instituto português de oncologia do porto saúde acompanhamento · tratamento do doente em...

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26 Perspetivas Fevereiro 2016 Saúde Instituto Português de Oncologia do Porto Acompanhamento multidisciplinar caracteriza a ação do IPO-Porto O IPO-Porto tem por base o tra- tamento centrado no doente, nesse sentido o ambulatório está organi- zado por clínicas de diferentes pa- tologias, de modo a que todas as es- pecialidades que abordam as distin- tas vertentes do diagnóstico e tra- tamento do doente oncológico estejam centradas num único local. Esta organização proporciona maior conforto ao utente, respei- tando o seu espaço e permitindo que este encare e assimile a vivên- cia com os cuidados de saúde de “forma menos agressiva”, permi- tindo que se gere um ambiente, on- de os profissionais e os doentes convivam numa esfera mais reser- vada, facultando uma relação de maior proximidade. Em Portugal são detetados 4 mil no- vos casos de cancro do pulmão por ano, sendo que à Clínica do Pulmão, no IPO-Porto, são referenciados aproxi- madamente 400. Para dar resposta a todos os casos, nos seus diversos está- dios, a Clínica do Pulmão faz uma abordagem multidisciplinar. Nesse sentido, todo o corpo clínico está estruturado de modo a proporcio- nar o melhor acompanhamento em to- das as fases do processo de diagnóstico e tratamento. Dentro da ação da Clínica do Pul- mão está integrada a Cirurgia Toráci- ca; a Pneumologia, a Oncologia Médi- ca, responsável pelo tratamento médi- co; e a Radio Oncologia que abordam o tratamento do doente em Consulta de Grupo Multidisciplinar. Tem também assistentes sociais, psicólogos, psiquia- tras que prestam todo o apoio necessá- rio para que o doente conviva da me- lhor forma com a sua situação. A equi- pa é igualmente composta por profis- sionais de enfermagem que operam tanto na componente das técnicas, co- mo nas consultas médicas e medidas auxiliares, servindo de apoio à equipa médica. O Serviço de Radioterapia do IPO- -Porto está dotado dos melhores equi- pamentos e proporciona aos doentes as técnicas de tratamento mais adequadas e inovadoras nesta área. No decurso da sua apresentação, Marta Soares salienta igualmente a importância da consulta de cessação tabágica: “A todos os doentes fumado- res, numa primeira consulta, é-lhes proposto a presença em consultas de apoio que os auxiliem na tentativa de deixar de fumar”, refere a especialista. Cancro do Pulmão Habitualmente associa-se a neo- plasia do aparelho respiratório, mais comummente designado por cancro do pulmão, à população fumadora, mas segundo a coordenadora, Marta Soares, “neste momento, verifica-se uma percentagem relativamente ele- vada de doentes não fumadores”. Embora o consumo de tabaco não te- nha diminuído tanto quanto seria de- sejável, existe uma percentagem (sensivelmente 30% de doentes) que nunca fumaram, mas são vítimas do tumor no pulmão, “alvo de questões ambientais, nomeadamente a exposi- ção a poluentes que contribuem para o surgimento destes tumores”. No que concerne ao número de fumado- res por género, se nos homens se ve- rifica um decréscimo, já no sexo fe- minino a tendência tem sido de cres- cimento. Ao contrário do que se possa pen- sar, a médica especialista desmonta a ideia estereotipada de que este can- cro surge numa faixa etária superior: “Não é necessariamente assim, espe- cialmente os não fumadores são doentes mais jovens, numa faixa etá- ria entre os 40 a 50 anos”. Nestes ca- sos a questão genética está compro- vada, não no sentido em que a doen- ça é hereditária, “mas sabemos que nos tumores que surgem em não fu- madores, as células tumorais têm (num número relevante dos casos) uma alteração genética própria, a mutação de um gene, e naturalmente exigem uma terapêutica dirigida a esta alteração”. Para estas alterações surgiram novos fármacos “falamos de terapêuticas orais, com uma taxa de resposta superior, dado que os avanços científicos nesta área permi- tiram a conceção de fármacos que es- tão dirigidos a essa alteração mole- cular”. Ao contrário da Quimioterapia que destrói não só as células tumorais, co- mo tudo o que as envolve, neste tipo de “terapêutica alvo”, assim designada, o tratamento é direcionado para um alvo molecular que está alterado e por isso os efeitos colaterais são menores, face aos verificados nos tratamentos com base na Quimioterapia convencional. Estádio Atualmente, ainda não existe um rastreio de cancro do pulmão que se te- nha mostrado minimamente eficaz e que se possa aplicar numa base popula- cional, no entanto há algumas reco- mendações para que o designado ‘grande fumador’ – pessoa que fuma mais que um maço de cigarros por dia, há mais de 10 anos – faça um Raio X do tórax ou uma TAC (Tomografia Axial Computorizada) de modo a verificar se existe alguma lesão. Todas as doenças do foro oncológi- co são estratificadas por estádios que no cancro do pulmão que se inicia na doença localizada (Estádio I, Estádio II), passando pela doença localmente avançada (Estádio III), até à doença metastizada (Estádio IV). A doença localizada é, habitualmen- te, tratada com cirurgia que pode, ou não, ser complementada com Quimio- terapia ou Radioterapia. A doença lo- calmente avançada é tratada com Qui- mioterapia e Radioterapia. Por fim, a doença metastizada é alvo da ação de tratamentos de Quimioterapia ou no- vas terapêuticas, nomeadamente, as já referidas “terapêuticas alvo” e, mais re- centemente, a Imunoterapia. O prolongamento da vida do doente, com qualidade, depende muito das ca- racterísticas do tumor e do seu estádio de desenvolvimento ao diagnóstico. No caso das terapêuticas mais dirigi- das, a taxa de sucesso aumentou para sobrevivências médias de cerca de 16 a 18 meses, “quando há uns anos se fixa- vam sobrevivências que rondavam se- manas, chegando aos seis meses com a Quimioterapia”. Mais recentemente, com a introdu- ção da Imunoterapia verifica-se o de- O Instituto Português de Oncologia do Porto (IPO-Porto) tem desenvolvido um trabalho reconhecido pelos seus pares e pelos milhares de utentes que recorrem aos serviços desta Instituição, inserida no Sistema Nacional de Saúde. Nesta edição do Perspetivas, estivemos à conversa com a médica oncologista e coordenadora da Clínica do Pulmão do IPO- Porto, Marta Soares.

