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IVO MARTINS GUERRA
UTILIZAÇÃO DE SISTEMA DE INFORMAÇÃO HOSPITALAR. ESTUDO DE CASO:
HOSPUB NO HOSPITAL GERAL DE VILA PENTEADO
Dissertação apresentada ao curso de Pós-
Graduação da Faculdade de Ciências
Médicas da Santa Casa de São Paulo para
obtenção do título de Mestre em Saúde
Coletiva.
SÃO PAULO 2006
Livros Grátis
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IVO MARTINS GUERRA
UTILIZAÇÃO DE SISTEMA DE INFORMAÇÃO HOSPITALAR. ESTUDO DE CASO:
HOSPUB NO HOSPITAL GERAL DE VILA PENTEADO
Dissertação apresentada ao curso de Pós-
Graduação da Faculdade de Ciências
Médicas da Santa Casa de São Paulo para
obtenção do título de Mestre em Saúde
Coletiva.
Área de Concentração: Saúde Coletiva
Orientador: Prof. Dr. Nelson Ibañez
SÃO PAULO 2006
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CITAÇÃO
...um dia descobrimos que apesar de viver quase 100 anos, esse tempo todo não é
suficiente para realizarmos todos os nossos sonhos, para dizer tudo o que tem de ser dito...
O jeito é: ou nos conformamos com a falta de algumas coisas na nossa vida ou lutamos
para realizar todas as nossas loucuras...
Mário Quintana
4
DEDICATÓRIA
Aos meus pais Izaura e Vitalino
A todos os meus filhos
À minha querida esposa Cecília pela paciência
5
AGRADECIMENTOS
Ao Dr Nelson Ibañez, pela atenção e colaboração prestada.
À Edward Ribeiro Gerth, amigo e incentivador de todas as horas e
momentos.
À Célia Novaes e Sueli Rossini do Hospital Geral de Vila Penteado
pela atenção e apoio.
Aos meus filhos Tiago e Nayara, que muito me ajudaram nesta
empreitada.
A todos que não mencionei, mas que, de alguma forma estiveram ao
meu lado neste trabalho.
6
RESUMO
Introdução – A informatização hospitalar é um dos objetivos mais perseguidos
pelas administrações hospitalares seja de natureza pública ou privada. Lidar com
dados de atendimento ambulatorial, de internação, valores de insumos básicos,
custo de materiais, enfim estatísticas gerais sem o apoio mínimo de ferramentas
computacionais parece algo irreal nos tempos de hoje, em que a informatização
abrange vários setores da economia. Hospitais públicos são considerados
instituições que prestam serviços de saúde essenciais ao público em geral. Estas
instituições inserem-se num contexto maior onde a municipalização dos serviços de
saúde vem acompanhada de uma maior autonomia e responsabilidade pela
gerência dos recursos econômico-financeiros limitados, frente às necessidades cada
vez ilimitadas dos usuários SUS. Nesse sentido, a informatização é vista como
apanágio da gestão administrativa hospitalar na busca do equilíbrio econômico-
financeiro, na gestão dos recursos escassos frente à missão da assistência médica.
Objetivo - Avaliar utilização, aderência, eficácia e satisfação do SIH HOSPUB frente
à gestão hospitalar do Hospital Geral de Vila Penteado. Metodologia – Estudo de
caso, com aplicação de questionários, entrevistas semi-estruturadas e levantamento
de dados secundários, e com ênfase na compreensão do conjunto e dos casos
individuais que o integram, a partir da observação da realidade, desenvolvendo a
lógica indutiva. Resultados – Os usuários consideraram o aplicativo HOSPUB bem
implantado e treinado, fácil de ser utilizado, mas com vários problemas de
atualização e erros de programação que impedem uma melhor utilização. Os
entrevistados consideraram positiva a implantação do sistema, mas o consideram
limitado e atrasado, e que é mais utilizado na área administrativa e não, na gestão
hospitalar. Considerações finais - Hoje, para o Hospital Geral de Vila Penteado, um
hospital público com uma adequada organização administrativa, boa infra-estrutura
de informática, registro de dados assistenciais fragmentados, apontamentos
manuais de custos; requer um sistema que atenda a outras necessidades. Por
exemplo, integração de todos os envolvidos na prestação de serviço, com relatórios
e indicadores em tempo real, e nesse sentido, portanto, o HOSPUB atual não pode
ser considerado uma opção para gestão hospitalar.
7
ABSTRACT
Introduction - Digital information is one of the more pursued objectives by the
hospital administration, in public or private sector. To deal with clinical data,
internment, values of basic issues, cost of materials, in short general statisticians
without the minimum support of computational tools seem something unreal
nowadays, where a lot of sectors of the economy are digital. Public hospitals are
considered institutions that give essential services of health. These institutions are
inserted in a bigger context where the decentralization of the health services comes
associated with more autonomy and responsibility for the management of limited
economic-financial resources, in comparison of each time more limitless necessities
of SUS users. In this direction, digital information seems as mark of the hospital
administrative management in search of the economic-financial balance, in the
management of the scarce resources on the mission of the medical assistance.
Objective - To evaluate the use, tack, effectiveness and satisfaction of SIH HOSPUB
based in the hospital management of the General Hospital of Combed Village.
Methodology - Study of case with emphasis in the understanding of the set and
individual cases that integrate it, based in observation of the reality developing the
inductive logic. Results - The users had considered well implanted and trained the
application HOSPUB, easy of being used, but it has some problems of update and
programming errors that hinder one better use. The interviewed ones had considered
positive the implantation of the system, but they consider it limited, used more for the
register of the procedures of the hospital assistance and don’t to hospital
management. Final comments - Today, for a public hospital with pretension of
organization and register of all hospital information, with storage and recovery of
images, clinical data, pointed costs, integration of all processes involved in the
services, reports and pointers in real time, the HOSPUB cannot be considered as an
option of management and administration hospital system.
8
ÍNDICE
1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................11
2 OBJETIVOS .............................................................................................................22
2.1 Objetivo Geral ....................................................................................................22
2.2 Objetivos Específicos ......................................................................................22
3 METODOLOGIA ................................................................................................. 23
3.1 Procedimento Metodológico ............................................................................24
3.2 Etapas da Pesquisa .........................................................................................25
3.3 Material Levantado ..........................................................................................25
4 RESULTADOS ................................................................................................... 28
4.1 Caracterização da Instituição HGVP .................................................................29
4.2 Caracterização do Processo de Implantação do HOSPUB................................39
4.3 Avaliação dos Módulos do HOSPUB a Partir da Percepção dos Usuários .......43
4.4 Avaliação do HOSPUB como Instrumento de Gestão........................................52
5 DISCUSSÃO....................................................................................................... 74
5.1 HOSPUB no HGVP ..........................................................................................74
5.2 A Tecnologia da Informação e a Gestão Hospitalar .........................................76
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 80
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 86
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA .................................................................................. 90
ANEXOS – QUESTIONÁRIOS, ROTEIRO DE ENTREVISTAS E QUESTÕES........................ 92
9
LISTA DE SIGLAS, ABREVIATURAS, FIGURAS, QUADROS E TABELAS
AIH Autorização de Internação Hospitalar
BE Boletim de Emergência
BEC Bolsa Eletrônica de Compras
CCIH Comissão de Controle de Infecção Hospitalar
CEO Chief Executive Officer
CFT Comissão de Farmácia e Terapêutica
CID10 Código Internacional de Doenças – Volume 10
COREN Conselho Regional de Enfermagem
CRM Conselho Regional de Medicina
CRO Comissão de Revisão de Óbitos
CRPM Comissão de Revisão de Prontuários Médicos
CT Contrato
FAA Ficha de Atendimento Ambulatorial
FAT Fundação de Apoio à Tecnologia
FATEC Faculdade de Tecnologia
FUNPAR Fundação da Universidade Federal do Paraná
GTGH Grupo Técnico de Gerenciamento Hospitalar
HOSPUB Sistema Integrado de Informatização de Ambiente Hospitalar
HGVP Hospital Geral de Vila Penteado
INTRAGOV Infra-Estrutura de Comunicação do Governo do Estado de São Paulo
MS/DATASUS Ministério da Saúde / Departamento de Informática do MS
NE Nota de Empenho
NIH Núcleo de Informação Hospitalar
NL Nota de Lançamento
10
OB Ordem Bancária
OSS Organização Social de Saúde
PD Pedido de Desembolso
PRODESP Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo
RIC Registro de Identificação Civil
SAME Serviço de Arquivo Médico e Estatística
SECOL Sistema de Elaboração e Controle de Licitações
SES Secretaria de Estado da Saúde
SESMT Serviço Especializado de Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho
SI Sistema de Informação
SIA Sistema de Informação Ambulatorial
SIH Sistema de Informatização Hospitalar
SIA/SUS Sistema de Informações Ambulatoriais do Sistema Único de Saúde
SIADT Sistema de Apoio à Diagnose e Terapia (Laboratórios)
SIAFEM Sistema de Administração Financeira para Estados e Municípios
SIAFÍSICO Sistema Integrado de Informações Físico-Financeiras
SICEC Sistema de Gerenciamento de Centro Cirúrgico
SIGAE Sistema de Gerenciamento de Unidades Ambulatoriais Especializadas
SIGEO Sistema de Informações Gerenciais da Execução Orçamentária
SIGHO Sistema de Gerenciamento Hospitalar (Internação e Alta)
SIGUE Sistema de Gerenciamento de Unidades de Emergência
SINAT Sistema de Gerenciamento Perinatal
SSAME Sistema de Gerenciamento de Arquivo Médico
SUS Sistema Único de Saúde
US Unidade de Saúde
11
UTI Unidade de Terapia Intensiva
XML eXtensive Markup Language
FIGURA 1 Organograma HGVP e o Referencial Teórico................................52
QUADRO 01 Quantidade de usuários HOSPUB.............................................25
QUADRO 02 Organograma do HGVP.............................................................29
QUADRO 03 Relação dos Sistemas de Informação do HGVP........................35
QUADRO 04 Cronograma de Implantação do HOSPUB.................................40
QUADRO 05 Indicadores Hospitalares HGVP.................................................67
TABELA 1 Freqüência de usuários HOSPUB por módulo...........................41
TABELA 2 Freqüência de horas do treinamento HOSPUB.........................42
TABELA 3 Tempo de Serviço dos Usuários HOSPUB ...............................44
TABELA 4 Cargo e Função dos Usuários HOSPUB....................................44
TABELA 5 Freqüência de Acesso Diário por Cargo e Função dos
Usuários.....................................................................................45
TABELA 6 Facilidade de Uso do HOSPUB por
Módulo.................................47
TABELA 7 Avaliação da Agilidade do HOSPUB por
Módulo.........................47
TABELA 8 Nota de Avaliação Geral do HOSPUB.......................................50
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1 INTRODUÇÃO
Quer, como o sociólogo Marcuse ou a novelista Simone de Beauvouir, vejamos a tecnologia primordialmente como uma forma de escravização e destruição humana, quer, como Adam Smith e Karl Marx, a enxerguemos como força libertadora, todos estamos envolvidos por ela. Independentemente de quanto o desejemos, não podemos escapar de seus impactos no dia-a-dia de nossas vidas, nem dos dilemas morais, sociais, econômicos com os quais ela nos confronta. Podemos amaldiçoá-la ou abençoá-la, mas nunca podemos ignorá-la. (1).
A busca da informatização hospitalar é uma das metas mais perseguidas pelas
administrações hospitalares seja de natureza pública ou privada. De fato lidar com
dados de atendimento ambulatorial, de internação, valores de insumos básicos,
custo de materiais, enfim estatísticas gerais, sem o apoio mínimo de ferramentas
computacionais parece algo irreal nos tempos de hoje, já que a informatização
abrange vários setores da economia.
Como prestadoras de serviço de relevância social, também as instituições
hospitalares públicas estão atentas ao desenvolvimento tecnológico, mesmo porque
o crescente uso da Tecnologia da Informação (TI) atua como uma verdadeira
revolução na gestão administrativa mundial (2). Contudo, para Tachinardi (3) “a
questão não é mais se as Tecnologias de Informação vão ser necessárias para a
medicina ou a Saúde em geral, e sim como este processo vai se desenvolver”.
A informatização, composta de sistemas de informação (software) e
equipamentos (hardware), é vista como apanágio da gestão administrativa
hospitalar, para descobrir excessos e desvios, melhorar a ação administrativa
igualando recursos para todas as áreas. Não é mais possível gerir uma unidade
hospitalar que tem responsabilidades sociais, sem sistemas de informação. Com
efeito, segundo Coelho (4).:
Cada vez mais, é impossível pensar-se na operação de um hospital, ou mesmo de uma clínica especializada, sem o uso disseminado da Informática como ferramenta de Informação, inteligência, Integração e Controle. O hospital é uma das organizações mais complexas que existem e o universo das informações que precisam ser gerenciadas é imenso, cobrindo desde informações sobre os pacientes até os aspectos administrativos propriamente ditos. A informatização de um hospital não é uma tarefa fácil, principalmente quando o seu objetivo principal é integrar, através de computadores, todos os aspectos referentes às atividade-meio e às atividades-fim
13
O tema informatização nos remete a duas questões centrais na revisão da
literatura, uma referente à especificidade das organizações hospitalares e outra às
características dos sistemas de informação.
Primeiramente, o estudo científico das organizações remonta o início do século
XX, a escola dos “princípios da administração”, patrocinada por Henri Fayol, que
divulgou suas idéias em 1916 e estava preocupada, principalmente, com a
autoridade formal, isto é, com o papel da supervisão direta na organização.
Frederick Taylor liderou o movimento da “Administração Científica” cuja
principal preocupação era a programação do conteúdo do trabalho operacional
(tempos e movimentos), enquanto que, na Alemanha, Max Weber, escrevia sobre as
estruturas “burocráticas”, em que as atividades eram formalizadas por regras,
descrições de tarefas e treinamento (5).
Com a publicação da série de experimentos conduzidos juntos aos operários da
Western Eletric na fábrica Hawthorne, em 1939 sob a liderança de Elton Mayo,
percebeu-se a presença de estruturas informais de relacionamento, levando à
criação de uma terceira escola, originalmente denominada de “relações humanas” (6).
Por mais de 50 anos essas escolas tradicionais dominaram a literatura sobre a
teoria da administração. As administrações clássica, científica e de relações
humanas classificam a organização em estruturas formais de trabalho, como o
organograma. As estruturas de sistema de informações com entrada,
processamento e saída, baseado em tecnologia computacional e em sistemas
informais de relacionamento (rádio-peão, rede de fofocas, diz-que-diz), que
independem da tecnologia de informação, atuam nesse mesmo ambiente. Na última
década vários estudos demonstraram que essas estruturas formais e informais estão
mais entrelaçadas e, freqüentemente, indistinguíveis, ou seja, nas organizações
existem “constelações de trabalho e poder” invisíveis, mas plenamente ativas. (7).
Desenvolvido nos anos 50 e 60, a partir de estudo e inspiração do biologista
Ludwig von Bertalanffy, o “enfoque sistêmico” metáfora de considerar as
organizações como se fossem organismos vivos fundamentou o principio de que
14
as organizações, tal como ‘organismos vivos’, estão ‘abertas’ ao meio ambiente que
as cerca(8).
Outro aspecto do enfoque em sistemas abertos é que as organizações são
como caixas chinesas, isto é, sempre há conjuntos dentro de conjuntos. Dessa
forma, organizações possuem indivíduos que pertencem a grupos ou departamentos
que também pertencem a divisões maiores e assim por diante.
Esta concepção pode ser resumida, na definição de Morgan (9), que
“organizações são sistemas abertos que necessitam de cuidadosa administração
para satisfazer e equilibrar necessidades internas, assim como para adaptar-se a
circunstâncias ambientais”.
Os sistemas e fluxos de informação (formais e informais) são estruturados para
capturar e dirigir os inter-relacionamentos das diferentes partes da organização.
Esses fluxos e relacionamentos são forçosamente lineares na forma, com um
elemento posicionando-se após outro. Em decorrência, às vezes, torna-se muito
difícil descrever a estrutura de organizações exclusivamente por palavras, devendo
ser complementada por imagens para mostrar as diferentes formas, fluxos e inter-
relacionamentos. (10)
Num diagrama organizacional podem-se considerar as diferentes partes e
pessoas que a compõem, tendo em sua base os operadores, executores do trabalho
básico de prestar serviços ou fabricar produtos, formando o Núcleo Operacional que,
em organizações simples, são auto-suficientes.(11)
À medida que as organizações crescem e adotam uma divisão mais complexa
do trabalho, a necessidade de supervisão direta aumenta. Torna-se obrigatória a
presença de um gerente em tempo integral situado, além dos operadores, na
posição denominada Cúpula Estratégica encarregada de assegurar que a
organização cumpra sua missão de modo eficaz, atendendo às necessidades de
quem as controla. Assim sendo, uma Linha Intermediária é criada, uma hierarquia de
autoridade que liga o Núcleo Operacional à Cúpula Estratégica. (12)
15
A organização pode aumentar a padronização com o propósito de coordenar os
trabalhos e, esta padronização é transferida para um grupo de pessoas designadas
analistas, que formam a Tecnoestrutura que está excluída da linha de autoridade,
unificando todos os possíveis processos de trabalhos em todos os níveis.
O desenho dessa organização é considerado por Mintzberg como Burocracia
Profissional, e cita como exemplo as organizações hospitalares, de engenharia, de
advocacia, de auditores, de professores, etc.
Com efeito, um hospital, seja ele público ou privado, tem as características de
uma Burocracia Profissional onde os profissionais do Núcleo Operacional tem
grande poder e autonomia, pois seu trabalho é bastante complexo para ser
supervisionado ou padronizado e também requer grande experiência (13).
Quanto a segunda questão, lembramos que o termo informática (informatique)
foi proposto por Philippe Dreyfus em 1962, à Academia Francesa e aceito em 1966,
passando oficialmente:
“[…] a identificar a ciência do tratamento racional, especialmente através de máquinas eletrônicas automáticas (computadores), das informações consideradas como suporte dos conhecimentos humanos e das comunicações dentro do domínio da Tecnologia, Economia e Sociologia” (14).
