informativo 3ª edição

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Antes que Acabe Informativo do NACAB - 19 de Novembro 2013 - Ano 1, Edição: 03 Eles não estão incluídos no processo de recuperação e não vão fazer parte de nenhum cronograma de pagamento de dívidas. São a ponta menos visível da crise do grupo X, do empresário Eike Batista: pequenos empreendedores que investiram para aproveitar oportunidades no Porto do Açu e agricultores desalojados para construção de um distrito industrial na Zona Rural de São João da Barra, Norte Fluminense, local do empreendimento. Com a suspensão das obras do estaleiro da OSX, que desapropriado para receber o polo siderúrgico da também pediu recuperação judicial, o clima é de ítalo-argentina Ternium. apreensão no município de 35 mil habitantes. Desde A desapropriação abril, quando a crise se aprofundou, o movimento no comércio despencou e muitos empresários passaram a A desapropriação iniciou em 2009. Estudos feitos à conviver com calotes da clientela. época definiram a necessidade de 70 quilômetros quadrados de área, antes dividida em 466 lotes de “Vendia 800 quentinhas” pequenos produtores rurais. Desde então, 292 “Cheguei a vender 800 quentinhas por dia”, conta propriedades já foram desapropriadas, mediante ação Paulo de Freitas Bastos, dono de um restaurante. judicial. “Hoje, não passa de 200”, conclui. Ele deixou a Há um ano ele foi detido por resistência à capital em 2007 rumo ao município, atraído pelas desapropriação. A área de apenas um alqueire, está oportunidades que o porto geraria. Bastos se viu atualmente cercada por arame farpado. “Me envolvido na espiral de calotes que assolou a região agarraram pelo pescoço e me algemaram com meus após o começo da crise. Hoje tem aproximadamente dois filhos, como bandidos”, recorda. Ele lamentou R$30 mil a receber. terem jogado areia sobre a terra, que ficou “Chegaram de mansinho e depois nos mandaram improdutiva — mesmo que não seja mais usada pelo sair” porto. “Eles primeiro chegam de mansinho, medindo as Reportagem de Nicola Pamplona terras. Depois botam a placa e dizem que é deles”. A Ø A reportagem completa você encontra no link abaixo: reclamação do produtor rural Reginaldo de Almeida, em frente ao terreno que pertence a sua família há 40 http://odia.ig.com.br/noticia/economia/2013-11-14/orfaos-de- anos, foi feita com dedo em riste. Na mira, uma placa eike-em-sao-joao-da-barra-tentam-sobreviver.html que identifica o terreno de 13 quilômetros quadrados, Órfãos de Eike em São João da Barra tentam sobreviver Comerciantes, lavradores e trabalhadores perderam clientes, empregos, terra e renda

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Page 1: Informativo 3ª edição

Antes que Acabe

Informativo do NACAB - 19 de Novembro 2013 - Ano 1, Edição: 03

Eles não estão incluídos no processo de recuperação e

não vão fazer parte de nenhum cronograma de

pagamento de dívidas. São a ponta menos visível da

crise do grupo X, do empresário Eike Batista:

pequenos empreendedores que investiram para

aproveitar oportunidades no Porto do Açu e

agricultores desalojados para construção de um

distrito industrial na Zona Rural de São João da Barra,

Norte Fluminense, local do empreendimento.

Com a suspensão das obras do estaleiro da OSX, que desapropriado para receber o polo siderúrgico da

também pediu recuperação judicial, o clima é de ítalo-argentina Ternium.

apreensão no município de 35 mil habitantes. Desde A desapropriaçãoabril, quando a crise se aprofundou, o movimento no

comércio despencou e muitos empresários passaram a A desapropriação iniciou em 2009. Estudos feitos à conviver com calotes da clientela. época definiram a necessidade de 70 quilômetros

quadrados de área, antes dividida em 466 lotes de “Vendia 800 quentinhas”pequenos produtores rurais. Desde então, 292

“Cheguei a vender 800 quentinhas por dia”, conta propriedades já foram desapropriadas, mediante ação

Paulo de Freitas Bastos, dono de um restaurante. judicial.

“Hoje, não passa de 200”, conclui. Ele deixou a Há um ano ele foi detido por resistência à capital em 2007 rumo ao município, atraído pelas desapropriação. A área de apenas um alqueire, está oportunidades que o porto geraria. Bastos se viu atualmente cercada por arame farpado. “Me envolvido na espiral de calotes que assolou a região agarraram pelo pescoço e me algemaram com meus após o começo da crise. Hoje tem aproximadamente dois filhos, como bandidos”, recorda. Ele lamentou R$30 mil a receber.terem jogado areia sobre a terra, que ficou

“Chegaram de mansinho e depois nos mandaram improdutiva — mesmo que não seja mais usada pelo

sair” porto.

