interações culturais

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Nesta Situação de Aprendizagem, procuramos destacar a dinâmica humana dos contatos e as trocas culturais que deles resultaram. Interações Culturais

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Page 1: Interações culturais

Nesta Situação de Aprendizagem, procuramos destacar a dinâmica humana dos contatos e as trocas culturais que deles resultaram.

Interações Culturais

Page 2: Interações culturais

Os encontros entre os povos da Europa e de civilizações da África, da Ásia e da América sempre foram associados à ótica dos colonizadores europeus, entendidos como aqueles que levavam o progresso, a paz e a ordem àqueles que deveriam ser colonizados – os “outros”, os “diferentes” dos europeus.

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“Como já disse, nossos espanhóis descobriram, percorreram, converteram enormemente terras em sessenta anos de conquista. Nunca nenhum rei e nenhuma nação percorreram e subjugaram tantas coisas em tão pouco tempo, como nós fizemos, nem fizeram nem mereceram o que nossas gentes fizeram e mereceram pelas armas, pela navegação, pela pregação do Santo Evangelho e pela conversão dos idólatras. É por essa razão que os espanhóis são perfeitamente dignos de louvor. Abençoado seja Deus que lhes deu essa graça e esse poder.”

GOMARA, López. Historia general de las Índias. Apud: FERRO, Marc. História das colonizações: das conquistas às independências, séculos XIII a XX. Tradução Rosa Freire D’Aguiar. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. p. 39.

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“‘Acredito nesta raça...’, disse Joseph Chamberlain, em 1895. Ele entoava um hino imperialista à glória dos ingleses e celebrava um povo cujos esforços superavam os de seus rivais franceses, espanhóis e outros. Aos outros povos, ‘subalternos’, o inglês levava a superioridade de seu savoir-faire, de sua ciência também; o ‘fardo do homem branco’ era civilizar o mundo, e os ingleses mostravam o caminho. Essa convicção e essa missão significavam que, no fundo, os outros eram julgados como representantes de uma cultura inferior, e cabia aos ingleses, ‘vanguarda’ da raça branca, educá-los, formá-los – embora sempre se mantendo à distância.”

FERRO, Marc. História das colonizações: das conquistas às independências, séculos XIII a XX.

Page 5: Interações culturais

O poeta britânico Rudyard Kipling, em 1899, publicou um poema intitulado O fardo do homem branco, a respeito da conquista dos Estados unidos sobre as Filipinas. Apesar de seu poema alertar dos perigos e dos custos envolvidos na ação de conquista, tornava-a, ao mesmo tempo, um nobre empreendimento, sob o ponto de vista da “missão civilizatória da raça branca”. Leia a sua primeira estrofe:

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“O fardo do homem branco Tomai o fardo do Homem BrancoEnvia o melhor da tua raçaVão, obriguem seus filhos ao exílio

Para servirem às necessidades dos seus cativosPara esperar, com pesados arreios,Com agitadores e selvagensSeus recém-cativos povos entristecidos,Metade demônio, metade criança”.

Page 7: Interações culturais

Cecil John Rhodes (1853-1902) foi um inglês, homem de negócios e o fundador da Rodésia, atual Zimbábue, na África. Ele sonhava construir uma estrada de ferro que faria a ligação entre a cidade do Cairo, no Egito, e a Cidade do Cabo, na África do Sul. A ele são atribuídas as seguintes frases:

Page 8: Interações culturais

“O mundo já está totalmente loteado, e o pedaço que sobrou está sendo dividido, conquistado e colonizado. [...] Eu conquistaria os planetas, se pudesse; sempre penso nisso. Entristece-me vê-los tão claros e ainda tão distantes.” Segundo suas idéias, e observando o período no qual Rodhes viveu, pode-se dizer que ele foi um dos agentes do imperialismo inglês no continente africano.

Page 9: Interações culturais

Conde de Gobineau. Em 1873, logo depois que retornou para a França, após ter ficado um ano em nosso país, Gobineau publicou o ensaio “A emigração ao Brasil”, no qual incentivava os franceses a virem para cá. Vamos ler um trecho do artigo:

Page 10: Interações culturais

“A grande maioria da população brasileira é mestiça e resulta de mesclagens contraídas entre os índios, os negros e um pequeno número de portugueses. Todos os países da América, seja no norte ou no sul, hoje mostram, incontestavelmente, que os mulatos de distintos matizes não se reproduzem além de um número limitado de gerações. A esterilidade nem sempre existe nos casamentos, mas os produtos da raça gradualmente chegam a ser tão malsãos e inviáveis que desaparecem antes de darem à luz, ou então deixam rebentos que não sobrevivem.”