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1 INTERA INTERAÇÕES ÕES MEDICAMENTOSAS MEDICAMENTOSAS Ministrantes: Farm. Ms. Carlos José Augusto Junior Farmacêutico - SFM - ACCG Especialista em Farmácia Clínica Mestre em Ciências da Saúde Farm. Esp. Núbia de Lourdes Oliveira Mota Chefe Setor de Farmácia - SFM - ACCG Especialista em Farmácia Hospitalar Mestranda em Ciências da Saúde Farm. Esp. Eterno Ribeiro Farmacêutico –SFM – ACCG Especialista em Farmácia Hospitalar Oncológico PUC-GO Farm. Andressa Maciel Dias Estagiária -SFM - ACCG OBJETIVOS OBJETIVOS Relevância do tema na pr Relevância do tema na prática cl tica clí nica; nica; Importância dos conhecimentos de farmacologia na Importância dos conhecimentos de farmacologia na escolha da terapia medicamentosa; escolha da terapia medicamentosa; Conceituar a intera Conceituar a interação medicamentosa; ão medicamentosa; Classifica Classificação das intera ão das interações medicamentosas; ões medicamentosas; Fatores que favorecem o aparecimento de intera Fatores que favorecem o aparecimento de interações ões medicamentosas; medicamentosas; Intera Interações medicamentosas comuns na terapêutica; ões medicamentosas comuns na terapêutica; INTRODU INTRODUÇÃO ÃO O conhecimento das propriedades b O conhecimento das propriedades sicas dos sicas dos rmacos e de sua a rmacos e de sua ação ão farmacol farmacológica gica é de de fundamental importância para a realiza fundamental importância para a realização de uma ão de uma terapêutica adequada, considerando que o corpo terapêutica adequada, considerando que o corpo humano humano é um sistema complexo formado por uma um sistema complexo formado por uma infinidade de substâncias que fatalmente entrarão em infinidade de substâncias que fatalmente entrarão em contato com os f contato com os fármacos ingeridos. rmacos ingeridos. INTRODU INTRODUÇÃO ÃO Al Além disso, m disso, é preciso estar ciente da forma de a preciso estar ciente da forma de ação dos ão dos rmacos envolvidos na terapêutica para se evitar rmacos envolvidos na terapêutica para se evitar intera interações prejudiciais e poss ões prejudiciais e possíveis efeitos adversos das veis efeitos adversos das drogas aumentando os riscos ao paciente. drogas aumentando os riscos ao paciente. CONCEITO CONCEITO Interação medicamentosa: influência rec influência recíproca de um proca de um medicamento sobre outra substância. medicamento sobre outra substância. Quando um medicamento Quando um medicamento é administrado isoladamente, administrado isoladamente, produz um determinado efeito. produz um determinado efeito. Se associado a outro medicamento, alimentos ou a outras Se associado a outro medicamento, alimentos ou a outras substâncias pode ocorrer um efeito diferente, substâncias pode ocorrer um efeito diferente, caracterizando intera caracterizando interação. ão. As Intera As Interações medicamentosas oscilam de 3 a 5% para ões medicamentosas oscilam de 3 a 5% para pacientes que usam v pacientes que usam vários medicamentos. rios medicamentos. Quando ocorre uma intera Quando ocorre uma interação farmacol ão farmacológica entre duas ou gica entre duas ou mais drogas, pode ocorrer a interferência de uma das drogas mais drogas, pode ocorrer a interferência de uma das drogas sobre as outras, alterando o efeito esperado. sobre as outras, alterando o efeito esperado. Resultado de uma intera Resultado de uma interação: sinergismo de a ão: sinergismo de ação ou ão ou antagonismo parcial ou total destes efeitos. antagonismo parcial ou total destes efeitos.

