ir_ao_mar nº9 - dezembro de 2014

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Ir_ao_mar Fotos: José Macedo Libério Santos, do Clube Naval da Horta: primeiro atleta dos Açores a realizar Horta-Madalena-Horta Sprint na Classe Access A partir de hoje, os atletas açorianos da Classe Access (Vela para pessoas com mobilidade reduzida) podem ins- crever-se para bater recordes no que respeita a esta Classe. O pontapé de saída foi dado na manhã do dia 17, pe- lo velejador do CNH, Libério Santos, que fez Horta-Madalena-Horta Sprint em 2 horas, 34 minutos e 21 se- gundos. Nº9—Dezembro de 2014 Intensificação da acvidade desporva náuca do Clube Naval da Horta e esforço reorganizavo mar- caram o mandato que está prestes a terminar José Decq Mota - Presidente do CNH

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Revista mensal sobre a atividade do Clube Naval da Horta

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Page 1: Ir_ao_mar nº9 - Dezembro de 2014

Ir_ao_mar

Fotos: José Macedo

Libério Santos, do Clube Naval da

Horta: primeiro atleta dos Açores a

realizar Horta-Madalena-Horta –

Sprint na Classe Access

A partir de hoje, os atletas açorianos

da Classe Access (Vela para pessoas

com mobilidade reduzida) podem ins-

crever-se para bater recordes no que

respeita a esta Classe. O pontapé de

saída foi dado na manhã do dia 17, pe-

lo velejador do CNH, Libério Santos,

que fez Horta-Madalena-Horta –

Sprint em 2 horas, 34 minutos e 21 se-

gundos.

Nº9—Dezembro de 2014

Intensificação da actividade desportiva náutica do

Clube Naval da Horta e esforço reorganizativo mar-

caram o mandato que está prestes a terminar

José Decq Mota - Presidente do CNH

Page 2: Ir_ao_mar nº9 - Dezembro de 2014

Assembleia Geral Eleitoral do CNH sem listas:

Jose Decq Mota, Jorge Macedo e Olga Marques

indigitados para a nova Direcça o e para reno-

var a equipa A continuação da Assembleia Geral

Eleitoral do Clube Naval da Horta

(CNH) será no dia 08 de Janeiro de

2015. Até lá, o Presidente da Direcção,

José Decq Mota, o Vice-Presidente,

Jorge Macedo, e a Vogal, Olga Mar-

ques, que foram, por votação unânime,

indigitados para integrar a nova Direc-

ção, têm a missão de encontrar pessoas

para renovar a equipa, que ficará com

a incumbência de gerir os destinos des-

ta instituição durante 2015 e 2016.

Entretanto o actual elenco directivo

mantém-se em funções até à conclusão

do processo eleitoral, previsto para 08

de Janeiro.

A sala só ficou completamente lotada já

depois da Assembleia Geral Eleitoral ter

começado

O silêncio ensurdecedor que se vinha

verificando nos últimos tempos, confir-

mou o que os mais atentos já sabiam:

não houve listas candidatas às Eleições

do Clube Naval da Horta (CNH). A Assem-

bleia Geral Eleitoral decorreu na noite

desta quinta-feira, dia 11, no Centro de

Formação de Desportistas Náuticos do

CNH e, apesar de a sala se encontrar

repleta de sócios (tendo alguns chegado

após a hora de início, 21 horas), não hou-

ve iniciativa no que toca a caras novas

para presidir aos destinos do Clube du-

rante o próximo mandato: anos de 2015

e 2016.

1º - Discussão e deliberação sobre o

Relatório Intercalar de Actividades;

2º- Eleição dos Corpos Gerentes para o

biénio 2014-2016;

3º - Outros assuntos de interesse para o

Clube, eram os pontos constantes da

Ordem de Trabalhos.

Assim sendo, e após a leitura da acta da

reunião anterior, pelo Presidente da As-

sembleia-Geral, Luís Carlos Decq Mota, e

votação da mesma, coube ao Presidente

da Direcção, José Decq Mota, a apresen-

tação do Relatório Intercalar de Activida-

des.

O Dirigente máximo do Clube Naval da

Horta evidenciou, em traços gerais, os

aspectos que marcaram de forma positi-

va ou negativa, este mandato, caracteri-

zado por uma “intensa actividade”:

- Intensificação geral da actividade des-

portiva do CNH;

- Reorganização, com processo em cur-

so, do funcionamento da Escola de Vela,

da Secção de Canoagem e da Secção de

Natação;

- Reforço das relações com outros Clu-

bes, designadamente do Continente,

Madeira e países estrangeiros.

Neste sentido, recorde-se que foi assina-

do este ano, no decorrer do Festival Náu-

tico da Semana do Mar, em Agosto, um

Protocolo de Cooperação com o Clube

Naval do Funchal e que futuramente vão

ser assinados outros, designadamente

com o Clube Naval de Cascais e de Ham-

burgo, atendendo a que muitos sócios

deste último Clube escolhem a Marina

da Horta como destino.

- Aprofundamento do trabalho de infor-

mação da actividade do Clube

(referência directa à criação do Gabinete

de Imprensa);

- Consolidação sólida do funcionamento

da Classe Access, introduzida no fim de

2011, pela Direcção anterior, no âmbito

do Programa “Faial Sem Limites – Vela

Para Todos”, realizado em parceria com

a Associação de Pais e Amigos dos Defi-

cientes da Ilha do Faial (APADIF);

- Revitalização da Atlantis Cup – Regata

da Autonomia quer em 2013 (25 anos),

quer em 2014;

- Reforço do envolvimento do Clube na

Comissão Náutica Municipal e na capta-

ção, apoio e co-organização de Regatas

Internacionais;

- Realização de 2 excelentes Festivais

Náuticos nas Semanas do Mar de 2013 e

2014;

- Manutenção de um padrão intenso na

utilização do património baleeiro classi-

ficado e recuperado, com um regular

funcionamento da Secção de Botes Ba-

leeiros do Faial e com um entendimento

construtivo com as entidades da Ilha do

Pico;

- Resolução temporária de alguns dos

problemas de espaço com que o Clube

se debate, mediante a utilização de um

amplo armazém da antiga fábrica do

peixe, cedido gratuitamente pela admi-

nistração da empresa proprietária.

A propósito, José Decq Mota salientou

que “é imprescindível encontrar uma

solução definitiva para esta questão, que

provisoriamente está a ser solucionada

graças à boa vontade da Cofaco Açores,

o que pode mudar a qualquer hora”.

Page 3: Ir_ao_mar nº9 - Dezembro de 2014

- Realização de uma gestão corrente

atenta, que visou utilizar da melhor for-

ma os meios existentes e potenciar as

capacidades do Clube;

- Manutenção do esforço do espírito de

voluntariado existente no Clube e recur-

so a colaborações especializadas na área

dos contactos anteriores e do marke-

ting.

A actual equipa elencou igualmente situ-

ações que, numa perspectiva não positi-

va, também marcaram este mandato:

- Inexistência, quase completa, de reno-

vação e actualização das frotas de Vela

Ligeira, de Canoagem e de barcos de

apoio, por inexistência de programas

públicos e associativos de apoio;

- Não evolução do processo de moderni-

zação e ampliação das instalações do

Clube Naval da Horta, muito embora

exista a informação de que o projecto,

da responsabilidade da Região Autóno-

ma dos Açores através da Portos dos

Açores S.A, está pronto;

- Não actualização dos Estatutos, o que

constitui cada vez mais uma matéria

urgente e necessária de concretizar.

Neste Relatório Intercalar é apontado

como “prioridade imediata a ponderação

de uma revisão acentuada do funciona-

mento interno, com a valorização e actu-

alização da falta salarial dos funcionários

e com a criação de práticas profissionais

que permitam ajudar a consolidar vários

importantes avanços conseguidos nos

últimos anos”.

António Costa (Tesoureiro); Luís Carlos

Decq Mota (Presidente da Assembleia-

Geral) e José Decq Mota (Presidente da

Direcção do CNH)

O Tesoureiro, António Costa, falou da

sua área (dinheiro), ressalvando que não

ia ser feita uma Apresentação das Con-

tas, uma vez que as mesmas ainda não

estavam fechadas, atendendo a que este

Relatório foi finalizado no fim de Novem-

bro último e que, “em qualquer empre-

sa, há sempre ajustes de contas durante

o mês de Dezembro”. Resumindo as di-

versas rubricas, a ideia fundamental é de

que o Clube Naval da Horta goza de saú-

de económica e financeira.

Dentro das diversas oportunidades que

foram dada aos sócios para manifesta-

rem a sua opinião, apresentarem dúvidas

e/ou sugestões, Fernando Menezes, anti-

go Presidente desta casa, fez questão de

felicitar a actual equipa, sublinhando

que, como sócio, “sempre” acompanhou

o Clube Naval da Horta, “uma instituição

cada vez mais importante na projecção

da Cidade da Horta e dos desportos náu-

ticos”. E realçou: “O CNH continua a ser

um marco importantíssimo nos despor-

tos náuticos dos Açores e a Direcção ac-

tual impulsionou e consolidou alguns”.

Este antigo Dirigente manifestou tam-

bém o seu apreço pelo facto de “as con-

tas estarem boas”, acrescentando que “o

saldo permite boas perspectivas”. E re-

matou: “É importante o equilíbrio entre

a actividade intensa e o saldo financeiro

bom”.

Passando ao segundo ponto da Ordem

de Trabalhos, e uma vez que à Mesa da

Assembleia não chegou qualquer lista

candidata para os Corpos Gerentes do

CNH para o mandato relativo a 2015-

2016, foram ponderadas várias situa-

ções: nomear uma Comissão que ficaria

encarregada de escolher uma lista; esco-

lher um sócio que, por sua vez, iria convi-

dar pessoas para integrar uma equipa

com quem iria trabalhar ou, saber se

alguém desta Direcção estava disponível

para continuar e os que estivessem fica-

riam com a missão de convidar outros

sócios para completar/renovar a lista,

formada por 11 elementos.

Após ter dito que “seria racional que esta

equipa fizesse mais um mandato” (o se-

gundo), “atendendo a que foram inicia-

dos processos que estão em curso e a

correr bem, mas não consolidados” e

que, “após consulta a todos os elemen-

tos a quase totalidade não se mostrou

disponível invocando razão várias”, José

Decq Mota sugeriu que uma hipótese

poderia passar por aproveitar as pessoas

disponíveis do actual elenco, renovando

a equipa com outras.

No seguimento desta opinião expressa

pelo actual Presidente, “sinónimo de

disponibilidade e vontade em continuar”,

Alzira Luís sugeriu que se seguisse esta

terceira via, que foi apoiada por unanimi-

dade. Assim sendo, José Decq Mota

(Presidente da Direcção), Jorge Macedo

(Vice-Presidente) e Olga Marques (Vogal)

– os resistentes de uma equipa de 11

Dirigentes – foram indigitados para com-

pletarem a lista que será apresentada na

Assembleia Geral, marcada para o dia 08

de Janeiro de 2015, com início pelas

20h30.

Tendo em conta que este processo não

se encontra concluído, o actual elenco

mantém-se em funções até lá.

No tempo destinado ao 3º ponto, José

Decq Mota referiu vários aspectos im-

portantes da vida do Clube. Entre outros,

encontra-se a exploração do Bar e a sua

reabertura pelo novo Concessionário,

João Martinho, prevista para o dia 19

deste mês e o Projecto dos velejadores

do Clube Rui Silveira (Classe Laser Stan-

dard), David Abecasis/Miguel Guimarães

(Classe Snipe) “que fazem um excelente

de divulgação do Clube, da ilha e da Regi-

ão”. Mesmo em fim de mandato, esta

Direcção não hesitou em acolher a pro-

posta de reactivação da Secção de Wind-

surf, tendo sido escolhida uma Comissão

Instaladora, composta por 4 elementos,

que se encontravam nesta Assembleia.

E aproveitando a deixa, Luís Carlos Decq

Mota lembrou que “o Clube Naval da

Horta foi pioneiro nesta modalidade nos

Açores”, tendo mesmo sido realizado um

Campeonato Nacional no Faial, no fim da

década de 80, numa altura em que presi-

dia aos destinos desta instituição. Por

isso, rematou: “É sempre bom renascer”.

Fotografias de: Cristina Silveira

Page 4: Ir_ao_mar nº9 - Dezembro de 2014

Jose Decq Mota faz o balanço a dois anos de

trabalho Embora o mandato do actual elenco

directivo do Clube Naval da Horta

(CNH) só termine no dia 08 de Janei-

ro de 2015, uma vez que não surgiram

listas na Assembleia Geral Eleitoral

realizada no dia 11 deste mês, o Presi-

dente da Direcção desta instituição,

José Decq Mota (que continuará a ser

Presidente no próximo mandato, com

vigência em 2015 e 2016), fez o balan-

ço a estes dois anos de trabalho: 2013

e 2014. Na base da sua aceitação da

indigitação para novo mandato, pela

Assembleia Geral de 11 do corrente,

está o facto de achar fundamental

consolidar processos em curso e con-

cretizar outros de grande importância

para um melhor funcionamento do

Clube e um cabal aproveitamento do

potencial existente.

Revisão dos Estatutos, revisão da gre-

lha salarial dos funcionários, reorga-

nização interna do Clube e mais ele-

mentos femininos nos Corpos Sociais,

são alguns dos focos da próxima Di-

recção do CNH, que espera que a no-

va sede seja uma realidade no decor-

rer deste mandato, que começa em

Janeiro de 2015.

- Gabinete de Imprensa do Clube Naval

da Horta: Quais os marcos deste man-

dato que agora termina?

- José Decq Mota: Este mandato é mar-

cado por duas situações fundamentais:

intensificação da actividade desportiva

náutica do Clube Naval da Horta (CNH)

e um esforço reorganizativo de muitos

aspectos da actividade concreta. Dentro

desta perspectiva, no que respeita à

actividade desportiva, penso que muito

foi feito e com certeza que muito have-

rá a fazer, porque a intensificação da

actividade em si gera situações novas.

Se temos actividade mais intensa em

todas as modalidades, é evidente que

mais depressa os meios precisam de ser

reparados ou substituídos e maior des-

pesa há com os barcos de apoio, etc. A

intensificação da actividade coloca pa-

tamares de exigência maiores. Mas não

é por isso que vamos deixar de ter esse

objectivo.

Ao mesmo tempo, foi feita uma reorga-

nização de serviços, formas de actuar,

etc, com vista a se poder ir acompanha-

do as exigências em todos os aspectos,

nomeadamente nas questões económi-

co-financeiras. Penso que o balanço

deste mandato é muito positivo. A equi-

pa, que terminará as suas funções no

dia 08 de Janeiro de 2015, cumpriu bem

as suas tarefas. Evidentemente que há,

especialmente dentro desta perspectiva

de reorganização, processos que se

encontram em curso – e que estão a

decorrer bem – mas que não estão ain-

da consolidados, de que são exemplos a

transformação que estamos a introdu-

zir, com sucesso, na Escola de Vela, na

Natação e todas as beneficiações que se

procurou iniciar na Canoagem. Como

problema maior, surge a questão que se

prende com a renovação das frotas es-

pecializadas do Clube, isto porque há já

vários anos que se encontram suspen-

sos todos os programas oficiais ou asso-

ciativos de apoio à renovação das frotas

de Vela Ligeira e de Canoagem, especi-

almente estas duas. Por outro lado, os

apoios para a frota de apoio, como semi

-rígidos, botes de borracha, etc, tam-

bém não existem neste momento, o

que coloca o Clube numa posição que,

por enquanto é sustentável, mas que se

vai tornar delicada se não encontrar-

mos algumas vias de alteração desta

situação.

“O Clube Naval da Horta está a ter

uma maior procura nas modalida-

des náuticas”

O que vai acontecer é, termos procura e

não termos capacidade de resposta. Já

notamos que estamos a ter maior pro-

cura nas modalidades náuticas e penso

que este não é um trabalho exclusivo

da Direcção que agora termina funções.

Há indícios disso e dou como exemplo

os programas, nomeadamente o pro-

grama de parceria que tivemos em

2013 com a Escola Secundária que trou-

xe uma série de jovens entre os 15 e os

17 anos para praticar Vela no Clube e

que suscitou interesse em alguns e o

uso dos Botes Baleeiros para a prática

da Vela numa perspectiva de usufruto

popular daquele património histórico e

este interesse motivou que um grupo

de pessoas solicitasse o Curso de Inicia-

ção de Vela para Adultos. Já se fez um e

está perspectivado outro. Está a ser

pensado, num curto prazo, a realização

de um Curso Avançado depois do Curso

de Iniciação, numa perspectiva de conti-

nuidade.

No que respeita à Vela Ligeira, há um

aumento de interesse. Na Canoagem, é

nítido o aumento, o alargamento e a

consolidação do número de praticantes,

embora o material não seja muito. Va-

mos ter de encontrar algum mecanismo

que nos permita resolver os problemas

mais urgentes, que se situam ao nível

de uma embarcação 420, velas de com-

petição para Optimist, algum reforço da

Secção da Canoagem e ao nível de dar

alguma resposta à Secção de Windsurf,

em reactivação. Os praticantes têm o

seu próprio material e é assim que deve

ser, o que quer dizer que o Clube não

vai adquirir pranchas de competição

nem outro, mas será natural que para a

Secção funcionar estruturadamente,

tenha de existir no futuro, quando for

possível, algum material de iniciação,

Intensificação da actividade desportiva náutica do Clube Naval da Horta e es-

forço reorganizativo marcaram o mandato que está prestes a terminar

Page 5: Ir_ao_mar nº9 - Dezembro de 2014

que não é um material que o atleta ad-

quira, mas que as Escolas devem pos-

suir, e se nós vamos fazer Iniciação ao

Windsurf, teremos de ter algum materi-

al para isso.

O que quero dizer com isto, é que nada

está acabado. O mandato correu bem, o

essencial decorreu muito bem, o nível

de eventos, a intensificação da activida-

de, a melhoria da qualidade do treino

em geral, deram-se passos importante

nesse sentido, mas nada está acabado,

porque maior intensificação traz maior

desgaste, maior desgaste agudiza as

necessidades e isto obriga a que haja

soluções. Espero que os próximos dois

anos possam ser de consolidação de

alguns processos em curso, de lança-

mento de outros e de criação de condi-

ções para enfrentar os desafios que a

maior actividade implica.

Era racional que a mesma equipa conti-

nuasse

- Gabinete de Imprensa: Foi a necessi-

dade de consolidação que o levou a

disponibilizar-se para um segundo

mandato consecutivo?

