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Informativo Oficial do Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará - Nº 141 - Mai/Jun de 2020 - O CREMEC Entra na Justiça Contra Determinação da Perícia Forense do Estado do Ceará - O CREMEC Entra na Justiça Contr a Determinação da Perícia Forense do Estado do Ceará Págs. 2, 3 Págs. 8 Págs. 6 e 7 Págs. 4 e 5 Palavra do Presidente Jurídico / Ementas - 2020 Jurídico / Ementas - 2020 Justiça Federal reitera: só pode se anunciar como especialista o médico que concluiu Residência Médica ou passou em prova de título de sociedade de especialidade Recomendações para hospitais, clínicas e consultórios Médicos – versão 2 NOTA DO CREMEC (Aprovada em Sessão Plenária virtual, de 01 de junho de 2020) Para enfrentar a Covid-19, o Brasil conta com 422 mil médicos com menos de 60 anos em atividade Prescrições Oftalmológicas são exclusivas dos Médicos

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Page 1: Informativo Oficial do Conselho Regional de Medicina do Estado … · 2 days ago · Informativo Oficial do Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará - Nº 141 - Mai/Jun de

Informativo Oficial do Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará - Nº 141 - Mai/Jun de 2020

- O CREMEC Entra na Justiça Contra

Determinação da Perícia Forense do Estado

do Ceará

- O CREMEC Entra na Justiça Contra

Determinação da Perícia Forense do Estado

do Ceará

Págs. 2, 3 Págs. 8Págs. 6 e 7Págs. 4 e 5• Palavra do Presidente

• Jurídico / Ementas - 2020• Jurídico / Ementas - 2020

• Justiça Federal reitera: só pode se anunciar como

especialista o médico que concluiu Residência Médica ou

passou em prova de título de sociedade de especialidade

• Recomendações para hospitais, clínicas e

consultórios Médicos – versão 2

• NOTA DO CREMEC

(Aprovada em Sessão Plenária

virtual, de 01 de junho de 2020)

• Para enfrentar a Covid-19, o Brasil conta com 422 mil

médicos com menos de 60 anos em atividade

• Prescrições Oftalmológicas são exclusivas dos Médicos

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2 | JORNAL CREMEC | CREMEC.ORG.BR

JURÍDICO / EMENTAS - 2020

PARECER CREMEC N.º 01/2020 - 21/01/2020

Assunto: Traqueostomia e consentimento livre e esclarecido.Parecerista: Cons. Helvécio Neves Feitosa.Ementa: Quando houver a indicação de traqueostomia, o consentimento do paciente ou de seu representante legal deverá ser obtido, salvo em caso de risco iminente de morte e impossibilidade de obtenção do documento. Diante do risco iminente de morte, em que a realização do procedimento possa se constituir em medida terapêutica salvadora, o consentimento torna-se dispensável.

PARECER CREMEC N.º 02/2020 - 21/01/2020

Assunto: Assistência a recém-nascido com trissomia do cromossomo 13.Parecerista: Cons. Helvécio Neves Feitosa.Ementa: Em casos de trissomia do cromossomo 13, com graves malformações cerebrais e faciais, com elevadíssima mortalidade neonatal e no primeiro ano de vida, além de sequelas graves a longo prazo, opinamos que não devem ser empreendidas ações diagnóst icas ou terapêut icas desproporcionais (ou obstinadas), havendo indicação dos cuidados paliativos. A vontade do representante legal do paciente deve ser levada em consideração.

PARECER CREMEC N.º 03/2020 - 21/01/2020

Assunto: Número de pacientes avaliados em um determinado período.Parecerista: Cons. Roger Murilo Ribeiro Soares.Ementa: Não há como estipular o número máximo de pacientes a serem avaliados em um determinado período pelos seus médicos assistentes, devendo o médico procurar seguir os horários propostos, dentro dos limites da razoabilidade, objetivando a que os atendimentos realizados estejam em conformidade com a boa prática médica, devendo o tempo de duração ser determinado pelo que cada caso clínico requeira para a sua boa condução.

PARECER CREMEC N.º 04/2020 - 21/01/2020

Assunto: Obrigatoriedade de manter a mesma prescrição de medicamentos benzodiazepínicos para os pacientes que fazem uso dos mesmos.Parecerista: Cons. Stela Norma Benevides Castelo.Ementa: O médico tem a autonomia de prescrever o tratamento que achar pertinente, justifi cado pelo quadro clínico apresentado pelo paciente durante a prática do ato médico (atendimento/consulta).

PARECER CREMEC N.º 05/2020 - 21/01/2020

Assunto: Solicitação feita por especialista.Parecerista: Cons. Alberto Farias Filho.Ementa: Em auditoria médica, caso persista divergência entre o médico assistente requisitante e a operadora ou instituição pública, deverá, de comum acordo, ser escolhido um médico especialista na área, para a decisão. A defi nição acerca de infração ética ocorre após procedimentos administrativos dos Conselhos de Medicina., que culminam em julgamento pelo corpo de conselheiros.

