livro de resumos do congresso psicólogos nas escolas

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_______________________________________________________________ Universidade de Coimbra 11 e 12 de abril de 2014 Livro de Resumos

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Page 1: Livro de Resumos do Congresso Psicólogos nas Escolas

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Universidade de Coimbra

11 e 12 de abril de 2014

Livro de Resumos

Page 2: Livro de Resumos do Congresso Psicólogos nas Escolas

Boas Vindas

Volvidos 30 anos da entrada dos psicólogos no sistema público de educação em Portugal justifica-se a

realização e um debate alargado sobre as práticas da psicologia escolar na atualidade. Este evento procurará

dinamizar a reflexão sobre a realidade da psicologia escolar, partindo do passado e perspetivando os desafios

do futuro, contando para o efeito com a presença de profissionais, investigadores e estudantes.

É com muito entusiasmo que convidamos os psicólogos escolares, bem como todos os membros da

comunidade educativa (pais, professores, membros dos órgãos de gestão e outros profissionais) a

participarem ativamente nesta iniciativa, que decorrerá nos dias 11 e 12 de abril de 2014, e que se pretende

constituir como uma contribuição importante para a promoção da qualidade da educação em Portugal.

Page 3: Livro de Resumos do Congresso Psicólogos nas Escolas

Organização

Comissão Científica

Ana Cristina Ferreira de Almeida

Ana Margarida Vieira da Veiga Simão

Ana Paula Mendes Correia Couceiro Figueira

Eduardo João Ribeiro Santos

Isabel Nunes Janeiro

João Arménio Lopes

Joaquim Armando Gomes Alves Ferreira

José António Marques Morgado

José Manuel Tomás da Silva

Leandro da Silva Almeida

Luís Sérgio Vieira

Luísa Isabel Gomes Freire Nobre Lima

Luísa Maria Almeida Morgado

Marcelino Arménio Martins Pereira

Maria Cristina Petrucci Almeida Albuquerque

Maria da Luz Vale Dias

Maria do Céu Taveira

Maria Graciete N. Pinto Franco Borges

Maria Odília Teixeira

Maria Paula Barbas de Albuquerque Paixão

Maria Teresa M. Carvalho Sousa Machado

Marina Serra Lemos

Paulo Miguel da Silva Cardoso

Vítor Manuel Pacheco Gamboa

Comissão Organizadora

Joana Filipa Gonçalves Moreno

José Manuel Tomás da Silva

Marcelino Arménio Martins Pereira

Maria de Lurdes Amado Rodrigues Mateus

Maria Paula Barbas de Albuquerque Paixão

Pedro Ricardo Belo dos Santos

Raquel Sofia Alves Ferreira de Moura

Rute Marlene da Silva David

Page 4: Livro de Resumos do Congresso Psicólogos nas Escolas

RESUMOS

Sexta-Feira, 11 de abril de 2014

8h30 | Abertura de secretariado 9h00 | Sessão de abertura 9h30 | Mesa Redonda I – Regresso ao presente: Desafios e oportunidades para a intervenção psicológica em contexto escolar Moderador: José Tomás da Silva (FPCEUC) Comunicação: 1983 – O ano de entrada dos psicólogos na escola

Maria Paula Paixão e Manuel Viegas Abreu

Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra [email protected]

A entrada dos psicólogos no sistema educativo português, em 1983, foi enquadrada num modelo de intervenção psicológica em contexto escolar compreensivo, integrador e promocional, bastante inovador no contexto nacional, mas que se encontrava alinhado com diversas propostas de apresentadas por diversos autores, em diferentes contextos internacionais. Embora o modelo então proposto ainda hoje encontre acolhimento nas mais importantes organizações Europeias e Norte-Americanas que congregam este tipo de profissionais a ausência, em Portugal, de um investimento sistemático nos serviços de psicologia em contexto escolar tem limitado severamente o horizonte da sua intervenção. No entanto, o dinamismo, competência e capacidade de iniciativa dos psicólogos escolares têm contribuído para a sistemática valorização do seu papel profissional, tanto por parte dos subsistemas que compõem a Escola, como por parte do contexto social mais alargado. Esboçamos, ainda, algumas notas sobre a prevenção e promoção da saúde mental nas escolas, tendo em vista a organização de actividades "Educação Apoiada", destinadas a ajudar os alunos a superar dificuldades psicopatológicas graves.

Comunicação: Desafios e oportunidades para a intervenção psicológica em contexto escolar

Isabel Morais

Escola Secundária D. Duarte, Coimbra [email protected]

Nesta reflexão vai ser realizada uma análise sucinta da atividade dos psicólogos desde 1983 (de acordo com o ponto 40 do Despacho normativo nº 194-A/83) até ao momento atual, referindo inicialmente os constrangimentos inerentes à integração destes novos profissionais no contexto escolar, nomeadamente ao nível da especificidade do trabalho do psicólogo e das condições necessárias ao desenvolvimento das diversas atividades. A superação das dificuldades iniciais foi progressivamente cimentando um modelo e prática de intervenção que ainda hoje consideramos atual e até inovador se compararmos com outras experiências internacionais. Sendo a escola um contexto privilegiado de intervenção exige também uma constante atualização e redefinição de prioridades de forma a responder adequadamente às necessidades do(s) público alvo. A diversidade de tarefas inerentes atualmente ao papel do psicólogo pode traduzir o reconhecimento destes profissionais no sistema educativo, implicando necessariamente uma participação mais ativa nas diferentes áreas de intervenção associadas ao contexto escolar.

Auditório da Reitoria da Universidade de Coimbra

Page 5: Livro de Resumos do Congresso Psicólogos nas Escolas

Comunicação: Desafios e oportunidades para a intervenção psicológica em contexto escolar

Sofia A. Mendes1, Isabel Abreu-Lima

2 e Leandro S. Almeida

3

1 Faculdade de Psicologia e Ciências de Educação da Universidade do Porto

2 Faculdade de Psicologia e Ciências de Educação da Universidade do Porto

3 Universidade do Minho

1 [email protected]

Na presente comunicação pretende-se aprofundar o debate que vem crescendo, tanto na literatura como entre os psicólogos, no que respeita à prática psicológica em contexto escolar. Os resultados de um inquérito junto de uma amostra de 477 psicólogos escolares, a exercer funções tanto no sector público como privado, servirão de mote a esta discussão. Serão apresentados dados relativamente aos perfis de práticas profissionais encontradas no terreno, obtidos com recurso à técnica estatística análise de clusters, e explanado como estes perfis são sobretudo marcados por variáveis de natureza contextual (e.g., rácio psicólogo-alunos, rácio psicólogo-escolas e natureza das solicitações da comunidade escolar). Tendo por base o autorrelato deste grupo de profissionais serão ainda tecidas considerações relativamente aos constrangimentos encontrados no terreno e aos pontos fortes que caracterizam a realidade da psicologia escolar em Portugal. Subjacente a esta comunicação estará a perspetiva, recorrentemente veiculada pela literatura, de que a prática psicológica em contexto educativo deverá privilegiar a prestação de serviços indiretos, a prevenção, o trabalho inter e multidisciplinar, e a avaliação sistemática dos serviços prestados. Será nesta linha, e na linha dos resultados encontrados, que se procurará perspetivar os desafios e oportunidades presentes e futuros que se colocam aos psicólogos nas escolas. 10h30 | Coffee-Break 11h00 | Mesa Redonda II – Trajetórias de desenvolvimento: da intervenção precoce ao envelhecimento ativo Moderador: Marcelino Pereira (FPCEUC) Comunicação: Intervenção Precoce

Viviana Ferreira1 e Cristina Petrucci Albuquerque

2

1 Centro de Apoio à Intervenção Precoce na Deficiência Visual (CAIPDV), (ANIP)

2 Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra

1 [email protected]

Pretende caracterizar-se a intervenção precoce em Portugal, conferindo particular destaque à Zona Centro do País. A caracterização abrangerá: a população infantil atendida, em termos do respetivo número, idades e problemáticas; a composição das equipas; o papel dos psicólogos e as práticas de intervenção desenvolvidas em colaboração com as famílias. Além disso, procurar-se-á enquadrar a intervenção precoce desenvolvida no nosso país no âmbito da levada a cabo na Europa, tomando como base, os relatórios elaborados a este respeito pela Agência Europeia para as Necessidades Educativas Especiais e Educação Inclusiva.

Comunicação: Autorregulação da aprendizagem: um referencial para a atuação dos psicólogos da educação

Margarida Veiga Simão

Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa [email protected] A questão que atravessa esta intervenção prende-se com a reflexão sobre os graus efetivos de autonomia dos psicólogos nas propostas de intervenção em contexto educativo e de que forma elas se entrelaçam na identidade de cada um. Associamos a reflexão sobre o sentido de realização do trabalho com as fases pelas quais os psicólogos autorregulam a sua atividade. Assumimos que a autorregulação está entrelaçada nas experiências narrativas e na identidade de cada indivíduo. As competências autorregulatórias são vitais, não só para guiar a própria aprendizagem durante os anos na escola, mas também, e sobretudo, para a constante busca do conhecimento e para as aprendizagens ao longo da vida. Para que o processo de ensino-aprendizagem promova essa autorregulação, deve dar-se ao aluno, como o próprio prefixo “auto” indica, um

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papel mais ativo, maior autonomia na realização de aprendizagens significativas. Na realidade pretende-se criar oportunidades para promover em contexto educativo competências de autorregulação. Essas oportunidades devem permitir aos aprendentes decidirem, em graus cada vez mais elevados, o quê, porque, como, onde, quando e com quem, ao invés de, como sucede em muitos casos, serem-lhe simplesmente prescritas intervenções, por vezes inflexíveis, à partida. Para tal é necessário mobilizar a capacidade autorreflexiva dos psicólogos conducente ao reconhecimento das razões, dos pressupostos, dos fundamentos e do sentido das suas opções e objetivos, do seu agir e dos produtos que daí resultam. Assim sendo, referimos na intervenção, meramente a título exemplificativo, algumas considerações sobre esses graus efetivos de autonomia que poderão proporcionar o desenvolvimento de competências de autorregulação nos aprendentes. Comunicação: Psicólogos nas escolas: desafios para a intervenção e investigação

Teresa Sousa Machado

Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra [email protected] O aumento da longevidade e do envelhecimento da população colocam desafios prementes às sociedades (nomeadamente nos países industrializados); desafios que levaram a Organização Mundial de Saúde a propor o conceito de “envelhecimento activo”. Com a expressão envelhecimento activo pretende-se direcionar a atenção de todos para a necessidade de corresponsabilização no processo (individual e colectivo) de envelhecimento. A “optimização das oportunidades para a saúde, participação e segurança” das pessoas que envelhecem são o mote subjacente às políticas de incentivo do envelhecimento activo. Nesta comunicação pretendemos referir (e reflectir) sobre algumas das “possibilidades” e “constrangimentos” à consecução desse projecto, centrando os exemplos/dados (mas não exclusivamente) na situação portuguesa. Em Portugal, a relação entre o número de idosos e jovens traduziu-se – em 2010 – num índice de envelhecimento de 118 idosos por cada 100 jovens. Acresce que em 2009, Portugal apresentava uma das maiores taxas de dependência na UE; e, dados do Eurostat referem o nosso país como o segundo país da UE com mais elevada taxa de população idosa com limitações nas actividades da vida diária. Os dados dos últimos Censos são reveladores da situação de envelhecimento da sociedade portuguesa (com esperança média de vida de 79,2 anos) – e um acentuado decréscimo de natalidade – impondo-se a discussão/intervenção na temática. Questões inerentes às abordagens desenvolvimentais do ciclo de vida e aos estudos sociais que dão conta de processos inerentes à estratificação social – como o efeito de variáveis educacionais, sociais, económicas, étnico-raciais – servem de ilustração ao estudo do processo (diferencial) de envelhecimento e aos efeitos moderadores do envelhecimento activo. Questões biológicas subjacentes ao processo de envelhecimento – obviamente cruciais – não fazem parte do presente trabalho. 12h00 | Mesa Redonda III – Orientação e aconselhamento ao longo da vida Moderadora: Hélia Moura (Direção-Geral da Educação), com a participação de Raimo Vuorinen (ELGPN) Comunicação: Infância: Tempo de crescer, sonhar e aprender

