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Introdução a Sociologia do Trabalho

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Introdução a Sociologia do Trabalho

Significados do trabalho

a) Algo valorizado socialmente pela família, amigos e pelasociedade como um todo;

b) Necessário para o cidadão;c) Constitutivo de nossa identidade;d) Discriminação e desconfiança com relação aos que não

trabalham;e) Problemas de auto-estima dos desempregados;f) Estigmatizacão dos trabalhos considerados indignos como a

prostituição ou o trabalho informal;g) Diferentes tipos de trabalho e valorização social.

Tripalium: do latim “tri” (três) e palus (paus). Literalmente “três paus”– era um instrumento romano de tortura. Formado por três estacascravadas no chão na forma de uma pirâmide, no qual os escravos eramacoitados.

Entre as sociedades tribais podemos observar queas pessoas dividem as tarefas de acordo com sua forca ecapacidade, dando ai origem a DIVISAO SEXUAL DOTRABALHO (a primeira forma de divisao social dotrabalho).

As tarefas são divididas com base na COOPERAÇÃOe COMPLEMENTAÇÃO, não na exploração.

Como muda este estado de coisas?

Segundo o filosofo Jean-Jacques Rousseau,sec. XVIII, a desigualdade surge quando alguém, aocercar um terreno, lembrou-se de dizer “Isto émeu”, criando assim, a PROPRIEDADE PRIVADA.

Neste momento, abriu-se o caminho para aDIVISÃO SOCIAL, as relações de dominação e adesigual apropriação dos frutos do trabalho.Desta forma estabeleceu-se, desde as mais antigascivilizações a divisão entre aqueles queMANDAM(projetam, concebem, inventam) e osque OBEDECEM (executam).

Na Grécia Antiga, o significado do

trabalho estava associado ao

ESFORÇO FISICO, CANSACO e

PENALIZAÇÃO;

Trabalhar era uma atividade INDIGNA

reservada aos escravos;

A sociedade era dividida entre a ELITE (que não precisavatrabalhar), os HOMENS LIVRES (cuja sobrevivência vinha da coletade frutos e da caça) e os ESCRAVOS (que produziam o sustento deseus donos e de si próprios) – ou seja, a distinção social era feita apartir do trabalho, de forma oposta ao nosso mundo atual.

Obs.: as mulheres não eram cidadãs, assim como os escravos e as crianças.

Havia uma nítida divisão entre atividadesintelectuais e braçais, com evidente desvalorização destaúltima. Um dos indícios da divisão social era aEDUCAÇÃO, por ser privilégio dos proprietários. Não poracaso, a palavra “escola”, na Grécia Antiga, significavaliteralmente o “lugar do ócio”, onde as crianças sededicavam à ginástica, aprendiam jogos, música eretórica (a arte de bem falar).

Ao contrário do significado que damos ao ócio nosdias atuais – não fazer – na Grécia Antiga ele eraencarado de maneira diferente. Os gregos valorizavam o“ócio digno”, que os isentava das atividades que apenasgarantia a subsistência para aproveitar o tempo livre ededicar-se as FUNÇÕES NOBRES de guerrear, fazerpolítica, pensar, decidir.

Entre os romanos a palavra ócio (otium)

manteve o mesmo sentido, tanto que o trabalho para

sustentar a vida era identificado à palavra negócio(Nec-otium, não-ócio).

A vida humana e suas atividades, para os gregos, sedividiam em dois espaços diferentes: na esfera publica e naesfera privada.

As atividades realizadas na esfera da vida privadaeram atividades especificas do labor, atividades estas queaproximavam os homens dos animais.

Assim, o labor mantinha os homens circunscritosdiante da sua MORTALIDADE BIOLOGICA.

O ideal grego para a vida humana era, justamente,

superar a sujeição a vida biológica e, simultaneamente

transcender a atividade de labor.

Nessa superação da sujeição as necessidades

vitais realizava-se a LIBERDADE, não como um fim em

si mesma, mas como um passaporte para o ingresso no

direito de participação na esfera da vida publica, da

polis.

A liberdade era um meio

para que o homem se

tornasse cidadão.

A função primeira da escravidão na

Antiguidade não era uma forma de obter

mão-de-obra barata, nem instrumento de

exploração para fins de lucro. Na verdade,

era uma tentativa de excluir o labor das

condições da vida humana.

Tudo que o homem tinha em comum com outras

formas de vida animal era considerado inumano.

Laborar significava ser escravizado pela

necessidade, portanto, a escravidão era considerada

inerente a condição humana.

Em seu livro

“Política”, Aristóteles,

inicia sua discussão

sobre a escravidão com

a afirmação de que “sem

o necessário, nem a vida,

nem a boa vida são

possíveis.”

Portanto, ter escravos era

a forma de dominar a

necessidade

Assim como no mundo greco-romano, nas sociedadesfeudais havia aqueles que trabalhavam – os SERVOS, osCAMPONESES livres e os ALDEÃOS – e aqueles que viviam dotrabalho dos outros – os SENHORES FEUDAIS e os membros doCLERO.

O principal meio de produção era a TERRA e ostrabalhadores tinham direito ao seu usufruto, mas nunca àpropriedade. Muitos trabalhavam em regime de servidão, noqual não desfrutavam de plena liberdade, mas também não eraescravos.

Corvéia – além do cultivo as terras destinadas a ele, o servo eraobrigado a trabalhar nas terras do senhor, bem como namanutenção de estradas e pontes;

Talha – taxa paga sobre tudo o que era produzido na terra;

Banalidades – obrigação do servo para com o senhor, pagaspelo uso do moinho, forno, etc.

Podemos dividir a sociedade feudal, basicamente, em três classes:Sacerdotes, guerreiros e trabalhadores (camponeses e servos).

A IGREJA exerce o papel de prestar ajuda espiritual, através de seussacerdotes. Progressivamente, ela vai adquirindo poder e riquezaem terras (grande fonte de riqueza durante a Idade Média).

Os guerreiros eram militares, representados pela NOBREZA(Senhores Feudais), que se ocupava da proteção militar em caso deguerra.

Os TRABALHADORES, por sua vez, produziam para ambas as outrasclasses, em troca de proteção militar e espiritual.

Além do trabalho ligado à terra, também podemos destacar o ARTESANATO (desenvolvido nas cidades e feudos) e as atividades COMERCIAIS.

O ARTESANATO desenvolvido nas cidades era organizado apartir das CORPORAÇÕES DE OFÍCIO. Estas corporações eram rígidase estavam organizadas da seguinte forma:

Mestre – controla o trabalho de todos. Faz respeitar todos oscompromissos com a corporação;

Oficial – fixa a jornada de trabalho e a remuneração. Éresponsável por transmitir os ensinamentos do mestre aosaprendizes;

Aprendiz – fica na base da hierarquia. Era subordinado a um sómestre e tinha entre 12 e 15 anos. Tinha um tempo deaprendizado predeterminado, assim como seus deveres e sançõesa que estava sujeito.

Obrigado!