interações importantes

Upload: leticia-dalla-porta-fabricio-marques

Post on 14-Oct-2015

188 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • FARMACOTERAPIA DE

    TRANSTORNOS

    GASTROINTESTINAIS

    Leonor Mazzambani

  • Farmacoterapia de transtornos gastrointestinais

    2

    CONTROLE NEURAL DO TRATO GASTROINTESTINAL: existem dois plexos intramurais no TGI: o plexo mioentrico e o plexo submucoso. Os plexos so interconectados e suas clulas ganglionares recebem fibras parassimpticas pr-ganglionares do vago (colinrgicas e excitatrias e em menor quantidade as inibitrias). As fibras simpticas so ps-ganglionares e inibem a secreo de acetilcolina. Os neurnios no interior dos plexos constituem o sistema nervoso entrico e secretam acetilcolina, noradrenalina, 5-hidroxitriptamina, purinas, xido ntrico e peptdeos.

    CONTROLE HORMONAL: os hormnios do TGI incluem secrees endcrinas e parcrinas. As endcrinas so peptdeos (gastrina) sintetizados por clulas endcrinas existentes na mucosa e as parcrinas ou hormnios locais so liberados de clulas especiais encontradas por toda a parede do TGI. Esses hormnios atuam sobre clulas vizinhas e no estmago e o mais importante a histamina.

    SECREO GSTRICA: as principais secrees excrinas so os pepsinognio, HCl e o fator intrnseco. O muco secretado por clulas secretoras de muco encontradas entre as clulas superficiais por toda a mucosa gstrica. As prostaglandinas (E2 e I2) produzidas localmente estimulam a secreo de muco e bicarbonatos.

    REGULAO DA SECREO DE CIDO PELAS CLULAS PARIETAIS: o Cl- ativamente transportado para o interior de canalculos existentes nas clulas, que se comunicam com aluz das glndulas gstricas. Esta secreo de Cl- acompanhada de K+ que trocado pelo H+ provenientes do interior da clula atravs de uma K+/H+ -ATPase.

    A secreo de cido gstrico controlada por mltiplos mecanismos centrais (neurais) e perifricos (endcrino e parcrino). Os mecanismos neuronais so regidos pela acetilcolina (ACh), os parcrinos pela histamina e os endcrinos pela gastrina.

    ACETILCOLINA (ACh): A liberao de acetilcolina pelas fibras vagais ps-ganglionares estimula diretamente a secreo de cido gstrico por meio de um receptor colinrgico muscarnico (M3), localizado nas clulas parietais. Age indiretamente atravs da interao com receptores muscarnicos M1 das clulas, promovendo a liberao de histamina, que estimula diretamente a clula parietal. O clcio se une a calmodulina formando o complexo clcio-calmodulina que fosforila protenas em cascata e ativa as protenas quinases clcio dependentes (PKC).

    HISTAMINA: A histamina secretada pelas clulas em resposta gastrina circulante, estimulando os receptores H2 cuja funo principal a secreo de cido gstrico. As clulas so estimuladas pela ACh, gastrina e pelo peptdio ativador da adenilato ciclase da pituitria e suprimida pela somatostatina e galanina A histamina alcana a clula parietal por difuso ou por transporte capilar e une-se aos receptores H2 da membrana da clula parietal.

    GASTRINA: o principal peptdeo endcrino estimulatrio da liberao de histamina liberada na corrente sangnea pelas clulas G do antro. Suas aes consistem em estimular a secreo de cido pelas clulas parietais e a secreo de pepsinognio, estimula o fluxo sanguneo e a motilidade gstrica.

    SOMATOSTATINA: A somatostatina um peptdeo inibitrio liberado pelas clulas D localizadas nas reas do antro e do fundo do estmago. Exerce seu efeito inibitrio atravs da inibio da liberao de histamina.

    PROSTAGLANDINAS: As prostaglandinas (PGs) exercem efeitos inibitrios sobre a clula parietal e resulta em um aumento da secreo cida gstrica. As PGs unem-se ao receptor de PGE2 na clula parietal e ativam uma protena G inibitria, que inibe a enzima adenilato ciclase. As PGs endgenas modulam a secreo cida pelo bloqueio do aumento de AMPc estimulado por histamina dentro da clula parietal.

    Helicobacter pyloriHelicobacter pyloriHelicobacter pyloriHelicobacter pylori A infeco pelo H. pylori induz inflamao persistente na mucosa gstrica com diferentes leses

    orgnicas como gastrite crnica, lcera pptica, refluxo e cncer gstrico. O H. pylori pode distribuir-se de maneira focal, segmentar ou difusa ao longo da mucosa gstrica, localizando-se no interior ou sob a camada

  • Farmacoterapia de transtornos gastrointestinais

    3 de muco que recobre o epitlio da superfcie ou das fovolas, em ntimo contato com a membrana luminal das clulas epiteliais que revestem a mucosa gstrica.

    O H. pylori possui capacidade excepcional de aderncia. adaptada para colonizar a mucosa gstrica, duodeno e coloniza reas de metaplasia gstrica. A afinidade do H. pylori pelas clulas mucparas gstricas deve-se composio neutra do muco gstrico, diferente dos mucopolissacardeos cidos produzidos pelas clulas caliciformes da metaplasia intestinal.

    A resistncia ao cido clordrico de vital importncia na patognese do H. pylori. A enzima urease atua promovendo a hidrlise da uria, presente em condies fisiolgicas no suco gstrico, levando produo de amnia. Esta atua como receptor de ons H+, gerando pH neutro no interior da bactria, o que confere ao H. pylori resistncia acidez gstrica. A produo de amnia depende da entrada de uria na bactria, que controlada por uma protena de membrana sensvel ao pH. A protena atua como porto de um canal, que tambm permite o refluxo de urease, aumentando o pH periplasmtico e do microambiente prximo, prevenindo acmulo txico de uria dentro da bactria. A bactria, na fase precoce de colonizao, necessita atravessar a camada de muco que protege o epitlio gstrico. Lpases e proteases sintetizadas pelo H. pylori degradam a camada de muco com auxlio de flagelos atravessa a camada de muco. Outras enzimas, sintetizadas pela bactria (superxido dismutase, catalase e arginase) conferem proteo contra a atividade ltica de macrfagos e neutrfilos, impedindo uma resposta eficaz do hospedeiro.

    TRANSMISSO: so as vias oral-oral (boca, saliva e placa dentria) e fecal-oral (gua contaminada por material fecal).

    FATORES DE RISCO: Idade: perodo de maior infeco a infncia. Condies de moradia e higiene: a ausncia de saneamento bsico e de fornecimento de gua

    encanada esto associados maior taxa de aquisio. Coabitao: favorece a aquisio.

    FATORES DE VIRULNCIA: Gene cagA (citotoxin antigen associated A): est fortemente associado ao risco para

    desenvolvimento de cncer gstrico. As cepas cagA+ tendem a ser mais virulentas e induzem nveis mais altos de expresso de citocinas (IL-1b e IL-8). O gene cagA considerado marcador da ilha de patogenicidade cag (cag-PAI) e encontrada em cerca de 60% das cepas ocidentais. Componentes do H. pylori induzem alteraes na fosforilao de tirosinas, nas vias de sinalizao e de transduo da clula hospedeira, resultando em rearranjos do citoesqueleto e alteraes morfolgicas que estimulam a clula a se espalhar e se alongar de maneira idntica produzida pelo fator de crescimento de hepatcitos. A protena cagA do H. pylori atua como antgeno altamente imunognica, podendo levar a diferentes respostas do hospedeiro, incluindo diferentes graus de resposta inflamatria.

    Gene vacA: A colonizao da mucosa gstrica pelo H. pylori requer um complexo processo adaptativo com a enzima urease convertendo a uria em amnia e bicarbonato. Para isso necessria a produo da citotoxina vacA, que induz a formao de canais seletivos de nions nas clulas epiteliais, levando exsudao de uria para a luz da mucosa gstrica.

    Gene babA: Fatores de aderncia da bactria ao epitlio gstrico favorecem a colonizao e contribuem para sua patogenicidade. O fator de aderncia babA (blood group antigen adhesin) permite o contato entre a bactria e o epitlio e facilita a liberao de fatores de virulncia como cagA e vacA.

    Gene cagE: O predomnio de neutrfilos na mucosa gstrica ligado ao aumento de secreo de IL-8 secretada pelas clulas epiteliais da mucosa gstrica. Entretanto cepas cagA negativas tambm induzem aumento da secreo de IL-8. Isto se deve ao fato de que a protena cagA no atua diretamente sobre a IL-8. O gene ligado ao aumento da produo de IL-8 o cagE.

    Gene iceA (induced by contact with epithelium): Sua expresso regulada pelo contato do H. pylori com as clulas epiteliais da mucosa gstrica. A expresso deste alelo associada lcera pptica e ao cncer gstrico.

    Gene HP-NAP: A gastrite induzida pelo H. pylori caracterizada por infiltrado inflamatrio constitudo por neutrfilos, linfcitos, plasmcitos e macrfagos. A intensidade da inflamao correlaciona-se com a severidade dos danos induzidos mucosa e ao DNA. O gene HP-NAP (neutrophils-activating protein) do H. pylori est relacionado com o potencial de induo de inflamao, mesmo em cepas cagA

  • Farmacoterapia de transtornos gastrointestinais

    4

    negativas. O produto do gene HP-NAP induz aderncia de neutrfilos s clulas endoteliais e estimula a produo de espcies reativas de oxignio e nitrognio pelos neutrfilos.

    FATORES DO HOSPEDEIRO: Durante a infeco pelo H. pylori h predomnio de clulas Th1 que induzem a produo de anticorpos e citocinas, contribuindo para o aumento do processo inflamatrio, com conseqentes danos s clulas do hospedeiro. As Th2 esto praticamente ausentes. Isto resulta em resposta imune inadequada, que no consegue eliminar o microorganismo.

    FATORES RELACIONADOS AO CNCER GASTRODUODENAL: O cncer de estmago geralmente formado pela proliferao de linfcitos B, que ocorre a partir do

    tecido linfide associado mucosa. Esse tecido, inexistente no estmago em condies normais, surge como conseqncia de gastrite crnica associada bactria H. pylori. A inflamao crnica provocada pela infeco bacteriana parece sensibilizar linfcitos T, levando a estmulo constante de linfcitos B, que passam a proliferar inicialmente em padro reacional. Posteriormente surgem alteraes genmicas nessas clulas, que provocam ganho proliferativo, seleo clonal e transformao neoplsica, dando origem a linfoma.

    Pacientes infectados pelo H. pylori apresentam altos nveis de expresso e produo de IL1-, IL-6, IL-8 e TNF-. A IL-1 um importante fator de iniciao e amplificao da resposta inflamatria, e atua como poderoso inibidor de secreo cida (hipocloridria).

    O H. pylori ativa o gene NF-B de clulas epiteliais da mucosa gstrica. Este gene codifica um fator de transcrio que ativa a produo de interleucinas. A translocao nuclear de NF-B seguida do aumento da expresso de IL-8. A IL-8, potente ativadora de neutrfilos, tem seu nvel de expresso gnica relacionado intensidade da gastrite. O H. pylori estimula a liberao de IL-8, e estes eventos requerem interao entre a bactria e as clulas epitelias da mucosa gstrica, que estimulam a quimiotaxia de neutrfilos. Neutrfilos ativados geram espcies reativas de oxignio e/ou de nitrognio, que podem induzir danos oxidativos no DNA e danos s clulas epiteliais, as quais incluem peroxidao lipdica e oxidao de protenas, levando a alteraes do turnover celular. A taxa de proliferao de clulas epiteliais gstricas de pacientes infectados pelo H. pylori significativamente mais alta do que a de indivduos no-infectados. A infeco crnica pela bactria induz aumento dos ndices de apoptose, que podem acelerar a progresso para gastrite atrfica, com conseqente aumento do risco para desenvolvimento de cncer gstrico. Esta reduo da morte celular por apoptose, acompanhada por hiperproliferao, pode levar ao acmulo de mutaes, contribuindo para a gnese do cncer gstrico.