Maria Odília Teixeira

Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa [email protected] Estas linhas de reflexão focalizam o desenvolvimento vocacional no seio da identidade psico-social, numa matriz de aprendizagens formais e sociais. A literatura, nomeadamente de natureza desenvolvimentista e sócio-cognitiva aponta a infância como o período em que se alicerçam as bases das competências de vida e de carreira, que vão progredindo vida a fora. No âmbito do processo de socialização, a criança delimita as primeiras fronteiras de um espaço social dos projectos de carreira, em que emergem factores associados ao género, ao estatuto social e às concepções pessoais de competência relativamente ao sucesso e à aprendizagem. A investigação com crianças, nomeadamente os estudos realizados em Portugal, tem apoiado estas premissas teóricas, designadamente que os projectos das crianças estão associados aos processos de aprendizagem em que prevalecem factores de natureza cultural e social. Nas crianças mais novas predominam estereótipos de género associados às concepções de competência enquanto na pré-adolescência sobressaem as valorizações sociais de prestígio. Salienta-se a importância da intervenção numa acepção de educação da carreira, cuja natureza é compreensiva ao longo da escolaridade, com focus no desenvolvimento nas vertentes pessoal, educacional e social, dirigida à educabilidade de competências que articulem a carreira com as aprendizagens e crie sinergias entre os diferentes agentes educativos- pais, professores e comunidade.

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Comunicação: Intervenção Vocacional no âmbito dos Estágios Curriculares dos alunos do Ensino Profissional

Vítor Gamboa

Departamento de Psicologia e Ciências da Educação, Universidade do Algarve [email protected] A literatura vocacional e a intervenção de carreira sempre tiveram um papel determinante nas questões associadas à preparação dos jovens para o mercado de trabalho (Savickas, 1999). Aliás, o trabalho de Frank Parsons (1909), começou por se assumir como uma resposta muito pragmática às mudanças sociais do início do Século XX, nomeadamente quando procurou apoiar os jovens estudantes na transição para o mundo do trabalho (Baker, 2009; Savickas, 2009). Um século depois, a orientação e o aconselhamento de carreira, nas suas diferentes modalidades e contextos de intervenção, continuam a ter como principal finalidade ajudar os indivíduos na construção de respostas às diferentes tarefas vocacionais, muito embora estes mesmos processos de ajuda ocorram agora num contexto muito mais difícil de interpretar. No âmbito do desenho curricular dos percursos profissionalizantes ou de dupla certificação, a organização de períodos de aprendizagem em contexto de trabalho constitui a principal estratégia de conexão entre a escola e a realidade ocupacional (Griffiths & Guile, 2004, Guile, 2002), servindo a mesma para aumentar o grau de empregabilidade e facilitar a inserção profissional dos diplomados. Neste contexto, analisamos e discutimos a importância, no âmbito do desenvolvimento de carreira, dos estágios curriculares dos cursos profissionalizantes, de nível secundário, procurando oferecer suporte às intervenções vocacionais que os vários agentes educativos, nomeadamente os psicólogos escolares, podem desenvolver junto dos jovens inseridos nestes percursos de formação. Comunicação: O Papel dos Psicólogos no Desenvolvimento Vocacional dos Professores e dos Alunos

Maria do Céu Taveira

Escola de Psicologia, Universidade do Minho [email protected] Ao longo desta comunicação, procurar-se-á demonstrar como pode ser útil ao bem-estar e sucesso dos alunos e docentes, beneficiar do trabalho dos psicólogos nas escolas, no domínio da gestão pessoal da carreira e do desenvolvimento vocacional na vida adulta. Os docentes constituem modelos de comportamento (e.g., vocacional), observados e eventualmente escolhidos pelos alunos, quer no exercício do ensino-aprendizagem, quer como cidadãos. São, por isso, pessoas muito significativas para a aprendizagem e desenvolvimento académico, vocacional e social dos estudantes. Ao mesmo tempo, os docentes vivem diferentes acontecimentos e transições na carreira, típicos da vida adulta, que requerem conhecimentos e competências chave de gestão pessoal de vida e de desenvolvimento vocacional, sobretudo nos actuais contextos de vivência da sua profissão. Os psicólogos podem desenvolver práticas de qualidade, baseadas na investigação e na evidência empírica, destinadas a favorecer a gestão pessoal da carreira e o desenvolvimento vocacional dos docentes e de outros trabalhadores adultos nas escolas, afectando o seu bem-estar e progresso, e indirectamente, a aprendizagem e o desenvolvimento vocacional dos alunos.

13h00 | Pausa para almoço

14h30 | Mesa Redonda IV – Violência(s) na escola Moderadora: Luíza Lima (FPCEUC) Comunicação: Indisciplina(s) e violência na escola – A especificidade do cyberbullying

João Amado

Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra [email protected]

Anfiteatro da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra

Page 8: Livro de Resumos do Congresso Psicólogos nas Escolas

Iniciaremos a comunicação fazendo uma distinção entre indisciplina escolar e violência escolar. Depois de distinguirmos vários fenómenos de violência escolar (na escola, contra a escola, da escola) referiremos algumas formas e fatores da violência entre alunos. Finalmente, daremos as linhas gerais e os principais resultados de 4 projetos levados a cabo em anos recentes por uma equipa da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra, de que fomos coordenador, com especial incidência sobre a problemática do cyberbullying, quer no sentido de estabelecer um diagnóstico da situação em escolas portuguesas, quer ainda com o objetivo de construir recursos utilizáveis na formação e na ação de agentes capazes de intervir junto das escolas e das famílias. Comunicação: Bullying: um problema na escola ou um problema para a vida?

Maria da Luz Vale Dias

Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra [email protected] Considerando dados relevantes da literatura científica de diversos países, o objetivo principal desta comunicação é esclarecer até que ponto o bullying se associa a efeitos adversos que atingem a área da saúde mental e do comportamento do indivíduo, ultrapassando as fronteiras do próprio contexto escolar, com impacto no desenvolvimento futuro. Pretende-se, ainda, salientar alguns dados relativos à prevalência dos comportamentos de bullying, inclusivamente em Portugal (Carvalhosa, 2010; Sena & Vale-Dias, 2008). Para atingir o objetivo principal delineado, foi efetuada uma revisão da literatura relativa a estudos empíricos longitudinais internacionais (por ex.: Farrington, Loeber, Stallings & Ttofi, 2011; Gibb, Horwood & Fergusson, 2011; Averdijk, Müller, Eisner & Ribeaud, 2011; Nishino et al., 2011), envolvendo centenas de sujeitos, da infância à idade adulta, que analisaram a força da relação entre a vitimação de bullying e os subsequentes problemas de internalização ou que estudaram a associação entre a perpetração de bullying e o ulterior comportamento antissocial e delinquência. Foram ainda tidos em conta os resultados de uma recente meta-análise de estudos sobre as consequências do bullying (Ttofi, Farrington, Lösel & Loeber, 2011). Os dados de cerca de três dezenas de estudos longitudinais, no seu conjunto, indicam que a vitimação é preditora de problemas internalizantes, especialmente a depressão. Vários desses estudos salientam também a relação entre a perpetração de bullying e o comportamento antissocial futuro ou o risco aumentado de delinquência. Na maioria das pesquisas, as relações encontradas mantêm-se significativas, mesmo controlando outros fatores de risco na infância (conflito familiar, problemas com álcool, etc.). Globalmente, os resultados permitem salientar que os efeitos do bullying não são apenas imediatos, temporários nem se limitam ao contexto escolar. Pelo contrário, o bullying tem um papel adverso importante no desenvolvimento psicossocial de longo termo. Tais resultados sugerem a relevância de programas anti-bullying eficazes, por exemplo, considerando o modelo ecológico para a violência da OMS (2002). Face aos dados, esses programas podem ser considerados formas precoces de promoção da saúde pública e de prevenção da delinquência. Comunicação: Violência(s) na escola-Programas de prevenção da violência na escola

Cristina Maria Martins Baptista

Agrupamento de Escolas Coimbra Centro: SPO-Escola Secundária de Jaime Cortesão [email protected]

A escola é um lugar de interação e de formação privilegiado para o desenvolvimento de estratégias que contribuam para a promoção de valores de cidadania e de respeito pelas diferenças, contrariando comportamentos de violência(s) na sua diversidade. Neste contexto, os Serviços de Psicologia e Orientação podem desempenhar um papel importante através da implementação de programas de intervenção que favoreçam o desenvolvimento psicossocial de crianças, jovens e adultos, sem perder de vista a possibilidade de articulação com outras redes de apoio na busca de soluções que possam contribuir para a prevenção de comportamentos de risco.

15h30 | Mesa Redonda V – Empregabilidade e empreendedorismo na Psicologia Moderador: Paulo Cardoso (Departamento de Psicologia, Universidade de Évora)

Page 9: Livro de Resumos do Congresso Psicólogos nas Escolas

Comunicação: De que falamos quando falamos de Educação para o Empreendedorismo?

