2015-05-22 curso isep aula5 patrim+¦nio

70
HISTÓRIA DA CIDADE E DA EDIFICAÇÃO URBANA PROGRAMA DAS AULAS aula (7 de Maio) – A cidade na Antiguidade Clássica aula (8 de Maio) – A cidade Medieval aula (14 de Maio) – A cidade Pré-industrial aula (21 de Maio) – A cidade Contemporânea aula (22 de Maio) – Cidade e Património Cultural *** Teste (28 de Maio / 18,10h-20h)

Upload: lumico

Post on 22-Sep-2015

220 views

Category:

Documents


3 download

DESCRIPTION

Patrimonio

TRANSCRIPT

  • HISTRIA DA CIDADE E DA EDIFICAO URBANA

    PROGRAMA DAS AULAS

    1 aula (7 de Maio) A cidade na Antiguidade Clssica2 aula (8 de Maio) A cidade Medieval3 aula (14 de Maio) A cidade Pr-industrial4 aula (21 de Maio) A cidade Contempornea5 aula (22 de Maio) Cidade e Patrimnio Cultural

    ***Teste (28 de Maio / 18,10h-20h)

  • CRONOLOGIA BSICA

    Cidade da Antiguidade Clssica C. Pr-industrial C. Contemporneaou Moderna

    C. Medieval C. Industrial

    Sc. V (AC) Sc. V Sc. XV Sc. XVIII Sc. XX

    Incio da era crist 476 queda de Roma 1453 queda de Constantinopla c. 1750 rev. industrial

  • PATRIMNIO

  • Patrimnio

    Do latim patrimonium, bem herdado e transmitido, de acordo com a lei, dos pais e das mes para os filhos (Littr).

    Por extenso, este termo foi usado para designar os bens da Igreja, os bens da coroa e depois, no Sc. XVIII, os bens de significado e valor nacionais de uma lado, universais por outro (patrimnio cientfico, patrimnio vegetal e zoolgico).

    Hoje, sob a dupla presso do historicismo crescente e sobretudo da tomada de conscincia dos perigos e ameaas geradas pela industrializao, a urbanizao e os prejuzos que lhes esto associados, este termo acabou por designar a totalidade dos bens herdados do passado (do mais longnquo ao mais prximo):

    -seja de ndole cultural (do quadro ou do livro paisagem organizada pelo homem);

    -seja de ordem natural (recursos, stios ou monumentos naturais).

    PATRIMNIO

  • Patrimnio

    Patrimnio arquitectnico / arqueolgico

    Runa

    Monumento

    Conjunto Histrico ou tradicional

    Centro Histrico

    Reconstituio

    Renovao

    Restauro

    Reabilitao

    Conservao integrada

    TERMOS E CONCEITOS

  • Uma evoluo constante desde o fim do Sc. XIX, fez atribuir um valor histrico, esttico, nacional, comparvel ao dos monumentos ditos histricos, a uma srie de artefactos que no se prestam bem designao de monumentos e que se prefere classificar como patrimnio arquitectnico, urbano ou rural. o caso, em particular, da envolvente dos monumentos, mas sobretudo do tecido urbano dito menor que constitui o essencial do edificado das cidades antigas e cujo pleno reconhecimento culmina sucessivas etapas, durante as quais o interesse veio a focalizar-se:

    - sobre o seu valor esttico reconhecido primeiramente pelos escritores anglo-saxnicos;- sobre o seu valor para a histria e para a histria da arte, primeiros a sublinhar antes da segunda guerra mundial;- sobre o seu valor social, reconhecido inicialmente em Itlia (experincia de Bolonha).

    Actualmente so considerados como bens patrimoniais no somente quarteires e bairros, mas aldeias e cidades inteiras ou mesmo conjuntos de cidades.

    PATRIMNIO ARQUITETNICO

  • Runa

    Destroos ou restos, imprprios para uso, dum edifcio, dum conjunto ou duma cidade.

    Objecto da arqueologia, as runas tm, desde o Sc. XV, desempenhado um papel essencial no conhecimento das cidades e da arquitectura da Antiguidade primeiramente, depois progressivamente de todas as pocas e culturas.