Conforme Laudon (15), informação é um dado que tem significado ou utilidade
para organização, já a Tecnologia da Informação é o conjunto de recursos não
humanos (hardware e software) dedicados ao armazenamento, ao processamento e
à comunicação da informação e ao modo, pelos quais esses recursos são
organizados em um Sistema de Informação.
Segundo Jacob(16):
Um sistema informatizado e integrado de gestão hospitalar é composto por diversos subsistemas que abrangem todas as operações e ações do hospital, de modo a fornecer as informações necessárias ao gerenciamento e atendimento de pacientes, buscando sempre fazer cumprir a missão da instituição.
16
Ainda segundo Laudon, as características de um sistema de informações são
as seguintes:
� Podem ser definida como um conjunto de componentes inter-relacionados
que coleta (ou recupera), processa, armazena e distribui informações destinadas à
apoiar a tomada de decisões, à coordenação e ao controle de uma organização;
� Apóiam-se em estruturas formais de entrada, processamento e saída de
dados, diferentemente de sistemas informais (“rádio peão”) que não são
estruturados e independem de equipamentos computacionais, utiliza tecnologia de
computação para processar dados brutos e transformá-los em informações, em
conhecimento;
� São necessários para otimizar os fluxos de informação e de conhecimento
dentro da organização. Além de proporcionar maior produtividade a TI, é muito
importante para a prosperidade e sobrevivência das organizações;
� Colocam à disposição do gestor uma grande variedade de informações
organizacionais. Do mesmo modo que o ser humano, as organizações podem criar
mecanismos de “aprendizagem organizacional” a partir de tentativa e erro, medição
de atividades planejadas e análise das informações (dados) incorporada;
� Podem promover a aprendizagem organizacional capturando, codificando
e distribuindo conhecimento. Uma vez coletado e organizado, pode ser reutilizado
muitas vezes. Ao proporcionar o conhecimento de soluções ou métodos de
resolução de problemas a organização “apreende” e aperfeiçoa a gestão
administrativa.
Assim sendo, as organizações hospitalares, públicas e privadas se defrontam
com a gestão e administração dessas Burocracias Profissionais, com suporte de
sistemas de informação para gerenciá-las, conforme o ensinamento de Drucker (17):
Mas as próprias instituições “sem fins lucrativos” sabem que necessitam ser gerenciadas exatamente porque não tem “lucro convencional”. Elas sabem que precisam aprender como utilizar a gerência como ferramenta para que esta não as domine. Elas sabem que necessitam de gerência para que possam se concentrar em sua missão.
17
Hospitais públicos são considerados instituições sem fins lucrativos e que
prestam serviços de saúde essenciais ao público em geral. Essas instituições estão
18
Para Mirabile (21), competência é um conhecimento, habilidade, aptidão ou
característica associada, como resolução de problemas, pensamento analítico ou
liderança. E para Cabrera (22), todo profissional precisa desenvolver um conjunto de
competências [...] que poderiam ser divididas em três grupos: competências
interpessoais, competência em comunicações e competência para utilizar
tecnologia.
Para Motta (23) os bons dirigentes, na perspectiva do senso comum, são
pessoas hábeis no manejo da autoridade, capazes de tomar boas decisões em seu
campo profissional, conhecedoras dos procedimentos técnicos e burocráticos da
empresa em que vão atuar.
Segundo Mintzberg, o profissional médico tem duas tarefas básicas: categorizar
as necessidades (diagnóstico) e aplicar/executar a expertise. Ainda segundo o autor,
num hospital os profissionais do Núcleo Operacional não apenas controlam seu
próprio trabalho, mas também procuram o controle coletivo das decisões
administrativas que o afetam (24). Alguns gostam de descrevê-las como pirâmides
invertidas com os operadores no topo e os administradores abaixo para servi-los.
Souza e Portes (25) em estudos de informatização de grandes hospitais
observaram que existiam diferentes níveis de aceitação das novas ferramentas
computacionais em cada área organizacional. Concluíram que, o ponto de vista
médico é o menos positivo, sendo eles os que apresentam certa resistência à
implantação de sistemas informatizados em relação aos técnicos de informática e
administradores.
Médicos tendem a manifestar negativismo, principalmente, porque consomem,
inicialmente, tempo e paciência ao acessar e armazenar dados dos pacientes (26). De
acordo o estudo de Nohr et al (27), as mudanças foram consideradas difíceis pelos
médicos, pois relatam que há uma curva de aprendizado lenta em relação ao
sistema.
Para Gonçalves(28):
“[…] os crescentes problemas nos hospitais brasileiros são em suas maiorias decorrentes do modelo praticado de gestão administrativa. Quando tratado como empresa, o hospital exige que seu gestor atue de forma coerente, divorciando-se por completo de quaisquer
19
improvisações e amadorismo só assim assumirá uma postura profissional integral”.
Cada vez mais o conceito de eficiência e eficácia vem prevalecendo nos
estabelecimentos de saúde, independentemente se ele é de gestão pública ou
privada. E nesse aspecto a importância dos sistemas de informação, controle de
custos e gestão operacional conduzem para a obtenção de melhor qualidade da
atenção à saúde. (29)
Para Afonso José de Matos (30) eqüidade e eficiência são princípios
fundamentais para o aprimoramento do sistema hospitalar, e apesar destes
conceitos não serem específicos da saúde, são básicos para a economia da saúde.
Os hospitais como empresa prestadora de serviços de assistência médica deve ficar
atenta ao equilíbrio econômico-financeiro como uma necessidade de melhor gerir os
recursos escassos frente a sua missão de assistência médica.
Ainda segundo o autor, as condições impostas pelo mercado estão
permanentemente apontando para necessidade de melhores práticas e padrões de
eficiência na utilização dos recursos alocados às atividades operacionais. Para que
o exercício da gestão assegure o alcance de níveis de desempenho adequados, o
Hospital não poderá prescindir de informações de custos qualificadas como
gerenciais, ou seja, que contribuam efetivamente para o processo de avaliação e
tomada de decisão.
Numa organização sem fins lucrativos, o mais importante a ser feito é
organizar-se ao redor da informação e da comunicação, ao invés da hierarquia.
Nessa instituição todos, sem exceção, devem ter responsabilidade pela informação (31).
Ainda que haja pouca disseminação da produção de informações gerenciais
nas instituições de saúde, o envolvimento do principal gestor, (o médico-
administrador) aquele que tem o efetivo exercício da gerência das diferentes áreas,
é fundamental e vital para a gestão da instituição de saúde, pois possibilita ao
dirigente maior segurança diante dos desafios e das dificuldades. A ausência de um
sistema de gestão e a correspondente mensuração de resultados não propiciará as
condições mínimas pertinentes às decisões relativas às negociações de preços de
20
serviços, às mudanças no mix das operações e à avaliação de eventuais novos
investimentos.(32)
Uma organização que executa continuamente a auto-avaliação do seu sistema
de gestão, tomando como base comparativa os modelos referenciais de excelência,
e implementa melhorias ou inovações em suas práticas gerenciais, tem mais
condições de atingir e manter o nível de excelência do desempenho.(33)
Numa gestão baseada em processos e em informações, o desenvolvimento de
sistema de gestão organizacional voltado para o alto desempenho requer
identificação e análise de todos os processos. O conhecimento adquirido por meio
das informações é retido pela organização para que possa funcionar de maneira
mais ágil e independente. Quando a organização dispõe de sistemas estruturados
de informação desenvolve métodos de comparação de práticas e de análise crítica,
torna-se capaz de introduzir inovações ou melhorias mais rápidas e toma decisões
mais eficazes(34).
Tanto os hospitais privados como os públicos têm características e
peculiaridades complexas com relação à informatização, organização administrativa,
sistemas de informação e desenvolvimento tecnológico. Enquanto os primeiros têm
certo grau de autonomia da cúpula administrativa, e podem buscar melhorar os
resultados implantando sistemas de informações, os hospitais públicos, tiveram
implantação de sistemas de informação tardiamente, tanto por regras público-
burocráticas como por escassez de recursos orçamentários e financeiros.
De fato, ao final de 12 anos de uma contínua administração pública estadual no
Estado de São Paulo, em levantamento interno (Anexo IV) junto a 44 hospitais
públicos e instituições assistenciais de administração direta temos 20 hospitais sem
sistemas de informação. Os motivos dessa lacuna são vários e começam pela falta
de recursos orçamentários e humanos, alternativas frustradas, ausência de carreira
de informática, feudalização das Unidades Hospitalares, excessiva centralização e
monopolização das soluções na Cia. de Processamento de Dados de São Paulo e
principalmente falta de uma política de Estado.
21
Por outro lado, os novos hospitais de administração das Organizações Sociais
de Saúde todos possuem sistemas de informação hospitalar.
Todavia, em relação aos hospitais públicos, surge a partir de 1995, uma
alternativa nacional criada pelo Ministério da Saúde para informatização hospitalar: o
Sistema Integrado de Informatização de Ambiente Hospitalar (HOSPUB), um
sistema público, distribuído sem custo de licença ou de manutenção.
O HOSPUB está implantado no Hospital Geral Vila Penteado, e nos seguintes
hospitais: Regional Sul, Vila Nova Cachoeirinha, São Mateus, Conjunto Hospitalar
Sorocaba e Pe. Bento de Guarulhos, todos vinculados à Secretaria de Estado da
Saúde de São Paulo.
A intenção da escolha do Hospital Geral de Vila Penteado para este estudo se
deve ao fato de que ele é um hospital público estadual com histórico de bons
resultados na assistência hospitalar, ser referência no uso de sistemas de
informação e software livre e, pela continuidade da gestão administrativa desde sua
inauguração.
No sentido que os SIH são implantados e operacionalizados para coleta de
dados e para suporte em relação à tomada de decisão, este estudo objetiva verificar
como a ferramenta HOSPUB é utilizada pelos diversos usuários, como auxilia e
altera o processo de gestão, quais os pontos de controle utilizados, as eventuais
falhas do instrumento.
Por outro lado o estudo visa também avaliar as necessidades do administrador
para dirigir a instituição, em que grau é utilizado o HOSPUB fui utilizado para tomada
de decisões pelos diferentes dirigentes no dia-a-dia da administração hospitalar
pública.
A relevância desse trabalho é dada pelos poucos estudos que avaliam os
resultados pós-informatização hospitalar. A maioria dos trabalhos publicados
ressalta o impacto e a importância da informatização, mas não analisa a utilização
das informações geradas para a administração hospitalar.
22
Esse trabalho pretende discutir as dificuldades da implantação de sistemas
informatizados, e, também, as possibilidades de um SIH contribuir na gestão e na
administração de um ambiente hospitalar.
Com isso, esse estudo de caso visa em última instância colaborar para uma
visão analítica da implantação do HOSPUB, e gerar subsídios para compreensão
dos fatores intervenientes na implantação de sistemas de informatização hospitalar
pública.
23
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
O objetivo principal desse trabalho é avaliar o grau de utilização, aderência,
eficácia e satisfação do HOSPUB frente à gestão hospitalar do Hospital Geral de
Vila Penteado.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1. Caracterizar a estrutura do Hospital Geral Vila Penteado, com ênfase ao
seu processo de informatização;
2. Identificar os fatores condicionantes relacionados à estrutura hospitalar e
aos processos de utilização dos sistemas de informações hospitalares, por meio da
percepção de usuários e dirigentes;
3. Identificar o grau de adequação dos sistemas informatizados quanto às
necessidades de gestão hospitalar.
24
3 METODOLOGIA
O presente estudo utiliza como metodologia central o estudo de caso
realizado no Hospital Geral Vila Penteado “Dr. José Pangella” com ênfase na
compreensão do conjunto e dos casos individuais que o integram, a partir da
observação empírica desenvolvendo a lógica indutiva.
Podem-se estabelecer diferenças entre tipos de avaliação utilizando vários
critérios, tais como o tempo de sua realização e os objetivos procurados, quem as
realiza, a natureza que possuem, a escala que assumem e a que alçada decisória
são dirigidas.(35).
Este estudo encaixa-se em relação ao tempo numa classificação ex-post na
medida em que avalia processos e impactos de um projeto já executado e em
andamento. Segundo Contreras(36) a avaliação de processos olha para frente
para as correções ou adequações enquanto que a avaliação de impacto olha para
trás se o projeto funcionou ou não descobrindo suas causas. A primeira
procura afetar as decisões cotidianas e operativas; por outro lado, a última dirige-se
para fora, além do projeto, sendo utilizável para decidir sobre sua eventual
continuação, para formular outros projetos futuros e, enfim, para tomar decisões
sobre política. Isto faz com que os usuários da avaliação também sejam diferentes:
enquanto em um caso serão os próprios funcionários que administram o projeto
(dirigentes do Hospital Geral de Vila Penteado), no outro serão autoridades do
projeto ou inclusive aqueles que têm capacidade de decidir orientações mais gerais
(dirigentes do MS/DATASUS).
Quanto à magnitude do projeto, esta avaliação pode ser considerada de
pequeno porte, sendo seguida uma estratégia basicamente qualitativa. A ênfase é
dada à compreensão do conjunto e dos casos individuais que o integram. A
consideração dos casos adquire sentido dentro do contexto em que se inserem (37).
Nos projetos pequenos, a lógica de avaliação é indutiva. A partir da
observação da realidade o avaliador julga o projeto como um todo (sem desagregá-
lo em dimensões ou componentes). Os objetivos supõem hipóteses de caráter geral,
que não admitem a rigorosa especificação própria dos grandes projetos. Pelo
25
contrário, nesta avaliação tentar-se-á encontrar convergências nos valores, atitudes
e comportamentos do grupo focal e construir, a partir disso, hipóteses em que sejam
incluídos.
Nos projetos pequenos parte-se da realidade global, procurando entender o
projeto através das articulações que os indivíduos geram no tecido social do grupo
ou comunidade (38). A localização do avaliador está no próprio projeto. Neste caso, o
propósito é a compreensão global, porque a lógica, o traçado e as técnicas que são
derivadas deste exigem uma interação permanente ou muito prolongada do
avaliador com o grupo objetivo. Esta revisão metodológica constitui o referencial
para o modelo de análise proposta para o trabalho.
3.1 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO
A pesquisa utilizou 4 procedimentos metodológicos a saber:
1) Pesquisa bibliográfica sobre o tema, definindo um referencial teórico para
estrutura e análise baseado num modelo de burocracia profissional desenvolvida por
Mintzberg (39), considerando as especificidades das 5 áreas que constituem a
estrutura hospitalar;
2) Obtenção de dados primários por meio da aplicação de questionário semi-
estruturado para os usuários dos diferentes módulos do HOSPUB, (Questionário –
Anexo I). Este procedimento visou caracterizar a percepção quanto aos seguintes
aspectos: forma de implantação, treinamento, grau de facilidade, agilização do
trabalho, uso de relatórios, falhas, críticas e problemas gerais do sistema;
3) Realização de entrevistas semi-estruturadas com dirigentes hospitalares
selecionados a partir da posição ocupada na organização segundo referencial
teórico, dirigentes do Datasus/SP e implantadores do sistema;
4) Levantamento de dados secundários visando caracterização da estrutura
hospitalar, descrição da estrutura de informática (sistemas utilizados, pontos de
rede, quantidade de micros, quantidade de usuários HOSPUB) e identificação de
Relatórios Gerenciais utilizados.
26
3.2 ETAPAS DA PESQUISA
A pesquisa desenvolveu as seguintes etapas de trabalho:
• Visita ao Hospital para identificação e observação dos aspectos
relacionados à informatização, e coleta de dados relacionados;
• Seleção do pessoal a ser aplicado o questionário;
• Elaboração de questionários semi-estruturados diferenciado para cada
módulo do HOSPUB;
• Pré-teste do questionário, no Conjunto Hospitalar de Sorocaba;
• Aplicação do questionário;
• Elaboração de roteiro para entrevistas;
• Realização das entrevistas utilizando gravação;
• Transcrição das fitas;
• Elaboração de modelo de análise; e,
• Discussão dos resultados.
3.3 MATERIAL LEVANTADO
O HGVP tem o seguinte quadro de usuários do HOSPUB:
QTE. USUÁRIOS % MÓDULO NOME DO MÓDULO
4 1,55% SIADM Sistema de Gerenciamento de Administração
50 19,38% SIADT Sistema de Apoio a Diagnose e Terapia
1 0,39% SICEC Sistema de Gerenciamento de Centro Cirúrgico
28 10,85% SIGAE Sistema de Gerenciamento de Unidades Ambulatoriais Especializadas
66 25,58% SIGHO Sistema de Gerenciamento de Internação e Alta
70 27,13% SIGUE Sistema de Gerenciamento de Unidades de Emergência
39 15,12% SSAME Sistema de Gerenciamento de Arquivo Médico
258 100,00% TOTAL
Quadro 1. Quantidade de Usuários HOSPUB no HGVP
Fonte: Pesquisa HGVP/2006
27
Desse total de 258 usuários, em torno de 25% estão inativos por desligamento,
saída ou transferências, restando 193 usuários ativos. Foram pesquisados 53
usuários dos cinco módulos que representou 27% dos usuários ativos do HOSPUB.
Os questionários foram distribuídos a cada gerente de área em número
suficiente e o preenchimento foi feito por adesão voluntária. Os questionários foram
digitados e tabulados no aplicativo EPI Info (40).
Foram realizadas entrevistas conforme Roteiro (Anexo II), em número de 14,
com todos os gerentes, gestores ou responsáveis por cada área do Hospital Geral
de Vila Penteado: Divisão Médica, Divisão de Enfermagem, Divisão de Apoio
Clinico, Serviços de Recursos Humanos, Serviços de Segurança do Trabalho e
Grupo Técnico de Gerenciamento Hospitalar. Neste número incluem-se também
representantes da Assistência Técnica e a Diretora do Hospital, Responsável
Técnico e a Gerente da FAT-Fundação de Apoio à Tecnologia, o ex-Diretor do
HGVP, e o Gerente Regional do DATASUS-SP.
As entrevistas realizadas tiveram como fio condutor a avaliação do HOSPUB na
gestão administrativa hospitalar, conforme a disposição de cada um dentro da
estrutura organizacional hospitalar.
