instituto de pesquisas jardim botânico do rio de janeiro escola...

95
Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola Nacional de Botânica Tropical A família Bromeliaceae na floresta atlântica da Paraíba, Brasil Ricardo Ambrósio Soares de Pontes 2005

Upload: others

Post on 06-Oct-2020

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de JaneiroEscola Nacional de Botânica Tropical

A família Bromeliaceae na floresta atlântica da Paraíba, Brasil

Ricardo Ambrósio Soares de Pontes

2005

Page 2: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de JaneiroEscola Nacional de Botânica Tropical

A família Bromeliaceae na floresta atlântica da Paraíba, Brasil

Ricardo Ambrósio Soares de Pontes

Dissertação apresentada e aprovada no Programa de Pós-graduação em Botânica, Escola Nacional de Botânica Tropical, do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de mestre em botânica.

Dra. Rafaela Campostrini Forzza (Orientadora)

Rio de Janeiro2005

2

Page 3: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

A família Bromeliaceae na floresta atlântica da Paraíba, Brasil:

Ricardo Ambrósio Soares de Pontes

Dissertação submetida ao corpo docente da Escola Nacional de Botânica Tropical, Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro - JBRJ, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de mestre.

Aprovada por:

Prof. Dra. Rafaela Campostrini Forzza (Orientador) ___________________

Prof. Dr. Gustavo Martinelli (JBRJ) ___________________

Prof. Dra. Andréa Costa (Museu Nacional/UFRJ) ____________________

em __/__/2005

Rio de Janeiro

3

Page 4: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

2005

Pontes, Ricardo Ambrósio Soares de P814f A família Bromeliaceae na floresta atlântica da Paraíba,

Brasil / Ricardo Ambrósio Soares de Pontes. – Rio de Janeiro, 2005.

ix, 126 f. : il. ; 28 cm.

Dissertação (mestrado) – Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro/Escola Nacional de Botânica Tropical, 2005.

Orientadora: Rafaela Campostrini Forzza.Banca examinadora: Gustavo Martinelli, Andréa Costa.Bibliografia.

1. Bromeliaceae. 2. Mata Atlântica. 3. Paraíba I. Título. II. Escola Nacional de Botânica Tropical.

CDD 584.22098133

4

Page 5: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

AGRADECIMENTOS

● À Sra. Maria de Lourdes (Mãe), pelo apóio emocional e financeiro, por ter substituído as

agências de fomento e patrocinado este projeto;

● Ás minhas irmãs Patrícia, Paula e Poliana, pela força e estímulo, sempre;

● Á minha esposa, Nathália Lima, pelo companheirismo e apóio durante algumas viagens de

campo, e paciência na ausência em tantas outras;

● À Dra. Rafaela Campostrini Forzza, pela orientação, amizade e oportunidade na realização

deste mestrado. Por tudo que fez por mim, não posso concidera-la uma mãe, pois a idade

não me deixa pensar assim, mas com certeza foi uma amável irmã;

● À Dra. Maria de Fátima Agra, pela co-orientação e ensinamentos durante toda minha

formação;

● Ao Dr. George Sidney Baracho, pela amizade e horas de conversa sobre o mundo das

bromélias;

● Á Márcia Toscano de Brito Aquino, gerente do Jardim Botânico de João Pessoa, pelo

constante apóio na realização deste trabalho, viagens ao campo, participação em

congressos e implementação do Bromeliário do JBJP;

● Á Dra. Ariane Luna Peixoto, por sempre ter me apoiado e confiado no aluno, até aquele

momento, desconhecido;

● Á diretora da Escola Nacional de Botânica Tropical, Dra. Denise Costa, pela companhia em

uma das minhas coletas, amizade e empenho na direção da escola;

● Á Escola Nacional de Botânica Tropical e a toda equipe da pós-graduação, Márcia, Abílio e

Jussara, pelo apóio institucional e paciência;

● Aos estudiosos em Bromeliaceae, Dra. Rafaela Campostrini Forzza, Dra. Andréa Costa, Dr.

Gustavo Martinelli, Dr. George Sidney Baracho, Dr. Elton Leme, doutorando Bruno R.

Silva;

● Aos amigos, Pedro Gadelha, Diego Dantas e Augusto Santiago, pelas proveitosas e

divertidas coletas em toda Paraíba;

● Á Polícia Militar Florestal do Estado da Paraíba, pelo apóio e segurança nas coletas em área

de risco;

● Aos biólogos e amigos, Emerson Lucena, Pedro Gadelha, e ao fotógrafo Luiz Bronzeado,

pelas belas e proveitosas fotografias de bromélias;

5

Page 6: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

● Ao amigo Diego Lins pela confecção dos painéis de congresso;

● As pessoas que muitas vezes são essenciais ao nosso trabalho, os mateiros, Sr. Paulo (Pico

do Jabre), Sr. Tita (Jussara e Jussarinha), André (Mata do Pau-Ferro), Sr. Manoel (ARIE

Goiamunduba), Paulinho (Natuba), Sr. Gilvan (Usina São João) e Sidão (APA das

Onças);

● Aos amigos da UFPB, Kiriaki Nurit, Victor Coelho, Ionaldo Basílio, Patrícia França,

Raquel e a técnica de herbário Dulce Gonçalves, pelo companheirismo;

● Aos amigos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Juan Gabriel, Henrique Dias, Pedro

Habibe, João Condak, Alex Solarzóno, Leonardo Schum, Flávio Peixoto, Marcelinho,

Dunley, Rubem e Ronaldo Marquete, pela grande amizade e ótima convivência na

temporada nesta cidade;

● As amigas, Ravena Dias, Erika, Melissa Bocayuva, Noa, Jakeline, Raquel, Adriana Lobão,

Daniele Fernandes, Mariana, Marianinha e Maria de Paula, pela ajuda e momentos de

descontração;

● Aos(as) curadores(as) dos herbários JPB, EAN, IPA, UFP e RB, pelo livre acesso às suas

instalações;

● À todos, que de alguma forma me ajudaram na realização deste trabalho.....

...meus sinceros agradecimentos

6

Page 7: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

Didicatória

Aos meus pais, Valdemir M. Pontes (in

memorian), saudades eterna painho, e minha

mainha Maria de Lourdes, pela força e formação

da pessoa que hoje sou. E as minhas três lindas

irmãs.

A minha amável esposa, Nathália Lima,

por compreender-me, e ao Nathan, nosso

7

Page 8: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

bebe que está chegando, pela incrível força

que tem me dado neste final de trabalho.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO GERAL.............................................................................................................1

OBJETIVOS.................................................................................................................................4

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................................4

CAPÍTULO 1. A família Bromeliaceae na Floresta Atlântica da Paraíba, Brasil

RESUMO/ABSTRACT...........................................................................................................1

INTRODUÇÃO.......................................................................................................................2

MATERIAL E MÉTODOS.....................................................................................................3

Área de Estudo......................................................................................................................3

Trabalhos de campo e laboratório.........................................................................................5

TRATAMENTO TAXONÔMICO..........................................................................................5

Chave para identificação dos gêneros de Bromeliaceae.......................................................6

Aechmea.......................................................................................................................7

Chave para identificação das espécies de Aechmea..................................................8

1. Aechmea aquilega (Salisb.) Griseb. ........................................................8

2. Aechmea emmerichii Leme ...................................................................10

3. Aechmea eurycorymbus Harms ............................................................12

4. Aechmea fulgens Brong. .......................................................................13

5. Aechmea lingulata (L.) Baker ...............................................................15

6. Aechmea mertensii (G. Mey) Schult. & Schult. f. ...............................17

7. Aechmea nudicaulis Griseb. .................................................................19

8. Aechmea stelligera L. B. Sm. ...............................................................20

Ananas........................................................................................................................22

1. Ananas ananassoides............................................................................22

Billbergia...................................................................................................................23

1. Billbergia morelii...................................................................................24

Bromelia.....................................................................................................................25

1. Bromelia karatas...................................................................................26

Cryptanthus ...............................................................................................................27

Chave para identificação das espécies de Cryptanthus...........................................28

1. Cryptanthus alagoanus..........................................................................28

8

Page 9: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

2. Cryptanthus sp. .....................................................................................29

Hohenbergia...............................................................................................................30

1. Hohenbergia ridleyi...............................................................................30

Orthophytum..............................................................................................................33

Chave para identificação das espécies de Orthophytum ........................................33

1. Orthophytum jabrense...........................................................................33

2. Orthophytum disjunctum.......................................................................35

Potea..........................................................................................................................36

1. Portea leptantha....................................................................................36

Tillandsia...................................................................................................................38

Chave para identificação das espécies de Tillandsia .............................................39

1. Tillandsia bulbosa.................................................................................40

2. Tillandsia gardneri................................................................................41

3. Tillandsia geminiflora...........................................................................42

4. Tillandsia juncea...................................................................................43

5. Tillandsia kegeliana...............................................................................45

6. Tillandsia loliacea.................................................................................46

7. Tillandsia paraensis...............................................................................47

8. Tillandsia polystachia............................................................................48

9. Tillandsia recurvata ..............................................................................50

10. Tillandsia streptocarpa..........................................................................51

11. Tillandsia stricta....................................................................................52

12. Tillandsia tenuifolia...............................................................................54

13. Tillandsia usneoides..............................................................................55

Vriesea.......................................................................................................................56

1. Vriesea procera.....................................................................................57

DISTRIBUIÇAÕ GEOGRÁFICA........................................................................................58

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................59

CAPÍULO 2. Diversidade e status de conservação das Bromeliaceae na floresta atlântica da

Paraíba, Brasil

RESUMO/ABSTRACT...........................................................................................................1

INTRODUÇÃO.......................................................................................................................2

MATERAIL E MÉTODOS.....................................................................................................3

9

Page 10: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

Área de Estudo......................................................................................................................3

Métodos.................................................................................................................................4

RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................................4

Diversidade das Bromeliaceae da floresta atlântica na Paraíba............................................4

Status de conservação das Bromeliaceae da floresta atlântica da Paraíba............................5

AGREDECIMENTOS.............................................................................................................9

REFERÂNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................9

DISCUSSÃO E CONCLUSÕES FINAIS..................................................................................5

ANEXOS 1

Lista das espécies de Bromeliaceae ocorrentes no estado da Paraíba, Brasil

ANEXOS 2

Figuras das espécies, vegetação e degradação ambiental no estado da Paraíba.

ÍNDICE DE FIGURAS E TABELAS

CAPÍTULO 1. A família Bromeliaceae na Floresta Atlântica da Paraíba, Brasil

Figura 1. Remanescentes florestais da Floresta Atlântica Nordestina (FAN).......................64

Figura 2. Localização da área de estudo................................................................................65

Figura 3. Influência do relevo e do clima sobre a vegetação dos brejos de altitude..............66

Figura 4. Aechmea aquilega e Aechmea emmerichii.............................................................67

Figura 5. Aechmea lingulata, A. stelligera e A. eurycorymbus..............................................68

Figura 6. Aechmea fulgens, A. nudicaulis e A. mertensii.......................................................69

Figura 7. Cryptanthus alagoanus, Cryptanthus sp. ..............................................................70

Figura 8. Orthophytum disjunctum e O. jabrense..................................................................71

Figura 9. Tillandsia juncea, T. polystachia, T. kegeliana e T. bulbosa.................................72

Figura 10. Tillandsia tenuifolia, T. gardneri e T. stricta.......................................................73

Figura 11. Tillandsia usneoides, T. loliacea e T. recurvata...................................................74

Figura 12. Tillandsia paraensis.............................................................................................75

Figura 13. Tillandsia streptocarpa.........................................................................................76

Figura 14. Mapa de distribuição geográfica das espécies de Aechmea da floresta atlântica na

Paraíba..................................................................................................................77

Figura 15. Mapa de distribuição geográfica das espécies de Ananas, Billbergia, Bromelia,

Cryptanthus, Hohenbergia, Orthophytum, Portea e Vriesea da floresta atlântica

na Paraíba.............................................................................................................78

10

Page 11: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

Figura 16. Mapa de distribuição geográfica das espécies de Tillandsia da floresta atlântica

na Paraíba.............................................................................................................79

Tabela 1. Distribuição dos táxons de Bromeliaceae da floresta atlântica no estado na Paraíba

.................................................................................................................................80

CAPÍULO 2. Diversidade e status de conservação das Bromeliaceae da floresta atlântica na

Paraíba, Brasil

Figura 1. Remanescentes florestais do Centro Endemismo Pernambuco .............................12

Figura 2. Grandes blocos florestais do Centro Pernambuco e as áreas prioritárias para

conservação.............................................................................................................12

Figura 3. Remanescentes florestais do bioma mata atlântica no estado da Paraíba...............13

Tabela 1. Comparação entre as áreas remanescentes / número de espécies na floresta

atlântica nordestina e paraibana..............................................................................14

Tabela 2. Remanescentes de floresta atlântica na Paraíba e as espécies ocorrentes..............15

Tabela 3. Espécies de Bromeliaceae na floresta atlântica da Paraíba, considerando novas

citações para o estado, status de conservação, ocorrência em UC’s, habitat e

distribuição..............................................................................................................16

11

Page 12: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

RESUMO GERAL

A família Bromeliaceae conta atualmente com 56 gêneros e cerca de 3270 espécies, sendo

Pitcairnia, Tillandsia e Aechmea os gêneros mais diversificados. Dos 56 gêneros, cerca de

80% ocorrem no território brasileiro, sendo que destes, aproximadamente 22% são restritos ao

mesmo. O estado da Paraíba, que localiza-se na porção oriental do Nordeste do Brasil, entre

os meridianos 34º45’54” e 38º45’45” oeste, e entre os paralelos de 6º02’12” e 8º19’18” sul, é

composto por dois grandes biomas brasileiros, a caatinga e a mata atlântica. A vegetação pode

ser classificada em nove tipos de formações: vegetação pioneira, campos e matas de restinga,

manguezais, matas úmidas (latifoliada perenifólia costeira e latifoliada perenifólia de altitude

ou “brejos de altitude”), cerrado ou “tabuleiros”, agreste, mata subcaducifolia de transição,

caatinga e matas serranas. A floresta atlântica paraibana possui uma área de aproximadamente

566.09 km2 o que corresponde a 1% da área total do estado. Faz parte do Centro de

Endemismo Pernambuco, que constitui um dos centros de endemismo da América do Sul.

Este trabalho teve como objetivo inventariar a flora de Bromeliaceae na floresta atlântica do

estado da Paraíba e avaliar o status de conservação das espécies neste bioma. Foram

realizadas expedições nas áreas de floresta atlântica do estado, incluindo as unidades de

conservação, estaduais e particulares, identificando as principais áreas de diversidade do

grupo. As plantas coletadas foram incorporadas ao acervo dos herbários JPB, IPA, RB e US, e

exemplares vivos encontram-se em cultivo no Jardim Botânico de João Pessoa. As espécies

foram fotografadas in situ, a fim de se construir um banco fotográfico. Registrou-se a

ocorrência de 31 espécies, dentre as quais nove são novas ocorrências para a floresta atlântica

paraibana. Cerca de 36% das espécies citadas para o Centro de Endemismo Pernambuco

ocorrem na floresta atlântica paraibana. Os brejos de altitude são os locais de maior

diversidade, com 22 espécies (71%), sendo 14 (45%) exclusivas desta formação. Dentre os

brejos de altitude, os brejos de Natuba e Areia, apresentaram maior diversidade, com 14

espécies cada área, sendo que seis ocorrem apenas nesta área, Aechmea eurycorymbus, A.

fulgens, A. nudicaulis, A. stelligera, Tillandsia juncea e Orthophytum disjunctum. O brejo de

altitude do Pico do Jabre, também mostra-se bastante diverso com 11 espécies. De acordo

com os critérios adotados, foram incluídas 13 espécies na categoria vulnerável (VU), sete em

presumivelmente ameaçadas (PA), sete em perigo (EP), três com baixo risco (RI) e uma

espécie está criticamente ameaçada (CR) na floresta atlântica paraibana.

12

Page 13: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

ABSTRACT

The Bromeliaceae family possesses nowadays 56 genera and about 3270 species, Pitcairnia,

Tillandsia and Aechmea being the most diversified genera. Of the 56 genera, about 80% occur

in the brazilian territory, from those, approximately 22% are restricted to this territory. The

state of Paraíba, which is located at the oriental portion of the Northeast, between the

meridians 34º45’54” and 38º45’45” W, and the parallels 6º02’12” and 8º19’18” S, is

composed by two great brazilian biomes, the caatinga and the atlantic forest. The vegetation

can be classified in nine kinds of formations: pioneering vegetation, fields and restinga

forests, mangroves, humid forests (latifoliate coastal evergreen and latifoliate altitude

evergreen or “brejos de altitutde”, altitude bogs), cerrado or “tabuleiros”, transitional dry

forest, subdeciduous transition forest, caatinga and mountain forests. The Atlantic forest in

Paraiba possesses na área of approximately 566.09 km2 which corresponds to 1% of the total

área of the state. It is part of Pernambuco`s Center of Endemism, which makes up one of the

centers of endemism of South America. This work had the objective of inventorying the

Bromeliaceae flora of the atlantic florest in the state of Paraíba and evaluate the conservation

status of the species in this biome. Expeditions to the areas of atlantic florest in the state were

performed, including the conservation units, state and private, identifying the main areas of

diversity in the group. The plants collected were incorporated to the holdings of the herbaria

JPB, IPA, RB and US, the living specimens are cultivated at the João Pessoa Botanic Garden.

The species were photographed in situ, in order to build a photographic database. The

occurrence of 31 species was registered, among which nine are new occurrences to the

atlantic forest of Paraíba. About 36% of the species cited for the Pernambuco Center of

Endemism occur in the atlantic forest of Paraíba. The altitude bogs are the places with greater

diversity, with 22 species (71%), of which 14 (45%) are exclusive to this formation. Among

the altitude bogs, the ones in Natuba and Areia, present the greater diversity, with 14 species

in each area, of which six are exclusive to this area, Aechmea eurycorymbus, A. fulgens, A.

nudicaulis, A. stelligera, Tillandsia juncea and Orthophytum disjunctum. The altitude bog of

Pico do Jabre, is also very diverse with 11 species. According to the criteria adopted, 13

species were included in the vulnerable category (VU), seven in presumably threatened (PA),

seven in danger (EP), three with low risk (RI) and one species is critically threatened (CR) in

the atlantic forest of Paraíba.

13

Page 14: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

INTRODUÇÃO GERAL

Bromeliaceae conta atualmente com 56 gêneros e cerca de 3270 espécies, sendo

Pitcairnia, Tillandsia e Aechmea os gêneros mais diversos (Grant & Zijlstra, 1998, Luther,

2002). A família apresenta distribuição essencialmente neotropical, com apenas um táxon,

Pitcairnia feliciana (A. Chev.) Harms & Mildbraed, no oeste do continente africano (Smith &

Downs, 1974). Possui três centros de diversidade genérica: a costa leste do Brasil, nos

domínios da floresta atlântica, o escudo das guianas e planalto andino. No primeiro,

predominam grupos intimamente associados a ambientes florestais e, nos outros dois, grupos

relacionados à vegetação aberta (Forzza, 2001). Estima-se que do total de espécies, cerca de

40% podem ser encontradas no Brasil, colocando nosso país entre os mais importantes em

termos de diversidade na família (Leme, 1997). Dos 56 gêneros, cerca de 80% ocorrem no

território brasileiro, sendo que destes, aproximadamente 22% são restritos ao mesmo (Forzza

& Nadruz, 2005).

Considerado um grupo fascinante pela beleza e importância ecológica nos diversos

ecossistemas, os membros da família Bromeliaceae têm sido estudados pelas diversas áreas

do conhecimento biológico. Assim, uma vasta literatura sobre a família vem sendo acumulada

ao longo dos anos. Trabalhos envolvendo aspectos ecológicos, fisiológicos, bioquímicos,

morfológicos e taxonômicos, dentre outros, vêm se somando na busca de informações sobre

as espécies de Bromeliaceae. No entanto, apesar de um acúmulo relativamente alto de

conhecimentos, muitas questões ainda permanecem não elucidadas. A complexa taxonomia

da família ainda está longe de ser solucionada. Muitas questões quanto ao número real de

espécies e gêneros ocorrentes nos diversos ecossistemas brasileiros, ainda hoje causam

dúvidas. Por outro lado, o acelerado processo de destruição desses ecossistemas, somado ao

extrativismo predatório tem levado a reduções drásticas das populações e conseqüente perda

de diversidade (Forzza, 1998, 2001; Rocha et al., 1997).

Na Região Nordeste do Brasil alguns trabalhos tem sido realizados envolvendo a

família Bromeliaceae. Entre os estudos taxonômicos podemos citar Luther & Leme (1998),

Sousa & Wanderley (2000), Siqueira-Filho & Leme (2000, 2002), Wanderley & Sousa

(2002), Pontes & Agra (2005), Silva & Luther (2002), Leme & Luther (2003a, 2003b) e Leme

(2002). Também merecem destaque os estudos em biologia floral e reprodutiva (Siqueira-

Filho, 1998; Siqueira-Filho & Machado, 2001) e ecológicos (Siqueira-Filho, 1997; Santos &

Almeida, 1998; Santos et al., 2002, 2003). Apesar do considerável número de trabalhos para a

14

Page 15: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

Região, as informações ainda são escassas para Sergipe, Alagoas, Paraíba, Maranhão e Rio

Grande do Norte.

Segundo Salgado et al. (1981), o sistema fitoecológico do Nordeste do Brasil,

corresponde os tipos bioclimáticos, Ombrófilo e Estacional. No primeiro a forma de vida

caracteriza-se por fanerófitas arbóreas sem proteção do broto foliar, enquanto que no tipo

estacional predominam as fanerófitas e caméfitas com adaptações a um perído desfavorável,

além das herbáceas hemicriptófitas e geófitas e ervas anuais (terófitas).

O estado da Paraíba, que localiza-se na porção oriental do Nordeste do Brasil, entre os

meridianos 34º45’54” e 38º45’45” oeste e entre os paralelos de 6º02’12” e 8º19’18” sul, é

composto por dois grandes biomas brasileiros, a caatinga e a mata atlântica. O primeiro

compõe aproximadamente 80% da cobertura vegetal do estado, enquanto que a mata atlântica

ocupa atualmente apenas 1% do território paraibano. A vegetação pode ser classificada em

nove tipos de formações: vegetação pioneira, campos e matas de restinga, manguezais, matas

úmidas (lataifoliada perenifólia costaeira e latifoliada perenifólia de altitude ou “brejos de

altitutde”), cerrado ou “tabuleiros”, agreste, mata subcaducifolia de transição, caatinga e

matas serranas (Carvalho e Carvalho, 1985).

A mata atlântica pode ser definida como o conjunto de formações florestais extra-

amazônicas, com ocorrência desde “ilhas” isoladas no interior do Nordeste brasileiro,

chegando até sua costa, e daí seguindo até o nordeste-norte do Rio Grande do Sul, ocupando

uma faixa de largura variável que percorre toda a costa do Brasil

(http://www.bdt.fat.org.br/workshop/mata.atlantica/BR/rp_flora).

Compreendem o bioma da mata atlântica na Paraíba, a vegetação pioneira, os

manguezais, os campos e matas de restinga, a mata úmida e manchas de cerrado (Carvalho e

Carvalho, 1985). Neste trabalho não foram observadas espécies de Bromeliaceae nas

formações vegetais pioneira e manguezal, portanto, estas áreas não foram incluídas neste

trabalho.

Os campos e matas de restinga ocorrem logo após a linha de preamar, em solos

arenosos, mais profundos e menos salinizados. Os campos são caracterizados por uma

vegetação arbustiva de densidade variável. A mata de restinga é subcaducifólia, com árvores

de porte médio (10-15m), com copas largas e irregulares. As epífitas são raras, conseqüência

da carência de umidade (Carvalho & Carvalho, 1985). No estado ocorrem principalmente no

litoral norte, divisa com o estado do Rio Grande do Norte, sobre dunas que alcançam 90 m de

altura.

15

Page 16: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

Sobre os baixos planaltos costeiros, coincidindo com os capeamentos arenosos, de solos

pobres, mal drenados, ocorre a vegetação de cerrado que recebe, no Nordeste, a denominação

particular de tabuleiro (Carvalho e Carvalho, 1985), sendo tratado assim neste trabalho.

Nestes locais, a mata é substituída por uma vegetação arbustiva-arbórea, composta por

espécies de restinga e de cerrado (Barbosa & Thomas, 2002), além da cooparticipação de

elementos da mata, caatinga e cerradão, tornando-se um complexo florístico (Fernandes,

1998). Caracteriza-se por um estrato herbáceo formado predominantemente por gramíneas, e

um arbustivo que apresenta indivíduos esparsos ou agrupados de porte baixo, com troncos e

ramos tortuosos e córtez espesso e fendido (Carvalho e Carvalho, 1985).

A mata úmida, segundo Carvalho & Carvalho (1985), compreende dois tipos de

formações, a vegetação latifoliada perenifólia costeira e a latifoliada perenifólia de altitude ou

“brejo de altitude”. Localiza-se no domínio quente e úmido e, tem como características altas

médias mensais de temperatura (23-28ºC) e altos índice pluviométricos (1.200-1.800 mm),

com chuvas de outono a inverno (Lima & Heckendorff, 1985) e um período seco de dois a

quatro meses. A primeira, denominadas aqui como matas costeiras, caracteriza-se por uma

formação densa, sempre verde, de árvores altas (até 30 m), apresentando muitas lianas e

epífitas nos setores mais úmidos e ocupando cotas altimétricas não superiores a 200 m s.m. A

mata latifoliada perenifólia de altitude, tratada aqui como brejos de altitude, é uma formação

vegetal arbórea de grande porte, densa, com muitas palmeiras e cotas altimétricas entre 500-

600 m s.m., podendo alcançar 1.197 m s.m. e médias anuais de precipitação de 1.400 mm.

Apresenta espécies comuns às da mata costeira e, por sua semelhança fisionômica e florística,

é considerada como uma disjunção das mesmas (Carvalho e Carvalho, 1985).

Segundo Andrade-Lima (1966), os brejos de altitude são áreas com vegetação do tipo

florestal inseridas na caatinga, podendo ser emissões contínuas do maciço florestal costeiro ou

manchas isoladas nos topos das serras. Nestas áreas, as taxas pluviométricas e higrométricas

mais elevadas, que as da caatinga, somada a maior variação de temperatura (mínimo de 16º(-

11º)), altitude, solo, umidade do solo e do ar, propiciam a formação dos brejos de altitude.

Essas condições tornam estes remanescentes áreas de elevada biodiversidade (Barbosa et al.,

2004). Estas áreas podem ser consideradas, de acordo com a definição do IBGE (2004), como

refúgios vegetacionais ou comunidades relíquias, sendo encontrados nestes locais

endemismos específicos de gêneros com ampla distribuição.

Na Paraíba, são considerados brejos de altitude as áreas de florestas úmidas situadas

nos municípios de Alagoa Grande, Alagoa Nova, Bananeiras, Borborema, Pilões, Serraria e

Areia (Andrade-Lima, 1966, Mayo & Fevereiro, 1982, Barbosa et al., 2004, Tabarelii &

16

Page 17: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

Santos, 2004). Outras áreas também consideradas como brejos de altitude estão localizadas

nos municípios de Maturéia (Agra et al., 2004) e Natuba (Pôrto et al., 2004). As principais e

mais estudadas áreas de brejo de altitude na Paraíba são os fragmentos do município de Areia

Mata do Pau-Ferro) e Maturéia (Pico do Jabre). A mata do Pau-Ferro localiza-se a 5 km da

sede do município de Areia (6º58’12”S e 35º42’15”W), é considerada a mata de brejo mais

representativa no estado (Barbosa et al., 2004). Possui uma área de 600 ha, ocupando cotas

entre 400-600 m de altitude com média anual de 22ºC, 85% de umidade relativa do ar e

precipitação media anual de 1400 mm (Mayo & Fevereiro, 1982). O Pico do Jabre,

remanescente localizado no município de Maturéia (37º20’ e 37º22’W, 7º12’e 7º15’S),

encontra-se sobre o Planalto da Borborema, atingindo cota de 1197m de altitude. Possui uma

área de 500 ha, composta por vegetação florestal, formado por elementos da mata úmida e da

caatinga (Agra et al., 2004). Seu clima é quente e semi-úmido (AW’) de acordo com a

classificação de Köppen, com precipitação média anual variando entre 800-1000 mm,

temperatura média superior a 20ºC e umidade relativa do ar de 65% (Sudema, 1994).

Levantamentos florísticos devem ser considerados prioritários para um maior

conhecimento dos táxons e sua distribuição, facilitando a captação de recursos para projetos

visando à conservação dos mesmos (Forzza & Nadruz, 2005).

OBJETIVOS

Catalogar as espécies da família Bromeliaceae que ocorrem na floresta atlântica da

Paraíba;

Ilustrar, elaborar chaves de identificação e descrições para as espécies de Bromeliaceae

ocorrentes na floresta atlântica na Paraíba;

Elaborar mapas de distribuição geográfica das espécies de Bromeliaceae na floresta

atlântica da Paraíba;

Levantar informações sobre as populações, habitats e dados ecológicos que possam

subsidiar estudos posteriores no grupo;

Contribuir no Projeto Flora da Paraíba;

Contribuir para os estudos taxonômicos da família Bromeliaceae;

Contribuir, através da implantação de um bromeliário, para posteriores projetos de

conservação ex situ.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

17

Page 18: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

Agra, M.F.; Barbosa, M.R.V & Stevens, W.D. 2004. Levantamento preliminar do Pico do

Jabre, Paraíba, Brasil, 123-138. In: Pôrto, K.C.; Cabral, J.J.P. & Tabarelli, M. 2004.

Brejos de altitude em Pernambuco e Paraíba: Historio natural, ecologia e conservação.

MMA/UFPE. Brasília, DF. 324p.

Andrade-Lima, D. 1966. Bromeliaceae de Pernambuco. Publicações da Secretaria de Cultura,

Indústria e Comércio – IPA. Recife, PE. pp. 161-166.

Barbosa, M.R.V.; Agra, M.F.; Sampaio, E.V.S.B.; Cunha, J.P. & Andrade, L.A. 2004.

Diversidade florística na Mata do Pau-Ferro, Areia, Paraíba, 111-122. In: Pôrto, K.C.;

Cabral, J.J.P. & Tabarelli, M. 2004. Brejos de altitude em Pernambuco e Paraíba: Historio

natural, ecologia e conservação. MMA/UFPE. Brasília, DF. 324p.

Barbosa, M.R.V & Thomas, W. 2002. Biodiversidade, conservação e uso sustentável da

Floresta Atlântica no Nordeste. In. Biodiversidade, conservação e uso sustentável da

flora do Brasil. SBB UFPE. Recife, PE, 262p.

Carvalho, F. A & Carvalho, M. G. 1985. Vegetação. In Atlas Geográficos da Paraíba. Grafset.