    Conhecidas e popularizadas pela obra de pintores, gravadores e arquitectos que as reproduziram incessantemente desde o Renascimento at poca de Piranese, as runas da Antiguidade novas ou trazidas tornaram-se, na Europa do Sc. XVIII, parte integrante do jardim paisagstico. O Romantismo consagrou de seguida o valor esttico (pitoresco) das runas a cujo acervo foram acrescentadas as da Idade Mdia.

    Hoje, as runas, antigas ou medievais, colocam uma srie de problemas:

    - conservao, a da manuteno da sua integridade face poluio e ao turismo (cf. Acrpole de Atenas);

    -ao urbanismo, o da sua integrao no quadro da vida contempornea onde so susceptveis de depreencher trs funes: didctica, esttica, psicolgica ou poltica; mas em que a sua manuteno pode ser conflituosa.

    RUNA

    Runas do Templo de Saturno e do Arco de

    Septimius Severus (escavado e restaurado

    em 1803)

  • Do latim monumentum (derivado de monere: advertir, lembrar): etimologicamente e originalmente, todo o artefacto (inscrio, estela, escultura, edifcio) que utilizado por uma comunidade (da famlia nao) para relembrar ou comemorar pessoas, acontecimentos ou comportamentos (ritos). Enquanto tal, o monumento fez tradicionalmente parte da vida de todas as sociedades de que ele contribui ou contribuiu para conservar a identidade.

    MONUMENTO

  • Quatremre de Quincy nota que aplicado s obras de arquitectura, esta palavra designa um edifcio, seja construdo para eternizar a lembrana de coisas memorveis, seja concebido, levantado ou disposto, de maneira a tornar-se um agente de embelezamento e de magnificncia das cidades. Prossegue indicando que sob este segundo aspecto, a ideia de monumento, mais relacionada com o efeito produzido do que com o seu objecto ou o seu destino, pode convir e aplicar-se a todo o tipo de edifcios. (Dicionrio da Arquitectura).

    De facto, desde a criao da profisso de arquitectona Renascena e medida que se confirmava o seu estatuto, o termo monumento passou a designar de preferncia um edifcio, caracterizado pela sua massa, pela dignidade da sua funo, pela sua magnificncia ou pela sua qualidade arquitectnica, independentemente das recordaes que possa transportar. Nesta acepo, o monumento, contrapondo-se ao tecido urbano menor, desempenhou um papel semntico e esttico essencial na organizao concertada das cidades ocidentais, do Renascimento ao fim do sc. XIX.

    MONUMENTO

    Roma Piazza del Popolo

  • Agrupamento que se manteve coerente e significativo, de construes antigas em meio urbano ou rural.

    Este conceito, de conjunto histrico, imps-se a partir do momento em que o monumento histrico deixou de ser dissociado do seu contexto e em que tecido urbano menor e arquitectura vernacular passaram a ser considerados como bens patrimoniais. Esta noo passou a ser entendida de forma solidria com o conceito de conservao integrada.

    CONJUNTO HISTRICO

    Porto - Muro dos Bacalhoeiros

  • Poder ser aplicada a entidades espaciais muito diversas, desde o quarteiro cidade inteira, passando por reas mais ou menos extensas, como um sector da cidade, um bairro, uma aldeia, etc.

    Este conceito foi formulado pela primeira vez na Conferncia de Atenas, de 1931. Um dos participantes, G. Nicodemi, preconizou que ...em cada cidade, em cada lugar habitado onde ainda fr possvel, se delimite a rea duma certa parte que deveria ser conservada, tanto quanto possvel sem modificao

    Paris medieval, sc. XIII Porto, sc. XIV

    CONJUNTO HISTRICO

  • PORTO PERFIL URBANO

  • CENTRO HISTRICO Ncleo original de uma cidade antiga com carcter evolutivo.

