Flórula fanerogâmica da Reserva Biológica do IbicuÍ-Mirim, Rio Grande do Sul, Brasil: Bromeliaceae.

A família Bromeliaceae está representada, na Reserva Biológica do Ibicuí-M irim, Rio Grandedo Sul, por cinco gêneros: Aechmea, Billbergia, Dyckia, Vriesea e Tillandsia, num total de15 espécies. O trabalho inclui chaves de detel11Jinação e descrição resumida dos gêneros e espé-cIes.

Phanerogamie f10mla of IbicuÍ-Mil"im Riological Reserve, Rio Gmnde do Sul, R"azi!:Bromeliaceae.

Bromeliaceae family is represented in lbicui-Mirim Biological Reserve in Rio Grande do SulState, Brazil, by ftve genera: Aechmea, BilLbergia, Dyckia, Vriesea and Tillandsia, with 15 species.Keys for genera and species and descriptions are provided.

Key words: florula, bromeliaceae, taxonomy; bíological reserve, Rio Grande do Sul.

A Reserva Biológica do IbicuÍ-Mirim fica localizada na região central doEstado, com 598,48ha é formada por Floresta Estacional Semidecídua norebordo do Planalto do Rio Grande do Sul, Brasil. Apresenta ainda formaçõescampestres e arbustivas, naturais e pastejadas. Descrição detalhada dafisionomia vegetal e do relevo encontra-se em OLIVEIRA (1991). O objetivo

• Museu de Ciências da Fundação Zoa botânica do Rio Grande do Sul. Rua Dr. Salvador França. 1427,CEP 90960-000, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil.

do presente trabalho foi apresentar as espécies e gêneros de Bromeliaceaeencontradas na Reserva.

A família Bromeliaceae é composta por plantas herbáceas, epífitas,rupículas ou terrestres com as folhas quase sempre dispostas em roseta. Ésubdividida em três subfamílias, cujas principais características são:

Pitcairnioideae, sobretudo com espécies terrestres e rupículas. No RioGrande do Sul é representada pelo gênero Dyckia. O grupo é reconhecido peloovário súpero ou semi-súpero, frutos capsulares globosos e sementes aladasou caudadas. As folhas quase sempre apresentam espinhos nas margens e noápice. Habitam biótopos muitas vezes extremos, desde regiões áridas e quen-tes do nordeste brasileiro até as geladas montanhas andil1as. A maioria dasespécies do gênero Dyckia é xerofitica, podendo estar associada a populaçõesde cactáceas ou formar comunidades próprias. Uma das espécies que ocorrena Reserva é de hábito rupestre e ainda não era descrita para a ciência, a ou-tra é de hábito epilítico, encontrada em paredão abrupto.

Tillandsioideae, apresenta principalmente plantas epífitas, popularmen-te bem conhecidas por possuirem muita beleza e serem de fácil cultivo. NoEstado ocorrem os gêneros Vriesea e Tillandsia. O caráter comum que dis-tingue esse grupo é o ovário súpero que forma frutos capsulares cilíndricos eas sementes com apêndices plumosos (pappus), folhas sempre inteiras, nuncaserreadas nem com espinhos nas margens ou nos ápices. Espécies dessasubfamília habitam os biótopos mais diversos, podendo ocorrer em regiõessecas como também em florestas úmidas, ou desde o alto das montanhas friasaté os vales nebulares.

Bromelioideae, tem como principal caráter comum o ovário ínfero doqual se desenvolvem frutos indeiscentes, tipo baga. As sementes são lisas ouàs vezes sulcadas, sem apêndices. No Rio Grande do Sul ocorrem os gênerosAechmea, Ananas, Bromelia, Billbergia, Edmundoa, Nidularium, Wittrockia.Apresenta espécies terrestres e epífitas que habitam florestas úmidas comotambém espécies heliófitas com caráter xerofítico. Na área foram encontra-dos os gêneros Aechmea e Billbergia.

