos estabelecimentos não há aviso prévio da cobrança, sen-do assim, a pessoa que está usufruindo não pode se reme-ter a algo que não foi avisada.Se acharmos que o garçom

Cobrança de 10% não é reconhecida por Lei

Apesar da cobrança de gorjeta ter se tornado quase uma obrigação nos bares e restaurantes, não existe uma lei que regularmente esse serviço.

exerceu de maneira adequada a sua função, ‘doamos’ a gor-jeta de acordo com o valor que acharmos justo - a mesma jus-tiça é apresentada aos fl ane-linhas - já que o consumidor deveria tomar a decisão se o atendimento foi realizado de maneira favorável ou não”.

O consumidor que tiver o seu direito desrespeitado, deve procurar na sua cidade o Pro-grama Estadual de Defesa do Consumidor (Decon).

Salário do garçomO gerente do restaurante

Skina do Baião, Luiz Cláudio Caetano, afi rma que o dinhei-ro arrecadado com os 10% é repassado totalmente para os garçons. “Nossos garçons têm carteira assinada, além de re-ceber todos os direitos traba-lhistas. O salário deles é com-posto exclusivamente por esse pagamento dos 10%”. O ge-rente ressalta que no cardápio há um aviso sobre a cobrança para que nenhum consumidor seja pego de surpresa. Entre-tanto, alguns consumidores se recusam a pagar a taxa. “É raro isso ocorrer, mas quando acontece, nós explicamos que essa taxa é o que constitui o salário do garçom, por isso é importante pagar, principal-mente se tiver recebido um bom atendido. Caso o cliente continue se recusando, não po-demos fazer nada e a casa arca com esse custo”.

No restaurante Sirigaddo, a situação é diferente. De acordo com o proprietário João Bel-fort Neto, os garçons recebem um salário mínimo e os 10%. “A importância dos 10% é ape-nas motivacional, já que quan-to mais o garçom vender, mais ele vai ganhar no fi m do mês”, explica. Belfort afi rma que do valor total arrecadado, 70% é repassado para os garçons. Os 30% restantes são distribuídos igualmente para a copa, cozi-nha e churrasqueira.

Segundo especialistas, gar-çons mais atenciosos que cum-primentam o cliente, conver-sam e são prestativos, recebem gorjetas mais altas. Porém, cabe a cada cliente decidir se irá dar ou não uma gorjeta, independente de ter recebido uma atenção maior.

A cobrança da taxa de 10% tornou-se uma prática comum em bares e restaurantes Foto: Bárbara Ferraz

O ato de dar gorjeta pelo serviço prestado surgiu nos famosos pubs da Inglaterra por volta dos sécu-los 17/18. Urnas eram colocadas nesses locais com a frase To Insure Promptitude (para garantir pres-teza), daí a origem do termo Tip. Essa era uma prática comum entre os aristocratas, como forma de mostrar que possuíam educa-ção e classe. Rapidamente essa gentileza se espalhou pela Europa e hoje é uma obrigação em quase todos os países.

Estados UnidosObrigaçãoNos Estados Unidos, o ato de dar gorjeta virou uma obrigação! Ta-

xistas, cabelereiros, carregadores de malas, por exemplo, exigem gorjeta quando o serviço é bem feito.

ArgentinaDólar não é recomen-dávelNos restaurantes, se o cliente quiser acrescentar os 10%, é bem vindo. Mas o restaurantes prefe-rem receber em moeda local, e não em Dólar.

JapãoContra o hábito da gorjetaEm quase todos os locais, os ja-poneses recusam a gorjeta. Po-

rém, fi ca a critério do estabeleci-mento se fará a cobrança ou não.

Coreia do Sul$1 pela bagagemOs estabelecimentos nunca es-peram receber gorjetas dos turi-tas, especialmente em restauran-tes. Entretanto, os carregadores de malas aceitam um dólar pelo serviço prestado.

AustráliaNovata no assuntoOs australianos só começaram a dar gorjeta há vinte anos. Os estabelecimentos, em geral, es-peram gorjetas pelo bom serviço prestado aos clientes.

Como a gorjeta é vista em outros paísesSaiba mais...

O que diz a Lei

O consumidor tem como direito a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços.