PARECER CREMEC N.º 06/2020 - 14/04/2020

Assunto: Exigência ao médico assistente de preenchimento de formulário encaminhados pelo Núcleo de Defesa da Saúde Pública (NUDESA) da Defensoria Pública do Estado do Ceará.Parecerista: Cons. José Albertino Souza.Ementa: Os Conselhos Federal e Regionais de Medicina são os órgãos que têm a atribuição legal de normatizar e fi scalizar o exercício da profi ssão médica e não há, em suas resoluções normativas, a obrigatoriedade para o médico assistente preencher formulários com quesitos próprios de instituição com a qual não tem qualquer vínculo, ou que o obrigue a atuar como assistente técnico judicial de paciente ou de seu representante legal. O médico, no atendimento de paciente usuário do SUS, exerce uma função assistencial, e foge das suas atribuições e ações previstas no art.

5º inciso II da Lei nº 8.080/90 e parágrafo único do art. 2º da Lei nº 12.842/2013 atuar como assistente técnico de paciente ou de seu representante legal, com o objetivo de emitir elementos de provas em demanda judicial ou como perito do paciente, vedação estabelecida no artigo 93 do Código de Ética Médica. A Resolução CNJ nº 238/2016, em nenhum dos seus artigos, delega obrigações ao médico assistente. Defi ne que os Núcleos de Apoio Técnico do Judiciário (NATJUS), constituídos por profissionais de saúde, são os competentes para elaborar pareceres acerca da Medicina para auxiliar o judiciário (Inteligência do art. 1º, §1º).

PARECER CREMEC N.º 07/2020 - 27/04/2020

Assunto: Plantão de sobreaviso.Parecerista: Cons. Helvécio Neves Feitosa.Ementa: o plantão de sobreaviso deve ser remunerado, sendo o valor da remuneração previamente acordado entre os médicos da escala de sobreaviso e a direção técnica da instituição de saúde pública ou privada, sem prejuízo dos honorários devidos ao médico pelos procedimentos realizados. Não há normatização quanto ao piso ou teto do valor do plantão de sobreaviso, devendo o médico ser remunerado de forma justa. Os médicos do Corpo Clínico das instituições de saúde têm o direito de decidir livremente pela participação na escala de disponibilidade de sobreaviso. Os regimentos internos das instituições de saúde não poderão vincular a condição de membro do Corpo Clínico à obrigatoriedade de cumprir escala de sobreaviso. É da responsabilidade do diretor técnico organizar a escala de plantonistas. Os diretores técnicos respondem perante os Conselhos de Medicina por cumprir e fazer cumprir as normas éticas nas instituições de saúde. A possibilidade de transgressão ética deve ser apurada mediante termo de denúncia feita ao Conselho Regional de Medicina, de acordo com o previsto no Código de Processo Ético Profi ssional.

Continua na página 6

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JORNAL CREMEC | CREMEC.ORG.BR | 3

CEARÁAv. Antonio Sales, 485 - Joaquim TávoraCEP: 60135-101 - Tel.: (85) 3230.3080

COMISSÃO EDITORIALHelvécio Neves Feitosa

Inês Tavares Vale e Melowww.cremec.org.br - e-mail: [email protected]

Jornalista Responsável: Fred MirandaProjeto Gráfi co: Júlio Amadeu

Editoração Eletrônica: Júlio AmadeuImpressão: Expressão Gráfi ca

Arelação entre médicos, insculpida em capítulo específi co do Código de Ética Médica (CEM), não trata apenas

de cortesia entre colegas, muito menos de dispositivos atinentes a regras de etiqueta ou de convivência harmônica entre os que exercem a mesma profi ssão. Na verdade, o que está em jogo são os melhores interesses dos pacientes, dos seus familiares e da coletividade, razão maior da existência do ato médico.

Embora o médico deva ter, para com os seus colegas, respeito, consideração e solidarie-dade, isso não o exime de denunciar atos que contrariem os postulados éticos da profi ssão ou que possam agredir os direitos conquistados na luta pela cidadania ou lastreados pelo respeito à dignidade humana. Não se pode falar em so-lidariedade de classe quando alguém viola prin-cípios éticos da profi ssão ou a usa para favorecer o crime. Lançar mão da posição hierárquica de gestor para impedir que seus subordinados atuem consoante o regramento ético da profi s-são fere mortalmente a deontologia médica. Não se trata apenas de faltas contra companheiros da mesma atividade profi ssional, mas, acima de tudo, de graves e, potencialmente, irreparáveis prejuízos na condução dos interesses maiores dos pacientes ou da coletividade.

De acordo com o CEM, é vedado ao médico “Desrespeitar a prescrição ou o tratamento de paciente, determinados por outro médico, mes-mo quando em função de chefi a ou de auditoria, salvo em situação de indiscutível benefício para o paciente, devendo comunicar imediatamente o fato ao médico responsável” (Art. 52). Assim, a regra é a impossibilidade do médico alterar a prescrição ou o tratamento de paciente condu-zido por outro colega, independentemente de sua posição hierárquica.

As interferências no ato médico por superior hierárquico ou auditor, traduzidas por alteração da prescrição de medicamentos, anotações em

exames solicitados, críticas às técnicas cirúrgicas realizadas, às dietas, ao internamento e à alta são absolutamente descabidas, ao afrontar a dignidade do profi ssional e a autonomia tecno--científi ca de cada médico. A exceção a esse dispositivo resume-se a situações em que exista a evidência de dano ao paciente e, ainda assim, o médico tem o dever de comunicar a ocorrência ao colega responsável. Como exemplo de ne-cessidade fortuita de intervenção, pode ocorrer a situação de prescrição de medicação errada, que coloque o paciente em perigo iminente de morte ou de sério agravo à sua saúde.