João Pessoa, PB. 99pp.

Fernandes, A. 1998. Fitogeografia brasileira. Ed. Multigraf. Forteleza. 340p.

Forzza, R. C & Nadruz, M. A. 2005. Conservação de monocotiledôneas ameaçadas de

extinção no Brasil. 56 Congresso Nacional de Botânica. Curitiba, PR. Resumos...CD-

Room.

Forzza, R. C. 1998. Encholirium: um gênero ameçado. Bromélia 5(1-4): 15-18.

_____________ 2001. Filogenia da tribo Puyeae Wittm. e revisão taxonômica do gênero

Encholirium Mart. ex Schult. & Schult. f. (Pitcairnioideae – Bromeliaceae). Tese de

Doutorado, Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo. São Paulo.

Grant, J. R. & Zijlstra, G. 1998. An anotated catalogue of the generic names of the

Bromeliaceae. Selbyana 19(1): 91.

IBGE. 2004. Mapa de vegetação do Brasil. www.ibge.gov.br

Leme, E. M. C. 1997. Bromélias da Floresta Atlântica: Canistrum. Ed Salamandra. Rio de

Janeiro, RJ. 107p. il.

______________ 2002. Two new additions to the genus Vriesea from Bahia, Brazil. Journal

Bromeliad Sociaty 52 (5):216-221.

______________ & Luther, H. E. 2003a. A new miniature Portea from Brazil. Journal

Bromeliad Sociaty 53 (3) : 115-121.

______________ & Luther, H. E. 2003b. Two new species of Aechmea from Bahia, Brazil.

18

Page 19: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

Lima, P. J. & Heckendorff, W. D. 1985. Climatologia. In Atlas Geográficos da Paraíba.

Grafset. João Pessoa, PB. 99pp.

Luther, E. H. 2002. An alphabetical list of bromeliad binomials. The Marie Selby Botanical

Gardens, Sarasota, Florida, USA. ed. 8.

_____________ & Leme, E. M. C. 1998. Uma nova espécie de Canistrum da Bahia. Bromélia

5(1-4).

Mayo, S. J. & Fevereiro, V. P. B. 1982. Mata do pau-ferro-a pilot study of the Brejo forest of

Paraíba, Brazil. Royal Botanical Gardens, Kew. 29p.

Pontes, R. A. & Agra, M. F. Flora da Paraíba: Tillandsia L. (Bromeliaceae). Rodriguésia (no

prelo).

Pôrto, K.C., Germano, S.G. & Borges, G.M. 2004. Avaliação dos brejos de altitude de

Pernambuco e Paraíba, quanto à diversidade de Briófitas, para a conservação. 79-97p. In:

Pôrto, K.C.; Cabral, J.J.P. & Tabarelli, M (Eds.). Brejos de altitude em Pernambuco e

Paraíba: Historio natural, ecologia e conservação. MMA/UFPE. Brasília, DF. 324p.

Salgado, O. A.; Filho, S. J. & Gonçalves, L. M. C. 1981. Vegetação: as regiões fitoecológicas,

sua natureza e seus recursos econômicos, estudo fitogeográfico.RADAMBRASIL, folhas

SB.24/25 Jaguaribe/Natal. Rio de Janeiro. 485-544.

Santos, R. L. & Almeida, M.G. 1998. Ocorrência de Sesarma angustipes Dana, 1852

(Crustaceae, Grapsidae, Sesarminae) em tanques foliares de Hohenbergia sp. Em Ponta

do Cotovelo (Parnamirim, RN). Bromélia 5(1-4): 67-73.

Santos, R. L.; Almeida, M. G. & Nunes, J. V. 2002. Notes on the association of

Pachistopelma rufonigrum Pocock 1901 (Theraphosidae) with phytotelm bromeliads in

eastern Rio Grande do Norte, NE-Brazil. Journal Bromeliad Society 52(3): 122-124.

Santos, R. L.; Almeida, M. G. & Nunes, J. V. 2003. Water-holding bromeliads as a keystono

resource for a gecko (Briba brasiliana Amaral 1935; Sauria, Gekkonidae) in restinga

habitats in Northeasrtern Brazil. Journal Bromeliad Sociaty 53 (2):84-88.

Silva, B. R. & Luther, H. E. 2002. A new attractive Aechmea species from the state of Bahia,

Brazil. Journal Bromeliad Sociaty 52 (5):221-225.

Siqueira-Filho, J. A. & Leme, E. M. C. 2000. Suplemento: Neoregelia subgênero

Longipetalopsis. In: Nidularium: Bromélias da Floresta Atlântica. Sextante Artes. Rio de

Janeiro, RJ. 263p.

19

Page 20: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

Siqueira-Filho, J. A. & Leme, E. M. C. 2002. An addtion to the genus Canistrum: a new

combination for an old species from Pernambuco and a new species from Alagoas,

Brazil. Journal Bromeliad Society 52(3): 105-121.

Siqueira-Filho, J. A. & Machado, I. C. 2001. Biologia reprodutiva de Canistrum aurantiacum

E. Morren (Bromeliaceae) em remanescentes da floresta atlântica, Nordeste do Brasil.

Acta botânica brasílica 15(3): 427-443.

Siqueira-Filho, J. A. 1997. Algumas considerações ecológicas e distribuição de Canistrum

aurantiacum. Bromélia 4(1): 23-27.

Siqueira-Filho, J. A. 1998. Biologia floral de Hohenbergia ridleyi (Baker) Mez. Bromélia

5(1-4): 3-13.

Smith, L.B & Downs, R.J. 1974. Pitcairnioideae (Bromeliaceae). Flora Neotropica. Hafner

Press, New York. Monogr. 14 part 1, 1-658.

Sousa, G. M. & Wanderley, M. G. L. 2000. Aechmea Ruiz & Pav. (Bromeliaceae) do estado

de Pernambuco, Brasil. Acta Botânica Brasílica 14(1): 77-97.

Wanderley, M.G.L. & Sousa, G.M. 2002. Distribuição das espécies de Bromeliaceae na

caatinga. In Vegetação e flora da caatinga. Recife, PE, 121-122pp.

20

Page 21: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

CAPÍTULO I

21

Page 22: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

A família Bromeliaceae na floresta atlântica da Paraíba, Brasil 1

Ricardo Ambrósio Soares de Pontes 2

Maria de Fátima Agra 3

Rafaela Campostrini Forzza 4

1 Parte da dissertação de mestrado do primeiro autor.

2 Pós-graduando da Escola Nacional de Botânica Tropical, Instituto de Pesquisa do Jardim

Botânico do Rio de Janeiro. e.mail: [email protected]

3 Laboratório de Tecnologia Farmacêutica, Universidade Federal da Paraíba, Caixa Postal

5009, CEP. 58051-059. João Pessoa, PB, Brasil. e.mail: [email protected].

22

Page 23: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

4 Correspondência: Jardim Botânico do Rio de Janeiro, R. Pacheco Leão, 915, Rio de Janeiro,

RJ. CEP. 22460-030. e.mail: [email protected]

RESUMO - A família Bromeliaceae conta atualmente com 56 gêneros e cerca de 3270

espécies, sendo Pitcairnia, Tillandsia e Aechmea os gêneros mais diversificados. Dos 56

gêneros, cerca de 80% ocorrem no território brasileiro, sendo que destes, aproximadamente

22% são restritos ao mesmo. A Paraíba localiza-se na porção oriental do Nordeste do Brasil,

entre os meridianos 34º45’54”e 38º45’45” oeste, e entre os paralelos de 6º02’12” e 8º19’18”

sul. A floresta atlântica compreende o conjunto de formações florestais extra-amazônicas,

com ocorrência desde “ilhas” isoladas no interior do Nordeste. Compreende o bioma da mata

atlântica no estado, a vegetação pioneira, os manguezais, os campos e matas de restinga, a

mata úmida e cerrado. Foram realizadas expedições nas áreas de floresta atlântica do estado,

incluindo as unidades, estaduais e particulares, identificando as principais áreas de

diversidade do grupo, a fim de subsidiar a conservação das espécies e seus ambientes naturais.

As plantas coletadas foram incorporadas ao acervo dos herbários JPB, IPA, RB e US. As

plantas foram fotografadas in situ, a fim de se construir um banco fotográfico. Foi registrada a

ocorrência de 31 espécies distribuídas em dez gêneros, das quais nove são novas citações para

a floresta atlântica paraibana.

Palavras chaves: Nordeste, florística, diversidade, distribuição.

ABSTRACT - The Bromeliaceae family possesses nowadays 56 genera and about 3270

species, Pitcairnia, Tillandsia and Aechmea being the most diversified genera. Of the 56

genera, about 80% occur in the brazilian territory, from those, approximately 22% are

restricted to this territory. The state of Paraíba, which is located at the oriental portion of the

Northeast, between the meridians 34º45’54” and 38º45’45” W, and the parallels 6º02’12” and

8º19’18” S. The atlantic forest encompasses the group of extra-amazonian forest formations,

with occurrence starting at isolated “islands” in the interior of the Northeaster region of

Brazil. Includes the atlantic forest biome in the state, pioneering vegetation, the mangroves,

the fields and forests of restinga, the humid forest and cerrado. Expeditions to the areas of

atlantic florest in the state were performed, including the conservation units, state and private,

identifying the main areas of diversity in the group, in order to subsidize the conservation of

23

Page 24: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

the species and their natural habitat. The plants collected were incorporated to the holdings of

the herbaria JPB, IPA, RB and US. The species were photographed in situ, in order to build a

photographic database. The occurrence of 31 species was registered, among which nine are

new occurrences to the atlantic forest of Paraíba.

Key words: Northeast, floristics, diversity, distribution.

INTRODUÇÃO

Representada por aproximadamente 3270 espécies e 56 gêneros (Grant & Zijlstra,

1998, Luther, 2000), a família Bromeliaceae apresenta distribuição essencialmente

neotropical, com um táxon disjunto, Pitcairnia feliciana (A. Chev.) Harms & Mildbraed, que

ocorre na costa oeste do continente africano (Smith & Downs, 1974). Possui três centros

principais de diversidade genérica: a costa leste do Brasil, nos biomas da floresta atlântica, o

escudo das guianas e planalto andino. No primeiro, predominam grupos intimamente

associados a ambientes florestais e, nos outros dois, grupos relacionados à vegetação aberta

(Forzza, 2005). Estima-se que do total de espécies, cerca de 40% podem ser encontradas no

Brasil, colocando nosso país entre os mais importantes em termos de diversidade na família

(Leme, 1997). Dos 56 gêneros, cerca de 80% ocorrem no território brasileiro, sendo que

destes, aproximadamente 22% são restritos ao mesmo (Forzza, 2005).

Na Região Nordeste do país a família encontra-se bastante diversificada nos estados da

Bahia, principalmente nas áreas florestadas do sul do estado e nas chapadas do interior e, em

Pernambuco nas matas litorâneas, brejos de altitude e caatinga. Para os outros estados do

Nordeste, poucos estudos foram realizados envolvendo a família, por este motivo poucas

conclusões podem ser tiradas acerca da distribuição das espécies de Bromeliaceae.

Muitos trabalhos têm sido realizados envolvendo a família no Brasil. Para a Região

Nordeste podemos citar os estudos taxonômicos de Luther & Leme (1998), Sousa &

Wanderley (2000), Siqueira-Filho & Leme (2000, 2002), Wanderley & Sousa (2002), Pontes

(2002), Silva & Luther (2002), Leme & Luther (2003ª e 2003b) e Leme (2002). Também

merecem destaque os estudos em biologia floral e reprodutiva (Siqueira-Filho, 1998;

Siqueira-Filho & Machado, 2001) e ecológicos (Siqueira-Filho, 1997; Santos & Almeida,

1998; Santos et al., 2002, 2003). Contudo, a grande maioria destes trabalhos são para

Pernambuco e Bahia e as informações sobre as espécies de Bromeliaceae ainda são escassas

para os estados de Sergipe, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Maranhão.

A floresta atlântica pode ser definida como o conjunto de formações florestais extra-

amazônicas, com ocorrência desde “ilhas” isoladas no interior do Nordeste brasileiro,

24

Page 25: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

chegando até sua costa, e daí seguindo até o nordeste-norte do Rio Grande do Sul, ocupando

uma faixa de largura variável que percorre toda a costa do Brasil

(http://www.bdt.fat.org.br/workshop/mata.atlantica/BR/rp_flora).

Uma das unidades biogeográficas que compõem a floresta atlântica é a mata localizada

ao norte do rio São Francisco, abrangendo os estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio

Grande do Norte, com encraves no Ceará e Piauí (Tabarelli & Santos, 2004). Esta unidade

tem sido reconhecida como um importante centro de endemismo, Centro de Endemismo

Pernambuco (Prance, 1982) (Figura 1).

Este trabalho teve como objetivo contribuir para um maior conhecimento florístico dos

remanescentes de floresta atlântica no estado da Paraíba, bem como ampliar o conhecimento

sobre a taxonomia e distribuição geográfica das espécies de Bromeliaceae do Centro

Endemismo Pernanbuco. Vem ainda, fornecer subsídios para posteriores pesquisas

envolvendo este importante grupo de plantas nas florestas neotropicais.

MATERIAL E MÉTODOS

Área de Estudo

O Estado da Paraíba, que localiza-se na porção oriental do Nordeste do Brasil, entre os

meridianos 34º45’54” e 38º45’45” oeste e entre os paralelos de 6º02’12” e 8º19’18” sul, é

composto por dois grandes biomas brasileiros, a caatinga e a mata atlântica. O primeiro

compõe aproximadamente 80% da cobertura vegetal do estado, enquanto que a mata atlântica

ocupa atualmente apenas 1% do território paraibano. A vegetação pode ser classificada em

nove tipos de formações: vegetação pioneira, campos e matas de restinga, manguezais, matas

úmidas (Lataifoliada Perenifólia Costaeira e Latifoliada Perenifólia de Altitude ou “brejos de

altitutde”), cerrado ou “tabuleiros”, agreste, mata subcaducifolia de transição, caatinga e

matas serranas (Carvalho e Carvalho, 1985).

Compreendem o bioma da mata atlântica na Paraíba, a vegetação pioneira, os

manguezais, os campos e matas de restinga, a mata úmida e cerrado. Neste trabalho não foram

amostradas as formações vegetais pioneira e manguezal, pela ausência de espécies de

Bromeliaceae nestas áreas.

Os campos e matas de restinga ocorrem logo após a linha de preamar, em solos

arenosos, mais profundos e menos salinizados. Os campos são caracterizados por uma

vegetação arbustiva de densidade variável. A mata de restinga é subcaducifólia, com árvores

de porte médio (10-15m), com copas largas e irregulares. As epífitas são raras, conseqüência

da carência de umidade (Carvalho e Carvalho, 1985). No estado ocorrem principalmente no

25

Page 26: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

litoral norte, divisa com o estado do Rio Grande do Norte, sobre dunas que alcançam 90 m de

altura.

Sobre os baixos planaltos costeiros, coincidindo com os capeamentos arenosos, de solos

pobres, mal drenados, ocorre a vegetação de cerrado que recebe, no Nordeste, a denominação

particular de tabuleiro (Carvalho e Carvalho, 1985), sendo tratado assim neste trabalho.

Nestes locais, a mata é substituída por uma vegetação arbustivo-arbórea, composta por

espécies de restinga e de cerrado (Barbosa & Thomas, 2002), além da coparticipação de

elementos da mata, caatinga e cerradão, tornando-se um complexo florístico (Fernandes,

1998). Caracteriza-se por um estrato herbáceo formado predominantemente por gramíneas, e

um arbustivo que apresenta indivíduos esparsos ou agrupados de porte baixo, com troncos e

ramos tortuosos e córtez espesso e fendido (Carvalho e Carvalho, 1985).

A mata úmida, segundo Carvalho & Carvalho (19850, compreende dois tipos de

formações, a vegetação latifoliada perenifólia costeira e a latifoliada perenifólia de altitude ou

“brejo de altitude”. Localiza-se no domínio quente e úmido, tem como características altas

médias mensais de temperatura (23-28ºC), e altos índice pluviométricos (1.200-1.800 mm),

com chuvas de outono a inverno (Lima & Heckendorff, 1985) e um período seco de dois a

quatro meses. A primeira, denominadas aqui como matas costeiras, caracteriza-se por uma

formação densa, sempre verde, de árvores altas (até 30 m), apresentando muitas lianas e

epífitas nos setores mais úmidos, ocupando cotas altimétricas não superiores a 200m s.m. A

mata latifoliada perenifólia de altitude, tratada aqui como brejos de altitude, é uma formação

vegetal arbórea de grande porte, densa, com muitas palmeiras, entre 500-600 m s.m. podendo

alcançar 1.197 m s.m. e médias anuais de 1.400 mm. Apresenta espécies comuns às da mata

costeira e, por sua semelhança fisionômica e florística, é considerada como uma disjunção das

mesmas (Carvalho e Carvalho, 1985).

Segundo Andrade-Lima (1966), os brejos de altitude são área com vegetação do tipo

florestal inseridas na caatinga, podendo ser emissões contínuas do maciço florestal costeiro ou

manchas isoladas nos topos das serras. Nestas áreas, as taxas pluviométricas e higrométricas

mais elevadas, que as das caatingas, somada a maior variação de temperatura(mínimo de 16º(-

11º)), altitude, solo, umidade do solo e do ar, propiciam a formação dos brejos de altitude

(Figura 2). Essas condições tornam estes remanescentes áreas de elevada biodiversidade

(Barbosa et al., 2004).

Estas áreas podem ser consideradas, de acordo com a definição do IBGE (2004), como

refúgios vegetacionais ou comunidades relíquias, sendo encontrados nestes locais

endemismos específicos de gêneros com ampla distribuição.

26

Page 27: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

No Estado da Paraíba, são consideradas como áreas de brejos de altitude as áreas de

florestas úmidas situadas nos municípios de Alagoa Grande, Alagoa Nova, Bananeiras,

Borborema, Pilões, Serraria e Areia, região conhecida com “brejo paraibano”, principal área

deste tipo de vegetação (Andrade-Lima, 1966; Mayo & Fevereiro, 1982: Barbosa et al., 2004,

Tabarelii & Santos, 2004). Outras áreas consideradas como brejos de altitude estão

localizadas nos municípios de Maturéia (Agra et al., 2004) e Natuba (Pôrto et al., 2004).

(Figura 1b).

Trabalho de campo e laboratório

Foram realizadas expedições sistemáticas nos municípios que ainda possuem áreas de

floresta atlântica, entre agosto de 2004 e agosto de 2005. As coletas abrangeram

principalmente áreas com vegetação ainda conservada e em localidades indicadas na literatura

para espécies. As plantas coletadas foram prensadas em campo e incorporadas ao acervo dos

herbários JPB, IPA, RB e US (siglas segundo Holmgren et al 1990). Dados relevantes como

ambiente, tamanho das populações, possíveis ameaças e coloração das estruturas, foram

anotados no momento da coleta. Inflorescências, flores e frutos, quando possível foram

armazenados em álcool a 70% para posteriores estudos morfológicos e ilustrações. Espécimes

vivos encontram-se em cultivo no Jardim Botânico de João Pessoa.

A análise do material coletado em campo foi realizada com auxílio de microscópio

estereoscópico. A identificação do mesmo foi realizada através de bibliografia especializada,

por comparação com coleções-tipo, fotos de material tipo e descrições originais. As espécies

foram descritas utilizando-se as terminologias propostas por Lawrence (1951) e Radford et al.

(1974).

Foram preparadas ilustrações, com caneta nankin 0.1 sobre papel vegetal 90mg. São

apresentadas chaves de identificação, descrições enfocando principalmente características

para reconhecimento dos taxa, mapas com a distribuição das espécies da área de estudo, além

de comentários sobre a taxonomia. As plantas foram fotografadas in situ, a fim de se construir

um banco fotográfico das espécies da floresta atlântica na Paraíba.

Para elaboração dos mapas de distribuição geográfica das espécies foram analisadas as

coleções depositadas nos herbários EAN, JPB, UFP, IPA, HB e RB. Informações adicionais

foram obtidas através da literatura. Para fins de agrupamento e distribuição das espécies

dentro da floresta atlântica na Paraíba, foram consideradas três formações vegetacionais, mata

úmida, subdividida em mata latifoliada costeira ou mata costeira e mata latifoliada perenifólia

de altitude ou brejo de altitude, campos e matas de restinga e cerrado ou tabuleiro. As

27

Page 28: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

espécies foram classificadas como de ampla distribuição, quando ocorrem nas três formações,

distribuição restrita, quando encontradas em duas formações e distribuição muito restrita,

quando ocorre em apenas uma das formações.

TRATAMENTO TAXONÔMICO

Para a floresta altântica do estado da Paraíba, foram resgistradas neste trabalho a

ocorrência de 31 espécies de Bromeliaceae subordinadas a dez gêneros.

Bromeliaceae A. L. Juss. Gen. 49. 1789

ERVAS , terrestres, rupícolas ou epífitas. FOLHAS em geral dispostas em espiral, em

rosetas, algumas vezes dísticas, margens inteiras ou aculeadas, recobertas por tricomas

(escamas) funcionais e especializadas, ápice evidentemente mucronado ou não. BAINHAS

inconspícuas ou amplas. INFLORESCÊNCIAS terminais ou axilares, com ou sem escapo,

simples ou compostas, em espigas subglobosas a cilíndricas, panículas densas ou laxas,

racemos ou simplesmente flores isoladas ou reunidas em pequenos fascículos. FLORES

trímeras, três sépalas e três pétalas livres ou conatas, heteroclamídeas, monoclinas, ou muito

raramente diclinas, actinomorfas, raramente zigomorfas. APÊNDICES PETALÍNEOS na

base ou na região mediana das pétalas e/ou calosidades que acompanham os filetes

antipétalos. ANDROCEU diplostêmone (3+3), antipétalos e antisépalos, os grãos de pólen

variados na forma, biporados a poliporados, exinas reticuladas com lúmen regular ou

irregular. ESTILETE trilobado, lobos desenvolvidos ou inconspícuos. ESTIGMA espiral-

conduplicado, ereto-simples, convoluto-laminar, cupulado e coraliforme. OVÁRIO súpero a

ínfero, sincárpico, trilocular, tricarpelar, nectários septais, placentação axilar, óvulos caudados

ou com rafe dilatada ou alada. FRUTOS capsulares septicidas ou loculicidas (raro), bacáceos.

SEMENTES aladas, plumosas ou nuas, embrião pequeno e endosperma amiláceo.

Chave para identificação dos gêneros de Bromeliaceae

1. Folhas armadas; ovário ínfero; fruto bacáceo; sementes sem apêndices.

2. Escapo presente; inflorescência em panícula, panícula da espiga, fasciculada ou

estrobiliforme.

3´. Escapo pêndulo; roseta tubulosa.................................................................. 3. Billbergia

3. Escapo ereto ou pouco recurvado; roseta aberta.

28

Page 29: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

4. Inflorescência estrobiliforme; coma de brácteas estéreis no ápice da inflorescência;

ovário coalescente com o adjacente; brácteas florais duplo carenadas...... 2.

Ananas

4´. Inflorescência em panícula, panícula de espiga ou fascículo; ausência de coma de

brácteas estéreis no ápice da inflorescência; ovário livre; brácteas florais com

carena simples ou ecarenadas.

5. Sépalas simétricas; pétalas alvas.................................................. 7. Orthophytum

5´. Sépalas fortemente assimétricas; pétalas amarelas, alaranjadas ou azuis.

6. Flores sésseis ou raro subsésseis, pedicelo ≤ 2 mm.

7. Flores reunidas em espiguetas.......................................... 6. Hohenbergia

7´. Flores nunca reunidas em espiguetas..................................... 1. Aechmea

6´. Flores pediceladas, pedicelo ≥ 5 mm............................................... 8.

Portea

2´. Escapo ausente; inflorescência corimbosa, nidular ou axilar.

8. Flores 9-10 cm compr., pediceladas; pétalas lilases; ovário lepidoto-ferrugíneo

.......................................................................................... 4. Bromelia

8´. Flores 4,5-5 cm compr., sésseis; pétalas alvas; ovário glabro

..................................................................................................................... 5.

Cryptanthus

1´. Folhas inermes; ovário súpero; fruto capsular; sementes com apêndices plumosos.

9. Inflorescência até 30 cm compr.; apêndices petalíneos ausentes.........................9. Tillandisa

9´. Inflorescência > que 50 cm compr.; apêndices petalíneos presentes na base das

pétalas...................................................................................................................10. Vriesea

1. Aechmea Ruíz & Pav., Fl. Peruv. Prodr. 47. 1794.

Terrestres, epífitas ou rupícolas. Folhas dispostas em rosetas abertas ou subabertas;

bainhas elípticas, elíptico-ovais, ovais ou subovais, castanha, creme ou alvas; lâmina linear ou

lanceolada, ápice agudo, arredondado, apiculado, geralmente mucronado; inflorescência em

panícula piramidal ou cilíndrica; raque verde, amarelo-pálido ou vermelho, lanuginoso,

farinosos ou glabro; bráctea floral oval, oval-elíptica, arredondadas, triangulares ou ausentes,

verdes, amarelas, creme, rósea-amarelada, menores que as sépalas; flores sésseis a subsésseis,

eretas; sépala oval a suboval, verde, amarelo-esverdeada, amarela, creme, lilás ou vermelha

com porção superior lilás, livres, carenadas ou ecarenadas, fortemente assimétricas com alas

desenvolvidas; apêndices petalineos, ligulados, truncados, franjados ou cupuliformes, margem

29

Page 30: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

recortada ou erosa; estigma espiral-conduplicado, amarelo, lilás ou alvo; fruto bacáceo, oval a

esférico, elípticos ou claviforme, verdes, amarelos, creme, azuis ou vermelhos.

O gênero Aechmea engloba cerca de 240 espécies (Luther, 2000), agrupadas em oito

subgêneros, Aechmea, Podaechmea, Lamprococcus, Platyaechmea, Macrochordion,

Pothuava, Ortigesia e Chevaliera. No Brasil ocorrem cerca de 70% das espécies do gênero,

tendo como centro de diversidade a floresta atlântica (Smith & Downs, 1979).

Na floresta atlântica paraibana foram identificadas oito espécies: A. aquilega, A.

lingulata, A. stelligera, A. mertensii, A. emmerichii, A. nudicaulis, A. fulgens e A.

eurycorymbus.

Chave para identificação das espécies de Aechmea

1. Inflorescência simples ou com ramificações apenas na base.

2. Brácteas florais ausentes; escapo ereto a subereto, vermelho, glabro; pétalas lilases com

margem alva, ápice cuculadas; ovário cilíndrico, vermelho, glabro .............. 4. A.

fulgens

2´. Brácteas florais presentes; escapo ereto ou recurvado, esverdeado, farinoso; pétalas

amarelas, ápice ereto; ovário oval-elíptico, verde farinoso ................... 7. A. nudicaulis

1´. Inflorescência composta com ramificações da base ao ápice.

3. Pêdunculo do ramo maior que 3 cm comprimento.

4. Brácteas florais 1,5-2 cm compr., oval-triangulares a oval-elípticas; flores

subsséseis; sépalas carenadas, glabras.

5. Ramos com flores laxas; entrenó 1-1,5 cm compr.; sépalas 1,3-1,5 cm; sementes

2,5 mm diâm. ................................................. 3. A. eurycorymbus

5´. Ramos com flores congestas; entrenó ca. 5 mm compr.; sépalas 2,5-2,7 cm;

sementes 4 mm diâm. ................................................ 2. A. emmerichii

4´. Brácteas florais 1-2 mm compr., triangulares; flores sésseis; sépalas ecarenadas,

tomentosas....................................................................................... 8. A. stelligera

3´. Pêdunculo do ramo até 1,5 cm compr.

6. Bráctea floral 1-2 cm compr., não excedendo as sépalas; flores 3,5-4 cm compr.;

sépalas maiores que 1,5 cm, carenadas, subovais; ovário verde......... 1. A. aquilega

6´. Bráctea floral 2,5-6 mm compr., menores ou do mesmo comprimento que as

sépalas; flores 1-1,5 cm compr.; sépalas até 5 mm, ecarenadas, ovais; ovário

amarelo ou creme.

7. Inflorescência laxa; pétalas alvas; ovário cilíndrico ...................... 5. A. lingulata

7´. Inflorescência congesta; pétalas amarelas; ovário oval-elíptico .. 6. A. mertensii

30

Page 31: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

1. Aechmea aquilega (Salisb.) Griseb., Fl. Brit. W. I.: 592. 1864.

Tipo: Jamaica, D. Hurlock s.n. (Lectotipificada por Smith & Downs, 1979).

Figura 4, a-f

TERRESTRE ou EPÍFITA, 60-125 cm alt., heliófita, propagando-se vegetativamente

por rizomas basais curtos e robustos. FOLHAS 90-124 cm compr., dispostas em rosetas

abertas. BAINHA 10-14 x 5-8 cm, elíptica, castanha em ambas as faces, cartácea, indumento

ferrugíneo, puvirolento. LÂMINA 80-110 x 2,5-3,5 cm, lineare, levemente nervada, ápice

agudo, mucronado, mucro 4-6 mm compr., margem espinescente até o terço médio, acúleos

antrorsos, 4-5 mm compr., espaçados 0,5-1 cm, margens serrilhada no terço superior, acúleos

diminutos 0,5-1 mm compr., espaçados 1-3 mm, castanho-claros. ESCAPO 65-80 cm compr.,

cilíndrico, verde, leve farinoso, ereto. BRÁCTEAS DO ESCAPO ca. 18 x 3,5 cm,

lanceoladas, róseas com base esverdeada, imbricadas, recobrindo todo o escapo,

submembranáceas, ápice acuminado, mucronadas, mucro ca. 2 mm compr., levemente

nervadas, inteiras, indumento inconspícuo. INFLORESCÊNCIA 15-18 cm compr., em

panícula piramidal, laxa, 5-15 flores por ramo, ramos inferiores ca. 1,5 cm compr., superiores

ca. 5 mm compr. ou ausentes, congestos. RAQUE amarela, alvo-lanuginosas, pênduculo do

ramo até 1,5 cm compr. BRÁCTEAS PRIMÁRIAS ca. 14 x 3 cm, lanceoladas, róseo-

avermelhadas, maiores que os ramos, ápice agudo, glabras, levemente nervadas. BRÁCTEAS

FLORAIS 1-2 cm compr., oval-elípticas, amarelas, não excedendo as sépalas, carenadas,

membranáceas, mucronadas, mucro ca. 1,5 mm compr. FLORES 3,5-4 cm compr., tubulosas,

eretas, sésseis. SÉPALAS 1,5-1,7 x 0,9-1 cm, subovais, amarelas, livres, mucronadas, mucro

ca. 0,5 mm compr., carenadas, glabras, assimétricas, aladas, alas membranáceas, translúcidas.