Isabel Quirino

SPO, Escola Secundária Poeta António Aleixo, Portimão [email protected]

Career practices are answers to questions determined by the contexts in which they are asked. Jean Guichard (2003)

Na presente comunicação apresenta-se um projecto de intervenção vocacional destinado a um grupo de jovens a frequentar o ensino secundário na modalidade Educação Especial, com currículo específico individual ao abrigo do Decreto-Lei nº3/2008 (um caso de autismo, um caso de mutismo selectivo, sete casos de deficiência intelectual; sete rapazes e duas raparigas; idades 16-19 anos). O projecto foi desenhado pelo Serviço de Psicologia e Orientação da Escola Secundária Poeta António Aleixo, Portimão, tendo sido implementado no ano lectivo 2012/2013 em colaboração com o grupo de docentes de Educação Especial. Foi criada uma mini-empresa de transformação de paletes com o objectivo de promover o desenvolvimento de competências facilitadoras da transição para a vida adulta e para o mundo do trabalho, habitualmente designadas por soft skills: autonomia, iniciativa e sentido de responsabilidade, capacidade de trabalho e organização pessoal, conhecimento de si e do meio, competências de comunicação e de relacionamento interpessoal, trabalho em equipa, curiosidade e abertura à mudança, persistência. Os dados relativos à monitorização do projecto permitem discutir o seu contributo para a construção de modelos compreensivos de intervenção que promovam a empregabilidade dos jovens, reflectindo-se acerca da importância da intervenção psicológica vocacional em contexto escolar no âmbito dos Serviços de Psicologia e Orientação. Comunicação: Empreender.COMpetências

Isabel Morgado Henriques

SPO, Agrupamento de Escolas do Fundão, Fundão [email protected]

A comunicação pretende partilhar o projeto Empreender.COMpetências desenvolvido pelo Serviço de Psicologia e Orientação desde 2006 em articulação com o projeto de Educação para o Empreendedorismo desenvolvido na Escola Secundária do Fundão. As Competências de Gestão da Carreira (CGC) ou “lifeskills” (competências para a vida) são exigidas aos sujeitos para gerirem as transições complexas que caracterizam actualmente os percursos educativos, formativos e laborais. Assim, pretende-se a promoção das competências que apoiem os indivíduos a recolher, analisar, sistematizar e organizar informação educativa e formativa, assim como a tomar e a implementar as suas decisões e a gerir as transições. Pretende-se na comunicação apresentar as metodologias utilizadas e os resultados atingidos. Os projectos desenvolvidos pelos alunos, com a orientação cientifica de professores, são um instrumento para que desenvolvam o seu perfil de competências empreendedoras (AC/AR - Autoconfiança/Assumpção de riscos; IE - Iniciativa/Energia; PO - Planeamento/Organização; RF/R - Resistência ao fracasso/Resiliência; CI - Criatividade/Inovação; RI/C - Relações Interpessoais/ Comunicação). A partir desses projetos é feito o levantamento e diagnóstico do perfil de competências, seguido do desenvolvimento de competências empreendedoras para o caso das competências com necessidade de desenvolvimento. Neste modelo de intervenção salientamos a excelente integração do processo vocacional em contexto de apredizagem. A Orientação vocacional apresenta-se como um elemento chave na promoção do desenvolvimento, bem como no apoio, na aquisição e actualização das competências necessárias à superação dos obstáculos e à implementação de projetos de vida pessoais, formativos e profissionais satisfatórios. Comunicação: Espírito empreendedor ao serviço da Psicologia em contexto escolar

Anabela da Cruz Carvalho

Agrupamento de Escolas Viseu Sul [email protected] O empreendedorismo é uma das oito competências chave para a aprendizagem ao longo da vida estando atualmente nas preocupações do governo relativamente à educação dos nossos jovens, numa perspetiva de promoção de atitudes proativas e inovadoras. À luz do modelo de Holland o empreendedor tem certas características da personalidade que o levam a procurar ambientes e atividades vocacionais relacionadas com os negócios, a persuasão e a liderança, sendo aventureiro, ambicioso, enérgico, otimista e algo impulsivo.

Page 10: Livro de Resumos do Congresso Psicólogos nas Escolas

Algumas destas características correspondem ao que é esperado do psicólogo educacional mas podem também ser vistas como essenciais à sobrevivência da psicologia escolar. Uma vez que o psicólogo em contexto escolar tem de estar aberto à mudança, ser criativo, resolver problemas e identificar oportunidades para inovar, mobilizando a energia suficiente para a implementação das soluções, ou seja, ter espírito empreendedor, porque não fazer uso delas em prol da psicologia em contexto escolar? Na presente comunicação serão mostradas algumas estratégias que a oradora utilizou ao longo dos seus anos de profissão enquanto psicóloga em contexto escolar que lhe permitiram trabalhar num Serviço de Psicologia e Orientação dos mais bem equipados da região centro, onde, acima de tudo, pode contar com a possibilidade de ter uma ou mais colegas a trabalhar no mesmo Serviço sem depender de abertura de concursos desde 2001. A receita é simples: procurar oportunidades, recolher informações, elencar constrangimentos e soluções, planear, antecipar, ter algum arrojo - doseado com racionalidade-, estabelecer contactos, coordenar esforços, dinamizar o espírito de equipa e, acima de tudo, apostar na criação de soluções para a Escola que passem pela afirmação da especificidade do papel do psicólogo em contexto escolar.

16h30 | Coffee-Break 17h00 | Conferência Plenária - Ética e deontologia profissional Moderador: Mário Simões (FPCEUC)

Comunicação: Ética e deontologia profissional

Miguel Ricou

Faculdade de Medicina da Universidade do Porto [email protected]

Num tempo de organização da psicologia como profissão, surgem definições, determinações e reflexões sobre aquilo que é a prática desta ciência que se, no seu âmago e etimologia da palavra, remonta ao tempo da antiga Grécia, na sua afirmação como disciplina autónoma terá pouco mais de 100 anos. Na verdade, este tem sido um tempo de conquistas e legitimação, sendo que o momento que agora vivemos é histórico pois exige, finalmente, uma reflexão conjunta dos seus profissionais. Surgem por isso dúvidas que importa discutir e orientar no sentido de cada um dos profissionais assumir as suas responsabilidades individuais na dignificação da psicologia. É natural que, numa primeira fase, as pessoas procurem regras e certezas que aumentem a sua segurança no exercício profissional. Torna-se por isso importante definir conceitos e orientações no sentido de uma prática cada vez mais adequada. O raciocínio ético será a base do exercício profissional, residindo por isso na responsabilidade individual de cada psicólogo a dignificação da psicologia como classe profissional. A dimensão deontológica e jurisdicional serão níveis de orientação e vinculação diferentes e complementares da decisão ética do psicólogo, definindo-se o Direito como o contexto onde se jogam estas diversas dimensões. Na base, não existirá outra opção ao psicólogo senão apontar a um exercício ideal da sua profissão, como forma de conseguir um desempenho o mais adequado possível, o que se constitui como uma legítima aspiração de qualquer cliente que recorra aos seus serviços. Nesta linha, serão abordadas questões específicas da privacidade e da comunicação inter-profissional, bem como problemáticas ligadas ao consentimento informado, afinal os dilemas éticos mais frequentes que os psicólogos a trabalhar nas escolas enfrentam. A educação para os valores será outra área a ser explorada. 17h45 | Encerramento dos trabalhos

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Sábado, 12 de abril de 2014

9h00 | Abertura do secretariado 9h30 | Mesa Redonda VI – Promoção do clima psicológico positivo nas escolas Moderadora: Maria Paula Paixão (FPCEUC) Comunicação: “Papel das Intervenções psicológicas na promoção de climas psicológicos positivos nas escolas”

Isabel Nunes Janeiro

Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa [email protected] Um dos movimentos mais marcantes dos últimos anos no campo da psicologia escolar defende a importância das intervenções psicológicas em contexto escolar adoptarem uma natureza preventiva e promocional. Pelo seu carácter integrador e holístico estas intervenções assumem um papel essencial para o desenvolvimento de climas psicológicos positivos na escola. A presente comunicação pretende enquadrar o estudo de alguns dos factores que contribuem para um clima psicológico positivo e discutir o papel da psicologia escolar no desenvolvimento e promoção de climas psicológicos positivos nas escolas. Mais em particular, a comunicação analisa o impacto dos programas de intervenção em grupo, nomeadamente os de cariz vocacional para a promoção da motivação escolar e envolvimento dos alunos nas escolas. Por fim, são apresentados alguns exemplos de boas práticas na promoção de climas psicológicos positivos nas escolas. Comunicação: Promoção de Comportamentos Positivos nas Escolas

Raquel Raimundo

Centro de Investigação e de Intervenção Social, CIS-IUL; Colégio Valsassina [email protected] Os currículos universais atuam como uma cascata de intervenções preventivas, com impacto positivo nas competências sócioemocionais e no rendimento académico das crianças e jovens, auxiliando na promoção da sua saúde mental. Na implementação no terreno destas intervenções têm sido utilizadas estratégias de “bottom-up” e “top-down”, sendo de salientar a importância de implementar modelos teoricamente e empiricamente sustentados, com uma adequada monitorização da sua implementação. A investigação neste campo de estudo tem vindo a dar passos no sentido de se centrar na utilização de modelos integrados, na adaptação de programas a populações específicas e à ecologia local, na identificação de modelos de prevenção que integrem estratégias eficazes com um bom rácio custo-benefício, na escolha do melhor formato de implementação e na utilização de instrumentos de avaliação mais voltados para a avaliação de competências positivas e menos para problemas/psicopatologias. A décalage existente entre a teoria e a prática e a consequente necessidade de orientar as escolas para que façam escolhas informadas sobre a adoção, implementação e avaliação de programas reforça a importância da construção de um guia que sirva de recurso para os líderes educativos e serviços de psicologia escolar que aspirem a implementar intervenções que promovam o desenvolvimento de competências sócioemocionais e o desempenho académico baseados em evidência científica. Referência aos resultados da eficácia da implementação do programa universal “Devagar se vai ao Longe” destinado a melhorar as competências sócioemocionais, diminuir problemas de comportamento e potenciar o desempenho académico de crianças do 1º ciclo.

Anfiteatro da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra

Page 12: Livro de Resumos do Congresso Psicólogos nas Escolas

Comunicação

Jorge Ascenção

CONFAP – Confederação Nacional das Associações de Pais [email protected]

10h30 | Afixação de Posters | Piso 1 FPCEUC 1. Projetos de investigação-ação em contexto educativo 2. Programas de prevenção em contexto educativo 3. Investigação realizada no âmbito das teses de Mestrado Integrado em Psicologia da Educação, Desenvolvimento e Aconselhamento 11h30 | Debate e discussão de posters Moderadora: Maria Odília Teixeira (FPUL) Poster: Comportamentos anti-sociais na adolescência: Desafios e respostas

Alice Murteira Morgado e Maria da Luz Vale Dias

Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra [email protected] Os comportamentos anti-sociais na adolescência são motivo de crescente preocupação na nossa sociedade e, em particular nas escolas, dado o aparente aumento na frequência e gravidade de condutas desviantes que se tem vindo a verificar. O facto de os comportamentos anti-sociais tenderem a ser mais prevalentes durante a adolescência, em comparação com outros momentos do ciclo de vida, torna imperativa a identificação de variáveis que poderão influenciar as condutas sociais nesta etapa do desenvolvimento. Adoptando uma perspectiva desenvolvimentista e reconhecendo a inegável complexidade deste fenómeno, a investigação apresentada abordou a temática dos comportamentos anti-sociais na adolescência tendo como objectivo compreender a sua relação com diversas dimensões de personalidade, auto-conceito, competências sociais, ambiente familiar, nível socioeconómico e género. A amostra estudada incluiu 489 jovens entre o 5º e o 12º anos de escolaridade, a quem foi solicitado o preenchimento colectivo de um questionário sociodemográfico e das versões portuguesas do YSR (Achenbach, 1991; Fonseca et al., 1999); SSQ-Student Form (Gresham & Elliott, 1990; Mota, Matos, & Lemos, 2011); FES (Moos & Moos, 1986; Matos & Fontaine, 1992); PHCSCS-2 (Piers & Hertzberg, 2002; Veiga, 2006) e EPQ-J (Fonseca & Eysenck, 1989). Foi também solicitado aos pais o preenchimento da versão portuguesa do CBCL (Achenbach, 1991; Fonseca et al., 1994) e de um questionário sociodemográfico. Os resultados obtidos apontam, não só, para a existência de diferenças significativas na maioria das dimensões analisadas entre adolescentes com maior e menor grau de comportamento anti-social, como também para o papel preditivo de algumas dessas dimensões na explicação dos comportamentos adoptados. Este estudo oferece, assim, respostas importantes que poderão contribuir para ultrapassar alguns dos desafios que os comportamentos anti-sociais colocam actualmente à sociedade e às escolas, apoiando estratégias que previnam a adopção e a manutenção deste tipo de condutas.