Conforme modelo referencial foram entrevistados diferentes atores atuando nas
diferentes áreas da organização burocrata profissional, representada pela Cúpula,
Assessoria, Linha Intermediária, Núcleo Operacional e Tecnoestrutura.
Para a Cúpula Dirigente as perguntas foram na linha de: Em que se apóiam os
dirigentes médicos em suas ações administrativas? Ou: Como a Diretoria ou Cúpula
Estratégica utiliza os SIHs para alinhar os diferentes atores e dirigentes hospitalares
no rumo da missão organizacional? Ou ainda: Existem SI’s paralelos ao SIH? Estes
SI’s estão integrados num SIH? Devem ser integrados? Em qual nível? Qual a
avaliação da Cúpula Estratégica dos SI’s e do SIH?
Aos representantes do Núcleo Operacional as perguntas foram: A chamada
“medicina baseada em evidências” supõe vários tipos de informação, oriundos de
28
vários sistemas de informação laboratoriais de exames diversos. Como os médicos
avaliam esses SI’s? Como os médicos utilizam um SIH para a decisão de
procedimentos hospitalares? É desejável a integração dos SI’s num único SIH?
Para a Assessoria de Apoio com seus vários órgãos: Administração de
Recursos Humanos, Administração Financeira, Materiais, Nutrição, Segurança,
Limpeza, Restaurante, Frota, foi perguntado se cada qual tem um sistema de
informação; Como são avaliados esses SI’s? Qual a origem dos relatórios? Eles são
lidos e utilizados? Estão integrados? Precisam se integrar num só SIH? Como essas
áreas avaliam o SIH implantado? Qual o grau de importância tem os SI’s e o SIH
para tomadas de decisão?
Na área de Tecnoestrutura temos as áreas de SAME, Comissões, Comitês de
Qualidade, que elaboram vários relatórios oriundos de SI’s distintos. Enquanto o
SAME opera o SIH corporativo, dado ao volume e objeto (pacientes internados e
procedimentos utilizados) as outras áreas possuem SI’s próprios e isolados. Como
os dirigentes dessas áreas avaliam esses Sistemas? Qual o nível desejado de
integração? Isso seria desejável e possível? (colocar resultados de investigação de
prontuários na rede?)
Para a Linha Intermediária, representada nos hospitais pela área de GTGH:
como utiliza o SIH para sua atividade no dia da gestão hospitalar? Geralmente esta
área é a responsável pela implantação ou manutenção do SIH na organização:
como avalia esta implantação? As áreas estão fornecendo/inserindo as informações
corretas? Qual o grau de satisfação dos usuários? O aplicativo está atualizado? A
infra-estrutura está adequada?
29
4. RESULTADOS
Os resultados estão dispostos, a fim de responder aos objetivos gerais e
específicos da pesquisa e ao modelo de análise estabelecido. Nesse sentido,
dividimos a apresentação dos resultados nos seguintes tópicos:
1) Caracterização da Instituição HGVP, com foco no processo de
informatização;
2) Caracterização do processo de implantação do sistema HOSPUB no
hospital, utilizando a descrição geral,
3) Avaliação dos módulos específicos do sistema a partir da percepção dos
usuários
4) Avaliação do HOSPUB como instrumento de gestão, utilizando as
entrevistas dos dirigentes das diferentes áreas da organização hospitalar
Os resultados, os procedimentos metodológicos descritos neste capítulo
constituem o material para a Discussão onde as particularidades dos processos de
informatização, da gestão administrativa da Instituição serão vistas em conjunto,
conforme proposto para este estudo de caso.
30
4.1 Caracterização da Instituição HGVP
O Hospital Geral de Vila Penteado é uma instituição pública da Secretaria de
Estado da Saúde de São Paulo e tem a seguinte estrutura organizacional:
Grupo Técnico de Gerenciamento
Hospitalar
DIRETORIA DEPARTAMENTO DE
SAÚDEDra. Justina
Expediente
Assistencia Técnica
COMISSÕES
Conselho Técnico Administrativo
Divisão Médica Divisão de Enfermagem
Divisão de Apoio Clinico
Serviço de Internação e Ambulatório
Serviço de Emergência
Serviço de Enfermagem de Urgência e Ambulatório
Serviço de Enfermagem de Internação
Serviços de Recursos Humanos
Serviço Especializado de Engenharia de
Segurança e Medicina do Trabalho
Sueli Rossini
Cristiane Serian Sandra Célia Novaes Cida Novaes Terezinha Cupertino
Antonio Julio
Katia
Marisa
Miriam
Serviço de Material e Medicamentos
Serviço de Finanças
Serviço de Nutrição e Dietética
Serviço de Higiene Hospitalar
Serviço de Manutenção
Serviço de Administração
Serviço de Diagnóstico por Imagem e Métodos
Gráficos
Serviço de Patologia Clinica
Serviço de Arquivo Médico, Coleta e
Classificação de Dados
Eliana Costa
Faturamento Evandro
Apropriação Eunice/Ednéia
Estatística Ana Carolina
Arquivo Fabia
Serviço Técnico de Medicina Física
João Artur
Álvaro
Cida Esteves
Serviço Técnico Social
Vago
Serviço Banco de Sangue
Regina
Seção Técnica Anatomia Patológica
Patrícia
HOSPITAL GERAL DE VILA PENTEADO
Construído no âmbito do Programa Metropolitano de Saúde, cujo objetivo era
expandir a rede de unidades ambulatoriais e hospitalares para melhorar a oferta de
serviços à população das regiões periféricas de São Paulo, bem como um novo
modelo de gestão territorial com proposta de integração da rede básica e hospital.
As atividades iniciadas em outubro de 1991 com ativação parcial dos serviços
de atendimento à população, e progressivamente, foi ampliada a capacidade de
atendimento.(41).
Quadro 2. Organograma Hospital Geral de Vila Penteado
Fonte: Pesquisa HGVP/2006
31
4.1.1 População Alvo, Área de Abrangência
Situado na Zona Norte da cidade de São Paulo, subdistritos de Freguesia do Ó
e Brasilândia, a média de habitantes é de, aproximadamente, 350.000 habitantes, o
HGVP é referência para 12 Unidades Básicas de Saúde e Ambulatórios
Especializados:
• UBS Jardim Icaraí
• UBS Profª. Maria Cecília Donnangelo
• UBS Vila Penteado
• UBS Vila Brasilândia
• UBS Cruz das Almas
• UBS Jardim Guanabara
• UBS Vila Progresso
• Ambulatório Especialidades Freguesia do Ó
• Centro de Referência DST/AIDS
• Centro de Referência Saúde Mental Vila Brasilândia
• Centro de Referência Saúde do Trabalhador Freguesia do Ó
• Pronto-Socorro 21 de Junho Freguesia do Ó
• Moradores dos distritos de Brasilândia e Freguesia do Ó
O HGVP atua em sintonia com o Conselho Comunitário de Saúde, que foi
constituído com base no inciso III do artigo 198 da Constituição Federal e pelo inciso
VIII do artigo 7 da Lei 8080 de 19.09.90 e pela Resolução SS166 de 02.05.91 do
Secretário da Saúde. Aos 25 de março de 1992, realizaram-se eleições para o
Conselho Comunitário de Saúde do Hospital. Os eleitos tomaram posse em 22 de
32
abril de 1992 para um mandato de 02 anos, porém permanecem até a presente
data.
A comunidade está representada junto à Direção do Hospital através do
Conselho Popular de Saúde, que conta, atualmente, com 10 membros que
representam os interesses da população junto ao Hospital acompanhando as
atividades de assistência médico-hospitalar, fiscalizando e sugerindo melhorias,
lutando em conjunto com os funcionários, chefes e diretores para garantir o melhor
serviço à comunidade.
4.1.2 Especialidades ambulatoriais
As Especialidades de Pronto-Atendimento e Pronto-Socorro são: Clínica
Médica; Pediatria; Ginecologia/Obstetrícia; Cirurgia Geral; Ortopedia/Traumatologia;
Queimados/Cirurgia Plástica; Cirurgia Buco-maxilo-facial.
As Especialidades Ambulatoriais são: Ginecologia; Cirurgia Geral;
Ortopedia/Traumatologia; Queimados/Cirurgia Plástica; Cirurgia Pediátrica; Cirurgia
Buco-maxilo-facial.
4.1.3 Áreas de assistência
O Pronto-Atendimento/Pronto-Socorro disponibiliza de: 06 consultórios
médicos, sala de inalação, sala de medicação, sala de primeiros socorros, sala de
sutura, sala de coleta de exames/material e enfermarias de observação clínica.
Já o Ambulatório disponibiliza de 06 consultórios médicos para as atividades
clínicas e as de apoio técnico.
As Unidades de Internação operam com 202 leitos distribuídos:
� Clínica Médica 34
� Clínica Cirúrgica Masculino 40
� Clínica Cirúrgica Feminino 24
� Pediatria 26
� Berçário Patológico 12
� Clínica Obstétrica 30
33
� Queimados 14
� Moléstias Infecciosas 04
� Intensiva Adulto 08
� Intensiva Infantil 04
� Semi-Intensiva 06
As Unidades de Apoio (camas):
� Isolamento 06
� Observação 20
� Pré-Parto 07
� R.P.A. 04
� Centro Cirúrgico 05
� Centro Obstétrico 03
As Unidades Auxiliares para Diagnóstico, Terapêutica e Apoio Técnico:
� Patologia Clínica � Endoscopia
� Radiologia � Anatomia Patológica
� Ultra-sonografia � Psicologia Clínica
� Eletrocardiografia � Serviço Social
� Medicina Física � Nutrição
� Hemoterapia � Farmácia
E os Serviços Terceirizados:
� Nutrição e Dietética � Higiene e Limpeza
� Vigilância � Lavanderia
4.1.4 Recursos Humanos
Cerca de 1.300 funcionários prestam serviços para o Hospital. A admissão
depende de aprovação em concurso público.
34
O Hospital desenvolve atividades de ensino, dispondo da Residência Médica
em Ortopedia, Cirurgia Plástica e Ginecologia/Obstetrícia e Aprimoramento em
Cirurgia Buco-Maxilo-Facial, além de campo de estágio para alunos de várias
instituições de ensino profissional na área da Saúde.
Os funcionários dispõem do Serviço de Assistência Médica ao Servidor com
atendimento em Clínica Médica, Ginecologia, Medicina do Trabalho e Odontologia
(somente especialidades cirúrgicas) e Centro de Convivência Infantil.
1 QUADRO DE PESSOAL MÉDICO E ENFERMAGEM
Médico 312
Enfermeiro 62
Auxiliar de enfermagem 419
2 ESCOLARIDADE
Nível superior 430 (33,5%)
Nível intermediário 642 (50,0%)
Nível elementar 212 (16,5%)
3 ATIVIDADES
Fim 760 (59,0%)
Intermediárias 360 (28,0%)
Atividades Apoio Administrativo 164 (13,0%)
A proposta inicial para o Hospital Geral de Vila Penteado vinda do Programa
Metropolitano de Saúde era conforme Cesar(42):
“de integração [...] de uma forma mais objetiva as questões da regionalização e hierarquização dos serviços de saúde, levando a uma redefinição do papel da rede básica com ampliação da sua capacidade resolutiva e sua definição como porta de entrada do sistema, que é visto sob a ótica sistêmica sem a dicotomia prevenção-cura”
A implementação do HGVP desviou-se da proposta inicial criando uma
estrutura de complexidade conformada pelas demandas locais de média e alta
35
assistência incorporando tecnologias e um número de funcionários que requer
especialização e uma gestão diferenciada e com baixa articulação sistêmica com as
UBS.
4.1.5 Histórico da informatização do Hospital Geral de Vila
Penteado
Desde a abertura do Hospital em 1991 recursos de informática são utilizados,
inicialmente, eram três microcomputadores para as tarefas de Finanças e SAME.
Posteriormente, outros setores administrativos e postos de enfermagem foram
informatizados, hoje, são 135 micros, com 4 servidores e 131 estações de trabalho,
interligados por 9 swicthes com fibra óptica.
Desde 1995 está em uso um Sistema de Administração de Estoque processado
em microcomputador, que permite o controle dos estoques através do registro da
movimentação de entradas e saídas, bem como a posição do item num determinado
momento. Permite também, o cadastramento de materiais, medicamentos, centros
de custo e fornecedores, facilitando o processo de compra de
materiais/medicamentos. Fornece relatórios contábeis, balancete, posição de
estoque, ponto de compra, etc.
Em 1996, foi elaborado o primeiro Plano de Informática com assessoria da
Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (PRODESP).
Havia interesse de instalar o Sistema de Informatização Hospitalar desenvolvido
pela Fundação da Universidade Federal do Paraná (FUNPAR), ligada à
Universidade Federal do Paraná. O SIH em operação no Hospital das Clínicas de
Curitiba era um sistema integrado de administração hospitalar, com arquitetura
multiusuário e desenvolvido por uma equipe multidisciplinar daquele hospital,
amplamente testado e adequado às características de um hospital público,
permitindo um controle operacional integrado. Este aplicativo acabou não sendo
implantado.
Durante o período de 21/05/97 a 20/05/2000 foi utilizado o Sistema de
Recepção Hospitalar desenvolvido e cedido ao Hospital pela RGM do Brasil SP
Comercial Ltda., sob pagamento de licença de uso, tornando disponível um banco
38
do SUS, sem pagamento de licença de uso, isto é, gratuito. A estrutura do Hospital,
também, facilitou a implantação, uma vez que contava com rede elétrica estabilizada
e ligada ao gerador, rede de transmissão de dados e estações de trabalho com
microcomputadores, impressoras e nobreaks.
Segundo se apurou, a implantação foi modular e teve suporte especializado
para a adaptação do software e treinamento dos funcionários, nas quais foram
envolvidas as Diretorias e as Chefias de diversos setores, e para cada módulo do
sistema se estabeleceu uma programação de implantação, como: customização,
cadastramento dos funcionários, treinamento, definição de fluxos, etc.
O ex-Diretor informou que, houve dificuldades como “em toda introdução de
inovação”, mas também, um grande esforço da equipe do Hospital e da empresa
contratada para a realização do serviço (customização, cadastramento dos
profissionais, das clínicas e das agendas). Declarou, também, que o sucesso da
implantação foi obtido graças ao “espírito de colaboração da equipe” e pelo interesse
em implantar um sistema que facilitaria as operações de administração do paciente.
Já que, segundo o ex-Diretor o Hospital sempre foi receptivo à inovação.
Além do HOSPUB, o Hospital, também, utilizava outros sistemas de
informação, o Sistema de Custo Hospitalar, principalmente, desenvolvido em
planilha eletrônica, com periodicidade mensal, informativos gerenciais baseados nos
dados apurados de produção, de faturamento, de controle de execução de metas e
de grau de satisfação da clientela. “A finalidade era fazer uma administração
baseada em informações seguras, fidedignas – uma administração com base
técnica e não intuitiva (embora intuição tenha seu valor), em que as decisões são
pautadas por análises bem fundamentadas“, afirmou o ex-Diretor.
Nota-se, em conformidade com as demandas situacionais que, desde sua
inauguração o HGVP buscou aperfeiçoar sua estrutura organizacional, seja através
de sistemas de informação, seja pela implantação de infra-estrutura de informática.
No entanto, mesmo com a vontade da direção do hospital de informatizar seus
diversos setores, o HGVP conviveu com situações contraditórias na área
administrativa: houve uma implantação vertical e externa com o objetivo de
aprimorar a gestão financeira; uma iniciativa local e parcial de controle e gestão de
39
materiais; e ausência de sistemas na área de recursos humanos. Os principais
agentes da organização sempre depararam com a necessidade de responder as
demandas internas e externas do hospital, mesmo com as restrições orçamentárias
de praxe. Como observado, o mosaico de diversos sistemas de informações
implantados no HGVP ao longo dos anos nunca tiveram integração, exigindo,
portanto, dos gestores um esforço de coordenação no sentido de agrupar as
informações dos diversos setores com o objetivo de responder às obrigações
cotidianas do hospital.
40
4.2 - CARACTERIZAÇÃO DO PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO DO HOSPUB
O HOSPUB está instalado e em funcionamento no HGVP há mais de quatro
anos, está na versão 10.12 e possui 7 (sete) módulos em funcionamento, a saber:
• SIADM (Sistema de Gerenciamento de Administração), voltado para a
administração do sistema, tem um usuário (superusuario) que cadastra
logins, dá direitos e privilégios de acesso. Este módulo é de uso restrito
e não é usado nas operações do dia-a-dia no atendimento ao paciente;
• SICEC (Sistema de Gerenciamento de Centro Cirúrgico), módulo que
tem apenas um usuário cadastrado no Centro Cirúrgico, para registro de
ocorrências. Embora esteja implantado, o HGVP não o utiliza;
• SIGAE (Sistema de Gerenciamento de Unidades Ambulatoriais
Especializadas). É o módulo usado no Ambulatório;
• SIGHO (Sistema de Gerenciamento de Internação e Alta). É o modulo
usado na internação dos pacientes;
• SIGUE (Sistema de Gerenciamento de Unidades de Emergência). É o
módulo usado no PA/PS;
• SSAME (Sistema de Gerenciamento de Arquivo Médico). É o módulo
usado no SAME, Faturamento e Estatística;
• SIADT (Sistema de Apoio a Diagnose e Terapia). É o modulo usado no
Laboratório.
O HOSPUB, desenvolvido e disponibilizado pelo DATASUS - Ministério da
Saúde - implantado no Hospital pela FAT - Fundação de Apoio à Tecnologia.
A FAT (Fundação de Apoio à Tecnologia), ligada à FATEC, é uma entidade
jurídica de direito privado (www.fatsaude.com.br) (43) e credenciada em março/2001
junto ao MS/DATASUS em Convênio de Cooperação Técnica para implantação dos
seguintes produtos do Ministério da Saúde:
• HOSPUB – Sistema Integrado de Informatização Hospitalar
• SIGAB – Sistema de Gerenciamento de Unidade Ambulatorial Básica
41
• CMC – Sistema Central de Marcação de Consultas, e
• HEMOVIDA – Sistema de Gerenciamento de Unidades Hemoterápicas
Após esse credenciamento a SES (Secretaria de Estado da Saúde de São
Paulo) firmou o Convênio nº 52/2001, em 06 de setembro de 2001 com a FAT para
implantação do produto HOSPUB nos hospitais públicos estaduais: Hospital Geral
de Vila Penteado, Hospital Regional Sul e Hospital Geral de São Mateus.