PÉTALAS 2,2-2,4 x 0,3-0,4 cm, unguiculadas, lâmina trulada, amarelas, livres, ápice

emarginado, mucronado, mucro inconspícuo, ereta na antese. APÊNDICES PETALÍNEOS

ca. 2 mm compr., basais, ligulados, margem irregularmente recortada. ESTAMES da série

interna ca. 6 mm compr., com filetes livres por ca. 1 mm, os da série externa ca. 2,8 cm

compr., com filetes livres por ca. 2,6 cm, compressos, amarelos. ANTERAS ca. 4 mm compr.,

lineares, amarelas. OVÁRIO 0,8-1,4 cm compr., 5-7 mm diâm., elíptico-linear, verde, glabro,

placentação axial. ESTILETE ca. 1,7 cm compr., amerelo, cilíndrico. ESTIGMA globoso,

espiral-conduplicado, amarelo. ÓVULOS ca. 0,5 mm compr., muitos, assimétricos,

apiculados. FRUTOS em formação.

Material examinado: BRASIL. Paraíba: Bayeux, ESEC Mata do Xem-Xém,

23.VIII.2004, R. A. Pontes 81 (JPB); Caaporã, BR-101, 16.XI.2004, fl., R. A. Pontes & N. T.

31

Page 32: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

Lima 131 (RB), Idem, fl., 134 (US); Idem, fl., 149 (RB); Mamanguape, Mata do Peru,

1.V.2005, fr., R. A. Pontes & Gadelha Neto 215 (JPB); idem, fr., 216 (RB); idem, fr., 217

(JPB).

Material adicional examinado: BRASIL. Pernambuco: Recife sentido Cabo, km-96,

1.V.1997, G. S. Baracho & J. A. Siqueira-Filho 590 (UFP); Recife, Jardim Botânico Curudo,

25.II.1992, fl, R. Pereira et al. 766 (IPA). Sergipe: Itabaianinha, 19.IX.1974, fl., M. Fonseca

(RB 173008); Carmópolis, 29.IV.2003, fl., B. R. Silva (RB). Bahia: Paulo Afonso, Raso da

Catarina, 2.II.1979, D. A. Andrade-Lima 79-8770 (IPA); 14.X.2000, J. A. Siqueira-Filho

1102 (UFP); Castro Alves, 26.I.1956, D. A. Andrade-Lima 56-2498 (IPA); s.l., próximo a

Muritiba, 23.I.1986, fl., E. M .C. Leme et al. s.n. (RB 259219); 32 km de Serrinha,

14.VII.1964, fl., L. Duarte & E. A. Castellanos 419 (US).

Aechmea aquilega pertence ao subgênero Aechmea, e possui ampla distribuição na

América Central, norte e leste da América do Sul. No Brasil ocorre desde o Amapá

estendendo-se por toda costa leste do país (Smith & Downs, 1979). No Nordeste é referida

para os estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Bahia

(Sousa & Wanderley, 2000; Siqueira Filho, 2002). Com base no material examinado neste

trabalho, foi verificado a acorrência desta espécie também para o estado de Sergipe.

Na Paraíba foi encontrada em áreas de tabuleiro no sul do estado, ocorrendo nestas

áreas como terrestre sobre solo arenoso em pequena população, juntamente com Hohenbergia

ridleyi e A. lingulata. Foi encontrada apenas um exemplar em fragmentos florestais no litoral,

mata costeira, ocorrendo como epífita em mata de ciliar. Observada com flores nos meses de

janeiro, fevereiro, abril, julho, setembro, novembro e em frutificação em maio.

Aechmea aquilega, sengundo Smith & Downs (1979), possui duas variedades, A.

aquilega var. aquilega e A. aquilega var. chrysocoma. Estas variedades são diferenciadas,

segundo estes autores, pela coloração das brácteas primárias e secundárias, sendo esverdeadas

e amarelas brilhantes, respectivamente. Porém, nos exemplares examinados este carácter se

mostrou pouco consistente, sendo seguida à proposta de Read & Luther (1991) de

sinonimização deste taxa.

Aechmea aquilega pode ser diferenciada das demais espécies da área de estudo por

apresentar flores congestas dispostas em fascículos no ápice dos ramos, inflorescência com

ramos congestos, os inferiores curtos, e superiores ausentes, tornando a inflorescência

piramidal e pelas flores maiores que 3,5 cm de coloração amarela.

2. Aechmea emmerichii Leme, Bradea 5:39.1987.

32

Page 33: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

Tipo: Brasil. Bahia: Seabra, s.d., Alvim Seidel 1048 (Holótipo HB).

Figura 4, g-lEPÍFITA ou RUPÍCOLA, 70-115 cm alt., propagando-se vegetativamente por rizomas

basais curtos e robustos. FOLHAS 66-115 cm compr., dispostas em rosetas abertas. BAINHA

16-20 X 8-10 cm, elíptica, creme em ambas as faces, cartácea. LÂMINA 55-95 x 3-5,5,

lanceolada, levemente nervadas, ápice fortemente agudo, mucronada, mucro 0,8-1 cm compr.,

castanho, margem serreada até o terço superior, acúleos antrorsos, 1-3 mm compr., espaçados

0,5-2 cm, margem serrilhada no ápice, acúleos diminutos 0,5-1 mm compr., antrorsos,

espaçados 0,3-1 cm, castanhos. ESCAPO 60-100 cm compr., cilíndrico, róseo-alaranjado,

espasamente lanuginoso, ereto. BRÁCTEAS DO ESCAPO 4-10 x 2,5-4,5 cm, lanceoladas,

róseo-alaranjadas, glabrescente, imbricadas, cartáceas, não recobrindo completamente o

escapo, as inferiores iguais ou pouco maiores que os entrenós, as superiores menores, margem

lisa, ápice mucronado, mucro 1-3 mm compr., não rígido, levemente nervadas.

INFLORESCÊNCIA ca. 30 cm compr., em panícula piramidal laxa, ramificações da base ao

ápice, 5-15 flores por ramo, congestas, eixo entre as flores ca. 5 mm compr, pêdunculo do

ramo maior que 3 cm compr. RAQUE amarela, levemente lanuginosa. BRÁCTEAS

PRIMÁRIAS 7-8 x 2-2,2 cm, lanceoladas, róseo-alaranjadas, menores que os ramos,

brilhantes, glabras, margem inteira, ápice acuminado, mucronadas, mucro ca. 2 mm compr.,

castanhos. BRÁCTEAS FLORAIS ca. 2 x 1 cm, ovais, róseo-amareladas, ápice longo

apiculado, carenadas, cartáceas, excedendo o ovário e menores que as sépalas, margem

inteira, nervadas. FLORES 4-4,5 cm compr., tubulosas, subsésseis, pedicelo 4 mm compr.,

eretas, dispostas em 3-4 no ápice dos ramos. SÉPALAS 2,5-2,7 x 1-1,2 cm, ovais, verde-

amareladas, brilhantes, leve tomentosas, livres, mucronadas, mucro 1,5-3 mm compr.,

carenadas, fortemente assimétricas, aladas, alas membranáceas, translúcidas. PÉTALAS 3,5 x

0,5 cm compr., espatuladas, amarelo-alaranjadas, livres, ápice inconspicuamente apiculado,

eretas na antese. APÊNDICES PETALÍNEOS 2-2,5 mm compr., basais, truncados, ápice

recortado. ESTAMES da série interna ca. 1 cm compr., com filetes livres por ca.1 mm

compr., os da série externa ca. 3 cm de compr., com filetes livres por ca. 2,5 cm compr.,

amarelos, inclusos, compressos. ANTERAS ca. 5 mm compr., elípticas, amarelas. OVÁRIO

0,8-1 cm compr., ca. 1 cm diâm., oval, verde, levemente lepidoto, placentação apical.

ESTILETE ca. 2,5 cm compr., amarelo-alaranjado, cilíndrico, retorcido na porção superior.

ESTIGMA espiral-conduplicado, amarelo. ÓVULOS ca. 1,5 mm compr., elípticos,

33

Page 34: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

apiculados, muitos. FRUTOS 2-2,5 cm, ovais, verdes com ápice amarelo, sublanatos.

SEMENTES ca. 4 mm compr., elípticas, castanho-claros.

Material examinado: BRASIL. Paraíba: Maturéia, Pico do Jabre, 8-9.XII.2004, fl., R.

A. Pontes & N. T. Lima 142 (JPB), fl., 143 (JPB), fr., 144 (RB), fr., 145 (RB); fr., 148 (RB);

Idem, 15.IV.2005, fr., R. A. Pontes & E. A. Rocha 193 (US), fr., 194 (JPB), fl., 195 (RB), fl.,

196 (JPB), fr., 197 (RB), fr., 198 (JPB), fr., 199 (US); Idem, 28.V.2005, fr., R. A. Pontes &

Gadelha Neto 268 (JPB); Idem, 19-20.X.1997, fr., M. F. Agra et al. 4549, fr. 4559, fr., 4560,

fr., 4561, fr., 4562 (JPB); Idem, 20-23.XII.1997, fl., M. F. Agra et al. 4390 (JPB); Idem, 27-

29.IX.1997, M. F. Agra et al. 4286 (JPB).

Aechmea emmerichii é um representante do subgênero Aechmea, sendo descrita por E.

M. Leme em 1987, a partir de material cultivado procedente do estado da Bahia. Segundo este

autor, esta espécie possui afinidades morfológicas com A. dowsiana Pittendrigh e A.

milsteiniana Smith & Read, diferindo destas por apresentar a inflorescência mais longa,

bráctea floral 1,5-2 cm, igualando ou pouco excedendo o ovário, flores curtamente

pediceladas e pétalas com 3 cm de comprimento.

Aechmea emmerichii foi encontrada na Paraíba no brejo de altitude do Pico do Jabre,

entre 1.000 e 1.197m s.m., onde ocorre em afloramentos rochosos expostos a pleno sol.

Porém, pode ser observada como epífita facultativa no interior da vegetação arbórea. Foi

observada em floração nos meses de outubro, novembro, dezembro e janeiro. Frutos foram

observados nos meses de novembro, dezembro e janeiro.

Pode ser diferenciada das demais espécies da área de estudo por apresentar

inflorescência com ramos inferiores longos e laxos, e superiores curtos e congestos, tornando

a inflorescência piramidal e de coloração róseo-alaranjada e pelas flores maiores que 4,5 cm,

amarelas.

Esta espécie está sendo aqui referida pela primeira vez para o estado da Paraíba, antes

conhecida apenas para o estado da Bahia.

3. Aechmea eurycorymbus Harms, Notizbl. Bot. Gart. Berlin-Dahlen 12: 528. 1935.

Tipo: Brasil. Pernambuco: Floresta, 3.1932, Werdermann 2931 (Holótipo B).

Figura 5, l-m

RUPICOLA, 60-70 cm alt., heliófita, propagando-se vegetativamente por rizomas

basais curtos e robustos. FOLHAS 60-70 cm compr., dispostas em rosetas abertas. BAINHA

10-14 x 8-10 cm, elíptico-oval, alva em ambas as faces, cartácea. LÂMINA 50-56 x 3,5-4,5

cm, lanceolada, levemente nervadas, ápice agudo, mucronado, mucro 3-5 mm compr.,

34

Page 35: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

margem serreada até o terço superior, com acúleos antrorsos, 2-7 mm compr., espaçados 0,3-2

cm, castanho-claros. ESCAPO 60-80 cm compr., cilíndrico, avermelhado, levemente

farinoso, ereto. BRÁCTEAS DO ESCAPO 11-15 x 2,5-3,5 cm, elíptico-lanceoladas,

avermelhadas, levemente farinosas, imbricadas, recobrindo todo o escapo, cartáceas, ápice

acuminado, mucronadas, mucro 2-6 mm compr., levemente nervada, inteira.

INFLORESCÊNCIA 30-40 cm compr., em panícula piramidal, laxa, ramificações da base ao

ápice, 10-65 flores por ramo, pêdunculo do ramo maior que 3 cm compr. RAQUE

avermelhada, glabrescente. BRÁCTEAS PRIMÁRIAS 10 x 2 cm, elíptico-lanceoladas,

avermelhadas, levemente farinosas, ápice agudo, menores que os ramos, levemente nervadas.

BRÁCTEAS FLORAIS 1,5-1,7 x 0,6-0,7 cm compr., oval-elípticas, amareladas, carenadas,

mucronadas, mucro 3-5 mm compr., maiores que o ovário e menores que as sépalas. FLORES

3,5-4 cm compr., tubulosas, eretas, subsséseis, pedicelo 1-2 mm compr. SÉPALAS 1,3-1,5 x

0,8-1 cm, subovais, amarelas, livres, mucronadas, mucro 2 mm compr., carenadas, glabras,

fortemente assimétricas, aladas, alas menbranáceas, translúcidas. PÉTALAS, ANDROCEU E

GINECEU não vistos. FRUTOS 2,5 x 0,8 cm, ovais a esféricos, amarelos, glabros.

SEMENTES 2,5 mm diâm., elípticas, castanhas.

Material examinado: BRASIL. Paraíba: Natuba, sítio Pau-D`arco, 7º28´00”W e

35º29´46”S, 14.V.2005, fr., R. A Pontes 230 (RB), fr., 231 (JPB), fr., 232 (US), fr., 233

(JPB), fr., 234 (RB), fr., 260 (JPB), fr., 261 (IPA).

Aechmea eurycorymbus pertence ao subgênero Aechmea, composto atualmente por 107

espécies (Faria, 2002). É uma espécie exclusiva da Região Nordeste do Brasil, sendo citada

para os estados de Pernambuco e Paraíba (Sousa & Wanderley, 2000; Siqueira Filho, 2002).

Foi citada para a região do agreste da Paraíba por Smith & Downs (1979), coletada por

Foster em 1948, último registro da espécie no estado. No presente estudo foi recoletada na

floresta atlântica, apenas no município de Natuba, divisa com Pernambuco. Pode ser

encontrada como rupícola heliófita, ocorrendo juntamente com Hohenbergia ridleyi e

Orthophytum disjunctum. Foi observada em frutificação no mês de maio.

Segundo Sousa & Wanderley (2000), A. eurycorymbus está relacionada com A.

werdemannii Harms, pelo padrão de inflorescência amplamente ramificado, porém apresenta

brácteas florais significativamente maiores. Na área de estudo esta espécie é

morfologicamente semelhante a Aechmea emmerichii, que ocorre no Pico do Jabre, entre

1000-1197 m s.m., município de Maturéia. Porém, pode ser diferenciada pela inflorescência

notadamente mais laxa, pelo alongamento do eixo entre as flores e por um tufo de brácteas

florais estéreis no ápice de alguns ramos.

35

Page 36: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

4. Aechmea fulgens Brong., Ann. Sci. Nat. Bot. II.15:371.1841.

Tipo: Paris Hortus. Quesnel s.n. (Holótipo, P).

Figura 6, a-e

TERRESTRE, 22-77 cm alt., mesófita, propagando-se vegetativamente por rizomas

basais longos e delgados. FOLHAS 22-77 cm compr., dispostas em rosetas abertas. BAINHA

9-13 x 5-8 cm, oval, alvas em ambas as faces, membranácea. LÂMINA 13-64 x 3-4,5 cm,

lanceolada, face abaxial cinérea, mais larga na porção superior, ápice apiculado, margem

serrilhada até o terço superior, com acúleos antrorsos, incosnpícuos, castanho-claros.

ESCAPO 27-30 cm compr., cilíndrico, verde a vermelho, glabro, ereto a subereto.

BRÁCTEAS DO ESCAPO 4,5-6 x 2-1,5 cm, subtriangulares, vermelhas, glabras, não

imbricadas, cobrindo parcialmente o escapo, membranáceas, cartáceas, inermes, ápice

acuminado, mucronadas, mucro 1,5-2 mm compr., levemente nervadas. INFLORESCÊNCIA

20-25 cm compr., em panícula piramidal, ramificada apenas na base, 6-9 flores por ramo.

RAQUE vermelha, grabra. BRÁCTEAS PRIMÁRIAS ca. 5 x 1 cm, iguais as do escapo.

BRÁCTEAS FLORAIS ausentes. FLORES 1,5-2 cm compr., tubulosas, sésseis, eretas.

SÉPALAS 4-5 x 3-4 mm, ovais, vermelhas com porção superior lilás, glabras, livres,

ecarenadas, assimétricas, aladas, alas membranáceas. PÉTALAS 1-1,2 x 0,2-0,3 cm,

liguladas, lilases com margem alva, livres, ápice cuculado. APÊNDICES PETALÍNEOS ca. 1

mm compr., ligulados, alvos. ESTAMES da série interna ca. 0,7 cm compr., com filetes livres

por ca. 5 mm, os da série externa ca. 1,2 cm de compr., com filetes livres por ca. 9 mm,

compressos, alvos. ANTERAS 4-5 mm compr., elíptico-lineares, alvas. OVÁRIO 6-7 mm

compr., 4-5 mm diâm., cilíndrico, vermelho, glabro, placentação apical. ESTILETE 1,2 cm

compr., base alva, porção superior lilás, cilíndrico. ESTIGMA espiral-conduplicado, lilás.

ÓVULOS 0,3 mm compr., muitos, elípticos, longo-apiculados. FRUTOS 1-1,5 cm compr.,

ovais, vermelho-intenso com ápice negro, glabros. SEMENTES não vistas.

Material examinado: BRASIL. Paraíba: Natuba, Antena da Telemar, 15.V.2005, fr.,

R. A. Pontes 244 (JPB), fr., 245 (JPB), fr., 248 (US), fl., 250 (JPB), fr., 251 (JPB), fr., 246

(RB), fr., 247 (RB); fr., 249 (RB); fr., Gadelha Neto s.n. 153 (US).

Material adicional examinado: BRASIL. Pernambuco: São Vicente Ferrer, Mata do

Estado, 28.IV.1995, fr., G. M. Sousa et al. 97 (UFP); Tapera, V.1927, fl., D. Bento Pickel s.n.

(IPA 1281); Quipapá, Eng. Brejinho, 23.III.1967, fl., D. A. Andrade-Lima 67-4977 (IPA).

Alagoas: Murici, Itamaracá, 29.X.2002, fr., J. A. Siqueira-Filho 1286 (UFP). Minas Gerais,

Januária, 12.IX.2003, fl., M. O. Bovini et al. 2316 (RB).

36

Page 37: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

Aechmea fulgens pertence ao subgênero Lamprococcus. Possui distribuição nos estados

de Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro (Sousa & Wanderley, 2000) e com base nos estudos

de herbário, verificou-se a ocorrência desta espécie também para os estados de Alagoas e

Minas Gerais e Paraíba.

Smith & Downs (1979), consideram duas variedades para esta espécies, A. fulgens var.

fulgens, com folhas totalmente verdes, e A. fulgens var. discolor com folhas de face abaxial

vinácea. Neste tratamento estas variedades não foram aceitas.

Na floresta atlântica paraibana A. fulgens foi coletada em apenas um fragmento de brejo

de altitude no município de Natuba, divisa com o estado de Pernambuco, habitando o solo em

mata úmida.

Pode ser diferenciada das demais espécies de Aechmea da área de estudo por apresentar

pequeno porte, folhas verdes recobertas por escamas alvas, formando um “pó” que recobre

toda folha. A raque intensamente vermelha, com ramificações apenas na base, glabra,

contrastando com as flores azuis sem brácteas, pode ser utilizada para identificar a espécie.

Aechmea fulgens trata-se de uma nova referência para a Paraíba, ampliando seu limite

norte de ocorrência, que anteriormente era até o estado de Pernambuco.

5. Aechmea lingulata (L.) Baker, Jour. Bot. London 17: 164. 1879.

Tipo: Plumier s.n. (Holótipo P, foto US).

Figura 5, a-f

TERRESTRE ou EPÍFITA, 45-175 cm alt., mesófita ou heliófita, propagando-se

vegetativamente por rizomas basais curtos e robustos. FOLHAS 46-174 cm compr., dispostas

em rosetas abertas. BAINHA 18-22 x 9-12 cm, elíptica a oval, castanha em ambas as faces,

cartácea. LÂMINA 28-152 x 5-7,5 cm, lanceolada, levemente nervadas, ápice agudo a

arredondado, mucronada, mucro 0,8-2 cm compr., castanho a negros, geralmente fortemente

enrrugados, margem serreada o terço superior, com acúleos patentes, 0,5-2 mm compr.,

espaçados 1-4 mm compr. entre si, margens serrilhada no ápice, com acúleos diminutos 0,5-1

mm compr., antrorsos, espaçados 0,5 mm compr. entre si, às vezes unidos, castanhos-claros.

ESCAPO 40-55 cm compr., cilíndrico, amarelo, leve tomentoso, ereto. BRÁCTEAS DO

ESCAPO 6,5-10 x 1,5-3,2 cm, elípticas a elíptico-lanceoladas, creme a amareladas, levemente

tomentosas, imbricadas, recobrindo o escapo, cartáceas, as inferiores com margem serrilhada,

as superiores com margem inteira, ápice longo-acuminado, mucronadas, mucro 1-4 mm

compr., levemente nervadas. INFLORESCÊNCIA 20-65 cm compr., em panícula de espiga

subpiramidal, laxa, ramificações da base ao ápice, 15-75 flores por ramo. RAQUE amarelo-

37

Page 38: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

pálida, levemente lanuginosa, pêdunculo do ramo até 1,5 cm compr. BRÁCTEAS

PRIMÁRIAS 4-8,5 x 0,7-2,2 cm, elíptico-lanceoladas a triangulares, creme a amareladas,

levemente lanuginosas, margem serrilhada, ápice agudo, mucronadas, mucro 5 mm compr.

BRÁCTEAS FLORAIS 2,5-4,5 mm compr., triangulares, creme, ápice longo-acuminado,

diminutas, menores que o ovário e as sépalas, margem inteira, nervadas. FLORES 1,2-1,5 cm

compr., claviformes, tubulosas, sésseis, eretas. SÉPALAS 4-5 x 2-3 mm, ovais, creme,

brilhantes, glabras, livres, ápice agudo, mucronadas, mucro 0,2 mm compr., castanho,

ecarenadas, fortemente assimétricas, aladas, alas membranáceas, translúcidas. PÉTALAS 8 x

1,5 mm, liguladas, alvas, livres, ápice apiculado, patentes na antese. APÊNDICES

PETALÍNEOS não observados. ESTAMES da série interna ca. 4 mm compr., com filetes

livres por ca. 2,5 mm, os da série externa ca. 6 mm compr., com filetes livres por ca. 5 mm,

compressos, alvos. ANTERAS 1,5-2 mm compr., elípticas, alvas. OVÁRIO 4-5 mm compr.,

2-2,5 mm diâm., cilíndrico, creme, glabro, placentação apical. ESTILETE ca. 8 mm compr.,

alvo, cilíndrico. ESTIGMA espiral-conduplicado, alvo. ÓVULOS ca. 1 mm compr., muitos,

obtusos. FRUTOS ca. 1 cm compr., claviformes, creme, glabros. SEMENTES não vistas.

Material examinado: BRASIL. Paraíba: Areia, Campus Universitário, 26.X.2004, fl.,

R. A. Pontes 121 (JPB); Serraria, Baixa Verde, 19.I.1993, fl., L. P. Félix et al. 5549 (EAN);

Mamanguape, Sema II, 17.V.1989, fr., Miranda et al. 3505 (EAN); Idem, Reserva Florestal

do Incra, 26.X.1982, fl., Miranda et al. 177 (JPB); Idem, Mata Escura, 11.VIII.2004, fl., R. A.

Pontes et al. 97 (US), 98 (RB); Idem, Rebio Guaribas, Lagoa Caiana, 29.X.2004, fl., R. A.

Pontes 126 (RB); Rio Tinto, Estação Ecológica, 19.VIII.1988, fl., L. P. Félix & Miranda s.n

(JPB 15661); Sapé, RPPN Fazenda Pacatuba, 17.I.2001, fr., E. César 88 (JPB); João Pessoa,

Mata do Buraquinho, 17.II.2004, fr., R .A. Pontes et al. 51 (JPB), fr., 52 (JPB); Idem,

19.I.2005, fr., R. A. Pontes & N.T. Lima 139 (RB), 140 (IPA), 141 (RB); Caaporã, BR-101,

16.XI.2004, fr., R. A. Pontes & N.T. Lima 132 (US); Capim, usina Monte Alegre, 29.IV.2005,

fr., R. A. Pontes & Gadelha Neto 223 (JPB); Rio Tinto, 22.VIII.1998, fr., G. Martinelli 15084

(RB).

Material adicional examinado: BRASIL. Ceará: Serra de Maranguape, 24.XI.1955,

fl., D. Andrade-Lima 55-2382 (IPA); Pernambuco: Entre Palmares e Catende, 5.IX.1997, fl.,

G. S. Baracho et al. 687 (UFP); Maraial, Eng. Nabuco, 12.V.1996, J. A. Siqueira-Filho 595

(UFP); Alagoas: União dos Palmares, 6.XI.1966, fl., I. Pontual 66/262 (IPA); Bahia: Iaçu,

14.III.1985, fr., L. R. Nublick 3712 (RB); Pará: Santa Julia, 18.III.1924, fl., Kuhlman s.n

(RB).

38

Page 39: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

Aechmea lingulata pertence ao subgênero Aechmea e distribui-se por toda a América

Central e do Sul. No Brasil ocorre desde o Amapá estendendo-se por toda costa leste do país

(Smith & Downs, 1979). No Nordeste é referida para os estados do Ceará, Rio Grande do

Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Bahia (Sousa & Wanderley, 2000; Siqueira Filho,

2002).

Na Paraíba pode ser encontrada desde a faixa litorânea, onde é frequente, até os brejos

de altitude. Habita formações vegetacionais variadas, desde os campos e matas de restinga,

tabuleiro, mata costeira e brejo de altitude, ocorrendo como epífita ou terrestre, em grande

densidade de indivíduos. Foi observada a presença de flores nos meses de janeiro, fevereiro,

março, agosto, setembro, outubro e novembro, e frutos nos meses de janeiro, fevereiro,

março, abril, maio, outubro e novembro.

Smith & Downs (1979), reconhecem três variedades, A. lingulata var. lingulata, A.

lingulata var. patenssima e A. lingulata var. froesii, diferenciando-as pela forma e mucro das

brácteas florais e tamanho das sépalas. Porém, observa-se que estes caracteres são muito

variáveis nos espécimes examinados, portanto, esta proposta não foi seguida neste trabalho.

Aechmea lingulata na Paraíba apresenta variação morfológica quando comparada com

o material descrito em outros trabalhos, especialmente com relação a coloração das estruturas

reprodutivas. Sousa & Wanderley (2000), referem-se à tendência da variação para a cor

vináceas de algumas estruturas como folhas, brácteas do escapo, brácteas primárias e fruto.

No material examinado da Paraíba estes estruturas apresentaram-se sempre de coloração

creme a amarelada. Tal variação na coloração pode ser ainda mais evidente no material

apresentado por Holst (1997) para a Guiana Venezuelana, onde as brácteas possuem

coloração vermelha e os frutos são negros.

Aechmea lingulata pode ser facilmente destinguida das demais espécies pela presença

de um mucro robusto e negro no ápice da lâmina foliar, em associação com a inflorescência

amarelada, com flores de pétalas alvas, pequenas, e com sépalas com mucro evidente.

6. Aechmea mertensii (G. Mey) Schult. & Schult. f., in Roemer & Schultes Syst. veg. 7:

1272. 1830.

Tipo: Guiana. Essequibo River: E. K. Rodschied s.n. (GOET).

Figura 6, l-q

TERRESTRE ou EPÍFITA, 20-55 cm alt., mesofíta ou heliófita, propagando-se

vegetativamente por rizomas basais curtos e robustos. FOLHAS 20-56 cm compr., dispostas

em rosetas subabertas. BAINHA 3-10,5 x 2,5-3,5 cm, elíptica a oval, castanho-claro em

39

Page 40: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

ambas as faces, cartácea. LÂMINA 17-46 x 1,5-2,5 cm, linear, levemente nervada, estreitada

bruscamente na base, ápice agudo, mucronado, mucro ca. 2 mm compr., margem

espinescentes até o terço superior, acúleos antrorsos e reflexos, 1-2 mm compr., espaçados

0,3-2,5 cm, margem serrilhada até o mucro da lâmina, acúleos diminutos 0,5-1 mm compr.,

espaçados 2 mm, castanho-claros. ESCAPO 10-30 cm compr., cilíndrico, esverdeado, glabro,

ereto. BRÁCTEAS DO ESCAPO 2-15 x 0,7-2 cm, elípticas a elíptico-lineares, vermelho-

brilhante, levemente tomentosas, não recobrindo o escapo, menores que os entrenós,

membranáceas, ápice acuminado, mucronadas, mucro 2-5 mm compr., levemente nervadas,

serrilhadas. INFLORESCÊNCIA 3,5-18 cm compr., em panícula de espiga, laxa,

subpiramidal, ramificações da base ao ápice, 6-15 flores por ramo. RAQUE verde, levemente

farinosa, pêdunculo do ramo até 1,5 cm compr. BRÁCTEAS PRIMÁRIAS 2,5-6 x 1,2-1,8

cm, elípticas a elíptico-ovais, vermelhas, levemente nervadas. BRÁCTEAS FLORAIS ca. 6 x

5 mm compr., arredondadas, amarelas, glabras, ½ do comprimento das sépalas, mucronadas,

mucro 0,5-1 mm compr., membranáceas. FLORES 1-1,3 cm compr., tubulosas, eretas,

sésseis. SÉPALAS ca. 5 x 3 mm, ovais, amarelas, livres, mucronadas, mucro 1 mm compr.,

ecarenadas, glabras, fortemente assimétricas, aladas, alas menbranáceas, translúcidas.

PÉTALAS ca. 7 x 1,5 mm, liguladas, amarelas, livres, ápice mucronado, eretas na antese.

APÊNDICES PETALÍNEOS inconspícuos, franjados, conatos no terço inferior da pétala.

ESTAMES da série interna ca.5 mm compr., com filetes livres por ca. 4 mm, estames da série

externa 6 mm compr., com filetes livres por 4-5 mm, amarelo-pálidos, hialinos na porção

basal, compressos. ANTERAS ca. 1 mm compr., elípticas, amarelo-pálidas. OVÁRIO 4-5

mm compr., 2-3 mm diâm., oval-elíptico, amarelo, glabro, placentação apical. ESTILETE ca.

6 mm compr., amerelo-pálido, cilíndrico. ESTIGMA espiral-conduplicado, amarelo.

ÓVULOS ca. 2 mm compr., elípticos, 2-4, simétricos. FRUTOS 0,9-1 x 0,4-0,5 cm, ovais,

azuis. SEMENTES ca. 3 x 1 mm, elípticas, castanhas.

Material examinado: BRASIL. Paraíba: Mamanguape, Mata do Peru, 1.V.2005, fl.,

R. A. Pontes & P. Gadelha Neto 218 (RB), fl., 219 (US), fl., 220 (JPB); Rio Tinto, Estação

Ecológica, 19.VIII.1988, fr., L. P. Félix & Miranda s.n. (JPB 15658); Tarama, Sema II,

12.VI.1991, fl., L. P. Félix et al. 3.923 (JPB); Idem, Cabeça de Boi, Sema II, 24.V.1990, fr.,

L. P. Feliz & Sanatana 3065 (JPB); Sapé, RPPN Fazenda Pacatuba, 23.III.2001, fl., E. César

124 (JPB).

