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TERAPÊUTICA DAS INFECÇÕES RESPIRATÓRIAS
Prof. Doutor Bruno Miguel Sepodes [email protected]
Infecções respiratórias
FACTOS:
• São a principal causa de morbilidade derivada de doença aguda
nos países desenvolvidos
• Uma das principais causas razões de queixa apresentada pelos
doentes
Infecções Respiratórias
Infecções do tracto
respiratório superior
Infecções do tracto
respiratório inferior
Constipação comum
Otite média
Faringite
Sinusite
Epiglotite
Laringite
Gripe
Bronquite (aguda, crónica)
Bronquiolite
Pneumonia
(Caso especial: fibrose quística)
Infeccções do tracto respiratório superior
Constipação comum
Diagnóstico diferencial
• A constipação comum é na maior parte dos casos uma Infecção
viral, por Rinovirus (30-40%)
Outros: Coronavirus, vírus sincicial respiratório, Coxsackie, Echovirus, Influenza A e B, Parainfluenza e Adenovirus
• O farmacêutico tem de distinguir entre infecções virais e outras
patologias que apresentam a mesma sintomatologia (e.g. gripe e
rinite aguda e crónica)
• Questões específicas e orientadas poderão ajudar a determinar
se o doente deve ou não ser referenciado para a consulta
médica
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Infeccções do tracto respiratório superior
Constipação comum
Questões específicas a observar perante o doente
Questões Relevância
Início dos sintomas
- O pico da incidência da gripe é nos meses de inverno; a constipação comum ocorre em qualquer altura do ano
- Os sintomas de gripe tendem a instalar-se de forma mais
abrupta que os da constipação – numa questão de horas
em vez de 1 a 2 dias
- As constipações de verão são comuns mas devem ser
diferenciadas da rinite alérgica sazonal (febre dos fenos)
Natureza dos sintomas - Mialgia, arrepios de frio e sensação de mal estar generalizado são mais proeminentes na gripe do que na
constipação comum. Perda de apetite é comum na gripe.
Factores precipitantes - Cefaleias/dor agravada pelo espirrar, tossir e curvar para
a frente, sugere complicações ao nível dos sinusóides. Se
dor do ouvido estiver presente, em especial nas crianças,
é provável o envolvimento do ouvido médio.
Infeccções do tracto respiratório superior
Constipação comum
Gripe (influenza) vs
Constipação comum
Apresentação Gripe Constipação
Clínica Sistémica Local – nariz e gargante
Início dos sintomas Súbito Gradual
Febre Em geral elevada Usualmente ligeira
Sintomatologia Arrepios, mialgia, mal-estar
geral, tosse, garganta inflamada Sneezing, nasal
congestion, sinusitis
Gravidade Prostração Usualmente ligeira
Curso Pode ser prolongado Usualmente ligeira
Complicações
Pode ser graves, e.g. pneumonia, exacerbação de
outras patologias latentes
Usualmente ligeiras
Gripe (influenza) vs Constipação comum
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Influenza virus
Parainfluenza virus
RSV
3
2
4
Adenovirus
Rhinovirus
Coronavirus
Enterovirus
33
> 90
4–5
> 70
Tipos de vírus Serotipos diferentes
Diagnóstico diferencial Tipos de vírus influenza e influenza-like
Sumário do tratamento para a gripe sazonal 2010/2011 (incluindo pandemia H1N1, H3N2 e influenza B)
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Sumário do tratamento para a gripe sazonal 2010/2011 (incluindo pandemia H1N1, H3N2 e influenza B)
Sumário do aconselhamento para a profilaxia após exposição para a gripe sazonal 2010/2011
(incluindo pandemia H1N1, H3N2 e influenza B)
Propriedades dos principais activirais utilizados
Pharmacological treatment and prophylaxis of influenza January 2011
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Figure 2 Choice of antiviral therapy for influenza-like illness
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Pharmacological treatment and prophylaxis of influenza January 2011
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Figure 3 Choice of antiviral prophylaxis following exposure
Respiratory tract infections antibiotic prescribing
Implementing NICE guidance
Em primeiro lugar, no contacto “cara-a-cara” os doentes que nos cuidados primários se apresentem com uma história clínica das seguintes deverá sofrer uma avaliação clínica:
- Otite média aguda
- Dores agudas de garganta/Faringite aguda/Amigdalite aguda
- Constipação comum
- Rinosinusite aguda
- Tosse aguda/Bronquite aguda