    Esta noo recente ambgua e de manejamento delicado. Pode com efeito abarcar realidades muito diversas de acordo com o uso que dela se faa, com o facto de se tratar de uma entidade legal e administrativa, ou de acordo com as caractersticas e a histria das prprias cidades a que dizem respeito. Em certos casos, o centro histrico de uma cidade pode ser reduzido a alguns monumentos simblicos; noutros casos, pode coincidir com a quase totalidade da aglomerao.

    A sua delimitao espacial fcil no caso de pequenas cidades que pouco evoluiram ou cujo desenvolvimento moderno perifrico, em casos de cidades rodeadas por muros ou stios naturais, ou ainda no caso de cidades construdas como uma pea. Pelo contrrio esta difcil no caso de grandes cidades pertencendo a perodos histricos mltiplos, e em que os bairros do Sc. XIX podem ser legitimamente considerados como histricos.

    Os centros histricos so muitas vezes reconhecidos pela sua estrutura de vias e pelo seu cadastro que colocam ao urbanismo actual problemas de circulao e de higiene. Esto no centro preciso das problemticas do patrimnio arquitectnico e da conservao integrada.

  • RECONSTITUIO, CONCEITO

    Reconstruo sobre a base de documentos escritos e/ou iconogrficos de um edifcio ou de um conjunto de edifcios desaparecido ou muito danificado. Este procedimento teve grande aceitao junto da arqueologia clssica no Sc. XIX e at meados do Sc. XX.

    A reconstituio foi formalmente condenada com base em argumentos cientficos e estticos, aquando da primeira conferncia internacional sobre a conservao de monumentos (Atenas, 1931).

    Pelo contrrio, as destruies macias da segunda guerra mundial suscitaram reconstituies de valor simblico, ligadas ao sentimento nacional. O exemplo mais clebre o do centro histrico de Varsvia.

  • Demolio, tendo em vista construo nova, dum sector urbano ocupado por alojamentos, actividades ou com carcter misto.

    A renovao urbana uma operao de conjunto que diz respeito totalidade, ou ao essencial, do edificado de um sector.

    Pode ser motivada:

    - pela m qualidade dos edifcios

    - pela sua inadaptao a novas utilizaes

    - pela sua insuficiente ocupao do solo (...) ou inadaptao circulao automvel;(...)

    RENOVAO URBANA

    Paris, 1888 Les grands travaux sur la rive gauche

  • Telle est l'emprise propose par le "Plan Voisin"de Paris. Tels sont les quarters qu'on a projetde dtruire, tels sont ceux qu'on a projetd'difier leur place (Le Corbusier, Oeuvrescompltes, 1914-1929, Zurich, Girsberger, p.110).

    RENOVAO URBANA

  • PORTO ABERTURA DE MOUZINHO DA SILVEIRA (1882)

    http://lh3.ggpht.com/_FkKgTDI7ngU/TGrHXfgzl2I/AAAAAAAAHy8/05cLKBcaVOs/s1600-h/barros25%5B4%5D.jpg

  • Plano de renovao urbana da Ribeira Barredo 1954

    RENOVAO URBANA II

  • A renovao urbana uma operao pesada que necessita de uma interveno macia dos poderes pblicos:

    no plano institucional, para colocar no terreno um organismo executor que adquirir os edifcios, os demolir, realojar os ocupantes, estabelecer o plano da operao, urbanizar os terrenos e ced-los- a construtores;

    no plano jurdico, para permitir a expropriao;

    no plano financeiro, mais frequentemente no princpio da operao, devido ao custo das infra-estruturas a realizar e ao perodo de carncia inevitvel entre as aquisies e as primeiras cesses.

    RENOVAO URBANA

  • A renovao urbana alvo de crtica:

    no plano social, por romper as relaes de bairro para os habitantes realojados e dispersados (e por vezes nem mesmo isto) e de favorecer a formao de bairros ricos ou de centros de escritrios de luxo;

    no plano econmico, por permitir, custa de apoios pblicos importantes, benefcios considerveis para os operadores que intervm no fim do processo;

    no plano da morfologia urbana, por os bairros renovados contrastarem brutalmente com as caractersticas do tecido urbano anterior e dos bairros vizinhos.

