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DE FORA cá DENTRO ESPINHEIRA QUELHAS SRU – Sociedade de Reabilitação Urbana À cONvERSA cOM... TERESA ESPASSANDIM ISEP|GO – Gabinete de Orientação do ISEP DEPOIS DO ISEP DANIEL CASTANHEIRA Empreendedor ISEP 160 ANOS cOM O PORTO

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Boletim Informativo do Instituto Superior de Engenharia do Porto. Entrevistas com empresas parceiras, antigos alunos, grupos de investigação, entre outros.

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Page 1: ISEP BI 18

DE FORA cá DENTROESPINHEIRA QUELHASSRU – Sociedade de Reabilitação Urbana

À cONvERSA cOM...TERESA ESPASSANDIMISEP|GO – Gabinete de Orientação do ISEP

DEPOIS DO ISEPDANIEL CASTANHEIRAEmpreendedor ISEP

160 ANOScOM O PORTO

Page 2: ISEP BI 18

02 ÍNDICE

EDITORIAL03

A RETER04

» Novos Mestrados com Marca de Qualidade OE+EUR-ACE » Projetos do EPS@ISEP apresentados nos EUA » Matemática Fora de Portas » ISEP: Uma Marca Além-Fronteiras

EVENTOS06

» SIES 2013 – 8º Simpósio Internacional de Sistemas Embebidos Industriais

» Os Novos Desafi os do Cálculo Automático na Engenharia de Estruturas

» XV.EEG: Geoengenharia – Um Olhar Sobre o Futuro » Conferência sobre Remuneração de Parcerias Público-Privadas » Simpósio de Metrologia 2013

À CONVERSA COM... 10

» TERESA ESPASSANDIM – ISEP|GO – Gabinete de Orientação do ISEP

DE FORA CÁ DENTRO14

» ESPINHEIRA QUELHAS – SRU – Sociedade de Reabilitação Urbana

DESTAQUE16

» QUE FUTURO PARA O PORTO?

INVESTIGAÇÃO À LUPA18

» Novo Centro de Investigação de Metrologia (ISEP, HSJ, IEP e CATIM)

DEPOIS DO ISEP20

» DANIEL CASTANHEIRA – Empreendedor ISEP

A NOSSA TECNOLOGIA22

» GILT Apoia a Internacionalização das Empresas Portuguesas

BREVES24

» ISEP participa na Semana da Reabilitação Urbana » Rede Nicole dá as Boas-Vindas ao ISEP » ISEP ajuda a Marinha a testar Soluções Robóticas » Protocolo de Cooperação ISEP – Audatex Portugal » Museu do ISEP está mais Inclusivo » Boas Práticas na Integração de Novos Alunos » V Feira de Emprego e Empreendedorismo » Seminários ISEP Sustentável » Fórum do Mar » Operations Research in Healthcare: a Survey » XIV Grande Noite do Fado Académico » Queres saber o que signifi ca Estudar no ISEP? » Stone Cladding Engineering » Empreendedores ISEP: Miguel Gomes Rocha

PROVAS DE DOUTORAMENTO27

EVENTOS06

À CONVERSA COM12

DESTAQUE 16

INVESTIGAÇÃO À LUPA20

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03EDITORIAL

ISEP.BI 18_

FICHA TÉCNICA PROPRIEDADE ISEP – Instituto Superior de Engenharia do Porto DIREÇÃO João Manuel Simões Rocha EDIÇÃO ISEP|DCC – Divisão de Cooperação e Comunicação REDAÇÃO Alexandra Trincão, Flávio Ramos & Mediana DESIGN ISEP – DCC – GDM.2013IMPRESSÃO Ancestra, Indústria Gráfica, Lda. TIRAGEM 1.250 exemplares DEPÓSITO LEGAL 258405/07CONTACTOS ISEP|DCC – Divisão de Cooperação e Comunicação » Rua Dr. António Bernardino de Almeida, nº 431 | 4200-072 Porto – Tel.: 228 340 500 » Fax.: 228 321 159 » e-mail [email protected]

EDITORIALNum panorama nacional que se ressentiu das dificuldades das famílias e da redução das verbas do Orçamento de Estado que desde 2008 se tem vindo a acentuar, os acessos no Instituto Su-perior de Engenharia do Porto (ISEP) encontram-se ao nível das melhores instituições de ensino do país, o que é representativo da notoriedade que esta escola de engenharia possui. Com raras exceções, todas as licenciaturas ficaram equilibradas no seu preenchimento.

Mas as estatísticas são preocupantes: os dados da Direção-Geral do Ensino Superior (DGES) mos-tram que o número total de candidatos às universidades e politécnicos passou de quase 60.000, em 2009, para 53.000 em 2012. As engenharias encontram-se entre as áreas que, a nível nacional, mais vagas deixaram por preencher, o que obriga a um reforço por parte de governantes, de professores, de educadores, da mensagem da sua importância para o desenvolvimento do país e para a formação de um grupo profissional qualificado, que de uma forma geral, tem altas taxas de empregabilidade. Sob pena de se colocar em causa o futuro e a viabilidade do país. Portugal precisa, particularmente no momento que atravessa, de tecnologia para aumentar as exporta-ções, nomeadamente de alto valor acrescentado.

Os novos alunos que agora integram a comunidade do ISEP têm uma responsabilidade acresci-da. Terão que estar preparados para responder, dentro de poucos anos e em plena recuperação económica, a um país a precisar de profissionais qualificados e à altura de novos desafios.

Mais do que formar engenheiros, o ISEP forma cidadãos. Ao longo das páginas deste Boletim é notória a importância que a instituição dá à formação cívica dos seus alunos através das várias iniciativas que promove. Fomos palco de um alargado debate sobre o Porto. “Que futuro para o Porto” trouxe ao ISEP os principais candidatos à Câmara Municipal do Porto e acolhemos, nessa condição, o atual Presidente da Câmara Municipal da cidade, Rui Moreira.

A nossa investigação continua a distinguir-se e a responder às questões prementes da socieda-de. Falamos, nesta edição, do Centro de Instrumentação e Metrologia na Saúde (CIMS), que junta o ISEP, o Centro de Apoio Tecnológico à Indústria Metalomecânica (CATIM), o Instituto Eletrotéc-nico Português (IEP) e o Centro Hospitalar de S. João (CHSJ) numa parceria que permitirá reagir à crescente importância da metrologia, também na área da saúde.

Um dos mais inovadores e distintos projetos de regeneração urbana tem a marca ISEP. Rui Espi-nheira Quelhas, um dos primeiros engenheiros formado na casa é administrador executivo da Porto Vivo – Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU), e mantém, até hoje, uma ligação à institui-ção, contribuindo para a formação de homens e de profissionais.

De destacar, a conversa com Teresa Espassandim, psicóloga desde 2002 e responsável pelo Ga-binete de Orientação do ISEP, rosto de um projeto bem-sucedido, que tem como objetivo dar suporte aos estudantes, desde a primeira hora, ao nível do projeto pessoal e profissional de vida, passando pelo percurso académico, até à entrada no mercado laboral.

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04

Os estudantes Marcos Moura e Ádám Jenei representaram o ISEP na 2013 CDIO Academy, que decorreu em junho, no campus do MIT – Massachusetts Institute of Technology, em Cambridge, EUA. A pre-sença serviu para divulgar dois projetos desenvolvidos ao abrigo do European Project Semester.

O ISEP é uma das 12 escolas europeias que promovem o European Project Semester (EPS@ISEP). Já na sua terceira edição, o EPS@ISEP é uma formação especialmente vocacionada para apoiar a formação de engenheiros interessados em prosseguir carreiras internacionais. Este curso semestral, lecionado em inglês, reúne equipas multiculturais e com diferentes áreas de especialização, desafiando-os a desenvolve-rem projetos de engenharia que resolvam problemas reais.

Na sua primeira edição, em 2011, o EPS@ISEP permitiu desenvolver soluções de apoio à gestão do centro de dados do ISEP. Em 2012, o su-cesso da iniciativa cresceu. Na segunda edição, o curso teve mais estu-dantes, mais nacionalidades e mais projetos, tendo submetido quatro desses projetos para apresentação na conferência da Academia CDIO.

Marcos Moura e Ádám Jenei, estudante de origem húngara que veio para o Porto para frequentar o EPS@ISEP, foram os promotores de dois dos projetos no MIT.

«Foi uma experiência espetacular», destacou Marcos Moura, que apre-sentou um sistema autónomo de monitorização em tempo-real dos níveis de óleo em contentores. Esta tecnologia é capaz de comunicar quando deve ser feita a recolha dos óleos usados, oferecendo uma resposta mais eficiente, económica e amiga do ambiente. Atualmen-te, Marcos Moura encontra-se a frequentar o mestrado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores no ISEP.

O segundo projeto foi apresentado por Ádám Jenei e consiste num sistema de descontaminação de águas usadas para o cultivo de mi-croalgas em ambiente artificial. A resposta desenvolvida permite que a água seja reutilizável para o mesmo fim (apoiando, por exemplo, os projetos que o ISEP está a desenvolver para produção de biocombustí-veis a partir de microalgas).

Benedita Malheira, coordenadora do EPS@ISEP, destacou a importância de o ISEP se ter feito representar por estudantes em Massachusetts. São eles «os atores principais» destes projetos, referiu.

Ainda de acordo com a docente, os resultados da edição desta prima-vera do EPS@ISEP deverão ser apresentados na próxima conferência da Academia CDIO ou num outro fórum de relevo.

A RETER

Depois do mestrado em Engenharia Informática ter recebido a marca de qualidade europeia EUR-ACE em 2012, a Ordem dos En-genheiros (OE) reconheceu este ano a excelência dos mestrados de Engenharia Eletrotécnica – Sistemas Elétricos de Energia, Enge-nharia Química e Engenharia Eletrotécnica e de Computadores .

O EUR-ACE compreende um Quadro de Qualificações Setorial e um Quadro de Padrões de Avaliação de Qualidade desenvolvido por 14 instituições profissionais e académicas europeias, incluindo a Ordem dos Engenheiros. No seu seguimento, a OE desenvolveu e implementou o Sistema de Avaliação de Qualidade de Cursos de En-genharia EUR-ACE, destinado às escolas de engenharia portuguesas.

De acordo com a Ordem, o potencial desta marca diferenciadora é «claro e imenso», já que serve de «estímulo e referência para o desenvolvimento de sistemas de garantia de qualidade internos nas instituições»; reconhece a qualidade e gera confiança (trazen-do valor acrescentado à cooperação transnacional); e apoia posi-tivamente a internacionalização dos diplomados, já que atesta a «capacidade competitiva dos jovens engenheiros portugueses no quadro do mercado de trabalho Europeu». A marca EUR-ACE re-presenta para a Ordem dos Engenheiros «uma visão de futuro de qualidade com critérios Europeus»1.

O sistema OE+EUR-ACE comprova que um curso garante resulta-dos de aprendizagem em linha com o quadro de qualificações eu-ropeu e os padrões EUR-ACE. Deste modo, atesta que uma forma-ção incide no desenvolvimento de competências para a resolução de problemas técnicos, realização de projetos e desenvolvimento de atividades de investigação, considerando dimensões de comu-nicação, liderança e princípios éticos.

A Ordem destaca que um curso EUR-ACE se demarca pela me-todologia centrada no aluno; por uma globalidade de atividades académicas orientadas para a prática profissional e estimuladoras da aprendizagem ao longo da vida; e pelo desenvolvimento das capacidades de análise crítica e resolução de problemas.

Com este resultado, a qualidade da formação ISEP é novamente reconhecida a nível nacional e internacional. O Instituto Superior de Engenharia do Porto é uma das seis instituições nacionais de ensino superior com cursos acreditados pela EUR-ACE, em linha com as universidades do Porto, Técnica de Lisboa, de Aveiro, da Beira Interior e de Trás-os-Montes e Alto Douro.

Até ao final de 2013 terão sido submetidas mais de dez candidatu-ras de cursos do ISEP à OE, aguardando-se para breve a decisão re-lativa à licenciatura em Engenharia Informática – que representaria a primeira licenciatura com a marca EUR-ACE em Portugal.

PROJETOS DO EPS@ISEP APRESENTADOS NOS EUA

1 Sistema de Qualidade da Ordem dos Engenheiros – OE+EUR-ACE

NOVOS MESTRADOS COM MARCA DE QUALIDADE OE+EUR-ACE

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05

A Avenida dos Aliados e a Rotunda da Boavista transformaram-se em salas-de-aula na primavera. Ao longo de dois meses, o ISEP dinamizou o projeto Matemática Fora de Portas para 800 alunos do 4º ao 11º ano de escolaridade. Esta iniciativa resultou de uma parceria com a Câmara Municipal do Porto e esteve enquadrada no programa Porto de Futuro.

Matemática Fora de Portas incidiu no vetor de intervenção “Novos Mo-delos de Referência” para promover aulas de matemática em espaços não convencionais e especialmente pensadas para os públicos em questão. O objetivo era captar o gosto pela disciplina, demonstrando aplicações concretas da matemática no quotidiano.

Concebidas em função do nível de ensino dos alunos, as aulas nos ex--libris portuenses incidiram em dois temas: organização e tratamento de dados (utilizando o tráfego automóvel da Avenida dos Aliados para abordar princípios do estudo da estatística); e a geometria no meio en-volvente (aplicando estratégias matemáticas para analisar o edifício da Casa da Música e a sua envolvente).

Esta aproximação entre a matemática ensinada numa sala de aula e a matemática aplicada à vida real procurou consolidar conceitos mate-máticos através do uso de recursos e materiais do dia-a-dia. Os docen-tes envolvidos incentivaram a capacidade de raciocínio e de resolução de problemas para motivar os alunos a prosseguirem os estudos em áreas científicas e tecnológicas.

Esta colaboração do ISEP com a Câmara Municipal do Porto pretendeu contribuir para transformar experiências de aprendizagem, alargando oportunidades e perspetivas dos jovens estudantes. Em paralelo, pos-sibilitou uma experiência de aprendizagem num contexto diferente, quer em termos da envolvência (demonstrando que fora da escola também se aprendem os conteúdos escolares), quer ao nível do corpo docente e metodologias.

A máxima desta iniciativa era demonstrar que é possível aprender pelo prazer de aprender.

«Quanto mais cedo conseguirmos incutir nos jovens estudantes o gos-to pela matemática, mais hipóteses teremos de sucesso», indicou o presidente do ISEP, João Rocha.

MATEMÁTICA FORA DE PORTAS

A RETER

ISEP: UMA MARCA ALÉM-FRONTEIRASO Instituto Superior de Engenharia do Porto assume a internacio-nalização como um eixo estratégico de atuação. Em 2012-2013, o ISEP acolheu mais de uma centena de estudantes estrangeiros, oriundos de 24 países e cinco continentes. Para eles e muitos mais, somos a escola de engenharia de eleição.

A realidade atual torna indispensável que a missão de uma institui-ção académica se cumpra num quadro de referência internacional. É neste sentido que a internacionalização do ISEP tem investido na afirmação e partilha de boas práticas (Prémio Greenlight da Comissão Europeia e consórcio CDIO); na investigação (onde co-laboramos com algumas das principais redes mundiais de conhe-cimento); e no ensino (com destaque para a crescente atratividade do ISEP na captação de estudantes estrangeiros, na certificação EUR-ACE ou no lançamento de programas como o EPS@ISEP).