    As espcies reativas de oxignio e nitrognio podem ter importante papel na carcinognese gstrica por induzir danos no DNA direta ou indiretamente. As espcies reativas de nitrognio so derivadas da sntese de xido ntrico e induzidas por citocinas liberadas pelas clulas mononucleares da inflamao.

    Pacientes infectados pelo H. pylori apresentam altos nveis de expresso da enzima xido ntrico-sintase induzvel (iNOS). O xido ntrico pode favorecer o acmulo de mutaes potencialmente oncognicas por mecanismos como a inibio das enzimas do sistema de reparo. O xido ntrico leva inativao do processo de apoptose pela nitrosilao de protenas pr-apoptticas (p53 e caspases), permitindo desta forma a sobrevivncia de clulas com danos no DNA.

    SINTOMAS: m digesto, dor, distenso ou plenitude abdominal, eructao, anorexia, nusea, vmito, anorexia, perda de peso, saciedade precoce, intolerncia gordura.

    TRATAMENTO: procinticos (metoclopramida, domperidona, bromoprida), inibidores da secreo cida (bloqueadores dos receptores H2 ou inibidores da bomba de prtons) e agentes protetores da mucosa gstrica (sucralfato).

    Esquemas para erradicao da H. pylori Amoxicilina + claritromicina + IBP (10-14 dias). Claritromicina + metronidazol + IBP (14 dias). Metronidazol + tetraciclina + bismuto (14 dias). Metronidazol + tetraciclina + bismuto + IBP (14 dias). Ranitidina-citrato de bismuto + claritromicina (28 dias).

  • Farmacoterapia de transtornos gastrointestinais

    5 ANTI-HISTAMNICOS H2: CIMETIDINA: Tagamet, Duomet, Ulcedine, Ulcimet. CITRATO DE BISMUTO RANITIDINA: Pylorid.

    FAMOTIDINA: Famox, Famodine, Famoset. NIZATIDINA: Axid. RANITIDINA: Antak, Logat.

    CIMETIDINA (Tagamet).

    Mecanismo: um inibidor competitivo da histamina no receptor H2, diminuindo a secreo de HCl estimulada por alimento, cafena, insulina e pentagastrina. A cicatrizao pode levar 4-8 semanas ou mias. Apresenta ao antiandrognica.

    Farmacocintica: Rapidamente absorvida no TGI. Liga-se fracamente s protenas plasmticas (20%). Meia vida: 2-3 horas. Durao da ao: 4-5 horas. Sofre metabolizao heptica (30-40%) e no estmago. Atravessa a barreira placentria e excretada no leite e na urina.

    Doses: lcera pptica e duodenal e esofagite de refluxo: adultos: 200 mg s refeies e 400 mg ao deitar

    por via oral, durante 4-6 semanas; terapia de manuteno: 400 mg noite, durante 6 meses.

    Como usar: as refeies ou imediatamente aps as refeies e ao deitar. O alimento atrasa a velocidade da absoro, mas no o total absorvido.

    A cimetidina diminui a metabolizao da cafena. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade menor.

    Contra indicao: Insuficincia heptica e renal, cirrose, gravidez (risco B), lactao, menores de 16 anos.

    Efeitos adversos: Distrbios sexuais: a cimetidina possui ao antiandrognica causando ginecomastia, impotncia,

    escoamento de leite pela mama. Distrbios GI: diarria, cefalia, tontura, cansao, constipao, secura da boca, vmito,

    sonolncia. Distrbios no SNC: confuso mental, depresso, psicose, ansiedade, desorientao, alucinaes. Distrbios laboratoriais: aplasia medular, leucopenia, trombocitopenia, hepatite. Distrbios musculares: mialgia, artralgia. Distrbios dermatolgicos: exantema.

    Interaes medicamentosas por inibir a metabolizao: A cimetidina um potente inibidor do CYP1A2, CYP2C9 e CYP2C6. Antagonistas H2 (cimetidina) x sildenafil: o efeito teraputico do sildenafil pode estar aumentado.

    Mecanismo: a cimetidina inibe o metabolismo do sildenafil (CYP 3A4). Monitorar o paciente. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade moderada.

    Antagonistas H2 (cimetidina) x tacrina: os efeitos farmacolgicos e adversos da tacrina podem estar aumentados. Mecanismo: a cimetidina inibe o metabolismo da tacrina. Monitorar as transaminases e acertar a dose da tacrina. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade moderada.

    Antagonistas H2 (cimetidina) x cido valprico: efeito do cido valprico pode estar aumentado. Mecanismo: a cimetidina inibe o metabolismo do cido valprico. Monitorar o paciente. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade moderada.

  • Farmacoterapia de transtornos gastrointestinais

    6

    Antagonistas H2 (cimetidina) x hidantonas (fenitona): a concentrao da fenitona pode estar aumentada. Mecanismo: a fenitona metabolizada pela CYP1A2 e CYP2C9 que so inibidas pela cimetidina. Monitorar a toxicidade da fenitona ou trocar a cimetidina. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade moderada.

    Antagonistas H2 (cimetidina) x rimantadina: o efeito teraputico da rimantadina pode estar aumentado. Mecanismo: a cimetidina inibe o metabolismo da rimantadina. Monitorar o paciente. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade menor.

    Antagonistas H2 (cimetidina) x analgsicos opiides (alfentanil, buprenorfina, codena, fentanil, morfina, meperidina, metadona, nalbufina, pio, oxicodona, propoxifeno): os efeitos analgsico e adversos podem estar aumentados. Mecanismo: a cimetidina inibe o metabolismo destes medicamentos. Monitorar o paciente. Pode ocorrer depresso respiratria. Esta interao ocorre rapidamente e com gravidade maior.

    Antagonistas H2 (cimetidina) x xantinas (aminofilina, teofilina): efeito das xantinas est aumentado. Mecanismo: a cimetidina inibe a CYP1A2 que metaboliza das xantinas. Monitorar o paciente. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade moderada.

    Antagonistas H2 (cimetidina) x cloroquina: efeito teraputico da cloroquina pode estar aumentado. Mecanismo: a cimetidina inibe o metabolismo da cloroquina. Diminuir a dose da cloroquina. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade menor.

    Antagonistas H2 (cimetidina) x antiarrtmicos (amiodarona): os efeitos teraputico e adversos da amiodarona podem estar aumentado. Mecanismo: a cimetidina inibe a metabolizao da amiodarona. Monitorar o paciente e ajustar a dose da amiodarona. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade moderada.

    Antagonistas H2 (cimetidina) x ADT (amitriptilina, amoxapina, clomipramina, desipramina, doxapina, imipramina, nortriptilina, protriptilina, trimipramina): aumento do efeito dos ADT. Mecanismo: a cimetidina inibe a metabolizao dos ADT (CYP2C19 e CYP2D6). Monitorar o paciente. Mudar para ranitidina. Esta interao ocorre rapidamente e com gravidade moderada.

    Antagonistas H2 (cimetidina) x inibidores da protease (amprenavir, atazanavir, fosamprenavir, indinavir, ritonavir, nelfinavir, saquinavir): efeito teraputico dos antivirais pode estar aumentado. Mecanismo: a cimetidina inibe o metabolismo dos antivirais (CYP3A4). Monitorar o paciente. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade moderada.

    Antagonistas H2 (cimetidina) x anticoagulante (varfarina): o efeito anticoagulante pode estar aumentado. Mecanismo: a R-varfarina metabolizada pelo CYP1A2, CYP2C19 e CYP3A4 (esta no afetada ela cimetidina), ao passo que a S-varfarina metabolizada pelo CYP2C9. A cimetidina gradualmente a hipoprotrombinemia no decorrer de 1-2 semanas; necessrio cerca de 1 semana para o retorno do tempo de protrombina ao normal. A cimetidina tambm inibe a metabolizao da varfarina. Monitorar o paciente. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade maior.

    Antagonistas H2 (cimetidina) x beta-bloqueadores (labetolol, metoprolol, nifedipina, propranolol): o efeito antihipertensivo do beta-bloqueador pode estar aumentado. Mecanismo: a cimetidina inibe o metabolismo do beta-bloqueador. Monitorar o paciente e ajustar a dose dos medicamentos se for necessrio. Mudar para famotidina. Esta reao ocorre lentamente e com gravidade moderada.

    Antagonistas H2 (cimetidina) x cafena: os efeitos adversos da cafena podem estar aumentados. Mecanismo: a cimetidina inibe a metabolizao da cafena. Monitorar o paciente. Esta reao ocorre lentamente e com gravidade moderada.

    Antagonistas H2 (cimetidina) x anticonvulsivantes (carbamazepina): aumento dos efeitos teraputicos e adversos da carbamazepina. Mecanismo: a cimetidina reduz a metabolizao da carbamazepina. Monitorar o paciente e ajustar a dose da carbamazepina. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade moderada.

    Antagonistas H2 (cimetidina) x sulfanilurias (clorpropamida, glipizida, gliburida, tolbutamida): efeito hipoglecemiante pode estar aumentado. Mecanismo: a cimetidina inibe a metabolizao das sulfanilurias. Monitorar o paciente. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade moderada.

    Antagonistas H2 (cimetidina) x antipsicticos (clozapina): os efeitos farmacolgicos e txicos da

    clozapina podem estar aumentados. Metabolismo: a cimetidina inibe a metabolizao da

  • Farmacoterapia de transtornos gastrointestinais

    7

    clozapina. Monitorar o paciente ou mudar para ranitidina. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade e com gravidade moderada.

    Antagonistas H2 (cimetidina) x estrgenos (estrgenos conjugados, estradiol, etinilestradiol): os efeitos teraputico e adverso dos estrgenos podem estar aumentados. Mecanismo: a cimetidina inibe o metabolismo dos estrgenos. No necessrio ajustar a dose. Esta reao ocorre rapidamente e com gravidade menor.

    Antagonistas H2 (cimetidina) x macroldeos (claritromicina): a concentrao da claritromicina

    pode estar reduzida. Metabolismo: desconhecido. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade moderada.

    Interaes medicamentosas por alterar a absoro: Antagonistas H2 (cimetidina) x simpatomimtica (dobutamina): o efeito pressor da dobutamina

    pode estar aumentado. Mecanismo: a cimetidina aumenta a absoro da dobutamina. Monitorar o paciente. Esta interao ocorre rapidamente e com gravidade moderada.

    Antagonistas H2 (cimetidina) x tetraciclinas (demeclociclina, doxiciclina, metaciclina, minociclina, oxitetraciclina, tetraciclina): efeito das tetraciclinas pode estar reduzido. Mecanismo: a cimetidina aumenta o pH, diminuindo a absoro das tetraciclinas. Monitorar o paciente. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade moderada.

    Antagonistas H2 (cimetidina) x fenotiazina (clorpromazina): efeito antipsictico pode estar diminudo. Mecanismo: a cimetidina aumenta o pH, diminuindo a absoro da clorpromazina. Monitorar o paciente. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade menor.

    Antagonistas H2 (cimetidina) x anticolinrgicos (atropina, beladona, biperideno, hioscina, orfenadrina, escopolamina): a biodisponibilidade da cimetidina pode estar reduzida. Mecanismo: os anticolinrgicos reduzem a absoro da cimetidina. Monitorar o paciente. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade menor.

    Antagonistas H2 (cimetidina) x barbituratos (amobarbital, aprobarbital, butabarbital, pentobarbital, fenobarbital, primidona, secobarbital): diminuio do efeito dos barbituratos. Mecanismo: os barbituratos diminuem a absoro da cimetidina. No necessrio interveno. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade menor.