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Page 1: Instituto Português de Oncologia do Porto Saúde Acompanhamento · tratamento do doente em Consulta de Grupo Multidisciplinar. Tem também assistentes sociais, psicólogos, psiquia-tras

26 Perspetivas Fevereiro 2016

SaúdeInstituto Português de Oncologia do Porto

Acompanhamento multidisciplinar caracteriza a ação do IPO-Porto

O IPO-Porto tem por base o tra-

tamento centrado no doente, nesse

sentido o ambulatório está organi-

zado por clínicas de diferentes pa-

tologias, de modo a que todas as es-

pecialidades que abordam as distin-

tas vertentes do diagnóstico e tra-

tamento do doente oncológico

estejam centradas num único local.

Esta organização proporciona

maior conforto ao utente, respei-

tando o seu espaço e permitindo

que este encare e assimile a vivên-

cia com os cuidados de saúde de

“forma menos agressiva”, permi-

tindo que se gere um ambiente, on-

de os profissionais e os doentes

convivam numa esfera mais reser-

vada, facultando uma relação de

maior proximidade.

Em Portugal são detetados 4 mil no-

vos casos de cancro do pulmão por ano,

sendo que à Clínica do Pulmão, no

IPO-Porto, são referenciados aproxi-

madamente 400. Para dar resposta a

todos os casos, nos seus diversos está-

dios, a Clínica do Pulmão faz uma

abordagem multidisciplinar.

Nesse sentido, todo o corpo clínico

está estruturado de modo a proporcio-

nar o melhor acompanhamento em to-

das as fases do processo de diagnóstico

e tratamento.