- José Decq Mota: Eu não tinha propria-

mente vontade de fazer mais um man-

dato. A minha posição neste mandato

foi sempre clara. Estando vários proces-

sos em curso e sendo urgente lançar

outros, sempre pensei que era racional

que a mesma equipa continuasse. Inde-

pendentemente da minha própria von-

tade. Isto é muito absorvente e cansati-

vo. E muitas vezes sentir-me-ia muito

mais confortável, se nos próximos tem-

pos não tivesse esta responsabilidade. A

clareza que eu punha era a seguinte: eu

não vim para aqui em 2012 por iniciati-

va pessoal. Não tomei a iniciativa de

procurar pessoas. Pelo contrário. Um

conjunto de sócios bem mais novos do

que eu, é que me procurou para coor-

denar uma nova equipa e eu aceitei.

Agora, quando chegou ao fim do man-

dato e praticamente a totalidade desse

grupo me disse que estava indisponível

para continuar, uns por razões de or-

dem profissional, outros por razões de

ordem pessoal ou por outras responsa-

bilidades que tiveram de assumir nas

suas vidas, entre outros aspectos, não

fazia sentido que essa equipa ficasse

reduzida a uma pessoa. Por outro lado,

tive o cuidado, assim como a restante

Direcção, de anunciar com o dobro da

antecedência que prevêem os Estatu-

tos, a data da Assembleia Eleitoral, pre-

cisamente para possibilitar que sócios

ou grupos de sócios se pudessem orga-

nizar para concorrer às eleições. Obvia-

mente que não tinha nenhuma inten-

ção de criar um impasse. Nos últimos

30 anos já existiram algumas vezes im-

passes na vida do CNH e têm tido sem-

pre solução de forma mais demorada

ou rápida.

O que interiorizei foi o seguinte: se des-

ta minha equipa que trabalhou na Di-

recção, houvesse um conjunto mínimo

de pessoas, contando comigo, que esti-

vesse disponível, no caso de não apare-

cer alternativa e de a Assembleia Geral

concordar com isso, avançaríamos. A

partir de agora, quando eu, o Jorge Oli-

veira e a Olga Marques estivermos a

trabalhar na formação de uma equipa,

já o fazemos escolhidos pela Assem-

bleia Geral e com a confiança da insti-

tuição. Não estamos a trabalhar para

concorrer com outros. Eu não teria acei-

tado ser indigitado sozinho. O Vice-

Presidente Jorge Macedo foi uma pedra

estruturante e basilar da equipa da Di-

recção e a Vogal Olga Marques conse-

guiu sempre, ao longo deste mandato,

conciliar uma perspectiva plena do

exercício do cargo directivo trabalhando

muito bem os difíceis problemas do

sector dela, que é o da Natação mas, ao

mesmo tempo, contribuindo para as

tarefas gerais da Direcção de forma

cada vez mais intensa e persistente. A

par de outros, que não têm possibilida-

des de se recandidatar, eram duas pe-

dras fundamentais da equipa anterior.

Penso que agora temos condições, com

a indigitação dos três pela Assembleia

Geral, para encontrar uma equipa que

possa estar ao nível da que agora termi-

na funções mas, por outro lado, dar

também resposta aos novos desafios,

que vou referir.

“Vamos ser muito cuidadosos na selec-

ção das pessoas para a nova Direcção”

- Gabinete de Imprensa: Acha que vai

ser fácil encontrar pessoas disponíveis

com vontade de trabalhar?

- José Decq Mota: Sim, e adequadas a

que, com o seu saber e experiência,

possam contribuir para o produto final,

que é uma boa gestão no plano econó-

mico, administrativo, financeiro e des-

portivo desta instituição já complexa,

com dimensão e com um orçamento

extenso. Temos de procurar pessoas

que possam fazer ligação e enquadrar

as Secções desportivas, tendo dentro

das suas tarefas essa responsabilidade

por um lado e, por outro, procurando

dinamizar mais as Comissões de Secção,

mas tem de haver sempre a ligação à

estrutura directiva – que tem o poder

deliberativo, fruto da conjugação de

todas as coisas – mas não é só isso. Te-

mos de ter na Direcção pessoas que

possam dar contributos importantes,

por exemplo, pessoas que possam exer-

cer a função de Tesoureiro que é com-

plexa; pessoas que possam dar contri-

butos para uma das prioridades, que é a

reorganização da vida interna do Clube;

pessoas com conhecimento e capacida-

de de estruturação de serviços, de in-

terligação entre os diversos níveis e

componentes de serviço. Queria que na

nova equipa houvesse pelo menos uma

pessoa especializada nisso. Teríamos de

encontrar uma estrutura – além das

pessoas da Direcção – próxima da Di-

recção onde os Monitores, os Treinado-

res, os Técnicos ao serviço do Clube

possam expressar com fluidez as suas

opiniões, sugestões, propostas, etc.

Sem nenhuma perspectiva centralizada

na pessoa do Presidente, mas com a

eficaz coordenação destes níveis.

Vamos ser muito cuidadosos na selec-

ção das pessoas para completar a futu-

ra Direcção. Dentro da nova equipa, no

grau possível e dentro das competên-

cias estatutárias, os outros órgãos di-

rectivos devem ter uma maior predispo-

sição para uma acção mais visível. Estou

a referir-me essencialmente ao Conse-

lho Geral que não pretende ser um lu-

Page 6: Ir_ao_mar nº9 - Dezembro de 2014

gar de arrumação de nomes. Deve ser

uma estrutura muito mais cooperante

neste processo de permanente evolu-

ção e transformação que o Clube Naval

necessita. Estão lá vários antigos presi-

dentes e membros de antigos corpos

gerentes, gente com muita experiência

em várias áreas e vamos procurar na

nova composição que essa realidade

seja reflectida. Estou confiante na possi-

bilidade de encontrar uma boa equipa.

“Para além de uma que já está indi-

gitada, que é a Olga Marques, es-

tou a pensar em mais duas senho-

ras para a Direcção, cujos nomes

não vou revelar”

Mais mulheres na Direcção

- Gabinete de Imprensa: Por que razão

as mulheres figuram sempre em núme-

ro tão reduzido nas Direcções do CNH?

- José Decq Mota: Logo pelo facto de o

número de mulheres sócias do CNH ser

baixo, porque normalmente os maridos

é que são sócios. Há excepções, mas a

tradição não é esta. Há 2 anos quando

estávamos a terminar a lista deparámos

com essa questão. Basta andar por aqui

durante a Semana do Mar ou este ano

durante o Campeonato Nacional de

Access para ver que algumas senhoras,

que fazem parte de grupos de volunta-

riado e apoio, têm todo o cabimento

numa Direcção. Para além de uma que

já está indigitada, que é a Olga Mar-

ques, estou a pensar em mais duas, que

não vou revelar, mas será feito o apelo

nesse sentido.

“As pessoas que integram Direcções

têm sempre alguma ligação ao Clube”

- Gabinete de Imprensa: O que é preci-

so para integrar uma Direcção, além de

ser sócio, ter gosto, conhecer o Clu-

be?...

- José Decq Mota: Normalmente, quem

acaba por chegar a uma Direcção são

pessoas que, de uma forma ou de ou-

tra, têm ligação ao Clube como prati-

cantes ou por estarem envolvidas em

eventos (participam em equipas de ter-

ra, barcos de apoio, fotografia, etc).

Têm uma ligação e conhecimento gené-

rico da vida do Clube. Mas todos têm

uma ligação afectiva. Muitas vezes, te-

mos de procurar pessoas com alguma

preparação específica, como é o caso

do Tesoureiro que, além de conhecer

minimamente o Clube e perceber como

é que isto gira, tem de saber de conta-

bilidade.

No futuro, é importante ter na Direcção

uma pessoa especialmente preparada

para ir dando passos nas modificações

internas do funcionamento. Há muitos

dirigentes de empresas ou da Função

Pública que têm essa preparação. Mas

se encontrarmos alguém que, ao mes-

mo tempo já conheça a vida do CNH e

tenha intuído que o nível em que esta-

mos exige uma organização profissional

melhor estruturada, então vamos ter

um elemento da Direcção, masculino ou

feminino, muito válido por aí.

- Gabinete de Imprensa: Também é

preciso haver gente jovem nas Direc-

ções…

- José Decq Mota: Uma outra preocupa-

ção que eu penso que tem de haver, é a

de procurar ir incluindo nos Órgãos Di-

rectivos gente na faixa etária dos 40 ou

dos 45, o que não é muito fácil. Pessoas

que estão na casa dos 30 devem ser

convidadas para que possam ir tendo

uma aproximação e não subsista esta

situação demasiado frequente de não

aparecerem listas.

É evidente que hoje em dia é difícil o

associativismo. Fala-se muito de volun-

tariado, mas muitas vezes a vida das

pessoas também não se compadece

com isso, porque muita gente para po-

der ter um padrão de vida, legítimo,

para além da sua profissão, obrigam-se

a fazer outras actividades complemen-

tares remuneradas e, portanto, essas

pessoas dificilmente poderão ter mais

tempo para dedicar a associações como

esta. A situação geral do país mudou a

vida das pessoas. Não se trata de uma

situação de egoísmo, mas de uma épo-

ca muito difícil para muita gente. E ac-

tualmente as pessoas, muito legitima-

mente, aspiram viver num determinado

nível de conforto e de satisfação de

necessidades, que a sociedade de hoje

consegue satisfazer e que há 50 anos

não existia. A exploração da força do

trabalho tudo tem feito para desvalori-

zar o rendimento dos vários escalões

que agora recebem muito menos do

que há pouco tempo. Isto tudo dificulta

o trabalho. Por outro lado, uma institui-

ção deste tipo não pode entrar na aven-

tura de procurar ter dirigentes remune-

rados por pouco que fosse. Isso até

podia funcionar temporariamente, mas

depois ia morrer porque não tem rendi-

mento próprio para sustentar uma situ-

ação dessas. Imaginemos que em vez

de ser uma Direcção de 11 elementos,

seria apenas de 5 em que todos têm o

seu emprego, mas que o trabalho do

Clube era encarado como um part-time,

com um complemento remuneratório.

Talvez fosse mais fácil encontrar algu-

mas pessoas, mas não seria nada sus-

tentável e matava o segredo do cresci-

mento deste Clube, que é o trabalho

voluntário.

O Clube recorre e tem de recorrer a

professores de Natação, de Canoagem,

etc, mas essas pessoas quando prestam

um serviço ao Clube, estão a exercer a

sua actividade profissional, estão nou-

tra situação.

O Clube Naval da Horta sempre esteve

atento às regatas internacionais

- Gabinete de Imprensa: Este ano deu-

se um passo importante em termos de

regatas internacionais com a Regata

“Lorient – Horta Solo”…

- José Decq Mota: O Clube Naval da

Horta sempre esteve atento às regatas

internacionais, mas esta Direcção teve o

cuidado de fazer um envolvimento per-

manente dentro desta questão, no âm-

Page 7: Ir_ao_mar nº9 - Dezembro de 2014

bito da Comissão Náutica Municipal, um

organismo criado pela Câmara Munici-

pal da Horta que envolve a própria Câ-

mara, o Clube Naval da Horta, a Portos

dos Açores S.A. e a Associação Regional

de Vela dos Açores (ARVA). Dentro des-

ta Comissão, tratam-se fundamental-

mente das questões da atracção de

regatas internacionais à Horta. Neste

ano de 2014 deu-se um passo muito

grande atraindo mais uma regata de

competição, da Classe Fígaro, que este-

ve cá em Setembro (“Lorient – Horta

Solo”) e que resultou num sucesso para

nós e para os franceses, com garantia

de continuidade. O nosso envolvimento

foi muito positivo; já tinha havido este

ano a Regata de 6,5 metros e em 2013

houve a dos 40 pés.

Permaneceu neste mandato de dois

anos, o apoio dado ao Rally Atlântico

ARC Europe, uma área que está a dar

frutos.

José Decq Mota: “Estamos e quere-

mos estar envolvidos nesse esforço

de captação de regatas internacio-

nais para a Horta”

“A Horta está na rota da alta competi-

ção da Vela Oceânica”

- Gabinete de Imprensa: Estamos a

falar de um excelente veículo de divul-

gação da Horta e do Faial.

- José Decq Mota: A Horta é hoje mais

conhecida do que há meia dúzia de

anos como escala da náutica internacio-

nal de recreio de alta competição. Não

é por acaso que mesmo fora de época,

passaram bem recentemente pela Hor-

ta dois catamarans de alta competição.

O Porto da Horta vai sendo mais conhe-

cido, as suas instituições estão harmoni-

zadas com as congéneres francesas de

Lorient e de Sables d’Olonnes e isso faz

com que a nossa responsabilidade vá

aumentando. Este Porto está já na rota

da actual Alta Competição da Vela

Oceânica. E este é um grande objectivo

que temos de continuar a aprofundar.

O Clube Naval da Horta é uma parte

importante desse esforço pela sua natu-

reza técnica. Nós damos apoio a embar-

cações mesmo fora das regatas. Por

exemplo, estes catamarans que vieram

cá recentemente, solicitaram ajuda e,

através da Portos dos Açores S. A., hou-

ve a utilização dos nossos semi-rígidos

que, juntamente com um da Marina da

Horta, estiveram envolvidos nas mano-

bras de apoio, entrada, atracagem, etc.

Estamos e queremos estar envolvidos

nesse esforço de captação.

“Do ponto de vista desportivo, o pro-

jecto olímpico do Rui Silveira é da mai-

or importância”

- Gabinete de Imprensa: Em termos de

divulgação da Horta, do Faial e dos

Açores, temos grandes embaixadores

como é o caso do faialense Rui Silveira

e dos outros dois velejadores do Clube

Naval: David Abecasis e Miguel Guima-

rães.

- José Decq Mota: O Projecto Olímpico

do atleta do CNH, Rui Silveira, e a tripu-

lação do CNH da Classe Snipe David

Abecasis/Miguel Guimarães, merece-

ram uma perspectiva séria de continui-

dade neste mandato que agora termi-

na.

Rui Silveira: o maior embaixador

desportivo faialense fora de portas

Do ponto de vista desportivo, o projec-

to do Rui Silveira é da maior importân-

cia. É um velejador que detém o estatu-

to de Alta Competição, aspira ir aos

Jogos Olímpicos e que em 2014 contri-

buiu de forma decisiva para o apura-

mento de Portugal na Classe Laser Stan-

dard com uma vaga que não está ainda

certo se será ele que a ocupará, mas

está no ranking nacional numa posição

bastante sólida com uma margem mui-

to grande em relação àqueles que se

encontram atrás dele. Tudo isto faz com

que o projecto do Rui seja um projecto

com futuro e cheio de potencialidades.

Ele é jovem e oxalá consiga acelerar

aquilo que conseguiu alcançar na pri-

meira metade de 2014. Tirando o prati-

cante com mais idade, experiência e

participação em Jogos Olímpicos, que é

o Gustavo Lima, logo a seguir em Laser

Standard está claramente o Rui Silveira

no panorama nacional. Para além disso,

na regata em que Portugal foi apurado

em Laser Standard, o Rui não só ficou

na Frota de Ouro, como foi o primeiro

português, o que é extremamente ani-

mador e importante.

Este projecto tem também grande valor

de divulgação, porque é o nome do

Faial e de Portugal que é mostrado em

todos esses estágios, competições da

Federação Internacional de Vela (em

inglês: ISAF), etc, desde o continente

americano ao africano, à Europa e não

só.

O facto de haver atletas oriundos daqui

e formados aqui como é o caso do Rui

Silveira ou atletas que não sendo daqui,

se formaram aqui como é o caso do

David Abecasis e do Miguel Guimarães,

que chegaram a elevados patamares de

competição e que continuam ligados ao

Clube que os formou ou que lhes possi-

bilitou a prática, é positivo desde logo

porque estão a fazer a divulgação do

Clube e da terra onde está inserido o

Clube. Mas é mais do que isso, é a de-

monstração de que o nosso isolamento

geográfico não corresponde ao deter-

minismo segundo o qual seria impossí-

vel formar atletas de Alta Competição a

partir dos Açores. É a prova de que a

nossa Escola de base é igual às outras,

sendo certo que tem de haver determi-

nação por parte dos atletas.

O Rui Silveira tem direito a apoios naci-

Page 8: Ir_ao_mar nº9 - Dezembro de 2014

onais porque é um atleta de Alta Com-

petição, mas tem também apoios regio-

nais que são muito importantes, sendo

canalizados para o CNH. Todos os con-

tratos-programa, quer para a formação

– treinador – quer para o próprio Pro-

jecto Olímpico em si (para tudo o que

implica essa preparação por parte do

atleta), correm pelo CNH.

O Clube Naval da Horta no Protocolo

que assina anualmente com o Turismo,

também inclui uma verba para a divul-

gação do projecto do Rui. Temos muito

gosto em ter esse papel, que é um pa-

pel activo. Temos a prerrogativa legal

de poder concorrer a contratos-

programa de apoio a treinadores. E é

isso que estamos a fazer. Se receber-

mos no contrato a quantia de 100, em-

pregamos no projecto a quantia de 100.

Quando entrei no CNH em Novembro

de 1996 como Presidente da Direcção,

o Rui Silveira ainda não pertencia à Es-

cola de Vela, mas era um miúdo muito

engraçado que passava o dia no Clube e

pedia constantemente para ir nas em-

barcações de apoio quando estava a

haver treinos ou regatas, que na altura

eram os botes de fibra de vidro e não os

semi-rígidos como hoje. Como o Rui era

muito pequenino, tínhamos o cuidado

de ele levar o colete vestido. Era sem-

pre o primeiro a chegar e o último a ir

embora. Lembro-me do avô dele, o

meu grande amigo, já falecido, José

Medeiros, conhecido mestre das lan-

chas do Pico, que chegou a vir ter comi-

go, muito orgulhoso de o neto ter esta

queda para o mar, e dizer-me: “Vocês

tenham cuidado com o rapazinho, não

vá ele cair ao mar”. O Rui Silveira foi

sempre um miúdo muito estimado por

toda a malta do Clube. Depois entrou

na Escola de Vela e demonstrou uma

característica muito importante que é

necessário um atleta ter para chegar a

este patamar: determinação e vontade

de trabalhar. Não se pense que a vida

de um atleta de Alta Competição é fácil

porque não é. É duríssima e de uma

exigência enorme! Afecta psicologica-

mente os atletas, que têm de ter ener-

gia para resistir a isso. Os meus votos

são para que o Rui possa continuar a

progressão que tem tido e que é muito

grande. De há 3 anos para cá tem tido

uma progressão enorme!

Desejamos ao Rui os maiores sucessos

neste enorme esforço e trabalho que

ele vem fazendo.

