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INTERESPE: Interdisciplinaridade e Espiritualidade na Educação. ISSN 2179-7498 Volume 1| número 6 | jun. 2016

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INTERESPE: Interdisciplinaridade e Espiritualidade na

Educação.

ISSN 2179-7498

Volume 1| número 6 | jun. 2016

INTERESPE: Interdisciplinaridade e Espiritualidade na Educação.

ISSN 2179-7498

número 6 jun. 2016

=================================================================== Publicação Oficial do Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Interdisciplinaridade e Espiritualidade

na Educação (INTERESPE) – Educação: Fundamentos da Educação – Linha de Pesquisa:

Interdisciplinaridade e Espiritualidade: PUC/SP.

===================================================================

INTERESPE: Interdisciplinaridade e Espiritualidade na Educação. Publicação Oficial do Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Interdisciplinaridade e Espiritualidade na Educação (INTERESPE) - Educação: Fundamentos da Educação – Linha de Pesquisa: Interdisciplinaridade e Espiritualidade: PUC/SP Site: http://www.pucsp.br/interespe/ © Copyright 2016

INTERESPE: Interdisciplinaridade e Espiritualidade na Educação / Grupo de

Estudos e Pesquisa sobre Interdisciplinaridade e Espiritualidade na Educação (INTERESPE) – Educação: Fundamentos da Educação – Linha de Pesquisa: Interdisciplinaridade e Espiritualidade – vol.1, n. 6 (jun. 2016) – São Paulo: PUCSP, 2016.

Periodicidade anual, com possibilidade de números eventuais.

ISSN 2179-7498

.

As opiniões emitidas nas matérias desta Revista são de inteira responsabilidade dos

seus autores. Qualquer parte desta obra pode ser reproduzida, porém, deve-se

citar a fonte.

Revista 6 – junho 2016

INTERESPE: Interdisciplinaridade e Espiritualidade na Educação.

Editor Científico Ruy Cezar do Espírito Santo ([email protected])

Editora Executiva Herminia Prado Godoy ([email protected])

Conselho Editorial Gazy Andraus ([email protected]) Ivani Catarina Arantes Fazenda ([email protected]) Simone Andrioli Andrade ([email protected]) Telma Teixeira Oliveira de Almeida ([email protected])

Pareceristas Elenice Giosa ([email protected]) Denise Assis ([email protected]) Jaime Paulino ([email protected]) Jerley Pereira da Silva ([email protected]) Maria Regina Cerávolo ([email protected]) Rodrigo Mendes Rodrigues ([email protected]) Telma Maria Beneduzzi ([email protected])

INTERESPE: Interdisciplinaridade e Espiritualidade na Educação.

ISSN 2179-7498

Publicação oficial do INTERESPE- Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Interdisciplinaridade e

Espiritualidade na Educação – Fundamentos da Educação – Linha de Pesquisa:

Interdisciplinaridade e Espiritualidade: PUC/SP.

R. INTERESPE, São Paulo, Volume 1, número 6, junho, 2016.

SUMÁRIO

EDITORIAL.............................................................. 08

1 Educação e poesia como caminho para a cura. (Ruy Cezar do

Espírito Santo). Poesia do Prof. Ruy: Educação e poesia..............................

09

2 A menina do dedo torto: uma forma criativa de inclusão.

(Herminia Prado Godoy e Helena Godoy). Poesia do Prof. Ruy: Educação

inclusiva.....................................................................................................................

14

3 Nefelibantes-Pareidólicos: um nefelibata em busca da pareidolia

explicada. (Gazy Andraus). Poesia do Prof. Ruy: Olhos para

ver...Ouvidos para ouvir.........................................................................................

4 Conexões. (Simone Andrade). Poesia: O Vôo (Menotti Del Picchia).

Comentário poético do Prof. Ruy sobre texto de Simone.............................

5 Introdução a filosofia da educação. (Ruy Cezar do Espírito Santo).

Poesia do Prof. Ruy: Momento atual...................................................................

19

24

27

6 Densa forma de Inici-Ação. (Gazy Andraus). Poesia do Prof. Ruy: A

ação do homem no Universo.................................................................................

32

7 O vazio e a fragmentação existencial do aluno. (Simone Andrade)

Poesia do Prof. Ruy: O aluno ausente.................................................................

36

8 Impressões e repercussões da poesia “O absurdo e a graça”.

(Ruy Cezar do Espírito Santo, Gazy Andraus, Herminia Prado Godoy,

Simone Andrade)....................................................................................................

40

9 A pesquisa do Grupo de Estudos e Pesquisa sobre

Interdisciplinaridade e Espiritualidade na Educação - INTERESPE.

(Herminia Prado Godoy). Poesia do Prof. Ruy: Compaixão........................

10 Beleza, Alegria e Amor. (Ruy Cezar do Espírito Santo)....................

11 25 anos de quadrinhos e fanzinatos- parabéns Gazy e Elydio.......

46

51

53

Lançamento do livro: Beleza, Alegria e Amor em poesia. Até

sempre.......................................................................................................................

O Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Interdisciplinaridade e

Espiritualidade na Educação – INTERESPE............................

Equipe Editorial..........................................................

Diretrizes e normas de submissão e revisão técnica para autores e

parceristas...............................................................

53

54

55

58

8

EDITORIAL

Apresentamos nessa revista a pesquisa do Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Interdisciplinaridade e Espiritualidade na Educação, a descrição de seus projetos e objetivos. A cada revista comunicaremos os resultados de cada pesquisa em andamento.

Em homenagem ao professor Ruy Cezar do Espírito Santo realizamos uma compilação de suas poesias e os relacionamos a histórias, fanzines, textos explicativos.

O professor Ruy sempre tece seus comentários sobre avaliações de trabalhos dissertativos, artigos ou mesmo e-mails que trocamos por meio de textos poéticos e/ou poesias e consideramos que estes textos deveriam ser registrados e escolhemos esta edição de nossa revista para tal.

Também homenageamos o professor Ruy pela publicação de seu primeiro livro de poesias: Beleza, Alegria e Amor em poesia. Até sempre. Repasso aqui o que escrevemos como prefácio para o livro de poesias do prof. Ruy

“O que irão ler nas páginas a seguir são expressões de aspectos metafísicos que transcendem ao mundo das rimas e palavras. São palavras articuladas pelo espirito de uma pessoa, um mago que busca, encontra, toca e desperta a essência do outro. Ele pertence a esse grupo de poetas e escritores que não ficam na superfície das suas emoções, ele mergulha “no mais dentro” busca pela intuições a profundeza dos neurônios. Cada poesia retrata o encontro do poeta/mago com uma pessoa ou um grupo em específico. São mensagens únicas e com um endereço específico que quando transportadas para o papel e comunicadas oralmente repercutem de tal forma que a pessoa que a lê ou escuta sente que foram escritas especialmente para si. O mundo moderno e tecnológico, por vários motivos perdeu parte da sensibilidade e para pessoas insensíveis tudo parece obscuro, e ao ler e sentir a obra do professor Ruy sentimos a sensibilidade aflorar, sentimo-nos parte integrante da natureza, sentimos que a musicalidade existente no jogo de suas palavras façam parte das nossas células e flutuamos como se estivéssemos em um momento de meditação. Consegue por meio de seus livros e poesias traduzir o que o homem tem de beleza, alegria e amor, é portanto um receptor divino, da mais rica sensibilidade. As poesias trazem a mensagem da paz, da fraternidade, da solidariedade, da compreensão, da cooperação, da luz, da esperança, da iluminação, da transformação, da alegria, da amizade, da paciência, da espera, da coerência, da simplicidade, da humildade, do desapego e tantos outros princípios éticos universalistas tão necessários ao ser humano nos dias de hoje. Todas carregam a mesma essência, um convite de um terapeuta de almas para que

ousem experimentar viver o ‘amor’. Até sempre poeta Ruy! Herminia

1 e Jaime

2”

Esperamos que apreciem e participem futuramente de nossas produções!

Herminia Prado Godoy

1 Herminia Prado Godoy: Editora Executiva da Revista Interespe. Contato:

[email protected] 2 Jaime Paulino: Parecerista da Revista Interespe. Contato: [email protected]

9

1 Educação e poesia como caminho para a cura.

Ruy Cezar do Espírito Santo.3

Educação e poesia.

Educar

Extrair do ‘mais dentro’... Acolher o aluno...

Incluir cada um Pois nunca somos iguais...

Desenvolver as ‘diferenças’... Permitir a alegria

Para que surja a beleza Sempre com muito Amor...

Assim deve seguir a Educação. Nunca prisioneira de um currículo...

Deixar fluir o conhecimento em consonância com cada classe Que assim como os alunos será sempre ‘diferente’, única...

Nunca ‘julgar’ com avaliações Avaliar é punir o erro...

O errante é aquele que anda... Cada aluno precisa Caminhar...

Caminhar na direção de si mesmo... ‘Errar’ até se ‘encontrar’...

‘O principio de toda a sabedoria’... Nunca alunos em ‘fila’...

Os ‘sábios’ da ‘frente’ e os ‘ignorados’ do fundo da sala... Sempre um círculo...

Nem que seja necessário sentar no chão... Afastando-se as carteiras...

Sempre permitir o ‘olho-no-olho’... O Educador precisa ‘ver’ cada aluno...

Profundamente... Saber de suas emoções

Ouví-lo sempre olhando em seus olhos... Promover dinâmicas...

Encontros entre os alunos Teatro...

Deixar sempre fluir a energia presente... As “provas” devem ser o ponto de partida de ‘diálogos’...

A grande pergunta é: ‘O que você aprendeu’? O que gostou mais? O que foi mais difícil? Qual a dúvida que fica?

Responder a tudo isso equivale a dizer ao aluno: Eu te amo! Brincar!

Permitir sempre que a ‘criança eterna’ presente a nós todos possa divertir-se... Possa viver sua inocência, tantas vezes ‘escondida’ pelas tecnologias presentes...

Sentir a beleza de um sorriso A delicadeza de um ‘toque’...

A imensidão de um verdadeiro abraço... Assim precisa Caminhar a Educação

Despertando o indispensável ‘conhecimento de si mesmo’... Sabendo de sua singularidade

De sua criatividade única

3 Ruy Cezar do Espírito Santo: editor científico da Revista Interespe. Contato: [email protected]

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Dando sentido a seu ‘fazer’... Afastar todo o medo do novo

Resultante do ‘apego’ ao ‘velho’... Perceber a beleza da permanente transformação

Na eternidade do Agora Assim o Educador...

Assim o Educando Até Sempre!

Ruy

A fonte é a mesma: o coração...

Sim, o ‘amor’ é a energia básica de uma poesia, do ato de educar ou de uma verdadeira Cura...

Por quê?

É sabido que a palavra educação deriva-se do latim educere que significa “tirar de dentro”...

‘Tirar de dentro’ de um aluno somente é possível atuando com o ‘coração’... Simplesmente ‘trazer de fora’ é o que a maioria faz resultando nos problemas vividos na Educação...

E poesia? Não será do ‘mais dentro’ de cada poeta, que ela surge? Do ‘coração’?

E a ‘Cura’? Se inconscientemente uma tristeza ou ansiedade geram uma doença, claro que conscientemente o Amor por si mesmo gerará uma autocura...

Assim o encontro de poesia, educação e cura diz respeito à percepção profunda de si mesmo no que tange a ‘amorosidade’ presente no ‘mais dentro de cada um’.

Será verdade?

O grande mistério a ser enfrentado, quanto a esta temática, diz respeito à resposta da mais profunda indagação: ‘quem sou eu’? Sócrates já dizia há mais de dois mil anos se tratar do ‘principio de toda a sabedoria’... O famoso “conhece-te a ti mesmo”...

Ora, como pode um Educador afastar-se de tal ‘principio’? Será ‘cego, conduzindo cegos’...

Assim, seja no desenvolvimento do ato de educar, seja na criação de um texto poético há de haver sempre um mergulho profundo no autoconhecimento... ‘Tirar’ do mais dentro... Será uma percepção da unidade da Vida que vai originar a visão interdisciplinar...

Por que o ‘amor’ é o ponto de partida, seja da poesia, da educação ou ainda da Cura?

Porque o mistério da resposta ao ‘quem sou eu?’ está vinculado a metáfora do ‘amor’...

Sim, a Tradição Cristã, que nos é mais próxima utiliza tal ‘metáfora’, por assim dizer, ao afirmar que ‘Deus é Amor e o Ser humano Sua Imagem e Semelhança’... Assim temos uma metáfora presente há dois mil anos para dizer do mistério de quem nós somos...

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Examinando o contexto histórico vemos como foi difícil para a humanidade entender tal questão! Sim, a principal Igreja surgida do cristianismo irá desenvolver cruzadas e inquisições, queimando o ‘inimigo’ na fogueira, não obstante Jesus ter afirmado para “amarmos o inimigo”... Não se trata de ‘mal’, mas, sim, da ignorância de uma humanidade ainda adolescente, incluindo-se aí, os religiosos... Basta que nos lembremos da última frase de Jesus Cristo ao ser crucificado: “Pai perdoai porque eles não sabem o que estão fazendo”.

Na verdade foi preciso a explosão da bomba atômica em 1945 para que o adolescente humano percebesse que podia destruir o planeta... Começar a perceber que ‘não sabe o que está fazendo’... É então que surge um Paulo Freire nos dizendo para “conscientizarmos antes de alfabetizarmos”... Teve que fugir do Brasil, pois tal frase era considerada subversiva pelos militares... Na verdade, é o início de uma grande transformação em curso... É quando vão surgir as ONGS, como ’Médicos Sem Fronteiras’, ou ‘Anistia Internacional’, dentre outras...