No ano letivo que terminou, o ISEP recebeu 100 estudantes em mobilidade internacional, através do programa Erasmus e de pro-tocolos de cooperação luso-brasileiros, aos quais se juntaram outra centena de estudantes estrangeiros que optaram pelo ISEP. Entre as 11 licenciaturas e 11 mestrados, o ISEP é a segunda-casa para promissores jovens europeus, asiáticos, africanos, norte-america-nos e sul-americanos.

Ao receber alunos de Espanha, Irlanda, Reino Unido, Alemanha, Itá-lia, Polónia, Roménia, o ISEP promove o espírito de Europa enquan-to casa comum. A sua área de influência estende-se a estudantes e investigadores dos BRIC, designadamente brasileiros, indianos e chineses. A aproximação à comunidade lusófona é feita através da formação de engenheiros oriundos de Angola, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Brasil e Timor-Leste. O ISEP também é a casa de estudantes provenientes de importantes comunidades portuguesas, recebendo estudantes de França, EUA, Venezuela e África do Sul. Os laços ibero-americanos são reforçados pelos estu-dantes brasileiros, bolivianos, equatorianos, venezuelanos e espa-nhóis que escolhem o ISEP para a realização da sua formação supe-rior. Cabo Verde destaca-se como o país com mais representantes.

Mas o ISEP chega ainda a muitos outros, através da dinamização da sua Semana Internacional, da participação em programas in-tensivos, na promoção de visitas de estudo técnicas. A todos, di-vulgamos a qualidade do ensino superior público português, o potencial inovador da engenharia nacional e as riquezas singulares de Portugal. Incutimos a simpatia e o espírito industrioso e criativo do Porto.

PAÍSES DE ORIGEM DE ESTUDANTES ISEPPortugal | África do Sul | Alemanha | Angola | Bélgica | Bolívia | Brasil | Cabo Verde | R. P. China | Equador | Espanha | Estados Unidos da América | Finlândia | França | Irlanda | Itália | Moçambique | Polónia | Reino Unido | Roménia | São Tomé e Príncipe | Timor-Leste | Tur-quia | Ucrânia | Venezuela

Descubra algumas opiniões sobre o ISEP, o Porto e Portugal em:www.facebook.com/engenhariaISEP/app_201742856511228

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06 EVENTOS

O Centro de Investigação em Sistemas Embebidos e de Tempo Real (CIS-TER) coorganizou o 8º Simpósio Internacional de Sistemas Embebidos In-dustriais (SIES 2013: 8th IEEE International Symposium on Industrial Embe-dded Systems – www.cister.isep.ipp.pt/sies2013), entre 19 e 21 de junho.

O SIES é um evento de uma das maiores associações internacionais de profissionais na área da tecnologia, o Institute of Electrical and Electro-nics Engineers (IEEE), e tem-se assumido como uma das principais refe-rências na área dos sistemas embebidos a nível global.

A organização local do evento permitiu trazer ao ISEP investigadores de topo que, durante três dias, debateram os avanços mais recentes e os desafios futuros que se colocam aos sistemas computacionais embebi-dos – área onde o CISTER se tem destacado a nível nacional e interna-cional desde há mais de uma década.

Além da organização local, vários investigadores do CISTER desempe-nharam papéis de realce no simpósio, nomeadamente a cocoordena-ção global do evento e as responsabilidades sobre a componente finan-ceira e sobre a publicação das atas (publicadas pela IEEE).

Ao longo dos três dias de conferência, foram apresentados 26 artigos científicos com os mais recentes avanços nas áreas de otimização, plata-formas multiprocessador, escalonamento, requisitos, testes, erros, com-plexidade, análise temporal e plataformas de sensores sem fios. Durante

esses três dias, os 75 participantes desfrutaram de um ambiente propício à partilha de conhecimento e ao lançamento de parcerias para o futuro.

Além dos artigos científicos, o programa contou com três oradores con-vidados: Rolf Ernst, da Universidade Técnica de Braunschweig, Alema-nha, com uma palestra sobre sistemas e comunicações nos automóveis modernos; Michael Paulitsch, da empresa alemã EADS, com uma pales-tra sobre as plataformas computacionais na área aeroespacial; Chenyang Lu, da Universidade de Washington, em St. Louis, EUA, com uma palestra sobre as redes sem fios de controlo para sistemas ciberfísicos.

Em paralelo com o SIES, foi também organizado o 1º workshop indus-trial CISTER (www.cister.isep.ipp.pt/ciwork2013), com o objetivo de juntar investigadores e representantes da indústria (com foco nacio-nal) na área dos sistemas computacionais embebidos, para partilharem avanços e desenvolvimentos, bem como potenciais aplicações práticas industriais de sistemas embebidos de tempo real.

Nesta 1ª edição, que contou com 32 participantes, as seguintes empre-sas apresentaram a sua perspetiva sobre sistemas embebidos e os de-safios e oportunidades com que se deparam: Tomorrow Options, Micro I/O, Critical Software, Edisoft, Critical Materials, ISA, Evoleo and Aavanz.

Dado o sucesso desta 1ª edição, prevê-se a sua realização anual como plataforma de aproximação entre a indústria e academia.

SIES 2013 8º SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE SISTEMAS EMBEBIDOS INDUSTRIAIS

O Laboratório de Engenharia Matemática (LEMA) dinamizou a “Confe-rência sobre Remuneração de Parcerias Público-Privadas”, no dia 24 de maio. Coorganizada pelo LEMA com a Associação Cívica Transparência e Integridade (TIAC), esta primeira conferência enquadra-se no cumpri-mento da responsabilidade social do ISEP, constituindo mais um passo na colaboração estabelecida estre estas duas instituições, com o obje-tivo de contribuir para a transparência da Administração Pública e uma discussão esclarecida dos seus atos. Este evento serviu também para apresentar publicamente um estudo conjunto do LEMA sobre o tema.

«Tratando-se de um tema de enorme complexidade, pretendeu-se criar um fórum de análise e de discussão, permitindo aprofundar, con-frontar e divulgar trabalhos recentes sobre Parcerias Público-Privadas, os seus cadernos de encargos, os concursos, os contratos, as revisões de contratos, as suas execuções, as taxas de rentabilidade interna, a análise de risco e os acordos de reequilíbrio financeiro», como se lê da página da conferência www.isep.ipp.pt/rppp.

O estudo apresentado este ano pelo LEMA e TIAC aponta para um re-sultado prejudicial ao interesse público, no caso das PPP analisadas. De acordo com José Matos, «as fórmulas utilizadas para calcular os paga-

mentos do Estado às concessionárias são más e os resultados impre-visíveis». O investigador do LEMA expressou mesmo que, «qualquer aluno do primeiro ano do ISEP faria melhor».

Para além das palestras submetidas por investigadores do ISEP, o pro-grama da Conferência incluiu apresentações de peritos convidados, destacando-se as participações de Avelino de Jesus, docente no Insti-tuto Superior de Economia e Gestão e antigo membro da Comissão de Reavaliação das PPP, Mariana Abrantes de Sousa, economista e consul-tora financeira internacional especializada em PPP, e Carlos Enes, jorna-lista da TVI e autor de diversas reportagens de investigação sobre PPP.

Tratando-se de um fórum de discussão, foram incluídos no programa da conferência diversos espaços de debate e análise das comunicações apresentadas, de que resultaram intensas trocas de ideias entre investi-gadores e estudantes de mestrado e de doutoramento presentes.

Além do ISEP e TIAC, este evento contou com colaborações do Centro de Matemática da Universidade do Porto, do Centro de Matemática da Universidade do Minho, do Centro de Estatística e Aplicações da Uni-versidade de Lisboa e da Universidade Lusófona do Porto.

CONFERÊNCIA SOBRE REMUNERAÇÃO DE PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS

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07

O ISEP, através do Departamento de Engenharia Civil (DEC), tem apos-tado numa criteriosa divulgação e contextualização de ferramentas de cálculo automático de estruturas, em colaboração com parceiros externos. Para potenciar um conhecimento consolidado das suas re-ais capacidades e limitações nas diversas áreas de aplicação, o DEC promoveu o seminário técnico “Os Novos Desafios do Cálculo Auto-mático na Engenharia de Estruturas”, no dia 29 de maio. Este evento dirigido a profissionais e estudantes de engenharia incidiu nas mais recentes aplicações de programas de cálculo automático para análise e dimensionamento de estruturas.

O evento contou com, aproximadamente, 280 participantes, que as-sistiram a um conjunto de apresentações de oradores ligados a insti-tuições académicas e empresariais de reconhecido mérito.

No caso das empresas e gabinetes de projeto, estiveram representa-das nomes como a GEG, Vesam, SE2P, Bysteel, Martifer, EDP-Produção, Carmo e AFA. As universidades do Porto, Minho e Beira Interior foram as instituições académicas convidadas.

No total foram realizadas onze apresentações, que cobriram vários subdomínios relacionados com as estruturas metálicas, estruturas especiais hidráulicas e ferroviárias, estruturas de madeira e metodo-logias BIM.

As apresentações incluíram os temas “Conceção e dimensionamento de estruturas metálicas num edifício singular”; “Aplicação da integra-ção total ao projeto, detalhe e produção de enformados a frio”; “In-fluência da situação de incêndio na conceção e análise de estruturas metálicas”; “Interligação de diferentes modelos de cálculo e fasea-mentos construtivos”; “Modelação numérica de faseamentos cons-trutivos complexos – caso prático da Scotland National Arena”; “Aná-lise estrutural em aproveitamentos hidroelétricos”; “Possibilidades e desafios do cálculo dinâmico de estruturas ferroviárias”; “Avaliação do comportamento estrutural de pontes metálicas antigas: os casos da ponte do Pinhão e da ponte Luiz I”; “Análise estrutural de estruturas de madeira”; “Modelação e cálculo de estruturas inseridas em projetos integrados desenvolvidos pela AFAConsult”; “Aplicação em metodo-logias BIM em projeto de estruturas: possibilidades e desafios”.

No futuro, a organização pretende potenciar novas colaborações, em particular na organização de eventos técnicos e outras ações de disseminação do conhecimento, no apoio à formação e consultorias especializadas, e ainda em colaborações em trabalhos académicos a serem desenvolvidos por alunos da licenciatura e mestrado do ISEP.

“Os Novos Desafios do Cálculo Automático na Engenharia de Estru-turas” (www.isep.ipp.pt/cae2013) foi organizado em parceria com a Autodesk e teve o apoio das empresas Datech, CPCis, Lusocuanza, Soft Tools/Siscad e Jans Informática.

EVENTOS

SEMINÁRIO TéCNICOOS NOVOS DESAFIOS DO CÁLCULO AUTOMÁTICO NA ENGENHARIA DE ESTRUTURAS

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08 EVENTOS

A geotecnia, geoengenharia e geoambiente são áreas em que o ISEP se tem destacado ao nível da formação, investigação e prestação de serviços. Esta ciência que incide na exploração sustentável de matérias--primas, obras públicas, preservação do meio ambiente, património e recursos naturais é lecionada no ISEP num “curso de elite”. A licencia-tura e o mestrado foram as primeiras ofertas formativas do seu género em Portugal, beneficiam de um protocolo de dupla titulação com a Universidade Politécnica de Madrid e abrem várias oportunidades de internacionalização. Cumprindo com o forte espírito de equipa que é alimentado ao longo do curso, o Departamento de Engenharia Geo-técnica (DEG) procura fomentar um contacto continuado entre alunos, antigos alunos e profissionais do setor, promovendo bianualmente um Encontro de Engenheiros Geotécnicos.

O XV Encontro de Engenheiros Geotécnicos (XV.EEG) foi uma iniciativa organizada pelos finalistas do curso de Engenharia Geotécnica e Geo-ambiente no dia 25 de maio. A edição de 2013 esteve subordinada ao tema “Geoengenharia: Um Olhar Sobre o Futuro” e reuniu, no Centro de Congressos do ISEP, estudantes, investigadores, docentes, geopro-fissionais e empresários do setor extrativo e das obras públicas.

Contando com uma ampla participação de diversas gerações de en-genheiros geotécnicos, este momento de «agradável confraternização visou promover uma troca de experiências profissionais, mas também a identificação de oportunidades e de networking», referiu José Augus-to Fernandes, diretor do DEG.

XV EEG GEOENGENHARIA: UM OLHAR SOBRE O FUTURO

«A exemplo de anos anteriores, e de modo proativo, reuniu o meio aca-démico, empresarial e representantes da sociedade civil, para promo-ver a discussão sobre temas de maior atualidade relacionados com a prospeção, exploração e beneficiação de recursos geológicos, as obras públicas e a respetiva interface com o meio ambiente», acrescentou.

A edição deste ano contou com cerca de 170 participantes, destacan-do-se a presença de vários palestrantes convidados de elevada repu-tação no meio académico, académico-empresarial e empresarial, «que em muito contribuíram para que o referido evento tivesse sido mais um marco, na senda da excelência das anteriores edições», destacou o diretor do DEG.

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09EVENTOS

SIMPÓSIO DE METROLOGIA 2013«Não há exportações sem metrologia. O crescimento do setor expor-tador passa por um investimento em competências e profissionais de metrologia, capazes de assegurar o cumprimento de critérios de quali-dade e padronização internacionais». Foi este o mote que inaugurou o “Simpósio de Metrologia 2013”, promovido pelo ISEP no dia 15 de maio.

Coorganizado pelo ISEP, através do Departamento de Física (DFI), jun-tamente com o Instituto Eletrotécnico Português (IEP) e o Centro de Apoio Tecnológico à Indústria Metalomecânica (CATIM), o “Simpósio de Metrologia 2013” pretendeu assinalar o Dia Internacional da Metro-logia e realçar a importância desta ciência no quotidiano.

A metrologia assume-se uma ciência transversal a todas as atividades económicas, desde o comércio à saúde, sendo ainda a responsável pela garantia de rigor nos processos produtivos contribuindo de forma decisiva para qualidade dos produtos que nos rodeiam.

O simpósio começou por realçar a importância destas iniciativas numa área de atividade vital para a inovação e o desenvolvimento econó-mico. Os temas abordados ao longo do dia focaram áreas associadas à gestão de equipamentos de monitorização e medição na indústria, com a participação de especialistas da Continental Mabor, Bial, Centro Tecnológico Têxtil e Vestuário (CITEVE) e Unicer. O Simpósio destacou

ainda a relevância da metrologia na saúde, com intervenções do Hos-pital de São João (HSJ), e contou ainda com participações especiais do Instituto Português da Qualidade e do Exército Espanhol.

Estiveram presentes no simpósio perto de duas centenas de profissio-nais nacionais e estrangeiros ligados à metrologia, que aproveitaram também para visitar a exposição de soluções empresariais montada no Centro de Congressos do ISEP.

Esta iniciativa, para além de ser uma oportunidade para enriquecer o debate sobre os desafios da medição, serviu ainda para apresentar o novo grupo de investigação do ISEP, o Centro de Instrumentação e Metrologia na Saúde (CIMS), que reforça os laços entre o ISEP, o HSJ, CATIM e IEP.

«Com o sucesso alcançado fica a promessa de este simpósio se tornar um evento anual e de referência na área», projetou António Silveira, diretor da licenciatura em Engenharia de Instrumentação e Metrologia.

O ISEP leciona a licenciatura e mestrado em Engenharia de Instrumen-tação e Metrologia, que importam boas práticas do norte da Europa e constituem ofertas formativas ímpares no contexto nacional com ele-vados índices de empregabilidade.