Palavras-Chave: comportamento anti-social, adolescência, desenvolvimento, prevenção. Poster: Para a criação de um Observatório de Psicologia da Educação

Ana Gabriela Silva e Ana Cristina Ferreira de Almeida

Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra [email protected] A diversidade de situações de vida na emergência de novas problemáticas circunstanciadas pelas condições socioeconómicas e culturais da atualidade, a amplitude populacional visada nas diferentes faixas etárias, pessoas e grupos-alvo, a exigência de domínio de múltiplas literacias convidam a equacionar a identidade, estatuto e relevância da Psicologia e dos psicólogos da Educação, no apoio às aprendizagens, desenvolvimento e no aconselhamento pedagógico e educacional. Esta proposta pretende consubstanciar uma

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resposta pelo incentivo à criação de um Observatório da Psicologia da Educação, pelo que os objetivos deste projeto são os de analisar necessidades, explorar pedidos dirigidos às/aos psicólogas/os, situar domínios prioritários de formação e de intervenção, caracterizar o trabalho desenvolvido, identificar instrumentos usados e percebidos como sendo necessários em termos de medidas, programas e metodologias de suporte a intervenções significativas, pontuar «boas» práticas, mapear contributos para a melhoria da qualidade de vida das pessoas e dos grupos, divulgar agências de desenvolvimento situadas nos cenários de participação da Psicologia da Educação. O método subjacente a esta investigação em progresso é o de pesquisa sistemática não exaustiva, junto de serviços ou técnicos especialistas da área de Psicologia da Educação e Orientação Escolar e Profissional, por entrevista, tendo sido consultadas/os cerca de 100 psicólogas/os a desenvolver funções em Psicologia da Educação e Aconselhamento Educacional. Verifica-se uma tendência para abordar questões de adaptação a novas condições sociais, consequências de desemprego, e outras com relevância mediática, como seja o caso de bullying, ambientes de conflito, e preocupações com temas como: gestão de comportamentos, literacia emocional, relações interpessoais, competências parentais e novos papéis de educação pelos avós, lidar com a(s) crise(s), uso de tecnologias e equipamentos eletrónicos.

Palavras-Chave: Observatório de Psicologia da Educação, identidade da Psicologia da Educação, temas de estudo e de intervenção, recursos, impacto social. Poster: Atitudes educativas parentais, resiliência e rendimento académico do adolescente: análise de relações

Ana Maia, Maria da Luz Vale Dias e Graciete Franco Borges

Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra [email protected] Na presente investigação pretendeu-se analisar as relações entre a qualidade da parentalidade, a resiliência e o rendimento escolar de adolescentes do ensino profissional. A qualidade da parentalidade foi considerada a partir da intensidade da perceção do afeto e das práticas parentais e a resiliência incluiu os recursos de resiliência (internos e externos) percecionados pelo adolescente. Para uma melhor compreensão das variáveis em estudo, consideraram-se os contributos de variáveis demográficas, tais como, nacionalidade, género, habilitações dos pais, nível socioeconómico e tipo de família. Foram inquiridos 282 adolescentes de duas escolas da Associação Diogo de Azambuja (71.63% da EPM e 28.37% da EPAAD), na região centro do país, distribuídos por diferentes anos de escolaridade (do 7º ao 12º ano), dos quais 61.70% eram rapazes e 38.30% eram raparigas, com idades compreendidas entre os 14 e 23 anos (média de 17.84; DP=2.02). Para a recolha de dados utilizou-se o Inventário de Percepções Adolescentes-IPA, o Healthy Kids Resilience Assessment Module-HKRA, os resultados escolares do final do ano letivo 2011/2012 e, ainda, um questionário sociodemográfico. Os dados revelam interessantes contributos das variáveis demográficas a nível das variáveis em estudo, registando-se diferenças em função da nacionalidade, do género, do tipo de família e das habilitações do pai. Embora não tenham sido encontradas associações relevantes entre o rendimento escolar, por um lado, e as atitudes parentais ou a resiliência, por outro, os dados mostram algumas relações entre as atitudes parentais e a resiliência. Os resultados obtidos sugerem, de um modo geral, que a perceção que os adolescentes têm do afeto parental e das atitudes parentais (conceptualizada como um recurso externo) se relacionam com os recursos de resiliência, nomeadamente os recursos externos e o envolvimento em casa, podendo influenciar o desenvolvimento adaptativo e positivo do adolescente em diversas áreas (social, académica e da saúde).

Palavras-Chave: atitudes educativas parentais, adolescência, resiliência, rendimento académico. Poster: Programa de educação pré-escolar, de inspiração Vygotsiana, Ferramentas da Mente (Tools of Mind)

Ana Paula Couceiro Figueira

Faculdade de Psicologia e de Ciências da educação da Universidade de Coimbra [email protected] Pretende apresentar-se e difundir-se um programa de intervenção, potenciador da autorregulação, de inspiração Vygotsiana – Tools of mind, americano (Elena Bodrova e Deborah J. Leong, Metropoliitan State College, Denver, USA), mas já em curso a adaptação portuguesa (Paula Couceiro, Lurdes Cró & Isabel Poço Lopes, in press Imprensa da Universidade). O Tools of the Mind é um programa para crianças em idade pré-escolar, que fornece bases sólidas para o sucesso escolar, através da promoção da aprendizagem intencional e da autorregulação. As evidências revelam que o Programa tem um impacto significativo na autorregulação das crianças em idade pré-escolar, sugerindo, ainda, ganhos ao nível da execução de tarefas de leitura e escrita precoces e de matemática.

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A estrutura do programa baseia-se em Vygotsy, segundo o qual os seres humanos podem ser observados em termos dos seus desempenhos reais e potenciais (avaliação da zona proximal de desenvolvimento), havendo a possibilidade de estimular e alargar as suas capacidades e competências, recorrendo a ferramentas/estratégias de suporte (“Scaffolding” - os andaimes da aprendizagem). Estas ferramentas funcionam como auxiliares da mente e do corpo, e podem ser ensinadas através de um conjunto de atividades- atividades principais. Na perspetiva dos autores, as crianças são fortemente controladas pelo ambiente até aprenderem a usar as suas ferramentas mentais; uma vez ensinadas, tornam-se capazes e responsáveis pela sua própria aprendizagem, podendo intencionalmente e objetivamente transformar o seu comportamento e os seus estados físicos, sociais e emocionais. A atividade principal é aquela que deve ocupar grande parte do tempo do indivíduo em contexto escolar, não excedendo os limites da criança. O Tools of mind foi premiado, pela UNESCO, em 2001, como o primeiro programa educativo americano para a primeira infância.

Palavras-Chave: idade pré-escolar, intervenção, estratégias/ferramentas, cognição.

Poster: A importância da Bateria de Avaliação Neuropsicológica de Coimbra na compreensão das Dificuldades de Aprendizagem

Cândida Cardoso e Marcelino Pereira

Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra [email protected] Em Portugal a BANC é o primeiro instrumento do género aferido para a população portuguesa face ao que se realizou o trabalho Dificuldades de Aprendizagem: Estudos com a Bateria de Avaliação Neuropsicológica de Coimbra BANC em que os dados obtidos evidenciam a sua utilidade clínica na compreensão e diagnóstico diferencial no domínio das dificuldades de aprendizagem. Nesta investigação está em foco o conjunto de problemas que atingem as aprendizagens e que são resultantes de perturbações em um ou mais processos psicológicos mas sem que as funções intelectuais estejam afectadas. O mais comummente aceite é que apenas se revelam no princípio da escolaridade, o que tem evidentemente implicações negativas no percurso escolar dos alunos inviabilizando a intervenção precoce. Nas investigações recentes a começar na idade pré-escolarsão emergentes perfis de características reconhecidos e valorizados como marcadores precoces que podem sinalizar a criança antes da entrada na escola. Os estudos reforçam a importância do uso de instrumentos de medida apropriados à avaliação dos processos psicológicos subjacentes às dificuldades de aprendizagem conferindo papel essencial à avaliação neuropsicológica para identificação e compreensão desta problemática. Foram avaliadas com a BANC os dois grupos constituídos por 30 crianças cada – controlo e o grupo com dificuldades de aprendizagem (alunos que frequentavam os 2º e 3º anos verificando-se que 30% têm já uma retenção). Os resultados obtidos indicam que o grupo clínico se diferencia do grupo de controlo em quase todas as funções que requerem mediação verbal e em termos de processamento de informação. Em concreto e comparativamente ao grupo de controlo, no perfil dos sujeitos com dificuldades de aprendizagem destacam-se os baixos resultados obtidos nos testes de nomeação rápida e Consciência Fonológica ambos do domínio linguístico.

Palavras-Chave: dificuldades de aprendizagem, défices neurocognitivos, Bateria de Avaliação Neuropsicológica. Poster: Perfil Cognitivo de Crianças com Dislexia de Desenvolvimento: Análise Comparativa baseada na WISC-III

Carolina Neves, Marcelino Pereira, Elsa Baptista e Joana Moreno

Faculdade de Psicologia e de Ciências da educação da Universidade de Coimbra [email protected] O tema desta investigação traduz uma ampla reflexão no sentido de encontrar respostas - em contexto empírico - que permitam clarificar algumas questões relativas ao desenvolvimento e perfil intelectual de jovens com dislexia. De forma a caracterizar o perfil cognitivo das crianças com dislexia de desenvolvimento e, em simultâneo, analisar a validade discriminante de alguns perfis de resultados observados na WISC-III (que poderão atuar como marcadores auxiliares no diagnóstico da dislexia) comparou-se o desempenho intelectual de 30 crianças com Dislexia de Desenvolvimento (DD) e 30 crianças normoleitoras. Os resultados obtidos

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sugerem diferenças no perfil das crianças disléxicas, em domínios cognitivos muito específicos, nomeadamente, fonológico, processamento de informação, memória operativa, memória auditiva, memória de trabalho e atenção seletiva. As conclusões deste trabalho sugerem uma probabilidade acrescida das crianças com dificuldades de aprendizagem específicas na leitura exibirem perfis específicos de aprendizagem como o SCAD e o ACID, denunciando um conjunto de alterações em funções mentais específicas, que se poderão traduzir num perfil de desenvolvimento intelectual diferenciado e que poderá ter algum valor clínico.

Palavras-Chave: WISC-III, dislexia de desenvolvimento, perfil cognitivo, perfil específico de dificuldades de aprendizagem (SCAD e ACID). Poster: Representações de Dificuldades de Aprendizagem: Um estudo com professores e psicólogos

Débora Carlos e Cristina Pettruci Albuquerque

Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra [email protected] O estudo procurou conhecer as representações dos professores e psicólogos acerca das dificuldades de aprendizagem (DA), sendo realizado com cinco objetivos gerais. Em primeiro lugar, identificar e descrever as conceções destes profissionais acerca do conceito das DA, no que diz respeito às suas características e critérios de identificação. Em segundo lugar, saber como os inquiridos empregam o termo: se de forma abrangente (englobando outros problemas em contexto escolar), se de forma restrita. Em terceiro lugar, conhecer as suas opiniões em relação à legislação educativa nacional e às medidas educativas disponibilizadas a estes alunos. Adicionalmente, determinar o conhecimento e utilização da Classificação Internacional de Funcionalidade, versão Crianças e Jovens (CIF-CJ) e, quais as suas vantagens e desvantagens percecionadas. Por último, o estudo pretendeu determinar se existem diferenças entre, por um lado, as representações dos professores do ensino regular, e por outro lado as dos professores do ensino especial e psicólogos. Foram inquiridos um total de 95 professores do ensino regular e especial e, psicólogos. Como instrumento de investigação: um questionário. Síntese de conclusões: - Tendência para enfatizar as manifestações mais óbvias das DA (dificuldades, áreas afetadas, fraco desempenho académico) e não tanto os critérios de identificação; - A utilização do termo rege-se pelo sentido abrangente do mesmo; - Os professores e psicólogos inquiridos verificam a negligência em relação a estes alunos por parte da legislação, pois concordam que existe uma carência de apoios educativos para as DA e, ainda, que muitos destes alunos não são identificados como tal; - A CIF-CJ revelou-se ainda desconhecida por uma parte considerável destes profissionais. No entanto, aqueles que já a tinham utilizado no decorrer das suas profissões, encaram-na de forma positiva; - Verificaram-se algumas diferenças entre os grupos, nomeadamente, a nível da etiologia, do uso do termo DA, da legislação educativa portuguesa.

