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Boletim Informativo do Instituto Superior de Engenharia do Porto.

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Page 1: ISEP.BI 06

BOLETIM INFORMATIVO

Instituto Superior de Engenharia do PortoQUARTO TRIMESTRE 2008 | DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

6

MUSEUDO ISEP

10 ANOS

À CONVERSA COM...COSME TEIXEIRA

DEPOIS DO ISEPCRISTINA FONTES

DESTAQUEMUSEU DO ISEP

Page 2: ISEP.BI 06

03 EDITORIAL

» Presidente do Conselho Directivo

04 A RETER

» Primeiro Mestre pós-bolonha já está no mercado

» ISEP a 100%

» Um sério compromisso com a Ciência

06 EVENTOS

» M-ELROB 2008

» Ciência Não Linear e Complexidade. Do Oriente para o Porto

» Encontro Nacional de OpenSUSE no arranque de um ano de trabalho

» As organizações do futuro constroem-se no presente

» MEIT 08 apostou na tecnologia sueca

» Um mês da Metrologia no ISEP

» Grandes investimentos nacionais discutidos no Centro de Congressos do ISEP

11 À CONVERSA COM

» Cosme Teixeira - 1º Mestre pós-bolonha do ISEP

14 DE FORA CÁ DENTRO

» Grupo MONTEADRIANO

16 DESTAQUE

» 10º ANIVERSÁRIO MUSEU ISEP

20 INVESTIGAÇÃO À LUPA

» NITAE - CIETI

22 DEPOIS DO ISEP

» Cristina Fontes

24 A NOSSA TECNOLOGIA

» Barchetta - Laboratório Automóvel

26 BREVES

» João Francisco Silva entre os finalistas do Prémio START

» O processo de Bolonha à medida do ISEP

» Novas ofertas formativas para 2009/2010

» ISEP entre as 12 melhores Instituições de I&D

» Debater o trânsito e as soluções na indústria automóvel

» Começar no �Zero� um futuro positivo

» TecnoISEP - Tecnologia à solta no ISEP

» As melhores tardes de quarta-feira são no DEI

» Ao encontro da sociedade criativa

» Docentes do ISEP continuam a marcar pontos em encontros internacionais

» Um passaporte para o ISEP ir ao Cairo

» Uma aposta Simplex

» Engenheiros com mais competências para o mercado

30 PROVAS DE DOUTORAMENTO

» Paula Viana

A NOSSA TECNOLOGIABARCHETTA25

EVENTOSXI JORNADAS TÉCNICAS ANIET

DESTAQUE10º ANIVERSÁRIO MUSEU DO ISEP16

À CONVERSA COM... COSME TEIXEIRA1º MESTRE PÓS-BOLONHA11

10

ÍNDICE ISEP.BI

Page 3: ISEP.BI 06

FICHA TÉCNICA

Propriedade ISEP - Instituto Superior de Engenharia do Porto - Rua Dr. António Bernardino de Almeida, nº 431 | 4200-072 Porto -Tel.: 228 340 500 - Fax.: 228 321 159

Direcção João Rocha

Edição DCI|ISEP - Divisão de Cooperação e Imagem - e-mail: [email protected]

Redacção Alexandra Trincão, Flávio Ramos | Mediana Design José Silva & Óscar Andrade

Impressão | Revista trimestral | Gratuita | Depósito legal 258405/07 | Tiragem 1000 exemplares

Chega ao fim mais um ano. É a altura em que todos fazemos balanços do passado e voltamos

os olhos para o futuro. É tempo de avaliar aquilo que foi feito e do que ainda está por fazer.

É tempo de todos os alunos se preparem para uma fase de provas, apresentações de trabalhos

e, também porque é fundamental, uma fase de algum descanso. É tempo de Natal, de

solidariedade, de festa, de amizade. É tempo também de lançarmos a edição número 6 do

ISEP.BI recheada de novidades e histórias do Instituto.

Este início de ano lectivo foi grande para o ISEP. Não só preenchemos todas as vagas como

a maioria destas foram a primeira opção dos alunos. Isto enche-nos de orgulho. Por um lado,

o sinal de que a notoriedade do ISEP continua a dar cartas e, por outro lado, a motivação que

esperamos redobrada nos alunos que viram no ISEP a resposta aos seus ideais futuros. .

Também nos sentimos mais nobres por marcarmos pontos na história do Ensino Superior:

saiu do ISEP o primeiro mestre do Ensino Politécnico Português. Neste ISEP.BI, com muita

satisfação, apresentámo-lo. Cosme Teixeira, com licenciatura e mestrado em Geotecnia decidiu

arriscar e hoje é mestre, o primeiro mestre de muitos que se seguirão, certamente.

.

Cada vez mais integrado no dia-a-dia da comunidade, o ISEP leva o seu espólio, patente no

Museu do Instituto Superior de Engenharia do Porto, a várias cidades do Grande Porto. Nas

páginas que se seguem, chega-nos mais deste espaço, de visita obrigatória. Uma viagem com

mais de 150 anos de história entre instrumentos e manuscritos, num total de mais de 10 mil

peças, que retratam o ensino no ISEP desde a sua criação.

E como ISEP.BI sem tecnologia não é ISEP.BI, a �Nossa Tecnologia� é dedicada a mais um dos

projectos aliciantes do ISEP: a Barchetta. Em entrevista ao ISEP.BI, Luís Miranda Torres, o

responsável pelo projecto, explica o que é a Barchetta e como cada um de nós pode construir

um carro de competição igual em casa.

Em ano de comemoração do desenvolvimento sustentável, e a provar que o ISEP é um instituto

preocupado com a preservação do meio, estão convidados a conhecer o NITAE/CIETI, o grupo

de investigação que trabalha em prol do ambiente. Mas há mais... numa altura em que o

mercado de trabalho é cada vez mais competitivo, damos a conhecer um dos muitos protocolos

que o ISEP tem com o mundo empresarial.

A todos, desejamos um 2009 cheio de projectos, novas aventuras e sempre com muita

engenharia!

JOÃO ROCHAPRESIDENTE DO CONSELHO DIRECTIVO

ADEUS 2008

OLÁ 2009

01

01REGULADOR DE CORRENTES MPL208OBJ

MUSEU DO ISEP

02RETRATO DE FRANKLIN MPL142OBJ

MUSEU DO ISEP

02

EDITORIAL ISEP.BI

Page 4: ISEP.BI 06

Cosme Teixeira é um nome a reter. Ou melhor, mestre Cosme Teixeira.

Volvidos dois anos da introdução do Processo de Bolonha, um júri

composto, entre outros, por João Rocha, presidente do Conselho

Directivo, assistiu à primeira defesa de uma dissertação de mestrado

no ISEP. Formado em Geotecnia e Geoambiente, o engenheiro de 27

anos é o primeiro mestre do ensino politécnico pós Bolonha. O seu

trabalho �Estudo hidrogeológico e hidropedológico das áreas peri-

urbanas de Valbom e Avintes: implicações na gestão dos recursos

hídricos subterrâneos� contou com o apoio do projecto Groundurban,

da Fundação para a Ciência e a Tecnologia e integrou-se na linha de

investigação de recursos hídricos subterrâneos da área metropolitana

do Porto. A componente não lectiva do mestrado foi efectuada em

contexto de trabalho, através de estágio na empresa Jeremias de

Macedo e Cª Lda.. Além de permitir, desde logo, a operacionalização

do projecto, a ligação à empresa acabou por continuar. O projecto

investiga, numa perspectiva multidisciplinar, uma caracterização

hidrogeológica e hidropedológica de dois campos experimentais,

actualmente em investigação pelo Departamento de Engenharia

Geotécnica do ISEP, Valbom (Gondomar) e Avintes (Vila Nova de Gaia).

O mestrado em Engenharia Geotécnica e Geoambiente visa

proporcionar uma formação avançada no domínio científico da

Engenharia Geotécnica. Composto por 120 ECTS e dividido em

componentes lectiva e não lectiva (ambas com duração de um ano),

apresenta a opção de realização de uma dissertação, projecto ou

estágio em ambiente empresarial, durante o segundo ano. Neste

sentido são promovidos protocolos com empresas do ramo. .

No dia 21 de Julho último, Cosme Teixeira foi o primeiro mestrando

de um politécnico a defender a sua dissertação, mas a primeira edição

do curso de mestrado em Geotecnia e Geoambiente contou com mais

18 alunos. Actualmente, o ISEP está a leccionar cinco mestrados, nas

áreas de Engenharia Informática, Engenharia Electrotécnica e de

Computadores, Engenharia Electrotécnica - Sistemas Eléctricos de

Energia, Engenharia Química e, claro, Engenharia Geotécnica e

Geoambiente. Já aprovados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e

Ensino Superior, os cursos de mestrado em Computação e Instrumenta-

ção Médica, Construções Mecânicas, Gestão de Processos e Operações,

Instrumentação e Metrologia e em Tecnologia e Gestão da Construção,

aumentarão, a partir do próximo ano lectivo, a oferta formativa. Desde

2006, 713 mestrandos optaram pela nossa escola para prosseguir os

seus estudos pós-graduados e é com um sentimento misto de missão

cumprida e enorme prazer, que vemos crescer rapidamente para as

dezenas o número de mestres que o ISEP coloca no mercado. .

PRIMEIRO MESTRE PÓS-BOLONHA JÁ ESTÁ NO MERCADO

A RETER ISEP.BI

Page 5: ISEP.BI 06

Um sério caso de sucesso. Talvez seja esta a melhor forma de descrever

os resultados do ISEP referentes aos ingressos no ensino superior. Para

2008/2009, e numa altura em que se verifica algum declínio na procura

de formação superior em Engenharia a nível europeu, a nossa escola

preencheu a totalidade das suas vagas. Os números deste ano colocam-

nos entre as cinco melhores instituições de ensino superior de

Engenharia a nível nacional e demarcam-nos como a melhor escola

a nível politécnico.

Com os resultados da primeira fase, foram preenchidas as 805 vagas

disponíveis. Para mais, o curso de Engenharia Química pautou-se como

o melhor do país, todos os cursos pós-laborais apresentaram melhores

resultados em comparação com outras instituições, a licenciatura em

Engenharia de Instrumentação e Metrologia manteve a singularidade

de ser a única da área em Portugal e, em termos gerais, as médias no

ISEP subiram, o que evidenciou uma clara opção pela qualidade. .

Os resultados dos concursos de habilitações especiais vieram confirmar

as expectativas, com o preenchimento das 122 vagas disponíveis. Ao

nível da formação pós-graduada, os concursos externos atraíram 87

caras novas. Perto de uma centena de futuros mestres considerou a

nossa oferta a melhor do mercado. Tudo junto, ao preencher a tota-

lidade das vagas disponíveis para estudos de 1º e 2º ciclo, o ISEP vê

reconhecido todo seu o potencial humano e investimentos realizados

para fomentar a sua posição de referência no ensino de Engenharia.

As justificações para estes resultados podem ser várias. Desde a

preferência dos candidatos por uma escola que promova uma formação

de índole prática e fortemente virada para as reais necessidades das

empresas, ao bom nome de que o ISEP goza, fruto da qualidade do

seu corpo docente, da investigação que produz e da empregabilidade

dos seus graduados, sendo facilmente identificados alumni entre os

quadros de empresas líderes de mercado. Uma aposta que também

poderá ter pesado foi a campanha de imagem que o Conselho Directivo

patrocinou junto dos alunos do ensino secundário.

O ISEP formou no ano passado 612 diplomados, entre licenciaturas,

pós-graduações e mestrados e conta actualmente com um corpo

estudantil de 5728 alunos.