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10

ISEP.BI Os números dizem-nos que o desemprego jovem ultrapassa os 40 por cento. Os diplomados são mais de 13 por cento. Embora a engenharia seja uma área que, por norma, escapa a estas estatísticas, como é que consegue preparar e motivar os estudantes para o mer-cado de trabalho? Teresa Espassandim (T.E.) São, de facto, números com um impacto tremendo para os jovens e para qualquer pessoa que está a planear entrar no ensino superior. Muitos ponderarão que diferença fará o en-sino superior para o seu sucesso profi ssional... Claro que as engenha-rias e tecnologias acabam por ser um nicho dentro destes números avassaladores do nosso mercado, mas a empregabilidade dos nossos diplomados atinge taxas na ordem dos 90 por cento e os estudantes, quando vêm para o ISEP, já têm conhecimento dessa realidade. Já sa-bem que, investindo nesta formação, têm maior probabilidade de ace-

Teresa Espassandim é psicóloga e exerce no ISEP desde janeiro de 2002 como responsável pelo Gabinete de Orientação do ISEP – o ISEP|GO. Formou-se em Psicologia na Universidade do Porto; é psicoterapeuta; especializada em Psiquiatria e Saúde Mental pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e tem uma pós-graduação em Juventude: Novos Contextos e Intervenções pela Universidade do Porto. É formadora cer-tifi cada pelo IEFP; membro da direção da RESAPES-AP (Rede de Serviços de Apoio Psicológico no Ensino Superior) e da As-sembleia de Representantes da Ordem dos Psicólogos Portu-gueses e conta com uma experiência de formação de mais de 3000 horas, na área das softskills.

À CONVERSA COM...

TERESA ESPASSANDIM, RESPONSÁVEL PELO ISEP|GO, O GABINETE DE ORIENTAÇÃO DO ISEP

“ORIENTAçãO PARA A CARREIRAE dESENVOlVIMENTO VOCACIONAl OPERA-SE AO lONGO dA VIdA”

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11À CONVERSA COM...

der ao mercado de trabalho e perspetivas de uma carreira profissional atrativa. Ainda assim, haverá diferenças de área para área dentro da en-genharia e, por isso, o trabalho de motivação constante passa por gerar alternativas ao discurso atual da nossa sociedade, ampliando o ques-tionamento sobre o que valerá a pena ou não, não apenas para o cres-cimento do país, mas sobretudo para o projeto individual, assente nos interesses, valores e aptidões de cada um. Claro que a ideia da “teoria da utilidade” de uma formação superior face aos níveis de desemprego está enraizada em alguns setores e, apesar da maior empregabilidade dos engenheiros, esse discurso persiste.

ISEP.BI O que é feito nessa área?T.E. Ao nível da motivação, passa por um discurso positivo – otimis-ta, mas real –, de que os estudantes podem agir para preparar esse seu futuro profissional. É aqui que decorre a nossa ação: no sentido preventivo ao proporcionar contextos intencionais de facilitação do desenvolvimento pessoal, de experimentação de diferentes papéis, de “ensaio” da vida real, de (re)construção de projetos de vida para que, no final do seu ciclo de formação, se sintam competitivos e seguros de todas as suas aptidões. O ISEP cumpre um papel preponderante, nesse desenvolvimento humano.

ISEP.BI Desde o primeiro ano?T.E. Apostamos na lógica de desenvolvimento pessoal e social, para que em qualquer momento do percurso do estudante, desde o primei-ro ano, seja disponibilizado um programa de formação diversificado centrado no desenvolvimento e no treino de competências transver-sais – as softskills. Temos uma oferta que versa a liderança e o trabalho em equipa, a negociação e gestão de conflitos, a inteligência emocio-nal, a gestão do tempo entre outros. Estamos agora a preparar dois novos cursos de formação: um em assertividade e gestão das relações profissionais e outro em competências interculturais para a mobilida-de profissional. Com isto, acreditamos genuinamente que, ao fornecer

estes espaços de experimentação em grupo, complementares ao pla-no curricular, promovemos o enriquecimento pessoal e a aquisição de fatores diferenciadores com mais-valias diretas. Apostamos muito no desenvolvimento da identidade profissional e na construção de por-tefólios de competências antes da etapa da transição para o mercado de trabalho. Depois, temos ações específicas, para estes momentos de transição. São ações inteiramente adequadas a estudantes finalistas, recém-mestres ou recém-licenciados. Em contexto de formação e de grupo, facilita-se o desenvolvimento do marketing pessoal, promove--se o balanço de competências e a reflexão crítica e dotam-se os estu-dantes de instrumentos de procura ativa de emprego bem como a sua preparação para processos de recrutamento e seleção, que acabam por ser modalidades de apoio mais instrumentais, capazes de os pre-parar com sucesso para entrarem no mercado de trabalho.

ISEP.BI Tornam-se competitivos logo à partida.T.E. Acreditamos nisso e passamos essa mensagem, expressando-se em algumas recomendações que fazemos: as experiências profissio-nais durante o período académico, o investimento em formação com-plementar, os idiomas, as experiências de mobilidade internacional (muitos desconhecem que podem fazer a sua tese de mestrado no

exterior) e as atividades extracurriculares (associativas, desportivas, de voluntariado...). Os estudantes, quando têm dificuldade em organizar o seu curriculum vitae, acabam por descobrir nesse processo que muitas das experiências que tiveram no seu percurso académico e de vida, fo-ram promotoras de desenvolvimento, criaram valor e que os diferencia.

ISEP.BI E conseguem fazer passar essa mensagem, desde o início do percurso académico de um estudante?T.E. Para essa mensagem passar, de forma mais personalizada, temos também os atendimentos individuais de orientação profissional que são momentos de coaching psicológico que fazemos ao longo do ano e em qualquer etapa do percurso académico do estudante. Por exem-plo: para aqueles que estão a candidatar-se a programas de mobilidade internacional e precisam de elaborar um curriculum vitae nesse con-texto; para os que se candidatam a cursos de mestrado e se confron-tam com a necessidade de realizar novas escolhas vocacionais; para os estudantes inscritos nas unidades curriculares de projeto /estágio e que terão contacto com empresas. Para este último caso, temos uma proximidade com os departamentos de engenharia informática e de engenharia eletrotécnica, que investem bastante nesta etapa de es-tágio. Antes dos estudantes irem estagiar para as empresas, fazemos uma formação específica com eles, orientada para a simulação de en-trevistas profissionais, para a realização de uma análise SWOT pessoal e para a perspetivação do estágio como oportunidade de exploração vo-cacional e de crescimento profissional. Depois disso, apoiamos quem está a preparar a sua integração profissional em engenharia. Os aten-dimentos de orientação profissional podem ser mais focados na ajuda à elaboração de um curriculum vitae personalizado para uma empresa específica, ou podem ser momentos de apoio à tomada de decisão, que inclui, eventualmente, orientação vocacional, para o direciona-mento de trajetórias profissionais e pessoais. A orientação e gestão da carreira funcionará ao longo da vida, pois num mundo marcado por mudanças tecnológicas e por ritmos de produção de conhecimento acelerado as escolhas tendem a ser muito pouco definitivas...

“ ... A EMPREGAbILIDADE DOS NOSSOS DIPLOMADOS ATINGE TAxAS NA ORDEM DOS 90 POR cENTO...”

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12 À CONVERSA COM...

ISEP.BI E como dão a conhecer aos estudantes estas ferramentas, que não são obrigatórias?T.E. O calendário académico é cíclico pelo que em cada ano a divulga-ção destes recursos e modalidades de ajuda impõe-se. Estando atentos aos momentos em que os estudantes se encontram e antecipando ne-cessidades que daí decorrem, o correio eletrónico, o envolvimento do corpo docente e as próprias atividades para eles dirigidas sensibilizam a comunidade discente, tornando-se parte da cultura institucional.

ISEP.BI E atividades ‘fora de portas’ e outros contactos com os estu-dantes? T.E. Vamos para a 12.ª edição do ‘Examina o Teu CV’, que é uma ativi-dade que fazemos no exterior do gabinete. O ISEP|GO vai ao encontro dos estudantes para num contexto informal onde estes se encontram, tenham mais uma modalidade de ajuda. Adicionalmente, gerimos a bolsa de emprego ISEP, um interface online que junta diplomados e empregadores, facilitando a resolução das suas necessidades mais ime-diatas de empregabilidade. Temos também uma newsletter mensal eletrónica, onde abordamos temas que foram identificados pelos pró-prios estudantes, com base num inquérito de necessidades/ interesses. Desenvolvemos sempre assuntos que se enquadram na realidade aca-démica e de trabalho do futuro profissional de engenharia. Na próxima edição, falaremos, por exemplo, em como o voluntariado pode ser con-texto de desenvolvimento de competências. Estamos constantemente e consistentemente a passar a mensagem de que, quanto mais rico for o perfil dos estudantes, mais diferenciados eles se tornam face à saudável concorrência do mercado de trabalho.

ISEP.BI Quantos estudantes estão nas atividades de integração pro-fissional?T.E. Dez por cento dos estudantes do ISEP, em 2012, o que representa cerca de 680 estudantes. Pelo que percebemos, em 2013 vamos supe-rar esses números.

ISEP.BI Desde quando apostam nesta iniciativa??T.E. O gabinete foi criado em setembro de 2001. Arrancou com as ati-vidades de promoção de competências da empregabilidade e outras competências sociais, porque entendemos que era preciso saber apro-ximar o estudante do potencial empregador e dotá-lo de instrumentos

eficazes para o seu marketing pessoal, reveladores da sua produtivida-de. Depois, ao longo do tempo, fomos reforçando a oferta formativa do serviço, sempre com o espírito de “porta aberta”, encorajador de encontros face-a-face, não obstante a facilitação da comunicação ele-trónica para as questões mais pontuais. Não queremos que isto seja sentido como um serviço “formatador” dos estudantes, mas antes que este lhes permita dar respostas personalizadas, não tipificadas. Temos um feedback muito positivo e os números de adesão às diferentes ati-vidades do ISEP|GO também resultam da tomada de consciência dos estudantes de que é preciso uma atitude mais proativa.

ISEP.BI Conjuntura, Bolonha. Alguma vez sentiram que teriam de adaptar as formações?T.E. Apesar de haver já uma longa tradição no ISEP e no politécnico em geral de disponibilizar formações muito orientadas para o desen-volvimento de competências profissionais ao fim de três anos e com forte ligação ao tecido empresarial envolvente, Bolonha veio introduzir claramente mudanças ao nível do processo de ensino-aprendizagem. Responsabilizando mais o estudante pelo seu processo formativo mas sublinhando o papel do ensino superior como contexto de aquisição de competências transversais, o ISEP|GO procurou desde sempre estar a par das necessidades e competências valorizadas pelo mercado de trabalho e oferecer cursos de formação que permitissem aos estudan-tes atualizar as suas aptidões. Com essa realidade, as situações intensi-ficaram-se, não se alteraram.

ISEP.BI E quando falam com os estudantes, apresentam a emigração como uma opção?T.E. Essa ideia de obrigatoriedade, de falta de alternativa ao ‘têm de ir para fora’ não está no nosso discurso. As engenharias e as tecnolo-gias, apesar de tudo, vivem um panorama diferente de outras áreas profissionais, bem mais generoso em termos de oportunidades reais de trabalho. Ainda assim, as engenharias não são todas iguais. Veja--se, por exemplo, que futuros profissionais de engenharia informática não pensam tanto em sair, por conjuntura. Os que pensam fazem-no por querer experimentar uma realidade internacional, por desejo de contactar com outras culturas, por sentir um mundo maior, ou por von-tade em conhecer empresas de outra dimensão. Mas, se falarmos com profissionais de engenharia civil, por exemplo, eles verificam que hoje

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há mais constrangimentos e pensam então em “abrir o compasso” na procura de oportunidades. Mas, inevitavelmente, o desenvolvimento profissional vai ser cada vez mais intercultural, mesmo dentro das nos-sas fronteiras.

ISEP.BI Quando criam formações, inspiram-se em modelos existentes, ou baseiam-se em algo que foi criado à medida do ISEP, que tem mais de 160 anos de história?T.E. As formações em competências transversais que construímos têm por base o que a literatura e a investigação científica na área da in-tervenção psicológica no ensino superior demostram ser eficaz, o que a experiência e as boas práticas de outros serviços de apoio ao estu-dante revelam de mais útil. Mas há sempre a adaptação à realidade da engenharia e do ISEP, que pode passar pela estrutura, conteúdos e atividades das sessões, até ao horário das mesmas. Analisamos sempre o que tem resultado, o que falhou, retiramos conclusões sobre aspetos que deveriam ser desenvolvidos e temos em conta as sugestões apon-tadas em edições anteriores, para além de que o trabalho em equipa no ISEP|GO também gera estilos diferenciados que assim permitem ir ao encontro dos estudantes. Há um investimento constante na atuali-zação das formações porque são sintonizadas também com a realidade do mercado de trabalho.

ISEP.BI E que ideias e planos têm para 2014?T.E. Gostávamos muito de intensificar a nossa colaboração e contacto com os estudantes que vão realizar as unidades curriculares de proje-to/estágio dos diferentes cursos. É uma altura em que eles estão mais disponíveis para trabalhar as competências de empregabilidade e de refletir sobre a temática da carreira e, por isso, é um momento de fa-larmos de desenvolvimento profissional. Tudo o que as instituições de ensino superior procuram é promover o sucesso académico e o desen-volvimento global da pessoa do estudante e se há etapa fundamental é a transição bem-sucedida e eficaz. E esse é o próximo desafio.

ISEP.BI São procurados por estudantes do secundário que pretendem entrar no ISEP?T.E. Aqueles que estão muito convictos do que querem estudar no en-

sino superior e têm quase a certeza (se é que isso é possível) de que vão entrar no ISEP, já nos procuram, para conhecer os cantos à casa e as ferramentas que poderão ter. Não só os estudantes com algumas condicionantes de saúde, mas também alguns pais, que recorrem ao serviço para saberem que apoios existem e o que os filhos podem es-perar do ISEP.

ISEP.BI Engenharias e tecnologias é sinal de emprego, na atual conjuntura.T.E. Posso afirmar que essa mensagem passou muito bem para o públi-co em geral. E isso pode ser bom ou mau, na medida em que pode le-var os estudantes a fazer escolhas vocacionais que não são inteiramen-te as deles. Alguém que tem apetência para Física e para Matemática e é curioso não vai ter dificuldades em Engenharia. Mas os estudantes também procuram o curso superior que lhes dê maiores garantias de emprego. Tenho verificado isso, ou seja, as engenharias e tecnologias enquanto nichos de empregabilidade podem atrair, não necessaria-mente aqueles que têm interesse e aptidão por estas ciências, mas jo-vens que, por outras razões, colocam em primeiro lugar o valor saídas profissionais acima de qualquer outro. Depois, ao entrarem no curso de ensino superior precisam de tempo para (re)confirmarem este projeto vocacional... Esta é uma grande questão, pois os estudantes entram no sistema de ensino, avançam de ano para ano, poucas escolas têm Serviços de Psicologia e Orientação (SPO) – e as que têm estão condi-cionadas a dar resposta a milhares de estudantes dos agrupamentos escolares e, desta forma, ultrapassam-se momentos fundamentais para se explorar possíveis trajetórias profissionais e desconstruir alguns mi-tos. Para a maioria dos estudantes, o ensino superior enquanto contex-to de maior liberdade e autonomia, possibilita-lhes oportunidades de experimentação e confirmação das escolhas que fizeram.