Posteriormente, nesse convênio foi aditado mais dois hospitais: Vila Nova
Cachoeirinha e o Complexo Hospitalar Pe. Bento de Guarulhos, em agosto/2003.
Pelo Convênio com a FAT, a implantação do HOSPUB ocorreu
simultaneamente, em três hospitais: São Mateus, Vila Penteado e Regional Sul. No
HGVP obedeceu ao seguinte cronograma:
CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO HOSPUB/HGVP FASE 1 – CORPORATIVA Relatório de Estratégica de Implantação mês 1 set/01 Relatório de Informatização mês 2 out/01 FASE 2 – IMPLANTAÇÃO Preparação da Instalação mês 3 nov/01 Adequação de Procedimentos mês 3 nov/01 Certificação de Hardware e Rede mês 3 nov/01 Aquisição Banco de Dados OpenBase mês 3 nov/01 Instalação do HOSPUB mês 3 nov/01 Módulo SAME - Arquivo Médico mês 4 dez/01 Módulo SIGHO – Internação mês 5 jan/02 Módulo SIGUE – Emergência mês 6 fev/02 Módulo SIGAE – Ambulatório mês 7 mar/02 Modulo SIADT – Laboratório mês 8 abr/02 FASE 3 – SUPORTE
Suporte 8 horas dia x 7 dias mês 7 a 15 mar/02 à mai/03
Quadro 4. Cronograma de Implantação do HOSPUB no HGVP
Fonte: Pesquisa HGVP/2006
42
Analisando o Cronograma, notamos que o HOSPUB foi implantado em exatos
oito meses, com suporte (operação assistida) pós-implantação de quinze meses.
Vale dizer que, o Hospital Geral de Vila Penteado já contava à época (2001) com
cabeamento de rede de informática.
A Gerente de Implantação da FAT informou que todos os prazos foram
cumpridos, pois a infra-estrutura de rede hospitalar já estava pronta e tiveram o
apoio e grande empenho da direção do HGVP, destaque ao papel do ex-Diretor pelo
sucesso da implantação, uma vez envolvido com a equipe do Hospital e atuava com
vigor nesse processo. Afirmou, também, que essa foi a melhor implantação já
realizada, devido ao comprometimento da equipe, à organização do Hospital, cujos
processos administrativos estavam bem definidos.
O Responsável Técnico da FAT, encarregado pela implantação em todos os
Hospitais Estaduais, concordou com essa opinião. Lembrou, também, que o HGVP
foi a primeira implantação do HOSPUB realizada pela FAT, e, especificamente, o
Hospital já tinha um modelo de gestão, portanto, o HOSPUB foi adaptado e ajustado
a esse modelo, compartilhado por todos, nas diversas clínicas.
Na pesquisa, através dos questionários preenchidos pelos usuários, foram
avaliados todos os módulos da implantação do HOSPUB, conforme Tabela 1:
MODULO Nº % ∆%
SAME 8 15,1% 15,1%
SIADT 10 18,9% 34,0%
SIGAE 7 13,2% 47,2%
SIGHO 15 28,3% 75,5%
SIGUE 13 24,5% 100,0%
Total 53 100,0%
Tabela 1 - Freqüência de Usuários por Módulo.
Fonte: Pesquisa HGVP/2006-SP
43
Durante, a implantação do HOSPUB houve treinamento para a maioria dos
respondentes, vimos que o treinamento do HOSPUB foi rápido, pois foi realizado em
poucas horas e em poucos dias, conforme Tabela 2:
HORAS Nº % ∆%
>0 - 5 15 62,5% 62,5% >5 - 10 7 29,2% 91,7% >10 - 15 1 4,2% 95,9% >25 - 30 1 4,2% 100,0%
Pela Tabela, notamos que a capacitação operacional do HOSPUB foi realizada
em até 10 horas de treinamento, proporcionando um aprendizado espontâneo,
intuitivo e assimilável para todos os usuários.
Essa rapidez no treinamento corresponde às características de simplicidade,
de entendimento, de facilidade, de assimilação e de operação, motivos dos quais
foram fundamentais na escolha do SIH HOSPUB, conforme já registrado.
O curto prazo de treinamento é de fato recomendado pelo próprio manual de
implantação do HOSPUB, MÉTODO DE INFORMATIZAÇÃO DE UNIDADE DE
SAÚDE(44), editado e distribuído nas empresas credenciadas para implantação do
produto, que preconiza, no Plano de Capacitação Operacional dos Usuários um
esforço de 24 homens/hora em 3 dias para treinamento dos módulos.
Os usuários pesquisados tiveram uma percepção positiva do treinamento, e
emitiram juízos de valor tais como: “esclarecedor”, “dinâmico e bom”,.”todas
instruções foram transmitidas”, “os instrutores estavam bem preparados”, “condições
de treinamento satisfatórias”, e “aulas prática direto no computador”, e “passo a
passo”.
Na avaliação geral, o treinamento foi positivo, passou as informações básicas e
aprendizado se completou na prática do dia-a-dia, com a operacionalização do
aplicativo HOSPUB.
Tabela 2 - Freqüência de Horas do Treinamento
Fonte: Pesquisa HGVP/2006-SP
44
Como síntese do processo de implantação do HOSPUB no HGVP podemos
identificar os seguintes aspectos:
- Participação ativa de todos os dirigentes hospitalares, que receberam o
treinamento, com especial relevância para a oportunidade de melhoria da gestão;
- O modelo de gestão encontrado no HGVP, foi básico para o êxito da
implantação, conforme lembrado pelo Responsável Técnico da FAT: “Como você
tem uma administração bem sedimentada, as pessoas sempre estão comprometidas
com a gestão hospitalar, o pessoal está comprometido com a qualidade do
atendimento, existe um comprometimento do corpo clinico e do corpo administrativo,
em relação ao hospital. Para nós, foi a implantação mais fácil do ponto de vista deles
absorverem a tecnologia HOSPUB, porque todos estavam comprometidos com o
interesse público para atender melhor o paciente, isso facilita qualquer implantação,
é o sucesso para qualquer implantação.” (SIC);
- Participação ativa do ex-Diretor na implantação do sistema conforme
enfatizado pelo Responsável Técnico da FAT: “a gente encontrou um hospital que já
tinha um diretor com um modelo de gestão. Acho que a palavra chave não é só
implantação, mas modelo. Para você fazer o que é preciso, você tinha o diretor Dr.
Molina. Quando entrou a ferramenta HOSPUB, essa ferramenta foi ajustada ao
modelo de gestão pessoal do diretor da época. Com isso eles sabiam o que nos
pedir, sabiam que queriam do software, para tentar poder suprir as necessidades de
gestores. Então, esse modelo de gestão era compartilhado nas diversas clinicas,
isso ajudou porque todos tinham a mesma visão do programa “;
- Pré-existência das condições técnicas de equipamentos e rede de
computadores, conforme confirmado pela Gerente de Implantação da FAT: “os
prazos foram cumpridos, devido à infra-estrutura de rede hospitalar” e ao “apoio e
empenho da direção do HGVP”.
45
4.3 - AVALIAÇÃO DOS MÓDULOS DO HOSPUB A PARTIR DA PERCEPÇÃO DOS
USUÁRIOS
A avaliação dos módulos do HOSPUB pelos usuários, após 5 anos de
operação visou identificar os seguintes aspectos: perfil dos usuários,
facilidades/funcionalidades do aplicativo, agilização dos trabalhos, avaliação por
módulos, uso dos relatórios, HOSPUB como base para decisão e avaliação geral.
4.3.1 – PERFIL DOS USUÁRIOS
A exemplo da maioria dos funcionários, os usuários pesquisados do aplicativo
HOSPUB trabalham há muito tempo no Hospital Geral de Vila Penteado na mesma
função ou cargo. Mais da metade estão no HGVP há mais de 5 anos, portanto
durante a implantação do HOSPUB, em setembro de 2001, já atuavam no Hospital.
TEMPO DE SERVICO N %
ATE 2 ANOS 11 22,0% DE 2 A 5 ANOS 11 22,0% ACIMA DE 5 ANOS 28 56,0% Total 50 100,0%
Observamos a predominância dos oficiais administrativos, que junto com os
auxiliares/atendentes formam o maior contingente de usuários pesquisados do
HOSPUB:
CARGO/FUNCAO N % OFICIAL ADMINISTRATIVO 20 38,4% ENFERMEIRA 9 17,3% TECNICO DE LABORATORIO 9 17,3%
CHEFE/ENCARREGADO/SUPERVISOR 7 13,4% AUXILIAR DE SERVICOS/ATENDENTE 7 13,4% Total 52 100,0%
Tabela 3 - Tempo de Serviço de Usuários HOSPUB.
Fonte: Pesquisa HGVP/2006-SP
Tabela 4 - Cargo e Função Usuários HOSPUB
Fonte: Pesquisa HGVP/2006-SP
46
Relacionando os dados do ACESSO DIÁRIO ao aplicativo HOSPUB com os do
CARGO/FUNCÃO, temos:
ACESSO DIARIO
AUX SERV
CHEFE/ /ENC/
SUPERVISOR
ENF OFICIAL ADM
TEC LAB
TOTAL %
Sim 6 7 3 15 9 40 76,9 Não 1 0 6 5 0 12 23,1
TOTAL 4 6 9 19 9 52 100,0
A partir dessa tabela, notamos que a maioria dos usuários acessa diariamente
o aplicativo. Dos 76,9% que acessam diariamente o aplicativo HOSPUB,
observamos que todo o CHEFE/ENCARREGADO/SUPERVISOR e todo TECNICO
DE LABORATÓRIO têm acesso diário ao software. O OFICIAL ADMINISTRATIVO,
embora em maior número acessa, proporcionalmente, menos.
Com relação à escolaridade, vimos os usuários pesquisados preenchem
requisitos de ensino médio ou superior completo, devido aos cargos que ocupam,
que então revela certo preparo intelectual e suficiência, que somados ao tempo na
Instituição, permitem supor experiência, prática, habilidade e domínio do trabalho
que desempenham.
4.3.2 – FACILIDADES/FUNCIONALIDADES DO HOSPUB
Solicitamos aos usuários atribuir nota de 0 à 10 quanto à
funcionalidade/facilidade do aplicativo. As melhores avaliadas (10 e 9) (51%), foram:
• Marcação de consultas, facilidade de operação e digitação, resultados
de exames, por conter todas as informações necessárias, cadastro dos
pacientes, procura de dados do paciente e emissão FAA e de outros
documentos;
Tabela 5 - Freqüência de Acesso Diário por Cargo e Função usuários HOSPUB.
Fonte: Pesquisa HGVP/2006-SP
47
Entre nota 8 e 7(22%), foram:
•
48
Sabemos que, a informatização traz consigo alguns benefícios, pois, hoje, a
atual demanda de informações a serem processadas é ainda maior, o que,
praticamente, torna a operação manual impossível. Essa constatação foi notada por
alguns usuários, pois, segundo eles, antes da informatização os processos eram
manuais, sendo esta a principal vantagem do sistema HOSPUB.
4.3.4 – AVALIAÇÃO POR MÓDULOS
Considerando a maioria dos usuários pesquisados (67,9%), o aplicativo
HOSPUB é fácil de usar. Porém, ao analisarmos o aplicativo separado por módulos
SAME, AMBULATÓRIO, INTERNAÇÃO, EMERGÊNCIA e LABORATÓRIO, notamos
os usuários do Laboratório (SIADT), 90% responderam que o sistema não é de fácil
manuseio, enquanto que para 92,3% dos usuários da EMERGÊNCIA (SIGUE) o
sistema é fácil de usar.
Conforme Tabela 11, verificamos que todos os usuários do módulo SAME,
afirmam a agilidade que o módulo promoveu ao serviço naquele setor. De fato, o
HOSPUB possibilitou rapidez na localização dos prontuários e nos registros dos
procedimentos.
Alguns usuários fizeram duras críticas ao aplicativo HOSPUB, declarando que o
sistema atrapalha o serviço, que o sistema é lento, incompleto e desatualizado.
FACILIDADE SAME % SIADT % SIGAE % SIGHO % SIGUE % TOTAL %
Sim 7 87,5 1 10,0 5 62,5 11 73,3 12 92,3 31 64,6 Não 1 12,5 9 90,0 2 33,3 4 26,7 1 7,7 17 35,4
TOTAL 8 100,0 10 100,0 6 100,0 15 100, 13 100,0 48 100,0
HOSPUB AGILIZOU O SETOR
SAME % SIADT % SIGAE % SIGHO % SIGUE % TOTAL %
Sim 8 100,0 5 50,0 6 85,7 11 73,3 10 76,9 40 75,4 Não 0 0,0 4 40,0 1 16,7 4 26,7 3 23,1 12 22,6 Sem
Resposta 0 0,0 1 10,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 2,0
TOTAL 8 8,3 10 20,8 7 12,5 15 31,3 13 27,1 53 100,0
Tabela 7 - Avaliação da Agilidade do HOSPUB por Módulo.
Fonte: Pesquisa HGVP/2006-SP
Fonte: Pesquisa HGVP/2006-SP
Tabela 6. Facilidade de Uso do HOSPUB por Módulo.
49
Especificamente os usuários pesquisados do módulo SIADT do Laboratório,
reclamaram do aplicativo, devido ao excesso de trabalho, e que, têm de fazer o
mesmo serviço várias vezes. Além disso, o sistema é muito lento para achar um
nome comum, trava constantemente; e apresenta poucas opções para achar os
dados dos pacientes. Garantem que, somente os setores dos quais os médicos
acessam o resultado do exame pelo sistema foi facilitado; contudo, não possui
interfaces com os equipamentos de análise laboratorial, portanto, todos os exames e
os resultados têm de ser inseridos manualmente, o que ao final atrasa a liberação
dos resultados dos exames.
Mesmo assim, alguns usuários do módulo SIADT apontaram pontos positivos e
benefícios quanto ao sistema, tais como: diminuição da burocracia de papéis, na
consulta e na impressão dos exames, agilidade na liberação de laudos (antes
escritos a próprio punho).
Notamos que, houve módulos qualificados como melhores do que outros,
possivelmente, por estarem bem adaptados à operação diária. Embora, haja muitas
críticas entre os usuários do Laboratório, o fato é que, embora os dados dos
resultados dos exames não sejam inseridos no sistema automaticamente, esses
funcionários o fazem de modo ágil; já que podem ser consultados por toda a rede, o
que é suma importância para a Instituição, resultando, portanto, numa avaliação
positiva de todo o sistema HOSPUB.
4.3.5 – RELATÓRIOS DO HOSPUB
A maioria dos usuários pesquisados (72,9%) declarou não utilizar os Relatórios
emitidos pelo aplicativo. No Laboratório, nenhum dos usuários usa os relatórios
HOSPUB, para eles os relatórios não têm utilidade. Os motivos citados foram: falta
de praticidade, de segurança e de precisão. Eles preferem fazer as estatísticas
manualmente, pois nos relatórios do SIADT os exames repetidos não .são
considerados.
51
HOSPUB, é mais utilizados pelos funcionários operacionais e menos graduados
hierarquicamente para tomada de decisão administrativa.
A maioria dos usuários pesquisados (76,9%) não usa outros sistemas de
informação. Dos usuários que afirmam usar outro SI (Sistemas de Informação), a
maioria utiliza o software Linux (que na realidade é um sistema operacional utilizado
nos microcomputadores do HGVP) para acessar Internet e enviar e-mail, e outros
usam outra base de dados auxiliar na localização dos prontuários antigos.
4.3.7 – AVALIAÇÃO GERAL DO HOSPUB
Ao final da pesquisa, solicitamos aos usuários avaliarem, de maneira geral, ao
o HOSPUB, atribuindo nota (de 0 até10), cujos os resultados foram:
NOTA GERAL HOSPUB
N %
BOA (8,9,10) 14 26,4% REGULAR (5,6,7) 21 39,6% PESSIMA (0,1,2) 13 24,5% SEM NOTA 5 9,5
Total 53 100,0%
Notamos um equilíbrio entre os que consideram bom e os que consideram ruim
o sistema, sendo assim, a maioria considera o HOSPUB regular.
Em relação as reclamações dos usuários, destacou-se a indisponibilidade dos
dados dos prontuários antigos, por falta de integração das bases de dados
anteriores; isso ocorre, justamente, porque o Hospital não foi totalmente
informatizado e pela falta de alguns indicadores hospitalares.
São várias as principais carências e dificuldades do aplicativo HOSPUB na
percepção dos usuários pesquisados. Muitos apontaram problemas. Vejamos:
Tabela 8 - Nota de Avaliação Geral do HOSPUB.
Fonte: Pesquisa HGVP/2006-SP
52
• Ao trocar de módulo é necessário logar-se novamente, pois os módulos
não são integrados;
• Lentidão no acesso e nas pesquisas;
• Travamento do sistema;
• Falta de manutenção e de suporte;
• Duplicidade de informações no cadastro;
• Falta de integração entre a Emergência e Ambulatório;
• Falta de interfaceamento;
• Relatórios inconsistentes.
Resumidamente na avaliação geral dos usuários apesar do HOSPUB ter muitos
problemas operacionais, limitações, falta de integração, de atualização e insolúveis
problemas de sistemas (bugs), é registrado nesta avaliação uma oportunidade de
melhoria e registro dos dados assistenciais hospitalares.