David e Miguel: dois velejadores que

podem ser tidos como exemplo

David Abecasis e Miguel Guima-

rães: uma dupla de velejadores que

se orgulha de representar o Clube

Naval da Horta

Fotografia cedida por: David Abecasis

Em relação ao David Abecasis e ao Mi-

guel Guimarães, é uma situação dife-

rente. Sendo uma Classe que hoje não

se pratica nos Açores, embora eles te-

nham praticado na Horta outras classes,

o Snipe é uma classe clássica e por ou-

tro lado é um veículo de divulgação

muito grande, pois estiveram no Cam-

peonato Mundial do Rio de Janeiro e

noutras provas e estão num patamar

muito elevado, o que é muito importan-

te. Fala-se constantemente do Clube

Naval da Horta em razão destes projec-

tos e isto cria a possibilidade real de

poder haver linhas de continuidade no

futuro, envolvendo jovens que hoje

ainda estão longe desses patamares

mas que também aspiram chegar lá.

Foi com muita atenção que esta Direc-

ção olhou para estes projectos, fazendo

tudo, na medida dos seus meios (que

não são muitos) para que pudessem

singrar e desenvolverem-se como acon-

teceu ao longo destes últimos dois

anos.

“Pretendemos actualizar os Estatutos à

nova realidade do Clube”

- Gabinete de Imprensa: O que consi-

dera importante e que não pôde ser

concretizado?

- José Decq Mota: Uma situação negati-

va neste mandato foi o facto de não se

ter alterado os Estatutos. Isso esteve

equacionado desde 2013, deram-se

alguns passos no fim desse ano com a

nomeação de um Grupo de Trabalho,

mas por manifesta falta de capacidade

da própria Direcção, o projecto não foi

suficientemente dinamizado. É uma

situação de debate que implica alguma

disponibilidade de reflexão. O que pre-

tendemos é actualizar os Estatutos à

nova realidade do Clube, uma vez que

estão fortemente desadequados da

realidade que é hoje o CNH. A base dos

Estatutos é de 1986 e embora tenham

tido pequenas modificações, posterior-

mente o Clube Naval transformou-se

muito quantitativamente e qualitativa-

mente. Por isso, há uma série de situa-

ções que têm de ser revistas e repensa-

das. Esse Grupo de Trabalho seria de

especialistas, mas para lançar um deba-

te que implica tempo. A nova Direcção

vai integrar no seu futuro Plano de Acti-

vidades, já no início de 2015, o lança-

mento desse debate interno (porque

até as formalidades legais têm alguma

demora), para que num mandato esse

processo possa ser concluído. Quando,

em meados de 2014, percebemos que

talvez pudéssemos começar a dinamizar

isso, não tínhamos nenhuma possibili-

dade prática de acabar o processo nes-

te mandato. E embora se possa dizer

que poderia transitar para o mandato

seguinte, a verdade é que pode transi-

tar ou pode cair.

- Gabinete de Imprensa: Quando fala

em alterar os Estatutos, está pensar na

questão que se ouve de que os manda-

tos deveriam ser de 3 e não de 2 anos?

- José Decq Mota: Quanto aos proble-

mas concretos que os Estatutos levan-

Page 9: Ir_ao_mar nº9 - Dezembro de 2014

tam, eu podia enunciar variadíssimos,

mas não me vou deter nisso. Apenas

vou referir esta situação a título de

exemplo: os mandatos são de 2 anos, 2

mandatos são 4 anos. Qual seria a solu-

ção mais adequada? Talvez fosse serem

mandatos de 3 anos. Porquê? Porque

possibilita que uma Direcção nova che-

gue, vá gerindo e se inteirando; que no

segundo ano lance as questões em que

quer mexer mais profundamente e no

terceiro ano as possa consolidar. A ten-

dência que tem sido relativamente fre-

quente de uma Direcção não fazer 2

mas 4 anos quando as pessoas estão

disponíveis para isso, resulta do facto

de 2 anos ser claramente insuficiente e,

portanto, esta é uma das questões, mas

há muitas outras para discutir nos Esta-

tutos.

“A organização interna da vida do Clu-

be tem de ser revista rapidamente”

- Gabinete de Imprensa: O que mais

ficou por fazer?

- José Decq Mota: Outra questão que

esta Direcção não teve possibilidade de

mexer de forma sistemática, apenas o

fez de forma parcelar, tem a ver com a

organização interna da vida do Clube,

nomeadamente no que respeita ao

quadro de funcionários, às grelhas sala-

riais, aos conteúdos funcionais (aqui

mexemos um pouco). Este Clube tem

um quadro profissional pequeno, que é

acrescentado com um conjunto de

prestadores de serviços que, não sendo

funcionários, prestam serviços regula-

res ao Clube: Monitores de Canoagem,

Vela, Natação, Coordenador Técnico de

Natação, etc. É toda uma área que tem

de ser regulada. Penso que é nossa

obrigação que o pequeno quadro pro-

fissional existente no Clube, mais os

colaboradores profissionais, esteja or-

ganizado de maneira a que, os seus

conhecimentos e a sua prestação de

trabalho potencie a capacidade do Clu-

be. Há uma perspectiva que vem de

origem, que é muito amadorística. Por

exemplo, o Monitor de Canoagem, Na-

tação, Formadores do Centro de Forma-

ção, têm todo regimes diferenciados

uns dos outros o que não tem grande

justificação, porque as exigências em

termos de habilitação têm de ser uni-

versais e isto é uma matéria que tem de

ser mexida e que naturalmente não

pode ser solucionada apenas numa reu-

nião ou num momento. Há situações

que existem e que só com o tempo é

que podem ser resolvidas, como a arti-

culação de todos estes serviços. Reco-

nheço e lamento que assim seja, mas a

verdade é que o trabalho que é presta-

do pelos funcionários do Clube Naval a

tempo permanente está desvalorizado.

Também se coloca esta questão: Qual é

o objectivo do CNH no futuro em ter-

mos de comunicação com o exterior? A

experiência actual é altamente gratifi-

cante e positiva. A existência de uma

jornalista a trabalhar no Gabinete de

Imprensa projectando diariamente a

actividade do Clube, com reflexos notó-

rios na Comunicação Social das várias

áreas, para além das redes sociais e

tudo o mais, é muito bom. Esta é uma

questão que a nova Direcção tem de

estudar correlacionando com os meios

disponíveis para que ao longo do man-

dato se possam dar passos. Não se po-

de fazer tudo, mas é importante que

esses passos sejam dados de forma

coerente para que o processo possa ter

continuidade ao longo dos próximos

anos.

“Em 1996 percebemos que o CNH tinha

de trabalhar para aumentar as suas

receitas próprias”

- Gabinete de Imprensa: Sente que, de

mandato para mandato, as exigências

são maiores?

- José Decq Mota: Sim. No meu primei-

ro mandato, de 1996 a 1998, foi feito

um trabalho muito importante, com

uma equipa muito coesa e muito boa.

Lembro que tive como Vice-Presidentes

o Jorge Macedo e o engenheiro Mário

Lourenço. Apanhámos o Clube numa

época de transição. Vínhamos de dois

mandatos do Dr. Manuel Fernando, que

tinham sido muito bons, muito activos,

com a afirmação do Clube em várias

áreas e com a aquisição de alguns equi-

pamentos importantes como a lancha

Atlântida, que tinha sido comprada en-

tre 1993/1994. O Clube estava bem

quando entrámos, mas estava a viver

uma época nova. O poder político regio-

nal tinha mudado nesse ano e começa-

ram a aparecer outras regras de funcio-

namento. A atribuição de subsídios pas-

sou a ter outro tipo de critério, outras

metodologias. Foram criados os contra-

tos-programa que eram uma realidade

muito ténue anteriormente. Os contra-

tos-programa são uma realidade positi-

va, porque representam uma compen-

sação financeira para a realização de

determinados objectivos pré-definidos.

Posto de combustível:

Percebemos que o Clube Naval tinha de

trabalhar para aumentar as suas recei-

tas próprias, ou seja, tinha de procurar

que as despesas obrigatórias regulares

estivessem mais ou menos cobertas

pelas receitas próprias do Clube, para

que não dependesse de contratos-

programa nem de subsídios. E tivemos

alguma sorte no meio disso. Tinha aber-

to um posto de combustível na Marina

Norte. A Junta Autónoma do Porto da

Horta, que era quem geria o Porto, ti-

nha concessionado esse posto a um

gasolineiro, na altura era a firma J.

Monjardino, da Terceira, e fazia a exi-

gência de o posto de combustível funci-

onar todo o ano. Nesse tempo tinha só

gasóleo e funcionava todo o ano, num

horário idêntico ao da Marina, ou seja,

de Inverno das 09h00 às 17h00 e de

Verão das 08h00 às 20h00. Mas só a

vender gasóleo, a verdade é que de

Inverno não havia movimento. Como

tal, a firma J. Monjardino deparou-se

com um problema: tinha de ter o posto

aberto, mas não podia vender a viatu-

ras só a barcos, e de Inverno não havia

barcos para abastecer. Nessa altura, os

responsáveis por esta empresa tinham

interesse em manter aquele posto mas

não com este tipo de situação. Na quali-

dade de Presidente da Direcção do Clu-

be Naval da Horta, fui procurado pelo

presidente da administração dessa fir-

ma que me fez a proposta de o CNH

ficar na situação de distribuidor uma

vez que tinha funcionários permanentes

Page 10: Ir_ao_mar nº9 - Dezembro de 2014

e ficando a uma distância de 50 metros,

poderia ter um posto aberto. Depois de

estudada, a proposta foi aceite e come-

çámos a explorar o posto de gasóleo em

fins de 1997, o que veio trazer ao Clube

uma situação económica completamen-

te diferente. O movimento maior regis-

ta-se a partir de Abril, quando começam

a chegar barcos. De Inverno, actual-

mente já há mais movimento, porque

há sempre barcos a gasolina que actu-

am aí e que se abastecem ali. O nosso

pessoal de armazém dá perfeita respos-

ta. De Abril a Setembro reforçamos a

bomba e cumprimos escrupulosamente

o horário da Marina e se por qualquer

situação for necessário abastecer fora

de horas, também se faz.

Foi o primeiro passo para esta cobertu-

ra com receitas próprias das despesas

obrigatórias permanentes.

O Centro de Formação de Despor-

tistas Náuticos do CNH constitui

uma fonte de receita desta institui-

ção

Centro de Formação:

O segundo passo dado pela segunda

Direcção em que estive, de 1999 a Abril

de 2001 (era até Dezembro de 2000) foi

a criação do Centro de Formação de

Desportistas Náuticos que, embora não

tenha grandes receitas, é um contribu-

to. Os custos dos Cursos são elevados

devido às exigências da Direcção-Geral

dos Recursos Marítimos (DGRM), ou

seja, o montante que pagamos para a

credenciação da Escola e do que está

estabelecido para os formadores, do

que pagamos por exame é muito eleva-

do, mas apesar de tudo há uma mar-

gem para o Clube, o que constitui uma

fonte de receita.

À concessão do Salão/Bar, que já vinha

de atrás, acrescentámos estas duas

fontes de receita.

Bazar/Loja:

Durante um período existiu na sala que

actualmente é da Direcção, um Bazar.

Em 1999 e 2000 ainda chegou a ser

uma loja com alguns equipamentos

náuticos juntamente com os artigos de

bazar, mas a Direcção que veio a seguir

à minha, acabou com isso. A loja vendia

recordações, como t-shirts, bonés, pins,

etc, o que constituía uma fonte de ren-

dimento, que agora está mais adorme-

cida por uma razão que tem a ver com a

degradação e exiguidade das instala-

ções. Se desocupássemos esta sala para

voltar a funcionar o Bazar e fôssemos

para a sala onde está a Directora Técni-

ca, não sei bem como é que isto funcio-

naria, porque o Clube tem crescido,

contando actualmente com 1 Directora

Técnica, 2 funcionárias administrativas

para as funções de Secretaria (uma

mais virada para as funções de Secreta-

riado e a outra para questões de Conta-

bilidade); 1 fiel de Armazém; agora te-

mos mais 1 trabalhador que fez o está-

gio cá e ficou apto para fazer repara-

ções em fibra de vidro em embarcações

(uma unidade que temos de ter); 1 trei-

nador de Vela Ligeira de Grau II a tem-

po inteiro e 1 jornalista no Gabinete de

Imprensa. Portanto, é uma situação

muito diferente de quando fui presiden-

te pela primeira vez, em que o Clube

dispunha de apenas 1 funcionária de

Secretaria e de 1 encarregado de Arma-

zém.

Na Natação, o CNH tem um quadro téc-

nico com 5 pessoas (Treinadores e Mo-

nitores), na Canoagem temos 1 Moni-

tor, na Vela temos mais 1, além de 1

responsável pedagógico e formador

para Patrão de Costa e 1 formador para

Marinheiro e Patrão Local no Centro de

Formação. Tudo isto envolve muita gen-

te e muitas situações.

Sede desadequada limita actividade

- Gabinete de Imprensa: A falta de uma

sede condigna limita a actividade do

Clube?

- José Decq Mota: Posso dizer que sim.

Em termos desportivos, aponto uma

limitação enorme. Hoje em dia não é

aceitável ter atletas de competição,

mesmo que seja só a nível local ou regi-

onal, sem ter um pequeno ginásio adap-

tado com os equipamentos necessários

à preparação física que o velejador, o

canoísta, ou o praticante de Windsurf

tem de ter. Para atenuar essa situação,

temos recorrido a ginásios locais.

Temos uma limitação muito séria em

termos de espaço. Na prática, temos a

responsabilidade operacional de 8 bo-

tes baleeiros e não temos onde guardá-

los. Neste momento até temos, porque

a Cofaco cedeu-nos temporariamente a

antiga fábrica do peixe, um edifício com

muitas centenas de metros quadrados,

mas é uma situação precária. O Clube

Naval está muito reconhecido à admi-

nistração da Cofaco por esta generosi-

dade, mas temos de perceber que isto é

provisório.

Recordo que até Dezembro de 2012 o

Clube tinha equipamentos dispersos

por alguns armazéns da Portos dos Aço-

res S. A., nalguns recantos mais incríveis

dos anexos que aqui temos e até nos

Serviços Agrícolas do Faial. Também

chegámos a ter nos Serviços Florestais.

Num armazém que a Portos dos Açores

S. A. nos cede, é onde funciona a nossa

oficina, preciosa para realizarmos os

trabalhos de fibra de vidro e de pintura.

Tanto quanto sei, as novas instalações

contemplam um aumento da área de

armazém na ordem dos 43% e há a pre-

visão da construção de um hangar em

frente à rampa Norte para embarcações

do CNH.

O projecto, que está acabado em ter-

mos de arquitectura e de especialida-

des para a remodelação desta casa,

prevê que no rés-do-chão funcionem

armazéns maiores, fique uma área de

apoio desportivo nomeadamente um

pequeno ginásio, salas para os treinado-

res e no andar de cima, onde está a

funcionar o Salão/Bar, passe a ser um

Page 11: Ir_ao_mar nº9 - Dezembro de 2014

andar que cobre todo o edifício, em que

metade fica destinado às instalações do

Bar e parte social e na outra parte os

serviços administrativos, sala de reuni-

ões, espaço para loja devidamente ade-

quado, etc.

Sede do CNH: Este edifício foi cons-

truído no fim da década de 80

“Quando as obras começarem, o CNH

tem de procurar um espaço para sede

durante 18 meses”

- Gabinete de Imprensa: Acha que a

nova sede vai ser uma realidade no

próximo mandato?

- José Decq Mota: Não tenho a certeza.

- Gabinete de Imprensa: O projecto é

da responsabilidade de quem?

- José Decq Mota: Este edifício é propri-

edade da Portos dos Açores S. A. Foi

construído no fim dos anos 80 a seguir à

construção da bacia Norte da Marina.

Sendo propriedade do Governo Regio-

nal, foi entregue à Portos dos Açores S.

A.

Houve uma hesitação inicial sobre o uso

desta estrutura, porque até 1988 a for-

mação em Vela e Canoagem era da res-

ponsabilidade da Delegação de Despor-

tos. À partida, estava intuído que o ar-

mazém Norte seria para a Delegação de

Desportos, destinado à Vela. Só que o

Governo Regional deliberou, e bem, em

1988/1989, passar a competência da

formação para os clubes. No entanto, o

Bar só foi entregue ao CNH bem mais

tarde.

Estas instalações foram cedidas ao CNH,

as quais sofreram danos por altura do

sismo de 1998. É um edifício que tem

sido pouco mantido pelo proprietário,

porque há vários anos existe a perspec-

tiva de ser remodelado.

A informação de que disponho, não

oficial mas oficiosa, é de que o Clube

Naval da Horta tem de encontrar uma

sede provisória por 18 meses, ou seja,

enquanto decorrerem as obras de cons-

trução da nova sede.

Apoio de patrocinadores para compen-

sar os cortes nos apoios

- Gabinete de Imprensa: Como tem

sido contornada a questão do corte

dos apoios?

- José Decq Mota: Neste mandato con-

seguimos contornar essa diminuição.

Houve uma redução nos contratos-

programa, no quadro competitivo por

redução da Vela e da Canoagem. A As-

sociação Regional de Canoagem dos

Açores (ARCA) realizava 3 provas anuais

regionais que agora estão reduzidas a

apenas 1, ao passo que a Associação

Regional de Vela Ligeira (ARVA), promo-

via 5 e agora são 3, porque houve uma

redução muito drástica. Embora este

corte tenha a ver com os contratos-

programa das Associações e não do

CNH, a verdade é que também nos

afecta.

Há uma certa tendência de redução de

outros subsídios, nomeadamente muni-

cipais. No caso do Turismo, o valor em

termos absolutos aumentou de 2013

para 2014. Mas em termos de taxa de

cobertura pelo trabalho feito, diminuiu

percentualmente.

Para contrariar isto, temos procurado

um aumento de patrocínios privados,

que muitas vezes não se expressa tanto

em dinheiro mas em espécie. Por exem-

plo: se temos um patrocinador que nos

fornece a matéria-prima para os lan-

ches de mar durante o Festival Náutico

da Semana do Mar, estamos a falar de

milhares de euros de apoio. Se precisá-

mos, como foi o caso, para o Campeo-

nato Nacional de Access, que decorreu

em Julho deste ano, e em que estive-

ram presentes 22 barcos, de uma quan-

tidade enorme de defensas para que as

embarcações pudessem estar encosta-

das aos pontões, uma vez que, ao con-

trário dos outros atletas de Vela Ligeira,

os de mobilidade reduzida não embar-

cam na rampa mas numa grua, e os

barcos têm de estar já na água, repre-

sentava uma despesa de muitas cente-

nas de euros. Felizmente houve um

empresário que patrocinou o número

de bóias de que precisávamos.

