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Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola Nacional de Botânica Tropical Conhecimento local e uso da floresta em comunidade rural circunvizinha à Unidade de Conservação no Sudeste do Brasil: uma abordagem quantitativa Alexandre Gabriel Christo 2009

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Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola Nacional de Botânica Tropical

Conhecimento local e uso da floresta em comunidade rural circunvizinha à Unidade de Conservação

no Sudeste do Brasil: uma abordagem quantitativa

Alexandre Gabriel Christo

2009

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Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro Escola Nacional de Botânica Tropical

Conhecimento local e uso da floresta em comunidade rural circunvizinha à Unidade de Conservação

no Sudeste do Brasil: uma abordagem quantitativa

Alexandre Gabriel Christo

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Botânica, Escola Nacional de Botânica Tropical, do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de Mestre em Botânica.

Orientação: Dra. Ariane Luna Peixoto Dra. Rejan R. Guedes-Bruni

Rio de Janeiro 2009

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Conhecimento local e uso da floresta em comunidade rural circunvizinha à Unidade de Conservação no

Sudeste do Brasil: uma abordagem quantitativa

Alexandre Gabriel Christo

Dissertação submetida ao corpo docente da Escola Nacional de Botânica Tropical, Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro - JBRJ, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Mestre.

Aprovada por:

______________________________________

Prof. Dra. Rejan R. Guedes-Bruni (Co-orientadora)

______________________________________ Prof. Dr. Fábio Pedro Souza de Ferreira Bandeira

______________________________________ Prof. Dr. Haroldo Cavalcante de Lima

______________________________________ Prof. Dr. Inês Machline da Silva (Suplente)

em _____ / _____ / 2009

Rio de Janeiro 2009

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C556

Christo, Alexandre Gabriel.

Conhecimento local e uso da floresta em comunidade rural circunvizinha à Unidade de Conservação no Sudeste do Brasil : uma abordagem quantitativa / Alexandre Gabriel Christo. – Rio de Janeiro, 2009.

ix, 120 f. : il. Dissertação (mestrado) – Instituto de Pesquisas Jardim

Botânico do Rio de Janeiro/Escola Nacional de Botânica Tropical, 2009.

Orientadora: Ariane Luna Peixoto. Co-orientadora: Rejan R. Guedes-Bruni. Bibliografia. 1.Etnobotânica. 2. Recursos florestais. I. Título. II. Escola Nacional de Botânica Tropical.

CDD 634.9

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O meu olhar é nítido como um girassol.

Tenho o costume de andar pelas estradas

Olhando para a direita e para a esquerda,

E de, vez em quando olhando para trás...

E o que vejo a cada momento

É aquilo que nunca antes eu tinha visto,

E eu sei dar por isso muito bem...

Sei ter o pasmo essencial

Que tem uma criança se, ao nascer,

Reparasse que nascera deveras...

Sinto-me nascido a cada momento

Para a eterna novidade do Mundo...

Creio no mundo como num malmequer,

Porque o vejo. Mas não penso nele

Porque pensar é não compreender...

O Mundo não se fez para pensarmos nele

(Pensar é estar doente dos olhos)

Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...

Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...

Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,

Mas porque a amo, e amo-a por isso,

Porque quem ama nunca sabe o que ama

Nem sabe por que ama, nem o que é amar...

Amar é a eterna inocência,

E a única inocência não pensar...

Fernando Pessoa sob o heterônimo de Alberto Caeiro

em “O Guardador de Rebanhos - Poema II”,

escrito na noite de 8 de março de 1914.

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"Como uma criança antes de a ensinarem a ser grande,

fui verdadeiro e leal ao que vi e ouvi" (Fernando Pessoa)

Dedico esta dissertação à Marino e Romilda,

meus pais e primeiros professores,

a quem devo muito do que sou.

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Agradecimentos

Gostaria de agradecer a todos aqueles que tornaram possível a realização desse

trabalho. Tão logo peço desculpas pelos nomes que, por ventura, esqueci, pois, pela minha

felicidade, muitos são os queridos que me cercam.

Pelo apoio material e financeiro, agradeço:

Ao Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro pela infra-estrutura e

apoio logístico e à Petrobras pelo apoio financeiro ao Prorama Mata Atlântica, do qual este

estudo faz parte, imprescindíveis ao desenvolvimento do projeto;

À Escola Nacional de Botânica Tropical, por toda sua infra-estrutura e pela vaga

na residência estudantil, essencial para o bom rendimento durante o período de mestrado;

À Capes, pela bolsa de mestrado concedida.

Aos mestres que serviram de fonte de inspiração profissional, pelos conselhos pessoais e

formação científica:

Agradeço especialmente a minha orientadora e amiga Dra. Rejan R. Guedes-Bruni,

que aqui faltariam linhas para expressar todo o meu carinho, admiração e gratidão. A você

devo muito do que sou. Muito mais do que orientar, você sonhou junto e acreditou no

nosso projeto. Aqui deixo o meu muito, muito obrigado!

À Dra. Ariane Luna Peixoto por quem tenho profunda admiração e que, com muito

carinho, aceitou compartilhar seus conhecimentos comigo nesta fase final de orientação.

Obrigado mesmo!

Ao Dr. Ary Gomes da Silva, amigo e grande inspirador. Sempre, com toda a

simplicidade do mundo, me recebeu e compartilhou seus conhecimentos matemáticos e

estatísticos que foram fundamentais para a execução deste estudo. Quando eu for grande,

quero ser igual a você!

E se aqui faltaram palavras para agradecer vocês três, deixo apenas uma frase:

vocês foram fundamentais na minha vida acadêmica.

Aos Professores e colaboradores nas disciplinas cursadas na ENBT pela dedicação

aos alunos durante as disciplinas e fora das salas de aula. Em especial: Adriana Q. Lobão,

Angela S. F. Vaz, Ariane L. Peixoto, Carlos A. Ditadi, Cecília G. Costa, Claudia F. Barros,

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Elsie F. Guimarães, Gustavo Martinelli, Haroldo C. de Lima, Helena de G. Bergallo, Jean

Paul Metzger, José F. A. Baumgratz, Lana S. Sylvestre, Leandro Freitas, Marcelo C.

Souza, Márcio S. Werneck, Maria de Fátima Freitas, Marli P. Morim, Nivaldo Peroni,

Rejan R. Guedes-Bruni, Renata Perpétuo Reis, Ricardo Reis, Sebastião J. Silva-Neto,

Sérgio R. Cardoso, Solange Pessoa, Tânia S. Pereira e Tarciso de S. Filgueiras. A todos o

meu muito obrigado!

A todos queles que, de alguma forma, contribuíram para o desenvolvimento da dissertação:

Aos pesquisadores, funcionários e prestadores de serviço do Jardim Botânico do

Rio de Janeiro, que tornaram a realização deste trabalho mais tranquila e prazerosa, em

especial à Kátia (Katita), Nilson e Cristiana (Bilioteca), Rosembergue e Luis Alexandre

(Informática), Rosália (Herbário) e Rachel (Anatomia). Obrigado pela contínua

disponibilidade.

A todos os funcionários da ENBT, especialmente aos secretários Janúzia, Catarina,

Nilson e Diego, muito atenciosos nos momentos em que precisei;

Ao Dr. Rogério Ribeiro de Oliveira leitura crítica das versões preliminares da

dissertação durante as duas disciplinas de Seminários II, pelas correções e importantes

sugestões e, também, pela oportunidade de realização de estágio acadêmico sob sua tutoria;

A Antônio Tavares de Oliveira e Adilson Pintor, antes de tudo grandes amigos, que

estiveram presentes em todas as coletas de campo e que abriram as portas da comunidade

Gleba Aldeia Velha para a execução deste estudo, o meu sincero muito obrigado!

A Rodrigo Varella Mayerhofer, diretor da Reserva Biológica de Poço das Antas,

pelo apoio logístico disponibilizado às excursões para coleta de material botânico;

Aqueles que conviveram comigo, me apoiaram, incentivaram, compreenderam, criticaram,

estimularam, respeitaram...

Aos grandes amigos que fizeram estes dois anos serem inesquecíveis: Alexandre,

Jakeline, Verônica, Robson, Dudu, Ana Luiza, Elaine, Alessandra, Fabiana, João, Gustavo,

Maurício, Nívea, Jacira, Vanessa, Mariana, Luciano, Rafael, Ana Angélica... obrigado,

principalmente, pela grande amizade, pelos importantes momentos de trabalho e

descontração, pelos almoços, pelos conselhos, por terem compartilhado ótimos momentos

que ficarão para sempre guardados em minha lembrança.

A Francisco A. Baroni que se fez presente nos momentos em que eu mais precisei.

Obrigado pelos conselhos, apoio e incentivo, foram muito valiosos.

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A Verônica, pelas sugestões, risadas, conselhos, brigas, enfim... A cada dia vejo o

quanto você é especial. Obrigado por tudo!

A Felipe, amigo, parceiro de trabalho e fundamental nos inventários

fitossociológicos. Esse estudo também é seu!

À Inês Machline da Silva, professora, amiga e grande incentivadora dos estudos

etnobotânicos. Obrigado pelos conselhos, pela oportunidade de participar da disciplina de

etnobotânica da UFRRJ e pelos momentos de convívio e troca de experiências.

A Flavio do Nascimento Coelho, amigo, compadre e irmão que eu escolhi. Você foi

um grande inspirador para os primeiros passos na academia. Em ti me espelhei para trilhar

este caminho!

Aos “etnoamigos” que muito contribuíram, ao longo de demoradas (e tensas)

discussões, para o enriquecimento deste estudo: Verônica, Inês, Felipe, Mariana e Rubia.

Valeu mesmo!

A Ruyter, por quem tenho grande carinho, obrigado pelo prazeroso convívio e pelo

suporte na formatação desta dissertação. Valeu mesmo!

Àqueles que, mesmo à distância, sempre torceram, rezaram, acreditaram na realização de

mais esse sonho...

Agradeço imensamente a minha família e amigos, especialmente ao meu pai

Marino, minha mãe Romilda e meus irmãos: Adriana, Fábio, Fabiano e Andréia, que, com

muito carinho e compreensão, entenderam minha ausência durante esse período tão

importante de minha vida.

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Resumo

Os usos de recursos florestais por comunidade rural são reunidos valendo-se de: (1)

consenso de seis especialistas locais sobre espécies com DAP ≥ 5 cm amostradas em 0,5 ha

de floresta e coletas assistemáticas na área; (2) quantificação do valor de uso (VU) e (3)

análises multivariadas para identificação e verificação de associações entre disponibilidade

de recurso correlacionada ao VU atribuído e características sócio-econômicas associadas à

variação do conhecimento entre os especialistas locais, respectivamente. Na amostragem

assistemática foram identificadas 143 espécies úteis de 39 famílias, destacando-se:

Leguminosae (31 spp), Lauraceae (11), Euphorbiaceae (9) e Bignoniaceae (8). Os

empregos na construção (40,0%), na produção de combustível (21,2%) e na confecção de

ferramentas e mobiliários (17,1%) são os mais expresivos. É evidenciado através da análise

de correspondência canônica (CCA) que o conhecimento acerca dos usos das plantas não é

previsível a partir do perfil sócio-cultural dos especialistas locais. Na amostragem

sistemática foram coletadas 131 espécies, das quais 69 possuem usos reconhecidos,

subordinadas a 29 famílias. Destacam-se: Lauraceae (10 spp), Leguminosae (8), Myrtaceae

(5) e Euphorbiaceae (5). O caule é a parte mais utilizada dos táxons (81,9%), o que, em

maior parte, acarreta na extração integral dos indivíduos e que representa risco para as

populações nativas. Dentre as espécies com maior VU encontram-se: Xylopia sericea,

Lecythis lanceolata, Guarea macrophylla, Jacaranda micrantha e Alchornea triplinervia.

A análise de regressão entre VU e as densidade, dominância e freqüência das espécies nas

parcelas demonstrou que a disponibilidade do recurso não implica na sua importância

cultural. Contudo, existe uma relação significativa entre a riqueza de família e seu valor de

uso (r² = 0,723; F = 70,542; p < 0,01) o que corrobora a hipótese de que a riqueza da

família é caráter preditivo da importância cultural a ela associada. Analisando do ponto de

vista biológico a extração seletiva pretérita, decorrente da ação de madeireiras no norte do

Rio de Janeiro, constitui um dos fatores de redução de populações típicas à floresta, eg.:

Tabebuia cassinoides, Picramnia ciliata, Melanoxylon brauna e Dalbergia nigra. Esta

ação econômica, do ponto de vista social, favoreceu a fixação de conhecimento sobre usos

de espécies arbóreas, ainda que num pequeno segmento da população que responde,

atualmente, pelo reconhecimento destes táxons (especialistas locais). A comunidade rural

reconhece a importância da conservação das florestas da região como forma de resguardar

os recursos vegetais de que fazem uso.

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Abstract

The use of forest resources by rural communities were gather based on: (1) the consensus

of six local specialists about species with BDH ≥ 5 cm, that were sampled in ≥ 0.5 ha of

forest that were collected by hazard sampling in this area; (2) the quantification of useful

value index (UVI), and (3) multivariate analysis to identify and verify associations

between the resource availability and the estimated UVI and social-cultural attributes of

local specialists associated with their knowledge pattern of plant uses. After sampling, 143

useful plant species were identified, belonging to 39 botanic families, mainly:

Leguminosae (31 spp), Lauraceae (11), Euphorbiaceae (9) e Bignoniaceae (8). Plant uses

in building (40%), in biofuel production (21.2%), and in manufactures of tools and

furniture (17.1%) were the most expressive ones. The Canonical Correspondence Analysis

(CCA) had evidenced that the knowledge about plant uses was not predictable on the basis

of socio-cultural attributes of local specialists. Among 131 species, under 29 families that

were collected by systematically sampling, 69 had recognized utilities. The most important

families were Lauraceae (10 spp), Leguminosae (8), Myrtaceae (5) e Euphorbiaceae (5).

The steam is the most useful part of the identified taxa (81.9%), what leads to total

individual extraction and endangers that native plant populations. Among plant species

with majou UVI were: Xylopia sericea, Lecythis lanceolata, Guarea macrophylla,

Jacaranda micrantha, and Alchornea triplinervia. Simple regression analysis of UVI

predicted by plant density, dominance, and frequency of species in quadrats had shown

that the resource availability do not determine its cultural importance. However, there is a

highly significant relationship between the family richness and UVI (r² = 0.723; F =

70.542; p < 0.01), what support the hypothesis that family richness is a predictor for plant

cultural importance. At the biological sight, the ancient selective tree gathering made by

logger companies from northern Rio de Janeiro was one of the most important factors of

decreasing in forest typical plant populations, e.g. Tabebuia cassinoides, Picramnia ciliata,

Melanoxylon brauna e Dalbergia nigra. On the other hand, at the social sight, that

economical activity had favored the establishment of the knowledge on the use of tree

species, even in a small population segment that can identify those taxa (local specialists).

The rural community recognizes the importance of the forest conservation in that region as

a way to save the plant resources that they use.

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Sumário

Resumo .......................................................................................................................... 10

Abstract .......................................................................................................................... 11

Introdução Geral ............................................................................................................ 14

Revisão de Literatura .................................................................................................... 19

Artigo I - The structure of the shrub-arboreal component of an Atlantic Forest

fragment on a hillock on the central lowland of Rio de Janeiro, Brazil ........................ 24

Abstract ................................................................................................................. 25

Resumo .................................................................................................................. 26

Resumen ................................................................................................................ 27

Introduction ........................................................................................................... 28

Materials and Methods .......................................................................................... 29

Study Area .................................................................................................... 29

Methodological Procedures .......................................................................... 29

Results and Discussion .......................................................................................... 32

Conclusions ........................................................................................................... 46

Acknowledgements ............................................................................................... 47

References ............................................................................................................. 48

Artigo II - Local knowledge and use of Atlantic Forest resources by a rural

community in southeastern Brazil: a quantitative approach ......................................... 52

Abstract ................................................................................................................. 53

Resumo .................................................................................................................. 54

Introduction ........................................................................................................... 55

Materials and Methods .......................................................................................... 56

Study Area .................................................................................................... 56

Methodological Procedures .......................................................................... 58

Results and Discussion .......................................................................................... 61

Conclusions ........................................................................................................... 75

Acknowledgements ............................................................................................... 76

References ............................................................................................................. 77

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Artigo III - Uso e diversidade de espécies arbóreas nativas em comunidade rural

adjacente à Unidade de Conservação no Sudeste do Brasil: uma abordagem cultural .. 80

Resumo .................................................................................................................. 81

Abstract ................................................................................................................. 82

Introdução ............................................................................................................. 83

Material e Métodos ............................................................................................... 84

Área de Estudo ............................................................................................. 84

Procedimentos Metodológicos ..................................................................... 86

Resultados e Discussão ......................................................................................... 88

Conclusões ............................................................................................................ 102

Agradecimentos ..................................................................................................... 103

Referências Bibliográficas .................................................................................... 103

Considerações Finais ..................................................................................................... 106

Referências Bibliográficas Gerais ................................................................................. 108

Anexos

Ficha de dados do informante ............................................................................... 111

Fotos ...................................................................................................................... 113

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Introdução Geral

A conservação da biodiversidade representa um dos maiores desafios deste início

de século em função do elevado número de intervenções antrópicas nos ecossistemas

naturais. Na Floresta Atlântica, por exemplo, a maior parte dos remanescentes florestais,

especialmente em paisagens intensamente cultivadas, encontra-se na forma de fragmentos,

muitas vezes, altamente perturbados, isolados e pouco protegidos (Viana 1995).

A Floresta Atlântica encontra-se entre os cinco primeiros ecossistemas da lista dos

hotspots mundiais, definidos como áreas de alta diversidade biológica, elevadas taxas de

endemismo e sob forte ameaça à sua integridade, tornando-as prioritárias para ações de

conservação (Myers et al. 2000).

Neste cenário, imersas nesta matriz antrópica, encontram-se as comunidades rurais

que, através dos cinco séculos de ocupação e uso do solo do país, desenharam um modelo

de classificação e utilização dos recursos naturais para sua própria sobrevivência bem

como formas de expressão e reprodução do seu sistema cultural.

A acelerada perda de extensas áreas verdes decreta ao desaparecimento desse

conhecimento sobre o ambiente natural. Este fato não só justifica, mas também induz que

estudos etnobotânicos sejam desenvolvidos. Resgatar o conhecimento tradicional acerca

dos recursos vegetais, transmitido de forma oral, de geração a geração, por parte das

comunidades rurais que residem no interior ou às margens das Unidades de Conservação

(UCs), deve constituir uma das ações prioritárias para a inserção dessas comunidades como

importantes atores no processo de conservação da diversidade biológica.

As UCs ou áreas naturais protegidas são um importante instrumento dentro da

política nacional, pois possibilitam ordenar o desenvolvimento de uma região através de

porções de território, intensamente utilizados pelo homem, com áreas destinadas à proteção

dos processos naturais em diferentes estágios. As características do ecossistema e as

formas de sua utilização, de acordo com sua categoria proposta pelo Sistema Nacional de

Unidades de Conservação (SNUC 2002), contam com diferentes níveis de restrições às

atividades humanas, podendo ir de áreas de proteção integral até as de uso sustentável.

A presença de moradores nos arredores das UCs, sobretudo quando suas

propriedades ou posses fazem limites ou sobrepõem-se às áreas de UCs, geram frequentes

expectativas de conflito de interesses e, em situações extremas, de litígio entre as partes. O

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senso comum, desde a década de 70, de que as UCs teriam suas áreas reduzidas pelas

bordas e de que com o passar do tempo representariam, para diferentes setores, áreas

improdutivas e, por conseguinte, potenciais à produção agropecuária, agravada nos anos 90

pelas invasões do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), acabou por

gerar uma relação de desconfiança ainda maior entre as populações circunvizinhas às UCs

e o setor ambientalista (Christo et al. 2006).

A presença humana em UCs continua sendo um dos pontos polêmicos quando se

trata de conservação ambiental no Brasil, pois a implantação e salvaguarda de parques

naturais seguem o modelo norte-americado, cuja ideologia visa a manutenção de partes da

natureza intocada, impedindo, assim, a permanência de população humana em seu interior

(Diegues 2000).

Muitas unidades de proteção integral como, por exemplo, as Estações Ecológicas,

Reservas Biológicas e Parques Nacionais, por exemplo, que não permitem a coexistência

de populações humanas dentro dos seus limites, foram estabelecidas em áreas particulares

ou comunais. Nesses casos, a lei brasileira prevê a desapropriação dessas terras

particulares o que, muitas vezes, efetivamente não acontece, devido aos procedimentos

necessários para a compra das terras e realocação das populações serem extremamente

dispendiosos e, igualmente, morosos.

Essa discussão sobre as relações existentes entre as comunidades tradicionais ou

locais e as áreas naturais protegidas tem sido objeto de estudo de diversos autores, como

Diegues (1995), Beduschi-Filho (2002), entre outros.

De maneira geral, as práticas tradicionais dos produtores agrícolas na utilização da

queimada para preparação do solo, o hábito da caça, a extração de lenha, tanto para

consumo próprio como para comercialização, bem como a expansão dos limites de

propriedade decorrentes, muitas vezes, da fragilidade do sistema de fiscalização,

resultaram numa expectativa negativa em relação às comunidades vizinhas às UCs (Christo

et al. 2006).

