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À CONVERSA COM... Fernando Ferreira Licenciatura Engenharia Automóvel DE FORA CÁ DENTRO Nelson Pereira (Intelligent Life Solutions) DEPOIS DO ISEP Bárbara Rodrigues (ENERCON) INOVAMOS PARA SIMPLIFICAR

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Boletim Informativo do Instituto Superior de Engenharia do Porto

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Page 1: ISEP.BI 09

À CONVERSA COM...Fernando FerreiraLicenciatura Engenharia Automóvel

DE FORA CÁ DENTRONelson Pereira(Intelligent Life Solutions)

DEPOIS DO ISEPBárbara Rodrigues(ENERCON)

INOVAMOS PARASIMPLIFICAR

Page 2: ISEP.BI 09

02 ÍNDICE

04 A RETER

10 À CONVERSA COM...

14 DESTAQUE

20 INVESTIGAÇÃO À LUPA

03 EDITORIAL» João Rocha - Presidente do ISEP

04 A RETER» SEE YOU IN PORTUGAL - ISEP participa na EHEF-BANGKOK09» ISEPFORGLOBE oferece mais oportunidades » Investigação de Qualidade» Ingressos Ensino Superior 2009

06 EVENTOS» Por um Mundo melhor: SEMANA ODM» Um projecto inovador de acolhimento de novos alunos» Inauguração do Laboratório Engenheiro Mesquita Guimarães» ISCIES’09» Formação em MOTORSPORT» III Fórum Ibérico de Águas Engarrafadas e Termalismo» GILT lidera projecto Europeu SELEAG» Lema lança Caos no Piolho

10 À CONVERSA COM...» Fernando Ferreira - Licenciatura Engenharia Automóvel

12 DE FORA CÁ DENTRO» Nelson Pereira (Intelligent Life Solutions)

14 DESTAQUE» SIMPLEXMENTE Inovador

16 DEPOIS DO ISEP» Bárbara Rodrigues - ENERCON

18 INVESTIGAÇÃO À LUPA» GRAQ - Apresenta soluções para solos contaminados

20 A NOSSA TECNOLOGIA» Grupo Tree - Teaching Resources for Engineering Education

22 BREVES» Tenreiro Machado distinguido pela Budapest Tech» ISEP apresenta boas práticas na CDIO» Projecto do GILT seleccionado para Sapo Summerbits» Melor aplicado na América do Sul» Trabalhar em equipa para uma Europa mais forte» Evoluções da inteligência Artificial» Cecília Reis e Tenreiro Machado premiados na Grécia» Rui Camposinhos publica na INSTITTUTION OF CIVIL ENGINEERS» Patrícia Costa divulga a nossa história no Rio de Janeiro» Isep e CGD assinam protocolo» Francisco Silva apresenta dois posters no Euromat» DEI e I2S firmam parceria» Peritos do LEMA apresentam resultados» Diplomados ISEP destacam-se na Vipimage 2009» Lançamentos ISEP

26 PROVAS DE DOUTORAMENTO» Arnaldo Pinto» José Osório

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03EDITORIAL

ISEP.BI 09_FICHA TÉCNICA

PROPRIEDADE ISEP - Instituto Superior de Engenharia do Porto DIRECÇÃO João Manuel Simões Rocha EDIÇÃO ISEP|DCI - Divisão de Cooperação e Imagem REDACÇÃO Alexandra Trincão, Flávio Ramos & Mediana DESIGN ISEP|DCI|GD 2010IMPRESSÃO DL-PUBLICIDADE TIRAGEM 1.500 exemplares DEPÓSITO LEGAL 258405/10CONTACTOS ISEP|DCI - Divisão de Cooperação e Imagem » Rua Dr. António Bernardino de Almeida, nº 431 | 4200-072 Porto - Tel.: 228 340 500 » Fax.: 228 321 159 » e-mail [email protected]

EDITORIAL

01CONDENSADOR PADRÃOMPL193OBJ . MUSEU DO ISEP

Colecção Electrotecnia

02ELECTROSCÓPIO DE FOLHAS DE OURO

MPL138OBJ . MUSEU DO ISEP

Colecção Física

01

02

No início de um novo ano, de uma nova etapa, o ISEP.BI dedica a sua nona edição à tecnologia. As medidas de base tecnológica tornam-se fulcrais como apoio às instituições, nomeadamente as de Ensino, que têm por objectivo oferecer aos seus alunos e colaboradores as melhores alter-nativas aos processos do dia a dia, desde os mais complexos, aos mais banais.

Desta vez, o ISEP.BI tem como destaque principal uma medida tecnológica criada por nós, para nós: o Simplex. Simplificamos as inscrições, os processos burocráticos e administrativos, simplifi-camos até a obtenção de certidões e documentos fundamentais para os nossos alunos. O objec-tivo: facilitar a vida de todos os que fazem parte do universo ISEP e canalizar o tempo disponível para o atendimento pessoal a situações que exijam uma atenção redobrada. Para saber mais sobre esta medida, basta viajar pelo nosso boletim.

Mas falamos também de tecnologia aplicada nos processos de ensino. Para melhorar a vida e o ensino/aprendizagem de professores e alunos, criamos o ISEP Tree, um projecto que consiste na formação de docentes no sentido de usarem ferramentas educativas digitais como o moodle ou os Laboratórios Virtuais. Ao longo da sua existência, o programa ISEP Tree já proporcionou aos docentes seminários de formação no sentido de divulgar e impulsionar o uso das várias ferramentas tecnológicas criadas pelos investigadores do ISEP e disponíveis a todo o universo da nossa Escola.

E porque a tecnologia também deve estar ao serviço da comunidade, apresentamos no nono BI um trabalho do nosso GRAQ – Grupo de Reacção e Análises Químicas. Cristina Matos, investiga-dora do grupo, explica o caminho percorrido até conseguirem encontrar bactérias capazes de reabilitar solos contaminados.

No percurso por este boletim, vai também poder encontrar a aventura de uma engenheira que venceu num mundo predominantemente masculino – a engenharia civil, uma empresa que vende “soluções inteligentes de vida” e uma nova licenciatura do ISEP que promete revolucionar o mercado automóvel.

Até ao próximo BI, neste novo ano que agora tem início, apenas podemos desejar que nos conti-nuem a seguir e assegurar que voltaremos em breve com mais notícias do universo ISEP.

João RochaPresidente

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04 A RETER

O ISEP participou na European Higher Education Fair (EHEF-Bang-kok09), que decorreu em Banguecoque. A presença no maior evento de promoção do ensino superior jamais realizado na Tailândia enqua-dra-se na estratégia de internacionalização da escola.

O mercado global obriga as organizações que se pretendam impor como actores relevantes a apostar na comunicação e internacionaliza-ção das suas ofertas. Neste sentido, entre 31 de Outubro e 1 Novembro, o ISEP divulgou a qualidade da oferta formativa e mais-valias dos gru-pos de investigação na principal área geopolítica do séc. XXI – a Ásia.

No arranque de um fim-de-semana de promoção intensa, a delegação composta por elementos da Presidência e da Divisão de Cooperação e Imagem recebeu as visitas do embaixador português em Banguecoque, António de Faria Maya, e do conselheiro político da Comissão Europeia, Nuno Caldeira da Silva, que cumprimentaram a exposição que pres-távamos a todo o país. O ISEP era uma das três instituições nacionais presentes na feira e contribuiu para a promoção de uma Europa do co-nhecimento, de um Portugal inovador e de um Porto mais cosmopolita.

Segundo dados da organização da EHEF-Bangkok09, estiveram pre-sentes cerca de 40 mil visitantes no Royal Paragon Hall, “neste grande evento que reuniu 214 representantes das principais instituições acadé-micas de aproximadamente 30 países”. Esta feira de ensino superior re-presentou uma plataforma por excelência para a construção de pontes com o público tailandês, mas também com as restantes organizações lá presentes. O stand do ISEP atraiu atenções e levou ao convite da Neth-erlands Organization for International Cooperation in Higher Education (NUFFIC) – entidade responsável pela organização da EHEF – para que o Instituto reforçasse a sua presença neste tipo de eventos. Entretanto, dos variados contactos com instituições de ensino superior europeias, norte-americanas, canadianas e asiáticas lançaram-se bases para um diálogo mais profundo com vista a diversos projectos de cooperação.

Da avaliação global da participação na EHEF-Bangkok09 ressaltam o contacto com mais de uma centena de estudantes tailandeses interes-sados em prosseguir estudos no ISEP; e a constatação da competitivida-de do trabalho desenvolvido no ISEP no panorama internacional de en-sino de Engenharia. Um sucesso que abre uma janela de oportunidades.

SEE YOU IN PORTUGAL. ISEP PARTICIPA NA EHEF-BANGKOK09

FORGLOBE OFERECE MAIS OPORTUNIDADESO ISEP inaugurou recentemente o ISEP FORGLOBE. Este projecto consiste num plano de formação abrangente e global que inclui diversas temáticas científicas, técnicas, lúdicas e de valorização pes-soal ou profissional, divididas pelas áreas de Engenharia, Comple-mentar, Académico, Emprego, Actualidade e Criar.

O primeiro objectivo do ISEP FORGLOBE é a criação de um plano de formação dinâmico, que vá de encontro às necessidades de quem o procura, contribuindo assim com novas soluções formativas com-plementares e adaptadas às exigências emergentes do mercado de trabalho. O FORGLOBE adapta-se a qualquer tipo de público, desde alunos que pretendam desenvolver competências específicas com vista à futura integração no mercado de trabalho ou profissionais que procurem refrescar conhecimentos ou adquirir novas ferramen-tas. Com este projecto, o ISEP reforça a aposta na aprendizagem ao longo da vida para uma maior qualificação de pessoas, motor da evolução contínua de quadros. Nota de destaque ainda para a qualidade das formações, que aliam um prestigiado corpo de forma-dores, maioritariamente composto por docentes do Instituto e do restante universo do Politécnico do Porto, a infra-estruturas de topo.

Lançado em Abril último, o ISEP FORGLOBE realizou entretanto ac-ções na área de Informática, competências linguísticas e ciências

comportamentais direccionadas aos seus colaboradores. No entan-to, entre a variada oferta formativa encontram-se cursos como Au-tocad, Redes e Comunicação, Nutrição ou História da Arte Europeia. O revolucionário método de gestão do FORGLOBE faz com que o projecto já esteja totalmente operacional, sendo o lançamento de acções de formação condicionado às inscrições. Qualquer interes-sado numa formação pode-se inscrever através do sítio do ISEP, em www.isep.ipp.pt. Assim que o curso reúna o número mínimo de inscrições, avança e os candidatos são contactados. As formações podem ainda ser “coleccionadas”. A frequência de três unidades (27 horas + avaliação) equivale a uma unidade do sistema europeu de transferência de créditos (ECTS – European Credit Transfer System).

Enquanto instituição de ensino superior público, o ISEP cumpre com a sua responsabilidade social de intervir positivamente na comuni-dade que o rodeia. O ISEP FORGLOBE representa mais um exemplo do compromisso com a criação de bases para relações duradouras, já que as formações curtas e específicas sustentam a aprendizagem ao longo da vida. Neste sentido, o FORGLOBE apresenta-se não só como uma ferramenta que reforça a competitividade do nosso teci-do produtivo, mas também um importante contributo para a apro-ximação de toda a sociedade.

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INVESTIGAÇÃO DE QUALIDADE: PROJECTOS DE I&D APROVADOS

O ISEP preencheu, logo na primeira fase do concurso nacional de ingresso no ensino superior, a totalidade das vagas disponíveis nas suas licenciaturas. Pelo segundo ano consecutivo, a elevada procu-ra espelha a imagem de qualidade da oferta formativa.

As médias de entrada em 2009 variaram entre os 141,3 e 119,7. Destaque, por exemplo, para o curso de Engenharia Civil, que teve a média de entrada mais alta no ISEP (141,3). Em termos na-cionais, consolidou-se a posição entre as cinco melhores escolas de Engenharia, mantendo-se a principal escolha a nível de ensino superior politécnico. A oferta pós-laboral continua a suscitar ele-vada procura, apresentando as melhores médias de ingresso em todo o país. A nova licenciatura em Engenharia Mecânica Auto-móvel preencheu a totalidade das vagas logo no primeiro ano de existência, demonstrando a relevância das apostas estratégicas do ISEP e a sua capacidade de leitura do mercado de trabalho. As ofer-tas formativas em Engenharia de Computação e Instrumentação Médica; Engenharia de Instrumentação e Metrologia; e Engenha-ria Geotécnica e Geoambiente continuam a representar soluções únicas no panorama nacional, abrindo oportunidades ímpares de evolução profissional e de negócios em áreas altamente tecnoló-gicas. A licenciatura em Engenharia Química esteve entre as três mais procuradas a nível nacional. Por último, o curso de Engenha-ria Informática do ISEP é a principal referência em Portugal, tendo admitido 195 novos alunos.