O momento que estamos vivendo é mesmo o de trazer para a Educação a conscientização já referida de Paulo Freire e ainda pouco levada às Escolas, preocupadas ainda com vestibulares, prioritariamente... Se o jovem não tomar consciência de si mesmo em primeiro lugar e do ‘mundo vida’ à sua volta, como dizia também Freire, literalmente ele permanecerá ‘sem saber o que está fazendo’... Teremos então as drogas, a violência e as doenças emocionais ainda tão presentes...

A educação precisa despertar no ser humano, ou seja, ‘tirar de dentro’, como já referido a capacidade de realizar beleza, alegria e amor...

Sim, de todos os seres vivos conhecidos o Ser Humano é o único que pinta um quadro, faz uma sinfonia, uma poesia, dança ou cuida do Outro carente... Só que esse potencial de gerar beleza, alegria e amor precisa vir por meio de uma nova Educação, que podemos chamar de interdisciplinar! A educação que Freire chamava de “bancária” jamais chegará a tal nível... Vejam que um coelho nasce ‘pronto’... Inexistem Escolas para coelhos... O único ser vivo conhecido, a ser educado é o Ser Humano... O potencial que ele traz, como já referido, precisa ‘ser tirado do mais dentro’... Daí a importância das Artes na Educação, como aponta a Pedagogia Waldorf, que é das linhas educativas atuais, a que traz presente essa profunda visão de si mesmo, seja dos educadores, seja dos alunos... Ela propõe e realiza na sua prática, que um mesmo educador acompanhe uma classe durante os oito primeiro anos de atividade educativa! Claro que outros educadores participam, mas há um chamado ‘tutor’ que se ligará profundamente a cada aluno, ao acompanhá-lo nos oito anos referidos. Claro que ele precisa ser preparado para tanto, incluindo o desenvolvimento do seu próprio autoconhecimento...

O exemplo dado da Waldorf não significa que novos caminhos não estejam sendo buscados, não só partindo do autoconhecimento, como também da interdisciplinaridade. Toda esta ação está profundamente ligada à poesia que nada mais procura realizar senão construir a beleza, a alegria e o amor...

E a ‘Cura’? Não vai depender também de cuidados amorosos?

Percebem o vínculo de tais realidades?

Estamos vivendo um momento de grande transformação e quero antes de encerrar esta breve reflexão aprofundar a questão da ‘cura pela educação’...

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Curar é tornar íntegra uma pessoa. Será o equilíbrio entre as varias dimensões que compõe o Ser Humano: a dimensão física, emocional, racional e espiritual. As Escolas, tradicionalmente ficam nos três primeiros aspectos, sendo que o emocional muitas vezes é desconsiderado... Aliás, o físico também é muitas vezes ‘mal tratado’... Quanto ao espiritual a maior parte dos educadores diz que é um problema ‘das religiões’... Este é o grande desafio hoje a ser enfrentado! Um profeta, anterior a Paulo Freire nos dizia que o processo de individuação se dará pela ligação do ‘ego com o self’... Sim, Jung irá retomar o processo do autoconhecimento numa visão psicológica, mas, que está intimamente ligada à Educação. Esta visão junguiana tem profunda ligação com o processo de cura, especialmente as curas emocionais que dão origem a maior parte das doenças... A própria medicina tradicional já aceitou que as doenças são psicossomáticas... Evidente que o processo de ‘individuação’ de um aluno será, não só um caminho para a cura emocional, como também a meta básica de um processo educativo! Porém muito poucas Escolas caminham nesta direção... Seguramente o self é a dimensão transcendente do Ser Humano, ou seja, sua dimensão espiritual que irá nos conduzir á visão de Unidade da Vida, de onde a interdisciplinaridade vai surgir... Ignorar tal questão é ficar prisioneiro daquilo que Freire chamava de Escola Bancária: provas e notas...

Uma visão poética e curativa da educação vai passar exatamente pela integração de um ego, hoje altamente ‘racionalizado’, com o self, de tantos ‘ignorado’, como sendo superstição ou problema de crença religiosa!

Chegou o momento de sairmos de tal quadro! Precisamos ‘abrir’ uma visão interdisciplinar ensejadora de uma percepção da Unidade da Vida, como já referido.

A humanidade já conseguiu superar as monarquias absolutas, a escravidão, os grandes ditadores presentes antes de 1.945 e assistimos hoje no Oriente a queda dos últimos ditadores! É preciso olhar a Vida com um novo olhar, tal como os voluntários de tantas Organizações Não Governamentais o fazem; é preciso ampliar a consciência ecológica que vai se fazendo presente em todo o planeta... Cabe exatamente à Educação trazer para seus alunos esta nova visão da história da humanidade com uma postura poética e curativa que vai hoje florescendo... O Ser Humano não nasceu para ser infeliz ou ser um sofredor! Por que dentre todos os seres vivos seria o único miserável, oprimido, deprimido, drogado e assim por diante? Porque há um mistério a ser decifrado pelo Educador em nossa vivência: a liberdade! Nenhum outro ser vivo conhecido tem o ‘livre arbítrio’ do Ser Humano, que poderá ‘escolher seu Caminho’! Na ausência de uma ação libertadora, como nos traz o filme ‘Sociedade dos Poetas Mortos’ o suicídio se oferece como alternativa... Assim dentro desta visão de liberdade caberá ao Educador despertar no aluno a vontade de realizar seu potencial já aqui referido de beleza, alegria e amor!

Encerro esta reflexão procurando enfatizar a importância hoje do trabalho do Educador! Sim, conscientizar seus alunos dessa evolução havida na História da Humanidade, especialmente para o ‘despertar’ da dimensão espiritual hoje claramente distinta de qualquer religiosidade. Claro que tal afirmativa não exclui a atividade das religiões, porém há que se trabalhar nas Escolas esta dimensão espiritual do Ser Humano, para não cairmos no materialismo até aqui vivido pela maioria das pessoas. As religiões precisam ser respeitadas e mesmo serem convidadas a participar da presente reflexão, ainda mais que tantas Escolas estão ainda vinculadas às religiões... Quero lembrar como já aqui afirmei que a postura de muitos religiosos não é ‘má’ ou está ‘errada’, porém, ainda está vinculada à fase

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‘adolescente’ vivida pela humanidade. Basta examinarmos, no caso da Igreja Católica o que ocorreu com o primeiro Papa após 1.945. Foi eleito João XXIII, que trouxe uma verdadeira revolução na visão até então presente no Vaticano... O assunto seria longo de aprofundarmos aqui, porém importante sua percepção, para verificarmos que a humanidade, como um todo, incluindo as religiões está vivendo uma profunda transformação!

Assim, a Cura indispensável para a humanidade como um todo, vai se tornando presente na medida em que a Educação, com auxilio da poesia nos conduz à essência de nós mesmos.

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2 A menina do dedo torto: uma forma criativa de inclusão. Herminia Prado Godoy4 e Helena Godoy5

Educação inclusiva.

Uma aluna pesquisou longamente Buscou um aprendizado integrador e inclusivo

E assim concluiu sua tese Que seguramente será uma obra a ser publicada.

Buscou encontrar as causas da discriminação

Sexual, racial, econômica, religiosa ou do deficiente físico... Tarefa difícil

As diferenças ultrapassam tais questões...

Cada ser humano é único... Tem sua história pessoal envolvendo tudo que está acima

Porém, o medo o impede de atingir suas metas... O afasta de realizar seu potencial...

Como pode a Educação ‘incluir’ cada um?

Sem qualquer discriminação... Respeitando o mistério da liberdade de cada um...

Do direito de escolha...

Independentemente de sexo, raça, deficiência, religião ou dinheiro Há uma pessoa

Um Ser Humano a ser acolhido Do seu jeito, da forma como nasceu e cresceu...

O que o Educador pode fazer?

Olhar e ouvir seu aluno Saber de sua história e de seu sofrimento possível

Conduzi-lo à busca da Vida no mais dentro de si mesmo...

Este o Caminho da Inclusão O Encontro – educador e educando

No Agora da sala de aula Que poderá ‘despertar’ a ambos...

Sim, somos todos ‘belos adormecidos’... Não vemos e não olhamos para o Outro

E por isso o ‘excluímos’ de alguma forma... Assim, Educar (educere...) é extrair ‘de dentro’

Onde diferenças não existem... Será o ‘acordar’ cada um para sua dimensão espiritual...

Ruy

4 Herminia Prado Godoy: Editora Executiva da Revista Interespe. Contato:

[email protected] 5 Helena Godoy tem 4 anos.

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Helena escreveu esta história após ter assistido uma peça de teatro que conta a história de Dolores, uma menina de sete anos, que sofre bullying na escola por ter um pequeno defeito em um dos dedos da mão. Sentindo-se isolada e triste, ela decide sair pelo mundo à procura de uma criança igual a ela. Na sua viagem, vive muitas aventuras, conhece outros ‘defeitos’, povos, raças e costumes. Dolores volta dessa jornada cheia de experiências. Ela não encontra quem procurava, mas aprende a admirar as diferentes formas de ser e de viver. (GODOY, 20166).

Helena por sua iniciativa ao chegar em casa depois do teatro começou a desenhar e contar a história da menina do dedo torto e introduziu a personagem do gorila.

Enquanto desenhava e contava a história sua mãe registrou o que ela narrava. Resultou no que Helena considerou seu livro.

Helena está sendo conduzida, pelos seus pais e pela escola a conhecer as diferenças entre os seres humanos.

Em meu trabalho dissertativo de mestrado sobre a Inclusão de alunos portadores de Deficiência no Ensino Regular Paulista (GODOY, 20007) uma das falas de um dos diretores da escola que entrevistei dizia: “parece que no Brasil não existem pessoas portadoras de deficiência, por que elas não tem como saírem de casa”; “ninguém as vê e não se fala sobre elas”.

Que bom que 15 anos após esta fala percebemos que o teatro está falando delas, elas estão nas ruas, nas escolas e convivem socialmente como seres humanos que apresentam naturalmente alguma diferença em sua forma de andar, em sua aparência, em sua expressão. Que bom que as pessoas portadoras de deficiências estão podendo sair de casa e se apresentarem na sociedade em que vivem de uma forma mais participativa e atuante.

Interessante é notar que os pais podem ensinar seus filhos a lidarem com naturalidade, com alegria e de uma forma divertida com as diferenças entre os seres humanos.

Que bom vermos que a inclusão já está sendo uma realidade em nossos dias!

Herminia Prado Godoy

6 Depoimento de Thais Godoy, tia de Helena Godoy.

7 GODOY, Herminia Prado. Inclusão de Alunos portadores de deficiência no Ensino Regular paulista.

Dissertação de Mestrado, sob a orientação do Prof. Dr. Marcos Mazzotta apresentado ao Programa de Distúrbios

de Desenvolvimento a Universidade Presbiteriana Mackenzie, 2000.

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3 Nefelibantes-Pareidólicos: um nefelibata em busca da pareidolia

explicada. Gazy Andraus

8,

Olhos para ver... Ouvidos para ouvir...

Para ‘Ver’ precisamos estar presentes na ‘eternidade do agora’...

Como tem sido difícil... Não conseguimos enxergar na maior parte do tempo, pois os olhos estão fixados nos celulares...

Seja comendo... Dirigindo...

Namorando... Assistindo aula...

Estamos ficando cegos... E surdos... Sim não vemos e não ouvimos...

Perdemos o verdadeiro contato com o Outro ao nosso lado... Somente importa a ‘mensagem’ que estamos recebendo...

De um lugar que não podemos ‘ver’... Nem ‘ouvir... O ’presente’ é ignorado...

O Professor, ‘pouco importa’... Somente os contatos à distância... É a tecnologia que nos consome...

Nos deixa ‘ausentes’ de uma palestra, de uma aula e até de um ‘namoro’... Como sair deste quadro?

Como conscientizar os usuários dessa tecnologia de sua ‘escravidão’? Da perda de sua liberdade de ‘estar verdadeiramente onde escolheram’?

Se ‘nada’ importa mais que o celular, estamos diante de gravíssima ‘doença’... Como curá-la?

Como re-despertar a alegria de ver e ouvir verdadeiramente? Sim a criança desde muito pequena sorria diante do que via e ouvia!

Onde ficou nossa criança? Como resgatar a fundamental visão de cada Um?

Como permitir que as mãos ‘larguem’ o celular para abraçar o Outro? Como enxergar novamente nosso entorno?

Olhar nos olhos de Alguém... Perceber a beleza de uma pintura...

Ouvir realmente uma palestra ou uma aula... Ou ainda uma Pessoa...

Enfim... Como voltar a viver? Estamos assistindo ao ‘apocalipse’ gestado pelo próprio Ser Humano

Que lhe furta a verdadeira Arte de Viver! Até Sempre!

Ruy.

Este texto nasceu da ilação intuída desse autor acerca de suas pesquisas pessoais.

E entenda-se aqui, que tais pesquisas não são apenas na área das histórias em quadrinhos e afins. Pois se compreende também todo um leque que vem acompanhando sua pessoa, sua sombra e alma, bem como seu espírito (ou seria o

8 Gazy Andraus: Conselheiro da Revista Interespe. Contato: [email protected]

20

contrário?). Além da física quântica e ciência cognitiva, o interesse dele (que sou eu mesmo) em ciências ditas não oficiais têm permeado sua (minha) busca.