Mas existem autores que relatam outro ponto de vista, como Larrère et al. (2003)

que tratam da biodiversidade, sob o ponto de vista interativo, entre as ciências da vida e as

ciências sociais. Estes autores incentivam os leitores, à luz de diferentes pensadores, a

desenvolverem reflexões que considerem questões como: a biodiversidade é resultante da

interação entre processos naturais e atividades humanas ocorridas numa longa escala

temporal; as atividades humanas não são, necessariamente, desfavoráveis à diversidade

biológica; a conservação, por sua vez, não se restringe, unicamente, à natureza, mas

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também à cultura e, ainda, que a biodiversidade, assim como a diversidade cultural, são

duas faces da mesma moeda. Reconhecem que as ações implementadas, de forma

aparteada entre os especialistas envolvidos na temática, acabaram por favorecer

interpretações equivocadas. Um exemplo seria o de que a proteção da natureza, ainda que

sobrepujando a proteção da diversidade cultural, poderia ser feita contra as populações

locais (e não com elas) mesmo que para seu cumprimento fosse necessário, até mesmo,

expulsá-las de seus territórios.

Na perspectiva de avaliar o conhecimento sobre o uso de espécies vegetais nativas

por comunidades rurais que vivem no entorno de UCs, foi estudada a comunidade Gleba

Aldeia Velha, composta por cerca de 60 núcleos familiares e localizada no entorno da

Reserva Biológica de Poço das Antas (Rebio), parte central-costeira do estado do Rio de

Janeiro, no município de Silva Jardim, distando cerca de 130 km da capital do referido

estado (Christo et al. 2006). A comunidade possui aproximadamente 30 anos e foi

estabelecida pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) para

assentar famílias rurais. Uma parte dos moradores outrora era residente em áreas que

compõem hoje a Rebio e detém parcela significativa do conhecimento histórico da região

tendo alguns, inclusive, acompanhado seu processo de criação. Outros são oriundos de

diferentes áreas do estado do Rio de Janeiro, principalmente da região norte fluminense,

onde houve um declínio da produção sulcro-alcooleira, fazendo que muitas famílias rurais

migrassem para as proximidades da Rebio.

A Rebio, com cerca de 5.000 hectares, abriga uma das últimas manchas de floresta

na baixada fluminense. Possui grande faixa de vegetação arbórea típica à Floresta

Ombrófila Densa submontana e aluvial em diferentes estados de maturidade (Guedes-

Bruni 1998).

A Rebio foi estabelecida a partir da desapropriação de três propriedades rurais:

Fazenda Poço D’Antas, Fazenda Bandeirantes e Fazenda Boi Branco. O nome da Rebio

deve-se à estação ferroviária existente em seu interior e ao lugarejo de mesmo nome - Poço

D’Antas (IBAMA 2003). Na época de sua criação, em 1974, existiam ainda na área 35

posseiros que praticavam agricultura de subsistência e criação de pequenos animais, os

quais foram indenizados e retirados da unidade. As frutíferas encontradiças no interior da

Rebio constituem testemunhos vivos das antigas roças cultivadas. À retirada da vegetação

na baixada e à subseqüente produção de lenha para os fornos de olarias e padarias,

sobrevinha o cultivo de banana na região, especialmente para a produção de doces. As

indústrias beneficiadoras, ali estabelecidas, tiveram, no passado, importante papel para a

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economia local e cuja demanda resultou na exploração de espécies arbóreas para uso da

madeira no fabrico de caixotaria para acondicionamento dos produtos. Esta atividade

gerava renda para os residentes das comunidades rurais estabelecidas nas adjacências da

Reserva, o que, juntamente com o aproveitamento seletivo de espécies de uso medicinal, e

essencialmente extrativista, podem ser identificados como os principais fatores para a

diminuição das populações vegetais nativas.

Partindo da premissa que a conservação não se restringe, unicamente, à natureza,

mas também à cultura (Larrère et al. 2003), neste estudo buscou-se: 1) descrever a

estrutura vertical e horizontal de um fragmento florestal localizado no entrono da

comunidade, verificando sua similaridade com outros fragmentos da região; 2) registrar as

espécies reconhecidas como úteis pelos informantes (aqui denominados especialistas

locais); 3) identificar se especialistas locais, que tiveram maior proximidade com as

atividades madeireiras, ali estabelecidas entre as décadas de 70 e 80, detêm maior

conhecimento sobre o uso de recursos vegetais; 4) verificar qual a contribuição de

características sócio-econômicas (idade, tempo de residência, renda e escolaridade) para o

conhecimento associado ao reconhecimento e uso das espécies arbóreas nativas; e 5)

avaliar a associação entre o valor de uso das espécies, atribuídas pelos especialistas locais,

e a disponibilidade do recurso vegetal no ambiente natural (obtida pelos valores de riqueza,

freqüência, densidade e dominância).

Os resultados obtidos são apresentados em três artigos. O primeiro sob o título:

“The structure of the shrub-arboreal component of an Atlantic Forest fragment on a

hillock on the central lowland of Rio de Janeiro, Brazil”, descreve a estrutura horizontal e

vertical de um fragmento florestal localizado nos limites da comunidade Gleba Aldeia

Velha e avalia sua similaridade com outros fragmentos presentes no município de Silva

Jardim.

O segundo artigo, cujo título é: “Local knowledge and use of Atlantic Forest

resources by a rural community in southeastern Brazil: a quantitative approach”,

correlaciona valores de uso atribuídos por seis especialistas locais que, cujas entrevistas,

uma por vez, foram realizadas nas parcelas estabelecidas no interior do fragmento. Neste

artigo, as espécies (considerando densidade, freqüência, dominância e riqueza das famílias

encontradas) são avaliadas segundo sua importânica cultural (expressa pelo valor de uso

atribuído).

O terceiro artigo, “Uso e diversidade de espécies arbóreas nativas em comunidade

rural adjacente à Unidade de Conservação no Sudeste do Brasil: uma abordagem

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cultural”, faz uma análise do conhecimento acerca das espécies arbóreas reconhecidas

como úteis, presentes em três fragmentos no entorno da comunidade, contando com 10

especialistas locais. Analizou-se as características sócio-econômicas que poderiam

influenciar num maior ou menor conhecimento sobre as espécies, empregando para tanto

análises multivariadas.

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Revisão de Literatura

Estudos etnobotânicos visando não só a relação do homem com a floresta, mas

também, a análise de populações naturais de espécies vegetais associadas aos impactos

oriundos do uso e manejo por populações humanas, têm sido realizados por diversos

autores Prance et al. 1987, Phillips & Gentry 1993a, 1993b; Hernandez et al. 2005; entre

outros), os quais têm contribuído para o manejo de espécies úteis, bem como subsidiado

ações para conservação de espécies cujas populações encontram-se ameaçadas. Para tanto,

metodologias que buscam compreender as relações existentes entre o homem e o

ecossistema, assim como quantificar a importância de uso de seus recursos, têm sido

utilizadas.

Através desses estudos pode-se responder a questões, tais como: quais espécies são

reconhecidas como úteis; como se dá o acesso a este recurso, sua disponibilidade e se a

espécie sofre (ou poderá sofrer) pressão de extração; como o conhecimento tradicional está

distribuído e como se dá sua transmissão nas populações humanas; como os indivíduos

diferenciam e classificam a vegetação e como a manejam; quais os benefícios econômicos

gerados por estes recursos vegetais; e quais os processos de seleção e domesticação de

espécies cultivadas. Os estudos etnobotânicos, assim concebidos, podem contribuir para o

desenvolvimento planejado da região onde os dados foram coletados (Alcorn 1995).

Para Galeano (2000), somente nas últimas décadas o desenvolvimento e aplicações

de métodos quantitativos em etnobotânica receberam maior atenção. Phillips & Gentry

(1993a, b) buscaram abordagens quantitativas e estatísticas para os dados de levantamentos

etnobotânicos, de forma a proporcionar o uso de testes de hipóteses e de técnicas de

estimativas de parâmetros, ao mesmo tempo em que defenderam a adoção do valor de uso

(VU) como uma variável quantitativa capaz de refletir a importância de cada espécie.

Ainda para Galeano (2000), é importante que a avaliação do VU seja feita por categorias

de uso para que assim reflita o manejo aplicado à floresta pela comunidade e possibilite

identificar as espécies objeto de coletas destrutivas.

A utilização do VU de espécies vegetais se iniciou com o estudo de Prance et al.

(1987), que realizaram inventários fitosociológicos em quatro áreas indígenas na floresta

amazônica: Ka’apor e Tembé (Brasil), Chácobo (Bolívia) e Panare (Venezuela), utilizando

parcelas de 1 ha para amostragem da vegetação, com todos os indivíduos com dap

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(diâmetro à altura do peito) ≥ 10 cm marcados, coletados e identificados para posterior

análise de dados etnobotânicos. Para a realização do cálculo do VU, procederam à

categorização dos usos indicados pelas populações indígenas estudadas sob os termos:

comestível, material de construção, tecnologia, remédio, comércio e outros usos. “Outros

usos” incluem plantas utilizadas em rituais mágicos, brinquedos para crianças, bebidas

fermentadas e perfumes. Estimaram o VU conforme a importância cultural de cada

espécie, avaliando o seu maior ou menor uso, atribuindo valores de 1,0 ou 0,5,

respectivamente, para cada cultura. O somatório desses valores para cada espécie, em cada

sistema cultural, influi no VU da espécie.

Adotando a mesma metodologia, outros autores se empenharam em avaliar VU da

floresta por populações não indígenas. Piñedo-Vasquez et al. (1990) realizaram um

inventário etnobotânico em Loreto, Peru, onde observaram que 60% de todas as espécies

inventariadas possuíam algum uso e, entre estas, se destacou Unonopsis floribunda Diels

(Annonaceae) que atingiu o valor máximo (3,5) e com versatilidade de quatro usos. As

famílias mais importantes, segundo o uso, foram: Annonaceae (20,0), Arecaceae (18,0) e

Mimosaceae e Sapotaceae (12,0 cada).

Shanley & Rosa (2004) desenvolveram um estudo no Pará, Brasil, onde observaram

o uso para 60% das espécies inventariadas em 1 ha de floresta e concluíram que a

comunidade estudada possui um alto índice de espécies utilizadas como madeireiras, em

detrimento ao uso de espécies não-madeireiras, o que poderia acarretar sérios riscos à

conservação. Além disso, observaram a diminuição de espécies para fins tecnológicos e

reportaram a declaração de que várias espécies eram utilizadas no passado, mas, que no

momento da realização da pesquisa não eram mais, o que foi considerado uma evidência

da perda acelerada do conhecimento tradicional sobre o uso de recursos vegetais.

Com a introdução de uma nova técnica quantitativa, Phillips & Gentry (1993a)

refinaram ainda mais o estudo do VU das espécies florestais pelas comunidades locais. Na

equação proposta pelos autores, se considera o somatório de usos mencionados pelo

informante dividido pelo número de entrevistas realizadas com este mesmo informante.

Deste modo, obtém-se o VU de uma determinada espécie para um dado informante. O VU

total da espécie é então obtido pelo somatório dos VU desta mesma espécie por cada

informante, dividido pelo número total de informantes que a citaram. Os autores

apresentam, também, um estudo comparativo entre diferentes metodologias para o cálculo

de estimativa de valores culturais das espécies utilizadas. Neste estudo realizado em

Tambopata, Peru, os autores testam diferentes hipóteses onde buscaram comparar o uso

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das espécies e famílias, em suas diferentes categorias de uso, além de identificar famílias

merecedoras de maior esmero no que tange a programas de conservação devido à sua

excessiva utilização. Um segundo estudo, realizado pelos mesmos autores (Phillips &

Gentry 1993b) objetivou testar a associação entre a importância das categorias de uso,

expressa pelo seu VU, à idade dos informantes, à riqueza de espécies nas respectivas

famílias e, também, aos seus descritores estruturais.

Phillips et al. (1994), em estudo também realizado em Tambopata, Peru, utilizaram

a mesma metodologia proposta por Phillips & Gentry (1993a, b) para avaliar o uso e a

associação entre seis unidades florestais distintas. Reconheceram ser este um bom índice

para comparações entre estudos quantitativos.

Em Chocó, Colômbia, Galeano (2000) registrou 89 usos para as espécies ocorrentes

em 1,8 ha de floresta amostrada. Observou que 62,8% das espécies possuem algum tipo de

uso, cuja maior parte relaciona-se às atividades de subsistência, sendo que os mais

importantes envolvem a extração seletiva de madeira para construção, lenha e material

para aplicações tecnológicas. As análises demonstraram que o uso de espécies e famílias

dependem de sua abundância. Lauraceae, Annonaceae e Sapotaceae foram as famílias com

VU muito acima do esperado, sugerindo que as espécies subordinadas a essas famílias,

provavelmente, estão sendo sobre-explotadas.

Em Quintana Roo, México, Torre-Cuadros & Islebe (2003) examinaram o

conhecimento ecológico tradicional da comunidade local, avaliando o uso de dois

fragmentos florestais em diferentes estágios sucessionais, buscando entender a

classificação da vegetação e a importância das espécies, expressas através do VU.

Concluíram que nem todas as espécies são usadas de acordo com sua disponibilidade no

ambiente natural e que o uso e manejo do recurso pode gerar um impacto tanto positivo

quanto negativo à sustentabilidade do sistema.

No Brasil, poucos estudos têm sido realizados valendo-se do VU e relacionando-o à

abundância das espécies nos sistemas naturais, dentre os quais destacam-se: Albuquerque

et al. (2005), Cunha & Albuquerque (2006) e Ferraz et al. (2006), todos realizados no

nordeste do país.

Albuquerque et al. (2005) verificaram que áreas perturbadas não detêm a

preferência das pessoas, e que isso pode estar relacionado com a disponibilidade temporal

dos recursos (adaptação à estacionalidade do tipo vegetacional) e à permanência dos

valores culturais dos conhecimentos básicos sobre as plantas de vegetação nativa, as quais

são de maior importância para a comunidade. Reconheceram dentre as espécies mais

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importantes para a comunidade local: Myracrodruon urundeuva (Engl.) Fr. All.,

Schinopsis brasiliensis Engl., Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud., Caesalpinia

pyramidalis Tul., Croton argirophylloides Muell Arg. e Anadenanthera colubrina (Vell.)

Brenan var. cebil (Griseb.) Altschul, as quais atingiram valores de importância (VI)

superiores a 1,0. Comparando seus dados com outros estudos, sugerem que existem

diferenças nos padrões de uso e de conhecimento de recursos vegetais nas regiões tropicais

e que a farmacopéia da Caatinga, bioma estudado, é caracterizada por um grande número

de espécies de uso medicinal.

Ferraz et al. (2006) em Pernambuco identificaram oito categorias de uso para as

espécies locais, atribuídas a 34 espécies, dentre as quais destacaram-se, com maiores VU,

Tabebuia aurea (Silva Manso) Benth. & Hook. f. ex S. Moore, com 6,44 para os

informantes-chave e 4,10 para a comunidade em geral; Anadenanthera colubrina (Vell.)

Benan. var. cebil (Griseb) Altschul., 4,81 para os informantes-chave e 3,53 para a

comunidade em geral e Schinopsis brasiliensis Engl., 4,25 para os informantes-chave e

4,47 para a comunidade em geral. Indicaram, ainda, que o maior número de espécies

conhecidas é utilizado para forragem, embora o maior componente do VU total tenha sido

as construções rurais. Concluíram que a importância das formações ciliares não se

restringe à conservação dos recursos hídricos e ao atendimento das necessidades da

comunidade local, mas também como garantia de perpetuação das espécies restritas a esses

ambientes. Assim, observaram que, como não há relação entre os parâmetros

fitossociológicos que descrevem a estrutura da vegetação lenhosa às margens do riacho do

Navio e a importância relativa das espécies representadas pelo VU, não se pode afirmar se

os usos atribuídos resultam em impactos positivos ou negativos para a conservação e,

consequentemente, não corroborando com os estudos de Phillips & Gentry (1993a) e

Torre-Cuadros & Islebe (2003).

Cunha & Albuquerque (2006) identificaram uma grande versatilidade de usos para

algumas espécies, tais como: Vouacapoua virgilioides (Kunth) Kuntze, cujo uso do caule,

presente em 18 tipos de uso, foram agrupados nas categorias tecnologia, construção e

combustível. Através de análise de regressão, encontraram possíveis associações existentes

entre o VU das espécies e os seus respectivos descritores estruturais, observando que

apenas a freqüência relativa e o VI são estatisticamente significativos. Destacaram que a

relação entre os parâmetros estruturais da vegetação e os dados etnobotânicos constitui

uma importante informação para o entendimento das relações estabelecidas entre o homem

e natureza.

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Vendruscolo & Mentz (2006), em estudo realizado no sul do Brasil, a partir do uso

de plantas cultivadas, preconizam que, segundo o critério do cálculo de VU para estas

plantas, o número de usos mencionados para uma espécie estabelece a importância dela

para a comunidade estudada. Assim, quanto maior o número de usos mencionados para a

espécie, independente da categoria, maior será a importância da mesma para a

comunidade. Observaram que como 48% das 21 espécies mais importantes para a

comunidade local são nativas das Américas, das quais 38% delas nativas do Rio Grande do

Sul, este índice pode representar relevante argumento para a promoção da conservação “in

situ” tanto quanto estimular o cultivo das plantas utilizadas pelas populações em hortos

comunitários, quintais ou pátios.

Em Roraima, Alarcón & Peixoto (2008) registraram que os caboclos ribeirinhos

usavam 98% das 189 espécies amostradas em 1 ha de floresta de terra firme. A família

com maior VU foi Arecaceae. Bertholletia excelsa foi o táxon com maior VU entre as

espécies, sendo 1,6 a média deste índice para as espécies da área estudada.

Baseando-se no conhecimento tradicional, nas classificações do mundo natural e na

importância de cada espécie para a população que dela faz uso, podem-se traçar medidas e

projetos conservacionistas em diversas áreas como: quantificação da biodiversidade,

monitoramento de impacto ambiental, manejo sustentável e desenvolvimento de políticas

públicas para conservação.

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ARTIGO I

The structure of the shrub-arboreal component of an Atlantic

Forest fragment on a hillock on the central lowland

of Rio de Janeiro, Brazil

Alexandre Gabriel Christo1,3

Rejan R. Guedes-Bruni1

Felipe de Araújo P. Sobrinho1

Ary Gomes da Silva2

Ariane Luna Peixoto1

[Artigo submetido à Revista Interciencia]

1 Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rua Pacheco Leão, 915, 22.460-030 - Rio de Janeiro, RJ, Brasil (JBRJ). 2 Universidade de Vila Velha, Rua Comissário José Dantas de Melo, 21, 29.102-770 - Vila Velha, ES, Brasil (UVV). 3 Autor para correspondência: [email protected]

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Abstract

The present study describes and evaluates the horizontal and vertical structures of a

lowland forest fragment on a hillock in the municipality of Silva Jardim (RJ). Twenty

plots (10x25 m) totaling 0.5 hectare were laid out following the slope grade using DBH≥ 5

cm as the inclusion criterion. A total of 734 individuals were encountered, yielding a total

density of 1,468 ind.ha-1 and a total basal area of 10.783 m2. The richness values (129

species/39 families), Shannon diversity (4.22) and equitability (0.87) indices indicated an

accentuated floristic heterogeneity and low ecological dominance. Lauraceae, Myrtaceae,

Leguminosae, and Euphorbiaceae demonstrated the greatest species richness, corroborating

other studies that had indicated these species as the most representative of Atlantic Forest

areas in southeastern Brazil. The species with the greatest importance values (VI) were:

Aparisthmium cordatum, Guapira opposita, Lacistema pubescens, Xylopia sericea,

Tapirira guianensis, and Piptocarpha macropoda. The elevated diversity observed was

influenced by earlier anthropogenic actions and by the current sucessional stage. The

forest fragment studied demonstrated closer floristic similarity to areas inventoried in the

interior of the Reserve than to fragments dispersed throughout the coastal plain.

Similarities in soil type, degree of soil saturation, and use-history of the forest resources all

support these relationships. The fragmented physiognomy of the central lowland in this

region of Rio de Janeiro and the use-history of the landscape make these small remnant

forest areas important in terms of establishing strategies for landscape restoration and

species conservation.

Key words: Structure, Floristic similarity, Submontane forests, Atlantic Forest, Rio de

Janeiro.