ISEP A 100%

Apesar do crescimento científico verificado na última década, Portugal

ainda não atingiu os objectivos do �Compromisso com a Ciência� e

encontra-se longe dos parceiros europeus. Estas são as principais ideias

que se retiram do estudo realizado por Cristina Delerue Matos, docente

do ISEP, em parceira com Ferreira Gomes, da Faculdade de Ciências

da Universidade do Porto. A nota técnica acrescenta ainda que o único

caminho para manter o país na rota do progresso passa por um reforço

da capacidade de desenvolvimento tecnológico, ou seja, um aumento

sustentado do investimento público e privado na Ciência. .

Este ponto de situação da investigação científica em Portugal pretendia

avaliar o cumprimento do �Compromisso com a Ciência�, preconizado

no início da legislatura pelo actual ministro da Ciência, Tecnologia e

Ensino Superior, Mariano Gago. Em comparação com os parceiros

europeus, Portugal teve um crescimento notável no último decénio,

mas está ainda muito longe do que seria esperado. Segundo os

resultados do estudo, é aparente a dificuldade em cumprir os objectivos

da Estratégia de Lisboa e chegar a um por cento de investimento

público e dois por cento de investimento privado em 2010, devido à

falta de participação dos privados.

Cristina Delerue Matos e Ferreira Gomes apontam igualmente que o

crescimento superior a sete vezes, que se verificou nos últimos dez

anos, ainda se encontra muito longe da média europeia. Apesar da

duplicação do investimento público com a Ciência entre 2000 e 2006,

é fundamental manter um esforço crescente na Ciência, de modo a

garantir que a economia portuguesa assuma o modelo de desen-

volvimento dos nossos parceiros europeus.

No ISEP, funcionam actualmente dez grupos de investigação a trabalhar

em diversas áreas da Engenharia. Com cerca de uma centena de

projectos, mais de duzentas parcerias com empresas privadas e um

orçamento para a ciência de 2.000.000� em 2009, continuamos o

nosso empenho com Portugal.

UM SÉRIO COMPROMISSOCOM A CIÊNCIA

A RETER ISEP.BI

Page 6: ISEP.BI 06

O ISEP foi palco, no fim de Julho, da 2nd Conference on Nonlinear

Science and Complexity (NSC�08). Volvidos dois anos da primeira

iniciativa do género, a NSC�08 viajou de Pequim até ao ISEP e serviu

de plataforma para o intercâmbio dos mais recentes desenvolvimentos

e avanços na área da Ciência Não Linear e Complexidade.

Durante a cerimónia de abertura, coube a João Rocha, presidente do

Conselho Directivo, a José Tenreiro Machado, presidente do Conselho

Científico, e a Albert Luo, da Southern Illinois University Edwardsville

(EUA), darem as boas vindas à plateia de especialistas nacionais e

internacionais. Ao longo de quatro dias, o programa composto por

25 sessões e 105 apresentações, envolvendo investigadores de 30

nacionalidades diferentes, permitiu aos especialistas focarem as

atenções em teorias e princípios fundamentais, abordagens analíticas

e simbólicas e em técnicas computacionais nas áreas da Física e

Matemática Não Linear. A conferência dedicou ainda especial atenção

aos jovens investigadores do ISEP, através da realização de uma sessão

especial para apresentação de trabalhos, a Master Students Poster

Session.

A oferta de uma experiência completa incidiu também na aposta

numa forte agenda cultural. Os participantes foram premiados com

uma viagem pelo Douro, noite de Fados, visitas ao centro histórico da

cidade e às caves do vinho do Porto.

A NSC�08 foi pautada de enorme sucesso, não só por uma excelente

organização do evento e larga adesão, mas sobretudo pela

oportunidade que constituiu para a divulgação de projectos de

investigação nacionais, nomeadamente do ISEP, junto de uma plateia

internacional de renome.

O Departamento de Engenharia Informática (DEI/ISEP) associou-se à

Comunidade Portuguesa openSUSE e à Porto Linux na organização

do �Encontro Nacional de openSUSE� (ENOS). Realizado no início de

Setembro, o objectivo passou por reunir os utilizadores portugueses

de openSUSE e junto destes, divulgar e discutir os últimos

desenvolvimentos deste projecto, apelando (ainda) à participação na

construção de uma comunidade.

Os cerca de 40 participantes que passaram o dia nas instalações do

ISEP puderam assistir às apresentações "Novidades no openSUSE

11.0�, "Migração Windows para Linux", "YaST - uma ferramenta de

programação. PackageKit e PolicyKit", "Mono: introdução e suas

funcionalidades", "Oxygen, um pilar do KDE 4" e "Produção

audio/musical em Linux: Qtractor um sequenciador multi-pista para

audio/MIDI". Para o fim de tarde ficaram reservados a openSUSE Install

Party e a programação cultural �Porto à noite�.

Em paralelo, o ENOS permitiu ainda a realização do exame de

certificação LPI (Linux Professional Institute), que se apresenta como

principal certificação em Linux a nível mundial.

ENCONTRO NACIONAL DEOPENSUSE NO ARRANQUE DE UM ANO

DE TRABALHO

ENOS

NSC�08 » CIÊNCIA NÃO LINEAR E COMPLEXIDADE. DO ORIENTE PARA O PORTO

28 a 31JUL2008

6SET2008

EVENTOS ISEP.BI

Page 7: ISEP.BI 06

Depois do sucesso verificado na visita à Alemanha e Áustria em 2007,

a edição de 2008 da Mechanical Engineering International Tour (MEIT

08) proporcionou a 23 alunos de Engenharia Mecânica do ISEP a

oportunidade de visitarem empresas suecas líderes de mercado. Da

comitiva constaram ainda três docentes do Departamento de

Engenharia Mecânica e o Director do Núcleo do CENFIM de Ermesinde,

entidade parceira do ISEP.

Entre 21 de Setembro e 1 de Outubro, a expedição por terras nórdicas

levou a equipa do ISEP a conhecer por dentro empresas como a SKF

(Gotemburgo), Saab Automobile (Trollhattan), Volvo Powertrain e

Volvo Cars Engine (Skovde), Dormer Tools (Halmstad), Saab Aerotech

(Linkoping) e Outokumpu (Avesta). Estas visitas permitiram a visua-

lização e percepção de processos de fabrico tão importantes como a

conformação plástica em larga escala, soldadura robotizada, montagem

de automóveis, aspecto e funcionamento de altos-fornos, tratamentos

térmicos de grande porte, ensaio de ferramentas de corte interactivo,

fabrico de peças de grandes dimensões para aviões, como asas para

os AIRBUS A380, ou ainda a montagem de aviões militares. .

A MEIT 08 foi ainda marcada pela aposta cultural com visitas aos

museus da Volvo, Vasa e da Força Aérea Sueca, bem como ao Palácio

Drottningholm e às cidades de Estocolmo e Copenhaga. .

Ao fim de onze dias e com 3000 km percorridos, a comitiva aterrou

no Porto com um generalizado sentimento de dever cumprido, quer

pela aprendizagem, quer pela representação do prestígio do ISEP e

também de Portugal, e a enorme satisfação era visível nos rostos

cansados dos nossos alunos.

Esta iniciativa, apadrinhada pelo Conselho Directivo do ISEP e pela

presidência do IPP, atesta na perfeição a vertente do conhecimento

prático que é feito na instituição com o objectivo de formar os melhores

profissionais ao dispor de um mercado global.

Setembro marcou também a realização do seminário Teaching

Resources for Engineering Education (ISEP-TREE). Motivar os docentes

para a utilização de recursos educativos inovadores e motivadores da

aprendizagem foi o motivo que levou o Conselho Científico a organizar

este evento. O ISEP é uma referência enquanto escola de Engenharia,

com relevo para a inovação e tecnologia, e por isso impõe-se a

vanguarda nos métodos de ensino. O sucesso que se tem verificado

no recurso a ferramentas como o Moodle justifica que o próximo

passo seja a exploração de outros meios como vídeos, applets, podcasts,

simuladores ou ambientes virtuais, entre outros.

Neste sentido, o seminário ISEP-TREE serviu para apresentar

metodologias desenvolvidas e aplicadas por docentes da casa e que

podem ser generalizadas ou mesmo exportadas para outras instituições.

Além das apresentações �Google Earth nos domínios das Ciências da

Terra�, �Applets Matemáticas em Engenharia�, �Laboratórios Virtuais�

e �Utilização integrada de recursos�, por docentes do ISEP, Teresa

Bettencourt, professora da Universidade de Aveiro, fez ainda a

apresentação �Uso de Second Life em Ensino�.

A forte participação no evento, que contou com a presença de cerca

de 90 docentes, e as demonstrações de receptividade e apetência

para a utilização de tecnologias no ensino da Engenharia, contribuíram

para a avaliação positiva do evento. .

No seguimento do projecto TREE ficaram agendados um workshop

prático sobre a utilização de questionários no Moodle (Novembro) e

uma sessão sobre Laboratórios Virtuais (Dezembro). .

Já este ano, o ISEP tinha integrado o consórcio CDIO (Conceive-Design-

Implement-Operate). Este consórcio, que promove o futuro do ensino

da Engenharia, integra as maiores escolas mundiais da área e tem no

ISEP o único representante nacional. .

AS ORGANIZAÇÕES DO FUTURO CONSTROEM-SE NO PRESENTE

17SET2008

APOSTOU NA TECNOLOGIA SUECAMEIT 08 21SET A 1OUT2008

SEMINÁRIO

EVENTOS ISEP.BI

Page 8: ISEP.BI 06

De 30 de Setembro a 30 de Outubro tivemos �Um Mês de Metrologia�,

no ISEP. Ao longo de cinco semanas, realizaram-se outros tantos

eventos que visaram reunir os principais actores nacionais desta ciência,

especialistas, com a participação de entidades de referência como a

Sociedade Portuguesa de Metrologia, o Instituto de Soldadura e

Qualidade, o Instituto Electrotécnico Português, o Instituto Português

da Qualidade, o Centro de Apoio Tecnológico à Indústria Metalo-

mecânica e a Associação de Laboratórios Acreditados Portugal, em

torno da difusão e aprofundamento de conhecimentos junto a alunos,

empresas, comunicação social e outras entidades.

�Um Mês de Metrologia� iniciou-se com as �Jornadas Tecnológicas de

Metrologia Dimensional�, a 30 de Setembro. Foi o arranque perfeito.

Perto de 200 alunos e 180 profissionais da área afluíram ao Centro de

Congressos do ISEP para ouvirem falar sobre a importância da

metrologia na indústria actual e as tecnologias utilizadas na metrologia

dimensional. A meio do evento houve espaço para uma demonstração

dos mais avançados sistemas de medição tridimensional por parte da

empresa Metrologia Sariki S.A..

"A metrologia tem um peso económico extraordinário, princi-

palmente nos países com grande desenvolvimento tecnológico,

podendo ser afirmado, sem receio de exagero, que um bom domínio

da Metrologia é um indicador seguro da capacidade de inovação

de um país.

Em Portugal, a primeira Escola Superior a entender que a Metrologia

é a uma ciência transversal essencial, foi o ISEP, com a criação da

licenciatura de Engenharia de Instrumentação e Metrologia que, à

semelhança de formações de três anos em Instituições de Ensino

Superior Europeias, nomeadamente em França, Irlanda, Escócia e

Inglaterra, contribui com técnicos especializados neste domínio do

conhecimento."