As atividades de campo e técnica de herborização, encontram-se descritas em OLIVEIRA(1991).Para a determinação das espécies de Bromeliaceae, utilizou-se, basicamente, os seguintes autores:RAMBO (1967); RlCHTER(l978); SMITH& Dows, (1974, 1977 E 1979); WlNKLER (1982); REITl(1982); ISLEY III (1987); RAUH (1990); GROSS (1992); LEME & MARIGO (1993); BAENSCH &BAENSCH(1994); STREHL (1998) e LEME (1997).

Chave para os gêneros encontrados na Reserva Biológica doIbicuí-Mirim:l. Fruto deiscente em fonna de cápsula; ovário súpero ou quase, sementes aladas ou apendicu-

ladas:2. Sementes aladas ou caudadas; folhas aculeadas; plantas exclusivamente ten'estres, inflores-

cência lateral, flores amarelas l. Dyckia2'. Sementes com apêndice plumosos; folhas inteiras; plantas exclusivamente epifitas ou terrestres

acidentais:

3. Pétalas nuas, flores verdes, azuis, brancas, amareladas, e rosadas 2. Tillandsia3'. Pétalas com apêndices na base, flores amarelas com ápice verde 3. Vriesea

I '. Fruto indeiscente; ovário infero; sementes sem apêndices:4. Grãos de pólen com 2, 3 ou 4 poros salientes, sem sulco; sépalas assimétricas com ápice rijo,

flores rosadas ou lilases .. .. 4. Aechmea4'. Grãos de pólen sem poros, mas com sulco único longitudinal; sépalas simétricas com ápice

tenro, flores verdes .. 5. Billbergia

1. Dyckia Schultes filius in Roemer & Schultes, SYSt. v.7, n. 2, p.1l94,1830.

Plantas de hábito exclusivamente terrestre. Folhas formando rosetas maisou menos densas. Lâminas estreitas e longas, tendo espinhos nas margens,ápice agudo, pungente. Inflorescência muito mais longa que as folhas,simples ou composta. Flores amarelas. Brácteas paleáceas, serreadas, agu-das, mais curtas que os entrenós. Anteras inclusas até a altura do tubo for-mado pelas bases concrescidas das pétalas. Fruto uma cápsula tricoca, mar-ron.

Foram encontradas duas espécies na área da Reserva. Uma vive em cam-pos rupestres, secos de encosta, sujeitos a queimadas freqüentes e ao pastejo;a outra habita paredões rochosos abmptos.

l. Roseta com folhas eretas, com raros espinhos nas margens. [nflorescência simples ás vezescomposta, flores maiores que [,OOcm . .. . .. D. ibiclIiensis

I'. Roseta com folhas patentes, com muitos espinhos nas margens. [nflorescência composta, floresmenores que O,50cm D. polycladlls

Dyckia ibicuiensis T. Strehl, Bromélia., v. 4, n. 4, 1998.(Figs. 1 e 2)

Roseta com aproximadamente 20 folhas de 0,40m de comprimento apre-sentando poucos espinhos nas margens, flexíveis, contortas. Inflorescênciasimples, algumas vezes ramificada, até 2,00m de altura, com flores amarelas,dispostas em torno do eixo de forma helicoidal, na maioria das vezes bemjuntas ou um tanto afastadas, de 2,00 a 2,40cm de comprimento, patentes atéa ântese, depois um pouco viradas para cima. Pétalas livres, Iiguladas, comlâmina aberta, na base concrescidas com os filamentos. Estames inclusos.PisLilo mais curto que os estames e metade do tamanho do ovário.

Material examinado: 03X1989, T. Strehl942 (HAS); 10.XlI.1992, M.L.Abruzzi 2649 (HAS);IO.XlI.1992, N. Silveira 11265; 11283; 11296 (HAS); 29.1.1993, T. Strehl1123 (HAS).