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Resumo

Neste estudo objetivou-se descrever e avaliar as estruturas horizontal e vertical de floresta

de baixada sobre morrote mamelonar (22o31’56”S e 42o20’46”W) no município de Silva

Jardim (RJ). Para tanto, alocou-se ao longo do eixo de aclive, 20 parcelas (10x25m),

totalizando 0,5 hectare, com critério de inclusão DAP ≥ 5cm. Registrou-se 734 indivíduos,

perfazendo densidade total por área de 1.468 ind.ha-1 e 10,783m2 de área basal total. Os

valores de riqueza (129 espécies/39 famílias), diversidade de Shannon (4,22) e de

eqüitabilidade (0,87) indicam acentuada heterogeneidade florística e baixa dominância

ecológica. Lauraceae, Myrtaceae, Leguminosae e Euphorbiaceae apresentaram as maiores

riquezas, corroborando outros estudos que as indicam como as mais representativas na

composição florística da Floresta Atlântica do Sudeste do Brasil. As espécies de maior

importância (VI) foram: Aparisthmium cordatum, Guapira opposita, Lacistema pubescens,

Xylopia sericea, Tapirira guianensis e Piptocarpha macropoda. A elevada diversidade

encontrada se justifica pelas ações antrópicas pretéritas e pelo atual estágio sucessional. O

fragmento estudado apresenta maior similaridade florística às áreas inventariadas no

interior da Rebio do que aos fragmentos dispersos pela região da planície. As semelhanças

do tipo de solo, grau de saturação hídrica e histórico de uso dos recursos florestais

suportam esta similaridade. A condição de fragmentação que caracteriza a região da

planície central costeira do Rio de Janeiro, acrescida dos dados disponíveis desta paisagem,

tornam estes pequenos remanescentes florestais como áreas de relevância para o

estabelecimento de estratégias de restauração da paisagem e conservação de espécies.

Palavras-chave: Estrutura, Similaridade florística, Florestas submontanas, Floresta

Atlântica, Rio de Janeiro.

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Resumen

Este estudio tuvo como objetivo describir y validar las estructuras horizontal y vertical de

bosques de tierras bajas en pequeñas colinas (22o31’56”S e 42o20’46”W) en el municipio

de Silvia Jardim (RJ). Fueron asignados a lo largo de la pendiente 20 parcelas (10x25m),

en total 0,5 hectáreas, con un criterio de DAP ≥ 5cm. Se registraron 734 individuos, con

una densidad total por área de 1.468 ind/ha y 100,783 m2 de área basal total. Los valores

de riqueza (129 especies/39 familias), diversidad de Shannon (4,22) y de homogeneidad

(0,87) indican una acentuada heterogeneidad floristica y baja dominancia ecológica.

Lauraceae, Myrtaceae, Leguminosae y Euphorbiaceae presentan la mayor riqueza,

corroborando otros estudios que las muestran como las mas representativas en la

composicion floristica de la Selva Atlantica en el sudeste de Brasil. Las especies de mayor

valor de importancia (VI) fueron: Aparisthmium cordatum, Guapira opposita, Lacistema

pubescens, Xylopia sericea, Tapirira guianensis y Piptocarpha macropoda. La elevada

diversidad encontrada es justificada por la acción antropica realizadas y por el actual

estado de sucesión. El fragmento estudiado presenta una mayor similaridad floristica que

las areas inventariadas en el interior de la Rebio y con los fragmentos dispersos por la

región plana. Las semejanzas de tipo de suelo, saturación hidrica e historico de uso de los

recursos forestales soportan esta similaridad. La condición de fragmentación que

caracteriza la región de planicie costera central del estado de Rio de Janeiro, el aumento de

los datos disponibles del área, hacen de estos pequeños remanescentes forestales areas de

marcada relevancia para el establecimiento de estrategias de restauración del paisaje y

conservación de las especies.

Palabras claves: Estructura, Similaridad floristica, Bosque submontano, Selva Atlantica,

Rio de Janeiro.

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Introduction

After five centuries of occupation and the effects of various economic cycles, the

Brazilian Atlantic Forest has been reduced to about only 7.6% of its original extension

(Ministério do Meio Ambiente 1998). This drastic deforestation was driven by

anthropogenic pressure on the forest, principally due to the selective extraction of valued

arboreal species, agricultural expansion, lumbering, and the use of wood as firewood by

many industrial sectors (brick and tile manufacturing, residential expansion, etc.).

Within this historical context, remnant tracts of lowland forests in Rio de Janeiro

State are now mostly limited to granite hillocks less than 300 m in altitude and to fluvial

plains along the coast. These low hills are surrounded by alluvial forest areas that have

been occupied by homes and agricultural plots due to their level topography, even though

they are often swampy (Guedes-Bruni et al. 2006a).

The forests that cover the low hills are generally altered remnants of the native

vegetation that existed before anthropogenic processes dominated the lowland regions

around Rio de Janeiro. These low hills are often totally deforested, but they are sometimes

covered by remnant forests of different dimensions and in diverse successional states.

Cattle-raising is the most evident sign of human intervention, and hand in hand with fire,

has determined the alteration of these landscapes and the species growing there (Guedes-

Bruni et al. 2006a).

Although greatly fragmented, the lowland Atlantic Forest in the central region of

Rio de Janeiro State is of great ecological importance, and not only because of the species

typical of this vegetation formation, but also because it is the only habitat of the golden-

lion-tamarin (Leonthopitecus rosalia Lesson, 1840), a primate species endemic to this

region and threatened with extinction.

Numerous authors have contributed to our knowledge of the composition and

floristic structure of this environment, which is characterized by extensive fragmentation

and a diversity of successional stages in the remnant areas (e.g. Guedes (1988), Borém &

Ramos (2001), Borém & Oliveira-Filho (2002), Carvalho et al. (2006a), Pessoa & Oliveira

(2006), Guedes-Bruni et al. (2006a, b), Carvalho et al. (2007), among others).

The present study describes and evaluates the horizontal and vertical structure of a

section of lowland forest growing on hillocks in order to investigate the natural processes

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acting there and provide information than can contribute to conservation programs in the

region - which is one of the most degraded areas in the state of Rio de Janeiro.

Materials and Methods

Study area

The study area is part of the Santa Helena farm (22o31’56”S and 42o20’46”W) (fig.

1), which is located along the BR 101 federal highway in the municipality of Silva Jardim

(RJ), about 5 km from the Poço das Antas Biological Reserve (Rebio) in an area of Dense

Ombrophilous Lowland Forest (IBGE 1992). The forest fragment examined has an area of

4.25 hectares, and is surrounded by agricultural and grazing areas. The regional climate is

classified as As by the Köeppen system (Bernades 1952) - rainy-tropical, with a winter dry

season. The average annual rainfall is 1,995 mm and the average annual temperature is

25.5 oC (Lima et al. 2006).

Methodological Procedures

Twenty plots (10x25m) were laid out along the line of the hill slope, covering a

total sampling area of 0.5 ha. In laying out the plots a minimum distance of 20 m was

maintained from any trail, so that essentially only the central area of the fragment was

sampled. All plants with trunk diameters at 1.3 m above soil level (DBH) ≥ 5 cm were

measured and identified. All testimonial material was deposited in the herbarium of the

Rio de Janeiro Botanical Garden (RB).

The classification system adopted followed Cronquist (1988), except for the

Leguminosae, which was considered a single family, according to Polhill et al. (1981). All

nomenclature was conferred by consulting the IPNI data base (2008).

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Figure 1. Map of the inventoried area in a remnant of Dense Ombrophilous Submontane

Forest in Silva Jardim, RJ, Brazil.

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To elaborate a vegetation profile, a 50x5 m plot was established following the slope

of the hillock according to the methodology suggested by Melo (2002). The profile

diagram was elaborated in true height and diameter scales, using the AutoCAD 2000

software program.

Sampling effort was measured by determining the simple linear regression line (Zar

1999) of the accumulation of taxon richness (Whittaker 1975) in regards to the

accumulated number of observations (Loss & Silva 2005), corresponding to the sequential

implantation of the plots.

Structural analyses were made by calculating the absolute and relative values of

density (DR), frequency (FR) and dominance (DoR), whose sum, in relative terms, defines

the Importance Value index (VI) of the species. Estimations of vegetation structure were

obtained according to Mueller-Dombois & Ellenberg (1974). The Shannon diversity index

(H’) and equitability (J) were calculated according to Magurran (1988) and Pielou (1975),

respectively. The Fitopac 1 software package was used to calculate all phytosociological

parameters (Shepherd 1995).

To evaluate the horizontal structure of the vegetation, histograms of the frequency

of diameter classes were elaborated for all individuals encountered. The diameter classes

were established at 5 cm intervals.

The vertical structure, as a characterization of the forest layers studied, was

evaluated based on the allometric relationships between diameter and height (log

transformed) (Sneath e Sokal 1973), identifying the canopy with a dotted line as seen on

the correlation diagram, and characterizing the canopy element individuals as having a

specified diameter and height, confirmed by verifying the first discontinuity among the

points in the diagram (Guedes-Bruni 1998).

A graph was elaborated of the vertical space occupied by the sampled species that

attained 75% of the importance value index. To determine the minimum number of classes,

as well as their amplitude, we used the formula proposed by Spiegel (1977) apud Lopes et

al. (2002).

Relationships of floristic similarity were sought between the study area and the

other forest fragments inventoried in this coastal plain region. To that end, a

presence/absence matrix was elaborated of the species encountered in this study and

combined with 17 other areas (totaling 279 species), eight of which were on private lands

and nine of which were within the Rebio Poço das Antas. The private lands are represented

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by: Fazendas Imbaú (Faz. Imb.), Andorinhas (Faz. And.), Estreito (Faz. Est.), Afetiva-

Jorge (Faz. Aft.), Sítio do Professor (Faz. Stp.) (Carvalho et al. 2006a), Santa Fé (Faz. Sfe)

(A. G. Christo et al., unpublished data); and two topographic sequences at the Biovert

Agroflorestal farm: F. Bio(TPA) (Borém & Ramos 2001) e F. Bio(TMA) (Borém &

Oliveira-Filho 2002). There are also ares in the Rebio Poço das Antas: Rebio (20a e 40a)

(Neves 2005), Rebio (Mor) (Guedes-Bruni et al. 2006a), Rebio (Aluv) (Guedes-Bruni et

al. 2006b), Rebio (Fr1, Fr2 e Fr3) (Pessoa & Oliveira 2006) e Rebio (Ari e Cam)

(Carvalho et al. 2006b).

Any species only registered from a single area was excluded from the list as these

do not bring any variation to the analysis. Based on this matrix, Sorensen’s similarity

coefficient was calculated for all of the areas, forming a dendrogram using the UPGMA

method. Calculations were performed utilizing the Fitopac 1 software package (Shepherd

1995).

Results and Discussion

Our results indicated a high species richness in the area, and it is probably far from

the real one, because the sampling effort diagram exhibits an still ascending curve that was

not highly significant different from a straight line in terms of the richness of the sampling

points (fig. 2), indicating that there were still new taxa to be collected in the area.

The vegetation sampling encountered 734 live individuals, yielding a total density

of 1,468 ind.ha-1, a total basal area of 21.566 m2.ha-1, and generating a taxon richness index

of 19.85.

Among the sampled individuals were 129 species, subordinated to 39 families. A

species list, with their respective parameters, is presented in Table 1 in decreasing order of

their importance value (VI). The Shannon diversity index (H’) was 4.22 nats/ind., while

equitability (J) was 0.87.

Earlier studies in central lowland forests (Borém & Ramos 2001, Borém &

Oliveira-Filho 2002, Neves 2005, Pessoa & Oliveira 2006, Guedes-Bruni et al. 2006a, b,

Carvalho et al. 2007) yielded H’ values varying from 1.75 to 4.57, corroborating with the

general pattern of the local landscape that has suffered from continuous processes of

anthropogenic interferences, whether as a result of fire, or the establishment of small farm

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33

plots or grazing areas. Added to these alterations was the construction of the Juturnaíba

reservoir in the 1970s, which had a strong impact on vegetation cover along the valley of

the São João River (Cunha 1995).

The families with the greatest de abundance values were: Euphorbiaceae,

Lauraceae, Myrtaceae, Annonaceae, Nyctaginaceae, Rubiaceae, and Leguminosae

respectively. When their importance values were considered together, these families were

found to be responsible for approximately 50% of the total VI. Previous studies in lowland

and montane forests of Rio de Janeiro (Guedes-Bruni 1998) have reported similar results,

which reflect the wide geographic distribution of the species that compose this vegetation

type.

The families with the greatest species richness in the forest fragment studied were:

Lauraceae (18 spp.), Myrtaceae (17 spp.), Leguminosae (11 spp., with Papilionoideae

having 5 spp., Caesalpinioideae 3, and Mimosoideae 3), Euphorbiaceae (8 spp.), and

Meliaceae (6 spp.). These families together were responsible for 46.51% of all the species

collected, with Myrtaceae alone yielding 13.95%.

Oliveira-Filho & Fontes (2000) analyzed 125 areas of Atlantic Forest (sensu lato)

and reported that the families Myrtaceae, Rubiaceae, Euphorbiaceae, and Melastomataceae

had the greatest species richness in ombrophilous forests in southeastern Brazil. This data

corroborates with that of other authors (e.g. Borém & Ramos (2001), Borém & Oliveira-

Filho (2002), Guedes-Bruni et al. (2006a, b), Pessoa & Oliveira (2006), Carvalho et al.

(2006a), among others) in their floristic analyses of the central-coastal region of the state

of Rio de Janeiro.

The families Euphorbiaceae, Lauraceae, and Annonaceae all contributed

considerably to the total basal area (39.0%). The elevated number of individuals of

Euphorbiaceae and Lauraceae stood out, while Annonaceae showed the highest average

basal area of individuals.

In terms of the sizes of the various populations occurring in the fragment, the

species Aparisthmium cordatum Baill., Guapira opposita (Vell.) Reitz, Lacistema

pubescens Mart., Myrcia anceps O. Berg, and Bathysa mendoncaei K. Schum. stood out as

having the greatest numbers of individuals. As this forest was in an intermediate stage of

succession, the large numbers of individuals of these species were to be expected. Xylopia

sericea A. St.-Hil., Jacaranda micrantha Cham., and Piptocarpha macropoda (DC.) Baker

had the largest individuals encountered in the survey: 26, 23, and 21 meters respectively;

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34

with an individual of Licaria sp. having the largest recorded diameter (51.3 cm). A

schematic physiognomic-structural profile of the vegetation is shown in Figure 3.

Figure 2. Sampling effort diagram of the inventory made in a remnant of Dense

Ombrophilous Submontane Forest in Silva Jardim, RJ, Brazil.

The most frequent (FR) species in the sampling area was Guapira opposita, present

in 80% of the surveyed plots. This species was followed by: Aparisthmium cordatum

(75%), Cabralea canjerana (Vell.) Mart. (70%), and Lacistema pubescens (65%). These

species were expected considering the altered state of the vegetation - not only because

they are characteristically initial secondary species (Gandolfi et al. 1995) but (as a result of

this status) they are among the most widely geographically distributed species, showing the

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highest frequencies in most inventories performed in Atlantic forests (Siqueira 1994,

Oliveira-Filho & Fontes 2000).

Piptocarpha macropoda, Tapirira guianensis Aubl., Aparisthmium cordatum,

Guapira opposita, and Xylopia sericea had the highest dominance (Do) values. Together,

these five species retained 24.64% of the total relative dominance of the fragment studied.

Of a total of 129 species, 43 were responsible for 75.54% of the importance value, with

Aparisthmium cordatum demonstrating the greatest VI of all the species present.

Table 1. Structural parameters of the arboreal species with DBH ≥ 5 cm sampled in 0.5 ha

at the Fazenda Santa Helena farm in the municipality of Silva Jardim, Rio de Janeiro,

Brazil, listed in decreasing order of their importance value (VI). Ni = number of

individuals, DR = relative density (%), DoR = relative dominance (%), FR = relative

frequency (%), C = collection number of A. G. Christo.

Species Ni DR DoR FR VI C

1. Aparisthmium cordatum Baill. 51 6.95 4.91 3.42 15.28 497

2. Guapira opposita (Vell.) Reitz 43 5.86 4.89 3.65 14.4 482

3. Lacistema pubescens Mart. 34 4.63 2.25 2.74 9.63 499

4. Xylopia sericea A. St.-Hil. 17 2.32 4.54 2.51 9.37 508

5. Tapirira guianensis Aubl. 12 1.63 5.11 2.05 8.8 415

6. Piptocarpha macropoda (DC.) Baker 12 1.63 5.19 1.60 8.42 498

7. Cabralea canjerana (Vell.) Mart. 20 2.72 2.60 2.97 8.30 411

8. Guatteria xylopioides R.E.Fr. 19 2.59 3.39 2.28 8.27 470

9. Siparuna brasiliensis (Spreng.) A. DC. 22 3.00 2.29 2.51 7.80 503

10. Mabea fistulifera Mart. 17 2.32 3.78 1.60 7.70 618

11. Myrcia anceps O. Berg 28 3.81 1.74 2.05 7.61 467

12. Albizia polycephala (Benth.) Killip 16 2.18 3.98 1.14 7.30 452

13. Bathysa mendoncaei K. Schum. 23 3.13 1.13 2.05 6.32 447

14. Ocotea divaricata (Nees) Mez 18 2.45 1.35 2.51 6.31 525

15. Hieronyma oblonga (Tul.) Müll. Arg. 11 1.50 2.45 1.60 5.54 517

16. Aniba firmula (Nees & C. Mart.) Mez 16 2.18 1.27 2.05 5.50 468

17. Rinorea guianensis Aubl. 15 2.04 1.46 1.60 5.10 637

18. Nectandra oppositifolia Nees & Mart. 11 1.50 2.14 1.37 5.01 438

19. Casearia arborea (Rich.) Urb. 16 2.18 0.52 2.28 4.98 420

20. Pogonophora schomburgkiana Miers ex Benth. 11 1.50 2.36 0.68 4.55 603

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Table 1. Continuation.

Species Ni DR DoR FR VI C

21. Psychotria vellosiana Benth. 15 2.04 0.57 1.83 4.44 455

22. Cupania furfuracea Radlk. 13 1.77 0.82 1.60 4.19 418

23. Cupania racemosa (Vell.) Radlk. 8 1.09 1.47 1.60 4.16 416

24. Licaria sp 3 0.41 2.85 0.68 3.94 584

25. Virola oleifera (Schott) A.C. Sm. 7 0.95 2.02 0.91 3.88 430

26. Helicostylis tomentosa (Poepp. & Endl.) Rusby 10 1.36 0.46 1.83 3.65 483

27. Simarouba amara Aubl. 5 0.68 1.78 1.14 3.60 568

28. Astrocaryum aculeatissimum (Schott) Burret 10 1.36 0.75 1.37 3.48 -

29. Jacaranda micrantha Cham. 5 0.68 1.83 0.91 3.42 413

30. Calyptranthes lucida Mart. ex DC. 9 1.23 0.66 1.37 3.25 450

31. Annona cacans Warm. 2 0.27 2.15 0.46 2.88 505

32. Alchornea triplinervia (Spreng.) Müll. Arg. 3 0.41 1.97 0.46 2.83 500

33. Himatanthus bracteatus (A. DC.) Woodson 8 1.09 0.59 1.14 2.82 518

34. Mollinedia sp 7 0.95 0.72 1.14 2.81 550

35. Miconia sp 9 1.23 0.37 0.91 2.51 424

36. Jacarandá puberula Cham. 7 0.95 0.39 1.14 2.48 544

37. Indet1 3 0.41 1.34 0.68 2.44 474

38. Ocotea schottii (Meisn.) Mez 5 0.68 1.03 0.68 2.39 419

39. Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand 6 0.82 0.40 1.14 2.36 429

40. Erythroxylum citrifolium A. St.-Hil. 7 0.95 0.26 1.14 2.35 480

41. Cecropia hololeuca Miq. 6 0.82 0.72 0.68 2.23 427

42. Ocotea diospyrifolia (Meisn.) Mez 5 0.68 0.57 0.91 2.17 513

43. Miconia cinnamomifolia (DC.) Naudin 4 0.54 0.91 0.68 2.14 425

44. Eugenia oblata Roxb. 4 0.54 0.89 0.68 2.12 523

45. Rollinia dolabripetala (Raddi) R.E. Fr. 4 0.54 0.86 0.68 2.09 502

46. Ormosia cf. minor Vogel 4 0.54 0.62 0.91 2.08 443

47. Roupala sculpta Sleumer 5 0.68 0.62 0.68 1.99 590

48. Pseudopiptadenia contorta (DC.) G.P. Lewis & M.P.

Lima 4 0.54 0.65 0.68 1.88 566

49. Stryphnodendron polyphyllum Mart. 4 0.54 0.37 0.91 1.83 462

50. Ocotea sp1 4 0.54 0.31 0.91 1.77 475

51. Pera heteranthera (Schrank) I.M. Johnst. 5 0.68 0.16 0.91 1.75 510

52. Psychotria carthagenensis Jacq. 4 0.54 0.29 0.91 1.75 442

53. Lecythis lanceolata Poir. 4 0.54 0.49 0.68 1.72 532

54. Miconia lepidota Schrank & Mart. ex DC. 4 0.54 0.42 0.68 1.65 423

55. Tibouchina arborea Cogn. 3 0.41 0.52 0.68 1.62 428

56. Maytenus samydaeformis Reissek 4 0.54 0.14 0.91 1.60 527

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Table 1. Continuation.