53
4.4 - AVALIAÇÃO DO HOSPUB COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO
Segundo o modelo teórico utilizado para análise o hospital é por excelência
uma estrutura burocrata profissional, baseada na expertise de seus profissionais, no
conhecimento especializado de seus técnicos. Sobrepondo-se a estrutura
organizacional do Hospital Geral de Vila Penteado à ilustração de uma organização
burocrática profissional, teremos:
DIRETORIA DEPARTAMENTO DE
SAÚDE
Assistencia Técnica
Divisão Médica
Divisão de Enfermagem
Divisão de Apoio Clinico
Grupo Técnico de Gerenciamento
Hospitalar
Serviço de Internação e Ambulatório
Serviço de Emergência
Serviço de Enfermagem de
Urgência e Ambulatório
Serviço de Enfermagem de
Internação
Serviços de Recursos Humanos
Serviço Especializado de Engenharia de Segurança e Medicina do
Trabalho
HOSPITAL GERAL DE VILA PENTEADO
COMISSÕES
4.4.1 – AVALIAÇÃO DA CÚPULA ESTRATÉGICA
Conforme nosso modelo referencial teórico o papel da Cúpula Estratégica
numa organização burocrata profissional é de contínua negociação, seja
internamente com os vários representantes do Núcleo Operacional, das
Assessorias, da Tecnoestrutura, seja com o meio externo, com os mantenedores
Figura 1 - Organograma HGVP e o referencial teórico.
Fonte: Pesquisa HGVP/2006-SP
54
públicos ou privados. Essas negociações ocorrem sempre em meio a incertezas
inerentes às atividades administrativas e gerenciais.
Numa visão ideal os Sistemas de Informação funcionam como um aparato que
podem ajudar a diminuir o clima de insegurança, dando apoio, dados, suporte e
orientação, melhorando as circunstâncias e a arena de negociação tanto
internamente como externamente.
Para avaliar o grau de utilização, aderência, eficácia e satisfação do HOSPUB
frente à gestão hospitalar do Hospital Geral de Vila Penteado entrevistamos desde o
ex-Diretor, que permaneceu no cargo desde a fundação até o ano passado(maio de
2005) e a atual Diretora de Departamento.
AVALIAÇÃO DO EX-DIRETOR
Desde a fundação do HGVP, ocorrida em 1991, até o ano de 2005, ou seja,
durante 14 anos, o HGVP teve um Diretor, que saiu para assumir outras
responsabilidades na Secretaria Municipal de Saúde da cidade de São Paulo.
Após a implantação do HOSPUB e até o tempo que esteve à frente do HGVP, o
ex-Diretor utilizou o sistema como ferramenta de trabalho, de gestão e de decisão
administrativa, principalmente, no que diz respeito ao controle das atividades
médicas, das vagas para internação, da pesquisa de paciente atendido, da
produtividade individual médica emergêncial, dos indicadores hospitalares. “Se o
resultado encontrado mostrava necessidade de alguma medida corretiva, era
tomada providência junto à Direção ou Chefia do setor considerado”.(SIC)
Entre as qualidades do HOSPUB destacou:
• Facilidade de operação e de adequação ao serviço público;
• Agilidade nos registros de atendimento e de internação;
• Clareza nos registros;
• Acesso fácil aos dados de um determinado paciente, dos quais
disponibiliza as informações dos usuários, ao poder judiciário e aos órgãos
autorizados;
55
• Informações gerenciais: demanda, morbidade, procedimentos,
procedência, médico assistente, indicadores hospitalares, situação dos
leitos;
• Apuração da produção de consultas para efeito de prêmio incentivo;
• Melhora dos registros de diagnóstico e dos procedimentos médicos;
• Segurança e economia para o Hospital ao usar um aplicativo
governamental.
Mas também relatou as falhas e as dificuldades do aplicativo:
• Sensibilização dos médicos para a colocação correta do diagnóstico e do
procedimento;
• Incompatibilidade entre o HOSPUB e o programa do DATASUS de
Faturamento, que muda a versão quase todo mês;
• Impossibilidade de incorporar o HOSPUB ao cadastro de pacientes, já
existente, com cerca de 200.000 registros;
• Dificuldade para exportação de dados para outros aplicativos;
• Dificuldade de customização às características do hospital. Exemplos:
censo diário só com códigos, sem o nome do diagnóstico/procedimento,
numeração de prontuários de ambulatório;
• Dificuldade para impressão quando opera em Linux;
• Impossibilidade de fixar o número de etiquetas a serem impressas;
• Inconsistência da totalização dos dados dentre os relatórios;
• Imprecisão das estatísticas de atendimento;
• Não exclusão de profissional cadastrado;
• Não registra faixa etária de meses - só anos;
• Aceita registro hospitalar de número idêntico para mais de uma pessoa;
• Incerteza quanto ao desenvolvimento do aplicativo e existência de bugs
• Treinamento dos funcionários para codificação CID-10 e procedimento;
• Atualização dos dados em tempo real;
• Limitações do software.
Ainda assim afirmou que, o HOSPUB representou um avanço para a
administração do Hospital, pois foi uma ferramenta importante de gestão para a rede
56
hospitalar pública e muito útil, particularmente, para as regiões menos desenvolvidas
e mais desprovidas de recursos, e recomenda a implantação do HOSPUB.
Além do HOSPUB, utilizava outros sistemas de informação, principalmente, o
Sistema de Custo Hospitalar, desenvolvido em planilha eletrônica, com periodicidade
mensal, com informativos gerenciais baseado em dados apurados de produção, de
faturamento, nos controle de execução de metas e no grau de satisfação da
clientela. “A finalidade era fazer uma administração baseada em informações
seguras, fidedignas – uma administração com base técnica e não intuitiva (embora
intuição tenha seu valor), em que as decisões são pautadas por análises bem
fundamentadas“.
AVALIAÇÃO DO ATUAL DIRETORA
A atual Diretora do Hospital Geral de Vila Penteado está no cargo desde maio
de 2005, em substituição ao antigo Diretor. Ela comanda o Hospital em conjunto
com o Conselho Técnico Administrativo e em sintonia com o Conselho Popular de
Saúde. É médica, pediatra, com especialização em Administração Hospitalar.
Antes de ocupar esse cargo, foi chefe da Divisão Médica por 13 anos e
presenciou a implantação do HOSPUB. Ela tem cadastro, login e senha, mas afirma
que, usava mais quando era chefe da Divisão Médica, pois tinha “controle melhor na
questão do paciente, na questão do médico”.
Ainda, como chefe da Divisão Médica, a Diretora Hospitalar usava o HOSPUB
constantemente, pois por ele controlava o movimento do paciente quanto aos
serviços, como: a entrada do ambulatório, a entrada do paciente, desde o registro
dele no PS, o ‘caminho’ que ele faz entre os andares, quais os exames e
procedimentos estão sendo tomados, quanto tempo de estada numa determinada
clínica e até a média de permanência.
Ela verificava diariamente o aplicativo, para cobrar agilidade nos procedimentos
dos pacientes, cuja média de permanência era alta e para buscar resultados de
exames a fim de diminuir os dias de internação dos pacientes.
Utilizava o aplicativo, também, para examinar os diagnósticos, os horários de
entrada e saída da equipe médica, os números do atendimento, quais clínicas e
57
períodos maior movimento. Enfim, o aplicativo lhe proporcionava o controle amplo
de sua equipe médica.
Hoje, como Diretora do Hospital, o envolvimento com o HOSPUB é menor,
afirmou não ter tempo, pois tem de analisar processos (não inseridos no aplicativo),
de compras gerais, projetos de base, projetos de investimentos, dos quais
demandam tempo para análise, e, posteriormente, decisão.
Para a Diretora do HGVP o HOSPUB apresenta vários problemas, pois é
limitado, desvinculado da Emergência, lento, confuso quanto ao agendamento
ambulatorial, entre outros. Afirma que um sistema atual, com prontuário eletrônico e
totalmente integrado, seria mais funcional para o HGPV.
Em síntese a atual Cúpula Estratégica do HGVP embora considere o HOSPUB
útil e plenamente absorvido pelo Hospital deseja substituí-lo por outro sistema onde
todas as informações se integrarão, com outros sistemas de informação novos e
existentes, para avançar na melhoria da gestão hospitalar.
4.4.2 – AVALIAÇÃO DO NÚCLEO OPERACIONAL
O Núcleo Operacional é a base da organização burocrata profissional e do
HGVP é composto pelos médicos da Divisão Médica e pelas enfermeiras da Divisão
de Enfermagem. Os médicos e enfermeiras operacionais responsáveis pela
assistência à saúde dos usuários do HGVP não foram entrevistados.
Como os responsáveis pelas áreas operacionais exercem mais um papel de
ligação entre a Cúpula e a base do Núcleo Operacional, são considerados como
Linha Intermediária.
4.4.3 – AVALIAÇÃO DA LINHA INTERMEDIÁRIA
A Linha Intermediária é o elo de ligação entre o Núcleo Operacional e a Cúpula
Estratégica. NO HGVP esse papel é cumprido pela Chefia da Divisão Médica e pela
Chefia da Divisão de Enfermagem.
59
DIVISÃO DE ENFERMAGEM
Já a Divisão de Enfermagem é composta de 60 Enfermeiros, 420 Auxiliares e
17 Atendentes que só fazem funções administrativas. A rotatividade dos enfermeiros
é maior que a dos auxiliares, por causa da defasagem salarial que ainda existe entre
o mercado privado e o público.
MODO DE TRABALHO
Segundo a Chefa da Divisão de Enfermagem é utilizados os parâmetros do
COREN(Conselho Regional de Enfermagem) na assistência médic. Para as
enfermeiras liberarem os leitos, quartos, utilizam uma planilha manual por unidade
que é transcrita mais tarde no HOSPUB. Na planilha tem todos os leitos com o nome
do paciente, quando ele tem alta é apagado e quando sobra vaga ou reserva ela é
notada.
Como rotina, a Chefia costuma examinar in loco a situação do hospital, dos
leitos e dos pacientes.
AVALIAÇÃO DO HOSPUB
A Enfermeira-Chefe usa o HOSPUB, principalmente, para localizar se o
paciente já possui um histórico no Hospital e para procurar os resultados dos
exames.
Afirma que o HOSPUB tem uma interface muito ruim e complicada, e o sistema
não permite copiar informações (tipo arrastar e colar), em suma, não possui
facilidades, como clicar e abrir um dado desatualizado tecnologicamente, porém
ressalta que, o HOSPUB funciona na maior parte das vezes, e é importante para o
Hospital.
Confirmou, referente aos resultados de exame laboratorial, que para a área de
Enfermagem, os serviços foram facilitados de modo eficaz.
Todavia, problemas foram citados, o mais recorrente diz respeito à qualidade e
não à quantidade dos equipamentos de informática; a Responsável considerou-os
60
muito ruim e ressaltou os vários problemas de impressão (falha na disposição dos
dados).
PROBLEMAS ADMINISTRATIVOS
Tal como na Divisão Médica, notamos que a Enfermagem apresenta também
resistência no uso da informática, por considerarem a inserção de dados
responsabilidade da área administrativa. Segundo informado, há carência dessa
‘mão-de-obra’, com apenas 17 atendentes para todo o Hospital.
Embora haja Auxiliar e Enfermeiro que usem o aplicativo HOSPUB a prioridade
acaba sendo a assistência médica e a transcrição e operacionalização do aplicativo
fica em segundo plano, já que os assistentes e os enfermeiros não “querem fazer
esse papel burocrático-administrativo”.
ASSISTENTES
Também compondo a Linha Intermediária tem-se três pessoas responsáveis
com atribuições básicas de assistir o desempenho do Diretor do Hospital,
acompanhar e avaliar as atividades relacionadas ao planejamento e à atuação, bem
como verificar as regularidades das atividades técnicas e administrativas.
Cuidam respectivamente, das informações e relacionamentos externos, da
humanização da saúde e da promoção de saúde, e dos Projetos Especiais: Leia
Comigo, Conte Comigo e Jovens Acolhedores.
A coordenação da humanização e da promoção da saúde é voltada à
valorização e ao incentivo humano, promove a integração dos projetos e estimula
novos projetos, atuando em parcerias, além de realizar palestras, eventos e outras
atividades. Não usam sistemas de informação.
O HGVP tem como objetivo ser um hospital terciário na área de alta
complexidade em trauma-ortopedia. Para isso, é necessário credenciar-se ao MS
(Ministério da Saúde), na qual deve participar de um curso de capacitação. Já existe
um processo na Coordenadoria de Serviços de Saúde e que está para ser
61
encaminhado ao MS. Com este credenciamento o Hospital busca aumentar suas
receitas orçamentárias e melhorar o atendimento aos usuários.
A Assistente responsável pela qualidade da informação atualiza os dados
referentes aos indicadores hospitalares, faz acompanhamento dos trabalhos
técnicos nos processos de avaliação da qualidade hospitalar, assim como o controle
e a análise da execução das metas mensais de produção e de produtividade, e
elabora expedientes para regulamentação e credenciamento hospitalar.
Para exame e análise dos relatórios e dos dados recebidos, a Assistente usa o
HOSPUB para cruzar informações com o Relatório Gerencial do SAME e com o
Relatório do Sistema de Custos enviado pelo GTGH.
AVALIAÇÃO DO HOSPUB
Quando entrou no HGVP, a Assistente usava bastante o HOSPUB devido ao
antigo Diretor, que estimulava e cobrava mais.
Muitas foram as dificuldades no uso do aplicativo HOSPUB, afirma a
Assistente. Destacou a dificuldade na obtenção da produtividade e do rendimento
médico, mas considerou que, o aplicativo é um importante instrumento gerencial e
dá um suporte muito bom.
A Assistente avaliou que, o aplicativo poderia ser mais flexível no modo de
impressão, de configuração com o sistema operacional Linux, que não possui muitas
opções de impressão e de impressoras, e também, na troca de arquivos com outros
sistemas.
62
4.4.5 – AVALIAÇÃO DA DIVISÃO DE APOIO CLÍNICO (TECNOESTRUTURA)
De acordo com o referencial teórico, a Tecnoestrutura é o componente, do qual
se padronizam os processos de trabalho em todos os níveis, através da análise dos
processos e procedimentos. Num hospital as áreas de Serviço de Arquivo Médico e
Estatística (SAME), Comissões e os Comitês de Qualidade são os componentes
dessa área.
63
Além da responsável pela Divisão de Apoio Clínico, foram entrevistados os
responsáveis pelo Serviço de Patologia Clínica, pelo Serviço de Diagnóstico por
Imagem e Métodos Gráficos e pelo Serviço de Arquivo Médico (SAME).
DIRETORA DA DIVISÃO
A responsável pela Divisão de Apoio Clínico é formada em Pedagogia, com
especialização em Administração Hospitalar e atua no HGVP há 15 anos e assumiu
o cargo desde 2003.
A responsável pela Divisão foi chefe do SAME durante a implantação do
HOSPUB, em 2001, e participou ativamente da implantação e pela proximidade
tornou-se responsável administrativa. É ela a superusuária do sistema, usuária
especial com responsabilidade por cadastrar os usuários, os médicos, as agendas,
os impedimentos, as especialidades, dar direitos e privilégios, acessar o log
(relatório de ocorrências), de administrar o HOSPUB.
Como administradora acompanhou a implantação dos módulos do HOSPUB,
em todo o Hospital. Afirmou que, alguns foram fáceis outros difíceis, alguns deram
trabalho maior de adaptação, como o módulo do Ambulatório. Recordou os trabalhos
do hospital antes manuais, hoje informatizados: “a ficha do paciente era preenchida
campo a campo na recepção da emergência, quando ia para a Internação tinha que
preencher novamente outra ficha e não tinha como resgatar a informação anterior. O
HOSPUB foi um grande facilitador“. Menciona que, a seqüência de implantação do
HOSPUB foi: Internação, Pronto-Socorro e depois o Ambulatório. O módulo do
Centro Cirúrgico também foi implantado, mas não é utilizado e só tem um usuário.
O último módulo implantado, SIADT, no Laboratório, também, sofreu
adaptações. Antes, o setor ao anexava o resultado do exame no pedido médico e
devolvia. Alguns processos de registro em livros, atas, mapas e controles manuais
foram substituídos pelo lançamento no HOSPUB. A Responsável pela Divisão de
Apoio Clínico reconheceu que, a implantação foi laborosa, pois há deficiência nos
relatórios, contudo avalia como benéfica para todo o Hospital devido à
disponibilidade das informações dos resultados de exame.
64
A Diretora utiliza o HOSPUB, diariamente, para averiguar a movimentação do
Pronto-Socorro, do atendimento ambulatorial, da Internação e do Laboratório.
Afirmou ainda, que o HOSPUB estagnou no tempo, por não adaptar e atualizar-se
às novas exigências dos usuários e às necessidades do serviço, e para continuar a
usá-lo, sugere uma reorganização do sistema, no qual haja uma integração dos
módulos e uma habilidade benéfica maior à gestão hospitalar.
SERVIÇO DE PATOLOGIA CLÍNICA (APOIO DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICO)
O Serviço de Patologia Clínica executa os exames laboratoriais. Faz em média
1.130 exames por dia, sendo metade deles para o PA/PS. O Serviço é composto de
4 setores: Bioquímica (50% dos exames), Hematologia (que congrega Coagulação e
Urianálise), Imunologia e Bacteriologia (que contém Parasitologia). Para realização
dos exames é necessário um pedido médico para documentação.
A responsável pela área é farmacêutica e bioquímica, está no cargo há mais de
dez anos e trabalha no HGVP há 13 anos, sempre no Laboratório. Segundo ela, o
HOSPUB tem “um lado bom, que é ter um banco de dados acessível, mas por outro,
que é o principal, deveria ter interface com os equipamentos laboratoriais”.
AVALIAÇÃO
A Chefe do Laboratório afirma que, com a implantação do HOSPUB, houve
aumento do trabalho, pois antes os resultados eram liberados assim que analisados,
“a gente não precisava estar registrando”. Portanto, com a implantação do HOSPUB,
houve a necessidade de cadastrar todos os resultados no aplicativo, o que considera
um retrabalho.
A responsável afirma, também, que aumentou o consumo de papel, pois para
cada resultado de exame de um mesmo paciente, estes são impressos em folhas
separadas, resultando num consumo exorbitante, “por exemplo, o paciente internado
que faz rotineiramente muitos exames: uréia, creatina, diversos exames e a gente
tem que diferenciar e dá um grande calhamaço de papel”, avalia.