    Antagonistas H2 (cimetidina) x antiarrtmicos (disopiramida): os efeitos do antiarrtmico podem estar aumentados. Mecanismo: os antagonistas H2 aumentam a absoro da disopiramida. Monitorar o paciente e ajustar a dose do antiarrtimico se for necessrio. Esta reao ocorre rapidamente e com gravidade moderada.

    Antagonistas H2 (cimetidina): o clcio, o magnsio, a cafena, lcool e nicotina: diminuem a absoro da cimetidina.

    Interaes medicamentosas por alterar a excreo: Antagonistas H2 (cimetidina): o clcio, o magnsio, a cafena, lcool e nicotina: diminuem a

    absoro da cimetidina. Antagonistas H2 (cimetidina) x hipoglicemiante (metformina): efeito da metformina pode estar

    aumentada. Mecanismo: a cimetidina diminui a excreo renal da metformina. Monitorar o paciente. Esta interao ocorre rapidamente e com gravidade moderada.

    RANITIDINA (Antak)

    Mecanismo: 4 a 13 vezes mais potente que a cimetidina. Tem pouca afinidade pelos receptores andrognicos.

    Farmacocintica: Rapidamente absorvida. Ligao fraca s protenas plasmticas (15%). Sofre metabolizao pr-sistmica dando metablito inativo. Durao da ao: 3 horas. Meia vida: 3 horas. Excretada no leite e urina. Atravessa a barreira placentria.

  • Farmacoterapia de transtornos gastrointestinais

    8

    Doses: adulto: 150 mg/2x ao dia por via oral, durante 4-6 semanas. Terapia de manuteno: 150 mg noite.

    Como usar: as refeies ou imediatamente aps as refeies e ao deitar.

    Contra indicao: Insuficincia heptica e renal, cirrose, gravidez (risco B), lactao.

    Efeitos adversos: Distrbios sexuais: no possui ao antiandrognica.

    Interaes medicamentosas por inibir a metabolizao: ver interaes gerais logo abaixo. Antagonistas H2 (ranitidina) x anticoagulante (varfarina): o efeito anticoagulante pode estar

    aumentado. Mecanismo: reduo da metabolizao. Monitorar o paciente. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade maior.

    Antagonistas H2 (ranitidina) x antiarrtmicos (diltiazem): os efeitos do antiarrtmico podem estar aumentados. Mecanismo: a ranitidina reduz a metabolizao do diltiazem. Monitorar a funo cardiovascular do paciente e ajustar a dose do antiarrtimico se for necessrio. Esta reao ocorre rapidamente e com gravidade menor.

    Antagonistas H2 (ranitidina) x antivirais (amprenavir): os efeitos do antiviral pode estar reduzido. Mecanismo: a ranitidina inibe a metabolizao do fosamprinavir e com isso no gera seu metablito ativo (fosamprenavir). Monitorar o paciente. Trocar a ranitidina. Esta reao ocorre rapidamente e com gravidade moderada.

    Antagonistas H2 (ranitidina) x hipoglicemiante (glipizida): efeito hipoglicemiante pode estar aumentada. Mecanismo: reduo da metabolizao. Monitorar o paciente. Esta interao ocorre rapidamente e com gravidade moderada.

    Antagonistas H2 (ranitidina) x hidantonas (fenitona): a concentrao da fenitona pode estar aumentada. Mecanismo: a fenitona metabolizada pela CYP1A2 e CYP2C9 que so inibidas pela ranitidina. Monitorar a toxicidade da fenitona. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade moderada.

    Antagonistas H2 (ranitidina) x antipsictico (risperidona): a concentrao da risperidona pode estar aumentada. Mecanismo: reduo da metabolizao. Monitorar a toxicidade da risperidona (sedao, movimentos involuntrios, dispepsia, taquicardia, constipao, boca seca). Esta interao ocorre lentamente e com gravidade moderada.

    Antagonistas H2 (ranitidina) x didanosina: os efeitos farmacolgico e txico podem estar

    Interaes medicamentosas por alterar a absoro: ver interaes gerais logo abaixo. Antagonistas H2 (ranitidina) x inibidores da protease (atazanavir): a biodisponibilidade do

    atanavir pode estar reduzida. Mecanismo: reduo da absoro. Administrar os medicamentos com intervalo de 2 horas. Monitorar o paciente. Pode provocar resistncia do vrus. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade maior.

    Antagonistas H2 (ranitidina) x (delavirdina): a biodisponibilidade da delavirdina pode estar reduzida. Mecanismo: reduo da absoro. Administrar os medicamentos com intervalo de 2 horas. Monitorar o paciente. Pode provocar resistncia do vrus. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade maior.

    Antagonistas H2 (ranitidina) x quinolona (enoxacina): os efeitos do antibitico podem estar reduzido. Mecanismo: reduo da absoro. Monitorar o paciente. Esta reao ocorre rapidamente e com gravidade moderada.

    Antagonistas H2 (ranitidina) x antifngico (cetoconazol, itraconazol): efeito do antifngico pode estar reduzido. Mecanismo: reduo da absoro do antifngico. Monitorar o paciente. Esta interao ocorre rapidamente e com gravidade moderada.

    aumentado. Mecanismo: o aumento do pH aumenta a absoro da didanosina. Monitorar o paciente. Esta interao ocorre rapidamente e com gravidade menor.

    Anticidos e anticolinrgicos reduzem a absoro da ranitidina.

    Interaes medicamentosas por alterar a excreo: ver interaes gerais logo abaixo.

  • Farmacoterapia de transtornos gastrointestinais

    9

    Antagonistas H2 (ranitidina) x hipoglicemiante (metformina): efeito hipoglicemiante pode estar aumentada. Mecanismo: reduo na excreo. Monitorar o paciente. Esta interao ocorre rapidamente e com gravidade moderada.

    FAMOTIDINA (Famox).

    Mecanismo: antagonista H2 . Tem pouca ou nenhum efeito antiandrognico.

    Farmacocintica: Rapidamente absorvida. Ligao s protenas fraca (20%). Pouca metabolizao heptica. Meia vida: 4 horas. Excreo renal.

    Doses: adultos: lcera pptica e hipersecreo: 40 mg/dia.

    Como usar, contra indicao, efeitos adversos: as mesmas da ranitidina.

    Interaes medicamentosas: ver interaes gerais logo abaixo.

    NIZATIDINA (Axid).

    Mecanismo: antagonista H2 . O efeito semelhante ao da ranitidina. Tem pouca ou nenhum efeito antiandrognico.

    Farmacocintica: Rapidamente absorvida. Ligao s protenas moderada (35%). Pouca metabolizao heptica. Durao da ao: 12 horas. Excreo renal.

    Doses: adultos: lcera pptica: 150 mg/2x ao dia.

    Como usar, contra indicao, efeitos adversos: os mesmos da ranitidina.

    Interaes medicamentosas: ver interaes gerais logo abaixo.

    Interaes medicamentosas gerais dos antagonistas H2 por inibir a metabolizao: Antagonistas H2 (cimetidina, ranitidina) x BZ (alprazolam, clordiazepxido, clonazepam,

    clorazepato, desmetildiazepam, diazepam, estazolam, flurazepam, midazolam, prazepam, quazepam, triazolam): a concentrao plasmtica do BZ pode estar aumentada, podendo ocorrer sedao. Mecanismo: inibio do metabolismo oxidativo do BZ (CYP2C19 e CYP 3A4) pela cimetidina. Mudar para BZ que sofrem glicuronidao (lorazepam, oxazepam, temazepam) ou mudar para ranitidina. Esta interao ocorre rapidamente e com gravidade menor.

    Antagonistas H2 (cimetidina, famotidina, nizatidina, ranitidina) x lcool: o efeito do lcool est aumentado. Mecanismo: o lcool metabolizado pelo CYP 2E1 que inibido pela cimetidina. Tambm inibe a lcool desidrogenase gstrica aumentando a absoro do lcool. Monitorar o paciente. Esta interao ocorre rapidamente e com gravidade moderada.

    Antagonistas H2 (cimetidina, ranitidina) x antiarrtmicos (diltiazem, felodipina): os efeitos do antiarrtmico podem estar aumentados. Mecanismo: os antagonistas H2 reduzem o metabolismo dos antiarrtmicos. Monitorar o paciente e ajustar a dose do antiarrtimico se for necessrio. Esta reao ocorre lentamente e com gravidade moderada.

  • Farmacoterapia de transtornos gastrointestinais

    10

    Antagonistas H2 (cimetidina, famotidina, nizatidina, ranitidina) x ISRSs (citalopram, escitalopram, fluoxetina, fluvoxamina, nefazodona, paroxetina, sertralina, venlavaxina): efeito teraputico dos ISRS esto aumentado. Mecanismo: a cimetidina inibe a metabolizao dos ISRS. Monitorar o paciente. Mudar para famotidina. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade moderada.

    Interaes medicamentosas gerais dos antagonistas H2 por alterar a absoro: Antagonistas H2 (cimetidina, nizatidina) x metoclopramida: a biodisponibilidade da cimetidina

    pode estar reduzida. Mecanismo: reduo da absoro da cimetidina. Administrar os medicamentos com intervalo de 2 horas. Monitorar o paciente. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade menor.

    Antagonistas H2 (cimetidina, famotidina, nizatidina, ranitidina) x anticidos (hidrxido de alumnio, hidrxido de magnsio, carbonato de clcio): o efeito da cimetidina pode estar reduzido. Mecanismo: os anticidos diminuem a absoro da cimetidina por aumentar o pH. Administrar com intervalo de 2 horas. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade menor.

    Antagonistas H2 (cimetidina, famotidina, nizatidina, ranitidina) x antifngicos imidazlicos (cetoconazol, itraconazol): diminuio do efeito antifngico. Mecanismo: a cimetidina aumenta o pH, diminuindo a absoro dos imidazlicos. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade moderada.

    Antagonistas H2 (cimetidina, famotidina, nizatidina, ranitidina) x cefalosporinas (axetil cefuroxina, cefpodoxime, cefuroxima, cefalexina): o efeito teraputico das cefalosporinas pode estar reduzido. Mecanismo: os antagonistas H2 aumentam o pH, diminuindo a absoro das cefalosporinas. Adminstrar com cautela. Esta interao ocorre rapidamente e com gravidade moderada.

    Antagonistas H2 (cimetidina, famotidina, nizatidina, ranitidina) x sais de ferro: reduo no efeito do ferro. Mecanismo: a cimetidina aumenta o pH, diminuindo a absoro do ferro. Administrar os medicamentos com 2 horas de intervalo. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade menor.

    Antagonistas H2 (cimetidina, famotidina, nizatidina, ranitidina) x AINEs (AAS, diclofenaco, fenoprofeno, flurbiprofeno, ibuprofeno, indometacina, cetoprofeno, cetorolac, cido mefenmico, nabumetona, naproxeno, piroxicam): o efeito teraputico dos AINEs podem estar reduzido. Mecanismo: diminuio da absoro. Administrar com cautela. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade menor.

    Antagonistas H2 (cimetidina, famotidina, nizatidina, ranitidina) x quinolonas (enoxacina, lomefloxacina): o efeito das quinolonas podem estar reduzido. Mecanismo: a cimetidina aumenta o pH, diminuindo a absoro das quinolonas. Esta interao ocorre rapidamente e com gravidade moderada.

    Antagonistas H2 (cimetidina, famotidina, nizatidina, ranitidina): diminuem a aboro do ferro, cido flico, vitamina A, B12, B1.

    INIBIDORES DA BOMBA PROTNICA: OMEPRAZOL (Losec). ESOMEPRAZOL (Nexium).

    LANZOPRAZOL (Ogastro). PANTOPRAZOL (Pantocal). RABEPRAZOL (Pariet).

    OMEPRAZOL (Losec).