Material adicional examinado: BRASIL. Pernambuco: Jaqueira, Usina Colônia,

1.VIII.1999, fr., J. A. Siqueira-Filho & J. A. Vicente 999 (UFP); Maraial, 23.III.1997, fl., fr.,

J. A. Siqueira-Filho & G. S. Baracho 497 (UFP); Jaboatão, Engenho Camacuru, 19.V.1932,

40

Page 41: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

fl., fr., D. Bento Pickel s.n. (IPA 3495); Pará: Oriximiná, 7.VII.1980, fl., G. Martinelli 7301

(RB).

Aechmea mertensii pertence ao subgênro Aechmea e tem distribuição geográfica por

todo o norte da América do Sul e Brasil (Smith & Downs, 1979). No Brasil ocorre desde a

Região Norte até o Nordeste, nos estado de Bahia, Pernambuco, Sergipe, Alagoas e Paraíba

(Sousa e Wanderley, 2000).

Na Paraíba ocorre como epífita nas matas costeiras (50-200 m.s.m), geralmente em

agrupamentos de 6-8 indivíduos. Possui associação com agressivas formigas do gênero

Azteca, que utilizam suas raízes como abrigo (obs. pessoal).

Os espécimes coletados na Paraíba não apresentaram variações morfológicas

significativas quando comparado ao material coletado em outros estados. Verifica-se, no

entanto que os exemplares procedentes da Região Norte do país apresentam hábito e

inflorescência maiores. Este fato já havia sido observado por Sousa & Wanderley (2000), para

Pernambuco.

Aechmea mertensii pode ser facilmente distinguida das outras espécies da área de

estudo por apresentar porte reduzido, folhas fortemente armadas, brácteas do escapo

vermelhas, membranáceas e pêndulas, flores pequenas e com pétalas amarelas, além de frutos

azuis.

7. Aechmea nudicaulis Griseb. Fl. Brit. W. Ind. 593. 1864.

Tipo: West Indies, s.d., Plumier s.n. (Holótipo P)

Figura 6, f-j

EPÍFITA, 50-100 cm alt., mesofíta ou heliófita, propagando-se vegetativamente por

rizomas basais curtos e robustos. FOLHAS 50-102 cm compr., dispostas em rosetas suberetas.

BAINHA 20-29 x 6-8,5 cm, suboval, castanho-claro em ambas as faces, cartácea. LÂMINA

30-73 x 3,5-6,5 cm, lanceolada, levemente nervadas, ápice arredondado, mucronado, 5-8 mm

compr., margem espinescente até o terço superior da lâmina, com acúleos antrorsos, 1-2,3

mm compr., espaçados 4-6 mm compr. entre si, margem tornando-se serrilhada próximo ao

mucro, acúleos diminutos 0,5-1 mm compr., espaçados ca. 1 mm compr. entre si, castanho-

claros. ESCAPO 40-55 cm compr., cilíndrico, esverdeado, farinoso, recurvado. BRÁCTEAS

DO ESCAPO 5-6,5 x 1,4-1,8 cm, elípticas a elíptico-lineares, amarelas, levemente farinosas,

não recobrindo o escapo, membranáceas, ápice acuminado, mucronada, mucro 3-8 mm

compr., levemente nervadas, inteiras. INFLORESCÊNCIA 9-13 cm compr., simples,

subcilíndrica, 30-45 flores por ramo. RAQUE amarelada, levemente farinosa. BRÁCTEAS

41

Page 42: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

PRIMÁRIAS ausentes. BRÁCTEAS FLORAIS 1,5 mm compr., triangulares, amarelo-

pálidas, ca. ¼ do comprimento das sépalas, mucronadas, mucro ca. 0,5 mm compr.,

membranáceas. FLORES ca. 2 cm compr., tubulosas, eretas, sésseis. SÉPALAS 6-8 x 3-4

mm, ovais, amarelo-esverdeadas, livres, mucronadas, mucro ca. 0,5 mm compr., ecarenadas,

glabras, fortemente assimétricas, aladas, alas membranáceas, translúcidas. PÉTALAS 1,2 x

0,3 cm, espatuladas, amarelas, livres, ápice arredondado, ápice ereto. APÊNDICES

PETALÍNEOS ca. 1 mm compr., franjados, conatos no terço inferior da pétala. ESTAMES da

série interna ca, 0,8 cm comprç., com filetes livres por ca. 6 mm, os da série externa ca. 1 cm

compr., com filetes livres por ca. 7 mm, amarelo-pálidos, hialinos na porção basal,

compressos. ANTERAS 4-5 mm compr., triangulares, amarelo-pálidas. OVÁRIO 6-8 mm

compr., 4-5 mm diâm., oval-elíptico, verde, farinoso, placentação axial. ESTILETE ca. 1 mm

compr., amerelo-pálido, cilíndrico. ESTIGMA espiral-conduplicado, amarelo. ÓVULOS ca. 3

mm compr., obovais, muitos, simétricos. FRUTOS 1,7-2 x 0,7-0,8 cm, ovais, verdes.

SEMENTES ca. 2 mm, elípticas à sub-reniformes, amarelas.

Material examinado: BRASIL. Paraíba: Salgado de São Félix, Serra dos Campos,

Sítio Pau-D`arco (7º28´34” W e 35º28´33” S), 16.IV.2005, fr., R. A. Pontes 164 (IPA), fr.,

165 (RB), fr., 166 (JPB), fl., 167 (RB); Natuba, Fazenda Sr. Geraldo, 14.V.2005, fr., R. A.

Pontes 254 (JPB), fl., 255 (JPB).

Material adicional examinado: Costa Rica. Província de Heredia: Puerto Viejo de

Sarapiqui, 5.I.1978, T. B. Croat 44281 (Foto MO).

Aechmea nudicaulis pertence ao subgênero Pothuava e tem distribuição por toda a América

Central e do Sul. Para o Brasil era citado de Pernambuco ao do Rio Grande do Sul (Smith &

Downs, 1979, Siquira Filho, 2002).

Na Paraíba a espécie foi somente encontrada nos limites dos municípios de Salgado de São

Félix e Natuba, brejo de altitude, à 630 m s.m., divisa com Pernambuco. É encontrada como

epífita formando aglomerados sobre árvores isoladas em ambiente fortemente antropizado.

Observada em floração e frutificação nos meses de abril e maio.

A espécie pode ser diferenciada das demais Aechmea da área de estudo, por apresentar uma

inflorescência simples com raque amarelada, brácteas do escapo amarelo-pálidas e florais

inconspícuas, flores sésseis com pétalas amarelas.

Esta é a primeira informação da ocorrência de A. nudicaulis na Paraíba, aumentando sua

área de distribuição geográfica mais ao Norte do país.

8. Aechmea stelligera L. B. Sm., Smithson. Misc. Collect. 126: 18. 1955.

42

Page 43: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

Tipo: Brasil. Paraíba: Areia, 15.IX.1944, J. M. Vasconcellos s.n.( Holótipo US 2059452!;

Isótipo SP 52358).

Figura 5, g-k

TERRESTRE ou EPÍFITA, 55-190 cm alt., propagando-se vegetativamente por

rizomas basais curtos e robustos. FOLHAS 56-190 cm cpr., dispostas em rosetas abertas.

BAINHA 14-20 x 9-12 cm, elíptico-oval, castanha em ambas as faces, cartácea. LÂMINA

42-170 x 4-10 cm, lanceolada, levemente nervadas, ápice agudo, mucronada, mucro 3-5 mm

compr., margem serreada até a porção média, acúleos antrorsos, 4-5 mm compr., espaçados

0,5-1 cm, margem serrilhada na porção superior, acúleos diminutos 0,5-1 mm compr.,

espaçados 1-3 mm, castanho-claros. ESCAPO 55-80 cm compr., cilíndrico, vermelho,

farinoso, ereto. BRÁCTEAS DO ESCAPO 19 x 5,5 cm, elíptico-lanceoladas, vermelhas,

levemente tomentosas, imbricadas, recobrindo o escapo, submembranáceas, ápice acuminado,

mucronadas, mucro ca. 7 mm compr., levemente nervadas, inteiras. INFLORESCÊNCIA 30-

40 cm compr., em panícula piramidal, ramificações da base ao ápice, 5-40 flores por ramo,

pêdunculo do ramo maior que 3 cm compr. RAQUE verde, farinosa. BRÁCTEAS

PRIMÁRIAS 15 x 4,5 cm, elíptico-lanceoladas, róseo-avermelhadas, levemente nervadas,

glabrescentes, menbranáceas, ápice agudo. BRÁCTEAS FLORAIS 1-2 mm compr.,

triangulares, verdes, menores que o ovário e as sépalas. FLORES 3-4,5 cm compr., tubulosas,

eretas, sésseis. SÉPALAS 1,5-1,7 x 0,9-1 cm, subovais, verde-escuras, livres, ápice agudo,

mucronadas, mucro 0,5 mm compr., ecarenadas, tomentosas, fortemente assimétricas, aladas,

alas menbranáceas, translúcidas. PÉTALAS 2,5-3,5 x 0,3-0,4 cm, lanceoladas, amarelas,

livres, ápice agudo, eretas na antese. APÊNDICES PETALÍNEOS 1,5-2 mm compr.,

cupuliformes, margem erosa, conatos na base da pétala. ESTAMES da série interna ca. 1,2

cm compr., com filetes livres por ca. 8 mm, os da série externa ca. 2,8 cm compr., com filetes

livres por ca. 2,5 cm, amarelos, hialinos na porção basal, compressos. ANTERAS 6-7 mm

compr., elípticas, amarelas. OVÁRIO 0,8-1 cm compr., 4-5 mm diâm., elíptico-linear, verde,

farinoso, placentação axial. ESTILETE ca. 2,5 cm compr., amerelo, cilíndrico. ESTIGMA

subgloboso, espiral-conduplicado, amarelo. ÓVULOS ca. 2 mm compr., muitos, assimétricos,

apiculados. FRUTOS em formação.

Material examinado: BRASIL. Paraíba: Areia, Escola Agronômica do Nordeste,

10.VI.1953, fl., C. Morais 862 (IPA); Idem, 15.IX.1944, fl., J. Coelho de Moraes s.n. (EAN

68); Idem, 1939, fr., L. P. Xavier s.n. (JPB 9); Idem, Parque Ecológico da Mata do Pau-Ferro,

28.XI.1990, fl., V. P. B. Fevereiro et al. 134 (EAN); Idem, 3.X.2004, fr., R. A. Pontes et al

107 (RB); fr., 108 (JPB); Idem, 23.VIII.1998, fl., G. Martinelli et al. 15087 (RB); Idem, Mata

43

Page 44: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

da Jussara, 26.X.2004, fr., R. A. Pontes et al. 110 (JPB); Idem, Mata da Jussarinha,

26.X.2004, fr., R. A. Pontes et al. 111 (JPB); Idem, R. A. Pontes et al. 113 (RB); Idem,

Campus Universitário da UFPB, 3.X.2004, fr., R. A. Pontes et al. 106 (IPA), fr., 105 (US);

Idem, 29.VIII.2004, fr., R. A. Pontes 84 (RB); Idem, fl., R. A. Pontes et al. 85 (JPB);

Bananeira, Área de relevante interesse ecológico fazenda Goiamunduba, 20.VI.2005, fl., R. A.

Pontes et al. 318 (US); Idem, 19.I.1993, fr., L. P. Félix et al. s.n. (EAN 8233); Esperança-

Pocinhos, 1939, L. P. Xavier s.n. (JPB 7).

Material adicional examinado: BRASIL. Pernambuco: Bonito, 31.VIII.1992, fl., V.

C. Lima et al. 828 (IPA); Buenos Aires, 8.VIII.2002, fr., J. A. Siqueira-Filho 1250 (UFP).

Alagoas: Ibateguara, Usina Serra Grande, 16.III.2003, fr., Viana et al. 264 (UFP).

Aechmea stelligera pertence ao subgênero Aechmea e tem ocorrência restrita a Região

Nordeste do Brasil, sendo citada para os estados de Alagoas, Pernambuco e Paraíba (Sousa &

Wanderley, 2000).

Segundo Sousa & Wanderley (2000), esta espécie possui afinidade morfológica com A.

tomentosa, sendo diferenciada pelo indumento denso branco-tomentoso do escapo,

inflorescência congesta e flores maiores (5 vs. 2,5 cm). Comparando-se o material da área de

estudo com o material descrito para Pernambuco, foram observadas algumas variações

morfológicas, como brácteas basais do escapo com margem serreada, flores até 3 cm e ovário

clavado, contrapondo-se às brácteas inteiras, flores com até 4,5 cm e ovário cilíndrico dos

espécimes examinados para a floresta atlântica paraibana.

Na Paraíba foi coletada nos brejos de altitude dos municípios de Areia, localidade do

espécime tipo, Bananeiras e Esperança, região conhecida como brejo paraibano. Pode ser

encontrada como epífita ou terrestre em local sombreado e em grande densidade de

indivíduos, porém em áreas pouco conservadas e com grande pressão antrópica. Ocorre em

simpatria com A. lingulata, Hohenbergia ridleyi, Portea leptantha, Vriesea procera e várias

espécies de Tillandsia. Foi coletada em floração em agosto e com frutos jovens em agosto e

outubro.

2. Ananas Miller, Gard., Dict., Abr. Ed. 4. 1754.

Terrestres; folhas dispostas em roseta aberta, armadas; bainha linear, alva; lâmina linear,

ápice longo-atenuado; escapo ereto; inflorescência simples, estrobiliforme, oval, recoberta

pelas brácteas florais, com uma coma de folhas reduzidas no ápice, farinosa; bráctea floral

triangular, rósea, maior que as sépalas, duplo carenada; flores sésseis, patentes; sépala oval-

arredondada, verdes, canatas na base, ecarenadas, assimétricas, aladas; apêndices petalíneos

44

Page 45: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

na base interna da pétala, cupuliforme, margem erosa; estigma espiral-conduplicado, azul;

ovário ínfero, coalescente com o adjacente.

O gênero Ananas possui de sete espécies e nove táxons (Luther, 2000), distribuídas por

toda a América do Sul. Possui centro de diversidade no Escudo das Guianas e no Brasil

central e região Sudeste (Smith & Downs, 1979).

Durante a realização deste trabalho foi coletada apenas uma espécie para este gênero,

A. ananassoides.

1. Ananas ananassoides (Baker) L. B. Sm., Bot. Mus. Leafl. Hervard 7: 70. 1939

Tipo: Brasil. Minas Gerais, Caldas, Regnell 1261 (Holótipo P).

TERRESTRE, 80-100 cm alt., mesofítica, propagando-se vegetativamente por rizomas

basais curtos e robustos. FOLHAS ca. 100 cm compr., dispostas em rosetas abertas. BAINHA

ca. 3 x 3,5 cm, linear, alvas em ambas as faces, membranácea. LÂMINA ca. 97 x 4 cm,

linear, levemente nervadas, ápice longo-atenuado, margem serreada até o terço superior,

acúleos antrorsos, ca. 1 mm compr., espaçados ca. 3 mm, castanho-claros. ESCAPO ca. 30

cm compr., cilíndrico, verde, levemente farinoso, ereto. BRÁCTEAS DO ESCAPO 9-40 x 2-

2,2 cm, triangulares, vermelhas, glabras, não recobrindo o escapo, cartáceas, ápice longo-

atenuado, mucronadas, mucro ca. 5 mm compr., serrilhadas. INFLORESCÊNCIA ca. 8 cm

compr., estrobiliforme, oval, farinosa, ca. 120 flores. BRÁCTEAS FLORAIS 1,8-2 x 1,1-1,2

cm, triangulares, róseas, excedendo as sépalas, do mesmo comprimento que as pétalas,

farinosas, duplo carenadas, cartáceas. FLORES ca. 2,5 cm compr., patentes, sésseis.

SÉPALAS 0,8-1 x 0,7-0,8 cm, oval-arredondadas, verdes, conatas na base, ecarenadas,

farinosas, assimétricas, aladas, alas membranáceas, translúcidas. PÉTALAS ca. 1,7 x 0,6 cm,

espatuladas, azuis, livres, ápice arredondado, patente na antese. APÊNDICES PETALÍNEOS

ca. 2 mm compr., cupuliforme, margem erosa, conatos na base da pétala. ESTAMES ca. 1 cm

compr., inclusos. FILETES ca. 8 mm compr., compressos, alvos. ANTERAS ca. 2 mm

compr., elípticas, amarelas. OVÁRIO ca. 1 x 0,5 cm largura, elíptico, alvo, coalescente com o

adjacente, glabro, placentação axial. ESTILETE 1,3 cm compr., alvo, cilíndrico. ESTIGMA

subgloboso, espiral-conduplicado, azul. ÓVULOS 0,5 mm compr., ovais, muitos, simétricos.

FRUTOS não vistos.

Material examinado: BRASIL. Paraíba: Mamanguape, Rebio Guaribas, 29.X.2004,

fl., R. A. Pontes et al. 127 (JPB); Idem, 22.VIII.1998, fl., G. Martinelli et al. 15082 (RB).

45

Page 46: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

Ananas ananassoides tem distribuição no Brasil, Argentina e Paraguai. No Brasil

ocorre nos estado do Amazonas, Amapá, Pará, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e São Paulo

(Smith & Downs, 1979).

Foi coletada em apenas uma localidade em mata no litoral do estado, no município de

Mamanguape, como terrestre em pequenas populações no interior da mata.

Pode ser diferenciada das demais espécies da área de estudo pelas folhas estreitas,

verdes com porção inferior vinácea, inflorescência estrobiliforme, com brácteas róseas e

flores com sépalas verdes e pétalas azuis.

3. Billbergia Thunb., Decad. Pl. Brasil. 3: 30. 1821.

Epífita; folhas dispostas em roseta tubulosa, formando um longo e estreito tubo,

armadas; bainha elíptica, verde; lâmina ligulada, ápice agudo, revoluto, mucronado; escapo

pêndulo, delgado; inflorescência panícula, pêndula; brácteas florais elíptico-lanceolada, rósea-

avermelhada, maiores que as sépalas; flores sésseis, patentes; sépalas lineares, creme, livres,

ecarenadas, simétricas; apêndices petalineos dois na base da pétala, fimbriados; estigma

espiral-conduplicado, lilás; ovário ínfero; fruto bacáceo; sementes sem apêndices.

O gênero distribuí-se pela América Central, escudo das Guiana e costa atlântica

brasileira, tendo maior diversidade no Sudeste do Brasil. Está dividido em dois subgênero,

Billbergia e Helicoidea (Smith & Downs. 1979). Possui 63 espécies e 90 táxons (Luther,

2000).

1. Billbergia morelii Brong., Portef. Hort. 2:97, pl. 1848.

Tipo: Brasil. Bahia (cultivada) 1848, Porte s n (Holótipo P !; foto, GH)

EPÍFITA, 50-60 cm alt., mesofítica, propagando-se vegetativamente por rizomas basais

longos aderente ao forófito. FOLHAS 23-55 cm compr., dispostas em rosetas tubulares.

BAINHA 8-15 x 3,5-8 cm, elíptica, verdes em ambas as faces, as das folhas jovens vináceas

internamente, submembranáceas. LÂMINA 15-40 x 2-6,5 cm, ligulada, verde brilhante,

levemente nervadas, ápice agudo, revoluto, mucronado, mucro 2-3 mm compr., margem

serrilhada, acúleos antrorsos, ca. 0,5 mm compr., espaçados 3-4 mm compr. entre si,

castanho-claros. ESCAPO 30-35 cm compr., delgado, róseo-avermelhado, recurvado.

BRÁCTEAS DO ESCAPO inferiores ca. 7 x 1,5 cm, elíptico-lanceoladas, róseas,

membranáceas, ápice acuminado, nervadas, margem inteira, farinosas, as superiores

semelhantes as inferiores, porém, maiores ca. 10,5 x 2,5 cm. INFLORESCÊNCIA 10-12 cm

compr., em panícula, piramidal, 25-28 flores. BRÁCTEAS PRIMÁRIAS ca. 10 x 2,5 cm,

46

Page 47: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

elíptico-lanceoladas, róseo-avermelhadas, nervadas. BRÁCTEAS FLORAIS 5-10,5 x 1,5-2,5

cm, semelhantes às brácteas primárias, elíptico-lanceoladas, róseo-avermelhadas, excedendo o

ovário e as sépalas, nervadas, membranáceas, as do ápice da inflorescência inconspícuas ou

ausentes, margem inteira, ápice agudo. FLORES 5-6 cm compr., tubulosas, patentes, sésseis.

SÉPALAS 1,5-2,5 x 0,7-0,9 cm, lineares, creme, livres, ápice agudo, mucronadas, mucro 0,5-

1 mm compr., ecarenadas, nervadas, farinosas, simétricas. PÉTALAS 4,5-5,5 x 0,3-0,5 cm,

espatuladas, liláses, livres, ápice subagudo ou arredondado, reflexo na antese. APÊNDICES

PETALÍNEOS 6 mm compr., fimbriados, fimbrias menores ca. 3,5 mm compr., a maior ca.

5,5 mm compr. sobressaindo as menores. ESTAMES ca. 5 cm compr., exsertos. FILETES 4,5

cm compr., compressos, hialinos, adnatos a base das pétalas na altura dos apêndices

petalíneos. ANTERAS 6-6,5 mm compr., elípticas, amarelas. OVÁRIO 7-8 mm compr., 5-7

mm diâm., oval-linear, farinoso, placentação axial. ESTILETE 5 cm compr., lilás, cilíndrico.

ESTIGMA subgloboso, espiral-conduplicado, lilás. ÓVULOS e FRUTOS não vistos.

Material examinado: BRASIL. Paraíba: Bayeux, Parque Estadual Mata do Xém-

Xém, 23.VIII.2004, fl., R. A. Pontes 83 (RB, JPB); Idem, 1.V.2005, fl., R. A. Pontes &

Gadelha Neto 221 (JPB), fl., 222 (RB).

Material Examinado Adicional BRASIL. Pernambuco: Tapera, 15.II.1933, fl., D.

Andrade Filho s.n. (IPA 3238); Idem, 12.III.1925, D. Bento Pickel s.n. (IPA 6319); São

Lourenço da Mata, Tapacurá, 28.VI.1998, fl., J.A. Siqueira-Filho 806 (UFP); Quipapá, Eng.

Brejinho, 17.V.1972, fl., D. Andrade-Lima 72-6879 (IPA); Recife, Dois Irmãos, 2.III.1995,

C. Araújo s.n. (IPA 55179); Jaqueira, RPPN Frei Caneca, 22.IV.2003, fl., Viana et al. 326.

(UFP). Alagoas: União dos Palmares, Eng. Stº. Antônio, 2.III.1965, fl., I. Pontual 65-98.

(IPA); Ibateguara, Usina Serra Grande, 16.III.2003, fl., Viana et al. 256 (UFP).

Billbergia morelii pertence ao subgênero Billbergia, que se diferencia do subgênero

Helicoidea por apresentar pétalas levemente patentes, contrapondo-se as pétalas fortemente

espiraladas na antese no subgênero Helicoidea. No Brasil o subgênero Billbergia, ocorre na

costa atlântica (Sudeste e Nordeste), sendo encontrado desde o estado de São Paulo até

Pernambuco (Smith & Downs, 1977). Para o Nordeste, Billbergia morelii, foi citada para os

estados da Bahia, Alagoas e Pernambuco, ocorrendo neste último na caatinga (Siqueira-Filho,

2002).

Na floresta atlântica paraibana ocorre em um único remanescente de mata costeira,

município de Bayeux (Parque Estadual da Mata do Xém-Xem). Está espécie foi coletada em

apenas uma população, localizada próximo a borda da reserva, que vem sofrendo grande

pressão antrópica ao longo dos últimos anos.

47

Page 48: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

Billbergia morelii pode ser facilmente diferenciada das demais por apresentar folhas

verdes brilhantes, que formam um longo tubo, ápices das lâminas reflexos, escapo fortemente

recurvado com inflorescência pendente, raque róseo-avermelhada, farinosa, flores com pétalas

lilases.

Esta é a primeira citação do gênero Billbergia para a Paraíba, anteriormente conhecida

até Pernambuco, ampliando sua distribuição mais ao Norte no país.

4. Bromelia L., Sp. Pl. 285. 1753.

Terrestre; folhas dispostas em rosetas abertas; bainha oval, alva; lâmina linear, ápice

longo-atenuado, base denso-lepidoto, indumento ferrugíneo-dourado; escapo ausente;

inflorescência nindular, inserida na roseta da planta, densamente lepidota; bráctea floral

linear, vermelha, menores que as sépalas; flores pediceladas, eretas; sépala linear, creme,

livre, ecarenada, simétrica; fruto bacáceo, fusiforme, denso-lepidoto, suculento, comestível.

Com cerca de 51 espécies (Luther, 2000), o gênero Bromelia distribui-se por toda a

América Central, Caribe e América do Sul. Tem centro de diversidade localizado no Centro-

Sul do Brasil e Uruguai e Argentina (Smith & Downs, 1979).

Na Paraíba são reconhecidas duas espécies Bromelia laciniosa Mart. ex Schult. &

Schult. f., que ocorre na caatinga e B. karatas L. que ocorre na floresta atlântica.

1. Bromelia karatas L. Sp. Pl. 285. 1753.

Tipo: Plumier Gen. 10, pl. 33.1703.

TERRESTRE, 270-300 cm alt., mesofítica, propagando-se vegetativamente por rizomas

basais curtos e robustos. FOLHAS 168-299 cm compr., dispostas em roseta aberta. BAINHA

3-4 x 7-8 cm, oval, alvas em ambas as faces, cartácea, tenra. LÂMINA 165-295 x 3-3,5 cm,

linear, levemente nervadas, ápice longo atenuado, base denso-lepidota, indumento ferrugíneo-

dourado, margem serreada, acúleos antrorsos, 2-3 mm compr., espaçados 1-3 cm compr, forte

recurvados, castanhos. ESCAPO ausente. INFLORESCÊNCIA inserida na roseta, nindular,

denso-lepidota, ca. 45 flores. BRÁCTEAS FLORAIS ca. 7 x 1,2 cm, lineares, vermelhas,

ápice agudo, denso-lepidoto, serreadas no ápice, nervadas, excedendo o ovário e menores que

as sépalas. FLORES 9-10 cm compr., tubulosas, eretas, pediceladas, pedicelo ca. 1 cm compr.

SÉPALAS 2,8-3 x 1,6-1,8 cm, lineares, alvas, livres, ápice arredondado, ecarenadas, denso-

lepidota na base, simétricas. PÉTALAS 4-5 cm compr., oblongo-lanceoladas, lilases em

direção ao ápice, conatas 1,5-2 cm. OVÁRIO ca. 1,5 cm, densamente lepidoto-ferrugíneo;

48

Page 49: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

óvulos subesféricos. FRUTOS 5-6 cm compr., fusiformes, alvacentos, parcialmente denso-

lepidoto. SEMENTES 4 mm diâm., esféricas, castanho-escuras, rígidas.

Material examinado: BRASIL. Paraíba: Alagoa Grande 20.IX.1945, J. C. Moraes

s.n. (EAN 494); Cabedelo, Mata da AMEM, 7.IV.2000, fr., A. F. Pontes 501, fr., 502, fr., 503

(JPB); Maturéia, Pico do Jabre, 19-20.X.1997, fl., M. F. Agra et al. 4587 (JPB); Idem, s.d.,

fr., M. F. Agra et al. 3911 (JPB); Mamanguape, Rebio Guaribas, 29.X.2004, fr., R. A. Pontes

124 (JPB); Idem, 22.VIII.1998, fr., G. Martinelli et al. 15083 (RB); Idem, Sema II,

25.IV.1990, fl., L. P. Félix & Santana 2926 (EAN); Natuba, estrada para São Vicente Ferrer,

16.IV.2005, fl., R. A. Pontes 168 (JPB); Sapé, RPPN Pacatuba, 6.IV.2001, fr., E. A. César

155 (JPB).

Material adicional examinado: BRASIL. Ceará: Cultivada no JB do Rio de Janeiro,

1934, fl., Castellanos s.n. (RB 24801). Pernambuco: Goiana, Usina Nazaré das Maravilhas,

15.VI.1955, fr., D. Andrade-Lima 55-2074 (IPA); Tapera, 1926, fl., D. Bento Pickel s.n.

(IPA); Alagoas, Ibateguara, 16.XIII.2003, fr., Oliveira & Grillo 1.497 (IPA).

Bromelia karatas distribuí-se por toda a América Central, Escudo das Guianas e Brasil.

No território brasileiro pode ser encontrada nos estados do Maranhão, Pernambuco, Bahia e

Goiás (Smith & Downs, 1979, Siqueira Filho, 2002).

Na área de estudo pode ser encontrada em todas as formações vegetais estudadas.

Terrestre, habita interior de matas úmidas como também áreas abertas e antropizadas. Única

espécie que registe a alteração drástica de seu habitat, vegetando em áreas totalmente

alteradas, como áreas de cultivo abandonadas.

Pode ser reconhecida por suas longas folhas (até 3,5m compr.) fortemente serreadas,

verdes, inflorescência séssil, inserida no centro da roseta, denso-lepidota, flores com pétalas

liláses emergindo da inflorescência e frutos grandes (5-6 cm compr.), bacáceos e suculentos.

Foi observada em floração nos meses de abril e outubro e em frutificação nos messes de abril,

outubro e dezembro.

É conhecida popularmente como “banana-de-raposa” e seu fruto adocicado é

consumido por mamíferos e humanos.

5. Cryptanthus Otto & Dietrich, Allg. Gartenzeit. 4: 297.1836.

Terrestre, estolonífera; folhas dispostas em roseta abertas; bainha oval, elíptico-oval,

vinácea ou alva; lâmina linear, ápice longo-atenuado; escapo ausente; inflorescência, nindular

ou axilar, fasciculada; báctea floral triangular ou triangular-ovalada, alvas, maiores que as

sépalas; flores sésseis, eretas; sépala triangular, alva, carenada, simétrica ou assimétrica, livres

49

Page 50: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

ou conatas na base; apêndices cupuliformes ou calosos, margem irregular; estigma 3-lobado,

alvo, lobos eretos ou reflexos; ovário trígono, alvo.

Cryptanthus é um gênero com distribuição restrita ao território brasileiro, ocorrendo

somente nas Regiões Nordeste e Sudeste do Brasil, com centro de diversidade nos estados de

Minas Gerais e Espírito Santo (Smith & Downs, 1979). Ocorre na floresta atlântica, campos

rupestres, restingas e caatinga (Ramírez, 1996). De Acordo com Cândido (1996) e Ramírez

(1996, 1998), o gênero ocorre do estado da Paraíba ao Rio de Janeiro.