EVENTOS ISEP.BI

Page 9: ISEP.BI 06

Já em Outubro, realizaram-se três seminários subordinados aos temas

�Medição de Volume e o seu Impacto na Sociedade�, �Metrologia

Mecânica� e �Metrologia Eléctrica e Temperaturas�. A participação nos

três seminários voltou a exceder as expectativas. Em termos globais,

pelos três eventos, a participação de alunos, em especial, das áreas de

Engenharia de Instrumentação e Metrologia, Engenharia de

Computação e Instrumentação Médica e ainda Engenharia Mecânica,

rondou os 230 participantes e registou-se ainda a presença de

aproximadamente 100 empresas. Estes números vieram provar a

consciência da comunidade estudantil do ISEP em apostar na formação

complementar como um dos critérios de valorização subjacentes a

Bolonha, mas também em reconhecer o trabalho desenvolvido pelos

docentes e pela direcção em promover oportunidades de contacto

com as maiores empresas do mercado. Este interesse de contacto era

mútuo, já que empresas presentes reconhecem o valor dos nossos

graduados e o trabalho ímpar do ISEP na promoção desta ciência.

Mas o ponto alto estava reservado para o �3º Encontro Nacional da

Sociedade Portuguesa de Metrologia�. As 21 comunicações serviram

para debater o estado e o futuro da metrologia em Portugal e a Mesa

Redonda lançou o debate entre os mais 80 especialistas presentes,

num anfiteatro sempre muito cheio. No final, as entidades parceiras

elogiaram o potencial do Centro de Congresso do ISEP para acolher

este tipo de iniciativas público-privadas. Do ponto de vista de Filipe

Pires de Morais (Presidente da Comissão Directiva Departamento de

Física), um dos responsáveis da organização, todo o trabalho com-

pensou pela boa receptividade do público e destacou que o ISEP está

sempre interessado em colaborar com entidades externas na promoção

dos interesses dos alunos e de uma formação alargada. Destaque

ainda do Encontro foi a visita ao Museu do ISEP, que além de brindar

os participantes com um acervo científico ímpar e com peças que

contam a evolução do ensino da Engenharia desde o séc. XIX,

aproveitou ainda para inaugurar algumas valências. .

Os objectivos deste �Mês da Metrologia� passaram pela divulgação

desta ciência transversal às diferentes áreas de Engenharia e promoveu

o encontro dos mais reputados especialistas nacionais. O interesse

gerado leva já os responsáveis a pensar na realização de novos eventos

para 2009 na área da instrumentação médica.

Recorde-se que, em Portugal, o ISEP foi a primeira escola a reconhecer

a importância desta ciência indicadora da capacidade de inovação de

uma país, através da criação da licenciatura de Engenharia de

Instrumentação e Metrologia.

EVENTOS ISEP.BI

Page 10: ISEP.BI 06

O Centro de Congressos do ISEP serviu de palco às IX Jornadas da

ANIET, no início de Novembro. A exposição de equipamentos e veículos

pesados de indústria extractiva, que temporariamente transformou a

entrada da escola, ajudou a criar um clima especial aos visitantes, mas

despertou igualmente a curiosidade em toda a comunidade académica.

Lançado o mote, este encontro da Associação Nacional da Indústria

Extractiva e Transformadora debruçou-se sobre os principais temas

na ordem do dia do sector, designadamente, o posicionamento do

Ministério da Economia e Inovação, a construção da linha de alta

velocidade, implicações do Plano Rodoviário Nacional, o papel da

fiscalização e inspecção no sector ou o impacto das valências técnicas

do Instituto Superior de Engenharia do Porto na área da Geotecnia e

Geoambiente, entre outras. .

A grande afluência, quer de entidades públicas, quer privadas, usufruiu

do espaço de stands montados na zona da sala de eventos para

oportunidades de negócio e encontros informais e foi ainda brindada

com uma visita ao Museu do ISEP.

Destaque para a participação de Carlos Caxaria, em representação do

secretário de Estado adjunto da Indústria e Inovação, Eduardo Gomes,

vice-presidente da Estradas de Portugal, Manuel dos Santos, director

Regional do Norte da ASAE, Paulo Gomes, vice-presidente da Comissão

de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte e Luís Marques,

da RAVE.

As IX Jornadas da ANIET serviram ainda para divulgar um equipamento

de excelência que está aos dispor de parceiros e da comunidade em

geral � o nosso Centro de Congressos.

ANIETGRANDES INVESTIMENTOSNACIONAIS DISCUTIDOS NOCENTRO DE CONGRESSOS DO ISEP

9NOV2008

XI JORNADAS TÉCNICAS DA

EVENTOS ISEP.BI

Page 11: ISEP.BI 06

COSMETEIXEIRA

ISEP.BI Qual a sensação de ser o primeiro mestre do Ensino Politécnico

Português?

Cosme Teixeira (C.T.) Sinceramente, nunca pensei que conseguisse

ser o primeiro a acabar o mestrado. Mas como a parceria com os meus

orientadores sempre foi muito forte, decidi apontar a apresentação

do trabalho de mestrado para Julho. Fizemos alguns sacrifícios e acabei

por conseguir ser o primeiro a apresentar a tese. No princípio senti-

me um pouco atrapalhado, mas agora sinto-me até orgulhoso por ter

sido o primeiro e por acabar por fazer parte da história do ISEP em

mais uma marca importante na vida deste Instituto. .

ISEP.BI Em que se baseou o seu trabalho durante o mestrado?

C.T. O trabalho foi feito na área da hidrogeologia, sob a orientação

dos docentes Hélder Chaminé e Maria José Coxito. Foi um trabalho

que veio já na sequência do projecto da licenciatura, também sobre

hidrogeologia. A diferença é que o projecto de mestrado foi mais

trabalhoso porque constituiu a comparação entre duas áreas distintas.

O trabalho de mestrado debruçou-se essencialmente sobre técnicas

de hidrogeologia. Usei uma técnica que em Portugal só é usada na

Faculdade de Ciências, e agora também no ISEP, o método de Guelph.

Este trabalho contribuiu para incentivar o uso em conjunto das várias

técnicas de hidrogeologia existentes, que nem eu sabia que existiam.

Quem lê o trabalho vê que se eu continuasse a pesquisa, por exemplo,

para um doutoramento, tinha muito pano para mangas. .

ISEP.BI Aconselha todos os seus colegas de geotecnia a seguir o

caminho do mestrado?

C.T. Sim, porque hoje em dia o mercado de trabalho está a exigir cada

vez mais. Quem não tiver o mestrado, pelo menos na área da Geotecnia,

que está em constante evolução, começa a andar para trás. Neste

momento, o mestrado é fundamental para arranjar um bom trabalho

na área.

ISEP.BI Quais as maiores dificuldades que sentiu por fazer parte da

primeira �fornada� de mestres do politécnico?

C.T. Essencialmente a grande dificuldade foi precisamente pelo facto

de termos sido os primeiros. Isso exigiu que criássemos a nossa própria

linha de actuação dado não haver exemplos prévios a seguir. .

Bolonha deu-lhe a oportunidade e ele aproveitou-a. Cosme

Teixeira pode orgulhar-se de ser o primeiro Mestre do Ensino

Politécnico Português. Se pudéssemos descrever o seu percurso

académico numa expressão diríamos que foi... passo a passo.

Cosme desde cedo traçou metas e também, muito prematura-

mente, começou a suplantá-las. Queria ser serralheiro, depois

perdeu-se de amores pela Engenharia Civil, mas foi na Geotecnia

que consolidou a sua vida profissional. Ao ISEP.BI contou um

pouco daquilo que foi, e é, a vida de um mestre que se não

fosse engenheiro seria... dono de uma papelaria. .

PASSO A PASSO... ATÉ AO MESTRADO

À CONVERSA COM...

O PRIMEIRO MESTRE DO ENSINOPOLITÉCNICO PORTUGUÊS

À CONVERSA COM... ISEP.BI

Page 12: ISEP.BI 06

ISEP.BI Quais as maiores diferenças que sentiu entre o mestrado e a

licenciatura?

C.T. Não senti muitas diferenças entre a licenciatura e o mestrado.

Posso dizer que a licenciatura foi mais difícil do que o mestrado porque

demorou mais tempo. O mestrado foi uma oportunidade que me foi

dada e que decidi aproveitar, embora o trabalho final tivesse sido

muito exigente porque envolveu uma pesquisa muito mais profunda,

foi muito mais técnico, com mais trabalho de campo. Gostei muito

do mestrado.

ISEP.BI A exigência dos professores foi outra durante o mestrado?

C.T. Os professores estão a mudar, pelo menos em Geotecnia! Estão

muito mais exigentes! O mestrado também exige mais, por isso, eles

também exigem mais do aluno. Posso falar dos orientadores, porque

passei mais tempo com eles do que com os professores. Sei que o

trabalho foi rigoroso e meticuloso e por isso é necessário um nível

mais alto de empenho. Além disso, como são orientadores, também

têm a sua quota-parte de responsabilidade no trabalho, exigem mais

do aluno, para que este cumpra os seus objectivos com sucesso.

ISEP.BI Quando era mais novo, o que queria ser �quando fosse

grande�?

C.T. Quando era miúdo, o meu tio tinha uma serralharia e eu andava

por lá sempre a fingir que era um serralheiro a sério. E, na altura, era

o que queria ser. Depois, quando fui para o secundário e tirei o curso

tecnológico de construção civil, queria ser algo relacionado com

construção civil, ou medidor orçamentista ou técnico de construção

civil. Mas depois candidatei-me ao Ensino Superior, e a primeira escolha

que fiz aqui para o ISEP foi Engenharia Civil. Mas não consegui entrar

na primeira tentativa e tive de ficar parado um ano para fazer de novo

as provas de acesso. Na segunda vez que concorri, como já tinha

colegas na Geotecnia, já não coloquei Engenharia Civil na primeira

hipótese, mas sim a Engenharia Geotécnica.

ISEP.BI Tendo feito um curso tecnológico, o que o levou a entrar no

Ensino Superior?

C.T. As mesmas razões que me levaram a ir do bacharelato à

licenciatura. Quando acabei o 12º ano, não tinha grande experiência

de vida e era difícil encarar o mercado de trabalho. E também tinha

aquele bichinho de tentar entrar no Ensino Superior e tentar ir mais

além. Tive quase para desistir quando não entrei, mas acabei por tentar

a segunda vez e ainda bem, porque consegui.

ISEP.BI Porquê o ISEP?

C.T. Escolhi o ISEP porque já tinha uma noção daquilo que era o

Instituto em termos de ensino. Sempre achei que tinha uma vertente

muito mais prática do que as faculdades. E, claro, como já tinha colegas

cá, o ISEP foi sempre a primeira escolha.

ISEP.BI Qual foi o seu primeiro emprego?

C.T. O meu primeiro emprego foi enquanto estava a estudar, numa

papelaria. Tive um ano parado e aproveitei para trabalhar. Quando

entrei para o ISEP, o dono da papelaria propôs-me continuar nos

tempos livres e eu aceitei. Até ao mestrado conciliei sempre os estudos

com o trabalho.

ISEP.BI Onde trabalha neste momento?

C.T. Neste momento estou a trabalhar na empresa Jeremias de Macedo,

uma empresa de construção civil, sedeada em Tabuaço, mas que tem

uma pedreira em Bragança, onde fiquei colocado logo no início do

estágio. No entanto a empresa tem várias obras, sendo que 80 por

�Sempre achei que tinha umavertente muito mais prática doque as faculdades.�

À CONVERSA COM... ISEP.BI

Page 13: ISEP.BI 06

Nome

Cosme Manuel Fernandes Teixeira

Data de Nascimento

19/08/1980

Livro preferido

�Ossos� de Stephen Booth

Filme de eleição

Trilogia do Senhor dos Anéis

Máxima preferida

�Não acrescentes anos à tua vida mas sim vida aos teus anos�

Viagem de sonho

Áustria

�Estou a fazer de tudo para ficarem Portugal, mas sei que poderáser um erro...�

cento delas são para as Estradas de Portugal, desde alargamentos até

estradas novas. Quando voltar ao trabalho, espero eu em Janeiro, para

assinar um contrato, vou para uma obra em Mongadouro, Algozo, ou

uma outra, da competência das Estradas de Portugal, o troço Torre de

Moncorvo - Freixo de Espada à Cinta. Numa dessas, ou nas duas, vou

participar e estou muito entusiasmado e motivado!

