informativo junho 2012 da comissão de meio ambiente do rcrj rio comprido

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INFORMATIVO Junho 2012 No informativo de Fevereiro, fizemos menção a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que acontece este mês no Rio de Janeiro, e destacamos alguns documentos criados na ECO 92 como a Agenda 21, a Carta da Terra e a Convenção da Diversidade Biológica (temas abordados nos informativos de março, abril e maio de 2012) e a Convenção sobre Mudança do Clima. A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas surgiu quando os países- membros da ONU começaram a discutir o combate às mudanças climáticas em 1992, no Rio de Janeiro propondo um esforço global em prol do clima. A Convenção entrou em vigor em 1994 e foram estabelecidos os alicerces para acordos climáticos posteriores. Foi na Convenção que se estabeleceu o princípio das “responsabilidades comuns, porém diferenciadas”, que diz que todos países devem reduzir suas emissões de gases de efeito estufa. O primeiro acordo internacional sobre mudanças climáticas foi assinado em 21 de março de 1994 por 182 países, inclusive o Brasil com o objetivo de estabilizar a concentração do gás associado ao aquecimento global, o gás carbônico (CO2), mas sem especificar o limite das concentrações. O Protocolo de Kyoto, assinado em 1997, (entrou em vigor em 16 de fevereiro de 2005), estabeleceu metas de redução dos gases causadores do efeito estufa para os países que assinaram e ratificaram o acordo e representou o primeiro passo concreto no sentido de evitar o super aquecimento da terra. A fim de cumprir essas metas, foram propostos basicamente três tipos de mecanismos: implementação conjunta (joint implementation), Mecanismo de Desenvolvimento Limpo MDL (Clean Development Mechanism - CDM) e comércio de emissões (emissions trading). Pelo mecanismo de implementação conjunta, qualquer país pode transferir ou adquirir de outro país do mesmo grupo unidades de redução de emissões resultantes de projetos destinados a diminuir as emissões ou aumentar as remoções, por sumidouros, dos gases de efeito estufa. O comércio de emissões prevê um sistema global de compra e venda de emissões de carbono. Baseia-se no esquema de mercado já usado nos EUA para a redução do dióxido de enxofre (SO2), responsável pela chuva ácida. Por esse modelo, são distribuídas quotas de emissão que podem ser comercializadas. Esse sistema de créditos (certificados de quotas) favorece as empresas que reduzem suas emissões. Age como um incentivo de mercado, uma vez que o comércio de emissões estabelece um valor claro à mercadoria (SO2), atuando como um forte fator de indução para que essas reduções se concretizem. O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, que evoluiu a partir de uma proposta apresentada pelos negociadores brasileiros em Kyoto, destina-se a auxiliar os países não desenvolvidos a atingir o desenvolvimento sustentável e contribuir para o objetivo final da Convenção. Por esse Mecanismo, os países industrializados podem investir em projetos de redução de emissões de carbono nos países não desenvolvidos e receber créditos por essa redução. Podem candidatar-se, por exemplo, projetos relativos a implementação de energia solar e eólica, co-geração, aproveitamento de biomassa, plantios florestais e reflorestamento. Paralelamente ao Rio +20, acontece de 17 a 19 de junho de 2012, o encontro da Rede C40 - Large Cities Climate Leadership Group que reúne prefeitos e representantes das maiores metrópoles do planeta para trocar experiências, debater ações locais e implementar políticas sustentáveis que ajudarão a enfrentar as mudanças climáticas globais. O Comitê Diretivo do C40 elaborou este encontro com o objetivo de destacar para a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio + 20, a importância das estratégias urbanas para se adaptar às mudanças climáticas e amenizar os impactos. A conferência de 2012, que será realizada no Rio de Janeiro uma cidade ativa da C40 representa a oportunidade para espalhar as lições aprendidas na C40 e encorajar o engajamento político para um Desenvolvimento Urbano Sustentável. Existe uma ligação clara entre as ações das cidades acerca da mudança do clima e os objetivos maiores de ser uma economia de baixo carbono, erradicação da pobreza e governança ambiental global. O papel das cidades nesta nova arquitetura institucional, como definido pela ONU, representa uma oportunidade única para cooperação. ELIZABETH LUIZA FERREIRA TAYAR Secretária e Coordenadora da Comissão de Meio Ambiente do Rotary Club RJ Rio Comprido - Distrito 4570 Pós Graduada em Educação Ambiental pela PUC RJ

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Informativo Junho 2012 da Comissão de Meio Ambiente do RCRJ Rio Comprido Coordenadora: ELIZABETH LUIZA FERREIRA TAYAR

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INFORMATIVO Junho 2012

No informativo de Fevereiro, fizemos menção a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que

acontece este mês no Rio de Janeiro, e destacamos alguns documentos criados na ECO 92 como a Agenda 21, a Carta da Terra e a

Convenção da Diversidade Biológica (temas abordados nos informativos de março, abril e maio de 2012) e a Convenção sobre

Mudança do Clima.