A parte social da Atlantis Cup – Regata

da Autonomia este ano foi melhor re-

solvida, porque tivemos patrocinadores,

prémios e refeições por etapa, o que

veio enriquecer a parte social deste

evento.

Enquanto trabalharmos assim, estamos

a reduzir despesas e a resolver proble-

mas. As contas do ano ainda não estão

fechadas, mas vou ter o cuidado de

fazer um apuramento rigoroso do valor

dos patrocínios. Não diminuímos em

nada a actividade prevista, sendo que o

valor dos apoios numas áreas diminuiu

e noutras não.

- Gabinete de Imprensa: O que reserva

o futuro nesse âmbito?

- José Decq Mota: A tendência que se

está a desenhar em relação a apoios

oficiais não é muito auspiciosa, mas

penso que as entidades próprias não

deixarão de valorizar o papel que o CNH

tem nos seus objectivos, muitos deles

até definidos pelas próprias entidades.

Hoje em dia sabemos que todas as acti-

vidades relacionadas com o mar estão

nas prioridades governativas do poder

regional e, portanto, não podem desva-

lorizar a acção das entidades associati-

vas que colaboram nessa promoção.

Por outro lado, não podem pretender

que com os mesmos ou com menos

meios se faça mais.

Uma das principais preocupações do

CNH para não perder esta saudável situ-

ação económica e financeira, é conti-

nuar a ter receitas próprias. De realçar

que a quotização (temos mais de 800

sócios) é na ordem das dezenas de mi-

lhares de euros.

Page 12: Ir_ao_mar nº9 - Dezembro de 2014

“O CNH tem todo o interesse em

manter o Protocolo com a Escola

Profissional da Horta”

Protocolo com a Escola Profissional

deu bons frutos

- Gabinete de Imprensa: Em que mol-

des funciona o Protocolo estabelecido

com a Escola Profissional da Santa Casa

da Misericórdia da Horta?

- José Decq Mota: Funciona em termos

da colaboração que o CNH dá aos alu-

nos do Curso de Técnico de Construção

e Reparação Naval. A componente prá-

tica no que respeita aos trabalhos en-

volvendo fibra de vidro, madeira e mo-

tores, tem sido sempre dada no CNH.

No caso da fibra, as aulas corresponde-

ram a pequenas reparações necessárias

em barcos nossos. Relativamente a mo-

tores, o Presidente da Mesa da Assem-

bleia Geral do CNH substituiu o motor

do barco dele e cedeu esse mesmo mo-

tor para servir de modelo de trabalho

para as aulas.

Após o Curso, houve a realização de

Estágios Profissionais no CNH. E devo

dizer que esses estagiários deram uma

ajuda enormíssima! Tivemos, depois,

dois alunos no Estagiar T, e um deles

continua a trabalhar no Clube.

Contámos com um outro processo pro-

tocolar, em que no ano de 2013 organi-

zámos um Curso de Patrão Local desti-

nado apenas a esses alunos do Curso da

Escola Profissional, uma vez que no

currículo tinham praticamente toda a

matéria exigida em termos de aulas.

Este Protocolo está em vigor e se nal-

gum próximo ano lectivo este Curso

voltar a ser uma realidade, o CNH tem

todo o interesse em ser parceiro.

“Festival Internacional de Vela Ligeira

deve ser uma prova de referência”

- Gabinete de Imprensa: Acha que o

Festival Internacional de Vela Ligeira

está a perder fôlego?

- José Decq Mota: Este ano de 2014

sentiu-se, pela primeira vez, por parte

de alguns Clubes convidados – sempre

muito entusiasmados com as 7 edições

anteriores – a falta de condições para

participar. Mas o CNH também não po-

de fazer mais, pois cede as refeições, o

alojamento, as viagens marítimas dos

barcos e parte das viagens aéreas.

O Encontro Internacional de Vela Ligeira

é uma prova não oficial de Vela Ligeira,

como há centenas de provas que são

altamente prestigiadas e nós pretende-

mos que esta venha a ser uma prova

altamente prestigiada, de referência,

que mesmo não fazendo parte de ca-

lendário algum, passe a ser aliciante

para treinadores das classes Optimist

Juvenis e Juniores de Laser e 420 e

Seniores de Access (mobilidade reduzi-

da). Temos contactos com todos os

clubes regionais e condições para ter

aqui toda a frota regional; contactos

com clubes da Madeira, Continente

português, de vários pontos Espanha

(da Galiza, Federação Madrilena, Ceuta,

Canárias), de França e ainda com New

Bedford (EUA). Precisamos é de ter os

meios para isso. Acho que isso é muito

importante para o Faial e para os Aço-

res, uma vez que tem retorno turístico

imediato. Estamos a falar de miúdos

que na sua maioria se fazem acompa-

nhar pelos pais e estes vêm por sua

conta.

“Colaboração dos sócios é fundamen-

tal”

- Gabinete de Imprensa: Acha que o

Clube Naval da Horta ainda pode fazer

mais?

- José Decq Mota: Penso que sim. Este

ano demonstrámos isso. Estávamos

habituados a ter em cada época e no

que toca à regata de Vela de Cruzeiro:

um Rally turístico internacional e uma

Regata internacional e a nossa Atlantis

Cup, e este ano organizámos 4 e correu

lindamente.

Sou de opinião de que a nossa capaci-

dade instalada ainda não está esgotada.

Quando se procura introduzir eficiência

no trabalho directivo, no dos funcioná-

rios, colaboradores e voluntários, por

vezes com o mesmo dinheiro consegue-

se fazer o mesmo. Muitas vezes é possí-

vel, mas graças aos nossos sócios. Re-

cordo que no primeiro dia do Festival

Náutico da Semana do Mar deste ano

tivemos 22 embarcações de apoio no

mar em simultâneo, entre as 14 e as 18

horas. Nós só temos 7, mas com a mo-

bilização dos sócios (uns com embarca-

ção própria, outros com embarcações

cedidas) conseguimos dar apoio a 4

eventos a decorrer ao mesmo tempo,

ao longo de várias horas.

Mais modalidades e manutenção de

parcerias

- Gabinete de Imprensa: Estão previs-

tas novas modalidades?

- José Decq Mota: Na parte desportiva

temos as várias Secções e o Windsurf,

que está agora a ser reactivado e que

terá de ter uma certa integração na

Vela Ligeira. Além da Apneia, dentro

das actividades subaquáticas, aspiramos

ter mais, e há sócios interessados no

Mergulho Desportivo.

É uma gama muito grande de activida-

des, muitas delas ligadas a contactos

permanentes que o Clube tem com ou-

tras instituições. Na Vela Ligeira, por

exemplo, está integrada a Vela para

pessoas com mobilidade reduzida

(Access) e nesse quadro temos uma

relação muito estreita com a Associação

de Pais e Amigos dos Deficientes da Ilha

do Faial (APADIF). No caso dos Botes

Baleeiros fazemos a gestão de toda a

frota, mas 6 botes são das Junta de Fre-

guesia, o que implica uma estreitíssima

coordenação com as Juntas. Também

estamos ligados ao Serviço de Desporto

da Ilha do Faial com a propositura de

contratos-programa. São muitas liga-

ções e parcerias que tornam possível

este vastíssimo leque de actividades.

Page 13: Ir_ao_mar nº9 - Dezembro de 2014

Na hora de encerrar um mandato, e já a pensar no

próximo, que começa em Janeiro de 2015, Jorge

Macedo, Director da Secção de Vela de Cruzeiro do

Clube Naval da Horta (CNH), foi convidado a fazer

o balanço destes 2 anos de trabalho (2013 e 2014),

que ficam marcados pelo aumento do número de

regatas e a diminuição das Cerimónias de Entregas

de Prémios, devido à falta de dinheiro. Atribuição

de Prémios à Classe Open nas Regatas de maior im-

portância como é a Atlantis Cup - Regata da Auto-

nomia e inclusão de 2 novos Ralis Náuticos no calen-

dário da próxima época, designadamente à Calheta

de São Jorge e às Lajes das Flores, são alguns dos

aspectos que poderão integrar o futuro

Plano de Actividades desta Secção. No

entanto, este Dirigente vai dizendo, em

forma de alerta para quem de direito

que, os frequentes discursos de reco-

nhecimento pelo trabalho de promoção

que é feito pelo CNH sobre o Faial e os Açores no

Mundo, têm de vir acompanhados por um envelope

financeiro correspondente, caso contrário não é pos-

sível manter este cenário até, porque, há instituições

nos Açores que fazem muito menos nesta área e re-

cebem contrapartidas financeiras muito maiores. E

os exemplos estão à vista de todos.

Como é habitual no início de cada época, realiza-se uma reunião

para definir as linhas orientadoras que são discutidas em fórum

da Direcção e depois de apresentadas e discutidas na Secção de

Vela de Cruzeiro, dão origem ao calendário que é apresentado

previamente aos velejadores e nessa altura são ajustadas as datas

conforme as disponibilidades que vão acontecendo.

Este é, também, o procedimento seguido pela Secção de Vela de

Cruzeiro do Clube Naval da Horta (CNH), que tem como Director

Jorge Macedo, que hoje faz o balanço a este mandato, que termi-

na no dia 08 de Janeiro próximo, dia de conclusão da Assembleia

Geral Eleitoral iniciada a 11 deste mês.

“Com o intuito de atrair mais embarcações ao sistema de Rating

ORC, em que a justeza desportiva está mais do que provada ao

longo destes anos, e devido à enorme disparidade da nossa frota,

ficou definido na reunião da Secção que a Classe Open não teria

qualquer classificação”, explica este Dirigente.

Caracterizada por um espírito mais desportivo e menos competiti-

vo, “a Classe Open existe para,

alguns estrangeiros que se encon-

tram de passagem pela Marina do

Faial aquando da realização das

provas, puderem participar, já que

o sistema de rating obriga a um

conjunto de medidas complicadas e morosas, nomeadamente os

certificados, que são emitidos pela Federação Portuguesa de Vela

Jorge Macedo faz o balanço a actividade da

Secça o de Vela de Cruzeiro do CNH

Um mandato caracterizado pelo

aumento do número de regatas e

pela diminuição das Entregas de

Prémios

Page 14: Ir_ao_mar nº9 - Dezembro de 2014

(FPV), o que não permite a competição em Classe ORC”.

Jorge Macedo: “Os velejadores da Classe Open tam-

bém merecem ser premiados”

Prémios para a Classe Open

Tendo em conta que, tanto em ORC como em OPEN os veleja-

dores participam e empenham-se, “não é descabido que nas

regatas mais importantes os participantes na Classe Open

venham a ter prémio”, revela Jorge Macedo. A Atlantis Cup –

Regata da Autonomia é certamente uma das provas que vai

ser contemplada nesse aspecto.

Este Dirigente salienta, ainda, o facto de, tanto em 2013 co-

mo em 2014, a Classe Open ter registado quase tantos parti-

cipantes como na Classe ORC no que concerne à Atlantis Cup.

Como tal, frisa: “Temos de ter algum carinho para com estes

participantes”.

A novidade também deverá ser aplicada às Regatas Horta/

Velas/Horta, Sanjoaninas e noutras em que a participação na

Classe Open tem expressão.

A Atlantis Cup é, ano após ano, destacada em todos os balan-

ços feitos, por se tratar da maior regata de vela oceânica de

Portugal e que tem vindo a alargar o seu espectro de partici-

pantes. Basta referir que este ano contou com tripulações de

Hong Kong, New Bedford, Portugal Continental, Madeira e

Açores.

Em 2014 foram introduzidos os patrocinadores por etapa,

que Jorge Macedo ambiciona serem “mais generosos em

2015”. E na opinião deste Dirigente “nem sequer foi muito

difícil conseguir os patrocinadores por etapa”: BMW/Auto-

Açoreana entre Santa Maria e Ponta Delgada; Quinta dos

Açores entre Ponta Delgada e Angra e NOS Açores entre An-

gra e Horta.

Ralis Náuticos à Calheta de São Jorge e às Lajes das Flores

Recuando um pouco no tempo, até para que se possa estabe-

lecer um paralelismo, este Director recorda que no mandato

de 2011/2012 do calendário de provas da Secção de Vela de

Cruzeiro do CNH constavam 10 competições e neste manda-

to, que está prestes a terminar, subiu para 15.

Quando questionado sobre se a perspectiva é aumentar no

mandato de 2015/2016, este Responsável responde: “Não

podemos aumentar neste ritmo, caso contrário ficamos sem

calendário possível, pois é preciso não esquecer que os vele-

jadores têm outros afazeres”.

Foi precisamente por indisponibilidade de calendário que

este ano ficou de fora a proposta vinda da Câmara Municipal

da Calheta no sentido de o Clube Naval da Horta organizar

um Passeio Náutico a esta vila jorgense, o que deveria ter

acontecido no fim de Agosto. No entanto, este Dirigente adi-

anta que esta prova vai ser tida em conta no Plano de Activi-

dades da próxima época.

Recorde-se que o CNH já organiza um Rali às Velas de São

Jorge, que decorreu no passado mês de Julho. “O objectivo é

andarmos nas ilhas do Triângulo”, sustenta Jorge Macedo.

Em 2013, o CNH recebeu um contacto por parte do Presiden-

te do Clube Náutico das Lajes das Flores para organizar um

Rali Náutico a este concelho por altura das Festas do Emi-

grante, no fim de Julho. Mas como coincide com a Atlantis

Cup não tem sido possível. A solução passará por encontrar

outra data, o que será revisto no próximo ano.

Page 15: Ir_ao_mar nº9 - Dezembro de 2014

“O papel de promoção do Faial e dos Açores no Mun-

do, que é feito pelo CNH, tem de vir acompanhado do

correspondente envelope financeiro”, alerta Jorge Ma-

cedo

Autoridades locais e regionais têm de repensar o papel do

CNH

Instado a pronunciar-se sobre o que revelam estes convites/

solicitações para organização de novas regatas a acrescentar a

um calendário já de si muito preenchido, o Presidente da Sec-

ção de Vela de Cruzeiro do CNH refere que “isso só pode sig-

nificar que o Clube Naval da Horta é reconhecido pelas autori-

dades regionais como sendo um clube dinâmico e com uma

grande capacidade organizativa”. No entanto, lamenta que

“esse dinamismo tão abundantemente apregoado não seja

acompanhado dos justos e necessários apoios financeiros,

tendo em conta o papel preponderante que este Clube tem

na projecção e divulgação do Faial e dos Açores no Mundo”. E

prossegue: “Quando se sabe que foram canalizados para um

Campeonato da Europa de Fórmula Windsurfing (o que repre-

senta apenas uma prova), verbas superiores às que recebe-

mos para realizarmos toda a nossa actividade anual, incluindo

duas regatas internacionais, é claro que quem anda a traba-

lhar no CNH se sente, pois lá diz o ditado que quem não se

sente não é filho de boa gente. Penso que o CNH tem feito

um excelente trabalho no que toca à promoção dos Açores,

mais do que equipas de outras modalidades desportivas, nos

campeonatos secundários nacionais, por exemplo, e recebe

muito menos”. “Portanto – realça – não podem esperar que

este grau de actividade se mantenha, quando há menos di-

nheiro”.

Após uma conversa mantida com o actual Presidente da Di-

recção, Jorge Macedo aceitou fazer mais um mandato, mes-

mo desmotivado, atendendo a que “não queria ser um dos

responsáveis por deixar o CNH num impasse directivo”.

Funções directivas começaram em 1988

Jorge Macedo, um homem que de mar apenas sabia pescar e

nadar, aceitou o desafio lançado pela primeira vez em 1988

para integrar os Corpos Sociais desta instituição, numa altura

em que o líder escolhido foi Aurélio Melo.

Com manifesta paixão pelo futebol, transitou para a Vela de

Cruzeiro de forma espontânea “e as coisas foram acontecen-

do”. Fui abraçando novas ideias e os projectos nasceram gra-

dualmente”, recorda.

De lá até hoje, foram poucos os anos em que este Dirigente

esteve afastado do Clube, com a particularidade de quase

sempre ter sido Vice-Presidente e de sempre ter dirigido a

Secção de Vela de Cruzeiro. Não é à toa que o actual Presi-

dente da Direcção o classifica como “pedra basilar e estrutu-

rante”.

“Um Festival Náutico excelente!”

Em termos de participação, em 2014 a média de embarcações

por regata de Vela de Cruzeiro fixou-se nas 9.

“A participação no Festival Náutico da Semana do Mar deste

ano foi extremamente boa, muitíssimo melhor do que em

2013. Tivemos uma média de 20 embarcações por regata”,

realça este Dirigente, enumerando: Regata dos Solitários: 17

embarcações; Regata “Troféu Horta”: 17; Regata das Sereias:

21 e Regata do Canal: 24. Embora esta última Regata seja, por

tradição, muito participada, a verdade é que “há muitos anos

que não atingia estes valores”. Só nestas 4 provas estamos a

falar de 79 embarcações. Por isso, Jorge Macedo diz: “Esta

gente precisa de abrir os olhos. Num horizonte de 30 barcos,

Page 16: Ir_ao_mar nº9 - Dezembro de 2014

termos 79 em 4 provas no Festival Náutico, é obra!

Relativamente ao Campeonato Local de Vela de Cruzeiro, o

número regular de embarcações participantes foi de 8, “o

que é muito bom”.

Na Prova do 67º Aniversário, a que se associou a competição

de Vela a nível mundial em memória de Bart Simpson, o CNH

contou com 11 barcos em prova tendo posteriormente os

resultados sido enviados para Inglaterra.

A tendência registada no que concerne aos apoios, também

se reflectiu nas Cerimónias de Entregas de Prémios, que “este

ano sofreram um decréscimo muito acentuado”. A Regata da

Marinha teve prémios oferecidos por esta instituição; com a

Regata da Marina sucedeu o mesmo; na Regata da Volta à

Ilha/MEO, o Clube ofereceu um pequeno lanche; na do Vara-

douro foi a Junta de Freguesia do Capelo quem assumiu esse

encargo e na Regata Horta/Velas/Horta o apoio veio do Clube

Naval e da Câmara Municipal das Velas.

As inscrições online vieram retirar “algum brilho aos briefings,

onde tradicionalmente os participantes se inscreviam para as

regatas, no decorrer de um beberete, mas como estes tam-

bém começaram a não marcar presença, optou-se por fazer o

briefing, muitas vezes, uns momentos antes da largada das

regatas”, explica este Director, que confessa: “Só não tem

havido mais Cerimónias de Entrega de Prémios porque não

há dinheiro para isso”.

Apesar de todas as necessidades e omissões por quem de

direito, “esta Secção cumpriu todos os objectivos a que se

propôs”.