Estes resultados confirmam o ISEP como uma escola líder no ensi-no da Engenharia. A qualidade da oferta formativa; a capacidade de atender às expectativas das empresas para adaptar o processo de ensino/aprendizagem; o cumprimento com as melhores práti-cas internacionais; a certeza por parte dos alunos de que frequen-tam uma escola de saber aplicado que os prepara para uma rápida integração no mercado de trabalho e lhes induz um espírito de evolução contínua; o prestígio do corpo docente; a possibilidade de adquirirem experiência científica num dos nove grupos de I&D; e a contínua colocação de alumni entre os quadros de empresas lí-deres de mercado, são alguns dos motivos que ajudam a explicar o porquê do ISEP estar na vanguarda do ensino há mais de 150 anos.

Os resultados da primeira fase do concurso nacional realçam ainda o valor do Politécnico do Porto, que se coloca entre as três melho-res instituições portuguesas de ensino superior com uma ocupa-ção de 98,3% das suas vagas. Com mais de seis mil alunos, o ISEP representa a maior escola do Politécnico do Porto.

05A RETER

ISEP VOLTA A PREENCHER 100% DAS VAGAS

Com nove grupos de investigação nas diferentes áreas da Engenharia, o ISEP tem vindo a assumir um papel de relevo no panorama da I&D de ponta. Com crescente reconhecimento internacional, o Instituto foi no-meado pelo jornal Público entre as 12 principais entidades de investiga-ção portuguesas. Diariamente, os investigadores do ISEP testam os limi-tes do conhecimento humano em busca de novas soluções. Eles fazem do nosso campus uma casa de inovação, tecnologia e criatividade, mas, sobretudo, desenvolvem produtos que avançam um desenvolvimento sustentável e a competitividade do tecido empresarial. Aqui seguem apenas alguns exemplos de novos projectos de investigação em curso:

O Centro de Investigação e Desenvolvimento em Engenharia Mecâni-ca (CIDEM) arrancou o projecto “Pesquisa Meta-heurística por Geração de Colunas”. Coordenado por Manuel Pereira Lopes e financiado em 94 mil euros, este projecto de investigação pretende propôr novas meta-heurísticas para optimização combinatória, que contribuam por exemplo para a definição de rotas de veículos, o escalonamento de ta-refas em máquinas ou o dimensionamento de redes. O ISEP tem como parceiros neste projecto a Universidade do Minho, o Instituto Superior Técnico e a Universidade de Lisboa.

O Grupo de Investigação em Engenharia do Conhecimento e Apoio à Decisão (GECAD) viu oito novos projectos serem aprovados pela Funda-ção para a Ciência e a Tecnologia. Zita Vale coordena dois desses projec-tos, sendo os restantes conduzidos por Carlos Ramos, Luiz Faria, Maria João Viamonte, Goreti Marreiros, Dorabela Gamboa e Ana Fred. Estes projectos de investigação cobrem as áreas da Informática, Engenharia Electrotécnica, Sistemas de Energia, Gestão e Ciências da Educação e dispõem de financiamento global que ultrapassa os 800 mil euros.

“Dynamical Systems Approach for Online Trajectory Generation for Quadruped Locomotion”, é o novo projecto do Departamento de Mate-mática. Coordenado por Carla Pinto e desenvolvido em parceria com a Universidade do Minho visa criar uma plataforma capaz de gerar, adap-tar, controlar e planear autonomamente o comportamento de robôs articulados. Dispõe de um orçamento de 197 mil euros. Por seu turno, o Laboratório de Engenharia Matemática (LEMA) coordena o projecto multidisciplinar “PultrEficaz – Optimização da Eficiência do Processo de Pultrusão”. Financiado pela Agência de Inovação, o PultrEficaz assenta numa parceria com a Faculdade de Engenharia da Universidade do Por-to e a empresa ALTO e procura optimizar o processo de pultrusão, ao nível dos consumos energéticos e na valorização de resíduos gerados. Ana Cristina Meira lidera este projecto orçado em 600 mil euros.

Na área da Engenharia Química, o Centro de Inovação em Engenharia e Tecnologia Industrial (CIETI) arrancou o projecto FILMEQUE – Desen-volvimento de Filmes de Queratina a partir de Resíduos de Galináceos e de Bovino. Com um orçamento de 260 mil euros e contando com a Curtumes Aveneda, a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e o Centro Tecnológico das Indústrias do Couro como parcei-ros, este projecto pretende criar filmes de queratina – material plásti-co para embalagens – a partir de pêlo bovino e penas de galináceos. Esta solução permitiria potenciar dois recursos considerados resíduos industriais, servindo o produto final de alternativa ao uso de plásticos de origem petroquímica, tecnologia empregue actualmente com avul-tados impactos ambientais.

Finalmente, o Graphics, Interaction and Learning Technologies (GILT) vai coordenar o projecto europeu SELEAG, para o qual conta com fun-dos comunitários no valor de 400 mil euros ao abrigo do Programa de Aprendizagem ao Longo da Vida. O SELEAG pretende analisar impactos do uso de jogos de computador no processo de ensino/aprendizagem.

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06 EVENTOS

Colocar os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM)1 nas ruas do Porto foi o propósito da Semana ODM, que decorreu entre 14 e 21 de Outubro de 2009. O ISEP foi um dos promotores da iniciativa, tendo-se associado à Campanha do Milénio da ONU em Portugal – a Objectivo 2015; à Escola Superior de Educação do Politécnico do Porto; à Universidade Católica do Porto; à Agência ODM; à AIESEC; e à En-genho & Obra, entre outras instituições. Das variadas actividades que decorreram um pouco por toda a cidade, destaque para a realização do Festival ODM.

A 17 de Outubro, o ISEP e o Plano B uniram-se na organização do Fes-tival ODM. Durante um sábado, o campus do Instituto recriou-se e tor-nou-se um palco para muitos sons, imagens e diversão na celebração dos Objectivos do Milénio. Ao longo do dia, houve projecção de filmes e teatro de rua, com a participação dos Irmãos Esferovite e dos Radar 360, que interpretaram o “Baile dos Candeeiros”. Em homenagem aos mais novos foram programadas actividades, como espectáculos de ilusionismo, leitura de contos ou espaços de pintura. Alguns parceiros

1No ano 2000, 189 governos mundiais comprometeram-se nas Nações Unidas a atingir oito grandes objectivos até 2015: Erradicar a Pobreza Extrema e a Fome; Alcançar o Ensino Primário Universal; Promover a Igualdade de Género e Empoderar as Mulheres; Reduzir a Mortalidade Infantil; Reduzir a Mortalidade Materna; Combater o VIH/SIDA, a Malária e outras Doenças Graves; Garantir a Sustentabilidade Ambiental e Fortalecer uma Parceria Global para o Desenvolvimento. +INFO: www.objectivo2015.org | www.un.org/millenniumgoals

da Semana ODM ajudaram a montar uma feira de gastronomia e arte-sanato internacional, havendo ainda balcões do Comércio Justo e da Agência ODM a divulgar informações sobre os contributos individuais que cada cidadão pode emprestar ao cumprimento dos ODM.

Inserido no compromisso social da escola, esta promoção dos Objec-tivos do Milénio trouxe também bastante música ao ISEP. A Tuna, o grupo de percussão da Escola Superior de Música, Artes e Espectáculos, as bandas Throes, Glockenwise, Bombazines e LittleFriend, animaram o dia e a noite no arranque para um fim-de-semana especial.

Além do Festival, o ISEP organizou ainda no decorrer da Semana ODM um ciclo de conferências, campanhas de sensibilização e patrocinou a maratona do Porto, onde aproveitou o Dia Internacional para a Er-radicação da Pobreza para promover uma acção “Levanta-te Contra a Pobreza”. Um investimento que pretendeu ajudar à reflexão sobre os contributos que uma escola superior pública pode dar para a constru-ção de um mundo realmente melhor.

POR UM MUNDO MELHOR SEMANA DOS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO

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07EVENTOS

O ISEP organizou uma inovadora semana de acolhimento de novos alunos. Com o projecto “Vertical Axis Wind Turbine (VAWT) for Micro Energy Generation: Spinning Students Minds”, a escola aplicou o es-tudo vencedor do Real World Engineering Projects (RWEP), concurso promovido pelo Institute of Electrical and Electronics Engineers (IEEE).

Em 2008, o ISEP tornou-se a primeira escola não americana a vencer o prestigiado concurso mundial IEEE-RWEP. A proposta vencedora – “VAWT for Micro Energy Generation: Spinning Students Minds” – propunha a in-tegração de novos alunos através de experiências de “fazer Engenharia”.

Para arrancar o novo ano lectivo Betina Neves e Pedro Guedes, com a co-laboração do Gabinete de Orientação do ISEP, implementaram este pro-jecto. Entre 25 de Setembro e 2 de Outubro, o Instituto promoveu uma semana de acolhimento original. Destinado a cerca de 30 estudantes das áreas de Engenharia Mecânica e Engenharia Electrotécnica – Sistemas

Eléctricos, foi organizado um curso que desafiava os novos alunos a de-senvolver eólicas de eixo vertical para produção de energia. O trabalho era realizado por equipas multidisciplinares em ambiente competitivo.

A realização desta iniciativa abriu portas à aprendizagem de temas e conceitos que serão aprofundados durante a licenciatura. Deste modo, além dos temas seleccionados ajudarem a suavizar a transição para o ensino superior, o ambiente competitivo contribuiu para estimular a vontade de aprendizagem. Outro factor de interesse é o impacto so-cial do projecto, já que ao centrar-se nas energias renováveis promove uma atitude amiga do ambiente.

“VAWT for Micro Energy Generation: Spinning Students Minds” pro-porcionou um acolhimento de “viver e fazer a Engenharia” e culminou com a entrega de prémios à equipa vencedora. Uma iniciativa que pela sua aceitação e impacto positivo poderá ser repetida e alargada.

UM PROJECTO INOVADOR DE ACOLHIMENTO DE NOVOS ALUNOS

Em reconhecimento do seu excelente contributo profissional e huma-no, o ISEP inaugurou o “Laboratório de Electromagnetismo – Engenhei-ro Mesquita Guimarães”.

A iniciativa partiu de um grupo de docentes do Departamento de En-genharia Electrotécnica, nomeadamente do grupo de disciplinas de “Ciências Básicas da Electrotecnia”. Este grupo de docentes propôs que o actual laboratório fosse baptizado em homenagem a um colega que marcou o dia-a-dia da instituição ao longo de três décadas e em muito contribuiu para exposição da Engenharia Electrotécnica.

A cerimónia decorreu na sexta-feira, 18 de Setembro, com a colocação de uma placa comemorativa do Laboratório de Electromagnetismo – Engenheiro Mesquita Guimarães (I303), seguida de discurso do vice-pre-sidente do ISEP, Barros de Oliveira, que destacou a entrega inexcedível de Mesquita Guimarães à escola. Esta cerimónia que celebrou um espí-rito maior da academia ficou marcada pela forte presença de colegas.

INAUGURAÇÃO DO LABORATÓRIO ENGENHEIRO MESQUITA GUIMARÃES

» Sociedade de Construção William Graham (1959-1965)

» Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (1957-1965)

» J. C. Andrade & C.ª Lda. (1962-1963)

» RABOR – Motores Eléctricos (1963- 1969)

» Gabinete de Estudos de Economia, Finanças e Organização (1970)

» Instituto Industrial do Porto (actual ISEP) como Professor Auxiliar (1970)

» TERMONOR (1971-1972)

» Salvador Caetano S.A. (1973-1985)

» Comissão de Curso do Departamento de Engenharia Electrrotécnica (DEE) (1974-1995)

» Professor Assistente (1975)

» Dedica-se em exclusividade ao ensino no ISEP (1985)

» Professor Adjunto (1989)

» Orientador do Grupo de Disciplinas de Ciências Básicas de Electrotecnia (1989-1999)

» Director do Curso de Engenharia Electrotécnica – Sistemas Eléctricos de Energia (1989-1999)

» Comissão Coordenadora do Conselho Científico (1989-1999)

» Presidente da Comissão Directiva do DEE (1995-1999)

» Conselho Pedagógico (1995-1996)

» Representante do ISEP na Assembleia de Representantes do Politécnico do Porto (1996-1999)

» Director do CESE de Comandos e Protecções (1996-1999)

» Aposentou-se em 1998, data em que completou 70 anos, tendo porém sido autorizado a exercer funções públicas no ISEP. Retirou-se definitivamente da docência em Maio de 2001, dias antes de falecer.

CURRICULUM VITAE JOSÉ LUÍS MESQUITA GUIMARÃES

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O Grupo de Investigação em Engenharia do Conhecimento e Apoio à Decisão (GECAD) promoveu o 1st International Symposium on Compu-tational Intelligence for Engineering Systems (ISCIES’09). Este evento decorreu no ISEP entre 18 e 19 de Novembro.