Species Ni DR DoR FR VI C

57. Chrysophyllum lucentifolium Cronquist 1 0.14 1.19 0.23 1.56 484

58. Pera glabrata (Schott) Poepp. ex Baill. 3 0.41 0.41 0.68 1.50 511

59. Phyllostemonodaphne geminiflora Kosterm. 2 0.27 0.69 0.46 1.42 596

60. Ecclinusa ramiflora Mart. 3 0.41 0.52 0.46 1.39 478

61. Erythroxylum cuspidifolium Mart. 4 0.54 0.13 0.68 1.36 476

62. Marlierea obscura O. Berg 3 0.41 0.13 0.68 1.22 454

63. Siparuna guianensis Aubl. 3 0.41 0.10 0.68 1.19 432

64. Euterpe edulis Mart. 3 0.41 0.09 0.68 1.18 -

65. Vitex polygama Cham. 1 0.14 0.74 0.23 1.10 589

66. Hirtella angustifolia Schott ex Spreng. 2 0.27 0.59 0.23 1.09 575

67. Ocotea glaziovii Mez 2 0.27 0.34 0.46 1.07 579

68. Guarea guidonia (L.) Sleumer 3 0.41 0.42 0.23 1.06 446

69. Indet3 2 0.27 0.27 0.46 1.00 465

70. Malouetia arborea (Vell.) Miers 1 0.14 0.61 0.23 0.98 549

71. Mollinedia oligantha Perkins 2 0.27 0.21 0.46 0.94 562

72. Leretia cordata Vell. 2 0.27 0.14 0.46 0.87 472

73. Indet6 2 0.27 0.14 0.46 0.87 581

74. Urbanodendron cf. bahiense (Meisn.) Rohwer 2 0.27 0.13 0.46 0.86 451

75. Ocotea laxa (Nees) Mez 3 0.41 0.22 0.23 0.86 533

76. Kielmeyera excelsa Cambess. 2 0.27 0.11 0.46 0.84 604

77. Eugenia speciosa Cambess. 2 0.27 0.10 0.46 0.82 555

78. Acacia sp 2 0.27 0.09 0.46 0.80 453

79. Indet2 2 0.27 0.07 0.46 0.79 515

80. Tabebuia heptaphylla (Vell.) Toledo 2 0.27 0.06 0.46 0.78 592

81. Guarea macrophylla Vahl 2 0.27 0.05 0.46 0.78 569

82. Miconia prasina (Sw.) DC. 2 0.27 0.05 0.46 0.77 433

83. Pourouma guianensis Aubl. 2 0.27 0.04 0.46 0.75 577

84. Ocotea daphnifolia (Meisn.) Mez 2 0.27 0.25 0.23 0.75 516

85. Cybistax antisyphilitica (Mart.) Mart. 2 0.27 0.25 0.23 0.72 545

86. Copaifera langsdorffii Desf. 1 0.14 0.35 0.23 0.63 421

87. Trichilia martiana C. DC. 1 0.14 0.27 0.23 0.59 534

88. Alchornea sidifolia Müll. Arg. 2 0.27 0.09 0.23 0.59 506

89. Calyptranthes brasiliensis Spreng. 2 0.27 0.09 0.23 0.59 558

90. Guarea kunthiana A. Juss. 2 0.27 0.07 0.23 0.57 536

91. Strycnos sp 1 0.14 0.20 0.23 0.56 546

92. Pouteria bangii (Rusby) T.D. Penn. 2 0.27 0.05 0.23 0.55 583

93. Polyandrococos caudescens (Mart.) Barb. Rodr. 1 0.14 0.17 0.23 0.53 -

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Table 1. Continuation.

Species Ni DR DoR FR VI C

94. Ocotea brachybotrya (Meisn.) Mez 1 0.14 0.17 0.23 0.53 422

95. Copaifera lucens Dwyer 1 0.14 0.16 0.23 0.52 464

96. Persea sp 1 0.14 0.14 0.23 0.50 514

97. Eugenia sp2 1 0.14 0.12 0.23 0.49 481

98. Machaerium brasiliense Vogel 1 0.14 0.12 0.23 0.49 571

99. Solanum inaequale Vell. 1 0.14 0.12 0.23 0.48 520

100. Swartzia oblata R.S. Cowan 1 0.14 0.10 0.23 0.46 449

101. Indet5 1 0.14 0.09 0.23 0.46 495

102. Pseudobombax grandiflorum (Cav.) A. Robyns 1 0.14 0.08 0.23 0.45 541

103. Calophyllum brasiliense Cambess. 1 0.14 0.07 0.23 0.44 547

104. Myrsine coriacea (Sw.) R. Br. ex Roem. & Schult. 1 0.14 0.07 0.23 0.44 414

105. Myrcia splendens (Sw.) DC. 1 0.14 0.07 0.23 0.43 561

106. Eugenia sp3 1 0.14 0.07 0.23 0.43 563

107. Eugenia sp1 1 0.14 0.07 0.23 0.43 642

108. Indet7 1 0.14 0.06 0.23 0.43 501

109. Calyptranthes cf. lanceolata O. Berg 1 0.14 0.06 0.23 0.42 435

110. Ocotea sp2 1 0.14 0.06 0.23 0.42 599

111. Indet4 1 0.14 0.06 0.23 0.42 600

112. Trichilia casaretti C. DC. 1 0.14 0.05 0.23 0.42 538

113. Cupania schizoneura Radlk. 1 0.14 0.05 0.23 0.41 504

114. Inga tenuis (Vell.) Mart. 1 0.14 0.05 0.23 0.41 565

115. Tabebuia sp3 1 0.14 0.04 0.23 0.41 564

116. Eugenia magnifica Spring 1 0.14 0.04 0.23 0.41 553

117. Myrcia sp1 1 0.14 0.04 0.23 0.40 440

118. Calyptranthes sp 1 0.14 0.03 0.23 0.40 556

119. Licania octandra (Hoffmanns. ex Roem. & Schult.)

Kuntze 1 0.14 0.03 0.23 0.40 512

120. Tachigalli pilgeriana (Harms) Oliveira-Filho 1 0.14 0.03 0.23 0.39 441

121. Duguetia pohliana Mart. 1 0.14 0.03 0.23 0.39 622

122. Cupania oblongifolia Mart. 1 0.14 0.03 0.23 0.39 639

123. Brosimum guianense (Aubl.) Huber 1 0.14 0.03 0.23 0.39 601

124. Gomidesia sp 1 0.14 0.02 0.23 0.39 554

125. Cyathea corcovadensis (Raddi) Domin 1 0.14 0.02 0.23 0.39 605

126. Eugenia tinguyensis Cambess. 1 0.14 0.02 0.23 0.39 417

127. Myrcia sp 1 0.14 0.02 0.23 0.39 561

128. Couepia venosa Prance 1 0.14 0.02 0.23 0.38 586

129. Simaba sp 1 0.14 0.02 0.23 0.38 535

Total 734 100 100 100 300 -

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The large VIs of these species was due to either their large relative density, large

relative dominance, or large relative frequency. The relative density of Aparisthmium

cordatum (6.95%) was larger, for example, than Guapira opposita (5.86%); the relative

dominance of Piptocarpha macropoda (5.19%) was greater than that of Tapirira

guianensis (5.11%); and the relative frequency of Guapira opposita (3.65%) was larger

than that of Aparisthmium cordatum (3.42%). Although Lacistema pubescens

demonstrated only intermediate levels of density, dominance, and frequency as compared

to the other species, these consistent values were sufficient to place it among the species

with the highest overall VI values.

Borém & Oliveira-Filho (2002) previously reported Euterpe edulis Mart.,

Astrocaryum aculeatissimum (Schott) Burret, Pseudopiptadenia contorta (DC.) G.P. Lewis

& M.P. Lima, Casearia sylvestris Sw., and Vochysia laurifolia Warm. as having large VI

values; Neves (2005) reported Miconia cinnamomifolia (DC.) Naudin, Gochnatia

polymorpha (Less.) Cabrera, Pithecellobium pedicellare (DC.) Benth., Astrocaryum

aculeatissimum and Sparattosperma leucanthum (Vell.) K. Schum. in an area under

recovery for 20 years, and Lacistema pubescens, Myrcia fallax (Rich.) DC., Cupania

racemosa (Vell.) Radlk., Cupania schizoneura Radlk. and Guatteria sp. in an area left

undisturbed for 40 years. Pessoa & Oliveira (2006) evaluated three forest fragments inside

the Poço das Antas Biological Reserve and recorded Senefeldera verticillata (Vell.)

Croizat, Trema micrantha (L.) Blume, Andradea floribunda Allemão, Annona cacans

Warm. and Astocaryum aculeatissimum in fragment II, which was approximately the same

size as the fragment examined in the present study.

The histogram presented in Figure 4 demonstrates that most of the 734 individuals

encountered (88.01%) were concentrated in the 5 up to 20 cm diameter-classes, indicating

the presence of very few large individuals. The average diameter observed during the

sampling was only 11.77±7.06 cm (average ± SD), and only four species (Licaria sp,

Tapirira guianensis, Chrysophyllum lucentifolium Cronquist and Annona cacans) had

individuals with diameters > 40 cm.

Analyses of the fragment indicated a concentration of individuals in the smallest

diameter classes (and inverted “J” pattern) - indicating natural regeneration of the site.

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1.

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Figure 4. Diameter distributions among individuals sampled (n = 734) in a remnant of

Dense Ombrophilous Submontane Forest in Silva Jardim, RJ, Brazil.

The three species with the greatest VI (Aparisthmium cordatum, Guapira opposite

and Lacistema pubescens) also demonstrated an inverted “J” pattern (Fig. 5) indicating,

again, the process of natural regeneration in the fragment.

The individuals of Xylopia sericea demonstrated a discontinuous aging structure

pattern, which may be explained by the selective cutting of these trees by the local

population. This species is preferentially used for building roofs for houses and barns, and

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42

individuals with diameters between 5 and 15 cm are harvested specifically for this purpose

(Christo et al. 2006).

Figure 5. Diameter distributions among individuals of the four species with the greatest VI

values in a remnant of Dense Ombrophilous Submontane Forest in Silva Jardim, RJ,

Brazil.

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A selective extraction of species from the fragment was also indicated by the

population size of the palm species Euterpe edulis (0.41% of the relative frequency), as

well as by physical evidence of harvesting in the area. The whole individual must be cut in

order to obtain the palm-heart, as this species does not ramify. This species is considered

one of the most important plants in the Atlantic Forest and is one of the principal non-

wood forest resources (Fantini & Guries 2007) available in both well-conserved and

disturbed areas (Guedes 1988, Borém & Oliveira-Filho 2002).

Some authors consider the absence of large trees to be related to selective cutting

and to natural mortality as a result of edge-effects - as has been observed in tropical forest

fragments (Laurance et al. 2000, and Scariot et al. 2003). Scariot et al. (2003) recognized

that the removal of canopy individuals facilitated the growth of juvenile plants, provoking

alterations in successional processes and in the internal organization of the forest.

Figure 6. Allometric relationships between diameter and height of the individuals sampled

(n = 734) and used to define the canopy limits in a remnant of Dense Ombrophilous

Submontane Forest in Silva Jardim, RJ, Brazil.

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44

The evaluation of the allometric relationships between diameter and height of the

734 individuals sampled did not demonstrate any clear stratification in the fragment, as the

dispersal diagram did not shown any height discontinuities in relation to arboreal/shrub

diameters (fig. 6).

The individuals within the fragment had an average height of 9.44 ± 3.96 m

(average ± SE) and were distributed among ten height classes at 2.25 m intervals - which

was rounded off here to 2.5 m due to the calibration of the measure scale of tree height in

units of 0.5m. Most individuals were between 5 and 10 m tall, with only one individual of

each of the species Xylopia sericea, Piptocarpha macropoda, and Jacaranda micrantha

reaching heights greater than 20 m.

Figure 7 demonstrates the vertical space occupied by 43 species, representatives of

ca. 75% of the total VI, classified in increasing order of their Importance Value index.

Xylopia sericea, Ocotea diospyrifolia (Meisn.) Mez, Licaria sp, Cabralea canjerana,

Guatteria xylopioides R.E.Fr., and Mabea fistulifera Mart. stood out as demonstrating the

greatest amplitude within the vertical space they occupied. These species are not only

typical of lowland forests in Rio de Janeiro (Guedes-Bruni et al. 2006a, b) but are also

characteristic of the canopy layer, where they are encountered as large adult individuals,

sometimes emergents, especially Ocotea diospyrifolia and Cabralea canjerana in well-

conserved forests.

Figure 7. The vertical space occupied by the 43 species with the largest VI values in a remnant of

Dense Ombrophilous Submontane Forest in Silva Jardim, RJ, Brazil. The species follow the

numbering used in Table 1.

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The dendrogram of floristic similarity produced by grouping analysis based on the

presence/absence of species in the 18 areas evaluated can be seen in Figure 8. The results

demonstrate a considerable fit of the similarity matrix to the estimated clustering that

produce the dendrogram (rcs = 0.8806) and reveals the formation of five groups with a

fusion level of 30%. Group 1 is formed by six areas (Faz. Imb., Faz. Est., Faz. And., Faz.

Aft., and Faz. Sfe) all of which are located in the District of Imbaú. This assemblage is

justified by having most of its species in the initial stages of ecological succession, and

because theses areas are close by one another and are all on private hands, and thus more

vulnerable to disturbances. Group two is formed by two areas that have gone undisturbed

for 20 and 40 years (Rebio [40a] and Rebio [20a] respectively), the present study area

(Faz. She), as well as two areas with inclusion criteria of BDH ≥ 10 cm (Rebio [Aluv] and

Rebio [Mor]) which are located in the interior of the Rebio. These areas are characterized

by being more conserved (having been protected from cutting) and having a wide range of

canopy species and having species that belong to later stages of ecological succession.

Group three is formed by two privately held areas belonging to the same topographic

sequence (F. Bio [TPA] and F. Bio [TMA]) but having distinct use-histories. Group 4 is

formed by three different sized fragments that are isolated from each other but located

within the Rebio (Rebio [Fr1], Rebio [Fr2] and Rebio [Fr3]). Group five is formed by the

remaining two areas, which are also located in the interior of the Rebio (Rebio [Ari] and

Rebio [Cam]) but are located in alluvial areas and contain species typical of this

physiognomy, and are distinguishable from the other areas in terms of their floristic

composition.

The species of the 18 areas analyzed are distributed among 52 botanical families,

with 10 families (Leguminosae (sensu lato), Lauraceae, Myrtaceae, Euphorbiaceae,

Annonaceae, Sapotaceae, Rubiaceae, Bignoniaceae, Meliaceae, and Melastomataceae)

concentrating 59.5% of the species diversity.

The species with the widest distribution (occurring in at least 10 areas) are:

Casearia sylvestris, Guapira opposita, Xylopia sericea, Alchornea triplinervia (Spreng.)

Müll. Arg., Brosimum guianense (Aubl.) Huber, Tapirira guianensis, Astrocaryum

aculeatissimum, Lacistema pubescens, Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F. Macbr.,

Pseudopiptadenia contorta, Miconia cinnamomifolia, Cabralea canjerana, and Guarea

guidonia (L.) Sleumer.

Experimental plantings in the Rebio based on floristic-structural studies have

shown the importance of a number of species recorded in the present inventory (including

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Guarea guidonia, Calophyllum brasiliense Cambess., Copaifera langsdorffii Desf.,

Alchornea triplinervia, Pseudobombax grandiflorum (Cav.) A. Robyns, Tapirira

guianensis, Nectandra oppositifolia Nees & Mart., Euterpe edulis, and Guapira opposite)

(Moraes et al. 2006), and these taxa have significant potential for use in the recuperation of

altered areas in the region.

Figure 8. Dendrogram of floristic similarity among 18 areas of Dense Ombrophilous

Submontane Forest in the municipality of Silva Jardim, RJ, Brazil.

Conclusions

The presence of known primary sucessional species among the plants with the

greatest VI indices (Aparisthmium cordatum, Guapira opposita, Lacistema pubescens, and

Xylopia sericea), associated with an accentuated concentration of individuals in the 5 to 20

cm diameter classes, and with the diminishing use of the forest resources by humans, are

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all signs that the study fragment is in a secondary phase of succession and natural

regeneration.

The floristic similarity observed between this fragment and other areas inventoried

in the interior of the Rebio is supported by their geographic proximity, similarities of soil

types, the water content of the soils and the use-histories of the forest resources, while at

the same time differentiating it from other fragments encountered in the lowland region.

We therefore recommend that restoration efforts directed towards degraded areas in

the central coastal region of the Baixada Fluminense include the planting of the following

species: Lacistema pubescens, Cabralea canjerana, Mabea fistulifera, Tapirira guianensis,

and Guapira opposita. These taxa stand out in terms of their high VI indices in the survey

fragment as well as in terms of their wide distribution in lowland regions, and their

association with late-sucessional understory species – and their planting will help generate

well diversified forests.

The characteristic fragmented condition of the central coastal plain and the northern

portion of Rio de Janeiro State make these small fragments very relevant to the

establishment of landscape restoration strategies and subsequent species conservation.

Acknowledgements

The authors would like to thank PETROBRAS for financially supporting the

“Programa Mata Atlântica” of the Rio de Janeiro Botanical Garden, including the present

study; the Reserva Biológica de Poço das Antas/IBAMA for their logistic support; the

Escola Nacional de Botânica Tropical (ENBT) for the use of their facilities; Antônio

Tavares de Oliveira, Adilson Pintor, and Jonas Alves Dias of the “Programa Mata

Atlântica” for their help with the field work; the taxonomists of the Rio de Janeiro

Botanical Garden, including Alexandre Quinet, Haroldo Cavalcanti Lima, José Fernando

Baumgratz, and Marcelo Costa Souza; the owners of the Santa Helena Farm for allowing

us free access to the study area; the CAPES for the Masters grant to the first author, and to

the biologist Roy Funch for the English version and its revision.

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ARTIGO II

Local knowledge and use of Atlantic Forest resources by a rural

community in southeastern Brazil: a quantitative approach

Alexandre Gabriel Christo1,3

Rejan R. Guedes-Bruni1

Felipe de Araújo P. Sobrinho1

Ary Gomes da Silva2

Ariane Luna Peixoto1

[Artigo submetido à Revista Biodiversity and Conservation]

1 Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rua Pacheco Leão, 915, 22.460-030 - Rio de Janeiro, RJ, Brasil (JBRJ). 2 Universidade de Vila Velha, Rua Comissário José Dantas de Melo, 21, 29.102-770 - Vila Velha, ES, Brasil (UVV). 3 Autor para correspondência: [email protected]

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Abstract

The use of forest resources by a rural community adjacent to the Poço das Antas Biological

Reserve, Rio of Janeiro, Brazil, was examined using quantitative methodologies based on

the consensus of six local specialists. Plants with DAP ≥ 5 cm were sampled in 0.5 ha of

forest and their use-value (UV) was calculated, and its association with structural

descriptors of that forest was analyzed. A total of 129 species belonging to 29 families

were identified in the sample plots, of which 69 had recognized uses. Lauraceae (12 spp.),

Leguminosae (11 spp.), Euphorbiaceae (6 spp.), and Myrtaceae (5 spp.) had the greatest

species richness. The species with largest UV were: Xylopia sericea (“imbiú”, 3.40),

Lecythis lanceolata (“papante”, 2.80), Guarea macrophylla (“carrapeta”, 2.67), Jacaranda

micrantha (“carobinha”, 2.60), and Alchornea triplinervia (“tapiá”, 2.60). The analysis of

the association of use-values with structural descriptors (using linear regression analysis)

demonstrated that neither the degree of recognition of the species by the local specialists

nor their use-versatility depended on their abundance in nature. The results corroborate the

hypothesis that the species richness of a family is a predictive character of its cultural

importance. The community studied recognizes the importance of conserving the forest

remnants in the area as form of protecting the plant resources that they use, and this in turn

makes them important agents in the processes of conservation and management of the

Atlantic Forest.

Key words: ethnobotany, Atlantic Forest, rural community, use-value, conservation.

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Resumo

São reunidos os usos de recursos florestais de comunidade rural (22o30’20”S e

42o16’30”W), adjacente à Reserva Biológica de Poço das Antas, Rio de Janeiro, Brasil,

utilizando metodologia quantitativa baseada no consenso de seis especialistas locais sobre

as espécies com DAP ≥ 5 cm amostradas em 0,5 ha de floresta, cálculo do valor de uso

(VU) e análise de sua associação com os descritores estruturais da floresta estudada. Nas

parcelas amostrais foram identificadas 129 espécies, das quais 69 possuem usos

reconhecidos e são subordinadas a 29 famílias. Lauraceae (12 spp.), Leguminosae (11

spp.), Euphorbiaceae (6 spp.) e Myrtaceae (5 spp.) apresentaram as maiores riquezas. As

espécies com maior VU são: Xylopia sericea (imbiú, 3,40), Lecythis lanceolata (papante,

2,80), Guarea macrophylla (carrapeta, 2,67), Jacaranda micrantha (carobinha, 2,60) e

Alchornea triplinervia (tapiá, 2,60). A análise da associação do valor de uso com os

descritores estruturais, através de regressão linear, demonstrou que o grau de

reconhecimento das espécies e suas versatilidades de uso, pelos especialistas locais,

independe da abundância na natureza. Os resultados obtidos corroboram a hipótese de que

a riqueza de família é um caráter preditivo da importância cultural a ela associada. A

comunidade reconhece a importância da conservação dos remanescentes da região como

forma de resguardar os recursos vegetais de que fazem uso e desta forma se tornam agentes

importantes no processo de conservação e manejo da Floresta Atlântica.

Palavras-chave: etnobotânica, Floresta Atlântica, comunidade rural, valor de uso.