ISEP.BI Quais as suas funções?

C.T. Sou multifacetado. Se estiver em Bragança, na pedreira, faço

ensaios ou estudos de materiais. Ao mesmo tempo, estou na parte

do controlo da qualidade. Ou seja, em obra, tenho feito um pouco de

tudo o que seja controlar temperaturas, materiais aplicados, controlo

de qualidade de materiais, seguindo a metodologia que comecei no

estágio.

ISEP.BI Considera que está a concretizar um sonho?

C.T. Não sei se é um sonho, mas posso dizer que é muito bom sair do

ISEP e ter a sorte de arranjar uma empresa para fazer um estágio e ter

a possibilidade de continuar nessa empresa, acrescido do facto de ser

da área na qual nos inserimos. É bom principalmente quando vejo

que há muitos colegas meus que, infelizmente, ainda não conseguiram

arranjar nada ou ainda têm o futuro muito incerto ou não fazem aquilo

que gostam... Sinto-me, obviamente, muito satisfeito e com a sensação

de estar a ser recompensado pelo meu investimento pessoal. .

ISEP.BI Considera que o mundo da geotecnia em Portugal é suficiente-

mente aliciante para os jovens?

C.T. É bastante aliciante porque a Geotecnia tem muitas vertentes. Os

meus colegas estão todos espalhados por Portugal, e mesmo em

vários países no mundo.

ISEP.BI Pensa continuar em Portugal ou já pensou em trabalhar no

estrangeiro?

C.T. Estou a fazer de tudo para ficar em Portugal, mas sei que poderá

ser um erro não ir para o estrangeiro porque ficamos com um bom

currículo e, a nível económico, é vantajoso. Mas, ir trabalhar para outro

país é o último recurso.

ISEP.BI Se não fosse engenheiro geotécnico, o que seria?

C.T. Como trabalhei muitos anos numa papelaria, e se o negócio não

estivesse tão mau como está, abria uma papelaria ou um negócio

próprio dentro do género.

ISEP.BI Que conselhos daria aos jovens que agora entram no mundo

da engenharia geotécnica?

C.T. Primeiro, quando entras num curso de engenharia, pelo menos

em Engenharia Geotécnica, é preciso ter um gosto muito grande pela

área. É também importante gostar muito da natureza, porque é tudo

muito relacionado. E por último, durante o curso, devemos aproveitar

o mais possível, porque tudo o que é aprendido acaba por ser

aproveitado profissionalmente.

À CONVERSA COM... ISEP.BI

Page 14: ISEP.BI 06

Nasceu em 1980 e, quase três décadas depois, o GrupoMonteAdriano aposta seriamente na internacionalização ediversificação do seu trabalho. Para ajudar na persecução dos seusobjectivos integra nas suas equipas, todos os anos, e há mais deduas décadas, estagiários oriundos do Instituto Superior deEngenharia do Porto. E os resultados estão à vista: actualmente,o Grupo tem dois ex-alunos do ISEP em cargos de direcção. Trata-se de uma das parcerias que o Instituto mantém para aproximaros seus estudantes do mercado de trabalho.

As parcerias entre o ISEP e o mundo empresarial têm-se revelado

fundamentais para a inserção dos alunos no mercado de trabalho.

Actualmente, o Instituto tem várias centenas de protocolos com

empresas das várias áreas da engenharia que promovem, entre outras

actividades, estágios curriculares que permitem aos estudantes pôr

em prática aquilo que aprendem no ISEP. O protocolo com o Grupo

MonteAdriano não é excepção.

Iniciada em 1994, a parceria entre o ISEP e a MonteAdriano Agregados

tem dado os seus frutos e, até aos dias de hoje, já foram integrados

mais de 30 estagiários. Normalmente, os seleccionados para os estágios

são das áreas de Engenharia Civil e Geotecnia, mas as candidaturas

estão abertas a todos os alunos do ISEP. A competência técnica dos

estudantes do ISEP é, para José Avelino Monte, responsável pelo

Departamento de Recursos Humanos (DRH) do Grupo, a grande mais-

valia desta parceria.

Segundo o responsável do DRH, �por um lado, há um elevado número

de formados a trabalhar no Grupo; por outro lado, a MonteAdriano

Agregados celebrou em 2004 um protocolo com o ISEP no sentido

de receber alunos para efectuar estágio na empresa�. Há, actualmente,

PARCERIA JÁ PROPORCIONOU ESTÁGIOA MAIS DE 30 ALUNOS DO INSTITUTO

DE FORA CÁ DENTRO ISEP.BI

Page 15: ISEP.BI 06

Com os olhos postos no mundo

diversificação. José Avelino Monte explicou ainda que, em termos

comerciais, o Grupo MonteAdriano ambiciona posicionar-se entre os

maiores grupos económicos privados do sector em Portugal graças

à comparticipação, na última década, em obras que totalizam cerca

de dois mil milhões de euros.

Para o futuro, os objectivos são ambiciosos, mas realistas perante a

actual situação económica do país e do mundo. E no horizonte,

continuará a parceria com o ISEP, e a inserção dos seus estudantes

nos inúmeros projectos do Grupo.

dois quadros técnicos que estão em fase final de tese de mestrado na

MonteAdriano Agregados. Para José Avelino Monte, a grande mais-

valia desta ligação com o Instituto é �aliar dois saberes fundamentais:

o técnico e o prático�. Para além disso, explica o responsável, �cativa

técnicos com capacidades e valências específicas para a organização

que poderá também ser uma forma de melhorar e potenciar o I&D

necessário ao futuro da MonteAdriano�.

Ao ISEP, a MonteAdriano oferece facilidades na integração dos alunos

no mercado de trabalho e, ao mesmo tempo, a oportunidade de

concluir a formação académica, além de estágios, visitas de estudo e

a possibilidade de ingressar no Grupo. E tudo isto porque acredita na

excelência do ensino prático do ISEP. �É uma instituição que fez uma

aposta clara no �saber fazer�, acrescenta José Avelino Monte. .

Tal como explicou ao ISEP BI o responsável pelo DRH, a estratégia do

Grupo MonteAdriano assenta em dois grandes vectores: a

internacionalização e a diversificação. Sendo dois vectores bastante

díspares, o responsável explica que o primeiro pressupõe �levar o

know-how da MonteAdriano a outros mercados que não o nacional

e, o segundo, conseguir atrair para o Grupo novas competências e

saberes técnicos�. �Se, por um lado, sentimos que o tamanho actual

do Grupo deverá ser em breve duplicado nas suas áreas de maior

competência, por outro, sentimos também que a descoberta de novas

competências são essenciais para um futuro sustentável e mais rentável

do Grupo�, explicou. E é aqui que o ISEP tem um papel fundamental

a desempenhar.

Alicerçado na Engenharia, a principal missão do Grupo MonteAdriano

é satisfazer as necessidades dos clientes e principalmente concretizar

sonhos e ambições, criando valor para todos os intervenientes. Para

tal, o Grupo MonteAdriano está estruturado em cinco áreas de negócio:

a engenharia e a construção, concessões, agregados e indústria,

ambiente e imobiliário e serviços. Os objectivos estratégicos assentam

em quatro pilares: crescimento, internacionalização, rentabilidade e

�O ISEP aposta claramenteno saber �fazer��

DE FORA CÁ DENTRO ISEP.BI

Page 16: ISEP.BI 06

Para quem não conhece é de visita obrigatória! O Museu do ISEP,

situado no coração do campus deste Instituto, guarda um espólio

com cerca de 10 mil peças, entre instrumentos, livros e documentos

centenários que retratam mais de 150 anos de história do Instituto de

Engenharia mais antigo do país. No ano em que comemora uma

década de vida, novas metas estão traçadas para o Museu. A prioritária

é dar-se a conhecer ao Instituto e à comunidade, através de uma série

de iniciativas que vão levar o espólio fora de portas, e, em simultâneo,

mostrar ao público como se ensinava engenharia há mais de um

século.

Passaram 10 anos desde que a vontade de reunir testemunhos de

evoluções técnicas e didácticas, uma constante entre professores e

funcionários do ISEP, deu origem à criação do Museu do ISEP.

Foi também fruto deste espírito de lembrança e recordação que

chegou até aos dias de hoje uma preciosa colecção de instrumentos

e modelos científico-didácticos que espelham a evolução científica e

técnica no ensino experimental desde a criação da Escola Industrial,

em 1852. É deste ano que data, aliás, o mais antigo conjunto de

objectos do espólio: a colecção de instrumentos de física.

A partir desta data foram adquiridos, para os laboratórios e gabinetes

da Escola Industrial, materiais científicos essenciais para a nova forma

de educação que estava a surgir no nosso país. Uma parte considerável

do acervo museológico do Museu do Instituto Superior de Engenharia

do Porto provém dos laboratórios e gabinetes que adquiriam

anualmente instrumentos adaptados às necessidades do ensino

experimental, tão característico desta escola desde o seu início.

Apesar de ter nascido apenas em 1998, há dez anos, o facto é que a

ideia de criar um núcleo museológico no ISEP não é recente. Tal como

a responsável pelo Museu, Patrícia Costa, explicou ao ISEP BI, �um dado

curioso é que em 1856 já era referida, em correspondência oficial, a

existência de um museu na Escola Industrial do Porto�. .

MUSEU DO ISEP CONSERVA150 ANOS DE HISTÓRIA

DESTAQUE ISEP.BI

Page 17: ISEP.BI 06

10 mil objectos que contam a história do ISEP

Museu do ISEP na rota do SIC 2008

A 27ª edição do Symposium of the Scientific Instrument Commission

(SIC), decorrida em finais de Setembro, trouxe ao Museu do ISEP 60

especialistas internacionais de museologia, permitindo dar a conhecer

aquela que é uma das mais completas colecções científicas académicas

de Portugal. Para Patrícia Costa, esta visita foi �muito bem sucedida�.

�Os comentários foram os melhores e estes convidados, peritos na

matéria, não nos pouparam elogios. Consideraram um Museu fasci-

nante, com uma excepcional e surpreendente colecção, com muitos

objectos únicos�, destacou, orgulhosa, a responsável pelo Museu.

Uma visita ao Museu do Instituto Superior de Engenharia do Porto é

uma autêntica lição de história dentro de um mundo tão técnico como

o da engenharia. Os olhos confundem as formas e estranham objectos

que, apesar de serem já ultrapassados pelas inovações tecnológicas,

redobram a atenção para tentar compreender para que serviram um

dia.

Devidamente demarcado por secções, o espólio do Museu estende-

se a quase todas as áreas da engenharia alguma vez leccionadas no

ISEP, da Física à Electrotecnia, da Matemática à Mecânica, da engenharia

Química à Civil, das Minas à Metalurgia, sem esquecer a copiosa

colecção de mineralogia.

Para além dos objectos, o Museu do ISEP possui ainda um considerável

espólio bibliográfico, destacando-se grandes obras de referência como

a enciclopédia de Diderot e Alembert, um precioso livro de física de

Musschenbroeck ou um livro de arquitectura de Leon Battista Alberti.

Alberga, ainda, um arquivo histórico com numerosos documentos

que, tendo perdido a sua utilidade administrativa, são considerados

de relevante importância para fins probatórios, informativos ou de

investigação.

Dada a riqueza bibliográfica do Museu, Patrícia Costa confidenciou-

nos que �há já muitos estudiosos, nacionais e estrangeiros que

procuram o Museu do Instituto Superior de Engenharia do Porto para

os seus trabalhos de investigação: uma verdadeira prova da qualidade

do espólio�.