    Mecanismo: em pH cido transformado em forma ativa, uma sulfenamida, que reage com a enzima H+,K+ATPase e assim a inibe. Essa inibio impede a produo do HCl pela clula parietal por estmulo dos receptores colinrgicos, histaminrgicos e gastrinrgicos. So administrados na forma de comprimidos entricos revestidos para impedir a formao da sulfenamida no estmago. A sulfenamida no atravessa as membranas biolgicas, se acumulando nos canalculos das clulas parietais.

    O esomeprazol proporciona maior controle do pH intragstrico do que o omeprazol.

    Farmacocintica: Rapidamente absorvida.

  • Farmacoterapia de transtornos gastrointestinais

    11

    Ligao s protenas alta (95%). Metabolizado heptica pela CYP 2C19 dando metablitos inativos. Meia vida: 1-2 horas. Durao da ao: a administrao diria de uma dose nica afeta a secreo cida durante 2-3

    dias, devido a seu acmulo nos canalculos. Com doses dirias, observa-se um efeito antisecretrio crescente por um perodo de at 5 dias, quando se atinge o plat.

    Excreo renal.

    Doses: lcera duodenal e gstrica e esofagite de refluxo: adultos: 20-40 mg ao dia por via oral.

    Como usar: deve ser administrado uma hora antes das refeies ou 2 horas aps. A administrao com alimento diminui a absoro em 33 a 53%.

    Contra indicao: Gravidez (risco C), lactao, insuficincia heptica e renal,

    Efeitos adversos: Distrbios GI: alterao do paladar, constipao, astenia, gases, diarria, dor abdominal, vmito,

    astenia, nusea, boca seca, aumento ou perda de peso. Distrbios do SNC: agitao, confuso metal, alucinao, depresso, cefalia, insnia, tontura,

    viso borrada, tosse. Pele e msculoesqueltica: coceira, fraqueza muscular, mialgia, artralgia, hipersensibilidade

    luz, parestesia (sensao anormal de formigamento, ferroadas ou queimao ao toque), queda de cabelo, sudorese.

    Distrbios laboratoriais: anemia, leucopenia, trombocitopenia, hepatite. Distrbios sexuais: dismenorria, ginecomastia.

    Interaes medicamentosas por inibir a metabolizao: Omeprazol: metabolizado pelo CYP2C19 (primariamente) e CYP3A4 (secundariamente). Omeprazol x anticoagulante (varfarina): o efeito anticoagulante pode estar aumentado.

    Mecanismo: o omeprazol inibe o metabolismo da varfarina. Monitorar o paciente e ajustar a dose do anticoagulante. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade moderada.

    Omeprazol x BZ (alprazolam, clordiazepxido, clonazepam, clorazepato, diazepam, estazolam, flurazepam, halazepam, midazolam, prazepam, quazepam, triazolam): os efeitos teraputicos e adversos (ataxia, sedao, letargia) dos BZ esto aumentados. Mecanismo: o omeprazol inibe o metabolismo (CYP 2C19 e 3A4) do BZ. Monitorar o paciente. Ajustar a dose e intervalo de dose. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade moderada.

    Omeprazol x cilostozol: efeito teraputico e adverso (dor de cabea, diarria) do cilostozol pode estar aumentado. Mecanismo: o omeprazol inibe a metabolizao do cilostozol (CYP 2C19). Monitorar o paciente. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade moderada.

    Omeprazol x macroldeos (claritromicina): o efeito teraputico e os adversos do omeprazol e da claritromicina podem estar aumentados. Mecanismo: a claritromicina inibe o metabolismo do omeprazol (CYP 3A4 e CYP 2C19) e o omeprazol aumenta a absoro da claritromicina. Esta associao benfica no tratamento da Helicobacter pylori. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade menor.

    Omeprazol x sulfanilurias (clorpropamida, glipizida, gliburida, tolbutamida): o efeito teraputico e os adversos dos hipoglicimiantes podem estar aumentados. Mecanismo: o omeprazol inibe o metabolismo das sulfanilurias. Monitorar o paciente. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade moderada.

    Omeprazol x ginko biloba: o efeito teraputico do omeprazol pode estar reduzido. Mecanismo: o ginko biloba aumenta a metabolizao do omeprazol (CYP 2C19). Monitorar o paciente. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade moderada.

    Omeprazol x anticonvulsivante (carbamazepina, fenitona): efeito do anticonvulsivante est aumentado. Mecanismo: o omeprazol inibe o metabolismo. Monitorar o paciente. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade moderada.

  • Farmacoterapia de transtornos gastrointestinais

    12

    Omeprazol x hiprico: efeito do omeprazol est reduzido. Mecanismo: o hiprico aumenta o metabolismo do omeprazol (CYP 3A4). Monitorar o paciente. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade moderada.

    Omeprazol x antifngico (voriconazol): efeito do omeprazol est aumentado. Mecanismo: o variconazol reduz a metabolizao (CYP 2C19 e CYO 3A4) do omeprazol. Esta interao ocorre rapidamente e com gravidade moderada.

    Omeprazol x fenitona: efeito teraputico e adversos (nusea, vmito, arritimias) da fenitona esto aumentados. Mecanismo: o omeprazol inibe a metabolizao. Esta interao ocorre rapidamente e com gravidade moderada.

    Omeprazol x tacrolimus: o efeito teraputico do tacrolimus pode estar reduzido. Mecanismo: o omeprazol reduz a metabolizao do tacrolimus (CYP 2C19 e CYP 3A4). Monitorar o paciente. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade moderada.

    ESOMEPRAZOL (Nexium).

    Mecanismo: bloqueador da bomba protnica nas clulas parietais gstricas.

    Farmacocintica: Rapidamente absorvida. Ligao s protenas alta (95%). Esomeprazol: sofre metabolizao heptica extensa mediada pelas isoenzimas do citocromo

    P-450 (CYP2C19 e em menor escala pela CYP3A4), formando metablitos inativos. Durao da ao: a administrao diria de uma dose nica afeta a secreo cida durante 2-3

    dias, devido a seu acmulo nos canalculos. Com doses dirias, observa-se um efeito antisecretrio crescente por um perodo de at 5 dias, quando se atinge o plat.

    Excreo renal.

    Doses: Omeprazol: 40 mg ao dia por via oral.

    Como usar: deve ser administrado uma hora antes ou duas horas aps as refeies. A administrao com alimento diminui a absoro em 33 a 53%.

    Contra indicao: Gravidez (risco C), lactao, insuficincia heptica e renal.

    Efeitos adversos: Distrbios GI: alterao do paladar, constipao, astenia, gases, diarria, dor abdominal, vmito,

    astenia, nusea, boca seca, aumento ou perda de peso. Distrbios do SNC: agitao, confuso metal, alucinao, depresso, cefalia, insnia, tontura,

    viso borrada, tosse. Pele e msculoesqueltica: coceira, fraqueza muscular, mialgia, artralgia, hipersensibilidade

    luz, parestesia (sensao anormal de formigamento, ferroadas ou queimao ao toque), queda de cabelo, sudorese.

    Distrbios laboratoriais: anemia, leucopenia, trombocitopenia, hepatite. Distrbios sexuais: dismenorria, ginecomastia.

    Interaes medicamentosas: ver interaes gerais logo abaixo.

    LANZOPRAZOL (Ogastro. Associaes: Pyloripac.

    Mecanismo: bloqueador da bomba protnica nas clulas parietais gstricas.

    Farmacocintica: Rapidamente absorvida. Metabolizao pela CYP 2C19.

  • Farmacoterapia de transtornos gastrointestinais

    13

    Excreo renal.

    Doses: adultos: 30 mg/2x ao dia por via oral.

    Como usar: deve ser administrado uma hora antes ou duas horas aps as refeies. O alimento reduz a absoro.

    Contra indicao: Gravidez (risco B), lactao, insuficincia heptica e renal.

    Efeitos adversos: Constipao, diarria, distenso abdominal, boca seca, tontura, insnia, prurido, exantema, aplasia medular, anemia, leucopenia, cefalia, nusea, alterao do paladar.

    Interaes medicamentosas por alterar a metabolizao: Lansoprazol x tacrolimus: o efeito teraputico do tacrolimus pode estar reduzido. Mecanismo: o

    lansoprazol reduz a metabolizao do tacrolimus (CYP 2C19 e CYP 3A4). Monitorar o paciente. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade moderada.

    Interaes medicamentosas por alterar a absoro: ver interaes gerais dos inibidores de bomba. Lansoprazol x anticidos contendo alumnio, magnsio, carbonato: o efeito teraputico do

    lansoprazol pode estar reduzido. Mecanismo: os anticidos reduzem a absoro. Monitorar o paciente. Esta reao ocorre rapidamente e com gravidade moderada.

    PANTOPRAZOL (Pantocal): mais estvel que o omeprazol em meio neutro ou moderadamente cido.

    Farmacocintica: Rapidamente absorvido. Ligao s protenas plasmticas (98%). Metabolizao heptica dando metablitos ativos. Meia vida: 1 hora. Excreo renal e fezes.

    Doses: adulto: 40 mg/dia por via oral.

    Como usar: deve ser administrado uma hora antes ou duas horas aps as refeies.

    Contra indicao: Gravidez (risco B), lactao, insuficincia heptica e renal,

    Efeitos adversos: Coceira, depresso, diarria, viso borrada, cefalia, exantema, gases, edema, nusea, vertigem, dor abdominal.

    Interaes medicamentosas: ver interaes gerais dos inibidores de bomba.

    RABEPRAZOL (Pariet).

    Mecanismo: bloqueador da bomba protnica nas clulas parietais gstricas. Possui ao comparvel do omeprazol e superior a da ranitidina e famotidina.

    Farmacocintica: Rapidamente absorvido. Metabolizao pela CYP2C19 e CYP3A4 dando metablitos inativos. Ligao s protenas plasmticas 95%). Meia vida: 2 horas. Excreo renal.

    Doses: adulto: 20-40 mg/dia.

  • Farmacoterapia de transtornos gastrointestinais

    14

    Como usar: deve ser administrado uma hora antes das refeies.

    Contra indicao, efeitos adversos: o mesmo do pantoprazol.

    Interaes medicamentosas: ver interaes gerais dos inibidores de bomba.

    Interaes gerais dos inibidores de bomba por inibir a metabolizao: Inibidores de bomba (esomeprazol, lansoprazol, omeprazol, pantoprazol, rabeprazol) x

    fluvoxamina: a concentrao dos inibidores de bomba pode estar aumentada. Mecanismo: a fluvoxamina inibe o metabolismo dos inibidores de bomba (CYP 2C19). Monitorar o paciente. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade moderada.

    Inibidores de bomba (esomeprazol, lansoprazol, omeprazol, pantoprazol, rabeprazol) x tacrolimus: a concentrao do tacrolimus pode estar aumentada. Mecanismo: os inibidores de bomba reduzem a metabolizao do tacrolimus (CYP 3A4). Monitorar o paciente. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade moderada.

    Interaes gerais dos inibidores de bomba por inibir a absoro: Inibidores de bomba (lansoprazol, omeprazol, rabeprazol) x AAS entrica: a concentrao do

    AAS pode estar aumentada. Mecanismo: o comprimido do AAS com dissoluo entrica pode se dissolver mais rapidamente, aumentando a concentrao do AAS. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade menor.

    Inibidores de bomba (esomeprazol, lansoprazol, omeprazol, pantoprazol, rabeprazol) x inibidores da protease (atazanavir; indinavir): o efeito teraputico dos antivirais pode estar reduzido. Mecanismo: o omeprazol inibe a absoro dos antivirais. Monitorar o paciente. Riscco de resistncia dos vrus. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade maior.