Etimologia: O nome faz referência ao local em que a espécie foi encon-trada, ou seja, nas margens do rio Ibicuí-Mirim, na Reserva Biológica demesmo nome.

Dyckia polycladus L.B. Smith. J. Bromeliad Soc.,v.39, n.5, p.206, 1989.(Fig. 3)

Roseta com folhas numerosas, serreadas, com espinhos aduncos e pun-gentes. Inflorescência laxa, bi a tripinada, multifloral, paniculada, até 2,00mde altura. Ramos patentes a suberetos, novamente ramificados, de 0,20 a0,40m de comprimento. Flores pequenas, de 0,80 a 1,00cm de comprimento.Sépalas amarelo-esverdeadas, obtusas, de 0,40cm de comprimento. Pétalasamarelas, Iiguladas, de ápice arredondado, na base um pouco concrescidasentre si e com os filamentos, de 0,80cm de comprimento e 0,30cm de largura.Estames um pouco maiores que as pétalas. Anteras basifixas.

Material examinado: 28.11.1992, T. Strehl e A. Andreolli 1118 e 1119 (I'IAS); 09.XII. 1994,T. Streh11299 (HAS).

Etimologia: O nome faz referência às ramificações da inflorescência.

Subfamília Tillandsioideae

2. Tillandsia Linnaeus. C., SI). PI., 286, 1753.

São plantas epífitas ou epilíticas, encontradas sobretudo na mata ou emparedões rochosos. Folhas formando rosetas em torno de um eixo curto oumais alongado, lâminas inteiras e cobertas por escamas de ambos os lados que

lhes dão um aspecto cinza prateado ou então verde quando glabras. Floresverdes, amarelas, paleáçeas, azuis, brancas ou rosadas, de ápice arredondadoe sem escamas na base interna das pétalas. Anteras inclusas. Fruto umacápsula cilíndrica, com sementes com plumagem que permite a disseminaçãopelo vento e sua fixação epifitica.

Na Reserva existem nove espécies de Tillandsia, sendo duas de hábitatepilítico e as demais epífitas, especialmente sobre as árvores no vale ao longodo rio.

Chave para as espécies de Tillandsia:I. Planta com folhas densamente escamosas (cinza-prateadas).

2. Flores verdes ou paleáceas.3. Planta pendente, flores verdes .3'. Planta não pendente, flores paleáceas .

2'. Flores de outras cores.4. Inflorescencia composta.

5. Bipinada laxa (raramente simples).6. Ráquis exposto flexuoso. Flores polísticas, pétalas azuis T. streptocarpa6'. Ráquis coberto pelas brácteas. Flores disticas, pétalas brancas T. lorentziana

5'. Inflorescência densamente bipinada, globosa ou complanada.7. Inflorescência excedendo as folhas; brácteas florais menores que as sépalas, pétalas

rosadas T. geminiflora7'. Inflorescência não excedendo as folhas; brácteas florais maiores que as sépalas,

flores rosadas T. gardneri4'. Inflorescência simples; brácteas largas e rosadas; pétalas azuis . T. stricta

I'. Plantas com folhas quase glabras, (verdes).8. Folhas estreitas; pétalas brancas ou azul claro .. T. tenllifolia8'. Folhas triangulares; pétalas azul fOlte T. aeranthos

.. T. usneoides

.. T. recllrvata

Tillandsia usneoides (Linnaeus) Linnaeus, C., Sp. PI., ed.2, pAI 1, 1762.(Fig. 4)

Epífita, formando longos conjuntos pendentes dos ramos das árvores,pelo emaranhado e entrelaçamento de várias plantas; folhas dísticas, até 5,OOcmde comprimento, finas, cinza-prateadas, muito escamadas. Flores isoladas,inconspícuas. Cálice até 7,OOmm de comprimento; corola até II,OOmm, ver-de, tubulosa, com os ápices patentes. Foi encontrada especialmente nas árvo-res ao longo da margem do rio, no entanto não ocorre com muita freqüênciana área.