Actividade de 2014 em números:

Provas de calendário – média de participação: 9 barcos

Regata da Liberdade: 6 embarcações

Regata do Dia da Marinha: 13

Regata de Aniversário da Marina da Horta:10

Regata Volta à Ilha do Faial/MEO: 6

Sanjoaninas: 6

Horta/Velas/Horta: 10

Varadouro: 10

Regata de Aniversário/Bart Bash: 11

Total: 72 barcos

Festival Náutico da Semana do Mar – média de participação:

20 barcos

Regata dos Solitários: 17

Troféu Horta: 17

Regata das Sereias: 21

Regata do Canal: 24

Total: 79 barcos

Atlantis Cup - Regata da Autonomia: 20 barcos

Campeonato Local de Vela de Cruzeiro: 8 barcos

Realizou-se ainda o Rali da Madalena

Calendário de 2014: 15 Regatas

Calendário de 2013: 15 Regatas

Calendário de 2012: 10 Regatas

Calendário de 2011: 10 Regatas

Page 17: Ir_ao_mar nº9 - Dezembro de 2014

Gjalt nasceu na Holanda e Corinna no Reino

Unido. Chegaram ao Faial pela primeira vez em

2007 e ficaram fascinados. Tendo em conta que a

questão profissional ainda era uma constante nas

suas vidas, só em 2012 aportaram definitivamen-

te a esta ilha, que consideram ser um paraíso.

Depois de terem viajado por todo o mundo, ren-

deram-se à tranquilidade e beleza do Capelo, fre-

guesia onde têm casa.

Mantendo um ritual habitual na sua vida, logo

que chegou, Gjalt procurou o Clube Naval da

Horta, onde fez amigos, sendo praticante de Vela,

Apneia e Canoagem.

1.Há quanto tempo frequenta o Clube Naval da Horta?

Chegámos à Horta no nosso barco (“Synergy”) em 2007, de-

pois de ter navegado ao redor do mundo. O nosso último por-

to foi a Ilha de Ascensão e levámos 29 dias até aportar na Hor-

ta. Nessa manhã, quando chegámos ao Faial, vimos a ilha pela

primeira vez, que se apresentava fantasticamente bela e deci-

dimos que queríamos viver aqui. Não nos tornámos logo

membros do Clube Naval, uma vez que tivemos de voltar ao

trabalho. Quando regressámos em 2012, aí sim tivemos tem-

po de apreciar a ilha de forma total.

2.Por que gosta do Clube Naval?

Fui membro de vários clubes de Vela em todo o mundo e por

várias razões gosto muito mais do Clube Naval da Horta. Em

primeiro lugar, por causa das pessoas que são todas muito

prestáveis e onde já fiz bons amigos. Estou muito impressio-

nado com a quantidade de actividades que o Clube Naval or-

ganiza e a forma como o faz. Nesse sentido, este ano destaco

a Regata Atlantis Cup, a Semana do Mar, as Regatas de Vela

de Cruzeiro aos fins-de-semana, as Regatas de Botes Baleeiros

assim como o Campeonato Nacional de Access, que foi muito

bem organizado. Também estou muito impressionado com a

Vela Ligeira e a Canoagem, direccionada para crianças e ado-

lescentes.

O que eu não percebo é por que razão a Vela Ligeira é restrita

a crianças e adolescentes. Gostava que houvesse Vela Ligeira

para Adultos, pois em todos os outros clubes de Vela de que

fui membro, havia sempre um núcleo de adultos com os seus

próprios barcos, que velejavam duas ou três vezes por sema-

na e, que, no fim tomavam uma bebida ou faziam um churras-

co. O que pode ser mais relaxante do que isto? E devo subli-

nhar que as condições para fazer isso aqui são incríveis ao

longo de todo o ano.

Fotografia cedida por: Duarte Araújo

Gjalt Van der Zee elogia a extensa activida-

de e dina mica do Clube Naval da Horta

Page 18: Ir_ao_mar nº9 - Dezembro de 2014

3.Como descobriu o Clube Naval?

O Clube de Vela é sempre uma das primeiras coisas que eu

procuro num lugar novo, mas aqui nem foi preciso procurar,

porque é impossível não nos apercebermos da sua existência!

4.Por que razão decidiu frequentar as Aulas de Vela para

Adultos do CNH?

Comprei o meu próprio Laser, porque não queria perder a

oportunidade de fazer Vela aqui. É tão bonito na água! Às

vezes, quando surfo uma onda, vejo pássaros e golfinhos em

torno de mim, com a ilha do Pico ao fundo, e sinto-me tão

feliz que me apetece cantar (é claro que não o faço por soar

horrível e porque poderia interferir com a natureza!). Com as

aulas de Vela tenho oportunidade de melhorar. O Duarte

Araújo e o José Miguel Barros são muito bons treinadores e

há sempre coisas novas para aprender. O Laser não é um bar-

co difícil, mas é difícil velejar e manuseá-lo bem. Para mim,

este tipo de vela está no cerne de todas as habilidades de

navegação. Tudo é importante num Laser e o barco oferece

retorno imediato sobre o que se faz certo ou errado, sobretu-

do no último caso!

Quando navego no meu “Synergy”, faço-o melhor quando

este Admiral’s Cupper (modelo de iate) de 49 pés começa a

comportar-se como um Laser.

O Laser também exige que o velejador seja forte, apto e flexí-

vel, o que proporciona uma grande motivação para a pessoa

se manter saudável.

Gjalt Van der Zee faz da Vela um desporto de eleição, embo-

ra também pratique Apneia e Canoagem

Fotografia cedida por: Gjalt Van der Zee

5.Tem outros amigos estrangeiros que também frequentem

as Aulas de Vela para Adultos?

Tanto os amigos locais como os estrangeiros reúnem-se de

vez em quando mas, infelizmente, ainda não foram capazes

de estabelecer um núcleo dedicado à Vela. Espero que isso

aconteça e que mais pessoas comprem o seu próprio barco,

que não tem de ser um Laser. Penso que outra belíssima clas-

se de Vela Ligeira para as condições que existem no Faial,

seria a classe “Fireball”.

6.O que é que aprendeu?

Estou a aprender muitas coisas, mas um bom exemplo seria

fazer vela no sentido do vento (“sailing on dead run”). Isso é

muito difícil de fazer num Laser, especialmente com ventos

fortes e ondas grandes, que com um pequeno erro ou um

lapso de concentração fará com que a embarcação revire. É

algo muito excitante, mas agora já estou muito melhor neste

aspecto, embora ainda cometa erros!

7.Acha que estas Aulas devem continuar?

Espero que sim. E espero que mais pessoas se juntem a nós,

de preferência com os seus próprios barcos. É claro que eu

não posso esperar que o Duarte e o José dêem aulas só para

mim, por isso tenho-me juntado aos mais novos. Vou conti-

nuar a praticar, pois é demasiado bom para perder. Juntem-

se a nós e vão ver como é bom!

8.Acha importante o trabalho que o Clube Naval faz?

Muito importante! É a base e o centro de todos os desportos

náuticos na ilha, tanto na vertente recreativa como competiti-

va. Como tal, o Clube Naval da Horta proporciona a coesão

social, uma parte essencial da educação e formação dos mais

novos e também constitui um meio para os adultos se mante-

rem em forma e serem pessoas saudáveis e felizes.

O CNH preserva o património histórico-cultural através da

Secção de Botes Baleeiros, além de oferecer oportunidades

para pessoas com deficiência fazerem Vela. E é preciso salien-

tar que o Clube Naval da Horta esteve na base da formação

do Campeão de Portugal na Vela (Classe Laser Standard) que

é o atleta Rui Silveira!

Faço ainda parte da Secção de Apneia do Clube Naval, de on-

de também já saíram campeões a nível nacional. Os treinos

em Apneia são essenciais para a segurança de quem faz caça

submarina.

Recentemente, também comecei a praticar Canoagem. É ver-

dade que ainda vou um bocadinho trémulo, mas divirto-me

imenso.

9.Onde nasceu e o que fazia profissionalmente?

Nasci na Holanda e a minha esposa, Corinna, no Reino Unido.

Éramos ambos físicos na Indústria de Petróleo e Gás. Devido

Page 19: Ir_ao_mar nº9 - Dezembro de 2014

ao nosso trabalho, vivemos em muitos países diferentes e

tivemos sempre de viajar muito.

10.Por que escolheu viver na ilha do Faial? Gosta de viver

cá?

Vivemos aqui porque amamos isto! Amamos a ilha, o mar, as

pessoas, os nossos amigos e todas as coisas que podemos

fazer aqui. Estivemos em todo o mundo e o facto de termos

escolhido o Faial para nos instalarmos, significa que ele nos

diz muito. Quem nasceu aqui deve considerar-se muito afor-

tunado. Nós demorámos muito tempo a encontrar este sítio.

Eu e a Corinna vivemos no Capelo, com um gato que se juntou

a nós.

11.Na sua opinião, o que falta ao Faial? E ao Clube Naval?

Tal como referi acima, estou à espera que apareça um grupo

de marinheiros adultos, com barco próprio, para fazermos

umas corridas semanais, tomarmos umas bebidas e fazermos

uns churrascos. Quanto ao resto, que continuem o bom traba-

lho! Neste caso, sou eu quem tem de mudar, melhorando o

meu Português. Lamento muito não poder responder a esta

entrevista em português.

Obrigado a todos por manterem um excelente Clube como

este e por nos fazerem sentir tão bem-vindos!

Gjalt Van der Zee praises the extensive activity and dynamics

of the Clube Naval da Horta

Gjalt was born in Holand, and Corinna in the UK. This couple

first visited Faial back in 2007, and they were fascinated with

the island. Given that they were still professionally bounded,

they only moved to Faial in 2012, an island witch they con-

sider a paradise. And after having traveled all over the

world, they surrendered to the tranquility and beauty of the

area of Capelo, a township where they found their home.

As soon as he arrived, and keeping with the regular ritual in

his life, Gjalt searched for the Naval Club of Horta, a place

where he made friends, and were today he is a practitioner

of Vela, Canoeing and Apnea.

1.How long have you been a member of Clube Naval da Hor-

ta?

We arrived in Horta in 2007 on our boat, (“Synergy”) after

sailing around the world. Our last port was Ascension Island

and it took us 29 days to sail to Faial. When we arrived in the

morning, we saw the fantastically beautiful island of Faial for

the first time, and we decided right there in that moment,

that we wanted to live here. That time, we did not become

members of Clube Naval, as we did not stay because we had

to return to work. We were only able to truly appreciate the

island when we returned in 2012.

2.Why do you like the Clube Naval da Horta?

I have been a member of several sailing clubs around the

world, and for many reasons I like Clube Naval more than all

the others. Firstly because of the people, who are all very

helpful, as such I have made there many good friends. I am

very impressed by the amount of activities that Clube Naval

organizes, and how well it organizes them. For me, some of

the highlights of this year were the Atlantis Cup, the Semana

do Mar, the weekend Yacht races, the Whale Boat sailing, as

well as the Access to the National Sailing Championship that

was very well organized. I am also very impressed by the din-

ghy sailing and kayaking for children and teenagers.

What I don’t understand is that dinghy sailing seems restrict-

ed to children and teenagers. In all the other sailing clubs I

have been a member of, the core always consisted of a group

of adults with their own dinghies, who would race once or

twice a week, and have a drink or a BBQ afterwards. What can

be more relaxing than that? The conditions for doing this

here, are incredible all the year around.

3.How did you find the Clube Naval?

The sailing club is always one of the first things I look for, in a

new place, but here I didn’t have to look for it. It is impossible

not to notice it!

4.Why do you attend the Sailing Lessons for Adults?

I bought my own Laser because I didn’t want to miss out on

the opportunity to dinghy sail here. It is so beautiful out there

on the water. Sometimes when I surf off a wave, birds and

dolphins around me, Pico in the background, I get so happy I

want to sing (I don’t because I sound awful and it could ruin

the atmosphere!). With the Sailing Lessons I get the oppor-

tunity to improve. Duarte and Jose are very good coaches,

and there are always new things to learn. The Laser dingy is

not a difficult boat to sail, but it is difficult to sail in it well. To

me, this kind of sailing lies at the heart of all sailing skills. Eve-

rything is important in a Laser and the boat gives you immedi-

ate and clear feedback on what you do right or wrong, espe-

cially in the latter!

When I sail on “Synergy”, I do it best when this 49ft Admiral’s

Cupper starts to feel like a Laser to me. The Laser also re-

quires you to be strong, fit and flexible, which provides a

great motivation to stay healthy.

Page 20: Ir_ao_mar nº9 - Dezembro de 2014

Gjalt Van der Zee makes Sailing a favorite sport, but also practices Apnea and Canoeing

Photography courtesy of: Gjal Van der Zee

5.Do foreign friends of yours, also attend the Sailing Lessons

for Adults?

Both local and foreign friends are joining the classes every

now and then, but unfortunately we have not yet been able

to establish a dedicated core of dinghy sailors. I hope this will

happen, and that more people will buy their own dinghy, and

it doesn’t have to be a Laser. I think a Fireball would also be a

great class for the sailing conditions here.

6.What have you learned?

I am learning many things, but a good example would be sail-

ing on a dead run. This is quite difficult in a Laser, especially in

strong winds and big waves, and a small mistake or a lapse in

concentration will cause capsize. This is very exciting stuff and

I am now much better at it. Of course I still make mistakes!

7.Do you think that these classes should continue?

I really hope they will, and that more people will join, hope-

fully with their own boats. Of course I cannot expect Duarte

and Jose to do this just for me, so I will join the teenagers for

the time being. I will keep doing it as I think dinghy sailing

here, is just too good to miss. Come and join us and you will

see!

8.Do you find the work that Clube Naval does, is important?

Very important! It is the basis and centre of all watersports

on the island, both recreationally and competitively, all in one

club. As such, it provides a lot of social cohesion, an essential

part in the upbringing and education of children. And a way

for adults to stay fit, healthy and happy. It protects the cultur-

al heritage through the Whale Boat sailing, and it provides

sailing opportunities for people with a handicap. And let’s

not forget that Clube Naval has produced a Portugal’s Laser

Sailing Champion in Rui Silveira!

I am also part of Clube Naval’s Apnea Team, which too has

produced Portuguese Champions and which is also essential

as safety training for spearfishing, and I recently started

kayaking as well. Wobbly, but great fun.

9.Where were you born? What was your job?

I was born in Holland, and my wife Corinna, is from the UK.

We are both physicists who worked in the Oil and Gas Indus-

try. For our work, we lived in many different countries and

always had to travel a lot.

10. Why did you choose to live on Faial? Why do you like to

live here?

We live here because we love it here! We love the island, the

ocean, the people, our friends, and all the things we can do

here. We have been all over the world, so the fact that we

chose Faial as a place to settle should tell you something. If

you were born here you should consider yourself very lucky.

It took us a long time to find you!

Corinna and I live in Capelo together. A cat has joined us.

11. In your opinion, what is missing to Faial, and also at the

Clube Naval?

As I said above, I am hoping for a group of adult dinghy sailors

with weekly races, drinks and barbecues. As for everything

else, keep going! It is me who has to change by improving my

Portuguese. I am very sorry I couldn’t write this in Portu-

guese.

Thank you all for a great Club and for making us feel so wel-

come!

Page 21: Ir_ao_mar nº9 - Dezembro de 2014

Foi com grande simpatia e es-pontaneidade que Tomás Oli-veira acedeu partilhar com o Gabinete de Imprensa do Clube Naval da Horta (CNH) o seu percurso de atleta nesta casa. O à vontade com que falou dos seus objectivos e do futuro, dei-xam antever uma carreira pro-missora para alguém que, com 12 anos, já revela grande matu-ridade. Trabalho, persistência, método e muita vontade: ingre-dientes que só podem ser sinal de excelentes resultados.

Tem apenas 12 anos, mas já pratica

Natação há 9. Chama-se Tomás Oliveira

e é atleta do Clube Naval da Horta

(CNH), não só nesta modalidade como

também na Vela Ligeira (Classe Opti-

mist). Além disso, ainda faz “um bocadi-

nho” de Ciclismo e, garante, que conse-

gue conciliar tudo isto com as activida-

des lectivas.

Questionado sobre a razão que o levou

a iniciar a Natação aos 3 anos de idade,

Tomás Oliveira explica que foi devido a

problemas respiratórios. No entanto, o

gosto por esta modalidade levou-o a

continuar este desporto e a treinar in-

tensamente sendo, por isso, “um exce-

lente nadador, aplicado, com evolução

nítida e muito cumpridor”, como atesta

a Directora da Secção de Natação do

CNH, Olga Marques.

Este pequeno grande atleta refere que

sente “orgulho” quando faz Natação,

treinando 1 hora e 30 minutos 5 dias

por semana.

Instado a pronunciar-se sobre o futuro,

Tomás Oliveira responde que quando

chegar ao Secundário, “provavelmente”

terá de optar pela Natação.

Sublinha que gostava de ser “nadador

profissional” tendo como sonho

“representar a Selecção Açoriana nos

Jogos das Ilhas e a Selecção Nacional

nos Jogos Olímpicos”.

Em termos profissionais, pensar vir a ser

engenheiro naval, tendo sempre o mar

por inspiração.

Quanto à forma como olha para os cole-

gas, refere que costuma “incentivá-los

para que atinjam os seus objectivos”,

deixando-lhes “frases de apoio”. Quan-

do as provas correm menos bem, lem-

bra-os sempre que “da próxima vai ser

melhor”.

No que diz respeito à Competição, ad-

mite que “há poucos atletas no Clube” e

lembra que “até há bem pouco tempo

existiam muitos mais nadadores nesta

situação”.

Tomás Oliveira: “Quando faço Na-

tação, sinto orgulho”

Quando o assunto é treinadores, deixa a

seguinte mensagem: “Gosto muito dos

meus treinadores, porque são exigen-

tes, ensinam várias técnicas nos diferen-

tes estilos e ajudam a desenvolver a

nossa técnica”. Para ele, o melhor até

hoje foi o professor Lúcio Rodrigues,

porque aprecia “o nível de exigência

dele e o que ele ensina”. De realçar que

foi este Técnico quem sempre acompa-

nhou este atleta, daí se ter criado esta

relação de confiança e amizade.

No ranking dos preferidos, segue-se o

Treinador Hélder Gandarez que, apesar

de ser recente no CNH, já está a marcar

pontos, precisamente por ser “um dos

mais exigentes”.

“Gosto sempre de melhorar os meus

tempos e de conseguir os mínimos no

estilo de Bruços que é o que exige mais

técnica e aquele em que tenho mais

dificuldades”, realça Tomás Oliveira,

que em contraponto indica o Mariposa

como sendo o estilo em que tem me-

lhor desempenho.