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Introduction

The conservation of biological diversity represents one of the greatest current

challenges to humans due to the high degree of anthropogenic disturbance of essentially all

of the world’s natural ecosystems. Most of the remnant Atlantic Forest areas, for instance,

persist only in the form of small fragments that are highly disturbed, isolated, little known

and little protected, especially in intensely cultivated landscapes (Viana, 1995).

The Atlantic Forest is among the five most important global hotspots - threatened

areas with high biodiversity that should have priority for conservation actions (Myers et al.

2000).

The high rate of destruction of forest cover, as well as the limited knowledge we

have about the identity and use of their plant species, not only justifies, but demands, the

mobilization of efforts to sample these remaining areas using different floristic and

ethnobotanical analyses in the expectation that these diagnoses will help in the formulation

of appropriate conservation measures.

Ethnobotanical studies directed towards examining the relationships between

humans and the forest as well as the natural populations of plant species and the impacts

caused by use and management by human populations have been undertaken by numerous

authors (Torre-Cuadros & Islebe, 2003; Aguilar & Condit, 2001; Calderon et al., 2000;

Galeano, 2000; Chazdon & Coe, 1999; Phillips et al., 1994; Phillips & Gentry, 1993a,

1993b; Piñedo-Vasquez et al., 1990, entre outros), although in insufficient numbers for a

mega-diverse country such as Brazil, (Prance et al., 1987; Cunha & Albuquerque, 2006;

Alarcón & Peixoto, 2008), and contain valuable information that can assist the

management of useful species and the in situ conservation of threatened species.

Various studies have shown local knowledge to be extremely important in

environmental diagnoses, especially in terms of its historical comprehension and long term

observations (Chalmers & Fabricius, 2008; Donovan & Puri, 2004; Cundill et al., 2005).

The knowledge retained by human populations living near remnant forests,

especially those near conservation areas, can help indicate options for sustainable use and

in situ conservation of valuable resources based on the history of that community and

knowledge that it transmits orally from generation to generation. This knowledge (like the

Atlantic Forest itself) is threatened with extinction with the death (or lose of memory) of

the oldest citizens and by the disinterest of the younger community members who are now

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living in a globalized world with its emphasis on urban values. Ethnobotanical studies are

important for strengthening the cultural identity of rural communities while at the same

time strengthening concepts and scientific methodologies that synergistically influence the

use and conservation of natural systems as demanded by public environmental policies.

The present study sought to: (1) quantify the important uses of the arboreal species

in an Atlantic Forest fragment as indicated by local specialists of a rural community near

the Poço das Antas Biological reserve, in the municipality of Silva Jardim, Rio of Janeiro,

Brazil, and (2) identify associations between the importance of these resources and their

structural descriptors.

Materials and Methods

Study Area

The Gleba Aldeia Velha rural community (22o30’20”S e 42o16’30”W) is located in

the municipality of Silva Jardim, on the central coast of Rio of Janeiro State, about 120 km

from the state capital, and neighboring the Poço das Antas Biological Reserve (fig 1.). The

predominant regional vegetation can be characterized as Dense Ombrophilous Submontane

Atlantic Forest (Velloso et al., 1991), in different states of maturity.

The Reserve occupies approximately 5,000 ha, principally within the São João

River water basin. The forests there harbor many important plant species, such as “pau-

tamanco” (Tabebuia cassinoides (Lam.) DC.), a tree that is highly sought after for its wood

and that has had its natural populations greatly reduced by harvesting (Christo et al., 2006).

The Reserve currently has a distinctly impoverished phytophysiognomic aspect

when compared to its original vegetation. Anthropogenic alterations, principally driven by

the selective extraction of trees and by wildfires as well as by alterations in drainage

systems and water courses, have all contributed to the disappearance of large tracts of

forest especially in temporarily flooded lowland areas (Lima et al., 2006).

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Figure 1. Localization of the Gleba Aldeia Velha rural community, municipality of Silva

Jardim, RJ, Brazil.

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Although distinctly fragmented, the present plant cover in the Reserve represents

one of the most important remnant lowland forest areas in Rio of Janeiro State - not only in

terms of its botanical richness, but also because it contains important populations of the

Golden-Lion Tamarin (Leonthopithecus rosalia, Lesson 1840) and the collared sloth

(Bradypus torquatus, Illiger 1811), both species threatened with extinction (Guedes-Bruni,

1998).

Some of the inhabitants of the study community formerly lived in what is now part

of the Reserve and were resettled along its borders after its creation at the end of the

1970’s.

The community is composed of approximately 60 families whose economic

activities are based on small-scale agriculture, principally planting “manioc” (Manihot

esculenta Crantz) and corn (Zea mays L.), as well as on animal husbandry, raising cattle

for milk and meat (Christo et al., 2006).

More detailed information concerning the vegetation, soils and the local climate, as

well as the local community itself (particularly its history, way of life, and economic

activities) can be found in Lima et al. (2006) and Christo et al. (2006) respectively.

Methodological Procedures

During the fieldwork phase of the present study, it was established that women

possess less detailed knowledge concerning the use of arboreal species than men (see

Christo et al. 2006). Traditionally, the women’s role in the community is directly related

to taking care of the family – and this entails, in large part, the management of the family

gardens that supply food and folk remedies. Although some of the women have knowledge

about forest species that was transmitted to them by their fathers or grandfathers, the

growth of that knowledge is made difficult by the social norms that discourage female

informants from accompanying a researcher or research teams into the forest interior. As

such, we chose to work only with male informants.

Field work was carried out between March 2007 and March 2008, during which

time we interviewed six local specialists (men that retain specialized knowledge

concerning the local native arboreal species) using questionnaires during semi-structured

interviews (Alexiades & Sheldon, 1996) focusing on their personal life histories and their

relationships with, and use of, forest resources. The informants that participated in these

studies where not selected randomly, as seen in Phillips & Gentry (1993a) but were chosen

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on the basis of indications from the community itself, taking into account their significant

knowledge about the forest elements (see Christo et al. (2006)).

A second semi-structured interview was later held with the same informants to

obtain information about the use (use-categories and the plant parts utilized) of the plant

species harvested and the localities where they were collected.

In order to identify possible associations between species use and their natural

abundance and diversity, 20 sample plots (10 x 25 m), totaling 0.5 ha. were laid out, and all

individuals with stem diameters at breast height (DBH) equal or greater than 5 cm were

recorded. The phytosociological parameters calculated were: relative density (DR), relative

frequency (Fr), relative dominance (DoR), and importance value (VI), employing the

formulas suggested by Mueller-Dombois & Ellenberg (1974) and using the Fitopac 1

software program (Shepherd, 1995).

Additional ethnobotanical data was collected by way of a third series of interviews

with the specialist informants during walks in the sample plots. During these walks the

men identified the plants by name and indicated their uses and the plant parts used.

This ethnobotanical data was used to calculate the use-value index of each species s

for each informant i (UVis) as well as the use-value of each species s (UVs), as proposed by

Phillips & Gentry (1993a) – with the objective of quantifying the importance of each

species for each informant. UVis is defined as: UVis = ∑ (Uis/nis), where Uis is the number

of uses cited by informant i for each species s in each interview (event) and nis is the

number of interviews with the informant i for the species s. The total use-value of species s

(UVs) is defined as: UVs = ∑ (UVis/ns), where ns is the total number of informants

interviewed that cited species s.

An event was defined as the process of questioning an informant i during the

interval of one day about the uses attributed to a given species s (Phillips & Gentry,

1993a).

To calculate the use-value of the plant families, the methodology suggested by

Phillips & Gentry (1993a) and modified by Galeano (2000) was adopted, in which the use-

values (UV) for each species s belonging to family F are summed, without dividing by the

total number of useful species per family.

The uses identified by the informants, according to the proposal of Rios (2002) and

adapted by Christo et al. (2006), were grouped into nine categories: foods, medicinal,

construction, fuel, ornamental, ritualistic, technological, and toxic. These same categories

have been used in other ethnobotanical studies that have analyzed arboreal vegetation

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Torre-Cuadros & Islebe (2003), Galeano (2000), Phillips et al. (1994), Phillips & Gentry

(1993a, 1993b), Piñedo-Vasquez et al. (1990), Prance et al. (1987)).

Plants included within the category “fuels” are normally grouped within the

category “technology” (Phillips & Gentry, 1993a), but in the present study we chose to

consider them as distinct categories, in light of the importance that fuel use has for the

local community (as identified by Christo et al. (2006), and corroborating with the

categories adopted by Galeano (2000) and Cunha & Albuquerque (2006).

Linear regression analysis was used to identify the association between the

importance of each species for the community in relation to its availability, comparing the

use-value of each species with its structural descriptors (density, dominance, and

frequency) in the fragment studied, and with the richness of the families.

The identification of the botanical families that were sub-utilized or highly used, in

relation to their species richness, was performed by processing the residuals obtained by

the linear regression calculated with an independent variable (richness) and a dependent

variable (the use-value of the family), following Phillips & Gentry (1993a) and Galeano

(2000). Assuming α = 0.05, the families that have residual values either greater or lesser

than 1.96 were identified as families that are either super- or sub-utilized respectively in

relation to the richness values obtained in the structural analysis of the forest fragment

(Phillips & Gentry, 1993a).

Samples of all botanical material, whether gathered during the structural analyses or

the ethnobotanical analyses, were collected according to the indication of (and in the

presence of) the informant. The material was identified using analytical keys, taxonomic

reviews, comparisons with herbarium collections and with the help of taxonomists in the

more difficult groups. All testimonial material was deposited in the herbarium of the Rio

of Janeiro Botanical Garden (RB).

The classification system adopted follows (Cronquist, 1988), except for the

Leguminosae, which was considered a single family, according to (Polhill et al., 1981).

Plant names were conferred using the IPNI data base (2008).

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Results and Discussion

Our evaluation of the ethnobotanical knowledge of local specialists from the Gleba

Aldeia Velha community reveled that 74.36% of the plant families (39), 53.49% of the

species (129) and 78.20% (734) of the individuals in a 0.5 ha area of remnant forest were

recognized by the informants and have some type of utility (tab. 1).

A total of 30 different uses were registered for the species (tab. 2) and these were

grouped into eight principal categories, with construction (11) and technology (10)

concentrating most of the indications.

Most of the species demonstrated low levels of use-versatility, having from one to

at most four uses. Cunha & Albuquerque (2006) reported finding between six and ten uses

for 15 species (among the 42 reported as being useful) in an area of Atlantic Forest in

northeastern Brazil, while Alarcón & Peixoto (2008) reported that 43% of the 185 species

inventoried in an area of Amazonian Forest had from six to ten uses.

The construction category had the largest number of useful species cited (40 spp.),

followed by fuels (24 spp.), and then technology (20 spp.) (Fig. 2). When considering the

total numbers of citations, construction had 51.77% of the use-indications of the local

specialists, while 22.79% were indications for technological purposes, and 18.56% for

fuels (Fig. 3).

Most of the species demonstrated low use-values and few had high use-versatilities

according to the local specialists, indicating that each species has essentially only one

typical use.

The distribution of the number of use-citations per family in the various use-

categories is presented in Figure 4. Lauraceae stands out in terms of the absolute number of

citations, although it demonstrates low versatility among the different use categories, with

its component taxa being restricted to the categories of construction and technology.

Leguminosae, with a slightly smaller number of citations than Lauraceae, is distributed

among six distinct use-categories (medicinal, construction, fuels, ornamental, ritualistic,

and technological). The third most important family in terms of the number of citations

was Euphorbiaceae, being cited in three categories (construction, fuels, and technology).

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Table 1. List of species (DBH ≥ 5 cm) indicated as being useful by local specialists in the

Gleba Aldeia Velha rural community that were encountered in 0.5 ha of remnant forest

surveyed in the municipality of Silva Jardim, RJ, Brazil. Uses: food – food; med –

medicinal; cons – construction; fuel – fuel; orn – ornamental; rit – ritualistic; tec –

technological; tox – toxic. C = collection number of A. G. Christo.

Family / Species Local name Uses C

ANACARDIACEAE

Tapirira guianensis Aubl. canela-cedro cons 415

ANNONACEAE

Annona cacans Warm. imbiú-branco fuel 505

Guatteria xylopioides R.E.Fr. imbiú-preto cons 470

Xylopia sericea A. St.-Hil. imbiú cons, fuel, tec 508

APOCYNACEAE

Himatanthus bracteatus (A. DC.) Woodson paratudo fuel 518

ARECACEAE

Astrocaryum aculeatissimum (Schott) Burret iri food -

Euterpe edulis Mart. palmito-doce food, cons -

Polyandrococos caudescens (Mart.) Barb. Rodr. palmito-amargo food -

ASTERACEAE

Piptocarpha macropoda (DC.) Baker aroeira-preta cons 498

Indet1 camará-açú fuel 474

BIGNONIACEAE

Jacaranda micrantha Cham. carobinha cons, orn 413

J. puberula Cham. carobinha med, orn 544

CECROPIACEAE

Cecropia hololeuca Miq. embaúba-branca fuel, tec 427

CHRYSOBALANACEAE

Hirtella angustifolia Schott ex Spreng. oiti cons 575

CLUSIACEAE

Calophyllum brasiliense Cambess. guanandí cons, tec 547

EUPHORBIACEAE

Alchornea triplinervia (Spreng.) Müll. Arg. tapiá cons, fuel, tec 500

Aparisthmium cordatum Baill. iricurana cons 497

Hieronyma oblonga (Tul.) Müll. Arg. guapeba-sabão cons 517

Mabea fistulifera Mart. canudo fuel 618

Pogonophora schomburgkiana Miers ex Benth. gema-de-ovo cons 603

LACISTEMATACEAE

Lacistema pubescens Mart. candeia fuel 499

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Table 1. Continuation.

Family / Species Local name Uses C

LAURACEAE

Aniba firmula (Nees & C. Mart.) Mez canela-cheirosa cons, tec 468

Nectandra oppositifolia Nees & Mart. canela cons 438

Ocotea diospyrifolia (Meisn.) Mez canela cons 513

O. divaricata (Nees) Mez canela cons 525

O. glaziovii Mez canela-amarela cons 579

O. schottii (Meisn.) Mez canela cons 419

Licaria sp. canela cons 584

Ocotea sp. canela tec 475

Phyllostemonodaphne geminiflora Kosterm. canela cons 596

Indet2 canela cons 465

LECYTHIDACEAE

Lecythis lanceolata Poir. papante cons 532

LEG. CAESALPINIOIDEAE

Copaifera langsdorffii Desf. copaíba med 421

C. lucens Dwyer copaíba med 464

LEG. MIMOSOIDEAE

Albizia polycephala (Benth.) Killip angico cons, tec 452

Inga tenuis (Vell.) Mart. ingá-mirim fuel 565

Pseudopiptadenia contorta (DC.) G.P. Lewis & M.P.

Lima

angico-preto cons 566

Stryphnodendron polyphyllum Mart. barbatimão cons 462

LEG. PAPILIONOIDEAE

Ormosia cf. minor Vogel olho-de-cabra rit 443

LOGANIACEAE

Strycnos sp. cuaça tec 546

MELASTOMATACEAE

Miconia cinnamomifolia (DC.) Naudin jacatirão cons 425

M. lepidota Schrank & Mart. ex DC. mirindiba fuel 423

Tibouchina arborea Cogn. quaresmeira fuel, orn 428

Miconia sp. jacatirão-branco cons 424

MELIACEAE

Cabralea canjerana (Vell.) Mart. canjerana cons, tec 411

Guarea guidonia (L.) Sleumer carrapeta cons, tec, tox 446

G. kunthiana A. Juss. carrapeta cons, tec 536

G. macrophylla Vahl carrapeta cons, tec 569

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Table 1. Continuation.

Family / Species Local name Uses C

MONIMIACEAE

Siparuna brasiliensis (Spreng.) A. DC. canela fuel 503

S. guianensis Aubl. fedegoso fuel 432

MORACEAE

Brosimum guianense (Aubl.) Huber canudo fuel 618

MYRISTICACEAE

Virola oleifera (Schott) A.C. Sm. bicuíba cons 430

MYRSINACEAE

Myrsine coriacea (Sw.) R. Br. ex Roem. & Schult. capororoca fuel 414

MYRTACEAE

Calyptranthes brasiliensis Spreng. gaiabeira tec 558

Eugenia oblata Roxb. guapeba tec 523

Eugenia sp1 goabeira-do-mato tec 642

Marlierea obscura O. Berg goiabeira tec 454

Myrcia anceps O. Berg caipuna tec 467

NYCTAGINACEAE

Guapira opposita (Vell.) Reitz bucho-de-sapo fuel 482

PROTEACEAE

Roupala sculpta Sleumer carne-de-vaca tec 590

RUBIACEAE

Bathysa mendoncaei K. Schum. guapeba-branca fuel 447

SAPINDACEAE

Cupania furfuracea Radlk. camboatá fuel 418

C. oblongifolia Mart. camboatá fuel 639

C. racemosa (Vell.) Radlk. camboatá-miúdo fuel 416

C. schizoneura Radlk. camboatá fuel 504

SAPOTACEAE

Ecclinusa ramiflora Mart. acá cons, tec 478

Pouteria bangii (Rusby) T.D. Penn. abiurana cons 583

SIMAROUBACEAE

Simarouba amara Aubl. caixeta cons 568

VIOLACEAE

Rinorea guianensis Aubl. arapoca cons 637

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Cunha & Albuquerque (2006) noted the importance of Leguminosae,

Melastomataceae, Burseraceae, and Anacardiaceae in terms of numbers of uses, the

majority of which were related to construction and technology. In studies undertaken in

two indigenous areas in the Amazonian Forest in Brazil, Prance et al. (1987) indicated the

families Arecaceae, Apocynaceae, Clusiaceae, and Chrysobalanaceae as being most

important for the Ka’apor Amerindians; while for the Tembé indigenous tribe Arecaceae,

Chrysobalanaceae, Annonaceae, and Lauraceae stood out. It is worth pointing out that the

families Leguminosae, Lauraceae, Melastomataceae, and Arecaceae are widely distributed

in the country, occurring in many different vegetation formations, and have significant

roles in the characterization of those physiognomies.

The low species richness of some families is compatible with their restriction to

only a single use-category, as was seen in 12 of the 29 families inventoried.

The selective extraction of lumber for construction constitutes the most expressive

use of forest products, and they are used in residences and in shelters for domestic animals.

Among all of the species encountered, 58% were used for this end, and 70% of those

species where used exclusively in this category. The families most indicated for

construction use are Lauraceae, Leguminosae, Euphorbiaceae, Meliaceae,

Melastomataceae, Annonaceae, Anacardiaceae, and Sapotaceae.

Figure 2. Distribution of the numbers of species in the various use-categories encountered

during an ethnobotanical survey in the Gleba Aldeia Velha rural community, municipality

of Silva Jardim, RJ, Brazil.

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Figure 3. Distribution of the numbers of citations in the various use-categories of plants

encountered during an ethnobotanical survey in the Gleba Aldeia Velha rural community,

municipality of Silva Jardim, RJ, Brazil.

Use-pressure associated with knowledge about in situ species populations must be

analyzed individually for each species. When the use of a species requires the cutting down

of an individual, information about the species (including the size and the characteristics of

their respective populations) take on special importance in terms of the adequate

management and the sustainable use of those forest resources.

The biofuel category represents the second largest category of citations, uniting 24

species used for this end. The families most used as fuelwoods are Sapindaceae and

Euphorbiaceae, the latter having the greatest number of use-citations. These biofuels are

used directly for cooking and for preparing manioc flower, as well as to produce charcoal.

Some residences have their own charcoal-manufacturing kilns made of mud, called

“balões”.

In the technology category, wood is used basically for making handles for tools as

well as crates for transporting farm produce. According to some of the local specialists, the

practice of making these wooden crates greatly reduced the number of certain plant species

in the region due to excessive demand in the past for box-wood to supply an industry

installed in the region.

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Figure 4. Distribution of the numbers of citations by use-categories of plants encountered

during an ethnobotanical survey in the Gleba Aldeia Velha rural community, municipality

of Silva Jardim, RJ, Brazil.

The food uses of forest species were concentrated within the family Arecaceae - the

source of palm-hearts. Within the fragment studied, three palm tree species are harvested

for this purpose: Astrocaryum aculeatissimum (Schott) Burret, Euterpe edulis Mart., and

Polyandrococos caudescens (Mart.) Barb. Rodr.). The search for Euterpe edulis, the most

desired palm-heart, was responsible for the accentuated destruction of the forests of Rio of

Janeiro, as this species was once very abundant along the Atlantic coast, growing even on

the mountainsides. Vestiges of cut palms were found in the sample plots. As this plant

produces only a single shoot, cutting the individual to retrieve the palm-heart eliminates

the whole individual - making the conservation of this species more difficult.

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Table 2. List of the types of uses attributed to arboreal species by local specialists in the

Gleba Aldeia Velha rural community, municipality of Silva Jardim, RJ, Brazil, grouped

into use-categories.

Categories of use / Use

Food

edible fruit

Fuel

wood

Construction

rafter, fence, coping, split trunk for oven structure, house construction, leaves for

thatching, house foundations and beams

Medicinal

bath for itching, inflammations, gastric disorders

Ornamental

ornamentation of houses and gardens

Ritualistic

offering

Technological

toy, brooms, tool cable, boxes, shoes, basket, cages, forniture, household goods

Toxic

toxic to cattle

Only three species were recognized as having medicinal properties. Jacaranda

puberula Cham. was indicated for treating itching (using the leaf to prepare an infusion).