Material examinado: O IX I 989, T. Strehl 918 (HAS).

Etimologia: Do latim usneoides, isto é, com aspecto de Usnea, gênero delíquen.

Tillandsia recurvata (Linneaus) Linnaeus c., SJl. PI., ed.2, pAIO, 1762.(Fig. 5)

Epífita, nas copas e troncos das árvores, formando pequenos tufos. Folhasdísticas; bainhas abraçando o eixo, lâmina até 2,OOmm de largura e 1O,OOcmde comprimento, cinza prateadas, com muitas escamas; folhas um tantorecurvas. Inflorescência até 5,OOcm de comprimento, apresentando em geraluma só bráctea primária no escapo que pode apresentar uma a cinco flores naextremidade. Brácteas florais do mesmo tamanho que as sépalas que tem8,OOmm. Pétalas até 1,30cm, verde amareladas, inconspícuas. Espécie comdispersão maior que a anterior.

Material examinado. 04.X.1989, T. Strehl 919 (HAS); 09Xn.1992, N. Silveira 11249 (HAS).

Etimologia: Do latim recurvata (recurvada), referente à forma das folhasnormalmente recurvadas.

Tillandsia streptocarpa Baker, C.F. , Journ. Bot., n.25, p.241, fig.27,1887.

(Fig. 6)

Encontrada em paredão rochoso. Folhas espiraladas em caules curtos, até1,50cm de largura e 25,OOcm de comprimento, recurvadas, bem cinza-prate-adas com muitas escamas. Inflorescência composta, com 25,OOcm de com-primento. Brácteas florais com até 3,50cm de comprimento, cedo secando.Sépalas até 1,50cm de comprimento; pétalas com lâmina de 1,OOcm de diâ-metro, azul; estames inclusos no tubo da corola. Foi encontrada somente emum paredão de pedras, onde também foram encontradas T. lorentziana eDyckia polycladus.

Material eXaIlÚnado: 04XI989, T. Streh1922 (l-IAS); 04X1989, T. Strehll014 (HAS).

Etimologia: Do latim streptus espiralado e carpus fruto, em referência ascápsulas espiraladas.

Tillandsia lorentziana Grisebach, A, PI. Lorentz. In Goett., n.19, p.271,1874.

(Fig. 7)

Epilitica em paredões com boa exposição solar. Folhas espiraladas emtorno do eixo, recurvadas; até 2,50cm de largura na base e 25,OOcm de com-primento; de ambos os lados cobertas de muitas escamas que dão uma apa-

rência cinza prateada. Plantas até 30,OOcm de comprimento formando con-juntos densos. Inflorescência até 30,OOcm de comprimento, simples ou com-posta. Brácteas primárias iguais ou maiores que os entrenós, cobertas de es-camas cinzentas; hastes avennelhadas, até 8,OOcm de comprimento, com 8-15flores em forma de espiga. Flores disticas; brácteas florais vermelho vivo.Cálice avermelhado; pétalas brancas, formando um tubo estreito, com os ápi-ces patentes, até 2,OOcm de comprimento. Na área foi somente encontrado emum ponto, cobrindo em grande parte o paredão rochoso.

Material examinado: 03X1989, T. Strehl 922 (!-IAS); 04X1989, T. Strehl 931 (!-IAS);09.XI.I990, N. Silveira 7992 (!-IAS): 02.1X.1993, T. Strehl 1124 (!-IAS).

Etimologia: Em homenagem ao botânico alemão P. Lorentz (1835-1881).

Tillandsia geminijlora Brongniart in Duperrey, Voy. Coquille, 186,1829.