O gênero abriga 58 espécies (Luther, 2002), e é dividido em dois subgêneros,

Cryptanthus e Hoplocryptanthus subdivididos em nove seções (Ramírez, 1996).

Para a floresta atlântica paraibana são reconhecidas duas espécies, C. alagoanus e

Cryptanthus sp., sendo ambas novas referências para a Paraíba.

Chave para identificação das espécies de Cryptanthus

1. Lâmina verdes com base vinácea, região central nunca crassa, margem serrilhada reta,

acúleos diminutos; sépalas ca. 2 cm compr.; pétalas ca. 3,5 cm compr., conatas ½, ápice

arredondado; apêndices petalinos ca. 4 mm compr., cupuliforme; lobos do estigma 2 mm

compr.............................................................................................................1. C. alagoanus

1’. Lâmina completamente verde ou vinácea, região central crassa, margem serreada

fortemente onduladas, acúleos 1-2 mm compr.; sépalas ca. 8 mm compr.; pétalas ca. 4 cm

compr., conatas 2/3, ápice agudo; apêndices petalineos ca. 2 mm compr., calosos; lobos

do estigma ca. 4 mm compr............................................................................2. Cryptanthus

sp.

1. Cryptanthus alagoanus Leme & J. A. Siqueira, Selbyana 22(2). 2001.

Tipo: Brasil. Alagoas, Paripuera, 17.I.2001, Artur Frassy s.n. (Holótipo HB).

Figura 7, a-f

TERRESTRE, 30-65 cm alt., mesofítica, propagando-se vegetativamente por estolões

basais longos e delgados. FOLHAS 18,5-65,5 cm comp., dispostas em rosetas abertas.

BAINHA 1,5-2,5 x 2,5-3,5 cm, oval a oval-elíptico, vinácea em ambas as faces, cartácea.

LÂMINA 17-63 x 2-4 cm, linear, verde com base vinácea, lepidota, levemente nervada,

estreitada na base, ca. 1,3 cm larg., ápice longo atenuado, margem finamente serrilhada até o

terço superior, acúleos antrorsos diminutos, castanhos. INFLORESCÊNCIA nidular ou axilar,

3-4 flores por fascículo. BRÁCTEAS FLORAIS 2,4-2,7 x 1,2-1,5 cm, triangulares a

triangular-lineares, alvas com ápice esverdeado, ápice agudo, levemente nervadas, excedendo

50

Page 51: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

o ovário e sépalas. FLORES 4,5-5 cm compr., eretas, sésseis. SÉPALAS ca. 2 x 0,3 cm,

triangulares, alvas com ápice esverdeado, escamas ferrugíneas esparsas, carenadas, livres 8

mm, ápice agudo, simétricas, membranáceas. PÉTALAS ca. 3,5 x 0,6 cm, liguladas, alvas,

conatas ca. ½, ápice arredondado, reflexas na antese. APÊNDICES PETALÍNEOS ca. 4 mm

compr., cupuliformes, margem irregular. ESTAMES 1,5-1,9 cm compr., exsertos. FILETES

1,2-1,5 cm compr., alvos. ANTERAS 4-5 mm compr., triangulares, alvas. OVÁRIO 1-1,5 x

0,4-0,5 cm, elíptico-linear, alvo, trígono em corte tranversal, glabro, placentação axial.

ESTILETE ca. 3,5 cm compr., alvo, cilíndrico. ESTIGMA 3-lobado, lobos 2 mm compr.,

alvos, patentes, papilosos. ÓVULOS ca. 0,5 mm compr., ovais, alvos, muitos, simétricos.

FRUTOS não vistos.

Material examinado: BRASIL. Paraíba: Santa Rita, Mata da Usina São João,

X.2001, fl. em cult., R. A. Pontes & G. S. Baracho 50, fl., 53 (JPB); Rio Tinto, mata do Pau-

Brasil, 28.IV.2005, fl.em cult., R. A. Pontes & P. C. Gadelha Neto 205. (RB); fl., 206 (JPB).

Cryptanthus alagoanus pertence ao subgênro Cryptanhus seção Cryptanthus. Está

espécie era ciatada apenas para o estado de Alagoas.

Segundo Leme & Siqueira Filho (2001), C. alagoanus é uma espécie morfologicamente

relacionada a C. pseudopetiolatus Philcox, diferindo deste pelos estolões longos (vs. brotos

basais) e brácteas florais acuminadas e inteiras (vs. aguda e espinulosa).

Na floresta atlântica paraibana foi coletado somente em fragmentos de mata costeira,

sempre como terrestre em solos úmidos e sombreados, geralmente formando grandes

populações.

Pode ser reconhecida pelas folhas longas finamente serrilhadas, verde-vinácea, base da

lâmina estreitada, inflorescência em fascículos inserida no centro e axilas das folhas.

Esta espécie está sendo citada pela primeira vez para o estado da Paraíba.

2. Cryptanthus sp.

Figura 7, g-l

TERRESTRE, 17-42 cm alt., mesófita ou heliófita, propagando-se vegetativamente por

rizomas basais curtos e delgados. FOLHAS 17,5-42,5 cm compr., dispostas em rosetas

abertas. BAINHA 2,5-2,5 x 3,5-4,5 cm, triangular, alva em ambas as faces, membranácea.

LÂMINA 15-40 x 3-3 cm, linear, verde ou vinácea, cartácea, com região central crassa, 3-4

mm de espessura, estreitada na base, ápice longo-atenuado, margem fortemente ondulada,

serreada até o terço superior, acúleos 1-2 mm compr., retos, espaçados 1-4 mm compr., verdes

com ápice castanho. INFLORESCÊNCIA nidular ou axilar, 3-4 flores por fascículo.

51

Page 52: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

BRÁCTEAS FLORAIS 2-2,5 x 1,2-1,5 cm compr, triangulares a oval-triangulares, alvas,

nervadas, ápice agudo, serreado, tomemtoso, mucrunadas, mucro 2-3 mm compr., rígido,

excedendo o ovário e sépalas. FLORES ca. 5 cm compr., eretas, sésseis. SÉPALAS ca. 8 x 4

mm, triangulares, alvas, escamas esparsas, carenadas, livres, ápice agudo, mucronadas, mucro

ca. 0,2 mm compr., assimétricas, aladas, alas membranáceas. PÉTALAS ca. 4 cm compr.,

liguladas, alvas, conatas ca. 2/3, ápice agudo, reflexas na antese. APÊNDICES

PETALÍNEOS ca. 2 mm compr., calosos, margem irregular. ESTAMES 1,6-2,2 cm compr.,

exsertos. FILETES 1,4-1,8 cm compr., alvos. ANTERAS 3-4 mm compr., triangulares, alvas,

retorcidas. OVÁRIO ca. 1 x 0,7 cm, oboval, alvo, trígono em corte tranversal, glabro,

placentação axial. ESTILETE ca. 3 cm compr., alvo, cilíndrico. ESTIGMA 3-lobado, lobos

ca. 4 mm compr., alvos, patentes, papilosos. ÓVULOS ca. 0,6 mm compr., globosos, alvos,

muitos, simétricos. FRUTOS não vistos.

Material examinado: BRASIL. Paraíba: Mataraca, empresa mineradora Millenium

Chemical do Brasil, XII.2004, fl. em cult., R. A. Pontes & Gadelha Neto 201, 202 (JPB); fl.,

224 (RB); fl., 325, 326 (JPB).

Cryptanthus sp. é morfologicamente relacionado C. zonatus (Vis.) Beer, diferenciando-

se deste pelos estolões basais longos, flores bigestas e brácteas florais triangular-laceoladas e

de C. fosterianus L. B. Sm. por apresentar estolões basais longos, brácteas florais

triangulares-lanceoladas e sépalas não serrilhadas.

Foi coletada na Paraíba no litoral norte do estado, divisa com Rio Grande do Norte.

Ocorre como terrestre em vegetação de mata de restinga sobre dunas, entre 30-90 m s.m.

Trata-se de uma nova referência de ocorrência para o estado da Paraíba. É uma nova espécies

que está sendo descrita para o estado do Rio Grande do Norte, sendo tratada aqui como

Cryptanthus sp.

Pode ser reconhecida pelas folhas curtas, robustas, margens serreadas e fortemente

onduladas, verdes com eixo central crasso, podendo ocorrer indivíduos com folhas vináceas.

6. Hohenbergia Schult. & Schultes f. in Roemer & Schults

Terrestre, rupícola ou epífita; folhas dispostas em roseta aberta; bainha oval ou oval-

elíptica, castanho-escura; lâminas lanceoladas, ápice agudo, mucronado; inflorescência em

panícula de espiga, lanuginosa; bráctea floral arredondada, creme ou rósea, iguais ou menores

que as sépalas; flore séssil, patente; sépala arredondada, verde-amarelada, carenada, livre,

assimétrica, alada; apêndice petalineos espatulados, margem recortada; estigma espiral-

conduplicado, alvo; fruto bacáceo, oval, azul, lanuginoso.

52

Page 53: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

O gênero Hohenbergia distribui-se do Caribe, Escudo das Guianas até costa leste do

Brasil. São reconhecidos dois subgêneros, Wittmackiopsis e Hohenbergia, sendo que, apenas

o último ocorre no Brasil. Seu centro de diversidade localiza-se principalmente no estado da

Bahia (Smith & Downs, 1979). Conta atualmente com 49 espécies (Luther, 2000).

Na floresta atlântica paraibana o gênero está representado por apenas uma espécie, H.

ridleyi.

1. Hohenbergia ridleyi (Baker) Mez, Fl. bras. 3(3): 266. 1891.

Tipo: Brasil. Pernambuco: Igaraçu, Ridley & Ramage s.n. (Holótipo BM; foto US !).

TERRESTRE ou EPÍFITA, 80-200 cm alt., mesofita ou heliófita, propagando-se

vegetativamente por rizomas basais curtos e robustos. FOLHAS 50-178 cm compr., dispostas

em roseta aberta. BAINHA 20-28 x 10-13 cm, oval a oval-elíptica, castanho-escura em ambas

as faces, cartácea. LÂMINA 30-150 x 4,5-12 cm, lanceolada, verde-brilhante ou amarela,

coriácea, levemente nervada, ápice agudo, mucronada, mucro 1-1,5 cm compr., margem

serreada até o terço superior, acúleos antrorsos, 2-5 mm compr., espaçados 0,3-6 cm compr.,

margens serrilhadas próximo ao mucro da lâmina, acúleos diminutos 0,5 mm compr.,

espaçados 1-3 mm compr., negros. ESCAPO 40-95 cm compr., cilíndrico, creme a róseo,

lanuginoso, ereto. BRÁCTEAS DO ESCAPO 5-14 x 2,5-4 cm, triangulares, creme,

levemente tomentosas, ferrugíneas, imbricadas, recobrindo o escapo, submembranáceas, ápice

acuminado, mucronadas, mucro 5-8 mm compr., levemente nervada. INFLORESCÊNCIA

45-85 cm compr., panícula de espiga, piramidal, 10-80 flores por ramo. RAQUE creme ou

róseo, fortemente lanuginoso. BRÁCTEAS PRIMÁRIAS ca. 4 x 1,5 cm, triangulares, creme,

levemente nervadas. BRÁCTEAS FLORAIS 0,5-1 x 0,6-1,3 cm, arredondadas, creme ou

róseas, iguais ou menores que o ovário e as sépalas. FLORES ca. 1,5 cm compr., patentes,

sésseis. SÉPALAS 5-7 x 5-6 mm, ovais, verde-amareladas, livres, ápice arredondado,

mucronadas, mucro ca. 0,5 mm compr., carenadas, glabras, assimétricas, aladas, alas

membranáceas, translúcidas. PÉTALAS 1-1,2 x 0,4-0,5 cm, espatuladas, azuis, livres, ápice

arredondado a retuso, patentes na antese. APÊNDICES PETALÍNEOS ca. 1 mm compr.,

espatulados, margem recortada, conatos no terço médio da pétala. ESTAMES da série interna

ca. 6 mm de compr., com filetes livres por ca. 4 mm, os da série externa ca. 1 cm de compr.,

com filetes livres por ca. 7 mm, amarelos, hialinos no terço médio, inclusos, compressos.

ANTERAS ca. 3 mm compr., lineares, amarelas. OVÁRIO 3-4 mm compr., 2-4 mm diâm.,

oval a arredondado, verde, leve lanuginoso, placentação basal. ESTILETE ca. 1 cm compr.,

azul, cilíndrico. ESTIGMA globoso, espiral-conduplicado, azul. ÓVULOS ca. 2 mm compr.,

53

Page 54: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

poucos, simétricos, com apêndice lateral filiforme. FRUTOS ca. 1 x 0,5 cm, ovais, azuis,

lanuginosos. SEMENTES ca. 3 mm compr., elípticas, castanho-escuras.

Material examinado: BRASIL. Paraíba: Areia, 5.III.1944, J. V. Sobrinho 208 (RB);

Idem, 6o58’12”S, 35o42’15”W, Mata de Pau Ferro, Picada dos Postes, 30.XII.1980, V. P. B.

Fevereiro et al. M 420 (EAN); Idem, 21.II.2000, G. S. Baracho 931 (JPB); Baia da Traição,

Barra de Camaratuba, 30.IV.2005, fr., R. A. Pontes 214 (JPB); Caaporã, margem da BR-230,

16.XI.2004, fl., R. A. Pontes & N. T. Lima 133 (RB); Cabedelo, Intermares, 15.II.2002, G. S.

Baracho & R. A. Pontes 1100 (JPB); Cruz do Espírito Santo, Mata do Ferreiro, 5.III.2004, fl.,

R. A. Pontes fl., 54, 59 (JPB); João Pessoa, 13.IV.2001, G. S. Baracho 989 (JPB); Idem,

14.IV.2001, G. S. Baracho 990 (JPB); Mamanguape, entre Mamanguape e Rio Tinto,

20.IX.2001, G. S. Baracho 1001 (JPB); próximo a Fontainha, 29.X.2004, fl., R. A. Pontes 125

(RB), 152, fl. (RB); Salgado de São Félix, Serra dos Campos, 16.IV.2005, fr., R. A. Pontes

169 (JPB); Santa Rita, Mata do Ciesp, 1.IV.2000, G. S. Baracho 920 (JPB); Natuba, Sítio

Pau-D’arco (7º29’2.3”W e 35º29’41”S), 14.V.2005, fr., R. A. Pontes 229 (JPB); Idem, lajedo

dos Zacarias, fr., R. A. Pontes 259 (JPB); Sapé, próximoa Pacatuba, 21.VI.2005, fr., R.A.

Pontes & Gedlha Neto 319 (RB); 320 (JPB); Fagundes, pedra de Santo Antônio, 29.V.2005,

fr., R.A. Pontes & Gadelha Neto 283 (JPB).

Material adicional examinado: BRASIL. Ceará: Aracati, 9.I.2001, G. S. Baracho

s.n. (JPB). Rio Grande do Norte: BR 101, em direção à Baía Formosa, 7.I.2001, G. S.

Baracho 808 (JPB); Baía Formosa, RPPN Mata da Estrela, 7.I.2001, G. S. Baracho 809

(JPB); bairro do Tirol, 7.I.2001, G. S. Baracho 810 (JPB). Pernambuco: Garanhuns, Dist.

Frexeiras, (8o55’12”S, 36o24’31”W), 18.II.2000, J. A. Siqueira-Filho 1044 (UFP); Goiana,

Estação Meteorológica de Itapirema, 27.XII.1996, J. A. Siqueira-Filho 594 (UFP); Gravatá,

6.I.1999, J.A. Siqueira-Filho & G.S. Baracho 802 (UFP); Igaraçú, Campina dos Marcos,

13.II.2000, G. S. Baracho 819 (UFP); Jaqueira, Usina Colônia (8o42’37”S, 36o50’01”W),

28.VI.1999, J. A. Siqueira-Filho & J. A. Vicente 961 (UFP); Maraial, Engenho Cachoeira do

Curtume, (8o48’S, 35o50’W), 20 V.1996, J. A. Siqueira-Filho 589 (UFP); Idem, 20.VI. 1996,

J. A. Siqueira-Filho 587 (UFP); idem. 24.IV. 1997, G. S. Baracho & J. A. Siqueira-Filho 576

(UFP); Recife, Reserva Ecológica de Dois Irmãos (8o7’30”S, 34o52’30”W), 27.IV.1955, D.

Andrade-Lima 55-2042 (IPA); Idem, Mata da Compesa, 9.IV.1996, J. A. Siqueira-Filho 580

(UFP); Idem, 19.IV.1996, J. A. Siqueira-Filho 583 (UFP); Idem, 19.VI.1996, J. A. Siqueira-

Filho 584 (UFP); São Lourenço da Mata, 7.III.1925, J. B. Pickel 2503 (IPA); Idem, “Mattas

do Engenho Veneza”, V.1936, J. V. Sobrinho s.n. (IPA); Bonança (“Tapera”), II.1929, J. B.

Pickel 1921 (IPA).

54

Page 55: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

Hohenbergia ridleyi pertence ao subgênero Hohenbergia que diferencia-se do

subgênero Wittmackiopsis, principalmente pelo tipo de inflorescência e coloração das pétalas,

sendo púrpuras, azuis, róseas, amarelas ou verdes no subgên. Hohenbergia e brancas em

Wittmackiopsis.

Esta espécie ocorre na Paraíba como terrestre nas formações litorâneas, campos e matas

de restinga, tabuleiros e mata costeira, como também nos brejos de altitude, exceto no Pico do

Jabre. Também ocorre como epífita em grandes árvores nas formações vegetais mais úmidas

do litoral e brejos de altitude. Apresenta grande plasticidade com relação ao porte e coloração

das folhas e estruturas reprodutivas, quando comparado os espécimes de mata úmida e

tabuleiro costeiro.

Espécimes coletados em locais ensolarados e com baixa pluviosidade apresentam porte

menor com folhas amarelas e rígidas, escapo e inflorescência de coloração róseo com

indumento lanuginoso alvo e flores menores. Já o material coletado em áreas úmidas

apresenta um maior porte, folhas verde-brilhantes, escapo e inflorescência maiores de

coloração amarelo-pálido com indumento lanuginoso de mesma cor e flores maiores.

Estas diferenças morfológicas levou a publicação de dois táxons, H. ridleyi e H.

ramageana, ambas coletadas por Ridley e Ramage no estado de Pernambuco em 28 julho de

1887, a primeira em formação aberta e a segunda em mata úmida, sendo separadas pelo

tamanho das brácteas florais e sépalas. Recentemente foi proposta a sinonimização de H.

ramageana, durante a realização da revisão do gênero Hohenbergia subgênero Hohenbergia

(Baracho, 2004), sendo esta proposta seguida neste trabalho.

7. Orthophytum Beer, Flora 37:347.1854.

Saxícola; folhas dispostas em roseta subaberta ou patente; bainha oval ou linear, alva,

indistinta; lâmina triangulares, ápice longo-atenuado; inflorescência fasciculada, congesta ou

disjuncta, farinosa; bráctea floral oval, elíptica a elíptico-oval, cinérea, menores, iguais ou

maiores que que as sépalas; flores sésseis, eretas ou patentes; sépala triangular, verde-

cinéreas, carenada, livres, simétricas; apêndices petalíneos fimbriados ou franjados, margem

erosa; estigma espiral-conduplicado, alvo; fruto bacáceo, oval, esférico, verdes, farinosos ou

lanuginosos.

O gênero Orthophytum tem distribuição restrita à costa leste do Brasil, distrubuindo-se

pelos estados da Paraíba, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro,

com centro de diversidade na Bahia (Smith & Downs, 1979). Possui 34 espécies e 41 táxons

(Leme & Paula, 2003). Diversas espécies têm sido descritas recentemente a exemplo de O.

55

Page 56: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

falcomii Leme, O. toscanoi Leme, O. grossiorum Leme & Paula e O. jabrense Baracho & J.

A. Siqueira, este último descrito recentemente na Paraíba.

Chave para identificação das espécies de Orthophytum

1. Folhas ereto-recurvas, coriáceas, concolores, fortemente onduladas; brácteas florais do

mesmo compimento ou menores que as sépalas; inflorescência congesta; flores 2-2,5 cm;

óvário linear; frutos esféricos...........................................................................1. O. jabrense

1’. Folhas patentes ao eixo da planta, crassas, discolores, planas; brácteas florais maiores que

as sépalas; inflorescência disjuncta; flores até 1,5 cm; ovário oval; frutos

ovais..............................................................................................................2. O.

disjunctum

1. Orthophytum jabrense G. S. Baracho & J. A. Siqueira, Vidalia 2(1). 2004.

Tipo: Brasil: Paraíba. Maturéia, Pico do Jabre, G. S. Baracho & M. F. Agra 1110 (Holotipo

JPB).

Figura 8, g-m

SAXÍCOLA, 8-20 cm alt., heliófita, propagando-se vegetativamente por rizomas basais

curtos e delicados. FOLHAS 12,5-39 cm compr., dispostas em roseta subaberta, eretas-

recurvas. BAINHA 0,5-1 x 2-4 cm, oval, alvas em ambas as faces, cartácea. LÂMINA 11-38

x 1-2,5 cm, triangular, concolor, fortemente cinérea, coriácea, levemente nervada, ápice

longo-atenuado, margem serreada até o terço superior, acúleos retrorsos, 2-3 mm compr.,

espaçados 0,7-1 cm compr., castanho-claros. ESCAPO 3-6 cm compr., cilíndrico, verde-

cinéreo, farinoso, ereto. BRÁCTEAS DO ESCAPO 8-19 x 0,8-1,5 cm, triangulares,

semelhantes ás folhas, cinéreas, farinosas, imbricadas, não recobrindo o escapo, coriáceas,

levemente nervadas, margem serreada, ápice longo-atenuado. INFLORESCÊNCIA 3,5-10 cm

compr., fasciculada, congesta, farinosa, 10-25 flores. BRÁCTEAS PRIMÁRIAS 6-15 x 0,8-

0,9 cm, semelhantes às brácteas do escapo. BRÁCTEAS FLORAIS 1,3-1,4 x 0,6-0,9 mm

compr., triangulares, cinéreas, carenadas, excedendo o ovário e do mesmo comprimento ou

menores que as sépalas, ápice apiculada. FLORES 2-2,5 cm compr., tubulosas, eretas ou

patentes, sésseis. SÉPALAS 1,3-1,5 x 0,3-0,4 cm, triangulares, verde-cinéreas, livres,

carenadas, farinosas, simétricas, margem hialina. PÉTALAS 1,5-1,8 x 0,2-0,3 cm,

espatuladas, alvas, livres, ápice agudo, patentes na antese. APÊNDICES PETALÍNEOS ca. 1

mm compr., fimbriados, margem erosa, conatos na base da pétala. ESTAMES ca. 1,5 cm

compr., inclusos. FILETES 1-1,2 cm compr., cilíndricos, alvos. ANTERAS ca. 3 mm compr.,

56

Page 57: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

elípticas, alvas. OVÁRIO ca. 7 x 4 mm, linear, trígono, alvo, farinoso, placentação axial.

ESTILETE 1,5 cm compr., alvo, cilíndrico. ESTIGMA globoso, espiral-conduplicado, alvo.

ÓVULOS 0,5-0,8 mm compr., muitos, elípticos, obovais ou reniformes, simétricos. FRUTOS

6-8 x 5-7 mm, esféricos, verdes, fortemente lanuginosos. SEMENTES 1,5 mm compr.,

reniformes, amarelas.

Material examinado: BRASIL. Paraíba: Maturéia, Pico do Jabre, 8-9.XII.2004, fl.

em cult, R. A. Pontes & N. T. Lima 154 (US); fl., 155 (RB); Idem, 15.IV.2005, fr., R. A.

Pontes & E. A. Rocha 183, fr., 184 (JPB).

Material adicional examinada: BRASIL. Paraíba: Tavares, lajedo Bonito,

28.V.2005, fl., fr., R.A. Pontes & Gadelha Neto 263 (JPB), 264 (IPA), 265 (RB), 266 (JPB),

267 (RB).

Segundo Baracho & Siqueira Filho (2004), O. jabrense, trata-se de uma espécie

microendêmica, habitando afloramentos rochosos entre 1100-1.197 m s.m. no brejo de

altitude do Parque Estadual do Pico do Jabre, Serra de Teixeira, complexo do Planalto da

Borborema.

Orthophytum jabrense está relacionada morfologicamente com O. disjunctum pelo seu

aspecto vegetativo, mas difere deste pelas folhas arqueadas longas (25-40 vs. 17 cm), escapo

curto e compacto, flores em fascículos complanados (vs. subglobosos), brácteas florais

triangulares (vs. ovais) e carenadas.

Esta espécie pode ser reconhecida por seu pequeno porte, folhas fortemente cinéreas

(“prateadas”) e armadas, de lâmina irregular, inflorescência curta com flores de pétalas alvas.

2. Orthophytum disjunctum L. B. Sm., Smithsonian Misc. Collect. 126: 33. 1955.

Tipo: Brasil. Paraíba. Queimada para Caruarú (Pernambuco), 11. X. 1948, Foster 2.419

(Holótipo US !).

Figura 8, a-f

SAXÍCOLA, 6-48 cm alt., heliófita, propagando-se vegetativamente por rizomas basais

curtos e robustos. FOLHAS 5,8-17,5 cm compr., dispostas em roseta aberta, patentes ao eixo

da planta. BAINHA 0,3-1,5 x 1-3,5 cm, linear, alva, membranáceas. LÂMINA 5,5-16 x 0,8-1

cm, triangular, discolor, fortemente cinérea, crassa, levemente nervadas, ápice longo-

atenuado, margem serreada até terço superior, acúleos patentes, 1-2 mm compr., espaçados 1-

5 mm compr, castanho-claros. ESCAPO 3,5-28 cm compr., cilíndrico, vináceo, cinéreo,

farinoso, ereto. BRÁCTEAS DO ESCAPO 4-14 x 1-1,5 cm, triangular-ovais, semelhantes às

folhas, cinéreas, farinosas, não imbricadas, não recobrindo o escapo, membranáceas,

57

Page 58: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

levemente nervadas, margem serreada, ápice longo-atenuado. INFLORESCÊNCIA 1,5-16 cm

compr., fasciculada, disjunta, farinosa, 10-30 flores. BRÁCTEAS PRIMÁRIAS 4-8 x 0,8-1

cm, semelhantes as brácteas do escapo. BRÁCTEAS FLORAIS 1,5-2 x 1-1,5 mm compr.,

ovais, cinéreas, carenadas, excedendo o ovário e sépalas, ápice atenuado, mucronadas, mucro

1-2 mm compr. FLORES ca. 1,5 cm compr., tubulosas, eretas ou patentes, sésseis. SÉPALAS

1-1,2 x 0,3-0,5 cm, triangulares, verde-cinéreas, livres, carenadas, farinosas, simétricas,

margem hialina. PÉTALAS 1,2-1,5 x 0,2-0,25 cm, espatuladas, alvas, livres, ápice

arredondado, patentes na antese. APÊNDICES PETALÍNEOS 1-1,5 mm compr., frimbriados,

margem erosa, conatos na base da pétala. ESTAMES da série interna ca. 7 mm compr., com

filetes livres ca. 5 mm compr., os da série externa ca. 1,5 cm compr., com filetes livres ca. 9

mm compr., alvos, inclusos. ANTERAS ca. 3 mm compr., elípticas, alvas. OVÁRIO ca. 5 x 6

mm, oval, trígono, alvo, farinoso, placentação axial. ESTILETE 1-1,3 cm compr., alvo,

cilíndrico. ESTIGMA globoso, espiral-conduplicado, alvo. ÓVULOS 0,4-0,5 mm compr.,

muitos, elípticos, obovais ou reniformes, simétricos. FRUTOS 5-6 x 6-7 mm, ovais, verdes,

farinosos. SEMENTES 1,6-1,8 mm compr., reniformes, castanhas.

Material examinado: BRASIL. Paraíba: Natuba, Sítio Pau-D´arco, 14.V.2005, fl., fr.,

R A. Pontes 227 (JPB), 228 (RB), fl., 256 (JPB), fl., 257 (RB), fl., 258. (JPB);

Material adicional examinado: BRASIL. Paraíba: Fagundes, Pedra de Stº Antonio,

29.V.2005, fl., R. A. Pontes et al. 279 (JPB), fl., 280 (IPA), fr., 281 (US); Araruna, Parque

Estadual da Pedra da Boca, 28.VIII.2004, fl., R.A. Pontes 103 (JPB); São João do Tigre, APA

das Onças, 5.VII.2005, fr., R.A. Pontes et al. 291 (RB), fl., 292 (JPB), fl., 293 (JPB).

Orthophytum disjunctum, é uma espécie com distribuição restrita ao Nordeste. Smith &

Downs (1979), descrevem duas variedades, O. disjunctum var. disjunctum e O. disjunctum

var. minus, separando-as com base no porte da planta florida e tamanho das sépalas. No

presente estudo não foram consideradas tais veriadades.

Na área de estudo foi encontrada apenas no brejo de altitude do município de Natuba

(630 m s.m.), em aflramentos rochosos juntamente com Hohenbergia ridleyi e Aechmea

eurycorymbus, porém ocorre com freqüência em toda caatinga.

Pode ser diferenciada de O. jabrense, pela coloração forte vinácea das folhas (vs.

cinérea), crassas (vs. cartáceas), perpendiculares (vs. arqueadas), escapo longo (vs. curto) e

inflorescência laxa (vs. congesta).

8. Portea Brong. ex Koch, Ind. Sem. Hort. Berol. 1856: 7. 1857.

58

Page 59: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

Terrestre ou epífita; folhas dispostas em roseta aberta; bainha oval, castanha; lâmina

linear a lanceolada, ápice agudo, mucronada; inflorescência em panícula, piramidal, laxa,

glabra; bráctea floral triangular, alaranjada, menor que as sépalas; flores pediceladas; sépalas

subovais, alaranjadas, carenadas, livres, assimétricas, aladas, alas não ultrapassando a altura

da sépala; apêndices petalíneos truncados, margem erosa; estigma espiral-conduplicado,

alaranjado; fruto bacáceo, oval-arredondado, verde-amarelados, glabros.

Distribui-se na costa leste do Brasil, nas Regiões Sudeste e Nordeste, com centro de

diversidade no sul da Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro. O gênero é composto por nove

espécies (Coffani-Nunes, 2004).

Na Paraíba foi registrada a presença de apenas uma espécie P. leptantha, ocorrendo nas

mata costeiras e brejos de altitude.

1. Portea leptantha Harms, Notizblatt 10: 786. 1929.

Tipo: Brasil: Pernambuco. Tapera, II.1929, D. B. Pickel 1919 (Holótipo B, foto F).

TERRESTRE ou EPIFÍTA, 100-180 cm alt., propagando-se vegetativamente por

rizomas basais curtos e robustos. FOLHAS 68-180 cm compr., dispostas em rosetas abertas.