Dr. Helvécio Neves FeitosaPresidente do Conselho Regional de

Medicina do Estado do Ceará – CREMEC

A PRESCRIÇÃO E A AUTONOMIA DO MÉDICO

DE ACORDO COM O CEM,

É VEDADO AO MÉDICO

“DESRESPEITAR A PRESCRIÇÃO

OU O TRATAMENTO DE PACIENTE,

DETERMINADOS POR OUTRO

MÉDICO, MESMO QUANDO

EM FUNÇÃO DE CHEFIA OU DE

AUDITORIA, SALVO EM SITUAÇÃO

DE INDISCUTÍVEL BENEFÍCIO

PARA O PACIENTE, DEVENDO

COMUNICAR IMEDIATAMENTE O

FATO AO MÉDICO RESPONSÁVEL”

(ART. 52).

PALAVRA DO PRESIDENTE DIRETORIA

Helvécio Neves FeitosaInês Tavares Vale e Melo

Roberto da Justa Pires NetoRoger Murilo Ribeiro SoaresAna Lúcia Araújo Nocrato

Régia Maria do Socorro Vidal do PatrocínioMarcelo Esmeraldo Holanda

José Albertino Souza Renato Evando Moreira Filho

CONSELHEIROS Alberto Farias Filho

Jáder Rosas CarvalhoJosé Lindemberg da Costa Lima

José Málbio Oliveira RolimJosé Otho Leal Nogueira

Lino Antônio Cavalcanti HolandaLúcio Flávio Gonzaga Silva

Maria Neodan Tavares Rodrigues Rafael Dias Marques Nogueira

Regina Lúcia Portela Diniz Antero Gomes Neto

Carlos Eduardo Barros JucáDiego Antunes Silveira

Fernando Soares de Medeiros Francisco Alequy de Vasconcellos Filho

Francisco Flávio Leitão de Carvalho Filho George Rafael Martins de Lima

Jailton Vieira Silva Joel Porfírio Pinto

José Fernandes Dantas Júlio Lélis da Costa Neto

Maria Airtes Vieira VitorianoPaulo Roberto de Arruda Tavares Raphael Felipe Bezerra de Aragão

Roberta Mendes NapoleãoRoberto Ribeiro Maranhão

Roberto Wagner Bezerra de Araújo Stela Norma Benevides Castelo

Thomaz Zeferino Veras Coelho Júnior Valéria Goes Ferreira Pinheiro

OUVIDORAna Lúcia Araújo Nocrato

Diretor de Fiscalização no Interior: Lino Antonio Cavalcanti Holanda

Diretor de Fiscalização na Capital: Maria Neodan Tavares Rodrigues

SECCIONAIS E REPRESENTANTES DO CREMEC

SECCIONAL DA ZONA NORTEEnd.: R Oriano Mendes, 113 - Centro

CEP.: 62010-370 Sobral-CE Fone/Fax: (88) 3613.2480

Email: [email protected] José Fontenele de Azevedo

Artur Guimarães Filho Raimundo Tadeu Dias Xerez

Francisco José Mont’alverne SilvaFrancisco Carlos Nogueira Arcanjo

José Ricardo Cunha Neves

SECCIONAL DO CARIRIR São José, 1085 - Centro

CEP.: 63050-211 / Juazeiro do Norte - CEFone/Fax: (88) 3511.3648

Email: [email protected]áudio Gleidiston Lima da Silva

José Flávio Pinheiro VieiraJoão Bosco Soares Sampaio

Geraldo Welilvan Lucena LandimJosé Marcos Alves Nunes

João Ananias Machado Filho

SECCIONAL DO CENTRO SULEnd.: R. Professor João Coelho, 66 sala 28

CEP.: 63500-000 Iguatu-CE Fone/Fax: (88) 3582.0944

Email: [email protected] Nogueira Vieira

Ariosto Bezerra ValeLeila Guedes Machado

Jorge Félix Madrigal AzcuyFrancisco Gildivan Oliveira Barreto

Givaldo Arraes

LIMOEIRO DO NORTEEfetivo: Dr. Michayllon Franklin Bezerra

Suplente: Dr. Ricardo Hélio Chaves Maia

CANINDÉEfetivo: Dr. Francisco Thadeu Lima ChavesSuplente: Dr. Antônio Valdeci Gomes Freire

ARACATIEfetivo: Dr. Francisco Frota Pinto JúniorSuplente: Dr. Abelardo Cavalcante Porto

CRATEÚSEfetivo: Dr. José Wellington Rodrigues

Suplente: Dr. Antônio Newton Soares TimbóQUIXADÁ

Efetivo: Dr. Maximiliano LudemannSuplente: Dr. Marcos Antônio de Oliveira

ITAPIPOCAEfetivo: Dr. Francisco Deoclécio Pinheiro

Suplente: Dr. Nilton Pinheiro GuerraTAUÁ

Efetivo: Dr. João Antônio da LuzSuplente: Waltersá Coelho Lima

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OConse lho Reg iona l de Medicina do Estado do Ceará – CREMEC - tem

recebido denúncias de imposições feitas aos médicos para prescrição de determinados medicamentos no tratamento da COVID-19, por parte de plano de saúde e gestores públicos.