(Fig. 8)

Folhas rosetadas, na base com 2,50cm de largura e 15,OOcm de compri-mento; margens viradas para cima, escamas adpressas, cor cinza escuro averde. Inflorescência até 1O,OOcmde comprimento; brácteas primárias bemmais longas que as sépalas. Brácteas florais semelhantes às primárias. Floresem espigas com 3-4 flores nos eixos das brácteas florais, de cor marron-avermelhada. Sépalas 1,20cm de comprimento, agudas. Pétalas 1,70cm decomprimento, violeta avermelhadas. Estames inclusos.

Matel'ial examinado: 06.VII.1982, O. Blleno 3537 (!-IAS); IO.'v11.l988, M.L. Abrllzzi 1683 (!-IAS).

Etimologia: Do latim geminus (duplo) e (Ias (flor), referência às flores queaparecem em número de duas no ápice de cada ramo.

Tillandsia gardneri Lindley, J., BoI. Reg., n.28, fig.63, 1842.(Fig. 9)

A espécie foi observada na Reserva, mas não foi coletada na ocasião porencontrar-se estéril. É facilmente identificada pelas suas folhas largas de as-pecto muito prateado devido a densa pilosidade em ambas as faces. Foramvistos poucos exemplares.

Etimologia: Homenagem a George Gardner (1812-1849), explorador botâni-co escocês, que viajou e coletou intensamente no Brasil. Coletou o Typus daespécie.

TiIlandsia stricta Solander in Sims, Bot. Mag., n.37, i1.1529, 1813.(Fig. 10)

Folhas rosetadas, macias, geralmente torcidas para um lado, até 10,00cmde comprimento e na base até 1,00cm de largura, cobertas de escamas emambos as faces. Inflorescência simples, em geral pendente ou a ponta viradapara baixo, até 8,00cm de comprimento com brácteas que são mais longas queos entrenós e em forma e cor semelhantes às folhas. Brácteas florais rosa vivo,às vezes esverdeadas, largamente ovaladas, até 2,00cm de largura, com ápicepontiagudo. Flores isoladas no eixo das brácteas, sésseis; sépalas até 1,20cmde comprimento, na base concrescidas; pétalas formando um tubo que se abreno ápice em lâmina, azul escuro a azul claro, sobressaindo das brácteas.Estames inclusos. Espécie com boa distribuição em toda a mata.

Material examiJlado: 08.1X. I 988, M.L.Abruzzi 1573 (HAS); 03.X.1989, T. Strehl 921 (HAS);07.IX.I 190, N. Silveira 7837 (I-1AS) e 7999 (HAS); 09.XII.19n, N. Silveira 11243 (I-IAS).

Etimologia: Do latim stricta (estreita ou comprimida); alusão à forma dasfolhas.

Ti/landsia tenuifolia Linnaeus, SP. PI., p.286, 1753.(Fig. 11)

Espécie epífita. Folhas formando uma roseta mais ou menos espiraladade caule mais ou menos alongado; folhas estreitas, até 6,00mm de largura e15,00cm de comprimento, de margens elevadas, cinzento esverdeadas; fir-mes. Inflorescência até 15,00cm de comprimento. Brácteas primárias seme-lhantes às folhas, verdes; brácteas florais ovaladas, rosa li lases; cálice glabro,concrescido até 5,00mm; pétalas formando um tubo com as margens superio-res patentes, azul claro a branco, com 2,00cm de comprimento.

Material examÍJIado: 04.X.1989, T. Strehl no (HAS); 16.XlI.1991,T.Strehl 1095 (HAS);09.11.1992 , ~. Silveira 11244 (HAS).

Etimologia: Do latim tenuifolia: de folhas tênues ou finas.

TiIlandsia aeranthos (Louseleur) Smith, L.B. Lilloa, n.9, p.200, 1943(Fig. 12)

Folhas duras, abertas, formando roseta até 15,00cm de comprimento,triangulares terminando em ponta larga, na base com 2,00cm de largura, ver-de escuras, pouco escamadas em ambos as faces. Muitas vezes formando

toucei ras densas, penduradas, fixas pelas raizes nos galhos das árvores.Inflorescência ereta a inclinada, com o ápice sempre virado para baixo.Brácteas vermelhas com ápices verdes ou brancos, imbricadas, até 2,OOcm decomprimento, espiga simples. Flores sésseis, isoladas nas brácteas vermelhas;pétalas azul forte, na maioria menores que as brácteas; cerca de I,SOcm decomprimento e S,OOmm de largura. Estames inclusos no tubo da flor.