ISEP.BI Daí a importância da orientação vocacional.T.E. É uma das modalidades de ajuda que temos. Constitui-se como um fator de desenvolvimento humano e de redirecionamento de traje-tórias académicas e profissionais e não a lógica ‘old school’ de escolha de vocações e de testes psicológicos. Este é um processo que se revela em alguns casos como que em formato de “voos de borboleta” e não tanto em autoestradas iluminadas de facilidade.

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14 DE FORA CÁ DENTRO

As portas do ISEP abriram-se para Rui Espinheira Quelhas em 1978, ano em que inicia o curso de Engenharia Civil. Termina a formação com apenas 19 anos de idade, tornando-se num dos mais jovens engenhei-ros daquela instituição. Ao longo do seu percurso profi ssional, desem-penhou diversos cargos, sempre com a engenharia como paixão e o ISEP como referência. E cerca de 35 anos depois, mantém uma forte ligação àquela instituição, não apenas pela vertente sentimental do ex-aluno, mas também como administrador executivo da Porto Vivo – Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU), projeto que estabeleceu uma parceria com o ISEP.

Rui Espinheira Quelhas é parte de uma autêntica união de facto – entre reabilitação urbana e o ISEP – que deve estender-se no tempo e na forma, porque as escolas devem estar sempre interligadas com projetos desta dimensão. Rui Espinheira Quelhas quer que a teoria seja permanente-mente colocada no terreno, em nome da harmonia das cidades, que se perdeu por culpa de erros do passado que agora se tentam corrigir.

“É importante que o ensino superior se «case» connosco, porque nós podemos ensinar, ao nível de mestrados, por exemplo, o outro lado da reabilitação: o problema do licenciamento, que não se ensina nas escolas, o problema relacionado com a alma do edifício, as questões jurídico-administrativas, que impedem que se corrijam erros. É preciso ter em conta que, quando o aluno termina um curso, tem apenas con-ceitos genéricos e só o trabalho no terreno fortalece essas ferramentas. Por isso, é importante fornecer-lhes conhecimento que só no terreno se adquire”, defende.

A Porto Vivo transformou-se ela própria numa escola e Rui Espinheira Quelhas, através dos protocolos estabelecidos com o ISEP, cede aos estudantes este instrumento que os torna ainda mais capazes, para o

exercício das suas funções: “Estamos a dar novas ferramentas aos jo-vens, que não vão poder trabalhar em construção nova... A menos que queiram ir para o Dubai”.

E a principal lição a reter desta frase é a mudança de paradigma, que o setor da construção enfrenta. “Nós não temos mercado para construir novo, exceto nos nichos de mercado. Em massa, a maior parte vai ser reabilitação. E se temos de mudar de paradigma, é nas escolas que o processo deve começar”, avisa Rui Espinheira Quelhas.

Os números demonstram que há, em Portugal, cada vez menos cons-trução de edifícios novos e cada vez mais prédios reabilitados. A taxa média de reabilitação nacional está a crescer e já atinge os 25 por cento de processos de licenciamento.

Quando o projeto Porto Vivo arrancou, em 2004, “existia apenas o con-ceito da manutenção, mas não havia o conceito de reabilitação”. Nos últimos anos, houve uma evolução notável e a realidade do Porto é de-monstradora do que se aprendeu e praticou, em termos de urbanismo: em 2011, 87% dos processos eram de reabilitação; no ano seguinte, esse número cresceu para 91 pontos percentuais; e no ano em curso, 93% dos processos da cidade inteira.

Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, entre 2001 e 2011, o Porto recuperou 5700 edifícios, o que contrasta, por exemplo, com apenas 3800 em Lisboa. Esta diferença é expressiva. Apesar da maior dimensão económica da capital, a cidade do Porto conseguiu reabilitar muito mais edifícios, naquela década.

A engenharia e arquitetura são cada vez mais o motivo da visita de es-trangeiros: cerca de 90 por cento dos turistas viaja ao Porto para conhe-

ESPINHEIRA qUELHAS, ANTIGO ALUNO DO ISEP E ADMINISTRADOR DA PORTO VIVO ‒ SOCIEDADE DE REABILITAÇÃO URBANA

“é IMPORTANTE qUE O ENSINO SUPERIOR SE «CASE» CONNOSCO”

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15DE FORA CÁ DENTRO

O problema da reabilitação urbana é muito mais administrativo, que está relacionado com o proprietário, com o inquilino, com o direito, em prédios que têm dezenas de proprietários: “Os problemas difíceis de resolver estão ligados à propriedade, porque andamos 100 anos a fazer asneiras. A reabilitação deve ter leis do património e leis fiscais a acompanhá-las. Claro que não é fácil corrigir bloqueios sem criar outros problemas sociais”, diz Espinheira Quelhas.

A lei do património “continua a ser obsoleta”, porque “a propriedade continua a ser vista como um direito e não uma obrigação”. Depois, há questões constitucionais. “O verdadeiro problema são os proprietários, não os inquilinos. O segundo problema que tenho é a lei do patrimó-nio. Depois, temos o código das expropriações, de meados da década de 60...”, assinala.

O Porto tem sido um exemplo de boas práticas. Os Censos 2001 diziam que na cidade Invicta havia, naquele ano, 18 mil edifícios em estado de ruína – o que não se verificava em Lisboa, onde existia uma dinâmica económica diferente. O Porto, como segunda cidade do país, tinha “um problema desastroso”. O Plano Diretor Municipal (PDM) era “centrífu-go” e afastava as pessoas do centro para a periferia, o que, associado ao congelamento das rendas, obrigava à tomada de medidas.

Em 2006, a cidade Invicta apresenta o primeiro plano concêntrico. “O PDM do Porto é único e Lisboa vai copiá-lo. É um PDM inteligente, ao contrário do passado, em que se pensava apenas no aumento da capa-cidade construtiva”, realça Rui Espinheira Quelhas.

E Portugal vai caminhar no sentido dos Planos Diretores de última ge-ração, como se verificam, por exemplo, em Oslo, onde só é permitida a construção de um prédio se não houver nenhum outro para reabilitar.

“O PDM DO PORTO é úNIcO E LISbOA vAI cOPIá-LO”

A Porto Vivo – Sociedade de Reabilitação Urbana da Baixa Por-tuense é uma entidade de capitais públicos, que tem como finalidade a promoção da reabilitação urbana da área corres-pondente às freguesias da Sé, Miragaia, S. Nicolau, Vitória, Mas-sarelos, Bonfim, Cedofeita e Santo Ildefonso.

Foi constituída no dia de 27 de novembro de 2004, cabendo-lhe também orientar o processo, elaborar a estratégia de interven-ção e atuar como mediador entre proprietários, investidores e arrendatários. Quando necessário, chama a si as operações de reabilitação, com os meios legais de que tem ao dispor.

Cumpre a sua missão através da definição de unidades de in-tervenção, para as quais elabora um documento estratégico que traduz as opções de reabilitação e revitalização urbana da unidade em causa.

A Porto Vivo é uma empresa de capitais públicos, do Estado e da Câmara Municipal do Porto.

O qUE é A SOcIEDADE DE REAbILITAçãO URbANA?

Rui Ferreira Espinheira Quelhas tem 54 anos e é formado em Engenharia Civil pelo ISEP. É administrador executivo da Socie-dade de Reabilitação Urbana do Porto desde 2004. Foi diretor na Portugal Telecom (1991-1994) e delegado regional do norte do Instituto do Emprego e Formação Profissional (1994-1995). Faz também parte do Conselho Estratégico da Portugal Telecom, desde 2002, e foi chefe de gabinete do Presidente da Câmara do Porto, entre 2002 e 2004. Cumpriu três mandatos como mem-bro do Conselho de Administração da agência para a moderni-zação do Porto (APOR), entre 2003 e 2009.

Esteve na comissão de constituição da Sociedade de Reabilitação Urbana do Porto, a primeira em Portugal. E foi um dos autores da primeira legislação urbana, que foi feita na cidade do Porto.

Rui Espinheira Quelhas dá aulas na Universidade Católica, num curso de gestão, e tem ainda ligação a alguns movimentos cívicos, como vice-presidente da Associação de Amizade Portugal-Guiné Bissau e da Associação de Amizade Portugal-Moçambique.

cURRÍcULO

cer o património histórico. “Quando iniciámos este processo, tínhamos 1,1 milhões de turistas no Porto, agora estamos em 2,3 milhões. O Porto mais do que duplicou o turismo, por efeito do aeroporto do Porto, do rio Douro, mas também pela parte da reabilitação urbana”, assinala. E estes dados ajudam a compreender a importância dos projetos SRU.

A reabilitação urbana assume-se como fundamental para as cidades, sendo que o Estado deve continuar a apoiar este projeto. “Quem acha que o Estado deve sair das SRU engana-se. O país com maior taxa de reabilitação da Europa é a Alemanha, em resultado da Segunda Guerra Mundial. E o estado alemão manteve-se nas SRU durante 14 anos. Em Portugal, o Estado está nas SRU há sete anos. E já vai sair? Seria o fim...Não acredito nessa tese. Nem os que a defendem acreditam”, salienta Rui Espinheira Quelhas. Cinco resoluções a favor do Porto Vivo foram apresentadas na Assembleia. Todas elas defendiam que o Estado deve-ria manter-se no projeto.

A reabilitação faz-se da forma possível, não no modo ideal. Mas há prin-cípios básicos que Rui Espinheira Quelhas defende. Um desses prin-cípios passa pelo recrutamento nas escolas. “Eu não quero nada com gente da minha idade. Quero jovens projetistas, arquitetos e engenhei-ros. Eu tenho de pegar em pessoas que não estão formatadas para o betão, para o novo, porque isso é a nossa escola. Vamos mudar a agu-lha e é mais fácil fazê-lo com jovens, logo no início de carreira. Grandes arquitetos deram cabo da cidade. Não foram os miúdos...”.

“Quando se fala em reabilitação, há, necessariamente, que falar em de-molição. Se não existem pessoas, mais vale demolir e fazer um jardim”, defende o administrador executivo da Porto Vivo, numa alusão aos PDM de última geração – que Portugal ainda não adotou.

No entanto, Rui Espinheira Quelhas acredita que dentro de alguns anos essa realidade vai mudar: “Dentro de uma década, vamos avançar para os PDM de última geração em Portugal, que passarão por começar a definir áreas de demolição. A construção maciça deste país vai cair, por-que é a pior construção que se fez”.

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DESTAQUE16

O Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP) promoveu o ciclo de conferências “Que futuro para o Porto?”, com quatro dos principais candidatos à Câmara Municipal, que aceitaram o desafio de debater o futuro da cidade Invicta. Manuel Pizarro, do Partido Socialista, Rui Moreira, independente, José Soeiro, do Bloco de Esquerda, e Pedro Carvalho, candidato da Coligação Democrática Unitária, esgrimiram argumentos, numa discussão ampla, que contou a moderação do pre-sidente do ISEP, João Rocha, e de convidados selecionados consoante os temas, perante uma plateia participativa.

A iniciativa decorreu em maio e junho, no Auditório Magno, inserindo--se nas comemorações dos 160 anos do ISEP. Os debates foram divi-didos por quatro conferências, sendo que cada candidato teve a par-ticipação de dois convidados, de diferentes áreas da sociedade, para debater diversas questões ligadas ao futuro da cidade do Porto.

O socialista Manuel Pizarro esgrimiu argumentos sobre investigação científica, apoio ao emprego e empreendedorismo com Pedro Pinto, do Centro Empresarial Lionesa, e com José Manuel Mendonça, do Ins-tituto de Engenharia de Sistemas e Computadores do Porto (INESC).

O independente Rui Moreira, com a presença de Francisco Maria Balse-mão, presidente da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) e com a do provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto (SCMP), António Tavares, trouxe a debate a coesão social, a promoção econó-mica e a captação de investimento para a cidade

José Soeiro, do Bloco de Esquerda, apresentou neste debate o tema do emprego e das políticas para a juventude, tendo como convidados Jorge Pinho, das Indústrias Criativas da Região Norte, e Rita Mota Sou-sa, Magistrada do Ministério Público. A última conferência, protagoni-zada por Pedro Carvalho, candidato da CDU, teve como tema central a cultura e o ordenamento territorial e como convidados o geógrafo Rio Fernandes, professor Catedrático no Departamento de Geografia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto e o jornalista David Pontes, da agência Lusa.

A abertura de cada um das sessões foi feita por João Rocha, que apre-sentou alguns números mais recentes da instituição, salientando que o “ISEP é desde 1852 uma referência académica portuense, com diplo-mados espalhados pelos quatro cantos do mundo, com uma taxa de empregabilidade, ao fim de seis meses, de 98 por cento”.

Estava lançado o mote para o debate, com Manuel Pizarro a abordar a importância das instituições e a apresentar os números críticos da crise na cidade do Porto. “Cerca de 20 por cento de desemprego, 14 mil habitantes vivem com Rendimento Social de Inserção e 55 mil habitan-tes têm mais de 65 anos”, destacou Pizarro, que, no entanto, ressalvou como aspeto “muito positivo” a “paixão dos portuenses pela cidade”.

Honrado pelo convite para estar presente numa instituição que consi-dera “umas das melhores escolas de engenharia a nível nacional”, Ma-nuel Pizarro destacou os emblemas da cidade, como a Fundação de

MANUEl PIzARRO RUI MOREIRA

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DESTAQUE 17

CANDIDATOS À CÂMARA MUNICIPAL APRESENTARAM PROPOSTAS PARA RECUPERAR PERDAS DA CIDADE

Serralves, a Casa da Música, o Teatro Nacional de São João, o Aeroporto do Porto e o Porto de Leixões, sem deixar de referir a importância de instituições como a Universidade do Porto e o Instituto Politécnico do Porto, juntamente com os centros de investigação, nas quais se for-mam, segundo o candidato, “a maior riqueza do presente”.

A prioridade da candidatura de Pizarro assenta no apoio à economia e ao desenvolvimento de políticas ativas de emprego, assumindo o pa-pel decisivo que a Câmara Municipal deve ter no apoio às ambições das gentes do Porto e das suas instituições.

Alterando o patamar político que se verifi cou na cidade nos últimos anos, Pizarro acredita que é possível dinamizar a economia e o empre-go através do conhecimento e da investigação, para os quais as insti-tuições académicas são fundamentais.

A reabilitação urbana foi um tema transversal e recorrente em todas as conferências, assim como a internacionalização da economia a partir da cidade. “O Porto deve assumir a liderança de uma dimensão regio-nal, caso não seja possível agrupar vontades da maioria eleita”, defende Pizarro, que privilegia a “procura de outras formas de cooperação com outras cidades ou países”.

Rui Moreira, candidato independente à liderança do município do Por-to, apontou as questões sociais como sendo prioritárias no seu projeto para a Invicta. Rui Moreira vê as pessoas “preocupadas” em relação ao

futuro, dado o cenário de crise “nacional e internacional”.

“A coesão social é o primeiro vetor da nossa candidatura”, sublinha Rui Moreira, que vê as “pessoas no limiar da pobreza” e “incapazes supe-rar as adversidades”. Neste contexto de “uma sociedade que deixou de acreditar”, nem as IPPS têm capacidade de resposta. Rui Moreira promete afrontar as “situações de pobreza absoluta” e, por outro lado, “alterar os recursos da cidade”. É apologista de um trabalho em rede, que envolva Misericórdias, para que os recursos possam chegar aos cidadãos. “Não pode haver cidades em carência absoluta. Temos de recorrer às instituições que estão no terreno e para conseguir chegar aos cidadãos e suprir as suas necessidades”, enfatizou Rui Moreira.