E tanto nos afazeres artísticos como nos acadêmicos tenho podido descobrir novas conjecturas.

Por exemplo, nas minhas aulas de Trabalho de Conclusão de Curso- TCC, um dos alunos trouxe à baila o livro ‘A arte secreta de Michelangelo: uma lição de anatomia na capela sistina’. (BARRETO e OLIVEIRA, 2004). É uma teoria que encontra ecos na Pareidolia (do grego: paralelo à imagem): um fenômeno que acossa por vezes multidões, quando dizem ver alguma santa nas janelas, escorrendo na chuva, etc.

Mas esse fenômeno que a psicologia crê ser uma ilusão coletiva, por vezes surge individualmente sem essa conotação.

Como por exemplo, COMIGO!

Como desenho, e nunca parei de desenhar, pode-se supor que esta qualidade me tem propiciado mais facilidade para descobrir formas onde menos se espera, ou menos se está atento. Por outro lado, lembro-me de exercitar ver formas na parede de minha casa à noite, antes de dormir. Quando era bem criança, uma luz ficava acesa no corredor, e eu podia ver inúmeros desenhos na parede de superfície um tanto irregular. Um exercício que fazia prazerosamente, muito antes de saber que era uma indicação já aconselhada por Leonardo da Vinci para as pessoas trabalharem a criatividade. McCloud (1995) esclarece em seu livro ‘Desvendando os Quadrinhos’ que o ser humano é instado a ver formas em tudo: até mesmo numa tomada elétrica da parede, que lembra um rosto.

Mas no meu caso, tenho bases científicas para tentar explicar um pouco do que me acomete.

Pois, inadvertidamente sou também um Nefelibata! A palavra vem também do grego, em que nephele é nuvem e batha, onde se pode andar: literalmente, andar nas nuvens! Mas emprega-se atualmente para os apreciadores de formas de nuvens espalhados pelo orbe. Na Europa, por vezes, quando se noticia o tempo, pode ser possível ouvir narrarem a beleza e forma das nuvens, seus nomes, apreciando-as ao público da TV.

Na infância eu assistia Vila Sésamo (a primeira versão, que no Brasil assistíamos em preto e branco, já que não existia praticamente TV colorida no início da década de 1970). Havia um quadro que lembro até hoje em que dois personagens ficavam vendo pela janela as formas que as nuvens tomavam: galo, gato, navio etc. Ora, as crianças fazem isso naturalmente.

Mas isto tem se desenvolvido em mim, que encontra ressonância na física quântica e na questão de aludir ao futuro imediato ou a médio prazo!

Principalmente porque venho de uma família árabe que conhece a leitura do ‘futuro’ pelas borras do café. Exercício que também tenho tentado trabalhar, e muitas das vezes tem funcionado! Isso se explica também pela ciência cognitiva e capacidade cerebral humana (coadunado com a física quântica). Aos céticos, fica minha paciência e entendimento que realmente é algo difícil de se acreditar. Por isso também resolvi escrever esse texto, para ilustrar as imagens que inseri no meu fanzine (‘Nefelibantes Pareidólicos’ no qual inseri originalmente esse texto e que pode ser acessado aqui: http://cid-046bc10ed5316dd7.skydrive.live.com/browse.aspx/Gazynes%20imagines?sa=5478

21

50071). Diferentemente dos fanzines de histórias em quadrinhos que tenho feito, resolvi inovar. Mesmo porque, esta edição está sendo feita para que eu participe da última aula da disciplina de Estudo e Produção de Linguagens do 2º. semestre do Curso de Licenciatura de Educação Artística da FIG-UNIMESP, onde leciono. Finalizei o curso com o exercício criativo dos alunos realizarem um fanzine, e trocarem ele na aula. Resolvi participar. Mas, além disso, há espaço para mais uma explicação: por exemplo, a sequência que se vê nesse fanzine que desemboca num paquiderme pré-histórico (um Mamute), é algo a se pensar!

Ao deitar a xícara após beber o café, naveguei meu olhar ao seu redor internamente até bater com a figura desse magnífico elefante. Vocês podem ir seguindo a sequência até encontrá-lo (inclusive eu o coloquei em um tom bem leve na capa). Quando eu me deparei com ele, no dia 3 de dezembro, ontem, eu previ que meu trabalho em geral, incluindo esse fanzine, finalizaria de uma maneira muito boa. E realmente é o que está acontecendo: revisei TCCs, escrevi uma carta em defesa aos quadrinhos num caso recente de um jornalista que os menosprezou, e estou finalizando de forma contundente este fanzine, que não é algo simples, mas parte de meu processo de pesquisa e desenvolvimento vital e inteligente (não considero apenas alguns de meus trabalhos como válidos para computar no currículo, mas todos, visto que despendo enorme energia ao fazê-los, e total sinceridade e busca na pesquisa e no ato).

Mas porque defendo que o elefante me sinalizou isso? Porque o elefante, simbolicamente na leitura do vaticínio, pelo pó de café, significa a consecução de um trabalho, de forma lenta, mas, inexorável! E isso seria uma fantasia minha? Talvez sim... mas talvez tenha mesmo um entendimento lógico. O elefante é um ser gigante, forte. Nada o detém, mesmo que sua marcha possa ser meio lenta! E ele é ‘nobre’, tem uma mente inteligente e respeitado tanto por animais como por seres humanos, visto que é até uma representação de um deus hindu (repare no desenho que reelaborei com base na foto da borra, como a tromba dele se inclina para cima curvando-se como uma espiral...).

Enfim, a analogia do elefante para aquilo que ele transparece, pode realmente servir para ‘ler’ o ‘futuro’ quando ele aparece, no meu caso. E não só nas borras de café.

Imagem à esquerda: capa do fanzine com o desenho do elefante (segunda imagem da esquerda para direita)

baseada na visão do paquiderme na borra do café em xícara por mim tomada (terceira imagem da esquerda pra

direita). Na última imagem da direita desenho de flor feito por mim com base na visualização pareidólica de um

desenho num taco do chão de minha residência.

22

Quando eu estava no último dia do término de minha tese, também varei a madrugada. Mas antes disso, olhando pela janela de minha casa, deparei-me com singular e única nuvem no céu noturno: mas gigante. Era a forma branca de uma cabeça de elefante olhando para mim, em meio a um céu enegrecido e misterioso!

Na hora eu soube que a noite seria inteira de trabalho... longo, inexorável, mas finalizável! E foi o que aconteceu.

Mas podem os psicólogos conjeturarem que é uma resposta de minha psique: meu querer por terminar a tese cria a imagem que para mim significa isso.

Sim, também concordo. Também o é.

Mas esquecem-se (ou não sabem), que pela física quântica, podemos trazer à baila possibilidades de conexão, possibilidades de tempo-espaço mensurável... ou não. A micropartícula atômica é tanto um corpúsculo material que existe num determinado local e tempo... como também é uma faticidade possível, uma onda probabilística que pode estar aqui, ali, lá, acolá, em qualquer lugar, e em qualquer tempo: ontem, hoje ou amanhã. Para os quanta, não há passado, presente e futuro, mas sim um amálgama incompreensível... e há possibilidades paralelas (universos paralelos). Tudo isso é científico! E mais: a mente do sujeito (homem) é quem define esta probabilidade. Mas e quando ele não sabe conscientemente que pode fazer isso... quem o faz por ele? O destino? O acaso? Ou a consciência não material de sua mente que formatou seu cérebro? Ou seja, sua ‘alma’ que é uma probabilidade quântica, que pode, a partir de infinitas probabilidades possíveis, se ‘materializar’ num corpo material e nele viver com seu cérebro criado para tal finalidade.

Essa teoria maluca acima é minha? Não, é de um doutor em física, Amit Goswami, que escreveu o livro: ‘A Física da Alma’.

Mas antes de eu saber sua teoria – vejam só – minha intuição (hemisfério direito do cérebro trabalhando com esquerdo) ‘sabia’ dessas coisas... só não conseguia explicar.

Assim, quando eu fui desenhando o elefante que via na xícara, fui entendendo melhor como isso se dá: o homem faz algo, mas ao mesmo tempo pensa algo... esse pensar move energias dele e do todo (tudo é interconexão) e traz uma das possibilidades que vai se realizando nessa formatação e nesse espaço/tempo de existência. Isso pode ir se espelhando a ele nas nuvens, nas xícaras, nos sonhos etc, e se realizar como um dos possíveis ‘futuros’. É assim que se possibilita ler o futuro, que no tarô transparece pela força das imagens que suscitam, no tarólogo, seu potencial imagético do hemisfério direito do cérebro (o qual ‘lê’ as figuras e intui). Mas isso não quer dizer que o futuro é irrevogável e imutável. Dependendo das circunstâncias, pode se modificar... pois a teoria quântica nos faz lembrar das conexões e das possibilidades plausíveis... e o desenho também se modifica, como nas linhas das mãos que são gravadas, impressas de acordo com a mente e o sangue e veias que vão imputando as marcas de futuros possíveis. Os quiromantes sabem disso e aprendem a ler esses sinais, essa linguagem ‘manual’.

Caros, não há magia, nem falácia. Magia é apenas um ermo termo para leis naturais que não conhecemos. A magia é justamente esse mistério de não conhecermos o que existe... e tudo existe!

Enfim, aquele que conseguir, que compreenda.

Há braços.

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E muitos.

Gazy Andraus, num arroubo quântico, madrugada do dia 4 de dezembro de 2009.

Parabéns, vida. Viva a morte. Pois é a ida à Nova Vida!

São Vicente/SP/Universo Quântico - Paralelo total Referencial Teórico. ANDRAUS, Gazy. A independente escrita-imagética caótico-organizacional dos fanzines: para uma leitura/feitura autoral criativa e pluriforme. Trabalho apresentado ao Eixo 14 - Escritas, Imagens e Criação: Diferir no 17º. COLE. Campinas, julho de 2009. ANDRAUS, Gazy. As Histórias em Quadrinhos como informação imagética integrada ao ensino universitário. Tese de doutorado. USP: São Paulo, 2006. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27154/tde-13112008-182154/ ANDRAUS, Gazy. Nefelibantes Pareidólicos. São Vicente: Fanzine/Edição do Autor, 2009.

BARRETO, Gilson, OLIVEIRA, Marcelo Ganzarolli de. A arte secreta de Michelangelo: uma lição de anatomia na capela sistina. São Paulo: Arx, 2004. DA VINCI, O PENSAMENTO VIVO DE. São Paulo: Martin Claret,1985. DE GREGORI, Waldemar. Os poderes dos seus três cérebros. São Paulo: Pancast, 1999. GOSWAMI, Amit. A física da alma. São Paulo: Aleph, 2005. McCLOUD, Scott. Desvendando os Quadrinhos. São Paulo: Makron Books, 1995. PAREIDOLIA. Wikipédia, a enciclopédia livre. http://pt.wikipedia.org/wiki/Pareidolia <Acesso em 20/12/2009>.

SOARES, Francisco Edson Fernandes. Para Além Da Pareidolia Nefelibática: As Peças Anatômicas Ocultas Na Capela Sistina De Michelangelo. Tcc De Educação Artística Guarulhos: Fig-Unimesp, 2009.

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4 Conexões. Simone Andrade9

O Vôo

Menotti Del Picchia

Goza a euforia do voo do anjo perdido em ti

Não indagues se nossas estradas, tempo e vento

desabam no abismo.

que sabes tu do fim...

Se temes que teu mistério seja uma noite,

enche-o de estrelas

conserva a ilusão de que teu voo te leva sempre para mais alto

no deslumbramento da ascensão

se pressentires que amanhã estarás mudo, esgota como

um pássaro as canções que tens na garganta

canta, canta para conservar a ilusão de festa e de vitória

talvez as canções adormeçam as feras que esperam

devorar o pássaro

desde que nasceste não és mais que um voo no tempo

rumo ao céu?

9 Simone Andrade: Conselheira da revista Interespe. Contato: [email protected]

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que importa a rota

voa e canta enquanto resistirem as asas.

Essa fotografia que me foi presenteada pelos céus do México, em Janeiro de 2016, me proporcionou refletir sobre os ‘cantos’ e as ‘asas’ que nos inspiram para voar em nossos cotidianos, bem como no campo da saúde e educação. Mas como é possível ‘voarmos’ e mesmo assim permanecermos com os ‘pés no chão’?

Segundo Campbell (2007), nós somos tomados pelos mitos, somos capturados pelos mesmos, o que pode ocasionar inicialmente estranhamento ou curiosidade, ou seja, ao entrar em contato com a linguagem simbólica que pode surgir por meio de um mito, de uma ideia, de imagem ou sonho, pode nos trazer um certo desconforto, mas ao nos permitir adentrarmos nesses símbolos, essa sensação inicial pode ativar outros sentimentos e outros canais de comunicação. Nessa experiência fui capturada pela imagem da foto o que me trouxe o encontro com o inusitado em um primeiro momento, mas depois me despertou para a vivência da beleza, amor e encantamento da vida.