Espólio em exposição pela região do Porto

Em ano de comemoração de uma década de vida do Museu do

Instituto Superior de Engenharia do Porto está em curso uma série de

actividades entre Novembro e Julho de 2009, com o intuito de

comemorar uma data tão especial. A primeira dessas iniciativas teve

lugar na Biblioteca Municipal Florbela Espanca, em Matosinhos, onde

11 modelos da colecção de Geometria Descritiva do Museu, a mais

completa de que há registo em Portugal, foram expostos ao público.

A sessão de abertura da exposição teve lugar no passado dia 8 de

Novembro e ficou patente até ao dia 29 do mesmo mês. Através de

um protocolo com a Câmara Municipal de Matosinhos a colecção de

geometria Descritiva, composta na sua totalidade por 27 modelos,

esteve pela primeira vez exposta ao público fora do espaço do museu.

E até meados do próximo ano, o Museu do ISEP envolve-se numa

série de actividades do género, espalhadas um pouco por todo o

Grande Porto. O objectivo é, essencialmente, dinamizar e divulgar as

colecções que fazem parte do espólio, dando a conhecê-las ao público

em geral.

DESTAQUE ISEP.BI

Page 18: ISEP.BI 06

�Formas no Tempo�leva o museu do ISEP a Matosinhos

DIA INTERNACIONALDOS MUSEUS 2008DEU O IMPULSO QUEFALTAVAO Museu do ISEP já existe há dez anos, mas foi em 2008 que

comemorou pela primeira vez o Dia Internacional dos Museus. É uma

prova de todo o potencial e dinamismo deste e dos seus responsáveis,

que apostam numa maior ligação a toda a comunidade.

Através da conferência realizada no dia 19 de Maio, subordinada ao

tema �Museus da Ciência e da Técnica na Cidade do Porto: Significados

e Direcções�, o ISEP recebeu vários peritos da área. O objectivo foi,

acima de tudo, divulgar o espólio científico existente, não só no

Instituto, mas em toda a cidade do Porto e discutir o seu papel

enquanto espaços ilustrativos da evolução técnica e científica, bem

como o seu lugar no desenvolvimento e coesão social.

Pela voz de vários oradores de renome, em representação de diversos

museus, foram analisadas prespectivas e abordagens que permitiram

uma visão mais heterogénea e abrangente do que são efectivamente

museus de ciência e técnica.

Foram cerca de 140 anos de história do ensino da Engenharia que o

Museu do ISEP expôs na Biblioteca Municipal Florbela Espanca, em

Matosinhos. Resultado de uma parceria entre o ISEP e a Câmara

Municipal de Matosinhos, a exposição �Formas no Tempo� decorreu

entre 8 e 29 de Novembro e permitiu ao público conhecer 11 modelos

de geometria descritiva usadas no ensino da Engenharia do séc. XIX.

Na sessão de abertura, Patrícia Costa, responsável pelo Museu do ISEP,

José Matos, coordenador do Laboratório de Engenharia Matemática

foram os oradores convidados de uma conferência que serviu para

explicar um pouco da história das peças presentes e a evolução

histórica desta ciência. Na inauguração marcaram ainda presença

Fernando Rocha, vereador da Cultura da Câmara Municipal de

Matosinhos, Ana Luísa Ramos, directora da biblioteca e o vice-presidente

do ISEP, Barros de Oliveira. De referir que a colecção de geometria

descritiva do nosso museu, que serviu para o ensino de artesões

portuenses de renome, é a mais completa de que há registo em

Portugal.

�Formas no Tempo� insere-se nas celebrações do 10º aniversário do

Museu do ISEP, que até Julho de 2009 contará com diversas iniciativas

espalhadas pelo grande Porto.

DESTAQUE ISEP.BI

Page 19: ISEP.BI 06

Projectos 2009Para o próximo ano, Patrícia Costa adianta ainda que vão �apostar

igualmente no material de divulgação�. �A edição de um flyer, assim

como de uma pequena brochura ilustrativa das colecções do museu,

são dois dos exemplos já planeados�, explica.

A responsável avançou ainda que �a disponibilização de informação

on-line sobre o Museu, como imagens, história e descrição do espólio

também poderá ser uma realidade no próximo ano�. E, continuando

uma política de descentralização iniciada em 2008, e que levou o

espólio do ISEP para fora do Instituto, estão a ser planeadas diversas

exposições em vários locais que, segundo Patrícia Costa, �ainda são

segredo�.

O objectivo desta tão ansiada reestruturação é simples: �dotar o museu

da escola de infra-estrururas chaves, permitindo fazer deste espaço

uma sala de visitas de excelência�.

O ano de 2009 será para o Museu do ISEP um importante ponto de

viragem. São já vários os objectivos que o Museu pretende atingir, na

expectativa de melhorar quer o espaço físico, quer o modo como as

peças estão expostas.

Uma das primeiras metas a atingir é a reestruturação total da exposição

permanente cujo destaque é a história dos 155 anos do ISEP. O objectivo

é contar esta mesma história através das colecções que fazem parte

do espólio de mais de 10 mil peças que ajudam a contar a história do

ensino da engenharia em Portugal. Outro dos projectos é a candidatura

do Museu do ISEP à Rede Portuguesa de Museus. O processo está

prestes a ser finalizado e vai permitir a credenciação do museu: uma

avaliação e reconhecimento oficial da sua qualidade técnica.

DESTAQUE ISEP.BI

Page 20: ISEP.BI 06

Nasceu há cerca de um ano, mas logo se destacou quer

pelos projectos já desenvolvidos, quer pela área em que

decidiu apostar: a rentabilização de recursos ambientais.

Numa altura em que as questões energéticas e ambientais

são assuntos cada vez mais na ordem do dia, o Núcleo de

Investigação em Tecnologias Ambientais e Energia

(NITAE/CIETI), assume-se como um grupo de investigação

que tenta contribuir para a sustentabilidade energética

e ambiental, fazendo sempre mais e melhor. Desde a sua

criação, que o grande mote da investigação desenvolvida

é a produção de biodiesel através da valorização de

resíduos orgânicos líquidos e sólidos. Um sério caso de

rentabilização de recursos.

Inserido no CIETI, o NITAE é um grupo que se dedica à investigação

em diferentes áreas ligadas às tecnologias ambientais, como o

tratamento de efluentes, estudos e valorização de resíduos sólidos e

produção de biocombustíveis.

Segundo Elisa Ramalho, o grande objectivo do CIETI, desde a sua

criação, é �promover uma investigação aplicada, ligada à indústria,

com o intuito de criar novos produtos, processos e sistemas, que

contribua para a inovação, para a competitividade industrial e para

assegurar a dinâmica científica e tecnológica dos mestrados�. Ligar os

alunos à realidade empresarial e à investigação, em particular, é

fundamental, daí que o NITAE/CIETI tenha sempre integrado estagiários,

na sua generalidade do ISEP, e acolhido vários projectos de mestrado.

Neste momento, são sete os licenciados em engenharia que estão no

grupo de investigação a desenvolver o seu projecto de mestrado.

�É um grupo pequeno mascom investigadores de grandequalidade�

OBJECTIVO:TRANSFORMARRECURSOS NATURAISEM ENERGIA�É um grupo pequeno mas com investigadores de grande

qualidade�. As palavras são de Elisa Ramalho, a líder do Núcleo de

Investigação em Tecnologias Ambientais e Energia � o NITAE/CIETI.

Nascido em meados de 2007, o grupo que conta hoje com sete

investigadores doutorados resultou da reestruturação de alguns

núcleos de investigação, no Instituto Superior de Engenharia do

Porto (ISEP), aquando da adaptação da Escola ao processo de

Bolonha. O grupo de investigação está inserido numa unidade

mais vasta, o Centro de Inovação em Engenharia e Tecnologia

Industrial � CIETI, do qual fazem ainda parte o Núcleo de Engenharia

e Processos (NEP), o Núcleo de Biomateriais e Nanotecnologias

(NBIN) e o Laboratório de Investigação em Sistemas (LABORIS).

O CIETI surge, no ISEP, em simultâneo com o arranque dos cursos

de mestrado, que exigem um maior envolvimento dos estudantes

na investigação. Um dos objectivos dos mestrados é que os alunos

desenvolvam projectos de investigação inseridos em ambiente

empresarial ou em ligação com a Indústria. Os grupos de

investigação podem ser a plataforma de apoio ao desenvolvimento

destes projectos.

INVESTIGAÇÃO À LUPA ISEP.BI

Page 21: ISEP.BI 06

Uma mais-valia para asempresas

NITAE/CIETI

Elisa Ramalho conta que já antes de serem integrados no CIETI, o

NITAE e outros núcleos de investigação tinham já projectos concretos

ligados à realidade empresarial. Para a líder do grupo, este é um

aspecto fundamental na investigação do ensino superior. �Os projectos

podem até ser bons, mas se não estiverem inseridos numa realidade

profissional não terão o mesmo impacto�, acrescenta. .

Para Elisa Ramalho, o NITAE/CIETI pretende criar condições para

responder às solicitações das empresas, nomeadamente um laboratório

de investigação e desenvolvimento, e contribuir para a formação dos

seus técnicos. Estas são, aliás, as grandes razões pelas quais o grupo

de investigação tem diversas parcerias empresariais. Este tipo de

colaboração deu origem a um projecto de investigação recentemente

aprovado: o Fleshdiesel. Financiado em cerca de 80 mil euros pela

Agência de Inovação, o projecto pressupõe o desenvolvimento de

novas formas de valorização para a raspa verde, que, tal como explica

Elisa Ramalho, �é um importante resíduo sólido, não curtido, gerado

nas empresas de curtumes�. Este projecto tem como um dos objectivos

a valorização dos resíduos de curtumes na produção de biodiesel: o

biocombustível mais apontado como substituto dos combustíveis

convencionais. Como parceiros neste projecto, o NITAE/CIETI/ISEP tem

o Centro Tecnológico do Couro e duas empresas: Curtumes Fabrício,

Lda e Bioportdiesel.

O Fleshdiesel é a continuação de um outro projecto do NITAE/CIETI:

o VEGOR. Iniciado em Novembro de 2006 e finalizado em Junho de

2008, o projecto �VEGOR - Desenvolvimento de sistema de valorização

energética de resíduos de gordura animal para a produção de biodiesel�,

foi elaborado em colaboração com uma das empresas que é agora

parceira no Fleshdiesel. Elisa Ramalho confessou-nos, inclusive, que

com o Fleshdiesel �faz-se a passagem da escala laboratorial para a

escala piloto�.

Perante o facto de o NITAE/CIETI ser um grupo exclusivamente do

ISEP e que trabalha apenas com os meios existentes no Instituto, Elisa

Ramalho é uma coordenadora com os pés bem assentes na terra. Para

o futuro, a investigadora responsável apenas lança o objectivo de

�trabalhar o mais possível com a indústria até porque num politécnico

faz sentido trabalhar em parceria com o mundo empresarial�.

No que diz respeito ao ensino prático no ISEP, e em particular nos

cursos do Departamento de Engenharia Química, Elisa Ramalho

considera que os alunos estão, �de uma forma geral, bem preparados

para a investigação devido à inclusão de disciplinas práticas laboratoriais

em todos os anos dos cursos�. No entanto, a investigadora admite

que �é evidente que a aprendizagem é sempre curta, e a permanência

dos alunos nos laboratórios de investigação do ISEP só facilita a

consolidação dos conceitos e técnicas apreendidas�. .

INVESTIGAÇÃO À LUPA ISEP.BI

Page 22: ISEP.BI 06

antiga aluna de Engenharia Química

Aos 25 anos, Cristina Fontes é já uma engenheira química internacional.

Mas a sua simplicidade não deixa transparecer o seu presente promissor.