Melhorar as acessibilidades, “fomentar o empreendedorismo”, cativar centros de pesquisa, “encontrar uma rede de investimento” e chamar empresários para o Porto são também prioridades do agora presidente da Câmara Municipal do Porto.

“O Porto tem de impor, exigir, e não pode ser uma cidade marcada pela perda de centros de decisão. Tem de ser uma urbe com capacidade de decisão, com impacto na atividade económica. Tem de ser uma cidade mais competente, mais atenta, capaz de olhar a realidade social, prestar atenção as associações sociais”.

Também a questão da mobilidade preocupa Rui Moreira, que adivinha pouco ou nenhum investimento na rede de Metro, nos próximos anos.

jOSé SOEIRO PEdRO CARVAlhO

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18 DESTAQUE

EMPREGOE POlíTICAS PARA A jUVENTUdE

José Soeiro, Rita Mota Sousa e Jorge Pinho

INVESTIGAçãO CIENTíFICA, APOIO AO EMPREGO E EMPREENdEdORISMO Manuel Pizarro, Pedro Pinto e José Manuel Mendonça

A COESãO SOCIAl, A PROMOçãO ECONóMICA E A CAPTAçãO dE INVESTIMENTO Rui Moreira, António Tavares e Francisco Maria Balsemão

CUlTURA E ORdENAMENTO dO TERRITóRIO Pedro Carvalho, Rio Fernandes e David Pontes

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19

O presidente do ISEP, João Rocha, enunciou que “nos últimos seis anos, o financiamento do estado ao ISEP reduziu-se em 50 por cento e o financiamento por receitas próprias passou de 18 para 46 por cento. A despesa com pessoal reduziu-se 17 pontos percentuais e o pagamento de encargos sociais (CGA, Segurança Social e ADSE) passou de zero para quatro milhões de euros.”

Num cenário de maior adversidade para o Ensino Superior, existem números bastante positivos para o ISEP, sendo que o presidente destaca “o crescimento do número de alunos de 5700 para 6750 e por consequência, a redução de custo por aluno, de 3600 para 2600 euros”, e como fator mais relevante da importância da formação no Instituto, “o percentual de em-pregabilidade dos alunos de cerca de 98 por cento”.

João Rocha destacou também o “número de projetos ativos que cresceu 107 por cento, e o número de investigadores que teve um aumento de cerca de 130 por cento”. Ainda a realçar, o investimento à investigação, com “crescimento de 152 por cen-to, mas proveniente maioritariamente de fontes não nacionais”.

O presidente do ISEP congratula-se com a missão desta ins-tituição, nas áreas da “formação e partilha de conhecimento, privilegiando a inovação tecnológica e o empreendedorismo para a criação de valor e diferenciação”.

MAIS ALUNOS NO ISEPE ALTA PERcENTAGEM DE EMPREGAbILIDADE

NÚMEROS POSITIVOS, EM CENÁRIO DE ADVERSIDADE

DESTAQUE

Mas Rui Moreira não se limita a olhar o interior das fronteiras portuenses e lamenta que as autoestradas outrora gratuitas tenham, agora, custos para o utizador. “Verificou-se uma política estúpida de portajar as auto--estradas”, acusa. Medidas como esta provocaram constrangimentos que limitam, caso não sejam contrariados, o desenvolvimento da cidade.

Igualmente preocupado com o futuro do Porto, José Soeiro, candidato do Bloco de Esquerda, começou por abordar a perda de população na cidade. “Mais de 20 mil pessoas abandonaram a cidade”, realçou, lan-çando o mote para uma visão crítica. José Soeiro nota um “empobreci-mento social” e considera que a autarquia está “de costas voltadas para as instituições importantes” da cidade. “A autarquia não tem revelado respeito por essas instituições”, lamenta.

Apesar de tudo, José Soeiro considera que há no Porto pessoas “capa-zes de resistir” perante as adversidades, pessoas “que não desistiram” e que apresentam “grande potencial para apresentar projetos autárqui-cos. “A cidade mobiliza-se”, diz, com confiança.

Fazendo um sublinhado pelo “sentimento de orgulho na cidade”, o candidato do Bloco espera que sejam tomadas algumas medidas – todas elas parte do seu projeto autárquico –, como “redes de solida-riedade” que garantam “proteção social” e um ambicioso projeto que permita “reinventar a cidade”.

“É preciso virar a crise ao contrário. Fazer um investimento na formação e no trabalho qualificado. Estas medidas ajudam-nos a reduzir desi-gualdade”, defendeu.

José Soeiro quer também uma “defesa intransigente do ensino supe-rior”. “Vemos estudantes a abandonar estudos superiores, porque não têm condições económicas. Estudantes que perderam bolsa quando a mesma era mais necessária. A autarquia pode envolver-se na resolução de problemas de ação escolar”, sustenta o candidato.

O projeto de Pedro Carvalho, da CDU, privilegia também a correção de problemas relacionados com a “desertificação da cidade”, bem evi-dente num número: a perda de “64 por cento de população, no centro histórico”. Este é o resultado do que o candidato considera ser “uma falta de estratégia municipal”.

Deste modo, salienta, é urgente um investimento que inverta “a fuga da classe média para a periferia” e a “desertificação do centro histórico”.

“O Porto adotou um modelo de desenvolvimento errado e é preciso in-verter este modelo no espaço de uma década”, defendeu o candidato da CDU, que acredita numa cidade com “enorme potencial”.

Pedro Carvalho considera que são necessárias também políticas locais de emprego para que o Porto não perca os técnicos que as suas uni-versidades formam. “A cidade perde cinco postos de trabalho por dia. Produzimos técnicos para todo o país, mas não os aproveitamos”, des-taca o candidato.

Na área da cultura, Pedro Carvalho assinala outras falhas que urge cor-rigir: “Deixámos de ter cultura, concessionando a privados a exploração dos espaços culturais. A Câmara precisa ter produção cultural autóno-ma no Teatro São João e no TECA. Acresce que a autarquia apenas de-dica um por cento do seu orçamento para a Cultura”.

“Queremos uma cidade viva, que seja um ponto de entrada para região demarcada do Douro. O Porto tem futuro”, rematou Pedro Carvalho.

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20 INVESTIGAÇÃO À LUPA

O Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP), o Centro de Apoio Tecnológico à Indústria Metalomecânica (CATIM), o Instituto Electro-técnico Português (IEP) e o Centro Hospitalar de S. João (CHSJ) esta-beleceram uma parceria que resultou no Centro de Instrumentação e Metrologia na Saúde (CIMS), capaz de agregar sinergias, dar uma res-posta efi caz às solicitações nesta área e suscitar o reconhecimento de futuros parceiros.

Este novo centro permitirá reagir à crescente importância da metrolo-gia, também na área da saúde. Por outro lado, o CIMS abre caminho a uma fi abilidade acreditada, quer ao nível dos equipamentos, quer no que concerne aos procedimentos a adotar.

Dada a capacidade reconhecida das entidades envolvidas neste projeto, bem como as elevadas competências complementares na metrologia, é possível antever o sucesso de um projeto bem pensado, que reúne co-nhecimento, competência, instrumentos e uma cooperação estratégica.

Essa cooperação tornava-se essencial, numa área onde a excelência teria, necessariamente, de partilhar ferramentas, em torno de um ob-jetivo comum, desde o ensino à investigação, até à implementação, no terreno, das medidas necessárias. A colaboração entre parceiros será feita sob o modo de assessoria mútua, intercâmbio de especia-listas e técnicos, prestação de serviços em diferentes áreas, coopera-ção em projetos de investigação (nacionais e internacionais), entre outras ações.

Uma vertente importante nesta parceria é a redução de custos em to-das as entidades envolvidas, sem a perda do rigor exigido – pelo con-trário, procurar-se-á um reforço desse pilar da ciência. “A Metrologia é uma atividade transversal a todas as atividades económicas, à segu-rança, à saúde, à investigação científi ca, entre outras. Queremos, com este Centro, assegurar o rigor exigido na área da saúde, permitindo, em simultâneo, um poupança que prevemos muito grande às institui-ções”, destaca António Silveira, responsável do ISEP e um dos mentores do projeto.

A aposta na investigação e em novos métodos de calibração será ainda mais competente, mas com menos despesa por parte das entidades hospitalares. O CIMS quer afi rmar-se como um centro de competências de referência, sobretudo no campo da instrumentação e metrologia voltadas para Equipamentos de Monitorização e Medição (EMM) médi-cos e outros da eletromedicina.

Assente numa estrutura leve, apesar do aglomerado de diversas ins-tituições e entidades, complementará competências e aptidões, nas áreas da metrologia, engenharia e área hospitalar. Num quadro de exigências crescentes, tornou-se necessário partilhar experiências e conhecimentos, para fortalecer uma massa crítica que, isoladamente, não chegaria tão longe.

Este Centro tem diversos projetos e iniciativas previstos, com o fi m su-premo de melhorar práticas e condições de trabalho, no cumprimento

dA UNIãO FAR-SE-Á FORçA

CENTRO DE INSTRUMENTAÇÃO E METROLOGIA NA SAÚDE DESBRAVA FRONTEIRAS DO ISEP, CATIM, IEP E CHSJ

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21INVESTIGAÇÃO À LUPA

das metas estabelecidas. E essas metas foram conhecidas no protocolo estabelecido, que definiu linhas orientadoras, missão, estrutura e o mo-delo jurídico do CIMS, assim como os estatutos pelos quais este Centro se irá reger.

Assim, caberá ao CIMS “coordenar, promover e desenvolver conhe-cimento científico no domínio da instrumentação e metrologia da saúde”, “promover a disseminação de resultados de projetos e estu-dos junto da comunidade”, “prestar serviços tecnológicos avançados, “apoiar e desenvolver ações de formação pós-graduada e especializada na área da metrologia na saúde”, “colaborar com outras entidades na-cionais e internacionais e no “esforço nacional de disponibilização de meios de calibração para os instrumentos de medição utilizados nas diversas Unidades de Serviços Hospitalares”.

A área de intervenção deste Centro focar-se-á “exclusivamente” no campo da instrumentação e metrologia na Saúde, sendo que o CIMS “não fará concorrência comercial às atividades de cada um dos sócios--fundadores”. Pelo contrário, fortalecerá cada um deles, ao possibilitar a realização de projetos e trabalhos que estejam para além da capaci-dade ou competência de um dos associados.

O Centro assentará em três pilares de intervenção, que passam por um grupo de investigação e desenvolvimento (I&D), por uma academia de formação e por laboratórios de metrologia.

Relativamente ao grupo de investigação, vai ser gerido por docentes e investigadores do ISEP, contando com especialistas dos restantes par-ceiros (IEP, CHSJ e CATIM), nas diversas áreas científicas. No desenvolvi-mento do grupo, dos projetos de I&D e na angariação de projetos e ser-viços de consultadoria no domínio da metrologia na saúde, espera-se uma intervenção ativa de todos os parceiros, sempre que se verifique uma limitação de competências de cada um dos parceiros.

Já a academia de formação tem como meta a realização de ações de formação avançada. Na agenda desta academia, estará a promoção e organização de seminários, workshops e conferências, cujas atividades letivas teóricas devem ocorrer no ISEP, enquanto as componentes prá-ticas serão realizadas nos laboratórios parceiros do IEP, HSJ e CATIM, sempre que possível.

Por seu turno, os laboratórios de metrologia – terceiro pilar deste pro-jeto – têm como finalidade realizar calibrações e ensaios médicos, em diferentes campos, desde suporte de vida, eletromedicina, meios com-plementares de diagnóstico e análises.

Relativamente ao financiamento, estão previstas diversas ações que permitirão angariar receitas. Desde logo, o produto das contribuições dos associados. Também o desenvolvimento e execução de proje-tos de I&D financiados por entidades terceiras (ou pelos associados fundadores) gerarão receita, a ser aplicada neste projeto. Acrescem os serviços de consultadoria, assim como a realização de seminários, workshops, conferências ou outras iniciativas, que permitirão adicionar receita. É expectável que uma iniciativa com esta dimensão suscite, por outro lado, donativos e outros benefícios, que serão investidos nesta cooperação.

Dentro da área da gestão do CIMS, é constituída uma direção executiva, formada por quatro elementos em representação dos quatro parceiros.

Da abstração de uma ideia partiu-se para a definição de um projeto muito concreto, que promete eliminar barreiras físicas e humanas, abrindo caminho a uma troca de conhecimento e recursos.

O Centro de Instrumentação e Metrologia na Saúde não é um ponto de chegada, mas a criação de uma ponte para o reforço de parcerias, de cooperação, de forma cada vez mais intensa. As entidades envolvidas estão cientes desta realidade e criam elos para uma atuação conjunta. Da força fez-se união e da união far-se-á força.

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De que serve um curso de engenharia civil, num momento de con-tração económica, onde não há investimento? Daniel Castanheira, ex--aluno do ISEP, dá a resposta, não no sentido teórico, mas contando a sua história, a história de um engenheiro civil que recolheu, no ISEP, as ferramentas necessárias para as aplicar noutras áreas de negócio, com sucesso. Aos 30 anos, Daniel Castanheira é um bom exemplo que espelha os benefícios de um curso de engenharia, mesmo que os percursos académico e profissional nem sempre coincidam. Este engenheiro civil recolheu no ISEP diversas ferramentas que lhe per-mitiram estar apto a ter uma atividade profissional mais abrangente, por opção, que não passasse pela engenharia civil.

Entre 2001 e 2006, concluiu o curso no ISEP, fortalecendo as suas apti-dões desde então. Hoje, Daniel Castanheira é um empreendedor, que desenvolve um projeto inovador, que até pode estabelecer pontes com a engenharia civil – não por ironia do destino, mas porque a engenharia está presente em diversas áreas de negócio. Nesse sen-tido, não é difícil perceber mais-valias de um curso de engenharia. “Engenharia tem muitas vantagens. Destaca-se o enorme leque de oportunidades: já vi anúncios de emprego onde pedem engenheiros para áreas completamente distintas como a banca, ou área de gestão. O curso é mais técnico do que teórico e permite-nos bases que abrem inúmeras portas”, realça Daniel Castanheira.

A engenharia apresenta a componente prática, mas também uma componente teórica muito forte. As duas vertentes “complementam--se, o que constitui uma vantagem”. Acresce que “engenharia será sempre necessária”, desde a informática à mecânica, passando pela civil, sendo que nenhum ciclo negativo contraria esta verdade. “Não acredito que, dentro dos próximos 20 anos, não seja necessário cons-truir-se uma ponte...”, diz Daniel Castanheira, dando como exemplo a engenharia civil que, fruto da queda do investimento, não tem apre-sentado as mesmas oportunidades que, por exemplo, a área infor-mática. E mesmo que a crise económica provoque uma saturação, abrem-se portas no estrangeiro, para os engenheiros portugueses, não na lógica da emigração como solução, mas como observação do mercado de uma forma global. “Há muitos engenheiros ex-alunos do ISEP a encontrar oportunidades fora de Portugal, graças ao facto dos seus cursos serem reconhecidos no estrangeiro”, assinala.