O termo Inteligência Artificial (introduzido por John McCarthy em 1956) pode ser definido como a área científica que procura explicar e imitar o comportamento inteligente através de processos computacio-nais. Refere-se a um domínio do conhecimento cada vez mais actual, que procura estudar e compreender o fenómeno da inteligência e, como ramo da Engenharia, construir ferramentas para apoiar e supor-tar as decisões humanas.

Neste contexto, o GECAD organizou o ISCIES’09. Este simpósio interna-cional inseriu-se no âmbito das actividades do Capítulo Português da

“IEEE Computational Intelligence Society” e pretendeu divulgar activi-dades de investigação na área de Inteligência Computacional.

Destinado a servir de plataforma para o reforço de relações entre o ISEP, instituições de ensino superior e empresas, o evento contou ainda com a participação de Luis Moniz Pereira, da Faculdade de Ciências e Tec-nologia – Universidade Nova de Lisboa (1º doutorado e precursor da Inteligência Artificial em Portugal), e Amílcar Cardoso, da Universidade de Coimbra, que apresentaram as sessões plenárias “Intention Recog-nition with Evolution Prospection and Causal Bayesian Networks” e “Computational Creativity”. Entre os temas abordados, destaque para Sensores e Serviços Inteligentes; Modelos Inteligentes e Controlo de Sistemas; Sistemas de Suporte à Decisão; Inteligência Ambiental; Siste-mas de Energia Inteligentes; Sistemas Inteligentes de Fabrico; Tecno-logias de Conhecimento e Aprendizagem; e Computação Autónoma.

08 EVENTOS

ISCIES’09 TROUXEINTELIGÊNCIA ARTIFICIAL AO ISEP

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09EVENTOS

GILT LIDERA PROJECTO EUROPEU SELEAG

O ISEP acolheu recentemente uma acção de formação em Motorsport. Denominada “Competição Automóvel 2009”, contou com a participa-ção do Team PRMiniracing, que trouxe ao nosso campus o JUNO SSE, com que a equipa participou no Campeonato Nacional de Montanha.

Esta formação teve como objectivo dar a conhecer, de uma forma transversal, os aspectos relevantes inerentes à competição automóvel. Entre os tópicos abordados, destaque para questões como a regula-mentação técnica e desportiva; características técnicas e aspectos so-bre a preparação de um carro de competição; interpretação de dados de telemetria; noções de pilotagem e demonstração de algumas afi-nações (set up).

Tratando-se de uma excelente oportunidade para promover a forma-ção em Motorsport, bem como o desporto automóvel, o Departamen-to de Engenharia Mecânica organizou quatro sessões. Esta iniciativa, que decorreu no Laboratório Automóvel do ISEP, dedicou ainda uma acção exclusivamente aos alunos da novíssima licenciatura em Enge-nharia Mecânica Automóvel.

FORMAÇÃO EM MOTORSPORT

Entre 2 a 6 de Novembro, a ilha de S. Miguel nos Açores, acolheu o III Fórum Ibérico de Águas Engarrafadas e Termalismo. O ISEP, através do Departamento de Engenharia Geotécnica foi uma das instituições responsáveis pela sua organização.

Após a realização do II Fórum Ibérico de Águas Engarrafadas e Termalis-mo, que teve lugar no ISEP, em 2006, a ilha de S. Miguel acolheu agora o III Fórum Ibérico de Águas Engarrafadas e Termalismo, que decorreu em simultâneo com o Encontro Internacional de Termalismo e Turismo Termal. João Rocha, presidente do ISEP, Joana Sampaio, vice-presiden-te, Antonio Vega Y de la Fuente, director da licenciatura em Engenharia Geotécnica e Geoambiente, José Martins Carvalho, Departamento de Engenharia Geotécnica, e Hélder Chaminé, director do Laboratório de Cartografia e Geologia Aplicada (LABCARGA) e do mestrado em Enge-nharia Geotécnica e Geoambiente, integraram a comitiva do Instituto.

Beneficiando do quadro incomparável do arquipélago dos Açores, com os seus recursos de águas subterrâneas extremamente valiosos, este evento reuniu as principais associações e empresas ibéricas do sector da água engarrafada e estâncias termais, assim como numero-sos profissionais, técnicos e investigadores da área. O III Fórum Ibérico de Águas Engarrafadas e Termalismo serviu para abordar questões de primeira importância relativas ao aproveitamento de recursos estraté-gicos naturais numa perspectiva de desenvolvimento sustentável.

III FÓRUM IBÉRICO DE ÁGUAS ENGARRAFADAS E TERMALISMO

O ISEP foi palco, entre 16 e 17 de Novembro, da primeira reunião do projecto SELEAG - Serious Learning Games. Este projecto europeu é coordenado por Carlos Vaz de Carvalho e liderado pelo grupo de inves-tigação Graphics, Interaction and Learning Technologies (GILT).

Este projecto tem como tema a utilização de jogos de computador sérios para o ensino. Os jogos de computador têm ampla aceitação entre os alunos mais jovens, pela sua natureza desafiante, mas também pelas interacções sociais que geram (especialmente jogos baseados na Web). Investigações nesta área, demonstram que os jogos desenvol-vem capacidades mentais como a estratégia, o cálculo mental e a to-mada de decisão, mas a aquisição de conhecimentos através de jogos é menos estudada.

Os serious games são projectados especificamente para mudar compor-tamentos e difundir o conhecimento e são amplamente utilizados por adultos em situações de formação, como preparação para emergências, liderança e até mesmo de cidadania. No entanto, o uso de jogos sérios com um público mais jovem tem sido muito pouco explorado.

O objectivo do projecto SELEAG é avaliar o uso de serious games para aprender conceitos e noções de História, Cultura e fenómenos sociais. O projecto consiste num jogo online extensível, multi-língua, multi-jo-gador, colaborativo e social para a partilha e aquisição de conhecimen-to da História das regiões da Europa. Inicialmente serão desenvolvidos três cenários diferentes e interligados. Estes cenários serão usados para que os alunos/actores estejam envolvidos num jogo que replica a evo-lução desses lugares europeus ao longo dos últimos 600 anos nas áreas social, cultural, económica, de aproveitamento de recursos e militar. Os alunos irão assumir papéis de personagens que tiveram posições rele-vantes nessa evolução.

O SELEAG desenvolverá uma metodologia para avaliar a aprendizagem multidisciplinar (História, Geografia, Economia, etc.), de consciência so-cial e de mudanças de atitudes em relação à aprendizagem e a uma identidade europeia.

Financiado pela União Europeia, através do Comenius – Programa de Aprendizagem ao Longo da Vida, o SELEAG tem um orçamento global de 400 mil euros.

O Laboratório de Engenharia Matemática (LEMA) aceitou o convite do Café Âncora d’Ouro – o mítico “Piolho” – para participar numa série de conferências evocativas do centenário deste espaço de excelência da vida académica portuense.

No sábado, 7 de Novembro, o LEMA promoveu o “Caos no Piolho”. José Matos, professor do Departamento de Matemática e director do LEMA, mostrou como se aprende Matemática num café. Em jeito de tertúlia, esta acção recordou os tempos de estudante dos idos de 1980. Então, o ambiente informal vivido no “Piolho” reunia condições propícias à discussão de teorias emergentes, como a Teoria do Caos e a Geometria Fractal e lançamento de novas descobertas.

Este evento esteve integrado no programa de comemorações do cen-tenário do Café Âncora d’Ouro. O convite lançado pelo “Piolho” acabou por servir para juntar duas referências académicas portuenses – uma das mais antigas e prestigiadas instituições de ensino e um dos mais afamados e boémios pontos de encontro estudantil.

LEMA LANÇA CAOS NO PIOLHO

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ISEP.BI Quanto tempo passou desde que surgiu a ideia inicial até à concretização do projecto?F.F. Cerca de três anos, entre o início do processo de Bolonha até a aprovação do curso e sua entrada em funcionamento.

ISEP.BI Quais as mais-valias destas mudanças para a formação dos alunos?F.F. Estas mudanças vão trazer, essencialmente, um conjunto de com-petências actualizadas na Engenharia Automóvel, acompanhadas de fortes conhecimentos em Engenharia Mecânica. Espera-se que estas novas competências tragam uma possibilidade de entrar no mercado de trabalho mais cedo e uma maior aproximação às empresas do sec-tor automóvel.

ISEP.BI O que vai distinguir os diplomados em Engenharia Mecânica Automóvel no ISEP dos diplomados em Engenharia Mecânica noutras instituições?F.F. A formação em Engenharia Mecânica Automóvel proporciona aos alunos competências específicas na área automóvel, desde a mecânica de veículos, passando pelos sistemas auto, legislação auto, até à gestão de oficina, sem descurar a mecânica clássica com a qual se proporcio-na competências na área do cálculo estrutural, selecção de materiais e sistemas termodinâmicos. São estas especificidades que marcam a diferença em relação à formação dada pelos outros cursos de Enge-nharia Mecânica.

ISEP.BI Quais as mais-valias que este curso irá trazer para o tecido empresarial?F.F. Muitas. Desde logo, o tecido empresarial vai poder contratar qua-dros superiores qualificados na área em questão. Se observarmos com atenção, o sector automóvel está presente em praticamente tudo no nosso dia-a-dia e representa uma fatia considerável da nossa economia. A sociedade ocidental actual centrou o seu desenvolvimento em vários

10 À CONVERSA COM...

ISEP.BI Como surgiu a ideia de lançar uma licenciatura em Engenharia Mecânica Automóvel?Fernando Ferreira (F.F.) O ISEP iniciou a oferta formativa na área au-tomóvel há cerca de 20 anos, com um bacharelato em Engenharia de Transportes. Na época, a referência “automóvel” no nome do curso não foi autorizada, porque os responsáveis entenderam ser muito restritiva. Mais tarde, o bacharelato evoluiu para um segundo ciclo, uma licencia-tura bi-etápica em Engenharia de Transportes, assente num primeiro ciclo de Engenharia Mecânica.

Na reestruturação de Bolonha, e ponderadas as várias hipóteses, op-tou-se por um primeiro ciclo de estudos conducente ao grau de licen-ciado, pela inclusão do nome automóvel e uma abordagem centrada na parte mecânica do automóvel, surgindo assim a licenciatura em Engenharia Mecânica Automóvel.

ISEP.BI O que a distingue da licenciatura anterior?F.F. Trata-se de um primeiro ciclo de estudos, conferindo ao diplomado competências para ingressar no mercado de trabalho ao fim de três anos. O plano de estudos foi revisto e actualizado e inclui temas tão actuais como sistemas alternativos de propulsão. Além disso, acaba por ser uma formação mais focada na mecânica do automóvel.

ISEP.BI Quem foram os responsáveis por esta mudança?F.F. A motivação inicial para despoletar este processo no ISEP, há cerca de 20 anos, foi do engenheiro Dias Leite. Mais recentemente, contáva-mos com o empenho do engenheiro Paulo Fernandes nesta área. Infe-lizmente fomos confrontados com o falecimento de ambos, este último muito prematuramente. Assim, tivemos que unir esforços para continu-ar o trabalho. Entre muitos que colaboraram, não posso deixar de referir o nome da doutora Olga Paiva, presidente da Comissão Directiva do Departamento na época, e do engenheiro Luís Miranda que, juntamen-te comigo, participou activamente na elaboração do processo.

Foi criada para completar a oferta formativa no Ensino a nível nacio-nal e, no seu ano de estreia, preencheu todas as vagas existentes. A nova licenciatura em Engenharia Mecânica Automóvel do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP) é um caso de sucesso ante-cipado. A par do empenho que se espera dos alunos, estima-se tam-bém que a taxa de empregabilidade e sucesso dos futuros licenciados seja elevada. O sonho que conduziu à concretização deste projecto é antigo - tem mais de duas décadas – e hoje tem seguimento sob o comando de Fernando Ferreira, um investigador e docente do ISEP, que acompanhou desde o início a criação deste curso.

ENGENHARIA MECÂNICA AUTOMÓVEL TRAZ COMPETÊNCIAS INOVADORAS

NOVA LICENCIATURA JÁ É UM SUCESSO

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11À CONVERSA COM...

pilares e um deles é precisamente a mobilidade das pessoas, desde o motociclo até aos pesados de passageiros, no transporte diário de pessoas de casa para o trabalho e vice-versa. Também o transporte de mercadorias e o uso de máquinas agrícolas e industriais é importante. Assim, parece-nos fundamental a oferta de engenheiros diplomados com competências e conhecimentos na gestão oficinal, manutenção de frotas e mesmo de projecto automóvel.

ISEP.BI Quais serão as principais competências de um aluno licencia-do nesta Engenharia?F.F. Algumas já foram referidas: gestão oficinal, manutenção, projecto de sistemas e estruturas, selecção de materiais, sistemas termodinâmi-cos, legislação automóvel, entre muitas outras.