A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas surgiu quando os países-membros da ONU começaram a discutir o combate às mudanças climáticas em 1992, no Rio de Janeiro propondo um esforço global em prol do clima. A Convenção entrou em vigor em 1994 e foram estabelecidos os alicerces para acordos climáticos posteriores. Foi na Convenção que se estabeleceu o princípio das “responsabilidades comuns, porém diferenciadas”, que diz que todos países devem reduzir suas emissões de gases de efeito estufa.

O primeiro acordo internacional sobre mudanças climáticas foi assinado em 21 de março de 1994 por 182 países, inclusive o Brasil com o objetivo de estabilizar a concentração do gás associado ao aquecimento global, o gás carbônico (CO2), mas sem especificar o limite das concentrações.

O Protocolo de Kyoto, assinado em 1997, (entrou em vigor em 16 de fevereiro de 2005), estabeleceu metas de redução dos gases causadores do efeito estufa para os países que assinaram e ratificaram o acordo e representou o primeiro passo concreto no sentido de evitar o super aquecimento da terra.

A fim de cumprir essas metas, foram propostos basicamente três tipos de mecanismos: implementação conjunta (joint implementation),

Mecanismo de Desenvolvimento Limpo – MDL (Clean Development Mechanism - CDM) e comércio de emissões (emissions trading).

Pelo mecanismo de implementação conjunta, qualquer país pode transferir ou adquirir de outro país do mesmo grupo unidades

de redução de emissões resultantes de projetos destinados a diminuir as emissões ou aumentar as remoções, por sumidouros,

dos gases de efeito estufa.

O comércio de emissões prevê um sistema global de compra e venda de emissões de carbono. Baseia-se no esquema de

mercado já usado nos EUA para a redução do dióxido de enxofre (SO2), responsável pela chuva ácida. Por esse modelo, são

distribuídas quotas de emissão que podem ser comercializadas. Esse sistema de créditos (certificados de quotas) favorece as

empresas que reduzem suas emissões. Age como um incentivo de mercado, uma vez que o comércio de emissões estabelece um

valor claro à mercadoria (SO2), atuando como um forte fator de indução para que essas reduções se concretizem.

O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, que evoluiu a partir de uma proposta apresentada pelos negociadores brasileiros em

Kyoto, destina-se a auxiliar os países não desenvolvidos a atingir o desenvolvimento sustentável e contribuir para o objetivo final

da Convenção. Por esse Mecanismo, os países industrializados podem investir em projetos de redução de emissões de carbono

nos países não desenvolvidos e receber créditos por essa redução. Podem candidatar-se, por exemplo, projetos relativos a

implementação de energia solar e eólica, co-geração, aproveitamento de biomassa, plantios florestais e reflorestamento.

Paralelamente ao Rio +20, acontece de 17 a 19 de junho de 2012, o encontro da Rede C40 - Large

Cities Climate Leadership Group que reúne prefeitos e representantes das maiores metrópoles do

planeta para trocar experiências, debater ações locais e implementar políticas sustentáveis que

ajudarão a enfrentar as mudanças climáticas globais.

O Comitê Diretivo do C40 elaborou este encontro com o objetivo de destacar para a Conferência das Nações Unidas

sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio + 20, a importância das estratégias urbanas para se adaptar às mudanças

climáticas e amenizar os impactos. A conferência de 2012, que será realizada no Rio de Janeiro – uma cidade ativa da

C40 – representa a oportunidade para espalhar as lições aprendidas na C40 e encorajar o engajamento político para

um Desenvolvimento Urbano Sustentável. Existe uma ligação clara entre as ações das cidades acerca da mudança do

clima e os objetivos maiores de ser uma economia de baixo carbono, erradicação da pobreza e governança ambiental

global. O papel das cidades nesta nova arquitetura institucional, como definido pela ONU, representa uma oportunidade

única para cooperação.

ELIZABETH LUIZA FERREIRA TAYAR Secretária e Coordenadora da Comissão de Meio Ambiente do Rotary Club RJ Rio Comprido - Distrito 4570

Pós Graduada em Educação Ambiental pela PUC RJ