    Inibidores de bomba (esomeprazol, lansoprazol, omeprazol, pantoprazol, rabeprazol) x antifngicos imidazlicos (cetoconazol, itraconazol): o efeito teraputico dos antifngicos pode estar reduzido. Mecanismo: reduo da absoro dos antifngicos por aumentar o pH. Monitorar o paciente. Esta interao ocorre rapidamente e com gravidade moderada.

    Inibidores de bomba (esomeprazol, lansoprazol, omeprazol, pantoprazol, rabeprazol) x digoxina: o efeito teraputico e os adversos (nusea, vmito, arritimias) da digoxina esto aumentados. Mecanismo: por aumentar a absoro. Monitorar o paciente. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade moderada.

    Inibidores de bomba (esomeprazol, lansoprazol, omeprazol, pantoprazol, rabeprazol) x quinolonas (trovafloxacina): a concentrao das quinolonas pode estar aumentada. Mecanismo: a os inibidores reduzem a absoro. Monitorar o paciente. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade menor.

    Inibidores de bomba (esomeprazol, lansoprazol, omeprazol, pantoprazol) x ampicilina: o efeito teraputico da ampicilina est reduzido. Mecanismo: reduo da absoro da ampicilina por aumentar o pH. Esta interao ocorre rapidamente e com gravidade moderada.

    Inibidores de bomba (esomeprazol, lansoprazol, omeprazol, pantoprazol) x ferro, cido flico, vitamina A, B12, B1: reduo do efeito teraputico das vitaminas e minerais. Mecanismo: reduo da absoro. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade maior.

    Inibidores de bomba (esomeprazol, lansoprazol, omeprazol, pantoprazol) x delavirdina: o efeito teraputico do antiviral est reduzido. Mecanismo: reduo da absoro por aumentar o pH. Esta interao ocorre com velocidade desconhecida e com gravidade maior.

    ANTICIDOS: HIDRXIDO DE ALUMNIO: Pepsamar. HIDRXIDO DE MANSIO: Leite de magnsia. ASSOCIAES: Kolantyl, Magnsia Bisurada, Andursil, Maalox, Simeco Plus.

    Seu efeito em geral de 20-30 min, por causa do rpido esvaziamento gstrico. Eleva o pH do estmago a 5,0 ou mais, o que resulta na inativao da pepsina e facilita a cura da lcera.

    So divididos em a) Absorvveis: so os mais potentes: bicarbonato de sdio, carbonato de clcio.

  • Farmacoterapia de transtornos gastrointestinais

    15 b) No absorvveis: causam menos efeitos adversos: hidrxido de alumnio (Pepsamar), hidrxido de

    magnsio (Leite de magnsia), magaldrato. A administrao de bicarbonato de sdio libera dixido de carbono que estimula a secreo de

    gastrina e pode resultar em elevao secundria da secreo de cido. Como ocorre absoro intestinal de algum bicarbonato de sdio, o uso de grandes doses ou a administrao freqente pode causar alcalose, cujo incio pode ser insidioso.

    Efeitos adversos: Alumnio provoca constipao e o magnsio provoca diarria.

    Como se usa: se usados 1 hora aps as refeies provocam efeito prolongado.

    Interaes medicamentosas por alterar a absoro: Anticidos (hidrxido de alumnio e hidrxido de magnsio) x IECA (captopril): reduo do

    efeito antihipertensivo. Mecanismo: os anticidos aumentam o pH diminuindo a absoro do captopril. Esta interao ocorre rapidamente e com gravidade menor.

    Anticidos (hidrxido de alumnio, hidrxido de magnsio) x BZ (clordiazepxido, clorazepato, diazepam, temazepam, triazolam): reduo do efeito ansioltico. Mecanismo: os anticidos diminuem ou atrasam a absoro do BZ. Mecanismo: pela alcalinizao do pH e formao de precipitados insolveis. No necessrio interveno. Esta interao ocorre rapidamente e com gravidade menor.

    Anticidos (hidrxido de alumnio e hidrxido de magnsio) x sulfonilurias (clorpropamida, glipizida, gliburida, tolbutamida): aumento da hipoglicemia. Mecanismo: os anticidos aumentam o pH aumentando a absoro da sulfoniluria. Esta interao ocorre rapidamente e com gravidade menor.

    Anticidos (hidrxido de alumnio e hidrxido de magnsio) x indometacina: reduo do efeito antiinflamatrio. Mecanismo: os anticidos aumentam o pH diminuindo a absoro da indometacina. Monitorar o paciente. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade menor.

    Anticidos (hidrxido de alumnio, hidrxido de magnsio) x levodopa: aumento do efeito antiparkinsoniano. Mecanismo: os anticidos diminuem o esvaziamento gstrico aumentando a absoro da levodopa. No necessrio interveno. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade moderada.

    Anticidos (hidrxido de alumnio, hidrxido de magnsio) x alopurinol: reduo do efeito do alopurinol. Mecanismo: os anticidos diminuem a absoro do alopurinol. Administrar com intervalo de 3 horas. Esta interao ocorre rapimente e com gravidade moderada.

    Anticidos (hidrxido de alumnio, hidrxido de magnsio, magaldrato, carbonato de magnsio) x cloroquina: reduo do efeito da cloroquina. Mecanismo: os anticidos reduzem a absoro da cloroquina. Administrar os medicamentos com 2-4 horas de intervalo. Esta reao ocorre lentamente e com gravidade menor.

    Anticidos (hidrxido de alumnio e hidrxido de magnsio, magaldrate) x beta-bloqueadores (atenolol, metoprolol, propranolol, sotalol): o efeito antihipertensivo do beta-bloqueador pode estar reduzido. Mecanismo: os anticidos diminuem o esvaziamento gstrico, diminuindo a absoro do beta-bloqueador. Administrar os medicamentos com intervalo de 2-4 horas. Esta reao ocorre rapidamente e com gravidade menor.

    Anticidos (hidrxido de alumnio e hidrxido de magnsio) x corticosterides (betametasona, cortisona, dexametasona, hidrocortisona, prednisona, triancinolona): o efeito dos corticosterides pode estar reduzido. Mecanismo: reduo da absoro dos corticosterides. Monitorar o paciente. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade menor.

    Anticidos (hidrxido de alumnio e hidrxido de magnsio) x antipsicticos (clorpromazina, flufenazina, perfenazina, prometazina, tioridazina): o efeito antisictico pode estar reduzido. Mecanismo: reduo da absoro dos antipsicticos. Administrar os medicamentos com intervalo de 2-4 horas. Monitorar o paciente. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade menor.

    Anticidos (hidrxido de alumnio e hidrxido de magnsio) x antagonistas H2 (cimetidina, famotidina, nizatidina, ranitidina): o efeito dos antagonistas H2 pode estar reduzido. Mecanismo: reduo da absoro. Administrar os medicamentos com intervalo de 2-4 horas. Monitorar o paciente. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade menor.

  • Farmacoterapia de transtornos gastrointestinais

    16

    Anticidos (hidrxido de alumnio e hidrxido de magnsio) x quinolonas (ciprofloxacina, esparfloxacina, gatifloxacina, levofloxacina, lomefloxacina, moxifloxacina, norfloxacina, ofloxacina): reduo da absoro do efeito bactericida. Mecanismo: os anticidos aumentam o pH diminuindo a absoro das quinolonas. Esta interao ocorre rapidamente e com gravidade moderada.

    Anticidos (hidrxido de alumnio e hidrxido de magnsio) x tetraciclina (doxiciclina, minociclina, oxitetraciclina, tetraciclina): reduo do efeito das tetraciclinas. Mecanismo: os anticidos diminuem a absoro das tetraciclinas por diminuir a solubilidade (quelatos). Esta interao ocorre lentamente e com gravidade moderada.

    Anticidos (carbonato de magnsio, hidrxido de alumnio e hidrxido de magnsio) x digoxina: o efeito da digoxina pode estar reduzido. Mecanismo: os anticidos reduzem a absoro da digoxina. Monitorar a funo cardaca do paciente e ajustar a dose da digoxina se for necessrio. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade moderada.

    Anticidos (hidrxido de alumnio e hidrxido de magnsio) x cido valprico: aumento do efeito do cido valprico. Mecanismo: aumento da absoro. Administrar os medicamentos com intervalo de 2-4 horas. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade menor.

    Anticidos (hidrxido de alumnio e hidrxido de magnsio) x antifngico (cetoconazol): reduo do efeito do cetoconazol. Mecanismo: reduo da absoro. Administrar os medicamentos com intervalo de 2-4 horas. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade moderada.

    Anticidos (hidrxido de alumnio e hidrxido de magnsio) x hormnio tiroidiano (levotiroxina): reduo do efeito do hormnio. Mecanismo: os anticidos aumentam o pH com reduo da absoro. Administrar os medicamentos com intervalo de 2-4 horas. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade moderada.

    Anticidos (hidrxido de alumnio e hidrxido de magnsio) x sais de ferro: reduo da absoro do ferro. Mecanismo: os anticidos aumentam o pH reduzindo a absoro do ferro. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade menor.

    Anticidos (hidrxido de alumnio e hidrxido de magnsio) x ticlopidina: reduo do efeito da ticlodipina. Mecanismo: os anticidos aumentam o pH. Esta interao ocorre rapidamente e com gravidade moderada.

    Anticidos (hidrxido de alumnio, hidrxido de magnsio) macroldeo (eritromicina): os efeitos farmacolgicos e txicos da eritromicina podem estar aumentados. Metabolismo: os anticidos inibem a metabolizao da eritromicina. Esta interao ocorre rapidamente e com gravidade e com gravidade menor.

    Hidrxido de alumnio: reduo da absoro da vitamina B12 ,cido flico, vitamina A, ferro, potssio, cobre, clcio. Usar com intervalo de 2 horas.

    Hidrxido de magnsio: reduo da absoro de vitamina A e B1, fosfato, ferro e clcio

    DISPEPSIA FUNCIONAL OU M DIGESTO: alterao digestiva caracterizada por dor ou desconforto localizados no abdomen superior, no sendo evidenciadas alteraes orgnicas ou morfolgicas. Dispepsia orgnica aquela secundria a leses do aparelho digestivo, a frmacos, a distrbios eletrolticos, metablitos e cardiovasculares. A dispepsia funcional aquela em que a causa dos sintomas no foi definida ou quando as alteraes que ocorrem na dispepsia orgnica foram excludas. Dispepsia um conjunto de sintomas como: azia, anorexia, eructao, nusea, vmito, dor torcica e/ou abdominal em queimao, distenso ou plenitude abdominal, intolerncia gordura, cefalia.

    Dispepsia orgnica: pode ser provocada por: a- Doena do TGI: lcera pptica, esofagite, gastrite, pancreatite, neoplasia, parasitoses

    intestinais, tuberculose, sfilis. b- Frmacos; AINES, ampicilina, eritromicina, digitlicos, ferro, lcool. c- Doenas metablicas: diabete, disfunes tiroidianas, alteraes eletrolticas. d- Doenas cardiovasculares: insuficincia cardaca, lpus eritematoso.

    Dispepsia funcional: tipo refluxo, ulceroso.

    TRATAMENTO: antiemticos e estimuladores da motilidade gastrointestinal (metoclopramida, domperidona, bromoprida), antagonistas serotoninergicos (ondansetrona) e o agonista parcial 5HT4 (tegaserode). Estes medicamentos devem ser administrados 15 a 30 min antes das refeies.

  • Farmacoterapia de transtornos gastrointestinais

    17

    Tambm podem ser utilizados anticidos, bloqueadores dos receptores H2 da histamina (cimetidina, ranitidina, famotidina e nizatidina) e inibidores da bomba de prtons. Os anticidos devem ser administrados de uma ou duas horas aps as refeies ou quando o paciente se queixa de queimao epigstrica ou retroesternal. Os bloqueadores dos receptores H2 da histamina devem ser administrados em dose nica noturna ou divididos em duas tomadas. Protetores da mucosa gstrica (sucralfato) podem ser utilizados de 1 g antes das refeies e antes de dormir.