As engenharias estão em crescimento, “além de que, quando vemos a alta empregabilidade do curso, poderemos não perceber que as pes-soas formadas em engenharia podem estar a exercer noutras áreas”, porque este curso tem uma abrangência enorme, quando se compara com outros que implicam componentes fortes como o conhecimento da língua. “Noutra profissão, é muito complicado ‘saltar fora’ e pro-curar emprego alternativo qualificado”, sustenta Daniel Castanheira.

DEPOIS DO ISEP

“ENGENhARIA ABRE UM lEqUE dE OPORTUNIdAdES MUITO FlEXíVEl EM TEMPOS dE CRISE”DIPLOMADO DO ISEPqUE SE TRANSFORMOUNUM EMPREENDEDOR

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Durante o seu processo de formação no ISEP, Daniel Castanheira sen-tiu um aumento de conhecimento e de aptidão logo desde o pri-meiro ano. “Lembro-me de ter cadeiras, durante o primeiro ano, de Matemática, Física, Química, Informática, uma cadeira de Desenho... Ou seja, o primeiro ano é muito distinto e prepara-nos, dá-nos ferra-mentas para várias áreas diferentes. Depois, vamos evoluindo no cur-so e quando chegamos ao terceiro ano temos a opção de escolher. Já nos conhecemos melhor – quando temos 18 anos e começamos o curso, somos muito jovens e podemos não tomar a melhor decisão, correndo o risco de nos arrepender. Assim, ao final do terceiro ano, estamos mais preparados para decidir. Acabei por seguir Infraestru-turas e Ambiente, mas tinha outras opções. Engenharia permite-nos isso”, resume.

O ISEP tem outro aspeto “muito positivo”, que facilita o percurso aca-démico e orienta os estudantes: “No meu caso, no primeiro ano, eu não sabia que engenharia tirar. E o ISEP dá essa possibilidade de as pessoas mudarem de um curso engenharia para outro. No primeiro ano, existem muitas cadeiras similares entre os cursos e o ISEP faculta essa ferramenta, que é útil para pessoas que tenham dúvidas ou que reconheçam que deveriam seguir outro caminho”. Por outro lado, “o acompanhamento ao estudante feito pelo ISEP é muito importante”.

A componente prática do curso permite, por outro lado, “chegar ao mercado de trabalho” durante a formação, ainda que este mercado esteja em constante evolução. Nesse sentido, os alunos têm um papel fundamental a cumprir: “Não saímos do ensino superior a saber tudo sobre engenharia. É preciso ter consciência dessa realidade quando iniciamos a nossa vida profissional. E os cinco anos de um curso ser-vem-nos para obter ferramentas que, mais tarde, serão muito úteis. Os alunos devem ir aproximando-se do mercado de trabalho”.

Este ex-aluno do ISEP recorda o seu passado no instituto e destaca os aspetos positivos. “O meu curso trouxe-me mais-valias, trouxe-me segurança, na eventualidade de eu necessitar de entrar noutras áreas. A parte do empreendedorismo nasce porque – passando por experi-ências que um curso nos dá, ao colher diversos tipos de conhecimen-to –, ganhamos noção de que não temos de estar obrigatoriamente restritos ao nosso curso”, salienta.

DEPOIS DO ISEP

PORTO ROOMS: UM PROjETO DE SERvIçOS cOM UMA PONTE PARA A ENGENhARIA

Daniel Castanheira saiu do ISEP e entrou no mercado de trabalho com consciência de que iria encontrar uma realidade difícil, mas detinha aptidões que lhe abririam portas. Trabalhou em diversas áreas, até que desenvolve um projeto arrojado, na área do alojamento.

Neste momento, está em curso uma candidatura para um projeto que engloba três pessoas, cujas aptidões se complementam, a sOarq - architecture arts academy através do programa passaporte para o empreendedorismo. Envolve arquitetura, informática e marketing, mas um engenheiro civil dá-lhe força. A par do sOarq está ainda en-volvido noutro projeto de empreendedorismo desde o início do ano, o Porto Rooms. Entretanto, não sendo vocacionado para engenharia, estes projetos podem criar pontes, dentro da área da reabilitação ur-bana. Esse projeto chama-se “Porto Rooms” e é uma plataforma on-line direcionada para estudantes estrangeiros. O objetivo é facilitar o

“ESTUDAR SERá SEMPRE UM bOM INvESTIMENTO”

Palavra de um ex-estudante: um país em crise não pode ser argu-mento para travar um processo de formação. “É lamentável ouvir di-zer que o país está em crise e que, por isso, não se vai encontrar um emprego que torne rentável um investimento no ensino superior. E esta mensagem é enfatizada. Depois da crise ser superada, as portas do mercado laboral vão reabrir-se de novo e um curso superior será sempre uma mais-valia. Um curso superior dá-nos destreza e faz-nos perceber que podemos melhorar constantemente o nosso percurso educacional. Nós obrigamo-nos a criar hábitos, a gerir o tempo, e a superar-nos constantemente quando vamos para o ensino superior”, defende Daniel Castanheira.

O percurso académico até ao final do secundário é naturalmente im-portante – não apenas porque abre as portas para o ensino superior, no qual o estudante “toma consciência de que tem de adaptar-se”. E isso “será importante no mercado de trabalho”, onde o profissional é por vezes obrigado a fazer algo de que gosta menos. “Quando saímos do 12.º ano e entramos no ensino superior, a diferença de exigência é notável. Ou seja, escolhemos, mas desconhecemos grande parte do curso que vamos tirar. E quando enfrentamos uma nova profissão, sucede o mesmo. E um curso dá-nos esta aprendizagem, antes de nos tornarmos profissionais. Por isso, mesmo em situação de crise, é importante manter a aposta no ensino superior e evitar descrença, desmotivação. Estudar será sempre um bom investimento”, refere.

acesso à habitação de arrendamento de curta duração, criando pon-tes entre proprietários e estudantes. E através de uma solução para um problema foi detetada a necessidade de requalificação de muitos apartamentos na cidade do Porto. “A plataforma tem a componente dos proprietários e dos alunos. Mas, verificámos que existem muitos prédios antigos na baixa portuense que necessitam, porventura, de ser reabilitados. E a partir daqui começam a traçar-se parcerias com projetos distintos, que se aproximam da minha área de formação. Ou seja, não trabalhando na minha área, diretamente, existem conheci-mentos que poderão ser aproveitados”, refere este ex-aluno do ISEP.

O Porto Rooms tem sido bem acolhido pelos estudantes. Era destina-do para estrangeiros, mas os portugueses também começaram a re-tirar benefícios do seu uso. “Temos recebido uma quantidade imensa de estudantes, ao longo deste ano. Foram mais de 500 alunos que nos enviaram pedidos de quartos”, refere Daniel Castanheira. E mais uma vez a sua formação académica foi essencial para cooperar neste projeto, já que quando este ex-aluno do ISEP esteve no estrangeiro, notou dificuldades em encontrar alojamento, sobretudo destinado a estudantes. “Alugar um quarto ou apartamento durante um longo período de tempo é relativamente fácil. Mas em períodos mais curtos, o mesmo não sucede”, explica.

O problema da língua também se coloca, quando é necessário esta-belecer um contacto entre um proprietário e um estudante de outro país. E esta é uma das bases do projeto: tentar encontrar uma solu-ção para os obstáculos levantados pelas barreiras linguísticas. O Porto Rooms distingue-se também por uma abordagem diferente, apenas na cidade do Porto, para já. “Ser específico permite acrescentar valor”, justifica Daniel Castanheira, destacando, no entanto, que o mercado do arrendamento estudantil no Porto já é, por si só, de grande di-mensão.

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O Graphics, Interaction and Learning Technologies (GILT), um dos gru-pos de investigação do ISEP, está a desenvolver um projeto que tem como fi nalidade fornecer apoio a gestores no processo de internacio-nalização das suas empresas, com recurso a tecnologias e métodos inovadores. Entre essas ferramentas estão os jogos com fi ns educati-vos, ditos “jogos sérios”, promotores da aprendizagem ativa.

Este jogo em particular oferece diversos cenários com os quais os ges-tores têm de lidar, procurando as respostas certas, desde o modo corre-to de abordagem do parceiro internacional, à importância da presença em feiras internacionais, entre outras decisões estratégicas que podem conduzir ao sucesso. Tudo com base numa simulação que assenta em realidades experimentadas.

“Este jogo reúne a atratividade e a motivação que um jogo fornece, mas direciona o seu utilizador para uma fi nalidade séria, que é educa-tiva e formativa. O objetivo não é o entretenimento, mas a promoção de competências, no processo de internacionalização das pequenas e médias empresas”, resume Carlos Vaz de Carvalho, diretor do GILT.

E porque esse processo surge como resultado do cumprimento de diferentes etapas, que implicam conhecimentos e estratégias que um gestor pode não dispor, nada melhor do que criar cenários que de-monstram por antecipação (com realismo e fundamentados em exem-plos reais) qual é a realidade que espera os gestores.

Assim, os responsáveis por este projeto começaram por identifi car

A NOSSA TECNOLOGIA

jOGO ENSINA GESTORESA CONqUISTAR MERCAdOSCARLOS VAZ DE CARVALHO, DIRETOR DO GILT, EXPLICA PROJETO qUE PROMOVE A APRENDIZAGEM ATIVA

as difi culdades que um gestor enfrenta: desde a barreira da língua, à abordagem a adotar com potenciais parceiros, ao domínio das ferra-mentas eletrónicas de comunicação, ou ao tipo de interlocutor que contacta.

O projeto coordenado pelo GILT e fi nanciado por fundos comunitários teve início em dezembro de 2012 e acaba de completar a análise de requisitos. Nesta análise, os responsáveis foram auscultar empresários e perceber duas realidades: o testemunho dos que já passaram por este processo de internacionalização e o dos que se preparam para o fazer.

A fi nalidade foi perceber, com precisão, que fatores estão envolvidos num processo de internacionalização: “Identifi cámos seis cenários diferentes: por exemplo, um de pré-diagnóstico, que permite ao em-presário, antes de entrar nesse processo, perceber se está pronto. O empresário vai identifi car as suas próprias difi culdades e perceber o que tem de corrigir”.

Os restantes cenários incluem a comunicação eletrónica – de que forma se contacta com parceiros de outros países, com culturas diferentes –, como se pode participar em feiras, como se estabelecem relações empre-sariais num determinado país e como se identifi cam questões culturais específi cas que podem provocar difi culdades numa relação empresarial.

Neste momento, o jogo está a ser desenhado. Depois, o projeto entra na fase de desenvolvimento. Carlos Vaz de Carvalho estima que em breve os empresários já tenham disponível o primeiro cenário.

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25A NOSSA TECNOLOGIA

O Examinator é mais um dos diversos projetos que o GILT desenvolveu. É um produto que está disponível online, na loja da Apple e na Google Play. Trata-se de uma aplicação que serve os alunos que estão a preparar-se para o 12.º ano. Apresenta diversas perguntas e temas que coincidem com as matérias que os alunos vão ter de interiorizar. A plataforma tem uma vertente fortemente pedagógica e pode ser acedida, por exemplo, durante o percurso entre casa e escola. Quando as respostas estão er-radas, o Examinator não só o assinala, como presta uma ajuda comple-mentar: explica a origem do erro, para fornecer informação quando não somos capazes de responder corretamente. “Trata-se de um projeto mui-to interessante, que resulta de um trabalho feito em parceria com profes-sores”, explica Carlos Vaz de Carvalho.

ExAMINATOR: UMA AULA ATRATIvA DENTRO DO AUTOcARRO

Pensar que os jogos se dirigem apenas aos adolescentes é um erro. A idade média dos jogadores é 32 anos e o perfil do jogador online é o de uma pessoa do sexo feminino, com idade compreendida entre os 40 e os 45 anos. Outra geração que estava afastada da tecnologia e que começa a integrar-se são os idosos. “A nossa missão é mostrar--lhes que este mundo não é assim tão complicado”, realça Carlos Vaz de Carvalho, que anuncia para breve o desenvolvimento de um projeto direcionado para a terceira idade. Não tem como objetivo a vertente lúdica, mas pretende facilitar o uso dos dispositivos móveis em opera-ções úteis, como “aceder a contas bancárias, a jornais online”, entre ou-tras ferramentas que irão chamar os mais velhos para o mundo digital.

GILT vAI DESENvOLvER PROjETO DIREcIONADO PARA A TERcEIRA IDADE

Os gestores de pequenas e médias empresas não são o único público--alvo do GILT, na área dos jogos sérios, e há projetos idênticos dire-cionados para o ensino secundário e superior. O GILT prepara-se para desenvolver um novo jogo para alunos do ensino superior. “Vamos co-ordenar mais um projeto europeu na área dos jogos sérios. Acabo de receber a notícia da sua aprovação. Neste projeto vamos usar um jogo do tipo SimCity para desenvolver competências na área de engenha-ria. É um projeto novo, que vai arrancar dentro de dois ou três meses”, adianta Carlos Vaz de Carvalho. O orçamento deste projeto deve ficar próximo dos 600 mil euros.

vEM AÍ UM SIMcITyPARA DESENvOLvER cOMPETêNcIAS NA áREA DA ENGENhARIA

O GILT, integrado no ISEP, coordena as redes Europeias SEGAN e IC-TWays. A primeira, destina-se a promover a partilha e troca de know--how na área dos Jogos Sérios. A segunda destina-se a promover o uso das tecnologias no ensino secundário e básico. Entre outros, tem em mãos o projeto GABALL, o projecto GAVIOTA, de promoção de tecnolo-

GILT USA REDE DE PARcERIAS PARA chEGAR MAIS ALéM

gias de Realidade Aumentada e Virtual e o projeto Virtual Sign, na área do reconhecimento de linguagem gestual. Estabeleceu acordos com empresas, entre as quais a Virtual Campus e a Lusoinfo, com quem o GILT desenvolve diversos projetos na área dos jogos educativos. Atra-vés destas redes e projetos, o GILT colabora ainda com mais de duas dezenas de grupos de investigação em entidades académicas, dos quais se destacam dois, do Brasil, também integrados no projeto GA-BALL: a Universidade Federal de Pelotas e a Universidade Federal de Rio Grande do Sul.

A ferramenta vai estar disponível para gestores de empresas, sendo que os alunos que pretendam ser empreendedores terão também a plataforma acessível. Como se trata de uma parceria internacional, o projeto ultrapassa as fronteiras portuguesas. E depois de terminado o prazo de financiamento, deve continuar de forma sustentável.

O jogo é direcionado para as plataformas móveis (ainda que seja com-patível com outros dispositivos) e o objetivo é permitir ao empresário aplicar algum do seu tempo livre numa ferramenta divertida e muito útil. “Ao divertir-se neste jogo, o gestor está a adquirir algumas com-petências. A ideia dos jogos sérios é essa: sem nos apercebermos, estamos a adquirir conhecimentos e competências que poderão ser aplicados noutros contextos”, realça.

Essa é a abordagem do GILT, na área dos jogos sérios, com a finalidade de abrir caminho à utilização desta ferramenta na área do ensino. “As pessoas devem perceber que os jogos não são uma ferramenta má. Há uma série de competências que se aprende com jogos e não com livros. Por exemplo, jogar online com outros jogadores implica esta-belecer contactos, reforçar aptidões sociais. Outro exemplo, as crian-ças quando usam jogos online em inglês, são obrigadas a desenvol-ver competências nesta língua. Os jogos são um bom complemento, muito atrativo e motivam os alunos”, salienta Carlos Vaz de Carvalho, engenheiro eletrotécnico que se dedicou à informática, área em que concluiu o mestrado e o doutoramento.