BAINHA 18-20 x 12-14 cm, oval, castanha, cartácea. LÂMINA 50-160 x 3-5, linear a

lanceolada, concolor, verde, coriácea, levemente nervadas, ápice agudo, mucronada, mucro 2-

3 cm compr., castanho, margem fortemente serreada, acúleos antrorsos, 1-5 mm compr.,

espaçados 0,3-2,5 cm compr., margem serrilhadas no terço superior, acúleos 0,5 mm compr.,

antrorsos, espaçados 0,3-1 cm compr., castanhos. ESCAPO 90-100 cm compr., cilíndrico,

vermelho, levemente tomentoso, ereto. BRÁCTEAS DO ESCAPO 13-14 x 3-4 cm, linear-

lanceoladas, vermelhas, levemente pilosas, imbricadas, recobrindo o escapo, cartáceas,

margem inteira, ápice agudo, mucronada, mucro 1-2 mm compr. INFLORESCÊNCIA 30-40

cm compr., panícula, laxa, piramidal, 25-60 flores por ramo. RAQUE vermelho-alaranjada,

glabra. BRÁCTEAS PRIMÁRIAS 5-9 x 1,2-2 cm, elíptico-lanceoladas, vermelhas,

glabrescentes, margem inteira, ápice agudo. BRÁCTEAS FLORAIS 3-4 mm compr,

triangulares, inconspícuas, menores que as sépalas e o ovário, alaranjadas, ápice agudo,

mucronadas, mucro 1-2 mm compr., margem inteira, nervadas. FLORES 2,5-2,8 cm compr.,

tubulosas, pediceladas, pedicelo 5-8 mm compr., eretas. SÉPALAS 6-8 x 5-6 cm, subovais,

alaranjadas, glabras, livres, ápice agudo, mucronadas, mucro 0,8-1 mm compr., carenadas,

fortemente assimétricas, aladas, alas não ultrapassando a altura da sépala, membranáceas,

translúcidas. PÉTALAS 1,5 x 0,4 cm compr., espatuladas, amarelo-alaranjadas, livres, ápice

agudo, eretas na antese. APÊNDICES PETALÍNEOS ca. 2,5 mm compr., truncados, ápice

59

Page 60: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

eroso. ESTAMES da série interna ca. 1 cm de compr., com filetes livres ca. 0,8 cm compr., os

da série externa ca. 1,5 cm de compr., com filetes livres ca. 1 cm compr., amarelos, inclusos.

ANTERAS ca. 3 mm compr., elípticas, amarelas. OVÁRIO 0,8-1 x 3-4 mm, oval, verde,

glabro, placentação axial. ESTILETE ca. 1,3 cm compr., alaranjado, cilíndrico. ESTIGMA

espiral-conduplicado, alaranjado. ÓVULOS ca. 0,2 mm compr., arredondados, apiculados,

numerosos. FRUTOS 2-2,5 x 0,6-0,7 cm, oval-arredondados, verde-amarelados, glabros.

SEMENTES 2,5-3 mm compr., subreniformes, castanho-claras.

Material examinado: BRASIL. Paraíba: Areia, Parque Estadual Mata do Pau-Ferro,

1.V.2004, fr., P. C. Gadelha Neto 1133 (JPB); Idem, 23.VIII.1998, estéril, G. Martinelli et al.

15088 (RB); Idem, Chã de Jardim, 1939, fr., L. P. Xavier s.n. (JPB 2); Esperança, 1939, fl., L.

P. Xavier s.n. (JPB 8); Mamanguape, Sema II, Tarama, 26.IV.1990, fl., fr., L. P. Félix &

Santana 2870 (JPB); Itapororoca, Macacas, 1.II.1987, fl., L. P. Félix & O. Dornelas 882

(EAN); Idem, Faz. Santíssimo, 30.IV.2005, fr., R. A. Pontes & Gadelha Neto 207, 208 (JPB);

fr., 209 (RB); fr., 210 (JPB); Salgado de São Félix, Serra dos Campos, Sítio Pau-D’arco

(7º28’34”W e 35º28’33”W), 16.IV.2005, fr., R. A. Pontes 162 (JPB); fr., 163 (EAN).

Material adicional examinado: Brasil. Pernambuco: Caruaru, Brejo dos Cavalos,

21.III.1998, fr., R. Pereira & Montenegro 114 (JPB); Tapera, 10.V.1929, fl., D. Bento Pickel

s.n. (IPA 3489); Ribeirão, Usina Caxangá, 7.VIII.1954, fl., D. Andrade-Lima 54-1895 (IPA);

Recife, 7.XIII.1982, fl., M. Melo 82-064 (IPA); Caruaru, 21.V.1992, fl., F. Guedes 108 (IPA);

Ferreiros, estrada para Timbaúba, 16.IV.2005, fl., fr., R. A. Pontes 156, 157 (JPB); fr., 158

(IPA); fr., 159 (JPB); fr., 160 (EAN); fr., 161 (RB).

Potea leptantha é uma espécie de distribuição restrita ao Nordeste do Brasil, ocorrendo

nos estado da Paraíba, Pernambuco e Alagoas (Coffani-Nunes, 2004).

Segundo Coffani-Nunes (2004), é uma espécie relacionada com P. filifera,

diferenciando-se desta pela coloração (amarelo vs. creme) e curvatura do ápice das pétalas

(ereto vs. recurvado), e pelo tamanho do pedicelo (0,8-1,3 vs. 0,1-0,3 cm).

Na Paraíba, esta espécie pode ser comumente encontrada desde os campos e matas de

restinga, tabuleiros e matas costeiras até os brejos de altitude, exceto no Pico do Jabre. Ocorre

como epífita ou terrestre em solo com acúmulo de matéria orgânica, sendo observada em

grande número de indivíduos. Observada florida nos meses de fevereiro e abril e em

frutificação nos meses de abril e maio.

Pode ser diferenciada das demais espécies estudadas pelas flores laxamente distribuídas

na inflorescência, pediceladas, ramos delgados alaranjados e flores de pétalas amarelas.

60

Page 61: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

9. Tillandsia L., Sp. pl. 286. 1753.

Saxícolas, rupícolas ou epífitas; folhas polísticas ou dísticas; bainha elíptica ou linear,

verde-cinéreas ou alvas; lâminas liguladas, lanceolada, triangular ou linear-filiformes, verde,

ou fortemente argenteo-cinéreo, inermes; escapo bem distinto até ausente; inflorescências

simples ou compostas, espiga, subglobosas, globosas ou complanadas ou raramente reduzidas

a uma única flor; bráctea floral oval, elíptica, elíptico-lanceolada ou oval-lanceolada, verde,

cinérea, rósea, vermelho-alaranjada, ápice agudo ou apiculado, maiores ou menores que as

sépalas; flores sésseis, eretas; sépalas elípticas, ovaais ou lanceoladas, verdes, róseas,

carenadas ou ecarenadas, livres ou as posteriores subconatas, simétricas; pétalas sem

apêndices petalineos; ovário súpero; estigma ereto-simples ou espiral-conduplicado, alvo,

róseo, amarelo, lilás ou vináceo; fruto capsular com sementes com apêndices plumosos.

O gênero compreende 616 espécies (Luther, 2000). Ocorre desde o sul da América do

Norte até o norte da Argentina, sendo a América do Sul o principal centro de diversidade. No

Brasil, o gênero Tillandsia encontra-se bem representado, principalmente na Região Sudeste

do país (Smith & Downs, 1977), com grande número de espécies ocorrendo em diversos

ecossistemas.

Chave para identificação das espécies de Tillandsia

1. Estames exsertos.

2. Folhas com bainhas distintas; ovário elíptico a oval-elíptico, ca. 6 mm de compr.

3. Estames e estilete maiores que 4 cm compr. ........................................ 8. T. polystachia

3´. Estames e estilete iguais ou menores que 3,5 cm compr.

4. Inflorescências não complanada; cápsulas menores que 3-5 cm compr.

5. Inflorescência ereta; sépalas carenadas menores que 2 cm compr. .... 1. T.

bulbosa

5`. Inflorescência recurvada; sépalas ecarenadas maior que 2 cm ...... 7. T. paraënsis

4´. Inflorescência complanada; cápsula maior que 5 cm compr. ............ 5. T. kegeliana

2´. Folhas com bainhas indistintas; ovário cônico, ca. 8 mm compr. .................. 3. T. juncea

1´. Estames inclusos.

6. Folhas polísticas; escapo densamente bracteado.

7. Brácteas do escapo longo-caudatas com ápice espiralado; lâmina petalínea orbicular;

estigma espiral-conduplicado ....................................................... 10. T. streptocarpa

7´. Brácteas do escapo curto-caudatas com ápice reto; lâmina petalínea espatulada,

suborbicular; estigma ereto-simples.

61

Page 62: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

8. Estames maiores que 8 mm; ovário 3-4 mm compr.; estilete evidente maior que 7

mm compr.

9. Inflorescência em espiga ereta.

10. Pétalas 1,2 cm compr., alvas, ápice obtuso, patente na antese. 12

.................................................................................................. T. tenuifolia

10´. Pétalas 1,7 cm, púpuras; ápice arredondado, ereto na antese

................................................................................................. 11. T. stricta

9´. Inflorescência subglobosa a globosa, recurvada ou pendular.

11. Folhas fortemente cinéreas, laminares, as inferiores reflexas; escapo maior

que 7 cm compr.; brácteas do escapo maiores que 11 cm compr.;

inflorescência, pendular, não excedendo as folhas, ramos com 3-6 flores;

sépalas ovais; cápsula maior que 4,4 cm compr. .................... 2. T. gardneri

11’. Folhas verdes-cinéreas, canaliculadas, eretas; escapo até 6 cm compr.;

brácteas do escapo até 6,5 cm compr.; inflorescência ereta, excedendo as

folhas, ramos com 2 flores; sépalas lanceoladas; cápsula até 3,5 cm compr.

............................................................................................. 3. T.

geminiflora

8´. Estames menores que 5 mm; ovário menor que 1,5 mm; estilete diminuto ca. 1

mm compr. ..................................................................................... 5. T. loliacea

6’. Folhas dísticas; escapo ausente ou quando presente com apenas uma bráctea.

12. Raízes presentes; escapo presente; flores em espiga; pétalas lilases; ovário ca. 3

mm compr. ........................................................................................ 9. T. recurvata

12’. Raízes ausentes; escapo ausente; flores solitárias; pétalas verde-amareladas;

ovário ca. 1,5 mm compr. ............................................................. 13. T. usneoides

1. Tillandsia bulbosa Hook., Exot. Fl. 3: 173. 1826.

Tipo: Material não preservado, De Schach s.n.

Figura 9, p-s

EPÍFITA, 12-18 cm alt., mesófita ou heliófita, caule inconspícuo. FOLHAS 4,5-12 cm

compr. BAINHA 1,5-2 x 1,7-1,8 cm, elíptica, verde-cinérea, distinta, cartácea. LÂMINA 3-16

cm compr., linear filiforme, verde-brilhante, as internas verdes-vináceas quando floridas,

crassas, polísticas, ápice longo-atenuado. ESCAPO 8-10 cm compr., cilíndrico, verde, glabro,

ereto ou recurvado. BRÁCTEAS DO ESCAPO, 7-8 x 0,2-3 cm compr., oval-lineares, verdes

com base vinácea, glabras, fortemente imbricadas, recobrindo o escapo, cartáceas.

62

Page 63: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

INFLORESCÊNCIA 4-7 cm compr, em espiga, composta, leve tomentosa, excedendo as

folhas. BRÁCTEAS FLORAIS ca. 2 x 1,7 cm, elípticas, verdes, ápice apiculado, excedendo o

ovário e as sépalas, leve tomentosas. SÉPALAS 1,7-1,8 x 0,3-0,4 cm, elípticas, verdes,

glabras, subconatas, carenadas, ápice agudo. PÉTALAS 3 x 0,5 cm, elíptico-lanceoladas,

lilases, livres, ápice agudo, eretas na antese. ESTAMES 3,4 cm compr., exsertos. FILETES

ca. 3 cm compr., compressos, lilases. ANTERAS ca. 3 mm compr., elípticas, amarelas.

OVÁRIO ca. 5 x 1,5 mm, elíptico, subtriangular, esverdeado, glabro, axial. ESTILETE 2,5-

2,6 cm compr., cilíndrico, lilás. ESTIGMA espiral-conduplicado, lilás. ÓVULOS 0,8-1 mm

compr., elíptico-lanceolados. FRUTO 3,5-3,6 cm compr., valvas retorcidas na deiscência.

SEMENTES 2-2,5 mm compr., apêndices 2-2,3 cm compr.

Material examinado: BRASIL. Paraíba: Mamanguape, Estação Ecológica Capim

Azul, 18.VIII.1988, fl., L. P. Félix & Miranda s.n. (JPB 15659); idem, 5.IV.1989, L. P. Félix

& Miranda 9344 (JPB); idem, Reserva Biológica de Guaribas, Área II, 28.IX.2001, fr., M. S.

Pereira s.n. (JPB 28365); idem, 28.X.2004, fr., R. A. Pontes et al. 128 (RB); fr., 130 (JPB).

Material adicional examinado: BRASIL. Pernambuco: Cabo, Gurjaú, 6.II.2003, fr.,

L. P. Félix et al. 9808 (UFP). Alagoas: União dos Palmares, fazenda Stº Antonio, 29.X.2002,

J. A. Siqueira-Filho 1293 (UFP).

Tillandsi. bulbosa possui ampla distribuição na América Central, Caribe e América do

Sul. No Brasil esta espécie ocorre nas Regiões Norte, Nordeste e Sudeste. Para o Nordeste foi

citada por Smith & Downs (1977) para Pernambuco, Alagoas e Bahia.

Esta espécie foi coletada apenas em áreas de tabuleiro no litoral norte do estado,

ocorrendo como epífita obrigatória, juntamente com T. paraensis, ambas heliófitas. Foi

observada com flores em agosto e frutos em setembro.

Pode ser reconhecida por seu aspecto peculiar, bainhas das folhas fortemente alargadas

formando um´´bulbo``, lâminas lineares-filiformes, verde-escuras, fortemente onduladas,

inflorescência verde com flores de pétalas lilases.

2. Tillandsia gardneri Lindl., Bot. Reg. 28: t. 63. 1842.

Tipo: Brasil: Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Gardner 134 (Holótipo K; foto F, GH).

Figura 10, f-l

EPÍFITA OU RUPÍCOLA, 12-20 cm alt., heliófita. FOLHAS 12,5-18 cm de compr.,

as inferiores reflexas, as superiores eretas, polísticas. BAINHA ca. 0,5 x 2 cm compr., alva,

membranácea. LÂMINA 12-16 x 1,4-1,6 cm, triangular, fortemente cinérea, concolor,

laminar, membranácea, ápice longo-atenuado. ESCAPO 7-9 cm compr., cilíndrico, pêndulo.

63

Page 64: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

BRÁCTEAS DO ESCAPO 12-16 cm compr., elíptico-lanceoladas, cinéreas, margem hialina,

imbricadas, recobrindo o escapo, membranáceas, ápice curto-caudatas. INFLORESCÊNCIAS

5-8 cm de compr., subglobosa a globosa, cinérea, não excedendo as folhas, ramos com 3-6

flores. BRÁCTEAS FLORAIS 2,4-2,6 x 1,1-1,2 cm, oval-elípticas, cinéreas, carenadas, ápice

cuspidado, excedendo o ovário e as sépalas. SÉPALAS ca. 1,2 x 0,7 cm compr, ovais,

cinéreas, glabras, conatas na base, carenadas, ápice subcuspidado. PÉTALAS ca. 1,6 x 0,3 cm

compr., espatuladas, róseas, livres, ápice arredondado, eretas na antese. ESTAMES ca. 8,5

mm compr, soldados na base da pétala, inclusos. FILETES ca. 1 cm compr., fortemente

plicados, alvos. ANTERAS 2,5-3 mm compr., lineares, alvas. OVÁRIO 2-3 mm, elíptico,

glabro, placentação axial. ESTILETE 7,5-8 mm compr, cilíndrico, alvo. ESTIGMA ereto-

simples, róseo. ÓVULOS ca. 0,5 mm compr., elípticos, muitos. FRUTO ca. 4,5 cm compr.,

valvas retas na deiscência. SEMENTES 2,5-3 mm compr., apêndices 2,4-2,8 cm compr.

Material examinado: BRASIL. Paraíba: Areia, Campus Universitário, 19.XI.1986,

fl., L. P. Félix & Dornelas 362 (EAN); idem, 29.VIII.2004, fl., R. A. Pontes 102 (JPB); idem,

26.X.2004, fl., R. A. Pontes et al. 115 (IPA), fl., 117 (US), fr., 118 (JPB), fl., 119 (RB);

Alagoa Grande, 18.X.1994, L. P. Félix & Lima 6388 (EAN); Bananeiras, RPPN

Goiamunduba, s.d., fr., Gadelha Neto 1158 (JPB); Mamanguape, Estação Ecológica,

17.VIII.1988, L. P. Félix & Miranda s.n. (JPB 15660); Maturéia, Pico do Jabre 18.I.1997, M.

F. Agra et al. 3907 (JPB); idem, 27-29.IX.1997, fr., M. F. Agra et al. 4225, 4229 (JPB); idem,

27-29.X.1997, M. F. Agra et al. s.n. (JPB 21995); idem, 18.I.1997, M. F. Agra et al. 3.907

(JPB); Natuba, Pedra do Navio (7º27’52”W e 35º31’29”S), 14.V.2005, fr., R. A. Pontes 235

(JPB), fr., 235 (IPA), fr., 237 (RB).

Material adicional examinado: BRASIL. Paraíba: Matinhas, Fazenda Morada

Tartyou, 06.XII.2000, fr., R.A. Pontes et al. 06 (JPB); Fagundes, Pedra de Santo Antônio,

29.V.2005. fr., R.A. Pontes 278 (JPB); São João do Tigre, APA das Onças, 05.V.2005, fr.,

R.A. Pontes et al. 294 (JPB). Pernambuco: Jaqueira, 29.IX.1997, fl., J. A. Siqueira-Filho &

M. J. A. Campelo 746 (UFP). Alagoas: União dos Palmares, 29.X.2002, fr., J. A. Siqueira-

Filho 1289 (UFP).

Tillandsia gardneri pertence ao subgênero Anoplophytum. Ocorre em toda América do

Sul. No Brasil é encontrada do Piauí ao Rio Grande do Sul (Smith & Downs, 1977; Tardivo,

2002).

Segue-se neste trabalho a proposta de Tardivo (2002), que sininimizou as variedades de

T. gardneri var. virescens Pereira, T. gardneri var. rupicola Pereira e T. gardneri var.

cabofriensis Weber & Ehlers em T. gardneri.

64

Page 65: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

Na Paraíba, T. gardneri tem sido encontrada em remanescentes de floresta atlântica,

matas serranas e na caatinga, ocorrendo geralmente como epífita. Foi coletada como rupícola

apenas em afloramentos rochosos localizados nos brejos de altitude do Pico do Jabre e

Natuba. Nestas populações, T. gardneri possui uma morfologia diferenciada, com porte

menor, mais robusto, longo caulescente e folhas fortemente recurvadas.

Pode ser diferenciada da espécie morfologicamente relacionada, T. geminiflora, pelo

padrão das folhas, as inferiores reflexas, fortemente cinéreas, inflorescência globosa e flores

róseas. Na Paraíba floresce em agosto, outubro e novembro e frutifica em setembro.

3. Tillandsia geminiflora Brong. In Duperrey, Voy. Co. Bot. 186.1829.

Tipo: Brasil: Santa Catarina, Florianópolis, D’Urville s.n. (Holótipo P, foto GH!).

EPÍFITA, 14-17 cm alt., heliófita. FOLHAS 9,5-13 cm compr., eretas, polísticas.

BAINHA 1,5-2 x 0,5-0,8 cm compr., alva, membranácea. LÂMINA 8-11 x 0,8-1 cm,

triangular, verde-cinérea, canaliculada, cartácea, ápice longo-atenuado. ESCAPO 5-6 cm

compr., verde, cilíndrico, glabro, ereto. BRÁCTEAS DO ESCAPO 4,5-6,5 x 0,9-1 cm

compr., elíptico-lanceoladas, verde-cinéreas, margem hialina, imbricadas, recobrindo o

escapo, membranáceas, ápice longo-atenuado. INFLORESCÊNCIA 5-8 cm compr.,

subglobosa, excedendo as folhas, ramos com 2 flores, verde. BRÁCTEAS FLORAIS 1-1,7 x

0,7-0,8 cm, oval-elípticas, verde-cinéreas, carenadas, ápice agudo, menores que as sépalas.

SÉPALAS 1,4-1,6 x 0,4-0,5 cm compr., lanceoladas, verde-cinéreas, levemente farinosas,

livres, carenadas, ápice agudo. ANDROCEU e GINECEU não vistos. FRUTO 3-3,5 cm

compr., valvas retas na deiscência. SEMENTES ca. 3 mm compr., apêndices 2,6-2,9 cm

compr., plumosos.

Material examinado: BRASIL. Paraíba: Maturéia, Pico do Jabre, 15.XII.2004, fr., R.

A. Pontes & N. T. Lima 204 (JPB), Idem, 15.IV.2005, fr., R.A. Pontes 188 (JPB), 203 (RB),

idem, 28.V.2005, fr., R. A. Pontes 269 (JPB).

Material adicional examinado: BRASIL. Pernambuco: Saloá, RPPN Faz. Brejo,

9.VI.2003, fr., J. A. Siqueira-Filho 1397 (UFP); Brejo da Madre de Deus, 20.I.2001, fl., J. A.

Siqueira-Filho 1135 (UFP); Pesqueira, Serra do Ororubá, 26.IV.1995, fr., G. Sousa et al. 124

(UFP).

Tillandsia geminiflora pertence ao subgênero Anoplophytum. Tem distribuição no

Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina. No Brasil ocorre da Paraíba ao Rio Grande do Sul

(Smith & Downs, 1977; Tardivo, 2002).

65

Page 66: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

Smith & Downs (1977), consideram duas variedades para T. geminiflora, T. geminiflora

var. geminiflora e T. geminiflora var. incana, separando-as pelo tipo de escama. Neste

trabalho adotou-se a proposta de Tardivo (2002) que sinonimizou T. geminiflora var. incana.

Na Paraíba a espécie é encontrada apenas nos brejos de altitude, entre 500-1.197 m s.m.

Ocorre como epífita mesófita ou heliófita, geralmente isolada e pouco comum nas áreas

amostradas.

Tillandsia geminiflora é uma espécie relacionada morfologicamente com T. gardneri.

Segundo Tardivo (2002), é diferenciada de T. gardneri pelo escapo que ultrapassa as folhas,

forma das brácteas florais e sépalas, além das escamas que não ultrapassam a margem da

lâmina foliar e grão de pólen com exina lisa, característica esclusiva desta espécie dentro do

subgênero. Na área de estudo, também podem ser citados a coloração das verde das folhas, o

indumento lepidoto e inflorescência ereta, contrapondo-se cor as folhas fortemente cinéreas,

indumento escamoso, e inflorescência pêndula de T. gardneri.

4. Tillandsia juncea (Ruíz & Pav.) Poir., Encycl. Suppl. 5: 309. 1817.

Tipo: Peru. Huánuco: Muna, Ruiz & Pavon s.n. (MA).

Figura 9, a-d

EPÍFITA, 35-40 cm alt., mesófita. FOLHAS 15,5-33 cm compr., eretas. BAINHA 0,5-1

cm compr., elíptica, alva, indistinta, membranácea. LÂMINA 15-32 cm compr., triangular-

linear, verde-vinácea, cartácea, polísticas, ápice longo-atenuado. ESCAPO 14-17 cm compr.,

cilíndrico, cinéreo, ereto. BRÁCTEAS DO ESCAPO 8-10 x 1-1,2 cm, elíptico-lanceoladas,

cinéreas, imbricadas, recobrindo o escapo, cartáceas. INFLORESCÊNCIA 8-9 cm compr,

espigas, congestas, composta, não excedendo as folhas. BRÁCTEAS FLORAIS 2-2,5 x 1,2-

1,4 cm, ovais, cinéreas, carenadas, ápice agudo a apiculado, exedendo o ovário e as sépalas.

SÉPALAS 1,6-1,8 x 0,35-0,45 cm, elíptico-lanceoladas, esverdeadas, glabras, conatas,

carenadas, ápice acuminado. PÉTALAS ca. 3,0 x 0,5 cm compr., lanceoladas, lilases, livres,

ápice agudo, eretas na antese. ESTAMES ca. 1,3 cm compr., soldados na base das pétalas,

exsertos. FILETES não vistos. ANTERAS não vistas. OVÁRIO ca. 8 mm compr., cônico,

placentação não vista. ESTILETE ca. 2,8 cm compr., cilíndrico. ESTIGMA espiral-

conduplicado, lilás. ÓVULOS não vistos. FRUTO 2,5-2,7 cm compr., valvas retas na

deiscência. SEMENTES 2-2,2 mm compr., apêndices 2,2-2,5 cm compr., plumosos.

Material examinado: BRASIL. Paraíba: Areia, 15.VI.1999, fr., G. S. Baracho & J.

A. Siqueira Filho 839 (UFP); idem, Mata do Bujari, 4.XII.1980, V. P. B. Fevereiro et al. 172

(EAN); Gurinhém, s. d., fl., G. S. Baracho et al. 748 (UFP).

66

Page 67: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

Material adicional examinado: BRASIL. Pernambuco: Brejo da Madre de Deus,

Faz. Bitury, 13.XI.2003, fr., J. A. Siqueira-Filho 1418 (UFP). Alagoas: São João da Lage,

31.VII.2003, fr., J. A. Siqueira Filho 1370 (UFP); União dos Palmares, 29.X.2002, J. A.

Siqueira Filho 1291 (UFP).

Tillandsia juncea é uma espécie com ampla distribuição, sendo encontrada desde o

México até a Bolívia (Smith & Downs, 1977).

É considerada de ocorrência rara na área de estudo, só conhecida de três coletas, sendo

uma no agreste e duas no brejo de altitude de Areia. Devido a pouca representatividade de

espécimes nos herbários locais, não foi possível descrever mais detalhadamente esta espécie.

Durante a realização deste trabalho esta espécie não foi coletada na área de estudo. Floresce e

frutifica em junho.

Pode ser facilmente diferenciada das outras espécies do gênero por apresentar pequeno

porte, folhas finamente triangular-linear e inflorescência congesta com flores de pétalas

lilases.

5. Tillandsia kegeliana Mez, DC. Monogr. Phan. 9: 725. 1896

Tipo: Suriname. Paramaribo: Kegel 881 (Lectótio GOET, foto US).

Figura 9, l-o

EPÍFITA, 11-14 cm alt., mesófita. FOLHAS 8-12 cm compr., as internas arroxeadas

quando floridas, reflexas. BAINHA 2-4 x 2,2-3,2 cm, oval, cinérea, membranácea. LÂMINA

6-8 x 0,5-0,8 cm, triangulares, verde-cinére, cartácea, polística, ápice aciculado a longo-

atenuado. ESCAPO 4-7 cm compr., compresso, glabro, recurvado. BRÁCTEAS DO

ESCAPO 2,5-2,7 x 0,5-0,8 cm, elípticas a oval-elípticas, imbricadas, recobrindo o escapo,

membranáceas, ápice leve caudado. INFLORESCÊNCIA 4,5-6,5 cm compr., complanada,

glabra, excedendo as folhas. BRÁCTEAS FLORAIS 2,6-3,3 x 1,3-2,1 cm, ovais a oval-

elípticas, vermelho-alaranjadas, ápice apiculado, as inferiores fortemente carenadas, maiores

que o ovário e as sépalas. SÉPALAS 2,3-2,5 x 0,9-1 cm, elípticas, subconatas, ecarenadas,

ápice apiculado. PÉTALAS ca. 3 x 0,4 cm compr., elípticas, violetas (Andrade-Lima!), ápice

agudo. ESTAMES ca. 3,2 cm compr., amarelos, soldados na base das pétalas, exsertos.

FILETES ca. 3 cm compr., amarelos, compressos. ANTERAS ca. 3 mm compr. OVÁRIO ca.

5 mm compr., oval-elíptico, placentação não vista. ESTILETE 2,4-2,6 cm compr., cilíndrico.

ESTIGMA espiral-conduplicado. ÓVULOS não vistos. FRUTO 5,5 cm compr., valvas

retorcidas na deiscência, negra no interior, com as bordas mais claras. SEMENTES não

vistas.

67

Page 68: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

Material examinado: BRASIL. Paraíba: BR-101, Km 78 de Goiana (PE) em direção

a João Pessoa (PB), 01.V.1967, fl., fr., D. Andrade-Lima 67-4998 (IPA); Areia, Reserva

Ecológica Mata do Pau-Ferro, 3.X.2004, R. A. Pontes et al. s.n. (JPB); Lagoa Seca, faz.

Ipuarana, rodovia PB-097, 6.XII.2000, fr., R. A. Pontes 5 (JPB).

Material adicional examinado: BRASIL. Alagoas: Murici, fazenda Itamaracá,

6.VIII.2003, J. A. Siqueira-Filho 1395 (UFP).

Tillandsia kegeliana é uma espécie rara na Paraíba, anteriormente conhecida de apenas

três coleções, sendo a mais antiga a de Dárdano de Andrade-Lima (67-4.998), cujo material

está depositado no herbário IPA. As outras coleções são mais recentes, realizada após 35

anos, em um remanescente de mata semicaducifólia e brejo de altitude. Wanderley & Sousa

(2002) registraram a ocorrência de T. kegeliana para a caatinga paraibana, entretanto, com

base no material examinado para o estado, verificou-se que está espécie somente foi coletada

em remanescentes de floresta atlântica e mata semicaducifólia (Pontes & Agra, no prelo).

Durante a realização deste trabalho foram coletadas duas amostras estéreis de T.

kegeliana, ambas na Reserva Ecológica Estadual da Mata do Pau-Ferro, localizada no brejo

de altitude do município de Areia, sendo mantidas em cultivo.

Pode ser reconhecida pelas folhas estreitas com bainha larga e, principalmente, quando

florida, pela inflorescência complanada, que a distingue de todas as outras espécies da área de

estudo. Foi observada com flores em maio e em frutificação em maio e dezembro.

6. Tillandsia loliacea Mart. ex Schult. & Schult. f., Syst. Veg. 7: 1204. 1830.

Tipo: Brasil. Bahia: Joazeiro, Monte Santo, 1818, P. von Martius s.n. (Holótipo M, foto GH)

Figura 11, f-i

EPÍFITA ou RUPÍCOLA, 5-8 cm alt., heliófita. FOLHAS 1,2-3,4 cm compr., eretas.