ISEP.BI Quais serão as principais saídas profissionais?F.F. Quadros superiores para entidades do sector automóvel, desde o IMTT – Instituto para a Mobilidade de Transportes Terrestres, até à indústria do sector automóvel, passando pelas empresas de retalho. Em particular, direcções técnicas em importadores e representantes de marcas, com funções de consultoria e formação. Poderão ainda pre-encher funções em direcções técnicas de oficinas de manutenção e reparação de particulares ou de concessionários auto, frotistas e em-presas de camionagem; desempenhar direcção e funções técnicas em indústrias e empresas de bens e serviços relacionadas, como casas de pneus e distribuidores de máquinas diversas para oficinas auto. De re-ferir ainda que Portugal possui um sector industrial relevante no carro-çamento e transformação de veículos. Muitas empresas fabricantes de autocarros, semi-reboques de carga, semi-reboques cisterna, caixas de carga, caixas basculantes, caixas frigoríficas, atrelados, caravanas, pro-duzem para o mercado nacional e para exportação.

Fruto do trabalho passado, o ISEP possui parcerias com várias empresas do sector, onde trabalham engenheiros formados aqui no Instituto, e com as quais desenvolvemos trabalhos vários. Os nossos diplomados terão muito por onde escolher.

ISEP.BI Qual considera ser a importância deste curso no panorama global do ensino no ISEP?F.F. Acaba por ter uma grande importância desde logo na diversifica-ção da oferta formativa. Podemos também considerar que dá ao ISEP a consolidação como uma escola por excelência activa e atenta às ne-cessidades do tecido empresarial e que interage com a sociedade de uma forma dinâmica.

ISEP.BI Considera que será viável, num futuro próximo, a criação de um mestrado em “Mecânica Automóvel”?F.F. Sim, sem dúvida. Mas só equacionaremos essa possibilidade den-tro de alguns anos, depois de estabilizar o funcionamento deste curso

e a primeira leva de alunos chegar ao fim. Porém, os alunos que ter-minarem este curso e quiserem seguir o mestrado podem fazê-lo. Isto porque o mestrado em Construções Mecânicas, já em funcionamento no ISEP, enquadra-se perfeitamente para quem quiser aprofundar os conhecimentos em estruturas.

ISEP.BI Foi criado algum laboratório em especial para esta nova licenciatura?F.F. Já contávamos com o Laboratório Automóvel do ISEP que foi am-pliado e reequipado. Para dispormos de um espaço com características de laboratório oficina, foi construído um edifício de raiz, o edifício Q. Dis-pomos de diversos equipamentos oficinais e didácticos desde bancos de potência para caracterizar motores, frenómetros para testar travões, equipamento para medição tridimensional de chassis, analisador de ga-ses de escape, caixas e motores em corte, grupos injectores, entre outros.

ISEP.BI Como será feita a avaliação da licenciatura em Engenharia Me-cânica Automóvel?F.F. O melhor indicador para avaliar o curso será a taxa de empregabi-lidade dos diplomados e o grau de satisfação dos empregadores. Não podemos ainda deixar de avaliar o grau de satisfação dos alunos e a procura do curso.

Formação» Doutoramento em Engenharia

MecânicaProfissão» Docente no Ensino SuperiorLivro preferido» “Coca-cola Killer”, de António

Vitorino de AlmeidaFilme Preferido» “Cars” da Disney-Pixar

Viagem de sonho» MaldivasHobbie» Aviação ligeira - voar em

planadorFrase» “Não deixes para amanhã o

que podes fazer hoje”

» Fernando José Ferreira

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Com a publicação da legislação relativa à Desfibrilhação de Acesso Pú-blico abriu-se uma nova janela de rentabilização de uma ideia. Os casos de morte súbita recentemente noticiados vieram mais uma vez chamar a atenção para a necessidade de capacitar pessoal não médico para actuar neste tipo de situação, aprendendo a utilizar desfibrilhadores automáticos externos. Com a necessária formação dos utilizadores, es-tes aparelhos poderão ajudar a evitar algumas mortes. “Um diagnóstico rápido pode salvar vidas. Mas, na área da emergência, o tempo é ainda mais importante. Aliás, neste caso o tempo nem se conta em horas ou

Nelson Pereira, director-geral da Intelligent Life Solutions, médico espe-cialista em Medicina Interna, fala com paixão do projecto que abraçou há relativamente pouco tempo. A empresa é pequena, os colaborado-res são poucos (para já), mas os projectos e os ideais são tão elevados que têm a capacidade de mudar a vida de uma pessoa. Após um perío-do dedicação à área da emergência, tendo passado pela direcção clíni-ca do INEM – Instituto Nacional de Emergência Médica, Nelson Pereira decidiu abraçar o desafio de um projecto empresarial. Mas a ideia era tudo menos convencional. Porquê? O empresário explica. “Esta empre-sa tem uma virtualidade: não nasceu para comercializar produtos, ou para um mercado já existente; nasceu por uma felicidade pessoal de ter conseguido reunir um conjunto de pessoas com uma vasta experiência na área da Medicina e da Saúde em geral. Nasceu para pôr a render as mais-valias que essas pessoas detêm. E nasceu um bocadinho ao con-

MISSÃO: SALVAR VIDAS

A Intelligent Life Solutions é uma das mais recentes parcerias do ISEP. E é precisamente de vida que estamos a falar. Da experiência dos seus colaboradores, das mais-valias pessoais, das ideias, dos projectos e do know-how. O resto vem por acréscimo. Falamos de uma jovem empresa, liderada por Nelson Pereira e que surgiu da junção de um grupo de pessoas muito diferentes mas com uma característica co-mum: a formação e experiência na área da Saúde, e a vontade de usar essa mesma experiência para ajudar a preservar aquilo que temos de mais precioso, a vida. O ISEP participa no sucesso desta empresa, já que uma das suas licenciadas em Engenharia de Instrumentação e Computação Médica colabora activamente num dos mais ambiciosos e importantes projectos da Intelligent Life Solutions.

MEDICINA E ENGENHARIA UNIDAS PARA SALVAR VIDAS

12 DE FORA CÁ DENTRO

trário das outras empresas, isto é, em vez de termos um produto para comercializar ou desenvolver, temos pessoas e ideias”.

O objectivo na sua criação foi rentabilizar as ideias que surgiam dos seus colaboradores. E, por isso mesmo, os projectos em curso, na ca-beça ou no papel, são muito diversos. A área da emergência, não do ponto de vista da resposta, mas do ponto de vista do planeamento, da resolução em situações limite ou de catástrofe, é uma das privilegiadas na Intelligent Life Solutions. O maior projecto em curso na empresa é precisamente prova disso. “Neste momento, estamos a colaborar com o Ministério da Saúde de Angola, ajudando a organizar, do ponto de vista da emergência, o CAN 2010 (o Campeonato Africano das Nações em Futebol), que tem lugar em Janeiro. Estivemos lá várias semanas com uma equipa permanente”, explica Nelson Pereira.

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E foi precisamente na sequência do desenvolvimento deste projecto que começou a parceria entre a Intelligent Life Solutions e o Instituto Superior de Engenharia do Porto. O primeiro passo foi recrutar uma estagiária em Engenharia de Instrumentação e Computação Médica para integrar e desenvolver este projecto. “A Cátia Silva chegou numa fase de estudo em que sondamos o que o mercado tinha nesta área. No início pensámos em adquirir algo já feito, mas depois do estudo concluímos que o melhor era criar a nossa própria solução. Essa fase coincidiu com o fim do estágio da Cátia e acabámos por contratá-la para ficar a colaborar connosco”, explica o director geral. Para Nelson Pereira, a grande mais-valia que esta colaboração trouxe para a jovem diplomada do ISEP foi o facto de integrar a equipa de desenvolvimento do software desde o início. Além disso, “a Cátia teve a felicidade de acompanhar o nascimento da empresa, desenvolveu competências técnicas, mas também ganhou a mais-valia de acompanhar o nasci-mento de um projecto”, acrescenta. Para a empresa, acolher uma es-tagiária do ISEP trouxe um conhecimento muito ”sedimentado na área da Engenharia conjugado com noções clarificadas de Medicina”.

Em termos de projecto, Nelson Pereira adianta que “até ao final do ano o produto estará completamente desenvolvido”. Para o futuro, confes-sa que já tem havido algumas conversações com diplomados do ISEP, principalmente na área da robótica, mas que ainda está numa fase de “troca de ideias”.

A FORÇA DA ENGENHARIA NA MEDICINA

“Saúde em tempo real” é o projecto que tem o cunho do ISEP. É o con-ceito que está a ser desenvolvido por uma equipa de quatro pessoas, entre elas uma licenciada em Engenharia de Computação e Instrumen-tação Médica do Instituto. O objectivo é aproximar os doentes crónicos dos profissionais de saúde.

A estratégia clássica usada actualmente para monitorizar doentes cró-nicos, tal como explica Nelson Pereira, é a anotação de alguns parâ-metros, como tensão arterial, em casa, pelo doente, informação que é transmitida, por norma, nas consultas regulares, que podem ser tri-mestrais, com o médico de família. No entanto, e nomeadamente em alguns doentes, esta vigilância pode não ser suficiente e vir a originar situações de emergência.

AJUDAR A CONTROLAR AS DOENÇAS CRÓNICAS

minutos, mas em segundos. A morte súbita surge por um desarran-jo da actividade eléctrica do coração, que deixa de trabalhar. A única maneira que temos de o pôr novamente a funcionar é através de um choque. Este choque é tradicionalmente dado por profissionais de saú-de, nas ambulâncias e viaturas médicas, mas já se chegou à conclusão que isto não chega”. E porquê? Porque por muito bem que esteja or-ganizado o sistema, não consegue na maior parte das vezes chegar em tempo útil à vítima. E começou a ser necessário pensar noutro tipo de estratégias, tendo-se chegado ao que hoje se convencionou chamar de “Desfibrilhação de Acesso Público”.

O conceito passa por colocar os desfibrilhadores em locais onde haja muita gente. Se uma pessoa tiver uma paragem cardíaca num desses espaços e houver pessoas correctamente treinadas para utilizarem o equipamento, é possível salvar vidas. “Os equipamentos estão extraor-dinariamente bem desenvolvidos e são muito fáceis de utilizar. A for-mação necessária é uma formação relativamente simples”, explica Nel-son Pereira. Daí que a Intelligent Life Solutions tenha resolvido apostar nesta área. Mas a empresa vai ainda mais longe. Para além de instalar os equipamentos e fornecer a formação necessária para os utilizar, a empresa liderada pelo ex-director do INEM desenvolveu ainda um sis-tema de monitorização do equipamento para saber em tempo real se o mesmo está a funcionar correctamente.

Para além destes projectos, há ainda um outro que consiste na disponi-bilização de consultas de psicologia por videoconferência. “Queremos prestar um serviço que não exija nada ao doente, apenas um compu-tador e uma webcam e que permita à pessoa com necessidade vencer uma inércia causada por exemplo por uma depressão: sair de casa e marcar uma consulta”, explica Nelson Pereira. A ideia não é funcionar em situações de emergência, mas sim como uma consulta de apoio.

13DE FORA CÁ DENTRO

O objectivo é o controlo eficiente das doenças crónicas. Por exemplo no caso da hipertensão, mais de metade dos doentes hipertensos, se-gundo Nelson Pereira, “não está bem controlado”. Com este projecto inovador, a Intelligent Life Solutions prova que é possível desenvolver estratégias de gestão diária deste tipo de doenças. Este tipo de gestão pode melhorar o controlo das doenças, o que significa, segundo o mé-dico, “menos internamentos e menor mortalidade”.

Assim, acredita Nelson Pereira, trata-se de “desenvolver um projecto de saúde em tempo real que vai permitir ajudar as pessoas a controlar a doença crónica, no dia-a-dia, em casa, sendo capazes de objectivar a informação necessária orgânica”.

Mas como vai funcionar este novo sistema? Com este novo sistema, o doente mede por exemplo a pressão arterial, envia essa informação para um backoffice onde é analisada pelos profissionais de saúde, atra-vés de um histórico e de parâmetros básicos específicos para cada do-ente. ”O objectivo é que a informação seja trabalhada para o doente e pelo sistema, conforme o alarme gerado. Se houver um alarme, um profissional de saúde contacta os doentes para lhes indicar o que fazer. O fim último é lidar com a gestão do doente crónico. É descobrir preco-cemente que algo de diferente se está a passar”, explica Nelson Pereira.

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DESTAQUE

Dois anos depois de ter começado a implementação no Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP), o «Simplex» atingiu já o estatuto de maioridade. Pela primeira vez em mais 150 anos de vida, a instituição de ensino superior abriu o processo de inscrições para o ano lectivo 2009/2010 apenas por via electrónica, graças a uma plataforma informática que vinha a ser testada desde 2007, ainda antes da entrada em vigor do Decreto-lei que regula o programa de simplificação administrativa em Portugal.