Código de Defesa do ConsumidorArtigo 6º, Inciso IV

Você é a favor da cobrança dos 10% em bares e restaurantes?Enquete

“Se você recebe um bom serviço, eu sou a favor, claro. Mas em muitos lugares no Brasil você nem sempre rece-be um bom atendimento, então nesses casos não sou a favor.”

Joicy MunizJornalista de moda

“Não sou a favor da cobrança, pois é de se esperar que toda taxa seja incluída no salário do garçom pelo restau-rante, e não paga pelo cliente, pois este já paga pelo serviço.

Luiz Carlos Bomfi m Estudante de jornalismo

“Eu pago porque sou ‘obrigado’, di-gamos assim. Se o dinheiro arre-cadado fosse re-passado totalmente para os gar-çons, tudo bem, mas isso nem sempre acontece.”

Felipe SousaAdministrador

Essa prática tornou-se comum em bares e restaurantes, mas existem opiniões diferentes com relação a cobrança dos 10%

Muitos restaurantes não avisam ao cliente sobre a cobrança dos 10% Foto: Geppos

SOBPRESSÃO# 32 • AGOSTO / OUTUBRO DE 2012 13

Lei exige cartaz avisando pagamento de couvert Assim como a taxa de 10%, outra dúvida que circula pela clientela de bares e restauran-tes é o pagamento do couvert artístico. Muitos se queixam da falta de aviso ou do alto preço cobrado pelos estabelecimen-tos. Mas poucas pessoas sabem que, no início deste ano, foi sancionada pela Assembleia Legislativa do Ceará, uma lei que defende o direito do con-sumidor de ser informado da cobrança do couvert antes de qualquer consumação.

Segundo o art. 1 da Lei 15.112, os estabelecimentos co-merciais do tipo restaurantes, lanchonetes, bares e seus con-gêneres, que oferecem serviços de couvert artístico, deverão afixar em local visível ao clien-te a descrição clara do preço pago a mais pelo serviço. Mas isso não basta. É obrigatório também que ele tenha as di-mensões mínimas de 50 centí-metros de altura e 40 centíme-tros de largura.

A Lei entrou em vigor des-de o dia 2 de fevereiro de 2012. Sabendo disso, o casal Daniele Pessoa, estudante de Educação Física e Júnior Ramos, estu-dante de Direito, negaram-se a pagar o couvert. Segundo a universitária, ela e o namora-do foram a um bar na avenida Antônio Sales e sentaram em uma mesa para aguardar mais alguns amigos. Passaram uns 15 minutos, tomaram umas cervejas e, quando o resto da turma chegou, não quiseram permanecer no bar. Ao pedir a conta, Daniele e Júnior se as-sustaram. O couvert cobrado

deu mais caro que a conta, e ainda em cima desse valor foi adicionado 10%.

Ao tentar conversar com o garçom, Júnior foi tratado com ignorância e grosseria, conta Daniele. “Já que tínhamos pas-sado tão pouco tempo, quería-mos pagar apenas pelo couvert de quem tinha bebido. Mas o garçom nos tratou com mui-ta arrogância, então o Júnior, por conhecer as leis, não quis pagar. Não havia em lugar ne-nhum a informação de forma clara e acessível que era cobra-do couvert no bar.”

O casal pediu ao gerente do bar que mostrasse a eles o Có-digo de Defesa do Consumi-dor para provar que eles eram obrigados a pagar. O mesmo se recusou. “Nós dissemos que bateríamos uma foto do local e pediríamos ao Procon uma

fiscalização do bar. Ameaça-mos entrar com um processo contra a casa. Vendo que nós entendíamos do assunto, eles retiraram o couvert da conta. No fim, pagamos apenas a cer-veja”, afirma Daniele.

Outro motivo de reclama-ções é quando o cliente aco-moda-se em áreas das quais o som pouco atinge, ou em cer-tas ocasiões, que não se ouve nada. Neste caso, fica vetada a cobrança do couvert. O ca-sal de universitários também estavam nessa situação. No lugar o qual se acomodaram, mal escutava-se a banda. Esse foi outro argumento usado por Júnior para se negar a pagar.

A isso soma-se a queixa fre-quente de que os bares e res-taurantes cobram caro pelo couvert e não repassam para os artistas o dinheiro arreca-

dado. Para o músico Heitor Azevedo, essa cobrança é mui-tas vezes injusta. Ele conta que a maioria dos bares não usam o dinheiro para o pagamento do contratado. “Normalmente o artista recebe um preço fixo combinado antes da apresen-tação e os donos de estabele-cimentos convertem o lucro do couvert para gastos com a casa”, reclama.