Copaifera langsdorffii Desf. and Copaifera lucens Dwyer were indicated for treating

afflictions of the digestive system, using the plant sap.

The ornamental category had three species: Jacaranda micrantha Cham.,

Jacaranda puberula, and Tibouchina arborea Cogn. The local specialists indicated that

these plants were considered ornamental due to their large size and showy flowers.

Two categories had only one indicated species: Guarea guidonia (L.) Sleumer is

considered toxic to cattle; and the seeds of Ormosia cf. minor Vogel are used for

adornment in Afro-Brazilian cult rituals.

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The association between abundance, frequency, and dominance of the species

sampled in the forest and the use-values attributed to them by the local specialists were

evaluated by linear regression analysis (tab. 3).

The data demonstrated that although the species in the fragment with high use-

values appeared to have low relative densities – suggesting that the species with the

greatest versatility had reduced populations – this association was not in fact found to be

significant (UV = 1.59 – 2.57*DR; r² = 0.004; F = 0.266; p > 0.05). Of the three species

that stood out as having the highest use-values: Xylopia sericea A. St.-Hil., Lecythis

lanceolata Poir., and Guarea macrophylla Vahl; the last two did demonstrate very low

relative densities in the study fragment (0.54 and 0.27 respectively).

A similar situation was noted in terms of the association between high use-values

and high relative dominance. The results also were not significant (UV = 1.45 +

8.64*DoR; r² = 0.049; F = 3.447; p > 0.05), although the species with the greatest UV was

also the species with the greatest relative dominance (4.54) - which may be related to the

size of the population (17 individuals) and to their bulk.

The analysis of diameter distributions among the first three species having the

highest UV as well as populations greater than 15 individuals (Fig. 5) demonstrated that

Aniba firmula and Cabralea canjerana had inverted “J” distribution patterns, indicating

normal regeneration patterns. Xylopia sericea, on the other hand, did not demonstrate the

same inverted “J” distribution pattern, suggesting problems during its regeneration process

in a given stage of the community, or an alteration directly related to the taxon. In

examining the structural descriptors of this species and associating them to ethnobotanical

data, it could be seen that Xylopia sericea is heavily used in constructing roofs for local

residences, and trees with stem diameters between 5 and 20 cm are preferentially

harvested. This specific diameter selection results in reduced numbers of individuals in the

first two diameter classes in the forest fragment studied. Those individuals not selectively

harvested will grow and occupy the canopy layer at maturity, making up the tallest

individuals in the fragment.

In analyzing the relative frequency of the species, it was observed that the use-value

was independent of the frequency of the species (UV = 1.53 + 2.66*FR; r² = 0.002; F =

0.111; p > 0.05). As such, the species with the greatest use-values are not necessarily those

having the greatest frequencies in the plots we analyzed.

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Figure 5. Diameter distribution of the three tree species with the greatest UV and largest

numbers of individuals in an ethnobotanical survey in the Gleba Aldeia Velha rural

community, municipality of Silva Jardim, RJ, Brazil.

The association between the use-value of a given family and its species richness

(Fig. 6) was significant and positive (UVf = 1.02 + 0.66*N.Spp; r² = 0.723; F = 70.542; p <

0.0001). The best predictor of a species’ usefulness is therefore associated with family

richness, corroborating with the data presented by Moerman et al. (1999). Our data

indicates that morphological similarities between species subordinated to the same family

influence the local specialists and suggest similarities in their uses - so much so, in fact,

that they sometimes attribute the same vernacular name to distinct taxa.

In the graph of the residual (Fig. 7), the families are represented by observation

points. Assuming α = 0.05, the family Myrtaceae is apparently under-used in light of its

high species richness but the low use-values attributed to it by the local specialists. In spite

of the fact that this family is recognized as having a large number of species in the Atlantic

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Forest, these plants were basically only used to make tool handles, as they have smooth

trunks and their soft-textured wood is comfortable to grip. Additionally, the species that

occur in the study area are small and thus less valued by the local specialists who are more

attentive to lumber species. The family Meliaceae, however, demonstrated over-utilization

- due to its low species richness but elevated use-value. Six species of this family

werefound to occur in the area, all of them valued for producing wood used is house

construction and for making furniture.

Figure 6. Regression analysis of the use-values of the plant families and their respective

use-values from an ethnobotanical survey in the Gleba Aldeia Velha rural community,

municipality of Silva Jardim, RJ, Brazil.

It is interesting to note that selective extraction to supply the demands of saw-mills

in northern Rio of Janeiro State was one of the principal factors responsible for the

reduction in the populations of coastal forest species that are currently priority targets for

conservation (such as Dalbergia nigra (Vell.) Allemao ex Benth., Melanoxylon brauna

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Schott, and Tabebuia cassinoides) - but this same economic demand for wood imparted a

great deal of specialized knowledge about the uses of arboreal species to a small segment

of the local population – the local specialists – who can now be tapped to aid in forest

conservation.

Larrère et al. (2003) observed that “Biodiversity is the result of the interaction of

natural processes and human activities acting over long time scales. Human activities are

not necessarily unfavorable to biological diversity. Conservation, in itself, is not restricted

solely to nature but includes human culture”. As such, local knowledge concerning the

uses and populations sizes of forest species should be consulted when preparing proposals

for management activities that intend to conserve plant resources and when developing

sustainable alternatives to guarantee the permanence and well-being of these rural

communities.

Figure 7. Analysis of the residual standard errors obtained by the linear regression

between the use-values of the families and their respective use-values from an

ethnobotanical survey in the Gleba Aldeia Velha rural community, municipality of Silva

Jardim, RJ, Brazil.

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Table 3. Use-value and structural descriptors of the arboreal species considered useful by

local specialists in the Gleba Aldeia Velha rural community (with DBH ≥ 5 cm) that were

encountered in a 0.5 ha forest fragment in the Santa Helena Farm, municipality of Silva

Jardim, Rio of Janeiro, Brazil, presented in decreasing use-value order (UV). UV = use

value, Ni = number of individuals, DR = relative density (%), DoR = relative dominance

(%), FR = relative frequency (%), VI = importance value.

Species UV Ni DR DoR FR VI

1. Xylopia sericea 3.40 17 2.32 4.54 2.51 9.37

2. Lecythis lanceolata 2.80 4 0.54 0.49 0.68 1.72

3. Guarea macrophylla 2.67 2 0.27 0.05 0.46 0.78

4. Jacaranda micrantha 2.60 4 0.54 1.77 0.68 3.42

5. Alchornea triplinervia 2.60 3 0.41 1.97 0.46 2.83

6. Aniba firmula 2.50 16 2.18 1.27 2.05 5.50

7. Guarea guidonia 2.50 3 0.41 0.42 0.23 1.06

8. Calophyllum brasiliense 2.40 1 0.14 0.07 0.23 0.44

9. Cabralea canjerana 2.40 20 2.72 2.60 2.97 8.30

10. Hirtella angustifolia 2.25 2 0.27 0.59 0.23 1.09

11. Ecclinusa ramiflora 2.20 3 0.41 0.52 0.46 1.39

12. Tapirira guianensis 2.17 12 1.63 5.11 2.05 8.80

13. Albizia polycephala 2.17 16 2.18 3.98 1.14 7.30

14. Stryphnodendron polyphyllum 2.00 4 0.54 0.37 0.91 1.83

15. Guarea kunthiana 2.00 2 0.27 0.07 0.23 0.57

16. Hyeronima oblonga 1.83 11 1.50 2.45 1.60 5.54

17. Tibouchina arborea 1.83 3 0.41 0.52 0.68 1.62

18. Guatteria xylopioides 1.80 19 2.59 3.39 2.28 8.27

19. Licaria sp 1.80 3 0.41 2.85 0.68 3.94

20. Eugenia oblata 1.80 4 0.54 0.89 0.68 2.12

21. Virola oleifera 1.75 7 0.95 2.02 0.91 3.88

22. Pogonophora schomburgkiana 1.67 11 1.50 2.36 0.68 4.55

23. Nectandra oppositifolia 1.67 11 1.50 2.14 1.37 5.01

24. Ocotea divaricata 1.67 18 2.45 1.35 2.51 6.31

25. Phyllostemonodaphne geminiflora 1.67 2 0.27 0.69 0.46 1.42

26. Copaifera langsdorffii 1.67 1 0.14 0.35 0.23 0.72

27. Cecropia hololeuca 1.60 6 0.82 0.72 0.68 2.23

28. Miconia cinnamomifolia 1.60 4 0.54 0.91 0.68 2.14

29. Rinorea guianensis 1.60 15 2.04 1.46 1.60 5.10

30. Piptocarpha macropoda 1.50 12 1.63 5.19 1.6 8.42

31. Pseudopiptadenia contorta 1.50 4 0.54 0.65 0.68 1.88

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74

Table 3. Continued.

Species UV Ni DR DoR FR VI

32. Eugenia sp 1.50 1 0.14 0.12 0.23 0.49

33. Simarouba amara 1.50 5 0.68 1.78 1.14 3.60

34. Mabea fistulifera 1.40 17 2.32 3.78 1.60 7.70

35. Euterpe edulis 1.33 3 0.41 0.09 0.68 1.18

36. Jacaranda puberula 1.33 7 0.95 0.39 1.14 2.48

37. Copaifera lucens 1.33 1 0.14 0.16 0.23 0.52

38. Cupania oblongifolia 1.33 1 0.14 0.03 0.23 0.39

39. Brosimum guianense 1.25 1 0.14 0.03 0.23 0.39

40. Cupania furfuracea 1.25 13 1.77 0.82 1.60 4.19

41. Aparisthmium cordatum 1.20 51 6.95 4.91 3.42 15.28

42. Lauraceae sp 1.20 1 0.14 0.06 0.23 0.42

43. Ocotea diospyrifolia 1.20 5 0.68 0.57 0.91 2.17

44. Ocotea sp 1.20 4 0.54 0.31 0.91 1.77

45. Miconia lepidota 1.20 4 0.54 0.42 0.68 1.65

46. Miconia sp 1.20 9 1.23 0.37 0.91 2.51

47. Siparuna brasiliensis 1.20 21 2.86 2.25 2.28 7.40

48. Siparuna guianensis 1.20 3 0.41 0.10 0.68 1.19

49. Marlierea obscura 1.20 3 0.41 0.13 0.68 1.22

50. Roupala sculpta 1.20 5 0.68 0.62 0.68 1.99

51. Cupania racemosa 1.20 8 1.09 1.47 1.60 4.16

52. Cupania schizoneura 1.20 1 0.14 0.05 0.23 0.41

53. Pouteria bangii 1.20 2 0.27 0.05 0.23 0.55

54. Ocotea glaziovii 1.17 2 0.27 0.34 0.46 1.07

55. Calyptranthes brasiliensis 1.17 2 0.27 0.09 0.23 0.59

57. Annona cacans 1.00 2 0.27 2.15 0.46 2.88

58. Himatanthus bracteatus 1.00 8 1.09 0.59 1.14 2.82

59. Astrocaryum aculeatissimum 1.00 10 1.36 0.75 1.37 3.48

60. Polyandrococos caudescens 1.00 1 0.14 0.17 0.23 0.53

61. Asteraceae sp 1.00 3 0.41 1.34 0.68 2.44

56. Myrcia anceps 1.17 28 3.81 1.74 2.05 7.61

62. Lacistema pubescens 1.00 34 4.63 2.25 2.74 9.63

63. Ocotea schottii 1.00 5 0.68 1.03 0.68 2.39

64. Ingá tenuis 1.00 1 0.14 0.05 0.23 0.41

65. Ormosia minor 1.00 4 0.54 0.62 0.91 2.08

66. Strycnos sp 1.00 1 0.14 0.20 0.23 0.56

67. Myrsine coriacea 1.00 1 0.14 0.07 0.23 0.44

68. Guapira opposita 1.00 43 5.86 4.89 3.65 14.4

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Table 3. Continued.

Species UV Ni DR DoR FR VI

69. Bathysa mendoncaei 1.00 23 3.13 1.13 2.05 6.32

Other species

(without a recognized use) - 160 21.83 12.32 29.53 63.56

Total - 734 100 100 100 300

Conclusions

The background of the local informants had a very strong influence on the results of

the research reported here, as these men were predominantly ex-harvesters of lumber

resources and most of their knowledge about the forest was focused on forest species used

as timber resources. Their former occupations likewise explain their accuracy in

recognizing fully 78.20% of the arboreal individuals sampled and 53.49% of the species

encountered.

Most of the species demonstrated low use-versatility, having from one to a

maximum of four uses.

The construction category had the largest number of species, followed by fuels and

technology – and the previous association of the informants with harvesting wood from the

Atlantic Forest for biofuel use surely contributed to these proportions.

The local specialists’ knowledge about forest species and their use-versatilities

were found to be independent of their actual abundance in nature.

The association between the use-value of a family and its species richness was

found to be significant and positive. Morphological similarities between the species within

a given family greatly influenced the local specialists, to the point of not only indicating

similar uses for them but also using the same vernacular name for distinct taxa.

The diameter-class distributions noted for Xylopia sericea, when associated to the

characteristics of its use by the community exemplify how the local management of a

given resource can interfere in the ecological parameters of and entire forest fragment.

The sub-utilization of the Myrtaceae family and the over-use of the Meliaceae

demonstrated the degree of influence of the historical profiles of the local specialists on our

results. The knowledge accumulated during their work harvesting native trees influenced

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their manner of seeing the forest, and even though they were assisting a scientific research

project (and were aware of the importance of conserving the forest as a whole), these

specialists consistently attributed greater value to arboreal species, especially those valued

as lumber species.

Interdisciplinary investigations that evaluate the structure of forest fragments

together with the use of those resources by local rural communities can provide important

information for future in situ conservation programs, while at the same time offering the

prospect of sustainable management and use of natural products by those same

communities.

The community studied recognized the importance of conserving the remnant

forests as a way of protecting the resources they use - thus presenting the possibility of

recruiting them as front-line agents for the conservation and management of the Atlantic

Forest – a forest that is currently reduced to only 6% of its original area in Rio of Janeiro

State (with 30% of that area at least nominally safeguarded in conservation areas).

Acknowledgements

The authors would like to thank PETROBRAS for financing the “Mata Atlantic”

Program of the Rio of Janeiro Botanical Garden, which included the present this study; the

Poço das Antas Biological Reserve / IBAMA for their logistical support; the Escola

Nacional of Botânica Tropical (ENBT) for the use of their facilities; Antônio Tavares of

Oliveira, Adilson Pintor, and Jonas Alves Dias of the Programa Mata Atlantic for their

help with the field work; the taxonomists Alexandre Quinet, Haroldo Cavalcanti Lima,

José Fernando Baumgratz, and Marcelo Costa Souza of the Rio of Janeiro Botanical

Garden; the owners of the Santa Helena Farm for allowing us free access to the study site;

the CAPES for the Masters grant to the first author, and to the biologist Roy Funch for the

English version and its revision.

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ARTIGO III

Uso e diversidade de espécies arbóreas nativas em comunidade

rural adjacente à Unidade de Conservação no Sudeste do

Brasil: uma abordagem cultural

Alexandre Gabriel Christo1,3

Rejan R. Guedes-Bruni1

Felipe de Araújo P. Sobrinho1

Ary Gomes da Silva2

Ariane Luna Peixoto1

1 Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rua Pacheco Leão, 915, 22.460-030 - Rio de Janeiro, RJ, Brasil. 2 Universidade de Vila Velha, Rua Comissário José Dantas de Melo, 21, 29.102-770 - Vila Velha, ES, Brasil 3 Autor para correspondência: [email protected]

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Resumo

Foi investigado o uso da Floresta Atlântica por comunidade rural, na parte central-costeira

do estado do Rio de Janeiro (22o30’20”S e 42o16’30”W), através do consenso de 10

especialistas locais. Métodos multivariados foram empregados para análise dos dados.

Foram registrados usos para 143 espécies arbóreas, subordinadas a 39 famílias botânicas.

As famílias mais reresentativas em número de espécies foram: Leguminosae (13 Mim., 10

Caes. e 8 Pap.), Lauraceae (10 espécies), Euphorbiaceae (9) e Bignoniaceae (8).

Reconheceram-se 30 usos diferentes para as espécies, sendo as categorias construção e

tecnologia as que reúnem os maiores números de uso, 11 e 10, respectivamente. É

evidenciado através da análise de correspondência canônica (CCA) que o conhecimento

acerca dos usos das plantas não é previsível a partir do perfil sócio-cultural dos

especialistas locais, mas que, através da análise de regressão, verifica-se uma associação

positiva e significativa entre as idades dos especialistas locais e o número de espécies

arbóreas conhecidas. A análise de agrupamento formou dois grupos distintos e este fato

pode ser atribuído à concentração em um dos grupos de especialistas locais que

participaram de extração de madeira no passado e que moram no local. Estas

características contribuíram para um maior conhecimento sobre as espécies empregadas

para fins de construção, tecnologia e combustível. A polivalência funcional e ocupacional

desses especialistas locais pode operar como um canal de abertura para a exploração de

novas frentes de ocupação, emprego e renda em atividades não agrícolas e, assim, num

contexto de implementação de políticas de conservação ambiental, colaborarem para

ativamente para este fim. Explorações interdisciplinares que avaliem a estrutura de

fragmentos florestais associadas ao uso dos recursos que as comunidades rurais dela

fazem, constituem importantes fontes de dados que podem subsidiar a conservação de

espécies in situ e, ao mesmo tempo, oferecer às comunidades formas sustentáveis de

manejo e sustento familiar.

Palavras-chave: etnobotânica, Floresta Atlântica, comunidade rural, conservação.

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Abstract

The use of Atlantic Forest was investigated at a center coastal are at Rio de Janeiro State

(22o30’20”S e 42o16’30”W), by means of consensus of 10 local specialists. Multivariate

techniques were used in data analysis. The uses of 143 tree species, belonging to 39

botanic families, were recorded. The most representative families were Leguminosae (13

Mim., 10 Caes. e 8 Pap.), Lauraceae (10 species), Euphorbiaceae (9) e Bignoniaceae (8). A

total of 30 different kinds of uses were registered for the species, and the categories of

building and technology were the ones that assembled the highest values, 11 and 10,

respectively. The Canonical Correspondence Analysis (CCA) had evidenced that the

knowledge about plant uses was not predictable on the basis of social-cultural profile of the

local specialists, but there were a significant positive association between the ages of local

specialists with the number of known tree species that were evidenced by simple linear

regression. Cluster analysis had shown two distinct groups, probably because of the

assembling in one of them of local specialists that took part in timber gathering in the past

who are also longer local inhabitants that are established in that site. These attributes may

probably contribute to their higher knowledge about the plant species used in building,

technology, and fuel. The functional and occupational polyvalence of those local

specialists may work as an open way for exploring new fronts for occupation, employ, and

pay in non agricultural activities that may collaborate to biological diversity conservation

in the context of public policies of environmental preservation. Interdisciplinary

approaches that evaluate forest fragment structure associated with their uses by local

communities are important data sources to support in situ species conservation and, at the

same time, offering sustainable ways of management and familiar livelihood to local

communities.

Key words: ethnobotany, Atlantic Forest, rural community, conservation.

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Introdução

A Floresta Atlântica é o bioma mais ameaçado do Brasil, representando o quinto na

lista dos hotspots mundiais, definidos como áreas de alta diversidade biológica, elevadas

taxas de endemismo e que se encontram sob forte ameaça a sua integridade, o que as torna

prioritárias para ações de conservação (Myers et al. 2000). Neste bioma a maior parte dos

remanescentes florestais, especialmente em paisagens intensamente cultivadas, encontra-se

na forma de pequenos fragmentos, altamente perturbados e pouco protegidos (Viana 1995).

Neste cenário, imersas nesta matriz antrópica, encontram-se comunidades rurais

que desenharam um modelo de classificação e utilização dos recursos naturais para sua

própria sobrevivência e formas de expressão e reprodução do seu sistema cultural.

A acelerada perda de extensas áreas verdes coloca em risco a reprodução e

transmissão do conhecimento sobre o ambiente natural. Este fato não só justifica como

também induz que estudos etnobotânicos sejam desenvolvidos.

Desta forma, estudos etnobotânicos que avaliem a interferência da ocupação

humana no uso da paisagem, afetando a estrutura de comunidades vegetais, a evolução de

espécies e alterações morfológicas através dos processos de domesticação, a biologia

reprodutiva de determinadas populações de plantas de interesse, não apenas sob aspectos

negativos, como comumente se credita à intervenção humana, mas beneficiando e

promovendo os recursos manejados, devem constituir uma das ações prioritárias de estudo

para a inserção dessas comunidades como importantes atores no processo de conservação

da diversidade biológica, principalmente por àquelas comunidades rurais que coexistem no

interior ou às margens das Unidades de Conservação (UCs), cujo conhecimento acerca do

uso dos recursos vegetais são transmitidos de forma oral, de geração à geração.

Este estudo objetivou: (1) identificar as espécies arbóreas da Floresta Atlântica,

reconhecidas como úteis por especialistas locais numa comunidade rural, circunvizinha à

Reserva Biológica de Poço das Antas, município de Silva Jardim, Rio de Janeiro e (2)

testar a ocorrência de associações entre as características sócio-econômicas e o

conhecimento local acerca da utilização do recurso vegetal.