3. Vriesea Lindley. Bot. Reg., 29, táb.lO, 1843.

Folhas formam uma roseta mais ou menos aberta; bainhas mais largasque as lâminas formando um reservatório; lâminas inteiras, verdes, sem ner-vuras. Pétalas amarelo esverdeadas, lineares e apresentam escamas na base.Ovário súpero, fruto cápsula. Sementes providas de uma coroa de pêlos queIhes possibilita conquistar espaços epifíticos.

Na Reserva só foi encontrada uma espécie de Vriesea, tendo uma disper-são muito restrita e de ocorrência rara.

Vrieseafriburgensis Mez, Z, c., in Martius, FI. Brasil., v.3, n.3, p.S37,1894.

(Fig. 13)

Roseta de até 40,OOcm de diâmetro; folhas com lâminas de 30,OOcm decomprimento e 6,OOcm de largura, ápice arredondado apiculado. Inflores-cência composta, de até SO,OOcmde altura, as brácteas basais mais longas queos entrenós. Eixo amarelo; brácteas na maioria vermelhas. Flores sésseis,dísticas envoltas pelas brácteas florais. Pétalas amarelas de ápices arredonda-dos, verdes, até 3,OOcm de comprimento. Estames excertos.

Etimologia: Em referência à cidade de Friburgo, de onde procede o materialTypo.

Subfamília Bromelioideae

4. Aechmea Ruiz H. e Pavon 1., FI. Peruv. Prodr., p.47, 1794.

O gênero se caracteriza por apresentar folhas geralmente firmes e commargens quase sempre serreadas terminando com um espinho no ápice. Fo-

lhas formando reservatórios abertos ou afunilados. Brácteas primárias e flo-rais também em geral sermladas com ápice terminando em espinho, em geralmuito coloridas na época da floração. Pétalas podem ser azuis, brancas, ver-des, amarelas ou rosa, fazendo um belo contraste de cores com as brácteas quepodem ser vermelhas. Anteras mais curtas que as pétalas que podem ser li-vres ou soldadas formando um tubo curto e apresentando duas escamas nabase interna.

Na reserva foi observada a espécie A . recunJata com uma ampla distri-buição e de hábito tanto terrestre como epifitico.

Aechmea recunJata (Klotzsch) Smith, L.B., Conta". Gray Gc,·b., n.98,p.S, 1932.

(Fig. l4 e lS)

Com as bainhas alargadas e infladas das folhas forma lima cisterna emforma de urna; bainhas côncavas, lâminas triangulares acuminadas, recUf-vadas para fora, margens bem serreadas, as folhas internas no período defloração bem vermelhas. Nas plantas de sombra, as lâminas atingem mais deI,OOm de comprimento e as bainhas são bem reduzidas, não formando a cis-terna. Inflorescência globosa ou subpiramidal, inclusa nas folhas ou exceden-do as mesmas. Brácteas florais vermelhas, com margens serreadas. Florescom cálice de sépalas de I,SOcm, ovadas com ápice pungente, na baseconcrescidas, rosadas; pétalas até 2,SOcm de comprimento, no ápice arre-dondadas, rosadas ou lilases. Foram encontradas plantas de hábito epifíticocomo terrestre; no interior da mata como em árvores isoladas e bem expostasao sol.

Etimologia: Do latim recunJata (recurvada) em referência às lâminas foliaresque são dobradas para trás.