Dentro da ação da Clínica do Pul-

mão está integrada a Cirurgia Toráci-

ca; a Pneumologia, a Oncologia Médi-

ca, responsável pelo tratamento médi-

co; e a Radio Oncologia que abordam o

tratamento do doente em Consulta de

Grupo Multidisciplinar. Tem também

assistentes sociais, psicólogos, psiquia-

tras que prestam todo o apoio necessá-

rio para que o doente conviva da me-

lhor forma com a sua situação. A equi-

pa é igualmente composta por profis-

sionais de enfermagem que operam

tanto na componente das técnicas, co-

mo nas consultas médicas e medidas

auxiliares, servindo de apoio à equipa

médica.

O Serviço de Radioterapia do IPO-

-Porto está dotado dos melhores equi-

pamentos e proporciona aos doentes as

técnicas de tratamento mais adequadas

e inovadoras nesta área.

No decurso da sua apresentação,

Marta Soares salienta igualmente a

importância da consulta de cessação

tabágica: “A todos os doentes fumado-

res, numa primeira consulta, é-lhes

proposto a presença em consultas de

apoio que os auxiliem na tentativa de

deixar de fumar”, refere a especialista.

Cancro do PulmãoHabitualmente associa-se a neo-

plasia do aparelho respiratório, mais

comummente designado por cancro

do pulmão, à população fumadora,

mas segundo a coordenadora, Marta

Soares, “neste momento, verifica-se

uma percentagem relativamente ele-

vada de doentes não fumadores”.

Embora o consumo de tabaco não te-

nha diminuído tanto quanto seria de-

sejável, existe uma percentagem

(sensivelmente 30% de doentes) que

nunca fumaram, mas são vítimas do

tumor no pulmão, “alvo de questões

ambientais, nomeadamente a exposi-

ção a poluentes que contribuem para

o surgimento destes tumores”. No

que concerne ao número de fumado-

res por género, se nos homens se ve-

rifica um decréscimo, já no sexo fe-

minino a tendência tem sido de cres-

cimento.

Ao contrário do que se possa pen-

sar, a médica especialista desmonta a

ideia estereotipada de que este can-

cro surge numa faixa etária superior:

“Não é necessariamente assim, espe-

cialmente os não fumadores são

doentes mais jovens, numa faixa etá-

ria entre os 40 a 50 anos”. Nestes ca-

sos a questão genética está compro-

vada, não no sentido em que a doen-

ça é hereditária, “mas sabemos que

nos tumores que surgem em não fu-

madores, as células tumorais têm

(num número relevante dos casos)

uma alteração genética própria, a

mutação de um gene, e naturalmente

exigem uma terapêutica dirigida a

esta alteração”. Para estas alterações

surgiram novos fármacos “falamos

de terapêuticas orais, com uma taxa

de resposta superior, dado que os

avanços científicos nesta área permi-

tiram a conceção de fármacos que es-

tão dirigidos a essa alteração mole-

cular”.

Ao contrário da Quimioterapia que

destrói não só as células tumorais, co-

mo tudo o que as envolve, neste tipo de

“terapêutica alvo”, assim designada, o

tratamento é direcionado para um alvo

molecular que está alterado e por isso

os efeitos colaterais são menores, face

aos verificados nos tratamentos com

base na Quimioterapia convencional.

EstádioAtualmente, ainda não existe um

rastreio de cancro do pulmão que se te-

nha mostrado minimamente eficaz e

que se possa aplicar numa base popula-

cional, no entanto há algumas reco-

mendações para que o designado

‘grande fumador’ – pessoa que fuma

mais que um maço de cigarros por dia,

há mais de 10 anos – faça um Raio X do

tórax ou uma TAC (Tomografia Axial

Computorizada) de modo a verificar se

existe alguma lesão.

Todas as doenças do foro oncológi-

co são estratificadas por estádios que

no cancro do pulmão que se inicia na

doença localizada (Estádio I, Estádio

II), passando pela doença localmente

avançada (Estádio III), até à doença

metastizada (Estádio IV).