Mas segundo Heitor, ape-sar de serem minoria, existem lugares onde o cachê é fixo e o que for arrecadado é totalmen-te repassado para os músicos. “Nesse caso, é difícil saber re-almente se o lucro total do couvert é nosso. O controle do dinheiro arrecadado fica nas mãos do dono do bar, é ques-tão de confiança.”

Ainda pela Lei 15.112 fica a critério do dono o valor ser repassado integral ou parcial-mente, mas ele tem o dever de informar e afixar em local de fácil visibilidade esses valores.

Se o estabelecimento não apresentar qualquer um dos artigos previstos na lei, o clien-te não é obrigado a pagar a taxa. O infrator responsável terá que responder as sanções do art. 56 da lei 8.078, do Có-digo de Defesa do Consumi-dor, aplicáveis na forma de seus arts 57 a 60.

Outro lado da moedaDe acordo com Adail Fernan-des, dono do estabelecimento Trip Bar, os clientes muitas ve-zes usufruem das regalias do estabelecimento, mas na hora de pagar se recusam. Apesar

Músicos lotam a casa mesmo com cobrança de couvert. Foto: arquivo pEssoal

Decon Ceará: Rua Barão de Arata-nha, 100 – Centro - Fortaleza - CE / tel: 0800 2758001 - http://www.decon.ce.gov.br

Serviço

de possuir uma placa avisan-do, pôr no cardápio e impor aos garçons que avisem sobre o couvert, o empreendedor ainda tem problemas na hora da cobrança. “Uma porcenta-gem pequena, mas significati-va das pessoas que frequentam o bar, querem ouvir uma boa música, mas não querem pagar por isso. Acham que deveria ser uma cortesia da casa”, se queixa.

Adail afirma que seu bar ainda não tem condições de custear um músico ou uma banda com os lucros que pos-sui. Mas ele defende a impor-tância do atrativo para manter a casa sempre cheia.

No Trip Bar, o dinheiro ar-recadado é repassado total-mente para os artistas. Adail trabalha com um preço fixo. Caso o apurado do couvert não alcance esse preço, ele tira do próprio bolso para inteirar. Caso o apurado seja maior que o preço combinado, ele repas-sa o dinheiro que teve a mais para o músico. “Não lucro com couvert, meu lucro é a casa cheia consumindo meus pro-dutos. Apesar dos reclamões, a maioria das pessoas adora sair de casa para descontrair, encontrar os amigos, ouvir uma boa música, interagir com o artista e fazer pedidos das suas músicas prediletas”, ressalta.

Outorgando-lhe o direito de se destacar no mercado de trabalho.Fortaleza aos 18 de Novembro de 2012.

O ENADE é o exame nacional que avalia o desempenho dos cursos de graduação e pode torná-los referência na comunidade acadêmica.

Aproveite essa chance para mostrar o seu potencial como um profissional de valor.

UniforUniversidade de Fortaleza

http://uniforenade.wordpress.com

SOBPRESSÃOMAIO / JUNHO DE 200814

Quando pensamos na palavra sincretismo, logo nos surge a ideia de ser algo ligado à reli-gião, e fazer essa relação não é errado. Porém, a alimentação é outro aspecto que passa pelo sincretismo. Um bom exemplo disso é o sushi, comida típi-ca japonesa, que atualmente é encontrada com sabores regio-nais, como panelada e carne de sol, e pode ser adquirido em lanchonetes e supermercados.

O Brasil, país com um cru-zamento cultural muito forte, tem em cada região maneiras e regras de como preparar e consumir seus alimentos. Em todos os estados podemos ve-rifi car suas peculiaridades e suas formas de adaptar os ali-mentos.