Palavras-Chave: dificuldades de aprendizagem, representações, professores, psicólogos. Poster: Défices Neurocognitivos na Dislexia de Desenvolvimento: Uma Análise Comparativa

Elsa Baptista, Carolina Neves, Joana Moreno e Marcelino Pereira

Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra [email protected] A dislexia de desenvolvimento é considerada uma perturbação complexa, causada por défices heterogéneos no funcionamento neuropsicológico (Pennington, 2006) e na qual estão comprometidas outras competências além das linguísticas (Menghini, Finzi, Benassi, Bolzani, Facoetti, Giovagnoli et al., 2010). No sentido de fornecer dados que contribuam para o debate em torno dos diversos perfis de défices na dislexia e para a sua análise e caraterização, procedemos à comparação dos desempenhos de um grupo de crianças disléxicas e um grupo de controlo em diversas funções neurocognitivas. Os participantes são sessenta crianças com idades compreendidas entre os sete e os doze anos: trinta crianças diagnosticadas com dislexia de desenvolvimento e trinta crianças normoleitoras, sem sinalização ou diagnóstico de dificuldades de aprendizagem gerais ou específicas ou outros problemas do neurodesenvolvimento. O protocolo de avaliação incluiu o Teste de Avaliação da Fluência e Precisão da Leitura: O Rei, a Escala de Inteligência de Wechsler para Crianças e vários subtestes da Bateria de Avaliação Neuropsicológica de Coimbra, com intuito de avaliar competências linguísticas, mnésicas, de atenção e funcionamento executivo. A análise comparativa dos desempenhos revela que as crianças com dislexia se diferenciam das crianças normoleitoras, apresentando resultados significativamente inferiores em várias funções neurocognitivas, nomeadamente ao nível da consciência fonológica e nomeação rápida de estímulos, da capacidade de focalização e manutenção da atenção, da atenção dividida, memória verbal a curto prazo, flexibilidade cognitiva, memória de trabalho verbal e espacial e organização visuo-espacial. A análise da casuística não revelou a existência de um perfil de

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défices único e invariável, mas de múltiplas combinações de défices, fornecendo dados que fundamentam a heterogeneidade desta perturbação neurodesenvolvimental e poderão contribuir para o planeamento de programas de intervenção adequados. A presente investigação aponta ainda para a pertinência da sua replicação.

Palavras-Chave: dislexia de desenvolvimento, défices neurocognitivos, Bateria de Avaliação Neuropsicológica de Coimbra. Poster: Programa de enriquecimento escolar Odisseia

Lúcia C. Miranda1 e Leandro S. Almeida

2

1Instituto Superior de Educação e Trabalho & CIEd

2 Universidade do Minho

1 [email protected]

A investigação associada aos programas de enriquecimento escolar para alunos sobredotados ou com mais talentos sugere que se combinem técnicas e estratégias diversas que permitam níveis de complexidade progressiva dos conhecimentos adquiridos por estes alunos. O objetivo deste trabalho é o de descrever o programa de enriquecimento escolar Odisseia, entendido como um programa que procura promover experiências diversificadas para que os alunos do 2º Ciclo do Ensino Básico (idades entre os 10 e os 12 anos) desenvolvam e possam manifestar as suas capacidades e talentos. Este programa de enriquecimento foi implementado pela primeira vez, no ano letivo de 2004/06 numa escola privada do Distrito do Porto. Estrutura-se em três subprogramas: Um primeiro nível (Odisseia I) aplicado a todos os alunos que, na altura, frequentavam a escola onde decorreu o projeto (n=135), proporcionando-lhes assim o contacto com diversos temas e assuntos, estimulando e motivando os alunos para as fases seguintes do programa. Na segunda fase deste programa (Odisseia II) tomou-se uma subamostra desses alunos (n=68) considerando-se aqui os critérios de pontuação no percentil 75 nas provas psicológicas de criatividade, aptidão e motivação, rendimento escolar e identificação pelos professores como sendo alunos com boas capacidades cognitivas, criativas e motivacionais. Na fase seguinte, os que apresentavam alta capacidade, criatividade e motivação (percentil 90), participaram no Programa Odisseia III (n=9). Este último nível do programa estruturou-se na base do desenvolvimento de projetos individuais de investigação na área de interesse de cada aluno, com tutores indicados para acompanhamento do desenrolar do projeto. Neste trabalho reportamo-nos às particularidades do Programa de Enriquecimento Escolar Odisseia enquanto oportunidade para o apoio a este subgrupo de alunos no quadro de uma escola inclusiva, apresentando-se a estrutura organizativa das sessões do programa.

Palavras-Chave: programa de enriquecimento, Odisseia, alunos sobredotados. Poster: Projetos pessoais e as novas competências – avaliar a eficácia de intervenções vocacionais em 2 formatos diferentes

Luísa Mota1, Ana Ribas

2 e Isabel Janeiro

3

1Escola Secundária Artística António Arroio

2Escola Secundária de Mem Martins

3Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa

[email protected]

Na recente formulação da teoria sobre a construção de carreira, Savickas (2005; 2012) sugeriu como dimensões da adaptabilidade na carreira, a preocupação acerca do futuro, a confiança nos recursos pessoais para lidar com as tarefas vocacionais, a noção de controlo pessoal sobre os eventos de caracter vocacional, e a curiosidade pela exploração vocacional, sendo a adaptabilidade na carreira vista como um conjunto de estratégias autorreguladoras que permitem ao indivíduo implementar eficazmente o seu autoconceito nos diversos papéis ocupacionais, ao longo da sua vida. O presente estudo analisou o impacto de duas modalidades de intervenção vocacional para grupos, uma mais comum e económica em termos de tempo, que consiste numa única sessão de informação vocacional; outra mais prolongada no tempo, que consiste em programas de intervenção vocacional baseados no conceito de adaptabilidade. Participaram nos estudos 230 estudantes do 9º e 12º ano de duas escolas públicas portuguesas. Em termos gerais, os resultados mostram um impacto superior dos programas na adaptabilidade vocacional dos estudantes, medida através do CMI e apontam para a importância de intervenções vocacionais em grupo e continuadas no tempo para estudantes nestas faixas etárias.

Palavras-Chave: adaptabilidade, programas, avaliação intervenções, intervenção vocacional.

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Poster: Coaching e Comunicação na Escola – Intervenção Formativa com Professores

Mafalda Branco

Projeto EduCoaching | Criatividade e Idealização [email protected] A intervenção que apresentamos tem por base o processo de Coaching aplicado à educação, no caso concreto ao papel do professor na sala de aula. Foram desenvolvidas até ao momento dez edições da ação “Coaching e Comunicação na Escola”, acreditada para educadores de infância e docentes de todos os níveis de ensino, em escolas e museus, de Lisboa a Bragança, tendo sido abrangidos no total (até ao momento) 205 professores. Tendo em conta que o ambiente educativo é, cada vez mais, fonte de dificuldades de comunicação e de motivação dos alunos e dos próprios professores, os objetivos principais da ação de formação implementada consistiram em fomentar a utilização de recursos/ ferramentas de Coaching na escola e promover o desenvolvimento pessoal e profissional dos docentes, no sentido de contribuir para a diminuição das dificuldades mencionadas.De acordo com os resultados obtidos através dos relatórios finais elaborados pelos professores no final de cada ação de formação realizada, realçamos sobretudo a tomada de consciência da importância da comunicação e da relação com os alunos como motor de valorização académica e de diminuição de situações de indisciplina. Realçamos ainda a importância da redescoberta dos valores subjacentes à escolha da profissão, o que contribui para o potencial aumento da motivação dos professores envolvidos nas ações que dinamizámos. O balanço deste projeto de intervenção, inovador no nosso país é francamente positivo, de tal forma que neste momento estão já em curso novas ações de formação de aprofundamento, para os professores que frequentaram a formação referida. Tal facto consolida a importância do trabalho que foi já desenvolvido e demonstra as vantagens que o Coaching pode ter quando aplicado em contextos educativos.

Palavras-Chave: coaching, comunicação, educação, motivação.

Poster: Estudo Exploratório da Eficácia de um Programa de Promoção do Uso e Reconhecimento de Emoções Positivas - Programa Be Positive - na Satisfação Com a Vida, na Afetividade Positiva e na Competência Percebida de Alunos de uma Escola Secundária do Concelho de Coimbra

Maria Inês Baptista Fernandes

Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra [email protected]

O presente estudo exploratório apresenta os resultados da avaliação da eficácia de um programa de promoção do uso e reconhecimento de emoções positivas – Programa Be Positive – em contexto escolar na satisfação com a vida, na afetividade e nas conceções pessoais de competência de alunos do ensino secundário. O programa foi aplicado sob articulação de dois modelos teóricos: o Modelo Broaden-and-Build das Emoções Positivas e o Modelos das Conceções Pessoais de Competência. Foi utilizado um design de medidas repetidas com grupos independentes e a avaliação foi realizada pela administração da Escala de Satisfação com a Vida, da Escala de Afetividade Positiva e Negativa e do Questionário Compósito de Competência Percebida. Procedeu-se ainda à Análise de Conteúdo para avaliar a importância atribuída ao programa e as aprendizagens efetuadas pelos participantes. Os resultados obtidos indicam ganhos significativos na dimensão estática das conceções pessoais de competência, na satisfação com a vida e na afetividade – aumento da afetividade positiva e diminuição da afetividade negativa. Estatisticamente, não se verificaram resultados significativos para grande parte das variáveis dependentes. Não obstante, os dados obtidos da avaliação qualitativa demonstram que o programa teve impacto nos indivíduos e no grupo turma.