A doença localizada é, habitualmen-

te, tratada com cirurgia que pode, ou

não, ser complementada com Quimio-

terapia ou Radioterapia. A doença lo-

calmente avançada é tratada com Qui-

mioterapia e Radioterapia. Por fim, a

doença metastizada é alvo da ação de

tratamentos de Quimioterapia ou no-

vas terapêuticas, nomeadamente, as já

referidas “terapêuticas alvo” e, mais re-

centemente, a Imunoterapia.

O prolongamento da vida do doente,

com qualidade, depende muito das ca-

racterísticas do tumor e do seu estádio

de desenvolvimento ao diagnóstico.

No caso das terapêuticas mais dirigi-

das, a taxa de sucesso aumentou para

sobrevivências médias de cerca de 16 a

18 meses, “quando há uns anos se fixa-

vam sobrevivências que rondavam se-

manas, chegando aos seis meses com a

Quimioterapia”.

Mais recentemente, com a introdu-

ção da Imunoterapia verifica-se o de-

O Instituto Português de Oncologia do Porto (IPO-Porto) tem desenvolvido um trabalho reconhecido pelos seus pares e pelos milhares de utentes que recorrem aos serviços desta Instituição, inserida no Sistema Nacional de Saúde. Nesta edição do Perspetivas, estivemos à conversa com a médica oncologista e coordenadora da Clínica do Pulmão do IPO-Porto, Marta Soares.

Page 2: Instituto Português de Oncologia do Porto Saúde Acompanhamento · tratamento do doente em Consulta de Grupo Multidisciplinar. Tem também assistentes sociais, psicólogos, psiquia-tras

Fevereiro 2016 Perspetivas 27

Instituto Português de Oncologia do Porto

senvolvimento de uma outra situação:

“Numa percentagem de cerca de 20%

dos doentes, conseguimos que a res-

posta obtida com a terapêutica seja

mais sustentada no tempo, ou seja, os

doentes que respondem positivamente

sobrevivem ao fim de três a quatro

anos”, revela a médica oncologista.

Diagnóstico e SintomasO único tratamento curativo no can-

cro pulmão é o tratamento cirúrgico,

mas para isso a doença tem que estar

confinada ao pulmão. “Se for possível

detetar a doença nessa fase, o impacto

na sobrevivência do doente será efeti-

vamente superior” (Estádio I, Estádio

II), denota Marta Soares.

Porém, a maioria dos casos que sur-

gem na Clínica do Pulmão do IPO do

Porto – um centro de referência regio-

nal, sem urgência aberta ao exterior –

surgem já num estado muito avançado

e em fase de metastização, sendo nor-

malmente referenciados pelos médicos

de família ou outros hospitais.

A que se deve esta noção tardia da

convivência com a doença? Questioná-

mos. Marta Soares aponta os sintomas

tardios e “camuflados” como a principal

causa: “Os sinais e sintomas do cancro

do pulmão são pouco específicos e no

doente fumador, a tosse, a expetoração,

já são habituais, não sendo por isso va-

lorizadas as pequenas alterações que

vão surgindo (tosse mais frequente, ex-

petoração com sangue, por exemplo).

Nesse sentido, quando os doentes re-

correm ao médico é porque surgiu algo

de alarmante como a dor ao nível ósseo,

o sangue na expetoração, até mesmo al-

terações neurológicas e nesses casos,

habitualmente o tumor já não está no

pulmão, está metastizado no osso ou no

cérebro, por exemplo, por isso o sinal

que leva a ida ao médico é já um sinal de

uma metastização (Estádio IV).

Para prevenir este estado o acompa-

nhamento do médico de Medicina Ge-

ral e Familiar é fundamental, dado que

é ele quem acompanha o histórico do

utente em grande parte da sua vida.

Atualmente, já existem Centros de

Saúde com sessões de cessação tabági-

ca, para as quais o médico pode direcio-

nar os seus utentes, a par da pedagogia

dada nas consultas regulares e na valo-

rização dos sintomas do doente.