Em Fortaleza, um dos maiores centros comerciais do Brasil não podia ser diferen-te. A capital cearense tem ve-rifi cado nos últimos anos um grande crescimento no con-sumo de produtos estrangei-ros, principalmente aqueles referentes à alimentação. Os

A globalização, diversifi ca os hábitos alimentares do cearense. Pedro Humberto (na foto) só não come os de fruta. Foto: Hyana rocHa

Hot: Sushi frito embebido na cerveja. Foto: Hyana Rocha

Hossomaki: o cream cheese é o diferen-cial desse sushi. Foto: Hyana Rocha

Uramaki: quer dizer “para fora”, pois o ar-roz aparece. Foto: Hyana Rocha

Temaki: O formato em cone lembra um sorvete. Foto: Hyana Rocha

Sincretismo traz mudanças nos hábitos alimentares do Fortalezense

O sushi é um caso emblemático do efeito da globalização na nossa alimentação. A comida nipônica sofre as mais variadas adaptações para se adequar ao gosto brasileiro

“Sushis” e os “Sashimis” , tem ganhado muitos consumido-res fortalezenses adeptos do peixe cru e do uso do “hachi”. O mercado está tão aquecido que hoje podemos comprá-lo em qualquer lugar e não ape-nas em restaurantes especiali-zados.

Um dos motivos que pro-piciou esse crescimento foi à

adaptação de boa parte dessa culinária ao paladar cearense. Podemos encontrar variações entre os sushis tradicionais e os adaptados.Sushis com fru-tas regionais, como goiaba ou manga, até mesmo o de lingui-ça podem ser encontrados com facilidade.

Essas modifi cações já fazem parte do cotidiano de quem

comercializa a iguaria, como afi rma Luis Carlos Santos, sushiman de uma grande rede de supermercados do Brasil. “Com certeza o nosso sushi se adequa à realidade brasilei-ra. O nosso sushi é feito pelos clientes, os clientes que vão di-zer se está bom ou não”. Além disso, Luis ainda conta que es-sas mudanças evitam o desper-dício. “Nós produzimos cerca de seis toneladas por mês de sushi e, variar esse cardápio, evita perda”.

Os consumidores se divi-dem quando à pergunta é so-bre a preferência entre o sushi tradicional e o mais adaptado, Cicero Luis, estudante de Pu-blicidade da Fa7, diz que sem-pre que pode consome sushi, que foi uma paixão à primei-ra vista. Ele prefere os sushis tradicionais, e acredita que a adaptação desse alimento de acordo com a região não é muito interessante. “Quando um alimento é adaptado para outros costumes, como o sushi aqui, ele acaba perdendo a sua essência”, explica. Diferente de Cícero, a estudante de De-sign Gráfi co da Fanor, Ana Elisa, gosta tanto do tradi-cional quanto do modifi cado.Pedro Humberto, concursei-ro, come de 20 à 30 peças em uma refeição e não tem prefe-rências com relação ao tipo de sushi.

Hyana Rocha e Thalita Tavares

A cozinha japonesa prima pela harmonia e pelos detalhes. Co-mer se torna um ritual com regras e custumes milenares.

A mão que serve o pratoNa etiqueta, a regra não po-deria ser diferente. A mão que serve o prato pode se tornar um grande problema. A mão direita deve servir aos aliados e a esquerda aos inimigos.

HashiOs temidos pauzinhos têm suas próprias regras. Furar o sushi com eles é proibido, menos nos oratorios, templo budistas e shintoistas e para pessoas que já morreram. E se você não gosta

de usá-los, a maneira mais edu-cada de comer é com a mão.

SaquêDe acordo com a tradição, a pes-soa à sua esquerda deve lhe ser-vir, e você deve servir o que está à sua direita. Servir a si mesmo não é bem visto. O copo deve fi car cheio durante toda a refei-ção e ser esvasiado de um vez no campai, um brinde que signifi ca hospitalidade e atenção.

Mulher pode fazer sushi?Dizer que mulher não pode fa-zer sushi se deve ao fato que a sociedade nipônica é machista. Eles acreditavam que as mu-lheres não poderiam fazê-lo por

que sua temperatura corporal se alterava durante o ciclo mens-trual. O que poderia infl uênciar no resultado fi nal do preparo do sushi cru.

BarulhosFaz parte da etiqueta ter alguns ruídos durante o consumo de macarrão e sopa. Mas cuidado: arrotar é considerado uma falta de educação grave.

Dia do SushiDesde 1961, o japão comemora o dia do sushi no dia 1 de no-vembro.

Fontes: http://migre.me/aNJxahttp://migre.me/aS8EF

Uma cultura cheia de detalhes e tradiçõesSaiba mais... Sushis Sincréticos

Século VII

Sush

i atr

avés

do

tem

po

Século XV Século XVII Século XVII Século XVIII Século XX

Pedras passaram a ser usadas para comprimir o arroz e o peixe. Assim surgiu o primeiro sushi, o Nare zushi

O Nama Nare Zushi é criado, trata-se do Narecom um período de fermentação menor. É considerado o primeiro sushi moderno.