Actualmente a trabalhar na SABIC IP - Saudi Basic Industries Corporation

Innovative Plastics, a antiga General Electric Plastics, Cristina desde

cedo se habituou a lutar e a arriscar na vida. .

Recuando alguns anos, a jovem engenheira química confidenciou ao

ISEP.BI que, apesar de não ter percebido logo qual seria o seu futuro,

sabia que �iria seguir a área das matemáticas�. �Quando estava no

nono ano tive dúvida entre a área de economia e a área científico-

tecnológica. Fiz testes psicotécnicos e aconselharam-me a seguir as

ciências. Em conjunto com os meus pais optei por fazer o Curso

tecnológico de Química num colégio particular�, recorda. Esta foi, para

Cristina, sem a menor sombra de dúvida, a melhor opção porque, no

final do 12º ano, não teve qualquer dúvida em �optar pela Engenharia

Química�.

Cristina contou-nos que a passagem pelo ISEP ficou marcada por

�quatro anos muito diferentes�. �Entrei no ISEP para o 2º ano de

Engenharia Química, por transferência do Instituto Politécnico de Bra-

gança do Curso de Engenharia Química�, conta. Esta foi, segundo a

jovem engenheira, a melhor decisão que tomou na sua carreira escolar.

Analisando os quatro anos que viveu no ISEP, Cristina considera que

�não houve um ano melhor ou pior, simplesmente foram diferentes�.

Confidenciou-nos, no entanto, que os anos que mais a marcaram

foram o primeiro e segundo da licenciatura e o último. E porquê?

Cristina explica: �O primeiro ano foi um ano de muitas mudanças não

só a nível pessoal, com a integração na vida académica, criação de

novas amizades, mas também do ponto de vista escolar pois tive que

fazer um esforço extra para acompanhar um novo método de ensino

mais exigente e com maior carga horária�. Aliás, é neste aspecto que

Cristina considera que o ISEP mais se destaca, pois a exigência dos

professores e a grande componente prática deram-lhe �um ritmo de

trabalho que, ainda hoje, é uma ajuda a nível profissional�. E, por fim,

Cristina admite: �O último ano no ISEP foi o ano que mais gostei, já

tinha o ritmo de trabalho dos anos anteriores e foi o ano em que resol-

vi fazer ERASMUS na Holanda, a melhor experiencia da minha vida�.

Da experiência académica do ISEP, a jovem engenheira confessa que

o que mais a marcou foi a diversidade de disciplinas e �a mudança de

abordagem de estilo de ensino, pois tanto tinha aulas com 60 alunos

como aulas com apenas 5�. Cristina considera que esta diversidade é

fundamental para os alunos se habituarem �a todos o tipo de ambientes

e também porque as matérias não são iguais e por isso é necessário

ensiná-las em ambientes diferentes�. A grande vertente prática do

curso foi, aliás uma das grandes mais-valias do ISEP em termos

profissionais. Na vida pessoal, Cristina acredita que o ISEP a habituou

a ser �uma pessoa mais flexível� e a ter consciência que �não é possível

controlar tudo a nível de trabalho�.

CristinaFontes

Seguiu os passos da Química desde o Ensino Secundário e,

hoje, sabe que fez a escolha certa. Ao segundo ano de

licenciatura noutra escola, Cristina Fontes decidiu mudar

para o Instituto Superior de Engenharia do Porto. Uma escolha

mais do que acertada até porque a partir daí a sua vida

alterou-se, culminando, no quinto ano de curso, com a

aventura no programa ERASMUS, através do qual partiu para

a Holanda em busca de novas experiências e novas

oportunidades. Uma decisão que, para a jovem engenheira

química, mudou para sempre o seu percurso pessoal e

profissional. Até porque hoje, é no país das tulipas, numa

grande multinacional, que esta engenheira do ISEP marca

pontos.

DEPOIS DO ISEP ISEP.BI

Page 23: ISEP.BI 06

Uma engenheira química na Holanda

�Fazer Erasmus foi amelhor experiênciada minha vida�Nome

Cristina Fontes Lopes

Idade

25 anos

Naturalidade

Romariz, Santa Maria da Feira

Ano de inscrição no ISEP

2003

Licenciatura

Engenharia Química

Profissão

Engenheira Química

Estava no último ano da licenciatura em Engenharia Química no ISEP

quando decidiu entrar num programa Erasmus na Holanda. Uma

decisão que, segundo Cristina, lhe mudaria a vida pessoal e profissional

para sempre. O departamento de tecnologia da multinacional General

Electric Palstics foi a instituição que acolheu o estágio ao abrigo do

Programa Erasmus, durante seis meses. Este foi, aliás, o primeiro

emprego da jovem engenheira. E a oportunidade não poderia ter sido

melhor aproveitada. Fruto do trabalho desenvolvido por Cristina

durante o estágio e a três meses do final deram-lhe a oportunidade

de concorrer a um programa da própria empresa: Operations

Management Leadership Program.

Uma vez mais, decidiu arriscar. Concorreu, submeteu-se a uma

entrevista e passou à segunda fase de selecção. �Na segunda fase fui

a um �Assessment Day� que consistia num Business Case e em três

entrevistas com directores de fábricas�. As boas notícias não tardaram

e Cristina soube que tinha sido seleccionada. Só havia um entrave: a

apresentação do trabalho de final de curso no ISEP. Cristina organizou

a sua vida e o seu trabalho e conseguiu começar a trabalhar só depois

da apresentação do projecto e da conclusão do curso.

Cristina explica que o programa em que começou a trabalhar logo

após o estágio consistia em �desenvolver capacidades técnicas,

operacionais e de liderança�. �São dois anos de programa, de três

rotações de oito meses cada. O objectivo é que se passe por três temas

diferentes dentro da empresa e por três países diferentes, para ter

uma maior experiência de trabalho em ambientes diferentes e ter

uma ideia global da empresa�, conta orgulhosa. O primeiro projecto

desenvolveu-se na área das operações químicas e consistiu na

optimização dos produtos intermédios (HCl e NaOH) na produção de

Cloro� em Bergen op Zoom, na Holanda. �Neste momento�, explica

Cristina, �estou na minha segunda rotação no departamento de logística

em Cartagena, Espanha com o projecto Manejamento de Materias-

Primas�.

�Não posso dizer que seja um sonho, mas sim uma etapa�. É assim

que Cristina caracteriza a sua passagem pela SABIC. A jovem afirma

que quer ver o que �esta grande oportunidade� lhe dá e ver depois �o

que se proporciona mais a frente�. �Uma coisa que tenho sempre

muito ciente é que existem muitas oportunidades e que o essencial

é não ficar parado�, remata.

Em termos pessoais, Cristina prefere não fazer planos. É uma jovem

firme nos seus ideais: �Na vida devemos ser flexíveis e não planear

com muita antecedência. A vida está sempre a mudar e devemos

mudar as nossas ideias mediante o que ela nos proporciona. Temos

que ser flexíveis mas sempre lutar pelo que queremos�.

Para o futuro, a curto prazo, Cristina Fontes vai cumprir a última etapa

do programa em que está inserida, a última rotação que, na qual a

própria ainda não sabe o que vai fazer, nem tão pouco onde fica

localizada. Só tem um objectivo, e é por ele que vai lutar: �cumprir a

última etapa com sucesso e acabar o programa�.

A longo prazo, a jovem confessa que gostaria de tirar um Executive

MBA in Global Supply Chain, mas é algo que �ainda está em análise,

pois vai depender do trabalho e localização no futuro�.

Futuro promissor

DEPOIS DO ISEP ISEP.BI

Page 24: ISEP.BI 06

Chama-se Barchetta e é um automóvel de competição de dois lugares, mais leve e mais rápido do que o vencedor Fiat Uno 45. A nova

criação do Departamento de Engenharia Mecânica do Instituto Superior de Engenharia do Porto foi concebida para ser ela própria a origem

de um novo troféu de competição. O desafio está lançado, os parceiros convencidos e o novo automóvel quase apto para correr nas pistas.

É mais um exemplo da cooperação entre docentes, alunos e empresas.

A ideia surgiu no final de um treino do Team ISEP/Mundauto para o

Challenge Desafio Único no circuito de Braga, no final do ano passado.

Hoje, a Barchetta é um protótipo real quase pronto para ser

experimentado.

O ambicioso projecto de uma equipa que envolve o Departamento

de Engenharia Mecânica do ISEP e a empresa Mundauto, liderada por

Luis Miranda Torres (ISEP) e José Leite (Mundauto), envolveu

directamente, até à data, sete alunos do curso de Engenharia Mecânica.

Esta equipa conta ainda com a colaboração das empresas Alto-Perfis

Pultrudidos Lda, BP Portugal SA, Interescape Lda e DBE Suspension

Engineering.

Para Luís Miranda Torres, a Barchetta é, antes de mais, �um exercício

de integração e aplicação de conhecimentos de engenharia, no qual

os alunos têm a oportunidade de trabalhar num cenário real�. Mas a

ambição vai mais além. �Para além deste exercício, temos como

objectivo homologar a Barchetta para uma competição do

Campeonato Nacional de Velocidade, criando um troféu de baixo

custo, que se pode posicionar entre o Challenge Desafio Único e as

NOVO PROJECTO ISEP/MUNDAUTOQUASE PRONTO PARA COMPETIR

BARCHETTA

A NOSSA TECNOLOGIA ISEP.BI

Page 25: ISEP.BI 06

Em termos técnicos, a Barchetta é um carro de corrida aberto com

um chassis tubular que se insere na categoria II (automóveis de

competição), grupo E (fórmula livre) e classe 5 (até 1000 c.c.). Tem uma

carroçaria em fibra de vidro, motor central de origem FIAT (modelo

Uno 45), tracção traseira, travões de disco nas quatro rodas e suspensões

com triângulos sobrepostos.

Tal como Luis Miranda Torres explicou ao ISEP.BI, a Barchetta �é um

carro de corrida para circuitos e rampas que usa a mesma mecânica

dos modelos intervenientes no Challenge Desafio Único�. A diferença

está nos materiais usados na construção, sendo de esperar que o

tempo por volta, em qualquer circuito, seja significativamente mais

baixo do que o conseguido pelos melhores Fiat Uno, �uma vez que é

mais leve cerca de 200 kg, possui um centro de gravidade e uma

distribuição de pesos mais favorável, para além de permitir mais

afinações da geometria de suspensões�, explicou o engenheiro.

A técnica da engenharia

Para Luís Miranda Torres, todas as iniciativas e projectos ligados à

investigação são fundamentais dado que promovem a aplicação de

conhecimentos num cenário real e contribuem para o desenvolvimento

da cultura técnica dos alunos. Além disso, promovem o

desenvolvimento de uma visão integrada dos problemas, facto que

é, para o engenheiro, �fundamental no exercício de qualquer actividade

de engenharia�. Projectos como a Barchetta contribuem também para

o desenvolvimento das suas capacidades de trabalho em equipa.

�Outro aspecto importante é o facto de os alunos desenvolverem

trabalho em colaboração com empresas, potenciando a sua colocação

mercado de trabalho, como aliás tem acontecido�, acrescenta o

docente.

No Departamento de Engenharia Mecânica, a satisfação pelo sucesso

da Barchetta é geral. Quanto a novos projectos, Luís Miranda Torres

confessa que �ideias não faltam, no entanto, é necessário concluir os

projectos que estão a decorrer e depois partir para novos desafios�.

restantes categorias existentes no panorama do Nacional de

Velocidade�, acrescenta o docente.

Neste momento, a equipa criadora da Barchetta encontra-se a

desenvolver uma segunda versão do chassis, corrigindo alguns pontos

em conformidade com a regulamentação da Fédération Internationale

de L�Automobile (FIA) e da Federação Portuguesa de Automobilismo

e Karting (FPAK). �A nova versão do chassis terá um novo desenho dos

berços frontal e traseiro e uma solução mais evoluída no que diz

respeito às suspensões�, explica Luís Miranda Torres. Estas correcções,

segundo o engenheiro, vão servir para uma homologação do

automóvel para as futuras provas.