A Clínica do Pulmão não descarta

a sua importância formativa promo-

vendo ações de sensibilização juntos

dos Centros de Saúde: “O diagnóstico

precoce é fundamental e é a única si-

tuação que pode ajudar os médicos,

muito mais que a terapêutica, a dete-

tar as situações numa fase que possa

ser potencialmente curável”, alerta a

nossa interlocutora.

PrevençãoMarta Soares considera que as cam-

panhas antitabágicas têm surgido com

regularidade e que “toda a população

sabe que fumar tem implicações graves

para a saúde”. Porém não se assumem

hábitos de vida saudáveis, as pessoas

“recusam-se a pensar nas consequên-

cias e, socialmente, continua a ser acei-

tável que se fume; as normas legislati-

vas aprovadas e que, terminantemente

proíbem fumar em espaços fechados

que não cumpram certos requisitos,

não estão a ser efetivamente aplicadas

em todos os locais, nomeadamente em

espaços frequentados por faixas etárias

mais jovens”.

Apesar desta realidade, a profissio-

nal considera positiva a ação de certas

associações, “nomeadamente a Liga

Portuguesa contra o Cancro e a Pul-

monale, que têm feito excelentes cam-

panhas de sensibilização anuais que es-

tão a chegar ao público alvo. Mas é ne-

cessário que da parte do cidadão haja a

consciência de que de facto não deve

começar a fumar e que este hábito não

potencia somente o surgimento do

cancro do pulmão, como também ou-

tras patologias, dado que estes doentes

têm doença pulmonar obstrutiva cró-

nica (DPOC) que lhes vai provocar

muitos mais sintomas, degradando a

sua qualidade de vida”.

Investigação e Desenvolvimento

A investigação básica e clínica é um

dos pilares importantes do IPO-Porto.

O Centro de Investigação do IPO-Por-

to é uma unidade de investigação reco-

nhecida pela Fundação para a Ciência e

a Tecnologia, desde 2004, que tem co-

mo objetivo principal a compreensão

dos mecanismos patobiológicos do

cancro que possibilitem a prevenção, o

diagnóstico precoce, a correta avalia-

ção do prognóstico e o desenvolvimen-

to de terapias mais eficazes. É compos-

ta por diversos grupos: Grupo de On-

cogenética, Epigenética, Oncologia

Molecular e Patologia Viral, Patologia

e Terapêutica Experimental, Física

Médica, Radiobiologia e Proteção Ra-

diológica e Unidade de Investigação

Clínica.

Na Unidade de Investigação Clínica

são incluídos doentes e diferentes em

diversos protocolos de investigação em

distintas fases da doença, que facilitam

o acesso a novas drogas numa fase

mais precoce do seu desenvolvimento.

“Essa é no fundo a investigação clínica

mais avançada”.

A Unidade de Investigação Clínica,

criada no início de 2006, tem desenvol-

vido um trabalho excecional, suporta-

do por uma equipa profissionalizada,

registando um crescimento progressi-

vo e sustentado do número de Ensaios

Clínicos e de doentes recrutados, redu-

zindo-se o respetivo tempo de imple-

mentação, com o consequente ganho

em competitividade. Por estas razões, o

IPO-Porto é atualmente um centro de

referência para os Ensaios Clínicos

realizados em Portugal na esmagadora

maioria das patologias tratadas na ins-

tituição, nomeadamente na área do

Pulmão. A Unidade de Investigação

Clínica espera manter nos próximos

anos o crescimento sustentado do de-

sempenho e fomentar a participação

em Ensaios Clínicos de fases ainda

mais precoces (Fase I e II). Existe a

possibilidade de referenciação de doen-

tes para ensaios clínicos específicos.

Avanços na investigaçãoOs avanços da investigação sobre o

cancro do pulmão têm sido notáveis na

última década, “neste momento, exis-

tem inúmeras moléculas em estudo, no

âmbito da Imunoterapia, da Angiogé-

nese e das Terapêuticas alvo, que se

perspetiva apresentem bons resultados

e que tentem, dentro do possível, tor-

nar esta uma doença crónica, em que

não quando não se perspetiva a cura, se

possa prolongar a vida do doente com

qualidade”, termina Marta Soares.

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