Palavras-Chave: programa de promoção, emoções positivas, broaden-and-build, conceções pessoais de competência, contexto escolar. Poster: Acão e construção de carreira no contexto dos projetos pessoais

Maria São João Brêda e alunos voluntários da Unidade Curricular de Temas de Desenvolvimento de Carreira do Adulto

Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra [email protected] Estudo exploratório propondo o quadro concetual da ecologia social de Little para abordagem da influência do contexto na ação e na construção da carreira. Contempla a operacionalização de múltiplos níveis da ação e sua integração na relação com o trabalho e carreira, mas pretende considerar a diversidade das estratégias _

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da cognição para a ação, teorizada no modelo de “gestão de carreira” _ e do envolvimento num contexto ecológico (envolver-se nos materiais, objetos e resultados do trabalho) para a cognição, teorizada no modelo de Careercraft. Propõe uma perspetiva compreensiva da ação na construção da carreira, que se realiza contemplando níveis hierárquicos de abstração e reconhecendo graus de liberdade da relação do agente com o contexto material, simbólico e relacional. Defende a importância de conceber a variação no grau de identidade realizada, de incerteza ou revisão da identidade; e ainda no grau de dominância e mestria na gestão de impressões. O agente da carreira é também reconhecido como imerso em contextos proximais e distais encaixados, como envolvido em curtos ciclos de aprendizagem que porventura se sobrepõem, movido por motivos quer de autonomia quer de relação, e lidando com incerteza sobre pressupostos e contextos da ação. As estratégias de ação são teorizadas como processos facilitadores da construção cognitiva superordenada, tomados a partir da inscrição funcional num projeto. O objetivo é uma operacionalização baseada em medidas pré-existentes das condutas de gestão de carreira e com conteúdos derivados do conceito de CareerCraft, mas que reflita a participação em múltiplos projetos, e a potencial diversidade da ação nas suas modalidades e orientações. A metodologia concretiza-se na associação dos construtos de ação de B. Little, na proposta de uma medida de ação estratégica nos projetos, e na avaliação da satisfação de carreira.

Palavras-Chave: ação, carreira, gestão de carreira, ofício/arte como metáfora de carreira (careercraft), projetos pessoais e de trabalho, satisfação de carreira. Poster: Vamos educar juntos com o Coelhinho Polo: Um projeto de investigação-ação para o desenvolvimento da literacia, da cooperação escola-família e da cidadania

Mariana Carvalho1, Graciete Franco Borges

2, Maria da Luz Vale Dias

3 e Piedade Vaz-Rebelo

4

1, 2, 3 Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra

4 Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra

1 [email protected]

A investigação em torno da intervenção junto das famílias no período pré-escolar confirma a sua importância para o desenvolvimento pessoal e da literacia (The Child Care Bureau, 2012), do relacionamento escola-família-comunidade, e da cidadania (Portouis et al., 2013). Assim, justifica-se a adaptação para Portugal do programa de coeducação Vamos educar juntos com o Coelhinho Polo - da autoria de Jean-Pierre Portouis e Huguette Desmet, do Departamento de Desenvolvimento Comunitário da Universidade de Mons (Bélgica) - que deu origem à Rede Internacional das Cidades da Educação-RICE. O programa visa o desenvolvimento da literacia durante os anos pré-escolares, mobilizando a cooperação da família/pais, dos educadores e da comunidade, alicerçando-se no Modelo das Doze Necessidades Psicossociais (Portouis & Desmet, 1997) e convidando pais e educadores a brincar com as crianças a partir de 10 fascículos (1 por mês) concebidos para o desenvolvimento da literacia. Prevê-se ainda reuniões mensais com os pais, educadores e a equipa dinamizadora do projeto para a reflexão partilhada em torno das necessidades psicossociais da criança. O desenvolvimento do projeto na cidade de Coimbra iniciou no Agrupamento de Escolas Rainha Santa Isabel - Jardins de Infância de Brasfemes (Grupo experimental-N=16) e de Eiras (Grupo de Controlo-N=27), assentando numa estratégia de investigação-ação, de caráter longitudinal e quasi-experimental, com uso de medidas quantitativas (testes de linguagem) e qualitativas (focus-group). O trabalho já desenvolvido tem-se pautado pelo reajustamento contínuo da equipa às necessidades auscultadas no terreno, com a finalidade de estreitar a relação e os recursos do sistema escola-família-comunidade. Este programa, de caráter e metodologia inovadores, está a ser desenvolvido em sete países europeus, evidenciando bons resultados relativamente ao desenvolvimento da literacia, da cooperação escola-família-comunidade e do bem-estar dos seus participantes (Pourtois et al., 2013).

Palavras-Chave: coeducação, literacia, cidadania, família, escola, bem-estar. Poster: Autoconceito e perceção de qualidade de vida em crianças com PHDA

Mariana Fonseca e Teresa Sousa Machado

Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra [email protected] O objetivo deste trabalho consiste em estudar a influência da Perturbação de Hiperatividade com Défice de Atenção no autoconceito e na perceção de qualidade de vida em crianças portuguesas de 10 a 12 anos. O autoconceito foi avaliado com o PHCSCS-2 (versão portuguesa do Piers-Harris, 1984, Veiga, 2006), e a perceção de qualidade de vida, avaliada pelo Kidscreen 27 (Gaspar & Matos, 2011). Comparam-se os resultados de 25 crianças diagnosticadas com PHDA, com os de 25 crianças de uma amostra de comunidade (grupo controlo); testando-se ainda o efeito do sexo e idade. As crianças do grupo de controlo apresentam

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resultados médios superiores aos das crianças diagnosticadas com PHDA, quer no autoconceito como na perceção de qualidade de vida (em dimensões particulares). Não se verificam diferenças significativas consoante o sexo das crianças. Quanto à idade, verificam-se diferenças significativas em algumas das dimensões das variáveis. Os dados obtidos sugerem possibilidades de intervenção direcionadas para aspetos que se mostram relevantes no autoconceito e perceção de qualidade de vida em crianças com PHDA. A replicação deste estudo, com amostras mais alargadas, será um passo necessário para confirmação das relações aqui encontradas; relações que julgamos indicarem possibilidades alternativas e complementares de promoção do desenvolvimento e bem-estar das crianças com este diagnóstico.

Palavras-Chave: Perturbação de Hiperatividade com Défice de Atenção (PHDA), autoconceito, perceção de qualidade de vida. Poster: Põe-te à Prova: ações e reflexões em torno do sucesso escolar

Marisa Carvalho

1 e Ana Paula Leite

2

1 Agrupamento de Escolas de Frazão

2 Agrupamento de Escolas de Frazão

1 [email protected]

Os Territórios Educativos de Intervenção Prioritária constituem-se como instrumentos de discriminação positiva em espaços administrativos, geográficos e sociais, com populações em risco de exclusão escolar e/ou social, de forma a promover a igualdade de oportunidades entre os alunos, valorizando os atores locais e a constituição de parcerias. Com esta medida, pretende-se integrar nas escolas alunos em risco de exclusão social e escolar, identificados a partir da análise de indicadores de resultados do sistema educativo e de indicadores sociais dos territórios em que as escolas se inserem. É seu objetivo último a melhoria das aprendizagens no sentido do sucesso educativo. Neste enquadramento, a disseminação de ações em torno da melhoria dos resultados escolares é central. Pretendemos com este trabalho apresentar um conjunto de ações implementadas no Agrupamento de Escolas de Frazão, enquanto Território Educativo de Intervenção Prioritária, que visam o apoio à melhoria das aprendizagens, destacando-se o “Põe-te à Prova” como uma medida de reforço do desempenho académico, de promoção de processos de auto-regulação da aprendizagem e de prevenção da ansiedade face aos testes/avaliações. Pretendemos, ainda, gizar breves reflexões em torno dos fatores subjacentes ao desempenho escolar e sucesso educativo, dos intervenientes implicados nos processos de aprendizagem e desenvolvimento e da intervenção dos diferentes profissionais, com enfoque na ação transversal do psicólogo escolar neste contexto.

Palavras-Chave: TEIP, sucesso educativo, psicólogo escolar. Poster: Percepções dos adolescentes acerca da escola: uma perspectiva desenvolvimentista

Mónica Serra Coelho e Maria da Luz Vale Dias

Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra [email protected] O presente estudo teve como objetivo analisar as relações entre as perceções positivas e negativas dos adolescentes acerca de alguns aspetos do clima escolar promotor do desenvolvimento favorável ou desfavorável, o sentimento de pertença em relação à escola e o reconhecimento da capacidade desta em lhes proporcionar oportunidades de realização de objetivos/metas pessoais. Assim, procurou-se conhecer a perceção dos alunos acerca da importância da escola, numa perspetiva desenvolvimentista. A amostra compreendeu 184 estudantes do ensino secundário (63% do sexo feminino e 33,7% do sexo masculino), dos 15 aos 21 anos (M=16,85, DP=1,314). Foi aplicado um Questionário de perceções acerca da escola, construído para o efeito, que incluía também dados sociodemográficos. A validade de construto do questionário foi testada através de análise fatorial confirmatória, sobressaindo quatro fatores explicativos de 45,9% da variância total (perceção positiva; sentimento de pertença, realização de objetivos/ metas pessoais e perceção negativa). As análises de correlação revelaram uma forte associação entre a perceção positiva de alguns aspetos do clima escolar potenciador do desenvolvimento saudável e o sentimento de pertença relativamente à escola (r=0,717, n=177, p < 0,001). Verificou-se, ainda, uma relação de magnitude mediana entre o sentimento de pertença e a realização de objetivos/metas pessoais (r=0,419, n=176, p < 0,001), assim como entre esta última e a perceção positiva do clima escolar potenciador de desenvolvimento (r=0,393, n=175, p < 0,001). Saliente-se, também, a existência de diferenças estatisticamente significativas em função do sexo, reprovações, área de estudo, escola pública ou privada e ainda escola em meio rural ou urbano. Tais resultados, e assumindo que o sentimento de pertença em relação à escola é importante para o sucesso desenvolvimental e académico dos alunos, revelam-se de grande importância no planeamento e

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implementação de medidas de intervenção escolares conducentes a uma melhoria das perceções dos alunos acerca da escola.

Palavras-Chave: adolescência, escola, clima escolar, sentimento de pertença, relacionamento com professores.

Poster: Estilos e Preocupações Parentais: comparando preocupações e estilos parentais de cuidadores de crianças em Intervenção Precoce e cuidadores de crianças de amostra de comunidade

Nádia Costa e Teresa Sousa Machado

Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra [email protected] O ambiente familiar, em geral, e a parentalidade (particularmente) são factores cruciais de socialização da criança; estando desde há muito documentados problemas de desenvolvimento cognitivo e afectivo quando se verificam problemas de parentalidade (Belsky; Bradley, 1979). As questões de parentalidade são influenciadas por variáveis diversas, desde caraterísticas de personalidade dos cuidadores, suas preocupações, nível social e escolar, desenvolvimento cognitivo e – nomeadamente nas situações socioeconómicas contemporâneas em Portugal, influenciadas por perdas e/ou instabilidade no emprego e carências económicas. Estudos diversos têm analisado o efeito diferencial de estilos, preocupações e crenças relativas a formas de disciplina usadas pelos cuidadores (Baumrind, 1989; 1996; Grusec, & Goodnow, 1994; Maccoby & Martin, 1983). Na presente investigação, comparamos as preocupações parentais ( Escala de Preocupações Parentais, de Algarvio, Leal, & Maroco (2009)), e os estilos e dimensões parentais (versão portuguesa do Questionário de Estilos e Dimensões Parentais, de Miguel, Pires Valentim & Carugati, (2010)), de cuidadores de crianças acompanhadas pelo Sistema Nacional de Intervenção Precoce (distribuindo-se estes em: cuidadores de crianças em Intervenção Precoce Infância (N=68); cuidadores de crianças em IPI com atraso global do desenvolvimento (N=28)); e cuidadores de crianças de uma amostra de comunidade (N=98). Os resultados sugerem que os cuidadores de crianças em IPI (amostra global) utilizam mais frequentemente o estilo permissivo e a punição; e que maior nível de escolaridade (nestes cuidadores) se associam a menor uso de punição, hostilidade verbal e recurso ao estilo autoritário. A análise das correlações encontradas entre os estilos democrático vs permissivo ( amostra de comunidade) e, por exemplo, dimensões como hostilidade verbal, coerção física, ou regulação, sugerem interessantes possibilidades de intervenção junto de cuidadores, no sentido de optimizar a parentalidade e desenvolvimento adaptado das crianças.