Quais são as ‘canções’ que te inspiram? Uma das ‘canções’ que me inspira ultimamente está relacionada ao cuidado humano e uma das minhas inquietações diz respeito a como promover esse cuidado. Um ensaio denominado Interdisciplinaridade e Cuidado Humano10, que aborda possíveis aproximações da educação com a área da saúde e propõe reflexões sobre formas de promover um ensino para o cuidado nos espaços da escola e clínica me ajudou a entoar a minha ‘canção’. Ao questionar-se no referido ensaio, como poderia haver a promoção do sujeito saudável, autônomo e qual o papel da interdisciplinaridade e da medicina integrativa11 nesse processo, o cuidado proposto é entendido nas três dimensões: a dimensão individual pelas práticas ao cuidado de si; a dimensão coletiva no compartilhamento do cuidado com o outro e da dimensão planetária no desenvolvimento de práticas sustentáveis ao cuidado do planeta.

A interdisciplinaridade é estudada desde 1970 no Brasil, tendo como referência Hilton Japiassu e em 1981, surge na Pontifícia Universidade Católica, o GEPI, liderado pela Profª Dra. Ivani Catarina Arantes Fazenda, que apresenta as cinco atitudes que fundamentam uma educação com autonomia e crítica: a espera, o desapego, a coerência, a humildade e o respeito.

Assim, a interdisciplinaridade é um caminho em desenvolvimento que é habitada por valores profundamente humanizadores. Na medida em que houverem intervenções permeadas por esses valores, o que significa acolher e escutar verdadeiramente o outro com seus sentidos, linguagens, angústias, talentos, haverá a promoção da criatividade e da saúde.

Assim como surgiu a interdisciplinaridade, por volta dos anos 1970, frente a grande fragmentação disciplinar, surgiram novas abordagens, por exemplo, no campo da

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FAZENDA, Ivani Catarina Arantes; SOUZA, Fernando Cesar de. Interdisciplinaridade e Cuidado Humano. In Medicina Integrativa – Série Manuais de Especialização. Coordenador Paulo de Tarso Ricieri de Lima. Barueri, SP: Manole, 2015. 11

Medicina integrativa é uma abordagem na saúde que ressalta a importância da relação entre o paciente e o profissional de saúde; é focada na pessoa em seu todo, baseia-se em evidências e faz uso de várias terapêuticas para o obter a cura.

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Saúde, a Medicina Integrativa, que possibilita o resgate da integração corpo–mente-espírito, baseando-se em uma prática que ativa os processos de cura inatos de cada um e na busca do sentido no encontro interacional.

Escola e clínica ganharam nessas décadas suas bases e instrumentos, portanto, para promover o cuidado em suas variadas dimensões para a vida saudável e a sustentabilidade planetária. Os espaços da escola são terapêuticos na promoção de um ensino para o cuidado quando o aluno deixa ser um indivíduo sem luz (em grego= a lux) e a pessoa da clínica deixa de ser o ‘paciente’, e dessa forma, ambos são vistos no processo como sujeitos autônomos e autores da sua trajetória.

Enfim, acredito que para promovermos espaços mais saudáveis, tanto no âmbito da educação, como na saúde, inicialmente se faz necessário criarmos um campo terapêutico para nós, adentrarmos ao nosso autoconhecimento, rumo ao autocuidado. Assim, iniciar nossa trajetória ou direcionarmos nossa rota rumo a uma viajem interior, ouvir canções que nos inspirem com melodias que nos acolham pode contribuir para e encontrarmos nossas melhores asas e dessa maneira, talvez conseguiremos gozar a euforia do anjo perdido em nós.

Comentário poético do Prof. Dr. Ruy sobre texto de Simone:

Marte se aproximando da Terra... Sua grande representante já está entre nós...

Conseguiu atrair gigantesco Anjo no México Prepara-se para trazê-lo ao Brasil...

Prometido para a reunião de 12 de maio... Incrível a ação desta ‘Marciana’...

Seus clientes são conduzidos a meditações saturninas Seus companheiros de Grupo recebem as visões dos Anjos mexicanos...

E assim segue esta angelical figura! Até Sempre! Ruy

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5 Introdução a filosofia da educação.

Ruy Cezar do Espírito Santo12

Momento atual

Sair deste momento... Raivas Brigas

Muita corrupção

Como ficar ‘fora’ do contexto? Como seguir aquilo que a Tradição Cristã nos diz:

‘Não julgueis’... Como perceber que Beleza, Alegria e Amor estão presentes?

Voltando-nos à mesma Tradição

Que nos diz: ‘Tudo que é feito em segredo, um dia virá aos telhados’

Não é isso?

Assim é preciso ‘mergulhar’ profundamente na ‘Verdade’ Pois somente ‘Ela’ nos libertará...

É manter a profunda consciência de nossa realidade ‘Amorosa’ Ou seja, Amar o Outro (mesmo o ‘inimigo’) como a nós mesmos...

Este o especial momento que estamos vivendo

Já previsto na Tradição Que nunca afastou a Unidade da Vida

E seu Sentido sempre buscado!

Até Sempre! Ruy

Estamos vivendo um momento fundamental da história. Não tenhamos dúvida de que tudo que se fala sobre o ano de 2012, tem uma relação muito profunda com o que está sendo vivido profundamente no planeta terra. A grande transformação é interior e não exterior; o ser humano está acordando para uma nova realidade de si mesmo. É curioso que no ano zero ou em torno do ano zero a filosofia grega, o budismo e o cristianismo, trouxeram profundas mensagens nesse sentido.

Jesus dizia: “os antigos diziam olho por olho, dente por dente e eu vos digo, amai o inimigo”. Na época era impossível entender isso, tanto que a principal Igreja que nasce daí foi a Igreja Católica, que fez inquisições, cruzadas, queimou os inimigos na fogueira... Não que fosse feito por mal, mas é que a humanidade iniciava uma fase que chamo, metaforicamente, de adolescência. Aconteceu então uma fase da história da humanidade de muita competição, de muita luta que culmina no ano de 1945, quando nós temos os grandes ditadores: Hitler, Salazar, Perón, Franco, Getúlio, Mussolini, Stalin, dentre outros, com ideologias ‘de verdades absolutas’, que

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Ruy Cezar do Espírito Santo: Editor Científico da Revista Interespe. Contato:

[email protected]

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culminam neste ano de 1945, com a bomba atômica, que veio mostrar que a humanidade adolescente, podia destruir o planeta. É exatamente a partir daí meados do século 20, que tem início o que podemos chamar de ‘a grande transformação’ surgindo então as ONGS... Ou seja, as pessoas começam a perceber que não dependem do governo para fazer aquilo que elas acham correto, aquilo que acreditam; são movimentos que buscam uma ação inteiramente nova na história da humanidade, tais como ‘Médicos Sem Fronteiras’ ou ‘Anistia Internacional’.

Assim como ocorreu no ano zero, contemporaneamente a 1945, vão surgir coisas fantásticas, por exemplo, na Psicologia o trabalho de Freud, que pela primeira vez vai levantar problemas do tipo: porque o ser mais evoluído do planeta, que é o homem é o mais infeliz, o mais depressivo, é o que sofre e se suicida? Ele afirma, então, que era o problema das repressões, especialmente no campo da sexualidade. O seu grande discípulo, que foi Jung dá um passo decisivo, quando afirma que não são apenas as repressões, na verdade, elas existem, mas o ser humano traz também no inconsciente o que ele vai chamar de Self, que precisava ser integrado ao Ego, para que houvesse o processo de individuação, que é a retomada da filosofia grega em torno do ano zero, quando Sócrates dizia: o conhece-te a si mesmo, é o princípio de toda sabedoria. Jung retoma isso pouco antes de 1945. Outro dado fundamental é que no mesmo ano de 1945 reaparecem no Egito, numa caverna, documentos de 2000 anos atrás, que foram escondidos para não serem queimados pelas religiões da época, porque esses documentos são muito claros em afirmar, que o problema da humanidade não é a crença, mas é o saber. Nós estamos vivendo hoje o despertar dessa sabedoria, que começa com o autoconhecimento, aquilo que Jung chamou de processo de individuação. Devemos perceber que o momento hoje é fundamental para se entender o que realmente está acontecendo, e que os Maias chamavam ‘o fim de uma época e o início de outra’.

Reparem que um pouco antes do século 20, no século 19, na França, o racionalismo tinha chegado a tal ponto, que criaram a igreja da razão em Paris, inspirados em Auguste Comte, dentre outros. Na mesma Paris e contemporaneamente, aparece o Livro dos Espíritos, que é também um livro científico, dando início ao Kardecismo. É o surgimento da consciência da espiritualidade!

Devemos entender algo de importante: não existe nada de errado nem nada de mal. O que existe fundamentalmente é a ignorância das pessoas, que ainda não haviam atingido o nível de conscientização, que será ‘anunciado’ também em torno de 1.945 por Paulo Freire e Teilhard de Chardin, dentre outros. É o ‘Caminhar’ evolutivo da humanidade.

Jesus Cristo, quando estava sendo crucificado disse: “Pai perdoai-os, porque eles não sabem o que fazem”. A maior parte das pessoas literalmente não sabe o que faz. Essa é a questão fundamental para nós entendermos o que Jung chama de superação dos opostos, acabar com a dualidade presente no certo e errado, mal e o bem, homem e mulher, integrando-se esses opostos. Essa integração dos opostos é uma função hoje fantástica da Educação. É preciso que se perceba profundamente a Unidade da Vida. É aí que surge a Interdisciplinaridade. O verdadeiro saber é fruto de uma visão dessa Unidade da Vida! O saber fracionado, vivido até então, faz parte de um saber hoje em superação. E essa profunda ligação de tudo, é a grande questão a ser trazida para as novas gerações. Elas têm que perceber profundamente a história que a humanidade viveu e o momento que nós estamos vivendo agora. Elas precisam perceber profundamente essa integração dos opostos,

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para acabarem com guerras religiosas, raciais etc. É o surgimento da dimensão espiritual, além das religiões, como parte da consciência da humanidade!

Curiosamente após o ano de 1945, a Igreja Católica, que vinha condenando o movimento espírita com dogmas rígidos, dentre outras ‘condenações’, depois desse ano, quando morreu o Papa Pio XII, ao escolher novo Papa, após 11 escrutínios, sem conseguir eleger um novo pontífice, em função de divergências de dois grupos dominantes, finda escolhendo, então, um dos cardeais mais idosos, que na época contava com 77 anos, para um papado que seria ‘provisório’. Esse papa foi João XXIII, que acaba com o latim nas missas, instituindo o vernáculo nos rituais, recebe os dirigentes de outras religiões e fala pela primeira vez na Igreja em ecumenismo.

Foi também em torno de 1945 que surge Paulo Freire, já aqui referido, ‘anunciando’ o ‘conscientizar, antes de alfabetizar’. Essa mensagem tem uma profundidade, que a maior parte das escolas ainda não conseguiu entender.

Elas continuam com a ‘decoreba’ de provas e notas... É preciso acabar com isso, definitivamente. A educação precisa acordar seus alunos para a criatividade. Os alunos precisam tirar de dentro deles o sentido do aprender. Ao dar uma prova não peça nada de ‘certo ou errado’, coloque, por exemplo, a seguinte questão: O que você aprendeu esse mês? O que foi mais difícil? O que foi mais fácil? O que foi mais útil? O que você gostou mais? E aí estabelecemos um diálogo profundamente pessoal com cada aluno. Os alunos precisam tirar de dentro deles o sentido do aprender. Para o educador isso é ótimo, pois ele vai perceber o que realmente ensinou e o que ele precisa reforçar ou mudar, e ainda, se as estratégias utilizadas estão dando resultado.

A maioria das escolas ainda está presa ao que Paulo Freire chamava de “escola bancária”, que é a escola de provas e notas, e ainda de preparação para os vestibulares.

Precisamos mudar. É o início dessa fase de transformações também na direção da maturidade da Escola. Levará um tempo ainda, mas não ha dúvidas que se caminha nessa direção.

Depois do ano zero, especialmente no Ocidente, quando as Igrejas se desenvolveram, e tornaram-se ‘senhoras da verdade’, a ciência tinha que obedecer às normas da Igreja. Tanto que, Galileu Galilei, Giordano Bruno e outros, são condenados pela Igreja por conta de uma Ciência, que contrariava os dogmas eclesiásticos. Nesse momento, Descartes consegue propor uma separação, dizendo que a Ciência fica com o conhecimento e a pesquisa e a Igreja com a Espiritualidade. Ele fez essa proposta de separação, que embora não fosse de todo aceita, a Ciência, a partir daí, teve um desenvolvimento maior, que nos levou a um Capra, um Einstein, e tantos outros no século XX... Enfim nós tivemos uma Ciência altamente evoluída, chegando ao ponto, que hoje estamos vivendo, onde pode ser observado, dentre outros, o trabalho de Amit Goswami na Física Quântica, que mostra claramente como a matéria comprova a existência do que ele chama de consciência cósmica, e que poderia ser denominada de ‘Deus’, segundo o próprio cientista. É aquilo que ele aponta como sendo o ‘mistério’ presente à Vida do ‘Ser’ e ‘Fazer’...

Na verdade, o Ser Humano é mesmo um mistério, sendo que cada um de nós traz a sua singularidade. O Ser Humano não é só a evolução das células e dos átomos até chegar ao cérebro; ele possui também uma consciência cósmica transcendente e

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que faz surgir a criatividade. A grande questão é aquilo que nós hoje chamamos de Espiritualidade, responsável, dentre outras ações, por aquilo a que nos referimos que é a criatividade, atuando sobre a realidade presente à nossa volta. Por isso, cada um de nós é único e constrói a sua personalidade. Quando o Ser Humano não se conscientiza disso, ou seja, não desenvolve o autoconhecimento, ele tem essa força latente, só que a ignorância a seu próprio respeito, leva tal força, por exemplo, à construção de uma bomba atômica. No fundo, a verdadeira sabedoria vai originar-se daquilo que Jung denominava de integração do ‘ego com o self’, como já referido. Esta questão é muito importante e deve ser aprofundada. É fundamental pesquisar se está havendo um avanço nessa linha, nas várias áreas de trabalho, em especial na Educação.