“Eles primeiro chegam de mansinho, medindo as Reportagem de Nicola Pamplona

terras. Depois botam a placa e dizem que é deles”. A Ø A reportagem completa você encontra no link abaixo:reclamação do produtor rural Reginaldo de Almeida,

em frente ao terreno que pertence a sua família há 40 http://odia.ig.com.br/noticia/economia/2013-11-14/orfaos-de-

anos, foi feita com dedo em riste. Na mira, uma placa eike-em-sao-joao-da-barra-tentam-sobreviver.html

que identifica o terreno de 13 quilômetros quadrados,

Órfãos de Eike em São João da Barra tentam sobreviver

Comerciantes, lavradores e trabalhadores perderam clientes, empregos, terra e renda

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ANTES QUE ACABE - 19 de Novembro 2013 - Ano 1, Edição: 03 02

determina a legislação Na noite de terça ambiental. Outro pedido feira (05/11), foi realizada feito pela comunidade é que na câmara municipal de se façam mais reuniões para Mur iaé a Audiênc ia que a mesma possa estar Pública referente ao inteirada sobre tudo que irá projeto de instalação de acontecer e que essas um sistema de contenção reuniões sejam feitas nos de cheias do rio Muriaé e locais que serão atingidas Rio Preto. Coordenada pelo empreendimento. Na pelo superintendente da ocasião Leonardo Rezende SUPRAM, Dr. Leonardo protocolou pedido de nova Sorbliny Schuchter, a audiência pública diante da audiência contou com a falta de informação dos presença dos poderes atingidos sobre o projeto e, (EIA). Segundo Fernando Teixeira executivos e legislativos de

ao final, reclamou da falta de - engenheiro do Deop-MG - a Muriaé; do Ministério Público; da estrutura adequada do local da previsão é que as obras devem empresa Planex, responsável pela reunião, porque muitas pessoas, até iniciar em abril 2014 e a elaboração do estudo; e de técnicos mesmo de idade, se encontravam expectativas é que os trabalhos do Departamento de Obras de pé, por não haver lugares sejam concluídos até outubro de Públicas de Minas Gerais (Deop-suficientes para todos assentarem. 2016.MG), além de centenas de

O Dr. Bruno Guerra, N o e n t a n t o , m u i t o s moradores das regiões que são promotor do Ministério Público, questionamentos foram levantados constantemente afetadas pelas também ressaltou a falta de pela maioria das pessoas que ali se enchentes.informações mais concretas sobre encontravam e uma das principais O tema central da audiência o estudo feito e os seus impactos no indagações é a falta de informação foi a construção de uma barragem meio ambiente e na sociedade e sobre o empreendimento em si, no Rio Preto e a adequação da calha expôs alguns questionamentos em haja vista que até o presente fluvial do rio Muriaé, com o intuito relação ao estudo ambiental e momento ainda não se sabe quem de amenizar o problema das recomendou aos poderes públicos são as famílias que serão de fato enchentes na cidade. Na ocasião o – executivo e legislativo – que atingidas pela obra. Leonardo Deop e a Planex mostraram para a m a n t e n h a m a p o p u l a ç ã o Rezende, advogado de alguns comunidade o conteúdo do projeto, esclarecida sobre todo o processo.possíveis atingidos pela obra que custará R$ 300 milhões, bem

A SUPRAM Zona da Mata questionou o fato de terem a como os impactos sociais e confeccionará a ata da reunião e intenção de começar as obras em ambientais da instalação da decidirá sobre o pedido de nova abril de 2014 se eles ainda nem barragem, conforme consta no audiência pública.sabem quem serão os atingidos. Estudo de Impacto Ambiental

Segundo ele isso vai contra o que

AUDIÊNCIA PÚBLICA EM MURIAÉpor Riverson Moreira

Fotos extraídas do site http://www.noticiasdemuriae.com.br/noticia/detalhe/1705

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ANTES QUE ACABE - 19 de Novembro 2013 - Ano 1, Edição: 03 03

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Desenvolvimento local, o 'ovo de Colombo’

[O Estado de S.Paulo] Muitas vezes, quando se discute a chamada “crise global” – que envolve consumo de recursos além da capacidade de reposição da biosfera, concentração da renda e do consumo, crise da energia (e sua influência na emissão de

poluentes e nas mudanças climáticas) -, é frequente que sobrevenha a tentação de uma fórmula capaz de ditar rumos em todas as áreas. E por aí se esbarra em obstáculos até aqui intransponíveis, de natureza econômica e política. Por isso foi importante que no II Fórum Mundial de Desenvolvimento Econômico Local, na semana passada, se tenha discutido em Foz do Iguaçu o caminho inverso: por meio desse desenvolvimento local chegar à desconcentração da renda e do uso de recursos, à descentralização na geração e na distribuição de energia.Os imensos problemas globais recomendam, de fato, que se mude o enfoque. Em menos de oito meses deste ano já havíamos consumido mais recursos naturais do que a disponibilidade do planeta (mesmo o Brasil consome mais que a média global disponível). É insustentável. A Agência Internacional de Energia adverte que é preciso reduzir com urgência as emissões que acentuam mudanças climáticas – e os combustíveis fósseis respondem por 80% das emissões nessa área, que, por sua vez, somam dois terços das emissões totais; se não reduzirmos, não se conseguirá conter o aumento da temperatura da Terra.No fórum – promovido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e por uma rede mundial de cidades e governo regionais, com apoio da Itaipu Binacional, além de outras instituições -, com mais de 4 mil participantes, ficou mais uma vez evidenciado que os atuais caminhos levam à concentração insustentável de recursos e da renda, à degradação ambiental, à corrupção, aos monopólios e outros formatos indesejáveis. Será inescapável, por isso, optar por soluções em que o desenvolvimento se dê pela agregação local de valores, que permita também maior participação das mulheres, geração localizada de energia e de sua distribuição, criação de parques científicos que tornem viáveis soluções locais adequadas (e evitem concentração de poder), propiciem criação de postos de trabalho (e tornem desnecessárias migrações), produção localizada de alimentos. E muito mais.Ø Para ler o restante do artigo basta acessar o link a seguir:http://www.ecodebate.com.br/2013/11/11/desenvolvimento-local-o-ovo-de-colombo-artigo-de-washington-novaes/