    NUSEA e/ou VMITO: Nusea ou vmito persistente podem ser indicativos de distrbios gastrointestinais, neurolgicos ou metablicos, que exigem um tratamento direto, podendo haver a

    necessidade de suspender a terapia antiemtica at que seja firmado o diagnstico. produzido por: Estmulos dos mecanoceptores por distenso ou obstruo intestinal, Estmulos dos quimiorreceptores responsivos s endotoxinas bacterianas, Ingesto acidental ou deliberada de agentes txicos como lcool, AINES,antibiticos. A regulao neural central do vmito ocorre em duas unidades separadas no bulbo: o centro do vmito e a zona de ativao do quimiorreceptor (ZAQ). A ZAQ uma estrutura-chave na mediao da nusea e do vmito e est localizada no interior da rea postrena, um rgo circunventricular localizado na extremidade caudal do quarto ventrculo. Esta regio no possui uma barreira hematoenceflica eficiente e, portanto, ideal para dectar agentes emticos na circulao sistmica. A rea postrena possui inmeras conexes aferentes e eferentes com as estruturas subjacentes, o subncleo gelatinoso e o ncleo do trato solitrio. Estas estruturas recebem fibras aferentes vagais do trato gastrointestinal, a principal fonte de estmulos emticos. Os principais neurotransmissores envolvidos no controle do vmito so a acetilcolina, a histamina, a 5-HT e a dopamina.

    Os principais sistemas mediadores da nusea e do vmito: A ZAQ (responde aos neutransmissores emetognicos circulantes, hormnios, toxinas e

    drogas). Um influxo vagal e simptico do intestino O sistema cardiovascular Os nervos craniais (estmulo vestibular, olfatrio, paladar e visuais e o toque da cavidade oral

    e da faringe). Os sistemas do prosencfalo (estmulos psicognicos). O centro do vmito na formao reticular (coordena os componentes viscerais e somticos do

    reflexo emtico) A estimulao eltrica de todas estas estruturas pode induzir a mese. Os ncleos cerebrais lmbicos

    podem estar envolvidos nos vmitos olfatrio, emocional/antecipado, hormonal/estress e induzido pela dor.

    CINETOSE: ocorre quando as percepes de movimento por proprioceptor visuais, vestibulares e sensoriais fornecem informaes divergentes.

    TRATAMENTO da NUSEA e VMITO: o tratamento de escolha da nusea e do vmito consiste na remoo da causa.

    ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES 5-HT3: DOLASSETRONA (Anzemet). GRANISETRONA (Kytril). ONDANSETRONA (Zofran). TROPISSETRONA (Navoban).

    Mecanismo: a eficcia est relacionada ao bloqueio dos receptores 5-HT3 localizados na rea postrena, no ncleo do trato solitrio e nas terminaes nervosas aferentes vagais no intestino.

  • Farmacoterapia de transtornos gastrointestinais

    18 Em tratamentos intensamente emetognicos, como cisplatina, provocam ruptura do tecido

    gastrointestinal, o que inicia a liberao de 5-HT pelas clulas enterocromafins na mucosa, que estimula os receptores 5-HT3 localizados nas terminaes nervosas aferentes vagais e desencadeia a ativao do nervo vago iniciando o reflexo emtico.

    Farmacocintica: Rapidamente absorvido. Ligao s protenas plasmticas (60-77%). Meia vida: 8-9 horas. Excreo renal e pelas fezes. Dolassetrona: metabolizao heptica pela CYP 2D6, CYP 3A4 e flavina monoxigenase. Granissetrona: metabolizao heptica.

    Contra indicaes: gravidez (risco B), lactao, insuficincia heptica.

    Efeitos adversos: Distrbios GI: constipao, diarria, dor abdominal, perda de peso, fraqueza, boca seca, fraqueza. Distrbios cardiovasculares: alterao da presso arterial, bradicardia, taquicardia. Distrbios no SNC: ansiedade, cefalia, sonolncia, tontura. Alteraes laboratoriais: alteraes das enzimas hepticas.

    Interaes medicamentosas: Dolassetrona x ziprasidona: aumento dos efeitos adversos (arrtmias). Mecanismo: efeito

    sinrgico. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade maior. Dolassetrona x cimetidina: a cimetidina inibe a metabolizao da dolasetrona. Ondanssetrona x rifampicina: a concentrao do ondansetro pode estar reduzida. Mecanismo: a

    rifampicina induz a metabolizao (CYP 3A4) da ondansetrona. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade moderada.

    ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES H1: DIMENIDRINATO (Dramin).

    Mecansimo: a ao antiemtica atribuda ao bloqueio central dos receptores H1 na rea postrena e nas estruturas subjacentes. Tambm possui ao antimuscarnicos, o que contribui para ao antiemtica.

    Ex: meclizina, cinarizina, ciclizina, dimenidrinato, prometazina, e difenildramina.

    Doses: Adultos: 50-100 mg de 4/4 h. Crianas: 1-1,5 mg/kg de 6/6 h.

    Contra indicao: gravidez (risco Lactao (pode inibir a produo do leite), glaucoma de ngulo fechado.

    Efeitos adversos: Distrbios laboratoriais: anemia, nusea. Distrbios cardacos: taquicardia, aumento da PA. Distrbios no SNC: confuso mental, cefalia, excitao, inquietao, viso borrada. Distrbios GI: constipao, diarria, ressecamento da boca, nariz, vmito. Distrbios dermatolgicos: coceira. Distrbios respiratrios: espessamento das secrees brnquicas.

    Interaes medicamentosas: Dimenidrinato x beta-bloqueadores (carvedilol, labetolol, metoprolol, propranol, timol): o

    dimenidrinato inibe a metabolizao (CYP 2D6) dos beta-bloqueadores. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade moderada.

  • Farmacoterapia de transtornos gastrointestinais

    19 ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES DA DOPAMINA: ALIZAPRIDA (Superan). BROMOPRIDA (Plamet). DOMPERIDONA (Motilium). METOCLOPRAMIDA (Plasil). METOCLOPRAMIDA (Plasil)

    Mecanismo: So antagonistas dos receptores D2 a nvel central. A metoclopramida aumenta o tnus esofgico, as contraes pilricas e a velocidade de esvaziamento gstrico e duodenal (ao pr-cintica perifrica). Alm disso, pode reduzir os impulsos aferentes de focos emticos para o crebro, por exemplo, da mucosa gstrica e intestinal, onde bloqueia os receptores 5-HT3 aferentes vagais.

    A domperidona no atravessa a barreira hematoenceflica e isenta de efeitos colaterais centrais. A metoclopramida bloqueia os receptores de dopamina em outras partes do SNC, resultando em efeitos colaterais como distrbios do movimento, fadiga, agitao motora, torcicolo espasmdico e crise giro-ocular (movimentos involuntrios rpidos dos olhos).

    Farmacocintica: Rapidamente e bem absorvida. Meia vida: 2-6 horas. Pequena metabolizao heptica. No atravessa a barreira hematoenceflica. Excretada na urina e leite.

    Doses: adulto: 0,5 mgkg de 4-8 horas, dependendo da resposta. Crianas acima de 6 anos: 0,5 mg/kg divididos em 3-4 tomadas, por via oral.

    Crianas abaixo de 6 anos: 0,1 mg/kg numa nica dose.

    Como se usa: meia hora antes das refeies.

    Contra indicao: gravidez (risco ), lactao, recm nascidos, doena de Parkinson, insuficincia renal e heptica, obstruo ou perfurao intestinal, hemorragia gastrointestinais.

    Efeitos adversos: Distsbios no SNC: sonolncia, depresso, cefalia, confuso mental, epilepsia. Distrbios GI: diarria, boca seca, astenia, Distrbios musculoesquelticos: a metoclopramida provoca reaes extrapiramidais em crianas

    e idosos, coceira, fadiga, inquitao, nusea, sedao. A domperidona provoca menos reaes extrapiramidais do que a metoclopramida.

    Distrbios sexuais: ginecomastia em tratamento prolongado, diminuio do desejo sexual. A metoclopramida estimula a produo de prolactina.

    Interaes medicamentosas: Metoclopramida x levodopa: efeito antagnico. Mecanismo: a metoclopramida um

    antidopaminrgico. Substituir a metoclopramida. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade moderada.

    Metoclopramida x cimetidina: o efeito da cimetidina pode estar reduzido. Mecanismo: a metoclopramida acelera o esvaziamento gstrico e com isso diminui a absoro da cimetidina. Administrar os medicamentos com intervalo de +/- 2 horas. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade menor.

    Metoclopramida x digoxina: reduo do efeito da digoxina. Mecanismo: a metoclopramida diminui a absoro da digoxina. Monitorar a funo cardaca e ajustar a dose da digoxina. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade moderada.

    Metoclopramida x lcool: o efeito do lcool pode estar aumentado. Mecanismo: metoclopramida acelera o esvaziamento gstrico e com isso aumentando a absoro do lcool. Esta interao ocorre rapidamente e com gravidade moderada.

  • Farmacoterapia de transtornos gastrointestinais

    20

    Metoclopramida x tacrolimus: aumento do efeito imunosupressor do tacrolimus. Mecanismo: a metoclopramida acelera o esvaziamento gstrico e com isso aumenta a absoro do tacrolimus. Monitorar a funo cardaca e ajustar a dose da digoxina. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade moderada.

    BROMOPRIDA (Plamet)

    Doses: adulto: 10 mg de 4-8 horas, dependendo da resposta, antes das refeies. Crianas: 0,5 mg/kg/dia divididos em 3-4 tomadas, por via oral.

    Como se usa: meia hora antes das refeies.

    Efeitos adversos, contra-indicaes e interaes medicamentosas: ver as da metoclopramida

    DOMPERIDONA (Motilium)

    Farmacocintica: Bem absorvida. Meia vida: 7 horas. Metabolizao heptica. No atravessa a barreira hematoenceflica. Excretada na bile.

    Doses: adulto: 20-40 mg de 4-8 horas, dependendo da resposta, antes das refeies. Crianas: 0,3 mg/kg divididos em 3-4 tomadas, por via oral.

    Como se usa: meia hora antes das refeies.

    Contra indicao, efeitos adversos: as mesmas da metoclopramida.

    Interaes medicamentosas: ver as da metoclopramida. Domperidona: a absoro da domperidona reduzida pela presena de alimentos, anticidos e

    antagonistas histamnicos (H2).

    DIARRIA AGUDA: se caracteriza por um aumento no teor de gua eliminada em conjunto com o bolo fecal. Pode ser aguda, persistente ou crnica, sendo que a diarria aguda apresenta um quadro de durao limitada a algumas horas ou poucos dias (menos de 7 dias); a diarria persistente se inicia de modo agudo e apresenta durao maior do que a habitual (at 14 dias) e geralmente com etiologia infecciosa. A diarria crnica caracteriza-se por mais de 30 dias ou no mnimo 3 episdios de diarria aguda em 60 dias. Pode ser provocada por:

    a- VIRUS (rotavirus): autolimitada com durao de at 1 semana. Os virus estimulam a secreo intestinal, levando a um grande nmero de evacuaes lquidas. O tratamento inicial sintomtico, com hidratao, antitrmico e, se necessrio, antiemticos e antiespasmdicos.

    b- BACTERIANAS: a bactria pode provocar diarria pelo efeito direto no intestino ou por elaborao de uma toxina que produz disfuno intestinal. A bactria invasiva adere s bordas rugosas das clulas intestinais e secretam enterotoxinas que provocam inflamao e destruio tecidual, com diarria sanguinolenta, de volume relativamente pequeno (Shigella sp, Escherichia coli, Salmonella sp, Campylobacter jejuni, Yersinia). As bactrias enterotoxignicas aderentes no invasivas produzem toxinas que aumentam o AMPc e resulta em uma secreo macia de Cl- seguida pela secreo de gua e Na+ (Escherichia coli, Salmonella enteritidis, Cholera). As enterotoxinas aumentam a atividade das prostaglandinas. As fezes apresentam muco, sangue com clica abdominal e vmito. A diarria induzida por toxinas, associada com vmitos, inicia dentro de 6 horas aps a ingesto de alimento contaminado, por outro lado a diarria provocada por bactrias no invasivas comea por 12-24 horas..