O projeto que está prestes a ser conhecido do público enquadra-se num conceito de aprendizagem ativa. “A aprendizagem experiencial diz-nos que o estudante deve experimentar, porque ao fazê-lo vai ter dúvidas, curiosidade, vai querer esclarecer essas dúvidas. A aprendiza-gem ativa diz-nos que o estudante deve estar no centro do processo. Se formos a uma sala de aula, temos um professor no quadro e 80 por cento dos estudantes não recebe a mensagem, por distração. É um processo passivo. Já num processo ativo, está provado que 75 por cen-to da informação é interiorizada. Por isso, os jogos, como mecanismo de aprendizagem experiencial e ativa, são muito úteis”, refere.

O jogo ainda não tem nome, mas assenta no conceito “GAme BAsed Language Learning”, que dá nome ao projeto: GABALL. O projeto GA-BALL envolve vários parceiros do GILT: empresas de diversos países e universidades do Brasil. O desenvolvimento do projeto está a cargo do grupo de investigação do ISEP, sendo que o orçamento atinge os 600 mil euros, provenientes de fundos comunitários.

As expetativas apontam para 250 gestores, em Portugal, a aprender com o jogo. “Não queremos ser excessivamente ambiciosos, porque temos consciência de que ser gestor de uma pequena e média empre-sa é complicado. Somos realistas e temos noção de que os jogos ainda não são vistos como uma ferramenta profissional. Mas estas perspeti-vas não significam que iremos atuar apenas com o objetivo de atingir 250 empresários”, conclui Carlos Vaz de Carvalho

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26 BREVES

ISEP PARTIcIPA NA SEMANA DA REAbILITAçãO URbANAO ISEP participou na Semana da Reabilitação Urbana, que teve lugar entre 3-10 de abril. Esta iniciativa da Vida Imobiliária serviu para apresentar alguns estudos e potencialidades dos departamentos de Engenharia Civil e En-genharia Eletrotécnica (DEE) na valorização do património, conservação e projeção das cidades.

Este evento que atraiu mais de 10.000 visitan-tes contou com as participações do ISEP e de entidades como a Câmara Municipal do Porto, Ordem dos Engenheiros, Santa Casa da Mise-ricórdia do Porto, Porto Vivo SRU, Caixa Geral de Depósitos, Schmitt+Sohn Elevadores, Lu-cios, Weber, Sika Portugal, CCDR-N, AICCOPN e Associação Portuguesa para a Reabilitação Urbana e Proteção do Património, para «ce-lebrar a reabilitação urbana e dar a conhecer o impacto económico, social e estético deste movimento», de acordo com a organização.

Ao longo da semana, uma das vozes que tam-bém se realçou foi a do ex-autarca portuense, Rui Rio, que recordou o interesse em se apoiar a recuperação do Porto.

«Esta participação serviu para dar a conhecer o que de bom se faz no ISEP», indicou Rui Gomes dos Santos, diretor do DEC, que apre-sentou a licenciatura e o mestrado em Enge-nharia Civil durante o certame, além de vários projetos desenvolvidos por mestrandos ISEP.

ISEP AjUDA A MARINhA A TESTAR SOLUçÕES RObÓTIcASA investigação desenvolvida no ISEP ao nível da robótica e sistemas autónomos tem per-mitido explorar diversas valências da eco-nomia do mar, no combate aos incêndios florestais e proteção civil e ao nível da efici-ência industrial. Em julho, o ISEP juntou-se à Marinha Portuguesa e colaborou no Robotics EXcercise 2013 (REX 13) – exercício que visou testar tecnologias robóticas e recolher dados científicos nas áreas de interesse da Marinha.

De acordo com o comunicado da Marinha, o exercício incidiu nas vertentes das missões de

REDE NIcOLE Dá AS bOAS-vINDAS AO ISEPO ISEP tem assumido um papel relevante no desenvolvimento de soluções promotoras da sustentabilidade e da proteção ambiental. O Instituto tem apresentado tecnologias e me-todologias nas áreas das energias limpas, efi-ciência e racionalização energética, novos ma-teriais, mas tem-se também destacado pelo desempenho do Grupo de Reação e Análises

PROTOcOLO DE cOOPERAçãO ISEP – AUDATEx PORTUGALO Instituto Superior de Engenharia do Porto celebrou recentemente um protocolo de co-operação com Audatex Portugal – empresa líder em soluções e serviços no domínio da regularização de sinistros. Esta parceria pre-tende trabalhar em soluções inovadoras para a gestão do ciclo de vida dos automóveis.

«O protocolo estabelecido entre o ISEP e a Audatex constitui um reforço ao plano curri-cular da licenciatura em Engenharia Mecânica Automóvel, através da introdução da compo-nente prática sobre o software AudaPad, pro-porcionando aos alunos competências técni-cas fundamentais para a inserção no mercado de trabalho com maior facilidade e nível de competitividade», explicou, Fernando Ferrei-ra, diretor da licenciatura em Engenharia Me-cânica Automóvel.

No âmbito da parceria, a Audatex dinamizou já uma sessão técnica destinada aos finalistas do curso, onde apresentou a Audatex Drive,

Químicas (GRAQ) ao nível da descontamina-ção de solos e águas, entre outras realidades.

É precisamente este papel de charneira, que levou agora o ISEP a integrar a NICOLE – fórum europeu de destaque ao nível da gestão de solos contaminados. Esta rede reúne parceiros industriais, académicos, empresas do setor de serviços e reguladores, para dinamizar a coo-peração e o desenvolvimento e aplicação de tecnologias sustentáveis e boas práticas.

O ISEP junta-se assim ao Laboratório Na-cional de Engenharia Civil (LNEC) como um dos dois representantes nacionais num dos principais fóruns internacionais sobre solos contaminados.

Na mensagem de boas-vindas ao ISEP, a NI-COLE destacou que, «as one of the top tech-nology academies in Portugal, ISEP has been pioneering education and research in Engine-ering since 1852».

busca e salvamento e de monitorização suba-quática, envolvendo quatro veículos autóno-mos de superfície, dois veleiros autónomos, um glider subaquático, veículos submarinos, sistemas de recolha automática de dados e de comunicações.

Esta colaboração insere-se no compromisso do ISEP com o aproveitamento económico, científico e cultural do Mar português.

A robótica e os sistemas autónomos são uma das áreas de especialização da licenciatura e do mestrado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores e do grupo de investigação INESC TEC (Unidade de Robótica e Sistemas Inteligentes), Pólo ISEP.

O REX 13 reuniu mais de 30 investigadores do ISEP, do Centro de Investigação Naval, das universidades do Porto e do Algarve e da em-presa portuguesa MarSensing.

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27BREVES

bOAS PRáTIcASNA INTEGRAçãODE NOvOS ALUNOSO Gabinete de Orientação (ISEP|GO) represen-tou o ISEP no encontro Práticas de Promoção do Sucesso Académico, que decorreu, em maio, no Instituto Superior Técnico (IST). A deslocação a Lisboa serviu para apresentar um modelo de referência ISEP.

O sucesso das organizações passa pela co-municação organizacional e pela valorização das relações entre e com as pessoas que as integram. Neste âmbito, o Instituto Superior de Engenharia do Porto assume um forte compromisso com a dimensão humana dos mais de 6750 estudantes e perto de 600 co-laboradores.

Partindo desta premissa, o ISEP tem inves-tido em medidas que apoiem a integração e o sucesso académico dos (novos) alunos, acompanhando-os ao longo do seu percurso, com destaque para as atividades do ISEP|GO.

Ao nível do acolhimento, o ISEP|GO tem pro-movido sessões de integração dos novos alu-nos desde 2009 e aproveitou para apresentar agora o sucesso do Integra ISEP, no IST. Esta iniciativa já envolveu mais de um milhar de novos estudantes e registou um crescimen-to de 21% na adesão na edição de 2012. Um destaque maior vai para a satisfação dos parti-cipantes, com 98% a considerarem a iniciativa boa ou muito boa.

O exemplo do ISEP foi muito bem recebido por parte das instituições presentes no en-contro, em que participaram vários docentes dos institutos politécnicos de Coimbra e Lis-boa e das universidades de Lisboa, Técnica de Lisboa, Nova de Lisboa, ISCTE e de Évora.

Estudar no ISEP é o primeiro passo para uma carreira profissional em setores que vão da inovação tecnológica à reabilitação urbana. Esta perspetiva do ensino superior como uma formação profissionalizante e orientada para o mundo real ajuda a explicar a ligação às empresas e a elevada empregabilidade da oferta formativa. Para reforçar esta máxima, a Associação de Estudantes (aeISEP) promo-veu a V Feira de Emprego e Empreendedo-rismo da aeISEP, entre 5 e 6 de junho.

A Feira de Emprego e Empreendedorismo promoveu um contacto próximo entre os estudantes e o mercado de trabalho, com vista a apoiar a integração profissional e apresentar experiências e propostas profis-sionais e de formação.

Contando com várias empresas nas diversas áreas da engenharia, o programa do evento incluiu também palestras sobre empreen-dedorismo, tendências do mercado e uma exposição.

Inova.Empreende, Sika Academy, Grundfos, Spark Agency, Zagope, Continental e EFA-CEC foram alguns dos nomes presentes.

MUSEU DO ISEP ESTá MAIS INcLUSIvO

O Museu do ISEP disponibilizou na sua página (www.isep.ipp.pt/museu) um vídeo de apre-sentação do projeto que está a desenvolver com a Escola EB 2/3 de Paranhos, para melho-rar as visitas de públicos com necessidades especiais, nomeadamente pessoas surdas.

Em linha com o seu compromisso de res-ponsabilidade social, o ISEP tem procurado estreitar as relações com o tecido sociocul-tural envolvente, funcionando como insti-tuição âncora para o desenvolvimento de projetos inovadores e inclusivos com a co-munidade local.

Neste sentido, o Museu tem estado a traba-lhar com a Escola EB 2/3 de Paranhos para possibilitar «uma abordagem multissenso-rial», que «evite a exclusão», referiu Patrícia Costa, diretora do Museu.

«Estamos convictos de que a inclusão associa-da ao respeito pela diversidade muito irá en-riquecer o nosso Museu. Usando informação escrita e oral com diversos níveis de comple-xidade e empregando meios de comunica-ção visuais, orais, táteis e interativos, o Museu cumprirá melhor os seus objetivos, comuni-

v FEIRA DE EMPREGO E EMPREENDEDORISMO

cando mais eficazmente com os visitantes», acrescentou a diretora.

De acordo com Patrícia Costa, «em breve serão disponibilizados outros recursos, que irão permitir a realização de uma visita mais autónoma da comunidade surda ao espaço museológico».

debateu temáticas associadas à reparação e manutenção automóvel e apresentou as prin-cipais tendências do mercado.

O acordo estende-se à cooperação na organi-zação de eventos especiais, apoio a projetos de final de curso, desenvolvimento de proje-tos de investigação conjuntos e partilha de boas práticas.

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28 BREVES

SEMINáRIOS ISEP SUSTENTávELNo âmbito do Plano de Ação para a Sustenta-bilidade (PASUS), o ISEP inaugurou um ciclo seminários dedicados ao tema da sustentabi-lidade. As primeiras sessões foram subordina-das aos temas “Educação Ambiental” (15 de maio) e “Edifícios Sustentáveis” (5 de junho).

Estes seminários abertos ao público e com duração de uma hora, «têm como finalidade principal motivar a comunidade ISEP e toda a nossa envolvente a agir e pensar de acordo com os princípios da sustentabilidade», indica a organização.

Marta Pinto (Centro Regional de Excelência – Porto) foi a oradora convidada da primeira sessão. A responsável pelo projeto “Futuro 100 000 Árvores na Área Metropolitana do Porto”, abordou a importância da educação ambiental e o contributo indispensável das instituições académicas.

Para a segunda sessão, o ISEP recebeu Ricardo Sá, diretor-geral da empresa Edifícios Saudá-veis, que abordou a mudança de paradigma na construção, assente na passagem dos “edifícios energeticamente eficientes” para os “edifícios sustentáveis”.

Este ciclo deverá ter continuidade no novo ano letivo.

OPERATIONS RESEARch IN hEALThcARE: A SURvEyO artigo “Operations Research in Healthcare: A Survey”, da docente do Departamento de Engenharia Eletrotécnica (DEE), Ana Viana, foi, pelo segundo ano consecutivo, o artigo com mais downloads na revista International Tran-sactions in Operational Research.

«O ponto de partida para a redação deste arti-go foi a vontade que ambos os autores tinham em aplicar técnicas de investigação operacio-nal a problemas da área de saúde. Ambos conhecíamos problemas que poderiam ser o ponto de partida para o nosso trabalho, mas tínhamos curiosidade em descobrir outros, menos explorados», refere Ana Viana.

FÓRUM DO MARO Instituto Superior de Engenharia do Porto participou pelo terceiro ano consecutivo no Fórum do Mar, que se realizou em Matosi-nhos, no final de maio. A presença reforçou o compromisso do ISEP com a Economia do

xIv GRANDE NOITE DO FADO AcADéMIcOA vivência académica é algo que extravasa a aprendizagem na sala de aula e laboratórios. Compreende também os momentos infor-mais de aprendizagem, as amizades e conví-vios que se cultivam e a incorporação de um espírito coletivo e as suas tradições. Neste sentido, o fado de Coimbra talvez seja uma das maiores imagens de marca do ensino su-perior português.

No dia 24 de abril, o Grupo de Fados de ISEP cumpriu com a tradição e promoveu a XIV Grande Noite do Fado Académico (GNFA), no Centro de Congressos do ISEP. A edição

O estudo “Operations Research in Healthcare: A Survey” incide num problema de otimiza-ção associado à transplantação renal cruza-da e integra o projeto KEP – New Models for Enhancing the Kidney Transplantation Pro-cess, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tenocologia (FCT.)

Para a docente do ISEP, «o interesse que o arti-go tem suscitado vem confirmar que a saúde é uma área em franca expansão dentro da in-vestigação operacional».

Com mais de 2500 downloads, “Operations Research in Healthcare: A Survey” lidera o ranking da International Transactions in Ope-rational Research, superando em quase mil descargas a segunda publicação.

Este estudo resultou de uma colaboração de Ana Viana com Abdur Rais, investigador da Universidade do Minho.

Mar e apresentou algumas das dinâmicas em que o Instituto pode colocar a inovação tec-nológica ao serviço das empresas.

Cumprindo com a ambição de usar a enge-nharia para redescobrir as potencialidades do Mar, interpretar e criar soluções para os desafios do futuro, o ISEP tem trabalhado em diversas soluções que podem apoiar a criação de riqueza, processos de modernização e de internacionalização.

Ao nível da engenharia química, o Instituto está a trabalhar em estudos no âmbito da segurança alimentar para as indústrias pes-queira e conserveira e no desenvolvimento de biocombustíveis a partir de microalgas. A independência energética passa também pelo aproveitamento de energias limpas.

Em termos da robótica e sistemas autónomos, o ISEP tem explorado potencialidades para missões de salvamento e de inspeção sub-marina, que podem apoiar o aproveitamen-to da plataforma continental portuguesa. A engenharia mecânica será sempre um aliado das indústrias naval, pesqueira e conserveira. Também ao nível da engenharia geotécnica e geoambiente, são já vários os estudos apre-sentados relativos à conservação da costa, exploração sustentável de matérias-primas e preservação de recursos naturais.