Por exemplo, vejamos na Medicina. Sabemos que a Medicina tradicional enxerga o corpo humano como um aparelho e a morte como a grande inimiga. Isto hoje seguramente está sendo ultrapassado, pois começam a ganhar terreno a acupuntura, a homeopatia, as terapias alternativas, a fisioterapia e que trazem uma nova visão do corpo humano! É muito importante a Medicina perceber, que o que está acontecendo na Educação, também está acontecendo na área da Saúde! O Ser Humano precisa perceber que a morte não é nossa inimiga. É muito mais difícil nascer do que morrer... A morte é uma libertação, desde que tenha sido cumprida a nossa missão aqui na Terra! A medicina lutando contra a morte com processos de UTI e manutenção forçada da vida é antagônico ao sentido existencial aqui trazido. Não devemos simplesmente criticar esses avanços, pois ha momentos que tais avanços são importantes, como por exemplo, num atropelamento ou acidente grave em que se precisará dessa tecnologia. Porém, a medicina precisa dialogar com a Ciência, como um todo, numa visão hoje denominada de interdisciplinar, que traz uma percepção maior do Ser Humano. Quando se diz que o semelhante cura o semelhante, é porque a doença é causada por algo que está dentro de nós, a nossa raiva, o nosso medo, o nosso ciúme, que esta gerando essa doença, e os remédios homeopáticos, por exemplo, visam exatamente atuar nessa direção. É preciso que os profissionais de Saúde, como o profissional de Educação, tenham uma nova visão da vida.

Os gregos já falavam por volta do ano zero, que existiam dois tempos: o Cronos, que é o tempo do relógio e o Khairós que é o ‘tempo do Espírito’, o tempo interior, que é o Eterno Presente. É muito importante nós percebermos a necessidade de viver essa ‘eternidade do agora’. É saber que há dentro de você um ‘tempo’, que não é o tempo, que corre no relógio. Quando pessoas acordam para tal dimensão profunda desse tempo, percebem pela primeira vez três coisas: a beleza, a alegria e o amor... Tais realidades somente ocorrem quando a pessoa, de fato, acorda para esse ‘eterno agora’ e isso não tem idade cronológica para acontecer.

Essa questão do tempo é fundamental e hoje nós temos como grande inimigo do khairós - o tempo absoluto - a tecnologia mal utilizada, de celulares, computadores, televisões... Saramago, pouco antes de falecer dizia que se Platão fosse vivo, ficaria impressionado ao perceber as pessoas de volta ao fundo da caverna, ficando diante das ‘telinhas’ e perdendo a Vida do lado de fora...

É muito importante as pessoas viverem o presente. Nós só vamos conhecer nossos alunos se tivermos consciência da importância da relação com eles. É impossível ser um Educador sem conhecer seu aluno. Tal ‘conhecimento’ do aluno somente se dará se o educador verdadeiramente estiver ‘presente’ no Agora da sala de aula...

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Na Medicina ocorre o mesmo, se não conhecermos o paciente não vamos conseguir cuidar dele.

É preciso entender que a percepção que o ser humano extrai dessa consciência cósmica, dessa Espiritualidade, trará consequências transformadoras a tudo.

O grande inimigo do amor é o medo. Buda dizia que a infelicidade do ser humano é que ele se apega àquilo que ele acha que é dele. Tudo que é meu, ‘eu não posso perder’ e aí surge o medo de ‘perder o que é seu’, e então, você tem que se proteger o que causa problemas e sofrimentos constantes. O medo vem sendo utilizado pelos meios de comunicação para vender produtos e enganar as pessoas. Nós temos que perceber que o amor é fruto de uma profunda liberdade. O que é o Self? O que é o Espírito? O que é a Consciência Cósmica? A melhor metáfora para explicar isso é o Amor. Por isso, que no Evangelho Cristão é dito que ‘Deus é Amor’ e o Ser Humano Sua Imagem e Semelhança. E o amor só é possível com liberdade, se o homem se apega a alguma coisa ele não ama mais, ele é prisioneiro do apego, aos seus bens, às outras pessoas e esse ‘é meu’, pode tirar também a liberdade do Outro. Concluindo, a percepção profunda dos dias que estamos vivendo é a ‘grande transformação’ interior que vem sendo trazida pela ‘conscientização’ de si mesmo e do ‘mundo vida’ como dizia Freire! É a consciência profunda da existência da dimensão espiritual presente em cada um de nós, em outras palavras do ‘Amor’ que diz profundamente quem somos realmente.

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6 Densa forma e Inici-Ação. Gazy Andraus13

Ação do homem no universo.

A Ação é a forma de expressão do Homem no tempo O fazer História

O estabelecer relações Surgem, então, as ideologias, as culturas...

Por que a ‘ação’ tem sido tantas vezes desastrosa?

Caótica mesmo Desagregadora

Destruidora

As ações costumam partir das ideias, Dos pensamentos contidos nos livros,

Repetidos nas escolas, Igrejas, partidos políticos... Hoje, mais que ontem, na mídia...

O Homem vai assim agindo, com aquilo que vai sendo arquivado

Arquivado na memória das gerações Tendendo a se tornar mecânico, repetitivo, morto...

Distante de uma verdadeira Ação

A Ação verdadeira há que ser espontânea Criadora e criativa

Fruto do Amor gerado no presente, Da percepção profunda da fonte do si - mesmo...

A renúncia, consciente ou não, do Homem, ao gesto criador

A ação criativa, a vivência do Ser, Implica na ‘morte em vida’

Na falta de sentido No fim da História

No ‘Fazer’ sem o ‘Ser’...

Retomar o gesto original Voltar ao potencial da Ação gerada pelo Amor

É recuperar a identidade perdida É nascer de novo

Nascer para uma conexão sempre possível

Com o Outro e com a Natureza Gerando a harmonia,

Que resultará na Paz sempre desejada...

Este o momento que estamos vivendo Em que cada um percebe profundamente o mistério de sua própria Vida

Com o surgimento da Beleza, da Alegria e do Amor Marcando a presença de uma verdadeira Educação

Até Sempre! Ruy.

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Gazy Andraus: Conselheiro da revista Interespe. Contato: [email protected]

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”Do amanhecer de uma nova era a um jovem imberbe em crescimento...

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...das mudanças e transformações (as quais ele percebe atuarem também a seu derredor) que lhe sucedem em seu crescimento e avanço à iniciação da maturidade...

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...eis que fortalecida sua estrutura e completado seu amadurecimento, se move sempre das águas turbilhadas para alcançar os céus das realizações...pelas nuvens das ideias!”

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7 O vazio e a fragmentação existencial do aluno.

Simone Andrade14

O aluno ausente

O grande desafio hoje na Educação é a ausência do aluno... Ele está ‘fisicamente’ presente...

Mas seus olhos estão no celular... Seus ouvidos estão com tecnologias para ouvir música...

Seus dedos manipulam o celular... Seu coração manda e recebe mensagens...

Seu espírito ‘aprisionado’ não sabe o que está fazendo... Naquela sala de aula...

Onde gostaria de estar? Com a pessoa que manda as mensagens?

Se lá estivesse, certamente, outras mensagens estaria enviando e recebendo... Com efeito, o ‘aluno ausente’ nunca está onde está...

Drama educacional... Drama existencial...

Como trazer o aluno ao ‘agora’ da sala de aula? Como ouvi-lo, olhá-lo nos olhos e abraça-lo?

É, de fato, o grande desafio deste momento para os Educadores! Ruy.

Como está colocado na minha dissertação de mestrado (ANDRADE, 2010)15 a partir da dimensão simbólica de representações gráficas (desenhos) as crianças parecem expressar simbolicamente um sentimento de ‘vazio’, tristeza ou fragmentação existencial16 existente no processo educacional. Segundo Fazenda (2003), a realidade da prática da escola fundamental tem se tornado uma realidade fragmentada, tanto em sua proposta quanto em sua ação.

Exemplifico alguns desenhos desse estudo realizados em 2005 por crianças de oito anos, estudantes de escola pública estadual, em São Paulo, no bairro do Real Parque. Fiquei a me questionar (na fig.1): O que será que cabeças isoladas na janela poderiam significar? Essa figura poderia representar simbolicamente uma educação que prioriza o mental e o raciocínio em detrimento ao trabalho corporal? Esse desenho poderia expressar simbolicamente um sentimento de fragmentação e aprisionamento em relação à escola?

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Simone Andrade: Conselheira da revista Interespe. Contato: [email protected] 15

ANDRADE, Simone. Autoconhecimento e pedagogia simbólica: uma trilha interdisciplinar transformadora na educação Dissertação de Mestrado apresentada ao programa de Educação Currículo, sob a orientação da profa. Dra. Ivani Fazenda, PUCSP, 2011. 16

Fragmentação aqui mencionada simbolicamente, como um sentimento de não se sentir inteiro psiquicamente.

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Figura 01

E na fig.02, 03 e 04: uma escola sem ninguém? Poderia representar um sentimento de vazio? Um sentimento de isolamento?

Figura 02

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Figura 03

Figura 04

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Por que não aparecem pessoas nas escolas? O campo das relações e da afetividade parece estar vazio nesses exemplos. Enquanto educadores, o que podemos fazer para que essas representações possam ser transformadas? A pedagogia tradicional atual parece trazer à experiência educacional uma desqualificação das vivências interiores, privilegiando o pensamento em detrimento do sentimento e da intuição, o que acaba causando no aluno uma sensação de fragmentação.

Acredito no caminho de vivência integradora e transformadora por meio do simbólico. Este seria o método da pedagogia simbólica, segundo Byington (2004, p. 15):

centrado na vivência e não na abstração, e que evoca diariamente a imaginação de alunos e educadores para reunir o objetivo e o subjetivo dentro da dimensão simbólica ativada pelas mais variadas técnicas expressivas para vivenciar o aprendizado.

Assim, possibilitar a expressão da afetividade, do corpo, da imaginação poderá contribuir para que possamos estimular a criatividade, a alegria e o amor nas escolas, o que provavelmente provocaria e incentivaria a vontade e o interesse do aluno, ou seja, que ele busque menos elementos distraidores, como o celular e traga mais a sua atenção e foco, o que poderia transformar a ausência em presença do aluno.

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8 Impressões e repercussões da poesia “O absurdo e a graça”.

Ruy Cezar do Espírito Santo17,

Gazy Andraus18,

Herminia Prado Godoy19,

Maria Regina Cerávolo20

Simone Andrade21

O Absurdo e a Graça.

O Nada existir... Ou estarmos aqui conscientes da Vida...

Eu escrevendo e você lendo... Sujeira, poluição, destruição...

Uma orquídea, um girassol... A beleza... Natureza...

Presente numa noite de luar... Na Luz do Sol... Também gerada pelo Ser Humano: uma sinfonia, uma Monalisa...

Dor, miséria, sofrimento... Alegria de um Encontro...

Olho no olho... O abraço...

E assim seguem os ‘Absurdos’... E as ‘Graças’... Qual o sentido dessas polaridades?

O desafio é sairmos da ignorância de nós mesmos... Há milênios foi dito que o ‘principio de toda a sabedoria’ é nos conhecermos...

Quando isso ocorre temos a Graça... A Graça de podermos gerar beleza, alegria e amor...

A ignorância nos leva a ‘não sabermos o que estamos fazendo’... O absurdo... Como ocorreu com Jesus ao ser crucificado,

Que ‘perdoou aqueles que ignoravam o que faziam’... Sim, o ‘absurdo’ não é um ‘mal’, mas fruto da ignorância...

A Graça é o ‘Acordar’ para viver a plenitude da ‘Eternidade do Agora’... Até Sempre!

Ruy

17

Ruy Cezar do Espírito Santo: Editor Científico da Revista Interespe. Contato:

[email protected] 18

Gazy Andraus: Conselheiro da Revista Interespe. Contato: [email protected] 19

Herminia Prado Godoy: Editora Executiva da revista Interespe. Contato: [email protected] 20

Maria Regina Cerávolo: Parecerista da Revista Interespe. 21

Simone Andrade: Conselheira da Revista Interespe. Contato: Simone Andrade: Conselheira da revista Interespe. Contato: [email protected]

41

Pedimos aos integrantes do INTERESPE que expressassem por meio da linguagem simbólica, visual e/ou escrita as suas impressões ou repercussões que a poesia: O absurdo e a graça do prof. Ruy repercutia em seu ser. Segue abaixo o resultado deste trabalho.

Pode-se perceber que a temática que os integrantes relacionaram diz respeito a transformação, renovação, renascimento da consciência.

Figura 1- Flor de lotus- extraido da dissertacao de mestrado de Simone Andrade.

22

Na cultura indiana, a flor de Lótus simboliza expansão espiritual do sagrado, do puro. Assim, a lenda budista23 nos relata que Siddhartha, que mais tarde se tornaria o Buda, ao tocar o solo e dar seus primeiros sete passos, sete flores de Lótus cresceram. Cada passo tornou-se um ato da expansão espiritual. Os Budas, em meditação, são representados sentados sobre flores de Lótus, e a expansão da visão espiritual na meditação está simbolizada pelas flores de Lótus completamente abertas, cujos centros e pétalas suportam imagens, atributos ou mantras. (ANDRADE, 2010). A partir da inspiração da poesia e da flor de lótus, cada um dos membros do grupo deseja convidar os leitores para que descubram e sintam cada pétala da sua flor de lótus. O meu convite diz respeito a Pétala da escuta sensível... que possamos sempre estar atentos à nossa natureza interna, para podermos nos ouvir, nos respeitar e com isso florescermos em muitos jardins. (ANDRADE, 2010 ).