«SIMPLEXMENTE» INOVADOR

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DESTAQUE

Na prática, mais de 1400 matrículas de novos alunos foram feitas exclu-sivamente online, a partir de casa ou de um qualquer computador com acesso à Internet, abrangendo não apenas os alunos do contingente geral, como também os incluídos nos concursos especiais – maiores 23 anos e Cursos de Especialização Tecnológica (CET) –, mudanças de cur-sos e transferências ou mesmo reingressos. Os novos alunos juntaram--se assim aos restantes no processo electrónico da matrícula, passando a ser mais de seis mil os alunos que passaram a tirar partido da simplifi-cação administrativa posta em prática pelo ISEP, com vista a tornar mais fácil a vida de alunos, ex-alunos e funcionários da instituição.

A medida, que entrou numa nova fase com o processo de matrículas feito exclusivamente online, traduz-se não apenas na melhoria da qua-lidade dos serviços prestados, como também em vantagens sob o pon-to de vista orçamental, uma vez que as matrículas dos novos alunos, por exemplo, deixaram de envolver qualquer tipo de suporte material.

O que naturalmente também deixou de ser visto nos corredores do ISEP, foram as filas que se formavam durante o período de matrículas. O plano de simplificação e reorganização de processos administrati-vos permitiu mesmo que o tempo de espera por um documento fosse drasticamente reduzido.

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Mas os benefícios não são apenas visíveis para os mais de seis mil alu-nos do ISEP. O programa de simplificação da administração pública foi ainda uma mais-valia para os recursos humanos do Instituto. Os ser-viços ganharam tempo e este ganho, não só contribuiu para libertar recursos e afectá-los a outras actividades, como também acabou por priveligiar um ambiente de trabalho bem diferente daquele que co-nheciam antes da entrada em vigor do «Simplex».

Em poucas palavras: passaram a fazer mais com o mesmo. Uma opi-nião, aliás, partilhada pelo presidente do ISEP, que admite, sem rebuço, que a instituição “aumentou de forma significativa a disponibilidade dos recursos humanos”, o que também se reflectiu no “ambiente que se vive nos próprios serviços, algo difícil de quantificar, mas uma reali-dade” indesmentível.

A introdução do «Simplex» foi também acompanhada de inovação, ou não fosse o ISEP uma instituição que pretende ser proactiva na busca de soluções que cultivem uma mentalidade de superação. Para além de agilizar o processo de candidaturas, o programa permitiu ainda a obtenção de todo o tipo de certificados por via electrónica. O proces-so é simples: os alunos acedem ao portal do ISEP, fazem a requisição do documento e imprimem-no. Dois exemplos de documentos que podem agora ser processados mais facilmente são os comprovativos de matrícula e o comprovativos de horários, que os trabalhadores–es-tudantes têm que entregar junto das respectivas entidades patronais.

Para garantir a fiabilidade e autenticidade dos documentos emitidos a partir da plataforma electrónica do ISEP, é atribuído, a cada certificado, um número de série único. Qualquer empresa ou outra entidade que pretenda comprovar a autenticidade das certidões têm igualmente uma plataforma online disponibilizada pelo instituto e através da qual apenas necessitam de introduzir o número de série certificado para que possam confirmar a autenticidade dos documentos.

geral, como também os incluídos nos concursos especiais – maiores 23 anos e Cursos de Especialização Tecnológica (CET) –, mudanças de cur-sos e transferências ou mesmo reingressos. Os novos alunos juntaram--se assim aos restantes no processo electrónico da matrícula, passando a ser mais de seis mil os alunos que passaram a tirar partido da simplifi-cação administrativa posta em prática pelo ISEP, com vista a tornar mais

A medida, que entrou numa nova fase com o processo de matrículas , traduz-se não apenas na melhoria da qua-

lidade dos serviços prestados, como também em vantagens sob o pon-to de vista orçamental, uma vez que as matrículas dos novos alunos,

erial.

O que naturalmente também deixou de ser visto nos corredores do ISEP, foram as filas que se formavam durante o período de matrículas. O plano de simplificação e reorganização de processos administrati-vos permitiu mesmo que o tempo de espera por um documento fosse

“SOMOS UMA ESCOLA DE ENGENHARIA E TEMOS A OBRIGAÇÃO DE QUERER SEMPRE MELHORAR ...”

SIMPLIFICAR PROCESSOSNO ISEP, É PROMOVER O BEM-ESTAR DE TODA A COMUNIDADE

É, de facto, uma ideia inovadora que vai ao encontro dos objectivos de modernização administrativa definidos pelo Decreto-lei n.º 135/99, que visa aumentar a eficiência interna dos serviços públicos das insti-tuições nacionais.

Outra mais-valia trazida pela espécie de “revolução silenciosa” imple-mentada desde 2007 pelo ISEP passa, por exemplo, pela disponibili-zação electrónica e envio por e-mail dos recibos de vencimento de todos os funcionários, uma medida bem mais amiga do ambiente – o papel é, uma vez mais, poupado – mesmo antes de incluída no «Simplex» do Governo.

Ao fim de quase dois anos de velocidade cruzeiro de um projecto que tem tido uma “evolução contínua”, o presidente do ISEP não tem dú-vidas de que “o balanço é extremamente positivo”. Para João Rocha, “o ISEP tem de estar orgulhoso”, em virtude dos “enormes ganhos em termos de celeridade, comodidade, redução de recursos físicos e apro-veitamento de recursos humanos” provocados pela informatização dos serviços.

Convencido de que o ISEP está a “deixar sementes nos jovens de que se pode sempre melhorar”, João Rocha considera que a instituição de ensino superior se mantém fiel a um princípio que faz parte do seu código genético: a mentalidade de superação.

“Somos uma escola de Engenharia e temos a obrigação de querer sem-pre melhorar, mas acredito que estamos diariamente a encontrar ma-neiras de inovar e de levar procedimentos e mentalidades ao caminho do futuro”, é peremptório o presidente do ISEP.

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DEPOIS DO ISEP

Desde muito cedo percorreu os socalcos das obras com o pai, enge-nheiro civil de profissão, e logo soube que era o caminho que queria seguir. Hoje, depois de concluída a licenciatura em Engenharia Civil no ISEP, Bárbara Rodrigues é uma jovem realizada profissionalmente, mas que ambiciona fazer mais e melhor. Neste momento, o futuro é na ENERCON. O próximo passo na sua carreira é continuar a provar a qualidade do seu trabalho e quem sabe um dia perseguir um outro sonho profissional: trabalhar na área da reconstrução de património. Uma experiência no estrangeiro também não é uma hipótese que esta engenheira, que se conseguiu impor num mundo masculino, coloque de lado.

Desde pequena que queria ser engenheira. É algo que está nos genes da família e nas pessoas que a rodeiam. “O meu pai é engenheiro civil, o meu irmão também, assim como o meu namorado. E a minha mãe é quase engenheira civil, por influência de todos nós”, explica Bárbara Rodrigues. Mas como chegou até ao ISEP? “Depois de ter concluído o 12.º ano, entrei numa instituição de ensino superior na zona Norte, mas, com o passar do tempo, entendi que o ISEP seria a melhor opção para dar continuidade àquilo que tinha planeado desde criança”.

Assim, os dois últimos anos da formação de Bárbara foram passados no ISEP e acabaram por se revelar os mais importantes. A engenheira

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“O ISEP FORMA ENGENHEIROS TODO-O-TERRENO”

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UM “DOM” DE FAMÍLIA

Quando terminou o curso, Bárbara ficou cerca de dois meses sem tra-balhar, à espera que surgisse alguma oportunidade. Entretanto traba-lhou com o pai, tambem engenheiro civil. “Em termos profissionais, aprendi muito com o meu pai, mas o desejo de desenvolver as minhas competências por mim só, sem qualquer rotulagem familiar, acabou por me levar para outras áreas da Engenharia. ” Assim, decidiu aprovei-tar a oportunidade de trabalhar para uma empresa de coordenação de segurança, uma área que, segundo afirma, “pode ser interessante se se trabalhar com grandes obras e com empresas bem estruturadas”. Mas ao fim de pouco mais de um ano, quis mudar. Na altura, Bárbara come-çou a sentir que uma boa parte da sua formação técnica não estava a ser posta em prática. “Não fazia sentido ter tirado um curso de cinco anos e não estar a utilizar tudo o que havia aprendido. Senti-me um bocado desmotivada”.

Um dia, um anúncio do jornal mudou a vida de Bárbara. A Enercon es-tava a recrutar engenheiros civis. “Desde Agosto de 2008 sou site man-ager da ENERCON. Queria, de facto, uma área mais técnica e ao mesmo tempo abrangente, já que tenho oportunidade de participar na gestão da obra civil da montagem de aerogeradores, bem como participar na coordenação da Higiene e Segurança no Trabalho.

Neste momento, Bárbara gere três obras que integram o Parque Eóli-co da Terra Fria - os sub-parques de Montalegre, de Facho Colmeia e de Contim. Ou seja, as obras tem várias frentes e a jovem engenheira tem de as acompanhar operacionalmente. “É uma estrutura que neste momento envolve cerca de 70 trabalhadores, das várias equipas de ins-talação nas frentes do Parque Eólico da Terra Fria”, explica.

Bárbara afirma gostar do trabalho que desenvolve actualmente. Ou-tra área que gosta bastante é a recuperação de património edificado.

DEPOIS DO ISEP

UMA VENCEDORANUM MUNDO DE HOMENS

Para Bárbara, as mudanças no mercado de trabalho têm demonstrado que, afinal, as obras não são apenas para os homens. “É uma tendência que está cada vez mais esbatida. Por exemplo, há cada vez mais técni-cos de segurança do sexo feminino. É um campo que se está a abrir às mulheres”, acredita. E o ISEP também tem o seu contributo nesta “revo-lução”. “O ISEP reflecte uma tendência que é global. É indiscutível que homem e mulher são diferentes. Mas acho que se complementam. A mulher dá mais importância à organização e ao planeamento, enquan-to os homens têm outras competências.”

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civil conta que quando chegou ao ISEP “não conhecia ninguém, estava numa cidade estranha...” Mas venceu as dificuldades e atingiu os seus objectivos devido à sua determinação e capacidade de adaptação.

Do tempo que passou no ISEP, Bárbara destaca a forte componente prática do curso. “O ISEP prepara muito bem os alunos para o mercado de trabalho. Um dos aspectos que desenvolvi foi, a capacidade de re-solver problemas. Ganhamos um espírito prático que nos ajuda no dia-a-dia”, acrescenta Bárbara. E vai mais longe: “Proactividade é a palavra que melhor define o ISEP. Quem por aqui passa não consegue ter uma atitude passiva. O nome do ISEP no currículo é meio caminho andado para entrar no mercado de trabalho. E não tem apenas que ver com a questão prática do curso, mas também com o ambiente que se vive e com os valores que se transmitem”, sublinha.

Para além do ensino prático, o forte espírito académico é, segundo a ex-aluna, outra das mais-valias do ISEP. A nivel de academia, Bárbara mantém contacto com o Instituto. “Não apenas com colegas de cur-so, como também com professores, alguns que eram extremamente exigentes, mas que tinham uma capacidade natural para explicar os conteúdos”. Em suma, a engenheira civil acredita que a exigência e a qualidade do corpo docente dá, de facto, bom-nome ao ISEP.

Bárbara acredita que “o ISEP teve o condão de me preparar com as ba-ses para entrar no mercado de trabalho. Não tenho dúvidas em afirmar que me preparou para enfrentar qualquer desafio profissional na área em que me formei. Por princípio, prefiro mil vezes a obra ao gabine-te. E a natureza prática do curso do ISEP aguçou ainda mais a minha preferência”. A jovem não tem dúvidas que o ISEP “forma engenheiros todo-o-terreno”.

No entanto, nas primeiras tentativas de entrada para o mercado de trabalho, Bárbara sentiu alguma dificuldade. “É verdade que uma vez concorri a um emprego e disseram-me que não servia porque a empre-sa estava à procura de homens, mas hoje não sinto discriminação em relação ao facto de ser mulher. Obviamente, as obras ainda são um cam-po maioritariamente masculino, mas acho que também aí o ISEP tem tido um papel importante, porque quantas mais mulheres formar, mais a tendência se inverterá. O mundo da construção civil é muito agressivo e, por vezes, a mulher tem de dar o dobro para mostrar que é capaz”. Bárbara também já teve alguns dissabores, mas nunca teve ilusõe. “Sa-bia ao que vinha quando decidi fazer o curso de Engenharia Civil”.

E quanto aos projectos para o futuro? A resposta é rápida: “gosto do que estou a fazer.” O balanço que Bárbara Rodrigues faz do seu cur-to, mas já recheado, percurso profissional é muito positivo e, não tem qualquer dúvida que o ISEP teve uma grande responsabilidade na es-colha do caminho que a jovem engenheira seguiu.

Como a situação profissional actualmente é tão volatil a nível mundial, e onde Portugal não é excepção talvez um dia seja uma carreira a se-guir. No entanto, afirma gostar bastante das funções que desempenha. “Agora quero fazer bem e melhor...” diz. O futuro escrever-se-à noutras folhas, noutro livro.