A autonomia do médico assistente é assegurada em diversos dispositivos do Código de Ética Médica (CEM) (Resolução CFM nº 2.217/2018).

Princípios Fundamentais

VIII – O médico não pode, em nenhuma circunstância ou sob nenhum pretexto, renunciar à sua liberdade profi ssional, nem permitir quaisquer restrições ou imposições que possam prejudicar a efi ciência e a correção de seu trabalho.

XVI – Nenhuma disposição esta-tutária ou regimental de hospital ou de instituição, pública ou privada, limitará a escolha, pelo médico, dos meios cientifi camente reconhecidos a serem praticados para o estabeleci-mento do diagnóstico e da execução do tratamento, salvo quando em be-nefício do paciente.

Direitos dos Médicos

II – Indicar o procedimento adequado ao paciente, observadas as

práticas cientifi camente reconhecidas e respeitada a legislação vigente.

III – Apontar falhas em normas, contratos e práticas internas das ins-tituições em que trabalhe quando as julgar indignas do exercício da profi ssão ou prejudiciais a si mesmo, ao paciente ou a terceiros, devendo comunicá-las ao Conselho Regional de Medicina de sua jurisdição e à Comissão de Ética da instituição, quando houver.

Dentre os dispositivos deontoló-gicos do CEM, consta ser VEDADO AO MÉDICO:

Art. 18 Desobedecer aos acór-dãos e às resoluções dos Conselhos Federal e Regionais de Medicina ou desrespeitá-los.

Art. 19 Deixar de assegurar, quan-do investido em cargo ou função de direção, os direitos dos médicos e as demais condições adequadas para o desempenho ético-profissional da medicina.

Art. 52 Desrespeitar a prescrição ou o tratamento de paciente, deter-minados por outro médico, mesmo quando em função de chefi a ou de auditoria, salvo em situação de in-discutível benefício para o paciente, devendo comunicar imediatamente o fato ao médico responsável.

Art. 56 Utilizar-se de sua posição hierárquica para impedir que seus

subordinados atuem dentro dos prin-cípios éticos.

Os diretores técnicos das institui-ções de saúde, públicas ou privadas, nos termos da lei, são os responsáveis perante os Conselhos Regionais de Medicina, autoridades sanitárias, Mi-nistério Público, Judiciário e demais autoridades pelos aspectos formais do funcionamento do estabelecimento assistencial que representem (Resolu-ção CFM nº 2.147/2016). Compete a eles zelar pelo cumprimento das disposições legais e regulamentares em vigor.

Diante de denúncias de intimi-dações a médicos, com interferência indevida na prescrição, em detrimen-to da preservação da autonomia dos profi ssionais, o Conselho instala sin-dicâncias para apuração dos fatos que, se constatados indícios, desaguam em processos ético-profi ssionais para aprofundamento investigatório, po-dendo culminar nas sanções cabíveis.

Fortaleza, 01 de junho de 2020.

Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará

NOTA DO CREMEC NA PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS, A

AUTONOMIA MÉDICA DEVE SER RESPEITADA(APROVADA EM SESSÃO PLENÁRIA VIRTUAL, DE 01 DE JUNHO DE 2020)

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JORNAL CREMEC | CREMEC.ORG.BR | 5

PARA ENFRENTAR A COVID-19, O BRASIL CONTA COM 422 MIL MÉDICOS COM MENOS DE 60 ANOS EM ATIVIDADE

PRESCRIÇÕES OFTALMOLÓGICAS SÃO EXCLUSIVAS DOS MÉDICOS

Levantamento feito pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), mostra que o País conta com quantidade signifi cativa de médicos -

formados nas escolas brasileiras e com registro nos conselhos regionais de medicina (CRMs) - em condições de engrossar a linha de frente contra a pandemia de Covid-19. No entanto, a ausência de políticas públicas tem feito com que esses profi ssionais estejam mal distribuídos pelos estados e regiões.

No momento em que transcorre essa emergência epidemio-lógica, o País conta com um total de 523.528 registros ativos de médicos nos 27 Conselhos Regionais de Medicina. Desse montante, 422 mil (80%) têm idade inferior a 60 anos ou seja, estão aptos ao at endimento de pacientes com Covid-19, desde que não apresentem comorbidades. Na avaliação do CFM, médicos nessa faixa etária, assim como na população em geral, integram grupo de risco e, devem, portanto, fi carem afastados de atividades de assistência médica que os exponha a maiores chances de contágio pelo coronavírus.

Graduação - Dado importante na avaliação da força de trabalho médica é que, somente de janeiro a maio de 2020, o Brasil passou a contar com 9.653 novos médicos. São profi ssionais que concluíram sua graduação em escolas do País e fi zeram seus registros nos CRMs. Apenas em três estados - São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais – estão concentrados 37,1% desse total.

Dentre os que integram esse grupo de egressos, 40,2% se regis-traram nos CRMs em janeiro. Desse total, quase 70% colou grau em dezembro 2019. Nos meses seguintes, a distribuição dos novos inscritos se dá assim: fevereiro (6,2%), março (6,7%), abril (32,3%) e maio (14,5% - até dia 21).

Ressalte-se que conjunto importante desses médicos, sobretudo os formados em abril e maio, anteciparam suas formaturas, conforme previsto pela Portaria nº 383, de 9 de abril de 2020, do Ministério da Educação, que dispôs sobre a antecipação da colação de grau para os alunos dos cursos de Medicina, em função da pandemia de Covid-19.