BAINHA 2-4 mm compr., linear, alva, indistinta, membranácea, polística. LÂMINA 1-3 cm

de compr., triangular, cinérea, crassa, ápice atenuado. ESCAPO 2,5-5 cm compr., cilíndrico,

cinéreo, ereto. BRÁCTEAS DO ESCAPO 7-15 x 3-4 mm, elípticas, cinéreas, imbricadas,

recobrindo parcialmente o escapo. INFLORESCÊNCIA 1-2 cm de compr., em espiga,

simples, excedendo as folhas. BRÁCTEAS FLORAIS 5,0-6,0 x 4,0-5,0 mm, oval-elípticas,

cinéreas, ápice agudo, menores que o ovário e as sépalas. SÉPALAS ca. 7 x 2 mm, elíptico-

lanceoladas, verdes-cináreas, glabras, conatas, ecarenadas, ápice acuminado. PÉTALAS ca. 8

x 1,5 mm compr., espatuladas, amarelas, livres, ápice rotundo. ESTAMES ca. 4 mm compr.,

soldados na base da pétala, inclusos. ANTERAS ca. 2 mm compr., elípticas, amarelas.

FILETES ca. 2 mm compr., cilíndricos, alvos. OVÁRIO ca. 1,2 x 1 mm, suboboval,

68

Page 69: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

amarelado, glabro, placentação axial. ESTILETE ca. 1 mm, subtriangular, amarelado.

ESTIGMA ereto-simples, amarelado. ÓVULOS ca. 0,2 mm compr., oval-elípticos,

numerosos. FRUTO 2,1-3,7 cm compr., valvas retas na deiscência. SEMENTES ca. 2 mm

compr., apêndices 1,5-3 cm compr.

Material examinado: BRASIL. Paraíba: Maturéia, Pico do Jabre, 18-21.I.1998, fl.,

M. F. Agra et al. 4660 (JPB); idem, 3-6.XI.2003, fr., M. F. Agra et al. 6019 (JPB);

Nazarezinho, Cantil, 2.VIII.1982, fl., fr., Sousa et al. 5374 (JPB); Ingá, Pedra do Ingá,

27.IX.1992, fl., O. T. Moura 5412 (JPB); Juazerinho, 25.VI.1983, L. P. Xavier 5521 (JPB);

São Gonçalo, Sítio Terra Nova, 22.VI.1999, O. T. Moura s.n. (JPB 24896); Serra Branca,

Serra Branca, na base do inselberg, 4.IV.1996, M. F. Agra et al. 3554 (JPB); Sousa,

23.V.1936, P. von Luetzelburg s.n. (IPA 47555); Matinhas, fazenda Morada Tartyou,

6.XII.2000, fl., R. A. Pontes et al. 10 (JPB); Araruna, Parque Estadual da Pedra da Boca,

28.VIII.2004, fl., R. A. Pontes et al. 94 (JPB); São João do Tigre, APA das Onças,

06.VII.2005, fr., R.A. Pontes et al. 290 (JPB).

Material adicional examinado: BRASIL. Pernambuco: Alagoinha, fazenda. Cajueiro

Seco, 8.VI.2003, fr., Maciel et al. 43 (UFP). Alagoas: Piranhas, Faz. Picos, 22.X.1999, fl., O.

T. Moura & Silva 958 (UFP).

Tillandsia loliacea pertence ao subgênero Diaphoranthema, é uma espécie da América

do Sul ocorrendo no Peru, Brasil, Bolívia, Paraguai e Argentina (Smith & Downs, 1977).

Na mata atlântica paraibana, T. loliacea foi encontrada apenas no brejo de altitude do

Pico do Jabre, porém pode ser encontrada no agreste, matas serranas e na caatinga, ocorrendo

entre 400 a 1.197 m de altitude. É uma espécie típica da caatinga, sendo pouco coletada

provavelmente por seu pequeno porte, que não ultrapassa 8 cm de altura, quando florida

(Pontes & Agra, no prelo). Foi coletada com flores em janeiro, agosto e setembro, e em

frutificação em agosto e setembro.

6. Tillandsia paraensis Mez in Martius, Fl. bras. 3(3): 586, pl. 109. 1894.

Tipo: Brasil. Pará: 1826, Sieber 68 (Holótipo BR).

Figura 12, a-l

EPÍFITA, 18-20 cm alt., formando touceiras de 5-8 indivíduos. FOLHAS 6-20 cm

compr., as externas recurvadas, as internas suberetas, polística. BAINHA 1-4 x 2-3,5 cm,

oval, castanho-escuro, coriácea, externamente levemente cinérea. LÂMINA 5-16 x 1,5-2 cm,

triangular, verde, opaca, levemente carenada, algumas com margens vináceas, ápice atenuado,

crasso. ESCAPO 5-7 x 3-4cm, recurvado, formando um ângulo de 90º com o eixo da planta,

69

Page 70: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

vináceo, levemente lepidoto. BRÁCTEAS DO ESCAPO 4-5, as inferiores foliáceas, 6 x 1,5

cm, bainha oval, lepidota, lâmina aciculada, verde-vinácea, as superiores 1,5 x 2,5 cm, ovais,

verdes com margens vináceas, nervadas, apiculadas, lepidotas. INFLORESCÊNCIA 3,5-7 cm

compr., em espiga, recurvada, lepidota, 2-4 flores, dispostas disticamente, alternas.

BRÁCTEAS PRIMÁRIAS ca. 1,5 x 3 cm, oval-triangulares, vináceas, nervadas, ecarenadas,

lepidotas, ápices agudos, membranáceas. BRÁCTEAS FLORAIS ca. 3 x 1,7 cm, ovais,

vináceas, excedendo as sépalas, nervadas, ecarenadas, lepidotas, ápices agudos. FLORES ca.

3,5 cm compr., sésseis, eretas, a terminal atrofiada. SÉPALAS 2-2,2 x 0,8-0,9 cm, elíptico-

lanceoladas, róseas com base verde, crassas, livres, glabras, nervadas, ecarenadas, ápices

agudos. PÉTALAS ca. 3 x 0,6 cm, lineares, com base estreitada, róseas com base alva,

enervadas, patentes, ápice agudo. ESTAMES ca. 3,5 cm compr., exsertos, excedendo as

pétalas, adnatos na base da pétala. FILETES ca. 3,3c m compr., cilíndricos, livres, porção

superior rósea. ANTERAS ca. 2 mm compr., lineares, negras, dorsifixas. OVÁRIO ca. 6 x 2

mm, oval-elíptico, verde, glabro, placentação axial. ESTILETE ca. 3,5 cm compr., cilíndrico,

vináceo na porção superior. ESTIGMA subgloboso, espiral-conduplicado, vináceo, na altura

dos estames. ÓVULOS 0,8-1 mm compr., ovais, alvos, caudados, muitos. FRUTO 3-5 cm

compr., linear, verde-escuro. Sementes ca. 2 mm, elípticas, castanhas, com apêndices.

Material examinado: Brasil: Paraíba, Município de Mamanguape, Rebio Guaribas,

28.X.2004, fr., R. A. Pontes 129 (RB), botão, 151 (US), fl. cult., R. A. Pontes 146 (JPB);

idem, Área II, 29.VI.2002, fr., R. N. A. Brasil et al. 99 (JPB).

Tillandsia paraënsis pertence ao subgênero Tillandsia. Possui distribuição no norte da

América do Sul, Colômbia, Bolívia e Venezuela. No Brasil ocorre no estremo oeste, nos

estados do Amazonas, Rodônia, Acre, Pará e Mato Grosso, com ocorrência disjunta no

Nordeste do país, nos estados de Pernambuco e Paraíba.

Na Paraíba é conhecida de apenas uma localidade no litoral norte do estado, em área de

tabuleiro. Ocorre como epífita heliófita (ca. 50 m.s.n.m), formando pequenos agrupamentos

de indivíduos fortemente associados a agressivas formigas, que utilizam as bainhas foliares

como abrigo. É considerada rara na área de ocorrência. É encontrada juntamente com T.

bulbosa. Floresceu em cultivo em janeiro e abril, e foi coletada em fruto no mês de outubro.

Esta espécie é morfologicamente relacionada com T. limarum E. Pereira, diferenciando-

se principalmente por apresentar um tamanho significativamente menor quando florida,

escapo fortemente recurvado, inflorescência conspicuamente reduzida a duas ou quatro flores,

raro uma, não ultrapassando 7 cm compr., flores sésseis, as sépalas menores que as brácteas

florais, e pétalas com 3 cm compr.

70

Page 71: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

Pode ser reconhecida pela coloração verde das folhas, com ápices recurvados e bainhas

formando um pseudobulbo, escapo curvo, inflorescência simples com duas a quatro flores,

não ultrapassando a altura das folhas. Foi coletada e está sendo referida pela primeira vez para

o estado da Paraíba.

8. Tillandsia polystachia (L.) L., Sp. pl. (2)1: 410. 1762.

Tipo: West Indies. Sem localidade: Plumier s.n. (Holótipo P).

Figura 9, e-j

EPÍFITA, 12-82 cm alt., mesófita ou heliófita. FOLHAS 8-41 cm compr., dispostas em

roseta abertas, acumulando água, polísticas. BAINHA 2-11 x 1,3-7,5 cm, elíptica, castanha,

coriácea. LÂMINA 6-30 cm compr., triangular, cinéreo-esverdeada, cartácea, ápice atenuado.

ESCAPO 3,5-33 cm, cilíndrico, verde, glabro, ereto. BRÁCTEAS DO ESCAPO 7-27 x 1-3,8

cm, elíptico-lanceoladas, cinéreo-esverdeadas, imbricada, cobrindo o escapo, cartáceas.

INFLORESCÊNCIA 5-35 cm compr., em espiga, compostas, excedendo as folhas.

BRÁCTEAS FLORAIS ca. 2,4 x 1,2 cm, ovais, verdes-vináceas, ápice apiculado, excedendo

o ovário e as sépalas. SÉPALAS ca. 1,8 x 0,6 cm, elíptico-lanceoladas, verdes, glabras,

conatas, carenadas, ápice agudo, simétricas. PÉTALAS ca. 4 x 0,6 cm, lineares, lilases, livres,

ápice subagudo a rotundo, eretas na antese. ESTAMES ca. 4,5 cm compr., exsertos, adnatos a

base da pétala. FILETES 3,5-4 cm compr., cilíndricos, lilases. ANTERAS 1,5-3 mm compr.,

elíptico-lineares, negras. OVÁRIO ca. 5 x 2,5 mm, elíptico a oval-elíptico, esverdeado,

glabro, placentação axial. ESTILETE 4-4,5 cm, cilíndrico, lilás. ESTIGMA espiral-

conduplicado, lilás. ÓVULOS ca. 0,8 mm compr., lineares, longo-apiculados, numerosos.

FRUTO 2,3-3,7 cm de compr., valvas retorcidas na deiscência. SEMENTES 2-3 mm compr.,

apêndices 1,5-2,9 cm compr.

Material examinado: BRASIL. Paraíba: Areia, Campus Universitário, 29.VIII.2004,

fr., R. A. Pontes 88 (JPB); idem, Campus Universitário, 26.X.2004, fl., R. A. Pontes 114

(IPA), fl., 120 (RB, JPB); Lagoa Seca, fazenda Ipuarana, 7.VIII.200, estéril, R. A. Pontes 2

(JPB), fr., 3 (JPB); Matinhas, Faz. Tartyou, 6.XII.2000, R. A. Pontes et al. 7 (JPB); Maturéia,

Pico do Jabre, 27-29.IX.1997, fl., fr., M. F. Agra et al. 4209 (JPB); idem, 18.I.1997, M. F.

Agra et al. 3908 (JPB); idem, 18.I.1997, M. F. Agra et al. s.n. (JPB 21748); idem,

18.VII.1997, fr., M. F. Agra et al. 4118 (JPB); Natuba, Mata do Esquecido (7º34’32”W e

35º31’46”S), 15.V.2005, fr., R. A. Pontes 252 (JPB); Gurinhém, Serra do Cajá, 27.VIII.1998,

fr., G. S. Baracho s.n (JPB 21984); Queimadas, Serra do Bodopitá, 08.XII.1998, fl., G. S.

71

Page 72: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

Baracho s.n. (UFP 22814); São João do Tigre, APA das Onças, 6.VII.2005, fr., R.A. Pontes et

al. 289 (JPB).

Material adicional examinado: BRASIL. Pernambuco: Brejo da Madre de Deus,

6.I.1999, J. A. Siqueira-Filho & G. S. Baracho 868 (UFP); Altinho, 20.XII.2000, fr., J. A.

Siqueira-Filho 1148 (UFP).

Tillandsia polystachia pertence ao subgênero Tillandsi, este apresenta ampla distribuição,

ocorrendo no sul da América do Norte (sul dos Estados Unidos e México), América Central,

Caribe e América do Sul (Colombia, Equador, Venezuela e Brasil).

Esta espécie tem sido coletada como epífita nas matas dos brejos de altitude, porém

podendo ser encontrada também nas matas serranas da caatinga.

É facilmente diferenciada das demais espécies por possui o maior porte entre as espécies

de Tillandsia da área, chegando a 80 cm, quando florida. A disposição das suas folhas

proporciona o acúmulo de água, formando um prototanque, característica única entre as

espécies do grupo na área de estudo. Foi observada com flores em setembro, outubro,

dezembro e com frutos nos meses de julho e agosto, setembro.

9. Tillandsia recurvata (L.)L., Sp. pl. ed. 2 1: 410. 1762.

Tipo: Jamaica, sem localidade, Sloane s.n. (Holótipo BM, foto GH).

Figura 11, j-p

EPÍFITA ou RUPÍCOLA, 8,0-12 cm alt., heliófita, dísticas; raízes presentes. FOLHAS

8,5-10,5 cm compr., recurvadas. BAINHA 4-5,5 x 3-4 mm, oval-linear, membranácea.

LÂMINA 4,5-5 cm compr., aciculada, fortemente cinérea, crassa, ápice agudo. ESCAPO 3,5-

8,5 cm compr., cilíndrico, verde-vinéceo, glabro, ereto. BRÁCTEAS DO ESCAPO, reduzida

a apenas uma, basal. INFLORESCÊNCIA 1-1,5 cm compr., em espiga, simples, glabra,

excedendo as folhas. BRÁCTEAS FLORAIS 7,5-8 x 3-3,5 mm, elíptico-lanceoladas,

vináceo-cinéreas, ápice agudo, menores que o ovário e as sépalas. SÉPALAS 2 x 7,5 cm,

elípticas, verdes-vináceas, glabras, subconatas, ecarenadas, ápice acuminado, simétricas.

PÉTALAS 0,9 x 0,12 cm, lineares, lilases, livres, ápice rotundo, patentes na antese.

ESTAMES ca. 4,5 mm compr., inclusos, soldados na base da pétala. FILETES ca. 3,5 mm

compr., cilíndricos, lilases. ANTERAS ca. 1 mm compr., lineraes, amarelas. OVÁRIO ca. 3 x

1 mm, subcilíndrico, esverdeado, glabro, placentação axial. ESTILETE 0,8-1 mm compr.,

capitado, lilás. ESTIGMA ereto-simples, lilás. ÓVULOS ca. 0,5 mm compr., oval-elípticos,

numerosos. FRUTOS 2,3-2,6 cm compr., valvas retas na deiscência. SEMENTES ca. 2 mm

compr., apêndices 1,8-2 cm compr.

72

Page 73: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

Material examinado: BRASIL. Paraíba: Araruna, parque Estadual da Pedra da Boca,

28.VIII.2004, fr., R. A. Pontes 89 (JPB), fr., 93 (JPB); Areia, 11.IV.1986, O. T. Moura s.n.

(JPB 15890); Idem, Campus Universitário, 26.X.2004, fl., R. A. Pontes 116 (JPB); Aroeiras,

24-27.IX.1994, M. F. Agra et al. 3281 (JPB); Boa Vista 27-29.IV.1994, M. F. Agra et al.

2932 (JPB); Cabaceiras, 29-30.V.1994, fl., M. F. Agra et al. 3563 (JPB); Idem, 29.VI-

01.VII.1993, M. F. Agra et al. s.n. (JPB 20035); Cacimba de Dentro, 27.VII.1998, fr., G. S.

Baracho et al. s.n. (UFP 21432); Campina Grande, distrito de São José da Mata, 23.VI.1996,

M. F. Agra 3402 (JPB); Idem, M. F. Agra s.n. (JPB 21581); Idem, 23.VI.1990, M. F. Agra

s.n. (JPB 19332); Fagundes, Pedra da Santa, 29.V.2005, fr., R.A.Pontes & Gadelha Neto 277

(JPB); Gurinhém, 27.VII.1998, fr., G. S. Baracho et al. s.n. (UFP 21979); Ingá, 27.IX.1982,

fl., fr., O. T. Moura 5411 (JPB); Lagoa Seca, Faz. Ipuarana, 7.XII.2000, fr., R. A. Pontes et al.

12 (JPB); Matinhas, faz. Tartyou, 6.XII.2000, fr., R. A. Pontes 8 (JPB); Maturéia, Pico do

Jabre, 15.IV.2005, fl., R. A. Pontes & E. A. Rocha 189 (RB); fl., 190. (US); Idem, 28.V.2005,

fr., R. A. Pontes 270 (JPB); Natuba, sítio Pau-d’arco, 14.IV.2005, fr., R.A. Pontes 226 (JPB),

fl., 242 (JPB), 243 (JPB); Queimadas, 08.XII.1998, fr., G. S. Baracho et al. s.n. (UFP 22813);

São João do Cariri, 22-3.X.1993, M. F. Agra et al. s.n. (JPB 20033); idem, 22.V.1997, Luna

s.n. (JPB 22945); Serra Branca, Serra Branca, 14.IV.2005, fl., 191 (JPB); fl., 192 (JPB);

Soledade, BR-230, 6.XII.2000, fr., R. A. Pontes 9 (JPB); São João do Tigre, APA das Onças,

6.VII.2005, estéril, R.A. Pontes et al. 287 (JPB); Sumé, 29-30.I.1994, fl., M. F. Agra et al.

2807 (JPB); Umbuzeiro, 13.XI.1984, Silva 6507 (JPB).

Material adicional examinado: BRASIL. Pernambuco: Alagoinha, 8.VI.2003, fr.,

Maciel et al. 42 (UFP). Sergipe: Curitiba, 16.XI.1999, fr., O. T. Moura & Silva 928 (UFP).

Bahia: Mucugê, 22.VI.1996, fr., Luceño et al. 293 (UFP).

Tillandsia recurvata, que pertence ao subgênero Diaphoranthema, apresenta ampla

distribuição na América tropical, ocorrendo no Sul da América do Norte, América Central,

Caribe e América do Sul.

Esta espécie é comum nos brejos de altitude, ocorrendo como epífita ou rupícola em

grandes populações. Também ocorre em toda a caatinga, tem ampla distribuição por todo o

estado, exceto no litotal.

Possui um conjunto de caracteres morfológicos que a separa facilmente das demais

espécies, como folhas aciculadas fortemente recurvadas, escapo com apenas uma bráctea

remanescente e flores lilases. Foi coletada com flores em janeiro, maio e setembro, e com

frutos em julho, setembro e dezembro.

73

Page 74: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

10. Tillandsia streptocarpa Baker, Jour. Bot. London 25. 241. 1887.

Tipo: Paraguai. Luque: VIII.1876, Balansa 615 (Holótipo K, Isótipo P, S, foto GH)

Figura 13, a-h

EPÍFITA ou RUPÍCOLA, 8,5-35 cm alt., heliófita. FOLHAS 7,5-29 cm compr.,

abertas, não acumulando água, polísticas. BAINHA 1-2 cm compr., linear, alva,

membranácea. LÂMINA 6,5-27 cm compr., triangular-linear, fortemente cinérea, crassa,

ápice aciculado, espiralado. ESCAPO 6-17 cm compr., cilíndrico, esverdeado, tomentoso,

ereto a recurvado. BRÁCTEAS DO ESCAPO 2-14 x 0,4-0,9 cm, oval-elípticas a elíptico-

lanceoladas, cinéreas, longo-caudatas com ápice espiralado, imbricadas, recobrindo o escapo,

membranáceas. INFLORESCÊNCIA 2,5-12 cm compr., em espiga, composta, excedendo as

folhas. BRÁCTEAS FLORAIS 1,8-0,6 cm compr., elíptico-lanceoladas, cinéreas, ápice

acuminado, maiores que o ovário e as sépalas, enervadas. SÉPALAS ca. 1,3 x 0,6 cm,

elíptico-lanceoladas, verdes, glabras, subconatas, ecarenadas, ápice agudo. PÉTALAS ca. 2 x

0,6 cm, orbiculares, lilases, livres, ápice obtuso, reflexas. ESTAMES ca. 0,7 cm compr.,

adnatos na base da pétala ovário, inclusos. FILETES ca. 5 mm compr., compressos, alvos.

ANTERAS ca. 2 mm compr., lineares, amarelas. OVÁRIO ca. 3 x 1,5 mm, oval-elíptico,

esverdeado, glabro, placentação axial. ESTILETE ca. 0,2 mm compr., cilíndrico, alvo.

ESTIGMA espiral-conduplicado, alvo. ÓVULOS ca. 0,8 mm compr., numerosos, obovais.

FRUTO 3,2-4,7 cm compr., valvas retas na deiscência. SEMENTES 2-3,5 mm compr.,

apêndices 2,8-3,7 cm compr.

Material examinado: BRASIL. Paraíba: Maturéia, Pico do Jabre, 18.I.1996, fl., M.

F. Agra et al. 3912 (JPB); idem. 27-29.IX.1997, fl., M. F. Agra et al. 4216 (JPB); idem. 19-

20.X.1997, fl., M. F. Agra et al. 4573 (JPB); idem. 27-29.IX.1997, fr., M. F. Agra et al. 4233

(JPB); Serra Branca, Serra Branca, 04.IV.1996, fl., M. F. Agra et al. 3546 (JPB); Cabaceiras,

29.VII – 01.VIII.1993, M. F. Agra et al s.n. (JPB 20036); Boa Vista, 22.VI.1996, M. F. Agra

et al. 3837 (JPB); São João do Cariri, 29- 31.X.1993, M. F. Agra et al. 2364 (JPB); idem,

18.IX.1997, Luna s.n., (JPB 24903); Soledade, 27.I.1971, Carvalho 3484 (JPB); Queimadas,

08.XII.1998, G. S. Baracho s.n (JPB 22812); Cabaceiras, 01.VII.1993, M. F. Agra et al. s.n.

(JPB 20036); Serra Branca, 04.IV.1996, fl., M. F. Agra et al. s.n. (JPB 21600).

Material adicional examinado: BRASIL. Pernambuco: Belo Jardim, 18.X.2000, fl.,

J. Cantarelli et al. 498 (UFP); Triunfo, 19.VII.1998, J. A. Siqueira-Filho 810 (UFP).

Tillandsia streptocarpa pertence ao subgênero Phytharhyza. É uma espécie exclusiva

da América do Sul, ocorrendo na Bolívia, Brasil e Paraguai. No Brasil, ocorre desde o

74

Page 75: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

Nordeste até o Paraná (Smith & Downs, 1977), habitando áreas de campo rupestre, cerrado,

restinga e caatinga.

Na floresta atlântica paraibana, T. streptocarpa foi coletada apenas no brejo de altitude

do Pico do Jabre, provavelmente por esta área estar inserida no centro da caatinga paraibana,

propiciando a ocorrência desda espécie neste local, já que se trata de uma espécie típica do

semi-árido. Ocorre principalmente nos afloramentos rochosos, graníticos e gnáissicos, que

formam um microhabitat, sendo também encontrada eveltualmente como epífita, quando

assim foi observada uma forte redução de seu porte. Floresce em março, setembro e outubro.

Frutifica em janeiro e setembro.

11. Tillandsia stricta Sol. ex Sims, Bot. Mag. 37: pl. 1529. 1813.

Tipo: Brasil: Rio de Janeiro, Banks & Solander s.n. (BM).

Figura 10, m-n

EPÍFITA, 13-15 cm alt., mesófita. FOLHAS 3-12,5 cm compr., recurvadas. BAINHA

1-1,5 cm compr, suboval, alva, membranácea, polística. LÂMINA 2-11 cm compr.,

triangular, cinérea, cartácea, ápice aciculado. ESCAPO 4-5 cm compr., cilíndrico, erverdeado,

glabro, subereto. BRÁCTEAS DO ESCAPO 5-6 x 0,4-0,6 cm, subelípticas a elípticas,

cinéreas, imbricadas, recobrindo o escapo, cartáceas. INFLORESCÊNCIA ca. 8 cm compr.,

espiga, excedendo as folhas. BRÁCTEAS FLORAIS 2,2-2,4 x 0,6-0,9 cm, oval-elípticas,

cinéreas, ápice cuspidado, excedendo o ovário e as sépalas. SÉPALAS 1,1-1,2 x 0,3-0,4 cm,

elípticas, salmon, subconatas, glabras, conatas, carenadas, ápice acuminado. PÉTALAS ca.

1,7 x 0,4 cm, espatuladas, púpuras, livres, ápice arredondado, patentes na antese. ESTAMES

ca. 1,3 cm compr., adnatos na base da pétala, inclusos. FILETES ca. 7 mm compr.,

compressos, alvos, plicados. ANTERAS ca. 1,5 mm compr., lineares, amarelas. OVÁRIO ca.

4 x 1,5 mm, oval, verde, glabro, placentação axial. ESTILETE 1,2-1,3 cm compr., cilíndrico,

lilás. ESTIGMA ereto-simples, lilás. ÓVULOS ca. 0,3 mm compr., lineares, numerosos.

FRUTOS ca. 2 cm compr., valvas retas na deiscência. SEMENTES ca. 2 mm compr.,

apêndices ca. 1 cm compr., plumosos.

Material examinado: BRASIL. Paraíba: Areia, Mata da Jussara, 27.X.2004, fr., R. A.

Pontes et al. 112 (JPB); Fagundes, Pedra de Santo Antônio, 29.V.2005, fr., R.A. Pontes &

Gadelha Neto 275 (JPB); Mamanguape, Estação Ecológica, 17.VIII.1988, fl., L. P. Felix &

Miranda s.n. (JPB 15660); Mamanguape, estrada para Barra de Camaratuba, 11.IX.2004, fl.,

R. A. Pontes et al. 100 (RB), fl., 101 (JPB); idem, 30.IV.2005, fr., R. A. Pontes & Gadelha

75

Page 76: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

Neto 211 (RB), fr., 212 (JPB), fr., 213 (JPB); Natuba, sítio Pau-D’arco (7º29’2” W e

35º29’41”S), fr., R. A. Pontes 253 (JPB).

Material adicional examinado: BRASIL. Pernambuco: São Lourenço da Mata,

Tapacurá, 10.VII.1997, fr., G. S. Baracho & J. A. Siqueira-Filho 484 (UFP); Entre Inajá e

Floresta, Rebio Serra Negra, 15.VIII.2002, fl., J. A. Siqueira-Filho 1272 (UFP). Alagoas:

União dos Palmares, Faz. Santo Antônio, 29.X.2002, fr., J. A. Siqueira-Filho 1292 (UFP);

Ibateguara, Usina Serra Grande, 31.VII.2003, fr., J. A. Siqueira-Filho 1377 (UFP).

Tillandsia stricta pertencente ao subgênero Anoplophytum, possui uma ampla

distribuição na América do Sul, ocorrendo na Guiana, Trindad, Suriname, Venezuela, Brasil,

Uruguai, Paraguai e Argentina. No Brasil ocorre na Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia,

Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul

(Smith & Downs, 1977; Tardivo, 2002).

Neste trabalho segui-se a proposta de Tardivo (2002), que sinonimizou as variedades e

formas, devido os caracteres pouco consistentes utilizados por seus autores, como coloração

das folhas em Tillandsia stricta var. albifolia Hromadnik, disposição das flores em Tillandsia

stricta var. disticha Smith, e coloração da inflorescência na f. nivea Leme.

Esta espécie assemelha-se com os exemplares de T. tenuifolia que ocorrem como

mesofítas nas matas de brejo de altitude, sendo diferenciadas destas pelo aspecto mais

acizentado, brácteas florais salmon, inflorescência ultrapassando o comprimento das folhas.

Na Paraíba a espécie é encontrada nas matas costeiras do litoral norte, ocorrendo como

epífita. Floresce em agosto e setembro e floresce nos meses de abril e outubro.

12. Tillandsia tenuifolia L., Sp. Pl. 286, 1753; Syst. Nat. Ed. 10.974.1759.

Tipo: América Meridional, s.d., Royen s.n. (Holótipo L).

Figura 10, a-e

EPÍFITA ou RUPÍCOLA, 14-25 cm alt., mesófita ou heliófita. FOLHAS 4-10 cm

compr., arqueadas, polísticas. BAINHA 1,5-2 cm compr., oval, alva, membranácea. LÂMINA

2,5-8 cm compr., triangular, verdes ou vinácea, cartácea a coriácea, ápice acuminado.

ESCAPO 3-6 cm compr., cilíndrico, glabro, ereto ou recurvado. BRÁCTEAS DO ESCAPO

5-1 x 3-6 mm, elípticas a subovais, verdes, ápice agudo, excedendo o ovário e as sépalas.

INFLORESCÊNCIA ca. 10 cm compr., espiga, simples, ereta, excedendo as folhas.

BRÁCTEAS FLORAIS 0,7-2 x 0,3-0,7 cm, oval-elípticas, róseas, ápice levemente cuspidado,

excedendo o ovário e as sépalas. SÉPALAS 0,8-1 x 0,15-0,2 cm, elíptico-lanceoladas, verdes,

glabras, conatas, carenadas, ápice acuminado. PÉTALAS 1,2 x 0,3 cm, espatular, alvas,

76

Page 77: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

livres, ápice obtuso, eretas na antese. ESTAMES ca. 1,3 cm compr., adnatos na base da

pétala, inclusos. FILETES 0,8-1 cm compr., compressos, alvos, plicados. ANTERAS ca. 1,5

mm compr., lineares, alvas. OVÁRIO ca. 3 x 1,5 mm, oval, verde, glabro, placentação axial.

ESTILETE 1-1,3 cm compr, cilíndrico, alvo. ESTIGMA ereto-simples, alvo. ÓVULOS ca. 1

mm compr., lineares, numerosos. FRUTOS ca. 2 cm compr., valvas retas na deiscência.

SEMENTES ca. 1 mm compr., apêndices 1,5-1,8 cm compr., plumosos.

Material examinado: BRASIL. Paraíba: Areia, Mata da Jussarinha, 27.X.2004, fr.,

R. A. Pontes et al. 111 (JPB); Fagundes, Pedra de Santo Antônio, 29.V.2005, fr., R.A. Pontes

7 Gadelha Neto 276 (JPB); Lagoa Seca, fazenda Ipuarana, 7.XII.2000, estéril, R.A. pontes et

al. 4 (JPB); Maturéia, Pico do Jabre, 27-29.IX.1997, M. F. Agra et al. 4292 (JPB); Idem. 19-

20.X.1997, M. F. Agra et al. 4564 (JPB); Natuba, Fervedouro, 15.V.2005, fl., R. A. Pontes

s.n. (RB), fl., 262 (JPB); Sapé, Fazenda Pacatuba (RPPN), 06.IV.2001, fl., E. César s.n. (JPB

28267); São João do Tigre, APA das Onças, 6.V.2005, fl., 296 (JPB), 297 (RB); São João do

Tigre, 5.V.2005, fl., R.A. Pontes et al. 296 (JPB), 297 (JPB), 298 (JPB).