  • Farmacoterapia de transtornos gastrointestinais

    21

    A diarria deve ter diagnstico preciso, principalmente em pacientes imunocomprometidos. O tratamento feito com antibiticos e sintomaticamente com antiemticos, hidratao oral, antitrmicos.

    Pode ser utilizados antibiticos como ampicilia, sulfametoxazol + trimetoprina, cloranfenicol, quinolonas (principalmente a ciprofloxacina por 3 dias).

    c- PARASITRIAS: o quadro semelhante a bacteriana, porm tende a apresentar evoluo mais arrastada, provocada por Giardia lamblia, Entamoeba histolytica e estrongiloidase. O tratamento sintomtico e com antiprotozorios como metronidazol (por 5 dias), tinidazol ou secnidazol (em dose nica).

    d- PS-ANTIBIOTICOTERAPIA: acontece quando h seleo de flora e consequente crescimento bacteriano, principalmente por anaerbios, que desconjugam os sais biliares, os quais, deixando de serem absorvidos, levam a um aumento da motilidade e de secrees colnicas. Os sintomas podem variar como dor, distenso abdominal e toxemia, quando se deve suspeitar de colite pseudo-membranosa por Clostridium difficile.

    A reposio da flora pode ser feita com Saccharomyces boulardii (Floratil), Lactobacillus acidophilus (Leiba).

    e- MEDICAMENTOS: laxantes, anticidos base de magnsio, eritromicina, ampicilina, metoclopramida, teofilina, indometacina, ferro, propranolol, digitlicos, colchicina, antineoplsicos, metildopa, cefalosporinas, furosemida, parassimpatomimticos.

    f- CLERA: transmisso oro-fecal, pela ingesto de gua, peixes, moluscos contaminados. A diarria intensa, com desequilbrio eletroltico, podendo ser fatal. O tratamento consiste em antibiticos e reposio de lquidos, correo da acidose e da hipocalemia.

    g- FATORES PSICOLGICOS.

    h- OUTRAS CAUSAS: a diarria aguda pode ser o primeiro sintoma de uma doena crnica como: doenas inflamatrias intestinais, neoplasias, endocrinopatias, pancreatite crnica, HIV. Nos pacientes HIV-positivos pode ser provocada por Cytomegalovirus, Cryptosporidium, Isospora belli, Herpes, Neisseria gonorrhoea, Chlamydia trachomatis, Treponema pallidum e fungos.

    TRATAMENTO DA DIARRIA AGUDA Podem ser: a- Especficos: so aqueles que atuam sobre os microorganismos que causam a diarria; b- Inespecficos: so usados para aliviar os sintomas da diarria. Podem prolongar a diarria,

    mascarar a desidratao, perfurar o intestino ou produzir intoxicao.

    DIARRIA CRNICA: intolerncia lactose: resulta de uma deficincia total ou parcial da enzima lactase da mucosa intestinal. O carboidrato no absorvido exerce um efeito osmtico que puxa gua para dentro do lmen intestinal, provocando diarria, aumento de gases, distenso e clicas abdominais. Outras doenas que causam diarria crnica: colite ulcerativa, cncer de clon, doena de Crohn.

    TRATAMENTO: especfico para cada tipo de diarria.

    TRATAMENTO DA DIARRIA

    DIFENOXILATO (Lomotil).

    Mecanismo de ao: inibe a peristalse por efeito direto sobre as terminaes nervosas e reduo da secreo gastrointestinal por inativao da calmodulina (protena reguladora dependente de clcio).

    Farmacocintica: Bem absorvido. Metabolizao heptica dando metablito ativo (difenoxina). Meia vida do difenoxina: 12-24 horas. Incio de ao: 1 hora. Excretado no leite e fezes.

  • Farmacoterapia de transtornos gastrointestinais

    22

    Doses: 5 mg de 6/6 horas.

    Contra indicao: Gravidez (risco C), lactao, dano heptico. Diarria aguda por Salmonella, Shigella, Entamoeba hystolitica, colite pseudo-membranosa

    provocado por antibitico, doena de Crohn, colite ulcerativa aguda. Criana com menos de 12 anos.

    Efeitos adversos: Distrbios GI: nusea, vmito, obstruo intestinal, ressecamento da boca e membranas,

    distenso abdominal, anorexia, megacolon txico, leo paraltico. Distrbios no SNC: sonolncia, tontura, euforia, letargia, depresso mental. Doses txicas pode

    causar depresso respiratria, constipao, depresso, falta de apetite. Distrbios cardiovasculares: taquicardia.

    Interaes medicamentosas: Inibidores da MAO pode provocar crise antihipertensiva. Carvo ativado x anticonvulsivantes (cido valprico, carbamazepina, clonazepam, etosuximida,

    fenitona, fenobarbital, primidona), antidepressivos tricclicos (amitriptilina, clorimipramina, imipramina, maprotilina, nortriptilina), neurolpticos (clorpromazina, haloperidol, levopromazina, sulpiride): o carvo ativado diminui em 90% a concentrao destes medicamentos por inibio do ciclo ntero-heptico.

    Pode ter sua ao aumentada por anticolinrgicos ou com ao anticolinrgica.

    LOPERAMIDA (Imosec).

    Mecanismo de ao: semelhante ao difenoxilato.

    Farmacocintica: Pouco absorvida (40%). Ligao s protenas plasmticas (97%). Metabolizao heptica. No passa a barreira hematoenceflica. Meia vida: 9-14 horas. Excreo nas fezes (90%) e urina.

    Doses: adulto: 2 a 4 mg de 6/6 horas.

    Contra indicao: as mesmas do difenoxilato.

    Interaes medicamentosas: Loperamida x colestiramina: o efeito da loperamida pode estar reduzido. Mecanismo: ?. No

    requer interveno. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade menor. Loperamida x inibidores da protease (saquinavir): o efeito do saquinavir pode estar diminudo.

    Mecanismo: reduo da absoro do saquinavir. Monitorar o paciente. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade moderada.

    Loperamida x ritonavir: a concentrao da loperamida est aumentada. Mecanismo: o ritonavir inibe a metabolizao (CYP 3A4) da loperamida. Reduzir a dose da loperamida. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade menor.

    CONSTIPAO: o controle da motilidade gastrocolnica normal envolve o sistema nervoso entrico e os hormnios gastrointestinais. Inmeras so as causas de constipao, mas em ltima anlise esta condio resultante da inexistncia de contraes propagadoras no clon, que pode estar associada com

  • Farmacoterapia de transtornos gastrointestinais

    23 reduo ou aumento de contraes segmentadas. A defecao normal de fezes formadas pode variar de 3 vezes ao dia at uma vez a cada 3 dias.

    A constipao pode ser dividida em funcional ou orgnica: CONSTIPAO FUNCIONAL: origina de vrios fatores como erros alimentares, hbitos

    sedentrios, desvios de posturas e indivduos que no possuem regularidade de horrio para seu esvaziamento intestinal, com negao do reflexo de evacuao o que pode, ao longo dos anos, levar perda deste reflexo.

    CONSTIPAO ORGNICA: vrias doenas podem acompanhar de constipao intestinal, pelo comprometimento neurolgico e/ou muscular que as caracteriza.

    FUNCIONAIS Fatores dietticos: baixo teor de resduos Distrbios da motilidade: inrcia colnica ou espasmo (sndrome do intestino irritvel) Sedentarismo Erros alimentares Falta de regularidade de horrio para esvaziamento intestinal com negao do reflexo de evacuao

    ANORMALIDADES ESTRUTURAIS Patologias anorretais: fissuras, hemorridas Estenoses Tumores

    MIOPPATIAS Amiloidose Dermatomiosite Esclerodermia Distrofia muscular

    NEUROGNICAS Esclerose mltipla Neuropatia autonmica Parkinson Trauma crnio enceflico Tumores da medula espinhal

    DROGAS Anticidos: com alumnio e clcio Anticolinrgicos Antidepressivos Anticonvulsivantes Bloqueadores dos canais de clcio Colestiramina Diurticos Opicios Simpatomimticos

    ENDRCRINAS/METABLICAS Diabetes Feocromocitona Gestao Hipercalcemia Hipocalemia Hipotiroidismo Hiperparatiroidismo

    TRATAMENTO DA CONSTIPAO:

    1) ORIENTAO DIETTICA: preconiza a correo alimentar com alimentos ricos em fibras (25-30 g/dia), maior volume de gua (1,5 l/dia), refeies com horrios regulares e uma primeira refeio reforada.

    2) RESPEITO AO REFLEXO DE EVACUAO: e tambm determinar um horrio para ir ao banheiro, o que auxiliar na reeducao do reflexo gastroclico.

    3) TRATAMENTO MEDICAMENTOSO:

    a- LAXATIVOS DE MASSA: agar, psylium ou plantago, farelo, goma, metilcelulose (Trifibra Mix, Metamucil).

    Mecanismo de ao: absorvem a gua e sofre expanso, provocando aumento de volume das fezes, aumentando a motilidade peristltica. Podem levar alguns dias para fazer efeito. Na fase inicial do tratamento pode flatulncia, distenso abdominal e dor abdominal.

  • Farmacoterapia de transtornos gastrointestinais

    24

    Como se usa: devem ser tomados com substancial quantidade de lquidos para evitar impactao e obstruo intestinal

    POLICARBOFILA (Muvinor). MACROGOL 3350 (Muvinlax).

    Mecanismo de ao: fibras inertes com capacidade hidroflica. No absorvido.

    Como se usa: devem ser tomados com substancial quantidade de lquidos

    b- LAXANTES EMOLIENTES: leo mineral (Nujol): possuem ao lubrificante tanto da parede intestinal quanto do bolo fecal facilitando sua passagem pela luz colnica. indigervel e pouco absorvido. Incio de ao: 6-8 horas.

    No se recomenda seu uso para idosos e crianas devido a possibilidade de aspirao de gotculas de leo que pode produzir pneumonia lipdica

    Pode diminuir a absoro de alimentos, vitaminas lipossolveis e medicamentos.

    Como se usa: administrar ao deitar.

    Contra-indicao: gravidez (risco C).

    Interaes medicamentosas: leo mineral x anticoagulante (varfarina): a concentrao do anticoagulante pode estar

    reduzida. Mecanismo: ?. No recomendado usar laxante. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade maior.

    leo mineral x vitamina A e vitamina K: a concentrao das vitaminas pode estar reduzida. Mecanismo: reduo da absoro. Administar os medicamentos com 2-4 horas de intervalo. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade menor.

    c- MEDICAMENTOS PROCINTICOS: medicamentos que atuam sobre os receptores da serotonina (5-HT4), produzindo uma inibio da sensibilidade visceral e estimula os reflexos peristlticos e da secreo intestinal. Exerce atividade pr-cintica gastrointestinal, acelerao do esvaziamento gstrico e do trnsito intestinal. Diminue o refluxo ps-prandial e aumenta a freqncia de eliminao do bolo fecal e da sua consistncia.

    TEGASERODE (Zelmac).

    Farmacocintica: Rapidamente absorvido. Ligao s protenas plasmticas (98%). Meia vida: 11 horas. Sofre hidrlise pr-sistmica catalisada pela acidez gstrica. Excreo renal.

    Doses: 6 mg/2x ao dia.

    Como se usa: a administrao com alimento reduz a absoro.