22

ANDRADE, Simone Andrioli Moura. Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Educação/Currículo, PUCSP. Sob a orientação da Profa. Dra. Ivani Catarina Arantes Fazenda, PUCSP, 2010. 23

Texto baseado no livro: Fundamentos do misticismo tibetano, do Lama Anagarika Govinda

(1999).

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Figura 2: Fênix ou Phoenix. Extraído da Tese de

Herminia Prado Godoy24

Fênix ou Phoenix (grego) segundo Katiuscia de Sá25 é a lendária ave que ateia fogo em si mesma quando descobre que está para morrer. Ela povoou o imaginário mitológico das antigas civilizações egípcia e grega. A lenda diz que a primeira Phoenix surgiu de uma centelha que o deus Ra soprou sobre a face da Terra, representando o Fogo Sagrado da Criação. Segundo a lenda, seu habitat é entre os desertos da Arábia, entre as ervas e temperos aromáticos. Ela vive por volta de 500 anos e após esse período procura uma árvore solitária e, no alto de sua copa, faz seu ninho com canela, olíbano (uma espécie de goma-resina, encontrado na África e na Índia; especiaria muito utilizada na Antiguidade para se fazer incenso) e mirra (espécie de arbusto encontrado em regiões desérticas, especialmente na África e no Oriente Médio). Ela, então, ateia-se fogo e de suas cinzas surge um pequeno ovo vermelho de onde nasce uma outra Phoenix, mais forte e mais bonita. Ela representa a imortalidade do ser, o poder de mudança, de consciência de si mesmo. Pode ser vista, também, como um modelo de perfeição ou de beleza absoluta. Na mitologia egípcia a Phoenix é reverenciada como a personificação do deus Ra (deus do sol). Existe somente uma da espécie e é por isso que o deus Ra jurou que enquanto a Phoenix renascer das cinzas, a esperança, no mundo, nunca morrerá. Portanto, a Phoenix representa a depuração da alma. Segundo a lenda, o tamanho da ave assemelha-se ao da águia. Tem olhos brilhantes como as cores das estrelas. Sua plumagem é dourada no pescoço e no papo; púrpura no restante do corpo; possui uma crista formada por penas finíssimas e delicadas, sendo sua calda constituída por penas longas e suaves, nas cores branca e

24

GODOY, Hermínia Prado. Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Educação/Currículo, PUCSP. Sob a orientação da Profa. Dra. Ivani Catarina Arantes Fazenda, 2011. 25

Hellen Katiuscia de Sá. 13 de março de 2005 (extraído do site: http://somostodosum.ig.com.br 21 de julho de 2010)

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vermelha. Na mitologia oriental também existe uma Phoenix que simboliza a felicidade, a virtude e a inteligência. E sua plumagem é feita das sete cores sagradas para os orientais: as cores do arco-íris. Que tal nos vestirmos de Phoenix e renascermos a cada passagem de nossas vidas, sempre visando o aperfeiçoamento moral? Certamente é um belo convite. (GODOY, 2012).

Figura 3: Extraída do Texto o vôo da águia criado por Elydio dos Santos Neto

26 e publicado

na revista Interespe número Especial, 2011.

A Águia é a ave que possui a maior longevidade da espécie. Vive cerca de 70 anos. Porém, para chegar a essa idade, aos 40 anos, ela precisa tomar uma séria e difícil decisão. Aos 40 anos de idade, suas unhas estão compridas e flexíveis e já não conseguem mais agarrar as presas das quais se alimenta. O bico, alongado e pontiagudo se curva, suas asas tornam-se pesadas em função da grossura de suas penas, estão envelhecidas pelo tempo.

26

Elydio dos Santos Neto integrante fundador do grupo Interespe que deixou nossa convivência terrena em 2011. Em sua homenagem fizemos um número especial de nossa revista na qual expomos sua obra.

44

Já se passaram 40 anos do dia em que a jovem águia lançou vôo pela primeira vez. Hoje, para a experiente águia, voar já é bem difícil! Nessa situação a águia só tem duas alternativas: Deixar-se morrer… ou enfrentar um doloroso processo de renovação que irá durar 150 dias. Esse processo consiste em voar para o alto de uma montanha e lá se recolher em um ninho que esteja próximo a um paredão. Um local Seguro de outros predadores e de onde, para retornar, ela necessite dar um vôo firme e pleno. Ao encontrar esse lugar, a águia começa a bater o seu bico contra a parede até conseguir arrancá-lo, enfrentando, corajosamente, a dor que essa atitude acarreta. Pacientemente, espera o nascer de um novo bico, com o qual irá arrancar as suas velhas unhas. Com as novas unhas ela passa a arrancar as velhas penas. Após cinco meses, ‘Esta Renascida’, sai para o famoso vôo de renovação, certa da vitória e de estar preparada para viver, então, por mais 30 anos. (RIBEIRO, 2016)27

Figura 4: “O desconhecido” – de Gazy Andraus

O atirar-se para a vida, é o absurdo de encarar o desconhecido...mas com a fé, a simetria da paz organizadamente criativa reflete a comunhão com a Graça!

Gazy Andraus

27

Texto escrito por Jelena Ribeiro. Extraído do site: http://www.helenaribeiro.com/a-historia-de-renovacao-da-aguia/ em 13/05/2016

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Figura 5: JUNG, C.G. O homem e seu símbolo, p.150.

Gravura representando a jornada do Pelegrino, no Pilgrim’s Progress (1678) de John Bunyan. (Note-se que a viagem está representada por um movimento circular em direção a um centro interior).

No livro “O Homem e seu símbolos”, Carl Gustav Jung, no capítulo: Os mitos antigos e o homem moderno, de Joseph Henderson, encontramos essa ilustração que faz alusão ao encontro do homem com a libertação, com a sua transcendência, sua evolução espiritual. O texto que reproduziremos a seguir é um dos alicerces que construíram a poesia do Prof, Ruy. Em sua caminhada pela educação, na busca de fazer do aluno alguém livre e em contato com suas reais possibilidades e sonhos, nosso mestre buscou em grandes pensadores e educadores as raízes do ser.

O homem moderno não entende o quanto o seu ‘racionalismo’ (que lhe destruiu a capacidade para reagir a ideias e símbolos numinosos) o deixou à mercê do ‘submundo’ psíquico.Libertou-se das ‘superstições’ (ou pelo menos pensa tê-lo feito), mas neste processo perdeu seus valores espirituais em escala positivamente alarmante. Suas tradições morais e espirituais desintegraram-se e, por isto, paga agora um alto preço em termos de desorientação e dissociação universais. (JUNG, 1964, p. 94)28.

Maria Regina Cerávolo

28

JUNG, C.G. O Homem e seus símbolos. São Paulo: Nova Fronteira, 1964.

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9 A pesquisa do Grupo de Estudos e Pesquisa sobre

Interdisciplinaridade e Espiritualidade na Educação - INTERESPE.

Herminia Prado Godoy29

Compaixão.

Somente o profundo mergulho em si mesmo A percepção de uma Origem Comum

A certeza do longo caminho a percorrer Nos conduzem ao mistério do Outro

Sua beleza Sua dor

Sua expressão de busca Às vezes disfarçada pelo pudor

A incerteza do acolhimento A necessidade da ternura

Do olhar Vivo Da Presença

Significam a visão de ‘nós mesmos’ A certeza das mesmas necessidades

Das mesmas dúvidas Da procura do gesto que acolhe

Daí a ‘Com’ Paixão A Paixão que nos envolve no mais dentro

Com a eternidade do Outro Com a profundidade do seu olhar

Essa postura abre as portas da Graça Do milagre da Comunhão

Da alegria infinda Do prazer de estar vivo

Até sempre! Ruy

Procuramos atualizar nossos projetos junto a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES, repensar nossos projetos de pesquisa, definir a linha central de pesquisa do INTERESPE e alencar a ela os projetos de pesquisas dos pesquisadores e colocar em prática o mais breve possível as ações que demandam destes estudos para que possamos discutir e acharmos saídas com os integrantes das escolas para os problemas que atravessam como: agressividade dos alunos, desestímulos dos professores, falta de comprometimento dos pais, falta de vontade política.

Nos pontua o Professor Ruy que à sua linha de pesquisa: a interdisciplinaridade, a espiritualidade e o autoconhecimento pretende:

29

Herminia Prado Godoy: Editora Executiva da Revista Interespe. Contato:

[email protected]

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buscar em todos os campos existenciais as transformações que ocorrem ou devem ocorrer a partir da consciência da espiritualidade presente em cada Ser Humano e que transcende simplesmente uma crença em direção ao universo do ‘saber’. Sim, o que se transforma em nossas vidas a partir da consciência de nossa realidade espiritual? Proponho que as suas reflexões caminhem para um dos campos adiante relacionados e que deverão ser objeto de pesquisa a ser orientada e discutida pelo Grupo. São os seguintes campos: Sexualidade, Saúde, Alimentação, Relacionamento, Brincar, Tecnologia, Educação propriamente dita, Trabalho profissional, Propriedade, Religiosidade, Segurança e Medo, Política , Integração Racial e Meio Ambiente30.

Somos seres espirituais vivendo uma vida física e para que o planeta seja preservado com tudo o que ele tem de mais rico é necessário o resgate dos homens se olharem como seres espirituais e portanto eternos. Hoje estamos aqui, já estivemos e voltaremos! Construamos então um mundo melhor nem que seja para nós mesmos no amanhã.

Os Projetos de pesquisa do INTERESPE.

1) Pesquisadora: Herminia Prado Godoy Estudante: Telma Maria Beneduzzi Nome do Projeto: Espiritualidade o trabalho energético- REIKI. Descrição: A pesquisa consiste em verificar se e como os professores podem se utilizar do Reiki como um instrumento de ensino do autocontrole, autoconhecimento e equilíbrio dos alunos em sala de aula. Para dar andamento a esse projeto a pesquisadora oferece 10 vagas gratuitas no curso Reiki para professores que se comprometerem com a pesquisa. Estes serão acompanhados por ela e os estudantes durante o ano em sua aplicação do Reiki em sala de aula com os alunos. Quem estiver interessado em ser integrante da pesquisa deve fazer contato com a pesquisadora.

30

Herminia Prado Godoy: Editora Executiva da Revista Interespe. Contato: [email protected]

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2) Pesquisadora: Elenice Giosa Estudante: Simone Andrioli Andrade Nome do Projeto: Autoconhecimento e espiritualidade em vivências simbólicas nas áreas de educação e saúde. Descrição: Essa pesquisa originou-se a partir dos trabalhos de duas pesquisadoras que investigam o autoconhecimento e espiritualidade a partir da pedagogia simbólica junguiana à luz da interdisciplinaridade como possibilidades de caminhos transformadores na educação e saúde. O objetivo é investigar formas de despertar o autoconhecimento e a potencialidade espiritual por meio da educação interdisciplinar a partir de vivências simbólicas na educação e saúde. O problema central recai em uma atuação que privilegia excessivamente a racionalização em detrimento do caráter poético, ou seja, a educação atual carece de equilíbrio entre razão e sensibilidade. Sentido e encantamento da vida podem ser engajados nesse caminho transformador, proporcionando o desenvolvimento do ser em sua inteireza e é contemplado na educação interdisciplinar que implicaria em lidar com a subjetividade e as relações interpessoais no âmbito da educação e saúde e poderia ampliar a formação e o bem estar desses profissionais. O questionamento que faz parte dessa pesquisa é compreender como a vivência simbólica poderia ampliar o sentido de vida aos profissionais da saúde, bem como na área da educação, como foi apontado por Ruy Cezar do Espírito Santo (1996) em alguns ‘Momentos de transformação’, ao refletir sobre a importância da ampliação do processo autoconhecimento e da consciência da espiritualidade em várias áreas de conhecimento. Dessa forma, a partir de uma proposta de pesquisa qualitativa do tipo pesquisa-ação intervenção, a partir do aporte teórico da interdisciplinaridade e pedagogia simbólica junguiana, serão desenvolvidos programas de autoconhecimento que propiciem investigar esses processos em educadores e profissionais de saúde.

3) Pesquisador: Gazy Andraus Estudante: Maria Regina Ceravolo Nome do Projeto: A arte transcendental de Grey: informação imagético-holística e estudo de caso da obra ‘Gaia’. Descrição: Atualização dos conceitos de arte, através de uma visão holística pela arte exemplificadamente imagético-informacional do artista Alex Grey, cuja obra é expressada por pinturas ‘místicas’ e de camadas amplificadas pela consciência transcendente. Tais deliberações podem ser defendidas por teorias da expansão do hemisfério cerebral direito que traduz uma complexidade mental atinente ao todo, ao holístico, suportadas por teóricos como De Gregori, Ken Wilber, Jill Bolte Taylor, Amit Goswami, Huberto Rohden, Carl Gustav Jung, James Hillman e Gustavo Barcellos. Ademais, trabalhos como a pintura ‘Gaia’, de Alex Grey servem para uso interdisciplinar educacional incentivando o reconhecimento e afloramento da inteligência sensível (intuitiva aliada à racional).