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Material e Métodos

Área de Estudo

A comunidade rural de Gleba Aldeia Velha (22o30’20”S e 42o16’30”W) localiza-se

no município de Silva Jardim, parte central-costeira do estado do Rio de Janeiro, distando

cerca de 120 km da capital do estado (fig 1.) e é circunvizinha à Reserva Biológica de Poço

das Antas (Rebio), cuja vegetação predominante caracteriza-se como Floresta Ombrófila

Densa Atlântica submontana (Velloso et al. 1991), em diferentes estados de maturidade.

A Rebio, com ca. 5.000 ha, encontra-se sob influência direta da bacia hidrográfica

do rio São João, que a inunda parcialmente. A ação antrópica, principalmente decorrente

da extração seletiva de essências florestais e da ação do fogo, além da drenagem artificial e

retificação dos rios, contribuiu para o desaparecimento de amplos trechos de formações

florestais, sobretudo, nas planícies de inundação (Lima et al. 2006).

A cobertura vegetal atual da Rebio, embora nitidamente fragmentada, ainda assim,

representa um significativo remanescente florestal de baixada do estado do Rio de Janeiro,

não só pelos elementos típicos a esta fisionomia vegetal, como também por abrigar

populações do mico-leão-dourado (Leonthopithecus rosalia Lesson, 1840) e a preguiça-de-

coleira (Bradypus torquatus Illiger, 1811), espécies ameaçadas de extinção (Guedes-Bruni

1998).

O município de Silva Jardim não é conhecido somente por abrigar esta importante

UC, mas como também deter o maior número de Reservas Particulares do Patrimônio

Natural (RPPN) do estado do Rio de Janeiro, fazendo com que ganhe destaque no que

tange à conservação de espécies animais e vegetais e à ampliação da conectividade das

ilhas de vegetação (Fundação SOS Mata Atlântica 2007).

Parte dos habitantes, desta comunidade, vivia, no passado, na área que hoje

constitui a Rebio, tendo sido assentados, na ocasião de sua criação no final da década de

70, em área limítrofe à unidade de conservação.

A comunidade é composta por ca. de 60 famílias, cujas atividades econômicas

baseiam-se na agricultura de pequena escala, com o plantio de mandioca (Manihot

esculenta Crantz) e milho (Zea mays L.), e nas atividades pecuárias, com criação de gado

bovino, tanto para corte quanto para leite (Christo et al. 2006).

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Figura 1. Mapa de localização da comunidade rural Gleba Aldeia Velha rural, município

de Silva Jardim, RJ, Brasil.

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Informações mais detalhadas sobre a vegetação, solo e clima local podem ser

obtidas em Lima et al. (2006), e no que se refere a sua história, modo de vida e atividades

econômicas da comunidade Gleba Aldeia Velha, em Christo et al. (2006).

Procedimentos metodológicos

Durante o desenvolvimento das atividades de campo identificou-se que as mulheres

detinham um menor conhecimento sobre o uso de espécies arbóreas quando comparado aos

homens (Christo et al. 2006). Historicamente coube às mulheres o papel de cuidar da

família e isto se verifica pelo manejo das hortas familiares de onde são retirados alimentos

e remédios. Na relação com a floresta, ainda que algumas delas disponham de

conhecimento transmitido por pai ou avô, sobre espécies típicas a este ambiente, a

transmissão deste conhecimento é dificultada pelas regras sociais na comunidade que, se

não impedem, pelo menos dificultam o acesso ao recurso florestal. O acompanhamento,

por parte de um informante do gênero feminino, a um pesquisador ou equipe, no interior da

floresta foi dificultado e, assim, optou-se por trabalhar somente com informantes do gênero

masculino.

A seleção dos especialistas locais foi realizada através da técnica da bola de neve,

que consiste em localizar um ou mais informantes-chave que indicam outros candidatos

que poderão participar da pesquisa (Bernard 1989). Desta forma obteve-se a participação

de 10 especialistas locais, pessoas detentoras de conhecimento sobre o uso da flora arbórea

local, com idades entre 38 e 72 anos. O trabalho de campo foi realizado entre março de

2007 a março de 2008, onde foi aplicado formulário em entrevistas semi-estruturadas

(Alexiades & Sheldon 1996) enfocando o histórico de vida do indivíduo e sua relação com

o uso dos recursos da floresta.

Os dados etnobotânicos das espécies foram coligidos por meio de caminhadas

livres, em uma área amostral de 0,5 hectare e em outros fragmentos ao redor das

residências, sendo identificado o nome do espécime botânico, seus usos e partes do vegetal

utilizadas.

Os usos identificados pelos especialistas locais, seguindo o proposto por Rios

(2002) e adaptado por Christo et al. (2006), foram agrupados em nove categorias:

alimentício, medicinal, construção, combustível, ornamental, ritualístico, tecnológico e

tóxico. Os usos encontram-se definidos na tabela 1. Estas mesmas categorias têm sido

empregadas em estudos etnobotânicos que analisam vegetação arbórea (Torre-Cuadros &

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Islebe 2003; Galeano 2000; Phillips et al. 1994; Phillips & Gentry 1993a, 1993b; Piñedo-

Vasquez et al. 1990; Prance et al. 1987).

Amostras do material botânico foram coletadas sob indicação e na presença do

informante. O material foi identificado através de chaves analíticas, revisões taxonômicas,

comparação a exsicatas de herbários e auxílio de taxonomistas para grupos de difícil

identificação. O material testemunho encontra-se depositado no herbário do Jardim

Botânico do Rio de Janeiro (RB).

O sistema de classificação adotado segue Cronquist (1988), excetuando-se

Leguminosae, que foi considerada como família única, de acordo com Polhill et al. (1981).

A nomenclatura foi conferida através das bases de dados do IPNI (2008).

Tabela 1. Lista dos usos das espécies arbóreas indicados por especialistas locais da

comunidade rural Gleba Aldeia Velha, município de Silva Jardim, RJ, agrupados em oito

categorias.

Categorias de uso / Uso

Alimentícia

fruto comestível

Combustível

carvão, lenha

Construção

caibro, cerca, engradamento, escoramento, esteio, haste, linha, mourão, ripa, tábua, viga, folhas para

cobertura.

Medicinal

banho para coceira, inflamações, problemas gástricos

Ornamental

ornamentação de casas e jardins

Ritualística

Oferenda

Tecnológica

brinquedo, broto para fazer vassoura, cabo de ferramenta, caixotaria, calçado, cestaria, gaiola,

movelaria, peneira, utensílios domésticos

Tóxica

tóxica para o gado

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Buscando reconhecer quais fatores sócio-econômicos são responsáveis por um mais

apurado conhecimento local, em termos de riqueza de espécies e versatilidade de usos,

aplicou-se uma análise de correspondência canônica (Jongman et al. 1997). Concomitante

a esta, aplicou-se uma análise de agrupamento, utilizando a distância euclidiana simples e

o método de agrupamento UPGMA, para averiguar a similaridade em termos de uso das

espécies locais (Jongman et al. 1997).

Já para testar a associação entre o conhecimento adquirido acerca do uso dos

recursos vegetais e a idade do especialista local, conforme proposta apresentada por

Phillips & Gentry (1993b), utilizou-se uma análise de regressão linear entre o número de

espécies citadadas e a idade do entrevistado (Sneath e Sokal 1973).

Resultados e Discussão

Foram reconhecidas 143 espécies arbóreas úteis, distribuídas em 105 gêneros e 39

famílias botânicas (tab. 2). As famílias mais expressivas em numero de espécies foram:

Leguminosae com 31 spp. (13 Mim., 10 Caes. e 8 Pap.), Lauraceae (10 spp.),

Euphorbiaceae (9 spp.) e Bignoniaceae (8 spp.) (fig. 2).

O valor de riqueza de espécies é considerado alto quanto comparado a outros

estudos etnobotânicos realizados em áreas florestais. A tabela 3 mostra que os especialistas

da comunidade Gleba Aldeia Velha detém um elevado conhecimento acerca da floresta.

Quanto aos usos, foram registrados 30 usos diferentes para as espécies, conforme

apresentado na tabela 3, os quais foram agrupados em oito categorias, sendo que:

construção (11) e tecnologia (10) concentram o maior elenco de usos (fig. 3).

A elevada porcentagem de espécies conhecidas nas categorias construção,

tecnologia e combustível (80,42%) reafirma a importância destes tipos de usos nos

recursos florestais da Floresta Atlântica, ao mesmo tempo em que demanda cuidados, uma

vez que sua obtenção pode acarretar danos à conservação das espécies. Outros estudos

(Albuquerque et al. 2005; Cunha & Albuquerque 2006; Alarcon & Peixoto 2008) mostram

que estes usos são costumeiramente encontrados quando o foco o estudo é a floresta.

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Tabela 2. Lista das espécies arbóreas, em ordem alfabética de família, reconhecidas como

úteis por especialistas locais da comunidade rural Gleba Aldeia Velha, município de Silva

Jardim, RJ, Brasil. Usos: ali - alimentação; med – medicinal; cons – construção; comb;

combustível; orn – ornamental; rit – ritualistico; tec – tecnológico; tox – toxico. NC =

número de coleta de A. G. Christo.

Família/Espécie Nome local Usos NC

ANACARDIACEAE

Astronium graveolens Jacq. aroeira comb 360

Schinus terebinthifolia Raddi aroeira med 215

Tapirira guianensis Aubl. canela-cedro cons 415

ANNONACEAE

Annona cacans Warm. imbiú-branco comb 505

Guatteria latifolia (Mart.) R.E.Fr. bicuibuçú comb 267

G. xylopioides R.E.Fr. imbiú-preto cons 470

Xylopia sericea A. St.-Hil. imbiú cons, tec 388

APOCYNACEAE

Himatanthus bracteatus (A. DC.) Woodson paratudo,

orelha-de-burro

comb, med, ali 518

Malouetia arborea (Vell.) Miers coerana-preta tec 549

Peschiera affinis (Müll. Arg.) Miers leiteira comb 628

ARECACEAE

Astrocaryum aculeatissimum (Schott) Burret iri ali, tec, cons -

Euterpe edulis Mart. palmito-doce ali, cons -

Polyandrococos caudescens (Mart.) Barb. Rodr. palmito-amargo ali -

ASTERACEAE

Gochnatia polymorpha (Less.) Cabrera camará med, cons 611

Piptocarpha macropoda (DC.) Baker aroeira-preta cons 498

Vernonia discolor (Spreng.) Less. camará comb 316

Indet sp1 camará-açú comb 474

BIGNONIACEAE

Cybistax antisyphilitica (Mart.) Mart. caroba-do-

campo

med 545

Jacaranda micrantha Cham. carobinha cons, orn 413

J. puberula Cham. carobinha med, orn 544

Sparattosperma leucanthum (Vell.) K. Schum. cinco-folhas comb 613

Tabebuia cassinoides (Lam.) DC. pau-tamanco tec 490

T. chrysotrycha (Mart. ex A. DC.) Standl. ipê-tabaco cons, orn -

T. heptaphylla (Vell.) Toledo ipê-roxo med, orn 592

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Tabela 2. Continuação.

Família/Espécie Nome local Usos NC

BIGNONIACEAE (cont.)

T. umbellata (Sond.) Sandwith ipê-do-brejo orn 331

BOMBACACEAE

Bombacopsis glabra (Pasq.) Robyns castanheira orn 355

CARICACEAE

Jacaratia spinosa (Aubl.) A. DC. mamão-jacatiá ali 354

CECROPIACEAE

Cecropia glaziovi Snethlage embaúba-preta comb 145

C. hololeuca Miq. embaúba-branca comb, tec 427

C. lyratiloba Miq. embaúba-miúda comb 397

CHRYSOBALANACEAE

Hirtella angustifolia Schott ex Spreng. oiti cons 575

CLETHRACEAE

Clethra scabra Pers. canela-abacate cons 638

CLUSIACEAE

Calophyllum brasiliense Cambess. guanandí cons, tec 493

Symphonia globulifera Mart. guanandirana cons 488

ERYTHROXYLACEAE

Erythroxylum citrifolium A. St.-Hil. catuaba ali 587

EUPHORBIACEAE

Actinostemon communis (Müll. Arg.) Pax mirindiba-ipê cons 282

Alchornea sidifolia Müll. Arg. iricurana cons 506

A. triplinervia (Spreng.) Müll. Arg. tapiá, iricurana cons, comb, tec 500

Aparisthmium cordatum Baill. iricurana cons 497

Croton floribundus Spreng. capixingui cons 381

Hieronyma oblonga (Tul.) Müll. Arg. guapeba-sabão cons 517

Mabea fistulifera Mart. canudo comb 618

Pogonophora schomburgkiana Miers ex Benth. gema-de-ovo,

milho-cozido

cons 603

Senefeldera multiflora Mart. sucanga cons 268

LACISTEMATACEAE

Lacistema pubescens Mart. candeia comb 499

LAURACEAE

Aniba firmula (Nees & C. Mart.) Mez canela-cheirosa cons, tec 468

Licaria sp. canela cons 584

Nectandra oppositifolia Nees & Mart. canela cons 438

N. puberula (Schott) Nees canela cons 318

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Tabela 2. Continuação.

Família/Espécie Nome local Usos NC

LAURACEAE (cont.)

Ocotea diospyrifolia (Meisn.) Mez canela cons 513

O. divaricata (Nees) Mez canela cons 525

O. glaziovii Mez canela-amarela cons 579

O. schottii (Meisn.) Mez canela cons 419

Ocotea sp. canela tec 475

Phyllostemonodaphne geminiflora Kosterm. canela cons 596

Indet sp2 canela cons 465

LECYTHIDACEAE

Cariniana legalis (Mart.) Kuntze jequitibá cons -

Lecythis lanceolata Poir. papante cons 532

L. pisonis Cambess. sapucaia orn 406

LEG. CAESALPINIOIDEAE

Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F. Macbr. garapa cons 369

Bauhinia forficata Link. pata-de-vaca med 486

Chamaecrista ensiformis (Vell.) H. S. Irwin & Barneby oiti comb 271

Copaifera langsdorffii Desf. copaíba med 421

C. lucens Dwyer copaíba med 464

C. trapezifolia Hayne copaíba med 366

Hymenaea courbaril L. jatobá cons -

Melanoxylon brauna Schott braúna cons -

Schizolobium parahyba (Vell.) Blake guapuruvu orn -

Senna multijuga (Rich.) H.S. Irwin & Barneby aleluia orn 630

LEG. MIMOSOIDEAE

Albizia polycephala (Benth.) Killip angico cons, tec 452

Balizia pedicellaris (DC.) Barneby & Grimes cambuí-branco cons 328

Ingá edulis Mart. ingá ali 353

I. laurina (Sw.) Willd. ingá-feijão ali 494

I. leptantha Benth. ingá-da-folha-

fina

ali 356

I. subnuda Benth. ingá ali 489

I. tenuis (Vell.) Mart. ingá-mirim comb 565

Mimosa bimucronata (DC.) Kuntze maricá comb 632

Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F. Macbr. pau-jacaré comb 364

P. paniculata Benth. angicão cons 329

Plathymenia foliolosa Benth. vinhático cons 317

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Tabela 2. Continuação.

Família/Espécie Nome local Usos NC

LEG. MIMOSOIDEAE (cont.)

Pseudopiptadenia contorta (DC.) G.P. Lewis & M.P.

Lima

angico-preto cons 566

Stryphnodendron polyphyllum Mart. barbatimão cons, med 462

LEG. PAPILIONOIDEAE

Andira anthelmia (Vell.) J.F. Macbr. angelim-pedra cons 633

Centrolobium tomentosum Benth. araribá tec -

Dalbergia nigra (Vell.) Allemao ex Benth. jacarandá-

cabiúna

cons 332

Erythrina speciosa Andrews mulungu orn -

Lonchocarpus cultratus (Vell.) A.M.G. Azevedo &

H.C.L.

mal-casado comb 312

Machaerium nyctitans (Vell.) Benth. guaxumbé comb 333

Myrocarpus frondosus Allemão óleo-pardo cons 621

Ormosia cf. minor Vogel olho-de-cabra rit 443

LOGANIACEAE

Strycnos sp. cuaça tec, med 546

MELASTOMATACEAE

Miconia cinnamomifolia (DC.) Naudin jacatirão cons 425

M. lepidota Schrank & Mart. ex DC. mirindiba comb 423

M. prasina (Sw.) DC. mirindiba comb 401

Miconia sp. jacatirão-branco cons 424

Tibouchina arborea Cogn. quaresmeira comb, orn 428

T. granulosa (Desr.) Cogn. quaresmeira orn 330

MELIACEAE

Cabralea canjerana (Vell.) Mart. canjerana cons, tec 411

Cedrela odorata L. cedro cons 610

Guarea guidonia (L.) Sleumer carrapeta cons, tec, tox 446

G. kunthiana A. Juss. carrapeta cons, tec 536

G. macrophylla Vahl carrapeta cons, tec 569

MONIMIACEAE

Siparuna brasiliensis (Spreng.) A. DC. canela comb 503

S. guianensis Aubl. fedegoso comb 432

MORACEAE

Brosimum guianense (Aubl.) Huber canudo comb 618

Ficus gomelleira Kunth & C.D. Bouché figueira tec 609

F. insipida Willd. figueira comb 400

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Tabela 2. Continuação.

Família/Espécie Nome local Usos NC

MORACEAE (cont.)

Sorocea guilleminiana Gaudich. espinheira-santa med 280

MYRISTICACEAE

Virola gardneri (A. DC.) Warb. imbiú-preto comb 273

V. oleifera (Schott) A.C. Sm. bicuíba cons 430

MYRSINACEAE

Myrsine coriacea (Sw.) R. Br. ex Roem. & Schult. capororoca comb 414

MYRTACEAE

Calyptranthes brasiliensis Spreng. goiabeira tec 558

Eugenia oblata Roxb. guapeba tec 523

Eugenia sp. goabeira-do-

mato

tec 642

Marlierea obscura O. Berg goiabeira tec 454

Myrcia anceps O. Berg caipuna tec 467

Myrciaria floribunda (H. West ex Willd.) O. Berg goiabeira-do-

mato

comb 275

NYCTAGINACEAE

Guapira opposita (Vell.) Reitz bucho-de-sapo comb 482

PHYTOLACCACEAE

Gallesia integrifolia (Spreng.) Harms pau-d'alho tec -

PROTEACEAE

Roupala sculpta Sleumer carne-de-vaca tec 590

RUBIACEAE

Bathysa mendoncaei K. Schum. guapeba-branca comb 447

Genipa americana L. genipapo ali 362

Simira viridiflora Steyerm. araribá-rosa cons 284

RUTACEAE

Zanthoxylum rhoifolium Lam. mamica-de-

porca

tec 645

SAPINDACEAE

Cupania furfuracea Radlk. camboatá comb 418

C. oblongifolia Mart. camboatá comb 639

C. racemosa (Vell.) Radlk. camboatá-miúdo comb 416

C. schizoneura Radlk. camboatá comb 504

SAPOTACEAE

Ecclinusa ramiflora Mart. acá cons, tec 478

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Tabela 2. Continuação.

Família/Espécie Nome local Usos NC

SAPOTACEAE (cont.)

Micropholis crassipedicellata (Mart. & Eichler ex Miq.)

Pierre

bacubichá comb 279

Pouteria bangii (Rusby) T.D. Penn. abiurana cons 583

P. caimito (Ruiz & Pav.) Radlk. abiu ali 168

P. cuspidata (A. DC.) Baehni massaranduba cons 623

Pradosia lactescens (Vell.) Radlk. mamãozinho cons 376

SIMAROUBACEAE

Picramnia ciliata Mart. pau-pereira med 272

Simarouba amara Aubl. gameleira,

caixeta

cons 568

SOLANACEAE

Aureliana fasciculata (Vell.) Sendtn. canema comb 350

TILIACEAE

Luehea grandiflora Mart. baba-de-boi orn 385

ULMACEAE

Trema micrantha (L.) Blume crandiúba Comb 313

VERBENACEAE

Aegiphila sellowiana Cham. bico-de-

papagaio

Comb 324

Citharexylum myrianthum Cham. tarumã Comb 321

VIOLACEAE

Rinorea guianensis Aubl. arapoca, papante Cons 637

VOCHYSIACEAE

Vochysia bifalcata Warm. canela Cons 461

O menor número de espécies arbóreas citadas pelos especialistas locais na categoria

medicinal faz supor que o conhecimento sobre o uso dessas plantas é próprio de um

número ainda mais reduzido de pessoas e cujo domínio faz com que o detentor obtenha

destaque entre os demais. Fato este foi assinalado por um grupo de especialistas locais que,

quando questionados sobre o uso medicinal de espécies arbóreas, reportaram-se a um único

especialista local para tal.

Para testar quais carcterísticas sócio-econômicas são responsáveis por um maior

conhecimento de espécies úteis pelos especialistas locais, utilizou-se análise de

correspondência canônica, a qual contou com duas matrizes: a primeira para expressar o

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conhecimento dos especialistas locais contendo o número de espécies citadas em cada

categoria de uso; a segunda expressando as características sócio-econômicas considerando

a idade, o tempo de residência na comunidade, o grau de escolaridade (em número de

anos) e a renda familiar (em número de salários mínimos) de cada especialista local.