Na base do sucesso deste nadador está,

sem dúvida, a sua persistência e traba-

lho constante, a motivação e a exigência

dos Treinadores, o suporte dado pelo

Clube Naval da Horta e o apoio incondi-

cional dos pais, de quem recebe grande

estímulo e compreensão.

Instado a pronunciar-se sobre o Clube

que representa, esta jovem promessa

frisa: “O Clube Naval da Horta tem tudo

o que é preciso para fazer grandes na-

dadores”.

“Gosto muito dos meus treinado-

res, porque são exigentes”

Fotografias de: Cristina Silveira

Toma s Oliveira, nadador do

Clube Naval da Horta

Gostava de representar a Selecção Açoriana nos Jogos das Ilhas e

a Selecção Nacional nos Jogos Olímpicos”

Page 22: Ir_ao_mar nº9 - Dezembro de 2014

1ª Concentraça o de Natal Optimist, no Bar-

reiro

Mariana Luís, Jorge Pires, Rita Branco e Tomás Pó: os

velejadores do CNH que participaram no Estágio realiza-

do na Base Naval do Alfeite

Terminou esta terça-feira (dia 23), a 1ª Concentração de Natal

Optimist, que decorreu na Escola de Fuzileiros, na Base Naval

do Alfeite, no Barreiro.

Este Estágio teve início sexta-feira passada (dia 19), tendo sido

promovido pela Associação Portuguesa da Classe Internacional

Optimist (APCIO).

Participaram 4 atletas da Escola de Vela do Clube Naval da

Horta (CNH): Tomás Pó, Mariana Luís, Jorge Pires e Rita Bran-

co, os quais já foram convidados a partilhar neste espaço as

experiências vividas ao longo destes dias.

Enquanto essa parte está a ser preparada, o Treinador de Vela

de Grau II do Clube Naval da Horta, Duarte Araújo, faz o balan-

ço deste Estágio:

“Ainda falta ver na água o que estes velejadores do CNH ga-

nharam com este Estágio. No entanto, parece-me que se cum-

priram os principais objectivos: primeiro, o treino intensivo de

Vela e do físico; segundo, conhecer os colegas dos outros clu-

bes do Continente português e, finalmente, a possibilidade de

comparação com uma boa parte da frota nacional, para assim

compreenderem o que já melhoraram e o que ainda têm de

melhorar.

Quanto a benefícios, o benefício imediato é ter os velejadores

cheios de histórias para contar sobre os novos amigos que fize-

ram e a experiência que tiveram.

A curto prazo, tenho um grupo de velejadores na equipa que já

compreende melhor o que pretendo treinar e porquê, podendo

ajudar toda a equipa com a nova experiência agora adquirida.

A médio prazo, temos este grupo que já velejou e partilhou

experiências com um grande número de velejadores que vão

estar na Cidade da Horta, no Campeonato de Portugal de Ju-

venis – Optimist 2015, que decorrerá de 24 a 28 de Março pró-

ximo, co-organizado pelo Clube Naval da Horta, o que constitu-

irá uma experiência completamente diferente para eles, agora

que já os conhecem.

Gostava de agradecer aos Treinadores Gonçalo Boto e Pedro

Bolina por terem feito tudo para tornar inesquecível a partici-

pação dos velejadores faialenses e pelo acompanhamento da-

do; ao Luís Fráguas por ter ajudado na divulgação deste projec-

to e permitir que tantos atletas pudessem ter acompanhado de

longe o Estágio através das suas fotografias; aos pais dos atle-

tas por acreditarem no trabalho que tem sido feito e investirem

na formação dos filhos como velejadores e, finalmente, ao Clu-

be Naval da Horta, por tudo fazer com vista à evolução da Es-

cola de Vela e dos seus velejadores”.

Espírito de grupo

Fotografias de: Luís Fráguas

“Com a experiência agora adquirida, este grupo de velejadores pode ajudar o resto da equipa”,

sustenta o Treinador Duarte Araújo

Page 23: Ir_ao_mar nº9 - Dezembro de 2014
Page 24: Ir_ao_mar nº9 - Dezembro de 2014

Fonte da fotografia: www.velazores.com

Terminou esta segunda-feira, dia 08, na cidade da Horta, o

Curso de Treinador de Vela - Grau I, composto por 40 horas

de trabalho, divididas em 2 partes: uma teórica e uma práti-

ca, de acordo com informação da Associação Regional de

Vela dos Açores (ARVA)

Esta formação foi organizada pela Federação Portuguesa de

Vela (FPV) e para leccionar os diferentes conteúdos desloca-

ram-se aos Açores 5 formadores deste organismo.

Participaram 14 formandos, oriundos do Faial (5), do Pico

(4), de Santa Maria (1), de São Miguel (2) e da Terceira (2).

Para concluir esta formação e obterem a credenciação pelo

Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), para

além de possuírem a formação de componente geral, os

formandos serão agora sujeitos a um período de Estágio.

Na Horta: 14 formandos terminaram o

Curso de Treinador de Vela – Grau 1

Page 25: Ir_ao_mar nº9 - Dezembro de 2014

Sonho antigo concretizado a custa das

poupanças pessoais: Miguel Guimara es e Da-

vid Abecasis compraram barco novo e mon-

taram-no a sua maneira - Ganhar o Campeonato Nacional e ficar no top

ten no Mundial, em Itália, são as metas para 2015

A dupla de atletas da Classe Snipe do Clube Na-

val da Horta (CNH), Miguel Guimarães/David

Abecasis concretizou este Verão um sonho antigo:

comprar um barco novo para a prática da Vela,

que custou 10 mil euros. Para que tudo resultasse

na perfeição, encomendaram-no só com o casco

em fibra para poderem ter o privilégio de montá-

lo à sua maneira. Até agora, estes velejadores ain-

da só fizeram um pequeno treino para testarem os

sistemas que eles próprios montaram no barco. A

adaptação a esta nova máquina será feita este

mês, num ano também marcado por uma lesão

nas costas, que fez Miguel Guimarães parar du-

rante 4 meses.

David Abecasis e Miguel Guimarães apresentam o seu

novo barco

Fotografia de: Ângelo Teixeira

O velejador Miguel Guimarães aproveitou a sua passagem pelo

Faial, este mês de Outubro, para cumprimentar o Presidente

da sua casa enquanto atleta: o Clube Naval da Horta (CNH). A

viagem, feita no campo profissional – já que é sócio da empre-

sa “Descobre Ventos”, que vende embarcações de cruzeiro –

também serviu para rever amigos, fazer algumas sugestões ao

Responsável máximo pelo CNH, José Decq Mota, e revelar no-

vidades ao Gabinete de Imprensa desta instituição.

Miguel Guimarães, ao passar pelo Faial, fez questão de

cumprimentar o Presidente do Clube que representa: o

Clube Naval da Horta

A intenção foi comprar um barco só com o casco em fibra

para poderem ter o privilégio de montá-lo à sua maneira

Fotografia de: David Abecasis

Page 26: Ir_ao_mar nº9 - Dezembro de 2014

A nova máquina custou 10 mil euros e muitas horas de

trabalho e gozo na sua montagem

Fotografia de: Ângelo Teixeira

No campo das novidades, destaque para o barco novo que a

dupla de velejadores da Classe Snipe do Clube Naval da Horta

Miguel Guimarães/David Abecasis adquiriu em Agosto último,

com a particularidade de a embarcação ter vindo despida, di-

gamos assim. “Encomendámos um barco só com o casco em

fibra para podermos montar todos os sistemas à nossa manei-

ra e medida. Deu-nos muito trabalho mas também um gozo

enorme, porque ficou tudo como nós queríamos”, explica Mi-

guel Guimarães.

Este velejador falou com muito entusiasmo do novo

barco e do gozo que deu montá-lo à sua maneira, uma

situação pouco vulgar, já que o habitual é vir equipado

Fotografia de: Cristina Silveira

Este cenário implicou uma interrupção em termos de treinos,

“o que não é bom para nenhum atleta”, mas uma vez que este

velejador contraiu uma lesão nas costas, teve mesmo de ficar

parado durante 4 meses, “o que foi muito tempo”. Questiona-

do sobre a recuperação, Miguel responde que acha que

“nunca” vai recuperar completamente porque estamos a falar

de hérnias discais. Obrigado a um período de descanso e de

reforço da zona central do corpo para resistir mais, uma vez

que “o barco antigo era muito agressivo para as costas”, este

velejador regressou aos treinos o mês passado.

Quanto ao antigo barco, que contava cerca de 16 anos de vida,

4 dos quais sob a condução desta dupla, já conheceu outro

dono.

Miguel Guimarães revela que um Snipe destes custa 4 mil eu-

ros em segunda mão e um novo, como o que adquiriu agora,

ascende a 10 mil euros. Explica que “este tipo de embarcação

tem um valor bom mesmo já usado, porque dura muito tem-

po”. E recorda: “Eu tinha um barco com mais de 15 anos que

conseguia ser competitivo em praticamente todas as situa-

ções”. No entanto, Miguel e David não podiam dizer que esta-

vam no top dos tops. Mas agora, a situação é outra. Possuindo

um barco topo de gama na Classe Snipe, não há desculpa para

lugares fora do pódio.

“Eu e o David velejamos há muitos anos, de forma individual

em diferentes classes e juntos na Classe Snipe, e como estáva-

mos a andar bastante bem, começámos a notar que o barco

que tínhamos acabava por ser menos competitivo em situa-

ções de mar, com ondas”. De sublinhar que, nas frotas em que

competiam, estes atletas eram os únicos que tinham um barco

com esta forma de casco, pelo menos em Portugal, pois em

Espanha, “onde há uma grande variedade”, ainda é possível

encontrar alguns iguais ao barco antigo. “Agora, podemos di-

zer que temos um barco igual ao dos outros e que estamos

mais actualizados. Podemos bater-nos na nossa capacidade

técnica e estratégica e o barco deixou de ser um pretexto para

não estarmos à altura”, salienta. Com todas as condições reu-

nidas para somar e seguir no que toca a vitórias, o tempo ago-

ra é de treinos para recuperar o perdido.

A adaptação ao novo barco é o próximo passo para esta

dupla de velejadores

Fotografia de: Ângelo Teixeira

Page 27: Ir_ao_mar nº9 - Dezembro de 2014

Classe Snipe: barcos para durar!

Esta primeira fase será de adaptação ao novo barco, mas Mi-

guel Guimarães concorda que o facto de o terem montado à

sua maneira “ajuda bastante”, embora seja “muito importante

testá-lo na água, já que os cascos desta embarcação são bas-

tante diferentes da anterior”.

Este velejador elogia uma característica patente nos barcos da

Classe Snipe que é o facto de o tempo de vida ser bastante

longo. “É verdade que o barco foi caro, mas eu sei que daqui a

20 anos ainda posso ganhar regatas com ele. É uma Classe

muito boa e não há mais nenhuma assim”, realça, explicando:

“Se estiver a falar de um Laser, 420 ou 470 não dura mais do

que 4 anos, porque a sua construção não resiste por mais tem-

po. E sei disto por experiência própria, pois tanto eu como o

David andámos nestas Classes”.

A caminho da água para ser testado

Fotografia de: Ângelo Teixeira

“Snipes são excelentes para a formação”

Sabendo das dificuldades que o CNH atravessa, um pouco à

semelhança do panorama regional e nacional, este velejador

experiente questionou o Presidente desta casa sobre a não

utilização de snipes como barco-escola exactamente por se

tratar de embarcações que duram muito tempo e são resisten-

tes. “É um barco muito simpático para competição e escola de

vela, é seguro e, ao contrário do que acontece com os Laser ou

os 420, dificilmente revira”.

Conhecedor do que se passa no Brasil, Miguel diz que lá cha-

mam ao Snipe “o barco dos 8 aos 80, porque vê-se velejadores

de diferentes idades, por exemplo um avô e um neto a compe-

tir no mesmo barco”. E acrescenta: “E depois existem tripula-

ções competitivas de 20 e 30 anos a competirem com os se-

nhores Paulo Santos e Ivan Pimentel: o primeiro tem 70 anos e

foi 2 vezes Campeão Europeu por Portugal em Snipe, na altura

uma Classe muito importante, e o segundo 74, e anda sempre

no topo. Mesmo nesta faixa etária, andam na frente da frota

hoje em dia”.

É por isso que, este conquistador de troféus, se refere ao Snipe

como “uma Classe em que nunca se fica velho, porque quanto

mais experiência tem o velejador, melhor”.

Ao invés do Laser ou do 420, o Snipe valoriza mais o conheci-

mento de Vela do atleta do que propriamente a sua condição

física. “É um barco bastante equilibrado, em que as tripulações

conseguem bater-se mais táctica e tecnicamente. Pode haver

uma menor preparação física, mas se a pessoa for dotada de

uma grande experiência de Vela, permite que ela trabalhe e

consiga chegar lá, sendo ao mesmo tempo competitivo. Mas

sempre com treinos, claro!”.

O percurso nesta formação permite que os velejadores possam

andar em classes de Vela de Cruzeiro e outras.

O Brasil, além de apostar num barco (Miguel Guimarães con-

tactou de perto com a Escola de Vela) económico e duradouro,

está também a contribuir para o PIB nacional, se tivermos em

conta que eles são fabricados no próprio país, o que torna o

seu preço ainda mais convidativo.

“Desconheço as razões que levam Portugal a não usar

mais a Classe Snipe”

Fotografia de: Cristina Silveira

Page 28: Ir_ao_mar nº9 - Dezembro de 2014

O barco ideal para quem tem pouco dinheiro

“Em países com pouco dinheiro, como na América do Sul, há

imensos barcos destes e, em Portugal, onde também vivemos

tempos difíceis, seria inteligente apostar numa classe que tem

uma boa longevidade”, sustenta Miguel Guimarães.

A Classe Snipe é bastante antiga e conta com história no Clube

Naval da Horta, onde poderá vir a ser recuperada.

Ainda assim, na opinião deste atleta “não há melhor barco

para as crianças do que o Optimist”. E realça: “Já lançaram

muitos modelos mas, para mim, continua a ser imbatível”. De-

pois do Optimist, a aposta tem sido nas classes de linha de

vela, por orientação da Federação. No entanto, Miguel Guima-

rães defende que “a Vela é muito mais do que as Classes Olím-

picas e noutros países o Snipe é usado precisamente por causa

do seu tempo de vida, sendo, por isso, um bom investimento”.

“Já estive na Classe Olímpica em 470 e há Vela para além disso.

Existe outro tipo de vela muito competitiva para além das clas-

ses olímpicas em campeonatos mundiais e europeus”, afiança

este velejador que, naturalmente lamenta que não haja em

Portugal competição a nível elevado na sua classe de eleição,

como acontece no Brasil.

“Se o Snipe fosse um barco como o 420 ou o Laser e eu estives-

se a pensar adquirir um novo, jamais o teria feito, sabendo que

daqui a 4 anos está arrumado. Aliás, se assim fosse, eu já tinha

mudado de Classe”, garante Miguel, que desconhece o porquê

de “em Portugal só se apoiar barcos da linha de vela, verifican-

do-se um afastamento dos clubes da escola de vela pura”.

Em reconhecimento às capacidades do Snipe, o Sporting Clube

do Porto comprou “vários barcos baratos” e equipou-os com o

objectivo de abrir uma Escola de Vela para Adultos em Snipe.

“E está a ser um sucesso!”, atesta este velejador.

“O apoio do Clube Naval da Horta é fundamental”

Instado a falar sobre os apoios destinados a esta nova aquisi-

ção, Miguel refere que a “Descobre Ventos”, “em certa medida

apoia sempre” as suas iniciativas, tendo em conta que é lá que

trabalha diariamente. Patrocínios ainda não foram uma reali-

dade para este investimento, que se encontra pago à custa das

poupanças desta dupla, o que pode ser considerado um sonho

tornado realidade e, ao mesmo tempo, uma vitória pessoal.

“Naturalmente que houve apoio do Clube Naval da Horta para

a compra do barco”, ao ajudar a financiar a participação nas

regatas do ano 2013. Recorde-se que no ano passado esta du-

pla foi ao Mundial, que decorreu na cidade brasileira do Rio de

Janeiro, igualmente com a ajuda do CNH. A propósito, este

velejador faz questão de realçar o apoio do Clube Naval da

Horta, que “colabora sempre na medida das suas possibilida-

des”. “Sem este apoio – garante – seria impossível todas estas

participações, porque o dinheiro é sempre todo contado”.

Este foi, aliás, um dos temas da conversa que o atleta manteve

com o Presidente da Direcção do CNH, no sentido de, em Ja-

neiro de cada ano, ser feito um plano anual para esta dupla.

Tendo em conta o calendário de provas e o dinheiro existente,

estes velejadores vão fazendo uma selecção de acordo com a

importância das regatas e o fundo de maneio que possuem.

“O Clube Naval da Horta está a evoluir e dá-nos muito

gozo representá-lo”

Fotografia de: Cristina Silveira

“Dá-nos muito gozo representar o CNH”

Miguel Guimarães afirma que esta dupla está “muito satisfei-

ta” por representar o Clube Naval da Horta. E frisa: “Dá-nos

muito gozo levar o Clube ao conhecimento dos outros veleja-

dores tanto a nível nacional como no estrangeiro. No Conti-

nente português, através da nossa acção e da do Rui Silveira,

sem dúvida que o Clube Naval da Horta está a ter um maior

destaque, dando também a conhecer o trabalho que é feito cá.

Essa mensagem passa e as pessoas ficam atentas e gostam de

ir acompanhando a evolução dos acontecimentos”. “No es-

trangeiro, esse trabalho vai demorar mais tempo, mas sempre

que saímos, fazemos questão de divulgar o Clube que repre-

sentamos, como aconteceu em 2013, no Brasil”, sustenta.

E quando lhe é perguntado se ele e o colega de equipa se sen-

tem perto da casa que os apoia, responde: “Sentimos que esta-

mos muito mais perto deste Clube do que quando representá-

vamos outras cores a nível nacional, mesmo estando próximo

em termos geográficos”. E frisa: “Para tanto, muito tem contri-

buído a comunicação que tem vindo a ser feita através do Ga-

binete de Imprensa do CNH, que está a fazer um bom traba-

lho”.

Miguel e David vêem o Clube Naval da Horta como “um clube

que está a evoluir”. “Havia muita estagnação nos clubes por

onde andámos”, refere.

Desvalorizando a descontinuidade territorial, este velejador

enaltece as manifestações de que é alvo: “Sinto-me sempre

ligado a este Clube. Venho muitas vezes ao Faial, onde tenho

Page 29: Ir_ao_mar nº9 - Dezembro de 2014

vários amigos que me recebem sempre bem. Dá gozo fazer

regatas por este Clube e nunca perdemos uma oportunidade

para contar a sua história”.