A inserção dos resultados dos exames laboratoriais no sistema foi considerada
a principal falha, e unânime entre todos os usuários do módulo SIADT, de acordo
com os resultados dos questionários. Mas, houve outras falhas: “na hora que a
gente vai inserir o resultado, a gente não tem acesso ao nome do paciente. Tanto
65
que quando a gente vai colocar o resultado, não dá para saber se está colocando
resultado para aquele paciente”. Para conferir é necessário imprimir, outro
retrabalho.
Segundo a Responsável, a consulta de exames de pacientes é dificultosa,
porque para cada exame tem de procurar nominalmente, o aplicativo não busca
todos os exames relacionados ao mesmo paciente. Além disso, apontou um outro
problema que considerou ainda maior, a possibilidade de alteração do resultado por
outro usuário.
Por último, afirmou que os Relatórios Estatísticos do HOSPUB são falhos,
incompletos, pois não trazem informações das outras áreas do Laboratório, por isso
não os utiliza. Para realizar essas estatísticas utiliza as planilhas Excel, para então
passar para o Same.
PROBLEMAS ENCONTRADOS
Na área do Laboratório, resumidamente podemos relatar que os problemas
encontrados foram: aumento de trabalho, retrabalhos, aumento do consumo de
papel, falta de agilidade do aplicativo e relatórios inúteis.
SERVIÇO DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM E MÉTODOS GRÁFICOS
O serviço de Diagnóstico por Imagem e Métodos Gráficos é comandado por um
médico-radiologista com especialização em Administração Hospitalar e está no
HGVP desde 1991, no mesmo cargo.
O serviço de diagnóstico é basicamente concentrado nos exames de raio X, o
volume de serviços é de 8.760 exames de radiografia (86% para PA/PS) e 934
exames de ultrassom (34% para o PA/PS).
O responsável, além de atuar no HGVP, trabalha no Hospital Municipal do
Campo Limpo na mesma função, no qual, também, foi implantado o HOSPUB. Ele
conheceu o aplicativo nos dois hospitais.
Segundo ele, o setor não está informatizado e o HOSPUB é praticamente nulo,
pois não tem um módulo de imagens, mas afirmou ser possível o interfaceamento.
66
SERVIÇOS DE ARQUIVO MÉDICO, COLETA E CLASSIFICAÇÃO DE DADOS
É a área do SAME, que no HGVP é composta pelo setor de Faturamento,
Arquivo, Apropriação e Estatística.
SETOR DE ESTATÍSTICA
É responsável por coletar todos os dados hospitalares, classificar e apresentar
o Relatório Gerencial de cada mês, apresentando e divulgando todos os indicadores
hospitalares do HGVP.
O setor de Estatística funciona com mais três funcionárias, além da
Responsável, cujo compromisso é coletar todos os dados quantitativos do hospital:
Internação, Ambulatório, Setores, etc. Após essa coleta os dados separam-se por,
conforme a norma administrativa. Tomemos como exemplo, a FAA, - Ficha de
Atendimento Ambulatorial – separada por clinica, por sexo, por idade. Diariamente
esses dados são coletados, num segundo momento, é feito uma consolidação
mensalmente, numa contagem manual, junto com os relatórios enviados pelas
unidades, após a junção de todos esses dados montam o Relatório Gerencial, que
representa a produção do Hospital como um todo.
O Setor de Estatísticas utiliza o HOSPUB complementarmente, como
referencial, porque, “ no caso da contagem de FAA, a equipe faz a contagem
manualmente, que não bate porque a gente vai e fecha hoje e o paciente está em
observação, a sua ficha não virá no movimento de amanhã, ela virá no movimento
daqui uns três ou quatro dias, pois só quando o paciente sair da observação ou
quando tiver alta, enquanto isso essa ficha fica como extraviada ou faltante”.
O HOSPUB serve, portanto, como referencial do total de pacientes atendidos,
porém há alguns problemas como extravios de fichas, o que também podem ser por
evasão. O setor estima 600 fichas por mês extraviadas em média.
O prazo para recolher as informações dos setores é até o dia 8, para fazer o
Relatório Gerencial é até o dia 12 e o do Relatório Mensal de informação hospitalar
é até o dia 15, para então ser enviado à SES-SECRETARIA DE ESTADO DA
SAÚDE.
67
Não só são esses relatórios que a Estatística faz, como: o relatório do Conselho
de Saúde, que é o gerencial um pouco mais simplificado, enviado à Diretoria do
Hospital, que por sua vez, encaminha ao Conselho nas reuniões mensais; o
Relatório de Internação, que é enviado para a Divisão Médica, concluso entre os
dias 19 e 20 de cada mês; o Relatório CCIH, CFT; Comissão de Prontuário e
Comissão de Óbito; o Relatório de Queimados; o Relatório de PA/PS que é
cumulativo, enviado à Divisão Médica. E todos esses relatórios e gráficos são feitos
na planilha eletrônica Excel.
Os dados consolidados são lançados no site www.nih.med.br (45) (Núcleo de
Informação Hospitalar) da CSS-COORDENADORIA DE SERVIÇOS DE SAÚDE,
cuja finalidade é captar as informações assistenciais e administrativas das Unidades
de Administração Direta, de todos os Hospitais Públicos Estaduais.
Nesse site os dados lançados formam os indicadores hospitalares da Unidade.
Segue os indicadores básicos do HGVP:
68
SETOR DE FATURAMENTO
O Setor de Faturamento é responsável pela preparação, pela codificação de
procedimentos e pela elaboração dos mapas de produção e do faturamento das
consultas e dos atendimentos SUS em geral. O setor opera com cinco pessoas e é
dirigido por um graduando em Administração Hospitalar, no cargo há mais de seis
anos.
O Faturamento é dividido em duas áreas, a Emergência e Ambulatorial. Na
Emergência os documentos BEs (Boletins de Emergência) são registrados pelo PA
(Pronto Atendimento), cerca de 800/dia. Na Ambulatorial os documentos FAA
HOSPITAL GERAL DE VILA PENTEADO - (ref: 08/2006)
INDICADORES BÁSICOS DE INTERNAÇÃO - GERAL TA TO MP IR IS TLED TLBD TMG TMI
Clínica Médica 100 98.42 7.54 4.04 0.12 18.42 0 16.48 14.84
Clínica Cirúrgica 100 57.41 3.4 5.23 2.52 0 0 1.49 0.9
Obstetrícia 100 64.95 3.15 6.4 1.7 0 0 0 0
Pediatria 100 74.19 4.43 5.19 1.54 0 0 0 0
Psiquiatria 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Queimados 100 70.97 16.92 1.3 6.92 0 0 0 0
MI 0 0 0 0 6.92 0 0 0 0
UTI Adulto 100 81.85 8.12 3.13 1.8 0 0 28 28
UTI Pediátrica 100 65.32 9 2.25 4.78 0 0 0 0
UTI Coronariana 0 0 0 0 0 0 0 0 0
UTI Neonatal 100 78.23 32.33 0.75 9 0 0 33.33 33.33
UTI Queimados 100 75.81 23.5 1.3 7.5 0 0 25 25
Semi-intensiva 100 48.39 3.33 4.5 3.55 0 0 7.41 7.41
Interm. Neonatal 100 62.9 10.4 1.88 6.13 0 0 0 0
Total Institucional 100 71.85 5.41 4.12 2.12 3.24 0 5.46 4.76
INDICADORES ASSISTENCIAIS ADICIONAIS - GERAL
Percentual de cesáreas 30.05
Percentual de suspensão de cirurgias hospitalares 15.22
Percentual de suspensão de cirurgias ambulatoriais 0
Percentual de Retornos 84.73
Quadro 5 - Indicadores Hospitalares HGVP. Ref. AGO/2006.
Fonte: www.nih.med.br
70
4.4.6 – DIRETORIA ADMINISTRATIVA
GTGH – GRUPO TÉCNICO DE GERENCIAMENTO HOSPITALAR
SERVIÇO DE RECURSOS HUMANOS
SERVIÇO ESPECIALIZADO DE ENGENHARIA DA SEGURANÇA E MEDICINA
DO TRABALHO-SESMT –
(AVALIAÇÃO DA ASSESSORIA DE APOIO)
A Assessoria de Apoio do Hospital Geral de Vila Penteado é composta das
áreas de GTGH, RH e SESMT e, todos foram entrevistados em relação ao uso do
sistema de informação HOSPUB.
GTGH-GRUPO TÉCNICO DE GERENCIAMENTO HOSPITALAR
O GTGH é o órgão da administração responsável por assuntos não específicos
à área de assistência médica do HGVP. É composta pelos setores de Finanças, de
Medicamentos, de Nutrição e Dietética, de Higiene Hospitalar, de Manutenção Geral
e de Administração.
A área de GTGH é de responsabilidade de uma Administradora de Empresas,
pós-graduada em Saúde Pública que está no cargo desde a inauguração do HGVP.
MODO DE TRABALHO
A área calcula e divulga à Diretoria do Hospital o custo médio de internação, de
medicamento, de refeição, o controle de reposição de estoque, a administração de
materiais, o controle das empresas de prestação de serviços, o controle das
finanças e o orçamento hospitalar.
Entre as áreas de atenção, a Responsável destacou o Serviço de Material e de
Medicamentos, cujo Sistema de Estoque foi substituído por outro mais atual. Ela
espera que o novo sistema possibilite a transferência das informações diretamente
para o Sistema de Custos, o que considera uma vantagem para a administração
hospitalar.
72
A área de Informática, subordinada ao GTGH é responsável, basicamente, pela
manutenção dos computadores. Junto ao HOSPUB, o Hospital Geral de Vila
Penteado adotou, também, por questões econômicas, o uso do software livre Linux
na maioria dos seus computadores. Muitos computadores têm o sistema operacional
Linux Red Hat, seguido pelo Fedora (versão doméstica do Red Hat) e alguns
computadores mais antigos têm o Linux Conectiva. Em todos os computadores,
opera também, o Open Office 1.1.1, aplicativo com ferramentas de produtividade de
escritório, que integra processador de texto, planilha eletrônica e apresentador
gráfico.
Na área do GTGH há compatibilidade de arquivos, mas existe problema na
troca de arquivos em outras áreas do Hospital com as de terceiros. Diferentemente
das demais áreas do Hospital, quase todo o GTGH usa softwares comerciais
Windows por ter de acessar diversos tipos de sistemas diferentes.
AVALIAÇÃO DO HOSPUB
Na avaliação da Diretora do GTGH o sistema HOSPUB foi considerado
excelente durante sua implantação, pois “como não existia nenhuma novidade no
mercado, acho que ele começou atender a necessidade da grande maioria do
Hospital. Hoje ele está ultrapassado, ele acaba não interligando com outros
sistemas”. Considera que, alguns dados hospitalares deveriam ser retirados do
HOSPUB, mas como o setor recebe as informações necessárias ao Sistema de
Custos, ou à área de medicamentos e de material, ela “não utiliza em hipótese
alguma o HOSPUB. De cada uma dessas atividades vem à informação e não vem
nada do sistema. Você tem que ficar pegando, garimpando, não tem um sistema
informatizado que a pessoa põe no papel e entrega a informação...”
Como responsável pela Informática e pela extensão do HOSPUB, a Diretora do
GTGH declarou, estar muito preocupada com os constantes travamentos do banco
de dados do HOSPUB. Já tentou fazer três licitações para contratação de suporte
técnico ao HOSPUB, que está sem manutenção há praticamente dois anos.
73
SERVIÇO DE RECURSOS HUMANOS
A Responsável pelo Serviço de Recursos Humanos é pedagoga e assistente
social, com curso de especialização em Administração Hospitalar e trabalha no
HGVP desde 1990 no mesmo cargo.
Segundo ela, o HGVP opera com 319 médicos, 65 enfermeiros, 461 auxiliares
e atendentes de enfermagem e outros 700 profissionais administrativos de saúde,
totalizando 1545 pessoas, cerca de 54% são da área assistencial, e o restante
atuam na área de administração.
O RH dispõem das áreas de seleção, de recrutamento, de treinamento e de
departamento de pessoal. Há vários sistemas isolados em cada área: “..a gente tem
um que faz o cadastro e registro do funcionário; um outro sistema que é controle de
tempo de serviço; e outro de sistema de freqüência”. Há ainda, o SILAF, da
Secretaria da Fazenda, que é o Sistema de Lançamento Eletrônico da Folha de
Pagamento, do Boletim de Vale Transporte e do Boletim de Ajuda de Custo e de
Alimentação. Nenhum deles são integrados.
A maioria do modus operandi do setor é manual, todo o controle é feito sem
ajuda de sistemas. A Responsável, portanto, não é cadastrada no HOSPUB e seu
setor também. Quando do ingresso de novos médicos é feita uma relação manual,
que é passada ao Administrador do HOSPUB, com nome, especialidade, CPF e
CRM para cadastro no aplicativo.
SERVIÇO ESPECIALIZADO DE ENGENHARIA DE SEGURANÇA E MEDICIANA DO
TRABALHO – SESMT
O responsável pelo Serviço Especializado de Engenharia de Segurança e
Medicina do Trabalho – SESMT é médico e atua no mesmo cargo desde a fundação
do HGVP.
MODO DE TRABALHO
A área do SESMT abrange a medicina ocupacional e a engenharia de
segurança do trabalho, cujo procedimento é prevenir e diminuir os riscos que os
métodos e processos do ambiente de trabalho podem acarretar aos funcionários do
74
Hospital, no exercício da função. Possui onze funcionários, distribuídos nos setores
75
5. DISCUSSÃO
HOSPUB NO HGVP
Como contexto específico deste estudo de caso, cabe ressaltar alguns
aspectos importantes do processo de informatização mais gerais do HGVP, a saber:
1) Forte preocupação da direção do Hospital, que desde 1991 vem,
através de diversas ações, implementando de maneira articulada um
modelo de gestão hospitalar;
2) As iniciativas quanto ao processo de informatização passaram pela
elaboração de um Plano Diretor de Informática (PRODESP); pela
inclusão de diferentes sistemas ligados à administração pública central
(Siafem, Siafísico, Secol); pela compra de sistemas parciais de
natureza privada e até pela construção de um sistema manual de
apuração de custos;
3) Que ao longo desse processo criou-se no HGVP uma infra-estrutura de
rede de computadores e equipamentos servidores todos conectados
capazes de operar os sistemas informatizados, considerada adequada
para um hospital público de periferia;
4) O HOSPUB estudado em 2001/2002, entra neste contexto como um
passo a mais nesse processo. Até então, o Hospital utilizava fichas
manuais para registrar informações de seus pacientes, o que era muito
trabalhoso, sendo que esses registros eram atualizados, à medida que
os pacientes eram submetidos à exames ou qualquer outro
procedimento clínico. A implantação do sistema foi vista como uma
evolução do papel para o computador e com houve adesão de todos os
envolvidos.
a) A despeito da combinação ótima do HOSPUB (software público,
software livre, do SUS, sem pagamento de licença), da
qualidade dos funcionários e dirigentes do HGVP, do sucesso da
implantação, do modelo de gestão administrativa implantada
76
durante anos, a pesquisa evidenciou limitações do software tais
como: “bugs”, tecnologia ultrapassada, falta de integração,
inconsistência de relatórios, inconfiabilidade de dados, sem
interfaceamento, etc.
b) Existe uma resistência por parte expressiva do corpo clínico, em
preencher os dados clínicos de procedimento, do código CID10.
O Núcleo Operacional, principal parte da organização burocrata
profissional, foi quem considerou essas tarefas como
administrativas e, portanto, de responsabilidade dos atendentes.
c) O Corpo Clínico confia mais nos registros paralelos e nas
planilhas manuais que no HOSPUB, pois como as atendentes,
registram aqueles dados a posteriori, o HOSPUB fica defasado,
gerando inconsistências, causando reclamações operacionais.
d) Registramos que o módulo SAME é o melhor avaliado pelos
usuários pesquisados dentre todos.
e) Embora o módulo SIADT seja péssimamente avaliado pelos
seus próprios usuários é o provoca maiores benefícios,
reconhecidos e bem avaliados pelos outros usuários,
principalmente aqueles que do Núcleo Operacional.
f) O Apoio Clínico é a área que faz o HOSPUB funcionar. É a
espinha dorsal do sistema. Os setores Faturamento, Same e
Laboratório responsáveis por quase todos os dados que, são
utilizados pelo Hospital. Mesmo com todas as dificuldades e
críticas os funcionários são estimulados e exigidos a utilizarem o
aplicativo para registro das atividades, resultando na
performance sentida por todos os usuários.
g) Mesmo com parcos recursos tecnológicos, o HOSPUB prova
sua longevidade e robustez funcionando sem parar no HGVP;
77
24 horas por dia; 7 dias por semana; 365 dias por ano; sozinho e
sem manutenção.
De fato, como vimos na pesquisa, o HOSPUB tem sido utilizado mais como
repositório dos dados hospitalares, necessários para formatação do Relatório
Gerencial, do que para gestão e tomada de decisão. O HOSPUB é, portanto, um
sistema mais operacional de registro de dados assistenciais.
A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E A GESTÃO HOSPITALAR
No Núcleo Operacional, base da expertise profissional médica, entre os
diferentes usuários estudados nota-se um gap de visão de utilização de sistemas
assistenciais. A representante do Núcleo Operacional, Divisão de Enfermagem,
declarou que gostaria de um sistema para área assistencial, com prontuário
eletrônico, dispositivo tipo palm para leitura de código de barras, que facilitasse o
dia-a-dia das enfermeiras, além de registrar tudo no próprio leito e automaticamente
serem inseridos no sistema. Já a Divisão Médica, reconheceu que se houvesse esse
aplicativo mais sofisticado com prontuário eletrônico, por exemplo, haveria alguma
resistência, no início, principalmente dos médicos.
Com esse distanciamento de visão colocamos que a informatização não é um
ponto pacífico entre os diversos atores dentro da organização, mas ela é
fundamental, pois como disse Gonzalo Vecina Neto em recente Congresso da
Sociedade Brasileira de Informação em Saúde: “sem informação, não há gestão,
sem gestão não há saúde”.