Recomendações:
Disponibilizar uma avaliação
clínica
As preocupações e
expectativas do doente ou pais do doente/prestadores de cuidados de saúde devem ser determinadas e avaliadas quando se concorda quanto ao uso das 3 estratégias de prescrição de antibióticos:
- Não prescrição
- Prescrição posterior
- Prescrição para utilização imediata
Recomendações:
Acertar com o doente qual a
estratégia para prescrição do
antibiótico
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Recomendações:
Dar aconselhamento
– Aconselhamento quanto à história natural
da doença
– Aconselhamento quanto ao tratamento
sintomático, incluindo a febre
Para todas as estratégias de prescrição de antibióticos deverá ser fornecido ao
doente:
Recomendações:
Opções de prescrição de
antibióticos
Uma estratégia de não prescrição do antibiótico ou uma estratégia de prescrição posterior do antibiótico deverá ser utilizada para a maioria dos doentes com as seguintes patologias:
- Otite média aguda
- Dores agudas de garganta/Faringite aguda/Amigdalite aguda
- Constipação comum
- Rinosinusite aguda
- Tosse aguda/Bronquite aguda
Recomendações:
Opções de prescrição de
antibióticos
Dependendo da avaliação clínica da gravidade,
os doentes dos subgrupos que se seguem
podem também ser considerados para
prescrição imediata de antibióticos :
- Crianças com idade menor que 2 anos com otite média
aguda bilateral
- Crianças com otorreia que têm otite média aguda
- Doentes com dores agudas de garganta/faringite
aguda/amigdalite aguda quando 3 ou mais critérios
Centor estão presentes: presença de exsudado,
linfoadenopatia ou linfadenite cervical anterior mole à
palpação, história de febre e ausência de tosse.
Recomendações:
Quando não é prescrito
antibiótico Oferecer aos doentes:
- A segurança que os
antibióticos não são
necessários de imediato
- Uma nova avaliação clínica
se existir agravamento da
patologia ou se esta se
torna prolongada
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Recomendações: Quando se concorda com a prescrição
posterior
Oferecer aos doentes:
- A segurança que os antibióticos não são necessários
de imediato
- Aconselhamento sobre a prescrição posterior se os
sintomas não se iniciam de acordo com o curso
natural esperado
- Aconselhamento sobre o regresso à consulta se
existir um agravamento significativo dos sintomas
apesar da medicação previamente prescrita
Recomendações: Considerar a prescrição imediata de
antibióticos nos doentes em risco de
desenvolver complicações
Prescrição imediata de antibiótico e/ou mais pesquisas ou outras abordagens apenas nos adultos e crianças nas seguintes situações:
- Se o doente está persistentemente mal do ponto de vista sistémico
- Se o doente tem sintomas e sinais de doença grave e/ou complicações
- Se o doente está em elevado risco de complicações sérias devido à existência de comorbilidades pré-existentes.
Recomendações: Considerar a prescrição imediata de
antibióticos nos doentes em risco de
desenvolver complicações
- Se o doente tem mais de 65 anos com tosse aguda e dois ou mais dos sintomas seguintes (ou 80 anos de idade com tosse aguda e 1 ou mais dos seguintes sintomas):
• Hospitalização no ano prévio
• Diabetes tipo 1 ou tipo 2
• História de insuficiência cardíaca congestiva
• Utilização actual de corticosteróides
Infecções bacterianas vs. virais Porque não funcionam os antibióticos nas infecções virais?
http://www.microbelibrary.org/microbelibrary/files/ccImages/Articleimages/simonson/Images/Streptococcus%20sobrinus%20fig1.jpg MicrobeLibrary.org; © Jean-Yves Sgro, University of Wisconsin
Polio Virus Streptococcus
Life Sciences-HHMI Outreach. Copyright 2008 President and Fellows of
Harvard College.
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Infecções Bacterianas Infecções virais
Consegue identificar patologias causadas por bactérias e vírus?
• Amigdalite bacteriana
• Gastroenterite
• Cólera
• Tuberculose
• Envenenamento alimentar
• Botulismo
• Gangrena
• Fasceíte necrosante (Síndroma de
Fournier)
• Granulomas, abcessos
• Pneumonia
• Acne
• Meningite
• úlceras
• Gripe
• Constipação
• SIDA
• Hepatite
• Varicela
• Gastroenterite
• Sarampo
• Papeira
• Ebola
• Pneumonia
• Febre do Nilo
• Cancro do cérvix
Life Sciences-HHMI Outreach. Copyright 2008 President and Fellows of Harvard College.