Para Miguel Guimarães “é muito importante” que o Clube que

ele representa tenha, também, “uma boa visão para a Vela,

que faça um bom trabalho com as camadas mais jovens na

área da formação e que tenha uma boa ligação com os sócios”.

O velejador congratulou-se, igualmente, com a fase que a Clas-

se Access está a viver no Faial, única ilha dos Açores onde a

Vela para pessoas com mobilidade reduzida é uma realidade.

“Eu, o David e o Rui Silveira estamos muito empenha-

dos em divulgar o Clube Naval da Horta, dando-o a co-

nhecer a nível nacional e no estrangeiro”

Fotografia de: Cristina Silveira

Protocolo com o Iate Clube do Rio de Janeiro

Sempre a pensar em estreitar laços, Miguel Guimarães falou

com José Decq Mota no sentido de ser estabelecido um proto-

colo entre o CNH e o Iate Clube do Rio de Janeiro, o que foi

aceite com muito agrado por parte deste Dirigente. Assim sen-

do, Miguel pode transmitir o interesse que existe deste lado do

Atlântico nessa parceria, através da qual atletas e sócios de

ambos os clubes usufruem das mesmas regalias lá e cá, haven-

do um intercâmbio não só desportivo como também cultural.

“No Brasil este protocolo será muito importante para nós e

para outros sócios do Clube Naval da Horta, porque entrar

num clube de vela lá é muito difícil, por serem ultra-elitistas. E

isto aplica-se aos próprios brasileiros, que fazem de tudo para

conseguir ter acesso a uma instituição como esta”.

Falando por dentro, este atleta português que foi “muito bem

recebido assim como o David” e têm lá diversos amigos, subli-

nha que “o Iate Clube do Rio de Janeiro é um clube com condi-

ções fora de série, com excelentes instalações, secção despor-

tiva (Vela e Pesca), parte social com anfiteatro, piscinas e han-

gares enormes”.

Metas para 2015

O grande objectivo desta dupla para 2015 é obter um bom

resultado no Campeonato Nacional e no Mundial, que será no

mês de Setembro, em Talamone, na Itália. O facto de esta

competição ser na Europa facilita a deslocação, pois o último

foi no Brasil, o que provocou um maior cansaço em termos de

viagens. “Aqui as distâncias são menores, podemos levar o

nosso barco e o nosso equipamento e conseguimos preparar

melhor a participação”, refere.

Um bom resultado no Mundial significa ficar nos primeiros 10,

num universo nunca inferior a 70 participantes. “Naturalmente

que aqui só chegam os melhores dos melhores, onde o nível é

elevado e o espírito muitíssimo competitivo”, salienta Miguel,

que conclui: “A nossa ambição é estar ao nível competitivo que

nos permita conseguir estar lá, na luta, porque estando lá, tu-

do pode acontecer, até ganhar”.

O facto de haver muitas regatas até lá, permite ganhar roda-

gem e competitividade.

Em 2013 esta dupla ganhou um troféu “muito importante na

Classe Snipe”, que foi o Troféu Luso-Galaico “Cholo Armada”,

um troféu perpétuo, de uma família espanhola, onde já figura

uma placa com os nomes destes velejadores portugueses.

Quem conseguir a proeza de 3 vitórias consecutivas, ou 5 alter-

nadas, leva a Taça para casa, o que ainda nunca aconteceu.

“Tendo em conta que já ganhámos uma vez, gostávamos de

voltar a ganhar em 2015 e 2016 para conquistar a Taça”, diz

Miguel, que esclarece: “Não vamos a nenhuma prova para

brincar. Estamos num patamar muito elevado e participamos

nas regatas menos importantes com o intuito de ganhar nível

competitivo, tirar conclusões, fazer experiências de material e

afinações. Temos um livrinho onde apontamos tudo e estamos

sempre a aprender. O que eu aprendi sozinho é que quando

digo que sei tudo, não sei nada”.

“Com a paragem verificada perdemos muita competitividade”,

lamenta Miguel, revelando que “agora é tempo de conhecer o

barco e fazer testes e afinações”. E frisa: “O nosso grande ob-

jectivo é chegar em boas condições ao Mundial de 2015. Te-

mos de conseguir conjugar bem o calendário de regatas, ter

dinheiro para participar e chegar lá com um bom nível compe-

titivo”. E este aspecto é mesmo para realçar, já que hoje em

dia os melhores fazem, pelo menos, 3 regatas grandes por

mês, percorrendo a Europa toda (Espanha, Itália, etc). Não

havendo plafond suficiente, estes portugueses irão apenas às

competições de maior importância.

Para se ter uma ideia, a deslocação ao Mundial no Brasil cus-

tou cerca de 2500 euros, o que inclui viagens, refeições, esta-

dia, combustível e a inscrição, nunca inferior a 400 euros.

Page 30: Ir_ao_mar nº9 - Dezembro de 2014

Investimento pessoal compensado pelo gosto

Com a actual conjuntura e os cortes registados nos apoios aos

clubes, os atletas vêem-se forçados a patrocinar a sua própria

actividade. Correndo, literalmente por gosto, o dinheiro destes

velejadores é fruto do seu trabalho, o que se traduz numa

“carreira muito cara”.

“Enquanto fui apenas velejador e não trabalhava, estava sem-

pre dependente dos clubes e da Federação, o que se tornava

muito difícil”, queixa-se este velejador, contestando a falta de

condições do seu país para quem quer evoluir. “Em Portugal é

extremamente difícil conseguirmos bater-nos ao nível dos ou-

tros países, onde há um grande apoio. E basta irmos ao país

vizinho para sentimos essa diferença. O que temos de bom é a

proximidade com Espanha, o que nos permite participar em

muitas regatas, sinónimo de aprender muito e evoluir”.

Participações individuais são boas para ganhar experiência

“O facto de correr em dupla é muito vantajoso, sendo impor-

tantíssimo os dois participarem em regata”, considera Miguel

Guimarães, explicando: “Eu como estou no leme, tenho de ir

concentrado na condução e na velocidade. Por outro lado, é

muito importante que o David olhe para fora do barco – o que

não posso fazer – e veja onde estão os outros, qual a táctica

usada, de que lado está o vento e outras informações. Vou

sempre a falar com ele e a conduzir”.

Apesar de funcionarem muito bem como dupla, este velejador

afirma que, sempre que podem, participam em regatas de for-

ma individual, “o que é bom” para ganharem experiência. “O

facto de andarmos em barcos diferentes, com outras tripula-

ções, permite-nos estar sempre a aprender. Estes extras são

benéficos para nós, porque a Vela é muito abrangente”, sus-

tenta.

No ano passado, foram à Eslovénia a um Campeonato Mundial

da BMW, em que os barcos tinham 5 pessoas a bordo. Tam-

bém em 2013 participaram no Campeonato Nacional de ORC,

tendo ficado em 2º lugar. Contudo, estas alterações ao dia-a-

dia da dupla só acontecem quando não coincidem com nenhu-

ma prova importante da carreira colectiva, pois a Classe Snipe

é a prioridade na vida destes velejadores que, se pudessem,

dedicavam-se a ela em exclusivo.

Vida profissional conjugada com a paixão de velejar

O facto de Miguel Guimarães trabalhar numa empresa que

vende barcos – “em que alguns têm uma linha performance

como os do médico Luís Quintino, mas a grande maioria dos

barcos vendidos são da linha cruzeiro, mais para passeio, ha-

vendo outros como o “Rift” que, apesar de ser um barco para

passeio, também navega muito bem” – é importante para o

seu lado de velejador.

“É bom, mas para falar a verdade é um trabalho que leva mui-

to tempo. Muitas vezes os treinos ficam cortados. Estou ali em

Belém todos os dias a olhar para o mar e não posso treinar. E

gostava muito”, salienta.

Em tudo na vida é preciso fazer opções. Como tal, houve uma

altura em que Miguel teve de decidir se queria ir viajar e traba-

lhar para outros países ou, ficar em casa, onde enveredar por

uma carreira profissional no mundo da Vela é para sofrer. Com

o aparecimento de uma actividade profissional ligada ao mar e

que concebia a faceta de velejador, deu-se a conciliação dese-

jada.

Page 31: Ir_ao_mar nº9 - Dezembro de 2014

A partir de hoje, os atletas açorianos da Classe

Access (Vela para pessoas com mobilidade reduzi-

da) podem inscrever-se para bater recordes no

que respeita a esta Classe. O pontapé de saída foi

dado na manhã de hoje, dia 17, pelo velejador do

CNH, Libério Santos, que fez Horta-Madalena-

Horta – Sprint em 2 horas, 34 minutos e 21 segun-

dos.

No Clube Naval da Horta (CNH) o dia de hoje (17 de Dezembro)

é de festa e ficará para a história, com o recorde pessoal con-

seguido pelo velejador Libério Santos, da Classe Access 2.3

(Vela para pessoas com mobilidade reduzida).

Tal como foi divulgado esta segunda-feira (dia 15) o atleta do

CNH propunha-se fazer Horta-Madalena-Horta – Sprint no me-

nor tempo possível. Mesmo sem as condições ideais, a proeza

foi alcançada em 2 horas, 34 minutos e 21 segundos.

“Correu bem e estou satisfeito. Apesar de a viagem Madalena/

Horta ter sido mais difícil, com mais vento o que fez com que

entrasse água no barco obrigando-me a parar para retirá-la,

pensava que no total ia levar mais tempo. Foi rápido”. É assim

que o velejador define este desafio que considera como “um

recorde”, sublinhando que está pronto para repetir a iniciativa.

Libério Santos, visivelmente orgulhoso de si próprio, fez ques-

tão de agradecer o apoio do seu Treinador, João Duarte, bem

como de todos os Dirigentes e membros do Clube Naval da

Horta que o acompanharam e motivaram neste desafio.

Á chegada, o Treinador da Classe Access do Clube Naval da

Horta, João Duarte, caracterizava este desafio como tendo sido

“uma maravilha, num dia com sol”. Apesar de considerar que

se tratou de “uma prova durinha”, João Duarte realça que “o

estado de espírito do velejador foi sempre muito bom e que o

percurso não podia ter corrido melhor”. A 1ª perna (Horta/

Madalena) foi feita numa hora e 20 minutos e 21 segundos e a

2ª (Madalena/Horta) numa hora e 14 minutos. Até ao Pico o

vento soprou com a intensidade de 12/13 nós, ao passo que

no regresso ao Faial aumentou de intensidade, com rajadas de

cerca de 18 nós. “Na viagem do Pico para o Faial apanhámos

vento por trás e muita ondulação, o que fez com que o Libério

tenha parado por diversas vezes para retirar água da embarca-

ção”, explica o Treinador.

Libe rio Santos, do Clube Naval da Horta:

primeiro atleta dos Açores a realizar Horta

-Madalena-Horta – Sprint na Classe Access

Page 32: Ir_ao_mar nº9 - Dezembro de 2014

“Este Sprint tem um significado muito especial para es-

te tipo de atleta, representando a superação, a cora-

gem, a afirmação e a inclusão”, sustenta João Duarte

Fotografia de: Cristina Silveira

Recorde-se que esta iniciativa do CNH visou comemorar o Dia

Internacional da Pessoa com Deficiência, que se assinalou no

dia 3 deste mês. No entanto, as desfavoráveis condições clima-

téricas não permitiram que o Sprint tivesse sido realizado nes-

sa data, pelo que se concretizou hoje.

Relativamente à importância deste evento, João Duarte salien-

ta que “representa claramente a superação da pessoa com

deficiência, que revela coragem e determinação, sendo sinal

de inclusão e afirmação da pessoa em si”. “É a prova de que

todos são capazes de ir mais longe, testando os seus limites”,

frisa este Técnico em Educação Especial e Reabilitação.

O Treinador de Vela da Classe Access do CNH explica que esta

iniciativa foi o cumprimento de uma promessa feita aquando

da realização do Campeonato Nacional da Classe Access em

Viana do Castelo, no ano de 2013, em que foi acordado que o

melhor velejador em prova seria o primeiro a enfrentar este

desafio.

No entender do Presidente da Direcção do CNH, José Decq

Mota, que fez questão de acompanhar o atleta, “o Sprint cor-

reu bem”.

Quanto ao tempo, afirma que “as condições no Canal estavam

no limite” e que “a ondulação, com vento e maré, intensificou-

se na viagem de regresso, o que fez com que o Libério se tenha

molhado”.

O facto de o vento ter crescido entre a Madalena e a Horta

provocou diversas paragens. Por isso, José Decq Mota não tem

dúvidas em afirmar que “o tempo realizado poderia ter sido

menor, em cerca de 20 minutos”.

O Presidente da Direcção do CNH congratula-se com “a vonta-

de e desempenho deste atleta” e diz que “ainda bem que não

se desistiu de fazer o Sprint, apesar das condições, onde o frio

foi uma constante”.

De realçar que nos Açores, Libério Santos foi o primeiro atleta

da Classe Access a conseguir realizar uma iniciativa deste géne-

ro.

“O objectivo agora é ir tentando bater o tempo que este vele-

jador alcançou. Por isso, dentro das regras existentes, quem

quiser pode inscrever-se para tentar bater recordes”, salienta

este Dirigente.

De realçar que atletas de diversas Classes do Clube Naval da

Horta já realizaram Sprints em anos anteriores, seguindo este

recorde uma linha de continuidade nesta instituição.

O percurso, que teve o seu início por volta das 08h45, contou

com o apoio da lancha “Walkiria” em termos de segurança e

onde seguia o Presidente da Direcção; e dos semi-rígidos

“Piloto João Lucas” onde ia o Treinador João Duarte, figura

central de motivação e confiança do velejador; e “Tabarly”,

onde seguia o Júri do Sprint, Luís Paulo Moniz e o terapeuta

ocupacional da Associação de Pais e Amigos dos Deficientes da

Ilha do Faial (APADIF), Nilzo Fialho.

Page 33: Ir_ao_mar nº9 - Dezembro de 2014

Fotografias de: José Macedo

Page 34: Ir_ao_mar nº9 - Dezembro de 2014

José Decq Mota recebeu o atleta de Alta Competição do

Clube Naval da Horta, Rui Silveira

O atleta faialense Rui Silveira, velejador da Classe Laser Stan-

dard do Clube Naval da Horta (CNH), chegou esta terça-feira,

dia 23, ao Faial, a fim de passar a quadra natalícia com a famí-

lia.

Neste mesmo dia, Rui Silveira visitou o “seu” Clube, tendo

apresentado cumprimentos ao Presidente da Direcção desta

casa, José Decq Mota. Durante a conversa informal, foram tro-

cadas impressões sobre a época que agora termina e sobre os

próximos desafios, tendo este Dirigente incentivado o veleja-

dor a prosseguir com o ritmo alcançado em 2014, um ano ex-

celente na carreira deste atleta de Alta Competição.

Rui Silveira é já presença confirmada no Jantar de Natal do

CNH, que terá lugar na noite desta segunda-feira, dia 29.

O velejador vai aproveitar estes dias em casa para continuar a

treinar, tendo em conta que a nova temporada começa já no

dia 10 de Janeiro próximo em Miami, nos Estados Unidos da

América.

Terça-feira, dia 23: Rui Silveira apresenta

cumprimentos ao Presidente da Direcça o

do Clube Naval da Horta

Page 35: Ir_ao_mar nº9 - Dezembro de 2014

Rui Silveira, velejador da Classe Laser Standard do Clube Naval

da Horta (CNH), deu o seu melhor, mas afirma que a sua pres-

tação na XVI Semana Olimpica da Gran Canaria “ficou abaixo

das expectativas”. E explica: “No primeiro dia entrei mal; no

segundo, ganhei a regata do dia e no terceiro, que era decisivo,

não andei bem à Vela o que ditou este resultado final”.

Refira-se que esta competição decorreu de 04 a 08 do corren-

te, em Espanha, e que o atleta faialense ficou no 13º lugar,

num total de 44 inscritos.

Foram realizadas 9 regatas ao longo destes 4 dias de prova,

marcados por “condições climatéricas difíceis”, como foi o ca-

so “de vento inconstante”.

A XVI Semana Olimpica da Gran Canaria foi organizada pelo

Real Club Náutico de Gran Canaria, tendo participado atletas

de várias nacionalidades.

Nem sempre o resultado é sinónimo do esforço dispen-

dido

Após esta competição, Rui Silveira regressa a Portugal conti-

nental no dia 13, para mais treinos, a fim de iniciar a nova tem-

porada no dia 10 de Janeiro de 2015, em Miami, nos EUA, on-

de deverá ficar até ao dia 03 de Fevereiro do próximo ano.

Durante esse tempo, o velejador terá 2 importantes desafios e

que são a participação nas competições de Fort Lauderdel e

World Cup Miami.

Antes de embarcar para a América, o atleta do Clube Naval da

Horta virá ao Faial passar o Natal com a família.

XVI Semana Olimpica da Gran Canaria –

Rui Silveira: “A minha prestaça o ficou

abaixo das expectativas”

Rui Silveira refere que a sua prestação ficou abaixo das expectativas

Fonte das fotografias: Grancanaria Sail in Winte

Page 36: Ir_ao_mar nº9 - Dezembro de 2014

Afinal, a dupla de velejadores da Classe Snipe do Clube

Naval da Horta (CNH), Miguel Guimarães/David Abecasis,

que deveria ter estreado o novo barco no Torneio de

Inverno que se realizou este fim-de-semana (dias 13 e

14) na Base Naval do Alfeite, não conseguiu concretizar

este objectivo.

A explicação é deixada pelos próprios velejadores, como

se pode ler:

“Sábado, dia 13, por uma sé-

rie de motivos não consegui-

mos chegar a tempo da parti-

cipar nas regatas. No entanto,

levámos o barco até ao Alfeite e deixámos tudo prepara-

do para as regatas deste domingo, dia 14. Infelizmente,

hoje (domingo) acabou por não haver regatas porque

não havia condições para descer os barcos em segurança

na rampa do Clube. O campeonato foi validado com as

regatas de sábado, nas quais não tivemos oportunidade

de participar”.

Recorde-se que esta prova foi organizada pelo Clube

Náutico dos Oficiais e Cadetes da Armada (CNOCA).

“O próximo campeonato será o Torneio de Carnaval a

realizar no Clube Internacional da Marina de Vilamoura

(CIMAV), de 14 a 16 de Fevereiro de 2015. Por isso, va-

mos aproveitar o tempo que falta até lá para treinar e

recuperar a forma”, salientam estes atletas do Clube Na-

val da Horta.