Numa gestão baseada em processos e em informações, conforme preconizada
no modelo PNQ - Prêmio Nacional de Qualidade(46), a análise de processos leva ao
melhor entendimento do funcionamento da organização e permite a definição
adequada de responsabilidades, a utilização eficiente dos recursos, a prevenção e a
solução de problemas, a eliminação de atividades redundantes, a identificação clara
de clientes e de fornecedores ajudando o desenvolvimento do pensamento sistêmico
da organização.(47)
78
Numa organização hospitalar burocrata profissional, conforme Mintzberg, no
qual o Núcleo Operacional é a parte-chave, devido à sua expertise, alto-custo e
especialidade, todas as outras partes organizacionais trabalham para servi-los. A
Tecnoestrutura e a Linha Intermediária não são altamente elaboradas, enquanto que
a Assessoria de Apoio, embora plenamente elaborada, está focada em atender ao
Núcleo Operacional. (48)
O que frequentemente emerge numa Burocracia Profissional são as hierarquias
administrativas paralelas, cujo poder está no Núcleo Operacional em virtude de seu
conhecimento e habilidades, o que podem gerar conflitos a serem mediados pelo
Administrador Profissional. (49)
A padronização do processo de trabalho (ou padronização dos outputs) dos
profissionais do Núcleo Operacional deve ser conquistada pela negociação e
estarem sob o controle deles, pois o poder de tomada de decisão flui desses
operadores para os gerentes e administradores.
O Administrador Profissional, diferentemente dos profissionais operadores, tem
tempo integral para a administração, para as negociações, para os contatos, para a
gestão, e terá maior sucesso e poder, se os profissionais operadores o virem como
um servidor eficaz a seus interesses. De fato, existe uma grande preocupação da
atual Diretora do HGVP em responder aos anseios dos médicos quando declarou o
desejo, “de um sistema que atenda as minhas necessidades do hospital não só
como dirigente, mas como corpo clínico”.
Nesse contexto é importante que todas as solicitações feitas pelos médicos,
pelas enfermeiras e por outras pessoas envolvidas no processo de assistência,
diagnóstico e tratamento do paciente, sejam inclusas no sistema, tornando-se
evidente a partir de então, o compartilhamento das informações e a automação da
comunicação de dados, que constitui na chave do sucesso de um verdadeiro
sistema de informatização hospitalar. (50)
Nesse sentido, a implantação de um sistema de informatização e gestão
hospitalar deve se encaixar nas expectativas dos profissionais do Núcleo
Operacional, ser negociado e aceito, explicitamente, em troca do avanço das
79
conquistas dos novos projetos (um novo equipamento, um novo programa de
educação, um novo credenciamento hospitalar, mais receitas orçamentárias).
As outras áreas também reclamam por atenção na área de sistemas: o setor de
Diagnósticos por Imagem quer “ter um banco de dados de imagem, ter um arquivo
dos pacientes dentro do sistema do hospital, que poderia ser acessado para uma
averiguação de qualquer tipo com o paciente, pode ser clinica, ou a própria história
do paciente que ficaria arquivado”; o setor de Recursos Humanos, também, gostaria
de um sistema com informação com desempenho dos profissionais, até o Corpo
Clínico declarou desejar um “sistema ideal, atualizado, integrado, que facilitasse o
dia-a-dia assistencial”.
Uma vez obtido o consenso na organização hospitalar sobre qual sistema
adotar, é lógico imaginar que as informações assistenciais fluam ao nível central de
maneira cada vez mais automática através de canais informatizados e interfaces
entre sistemas. Deveria ser do interesse público a informatização dos hospitais,
unidades básicas, pronto-socorros, centros de referência e laboratórios, que
integrados poderiam trabalhar organicamente gerando uniformidade administrativa e
economia de recursos. Nesse sentido seria bem-vindo todo apoio nos processos de
informatização hospitalar com assistência técnica e recursos da mesma forma que
houve na administração financeira.
A Informática, levando em consideração esse aspecto, é apenas um
instrumento de armazenamento, controle, comunicação e análise da informação,
que embora, extremamente poderoso, será utilizado pelos Administradores
modernos com competência para extrair o máximo de benefícios e produtividade das
novas tecnologias, obtendo vantagens competitivas e melhores resultados. (51)
Apesar da Tecnologia da Informação ter avançado rapidamente no item de
conectividade física de comunicação de dados, o mesmo não ocorreu nos aspectos
de integração de sistemas e utilização da informação pelos profissionais de saúde (52). Há uma busca por modelos para implementação de prontuários informatizados,
que devem atender aos diversos tipos de profissionais da saúde, suficiente e flexível
para ser usado na assistência, no ensino e na pesquisa, permitindo diferentes
80
finalidades: atendimento primário, diagnósticos, procedimentos, prescrição,
evolução, cirurgias, protocolos e análises.
Esses sistemas de prontuários eletrônicos podem ser considerados “estados
da arte” da informatização. Exigem grandes investimentos em TI, em computadores
servidores centrais, em computadores móveis, em pontos de rede em todos os
consultórios médicos, em aumento da velocidade de conectividade da rede, em
banco de dados e também numa alta especialização dos recursos humanos de
suporte de informática. Por outro lado esse investimento só tem sentido se todos os
profissionais do núcleo operacional utilizem-no: os médicos para anamnese, para
diagnóstico, para prescrição médica, para inserção do código CID10 e
procedimentos, as enfermeiras para condutas assistenciais, as atendentes para
liberar leitos, o farmacêutico para administrar medicamentos, etc.
A partir desta base, com a integração dos outros sistemas enfim teremos uma
gestão geral dos recursos, que beneficiará toda a rede assistencial de saúde pois
conforme a opinião do Responsável da implantação do HOSPUB: “A gestão
hospitalar feita por custos, e tendo a visão do social, e justamente por causa da
visão social, temos que gastar melhor o dinheiro público. A diferença entre hospital
público e o privado é que o hospital privado quer gastar menos para ter mais lucro, e
o hospital público tem que gastar menos para atender mais gente e com mais
qualidade “.(SIC)
Assim sendo, enquanto a pesquisa enfatizou a questão tecnológica, em
detrimento da questão do custo de um sistema hospitalar, sua manutenção e
evolução, levando a considerar que o HOSPUB possa ser defasado, anacrônico e
antigo, podemos também considerá-lo uma “solução possível” e viável ao nível da
administração pública atual.
81
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo nos coloca algumas questões para considerações finais sobre o
sistema hospitalar HOSPUB: ele com relação ao porte do HGVP, o sistema em si,
seu futuro e a sua relação com um modelo de gestão pública.
1) CARACTERÍSTICAS DO HOSPUB E O PORTE DO HGVP
O HOSPUB é um sistema hospitalar que foi desenvolvido na década de 90, há
quase 15 anos, no DATASUS, no Rio de Janeiro e tinha como objetivo atender
pequenos hospitais e ambulatórios. Foi feito em linguagem Opus, (caracter), com um
banco de dados Openbase, que operava (e ainda opera) em sistema operacional
Linux, por programadores contratados do IBGE - Instituto Brasileiro e Geografia e
Estatística, conforme site www.openbase.com.br (53), sendo a primeira versão
disponibilizada em 1995.
De acordo com as informações do Gerente Regional do MS/DATASUS-SP, só
no Estado de São Paulo são 44 hospitais que possuem o HOSPUB instalado.
No site do DATASUS, www.datasus.gov.br (54) há poucas informações sobre as
características do aplicativo e dos módulos, a última versão, como obtê-lo, etc.
Conforme a Gerente de Implantação da FAT, o HOSPUB é um sistema simples
e amigável, com telas fáceis de navegar, não exige muito investimento em infra-
estrutura e em equipamentos de informatica e é eficiente para Unidades de Saúde
menos complexas, ideal para Prontos Socorros e hospitais de pequeno porte sem
Ambulatório.
Todavia é incompleto para Hospitais de médio e grande porte, completa a
Gerente. Diz que os módulos não são suficientes, que alguns possuem uma boa
integração, como Internação, Emergência e SAME, os demais não. Falta suporte,
falta investimento em tecnologia. Os módulos não contemplam todas as atividades
de uma Unidade de Saúde mais complexa, o módulo de Ambulatório não é
funcional, é de difícil integração com os outros módulos complementares e não
possui integração com os demais sistemas do DATASUS.
82
Com efeito, conforme o Responsável Técnico da Implantação da FAT, o
aplicativo não se adaptou mais ao HGVP, por não atender mais às expectativas
criadas, a partir do próprio sucesso: “ao transportar o software HOSPUB para um
estado como São Paulo, para uma realidade como a cidade de São Paulo, para a
realidade do Hospital de Vila Penteado, que já tinha um modelo de gestão, com
pessoal mais moderno em termos de gestão hospitalar, é óbvio que nos primeiros
seis meses ele supre, a partir daí, o usuário vai sempre querer mais”.
2) HOSPUB, UM DINOSSISTEMA, UM SISTEMA DINOSSAURO
O HOSPUB não foi planejado e concebido como sistema de informação
integrado e tão pouco, como um sistema de gestão hospitalar. Ele é um dispositivo
ordenado de alguns programas, chamados ‘módulos’ que foram reunidos sob um
mesmo nome. O programa(módulo) da Emergência (SIGUE) é estanque, ou seja,
não se relaciona com os outros programas (módulos). O HOSPUB é cheio de bugs
(erros, inconsistências de programação e desenvolvimento do sistema), o “dicionário
de dados” que é fornecido pelo DATASUS está completamente desatualizado, não
há documentação confiável, não há desenvolvimento do produto, e nem evolução. O
que existe é apenas a correção dos graves bugs do sistema.
O HOSPUB não se relaciona com os outros sistemas do MS/DATASUS, sejam
de faturamento (SIA e SIH), sejam de controle da assistência. Essa
incompatibilidade, no entanto, não é exclusiva do HOSPUB, mas uma característica
dos sistemas públicos de saúde, ou seja, inexistem padrões de entrada de dados
entre os sistemas do DATASUS. São quase 60 sistemas com cadastros diferentes
que não se comunicam por ausência de política consistente de informações e por
tecnologias inadequadas. (55)
Nesse ponto, o HOSPUB pode ser considerado um monumento ao heroísmo e
à persistência de alguns analistas de sistemas devotos que, ainda conseguem dar
assistência técnica a um produto, tecnologicamente, ultrapassado, um dinossistema.
Como dinossistema o HOSPUB sobrevive ao meio público, devido aos poucos
recursos financeiros para informatização hospitalar, no qual o sistema continua
83
sozinho a funcionar, praticamente, sem manutenção, como é o caso do Hospital
Geral de Vila Penteado.
3) PERSPECTIVAS DO HOSPUB
O escritório Regional do DATASUS/SP informou que, em São Paulo a equipe é
composta por três pessoas e noutros Estados deve ser a mesma quantidade. No Rio
de Janeiro o sistema está em fase de nova estruturação, atuando com cinco a seis
pessoas. Informou, também, que a última versão disponível do HOSPUB é a 11.00 e
que, uma nova versão sai a cada 6 meses, aproximadamente.
O aplicativo HOSPUB, hoje, só é implantando pelas regionais do DATASUS,
pois não existem mais empresas credenciadas, e que basta um ofício do município
solicitando uma visita técnica, para então ser avaliado, se a Unidade atende alguns
requisitos para a implantação.
Para o futuro do aplicativo, prevê-se novas implementações:
• O cadastro de paciente, a integração com o Cartão Nacional de Saúde;
• Busca de ruas pelo CEP;
• Interfaceamento de exames laboratoriais com os equipamentos de
análise;
• Dispensação de medicamentos por paciente;
• Relatório BMH será completado para as estatísticas da Internação;
• Melhora na pesquisa e na localização de pacientes na Emergência, na
Remarcação de retorno para pacientes que perderam suas consultas de
Retorno;
• Marcação de retorno entre sub-especialidades do mesmo médico;
• Criação de rotina de back-up e manutenção do Banco de Dados; e
• Também, para as próximas versões o desenvolvimento de rotina para
atender a parte de radiografia e de imagem.
84
O DATASUS não estimula mais a implantação do aplicativo quando ainda
oferece um sistema defasado, um HOSPUB “velho”, que pela importância do
aplicativo tem, já deveria ter sido atualizado. Tentativas não faltaram, em 2002, o
Ministério da Saúde fez uma licitação para atualização do sistema. Foi escolhido um
consórcio formado pelas empresas Tecso, IPS e Prógonos para atualização e
formatação de um novo HOSPUB.
Esse consórcio não apenas reviu todos os processos, que envolviam o projeto
HOSPUB, como os recodificou, alterando todos os aspectos do sistema. A nova
arquitetura foi baseada em Java, J2EE e JavaBeans, e o projeto ‘componentizado’.
Os módulos de informação clínica tiveram seus modelos revistos e atualizados com
o uso de tecnologia XML. O novo modelo conceitual da base de dados recebeu
atenção especial, permitindo melhor integração entre os módulos, conforme
informação obtida no site www.ipsaude.com.br (56). O projeto teve um total de mais
de 33 mil horas, com um cronograma apertado conduzido de maneira rigorosa pelo
consórcio. O novo sistema recebeu o nome de HOSPUB Web ou HOSPUB Novo.
Infelizmente, o novo sistema nunca foi disponibilizado. Em março de 2004
houve algumas apresentações realizadas pelo Consórcio, mas o DATASUS nunca
se pronunciou oficialmente, sobre o andamento e as datas de entrega do novo
sistema. Sabe-se, extra-oficialmente, que o Hospital Mario Gatti de Campinas está
testando os módulos básicos, conforme noticiou o site da Secretaria Municipal de
Saúde, de Campinas www.campinas.sp.gov.br (57), postada em 18 de setembro de
2003.
Ainda hoje, em pesquisa pela Internet notamos empresas credenciadas
oferecendo o HOSPUB ‘velho’, como domínio público, software livre e a disposição
de qualquer um: www.sbs-consultores.com.br (58), www.fatsaude.com.br (59),
www.alphasystem.com.br (60), e outros sites, que confronta com a informação
prestada pelo Gerente Regional do DATASUS/SP, do fim do credenciamento.
85
4) HOSPUB NO HGVP E O MODELO DE GESTÃO PÚBLICA
O HOSPUB tem uma longa lista de críticas, na percepção de seus usuários
neste estudo de caso, que começam pelo Laboratório, no qual produziu benefícios
como eliminação dos registros manuais, por exemplo, porém, trouxe o trabalho de
lançamento dos dados no sistema e o retrabalho de conferência; passam pela
Estatística, cujos relatórios apresentaram falhas e inconsistência; pelo arquivo
médico que não consegue determinar a origem do prontuário; pelo travamento da
agenda, que não consegue encaixar um novo atendimento; pelo Faturamento que
lança manualmente, as fichas de procedimentos e os códigos de faturamento para
depois ser lançados no sistema; atravessando a indiferença dos médicos e das
enfermeiras, que o consideram como registro administrativo; pelos dirigentes e
gestores que tem registros e controles paralelos para checar a inconsistência dos
dados apresentados na tela; até chegar à direção hospitalar, que utiliza pouco o
aplicativo.
O estudo identifica como fatores intervenientes as dificuldades de
operacionalizar um sistema de gestão hospitalar mediadas por vários aspectos
desde a característica da gestão pública, passando por questões orçamentário-
financeiras chegando às limitações quanto a recursos humanos.
Para o Hospital Geral de Vila Penteado, um hospital público estadual, com
pretensão de organização e de registro de todas as informações hospitalares, com
armazenamento e recuperação de imagens e dados assistenciais, com custos
apontados, integração de todos os envolvidos na prestação de serviço, relatórios e
indicadores em tempo real, o esforço partirá de uma base proporcionada pelo
HOSPUB.
De fato, fatores de oportunidade estiverem presentes no HGVP para aprimorar
o sistema de gestão: um diretor-líder gerencial com uma contínua idéia de gestão
administrativa, o esforço e dedicação dos profissionais, a implantação de infra-
estrutura técnica de rede de dados, computadores e sistemas.
As ameaças vieram de várias matizes: fragilidade do HOSPUB, ausência de
política central federal e estadual, falta de apoio técnico à informatização hospitalar,
falta de organicidade e fórum para discussão dos projetos. A despeito de todos os
86
esforços o HOSPUB, enquanto produto, não melhorou em seus aspectos técnicos e
se mostrou insuficiente para gestão hospitalar.
Mas, mesmo com tantas críticas e limitações apontadas, o resultado final da
pesquisa aponta o aplicativo como um auxiliar importante no desempenho das
atividades do HGVP. O segredo da boa performance hospitalar é o alto nível de
seus dirigentes, todos pós-graduados, experientes, quase todos atuam desde a
inauguração, um considerável capital humano.
Com esses profissionais e com o modelo de gestão que ainda sobrevive no
Hospital (herança do ex-diretor e preservada pela atual Direção), esses
administradores combinaram o uso do aplicativo HOSPUB, extraindo-lhe o máximo
de desempenho, com outros sistemas de informação; um modelo híbrido que está
dando certo e serve de exemplo, para muitos hospitais públicos, recebendo visitas
para verificação in loco do sucesso da implantação do HOSPUB e do modo de
administração e de gestão hospitalar.
Com essa pesquisa, após análise dos questionários e das opiniões dos
entrevistados, consideramos que o sistema de informação HOSPUB não atende
mais às expectativas dos usuários e de gestores do Hospital Geral de Vila Penteado,
mas também notamos ausência de uma política geral mais efetiva de suporte na
área de informática e informação para manutenção, apoio técnico, avaliação e
redesenho dos sistemas de informação hospitalar para melhoria da gestão pública
dos hospitais.
87
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Freeman, C. apud Quintella RH, Dias CC O papel dos paradigmas técnico-
econômicos nos estudos organizacionais e no pensamento estratégico-
empresarial, Rev RAP Rio de Janeiro 36 (6): 905-32, Nov/Dez 2002
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3. Tachinardi, U. Tendências da Tecnologia da Informação em Saúde. Rev O
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4. Coelho, J. As Novas Técnicas de Informatização Hospitalar
Tese(Mestrado). Rio de Janeiro: Universidade Estácio de Sá; 2002
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configurações. 2.ed. São Paulo: Atlas; 2003. 344p.