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Figura 1: “Gaia” - Arte de Alex Grey

(Fonte: http://alexgrey.com/art/paintings/soul/gaia/)

4) Pesquisadora: Telma Teixeira Estudante: Jaime Paulino Nome do Projeto: Consciência espiritual e autoconhecimento corporal.

Descrição: O conceito de consciência espiritual neste contexto, se trata de uma conexão com a natureza e a si mesmo. Depois de ter estabelecido a conexão, o idoso vai ver a vida de uma perspectiva totalmente diferente. As pessoas com um senso altamente desenvolvido de consciência espiritual são menos propensas à depressão e à solidão entre outras doenças que acomete o ser humano nesta faixa etária, que iremos orientar. As práticas corporais virão no sentido de um despertar de pura consciência de si mesmo.

ETAPAS: As atividades serão compostas em aulas semanais com duração de 1h30 cada aula, durante o período de Abril a Agosto/2016 – após esta etapa iremos utilizar os meses de setembro e outubro para coleta de dados, a pesquisa será realizada com o grupo de terceira idade vinculado à Unimesp (FIG/Guarulhos/SP). As atividades propostas envolvem discussões, debates, aplicações práticas e depoimentos individuais, onde serão coletadas as reflexões sobre o desenvolvimento da pesquisa.

ETAPA 1: Orientações sobre o que e como desenvolveremos nossas atividades. Parte teórica: Textos e orientações sobre o conteúdo a ser explorado. Parte prática: Aplicação de exercícios com vários movimentos corporais, meditação.

ETAPA 2: Experimentar na prática o como fazer. Parte teórica: entendimento, debates e discussões sobre o tema.

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Parte prática: Mostrar através das práticas o como fazer. Colocá-los em contato com as questões de autoconhecimento e providenciar o suporte necessário para as práticas.

ETAPA 3: Parte teórica: Coleta de Depoimentos/Relatos -Transcrição dos depoimentos.

PÚBLICO ALVO: Pessoas acima de 45 anos, disponíveis para a prática meditativa, yoga, exercícios de consciência corporal entre outros exercícios.

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10 Beleza, Alegria e Amor. Ruy Cezar do Espírito Santo31

Trago aqui a vocês aquilo que sinto que é o âmago do processo do autoconhecimento: a percepção da Beleza, da Alegria e do Amor (muito do aqui constante já consta de alguns capítulos do livro: O Autoconhecimento na Formação do Educador, porém quis acentuar a questão da importância, não só da beleza, mas do autoconhecimento como parte indispensável de seu ‘surgimento’)

Beleza, Alegria e Amor...

O grande mistério de nossa existência percorre o Caminho dessa ‘trilha’...

Sim, a Vida à nossa volta é marcada por profunda beleza oriunda do próprio Universo e da Natureza à nossa volta... Se não a poluímos há uma fantástica beleza desde a asa de uma borboleta até a fragrância de uma rosa... São tantos os insetos com incríveis detalhes e cores e mais ainda a pluralidade de flores... Assim vivemos imersos num infindo Universo pleno de astros e estrelas que nos aparecem à noite, especialmente, como também diante de um fantástico oceano e imensas florestas... Enfim, a Vida à nossa volta é de uma beleza inacreditável, que tantas vezes nos escapa, ‘por termos olhos e não vermos’... Não é só a beleza visual... Há também aquela que ouvimos: pássaros cantando, cascatas soltando suas águas, ondas do mar a se derramar... Há também a beleza do toque com as mãos: troncos de árvores, pelo de animais, areia de uma praia e assim vai... O Ser Humano já nasceu imerso nesse universo de beleza e, sincronisticamente pode também produzir beleza: pintura de quadros, como uma ‘Monalisa’... Sinfonias com as de Mozart... Danças incríveis como as geradas no Bolchoi, dentre outros, poemas e histórias e assim vamos vivendo como artistas, músicos, dançarinos e tantas outras manifestações de beleza, como nas artes manuais, como as de Michelangelo... Cada criança em suas aulas é estimulada, e deveria ainda ser mais, a criar tais belezas... Quando mergulhamos profundamente numa das belezas acima referidas surge um segundo mistério presente ao ser humano que é a alegria! Tal alegria quando ‘aprofundada’ nos conduz a ‘alegria de estar vivo’... O poder vivenciar a beleza que nos envolve! Quando começamos a nos indagar qual a origem de tal beleza e desta alegria daí resultante vamos encontrar no ‘mais dentro’ a energia do Amor! Sim, há um mistério de Amor que gerou a Vida em nosso entorno para desfrutarmos a beleza e a alegria... Sim, flores, músicas, animais, estrelas, mares e rios nos envolvem misteriosamente e nos conduzem a fundamental pergunta: de onde vieram? Quem desenhou o contorno das asas de uma borboleta? Ou gerou uma Via Láctea? Porque o Ser Humano é o único ser vivo conhecido capaz de fazer música, desenhar, de fazer uma poesia ou dar uma aula? Surge então a terceira parte do mistério existencial, como acima referido: o Amor...

Não é, por acaso, que a Tradição Cristã, nos diz que ‘Deus é Amor’... E ainda que o Ser Humano é ‘Sua Imagem e Semelhança’... Ou seja, o ‘Mistério’ da existência que

31

Ruy Cezar do Espírito Santo: Editor Científico da Revista Interespe. Contato:

[email protected]

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podemos denominar como sendo ‘Deus’ e nos é apresentado como sendo ‘Amor’, que seria a fonte de toda a beleza surgida à nossa volta e nós, como portadores de parte de tal mistério, também podemos criar tal beleza geradora da alegria... A grande indagação é: porque se assim se apresenta a realidade há tanta poluição, destruição, fome, miséria e guerras infindáveis?

A resposta que me vem diz respeito a outro mistério: de todos os seres vivos existentes somente o Ser Humano não nasce ‘pronto’... Ele precisa ser educado... Ele traz no mais dentro de si mesmo o desafio da ‘liberdade’... Nenhum coelho poderá ser ‘outra coisa’, porém, um Ser Humano irá buscar seu Caminho... Este o ponto de partida de nossa existência e notemos que ao apontarmos para a metáfora do ‘Amor’, como sendo nossa ‘essência’, vamos verificar que a vivência do ‘Amor’ somente é possível com a ‘presença’ da Liberdade!

Sim, um pai pode exigir do filho obediência ou respeito, porém ‘Amor’ é impossível...

Assim, Beleza, Alegria e Amor significam o ponto de partida para o ‘principio de toda a sabedoria’, que é o famoso ‘conhece-te a ti mesmo’ trazido por Sócrates há mais de dois mil anos.

Trago toda esta reflexão para alertar aos Educadores o ponto de partida de todo o trabalho a ser realizado nas Escolas, qual seja, despertar nos seus alunos a capacidade de realizar a Beleza aqui referida, presente em todo o Universo, e potencialmente no ‘mais dentro de cada um de nós’. Como ‘educar’ é ‘tirar de dentro’, caberá aos Educadores ‘tirar’ tal beleza de cada aluno... Em outras palavras trazer de forma abrangente a Arte para a sala de aula. Num segundo momento conduzir seus alunos sentirem a Alegria de estarem vivos por participarem do mistério da existência... Finalmente fazê-los vivenciarem o Amor, que os conduzirá a querer ‘cuidar da Natureza’ e do ‘Outro’, seja seu companheiro de classe, seja, de forma muito especial daqueles, que por força da ignorância ainda presente no planeta, os conduzem a situações de extrema miséria e sofrimento... Mostrar-lhes que com a ampliação do nível de consciência da humanidade estamos, especialmente a partir do século passado assistindo ao surgimento de tantas Organizações Não Governamentais, como Médicos Sem Fronteiras ou Anistia Internacional. Trata-se do ‘despertar’ de uma consciência ecológica, para cuidar do planeta poluído pelas gerações passadas, ainda sem a consciência que hoje trazemos, ou ainda ‘cuidar’, como dito acima, daquelas vítimas da mesma inconsciência presente a nosso passado histórico. Lembro especialmente na área da educação, que foi somente na metade do século passado que um educador como Paulo Freire proclamou o ‘conscientizar antes de alfabetizar’... Assim, fica aqui um convite para que nos ‘mudemos’ para a ‘eternidade do agora’ a fim de vivermos a cada instante toda a beleza, a alegria e o amor possíveis.

É preciso que a gestão de uma Escola conscientize-se das medidas que devem ser tomadas para que a Educação possa trazer aos alunos a percepção profunda do sentido da Vida, com a vivência da Beleza, da Alegria e do Amor. Seguramente será o despertar da relevância da interdisciplinaridade em qualquer curso trabalhado.

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11 25 anos de quadrinhos e fazinatos32 – parabéns Gazy e Elydio.

Ruy Cezar Do Espirito Santo33

Em meados da década de 1990 florescia no país uma produção de quadrinhos que em nada se enquadrava nos padrões do que era veiculado no mercado. De forma independente, circulando nos fanzines e autoedições, o que passou a ser chamado de quadrinhos poético-filosóficos era a expressão mais pessoal de jovens quadrinistas que ousavam experimentar usando os recursos da linguagem, propondo novas abordagens temáticas, estéticas e modo de criação.

http://marcadefantasia.com/…/qu…/gazy-elydio/gazy-elydio.htm

32

Extraído do site: https://www.facebook.com/, em 30/052016. 33

Editor cientifico da revista INTERESPE.

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LANÇAMENTO DO LIVRO: Beleza, Alegria e Amor em poesia. Até sempre! Autor: ESPÍRITO SANTO, Ruy Cezar Editora: CRV São Paulo – São Paulo Ano: 2016

Sinopse: O cerne desta obra é o desenvolvimento consciente do autoconhecimento. O texto poético procura ir além do simplesmente ‘racional’ presente ao Ser Humano, para atingir sua transcendência, ou seja, sua plenitude existencial. O Autor há mais de 50 anos trabalha com educação buscando, por meio de suas obras e aulas, trazer aos leitores e alunos uma iniciação a tal realidade. Em todas estas obras, poesias estão presentes, exatamente para despertar no leitor a fonte de sua criatividade que será o ponto de partida para o autoconhecimento e a realização, em cada um, daquilo que consta do título deste livro, que é a Beleza, a Alegria e o Amor, na ‘Eternidade do Agora’, ou seja ‘Até Sempre’.

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O Grupo de Estudos e Pesquisa

sobre Interdisciplinaridade e

Espiritualidade na Educação –

INTERESPE

O Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Interdisciplinaridade e Espiritualidade na

Educação – INTERESPE, que teve seu início em 2005. É formado por uma equipe

de profissionais multidisciplinares, que estuda e respeita a diversidade de crenças o

que significa que reconhece a dimensão espiritual do Homem. Sendo um grupo

Interdisciplinar, estuda o aprofundamento de questões ligadas ao processo do

Autoconhecimento e Espiritualidade dentro e fora da Escola. A linha central do

INTERESPE é, portanto, aprofundar a temática Espiritualidade, em diferentes áreas

de conhecimento e nas práticas dos pesquisadores. A revista tem a finalidade de

divulgar ao público geral os trabalhos realizados pelo grupo e publicar artigos,

textos, histórias, que tenham relação com o autoconhecimento, com a educação

interdisciplinar e com a espiritualidade.

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Equipe editorial

Editores Editor Científico: Ruy Cezar do Espírito Santo - Professor Titular da Faculdade

de Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo- PUCSP e professor na UNIMESP, no programa latu-sensu denominado: Docência do Ensino Superior. Líder do Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Interdisciplinaridade e Espiritualidade – INPERESPE, e Colaborador do Grupo de Estudos e Pesquisa em Interdisciplinaridade- GEPI do Programa de Pós Graduação: Educação/Currículo da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUCSP. Doutor em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP/1998). Mestre em Educação/Currículo pela PUCSP (1991). Graduado em Direito pela Universidade de São Paulo (USP/1957). CV: http://lattes.cnpq.br/7857468452892458; E-mail: [email protected]

Editora Administrativa: Herminia Prado Godoy - Pesquisadora do Grupo de

Estudos e Pesquisa em Interdisciplinaridade- GEPI e do Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Interdisciplinaridade e Espiritualidade – INTERESPE do Programa de Pós Graduação: Educação/Currículo da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUCSP e Integrante do Grupo de Estudos de Hipnose – GEH da Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP. Professora do Curso de Pós Graduação do Centro Universitário Ítalo Brasileiro- UNIITALO. Psicóloga Clínica. Pós-doutora em Interdisciplinaridade pelo GEPI/PUCSP (2011). Doutora em Educação/Currículo pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP/2011). Mestre em Distúrbios do Desenvolvimento pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (Mackenzie/1999). PhD em Regression Therapy em 2000 pela AAPLE (USA). Graduada em Psicologia pela Universidade Paulista (UNIP/1978). Especialista pelo CRP/06 em Psicologia Clínica e Forense. CV: http://lattes.cnpq.br/1130515834292714; E-mail: [email protected]

Conselho Editorial

Gazy Andraus - Graduado em Educação Artística pela FAAP, e mestrado pela

UNESP versando sobre histórias em quadrinhos (HQ) com mensagens koânicas. Seu doutorado em ciências da comunicação pela ECA-USP enfatiza a importância das HQ como arte e comunicação que podem e devem ser usadas no ensino, inclusive o universitário, já que promovem uma inteligência sistêmica (cartesiano/criativa), e sua tese foi premiada como melhor de 2006 pelo HQMIX. É