    RENOVAO URBANA

  • RESTAURO

    Operao que consiste em repor, atravs de tcnicas apropriadas, a integridade de todas as partes que a perderam, de uma obra de arte e, em particular, dum edifcio ou de um conjunto de edifcios.

    O conceito de restauro solidrio, do ponto de vista histrico e lgico, dos de monumento histrico, de arte, de histria e de arqueologia. Contudo, tal como aquelas noes, ele apareceu efectivamente a partir do Sc. XV. O restauro visava ento exclusivamente os monumentos da Antiguidade, em primeiro lugar e sobretudo as esculturas, depois certos edifcios.

    Em Roma, Sisto IV mandou restaurar o templo de Vesta e um sculo mais tarde, em 1588, Sixto V encarregou Fontana de refazer a base e o topo das colunas de Trajano e Antonino. No que se refere s construes de outras pocas, cuja estado reclamava uma interveno, elas foram ento submetidas, sem apelo, ao gosto da poca e do arquitecto responsvel.

    A partir do Sc. XVIII, por um lado os progressos da arqueologia impem o ideal duma conservao cientfica, por outro a generalizao da noo de monumento histrico, faz crescer em consequncia o mbito do restauro e, em particular, alargado a toda a arquitectura medieval.

  • RESTAURO Foi na Inglaterra, a propsito das catedrais gticas, que a problemtica do restauro surgiu pela primeira vez, em toda a sua amplitude, atravs do confronto que ope arquitectos e antiqurios, intervencionistas e no-intervencionistas, partidrios do restabelecimento da pureza original dos edifcios e partidrios do statu quo.

    Em Frana, Quatremre de Quincy no seu Dictionnaire darchitecture(1788-1825) oferece um notvel artigo sobre o Restauro de que sublinha os excessos e os perigos: foi sem dvida o primeiro a exigir que

    o espectador possa distinguir entre o que antigo e o que novo.

    Carcassonne

  • RESTAURO, VIOLLET-LE-DUC A segunda metade do Sc. XIX viu constituir-se o restauro como disciplina de que E. Viollet-le-Duc foi o representante mais ilustre. Historicista, defendendo o valor didctico dos monumentos mais do que o seu valor de antiguidade, ele preconizava um restauro completo e slido, no hesitando em recorrer reconstituio (Carcassonne). Ficamos a dever-lhe dois princpios, hoje ainda considerados como essenciais:

    -necessidade de fazer preceder qualquer restauro de estudos histricos e arqueolgicos in situ

    -utilizar as tcnicas e os materiais de origem na conduo dos trabalhos.

  • Restauro 3 J. Ruskin

    Pelo contrrio, para J. Ruskin, o restauro a pior forma de destruio (em As sete lmpadas da arquitectura, 1849): contrrio ao respeito devido ao trabalho humano e s obras sagradas do passado, nas quais inadmissvel tocar, salvo para a sua manuteno, e que no pode seno falsificar.

    Se as teorias de Ruskin serviram para temperar os excessos dum restauro militante, aplicado letra, elas conduzem runa e desintegrao futura do patrimnio construdo, sob a acocorrosiva do tempo.

    A sntese das duas posies extremas, de Viollet-le-Duc e Ruskin, foi realizada pelo italiano Camilo Boito. Em 1893, ele propunha uma carta do restauro baseada em oito pontos, cujas marcas esto patentes nas recomendaes da Conferncia de Atenas (1931) e na Carta de Veneza (1966). em parte sobre a doutrina de Boito que repousam os princpios, hoje prevalecentes nos meios profissionais, em matria de restauro. Dizem respeito no s aos monumentos isolados mas tambm aos conjuntos e apresentam em consequncia uma grande importncia para o urbanismo.

