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Intersetorialidade no Plano Brasil Sem Miséria Reflexões sobre o que e como fazer. Iêda Maria Nobre de Castro – doutorando em Política Social /UNB

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Intersetorialidade no Plano Brasil Sem Miséria

Reflexões sobre o que e como fazer.

Iêda Maria Nobre de Castro – doutorando em Política Social /UNB

REALIDADE SOCIAL

DECIFRA-ME OU DEVORO-TE

� Pessoas que vivem com rendaper capita de até 70,00 reais.

� Além da ausência de renda,outras insuficiências vividaspelas famílias: acesso a água,alimentação, saúde, educação,assistência social e outrosserviços e bens públicos

O que é extrema pobreza?

Fonte Decreto Federal 7.492/2011 que institui o Plano Nacional de Enfrentamento à Extrema Pobreza

A extrema pobreza tem cara e endereço

� 9,61 milhões de pessoas estão no nordeste (59,1%)

� 4.5 milhões estão na área urbana do nordeste

� 5,1 milhões em extrema pobreza estão na área rural do nordeste

� 50,2% dos extremamente pobres no nordeste são mulheres

� 50,9% tem até 19 anos

Outros agravantes no Nordeste

� Aumento da população com 70 anos ou mais de idade exposta à pobreza

� A situação educacional é menos favorável para adolescentes de 15 a 17 anos, pela inadequação idade / série

� Analfabetismo ainda se concentra entre idosos e pessoas com menores rendimentos

Intersetorialidade:um pré-requisito

� A pobreza é determinada por múltiplas

expressões da desigualdade social (renda, gênero,

sexo, idade, raça e etnia);

� A multidimensionalidade da Pobreza => diferentes

estratégias para seu enfrentamento;

� A igualdade social, econômica e política exige

uma nova cultura política no trato da questão

social

Perspectivas intersetoriais do Plano Brasil Sem Miséria

Mapa de Oportunidades

Insuficiência de Renda Carências de Serviços Públicos

Algumas estratégias propostas pelo governo federal

� Consolidar o SISTEMA ÚNICO DE ASSISTENCIA SOCIAL em todo o país

� Incentivar formação de Rede Nacional de BUSCA ATIVA das pessoas em extrema pobreza

� Articular ações intersetoriais paraAMPLIAÇÃO DE ACESSO AOSSERVIÇOS PÚBLICOS, viabilizandoo ACESSO À RENDA e criandoalternativas para INCLUSÃOPRODUTIVA NA ÁREA RURAL EURBANA

O plano impõe novas e velhas tarefas ao Pacto federativo

� Enfrentar a pobreza e erradicar a miséria

� Ampliar oportunidades� Estimular a participação popular� Fortalecer o sistema protetivo e a seguridade social brasileira

� Planejar/ agir intersetorialmente paraalcançar a população consideradainvisível, ou seja, aquela que nãoacessa serviços públicos, não estáincluída nos programas detransferências de renda e vive fora dequalquer rede de proteção social

Bases legais e legítimas para atuação no Plano Brasil Sem Miséria

� Pacto federativo: co-responsabilidades,compartilhamento, cooperação ecofinanciamento .

� Integração de serviços e benefícios.� Vigilância socioassistencial e garantia dedireitos.

� Organização com base nos territorios.� Destinatários: famílias e seus membrosindividualmente em situações devulnerabilidade e risco social

� Potencial mobilizador das redes protetivas:pública e privada

� Unidades públicas estatais nos territórios demaior incidência de vulnerabilidade e riscosocial

Contribuição do SUAS para BRASIL SEM MISERIA

� Rede territorializada� Cobertura universalizante� Gestão do Cadastro Único� Serviços de Atendimento e acompanhamento em expansão

� Ações de vigilância socioassstencialsobre as condições sociais e econômicas das familias em cada território

ASSISTÊNCIA SOCIAL E ENFRENTAMENTO A POBREZA: o que fazer

� DIMENSÃO PROTETIVA EM SUACONCEPÇÃO - prover os mínimos sociais,garantia do atendimento às necessidadesbásicas. ESPEFICIDADE DO SUAS.

� DIMENSÃO INTERSETORIAL NOS OBJETIVOS – Integrar-se às demais políticas setoriais visando ao:Enfrentamento da pobreza - Garantia dosmínimos sociais - Provimento de condiçõespara atender contingências sociais -Universalização dos direitos sociais.

Fonte: LOAS (Lei 8.742, alterada Lei 12.435)

Tarefas coletivas:1. BUSCA ATIVA

� LOCALIZAR, IDENTIFICAR ECADASTRAR =>Tirar dainvisibilidade milhões de famíliasque não tenham documentaçãocivil; vivam processos de migraçõesconstantes; residam em territóriosconflagrados; pertençam a grupostradicionais que vivem em áreasisoladas; pertençam a segmentossocialmente excluídos; residem emterritórios de difícil acesso etc.