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coordenador do curso de Artes da FIG-UNIMESP, pesquisador do Observatório de Quadrinhos da ECA-USP, autor de HQ autorais adultas de temática fantástico-filosófica e editor independente de fanzines. Contado: [email protected]

Ivani Catarina Arantes Fazenda - Professora titular do Programa de Pós

Graduação: Educação/Currículo da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUCSP. Professora associada do CRIE (Centre de Recherche et intervention educative) da Universidade de Sherbrooke - Canadá, membro fundador do Instituto Luso Brasileiro de Ciências da Educação-Universidade de Evora - Portugal. Líder do GEPI (Grupo de Estudos e Pesquisas em Interdisciplinaridade). Líder do Grupo de Estudos e Pesquisa em Interdisciplinaridade- GEPI e Colaboradora do Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Interdisciplinaridade e Espiritualidade – INTERESPE. Livre docente em Didática pela Universidade do Estado de São Paulo (UNIVESP/1991). Doutora em Antropologia pela Universidade de São Paulo (UNESP/1984). Mestra em Filosofia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP/1978). Graduada em Pedagogia pela Universidade de São Paulo (USP/1963). CV: http://lattes.cnpq.br/9538159500171350; site: http://pucsp.br/gepi; E-mail: [email protected]

Simone Moura Andrioli De Castro Andrade: Doutoranda em Educação: Currículo-

PUC/SP. Especializada em bases da Medicina Integrativa pelo Einstein. Possui Certificação Internacional de Coaching Mentoring & Holomentoring pelo instituto Holos. Especialista em psicoterapia de orientação Junguiana coligada às técnicas corporais no Instituto Sedes Sapientes. Graduada em Psicologia - PUC/SP. Desenvolve trabalho como orientadora profissional, em clínica, escolas, com atendimento individual ou em grupo. Psicoterapeuta de jovens, adultos e orientação de pais. Cocriadora do projeto: “Projeto terapêutico de orientação profissional”. Coordenou o Projeto social Integração Real durante cinco anos. Psicoterapeuta da Regressão pelo CDEC, Terapeuta da Consciência Multidimensional - Centro de Estudos e Pesquisas da Consciência. Pesquisadora do GEPI, Membro da Aliança pela Infância e INTERESPE. Contato: [email protected]

Telma Teixeira De Oliveira Almeida - Doutoranda em Educação: Currículo-

Interdisciplinaridade - GEPI(Grupo de estudos e Pesquisa em Interdisciplinaridade), PUC/SP, Pesquisadora do Grupo de Pesquisa INTERESPE (Grupo de Estudos e Pesquisas em Interdisciplinaridade e Espiritualidade na Educação) PUC/SP. Mestre em Educação pela UNIMEP de Piracicaba/SP, Especialista em Docência pela UNIMESP/Guarulhos/SP, Graduada em Educação Física pelo Instituto Gammon Lavras/MG. Coordenadora e Profª do Curso de Pedagogia e Professora da Faculdade de Educação Física da FIG/UNIMESP/Guarulhos/SP. Professora da Pós-Graduação da UNIÍTALO/SP. Autora das obras Jogos e Brincadeiras no Ensino Infantil e Fundamental e Educação Física no Ensino Fundamental com atividades de Inclusão pela Cortez/Editora. Contato: [email protected]

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Pareceristas

Denise Assis – Doutora em Psicologia Clínica (PUC-SP), Mestre em

Psicanálise, Saúde e Sociedade (UVA), Psicóloga (UNESA), Membro da Sociedade de Teologia, Espiritualidade e Saúde (Duke University). Contatos: [email protected] ou [email protected]

Elenice Giosa - Doutora em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano -

USP. Mestre em Linguística Aplicada ao Ensino de Línguas - PUC/SP. Graduada em Letras: Tradutor e Intérprete. Docente em curso de graduação. Pesquisadora do GEPI e INTERESPE. Contato: [email protected]

Jaime Paulino - Pós-graduando em Docência no Ensino Superior. Bacharel em

Direito - FIG-UNIMESP. Graduado em Instrutor de Educação Física - Escola de Educação Física da Polícia Militar. Coordenador e Docente do curso de Educação Física - FIG-UNIMESP. Pesquisador do INTERESPE. Contato: [email protected]

Jerley Pereira Da Silva - Mestrando em Educação Currículo, PUC/SP, 2010.

Pós-graduado em Gestão de Pessoas para Negócios e Consultoria Empresarial - UNIÍTALO.Bacharel em Administração - UNIB. Coordenador dos cursos de pós-graduação nas áreas de Negócios e Saúde. Coordenador Adjunto e Docente do curso de Administração - UNIÍTALO. Pesquisador do GEPI e INTERESPE. Contato: [email protected]

Maria Regina Cerávolo – Maria Regina Cerávolo – Graduada em Educação

Artística – FAAP SP – Licenciatura Plena; Mestra em Comunicação e Semiótica – PUC SP; Pós graduada em Arte Terapia – PUC SP; Curso de publicidade - Escola Pan-Americana de Artes. Coordenadora de cursos no campo empresarial, como Comunicação, Oratória e Vendas. Estudante do Interespe. Contato: [email protected]

Rodrigo Mendes Rodrigues – Mestre em Educação - Currículo (PUC - SP),

Especialização stricto-senso em Filosofia Contemporânea Ética (UFSJ), Especialização em Gestão Escolar (Educon) e Especialização lato-senso em Filosofia Clínica (Instituto Packter).Possui graduação em Filosofia pela Universidade Federal de São João del-Rei (2005) e Pedagogia (Faculdade Paulista São José). Atualmente é professor da Fundação Municipal de Ensino Superior de Bragança Paulista (FESB), professor efetivo da Rede Estadual do Estado de São Paulo e de instituições particulares. Contato: [email protected]

Telma Maria Beneduzzi – Mestre Reiki; Mestre em psicologia (PUC/SP);

Especialista em Adminstração (FGV); Especialista em Terapia Regressiva (CDEC/SP), Psicóloga, participante dos grupos de pesquisa sobre interdisciplinaridade, espiritualidade e consciência (GEPI, INTERESPE e GEC). Contato: [email protected]

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DIRETRIZES E NORMAS DE SUBMISSÃO E REVISÃO

TÉCNICA PARA AUTORES E PARCERISTAS.

Interdisciplinaridade e Espiritualidade na Educação é uma revista de periodicidade semestral, publicada em junho e dezembro e poderão ser realizadas edições extras. É uma publicação Oficial do INTERESPE- Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Interdisciplinaridade e Espiritualidade em Educação – Educação: Fundamentos da Educação – Linha de Pesquisa: Interdisciplinaridade e espiritualidade: PUC/SP. Tem por objetivo publicar textos e artigos nacionais e internacionais sobre a Interdisciplinaridade e Espiritualidade, bem como do campo da Educação, da Arte e da Cultura, dentre outros que contribuam para a ampliação do conhecimento sobre a Interdisciplinaridade e Espiritualidade.

OBJETIVOS: Investigar a relação entre Educação e Espiritualidade com a preocupação de explicitar e problematizar o lugar do Autoconhecimento nos processos de formação e gestão da Educação. Ser um canal para a transmissão de estudos e pesquisas sobre interdisciplinaridade. Estimular a escrita dos integrantes do INTERESPE e parceiros e ser um ponto agregador de trabalhos sobre a interdisciplinaridade Nacional e Internacional. PALAVRAS CHAVES: Autoconhecimento- Interdisciplinaridade – Espiritualidade Periodicidade: semestral (junho/dezembro)- com eventuais edições especiais. CATEGORIAS DE ARTIGOS: Serão publicados: Artigos Científicos: Originais, Revisões, Atualizações e Resultados de Pesquisas. Resumo e resenhas de livros, Filmes. Relatos e/ou Sugestões de Práticas e Vivências Interdisciplinares e Espirituais. Trabalhos de Expressões artísticas como: poesia, música, desenhos, dentre outras artes. Espaço aberto para: depoimentos, entrevistas, comunicações breves. Cartas ao Editor, Notícias e Agenda. Artigos originais: são contribuições destinadas a divulgar resultados de pesquisa original inédita, que possam ser replicados e/ou generalizados. Devem ter a objetividade como princípio básico. O autor deve deixar claro quais as questões que pretende responder. O texto deve conter de 2.000 a 4.000 palavras, excluindo tabelas, figuras e referências. A estrutura dos artigos é a convencional: introdução, métodos, resultados e discussão. A introdução deve ser curta, definindo o problema estudado, sintetizando sua importância e destacando as lacunas do conhecimento que serão abordados no artigo. Os métodos empregados, a população estudada, a fonte de dados e critérios de seleção, dentre outros, devem ser descritos de forma compreensiva e completa, mas sem prolixidade. A seção de resultados deve se limitar a descrever os resultados encontrados sem incluir interpretações/comparações. O texto deve ser complementar e não repetir o que está descrito em tabelas e figuras. Deve ser separado da discussão. A discussão deve começar apreciando as limitações do estudo, seguida

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da comparação com a literatura e da interpretação dos autores, extraindo as conclusões e indicando os caminhos para novas pesquisas. Revisões: Avaliação crítica sistematizada da literatura sobre determinado assunto devendo conter conclusões. Devem ser descritos os procedimentos adotados, esclarecendo a delimitação e limites do tema. Sua extensão é de no máximo 5.000 palavras. Atualizações: São trabalhos descritivos e interpretativos baseados na literatura recente sobre a situação global em que se encontra determinado assunto investigativo. Sua extensão deve ser de no máximo 3.000 palavras. Notas e informações: São relatos curtos decorrentes de estudos originais ou avaliativos. Podem incluir também notas preliminares de pesquisa. Sua extensão deve ser de 800 a 1.600 palavras. Cartas ao editor: Inclui cartas que visam a discutir artigos recentes publicados na Revista ou a relatar pesquisas originais ou achados científicos significativos. Não devem exceder a 600 palavras. Observação: Trabalhos que ultrapassem as extensões acima estipuladas serão objeto de análise por parte do Conselho Editorial. Demais categorias de trabalhos: serão definidos quanto a forma e tamanho pelos editores das referidas seções. AUTORIA: O conceito de autoria está baseado na contribuição substancial de cada uma das pessoas listadas como autores, no que se refere sobretudo à concepção do projeto de pesquisa, análise e interpretação dos dados, redação e revisão crítica. PREPARO DOS ARTIGOS: Os artigos devem ser digitados em letra arial, corpo 12, no Word, plataforma PC, incluindo página de identificação, resumos, referências, tabelas e numeração das páginas. Sugerimos que sejam submetidos à revisão do Português por profissional competente antes de ser encaminhado à publicação. ENTREGA DOS TRABALHOS: Todo e qualquer trabalho a ser editado pela revista deve ser entregue no PORTAL DE REVISTA DIGITAL DA PUC para a Revista INTERESPE no site: http://revistas.pucsp.br/. PROCESSO DE ESCOLHA DOS ARTIGOS: Os editores encaminharão os artigos para os pareceristas que procederão a análise obedecendo as normas da ABNT para a avaliação do material recebido e responderão ao autor do artigo avaliado de forma clara e objetiva no prazo máximo de 30 dias pelo Portal de Revistas Digitais da PUCSP: http://revistas.pucsp.br/ Artigos recusados, mas com possibilidade de reformulação, poderão retornar como novo trabalho e devem ser reapresentados no site do portal. Artigos aceitos sob condição serão retornados aos autores pelo site do portal para alterações necessárias e normatização solicitadas.

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NORMAS DA ABNT UTILIZADAS NA ELABORAÇÃO DOS ARTIGOS CIENTÍFICOS:

NBR 14724:2001 - Informação e documentação - Trabalhos acadêmicos - Apresentação.

NBR 10520:2001 - Informação e documentação - Apresentação de citações em documentos.

NBR 6022:2003 - Informação e documentação - Artigo em documentação periódica e científica impressa – Apresentação.

NBR 6023:2002 - Informação e documentação- Referências- Elaboração.

NBR 6024:2003 - Informação e documentação- Numeração progressiva das seções de um documento.

NBR 6028:2002 - Informação e documentação- Resumos - Apresentação: noções básicas.

NBR 12256:1992 - Apresentação de originais. OBSERVAÇÕES GERAIS 1. As pesquisas que envolvam seres humanos devem mencionar a devida aprovação

prévia pelo Comitê de ética da instituição de origem. 3. Caberá aos autores a total responsabilidade sobre o conteúdo dos artigos

publicados. 4. Os artigos devem conter: nomes completos dos autores com suas titulações

acadêmicas, instituição, departamento e disciplina a que pertencem, endereço para correspondência e, telefones, palavras-chaves em português e em inglês (NBR 12256 - 1992), resumo do artigo, (no máximo 250 palavras) em português e em inglês (NBR 6028 - 2002), e referências (NBR 6023-2002).

5. As tabelas, gráficos, figuras, desenhos feitos por profissionais e fotografias que permitam boa reprodução, devem ser citados no texto em ordem cronológica e, devem ser enviadas com título, legenda e, respectiva numeração. As ilustrações escanerizadas deverão ser enviadas na forma original e no formato .tif ou .jpg e ter no mínimo 270 dpi. As fotografias não devem permitir a identificação dos sujeitos, preservando assim o anonimato. Caso seja impossível, deve-se incluir uma permissão do sujeito, por escrito, para a publicação de suas fotografias. Deve-se também incluir a permissão por escrito para reproduzir figuras já publicadas, constando um agradecimento para a fonte original (NBR 12256 - 1992).