6. Mintzberg, op. cit.
7. Mintzberg, op. cit.
8. Morgan G. Imagens da organização. São Paulo: Atlas, 1996, 421p.
9. Morgan, op. cit.
10. Mintzberg, op. cit.
11. Mintzberg, op. cit.
12. Mintzberg, op. cit.
13. Mintzberg, op. cit.
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21. Mirabile apud Maia AC Gil AC In Administradores Hospitalares:
repensando a gestão profissional. Rev. O Mundo da Saúde (São Paulo),
ano 28 v 28 n2 Abr/Jun 2004 p. 125-41
22. Cabrera apud Maia AC Gil AC opus cit.
23. Motta PR. Gestão contemporânea: a ciência e a arte de ser dirigente.
15.ed. Rio de Janeiro: Record, 2004, 256 p.
24. Mintzberg, op. cit.
25. Souza GP e Portes AJF, Informatização de clínicas oftalmológicas, Rev
RAS Revista Administração em Saúde, Vol. 5, 21, Out/Dez, 2003 p. 31-8
26. Ib, idem
27. Noht et al. opus cit.
28. Gonçalves apud Maia AC Gil AC opus cit.
29. Novaes HMN apud Matos AJ In Gestão de Custos Hospitalares: técnicas,
análise e tomada de decisão, São Paulo, STS, 2002, 276 p.
30. Matos AJ. Gestão de Custos Hospitalares: técnicas, análise e tomada de
decisão, São Paulo, STS, 2002, 276 p.
31. Drucker, opus cit.
32. Matos, opus cit.
33. Yamamoto E. Os novos médicos administradores. 2.ed. São Paulo: Futura;
2001, 199 p.
34. Ib, idem
35. Cohen E, Franco R. Avaliação de projetos sociais. 5.ed. Petrópolis: Vozes;
1993, 312 p.
36. Contreras apud Cohen E, Franco R. opus cit.
37. Cohen E, Franco R. opus cit.
38. Ib, idem
39. Mintzberg, op. cit.
89
40. EPI Info TM for Windows, versão 3.3.2 [software na Internet] Atlanta: Centers
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41. Hospital Geral de Vila Penteado, Informe Interno, 2002
42. CESAR, Chester L. G., FIGUEIREDO, Gerusa Maria, WESTPHAL, Márcia F. et al.
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urbanas brasileiras: metodologia. Rev. Saúde Pública, Apr. 1996, vol.30,
no.2, p.153-160
43. FAT SAÚDE Tecnologia de Informatização de Ambiente Hospitalar. HOSPUB.
[online]. Disponível em: http://www.fatsaude.com.br/produtos.htm
44. MS/DATASUS, Método de Informatização de Unidade de Saúde, versão
1.0
45. Núcleo de Informação Hospitalar – Administração Direta – Secretaria de
Estado da Saúde de São Paulo – Coordenadoria de Serviços de Saúde.
[online]. Disponível em: http://www.nih.med.br/
46. Critérios de Excelência – O Estado da Arte da Gestão para a Excelência do
Desempenho, São Paulo, FPNQ - Fundação Prêmio Nacional da Qualidade,
2001
47. Yamamoto, opus cit.
48. Mintzberg, opus cit.
49. ib, idem.
50. Coelho, opus cit.
51. Biczyk, opus cit.
52. Biczyk, opus cit.
53. OpenBase Banco de Dados. Relacional [online]. Disponível em:
http://www.openbase.com.br/obweb-pt/main-new.html
54. Departamento de Informática do SUS-DATASUS Ministério da Saúde,
Governo Federal. [online]. HOSPUB. Disponível em:
http://w3.datasus.gov.br/datasus/datasus.php?area=361A3B367C5D468E1F3
67G11HIJd3L1M0N&VInclude=../site/din_sist.php&VSis=1&VAba=0&VCoit=4
68
55. Bittar OJNV. Inúmeros Números do Planejamento de Saúde. RAS Revista
Administração em Saúde, Vol. 7, 28, Jul/Set, 2005 p. 79-15.
90
56. IPS-Companhia de Informação e Planejamento em Saúde. HOSPUB WEB.
[online]. Disponível em: http://www.ipsaude.com.br/Products/HospubWeb/
57. Secretaria Municipal de Saúde de Campinas. HOSPUB WEB. [online].
Disponível em:
http://www.campinas.sp.gov.br/saude/noticias/not_09_03/not_18_09_03b.htm
58. SBS Consultores. HOSPUB. [online]. Disponível em: http://www.sbs-
consultores.com.br/
59. FAT SAÚDE Tecnologia de Informatização de Ambiente Hospitalar. HOSPUB.
[online]. Disponível em: http://www.fatsaude.com.br/produtos.htm
60. ALPHASYSTEM. HOSPUB. [online]. Disponível em:
http://www.alphasystem.com.br/
92
• MS/DATASUS, Manual do Contratante, versão 1.0, 1999
• Oliveira, H.A Informática na Administração Hospitalar, Rev HFA Hospital das
Forças Armadas (Distrito Federal) 1986, p. 193-205
• Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) –
Perspectivas da Tecnologia da Informação: As Tecnologias da Comunicação
e da Informação e a Economia da Informação, tradução Elias Jorge Tambur –
São Paulo, Senac, 2005, 493p.
• Organización Panamericana de La Salude, Manual Protótipo de Educacion en
Administración Hospitalaria, 1996
• Programa metropolitano de saúde. SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE.
São Paulo, 1984
• Souza GP e Portes AJF, Informatização de clínicas oftalmológicas, Rev RAS
Revista Administração em Saúde, Vol. 5, 21, Out/Dez, 2003 p. 31-8
• Tachinardi, U. Tendências da Tecnologia da Informação em Saúde. Rev O
Mundo da Saúde (São Paulo), ano 24 v 24 n3 mai/jun 2000, p.165-77
• Triffany P. Planejamento Estratégico: o melhor roteiro para um planejamento
estratégico eficaz. Tradução de Ana Beatriz Rodrigues, Priscilla Martins
Celeste. Rio de Janeiro. Elsevier, 1998, 11ª reimpressão 395p.
• Yamamoto E. Os novos médicos administradores. 2.ed. São Paulo: Futura;
2001, 199 p.
• Yin, RK. Estudo de Caso: Planejamento e métodos, trad. Daniel Grassi, 3ª.
Ed. Porto Alegre, Bookman, 2005, 212p.
93
ANEXOS – QUESTIONÁRIOS, ROTEIRO DE ENTREVISTAS E QUESTÕES
ANEXO I - QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DE UTILIZAÇÃO DO HOSPUB -
MAIO 2006
Nota do Pesquisador: Eu, Ivo Martins Guerra, declaro que as informações aqui
prestadas serão utilizadas exclusivamente no processamento do estudo, e que
serão consideradas de maneira confidencial, e, os resultados da pesquisa serão
processados anonimamente como parte do estudo.
1ª. Parte: Identificação do Respondente
Nome: ____________________________________________
Cargo/Função: ______________________________________
Local de trabalho/Seção/Setor: __________________________
Tempo de serviço:__________
É usuário do SIH HOSPUB: ( ) Sim ( ) Não
Módulos Perfil
SIGAE Sistema de Gerenciamento de Ambulatório Especializado
SIGHO Sistema de Gerenciamento Hospitalar Internação e Alta
SIGUE Sistema de Gerenciamento de Unidade de Emergência
SSAME Sistema de Gerenciamento de Arquivo Médico
SIADT Sistema de Apoio Diagnóstico e Terapia
Número de acessos ao módulo indicado:
Acesso diário e permanente: ( )
Uma vez ao dia: ( )
2 vezes na última semana: ( )
1 vez na última semana: ( )
Qual a data do último acesso?
=> FAVOR RESPONDER AS PERGUNTAS CONFORME SEU
MÓDULO DE UTILIZAÇÃO DO HOSPUB
94
Perguntas para módulo SIGAE/SIGHO/SIGUE/SSAME
1 – Quando da implantação do módulo houve treinamento?
Sim ( ) Não ( )
1A) Se sim, como foi este treinamento? Os instrutores estavam bem
treinados?
______________________________________________________________
______________________________________________________________
1B) Se sim, qual a duração do treinamento?
__________ horas ___________dias
1C) O treinamento deu todas as informações necessárias para utilização do
sistema ou o aprendizado se deu na prática?
2 - O módulo é fácil de ser operado?
Sim ( ) Não ( )
2A) Quais as telas que vc mais utiliza?
______________________________________________________________
______________________________________________________________
2B) Quais as principais funcionalidades/facilidades do sistema?
1 - ____________________________________________________________
2 - ____________________________________________________________
3 - ____________________________________________________________
4 - ____________________________________________________________
2C) Qual o grau de facilidade de realização das tarefas/facilidades citadas?
(Use numeração de 1 a 10, sendo 1 o grau mais difícil e 10 o grau mais fácil)
Funcionalidade/Tarefa/Facilidade: ________________ ( )
Funcionalidade/Tarefa/Facilidade: ________________ ( )
Funcionalidade/Tarefa/Facilidade: ________________ ( )
Funcionalidade/Tarefa/Facilidade: ________________ ( )
3 - O módulo agilizou o trabalho do setor?
Sim ( ) Não ( )
95
3A) De que forma? Como?
______________________________________________________________
______________________________________________________________
4 - O módulo agilizou o acesso às informações dos pacientes?
Sim ( ) Não ( )
4A) Que tipo de informação foi agilizada?
______________________________________________________________
______________________________________________________________
4B) Qual o grau de facilidade da informação citada?
(Use numeração de 1 a 10, sendo 1 o grau mais difícil e 10 o grau mais fácil)
Informação: ________________ ( )
5 - O módulo agilizou os procedimentos internos?
Sim ( ) Não ( )
5A) Se sim, de que forma? Como?
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
5B) Se não, por que?
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
6 - O número de equipamentos (computadores) na área é suficiente para operação
do módulo ?
Sim ( ) Não ( )
6A) Se não, quantos equipamentos estão faltando?
_________________________________________
7 – Os relatórios do módulo são utilizados?
Sim ( ) Não ( )
7A) Se sim, quais:
Nome do Relatório: _____________________________________
Nome do Relatório: _____________________________________
Nome do Relatório: _____________________________________
7B) Para qual finalidade são utilizados os relatórios?
Nome do Relatório: __________=> Finalidade________________________
Nome do Relatório: __________=> Finalidade________________________
Nome do Relatório: __________=> Finalidade________________________
96
Nome do Relatório: __________=> Finalidade________________________
7C) Avalie a o grau de facilidade de uso dos relatórios citados?
(Use numeração de 1 a 10, sendo 1 o grau mais difícil e 10 o grau mais fácil)
Relatório__________________: ( )
Relatório__________________: ( )
Relatório__________________: ( )
Relatório__________________: ( )
8 – Vc utiliza o módulo para tomar alguma decisão administrativa?
Sim ( ) Não ( )
8A) Se sim, qual decisão:________________________________________
8B) Se não, por que? :___________________________________________
_____________________________________________________________
9 - Quais as falhas/dificuldades do módulo:
Interface mais amigável e fácil de utilizar: ( )
Falta de integração com outros sistemas: ( )
9A) Outros: _________________________________________________
___________________________________________________________
10 – Utiliza outros SI(Sistemas de Informação): Sim ( ) Não ( )
10A) Se sim, quais
__________________________________________________________
__________________________________________________________
10B) Por que é necessário utilizar esses outros sistemas?
__________________________________________________________
__________________________________________________________
10C) Quais informações são utilizadas desses outros SI?
__________________________________________________________
__________________________________________________________
10D) As informações fornecidas por estes outros sistemas não estão contidas
no Módulo do HOSPUB? Sim ( ) Não ( )
11) Avalie a grau de satisfação do módulo do HOSPUB
(Use numeração de 1 a 10, sendo 1 o grau mais difícil e 10 o grau mais fácil)
Avaliação: ( )
97
Perguntas para módulo SIADT – Sistema de Apoio Diagnóstico e Terapia
1 – Quando da implantação do módulo SIADT houve treinamento?
Sim ( ) Não ( )
1A) Se sim, como foi este treinamento? Os instrutores estavam bem
treinados?
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
1B) Se sim, qual a duração do treinamento?
__________ horas ___________dias
1C) O treinamento deu todas as informações necessárias para utilização do
sistema ou o aprendizado se deu na prática?
2 - O módulo SIADT provê todas as informações necessárias à gestão laboratorial?
Sim ( ) Não ( )
2B) Quais
2C) Vc utiliza outros SI (Sistemas de Informação)? Sim ( ) Não ( )
2D) Quais?
2E) Por que é necessário utilizar esses outros sistemas?
__________________________________________________________
__________________________________________________________
2F) Quais informações são utilizadas?
__________________________________________________________
__________________________________________________________
2F) As informações fornecidas por estes outros sistemas não estão contidas
no Módulo SIADTHOSPUB?
__________________________________________________________
_________________________________________________________
3 - O módulo SIADT agilizou o trabalho do setor?
Sim ( ) Não ( )
3A) De que forma? Como?
____________________________________________________________
4 - O módulo SIADT eliminou transcrição de dados?
Sim ( ) Não ( )
98
4A) De que forma? Como?
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
5 – O SIADT gera algum tipo de relatório?
Sim ( ) Não ( )
5A) Quais?
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
5B) Vc utiliza esses relatórios?
Sim ( ) Não ( )
5C) Se sim, para que?
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
5D) Se não, qual o motivo da não utilização?
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
6 – Quais as falhas/dificuldades do módulo SIADT:
6A) Falta de passagem de dados dos equipamentos para o módulo: ( )
6B) Falta de integração com outros sistemas: ( )
6C) Falta de relatórios: ( )
6D) Quais outros: ______________________________
99
ANEXO II - ROTEIRO DE ENTREVISTA
AVALIAÇÃO DE UTILIZAÇÃO DO HOSPUB - MAIO 2006
1ª. Parte: Identificação do Respondente
Nome: ____________________________________________
Cargo/Função: ______________________________________
Local de trabalho/Seção/Setor: __________________________
Tempo de serviço:__________
É usuário do SIH HOSPUB: ( ) Sim ( ) Não
Módulos Perfil
SIADT Sistema de Apoio Diagnóstico e Terapia
SIGAE Sistema de Gerenciamento de Ambulatório Especializado
SIGHO Sistema de Gerenciamento Hospitalar Internação e Alta
SIGUE Sistema de Gerenciamento de Unidade de Emergência
SSAME Sistema de Gerenciamento de Arquivo Médico
PERGUNTAS RELACIONADAS À CÚPULA DIRIGENTE
Com tanto poder de decisão acumulado, em que se apóiam os dirigentes
médicos em suas ações administrativas?
Como a Diretoria ou Cúpula Estratégica utiliza o SIH para alinhar os
diferentes atores e dirigentes hospitalares no rumo da missão organizacional?
Existem SI’s paralelos ao SIH? Estes SI’s estão integrados num SIH?
Devem ser integrados? Em qual nível? Qual a avaliação da Cúpula Estratégica dos
SI’s e do SIH?
100
Como os dirigentes hospitalares do núcleo operacional sabem das
condições existentes no Hospital? Utilizam o SIH para isso? Como se relacionam
com o SIH?
PERGUNTAS RELACIONADAS AO NÚCLEO OPERACIONAL
A chamada “medicina baseada em evidências” supõe vários tipos de
informação, oriundos de vários sistemas de informação laboratoriais de exames
diversos. Como os médicos avaliam esses SI’s? Como os médicos uti
101
a responsável pela implantação ou manutenção do SIH na organização, como avalia
esta implantação? As áreas estão fornecendo/inserindo as informações corretas?
Qual o grau de satisfação dos usuários? O aplicativo está atualizado? A infra-
estrutura está adequada?
102
ANEXO III - ROTEIRO DE QUESTÕES ÁS COMISSÕES
Roteiro de questões enviadas às Comissões do HGVP: CCIH – Comissão de
Controle de Infecções Hospitalares; CRPM - Comissão de Revisão de
Prontuários Médicos; CRO - Comissão de Revisão de Óbitos e CFT - Comissão
de Farmácia e Terapêutica, para avaliação de utilização do HOSPUB, em agosto
de 2006:
1) Nome do Responsável pela Comissão, método de revezamento, tempo de
rodízio, etc.
2) Composição da Comissão, quantidade de pessoas, cargos, tempo de
permanência, método de entrada e saída.
3) Operação: Tempo de reunião, freqüência.
4) Local: Onde é feita a reunião, tem local fixo?, tem estrutura adequada?
5) Registro da reunião: Tem secretário? Método e escrituração da pauta e
decisões
6) Apoio: tem algum tipo apoio de sistema de informação?
7) Utiliza o HOSPUB? Se sim, como? Se não, por que? Como avalia o
HOSPUB?
8) Utiliza outros sistemas de informação? Citar.
9) É possível ter acesso à cópia de alguma anotação ou relatório da Comissão?
103
ANEXO IV – LEVANTAMENTO DE APLICATIVOS HOSPITALARES
SES
LEVANTAMENTO DE APLICATIVOS DE GESTÃO
HOSPITALAR
SIH QTE WINHOSP 6 Taipas, Interlagos, Ipiranga, Ferraz, Osasco, Mandaqui HOSPUB 6 Pe Bento, Penteado, S.Mateus, Regional Sul, VNCachoeirinha, Sorocaba
SIGH-PRODESP 5 Brigadeiro, Iamspe, DPME, HC-RP, HC-SP SI3 - INCOR 2 Emilio Ribas, CRT/AIDS PROPRIO 2 FOSP, Assis
NEXT 1 CRSM ANFLATECH 1 Darcy Vargas
MV SISTEMAS 1 Dante NENHUM 20 (*)
TOTAL 44
Fonte: Levantamento de Sistemas de Informação Hospitalares. JAN/2005
(*) Hospitais e Unidades Assistenciais sem sistemas de
informação: Heliópolis, Guaianazes, Guilherme Álvaro, Leonor Mendes de Barros, CRI, CRATOD, IAL, Butantan Candido Fontoura, Nestor Goulart Reis, Odilio Antunes Siqueira, Promissão, Assis, Pinel, Psiquiatrico de Ribeirão Preto, Agua Funda, Santa Rita do Passa Quatro, Arnaldo Pezzuti Cavalcante, Luzia Pinho Melo, Clemente Ferreira.
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