    RESTAURO

  • Destaca-se em particular:

    a reduo ao mnimo do restauro propriamente dito, em favor de reparaes e consolidaes.

    o respeito pelas camadas e acrescentos do passado, sem excluso de qualquer poca. J no se pretende a reconstituio duma pureza original que muito frequentemente nunca existiu, nem nos edifcios em si, nem nos conjuntos. O restauro passou a ser conservativo.

    o estudo arqueolgico anterior a qualquer interveno, completado pelo levantamento fotogrfico do objecto a restaurar e, em seguida, de todas as operaes aos quais foi submetido.

    o destacar, pela natureza dos materiais, cor e textura, eventualmente com inscries e smbolos grficos, de todos os elementos novos acrescentados. O restauro no deve pretender enganar, simulando o autntico, deve ser visvel e assumido. Admite-se hoje que no possvel um restauro fiel, ele sempre datado;

    a utilizao de tcnicas modernas exclusivamente para a consolidao das partes no visveis.

    RESTAURO

  • Restauro 3 J. RuskinRESTAUROPAO DOS DUQES DE BRAGANA, GUIMARES

  • O Pao dos Duques beneficiou de obras de reconstruo entre 1937 e 1959. () Estas obras de beneficiao foram pautadas por vicissitudes vrias, devido sobretudo sua conturbada histria, escassa documentao existente e ao contexto histrico particular em que esta recuperao se desenrolou.As obras de reconstruo do Pao dos Duques de Bragana efetuadas pela Direo-Geral dos Edifcios e Monumentos Nacionais (DGEMN), com projeto da autoria de Rogrio de Azevedo, tiveram por base uma atenta observao comparativa de paos senhoriais franceses e, ao que se cr, catales. O Arquiteto Rogrio de Azevedo em colaborao com Arquiteto Baltazar Castro, o responsvel pela intencionalidade artstica e historiogrfica da interveno, tendo sido o seu trabalho uma referncia onde, os arquitetos que se seguiram na direo da obra, se inspiraram.

    A inteno de restauro foi desde logo criticada. Primeiro por Marques da Silva, no Jornal Noticias de Guimares, de 6 de maio de 1934: "completar o que se no conhece, inventando, atentar contra a arte, contra a verdade histrica", (conservao das runas) "to interessantes como sugestivas, impregnadas de toda a ao do passado e que mais ferem a nossa sensibilidade o que se faz nos pases cultos do mundo. Desnatur-las para ficarem muito compostas e completas, fazendo-se novo onde nada existia ou existia diferentemente um crime. E sem dvida, para se conseguir a adaptao do Pao dos Duques, ter-se-ia de construir mais de novo do que existe de antigo".Mais tarde, em 1942, conhecendo j o projeto e os trabalhos que ento se desenvolviam no Pao, Alfredo Pimenta comentou no Correio do Minho: "reconstituio dos Paos dos Duques mero problema de desafiar a crtica. A qualquer soluo que se lhe d, em face da penria absoluta de documentos puramente conjetural: no sairemos nunca do mundo das reconstituies integrais".

    http://pduques.culturanorte.pt/pt-PT/Paco_Duques/pdhist/restauro/ContentDetail.aspx

    RESTAUROPAO DOS DUQES DE BRAGANA, GUIMARES

  • Restauro 3 J. RuskinRESTAURO

    PAO DOS DUQES DE BRAGANA, GUIMARES

  • No sentido original, aco de restabelecer algum dos seus direitos. Este termo da jurisprudncia designa, em sentido figurado, a aco de recuperar a estima ou a considerao. Foi assim que, por metonmia, passou a designar os procedimentos com vista valorizao dum patrimnio arquitectnico e urbano, durante muito tempo abandonado mas posteriormente reconsiderado na sua valia econmica, prtica e/ou esttica: tecido e arquitectura menores destinados a habitao, conjuntos e edifcios industriais (fbricas, estaleiros, bairros operrios...).

    Trata-se pois de um conjunto de trabalhos tendo em vista transformar um local, um edifcio ou um bairro dando-lhes caractersticas que os tornam adequados para alojamento em condies satisfatrias de conforto e de habitabilidade, ao mesmo tempo que assegura de maneira durvel a manuteno em bom estado da obra e conserva as caractersticas arquitectnicas mais importantes dos edifcios.