Tarefas coletivas:2. ENCAMINHAMENTO

� VIABILIZAR O ACESSO AOSSERVIÇOS E BENS PÚBLICOS =>Encaminhar para os serviços daRede de Proteção Social como:transferência de renda, serviçossócio assistenciais, atendimentosna rede da saúde, da educação e daprevidência social, proporcionandoa todas as famílias acesso a direitossociais básicos e oferta deoportunidades para inclusãoeconômica.

Tarefas coletivas:3. ATENDIMENTO� PRESTAR SERVIÇOS PÚBLICOS,conforme a necessidade =>oferta de vagas na educação,inclusão nos serviços básicos desaúde, benefícios detransferência de renda (BPC,BOLSA FAMILIA), inserção nosserviços de convivência social,acompanhamento familiar, dentreoutros

Qual o significado da intersetorialidade?

� Dar unidade no fazer, associando ecomplementando saberes e ações, apartir de olhares e percepções dediferentes ângulos, possibilitandouma dimensão de síntese da prática.

� Articular experiências noplanejamento, realização e avaliaçãode ações, com o objetivo de alcançarresultados integrados em situaçõescomplexas.

Atitudes necessárias

� Superação da fragmentação daspolíticas, considerando o cidadão nasua totalidade

� articulação de planos ecompartilhamento de informações,permeável à participação do cidadão,tanto no planejamento quanto naavaliação

� Reconhecimento da singularidade dofazer setorial, dos domíniostemáticos e da comunicação entre si.

A prática intersetorial...

� Ocorre entre níveis de governos e diferentes esferas;

� Envolve o enfrentamento dascontradições, restrições eresistências;

� Exige capacidade de diálogo;� Requer institucionalidade;� Trata-se de uma nova culturaorganizacional.

No Brasil Sem Miséria, COMO FAZER?

� Conhecer a realidade local de extrema pobreza (base cadastro, locais de maior incidência de pobreza e carências)

� Estruturar setor de vigilância sócio-assistencial (produção, sistematização,publicização e realimentação informações)

� Estabelecer protocolos locais para viabilizara busca ativa, o encaminhamento eatendimento às pessoas em extremapobreza, conforme às necessidades.

� Indispensáveis: saúde, educação,assistência social, segurança alimentar,trabalho e desenvolvimento rural

1. NA BUSCA ATIVA� descentralizar, sempre que possível, os locais paracadastramento;

� construir parcerias para ampliar a busca ativa e dar maiorceleridade ao processo;

� realizar campanhas para divulgação do cadastramento eidentificação de famílias não cadastradas, envolvendo as demaisSecretarias e órgãos públicos locais;

� definir fluxos para que os agentes locais, públicos ou privados,possam comunicar a Assistência Social sobre a existência defamílias não cadastradas;

� criar condições operacionais para que os coordenadores de CRAScoordenem a busca ativa nos seus territórios de abrangência;

� ampliar ou criar, quando necessário, equipes de cadastradores;

� Criar equipes volantes para irem até as famílias que vivem emáreas isoladas, distantes e com pouca capacidade de interagiremcom o Poder Público apenas por meio de divulgação emcampanhas de comunicação, como os bolsões de pobrezalocalizados nos grandes municípios.

2. NO ENCAMINHAMENTO

CRAS coordena busca ativa no território

Famílias Não – Cadastradas:

Famílias Cadastradas, com o perfil:

• Descumprimento de condicionalidades

• Com criança/adolescente do BPC sem acesso

a escola, por barreira identificada

• Idoso BPC.

• Outras carências

SUAS

Serviços Setoriais

Busca

Ativa

CADASTRO

Na realização da busca ativa, as equipes da Proteção Especial atuarão:

- na identificação de famílias com situação de trabalho infantil ainda não cadastradas, por meio do serviço de abordagem e

sua inserção em serviços;

- na identificação de pessoas em situação de rua, pelas equipes dos Centros de Referência Especializado para População

em Situação de Rua e pelas equipes de abordagem e sua inserção em serviços;

-no encaminhamento para o cadastramento, conforme a realidade do município.

- na inserção em serviços das famílias em descumprimento de condicionalidades cujos motivos se relacionam a violação de

direitos (inclusive trabalho infantil)

- na inserção em serviços de beneficiários do BPC, por barreira identificada

3. NO ATENDIMENTO DO SUAS

� PAIF – Atendimento – Acolhida –acompanhamento (individualizado ou em grupo)

� CONVIVENCIAS� BENEFICIOS� SERVIÇOS ESPECIALIZADOS DE MÉDIA COMPLEXIDADE

� SERVIÇOS DE ALTA COMPLEXIDADE

Desafios à intersetorialidade� Nova cultura de gestão pública� Criação de fluxos com devidascompetências especificas

� Socialização de informações eintensa comunicação intra eintersetores

� Permanente articulação e diálogoentre os setores

� Monitoramento dos indicadores deforma conjunta.

“Somos, sempre, em correlação

com os outros e com todas as

vidas do universo.Só que

esquecemos isso na maior parte do

tempo”(tecer a vida)

Grata a todos.

[email protected]

085 99266125