Tendência - O acréscimo de quase 10 mil novos médicos apenas nos primeiros cinco meses de 2020, refl ete a tendência de crescimento desse contingente de profi ssionais no País, nos últimos anos. Desde 2000, um total de 280.948 egressos deixaram as escolas médicas bra-sileiras. Descontando-se, no período, 29.584 baixas nesses cadastros por motivos diversos (aposentadoria, óbito e cancelamento), essa população médica aumentou em 251.364 indivíduos.

Esse fenômeno resulta da abertura indiscriminada de novos cursos de medicina e da ampliação de vagas em escolas médicas já existentes. Atualmente, o País conta com 341 escolas médicas em funcionamento, das quais 162 (47,5%) iniciaram suas primeiras turmas entre os anos de 2011 e 2019. O número total de vagas estimado em fevereiro era próximo de 36 mil vagas (de primeiro ano). Todos esses dados fazem parte do estudo Demografi a Médica no Brasil, desenvolvido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), o qual deverá ser lançado ainda este ano.

Éato ilegal o pedido de exames, consultas e prescrição de lentes por optometristas. É o que decidiu o Supremo Tribunal Federal (STF) ao acolher a argumentação do Conselho

Federal de Medicina (CFM) e Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), no julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental nº 131, ajuizada pelo Conselho Brasileiro de Óptica e Optometria (CBOO).

Após 12 anos de tramitação, os ministros da Corte proibiram aos optometristas a instalação de consultórios, confecção e venda de lentes de grau sem prescrição médica, escolha, permissão de escolha, indicação ou aconselhamento sobre o uso de lentes de grau e forne-cimento de lentes sem apresentação da fórmula de ótica de médico.

“A decisão mostra o acerto da estratégia montada pelo CFM de, a partir de um grupo de trabalho formado por advogados do sistema conselhal e das sociedades médicas, atuar em todas as frentes jurídi-cas na defesa do ato médico”, comemora o presidente da autarquia, Mauro Ribeiro.

Segundo ele, os documentos apresentados pelo CFM e pelo CBO confi rmaram informações de que os profi ssionais estariam excedendo suas atribuições ao realizar exames, consultas e prescrever lentes, o que é vedado pela legislação que se aplica ao profi ssional optometrista.

Trabalho conjunto – A decisão é mais um fruto da estratégia elaborada pelo CFM, que criou uma Comissão Jurídica de Defesa ao Ato Médico, composta por advogados e representantes de várias entidades, como Associação Médica Brasileira (AMB), Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) e sociedades de especialidades mé-dicas. Desde então, o grupo tem proposto ações e defendido o Ato Médico em diferentes âmbitos, em favor dos interesses dos médicos, da medicina e da população.

De forma conjunta, a Comissão estabeleceu um fl uxo técnico para fazer contraposição aos atos administrativos ilegais praticados por setores da gestão ou de outras categorias profi ssionais. Para tanto, tem tomado todas as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis para suspender e anular judicialmente normativos, requerer a apuração da responsabilidade de gestores que os editaram e denunciar casos concretos de exercício ilegal da medicina, com apuração da respon-sabilidade civil e criminal dos envolvidos nos inúmeros casos de prejuízo a pacientes.

“Tenho toda convicção que a união das entidades é fundamen-tal não apenas nas ações jurídicas, como também em ações junto ao Legislativo e ao Executivo. Precisamos trabalhar cada vez mais neste sentido. Unidos sempre seremos mais fortes e mais ouvidos, como fi zeram o CFM e o CBO neste caso”, ressaltou José Beniz.

27 de Junho de 2020.

Coordenadoria de Comunicação do CFM

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Continuação da página 2

PARECER CREMEC N.º 08/2020 - 04/05/2020

Assunto: Fatores de risco e atividade médica na pandemia da COVID – 19 .Parecerista: Cons. Helvécio Neves Feitosa. Ementa: Orientamos que, diante do estado de transmissão comunitária da pandemia COVID-19, médicos com idade acima de 60 anos e/ou com comorbidades (relacionadas a pior prognóstico da COVID-19) devem permanecer em distanciamento social, podendo contribuir com o exercício da Telemedicina (em suas diferentes possibilidades). Do ponto de vista legal e ético, o egresso de curso médico, ao registrar o seu diploma no Conselho Regional de Medicina, está apto a exercer a profi ssão médica em quaisquer dos seus ramos ou especialidades. Entretanto, não pode divulgar especialidade ou área de atuação que não possa comprovar, ou seja, que não esteja registrada no Co selho. O que dita ao médico o que deve ou não fazer é a sua consciência e bom senso. O médico, no exercício da atividade profi ssional fora da sua especialidade, sob a orientação de outro especialista, deve concordar com tal condição de forma consciente e não coercitiva, por responder pelos atos praticados na esfera ética e legal, mesmo de forma compartilhada.