    Menos dispendiosa que o restauro, a reabilitao depois de aquisio geralmente menos custosa (ainda que se tenha pretendido o contrrio) do que a demolio-reconstruo, impropriamente chamada renovao. Contudo a reabilitao pressupe trabalhos delicados que desencorajam muitas vezes os organismos pblicos de construo. As dificuldades de ordem humana (realojamento ou por vezes manuteno no local dos residentes durante os trabalhos) somam-se aos problemas de ordem tcnica e financeira.

    REABILITAO URBANA

  • PORTO (SC. XIX)

  • Consiste em tratar (conservar, restaurar, reabilitar) as construes e conjuntos antigos para os tornar utilizveis pela sociedade moderna e para os integrar nos planos de ordenamento urbanos e rurais, desde o escalo do quarteiro ao do territrio.

    A ideia da integrao do patrimnio na vida, e por consequncia no planeamento contemporneo, viu a luz do dia por ocasio da considerao, no patrimnio arquitectnico, dos conjuntos histricos, que colocavam problemas necessariamente mais complexos que os monumentos isolados e dificilmente podiam dar lugar a uma conservao museogrfica.

    No quadro da Conferncia de Atenas sobre a conservao dos monumentos histricos (1931), G. Nicodemi foi um dos primeiros a formular os objectivosda conservao integrada (No se trata de colocar os monumentos fora da vida... necessrio saber compreend-los e dar-lhes sempre um lugar vivo numa cidade viva) que a Itlia, em particular por mrito de G. Giovannonni, foi o primeiro pas europeu a prever na legislao do patrimnio (lei de 1939, depois lei de 1942, completada pela lei de 6 de Agosto de 1967).

    CONSERVAO INTEGRADA

  • No momento em que, em reaco s renovaes brutais dos anos 1950-1960 e beneficiando da crise econmica, o valor cultural e econmico do patrimnio arquitectnico antigo ou tradicional se imps, contra os a priorifinanceiros, tcnicos e estticos, a conservao integrada tornou-se, na Europa, uma dimenso essencial do urbanismo.

    A conservao integrada exige meios jurdicos, administrativos, financeiros e tcnicos especficos.

    Os imperativos, frequentemente contraditrios, da conservao e do ordenamento exigem estudos multidimensionais aprofundados dando origem a novas prticas: modernizao e reabilitao, reanimao dos edifcios por novos usos, por um lado; integrao numa dupla perspectiva funcional e esttica dos traados virios (da rua auto-estrada) e de grandes equipamentos (centrais trmicas ou de gs, depsitos de gua) fora de escala, investigao de arquitectura e de mobilirio urbano, por outro lado.

    CONSERVAO INTEGRADA

  • LISTA DO PATRIMNIO MUNDIAL

  • LISTA DO PATRIMNIO MUNDIALHistoric Centre of Oporto (1986)Justification for Inscription

    The Committee decided to inscribe the nominated property on the basis of cultural criterion

    (iv) considering that the site is of outstanding universal value as the urban fabric and its

    many historic buildings bear remarkable testimony to the development over the past

    thousand years of a European city that looks outward to the west for its cultural and

    commercial links.

    http://whc.unesco.org/en/list/755

  • LISTA DO PATRIMNIO MUNDIALDesigna-se por Cidade-Quartel Fronteiria de Elvas e as suas Fortificaes, o conjunto histrico-cultural classificado como Patrimnio Mundial da UNESCO em 2012, localizado na cidade de Elvas, em Portugal. O stio classificado foi fortificado de forma extensiva entre os sculos XVII e XIX, e representa o maior sistema de fortificaes abaluartadas do mundo. No interior das muralhas, a cidade inclui grandes casernas e outras construes militares bem como igrejas e mosteiros. Enquanto Elvas conserva vestgios que remontam ao sculo X, as suas fortificaes datam da poca da restaurao da independncia de Portugal em 1640. Vrias das fortificaes, desenhadas pelo padre jesuta neerlands Joo Piscsio, representam o mais bem conservado exemplo de fortificaes do mundo com origem na escola militar holandesa.

    http://whc.unesco.org/fr/list/1367/

  • PATRIMNIO E TURISMO

    turismo de massas

    turismo cultural

    - alojamento barato- sobreocupao- densificao

    especulao---esgotamento

    (life cycle)