O Oshi Zushi, criado em Osaka, é feito com a compressão do arroz e do peixe cru em uma caixa com um peso por cima.

Hanaya Yohei, considera-do o primeiro sushiman da historia cria o tipo de sushi mais popular, o Ni-guiri zushi.

Com a globalização, o sushi se espalha e surge o Kawari zushi, feito com ingredientes não tradicio-nais no Japão.

O vinagre é adicionado ao prepa-ro do arroz para sushi pelo médico Matsumoto Yoshiichi. Isso reduziu o preparo para um dia.

Sincretismo é uma fusão de cul-turas diferentes ou a infl uência de uma nas praticas de outra. Com a globalização e a urbani-zação das cidades, esse termo passa a ser empregado para vá-rias áreas, como a alimentação. Nesse caso, um alimento estran-geiro passa a ganhar novos in-gredientes.

Segundo o antropólogo, Ger-son Oliveira, estudioso da cultura alimentar, a adaptação é inerente ao processo de recepção. “Nesse processo o grupo receptor, diga-mos assim, não é passivo diante daquilo que é incorporado. Logo, promove mudanças que visam uma melhor aceitação dos indiví-duos. A cultura receptora impri-me sua marca”. explica.

Esse sincretismo ou adapta-ções fazem parte da própria es-sência humana de querer criar algo novo a partir do que já exis-te, por meio daquilo que lhe é particular. “É um processo mar-cado pela capacidade criativa e inovadora dos indivíduos a partir dos referenciais do seu univer-so cultural, isto é, daquilo que é familiar. Não é a toa que encon-tramos o sushi de caranguejo”. acrescenta. ?o é a toa que encon-tramos o sushi de carangueijo.

O que é o sincretismo?

Saiba mais...

SOBPRESSÃO# 32 • AGOSTO / OUTUBRO DE 2012 15

Através de estudo conduzido pela Bridge Research (empresa da área tecnologica ) divulgado este ano, os jovens da geração Y (nascidos entre 1977 e 2000) possuem novos valores e com-portamentos diferentes, de-senvolvidos a partir da integra-ção da tecnologia ao cotidiano desde cedo. Aqueles que fazem parte dessa geração, muito provavelmente tem a sensação de frustração, por exemplo, ao esquecer o celular em casa, por acharem que estarão por fora de algum acontecimento.

A partir da pesquisa reali-zada pela Instituição Britânica Cranfield School of Manage-ment, 60% dos entrevistados afirmaram ser bastante vicia-dos em internet e 50% afir-maram a mesma coisa, mas em relação a seus celulares. O comportamento da estudante de economia Isabela Saboya, 22, é um reflexo desta afirma-ção. “Acho que posso perder alguma coisa muito importan-

Geração Y em busca do equilíbriote, já que as pessoas não vão conseguir falar comigo”.

Em contra partida, eis que surge em meio a esta geração, uma nova proposta, o chama-do slow movement. Sendo este exatamente o contrário do que estamos habituados. A idéia é procurar preservar hábitos que contribuam para o desacelera-mento do nosso ritmo de vida, em outras palavras, ficar um pouco off-line.

Gastar tempo cozinhando e preparando o seu próprio alimento, por exemplo, acaba sendo uma tarefa mais prolon-gada, porém nos oferece a pos-sibilidade de prestarmos mais atenção em nossa saúde, além de presenciar momentos úni-cos com pessoas queridas. Em outras palavras, desenvolver atividades como cozinhar, ler um livro ou até mesmo andar de bicicleta nos oferece uma série de benefícios prazerosos e até mesmo momentos únicos ao lado de pessoas queridas.

Para o escritor Jean Carl Honoré, foi justamente seus filhos que o fizeram perceber que sua velocidade na vida es-tava passando dos limites. “Eu sinto que estou vivendo mi-nha vida em vez de correr por ela”, conta. A experiência foi tão positiva que ele reuniu em um livro chamado “Devagar” -

Pergunta - A sensação de falta de tempo tem a ver com a tecnologia?