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Page 1: INTERA ÇÕES MEDICAMENTOSAS - ACCG...1 INTERA ÇÕES MEDICAMENTOSAS Ministrantes: Farm. Ms. Carlos JoséAugusto Junior Farmacêutico -SFM -ACCG Especialista em Farmácia Clínica

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INTERAINTERAÇÇÕES ÕES MEDICAMENTOSASMEDICAMENTOSAS

Ministrantes: Farm. Ms. Carlos José Augusto Junior

Farmacêutico - SFM - ACCG

Especialista em Farmácia Clínica

Mestre em Ciências da Saúde

Farm. Esp. Núbia de Lourdes Oliveira MotaChefe Setor de Farmácia - SFM - ACCG

Especialista em Farmácia Hospitalar

Mestranda em Ciências da Saúde

Farm. Esp. Eterno RibeiroFarmacêutico –SFM – ACCG

Especialista em Farmácia Hospitalar Oncológico PUC-GO

Farm. Andressa Maciel DiasEstagiária -SFM - ACCG

OBJETIVOSOBJETIVOS

•• Relevância do tema na prRelevância do tema na práática cltica clíínica;nica;•• Importância dos conhecimentos de farmacologia na Importância dos conhecimentos de farmacologia na escolha da terapia medicamentosa;escolha da terapia medicamentosa;

•• Conceituar a interaConceituar a interaçção medicamentosa;ão medicamentosa;•• ClassificaClassificaçção das interaão das interaçções medicamentosas;ões medicamentosas;

•• Fatores que favorecem o aparecimento de interaFatores que favorecem o aparecimento de interaçções ões medicamentosas;medicamentosas;

•• InteraInteraçções medicamentosas comuns na terapêutica;ões medicamentosas comuns na terapêutica;

INTRODUINTRODUÇÇÃOÃO

•• O conhecimento das propriedades bO conhecimento das propriedades báásicas dos sicas dos

ffáármacos e de sua armacos e de sua aççãoão farmacolfarmacolóógica gica éé de de

fundamental importância para a realizafundamental importância para a realizaçção de uma ão de uma

terapêutica adequada, considerando que o corpo terapêutica adequada, considerando que o corpo

humano humano éé um sistema complexo formado por uma um sistema complexo formado por uma

infinidade de substâncias que fatalmente entrarão em infinidade de substâncias que fatalmente entrarão em

contato com os fcontato com os fáármacos ingeridos. rmacos ingeridos.

INTRODUINTRODUÇÇÃOÃO

•• AlAléém disso, m disso, éé preciso estar ciente da forma de apreciso estar ciente da forma de açção dos ão dos

ffáármacos envolvidos na terapêutica para se evitar rmacos envolvidos na terapêutica para se evitar

interainteraçções prejudiciais e possões prejudiciais e possííveis efeitos adversos das veis efeitos adversos das

drogas aumentando os riscos ao paciente.drogas aumentando os riscos ao paciente.

CONCEITOCONCEITO

• Interação medicamentosa: influência recinfluência recííproca de um proca de um medicamento sobre outra substância. medicamento sobre outra substância.

Quando um medicamento Quando um medicamento éé administrado isoladamente, administrado isoladamente, produz um determinado efeito. produz um determinado efeito.

Se associado a outro medicamento, alimentos ou a outras Se associado a outro medicamento, alimentos ou a outras substâncias pode ocorrer um efeito diferente, substâncias pode ocorrer um efeito diferente, caracterizando interacaracterizando interaçção. ão.

•• As InteraAs Interaçções medicamentosas oscilam de 3 a 5% para ões medicamentosas oscilam de 3 a 5% para pacientes que usam vpacientes que usam váários medicamentos.rios medicamentos.

•• Quando ocorre uma interaQuando ocorre uma interaçção farmacolão farmacolóógica entre duas ou gica entre duas ou mais drogas, pode ocorrer a interferência de uma das drogas mais drogas, pode ocorrer a interferência de uma das drogas sobre as outras, alterando o efeito esperado. sobre as outras, alterando o efeito esperado.

•• Resultado de uma interaResultado de uma interaçção: sinergismo de aão: sinergismo de açção ou ão ou antagonismo parcial ou total destes efeitos.antagonismo parcial ou total destes efeitos.

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•• InteraInteraçções medicamentosas podem apresentar efeitos ões medicamentosas podem apresentar efeitos benbenééficos para o organismo podendo ser utilizadas para ficos para o organismo podendo ser utilizadas para aumentar os efeitos terapêuticos ou reduzir a toxicidade aumentar os efeitos terapêuticos ou reduzir a toxicidade de um fde um fáármaco. rmaco.

–– Exemplo: Exemplo: o AAS e a o AAS e a DipironaDipirona; ;

•• Ou podem apresentar efeitos nocivos, diminuindo ou Ou podem apresentar efeitos nocivos, diminuindo ou eliminando a aeliminando a açção dos medicamentos. ão dos medicamentos.