Figura 2. Famílias mais representativas em número de espécies indicadas como úteis por

especialistas locais da comunidade rural Gleba Aldeia Velha, município de Silva Jardim,

RJ, Brasil.

Tabela 3. Riqueza de espécies e famílias com representantes arbóreos citados como úteis

em estudos realizados em comunidades situadas no território brasileiro.

Local de estudo Ne Spp Fam Referência

Caracarai, RR 11 185 42 Alarcón & Peixoto (2008)

Rio Formoso, PE 17 42 26 Cunha & Albuquerque (2006)

Floresta, PE 16 34 17 Ferraz et al. (2006)

Silva Jardim, RJ 10 143 39 Este estudo

Ne = número de entrevistados; Spp = número de espécies; Fam = número de família.

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A inércia total determinada pela análise de correspondência canônica (CCA) foi

baixa (0,0599) e os dois primeiros eixos explicam juntos 30,4% da inércia total da matriz

original de dados (tab. 4). Foram baixos, também, os autovalores, todos menores que 0,02.

Apesar dos coeficientes de correlação de Pearson e de Kendall terem sido superiores a 0,3

nos três primeiros eixos canônicos, eles não foram significativos para nenhum deles (tab.

5), da mesma forma que não foram significativos os autovalores estimados para os eixos

calculados (tab. 6). O resultado da CCA evidenciou que o conhecimento sobre os usos das

plantas, neste caso, não é explicada a partir do perfil sócio-cultural dos especialistas locais.

Este fato advem do alto grau de correlação entre as variáveis sócio-econômicas

(explicativas) e representa dificuldade para avaliação do conhecimento, já que muitas das

variáveis na análise sociológicas são de origem categórica e, desta forma, inapropriadas

para análises multivariadas.

Figura 3. Distribuição do número de espécies por categoria de uso na comunidade rural

Gleba Aldeia Velha, município de Silva Jardim, RJ, Brasil.

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Tabela 4. Resultado estatístico para os eixos canônicos. Número de eixos canônicos = 3.

Variânica total (inércia) nos dados de espécie = 0,0599.

Eixo 1 Eixo 2 Eixo 3

Autovalores 0,014 0,004 0,003

Variância nos dados de espécie

% da variância explicada 24,0 6,3 4,9

% da variância explicada acumulada 24,0 30,4 35,3

Correlação de Pearson (Spp-Envt)* 0,795 0,492 0,677

Correlação de Kendall (Rank), (Spp-Envt) 0,644 0,433 0,333

* Correlação entre os pontos amostrais para um eixo derivado das espécies e os dados dos pontos amostrais

que são combinações lineares das variáveis ambientais.

Tabela 5. Resultado do teste de Monte Carlo para os autovalores.

Dados aleatorizados

Dados reais Teste de Monte Carlo, 998 permutações

Eixos Autovalores Média Mínimo Máximo P

1 0,014 0,013 0,005 0,028 0,3443

2 0,004 0,006 0,002 0,011 -

3 0,003 0,003 0,000 0,006 -

p = proporção de permutações aleatorizadas com autovalor igual ou maior que o observado, ou seja, p = (1 +

número de permutações ≥ observado) / (1 + número de permutações). p não é relatado para eixos 2 e 3,

devido aos teste de aleatorização desses eixos.

Tabela 6. Resultado do teste de Monte Carlo para as correlações entre os dados sócio-

ecoômicos e os dados de uso das espécies.

Dados aleatorizados

Dados reais Teste de Monte Carlo, 998 permutações

Eixos Corr. Spp-Envt Média Mínimo Máximo p

1 0,795 0,768 0,475 0,972 0,3954

2 0,492 0,750 0,374 0,993 -

3 0,677 0,613 0,190 0,967 -

p = proporção de permutações aleatorizadas com a correlação espécie-ambiente igual ou maior que o

observado, ou seja, p = (1 + número de permutações ≥ observado) / (1 + número de permutações); p não é

relatado para eixos 2 e 3, devido aos teste de aleatorização desses eixos.

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A avaliação da similaridade entre o conhecimento sobre o uso de espécies arbóreas

nativas, a partir do dendrograma produzido pela análise de agrupamento (fig. 4), com base

no número de espécies indicadas por cada especialista local, em cada categoria de uso,

mostrou um considerável ajuste à matriz de coeficientes calculada (rcs = 0,8310) e formou

dois grupos distintos. O primeiro é formado por cinco especialistas locais que participaram

no passado de atividades de extração de madeira e que são também os moradores há mais

tempo fixados no local - características estas que contribuíram para um maior

conhecimento sobre as espécies empregadas para fins de construção, tecnologia e

combustível. O segundo grupo, mais misto, se caracteriza por especialistas que

ingressaram mais recentemente na comunidade e que estabeleceram contato mais curto

com a flora local. Em sua maioria, eles reconhecem um maior número de espécies para uso

medicinal, porém um menor elenco de espécies.

Figura 4. Análise da similaridade do conhecimento sobre espécies arbóreas úteis entre os

especialistas locais da comunidade Gleba Aldeia Velha, município de Silva Jardim, RJ,

Brasil.

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Pode-se inferir que a construção do conhecimento local acerca das espécies

arbóreas teve grande influência da cobertura vegetal contínua, predominantemente arbórea,

que recobria a região da baixada central-costeira fluminense e da atividade madeireira ali

outrora estabelecida. Este fato evidencia a importância daquela atividade econômica,

mesmo que degenerativa, para o conhecimento gerado e estabelecido.

A análise de associação entre o conhecimento e a idade dos especialistas locais se

mostrou significativa e positiva (fig. 5), aceitando o nível de 5% de probabilidade de erro.

Esta análise demostrou que o maior número conhecido de espécies úteis é característico

dos especialistas de maior idade. Num futuro próximo tal fato configura um problema,

visto que os integrantes mais jovens da comunidade atêm pouco vínculo ou mesmo

interesse pelas atividades agrícolas, fazendo que este conhecimento venha a ser perdido

pela ausência de transferência aos demais membros da comunidade.

A educação para a conservação da natureza, recorrente na prática cotidiana dos

ambientalistas, e muitas vezes incidindo sobre as estratégias de geração de renda para essas

comunidades, não só altera o relacionamento social com o entorno natural, mas, ainda,

redefine aspectos da cultura dos grupos, favorecendo a produção de novas subjetividades e

reinventando os laços com o território (Cavalcanti & Barros 2006).

Essa assertiva se baseia na constatação de que os agricultores, não raro expulsos de

suas terras para a criação de Unidades de Conservação - e que, por muitas vezes, partem do

campo para as cidades interioranas ou para capitais devido ao modelo regional da

economia agrária latifundiária e mecanizada - têm, em suas experiências pregressas,

vocação para as novas diretrizes da reforma agrária, que é a pluriatividade produtiva no

campo, através da empregabilidade rural não-agrícola e da diversidade de oportunidades

que a esta particularidade pode oferecer para a permanência não predatória do homem num

território com tais características (Cavalcanti & Barros 2006).

A polivalência funcional e ocupacional desses “novos agricultores”, pode, portanto,

operar como um canal de abertura para a exploração de novas frentes de ocupação,

emprego e renda em atividades não agrícolas e, assim, num contexto de implementação de

políticas de preservação ambiental, colaborarem para a conservação da diversidade

biológica. Isto evidencia a importância das RPPNs na assimilação destes especialistas

locais ao trabalho ligado em atividades de turismo ecológico e na recuperação e

conservação de áreas naturais.

O que Cavalcanti & Barros (2006) chamam de “desejos de cidade”, ou seja,

imaginários urbanos dessas novas ruralidades podem (e vão) provocar a perda do

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100

conhecimento local sobre o uso dos recursos vegetais. Acaba-se com isto desfavorecendo a

fixação do homem do campo, perdendo atores importantes que potencialmente poderiam

desenvolver, à luz do conhecimento local, formas de manejo que auxiliassem na

manutenção e conservação da diversidade biológica e cultural do país.

A organização social e econômica de unidades familiares especializadas na

agricultura compete com as formas de organização pluriativas fundamentadas na inserção

plural dos indivíduos no mercado de trabalho. Se a organização social do trabalho agrícola,

baseado na família, não desaparece totalmente, a tendência é que ela se retraia e passe a

Figura 5. Análise de regressão entre a idade dos especialistas locais e o conhecimento

acerca do uso das espécies arbóreas nativas, representado pelo número de espécies

conhecidas, na Gleba Aldeia Velha, município de Silva Jardim, RJ, Brasil.

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101

ocupar apenas um indivíduo, sendo os demais direcionados para outras atividades

(Carneiro & Teixeira 2004).

Para Silva (2002) essas novas ruralidades estão sendo expressas na gestão de

pequenas e médias propriedades agropecuárias as quais estão se individualizando, e onde

as atividades ficam sob responsabilidade apenas do pai e/ou de um dos filhos, enquanto os

demais membros da família procuram outras formas de inserção produtiva, em geral fora

da propriedade. Em muitos casos hoje quem dirige efetivamente a propriedade não é mais

a família como um todo e sim alguns dos seus membros.

No que tange à conservação das espécies, a maior parte das reconhecidas como

úteis pelos especialistas locais têm grande valor madeireiro o que sinaliza a necessidade de

cuidados especiais para que se garanta a sobrevivência de espécies no ambiente.

Considerando especialmente a situação dos fragmentos florestais, situados na parte central-

costeira do estado do Rio de Janeiro, esta situação é ainda mais crítica visto que estes

táxons são característicos ou até mesmo restritos a este ambiente. A manutenção de áreas

com cobertura florestal no entorno da comunidade, por outro lado, pode ser promovida

através de incentivos ao manejo adequado da vegetação e com políticas públicas que

incentivem a restauração ecológica da região.

Explorações interdisciplinares que avaliem a estrutura de fragmentos florestais

associadas ao uso dos recursos que as comunidades rurais dela fazem, constituem

importantes fontes de dados: que podem subsidiar a conservação das espécies in situ e, ao

mesmo tempo, oferecer às comunidades formas sustentáveis de manejo e sustento familiar.

A condição de fragmentação que caracteriza a região da planície central costeira do

Rio de Janeiro, acrescida dos dados disponíveis de estrutura e uso desta paisagem, tornam

estes pequenos remanescentes florestais como áreas de relevância para o estabelecimento

de estratégias de restauração da paisagem e conservação de espécies.

Os especialistas locais reconhecem a importância da conservação dos

remanescentes florestais como forma de resguardar recursos de que fazem uso e, desta

forma, se tornam agentes fundamentais à conservação e manejo da Floresta Atlântica,

atualmente reduzida a 6% de sua cobertura original, dos quais 30% salvaguardados em

Unidades de Conservação no estado Rio de Janeiro.

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102

Conclusões

Neste estudo verificou-se o elevado conhecimento acerca dos recursos vegetais da

Floresta Atlântica por parte dos especialistas locais, registrando um total de 143 espécies

arbóreas reconhecidas como úteis.

O perfil dos informantes locais teve forte influência sobre os resultados obtidos,

visto que, na qualidade de ex-extratores de madeira, em sua maioria, o conhecimento

concentrou-se nas espécies florestais de uso madeireiro.

Com o uso da análise de correspondência canônica (CCA) verificou-se que o

conhecimento acerca dos usos das plantas não é previsível a partir do perfil sócio-cultural

dos especialistas locais.

No entanto, verifica-se associação positiva e significativa, evidenciada na análise de

regressão, entre a idade dos especialistas locais e o número de espécies arbóreas

conhecidas, o que indique os indivíduos de maior idade são os detentores do maior

conhecimento sobre o uso das espécies arbóreas nativas.

A análise de agrupamento formou dois grupos distintos e este fato se deu devido à

concentração em um dos grupos por especialistas locais que participaram no passado de

atividades de extração de madeira e que são também os moradores há mais tempo fixados

no local, características estas que contribuíram para um maior conhecimento sobre as

espécies empregadas para fins de construção, tecnologia e combustível.

A polivalência funcional e ocupacional desses especialistas locais pode operar

como um canal de abertura para a exploração de novas frentes de ocupação, emprego e

renda em atividades não agrícolas e, assim, num contexto de implementação de políticas de

preservação ambiental, colaborar para a conservação da diversidade biológica.

A condição de fragmentação que caracteriza a região da planície central costeira do

Rio de Janeiro, acrescida dos dados disponíveis de estrutura e uso desta paisagem, tornam

estes pequenos remanescentes florestais como áreas de relevância para o estabelecimento

de estratégias de restauração da paisagem e conservação de espécies.

Explorações interdisciplinares que avaliem a estrutura de fragmentos florestais

associada ao uso dos recursos que as comunidades rurais dela fazem, constituem

importantes fontes de dados: que podem subsidiar a conservação das espécies in situ e, ao

mesmo tempo, oferecer às comunidades formas sustentáveis de manejo e sustento familiar.

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103

A conservação das espécies, assim como da cultura local acerca do usos das

mesmas, não só é importante, mas também prioritária para a inserção dos especialistas

locais como importantes atores na conservação da diversidade biológica.

Agradecimentos

À PETROBRAS pelo financiamento ao Programa Mata Atlântica do Jardim

Botânico do Rio de Janeiro, ao qual este estudo faz parte; à Reserva Biológica de Poço das

Antas/IBAMA pelo apoio logístico; à Escola Nacional de Botânica Tropical (ENBT) pelas

facilidades concedidas; à Antônio Tavares de Oliveira, Adilson Pintor e Jonas Alves Dias,

do Programa Mata Atlântica, pelo auxílio nos trabalhos de campo; aos taxonomistas do

Jardim Botânico do Rio de Janeiro: Alexandre Quinet, Haroldo Cavalcante de Lima, José

Fernando de A. Baumgratz e Marcelo Costa Souza; aos proprietários da Fazenda Santa

Helena, por permitirem o livre acesso à área de estudo e à CAPES pela bolsa de mestrado

concedida ao primeiro autor.

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Considerações Finais

A conservação da diversidade biológica nos ambientes tropicais, especialmente em

áreas sob avançado processo antrópico, intervém em diferentes escalas que vão desde a

paisagem até espécies. No caso da Floresta Atlântica, que neste estudo está representada

pela vegetação de planície, em despeito do elevado nível de fragmentação, é observado a

ocorrência de espécies arbóreas restritas a este tipo de ambiente e com populações

reduzidas.

Os resultados obtidos, bem como outras abordagens na estrutura da floresta e seus

usos pelos habitantes circunvizinhos, mostram muitas dúvidas no que tange ao que é

característica real da floresta e o que é resultado da intervenção humana no uso de seus

recursos vegetais. Desta forma, os remanescentes florestais fornecem informações sobre as

atividades econômicas pretéritas ali realizadas.

A despeito dos impactos produzidos pela indústria madeireira, antagonicamente

esta foi a principal razão para promover a fixação do conhecimento local acerca da

vegetação arbórea após quatro décadas depois que a atividade foi finalizada.

O conhecimento local acumulado durante o trabalho de identificação e corte da

flora arbórea, influenciou o homem na sua maneira de ver a floresta e, mesmo antes de

estarem colaborando nos projetos de investigação científica, já estavam cientes da

importância de conservar a floresta. Estes especialistas locais atribuíram, consistentemente,

um maior valor às espécies arbóreas, principalmente as de uso na construção civil.

Hoje há uma rede intricada de relacionamentos nas áreas naturais que permanecem

em contato com as populações locais que devem ser estudadas. Tais situações incluem:

trabalhadores rurais; atividades da indústria madeireira; cientistas; ONG’s; políticos locais;

escassez florestal de recursos; alternativas econômicas de geração de renda aos

trabalhadores rurais; e interesses conflitantes entre os atores sociais.

Investigações interdisciplinares que avaliem a estrutura de fragmentos florestais,

junto com o uso de seus recursos pelas comunidades rurais podem fornecer importantes

informações para futuros programas de conservação in situ e, ao mesmo tempo, oferecer

alternativas de manejo e sustento familiar.

Plantios experimentais realizados nas florestas de baixada, baseados em estudos

florístico-estruturais, depois de dez anos de monitoramento, tem mostrado a importância de

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107

inúmeras espécies registradas neste presente inventário, incluindo: Guarea guidonia,

Calophyllum brasiliense, Copaifera langsdorffii, Alchornea triplinervia, Pseudobombax

grandiflorum, Tapirira guianensis, Nectandra oppositifolia, Euterpe edulis, e Guapira

opposita (Moraes et al. 2006), com potencial significativo para o uso na recuperação de

áreas degradadas na região. Desta forma, programas de capacitação profissional na

identificação de espécies (parataxonomia) e produção de mudas para projetos de

restauração ambiental da paisagem deveriam ser oferecidos de modo a criar oportunidades

de empregabilidade no campo e subsequente geração de renda, fortalecendo a agricultura

familiar e a conservação dos remanescentes florestais.

Os especialistas locais da comunidade estudada, através de depoimentos orais,

reconheceram a importância da conservação dos remanescentes florestais como forma de

salvaguardar os recursos florestais que dela fazem uso, assim apresentando a

potencialidade no recrutamento como agentes fundamentais para atuar na conservação e

manejo da Floresta Atlântica, atualmente reduzida a 6% de sua área original no estado do

Rio de Janeiro.

A forma de uso e a demanda pelo recurso da floresta por comunidades locais deve

ser envolvida nos programas da conservação, considerando a dependência imediata de

trabalhadores rurais nos recursos da floresta para beneficiar seus produtos agrícolas

(farinha de mandioca, por exemplo), bem como para uso em construção de residências e

benfeitorias nas propriedades rurais.

Através dos resultados obtidos neste estudo, conclui-se que a conservação de

espécies deve ser feita individualmente, considerando, ainda, seus padrões de abundância e

distribuição na natureza.

A condição de fragmentação florestal, que caracteriza a região da planície central

costeira do Rio de Janeiro, acrescida dos dados disponíveis de estrutura e uso da paisagem,

torna os remanescentes florestais locais áreas de relevância para o estabelecimento de

estratégias de restauração da paisagem e conservação de espécies.

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Anexos

ETNOBOTÂNICA

Ficha de dados do informante

Data: ___/ ___/ _______

Nome: ___________________________________________________________________

Idade: _____________________ Sexo: ( ) f ( ) m

Local de nascimento: _______________________________________________________

Quanto tempo vive nesta comunidade? _________________

Antes onde residia? ________________________________________________________

Você estudou? Qual a sua escolaridade? ________________________________________

Qual é a sua religião? É praticante? ___________________________________________

Quais são as principais festas religiosas? ________________________________________

Que trabalho desempenha? ___________________________________________________

Quantos membros tem sua familia? ____________________________________________

Quantos membros de sua familia ajudam no seu trabalho? __________________________

Há horta, quintal ou roça familiar em sua casa? ___________________________________

Qual o tamanho? ___________________________________________________________

Vocês utilizam plantas da região? Quais e em que época do ano utilizam?

1. ___________________________ 2. ___________________________

3. ___________________________ 4. ___________________________

5. ___________________________ 6. ___________________________

7. ___________________________ 8. ___________________________

9. ___________________________ 10. __________________________

11. __________________________ 12. __________________________

13. __________________________ 14. __________________________

15. __________________________ 16. __________________________

17. __________________________ 18. __________________________

19. __________________________ 20. __________________________

21. __________________________ 22. __________________________

23. __________________________ 24. __________________________

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ETNOBOTÂNICA

Ficha de dados do informante

25. __________________________ 26. __________________________

27. __________________________ 28. __________________________

29. __________________________ 30. __________________________

31. __________________________ 32. __________________________

33. __________________________ 34. __________________________

35. __________________________ 36. __________________________

37. __________________________ 38. __________________________

39. __________________________ 40. __________________________

Há comercialização de plantas ou troca entre comunidades/ famílias? _________________

Em que época do ano? ______________________________________________________

Onde são feitas suas compras para casa? ________________________________________

Qual o salário da sua família por mês/semana/dia? ________________________________

Quando há alguma doença na sua casa, como e onde procuram tratamento? ____________

Quais são as principais doenças da comunidade?

1. ___________________________ 2. ___________________________

3. ___________________________ 4. ___________________________

5. ___________________________ 6. ___________________________

7. ___________________________ 8. ___________________________

9. ___________________________ 10. __________________________

Observações:

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

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1

2

3

4

5

6

Fotos 1-6. Caracterização da comunidade rural Gleba Aldeia Velha: 1. Vista da Reserva

Biológica de Poço das Antas com a BR 101 fazendo limite com a comunidade rural de

Gleba Aldeia Velha; 2. Vista da comunidade rural Gleba Aldeia Velha; 3. Casa de morador

da comunidade rural Gleba Aldeia Velha; 4. Balão para fabricação de carvão; 5. Frutos de

carrapeta (Guarea guidonia); 6. Flores de ingá (Inga edulis).

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7

8

9

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11

12

Fotos 7-10. Caracterização da comunidade rural Gleba Aldeia Velha: 7. Flores de

guanandirana (Symphonia globulifera); 8. Frutos de mamão-jacatiá (Jacaratia spinosa); 9.

Espécies madeireiras: guanandi (Calophyllum brasiliense), vinhático (Plathymenia

foliolosa) e braúna (Melanoxylon brauna); 9. Trabalho de campo com um especialista

local; 11. Fragento amostrado para uso nas análises quantitativas; 12. Auxiliares técnicos:

Antônio de Oliveira e Adilson Pintor.