Material adicional examinado: BRASIL. Pernambuco: Jaqueira, Serra do Quengo,

29.IX.1997, fr., J.A. Siqueira-Filho & M.J.A. Campelo 745 (UFP); Taquaritinga do Norte,

Sítio Cafundó, 21.IX.1998, G.S. Baracho & J.A. Siqueira-Filho 758 (UFP). Alagoas:

Ibateguara, Usina Serra Grande, 01.VIII.2003, J. A. Siqueira-Filho 1391 (UFP).

Tillandsia tenuifolia, que pertence ao subgênero Anoplophytum, é uma espécie de

ampla distribuição na América do Sul, ocorrendo no Escudo das Guianas, Venezuela, Bolívia,

Brasil, Paraguai e Argentina. No Brasil ocorre nos estados do Pará, Paraíba, Pernambuco,

Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul,

Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Smith & Down, 1977;

Tardivo, 2002; Siqueira-Filho, 2002).

Segundo Tardivo (2002), a grande plasticidade morfológica de T. tenuifolia resultou na

criação de vários táxons, T. tenuifolia var. tenuifolia, T. tenuifolia var. didisticha, T. tenuifolia

var. surinamensis, T. tenuifolia var. saxicola, T. tenuifolia var. vaginata, T. tenuifolia var.

dungsiana, T. tenuifolia var. strobiliformes. Tais variedades foram tratadas como sinônimos

de T. tenuifolia por esta autora.

Na área de estudo ocorre nas matas costeiras e brejos de altitude. Entretanto, a espécie

também foi registrada por Smith & Downs (1977) para as microrregiões dos Cariris Velhos e

agreste da Borborema. Ocorre como epífita no interior da mata ou como rupícola em

afloramentos rochosos.

77

Page 78: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

Tillandsia tenuifolia pode ser diferenciada das demais espécies do gênero pelas folhas

verdes, rígidas ou cartáceas, brácteas florais róseas que contrastam com pétalas alvas.

Amostras floridas foram observadas com flores em abril, maio, setembro e outubro e

frutificado em outubro.

13. Tillandsia usneoides (L.)L., Sp. pl. 2. 411. 1762.

Tipo: Jamaica, sem localidade, 1687-90, Sloane s.n. (Holótipo BM, Foto GH).

Figura 11, a-e

EPÍFITA, até 15 m compr., pendente, mesófita ou heliófita, acaule; raízes ausentes.

FOLHAS 5,8-8 cm compr., dísticas. BAINHA 8-10 x 3-4 mm, cilíndrica, vinácea-cinérea,

membranácea. LÂMINA 5-7 cm compr., aciculare, cinérea, crassa, ápice aciculado,

recurvada. ESCAPO ausente. FLORES solitárias, sésseis. BRÁCTEAS FLORAIS ca. 5 x 3

mm, suborbiculares, marrons a vináceas, ápice agudo, menores que as sépalas. SÉPALAS ca.

7 x 2 mm, elíptico-lanceoladas, cinéreas, glabras, subconatas, carenadas, ápice agudo a

apiculado. PÉTALAS ca. 9 x 1,2 mm, lineares, verdes-amareladas, livres, ápice agudo,

patentes na antese. ESTAMES ca. 5 mm compr., soldados na base da pétala, inclusos.

FILETES ca. 4 mm compr., cilíndricos, amarelados. ANTERAS ca. 1 mm compr., lineares,

amarelas. OVÁRIO ca. 1,5 x 1 mm, suboboval, esverdeado, glabro, placentação axial.

ESTILETE 1,4-1,5 mm compr., cilíndrico, amarelo. ESTIGMA ereto-simples, amarelo.

ÓVULOS ca. 0,2 mm compr., lineares, numerosos. FRUTO 1,6-2 cm compr., valvas

retorcidas na deiscência. SEMENTES ca. 2 mm compr., apêndices ca. 1,5-1,8 cm compr.

Material examinado: BRASIL. PARAÍBA: Areia, 11.XII.1958, J. C. Moraes s.n.

(EAN 2007); Fagundes, Pedra de Santo Antônio, 29.V.2005, estéril, R.A. Pontes & Gadelha

Neto 273 (JPB), 274 (IPA); Maturéia, Pico do Jabre, 15.IV.2005, fl., R. A. Pontes & E. A.

Rocha 185 (JPB), 186 (RB), 187, (US); idem, 27-29.IX.1997, fr., M. F. Agra et al. 4228

(JPB); idem. 18.I.1997, M. F. Agra et al. 3913 (JPB); idem. 27-19.IX.1997, M. F. Agra et al.

4219 (JPB); idem. 16.IV.1993, fr., M. F. Agra et al. 2002 (JPB); idem. 25-27.II.1997, M. F.

Agra et al. 2 659 (JPB); idem. 25-27.III.1994, fr., M. F. Agra et al. 2589 (JPB); Natuba,

Fervedouro, 15.V.2005, R. A. Pontes 238 (JPB), 239 (IPA), 240 (RB), 241 (JPB).

Material adicional examinado: BRASIL. Ceará: Serra da Aratanha, 1.X.1979, P.

Martins & J. A. Castro s.n. (UFP). Pernambuco: Buenos Aires, engenho Cavalcanti,

8.VIII.2002, fr., J. A. Siqueira-Filho 1251 (UFP); Entre Inajá e Floresta, 15.VIII.2002, fr., J.

A. Siqueira-Filho, 1267 (UFP).

78

Page 79: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

Tillandsia usneoides pertence ao subgênero Diaphoranthema, e tem ampla distribuição,

ocorrendo desde o Sul da América do Norte, Caribe, América Central até o Sul da América do

Sul (Smith & Downs, 1979).

Na floresta atlântica paraibana, T. usneoides ocorre como epífita nos brejos de altitude,

entre 500-1.197 m s.m. Habita o dossel da mata onde formam grandes cortinas que podem

chegar a 15 m, provavelmente pela grande umidade atmosférica na área.

Pode ser diferenciada por sua morfologia atípica, ausência de raízes e escapo floral, e

flores isoladas esverdeadas. Foi coletada com frutos em março, abril e setembro.

10. Vriesea Lindl., Edward’s Bot. Reg. 29: 10. 1843.

Terrestre ou epífita; folhas dispostas em roseta aberta; bainha elíptica a suboval,

castanha; lâmina lanceolada, convoluta, inerme, ápice agudo; inflorescência em panícula,

piramidal; raque amarela, glabra; brácteas florais elípticas, amarelas a verde-amareladas,

iguais ou menores que as sépalas; flores curto pediceladas, patentes; sépalas lineares,

amarelas com base verde, carenadas, livres, simétricas; apêndices petalineos laminares, ápice

recortado; ovário súpero; estigma ereto-simples, amarelo-pálido; fruto capsular com sementes

com apêndices plumosos.

Distribui-se por toda a América Central e do Sul (Smith & Downs, 1979), com centro de

diversidade no leste do Brasil. Possui 259 espécies e ca. de 300 táxons (Luther, 2000).

Na Paraíba apenas uma espécie foi registrada para a floresta atlântica, Vriesea procera,

ocorrendo desde os tabuleiros costeiros até os brejos de altitude.

1. Vriesea procera (Mart. ex Schult. & Schult. f.) Wittm., Bot. Jahrb. 13: 21. 1891.

Tipo: Brasil. Bahia: Rio Itaipé, XII.1818, Martius s.n. (Holótipo M, foto F 18750).

TERRESTRE ou EPÍFITA, 60-100 cm alt., mesófita ou heliófita, propagando-se

vegetativamente por rizomas basais curtos e delicados. FOLHAS 36-45 cm compr., dispostas

em rosetas abertas, levemente recurvadas. BAINHA 16-19 x 6-10 cm, elíptica a suboval,

castanhas em ambas as faces, cartácea. LÂMINA 20-26 x 2,5-5 cm, lanceolada, concolor,

verde-amarelada, membranácea, brilhante, glabra, ápice agudo. ESCAPO 40-55 cm compr.,

cilíndrico, vináceo ou amarelo, ereto, glabro. BRÁCTEAS DO ESCAPO 5,5-18,5 x 1,8-4,5

cm, lanceoladas, verde-amareladas, algumas com máculas vináceas, glabras, brilhantes, ápice

agudo, apiculadas, a porção basal envolvendo fortemente o escapo. INFLORESCÊNCIA 50-

80 cm compr., em panícula piramidal, laxa, 7-12 flores por ramo. RAQUE amarela, glabra.

BRÁCTEAS PRIMÁRIAS semelhantes às brácteas superiores do escapo, verde-amareladas,

79

Page 80: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

envolvendo a base dos ramos. BRÁCTEAS FLORAIS 2,2-2,5 x 1-1,5 cm compr, elípticas,

amarelas a verde-amareladas, ápice agudo, apiculadas, menores ou iguais as sépalas, margem

lisa, enervadas, ecarenadas. FLORES 3,5-3,7 cm compr., tubulosas, curto pediceladas, eretas.

SÉPALAS 2,5-2,7 x 0,7-0,9 cm, lineares, amarelas com base verde, brilhantes, glabras, livres,

carenadas, simétricas. PÉTALAS 2,5 x 0,4 cm compr., lineares, amarelas, ápice agudo.

APÊNDICES PETALÍNEOS ca. 3 mm compr., laminares, ápice recortado. ESTAMES ca. 2

cm de compr., exsertos. FILETES ca. 1,7 cm compr., compressos, hialinos. ANTERAS ca. 3

mm compr., lineares, amarelas. OVÁRIO ca. 7 x 2 mm, cônico, amarelo-pálido, glabro,

placentação axial. ESTILETE ca. 1,6 mm compr., cilíndrico, amarelo-pálido. ESTIGMA

lâmina convoluta, amarelo-pálido. ÓVULOS ca. 0,5 mm compr., ovais, numerosos. FRUTOS

3,8-4,5 x 0,5-0,6 cm compr., lineares, castanhos, glabros. SEMENTES 1,5-2 mm compr.,

lineares, castanhas.

Material examinado: BRASIL. Paraíba: Mamanguape, Mata Escura, 11.VIII.2004,

fr., R. A. Pontes et al. 99 (JPB); idem, Sema II, 12.VI.1991, fr., L. P. Félix & N.A. Sousa 3739

(EAN); Areia, Parque Estadual Mata do Pau-Ferro, 2.XI.2004, fr., R. A. Pontes et al. 135

(RB), botão, 136 (RB); idem, Campus Universitário, 26.X.2004, fl., R. A. Pontes et al. 122

(IPA); idem, fl., R. A. Pontes et al. 123 (RB); idem, 15.VIII.2004, fl., R. A. Pontes et al. 109

(JPB).

Material adicional examinado: BRASIL. Pernambuco: Recife, Dois Irmãos,

XII.1997, J. A. Siqueira-Filho & G. S. Baracho 774 (UFP); Cabo, Gurjaú, 7.II.2003, fl., L. P.

Félix et al. 9840 (UFP). Bahia: Ilhéus, Itabuna, 23.VI.1997, fr., J. A. Siqueira-Filho & G. S.

Baracho 622 (UFP).

Vriesea procera pertence ao subgênero Vriesea seção Vriesea que diferencia-se da

seção Xiphion por apresentar estames exsertos com brácteas coloridas. Tem distribuição por

toda a América do Sul, desde o escudo das Guianas até o Paraguai e o norte da Argentina. No

Brasil ocorre do Piauí até Santa Catarina (Smith & Downs, 1977).

Smith & Downs (1979), citam quatro variedades, V. procera var. rubra L. B. Sm., V.

procera var. tenuis L. B. Sm., V. procera var. debilis Mez e V. procera var. procera (Mart. ex

Schult. & Schult. f.) Wittm. As principais diferenças apresentadas por estes autores na

separação destas variedades são tipo de inflorescência, tamanho das brácteas florais em

relação às sépalas e disposição dos ramos da inflorescência.

Na Paraíba pode ser encontrada nos tabuleiros do município de Baía da Traição (ca.

100 m s.m.), e nos brejos de altitude dos municípios de Areia e Natuba, entre 500 e 620 m

s.m. Nos tabuleiros é encontrada como terrestre ou epífita, ocorrendo em solo arenoso ou

80

Page 81: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

sobre arbusto em pleno sol. Nas matas de brejo, somente são encontradas como epífitas no

topo das árvores a pleno sol ou meia sombra. Neste ambiente observa-se um grande número

de indivíduos. A espécie foi observada com flores em agosto, outubro e novembro, e em

frutificação nos meses de agosto e novembro.

Vriesea procera na área de estudo, pode ser identificada por suas folhas de coloração

verde-amarelada, brilhante, glabra. Inflorescência laxa, com ramos delgados, amarelos.

Escapo floral vináceo ou amarelo contrastando-se com as brácteas florais verde-amareladas

esparsadas, menores que as sépalas e flores amarelas.

DISTRIBUIÇAO GEOGRÁFICA

Neste trabalho observou-se a ocorrência de 31 espécies de Bromeliaceae distribuídas

nas diferentes formações da Floresta Atlântica no Estado da Paraíba. Os resultados da

distribuição geográfica das espécies são apresentados na tabela 1, ressaltando a distribuição

das espécies para a área estudada e seus ambientes preferenciais.

Algumas espécies apresentam padrão com ampla distribuição entre as formações da

mata atlântica como Aechmea lingulata (Figura 14), Hohenbergia ridleyi e Portea leptantha

(Figura 15), que ocorrem nas matas costeiras, brejos de altitude e nos tabuleiros, e Tillandsia

tenuifolia que ocorre nas matas costeiras e brejos de altitude, porém a espécie que apresentou

maior distribuição foi Bromelia karatas ocorrendo desde os brejos de altitude, até os

tabuleiros e campos e matas de restinga, com altitude variando entre 50 à 1.197 m s.m.

As espécies Tillandsia gardneri, T. polystachia, T. recurvata e T. usneoides

apresentaram distribuição nos brejos de altitude, porém ocorrem em quase toda Paraíba

(Figura 16). Vriesea procera foi coletada nas matas de brejos de Areia e Natuba, e em áreas

de tabuleiro.

As espécies que apresentaram distribuição restrita foram Aechmea aquilega, A.

mertensii (Figura 14), ocorrendo nos tabuleiros e matas costeiras, além de Tillandsia

kegeliana e T. stricta, que ocorrem nas matas costeiras e brejos de altitudes (Figura 16).

Apresentaram padrão de distribuição muito restrito, Cryptanthus alagoanus que ocorre

apenas em alguns fragmentos da mata costeira, como na mata do Buraquinho, município de

João Pessoa, mata do Pau-Brasil em Mamamguape e mata da Usina São João em Santa Rita e,

Ananas ananassoides no tabuleiro da Reserva Biológica Guaribas (Figura 15). Outras

espécies com distribuição muito restrita são Aechmea stelligera (Figura 14) e Tillandsia

juncea, coletadas nos remanescentes dos brejos de altitude, entre 500 a 600 m s.m, como nas

matas da Jussara, Jussarinha, Bujari, mata do campus da UFPB e na mata do Pau-Ferro,

81

Page 82: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

localizados no município de Areia. Billbergia morelii foi coletada em uma única população

no fragmento florestal da Mata do Xém-xem, no litoral paraibano (Figura 15).

Aechmea emmerichii, Tillandsia streptocarpa, T. geminiflora, T. loliacea e

Orthophytum jabrense, foram registradas apenas para o brejo de altitude do Pico do Jabre,

localizado no município de Maturéia, entre 1.000 e 1.197 m.s.n.m, porém T. streptocarpa e T.

loliaceae podem ser encontradas em toda caatinga paraibana.

Cryptanthus sp. que ocorre em matas de restinga, Tillandsia bulbosa e Tillandsia

paraensis, que ocorrem apenas nos tabuleiros do litoral norte do estado, também posuem

distribuição muito restrita, e em pequenas populações.

Orthophytum jabrense é considerada uma espécie microendêmica do Parque Estadual

do Pico do Jabre. Orthophytum disjunctum (Figura 15), A. eurycorymbus, A. fulgens e A.

nudicaulis (Figura 13), foram coletadas apenas no brejo de altitude de Natuba, na Serra do

Pirauá, sendo as duas últimas somente encontradas nesta área.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem a Escola Nacional de Botânica Tropical do JBRJ, pelo apóio

institucional; À gerente do Jardim Botânico de João Pessoa, Márcia T. de Brito Aquino, pelo

apóio nas expedições e logística; À estagiária Nathalia T. Lima, pelo apóio nas coletas e no

bromeliário; Ao Msc. Bruno R. Silva pelo abstract; Ao Dr. George Sidney Baracho, pelas

sugestões durante a pesquisa; Aos curadores dos herbários EAN, JPB, IPA, UFP, RB e HB,

pelo livre acesso as suas instalações.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Agra, M. F.; Barbosa, M. R. V & Stevens, W. D. 2004. Levantamento preliminar do Pico do

Jabre, Paraíba, Brasil, 123-138. In: Pôrto, K.C.; Cabral, J.J.P. & Tabarelli, M. 2004.

Brejos de altitude em Pernambuco e Paraíba: História natural, ecologia e conservação.

MMA/UFPE. Brasília, DF. 324p.

Andrade-Lima, D. 1966. Bromeliaceae de Pernambuco. Publicações da Secretaria de Cultura,

Indústria e Comércio – IPA. Recife, PE. pp. 161-166.

Baracho, G. S. 2004. Revisão taxonômica do gênero Hohenbergia Schult. & Schult. f.

subgênero Hohenbergia (Bromeliaceae). Tese de Doutorado. Universidade Federal de

Pernambuco. Recife, PE, 170p.

82

Page 83: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

Baracho, G. S. & Siqueira-Filho, J. A. 2004. - A new species of Orthophytum from

Northeastern Brazil. Vidalia 2(1): 46-51.

Barbosa, M. R. V.; Agra, M. F.; Sampaio, E. V. S. B.; Cunha, J. P. & Andrade, L .A. 2004.

Diversidade florística na Mata do Pau-Ferro, Areia, Paraíba, 111-122. In: Pôrto, K.C.;

Cabral, J.J.P. & Tabarelli, M. 2004. Brejos de altitude em Pernambuco e Paraíba: Historio

natural, ecologia e conservação. MMA/UFPE. Brasília, DF. 324p.

Barbosa, M. R V & Thomas, W. 2002. Biodiversidade, conservação e uso sustentável da

Floresta Atlântica no Nordeste. In. Biodiversidade, conservação e uso sustentável da

flora do Brasil. SBB UFPE. Recife, PE, 262p.

Cândido, M. S. D. 1996. Growing Cryptanthus plants. Bromélia 3(1): 33--37.

Carvalho, F. A & Carvalho, M. G. 1985. Vegetação. In Atlas Geográficos da Paraíba. Grafset.

João Pessoa, PB. 99pp.

Coffani-Nunes, J. V. 2004. Revisão Taxonômica e Filogenia de Portea Brong. ex K. Koch

(Bromelioideae - Bromeliaceae). Tese de doutorado, Instituto de Biociências,

Universidade de São Paulo, São Paulo.

Faria, A. P. G. 2002. Reavaliação dos limites genéricos de Aechmea Ruíz & Pav. e gêneros

relacionados (Bromelioideae: Bromeliaceae). Dissertação de mestrado. Universiade

Federal do Rio de Janeiro, RJ, 102p.

Fernandes, A. 1998. Fitogeografia brasileira. Ed. Multigraf. Forteleza. 340p.

Forzza, R. C. 2005. Revisão taxonômica de Encholirium Mart. ex Schult. & Schult. f.

(Pitcairnioideae – Bromeliaceae). Bol. Bot. Univ. São Paulo 23(1): 1-49.

Grant, J. R. & Zijlstra, G. 1998. An anotated catalogue of the generic names of the

Bromeliaceae. Selbyana 19(1): 91.

Holst, B. K. 1997. Bromeliaceae. In. Steyermark, J.A., Berry, P.E. & Holst, B.K. (eds.). Flora

of the Venezuelan Guayana. Vol. 3, 548-676.

Holmgren, P. K.; Holmgren, N. K. & Barnett, L. C. 1990. Index Herbariorum. Part. I: The

herbaria of the world, ed. 8. New York Botanical Gardens, Bronx, New York.

http://www.bdt.fat.org.br/workshop/mata.atlantica/BR/rp_flora

IBGE. 2004. Mapa de vegetação do Brasil. www.ibge.gov.br

Lawrence, G. H. M. 1951. Taxonomy of Vascular Plants. The Macmillan Company, New

York.

Leme, E. M. C. 1997. Bromélias da Floresta Atlântica: Canistrum. Ed Salamandra. Rio de

Janeiro, RJ. 107p. il.

83

Page 84: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

______________ 2002. Two new additions to the genus Vriesea from Bahia, Brazil. Journal

Bromeliad Society 52 (5):216-221.

Leme, E. M. C. & Paula, C. C. 2003. Uma nova espécie de Orthophytum de Minas Gerais,

Brasil. Vidalia 1 (1): 1-5. 2003.

______________ & Luther, H. E. 2003a. A new miniature Portea from Brazil. Journal

Bromeliad Sociaty 53 (3) : 115-121.

______________ & Luther, H. E. 2003b. Two new species of Aechmea from Bahia, Brazil.

Lima, P. J. & Heckendorff, W. D. 1985. Climatologia. In Atlas Geográficos da Paraíba.

Grafset. João Pessoa, PB. 99pp.

Luther, E. H. 2002. An alphabetical list of bromeliad binomials. The Marie Selby Botanical

Gardens, Sarasota, Florida, USA. ed. 8.

_____________ & Leme, E. M. C. 1998. Uma nova espécie de Canistrum da Bahia. Bromélia

5(1-4).

Mayo, S. J. & Fevereiro, V. P. B. 1982. Mata do pau-ferro-a pilot study of the Brejo forest of

Paraíba, Brazil. Royal Botanical Gardens, Kew. 29p.

Pontes, R. A. 2002. O Gênero Tillandsia L. (Bromeliaceae) no estado da Paraíba. Monografia.

Universidade Federal da Paraíba. João Pessoa, PB. 35p.

Pôrto, K. C., Germano, S. G. & Borges, G. M. 2004. Avaliação dos brejos de altitude de

Pernambuco e Paríba, quanto à diversidade de Briófitas, para a conservação. 79-97p. In:

Pôrto, K.C.; Cabral, J.J.P. & Tabarelli, M (Eds.). Brejos de altitude em Pernambuco e

Paraíba: Historio natural, ecologia e conservação. MMA/UFPE. Brasília, DF. 324p.

Prance, G. T. 1982. Forest refuges: evidences from woody angiosperms. Pp. 137-158. In:

Prance, G.T. 1982. Biological diversification in the tropics. Columbia University Press,

New York.

Ramírez, I. M. 1996. Systematics, phylogeny and chromosome number evolution in

Cryptanthus (Bromeliaceae). Phd Thesis. University of Missouri, St. Louis.

Radford, A. E., W. C. Dickison, J. R. Massey & C. R. Bell. 1974. Vascular Plant Systematics.

Harper & Row, New York.

Read, R. W. and H. E. Luther. 1991. The Aechmea/Gravisia complex (Bromeliaceae).

Selbyana 12: 54–67.

Santos, R. L. & Almeida, M. G. 1998. Ocorrência de Sesarma angustipes Dana, 1852

(Crustaceae, Grapsidae, Sesarminae) em tanques foliares de Hohenbergia sp. Em Ponta

do Cotovelo (Parnamirim, RN). Bromélia 5(1-4): 67-73.

84

Page 85: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

Santos, R. L.; Almeida, M. G. & Nunes, J. V. 2002. Notes on the association of

Pachistopelma rufonigrum Pocock 1901 (Theraphosidae) with phytotelm bromeliads in

eastern Rio Grande do Norte, NE-Brazil. Journal Bromeliad Society 52(3): 122-124.

Santos, R. L.; Almeida, M. G. & Nunes, J. V. 2003. Water-holding bromeliads as a keystono

resource for a gecko (Briba brasiliana Amaral 1935; Sauria, Gekkonidae) in restinga

habitats in Northeasrtern Brazil. Journal Bromeliad Society 53 (2):84-88.

Silva, B. R. & Luther, H. E. 2002. A new attractive Aechmea species from the state of Bahia,

Brazil. Journal Bromeliad Society 52 (5):221-225.

Siqueira-Filho, J. A. & Leme, E. M. C. 2000. Suplemento: Neoregelia subgênero

Longipetalopsis. In: Nidularium: Bromélias da Floresta Atlântica. Sextante Artes. Rio de

Janeiro, RJ. 263p.

Siqueira-Filho, J. A. 2002. Bromélias em Pernambuco: diversidade e aspectos

conservacionista. Pp 219-228. In: Tabarelli, M. & Silva, J.M.C (eds.). Diagnóstico da

biodiversidade de Pernambuco. SECTMA & Massangana, Recife. 1v.

Siqueira-Filho, J. A. & Leme, E. M. C. 2002. An addtion to the genus Canistrum: a new

combination for an old species from Pernambuco and a new species from Alagoas,

Brazil. Journal Bromeliad Sociaty 52(3): 105-121.

Siqueira-Filho, J. A. & Machado, I. C. 2001. Biologia reprodutiva de Canistrum aurantiacum

E. Morren (Bromeliaceae) em remanescentes da floresta atlântica, Nordeste do Brasil.

Acta botânica brasílica 15(3): 427-443.

Siqueira-Filho, J. A. 1997. Algumas considerações ecológicas e distribuição de Canistrum

aurantiacum. Bromélia 4(1): 23-27.

Siqueira-Filho, J. A. 1998. Biologia floral de Hohenbergia ridleyi (Baker) Mez. Bromélia

5(1-4): 3-13.

Smith, L. B & Downs, R. J. 1974. Pitcairnioideae (Bromeliaceae). Flora Neotropica. Hafner

Press, New York. Monogr. 14 part 1, 1-658.

Smith, L. B & Downs, R. J. 1977. Tillandsioideae (Bromeliaceae). Flora Neotropica. Hafner

Press, New York. Monogr. 14 part 2, 663-1492.

Smith, L. B & Downs, R. J. 1979. Bromelioideae (Bromeliaceae). Flora Neotropica. Hafner

Press, New York. Monogr. 14 part 3, 1493-2142.

Sousa, G. M. & Wanderley, M. G. L. 2000. Aechmea Ruiz & Pav. (Bromeliaceae) do estado

de Pernambuco, Brasil. Acta Botânica Brasílica 14(1): 77-97.

Tabarelli, M. & Santos, A. M. M. 2004. Uma breve descrição sobre a história natural dos

Brejos Nordestinos, 17-24. In: Pôrto, K.C.; Cabral, J.J.P. & Tabarelli, M. 2004. Brejos de

85

Page 86: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

latitude em Pernambuco e Paraíba: Historio natural, ecologia e conservação.

MMA/UFPE. Brasília, DF. 324p.

Tardivo, R. C. 2002. Revisão taxonômica de Tillandsia L. subgênero Anoplophytum (Beer)

Baker (Bromeliaceae). Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo, SP. 244p.

Wanderley, M. G. L. & Sousa, G. M. 2002. Distribuição das espécies de Bromeliaceae na

caatinga. In. Vegetação e flora da caatinga. Recife, PE, 121-122pp.

86

Page 87: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

Figura 1. Remanescentes florestais ao norte do rio São Francisco, Floresta Atlântica

Nordestina (FAN) (retirado de Siqueira Filho, 2003).

87

R i o G r a n d e d o N o r t e

P e r n a m b u c o

P e r n a m b u c o

R i o G r a n d e d o N o r t eO c e a n oA t l â n t i c o

João

João

O c e a n oA t l â n t i c o

Capital

Capital

Áreas de “Brejos de Altitutde”

38º 37º 36º 35º

38º 37º 36º 35º

10 20 30 40Km

Fonte: Sudema

Areia

Natuba

Maturéia

Domínio da Mata

Page 88: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

Figura 2. Localização da área de estudo. A – Floresta atlântica. B – Áreas de brejos de

altitude.

88

Page 89: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae
Page 90: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

Planalto da Borborema

Massa de ar úmida

CaatingaBrejo

Altitude CaatingaMata

Atlântica Mangue

Oceano Atlântica

LesteOeste

10

20

50

60

Altitude (m)

100Km500 João Pessoa

Figura 3. Influência do relevo e do clima sobre a vegetação dos brejos de altitude, Areia, Paraíba (adaptado de Mayo & Fevereiro, 1982).

66

Page 91: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

Figura 4. Aechmea aquilega: a – inflorescência; b – detalhe do ramo; c – flor; d – pétala com

estame e apêndices petalinos; e – bráctea floral; f – sépala. Aechmea emmerichii.: g –

inflorescência; h – detalhe do ramo; i – flor; j – bráctea floral; l – sépala; k – pétala com

estame e apêndices petalinos (escalas - a-l= 1 cm).

67

Page 92: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

Figura 5. Aechmea lingulata: a – inflorescência; b – detalhe do ramo; c – bráctea floral; d –

flor; e- pétala com estame e calos petalinos; f – sépala. Aechmea stelligera.: g –

inflorescência; h - pétala com estame e apêndices petalinos; i – flor; j – bráctea floral; k –

sépala. A. eurycorymbus: l – detalhe do ramo; m – sépala; n – bráctea floral (escalas - a, b, d,

e, g, h, i, k, l, m, n= 1 cm / c, f= 5 mm / j= 1 mm).

68

Page 93: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

Figura 6. Aechmea fulgens: a – inflorescência; b – detalhe do ramo; c – flor; d – sépala; e-

pétala com estame e apêndices petalinos. Aechmea nudicaulis.: f – inflorescência; g – flor; h –

bráctea floral; i – sépala; j - pétala com estame e apêndices petalinos. A. mertensii: l –

inflorescência; m - detalhe do ramo; n – flor; o - sépala; p – bráctea floral; q - pétala com

estame e apêndices petalinos (escalas - a, b, c, e, f, g, i, j, l, m, n, o= 1 cm / d, p, q= 5 mm /

h= 1 mm).

69

Page 94: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

Figura 7. Cryptanthus alagagoanus: a – hábito, b – fascículo, c – sépalas, d – pétala com

estames e apêndices, e – detalhe dos apândices petalíneos, f – ovário em corte longitudinal,

estilete e estigma. Cryptanthus sp.: g – hábito, h – fascículo, i – sépalas, j – pétala com

70

Page 95: Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola …aplicacoes.jbrj.gov.br/enbt/posgraduacao/resumos/2005/... · 2010. 1. 25. · Lista das espécies de Bromeliaceae

estames e apêndices, k – detalhe dos apãndices petalíneos, l - ovário em corte longitudinal,

estilete e estigma.

71