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Cada vez mais utilizados à escala global, por implicarem custos reduzi-dos, os processos biológicos de remediação dos solos esbarravam num problema que parece ter os dias contados graças à técnica posta em prática pelo GRAQ. A presença de compostos inibidores da actividade microbiológica, como os metais pesados, deitava por terra o processo de “limpeza” dos solos, mas o trabalho desenvolvido pela equipa de investigação coordenada por Cristina Delerue Matos terá criado o an-tídoto que vai permitir às bactérias trabalhar em casos anteriormente considerados como proibitivos. Os agentes microbiológicos testados em laboratório pelo GRAQ desde 2004, poderão ter condições de se-rem aplicados nos solos e combater os componentes nocivos, tornan-do o solo reutilizável para vários fins.

A solução proposta pelos investigadores do ISEP representa assim um avanço no sentido de fazer face a um dos flagelos ambientais a nível mundial: a contaminação dos solos. A descoberta pode significar uma indispensável ajuda para países que começam agora a despertar para os riscos dos altos níveis de poluição dos solos, ameaçadores, a longo prazo, do bem-estar das sociedades. Só na União Europeia, estima-se que 52 milhões de hectares de solo, isto é, 16 por cento da superfície terrestre, estão degradados. Em Portugal, um quarto dos concelhos tem solos contaminados, de acordo com um estudo realizado por cin-co universidades portuguesas.

INVESTIGAÇÃO À LUPA18

GRAQ APRESENTA SOLUÇÃO PARASOLOS CONTAMINADOSCriado em Janeiro de 1999, o Grupo de Reacção e Análises Químicas (GRAQ) do ISEP está a desenvolver uma investigação que pode ser mais uma solução para a “limpeza” dos solos contaminados. Os re-sultados do estudo realizado no âmbito de um projecto financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) são mais do que ani-madores: as bactérias usadas pelos investigadores resistem a grandes concentrações de metais pesados presentes no solo e mantêm a mes-ma capacidade de remediação.

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INVESTIGAÇÃO À LUPA

Enquanto processo que utiliza plantas, bactérias ou fungos para ace-lerar a degradação de poluentes do solo ou de zonas aquíferas, a bio-remediação tem vantagens não apenas do ponto de vista ambiental, mas também em termos económicos. Um dos processos actualmente utilizados um pouco por todo o Mundo passa pela remoção das cama-das superficiais dos solos, para posterior incineração e extracção dos metais. No entanto, devido aos avultados custos inerentes, este proce-dimento tem vindo a ser posto de lado.

Outra técnica, mais utilizada do que a anterior, mas provavelmente mais lesiva para os ecossistemas locais, prende-se com a remoção e deposição em aterro, à semelhança do que se verificou na EXPO’98. Levada a cabo de uma forma exaustiva, contribuirá de sobremaneira para a desertificação do planeta, uma vez que a produção de novos solos, retirada a camada viva, levará milhares de anos.

O mundo pareceu assim ter chegado a uma espécie de encruzilhada, mas a ciência e a tecnologia ter-se-ão já encarregado de apontar um caminho que pode contribuir para o (re)equilíbrio ambiental do pla-neta. A solução passa também pela bio-remediação, nada mais, nada menos do que o processo que agora sofreu um novo avanço com o estudo produzido pelo GRAQ, em parceria com o Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC) da Universidade do Porto (UP).

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O projecto da equipa multidisciplinar constituída por Paolo de Marco (IBMC), Cristina Delerue Matos, Teresa Oliva Teles, Tomás Albergaria e Virgínia Fernandes (investigadores ao GRAQ) visou testar várias combi-nações de bactérias resistentes a materiais pesados com outras capazes de degradar poluentes orgânicos como o MTBE (aditivo da gasolina) e TCE (usado como solvente para remover manchas de partes metálicas), compostos empregues na indústria e depositados nos solos.

Nas experiências realizadas em “microcosmos” (ensaios com pequenas quantidades de solo laboratorial), foram seleccionadas várias combi-nações de bactérias, de modo a obter uma melhor degradação dos poluentes (MTBE e TCE) na presença de metais pesados. O trabalho desenvolvido desde 2000 demonstrou a eficácia de algumas bactérias em aliviar a carga inibidora da presença de metais pesados no solo, permitindo a continuação da actividade dos outros organismos para remover MTBE e TCE.

O trabalho de investigação que esteve na origem de um artigo cientí-fico publicado na revista internacional Biodegradation, intitulado “Bio--remediação de Poluição Orgânica em Solos por Enriquecimento com Bactérias Metilotróficas Resistentes”, tem agora de sair do laboratório e ser testado em ambiente real. Um percurso que implica ainda uma fase intermédia, durante a qual os equipamentos de laboratório darão lugar a porções de solo inoculado com várias estirpes de bactérias expostas ao frio, ao sol e à chuva.

Mais um passo foi dado rumo à descontaminação dos solos, graças à capacidade inovadora da equipa do GRAQ, que tem dado uma especial atenção à temática da remediação dos solos, uma das áreas centrais no trabalho de investigação do grupo liderado por Cristina Delerue Matos. A prová-lo está a realização de diversos trabalhos com tecnologias de remediação de solos, como a extracção de vapor e extracção de sol-ventes in-pulp, com vários artigos publicados em revistas internacio-nais de referência na área. E mais: ainda este ano, o GRAQ viu aprovado mais um financiamento pela Fundação para a Ciência e Tecnologia com vista a um novo projecto de investigação na área de remediação de solos, centrado na contaminação por produtos farmacêuticos. Este projecto surge na sequência da sua crescente utilização em actividades de criação animal.

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A NOSSA TECNOLOGIA

UMA “ÁRVORE” QUE DÁ VIDA A PROJECTOS INOVADORES

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O Grupo TREE – Teaching Resources for Engineering Education surgiu de um desafio lançado pela Gestão do ISEP. A partir daí, foi um crescendo de ideias, de projectos e de concretizações apenas com um único (e grandioso) objectivo: ajudar os docentes a melhorar os recursos edu-cativos ao dispor dos alunos. Combater o insucesso escolar e aumentar a motivação para as componentes teóricas e práticas são as metas percorridas pelos ramos desta árvore.

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A NOSSA TECNOLOGIA

Constituído em Maio de 2008 o Grupo TREE sempre se preocupou em que a sua composição reflectisse a necessária abrangência em termos de áreas científicas do ISEP, mas dando destaque às capacidades e competências individuais dos seus membros em detrimento de liga-ções formais a departamentos ou cursos. Ou seja, trata-se de um grupo multidiscipinar de investigadores e docentes do Instituto, que se junta-ram para desenvolver e promover projectos que visam a implementa-ção de novas formas de ensino.

O primeiro objectivo do TREE: promover a utilização, de recursos com-plementares de ensino, motivadores dos alunos e de formas alternati-vas de aprendizagem, que contribuam para o sucesso escolar. Depois, mas igualmente importantes, surgem os objectivos subjacentes: pes-quisar, catalogar e desenvolver recursos educativos de base tecnológi-ca para o ensino de Engenharia; e organizar projectos e iniciativas que suportem e divulguem os objectivos principais.

Os elementos do grupo, todos oriundos de diferentes Departamentos do ISEP, unem esforços para proporcionar aos professores sessões de acompanhamento à integração dos recursos educativos inovadores. Os Seminários TREE, em Setembro de 2008 e Outubro de 2009, servi-ram por isso para a divulgação da utilização de recursos de base tec-nológica no ensino da Engenharia. Depois da preparação inicial, e com carácter mais prático, o TREE organizou alguns workshops. “Utilização Prática de Questionários em Moodle” (duas edições), “Laboratórios Vir-

tuais e Remotos”, “Utilização de Sistema Clickers”, “Gravação de Vídeo com Características Pedagógicas” e “Criação de Conteúdos Pedagógi-cos com Captivate”, foram as formações promovidas pelo TREE.

Mas o grupo não se limita à organização de acções de formação e workshops. Há ainda dois projectos em curso e que envolvem todos os elementos do grupo. O primeiro, “Repositório de Objectos Educativos para o Ensino de Engenharia”, tem como objectivo a criação de um repositório destinado ao armazenamento e referenciação de recursos de interesse para o ensino de Engenharia. Já o ISEP Lab Vlogging, ou-tros dos projectos do TREE, pretende criar um Vídeo Blog que contenha um repositório de vídeos de curta duração (até um ou dois minutos) criados por alunos e professores e que retratem as experiências em la-boratório que se realizam no ISEP.

Para além destes projectos e acções de formação, foi ainda feito um estudo de análise da utilização de recursos com base tecnológica pelos docentes do ISEP. Carlos Vaz de Carvalho, um dos membros do TREE, explica ao ISEP.BI que “o projecto incide sobretudo sobre a componen-te de ensino. Logo, trabalhamos mais com os professores. Os alunos serão beneficiários indirectos dos resultados do projecto”. Segundo o docente e investigador do ISEP, a adesão dos professores tem sido significativa. “Todos os eventos estiveram com “lotação esgotada” e os projectos contaram já com um número significativo de adesões”, acrescenta.

Na sequência da abertura do ISEP à investigação e desenvolvimen-to de novas formas de aprendizagem surgiu o projecto SELEAG - Serious Learning Games. Financiado pela União Europeia, mais precisamente pelo programa Sócrates Comenius e que conta com um financiamento de 400 mil euros, estando o ISEP, neste momen-to, na liderança do grupo europeu que pretende introduzir jogos de computador no ensino.

O grande objectivo do projecto europeu SELEAG é a utilização dos chamados “jogos sérios” no ensino escolar. As vantagens são inú-meras, segundo os investigadores, já que os jogos de computador têm ampla aceitação entre os alunos mais jovens, não só pela sua natureza desafiante, mas também pelas interacções sociais que geram (especialmente jogos baseados na Web). Investigações nes-ta área demonstram que os jogos desenvolvem capacidades men-tais como a estratégia, o cálculo mental e a tomada de decisão. Assim, investigadores de toda a Europa juntaram-se ao projecto SELEAG, coordenado por Carlos Vaz de Carvalho, investigador do GILT (Graphics, Interaction and Learning Technologies) e docente do ISEP, para provar as vantagens da utilização dos jogos de com-putador na aquisição de conhecimentos. A primeira reunião deste grupo europeu realizou-se no ISEP, no passado mês de Novembro e as primeiras ideias já começaram a surtir efeito. Ao longo do pró-ximo ano é esperado o primeiro protótipo de ambiente virtual de um jogo.

Os serious games são projectados especificamente para mudar comportamentos e difundir o conhecimento e são amplamente utilizados com adultos em situações de formação, como prepara-ção para emergências, liderança e até mesmo de cidadania. Até

agora, o uso de jogos sérios com um público mais jovem tem sido muito pouco explorado. O objectivo do projecto SELEAG é o de avaliar o uso de serious games para aprender conceitos e noções de História, Cultura e fenómenos sociais. Consiste num jogo online extensível, multi-língua, multi-jogador, colaborativo e social para a partilha e aquisição de conhecimento da história das regiões da Europa. Inicialmente, serão desenvolvidos três cenários diferentes, mas interligados. Estes cenários serão usados para que os alunos/actores estejam envolvidos num jogo que replica a evolução des-ses lugares europeus ao longo dos últimos 600 anos. Os alunos irão assumir papéis de personagens que tiveram posições relevantes nessa evolução.

Vai ainda ser desenvolvida uma metodologia específica para ava-liar a aprendizagem multidisciplinar (História, Geografia, Econo-mia), de consciência social e de mudanças de atitudes em relação à aprendizagem e a uma identidade europeia.

O SELEAG

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22 BREVES

José Tenreiro Machado, docente do Departa-mento de Engenharia Electrotécnica e antigo presidente do Conselho Científico do ISEP, foi distinguido com o título de Professor Honorá-rio pela Budapest Tech (Hungria). Esta notícia atesta o reconhecimento internacional do potencial humano e académico do Instituto.

A entrega do galardão decorreu durante a cerimónia de abertura do ano académico, que arrancou igualmente as celebrações do Jubileu dos 130 anos da Budapest Tech. José Tenreiro Machado recebeu este pré-mio em reconhecimento pelo seu contribu-to excepcional e de longo prazo para as ac-tividades científicas da instituição de ensino superior húngara.

Desde 2004, Tenreiro Machado é editor asso-ciado da Acta Politechnica Hungarica, integra o Comité Científico da congénere magiar e tem vindo a participar como orador convida-do em várias conferências organizadas pelo Budapest Tech. Um exemplo das oportunida-des de colaboração no espaço europeu.

No âmbito das actividades desenvolvidas jun-to da instituição magiar, salienta-se:

Entre 1997-2000 foi responsável pelo projecto “ICRS-Intelligent Control of Robotic Systems” proposto conjuntamente com Imre J. Rudas (Banki Donat Polytechnic), no âmbito da coo-peração científica e técnica húngara.