–– Furosemida + Furosemida + FenitoFenitoíínana: diminui: diminuiçção do efeito da ão do efeito da furosemida apfurosemida apóós administras administraçção em conjunto com ão em conjunto com fenitofenitoíínana. .

–– Furosemida + AntibiFurosemida + Antibióóticos: ticos: a furosemida pode a furosemida pode potencializar os efeitos nocivos de fpotencializar os efeitos nocivos de fáármacos rmacos nefrotnefrotóóxicosxicos..

�� As interaAs interaçções medicamentosas são classificadas em ões medicamentosas são classificadas em dois tipos: dois tipos:

–– InteraInteraçções fões fíísicosico--ququíímicas;micas;

–– InteraInteraçções terapêuticas;ões terapêuticas;

•• InteraInteraçções fões fíísicosico--ququíímicasmicas: ocorrem fora do paciente. : ocorrem fora do paciente. Entre drogas diferentes podem ocorrer vEntre drogas diferentes podem ocorrer váárias rias incompatibilidades, que levam a reaincompatibilidades, que levam a reaçções quando estas ões quando estas são misturadas em infusão intravenosa, frascos ou são misturadas em infusão intravenosa, frascos ou seringas, podendo ocasionar inativaseringas, podendo ocasionar inativaçção dos fão dos fáármacos rmacos em questão. em questão.

–– Exemplo:Exemplo: AnfotericinaAnfotericina BB em Soluem Soluçção Fisiolão Fisiolóógica.gica.

•• InteraInteraçções terapêuticasões terapêuticas: Ocorrem dentro do paciente, : Ocorrem dentro do paciente,

apapóós a administras a administraçção do medicamento. Podem ser de ão do medicamento. Podem ser de

dois tipos:dois tipos:

–– FarmacocinFarmacocinééticas;ticas;

–– FarmacodinâmicasFarmacodinâmicas;;

•• As As interainteraçções farmacocinões farmacocinééticas: ticas: ocorrem durante ocorrem durante

os processos de absoros processos de absorçção, distribuião, distribuiçção, ão,

biotransformabiotransformaççãoão e excree excreçção dos fão dos fáármacos.rmacos.

–– Exemplo: Exemplo: cimetidinacimetidina, que inibe a , que inibe a biotransformabiotransformaççãoão

de de acetaminofenoacetaminofeno. .

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•• InteraInteraçções farmacodinâmicasões farmacodinâmicas ocorrem nos socorrem nos síítios tios de ade açção dos fão dos fáármacos, envolvendo os rmacos, envolvendo os mecanismosmecanismos pelos quais os efeitos farmacolpelos quais os efeitos farmacolóógicos gicos se processam. se processam. Este processo pode ser de dois tipos: Este processo pode ser de dois tipos:

–– InteraInteraçções farmacodinâmicas sinões farmacodinâmicas sinéérgicasrgicas (como (como ocorre com a aocorre com a açção analgão analgéésica de AAS e sica de AAS e DipironaDipironaou ou ParacetamolParacetamol e codee codeíína);na);

–– InteraInteraçções farmacodinâmicasões farmacodinâmicas antagônicasantagônicas(como ocorre com o (como ocorre com o NaloxoneNaloxone nos quadros de nos quadros de depressão respiratdepressão respiratóória causados pela morfina).ria causados pela morfina).

FATORES

PREDISPONENTES:

Nem sempre o efeito pode Nem sempre o efeito pode

ser visser visíível. Cada paciente vel. Cada paciente

reage reage àà conforme resposta conforme resposta

de seu organismo. de seu organismo.

�� Mais propensos:Mais propensos:

--Idosos; Idosos;

--Insuficientes renais; Insuficientes renais;

--HepHepááticos;ticos;

--CardCardííacos e respiratacos e respiratóórios;rios;

--HipotireoidismoHipotireoidismo;;

--Diabetes;Diabetes;

--Doentes de Câncer;Doentes de Câncer;

--Outras patologias. Outras patologias.

FATORES PREDISPONENTES:

�� Uma das principais causas de interaUma das principais causas de interaçções ões

medicamentosas atualmente medicamentosas atualmente éé a prescria prescriçção ão

simultânea de vsimultânea de váários medicamentos a um mesmo rios medicamentos a um mesmo

paciente, principalmente quando este se encontra paciente, principalmente quando este se encontra

internado. internado.