�Depois do desenvolvimento desta segunda versão do chassis, segue-

se a sua construção, acertos de pormenor na carroçaria, montagem

de todos os componentes mecânicos, testes e instrução do processo

de homologação� e, depois sim, a Barchetta estará pronta para correr

em cenários de verdadeira competição.

Dado que o objectivo último da Barchetta é a criação de um troféu

de baixo custo, que se posicione entre o Desafio Único e as provas

situadas nos escalões superiores, Luís Miranda Torres explica que �o

projecto tem sido desenvolvido de forma a permitir que este carro de

corrida possa ser adquirido em kit e construído pelas equipas

concorrentes de acordo com instruções de montagem, respeitando

os regulamentos aplicáveis�.

A construção da Barchetta integra dois tipos de elementos: uns

reciclados e outros criados especificamente para este projecto. O

chassis tubular em aço, incluindo os braços de suspensão, a carroçaria

em fibra de vidro, o conjunto de pedais e o depósito de gasolina foi,

segundo o docente responsável, concebido especialmente para a

Barchetta. Os restantes componentes mecânicos são provenientes de

automóveis usados sem valor comercial, neste caso, o Fiat Uno 45,

entre eles o motor, a caixa de velocidades, a caixa de direcção, as

mangas de eixo e os discos de travão.

Investigação fundamental para odesenvolvimento do ISEP

A NOSSA TECNOLOGIA ISEP.BI

Page 26: ISEP.BI 06

João Francisco Silva, docente do departa-

mento de Engenharia Mecânica do ISEP, foi

um dos finalistas do Prémio Nacional de

Empreendedorismo 2008. Integrado numa

equipa da qual constavam igualmente

investigadores Universidade do Porto, do INEGI

e da Universidade do Minho, o investi-gador

do ISEP ajudou a criar um projecto de produ-

ção de postes para equipamentos urbanos

feitos a partir de materiais compostos. .

A premissa passou pela oferta de um produto

mais ecológico, eficiente, duradouro, seguro

e... lucrativo. A Polight propõe a criação de

postes de iluminação, para exploração de

energia eólica ou transporte de energia em

baixa, média e alta tenção a partir de material

compósito, em alternativa aos convencionais

postes de betão ou aço. Apesar de a tecnologia

já existir nos EUA, a proposta inova ao permitir

o recurso a matérias recicláveis. A brasileira

Romagnole, que actua igualmente nos EUA,

Canadá e China e a angolana Telectrinf en-

contram-se já entre potenciais clientes, além

de municípios nacionais e europeus. .

O projecto da equipa do prof. João Silva já se

encontra patenteado e dará, em breve, lugar

a constituição da empresa Ownersmark

Polight, que irá desenvolver a comercialização

do produto. De realçar também a parceria

com a empresa holandesa Lightweight

Structures, que permitirá desenvolver e testar

os protótipos em distribuidoras de energia

eléctrica na Holanda, Polónia e Alemanha. .

JOÃO FRANCISCO SILVAENTRE OS FINALISTAS DOPRÉMIO START

Estar sempre na linha da frente! É este o objectivo do reforço da oferta formativa no Instituto

Superior de Engenharia do Porto já a partir do próximo ano lectivo, com a inclusão dos cursos

de mestrado em Computação e Instrumentação Médica; Construções Mecânicas, Gestão de

Processos e Operações; Instrumentação e Metrologia; Tecnologia e Gestão da Construção.

Com estes quatro novos mestrados recentemente aprovados pelo Ministério da Ciência,

Tecnologia e Ensino Superior, o ISEP passa a cobrir a oferta do 2º ciclo de estudos em todas

as suas áreas de formação.

O ISEP, reforça assim a sua posição no panorama do ensino superior de Engenharia a nível

nacional. A escola teve a visão de aproveitar a transição a Bolonha como uma oportunidade

de redobrar a exigência e competitividade. Este esforço contínuo começa a dar frutos, já que

este ano, a grande procura esgotou completamente todas as vagas de licenciaturas e mestrados.

Estes números atestam a qualidade dos nossos cursos. Recordamos que o universo ISEP é

actualmente composto por mais de 5700 alunos, tendo aproximadamente 700 mestrandos.

A partir de 2009/2010 o ISEP terá ofertas de 2º ciclo em todas as suas áreas de Engenharia:

Engenharia Química; Engenharia Geotécnica e Geoambiente; Engenharia Electrotécnica -

Sistemas Eléctricos de Energia; Engenharia Electrotécnica e de Computadores; Computação

e Instrumentação Médica; Construções Mecânicas, Gestão de Processos e Operações; Engenharia

Informática; Instrumentação e Metrologia; Tecnologia e Gestão da Construção. .

No passado dia 28 de Outubro, o Conselho Científico organizou um workshop intitulado

�Implementação do paradigma de Bolonha no ISEP�. Este evento serviu para apresentação

dos diferentes cursos de licenciaturas e mestrados, pelos seus responsáveis, incidindo nos

principais impactos verificados com a adaptação a Bolonha.

A reestruturação do ensino superior continua a exigir o empenho de toda a comunidade

académica, mas, num auditório cheio, apresentaram-se casos concretos em que a adaptação

a Bolonha foi apenas uma transposição de boas práticas já cá existentes. Debateram-se desafios

e oportunidades, como o sistema de auto-avaliação, a aposta tecnológica, a internacionalização

ou o estreitar de laços com o tecido empresarial. Neste último caso, a presença de representantes

de empresas líderes de mercado, como a Critical Software, Mota-Engil, Toyota Caetano Portugal

e Evoleo Technologies serviu para apresentar também o ponto de vista e expectativas do

mercado de trabalho.

A presença de figuras, cujo percurso académico passou pelo ISEP e que hoje ocupam posições

de destaque em organizações fortes, atesta o posicionamento do ISEP que continua a oferecer

a melhor formação superior, sempre de uma perspectiva operacional. .

Com o início do 3º ano pós-Bolonha, o ISEP já formou os seus primeiros mestres, continua a

preencher a totalidade das suas licenciaturas e vai acumulando distinções na investigação.

O objectivo mantém-se o mesmo de sempre - superação, no que podemos oferecer aos

nossos estudantes e aos nossos parceiros.

O PROCESSO DE BOLONHA À MEDIDA DO ISEP

NOVAS OFERTAS FORMATIVAS PARA 2009/2010

BREVES ISEP.BI

Page 27: ISEP.BI 06

BREVES ISEP.BI

A vinda de dois docentes da Universidade de Ciências Aplicadas da Estónia gerou imensa

curiosidade em torno do seminário �Automative Industry and Traffic Problems�. Promovido

pelo Departamento de Engenharia Mecânica (DEM), este evento contou com a presença de

80 participantes e serviu para discutir problemas e soluções de mobilidade no sector automóvel.

A presença no ISEP dos professores Sirje Truu e Maie Kuning decorreu ao abrigo da teaching

staff mobility, do programa Erasmus e enquadrou-se nas acções de divulgação que o DEM

tem promovido sobre temas relevantes a esta indústria. A acção espelha igualmente a atenção

que é dada a uma formação mais alargada, já que são várias as iniciativas promovidas no

sentido de consciencializar os alunos para a realidade dos mercados globalizados. Para 2009,

está já prevista a realização, no ISEP, de um curso internacional intensivo de duas semanas,

envolvendo a congénere báltica e mais nove instituições de ensino superior europeias,

dedicado ao tema �Ecology and Safety as Driving Forces in the Development of Vehicles�. A

avaliação do seminário saldou-se como bastante positiva, sobretudo pela grande interacção

que se verificou entre os docentes convidados e os estudantes presentes. .

Notícia de última hora foi a revelação da avaliação da Fundação para a Ciência e Tecnologia

(FCT) relativamente às unidades de investigação e desenvolvimento (I&D) nacionais. O

desempenho dos grupos de I&D do ISEP é de destacar, com 20% dos seus grupos a obterem

a classificação de �Muito Bom�.

A inovação é tida como crucial para a competitividade europeia e portuguesa. Do choque

tecnológico, ao Compromisso com a Ciência, o caminho passa claramente pelo aproveitamento

da produção científica realizada em Instituições de Ensino Superior. Ao longo dos tempos, o

ISEP tem vindo a executar um investimento sustentado neste sentido. Com dez grupos de

investigação, uns a dar os pri-meiros passos, outros líderes da área com forte presença

internacional, o ISEP tem vindo a afirmar-se neste caminho, privilegiando a ligação às empresas

e a projectos público/privados.

No recente relatório da FCT, destaca-se, desde logo, que dois dos nossos grupos, o Centro de

Investigação em Sistemas Confiáveis e de Tempo-Real (CISTER) e o Centro de Investigação e

Desenvolvimento em Engenharia Mecânica (CIDEM), foram avaliados com �Muito Bom�,

representando desde logo uma fatia de um quinto da nossa produção avaliada como óptima.

A motivação, a criatividade e sobretudo o enorme profissionalismo e competência foram

factores identificados para o sucesso agora alcançado. Com estes resultados o ISEP afirma-

se entre as doze melhores instituições de I&D a nível nacional, sendo a única instituição de

ensino politécnico presente a este nível e afirma-se ainda entre a elite na área da Engenharia.

Estes números são no entanto encarados com alguma reserva, pois prontamente se lançaram

metas de superação.

Nota de destaque ainda para o desempenho do Laboratório de Engenharia Matemática

(LEMA), que sendo uma unidade do ISEP, está associado ao Centro de Matemática da

Universidade do Porto (CMUP) e que contribuiu para a excelente avaliação deste último. Um

exemplo do valor das nossas unidades agregadas em Laboratórios Associados. .

DEBATER O TRÂNSITO E AS SOLUÇÕES NA INDÚSTRIA AUTOMÓVEL

ISEP ENTRE AS 12 MELHORES INSTITUIÇÔES DE I&D

O ISEP está a realizar um curso de preparação

para a integração no ensino superior.

Apelidado �Ano Zero�, esta iniciativa visa

oferecer as melhores oportunidades de

desenvolvimento académico a toda a

comunidade e foca-se essencialmente nos

estudantes que completaram o 12º ano de

escolaridade, mas não atingiram o objectivo

de ingressar no ensino superior.

O �Ano Zero� constitui uma abordagem

inovadora e inclusiva no processo de transição

para o ensino superior. Ao longo de três

trimestres fornece formação específica de

preparação para o Exame Nacional de

Matemática (prova obrigatória para quem

pretende seguir Engenharia). Permite ainda

aos formandos usufruírem do ambiente

académico de ensino superior, bem como

todo o acompanhamento necessário à

execução de uma candidatura bem sucedida

no ano 2009/2010. Por último, o Ano Zero

prevê ainda a possibilidade de creditação de

unidades curriculares aos alunos que

ingressem posteriormente no ISEP. .

Numa primeira avaliação, a inscrição de três

dezenas de alunos superou as expectativas

iniciais e obrigou mesmo a formação de uma

segunda turma do �Ano Zero�.

COMEÇAR NO �ZERO�UM FUTURO POSITIVO

Page 28: ISEP.BI 06

O Departamento de Engenharia Informática realizou, entre 15 e 18 de Outubro, a 2ª edição

do workshop Pesquisa de Informação constituído por um seminário QTDEI (Quartas à tarde

no DEI) e duas sessões Hands-On. O seminário �Pesquisa e Exploração de Informação na Web:

Aplicações�, que contou com o patrocínio da APPIA (Associação Portuguesa Para a Inteligência

Artificial), deu o mote de partida ao workshop. Nuno Silva moderou uma sessão que permitiu

discutir, com recurso a casos concretos, a pesquisa e exploração de informação e os

desenvolvimentos em ambiente web. O workshop prosseguiu com duas sessões práticas

Hands-On. Realizadas em paralelo, estas sessões centraram-se na construção de motores de

pesquisa sobre grandes volumes de informação e na extracção de informação para resposta

automática a perguntas. A actualidade e o interesse destas áreas contribuíram, novamente,

para a boa afluência, que contou com cerca de 90 participantes.