Novo barco ainda na o foi estreado em

competiça o

Fotografia de: Ângelo Teixeira

Várias razões levaram à não participa-ção da dupla de velejadores do CNH Miguel Guimarães/David Abecasis no

Page 37: Ir_ao_mar nº9 - Dezembro de 2014

Com São Pedro a ajudar e em tempo de

férias escolares, cerca de 20 atletas da

Escola de Vela do Clube Naval da Horta

(CNH) realizaram na manhã deste sába-

do, dia 20, a Regata de Natal, uma prova

do calendário local, que decorreu na

Baía da Horta.

Realizaram-se 3 regatas, supervisionadas

pelos elementos da Comissão de Regata:

António Luís e Diogo Picanço.

Mais um momento desportivo e compe-

titivo, onde os atletas, com e sem defici-

ência, aproveitaram para evoluir não

apenas como velejadores, mas como

pessoas responsáveis e cidadãos plenos,

onde sobressai a camaradagem e a ami-

zade, pois não é só no pódio que se co-

nhecem os vencedores.

Esta iniciativa integrou o projecto muni-

cipal “Natal com Tradição”, que arran-

cou no dia 07 deste mês e termina a 06

de Janeiro de 2015.

Regata de Natal da Secça o de Vela Ligeira

do CNH: cerca de 20 atletas em prova

CLASSIFICAÇÃO

Optimist:

1º - Tomás Oliveira

2º - Lucas Cipriano

3º - Bernardo Melo

Laser:

1º - Pedro Costa

2º - Jorge Medeiros

3º - André Costa

420:

1º - Ricardo Silveira/Tiago Serpa

Access:

1º - Rui Dowling

2º - Jorge Costa

2º - Libério Santos

Page 38: Ir_ao_mar nº9 - Dezembro de 2014

Chegou ao fim o Troféu Turismar de Mini-

Veleiros do Clube Naval da Horta (CNH)

2014. A duas últimas provas – 5ª e 6ª –

decorreram na tarde deste domingo (dia

14), e os primeiros três classificados foram

Hedi Costa, João Nunes e João Sequeira.

João Nunes, Director da Secção de Mini-

Veleiros do CNH refere que estas duas

últimas competições “decorreram bem,

tendo-se registado bom tempo, com assis-

tência, algum vento e a participação de 8

velejadores”.

A prova de que a modalidade continua a

atrair novos interessados, foi o facto de a

recta final do Troféu, à semelhança do que

aconteceu noutras etapas, ter contado

com um novo velejador: Filipe Guerreiro.

A pontuação bastante equilibrada entre os

primeiros concorrentes fazia prever uma

disputa acesa pelos lugares do pódio e foi

precisamente isso que aconteceu, “com 4

velejadores a ganharem pelo menos uma

regata”, refere João Nunes.

Enquanto Responsável por esta Secção,

este Dirigente afirma-se “muito satisfeito

pelos resultados alcançados e pela forma

como decorreu este Troféu”, salientando:

“O grupo está fantástico e a crescer, com

muita motivação e vontade”.

Tal como tinha sido previamente divulga-

do, as vitórias foram celebradas no fim da

competição, com um petisco oferecido

pelo patrocinador deste Troféu: Mário

Carlos, proprietário da Empresa de Activi-

dades Marítimo Turísticas: Turismar.

De realçar que este é o segundo ano con-

secutivo que a Turismar patrocina este

Troféu, o que se poderá manter.

A Cerimónia de Entrega de Prémios decor-

rerá durante o mês de Janeiro próximo,

em dia e hora a anunciar oportunamente.

Instado a levantar a ponta do véu sobre o

que se vai passar em 2015, João Nunes

responde: “Vamos agendar uma reunião

para Janeiro de 2015 com o intuito de ela-

borar o calendário para o próximo ano,

bem como eleger um novo Representante

para esta Secção a fim de que se possa

incluir e motivar todos os participantes nas

“lides” dos Mini-Veleiros”. E remata:

“Temos um grupo maior e muito interes-

sado. Como tal, prevemos ter um total de

13 a 14 velejadores durante o próximo

ano. Houve várias aquisições, novos inte-

ressados e vamos ajudar a crescer e dina-

mizar a Secção”.

O bom tempo colaborou e a assistên-

cia divertiu-se

Todos atentos ao desempenho dos

Mini-Veleiros

Fotografias de: José Macedo

Hedi Costa, Joa o Nunes e Jose Gonçalves

no po dio do Trofe u Turismar de Mini-

Veleiros do CNH 2014 - A 5ª e 6ª Provas realizadas este domingo (dia14) tiveram como vence-

dores Hedi Costa, João Nunes e João Sequeira. CLASSIFICAÇÃO DA 5ª E 6ª PRO-

VAS:

1º - Hedi Costa

2º - João Nunes

3º - João Sequeira

4º - José Gonçalves

5º - Eduardo Pereira

6º - António Pereira

7º - Filipe Guerreiro

8º - Mário Carlos

CLASSIFICAÇÃO DO TROFÉU TU-

RISMAR DE MINI-VELEIROS DO

CNH 2014:

1º - Hedi Costa

2º - João Nunes

3º - José Gonçalves

4º - António Pereira

5º - Eduardo Pereira

6º - Mário Carlos

7º - João Sequeira

8º - Nuno Rosa

9º - Bruno Gonçalves

10º - Filipe Guerreiro

11º - Emanuel Silva

Page 39: Ir_ao_mar nº9 - Dezembro de 2014

“Com bom vento, entre os 13 e os 18 nós”,

decorreu na tarde deste domingo, dia 21,

o Rali Dezembro em Festa 2014, organiza-

do pela Secção de Vela de Cruzeiro do Clu-

be Naval da Horta (CNH).

Foram 4 as embarcações participantes

neste Rali, cujo percurso foi rondagem de

uma bóia na zona da baixa do Sul em que

os barcos após a sua rondagem vinham

fazer a rondagem ao último barco da frota,

voltavam à bóia, sendo a chegada entre os

dois faróis dos molhes (comercial e de

passageiros).

O Rali Dezembro em Festa 2014 comple-

tou o plano de actividades da Secção de

Vela de Cruzeiro do CNH previsto para

este mandato.

Rali Dezembro em Festa 2014 da Secça o

de Vela de Cruzeiro do CNH contou com 4

embarcaço es

CLASSIFICAÇÃO:

1º “Mariazinha” – Manuel Ga-

briel Nunes

2º “No Stress” – António Pedro

Oliveira

3º “Rajada” – António Luís

4º “Air Mail” – Luís Carlos Decq

Mota, que entrou com uma

avaria

Fotografias de: José Macedo

Page 40: Ir_ao_mar nº9 - Dezembro de 2014

A Caminhada de Natal 2014, promovida pela Secção de Ca-

noagem do Clube Naval da Horta (CNH) e realizada na ma-

nhã deste sábado, dia 20, alcançou os objectivos traçados:

reunir atletas e pais, promover o espírito de grupo e fazer

actividade física em contacto com a natureza. O Trilho do

Bacalhau foi o percurso escolhido pelo grupo, liderado pelo

Director da Secção, Francisco Garcia, e pelo Monitor, Carlos

Pedro, que acumulou as funções de fotógrafo.

Estes dois Responsáveis congratulam-se pela forma

“animada e pedagógica” como decorreu esta actividade,

que culminou com o agradável Convívio de Natal, promovi-

do pelo Clube Naval da Horta, que teve como espaço o Sa-

lão/Bar desta instituição.

De realçar o facto de alguns pais de atletas terem aceitado o

convite, o que demonstra, à semelhança do que vem acon-

tecendo, o interesse, a importância e a ligação que mantêm

com o Clube Naval da Horta e, em particular, com a Secção

onde os seus filhos brilham como atletas da Canoagem.

No mar ou em terra, os atletas estão sempre em acti-

vidade física

Refira-se que esta actividade do CNH inseriu-se no projecto

da autarquia faialense “Natal com Tradição”, que teve início

no dia 07 do corrente e termina a 06 de Janeiro próximo.

Uma pausa para desfrutar da paisagem…

O grupo que fez a Caminhada de Natal 2014, promo-

vida pela Secção de Canoagem do Clube Naval da

Horta

Os pais deram uma excelente prova do acompanha-

mento que fazem da actividade dos filhos na Canoa-

gem do CNH e da sua ligação a esta SecçãoF

otografias de: Carlos Pedro

Caminhada de Natal 2014 da Secça o de

Canoagem do CNH cumpriu os objectivos

traçados fomentar o espírito de grupo e a actividade física

em contacto com a natureza

Page 41: Ir_ao_mar nº9 - Dezembro de 2014

Os utentes do Centro de Actividades Ocupacionais (CAO) da Santa Casa da Misericórdia da Horta todas as sextas-feiras (de

manhã e à tarde) desenvolvem actividades náuticas no Clube Naval da Horta (CNH). Este foi o Grupo da tarde desta sexta-

feira, dia 12, que se fez acompanhar pelas Monitoras Nilza Garcia e Celina Bulcão, tendo como anfitrião o Técnico em Edu-

cação Especial e Reabilitação, João Duarte, simultaneamente Treinador de Vela e Vice-Presidente do CNH.

Fotografia de: Cristina Silveira

Grupo de utentes do CAO da Santa Casa da

Miserico rdia da Horta no seu projecto

semanal no Clube Naval da Horta

Page 42: Ir_ao_mar nº9 - Dezembro de 2014

Entre Atletas (da Vela Ligeira, Natação e Canoagem), Pais,

Dirigentes, Funcionários, Treinadores, Monitores e Famílias,

perto de 100 pessoas responderam afirmativamente ao

Convite de Natal feito pela Direcção do Clube Naval da Hor-

ta (CNH) e que decorreu na tarde deste sábado, dia 20. O

espaço escolhido foi o Salão/Bar desta casa, que assinalou a

sua Pré-Abertura no dia anterior (sexta-feira, 19) e cuja ima-

gem renovada tem sido muito elogiada.

Refira-se que este evento foi integrado no projecto da edili-

dade faialense “Natal com Tradição”, que começou no dia

07 do corrente e termina a 06 de Janeiro próximo.

O Convívio correspondeu a uma verdadeira partilha natalí-

cia, tendo em conta que cada um trouxe um prato (doce ou

salgado) e as bebidas ficaram por conta do Clube.

As primeiras palavras foram do Presidente da Direcção do

CNH, José Decq Mota, para saudar os presentes, desejando

a todos Festas Felizes e que 2015 seja muito Próspero a to-

dos os níveis.

Enaltecendo a actividade desportiva realizada no dia de sá-

bado (20) e elogiando o desempenho dos atletas, Directo-

res, Treinadores e Dirigentes ao longo do ano, José Decq

Mota cumprimentou-os um a um ao mesmo tempo que foi

entregue a todos um pin do Clube Naval da Horta.

Os participantes escutaram os oradores com atenção

No Sala o/Bar: Conví vio de Natal do Clube

Naval da Horta 2014 contou com cerca de

100 participantes

João Duarte, José Decq Mota, Carlos Moniz e Francisco Garcia: palavras de boas-vindas no início

do Convívio de Natal

Page 43: Ir_ao_mar nº9 - Dezembro de 2014

Todos receberam um pin do Clube

E foram cumprimentados

É à mesa que que se põem as conversas em dia

O Treinador da Classe Access, João Duarte, salientou a im-

portância destes eventos, no sentido de todos perceberem

que “a actividade do Clube Naval da Horta não se restringe

ao plano desportivo e competitivo, sendo fundamental os

diversos atletas se conhecerem e conviverem em termos

pessoais”.

Este Dirigente do CNH (Vice-Presidente) achou “muito inte-

ressante” o Convívio de Natal já ter decorrido no Salão/Bar

do Clube, prova do dinamismo e capacidade de trabalho dos

novos concessionários (João Martinho e Gabriel Gonçalves).

João Duarte, rodeado pela sua Classe de velejadores (de

mobilidade reduzida) manifestou o seu contentamento pela

presença de todos e deixou rasgados elogios à feijoada feita

pelo recordista do Horta-Madalena-Horta – Sprint, Libério

Santos, que desta maneira revela os seus dotes de mestre

não só na Vela como na Cozinha.

Na mesma linha de raciocínio, o Treinador Duarte Araújo,

sentado com os “seus” pupilos, salientou o papel destes

eventos, “necessários ao convívio dos atletas e ao seu co-

nhecimento”.

Francisco Garcia, Director da Secção de Canoagem e Carlos

Pedro, Monitor desta Secção, manifestaram-se “muito satis-

feitos” por esta iniciativa, que juntou também pais de atle-

tas.

Olga Marques, Directora da Secção de Natação, falou com

orgulho do desempenho dos nadadores do Clube, subli-

nhando a importância deste tipo de iniciativa no sentido de

“transmitir uma mensagem aos atletas, os quais devem sen-

tir que esta casa tudo faz por eles e para que sejam bem

sucedidos nas modalidades que escolheram”.

Fotografias de: Carlos Pedro

Page 44: Ir_ao_mar nº9 - Dezembro de 2014

O fundo do interior do Porto da Horta, na zona

em frente ao Clube Naval da Horta (CNH), está

mais limpo, graças à Campanha Limpa (A)

Fundo 2014 que se realizou este sábado, dia 06,

tendo os voluntários retirado mais de 450 quilos

de lixo indiferenciado. Os atletas do CNH inte-

graram-se nos cerca de 100 voluntários envolvi-

dos, demonstrando a importância que estes

eventos têm não só no presente mas, também,

no futuro e na vida de todos nós.

Um sucesso é a forma como se pode caracterizar a Campa-

nha Limpa (A) Fundo 2014, levada a cabo este sábado, dia

06, no interior do Porto da Horta (em frente ao Clube Naval

da Horta). Tratou-se de uma iniciativa conjunta do Observa-

tório do Mar dos Açores (OMA) e da Associação de Produto-

res de Espécies Demersais dos Açores (APEDA), que contou

com a colaboração de vários parceiros, entre os quais, o

Clube Naval da Horta (CNH), tendo o número de voluntários

ultrapassado a centena, incluindo equipas de mar e de ter-

ra.

Dos 200 metros que constituíam a área delimitada para esta

acção de limpeza subaquática, foram retirados mais de 450

quilos de lixo de natureza diversa, designadamente: cerca

de 50 quilos de pneus, 60 de vidro, 70 de plástico e 275 de

lixo indiferenciado (cabos, tecidos ou sapatos).

Em declarações à agência Lusa, Carla Dâmaso, do OMA, re-

fere que “o facto de este ano a limpeza ter decorrido numa

área mais restrita fez com que tenha sido retirado menos

lixo do que em campanhas anteriores”.

Recordando informação que já havia sido divulgada, Carla

Dâmaso salienta que “a novidade deste ano foi o facto de,

pela primeira vez, se proceder à realização de uma amostra-

Clube Naval da Horta como parceiro: Vol-

unta rios da Campanha Limpa (A) Fundo

2014 recolheram mais de 450 quilos de

lixo indiferenciado no Porto da Horta

Page 45: Ir_ao_mar nº9 - Dezembro de 2014

gem científica, para quantificação do lixo na área delimita-

da, a cargo do Departamento de Oceanografia e Pescas

(DOP) da Universidade dos Açores (UAç), mas integrada

nesta iniciativa”. Tal como aconteceu no ano passado, o

vidro recolhido será reciclado. “Tendo em conta que o vidro

recolhido do fundo está frequentemente muito contamina-

do, o que implica um esforço adicional, a equipa de voluntá-

rios em terra tem a seu cargo a limpeza de todo o vidro re-

colhido, permitindo assim a sua reciclagem”, explica. Tam-

bém foi feita a triagem de todo o lixo recolhido, com o ob-

jectivo de reciclar todo aquele que for possível.

Uma iniciativa a repetir

Contactado pelo Gabinete de Imprensa do CNH, Jorge Gon-

çalves, Presidente da APEDA, refere que esta acção decor-

reu “bastante bem” e que “iniciativas como esta são para

repetir”.

Apesar de não considerar a área escolhida “uma zona muito

problemática”, entende que “esta campanha possibilitou

uma maior limpeza do Porto da Horta”.

Instado a pronunciar-se sobre o que pode revelar a quanti-

dade de lixo recolhida, Jorge Gonçalves responde que

“embora se possa dizer que há um bocadito de desleixo,

sublinha que “muito do lixo que foi retirado é atirado ao

mar por força das condições climatéricas, vento e não só”. E

realça: “Foi encontrado um par de óculos graduados. Não

acredito que tenha sido deliberadamente atirado ao mar”.

Quanto ao número de parceiros envolvidos, este Dirigente

congratula-se com a colaboração registada, fazendo votos

para que “se mantenha assim em acções futuras, uma vez

que estas questões dizem respeito a todos”.

Refira-se que esta Campanha, integrada nas Comemorações

do Dia Nacional do Mar, deveria ter decorrido no dia 15 de

Novembro último, tendo sido adiada devido às condições

atmosféricas desfavoráveis.

Esta acção de limpeza subaquática do Porto da Horta con-

tou com os seguintes parceiros: Marinha, através da Capita-

nia do Porto da Horta, Portos dos Açores, S.A., Marina da

Horta, Clube Naval da Horta, IMAR/DOP-UAç, Lotaçor, Câ-

mara Municipal da Horta, Governos dos Açores (Parque

Natural do Faial e DRAM), ABAE, Cruz Vermelha, Norberto

Diver, Central Sub, DiveAzores, OceanEye, SeaExpert, No

More Plastic Bags for the Azores (NMPBA), FishPics e Flying

Sharks.

Incutir nos mais novos bons hábitos de conservação mari-

nha

No número de voluntários envolvidos também se incluem

atletas do Clube Naval da Horta. Para Duarte Araújo, Treina-

dor de Vela do CNH, “estas acções são fundamentais para

incutir nos mais novos bons hábitos de conservação mari-

nha”.

Além da mobilização e participação dos seus atletas, Treina-

dores e Dirigentes, o Clube Naval da Horta também colabo-

rou com apoio logístico, disponibilizando a grua para pesa-

gem do lixo, bem como as cintas para pendurar os conten-

tores e caixas para pesagem, marcação da área que foi lim-

pa com 2 bóias (200m2), embarcação de apoio, tendo, ain-

da, cedido um espaço para servir o lanche oferecido aos

voluntários.

Miúdos e graúdos envolvidos no mesmo esforço e

com um objectivo comum: preservar o meio marinho

Fotografia cedida por: Duarte Araújo

Page 46: Ir_ao_mar nº9 - Dezembro de 2014

TEXTOS

Cristina Silveira

MONTAGEM

Luís Moniz

UM EXCELENTE ANO NOVO DE