Propriedades dos vírus
Virião
Célula Hospedeira
Nucleo
Ribosoma
Golgi
Adapted from: http://en.wikipedia.org/wiki/Image:Virus_Replication.svg#file
Ciclo de vida do vírus
• virus liga-se à célula hospedeira
• virus entra na célula via endocitose
• degradação da cápsula
• hospedeiro transcreve DNA viral
• ribosomas fazem tradução do RNA viral
• montagem dos novos virus
Life Sciences-HHMI Outreach. Copyright 2008 President and Fellows of Harvard College.
Tratamento das Infecções Bacterianas com Antibióticos
• São bactericidas ou bacteriostáticos
• São produzidos naturalmente por fungos e bactérias
• Produzidos em escala maior através de culturas de microrganismos protectores
http://en.wikipedia.org/wiki/Image:Staphylococcus_aureus_%28AB_Test%29.jpg
Porque motivo produzem os microrganismos antibióticos na
natureza?
Para impedir o crescimento de microrganismos competidores
Staphyloccocus aureus
antibiotico
Life Sciences-HHMI Outreach. Copyright 2008 President and Fellows of Harvard College.
Mecanismo de Acção dos Antibióticos
Inibição da síntese proteica bacteriana
Alguns antibióticos ligam-se à subunidade maior e menor dos
ribosomas bacterianos
Exemplos: neomicina,
estreptomicina,
azitromicina,
eritromicina,
tetraciclina
Life Sciences-HHMI Outreach. Copyright 2008 President and Fellows of Harvard College.
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Mecanismo de Acção dos Antibióticos
Inibição da síntese da parede celular
Alguns antibióticos inibem a síntese do peptidoglicano
Exemplos: vancomicina,
amoxicilina, ampicillina,
penicillina
Life Sciences-HHMI Outreach. Copyright 2008 President and Fellows of Harvard College.
Infeccções do tracto respiratório superior
Constipação comum
Infeccções do tracto respiratório superior
Constipação comum
Entrada do vírus Replicação Lise celular
Activação dos mecanismos inflamatórios de defesa
Mediadores pró-inflamatórios:
Cininas (bradicinina) Interleucinas (IL-1, IL-6, IL-8)
Hiperémia
↑ permeabilidade vascular EDEMA Congestão
↑ secreção glandular Rinorreia
Estimulação das vias
nervosas sensoriais Irritação
Infiltração leucocitária
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Infeccções do tracto respiratório superior
Constipação comum
PONTOS DE ALERTA para referência à
consulta médica: constipação comum
• Envolvimento agudo dos sinusóides
• Dor do ouvido com origem no ouvido médio
• Doentes com sintomas que indiquem gripe
• Grupos mais vulneráveis (idosos e crianças)
Infeccções do tracto respiratório superior
Constipação comum
Terapêutica farmacológica
• Analgésicos e anti-inflamatórios sistémicos
• Descongestionantes sistémicos
• Descongestionantes tópicos
• Anti-histamínicos
• Antibióticos, antissépticos e anti-inflamatórios tópicos
• Essências e mentol
• Vitamina C
Infeccções do tracto respiratório superior
Constipação comum
Anti-inflamatórios, Analgésicos e Anti-piréticos
Indicação: febre, mal estar generalizado, cefaleias
Paracetamol*
Ac. Acetilsalicílico
Ibuprofeno
Naproxeno
*Nota: anti-pirético e analgésico
MEMBRANAS CELULARES
(fosfolípidos)
ÁCIDO ARAQUIDÓNICO
ENDOPERÓXIDOS CICLICOS
PGG2 PGH2
FOSFOLIPASE A2
CICLOOXIGENASE
DOR
VASOCONSTRIÇÃO
AGREG.
PLAQUETÁRIA
VASOCONSTRIÇÃO
INIB. AGREG.
PLAQUET.
VASODILATAÇÃO
INFLAMAÇÃO CONTRACÇÃO
UTERINA
VASODILATAÇÃO
A.I.N.E.
PROSTACICLINA
PGI2
SINTETASE DA
PROSTACICLINA
PGE2
PGF2
SINTETASE DAS
PROSTAGLANDINAS
TROMBOXANO A2
SINTETASE DO
TROMBOXANO
CASCATA DO
ÁCIDO ARAQUIDÓNICO
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Temperatura corporal média 36,6ºC – 37,5ºC
Ciclo circadiano Temperatura máxima (entre as 17h e 19h) Temperatura mínima (entre as 3h e as 5h)
Considera-se febre:
- temperatura rectal superior a 37,6ºC
- temperatura oral superior a 37,1ºC
- temperatura axilar superior a 37,2ºC
Regulação térmica
Febre
Hipertermia elevação da temperatura corporal independentemente da causa
Febre elevação da temperatura corporal derivada da alteração no
mecanismo de regulação (“termostato”) hipotalâmico.