Resposta - A Era Digital é uma realidade. Se-jamos ou não usuários frequen-tes de toda a parafernália dispo-nível, o que não quer dizer que os benefícios da vida “analógica” es-tejam perdidos. Aliás, a diferença entre o normal e patológico nem sempre é algo simples de se esta-belecer. A administração do tem-po não é fácil nos dias de hoje. Se “tem alguma coisa a ver com a tecnologia”? Sim. A tecnologia de modo geral foi e é criada para a eficiência. Por outro lado, quan-to mais tempo “se ganha”, mais aparece o que fazer neste “tem-po”: mais trabalho, mais afazeres, mais tudo. E as cobranças são maiores, é claro! Afinal, a tecno-logia está ali para isto, para que mais se possa realizar. Voltando às diferenças individuais, é com-preensível que uns sofram mais do que outros.

De repente, a vida pode ser mais tranquila

Débora Rodrigues Psicóloga

Entrevista

Desejando resgatar um rit-mo de vida menos acelerado, e festejar tudo aquilo que é analógico, surgiu um grupo de apaixonados por criatividade e experimentalismo no mun-do da fotografia analógica, a Comunidade Lomográfica. O objetivo era impedir o desapa-recimento das pequenas câme-ras fotográficas russas Lomo LC-A, câmera que deu início ao fascínio pelas câmeras analógi-cas. A Lomografia (ou Lomo-graphy) além de uma comu-nidade, é também uma marca de câmeras experimentais que está repopularizando a moda-lidade, e representa um estilo de vida. Os seguidores com-preendem que no acaso, no borrado e no errado, podemos ver o mundo com outro ponto de vista, e percebem que mui-tas vezes está na receita que deu errado e tornou-se outro prato, a descoberta da arte, do belo de o novo.

Para se desligar um pouco de toda a tecnologia que nos cerca atualmente, a estudante de arquitetura Lia Holanda, 22, pratica yoga duas vezes por semana e possui três câme-ra analógicas - uma Olympus Trip 35mm e duas da Lomo-graphy. “As câmeras analógi-cas me atraem pelo incerto,

O ponto de vista da fotografia analógica

A estudante de arquitetura Lia Holanda se diverte com a sua câmera analógica Olym-pus Trip 35mm Foto: igor poncE

pelas imperfeições e surpresas que a fotografia analógica nos trás e que tínhamos perdido com as câmeras digitais” expli-ca ela. Para a estudante, pelo fato da câmera digital possi-bilitar tirarmos quantas fotos quisermos, acabamos não dan-do valor a cada foto e momen-to que registramos. Com a câ-mera analógica escolhemos os melhores momentos para tirar as melhores fotos, que serão reveladas e guardadas depois.

Essa modalidade vem acompanhada de alguns ri-tuais, como escolher o filme ideal, carregar a câmera, esco-lher os momentos certos para fotografar (já que os filmes só possuem 24 ou 36 poses) e colocar os filmes para reve-lar. Para Lia Holanda, esses rituais que fazem as pessoas se interessarem pela a ativi-dade “eles ajudam as pessoas a fugirem do cotidiano e da fa-cilidade que a tecnologia nos oferece, além de sempre trazer surpresas inesperadas e mos-trar que o imperfeito pode ser maravilhoso”.

O hábito de tirar fotos com câmeras analógicas, além de estimular a criatividade, convi-da a pensar em cada foto que vamos tirar. Como não sabe-mos muito bem qual vai ser o

Momento único de carinho com um gato que a estudante Isabela Saboya desfrutou, enquanto lia um livro no Parque do Cocó. Foto: roBErta dultra

resultado de cada fotografia, a ansiedade é grande, e no final é sempre uma surpresa. “Acaba que levamos um susto sempre que vamos buscar as fotos que colocamos para revelar”, conta Lia. E é nesse susto que está a magia que envolve as câmeras analógicas - o fato de não exis-tir uma receita para as fotos saírem boas, é a possibilidade de lidar com uma câmera que pode criar fotos maravilhosas ou não, é que faz com que va-lorizemos as fotos únicas que criamos à partir dela.

Até pouco tempo atrás, em

Fortaleza, tirar fotos com câ-meras analógicas era conside-rado um hobbie alternativo, que tinha apenas um pequeno grupo de fás assíduos.

Nos últimos anos, na tenta-tiva de resgatar alguns hábitos antigos e desacelerar o nosso estilo de vida, as câmeras ca-íram no gosto das pessoas, e hoje a sociedade Lomográfica conta com workshops, con-cursos e exposições em todos os cantos do mundo. Na ca-pital, ainda é raro, porém o movimento encontra-se em expansão.