Foi assim com um espírito de partilha que o ISEP voltou a marcar presença no encontro que reúne especialistas nacionais e interna-cionais vocacionados para os assuntos do mar.

O Fórum do Mar é organizado por dois par-ceiros do ISEP, a Oceano XXI e a Associação Empresarial de Portugal.

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EMPREENDEDORES ISEP: MIGUEL GOMES ROchA

O ISEP lançou o grupo Empreendedores ISEP em 2011, para divulgar casos de sucessos de empreendedorismo por parte de alunos e antigos alunos do Instituto. Miguel Rocha, da M. G. Rocha – Engenharia e Construções foi o mais recente exemplo.

Licenciado em Engenharia Civil, em 2007, Mi-guel Rocha é o fundador e sócio-gerente da M. G. Rocha. Esta empresa de obras públicas, infraestruturas, urbanizações, movimento de terras, construção civil e conservação/reabili-tação, diferencia-se da concorrência pela sua capacidade para perspetivar um mercado conservador de forma inovadora.

Questionado sobre a relação entre a enge-nharia e o empreendedorismo, Miguel Rocha identificou a engenharia como «a base da ino-vação e do empreendedorismo. Podemos ser engenheiros sem sermos empreendedores ou inovadores, mas um bom empreendedor/inovador tem a arte do engenho como um bom engenheiro».

Este diplomado ISEP acredita que «o empre-endedorismo é uma competência que se desenvolve» e por isso «as escolas, desde a primária, têm um papel fundamental» e des-taca o contributo das instituições de ensino superior, que «devem ser o principal eixo de todo esse mecanismo».

Neste sentido, as grandes mais-valias da pas-sagem pelo ISEP foram «o desenvolvimento de competências», a «troca de experiências vividas e a discussão de problemas reais». Res-salva o «o auxílio dos docentes» para acelerar «o desenvolvimento de projetos e ideias».

Miguel Rocha descreve o empreendedoris-mo, como «a arte de empreender, de desen-volver e ir mais além».

Descubra mais exemplos em: www.facebook.com/engenhariaISEP/app_186981981345123.

Se és um/a empreendedor/a ISEP, contacta-nos: [email protected]

O diretor do mestrado em Engenharia Civil, Rui de Sousa Camposinhos, publicou o livro técnico Stone Cladding Engineering, em julho de 2013. Editado pela Springer, esta obra de 167 páginas, escrita em inglês, inclui fórmu-las e tabelas para a avaliação da capacidade de resistência de sistemas de fixação de pla-cas em pedra natural dowel, undercut e kerf, apresenta métodos de dimensionamento às forças sísmicas e do vento em revestimentos e fornece uma introdução aos painéis de pe-dra natural pré-esforçados, uma invenção sua.

Nesta sua obra são incluídos exemplos de cál-culo práticos e os textos são acompanhados por 67 ilustrações.

De acordo com a Springer, «this volume pre-sents new methodologies for the design of dimension stone based on the concepts of structural design while preserving the ex-cellence of stonemasonry practice in façade engineering. Straightforward formulae are provided for computing action on cladding, with special emphasis on the effect of seismic forces, including an extensive general metho-dology applied to non-structural elements. Based on the Load and Resistance Factor De-sign Format (LRDF), minimum slab thickness formulae are presented that take into consi-deration stress concentrations analysis based on the Finite Element Method (FEM) for the most commonly used modern anchorage systems. Calculation examples allow desig-ners to solve several anchorage engineering problems in a detailed and objective manner, underlining the key parameters. The design of

qUERES SAbER O qUE SIGNIFIcA ESTUDAR NO ISEP?«Esta casa é bastante boa para estudar por-que tem um grande ambiente de camarada-gem»; «tem um ensino mais prático, que se adequa bastante ao que estamos a estudar que é engenharia»; «o ISEP está bastante orientado para a parte técnica, o que é bom em termos de emprego»; «as condições de estudos são ótimas»; «temos as oficinas que são fantásticas».

Estas são algumas opiniões de estudantes sobre as mais-valias de frequentar o Instituto Superior de Engenharia do Porto.

O Instituto publicou um vídeo na sua página de Facebook, com comentários de estudan-tes, sobre o que significa estudar no ISEP. As

STONE cLADDING ENGINEERING

várias são unânimes: o ISEP é uma escola de eleição, com forte componente prática, es-pírito de união e capacidade para apoiar os estudantes, elementos essenciais para formar a próxima geração de líderes em Engenharia.

O vídeo “Queres Saber o que Significa Estudar no ISEP?” está disponível em: www.facebook.com/engenhariaISEP e em www.ipp.pt/ipptv/view_video.aspx?id=158

the anchorage metal parts, either in stainless steel or aluminum, is also presented».

O livro está disponível através dos sites da Springer e da Amazon.

de 2013 prestou homenagem a José Mesqui-ta e contou com participações de grupos do Porto e Coimbra.

Iniciada em 1999, a Grande Noite providencia um momento para a troca de experiências entre a atual geração de grupos do Porto e os conceituados intérpretes e grupos de outras academias. O objetivo fundamental desta ini-ciativa é mostrar o que de novo se faz pelo fado no Porto e prestar homenagem a uma individualidade do fado.

Este ano a honra coube a José Mesquita, pro-fessor catedrático jubilado da Universidade de Coimbra, que se juntou a um painel que integra Luiz Goes, Augusto Camacho Vieira, Almeida Santos, Joaquim Pimentel, Manuel Alegre, Carlos Paredes, Ângelo de Araújo, Fer-nando Machado Soares, José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Francisco de Vasconcelos, José Henriques Dias, António Portugal e An-tónio Pinho Brojo.

A XIV GNFA fez viver o fado por uma noite no ISEP e incluiu ainda uma exposição foto-gráfica alusiva a esta tradição académica tão portuguesa.

BREVES

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30 PROVAS DE DOUTORAMENTO

NomeNuno Alexandre de Oliveira Calçada Loureiro

área científicaEngenharia Mecânica / Engenharia dos Materiais

OrientadorJosé Luís Soares Esteves (UP)Júlio César Machado Viana (UM)Satyabrata Ghosh (Carborundum Universal, Índia)

Instituição de EnsinoUniversidade do Porto (ao abrigo do Programa MIT-Portugal)

Data da ProvaMaio 2013

SUSTAINAbLE AUTOMOTIvE cOMPONENTS FOR INTERIOR DOOR TRIMS

Os biomateriais têm sido alvo de interesse, ao longo dos últimos anos, ao nível da investigação científica e tecnológica e ao nível industrial. O aumento da preocupação ambiental e o uso excessivo de recursos pe-trolíferos levou ao aumento do desenvolvimento de novos materiais, os biocompósitos, que terão uma grande importância futura.

É um facto que, aliado à redução de peso, a indústria automóvel po-derá beneficiar com a inclusão destes materiais nos automóveis, não só devido ao receio instalado da diminuição e extinção das reservas petrolíferas, mas também devido à forte legislação que obriga a uma incorporação cada vez maior destes materiais nos automóveis.

Este tema apresenta um grande potencial, pois visa encontrar soluções para um desenvolvimento sustentável, com preocupações ambientais, de modo a ser possível obter soluções biodegradáveis para os painéis interiores dos automóveis.

Sendo o principal objetivo deste trabalho a criação de um biocompó-sito capaz de poder substituir os atuais painéis interiores dos automó-veis, o trabalho centrou-se na obtenção desse biocompósito, tendo em conta a redução de custos das matérias-primas e a manutenção dos processos de fabrico dos atuais painéis. Assim, foram estudadas mecâ-nica e morfologicamente as misturas de PLA e PHA de modo a poder definir a melhor matriz para a aplicação em estudo.Seguidamente foi estudada a incorporação de fibras de celulose para se afinar as proprie-dades necessárias.

Ao longo deste relatório, é possível encontrar uma descrição das vá-rias tarefas realizadas no desenvolvimento deste projeto. O trabalho desenvolvido iniciou-se com uma análise aprofundada na literatura acerca de materiais biocompósitos. Em seguida, apresenta-se o traba-lho experimental realizado. A escolha da matriz e dos parâmetros de processamento, seguido do estudo da incorporação de fibras. Tendo o compósito definido terminou-se o trabalho com a produção de uma peça para demonstrar a potencialidade destes materiais.

Em termos conclusivos verifica-se que a matriz composta por 70% PLA e 30% PHA (fração mássica) apresenta as melhores propriedades para a aplicação em estudo. A incorporação de 20% de fibra nesta matriz melhora o comportamento térmico do material, provando assim que é possível substituir os polímeros de origem petrolífera por estes bio-compósitos sem comprometer o comportamento mecânico dos pai-néis interiores de porta.

NomeAbel José Assunção Duarte

área científicaQuímica

OrientadorJoaquim Esteves da Silva (UP)

Instituição de EnsinoUniversidade do Porto

Data da ProvaFevereiro 2013

SENSORES LUMINEScENTES PARA ESPécIES REATIvAS DE OxIGéNIO E AZOTO

As espécies reativas de oxigénio e azoto são moléculas, iões ou radi-cais responsáveis pelo regulamento dos processos biológicos e desen-volvimento de muitas patologias; em última análise provocam o enve-lhecimento e a morte dos seres vivos. Dispor de ferramentas analíticas que permitam detetar e quantificar é de importância fundamental para o progresso de inúmeras áreas relacionadas com a química nos sistemas biológicos. O objetivo do trabalho foi desenvolver sistemas sensores para estas espécies reativas, desde o sensor químico até à parte instrumental.

Desenvolveu-se um sistema sensor para peróxido de hidrogénio com base em luminol, o qual foi imobilizado em nanoestruturas de sílica sintetizadas por um processo de Sol-Gel e detetada a quimiolumines-cência por sondas de fibra ótica remotas.

Sintetizou-se, ainda, com êxito, um novo sensor seletivo para o óxido nítrico – a fluoresceinamina reduzida. O sistema sensor químico/equi-pamento é simples e bastante económico, uma vez que se usou LEDs como fonte de radiação e fibras óticas para conduzir a radiação.

Otimizaram-se vários processos de síntese de nanopartículas semi-condutoras cristalinas bimetálicas (quantum dots), nomeadamente de cádmio/telúrio e cádmio/selénio. Experimentaram-se várias estra-tégias de síntese com novos estabilizadores, diferentes técnicas de recobrimento e, finalmente, funcionalização. Os quantum dots sinteti-zados apresentam um elevado rendimento quântico, logo, excelentes candidatos para sensores fluorescentes para as espécies reativas de oxigénio e azoto.

Descobriu-se, ainda, que a lactose modificada é fluorescente e res-ponde seletivamente à presença do ião hipoclorito por extinção da fluorescência.

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31PROVAS DE DOUTORAMENTO

NomeAntónio Constantino Lopes Martins

área científicaCiências da Engenharia e Tecnologias

OrientadorEurico Carrapatoso (UP)Luiz Faria (ISEP)

Instituição de EnsinoUniversidade do Porto (ao abrigo do Programa MIT-Portugal)

Data da ProvaJunho 2013

SISTEMAS hIPERMéDIA ADAPTATIvA PARA SUPORTE DE AMbIENTES DE APRENDIZAGEM cONSTRUTIvISTAS

O objetivo deste trabalho foi o de implementar um sistema híbrido inovador (PCMAT - Plataforma de Aprendizagem Colaborativa da Ma-temática), que permitisse relacionar a representação do conhecimento, preferências de aprendizagem e estilos de aprendizagem do aluno com um Modelo Pedagógico (MP) dinâmico e regras de adaptação que usam objetos de aprendizagem compatíveis com a norma IEEE LOM, para me-lhorar a aprendizagem da matemática nas escolas de ensino básico.

A plataforma de aprendizagem implementada é baseada numa aborda-gem construtivista, acedendo ao conhecimento do aluno para mostrar conteúdos e atividades adaptadas às caraterísticas e estilos de aprendi-zagem do aluno. O comportamento inteligente da plataforma depende da existência de uma descrição do aluno - o Modelo do Aluno (MA).

O principal resultado alcançado foi a definição e validação de uma nova estratégia de adaptação e arquitetura para a implementação de um Sistema de Hipermédia Adaptativa (SHA) educacional para melho-rar a aprendizagem da matemática nas escolas de ensino básico, ao nível do segundo ciclo em Portugal.

A materialização dos modelos desenvolvidos e a sua respetiva integra-ção permitiram dotar o PCMAT das seguintes funcionalidades:

1. Mostrar conteúdos, atividades e definir a estrutura das hiper-ligações adaptados ao conhecimento e preferência de apren-dizagem do aluno;

2. Ajustar conteúdos e atividades ao conhecimento e às prefe-rências de aprendizagem do aluno.

A primeira versão da ferramenta já foi implementada, testada e ava-liada em duas escolas de ensino básico, ao nível do segundo ciclo. Os resultados permitiram concluir que as estratégias de adaptação e arquitetura definidas neste protótipo permitem apoiar e melhorar o desempenho dos alunos em matemática no ensino básico, ao nível do segundo ciclo.

Este projeto mostra como as técnicas de área dos SHA podem melhorar os sistemas de e-learning no ensino básico, ao nível do segundo ciclo.

NomeAntónio Carlos Reis Galiza Carneiro

área científicaGeotecnia de Maciços Rochosos

OrientadorFernando Rocha (UA)Hélder Chaminé (ISEP)

Instituição de EnsinoUniversidade de Aveiro

Data da ProvaJulho 2013

qUALIDADE E OTIMIZAçãO DO DESMONTE DE MAcIçOS ROchOSOS EM GEOTEcNIA MINEIRA

A perfuração é uma das operações envolvidas no desmonte de rocha com explosivos. A forma como esta operação é executada é determi-nante para o sucesso do desmonte. Quando é realizada corretamente o desmonte produz superfícies limpas com o mínimo de sobrescavação e perturbação. A seleção das ferramentas de perfuração é um dos fato-res preponderantes para os custos do desmonte de maciços rochosos. O objetivo deste trabalho é demonstrar a interdependência entre os parâmetros petrofísicos, geotécnicos e geomecânicos do maciço ro-choso e as tecnologias de perfuração de forma a otimizar tanto técnica como economicamente. A forma como a perfuração é executada é de-terminante para a boa fragmentação do maciço rochoso. Este estudo irá centrar-se na perfurabilidade do maciço, linearidade dos furos, ren-dimento e desgaste das ferramentas de perfuração e desenvolvimento de metodologias do ciclo de perfuração.

Neste trabalho, discute-se a importância de uma abordagem integrati-va para fins de geoengenhara mineira em que foi aplicada a técnica de amostragem linear em superfícies expostas do maciço num ambiente de uma exploração granítica. As áreas selecionadas para este estudo — Pedreira de Serdedelo (Ribeira, Ponte de Lima) e pedreira do Fojo (Ferreira, Paredes de Coura), NW de Portugal — estão situadas nas pro-ximidades de falhas geológicas regionais. Em todo os casos de estudo foram desenvolvidos numa plataforma SIG usando as seguintes ferra-mentas: cartografia geoaplicada, técnicas de geologia estrutural, da ge-otecnia e da geomecânica mineiras e avaliação de geotecnologias. Esta abordagem leva-nos a compreender a relevância da heterogeneidade do maciço rochoso para o dimensionamento da exploração a diferen-tes escalas. O controlo geomecânico do desmonte do maciço rochoso através de uma perfuração alinhada é salientado com o intuito de uma abordagem de geoengenharia integrada nos maciços rochosos.

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