PARECER CREMEC N.º 09/2020 - 18/05/2020

Assunto: Tempo de antecedência de comunicação de não comparecimento a plantão. Parecerista: Cons. Helvécio Neves Feitosa.Ementa: não há norma que defi na o tempo de antecedência de comunicação de não comparecimento a plantão. Orientamos que, em observância ao princípio da razoabilidade, a comunicação deva ser feita com antecedência suficiente para que o diretor técnico da instituição de saúde providencie um substituto na escala de plantão. Comunicações de última hora só são justificáveis em casos fortuitos. A dobra de plantão pelo plantonista anterior é uma possibilidade, não sendo recomendável a sua permanência no trabalho por mais de 24 horas ininterruptas. Caso não consiga substituto e nem a dobra de plantão, cabe ao diretor técnico assumi-lo, podendo tal responsabilidade ser delegada ao diretor clínico ou ao coordenador/chefe

de serviço, desde que previamente acordada e documentada. Em serviço de emergência com atendimento por especialidades, o substituto do médico faltoso deve, preferencialmente, ser da mesma especialidade.

PARECER CREMEC N.º 10/2020 - 18/05/2020

Assunto: Escala de plantão incompleta.Parecerista: Cons. Helvécio Neves Feitosa. Ementa: Diante do número insufi ciente de plantonistas, o médico de plantão em setores de urgência/emergência, não deve deixar de prestar o atendimento ao paciente, mesmo que para uma triagem. Caso haja necessidade de intervenção médica imediata, a assistência deve ser prestada nas condições em que o médico se encontra. Seguindo o Protocolo de Manchester (após a devida triagem), orientamos que o atendimento se restrinja aos classifi cados como amarelo, laranja e vermelho. Os diretores técnicos respondem junto aos Conselhos de Medicina pelas condições de exercício ético da profi ssão nas respectivas instituições de saúde.

PARECER CREMEC Nº 11/2020 - 18/05/2020

Assunto: Evolução médica com auxílio de carimbos padronizadosRelator: Cons(a). Roberta Mendes NapoleãoEmenta: Não se pode considerar proibida a aposição de carimbos no registro da evolução clínica do paciente em prontuário, contanto que as informações constantes no carimbo estejam em conformidade com as exigências éticas vigentes, sejam reprodutíveis para os fi ns éticos e legais pertinentes, bem como não sejam passíveis de apagamento por nenhum meio. Lembrar que o médico não deve fi car adstrito ao que consta do carimbo, devendo acrescentar cada paciente em cada avaliação.

PARECER CREMEC N.º 12/2020 - 01/06/2020

Assunto: Uso de hidroxicloroquina e outros medicamentos em pacientes comcovid-19. Parecerista: Câmara Técnica de Infectologia (Dr. Érico Arruda, Dr. Jorge Luiz Nobre Rodrigues e Dra. Lara Távora) / Cons. Roberto da Justa Pires Neto.

Ementa: Considerando a falta de estudos com melhor desenho metodológico, a CT de Infectologia do CREMEC manifesta-se DESFAVORAVELMENTE ao uso rotineiro dos medicamentos cloroquina, hidroxicloroquina, azitromicina, ivermectina e nitazoxanida em pacientes com COVID-19, até que existam evidências robustas no meio acadêmico. Contudo, o uso desses fármacos é da competência do médico assistente, que é livre para, em alinhamento com o paciente ou familiar responsável, alertando-os sobre os riscos e falta de evidência clínica na literatura que ampare a indicação, obtendo termo de consentimento, optar pela prescrição no cenário da COVID-19.

PARECER CREMEC N.º 13/2020 - 14/04/2020

Assunto: Atestado médico e telemedicina.Parecerista: Conselheira Stela Norma Benevides CasteloEmenta: A Lei Nº 13.989 autoriza o uso da Telemedicina, sem estabelecer limitesgeográfi cos para a atuação médica, em caráter emergencial, enquanto durar a criseocasionada pelo coronavírus (SARS-CoV-2). O atestado médico, que goza de presunção de veracidade, pode ser emitido por médico inscrito em Conselho Regional de Medicina de jurisdição diferente daquela onde reside o paciente, durante o período de pandemia, mediante a realização do devido atendimento.

PARECER Nº 14/2020 - 15/06/2020

Assunto: Emissão de atestado médico com efeito retroativo.Médico especialista em Medicina de Família e Comunidade.Parecerista: Cons. Roger Murilo Ribeiro Soares.Ementa: Entendemos ser pertinente a emissão de atestado médico com efeito retroativo pelo médico assistente, sempre como ato complementar ao atendimentomédico, nos casos em que o profi ssional tenha a fi rme convicção de que seja necessário e havendo o devido registro em prontuário, sendo tal ato mandatoriamente balizado pelos ditames do Código de Ética Médica. A data constante no atestado deve corresponder à efetiva data do atendimento.

JURÍDICO / EMENTAS - 2020

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Justiça Federal reitera: só pode se anunciar como especialista o médico que concluiu Residência Médica ou passou em prova de título de sociedade de especialidadeO Conselho Federal de Medicina (CFM) conseguiu vitó-

ria na Justiça e derrubou os efeitos de liminar que havia sido concedida à Associação Brasileira de Médicos com Expertise de Pós-Graduação (Abramepo) que dava o direito a 240 de seus membros de divulgar suas respectivas titulações lato sensu, desde que reconhecidas pelo Ministério da Educação. Com a decisão anunciada em Brasília (DF), todos os integrantes fi cam obriga-dos a seguir as orientações da Resolução CFM nº 1.974/2011, que veda anúncios desse tipo.