Na febre ocorre: - aumento da temperatura corporal acima de 37ºC
- aumento da sudação - vasodilatação cutânea
Mecanismo de produção da febre
Febre
Estímulo
Hipotálamo regula a temperatura corporal. Mecanismos de controlo impedem que esta suba acima dos 41,1ºC
Em determinadas condições (ex.: infecções bacterianas ou virais) há formação de
citocinas (IL-1, TNF, etc.) que induzem a formação de PGE2 em vasos situados na região
pré-óptica do hipotálamo
Injecção de PGs, especialmente PGE2, directamente no hipotálamo febre
Febre é efeito secundário frequente quando se administram PGs para a indução do
aborto
Febre induzida pela administração directa de PGs no hipotálamo não é afectada pelos
AINE, ao contrário da febre induzida pela administração de IL-1 ou outras citocinas.
Febre
FEBRE
A maioria dos estados febris são autolimitados e de
baixo risco
A utilização de MNSRM no controlo da febre só deve
perdurar até 3 dias
se a situação se mantiver há indicação clínica
Melhorar o estado do doente
Evitar complicações
Objectivos terapêuticos
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Grupos de fármacos e fármacos capazes de induzir febre
Febre
Complicações da febre
Desidratação
Delírios
Convulsões (+ frequentes em crianças até 5 anos)
Lesões neurológicas
Lesões musculares
Coma
+ raras
Febre
Referência ao médico (1)
crianças até 2 anos de idade
gravidez
temperatura superior a 39ºC
febre há mais de 3 dias
febre contínua, ondulante ou recorrente
doentes imunodeprimidos
Febre
Referência ao médico (2)
febre associada a sinais/queixas sugestivas de doença que
requer avaliação clínica (ex. vómitos, diarreia, dificuldade
respiratória, exantema, petéquias, disuria, confusão mental,
rigidez da nuca, desidratação e convulsão)
ineficácia a todos os antipiréticos de dispensa sem receita
médica quando utilizados na posologia indicada
com manifestação de reacções adversas aos antipiréticos de
dispensa sem receita médica
com contra-indicação para a toma de antipiréticos de dispensa
sem receita
Febre
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banho com água tépida
(25/30ºC – indicado ao fim de 30 minutos da toma do
antipirético)
utilização de roupa ligeira
ingestão de água ou outros liquídos não alcoólicos em abundância, por forma a repor as perdas por transpiração e prevenir uma eventual desidratação
Medidas não farmacológicas (MNF)
Febre
Indicação Farmacêutica de MNSRM para a Febre
Decisão de acordo com os critérios de terapêutica
sem prescrição médica:
• Medicamentos aprovados para automedicação
(segurança e eficácia)
• Medicamentos monofármacos (preferencialmente)
• Avaliação individual das contra-indicações
• Avaliação individual das precauções
• Avaliação das interacções
Febre
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Infeccções do tracto respiratório superior
Constipação comum
Anti-inflamatórios, Analgésicos e Anti-piréticos
Adjuvantes (associações):
Cafeína
Codeína
Grupos especiais e efeitos laterais:
Grávida – paracetamol (fármaco de escolha)
Pediatria – ibuprofeno e naproxeno (AAS contra-indicado)
Efeitos laterais – perturbações gástricas e renais
Infeccções do tracto respiratório superior
Constipação comum
Descongestionantes nasais sistémicos
• agonista dos receptores adrenérgicos alfa
• efeitos vasocontritores
• alivia a congestão nasal
• Surgem principalmente sob a forma de combinações (com paracetamol, clorofenamina, dextrametorfano, etc...)
Aminas simpáticomiméticas
Pseudoefedrina (+ triprolidina ACTIFED®, DINAXIL®)
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Infeccções do tracto respiratório superior
Constipação comum
Descongestionantes nasais sistémicos
Reacções adversas:
- Elevação da pressão arterial
- Hiperglicémia
- Estimulação SNC (nervosismo, tremores, alucinações, cefaleias, insónias)
reduz-se com anti-histamínicos
- Estimulação cardíaca (taquicardia, palpitações)
Contra-indicações:
HTA, hipertiroidismo, diaetes, doença isquémica cardíaca,
hipertrofia prostática, glaucoma, insuficiência renal
Infeccções do tracto respiratório superior
Constipação comum
Descongestionantes nasais sistémicos
Aminas simpáticomiméticas
Pseudoefedrina
Fenilpropanolamina
Efeitos adversos
• taquicardia, palpitações
• ↑ pressão arterial
• nervosismo, insónia, ansiedade
• podem ↑ glicémia na diaetes Tipo I
Interacções
• IMAOs
• bloqueadores adrenérgicos
• antidepressivos tricíclicos
• quinidina
• ergotamina
• digitálicos
Nota: desaconselhados a idosos e
doentes com perturbações do sono!