    Contra indicaes: Gravidez (risco B), lactao, insuficincia renal e heptica.

    Efeitos adversos: Distrbios GI: nusea, dor abdominal, diarria, flatulncia, dispepsia, vmitos, constipao. Distrbios no SNC: cefalia, angstia, insnia, fadiga. Distrbios msculoesquelticas: mialgia, artropatia. Outros: dismenorria.

  • Farmacoterapia de transtornos gastrointestinais

    25 d- ESTIMULANTES DE CONTATO OU IRRITANTES: aumentam a motilidade colnica por

    irritao e/ou estmulos dos plexos dos nervos intramurais. No devem ser ministrados por perodos prolongados, pois podem causar melanose colnica, degenerao neural do colo, sndrome do colo preguioso e distrbios hidreletrolticos. Incio de ao: 6-8 horas.

    Ex: CSCARA SAGRADA ou Cssia fistula (Naturetti, Tamarine): estimula o sistema

    neuroentrico e alteram o equilbrio hdrico da parede intestinal para promover a motilidade propulsiva.

    SENE ou Cassia angustiflia (Agiolax, Laxtan, Naturetti, Tamarine): O uso prolongado destes laxativos pode levar ao desenvolvimento de um clon catrtico com reduo da motilidade propagativa, dilatao e exacerbao de uma doena de base; pode danificar o sistema nervoso entrico ou provocar um desequilbrio eletroltico. Estimulam a sntese de PGs, AMPc, polipeptdeos intestinal vasoativo e colecistocinina, o que pode levar a um desequilbrio hdrico e da motilidade.

    Contra-indicaes: Gravidez (risco C), lactao, apendicite, colopatia inflamatria, crianas, desidratao, dor abdominal, nusea, vmito, obstruo intestinal, sangramento intestinal no diagnosticado.

    Efeitos adversos: Alterao da cor da urina e fezes, alteraes metablicas, clica abdominal, dependncia laxativa, diarria, falta de apetite, m absoro de nutrientes, vmito.

    BISACODIL (Dulcolax, Lacto-Purga). Associao (Humectol D).

    Mecanismo de ao: As enzimas intestinais e bacterianas o convertem na forma ativa. eliminado pela urina e bile. Pode causar clica abdominal.

    Doses: adulto: 10 mg/dia. Criana: 5 mg/dia.

    Como se usa: deve ser administrado sem mastigar as drgeas.

    Interaes medicamentosas: Bisacodil x antagonistas H2 (ranitidina): a biodisponibilidade do bisacodil pode estar reduzida.

    Mecanismo: reduo da absoro. Administrar os medicamentos com intervalo de 2 horas. Monitorar o paciente. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade menor.

    DOCUSATO SDICO (Humectol D). Pode provocar diarria e hepatotxico.

    Mecanismo de ao: exerce ao detergente, facilitando a penetrao da gua no bolo fecal.

    Doses: adulto: 60-240 mg/dia. Criana acima de 6 anos: 30-120 mg/dia.

    Como se usa: deve ser administrado com um copo de gua, aps as refeies. Incio de ao: 1-2 dias.

    PICOSSULFATO SDICO (Gutalax).

    Mecanismo de ao: semelhante ao bisacodil.

    Doses: adulto: 5-10 gotas/dia. Criana: 2-5 gotas/dia. Incio da ao: 6-10 horas.

    Como se usa: deve ser administrado diludo com um pouco de gua.

    LEO DE RCINO ou Ricinus communis (Laxol).

  • Farmacoterapia de transtornos gastrointestinais

    26 Mecanismo de ao: no intestino o leo hidrolisado a glicerol e cido ricinoleico. Este estimula o

    peristaltismo.

    Doses: adulto: 15-60 ml/dia. Incio de ao: 1-6 horas.

    Como se usa: administrar com o estmago vazio.

    Contra-indicaes: gravidez, obstruo intestinal.

    Efeitos adversos: Clica abdominal, dependncia laxativa, falta de apetite, nusea, vmito.

    e- LAXATIVOS SALINOS: sorbitol, sais de sdio e magnsio, lactulose (Lactulona).

    Mecanismo de ao: atravs da presso osmtica aumentam o volume dos fluidos dos intestino delgado e grosso e como resultado aumentam a motilidade peristltica.

    A lactulose (Lactulona), um acar no absorvvel, passa inalterada para o clon, degradada pelas bactrias em cidos lctico e actico, que aumentam osmoticamente o volume do fluido e reduzem o pH. O Mg++ tambm aumenta a sntese de colecistocinina, que aumenta a motilidade do clon e a secreo de lquidos para o lmen.

    Incio de ao: 6-12 horas.

    Como se usa: administrar com bastante lquido junto com o alimento. A lactulose a absoro da vitamina A, D, E, K, biotina,

    PARASITOSES INTESTINAIS:

    1) ASCARIDASE (Ascaris lumbricoides). O ciclo de vida do scaris lembra o do Trichuris, exceto por uma fase de

    migrao de larvas atravs do pulmo. A contaminao ocorre atravs de alimentos e gua contaminados com ovos contendo larvas e hbitos de higiene inadequados. As larvas migram atravs da parede do intestino delgado e levada pelos linfticos e corrente sangunea para os pulmes. A ela entra em um alvolo, ascende pelo trato respiratrio e engolida. A larva amadurece no jejuno e se torna verme adulto. A doena pode ser provocada tanto pela migrao da larva atravs dos pulmes quanto pela presena do verme adulto no intestino. Pode resultar em malabsoro com cargas pesadas de vermes.

    SINTOMAS: febre, tosse, sibilos, eosinofilia e infiltrados pulmonares migratrios podem estar presentes durantes a fase de migrao larvria atravs dos pulmes. A infeco intestinal pode provocar clica abdominal e mais raramente, obstruo intestinal, do apndice, dos ductos biliar ou pancretico. O verme adulto pode ser eliminado nas fezes ou vmitos e as larvas podem ser encontradas no escarro durante a fase pulmonar.

    TRATAMENTO:

    a) ALBENDAZOL (Alin, Parasin, Zentel, Zolben) Ativo contra ancilostomase, ascaridase, cisticercose, enterobase, estrongiloidase, tenase,

    tricurase, giardicida. vermicida, larvicida e ovicida, atua degenerando estruturas do citoplasma (microtbulos). So contra indicado para grvidas.

    Doses: adultos e crianas com mais de 2 anos: 400 mg, em dose nica.

    Como se usa: os comprimidos podem ser engolidos inteiros, mastigados ou triturados com comida. Se no houver cura, um segundo tratamento pode ser feito aps 2-3 semanas, nas mesmas doses.

  • Farmacoterapia de transtornos gastrointestinais

    27

    Contra indicao: gravidez (categoria C), lactao, crianas abaixo de 2 anos.

    Efeitos adversos: boca seca, coceira, dor epigstrica, diarria, nusea, vmito, tontura.

    b) MEBENDAZOL (Necamin, Panfugan, Pantelmin) Ativo contra ancilostomase, ascaridase, enterobase, estrongiloidase, tricurase. Vermicida e

    ovicida.

    Doses: adultos e crianas acima de 2 anos: 100 mg/2x dia por 3 dias. Repetir o tratamento aps 2 a 3 semanas.

    Como se usa: O medicamento pode ser ingerido com gua, inteiro, mastigado ou dissolvido.

    Contra indicao: gravidez (categoria C), lactao.

    Efeitos adversos: dor epigstrica, diarria, febre, nusea, exantema.

    Interaes medicamentosas: Mebendazol x carbamazepina e fenitona: reduo da concentrao plasmtica do mebendazol.

    Mecanismo: ?. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade moderada.

    c) LEVAMISOL (Ascaridil) Ativo contra ascaridase, ancilostomase.

    Doses: adultos e crianas acima de 7 anos: 150 mg em dose nica. Crianas de 1 a 7 anos: 80 mg em dose nica. Menores de 1 ano: 40 mg, em qualquer horrio.

    Contra indicao: gravidez (risco C), lactao, insuficincia heptica e renal, discrasia sanguinea.

    Efeitos adversos: nusea, vmito, dor abdominal, tontura, cefalia.

    Interaes medicamentosas: Levamisol x anticoagulante (varfarina): o efeito do anticoagulante pode estar aumentado.

    Mecanismo: ?. Monitorar o paciente e ajustar a dose do anticoagulante. Esta interao ocorre lentamente e com gravidade moderada.

    2) ANCILOSTOMASE (Ancylostoma duodenale ou Necator americanus). Os ovos embrionados so eliminados nas fezes, desenvolve-se no solo depois de

    um perodo de incubao de 1-2 dias e liberam uma larva de vida livre que, poucos dias depois, se torna infectante para o homem. A larva penetra na pele do homem, atinge o pulmo atravs dos linfticos e sangue, ascende no trato respiratrio, deglutida e aproximadamente uma semana depois da penetrao na pele, atinge o intestino. Adere-se atravs de sua boca mucosa da poro superior do intestino delgado e suga sangue.

    SINTOMAS: no local de penetrao da larva pode ocorrer uma erupo maculopapular pruriginosa. A migrao pulmonar das larvas provoca sintomas pulmonares semelhantes aos da scaris. Os vermes adultos provocam dor epigstrica, insuficincia cardaca e anemia ferropriva e hipoalbuminemia.

    TRATAMENTO: igual ao da ascaridase e deve ser feito a reposio de ferro.

    3) TRICHURASE (Trichuris thichiura). A infeco resulta da ingesto de ovos embrionados que

    foram incubados no solo durante 2-3 semanas. A larva atinge o intestino delgado, migra para o clon e penetra sua cabea na mucosa crescendo at atingir 4 cm. As fmeas maduras produzem

  • Farmacoterapia de transtornos gastrointestinais

    28 5000 ovos por dia, que so eliminados nas fezes.

    SINTOMAS: apenas as infeces intensas provocam sintomas (dor abdominal e diarria). Infeces intensas provocam perda intestinal de sangue, anemia, perda de peso, apendicite e prolapso retal em crianas.

    TRATAMENTO: igual ao da ascaridase.

    4) TENASE (Taenia saginata (gado) e Taenia solium (porco). O verme adulto habita o trato intestinal humano. Os proglotes grvidos so eliminados com as fezes e

    ingeridos pelos animais. Os ovos eclodem no hospedeiro, invade a parede intestinal e so transportados pela corrente sanguinea aos msculos estriados, onde se encistam (estgio cisticerco). O homem infectado pela ingesto dos cisticercos pela carne crua ou mal cozida. Ou ingerindo os ovos diretamente ou pela regurgitao de proglotes grvidos, a partir do intestino para o estmago, onde os embries so liberados, penetram na parede intestinal e so transportados ao tecido subcutneo, msculo, vsceras e SNC.

    SINTOMAS: a infeco geralmente assintomtica. Pode ocorrer dor epigstrica, diarria, perda de peso, dores musculares, fraqueza, febre, e se for acometido o SNC, meningite ou epilepsia.

  • Farmacoterapia de transtornos gastrointestinais

    29 TRATAMENTO:

    a) PRAZIQUANTEL (Cestox, Cisticid): Tambm pode ser utilizado na cisticercose e estrongiloidase. Ocorre paralisia do verme que morto por fagcitos.

    Mecanismo de ao: inibe a bomba Na+, K+, aumentando a permeabilidade da membrana ao clcio, que leva intensificao da atividade muscular, seguida por contrao e paralisia espstica.

    Excretado no leite e urina.

    Dose: adultos: 600 mg em dose nica. Crianas de 6-12 anos: 300 mg em dose nica. Crianas de 2-6 anos: 150 mg em dose nica.

    Como se usa: com laxante salino (sulfato de magnsio ou outro) 1-2 h aps a tomada do medicamento.

    Contra-indicao: gravidez (risco B) e lactao.

    Efeitos colatera