A autoA auto--medicamedicaçção, tambão, tambéém m éé um fator importante.um fator importante.

Exemplos de Interações Medicamentosas

•Tetraciclina + leite: formação de sal insolúvel, que precipita o fármaco impedindo absorção;

•O Hidróxido de Magnésio que reduz a absorção estomacal do pentobarbital.

Exemplos de Interações Medicamentosas

•Anticoagulantes orais: efeito reduzido por barbitúricos e rifampicina, pois estes últimos estimulam enzimas microssomaishepáticas relacionadas a biotransformação dos anticoagulantes;

•A cimetidina, inibe a biotransformação do paracetamol e dos beta-bloqueadores;

•A digoxina tem sua concentração plasmática aumentada em quase 2xquando é administrada simultaneamente com amiodarona.

Exemplos de Interações Medicamentosas

• A vitamina K inibe a resposta dos anticoagulantes orais;

•O álcool aumenta a ação antiagregante plaquetária da aspirina;

•Aumento do potencial para ototoxicidade, nefrotoxicidade e bloqueio neuromuscular no uso concomitante de aminoglicosídeos e furosemida, vancomicina, anfotericina B.

•Antiácidos contendo Al+3, Ca+2, Mg+2 reduzem a absorção de fluorquinolonas;

•Macrolídeos inibem ação bactericida de penicilinas e cefalosporinas.

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AlteraAlteraçção flora e ão flora e

↓↓↓↓↓↓↓↓absorabsorçção, ão, ↓↓↓↓↓↓↓↓efeito efeito

contraceptivocontraceptivo

Contraceptivos oraisContraceptivos oraisRifampicinaRifampicina, ,

ampicilinaampicilina, ,

tetraciclinastetraciclinas, sulfas, , sulfas,

cefalotinacefalotina, , cefalexinacefalexina

↑↑↑↑↑↑↑↑esvaziamento esvaziamento

ggáástricostrico

AcetaminofenoAcetaminofenoMetoclopramidaMetoclopramida

VasoconstriVasoconstriççãoão, , ↑↑↑↑↑↑↑↑AnestAnestéésicos locaissicos locaisAdrenalinaAdrenalina

QuelaQuelaççãoão, , ↓↓↓↓↓↓↓↓aaççãoãoTetraciclinaTetraciclinaSais Al, Ca, Mg e FeSais Al, Ca, Mg e Fe

MecanismoMecanismoAgente afetadoAgente afetadoAgente modificadorAgente modificador

Tabela de interações farmacocinéticas: absorção, biotransformação e excreção

InibiInibiçção enzimão enzimáática, tica,

↓↓↓↓↓↓↓↓ metabolismometabolismo

Propranolol, teofilina, Propranolol, teofilina,

fenobarbital, fenobarbital,

imipraminaimipramina

CimetidinaCimetidina

idemidemteofilinateofilinaFumoFumo

idemidemFenitoFenitoíínanaCarbamazepinaCarbamazepina

InduInduçção enzimão enzimáática, tica,

↑↑↑↑↑↑↑↑ metabolismometabolismo

WarfarinWarfarin, ,

antidepressivos antidepressivos

trictricííclicosclicos

BarbitBarbitúúricosricos

CONCLUSÃO

•Novos e importantes medicamentos para uso terapêutico estão sendo continuamente desenvolvidos porém suas interações somente serão descobertas através da observação e registro contínuo pelas equipes de saúde (médicos, enfermeiros, farmacêuticos, nutricionistas, técnicos, etc.)

CONCLUSÃOCONCLUSÃO

• Este acompanhamento deve ser atento e permanente no intuito de minimizar sempre os possíveis danos a saúde do paciente contribuindo assim para o aprimoramento dos serviços prestados.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRREFERÊNCIAS BIBLIOGRÁÁFICASFICAS

TRIPATHI, KD. Farmacologia MTRIPATHI, KD. Farmacologia Méédica. 5 ed. Guanabara dica. 5 ed. Guanabara KooganKoogan, 2006., 2006.

BACHMANN, K. A. Interações Medicamentosas. 2 ed. Manole, 2006.

SILVA, P. Farmacologia. 8 ed. Guanabara Koogan, 2010.