Palavras-Chave: parentalidade, intervenção precoce na infância, estilos parentais, preocupações parentais.

Poster: Percepções de carreira e género

Renata Leone Tocalino e Maria Odília Teixeira

Faculdade de Psicologia, Universidade de Lisboa [email protected] Com fundamentação na teoria da circunscrição e do compromisso de L. Gottfredson, da teoria sociocognitiva da carreira de Lent, Brown e Hackett e da perspetiva motivacional das âncoras de carreira de Schein, os dados apresentados fazem parte de uma investigação realizada no âmbito da tese de mestrado, que analisa o efeito do fator género no desenvolvimento da carreira das mulheres e dos homens. Como estratégia metodológica usou-se a entrevista semi-estruturada numa amostra de 25 participantes, (52% mulheres e 48% homens) e os dados foram analisados através de análise de conteúdo. No conjunto dos dados, salienta-se que a maioria dos participantes distribui-se por formações e atividades profissionais associadas aos estereótipos de género, mais nos homens do que nas mulheres e que os estereótipos de género interferem nas perceções das dinâmicas laborais. Relativamente aos modelos de carreira, os homens mencionam mais figuras-modelo como mentores, professores ou chefias do que as mulheres, que reconhecem mais as influências de persuasão do que os homens. Relativamente às perceções de sucesso, as mulheres referem mais critérios objetivos do que os homens.

Palavras-Chave: género, carreira, estereótipos, sucesso profissional, crenças.

Poster: SICOLE-R: Software educativo para avaliação/intervenção dos processos cognitivos envolvidos na leitura, para crianças dos 7-12 anos. Versão Portuguesa.

Rita Lobo e Ana Paula Couceiro Figueira

Faculdade de Psicologia e de Ciências da educação da Universidade de Coimbra [email protected]

Page 21: Livro de Resumos do Congresso Psicólogos nas Escolas

Apresentamos a versão portuguesa da SICOLE-R (Figueira, Lopes, Jiménez, & Lobo, s.d.), uma bateria de avaliação dos processos cognitivos envolvidos na leitura (que permite também a intervenção), totalmente computadorizada, para crianças dos 7 aos 12 anos de idade, cuja versão original (Jiménez et al., 2007a) se encontra em língua espanhola. A SICOLE-R avalia o desempenho da leitura a partir de vários processos cognitivos, num total de 10 processos (processamento sintático, processamento morfológico, processamento ortográfico, acesso ao léxico, velocidade de processamento, compreensão de textos, consciência fonológica, conhecimento alfabético, perceção fonética da fala e memória de trabalho). O modelo teórico subjacente é o paradigma cognitivo, assente no modelo da dupla via e critério dos défices nucleares (Jiménez et al., 2009). Possui a forma de um software educativo, de aplicação individual, bastante atrativo para a população-alvo, pois assemelha-se a um jogo, interativo, com sons e imagens. As 22 atividades que a constituem (devidamente fundamentadas teoricamente: cf. Jiménez et al., 2007b, 2009) são agradáveis e interessantes pelo seu carácter lúdico. São apresentadas à criança cinco portas coloridas e um caracol, que correspondem a diferentes áreas ou processos cognitivos a avaliar, associados, na literatura, à aquisição e desempenho da leitura. Pelo seu carácter lúdico, a SICOLE-R poderá também ser utilizada como ferramenta para o tratamento/reeducação de crianças com dificuldades de leitura ou como treino/trabalho com crianças sem dificuldades. Trata-se de uma ferramenta completa, que poderá ser uma mais-valia para a avaliação e prática educacional. É nosso objetivo apresentar, neste trabalho, a versão portuguesa da SICOLE-R, no que respeita à sua estrutura, racional, processos cognitivos avaliados/objeto de intervenção e contributos para a intervenção em contextos educativos.

Palavras-Chave: avaliação da leitura, processos cognitivos, intervenção na leitura, software educativo. Poster: Programas de intervenção dos Agrupamentos de Escolas Rainha Santa Isabel e Eugénio de Castro: Prevenção do bullying e Métodos de Estudo

Romina Pereira1, João Gama

2, Inês Almeida

3, Carolina Marques

4, Joana Minderico

5 Graciete Franco-Borges

6 e

Maria da Luz Vale Dias6

1 Escola Eugénio de Castro

2,3,4,5 Escola Rainha Santa Isabel

6 Faculdade de Psicologia e de Ciências da educação da Universidade de Coimbra

1 [email protected]

Pretende-se apresentar dois programas que cada um dos Agrupamentos de Escolas (Rainha Santa Isabel e Eugénio de Castro) desenvolve, direccionados respectivamente para a prevenção do bullying e a promoção do sucesso escolar. A prevalência do bullying em contexto escolar é elevada, interferindo nas relações interpessoais, podendo comprometer o desenvolvimento socio-emocional e cognitivo das crianças e jovens, além de aumentar o risco de abandono escolar precoce (Carvalho, Moleiro & Sales, 2009). A investigação tem realçado a pertinência da prevenção precoce da violência, designadamente entre os pares (Amado & Freire, 2006). A Escola Básica do 2º e 3º ciclo Rainha Santa Isabel pretende realizar uma avaliação diagnóstica da prevalência deste fenómeno entre os alunos do 5º e 6º anos - atendendo à verificação de que os alunos mais novos correm um maior risco de serem vítimas de bullying (Seixas, 2006) - e implementar o Plano bullying: como apagar o bullying na escola (Fernandes & Seixas, 2012), que visa desenvolver competências sociocognitivas e estratégias comportamentais dirigidas para confronto de eventuais ameaças. A avaliação deste programa terá em conta o nível de satisfação dos alunos com a formação e os dados da monitorização dos níveis de risco no contexto escolar (observatório). Segundo Serafini (1999, p.19), a escola constitui uma comunidade em que nem sempre cada aluno encontra o seu espaço para desenvolver as potencialidades, frequentemente associado à dificuldade em adoptar estratégias de estudo adequadas. Na sede do Agrupamento de Escolas Eugénio de Castro é disponibilizado aos alunos sessões para o conhecimento e treino de estratégias de estudo que facilitem o processo de aprendizagem e promovam o sucesso escolar. Pretende-se descrever a organização destas sessões e os resultados que se têm obtido.

Palavras-Chave: bullying, estudo, escola, prevenção. Poster: Programa REHACOP.PT – programa de intervenção/promoção cognitiva e emocional

Rui Paixão, Ana Paula Couceiro Figueira, Teresa Rocha, Graça Areias e Madalena Carvalho

Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra [email protected]

Page 22: Livro de Resumos do Congresso Psicólogos nas Escolas

Pretende apresentar-se (princípios, tarefas, estratégias, etc.) e difundir-se um programa de intervenção cognitiva e emocional, espanhol (Ojeda, N., Peña, J., Bengoetxea, E., & García, A., da Universidade de Deusto, País Basco), mas já em curso a adaptação portuguesa (Ana Paula Couceiro Figueira, Rui Paixão, Teresa Rocha, Graça Areias). O REHACOP (2012, apresentação pública oficial, no XVI congresso nacional de psiquiatria de Bilbao), originalmente, assume-se como um programa de reabilitação neuropsicológica de psicoses e esquizofrenia. Resulta de um longo trabalho, de vários anos, de vários especialistas em neuropsicologia, com mais de 18 anos de experiência na área, e várias vezes premiado. Todavia, neste momento, os autores da versão original, espanhola, têm projetos de utilização com outras populações. O mesmo será tentado em Portugal. Trata-se de um programa integral e estruturado, constituído por 8 módulos de intervenção: atenção, linguagem, memória, funções executivas, atividades da vida diária, competências sociais, cognição social e psicoeducação. É composto por um total de 300 exercícios de intervenção, acessíveis de administração, com instruções e soluções e orientações para avaliação das mudanças, fichas de seguimento e sugestões de seguimento, de tarefas para realizar em contexto familiar. O REHACOP tem uma orientação funcional, procurando a melhoria da qualidade de vida e a autonomia funcional dos clientes. Neste sentido, todos os módulos incluem exercícios funcionais. As atividades ou tarefas estão estruturadas por subdomínios e por níveis de dificuldade. Inclui recomendações e orientações sobre como avaliar as alterações ocorridas ou ganhos adquiridos. Os materiais são acessíveis e coloridos e incluem as instruções para os pacientes e as soluções para o terapeuta. Pode ser utilizado com sessões individuais ou em grupo. O programa completo é composto por 2 manuais, uma para o terapeuta e outra para o paciente.

Palavras-Chave: intervenção, promoção, cognição, emocional. Poster: Aspirações Vocacionais na Infância

Rute David, Maria Paula Paixão e José Tomás da Silva

Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra [email protected] O desenvolvimento de carreira tem vindo a ser concebido como um processo que atravessa toda a vida do sujeito e tem o seu início na infância. Vários autores defendem que já nos primeiros anos de vida há processos que influenciam o sujeito na percepção das aspirações de carreira mais apropriadas ou acessíveis para si, que podem levar desde cedo a decisões que afectarão as futuras escolhas escolares e profissionais das crianças. Apesar da importância da infância, por muitos reconhecida, a maioria da pesquisa ainda se centra em estudos com adolescentes e adultos, o que tem levado muitos autores (nacionais e internacionais) a alertar para a necessidade de desenvolver estudos nesta faixa etária, uma vez que tem sido mais inferida do que estudada. Com o nosso estudo procuraremos aprofundar o conhecimento das aspirações vocacionais das crianças no Ensino Básico, utilizando uma metodologia de cariz longitudinal, que permita fornecer dados resultantes de diferenças intra-individuais e que facilite a compreensão da importância de aspectos como: o género, nível socioeconómico e prestígio para a formação das aspirações vocacionais e eliminação precoce de sonhos profissionais. Procuraremos extrair deste estudo implicações para a implementação de práticas educativas dirigidas a pais e professores enquanto agentes fulcrais na construção das aspirações de carreira das crianças.

Palavras-Chave: aspirações vocacionais, infância, desenvolvimento vocacional. Poster: A compreensão das emoções em crianças dos 6 aos 8 anos: estudo da adaptação portuguesa do TEC

Sílvia Gameiro

Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra [email protected] Nos últimos anos, as investigações efetuadas em diversos países têm demonstrado que a competência emocional, cuja componente essencial reside na compreensão das emoções, se desenvolve entre os 18 meses e os 12 anos de idade (Roazzi, Dias, Minervino, Roazzi, & Pons, 2008; Pons, Harris, & de Rosnay, 2004). Segundo Pons et al. (2004) podem ser consideradas nove componentes da compreensão das emoções nas crianças, que se organizam em três fases de desenvolvimento, a fase externa (3-6 anos), a fase mental (5-9 anos) e a fase reflexiva (8-12 anos). Estes autores propuseram a construção e utilização de um instrumento que permite estudar estas nove componentes da compreensão das emoções em crianças com idades compreendidas entre os 3 e os 12 anos, o Test of Emotion Comprehension (TEC; Pons, Harris & de Rosnay, 2004). Com este estudo, pretendeu-se analisar o perfil de desenvolvimento da compreensão das emoções em

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crianças dos 6 aos 8 anos, a frequentar o 1º, 2º e 3º anos de escolaridade, numa escola pública do distrito de Coimbra, através da aplicação do Test of Emotion Comprehension. Procurou-se, ainda, perceber a influência que as características sócio-demográficas das famílias dos sujeitos desempenham na sua capacidade de compreensão das emoções e se o desenvolvimento desta capacidade se relaciona com o ajustamento social e escolar evidenciado pelas crianças. Os resultados demonstraram que a capacidade das crianças compreenderem as emoções aumenta, claramente, com a idade e que as componentes emocionais se encontram hierarquicamente organizadas, tal como foi proposto por Pons et al. (2004). Quando comparados com os de outros contextos, os resultados apontam para a conclusão de que a forma como se processa o desenvolvimento desta capacidade depende da cultura na qual as crianças estão inseridas.