No período 2004-2005 dinamizou o reforço da cooperação científica e técnica luso-húngara, através da coordenação do projecto “Fraction-al SC - Integration of Green Functions as Frac-tional Order Derivatives in Non-linear Systems’ Control Based on a Novel Branch of Soft Com-puting”. Este projecto foi desenvolvido con-juntamente com József Kázmér Tar (Budapest Polytechnic) e John von Neumann (Institute of Mathematical and Computational Sciences).

Desde 2008 é co-responsável pelo projecto “Applications of Fractional Order Calculus in the Analysis and Adaptive Control of Ve-hicle Systems”.

TENREIRO MACHADO DISTINGUIDO PELA BUDAPEST TECH

PROJECTO DO GILT SELECCIONADO PARA O SAPO SUMMERBITSTiago Alberto Bernardes, mestrando em En-genharia Informática é um dos finalistas do programa SAPO Summerbits. O aluno do ISEP apresentou o jogo PORTUCALE, projecto orientado por Carlos Vaz de Carvalho e que está a ser desenvolvido com o apoio do gru-po de I&D do ISEP Graphics, Interaction and Learning Technologies (GILT).

O PORTUCALE consiste no desenvolvimento de um jogo que reviva as conquistas do terri-tório português, ao estilo de “Age of Empires”, baseando-se no projecto open source, “0 A. D.”. Pretende desenvolver uma demo ou tu-torial que permita demonstrar todas as po-tencialidades e funcionalidades do jogo. Em primeiro lugar, será criado todo o cenário/contexto de jogo, da forma historicamente mais verídica e realista. Numa segunda fase, serão desenvolvidos um modelo próprio de simulação, novos modelos humanos, mapas e edifícios da época. Tendo uma base dife-renciada e sólida, serão então desenvolvidas, em conjunto com a comunidade do projecto original, todas as funcionalidades que faltam para que o jogo possa ser publicamente dis-

ISEP APRESENTA BOAS PRÁTICAS NA CDIOO ISEP participou na reunião de trabalho do CDIO Southern/Middle Europe Regional Group, que se realizou na Universidade de Delft (Holanda), em Novembro. A represen-tação do ISEP ficou a cargo de Eduarda Pinto Ferreira, que apresentou as melhores práticas do Instituto no âmbito dos projectos de final de curso e intercâmbio de alunos através do programa ERASMUS.

O ISEP é o único representante nacional no consórcio CDIO (Conceive-Design-Imple-ment-Operate), que congrega algumas das principais escolas mundiais, entre as quais o MIT (Massachusetts Institute of Technology) com o objectivo de reformular métodos de ensino/aprendizagem em Engenharia.

ponibilizado. O desenvolvimento completa-se com uma fase de teste e validação.

O programa SAPO Summerbits é inspirado no Google Summer of Code. Visa promover a criação e desenvolvimento de software livre e para tal oferece bolsas até ao valor de 2.500 euros a estudantes do ensino superior para o desenvolvimento de projectos baseados em código livre. Esta iniciativa é gerida pela SAPO em parceria com a Associação Ensino Livre e a Associação Nacional de Software Livre.

MELOR APLICADO NA AMÉRICA DO SULA Faculdade de Medicina da Universidad Austral de Chile (UACh) tornou-se na primei-ra instituição de ensino superior a utilizar o MELOR (Medical Learning Objects Reposi-tory). A utilização do repositório de objectos de aprendizagem desenvolvido no grupo de I&D do ISEP Graphics, Interaction and Learn-ing Technologies (GILT) deu-se no segui-mento da visita de António Vieira de Castro ao continente sul-americano.

António Castro esteve na UACh a convite do programa MECESUP AUS0705 “Metodología de Construcción Colaborativa de Objetos de Aprendizaje con Contenidos Anatomo-clínicos y Organismos Patógenos”, onde apresentou as valências do MELOR – um repositório internacional de saúde, que per-mite compartilhar recursos entre instituições de ensino e profissionais da área da saúde a nível global. A estadia do docente do ISEP serviu para realizar um trabalho de acompa-nhamento personalizado do corpo docente e estudantil da instituição chilena. Antó-nio Castro deu formação sobre a utilização deste sistema, que se crê poder potenciar a transmissão de dados, contribuindo para uma maior disseminação do conhecimento e oportunidades de colaboração.

O investigador do GILT aceitou ainda o convite da Universidad de la República para apresentar o repositório no III Foro de Inno-vaciones Educativas, que decorreu em Mon-tevideu, Uruguai. O MELOR será oficialmente lançado em Portugal em Abril de 2010.

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23BREVES

Cecília Reis e José Tenreiro Machado foram distinguidos com um Best Paper Award no decorrer da 13th WSEAS International Confer-ence on Computers. O artigo apresentado na conferência da World Scientific and Engineer-ing Academy and Society (WSEAS), que teve lugar na ilha de Rodes (Grécia), desenvolve a investigação do doutoramento de Cecília Reis.

A colaboração entre os dois docentes do Departamento de Engenharia Electrotécnica e investigadores no Grupo de Investigação em Engenharia do Conhecimento e Apoio à Decisão (GECAD) resultou no premiado arti-go “Circuit Synthesis through Combination of Evolutionary and Swarm Algorithms”, que aborda questões relacionadas com a compu-tação evolucionária.

A computação evolucionária é um ramo da Inteligência Artificial, em particular da Inteli-gência Computacional. É um campo de inves-tigação científica em crescimento e é o termo geral usado para várias técnicas computa-cionais que se inspiram e utilizam as ideias da evolução/adaptação natural das espécies. A computação evolucionária está dividida em duas grandes áreas: os algoritmos evolu-cionários e a inteligência dos enxames. Este artigo apresenta uma hibridação entre estas duas áreas ao combinar um algoritmo evolu-cionário (algoritmo genético) com um algorit-mo da inteligência dos enxames (optimização por enxames de partículas). O algoritmo resul-tante é aplicado à síntese de circuitos lógicos combinatórios. Com esta combinação é pos-sível tirar partido das melhores características de cada um dos algoritmos.

Segundo Tenreiro Machado este projecto pode-rá ser facilmente aplicado em termos empresa-riais ou ainda optimizado em termos científicos.

CECÍLIA RAMOS E TENREIRO MACHADO PREMIADOS NA GRÉCIA

Rui Camposinhos é o co-autor de um artigo publicado pela britânica Institution of Civil Engineers. O estudo apresentado pelo do-cente do Departamento de Engenharia Civil e investigador no Grupo de Investigação e Con-sultoria em Engenharia Civil (GICEC) avança soluções inovadoras na área da tecnologia de revestimento de fachadas com painéis pré-esforçados.

“Dimension-stone Cladding Design with Dowel Anchorage” é o nome do artigo publi-cado numa das principais revistas científicas na área de Engenharia Civil a nível mundial. O estudo desenvolvido revela os resultados da investigação para a caracterização de sis-temas de fixação de placas em pedra natu-ral. Rui Camposinhos conclui que os actuais procedimentos de dimensionamento são inadequados e inseguros e parte para a apre-sentação de soluções mais exactas para o di-mensionamento de revestimentos em pedra natural por fixação com cavilhas.

O revestimento de fachadas em pedra natural é uma solução que tem predominado no mer-cados mundiais, onde Portugal representa um dos principais exportadores. Actualmen-te, o Grupo de Investigação e Consultoria em Engenharia Civil lidera um projecto inovador nesta área e apresenta-se como uma unidade de consultadoria e projecto privilegiada, pres-tando serviços a várias empresas nacionais e estando disponível para novas colaborações.

Em simultâneo, o ISEP desenhou também o mestrado em Tecnologia e Gestão da Cons-trução de modo a preparar os futuros diplo-mados e profissionais em Engenharia Civil nesta matéria, onde existe uma grande lacuna na formação portuguesa e europeia.

O projecto que deu lugar ao artigo agora publicado resulta da colaboração com Rui P. A. Camposinhos (Politecnico di Torino, Itália) e foi desenvolvido em parceria com o Cen-tro de Formação Profissional da Indústria da Construção Civil e Obras Públicas do Norte.

RUI CAMPOSINHOS PUBLICA NA INSTITUTION OF CIVIL ENGINEERS

O Departamento de Engenharia Informática arrancou o projecto Multinational Under-graduate Team Work (MUTW). Este projecto europeu é desenvolvido por equipas interna-cionais de estudantes finalistas que desenvol-verão soluções de software inovadoras para problemas concretos de Engenharia.

Com o MUTW pretende-se acrescentar às va-lências do trabalho de projecto, uma compo-nente internacional que permita desenvolver nos alunos capacidades de criatividade, de cooperação e comunicação e de trabalho em equipa num ambiente internacional. Os fina-listas devem desenvolver colaborativamente um sistema que integre as competências ad-quiridas ao longo do curso, sendo a solução apresentada no final do semestre.

O MUTW está orçamentado em cerca de 600 mil euros e é co-financiado pela Comissão Eu-ropeia ao abrigo do Programa de Aprendiza-gem ao Longo da Vida (PALV).

Coordenado pelo Politécnico do Porto, o pro-jecto será desenvolvido por onze instituições de ensino superior europeias até Setembro de 2011. Em função dos resultados, poderá aprofundar-se a colaboração para 2011-2013 e incluir-se nos curricula do ISEP uma discipli-na de projecto nos moldes do MUTW.

TRABALHAR EM EQUIPA PARA UMA EUROPA MAIS FORTE

Carlos Ramos, director do Grupo de Investi-gação em Engenharia do Conhecimento e Apoio à Decisão (GECAD) foi um dos oradores convidados para a conferência internacional Future Generation Information Technology 2009 (FGIT 2009), que se realizou em Dezem-bro, na Coreia do Sul.

O docente e investigador do ISEP apresentou a comunicação “Ambient Intelligence the Next Step for Artificial Intelligence”, no decor-rer da sessão plenária.

EVOLUÇÕES DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

Ambient Intelligence (AmI) lida com um novo mundo de dispositivos de computação ubí-qua, onde ambientes físicos interagem de forma inteligente e discreta com as pessoas. Estes ambientes devem percepcionar as ne-cessidades das pessoas, personalizando e an-tecipando comportamentos. A aplicação de Ambient Intelligence é diversa, oferecendo inúmeras possibilidades em ambiente do-méstico, profissional, escolar, hospitalar, des-portivo, turístico, etc. A investigação em Inte-ligência Artificial procura por isso incidir mais atenção na Ambient Intelligence, de forma a potenciar o acesso à informação e o apoio à tomada de decisão humana.

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24 BREVES

DEI E I2S FIRMAM PARCERIAO ISEP, através do Departamento de Enge-nharia Informática iniciou em Setembro um protocolo de cooperação científica com a em-presa I2S, Informática, Sistemas e Seguros, S.A..

O acordo com a empresa portuense prevê o desenvolvimento de soluções inovadores na área de configuração de produtos de seguros, estando a coordenação científica a cargo de Paulo Gandra de Sousa. O protocolo tem a duração de 18 meses e prevê a contratação de três bolseiros e o envolvimento de vários investigadores doutorados do Departamento de Engenharia Informática.

Esta parceria destaca a proximidade entre o ISEP e as empresas e serve de exemplo às oportunidades que a instituição pode oferecer.

PERITOS DO LEMA APRESENTAM RESULTADOSEm Setembro, o Laboratório de Engenharia Matemática (LEMA) arrancou o ano académi-co com a participação de vários investigado-res em encontros internacionais.

Teresa Araújo esteve presente em Siena, Itália, onde apresentou a comunicação “Loading Techniques for OFDM Systems with Nonlinear Distortion Effects” no 6th International Sym-posium on Wireless Communications Sys-tems – ISWCS 2009.

Ana Meira Castro deslocou-se a Tomar, onde participou na International Conference on Ecohydrology and Climate Change – EcoHCC 09, com a comunicação “Forest Soil Short Term Response to Prescribed Fire: An Aproach by Principal Components Analysis”.

Jorge Santos marcou presença na Interna-tional Conference on Artificial Neural Net-works – ICANN 09, a principal conferência europeia na área das redes neuronais. A des-locação ao Chipre serviu para o investigador apresentar a comunicação “On the Use of the Adjusted Rand Index as a Metric for Evaluat-

O ISEP fez-se representar por Francisco Silva no European Congress and Exhibition on Ad-vanced Materials and Processes (EUROMAT 2009). O investigador do Centro de Investiga-ção e Desenvolvimento em Engenharia Me-cânica (CIDEM) viajou até à Escócia para apre-sentar dois posters, “Wear Behaviour of TiAlN/TiB2 Thin Films” e “A New Coating for GFRP Injection Moulds”. Maria de Fátima Andrade, do Departamento de Engenharia Mecânica, também integrou a comitiva.

Os trabalhos apresentados em Glasgow re-sultam das orientações de dois mestrados no ISEP e incidem no desgaste de filmes finos para fins tribológicos e na investigação da influência do tamanho das partículas abra-sivas na micro-abrasão. Para Francisco Silva esta participação na EUROMAT 2009 serviu para vincar o valor da investigação execu-tada no CIDEM. O docente realçou ainda a capacidade dos elementos deste grupo de I&D na coordenação de projectos com outros centros, fruto neste caso da colaboração com o Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.