Geração YOs nascidos entre 1977 e 2000, cresceram rodeados de tecno-logia e não gostam de rotina. São otimistas em relação ao futuro e comprometidos em mudar o mundo na esfera eco-lógica. Informais, ansiosos e imediatistas, adimiram a com-petência real das pessoas, e não a hierarquia.

Geração XOs nascidos entre 1965 e 1977 são politicamente apáticos, as-sumem a posição de expecta-dores da cena política. Gostam da informalidade no trabalho e buscam o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal.

Entenda as gerações X e Y

Saiba mais...

Como um movimento mundial está desafiando a cultura da velocidade (Ed Record), e que-se tonou bestseller em diversos países. A diferença, diz Hono-ré, é que ele agora tenta fazer as coisas o melhor possível em vez de fazê-las o mais rápido possível. O que não significa, de forma alguma, ter pregui-ça. “A velocidade não é um mal em si”, defende. “Temos que encontrar equilíbrio: momen-

tos de velocidade, momentos de vagareza e momentos em que você está completamente parado.”

Para quem quer tentar, ele enumera uma série de atitu-des necessárias. A primeira é eleger prioridades na vida profissional e pessoal - não dá para fazer tudo de uma vez, e é preciso aceitar isso. Dessa for-ma, sobra tempo para se con-centrar no que é importante

Giovanna Almeida e Roberta Dultra

“Viver devagar significa fazer tudo melhor e aproveitar mais. Você é mais saudável porque seu corpo tem tempo para descansar, mais produtivo no trabalho porque está relaxado, concentrado e mais criativo. E seus relacionamentos são mais fortes porque você pode dedi-car sua completa atenção para as pessoas”, defende Honoré.

Apesar de toda a tecnologia, jovens reconhecem a necessidade de preservar hábitos do slow movement, ou movimento “devagar”

SOBPRESSÃOMAIO / JUNHO DE 200816

Blogs de viagem viram tendência Com o aumento do poder

aquisitivo, brasileiros tem viajado mais e baseiam seus roteiros em dicas e sugestões de blogs de viagem

Apaixonado por viagens, An-chieta Dantas Jr. fez sua pri-meira excursão internacional em 2006 e de lá não parou mais. Já conheceu 21 países, percorrendo mais de 50 cida-des. Tanto conhecimento ad-quirido resultou no blog ‘An-darilho’, no ar desde abril de 2011. Este ano, o projeto tam-bém ganhou uma coluna se-manal na revista Siará, que circula aos domingos no jornal Diário do Nordeste.

“Desde 2006, quando saí pela primeira vez do Brasil, não parei mais de por o pé na estrada. Todos os anos traço um roteiro diferente, elabora-do por mim mesmo. Com pelo menos seis meses de antece-dência, cada detalhe é planeja-do para que a viagem saia per-feita. De lá para cá, já percorri

De turista à viajante profi ssionalmais de 50 cidades em 21 paí-ses. Assim, de tanto sair por aí e a partir das experiências que colecionei sobre o prazer que é viajar, comecei a escrever”, explica.

Motivado por questões pes-soais, ou a pedido de leitores e amigos, Anchieta procura não apenas expor suas experiên-cias de viagens em postagens, mas ajudar nas principais dú-vidas. Atualmente, o material mais acessado são os que fa-lam sobre organização. “O pes-soal pede de tudo. Há dúvidas sobre documentação, câmbio, transporte, segurança, alimen-tação, hospedagem, quanto tempo fi car, melhor época do ano para viajar para determi-nados lugares. Geralmente, o conteúdo mais acessado en-volve tudo que possa ajudar na

organização da viagem”.Serviço também é foco do

blog ‘A Janela Laranja’, cria-do em 2006, pelo fotógrafo Marcio Nel Cimatti. “A ideia era fazer um blog de fotogra-fi a, mas muita gente começou a pedir dicas da Europa na época e acabei transformando. Ele virou um blog com dicas de viagem e muita fotogra-fi a”, conta Marcio que já mo-rou em Sydney e Amsterdam. Atualmente, as postagens mais visitadas são aquelas que fa-lam sobre dicas de viagem com crianças, os “testes” feitos nos hotéis, Flórida,e principal-mente, dicas sobre a Europa em geral. Marcio ainda é um dos fundadores da Associação Brasileira de Blogs de Viagens (ABBV). “Com o aumento sig-nifi cativo do número de blogs de viagem e sua infl uência na tomada de decisão dos leitores, a ABBV se tornou de suma im-portância para ajudar a cons-truir os parâmetros de profi s-sionalização”.