Em seu despacho, o desembargador Novély Vilanova da Silva Reis, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, explica que a Resolução nº 1.974 dispõe sobre critérios norteadores da propaganda em Medicina, conceituando os anúncios, a divul-gação de assuntos médicos, o sensacionalismo, a autopromo-ção e as proibições referentes à matéria. Em seu artigo 3º, essa norma veda ao médico divulgar pós-graduação realizada para a capacitação pedagógica em especialidades médicas e suas áreas de atuação, mesmo que em instituições ofi ciais ou por estas credenciadas.

Vedação - No entendimento do magistrado, essa vedação decorre da competência do CFM de “zelar pelo perfeito desem-penho ético da medicina”, nos termos da Lei nº 3.268/1957. Assim, segundo assinalou o desembargador, não ofende o prin-cípio constitucional da legalidade atribuir à entidade autárquica fi scalizadora estabelecer normas e vedações éticas para o perfeito exercício da profi ssão.

Ainda ao analisar o tema, ele esclarece que pós-graduação confere apenas formação acadêmica, não sendo sinônimo de especialidade médica. Para a Justiça Federal, o título de especia-lista é somente aquele fornecido por sociedades de especialistas ao médico concluinte do curso de Residência Médica, nos ter-mos do decreto regulamentar nº 8.516/2016. Este texto legal defi ne que esse título é aquele concedido pelas sociedades de especialidades, por meio da Associação Médica Brasileira (AMB) ou pela conclusão de formação em programas de Residência Médica credenciados pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM).

“Não há dúvida que a divulgação de título de pós-graduação em cirurgia, por exemplo, induz o público ou o paciente acre-ditar que o médico seja um especialista nessa área – o que não é

verdade -, cabendo ao Conselho Federal de Medicina reprimir e vedar, como prevê o artigo 9º da Resolução nº 1.974/2011”, cita o magistrado. Esse artigo orienta que, por ocasião de entrevistas, comunicações, publicações de artigos e informações ao públi-co, o médico deve evitar sua autopromoção e sensacionalismo, preservando, sempre, o decoro da profi ssão.

Autopromoção - Nesse caso, continua o desembargador citando a resolução, entende-se por autopromoção o uso de en-trevistas e a divulgação de informações ao público com intenção de angariar clientela e fazer concorrência desleal. Além disso, ele ressalta ainda que o decreto-lei nº 4.113/1942, que regula a propaganda de médicos, dispõe que “é proibido aos médicos anunciar especialidade ainda não admitida pelo ensino médico, ou que não tenha tido a sanção das sociedades médicas”.

Na extensa análise feita, o desembargador cita ainda o ar-tigo 17 da Lei nº 3.268/1957, que exige o registro do diploma de graduação em Medicina no Ministério da Educação e não autoriza o médico a divulgar título de pós-graduação suscetível de induzir o público acreditar que seja ele um especialista em determinada área. De forma complementar, na decisão é reite-rada a necessidade de que o título de especialista também tenha seu registro prévio no Conselho Regional de Medicina (CRM) do estado onde o profi ssional atuar.

“O certifi cado emitido por um curso de pós-graduação lato sensu não dá ao médico o direito de registrar-se em um Conselho Regional de Medicina (CRM) como especialista nem em área de atuação de uma especialidade. Assim, o médico que conclui esses cursos não poderá divulgar que é especialista ou que está habilitado em determinada área de atuação. A divulgação da conclusão de pós-graduações também não deve nem pode ser feita de forma que induza o paciente a acreditar que o médico tem especialidade na área”, acrescentou o magistrado.

Segundo alegou, mesmo quando reconhecidos pelo Minis-tério da Educação, os cursos de pós-graduação lato sensu são exclusivamente de qualifi cação acadêmica e não profi ssional. “Indevidamente, algumas empresas que os oferecem, associam pós-graduação à qualifi cação profi ssional como especialista, o que representa propaganda enganosa a qual os médicos precisam estar atentos. A simples conclusão do curso lato sensu também não confere o direito de anunciar em cartões de visita, facha-das de consultórios ou qualquer outro meio uma especialidade reconhecida ou não pelo CFM”, arrematou.

SÓ PODE SE ANUNCIAR COMO ESPECIALISTA O MÉDICO QUE CONCLUIU RESIDÊNCIA MÉDICA OU PASSOU EM PROVA

DE TÍTULO DE SOCIEDADE DE ESPECIALIDADE

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Médico: é importante que seus dados cadastrais estejam atualizados no Conselho Regional de Medicina do estado onde você atua. Essas informações ajudam na defesa dos interesses da categoria e permitem acesso a conteúdos relevantes para melhorar o exercício da profissão.

1.1. Caracterizam-se como cirurgias eletivas aqueles que possam ser adiados e/ou reprogramados sem prejuízo à saúde do paciente.

2. Devem ser mantidos/liberados os serviços de:a) Atendimentos clínicos e/ou cirúrgicos, procedimentos e exames

nos serviços de urgência e emergência;b) Consultas e procedimentos ambulatoriais considerados inadiáveis

ou de acompanhamento assistencial não passível de interrupção, como oncologia, hemodiálise, assistência pré-natal, doenças infectocontagiosas, retorno pós-operatório, dentre outros;

Serviço de Apoio Diagnóstico e Terapêutico – SADT em geral, in-cluindo clínicas de imagem, laboratórios, serviços de endoscopia e outros;

d) Cirurgias eletivas inadiáveis como oncológicas, cardiovasculares, transplantes de órgãos e tecidos, dentre outras cirurgias eletivas essenciais (que necessitam ser realizadas entre duas semanas e dois meses).

e) Consultas eletivas em hospitais, clínicas e consultórios, bem como perícias médicas.