Patrocinada pela Federation of European Ma-terials Societies, o EUROMAT 2009 constitui um fórum de excelência para divulgação das principais inovações na área dos Materiais. Este encontro regista a afluência de espe-cialistas de todo o mundo, 16 sessões para apresentações orais e aproximadamente um milhar de posters.

FRANCISCO SILVA APRESENTA DOIS POSTERS NO EUROMAT

PATRÍCIA COSTA DIVULGA HISTÓRIA DO ISEP NO RIO DE JANEIROEntre 28 e 30 de Outubro, a responsável pelo Museu do ISEP, Patrícia Costa, esteve no Rio de Janeiro, onde apresentou uma comunica-ção no Scientiarum Historia II “Encontro Luso-Brasileiro de História das Ciências / 2º Con-gresso de História das Ciências e das Técnicas e Epistemologia”.

Co-organizado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e pela Universidade de Avei-ro, este encontro serviu de plataforma para intercâmbio entre investigadores luso-bra-sileiros. Patrícia Costa aceitou o convite para representar o ISEP e divulgar um pouco da riqueza do espólio museológico do Instituto. A responsável pelo Museu do ISEP apresen-tou a comunicação “As Colecções de Minas, Metalurgia e Mineralogia do Antigo Instituto Industrial do Porto, Portugal”, realizada em parceria com o docente do Departamento de Engenharia Geotécnica, Hélder Chaminé, e com Pedro Callapez, do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra.

ISEP E CGD ASSINAM PROTOCOLOO ISEP e a Caixa Geral de Depósitos assinaram um protocolo de cooperação que estipula que a CGD passa a emitir os novos cartões de estudante da comunidade académica.

Os novos cartões permitem associar as tradi-cionais soluções de identificação estudantil ou gestão bancária (para quem optar pela vertente de cartão de débito) a funcionali-dades próprias do ISEP, já que o campus está

equipado com tecnologia que permite o con-trolo de acessos por via electrónica.

Os estudantes do ISEP passam a beneficiar de vantagens exclusivas, como o cartão inter-nacional de estudante Caixa ISIC; redução de 50% na comissão de avaliação associada ao crédito habitação e isenção da comissão de contratação do mesmo; disponibilização de serviços “home banking” telefónico e Caixadi-recta gratuito.

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DIPLOMADOS ISEP DESTACAM-SE NA VIPIMAGE 2009Os alunos finalistas de 2009 da licenciatura em Engenharia de Computação e Instrumen-tação Médica participaram na conferência internacional VIPIMAGE 2009. Esta presença contou com o apoio do Departamento de Físi-ca e serviu para apresentar diversos projectos.

Os finalistas do ISEP apresentaram estudos desenvolvidos no âmbito da disciplina de bio-mecânica na VIPIMAGE 2009. “Biomechanics of Handwriting”, de Graça Azeredo, T. Pereira e M. A. Marques, aborda um estudo prelimi-nar sobre a identificação dos músculos asso-ciados à escrita de determinados símbolos, nomeadamente da letra “N”. Cátia Silva, Marta Almeida e M. A. Marques levaram o projecto “Dynamic Evaluation and Comparative Analy-sis in Ballet Step Sequences Using OpenSim”, que aborda as forças e variações verificadas nos músculos no desenrolar de determinados movimentos específicos da prática de ballet.

LANÇAMENTOS ISEPNo segundo semestre de 2009 foram lança-das algumas obras patrocinadas pelo ISEP.

Adriano Almeida Santos e António Ferreira da Silva reeditaram o esgotado “Automação Pneumática”. Dada a enorme relevância in-dustrial desta disciplina, o livro dá um con-tributo “fundamental para a disponibilização de bibliografia em português, actualizada e de qualidade, que seja uma ferramenta in-dispensável na preparação de profissionais qualificados”. Focando as principais técnicas de comando de sistemas pneumáticos, com destaque para os recursos de software de si-mulação, produção, tratamento e dimensio-namento de redes de distribuição do ar com-primido, esta obra expõe a vasta experiência de ensino de ambos os docentes do Depar-tamento de Engenharia Mecânica na área de automação.

Nuno de Carvalho, mestrando em Engenha-ria Informática apresentou o livro “Organiza-ções e Segurança Informática”, que pretende ajudar organizações e gestores a lidarem da melhor forma com a protecção e integridade de dados informáticos. O presidente do ISEP, João Rocha, apresenta o livro dizendo que a sua leitura “permitirá uma maior consciencia-lização das dificuldades com que nos defron-tamos, mas também da forma como as pode-mos minimizar”, em termos de prevenção e gestão de ataques. Sendo uma obra técnica

NUNO GOMES E FLYMASTER: UMA DUPLA CAMPEÃ DO GECADNuno Gomes, investigador do Grupo de In-vestigação em Engenharia do Conhecimento e Apoio à Decisão (GECAD) é o novo campeão nacional de Parapente. Este título, conquista-do em Julho, no decorrer do V Festival de Pa-rapente de Linhares da Beira, a quinta prova do campeonato, consagra igualmente o Fly-Master, um GPS de competição criado no ISEP pelo próprio.

Desenvolvido no GECAD a partir de um apoio inicial da Agência de Inovação, o FlyMaster consiste num assistente de bordo com siste-ma de navegação para voo livre competitivo. Em 2007, este sistema inovador venceu o 1º Prémio ANIMEE, de Inovação e Criatividade da Fundação para a Ciência e Tecnologia.

Criado no ISEP, o FlyMaster ajudou a lançar a FlyMaster Avionics, empresa que hoje é responsável pela comercialização de várias soluções de assistentes de navegação para voo livre competitivo ou lúdico. Entretanto, o FlyMaster tem vindo a impor-se no mercado global. Actualmente utilizado por várias se-lecções mundiais de parapente, o FlyMaster ajudou a bater o recorde mundial na distância (461,8 km). Este título nacional de Nuno Go-mes e do FlyMaster atesta a equipa de cam-peões do GECAD.

“o livro permite uma leitura agradável, mes-mo para os leitores menos familiarizados com as tecnologias de informação e comunicação, permitindo-lhe obter conhecimento que po-derá utilizar no seu quotidiano”.

Por último, Rui Camposinhos, director do mestrado em Tecnologia e Gestão das Cons-truções, lançou o livro técnico “Revestimentos em Pedra Natural com Fixação Mecânica”. De acordo com Raimundo Delgado, director do doutoramento em Engenharia Civil da Fa-culdade de Engenharia da Universidade do Porto, esta obra poderá sustentar uma nova disciplina de mestrado ou doutoramento, sendo de enorme utilidade para estudantes, investigadores e profissionais de Engenharia.

Por seu turno, “Simulation of a Frontal Kick Us-ing SIMTK”, de Nuno Fernandes, M. Andrade e M. A. Marques, investiga as forças e variações verificadas nos músculos durante a prática do karaté.

Na área médica foram apresentados mais dois trabalhos. “Anatomic Model Study of a Patient with Muscular Dysfunction on Lower Limbs”, de Daniela Correia, Joana Araújo, Ricardo Pi-nho e M. A. Marques, que analisa o caso de um paciente com paralisia cerebral. Por úl-timo, Nuno Oliveira, Irina Vieira e M. A. Mar-ques, avançaram os resultados da investiga-ção “Validation of a Complete Human Model Using Gait Simulation”, que adapta e integra diversos modelos músculo-esqueléticos para a criação de um modelo do corpo humano completo, validado com a simulação de um movimento de marcha.

Os cursos de licenciatura e mestrado em En-genharia de Computação e Instrumentação Médica do ISEP são uma oferta ímpar no pa-norama do ensino superior nacional, que já começa a dar frutos.

ing Supervised Classification”, que resultou da colaboração com Mark Embrechts (Rensselaer Polytechnic Institute, EUA).

O LEMA esteve igualmente presente no Con-greso de Métodos Numéricos en Ingeniería, que se realizou na Universidad Politécnica de Catalunya, em Barcelona e reuniu os maiores peritos ibero-americanos. Manuel Cruz, José Matos e Stella Abreu apresentaram quatro comunicações, onde divulgaram estudos que resultaram de colaborações com a Universitat Politècnica de València, o Centro de Matemá-tica da Universidade do Porto, as faculdades de Engenharia e de Ciências da Universidade do Porto e com a empresa Mota-Engil.

No Congreso de Métodos Numéricos en Ing-eniería, esteve também presente o Centro de Investigação e Desenvolvimento em Enge-nharia Mecânica (CIDEM), tendo Jorge Men-des apresentado a comunicação “Planificação de Projectos com Recursos Limitados na In-dustria da Construção” e moderado a sessão “Algoritmos Evolucionários em Engenharia e Gestão da Construção I”.

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No debate que vem sendo travado à volta da aprendizagem organiza-cional, as organizações aprendentes emergem como entidades a quem o conhecimento fornece o fermento indispensável ao cumprimento da sua função teleológica. No entanto, a revisão da literatura mostra que são escassos os estudos sobre o efeito das práticas de gestão de recur-sos humanos nas organizações aprendentes. A pesquisa que desenvol-vemos assentou nas respostas contidas em 426 questionários válidos provenientes de quadros de oito empresas (seis internacionais e duas nacionais) e foi complementada com diversa documentação e entre-vistas efectuadas aos seus directores de recursos humanos. O estudo visa responder a três questões: i) saber se existem organizações deste tipo a operar em Portugal; ii) conhecer a relevância do papel da gestão de recursos humanos nas organizações aprendentes; e iii) examinar se a cultura organizacional controla o efeito das práticas de gestão de recursos humanos nessas organizações. Foram realizadas análises esta-tísticas (test-t, ANOVA e MANOVA) para examinar os efeitos das práticas de gestão de recursos humanos e da cultura organizacional na per-cepção do perfil de organização aprendente. Os estudos psicométricos referenciados confirmam que grande parte dos profissionais das em-presas estudadas percepciona-as como organizações aprendentes. A regressão múltipla evidenciou o poder explanatório de quatro práticas de gestão de recursos humanos: formação e desenvolvimento; partilha da informação e conhecimento; participação e envolvimento; e com-pensação e reconhecimento no perfil de organização aprendente. O efeito moderador que a cultura adhocrática exerce na prática de com-pensação e reconhecimento nas oito empresas estudadas também emergiu da análise multivariável. Em suma, o presente estudo oferece a sua quota-parte para o debate em torno da importância da gestão de recursos humanos para o sucesso das organizações aprendentes asse-verando que práticas de gestão de recursos humanos como partilha da informação e conhecimento e envolvimento e participação, desempe-nham papel positivo na afirmação dessas organizações.

LEARNING ORGANIZATIONS:AS PRÁTICAS DE GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS E O PAPEL DA CULTURA ORGANIZACIONAL

NOME: José Osório

ÁREA CIENTÍFICA: Ciências Empresariais

ORIENTADOR: Carlos José Cabral Cardoso

LOCAL: Universidade do Minho

DATA DA PROVA: Julho 2009

A utilização de juntas coladas em aplicações industriais tem vindo a aumentar nos últimos anos, em detrimento dos métodos tradicionais de ligação tais como a soldadura, brasagem, e ligações aparafusadas e rebitadas. O polietileno (PE) e o polipropileno (PP) são muito utilizados nas mais diversas aplicações devido às suas propriedades e ao seu bai-xo custo. Contudo, estes materiais são muito difíceis de colar porque apresentam superfícies quimicamente inertes e com uma energia de superfície particularmente baixa, sendo a contribuição polar insignifi-cante ou nula.

Neste trabalho de doutoramento utilizou-se a tecnologia dos reves-timentos para melhorar a ligação adesiva de juntas de sobreposição simples, com aderentes de PP ou PE, utilizando um adesivo epóxido de elevada resistência. A ligação adesiva com substratos de PP e PE mas sem qualquer preparação especial das superfícies também foi estuda-da. Para este efeito foram seleccionados adesivos acrílicos recentemen-te desenvolvidos pela indústria para colar estes materiais nas condi-ções anteriormente referidas. Realizaram se diversos tipos de ensaios para avaliar determinadas propriedades dos adesivos e para estudar o comportamento mecânico de juntas adesivas. Estudou-se também a ligação adesiva envolvendo outros materiais como, por exemplo, o alumínio e compósitos. Este trabalho envolveu também uma compo-nente de simulação numérica por elementos finitos utilizando dois modelos de dano.

LIGAÇÕES ADESIVAS ENTRE MATERIAIS POLIMÉRICOSCOM E SEM ALTERAÇÃO SUPERFICIAL DOS SUBSTRATOS

NOME: Arnaldo Pinto

ÁREA CIENTÍFICA: Engenharia Mecânica

ORIENTADORES: Monteiro Baptista & Gonçalves de Magalhães

LOCAL: Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

DATA DA PROVA: Setembro 2009

26 PROVAS DE DOUTORAMENTO

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