Já em Novembro, o DEI, com o apoio do Chapter Português da IEEE Computational Intelligence

Society, dedicou a programação da QTDEI à Inteligência Artificial. �Aplicação de técnicas de

DataMining no estudo de Segurança das Redes de Energia Eléctrica� e �Agent Based Intelligent

Transport Systems� foram os temas moderados por Ana Madureira e debatidos pelo Grupo

de Investigação de Engenharia do Conhecimento e Apoio à Decisão (GECAD/ISEP) e convidados

dos Institutos Superiores de Engenharia de Lisboa e Coimbra. Estiveram presentes na sessão

50 participantes.

A organização das QTDEI perpetua-se como uma referência na divulgação e debate dos

avanços na informática em Portugal.

AS MELHORES TARDES DE QUARTA-FEIRA SÃO NO DEI

Em Outubro foi a vez da Ordem dos Engenheiros escolher o ISEP para palco do seu workshop

�Geração de Ideias e Criatividade�. Realizado através do curso de especialização em Manutenção

Industrial, este workshop procurou dar respostas a um dos maiores desafios do sector � qual

será o lugar da Manutenção na Sociedade Criativa?

À medida que as actividades tendem a evoluir de uma Sociedade Baseada no Conhecimento

para uma Sociedade Criativa, impõe-se uma postura de constante aprendizagem. A criatividade

serve de base à inovação e por isso é preciso saber operacionalizá-la. O workshop visou explorar

a produção de conhecimento para a geração de tecnologias inovadoras e metodologias de

gestão e organização do trabalho originais. Moderado pelo Eng.º António Costa Gonçalves,

participaram neste evento o Eng.º João Craveiro (Associação Portuguesa de Manutenção

Industrial), Eng.º José Simões (Universidade de Aveiro), Prof.ª Katja Tschimmel (Escola Superior

de Artes e Design - Matosinhos) e Eng.º Luís Andrade Ferreira (Comissão Executiva da

especialidade em Manutenção Industrial).

AO ENCONTRO DA SOCIEDADE CRIATIVA

BREVES ISEP.BI

A TecnoISEP voltou a animar o Outono no

ISEP. Organizada pela Associação de Estu-

dantes do ISEP (aeISEP), a Semana de

Engenharia Técnica (TecnoISEP) decorreu

entre 24 e 28 de Novembro e permitiu um

contacto privilegiado entre os nossos alunos,

algumas das melhores empresas da área

tecnológica e os grupos de investigação do

ISEP. O objectivo passou por criar oportuni-

dades de emprego, fomentar o desenvol-

vimento de projectos de I&D e, claro, dar a

conhecer o espírito de inovação que se vive

na nossa escola às empresas.

Já na 5ª edição, a TecnoISEP escolheu para

tema deste ano as energias renováveis e deu

a conhecer a todos os visitantes as novas

tecnologias que fazem o presente, ao mesmo

tempo que alertou para a emergência do

desenvolvimento sustentável e desenvolvi-

mento de práticas ambientais.

A exemplo do ano anterior, a edição de 2008

voltou a apostar num modelo mais prático,

substituindo palestras por exposição e

demonstrações de produtos e tecnologias,

apresentação de empresas e projectos de I&D,

o que casa com o espírito prático que se incute

nos nossos graduados.

A massiva afluência que se verificou no espaço

de 500 m2 atestou a TecnoISEP como um dos

principais eventos do calendário da instituição.

Uma nota de interesse vai para o cuidado da

aeISEP em alargar o evento a horário pós-

laboral de modo a acomodar os interesses

dos muitos trabalhadores-estudantes e

estudantes em regime pós-laboral da escola.

TecnoISEP » TECNOLOGIA ÀSOLTA NO ISEP

Page 29: ISEP.BI 06

Os docentes António Flores e José Carvalho, ambos do Departamento de Engenharia

Electrotécnica, foram agraciados com �Best Poster Award� no decorrer da XVIII International

Conference On Electrical Machines, promovido pela Associação Portuguesa para a Promoção

e Desenvolvimento da Engenharia Electrotécnica. O artigo "Mechanical Fault Detection in an

Elevator by Remote Monitoring" foi distinguido entre 475 outros trabalhos expostos na

conferência, que decorreu de 6 a 9 de Setembro, em Vila Moura. O trabalho vencedor contou

também com a colaboração de um docente da Faculdade de Ciências e Tecnologia da

Universidade de Coimbra.

António Castro, investigador do GILT foi distinguido pelo artigo que apresentou no decorrer

da LACLO 2008 - 3ª Conferência Latino-Americana de Objectos de Aprendizagem. Considerado

um dos melhores trabalhos apresentados na conferência, "Descripción de pasos básicos para

la construcción de objetos de aprendizaje y uso del repositorio médico compartido MELOR"

resulta da tese de doutoramento que está a ser elaborada pelo docente. António Castro, que

trabalha com Objectos de Aprendizagem Médicos, foi igualmente convidado para fazer,

durante Dezembro próximo, uma apresentação do seu trabalho à Rede Universitária do Chile.

DOCENTES DO ISEP CONTINUAM A MARCAR PONTOS EMENCONTROS INTERNACIONAIS Eficiência sempre foi um conceito fortemente

associado à Engenharia. Com isto em mente,

o ISEP instituiu recentemente um sistema

pioneiro que vai facilitar a vida dos seus alunos

e funcionários. Trata-se de uma plataforma

informática através da qual os alunos podem,

a partir de um computador com acesso à

internet, requerer e imprimir as próprias certi-

dões de matrícula de uma forma rápida. A

certificação do documento é dada através de

um número de série único e informaticamente

impossível de falsificar atribuído a cada um

dos certificados requeridos. As entidades que

queiram comprovar a autenticidade das

certidões podem também fazê-lo online. .

Esta ideia pioneira cumpre ainda com os ob-

jectivos de modernização administrativa, que

têm como objectivo agilizar ao máximo os

processos da função pública. Dá-se assim mais

um passo no percurso tecnológico da escola.

UMA APOSTA SIMPLEX

Dia 22 de Outubro foi marcado pela apresen-tação da Imagine Cup 2009, no ISEP. Eduardo

Neves, aluno do Departamento de Engenharia Informática (DEI) e Microsoft Student Partner,

abriu as hostes ao desvendar o tema para 2009, �Imagine a world where technology helps

solve the toughest problems facing us today�.

Após o excelente 2ºlugar obtido por uma equipa do ISEP na competição nacional de 2008,

o interesse em torno da mesma aumen-tou, bem como as expectativas para a presente edição.

O projecto então apresentado � r-Ecycled � consistia no desenvolvimento de uma rede social

que, com o recurso à internet, identificava e reportava problemas ambientais em tempo real

às autoridades competentes. A nossa equipa ficou apenas atrás do projecto da Universidade

de Trás-os-Montes e Alto Douro, que viria a ser a quarta classificada na competição mundial,

mas mesmo assim à frente das equipas do Instituto Superior de Engenharia de Lisboa,

Universidade do Minho ou de Aveiro, entre outras. O sucesso alcan-çado estimulou os alunos

do ISEP e neste momento o DEI conta já com quatro equipas a trabalhar em projectos a

apresentar na competição.

Na sessão de apresentação estiveram presentes, a convite do DEI, Miguel Chaves, em represen-

tação da Microsoft Portugal, e o vencedor deste ano da edição nacional e 4º classificado na

final mundial, que partilhou da sua experiência e apresentou o seu projecto. Durante o evento

realizaram-se ainda duas sessões técnicas sobre �PopFly� e �Asp.Net Ajax Control Toolkit�.

A final de 2009 da maior competição tecno-lógica de estudantes decorrerá em Julho, no

Egipto, sendo o finalista português apurado em Maio próximo.

UM PASSAPORTE PARA O ISEP IR AO CAIRO

O Gabinete de Orientação do ISEP dinamizou

dois cursos de formação em competências

transversais. Estes cursos do ISEP|GO

decorreram ao longo de Novembro e tiveram,

uma vez mais, como objectivo alargar as

ferramentas ao dispor dos nossos alunos.

Ambas as formações, em liderança e trabalho

em equipa e comunicação para apresentações

em público, constituíram uma oportunidade

de enriquecimento dos respectivos portfolios

de competências. Esta iniciativa do ISEP|GO

inseriu-se na política institucional de formar

os futuros engenheiros em todas as vertentes

essenciais para o seu sucesso no mercado de

trabalho.

ENGENHEIROS COM MAISCOMPETÊNCIAS PARA OMERCADO

BREVES ISEP.BI

�Não pares, orienta-te�

Page 30: ISEP.BI 06

Tradicionalmente, os arquivos de televisão têm sido considerados o

último elemento numa cadeia de produção complexa. Limitações em

termos de recursos financeiros, de pessoal e de tempo, fizeram com

que a reutilização dos arquivos de televisão fosse difícil. Além disso,

os requisitos técnicos para manter filmes e cassetes em ambientes

estabilizados, impedem a utilização dos arquivos como ferramenta de

trabalho diário.

No entanto, a importância dos arquivos de televisão tem vindo a

aumentar não só porque lhes é reconhecido um valor cultural

importante, mas também porque é possível prever um retorno

financeiro considerável. Este cenário fez com que os detentores de

arquivos deixassem de os considerar apenas como um lugar

conveniente onde armazenar material, para passarem a vê-los como

uma fonte quase inesgotável de conteúdos reutilizáveis. .

Esta tese aborda o projecto de sistemas de gestão de arquivos

audiovisuais de televisão. Para além da arquitectura e componentes

do sistema, o trabalho apresentado discute o problema da instalação

e utilização destes sistemas em ambientes reais apresentando propostas

que deverão facilitar esta tarefa.

Numa primeira tentativa de responder à necessidade urgente de

definir mecanismos que reduzam a manipulação de cassetes, o trabalho

intensivo, a distribuição errada de material e que permitam uma

anotação mais rápida dos conteúdos, fornecendo também as bases

técnicas para a implementação de comércio electrónico e reutilização

de material, esta tese discute arquitecturas, componentes e

funcionalidades de um sistema de gestão de arquivos audiovisuais.

Uma proposta baseada em tecnologias da informação é apresentada

juntamente com um protótipo desenvolvido e instalado num ambiente

de utilização real. Este protótipo permite a validação das ideias principais

e serve de base para outras propostas que pretendem implementar

uma gestão efectiva dos componentes e recursos do sistema. .

Para abordar a questão da gestão de recursos, propõe-se uma

arquitectura de dois níveis. A camada inferior, baseada numa plataforma

composta por um conjunto de interfaces e protocolos, actua ao nível

do software e hardware e permite a integração de aplicações e produtos

heterogéneos. A camada superior introduz o conceito de Business

Driven Management aplicado aos arquivos de televisão de grande

dimensão e define uma ontologia que actua como plataforma de

integração de metadados e fornece uma interface simples para a

implementação de ferramentas de apoio à decisão de alto nível. .

Nome: Paula Viana

Área Científica: Engenharia Electrotécnica e de Computadores

Data da Prova: 17 de Julho de 2008

Local: FEUP � Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

MEDIA ASSET MANAGEMENT IN BROADCASTINGNew approaches to enable the effective management of physical resources and media objects

PROVAS DE DOUTORAMENTO ISEP.BI

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