    - alojamento personalizado- qualidade arquit. / espacial- conservao da forma

    valorizao---competitividade

  • LEI DO PATRIMNIO

  • LEI DO PATRIMNIO

  • DECRETO-LEI 309/2009, DE 23 DE OUTUBRO

  • DECRETO-LEI 309/2009, DE 23 DE OUTUBRO

  • Portaria n. 714/2012, classificao do conjunto arquitetnico de lvares Cabral

    DECRETO-LEI 309/2009, DE 23 DE OUTUBRO

  • DECRETO-LEI 140/2009, DE 15 DE JUNHO

  • BI

    B

    L

    I

    O

    G

    R

    A

    F

    I

    A

    A

    C

    O

    N

    S

    U

    L

    T

    A

    R

  • INTERVALO

  • PORTO - A CIDADE MODERNA

  • PORTO (PLANTA REDONDA, 1813)

  • PORTO (PLANTA REDONDA, 1813)

  • PORTO FRENTE RIBEIRINHA

    Jlio Capela - http://pintaroporto.blogspot.pt/

  • CASAS DO PORTO (SCS. XVII, XVIII, XIX)

  • PORTO (MURALHA DEMOLIDA NO SC. XIX)

  • PORTO (PROJ. ABERTURA DA RUA NOVA DA ALFNDEGA, SC. XIX)

  • PORTO (MIRAGAIA)

  • PORTO DOS ALMADAS (PLANTA REDONDA, 1813)

  • PORTO DOS ALMADAS (SC. XVIII)

    As realizaes do final do sculo XVII e incio do sculo XIX. fonte SRU Porto Vivo

    Rua do Almada

  • PORTO DOS ALMADAS (SC. XVIII-XIX)

  • PLANTA DO PORTO (PERRY VIDAL, 1865)

  • PORTO CARTA TOPOGRFICA DE 1892

    Limite do atual quarteiro de D. Joo I

  • PORTO ABERTURA DA PRAA DE D.JOO I

    Proposta inicial de colocao de esculturas de D. Joo I e de D. Filipa de Lencastre nos dois

    pedestais criados na praa de D. Joo I, aquando da construo do edifcio Atlntico e da rea

    envolvente. Estas esttuas nunca chegaram a ser instaladas, segundo o arquiteto Vasco Morais

    Soares, por interferncia direta de Salazar. No se sabe se por D. Joo I ser tido como um rei

    "revolucionrio" ou pela influncia da esttica do Palazzo della Civilt Italiana, no bairro da EUR,

    de Mussolini o facto que os pedestais ficaram vazios durante muitos anos, at colocao de

    "Os Corcis", esttuas em bronze da autoria de Joo Fragoso, em 1957.

    In http://kostadealhabaite.blogspot.pt/2012/10/historias-do-porto-desconhecido-e.html

  • PORTO DESENVOLVIMENTO URBANO (FINAIS SC. XIX)

    http://lh3.ggpht.com/_FkKgTDI7ngU/TGrHXfgzl2I/AAAAAAAAHy8/05cLKBcaVOs/s1600-h/barros25%5B4%5D.jpg

  • PATRIMNIO - FORUM DE AEMINIUM

  • PATRIMNIO - FORUM DE AEMINIUM

  • http://www.uc.pt/fluc/eclassicos/publicacoes/ficheiros/humanitas07-08/05_Oleiro.pdf

    PATRIMNIO - FORUM DE AEMINIUM

    O Forum de Aeminium, a busca do desenho original

    Museu Nacional de Machado de Castro - Coimbra

  • PATRIMNIO - FORUM DE AEMINIUM

  • PATRIMNIO E TURISMO

    cidade histrica

    cidade histrica-turstica

  • ARUs ESTRATGIA OPERACIONAL, 2014

  • PATRIMNIO

    A importncia de um levantamento preciso

  • PATRIMNIO

    Planta do piso de rs-do-cho

    http://www.minimalinea.pt/pt/projectos/

  • PATRIMNIO

    Corte

  • PATRIMNIO

    Pormenores de clarabia e caixilharia