Marcio Nel Cimatti, escreve para o blog Janela Laranja Foto: arquivo pEssoal

Andarilho: http://blogs.diariodonordeste.com.br/andarilho/A janela laranja: http://www.ajanelalaranja.com/Matraqueando: http://www.matraqueando.com.br/Viaje na viagem: http://www.viajenaviagem.com/

Sites

Londres, onde o moderno e o antigo se misturam. Foto: arquivo pEssoal Villa la Angostura, águas cristalinas no oeste da Argentina. Foto: arquivo pEssoal Cerro Campanário, vista para o lago Nahuel Huapi, Bariloche. Foto: arquivo pEssoal

Anchieta Dantas Jr. blogueiro que já conheceu 21 países Foto: arquivo pEssoal

Lara Brayner e Natália Alcântara

É cada vez mais comum a uti-lização de blogs de viagem na hora de montar o roteiro das férias. De acordo com uma pesquisa feita pelo Ministério do Turismo em 2009, 39% dos brasileiros que viajam regu-larmente usam a internet para buscar informações na hora de planejar uma viagem. Os da-dos mostram ainda que apenas 18,4% recorrem a agências, re-vistas, guias turísticos, jornais e televisão. Outra pesquisa, realizada pela Comscore, em-presa de mediação digital, re-gistrou a presença de 16,5 mi-lhões de brasileiros nos sites de Turismo em julho de 2012, 18% a mais que em 2011.

Para muitos, o que era ape-

nas um diário de viagens vir-tual, acabou se tornando uma rede de trocas de informações sobre destinos, passagens áre-as e trocas de experiências en-tre os apaixonados por rodar o mundo. O administrador de empresas Fabien Haffar, 25, enfatiza a importância dos blo-gs na hora de escolher o roteiro para sua viagem. “Geralmente pessoas que escrevem em blo-gs já passaram pelo local, tem dicas e sugestões de lugares e impressões reais. Gosto de ler sobre o assunto adaptando ao meu perfi l”. Apesar de afi rmar que não recorreria a agências de viagens por gostar de criar seu próprio roteiro, o jovem que costuma viajar com frequ-ência, acredita ser uma boa op-ção para pessoas mais acomo-dadas. “Não procuraria uma agência porque tenho prazer em escolher cada detalhe do roteiro, mas acho que é boa opção, principalmente para os mais receosos na confi abilida-de da internet”, concluiu.

Ganhando cada vez mais

mercado, muitos blogueiros se profi ssionalizaram e pas-saram a viver do seu blog. A credibilidade, o tom pessoal das informações, a seriedade, o compromisso e a possibilida-de de interação, tornaram in-gredientes necessários na hora de atrair leitores. Entretanto, a prática de postagens pagas ainda é mal vista por alguns. “Os blogs deveriam ser idône-os, até porque toda relação se baseia na boa-fé, então aca-bam iludindo os consumidores com reportagens ‘vendidas’”, afi rma o estudante de direito Guto Gama, 28. Recentemen-te, foi criada pela Rede Brasi-leira de Blogueiros de Viagem (RBBV) uma carta com diretrizes sobre o relacionamento entre bloguei-ros e empre-sas, de forma a garantir a integridades dos profi ssio-nais indepen-dentes.

A internet pode ser uma grande aliada para quem deseja conhe-cer novos lugares. Um mundo de informações sobre passa-gens, promoções, hospedagens que devem ser analisadas com bastante atenção para tor-narsua viagem cada vez mais inesquecível.

1°Passo: Estude seu destinoEntre nos fóruns, blogs e sites especializados para conhecer o lugar.

2°Passo: Pesquise sobre hospedagemExistem diversos sites disponíveis para reservar hotéis, albergues ou apartamentos.

3°Passo: Compare valores de passagens aéreasVocê pode ligar para seu agente de viagens ou ir procurando de site em site.

Planejar com bastante antecedên-cia vale muito em uma viagem bem sucedida!

Saiba mais...

Como montar sua viagem