S. BilIbergia Thunberg, c.P., Decad. Pl. Brasil, n.3, p.30, 1821.

Como característica do gênero pode-se citar as folhas com margemserreada que apresentam escamas na face inferior, formando às vezes estriastransversais, além disso, as folhas em roseta formam com suas bainhas tubosmais ou menos fechados. Na inflorescência encontra-se brácteas de coloridorosa muito intenso, contrastando com as flores verdes ou azuis, de hábito pen-dente. As pétalas livres, que na ântese se enrolam ou viram para trás. As duas

espécies encontradas na área, apresentam ampla distribuição em toda a matae tem hábito epifitico.

Chave Ilara as espécies de BiLLbergia:t. Folhas mais de 5,OOcm de largura, pétalas com margem azul só no ápiceI '. Folhas 6-17,00mm de largura; pétalas com margens azuis desde a base .

..... B. distachya.. B. nlltans

BilIbergia distachya (Vellozo) Mez, J.M. FI. Fluminense, p. 136, 1825.

(Fig. 16)

Folhas em roseta ereta, tubiforme com espinhos marrons, bem distancia-dos entre si, nas margens, até 40,00cm de comprimento e 5,00cm de largura,verde escuras. lnflorescência até 45,00cm de altura, encurvada; brácteas so-brepostas abraçando o escapo, maiores que os entrenós, rosadas, com ápiceesverdeado. Flores pendentes em cachos; sépalas verdes com ápices azuis, até2,00cm de comprimento. Pétalas amarelo esverdeadas com ápice azul, até5,00cm de comprimento. Fmto cápsula verde, glabra e nervada.

Etimologia: Do grego dis (duplo) e stachys (espiga) por apresentar às vezesduas inflorescências na mesma roseta.

Billbergia nutans Wendland, H., ex Regel, Gartenflora, 11.18, p.162,fig.617, 1869.

Folhas em roseta aberta até estreito fUlliliforme; até SO,OOcmde compri-mento e até 1,00cm de largura na base. Em locais muito sombreados as folhaschegam a ter até 1,50 m de comprimento; verde escuras, cobertas de escamasbrancas especialmente na face inferior, com margens finamente serrilhadas.lnflorescência encurvada, até 4,00cm de comprimento, brácteas bem verme-lhas, abertas, mais longas que os entrenós. Flores dispostas duas a duas nasaxilas das brácteas, inconspícuas. Sépalas rosadas com os ápices esverdeadose ponta azul, até 1,70cm de comprimento. Pétalas 4,00cm de comprimento,verdes, com margem azul, ápice verde, um pouco viradas para trás na ântese.Fmto cápsula verde, nervada.

MatCl"ial examinado: 04XI989, T. Strehl 911, 912, 913, 997, 998 (HAS); 07.VII.1982, M. L.Abruzzi 682 (H AS); 19.VIlJ.1988, M. Neves 1012 (HAS); 19.VI.l991, O. Bueno 6250 (HAS);04. VII.1990, N. Silveira (HAS); 04. VII.I990, T. Strehl 996 (H AS).

Etimologia: Do latÍml1utal1s (pêndulo) com referência à inflorescência pên-dula da planta.

Nossos agradecimentos sinceros aos col~gas qu~ foram junto à campo, col~taram materialbotânico, pela amizade, pela disponibilidade ~m discutir e trocar idéias, pela ajuda na leitura ecorreção do te>.10, auxiliando na concretização deste trabalho. Ao Conselho Nacional deDesenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pela bolsa de p~squisa e à Fundação Zoobotânica,pelo suporte logistico.

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Figs.1-2. 1. Dyckia ibicuiensis (planta em flor em seu habitat); 2. Dyckia ibicuiensls (planta emcultivo, parte vegetativa).

Figs.4-5. 4. Tillandsia lIsneoides (detalhe); 5. Tillandsia reClIrvata (com frutos, sobre um ramo deárvore).

Figs.14-15. 14. Aechmea recurvata (planta heliófila, apresentando folhas curtas); 15. Aechmearecurvata (planta umbrófila, com folhas longas).