2.1 O quadro epidemiológico de cada município deverá ser observado para que ocorra a fl exibilização de consultas e procedimentos eletivos.

2.2 Compete ao diretor clínico e, na sua ausência, ao diretor técnico avaliar as condições da instituição para fl exibilização de consultas e pro-cedimentos eletivos, observando o fi el cumprimento da Resolução CFM nº 2.147/2016.

2.3 Compete ao diretor clínico, e na sua ausência, ao diretor técnico avaliar as condições da instituição para a realização da cirurgia eletiva essencial.

3. Na assistência pré-natal, em gestações de risco habitual (baixo ris-co), o médico deverá avaliar a possibilidade de estabelecer intervalo maior entre as consultas do que o preconizado de rotina, sem que haja prejuízo para o binômio mãe-feto.

4. Na assistência a pacientes com doenças infecciosas, em especial aqueles com HIV/AIDS em tratamento antirretroviral e clinicamente estáveis, o médico deverá avaliar a possibilidade de estabelecer intervalo maior entre as consultas do que o preconizado pela rotina.

5. Os serviços de assistência à saúde (hospitais, clínicas, consultórios) e perícias médicas devem observar todas as recomendações das autoridades sanitárias (OMS, Ministério da Saúde, SESA/CE, Decreto n° 33.608, de 30 de maio de 2020, do Governo do Estado do Ceará), promovendo as práticas de higiene e prevenindo aglomerações de pacientes em suas dependências.

Estas Recomendações são provisórias e poderão ser modifi cadas à medida que novas evidências científi cas forem surgindo e de acordo com a evolução da pandemia.

Fortaleza, 02 de junho de 2020.

Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará

OCONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO CEARÁ - CREMEC, no uso das atribuições que lhe confere a Lei 3.268, de 30 se setembro de 1957, regulamentada pelo Decreto

no 44.045, de 19 de julho de 1958, e pelo Decreto nº 6.821, de 14 de abril de 2009;

CONSIDERANDO a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre as medidas de enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus responsável pelo surto de 2019 e a necessidade de regulamentar e operacionalizar as medidas de enfrentamento da emergência de saúde pública;

CONSIDERANDO a declaração de pandemia da COVID -19 pela OMS – Organização Mundial de Saúde, e tendo o Senado Federal brasi-leiro, através do Decreto Legislativo nº 6, de 20 de março de 2020, face ao art. 65 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, reconhecido o estado de calamidade pública no Brasil;

CONSIDERANDO a Portaria do Ministério da Saúde nº 188, de 03 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre a Declaração de Emergência em Saúde Pública de importância Nacional referente aos casos de infecção pelo novo coronavírus SARS-CoV2/COVID-19;

CONSIDERANDO a Portaria nº 454 do Ministério da Saúde, de 20 de março de 2020, que declara, em todo o território nacional, o estado de transmissão comunitária do novo coronavírus SARS-CoV2 (COVID-19);

CONSIDERANDO o Decreto nº 33.510, de 16 de março de 2020, do Governo do Estado do Ceará, que decretou a situação de emergência em saúde no âmbito do Estado do Ceará, em decorrência do novo coro-navírus SARS-CoV2 (COVID-19);

CONSIDERANDO o Decreto nº 33.519, de 19 de março de 2020, do Governo do Estado do Ceará, que intensifi ca as medidas para enfrenta-mento da infecção humana pelo coronavírus SARS-CoV2 (COVID-19);

CONSIDERANDO o Decreto nº 33.608, de 30 de maio de 2020, do Governo do Estado do Ceará, que prorroga o isolamento social no Estado do Ceará, na forma do Decreto nº 33.519, de 19 de março de 2020, e institui regionalização das medidas de isolamento social, e dá outras providências;

CONSIDERANDO as “Orientações do CFM sobre a realização de procedimentos eletivos durante a pandemia de COVID-19”, emitidas em 22 de maio de 2020;

CONSIDERANDO o cronograma estabelecido pelo Governo do Estado do Ceará para o “Plano responsável de retomada das atividades econômicas e comportamentais” (disponível em: <https://coronavirus.ceara.gov.br>, acesso em 02/06/2020);

CONSIDERANDO o momento da pandemia ora vivenciado no Estado do Ceará, com pouca ou nenhuma disponibilidade de leitos de UTI, de recuperação pós-anestésica e de enfermarias para pacientes não COVID-19;

CONSIDERANDO o risco de infecção por SARS-CoV-2, em ambiente hospitalar, de pacientes que têm indicação de cirurgias eletivas;

CONSIDERANDO a necessidade de conter a disseminação do coronavírus SARS-CoV-2 na comunidade e a necessidade de atender os pacientes que buscam as instituições de saúde.

RECOMENDA:1. Aos Diretores Técnicos das instituições de saúde públicas e priva-

das, e aos médicos em geral, que mantenham a suspensão de realização de cirurgias eletivas.

RECOMENDAÇÕES PARA HOSPITAIS, CLÍNICAS E CONSULTÓRIOS MÉDICOS – VERSÃO 2