Palavras-Chave: compreensão das emoções, desenvolvimento, ambiente familiar, ajustamento social e escolar. Poster: Vinculação e problemas de comportamento em crianças do ensino básico em risco ambiental

Sofia Vieira e Teresa Sousa Machado

Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra [email protected] Os problemas de comportamento de início precoce podem ser considerados um fator de risco, uma vez que várias investigações têm demonstrado que, quando banalizados ou indevidamente valorizados, tendem a manter-se ou agravar-se ao longo do desenvolvimento. O desafio atual passa assim por destrinçar o que pode ser uma “manifestação normal” em termos desenvolvimentais (face, por exemplo, a situações de oposição/desafio, birras, irrequietude) ou um “sintoma” de uma condição psicopatológica (Campbell, 2002; 2008). A DSM-IV-TR (2002) refere que, perante um problema específico, aquilo que diferencia o “normal” e o “patológico” é a sua frequência, intensidade, cronicidade, constelação, contexto social e implicação no desenvolvimento posterior. Acresce que a intervenção em adolescentes delinquentes é difícil, tem custos elevados e sucessos reduzidos (Machado & Fonseca, 2006; Warren, Huston, Egeland, & Sroufe, 1997). Assim, a tónica deve ser colocada na sinalização de fatores de risco (meio sócio-económico desfavorecido, famílias monoparentais e instabilidade familiar) (Campbell, 2008; Jenkins, 2008; Vieira & Machado, 2010; Wright & Masten, 2006), e de fatores de proteção – e.g., vinculação segura a uma figura significativa – assim como na intervenção precoce. Neste trabalho explora-se a relação entre qualidade da vinculação e problemas de comportamento em 53 crianças do 1º Ciclo, de famílias identificadas em risco ambiental. A vinculação foi avaliada pelo Attachment Story Completion Task (ASCT, Bretherton & Ridgeway, 1990) e os problemas de comportamento pela Escala Revista de Conners para Professores (Fonseca, et al., 1996). Os resultados sugerem que, apesar destas crianças se encontrarem em risco social/familiar, apresentam, na sua maioria, uma vinculação segura a um cuidador, o que, eventualmente, se reflete nos baixos índices de problemas de comportamento reportados pelos Professores.

Palavras-Chave: vinculação, problemas de comportamento, crianças, risco ambiental. 12h30 | Pausa para almoço 14h00 | Mesa Redonda VII – Avaliação psicológica em contexto escolar Moderador: Vítor Gamboa (FCHS-UAlg) Comunicação: Enquadramento da temática de avaliação em contexto escolar e avaliação do ajustamento escolar

Marina Serra de Lemos

Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto marina fpce.up.pt Um dos maiores problemas com que as Escolas se confrontam hoje é a baixa motivação e rendimento escolar dos alunos, a que se associam frequentemente problemas de comportamento em sala de aulas e o abandono escolar. Efectivamente muitos alunos mostram-se desinteressados, passivos ou mesmo hostis e acabam por

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abandonar a escola desmotivados para aprendizagens futuras e mal preparados para uma vida autónoma e produtiva. Esta apresentação procurará contribuir para uma compreensão destes problemas á luz da motivação e, mais especificamente, à luz dos objectivos motivacionais, das razões dos alunos para frequentar a escola. Nas últimas décadas a investigação na área da motivação em educação tem destacado os objectivos de realização dos alunos como determinantes do nível e qualidade da sua motivação, envolvimento, aprendizagem e formação contínua. Mais recentemente, também os objectivos sociais têm sido valorizados na compreensão do ajustamento escolar dos alunos, na medida em que afectam quer o sucesso académico, quer o comportamento prosocial e a conduta responsável. Para além disso, o próprio processo de definição e planeamento de objectivos pessoais é um elemento essencial para o desenvolvimento da capacidade de auto-regulação e de auto-motivação. Assim, destacam-se os principais tipos de objectivos dos alunos em contexto escolar bem como o processo motivacional de definição de objectivos e analisam-se as suas relações com a realização académica, a motivação e o ajustamento escolar e bem-estar mais geral. A finalidade é evidenciar como o conhecimento e avaliação das preocupações e prioridades dos alunos poderá apoiar o planeamento da agenda académica, social e relacional das escolas.

Comunicação: A avaliação psicológica no domínio das Necessidades Educativas Especiais: avanços nos métodos de identificação e ambiguidades que perduram no diagnóstico

Marcelino Pereira

Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra [email protected] A avaliação psicológica no contexto da educação especial suscita ainda numerosas questões, que permanecem insolúveis, sobretudo nos casos das NEE habitualmente designadas de alta frequência e baixa intensidade (Simeonson, 1994), cujo exemplo mais paradigmático são as dificuldades de aprendizagem. Para esta situação contribuem numerosos fatores, nomeadamente: (i) a indefinição de fronteiras entre diferentes quadros clínicos; (ii) a etiologia multimodal dos problemas de desenvolvimento; (iii) a comorbilidade observada num grande número de casos; (iv) a ampla gama das manifestações semiológicas do mesmo distúrbio; (v) A necessidade imperiosa de formular um diagnóstico, que facultará o acesso a um conjunto de serviços educativos. Tendo como referência a definição de dificuldades específicas de aprendizagem, apresentada no DSM-V (APA, 2013); os avanços recentes nos domínios da avaliação neuropsicológica e psicolinguística; os resultados provisórios de um projeto de investigação que decorre na UC; apresenta-se o protocolo de avaliação psicológica de uma dislexia de desenvolvimento. Em simultâneo, debatem-se questões que têm forte impacto nas formas de atuação do psicólogo em contexto escolar: (i) diferenças entre dislexia de desenvolvimento e maus leitores; (ii) diferentes subtipos de dislexia de desenvolvimento e implicações práticas imediatas que trazem para a planificação educativa individual; (iii) conciliação possível entre o diagnóstico operado com base nos desempenhos quantitativos e qualitativos na leitura e na escrita (análise funcional através de procedimentos formais e informais) e o diagnóstico referenciado à análise dos processos neuropsicológicos; (iv) mutações operadas ao longo do desenvolvimento no perfil neurocognitivo e funcional.

Comunicação: Além dos três grandes: Avaliação da personalidade na intervenção de carreira

José Manuel Tomás da Silva

Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra [email protected] Por natureza, os seres humanos são complexos e quanto maior a quantidade de peças do puzzle que os psicólogos conseguirem avaliar, maior a possibilidade destes profissionais obterem uma imagem mais completa e, teoricamente, rica da individualidade dos seus clientes. A avaliação de carreira, tal como a avaliação psicológica em geral, é uma competência fulcral dos psicólogos escolares e, particularmente, daqueles que desejam assistir os seus clientes na tarefa da construção de uma carreira que seja geradora de satisfação, imbuída de sentido para o sujeito e propiciadora de sucesso. Tradicionalmente, os psicólogos contemplaram a avaliação de carreira em torno dos Três Grandes factores clássicos: Aptidões, Interesses e Valores. Há boas razões para que tal aconteça. Décadas de investigação na Psicologia Vocacional evidenciam que esses factores são importantes determinantes das escolhas e do ajustamento na carreira dos indivíduos. A teoria e a investigação recente no domínio da psicologia da carreira, porém, mostraram que outras dimensões, para além das três grandes mencionadas, devem ser tidas em conta na construção do puzzle singular de cada ser humano. Em particular, a investigação sobre a personalidade e a sua relação com vários resultados de vida

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revelou possuir importantes implicações para a promoção do desenvolvimento de carreira dos indivíduos, havendo um crescente número de estudos mostrando que os traços de personalidade duradouros se relacionam com uma ampla gama de resultados relacionados com a carreira e o trabalho das pessoas. Face aos constrangimentos temporais que nos são impostos, esta apresentação visa alcançar os seguintes três objectivos: 1) sintetizar o conhecimento científico actualmente disponível sobre a estrutura e funcionamento da personalidade normal; 2) exemplificar, selectivamente, o papel que a personalidade detém no desenvolvimento de carreira ao longo da vida, nomeadamente, na exploração de carreira e no desenvolvimento dos interesses vocacionais, dois aspectos que são, muito justamente, valorizados pelos psicólogos que trabalham com adolescentes em meio escolar; e 3) identificar e sintetizar algumas das principais implicações para o aconselhamento, desenvolvimento e a prevenção, decorrentes da teoria e da avaliação dos traços de personalidade no domínio da carreira. Constituindo actualmente a investigação acerca da intercepção da personalidade com a carreira uma área vibrante e fecunda é nosso propósito sensibilizar os psicólogos escolares para a relevância e a utilidade de avaliarem os 5 traços de personalidade nucleares, concomitantemente com os 3 grandes factores habitualmente consagrados na avaliação de carreira, contribuindo assim para o enriquecimento da sua prática e para ulterior benefício das crianças, dos jovens e adultos, que necessitam dos seus serviços especializados. 15h00 | Conferência plenária - Os desafios do futuro: A intervenção psicológica nas escolas em contextos de crise Moderadora: Graciete Franco Borges (FPCEUC) Comunicação: Orientar em tempos líquidos e de incerteza: Desafios para a investigação e intervenção na Orientação Vocacional

Carlos Manuel Gonçalves

Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto [email protected]

As grandes transformações verificadas no mundo do trabalho nas sociedades ocidentais globalizadas da contemporaneidade, resultantes de fenómenos complexos macrossociais, entre outros, o reconhecimento da escassez e da precariedade do trabalho, o desemprego estrutural - mesmo em profissões de qualificação superior - a competitividade agressiva entre as várias economias ditas emergentes, a flexibilização, a não correspondência entre formação e trabalho, a necessidade da opção por formações mais abrangentes, a tomada de consciência de que a incerteza é, provavelmente, a única certeza razoável quanto à evolução futura do mundo do trabalho … colocam novos desafios à investigação e à intervenção na área da orientação vocacional. Face a este cenário movediço e líquido desta cultura, urge repensar formas alternativas de compreensão da realidade histórico e social em que o sujeito psicológico se contextualiza e tenta viabilizar-se, encontrando o seu espaço de realização pessoal num mundo turbulento, inseguro e líquido. Esta reflexão/partilha de preocupações comuns, assumindo intencionalmente uma abordagem crítica, pretende ser um modesto contributo para a compreensão da realidade histórica e social complexa da contemporaneidade. Ou seja, partindo de um conjunto de analisadores conceptuais ou eixos heurísticos pretende apreender a complexa realidade atual em que os atores da investigação/intervenção agem, retirando algumas implicações para a intervenção no domínio da orientação vocacional.

16h00 | Sessão de encerramento