Infeccções do tracto respiratório superior
Constipação comum
Descongestionantes nasais tópicos
Aminas simpáticomiméticas
(agonistas dos receptores alfa)
- Aplicação local na mucosa nasal
- Actuação rápida (≈ 5 min)
- Duração do efeito: variável com o fármaco
- Taquifilaxia (por aplicação repetida e prolongada)
- Algum efeito antagonista dos anti-hipertensores
- Irritação local
Infeccções do tracto respiratório superior
Constipação comum
Descongestionantes nasais tópicos
Aminas simpáticomiméticas
aplicadas directamente na mucosa
Actuação mais rápida
Sem efeitos sistémicos
Contra-indicações:
• Lactentes
• Grávidas
• Doença mental grave
Interacções:
IMAO
Anti-HTA
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Infeccções do tracto respiratório superior
Constipação comum
Descongestionantes nasais tópicos
Má técnica de
aplicação
Possibilidade
de deglutição
Reacções
adversas
sistémicas
No aconselhamento a prestar ao doente: - Gotas recomendadas para crianças (2-6 anos de idade)
- Spray recomendado a partir dos 6 anos (aplicação + fácil; ↑ contaminação)
- O frasco de gotas ou o spray não deverão ser partilhados
- O medicamento não deverá ser utilizado mais de 3 a 5 dias
- Informar sobre técnica de aplicação, e assoar antes de aplicar:
Gotas – inclinar a cabeça para trás, rodar a cabeça para um lado e
para o outro para espalhar a solução pela mucosa
Spray – manter a cabeça direita, deixar o ar encher cá fora, lavar aplicador, deitar fora frasco após a constipação
Infeccções do tracto respiratório superior
Constipação comum
Descongestionantes nasais tópicos
Duração de acção Fármacos
curta
4 horas
efedrina (+ codeína SEDOTUSSE®;
+ dextrametorfano IPESANDRINE®)
fenilefrina (só uso oftálmico)
média
6 horas
nafazolina (+ clorofenamina + gramicidina e outras associações
GRAMIXINA®, Naso-PRIEULINA®)
longa
8 a 12 horas
oximetazolina (NASAROX®, NASEX®, RINERGE®,
NASORHINATIOL®, BISOLSPRAY®)
xilometazolina (OTRIVINA®)
Infeccções do tracto respiratório superior
Constipação comum
Anti-histamínicos
• Pela sintomatologia da constipação ser análoga à rinite
• Associam-se aos descongestionantes sistémicos e
analgésicos
• Reduzem a rinorreia e os espirros
Reacções adversas:
- anticolinérgicos
- sedação
- sonolência
- redução dos reflexos
Contra-indicações:
- glaucoma
- hipertrofia prostática
- obstipação
- gravidez e aleitamento
Infeccções do tracto respiratório superior
Constipação comum
Anti-histamínicos
Anti-histamínicos de 1ª geração
Etanolaminas difenidramina (BENYLIN®)
Etilenodiaminas tonzilamina (+ lisozima + isobenzidrina NARIZIMA®)
Alquilaminas bromofeniramina
(+ ác. ascórbico + cafeína + paracetamol ILVICO®)
dexbromofeniramina (CONSTIPAL®)
No aconselhamento a prestar ao doente: - Cuidado com a condução ou atenção
- Tomar preferencialmente à noite
- Teste a sua reacção ao medicamento
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Infeccções do tracto respiratório superior
Constipação comum
Anti-histamínicos
Anti-histamínicos de 2ªgeração
- Loratadina
(CLARITINE ®, ALERTRIN®)
- Desloratadina (AERIUS®, AZOMYR ®)
- Baixa incidência de sedação
- Baixa incidência de efeitos antimuscarínicos
Infeccções do tracto respiratório superior
Constipação comum
Antibacterianos tópicos
• Usados principalmente no alívio das laringites
• Não são usados sistemicamente
• Sem eficácia porque a infecção é usualmente viral
Pastilhas
Spray
• Tirotricina (HYDROTRICINE®)
• Gramicidina (DROPCINA® + combinações)
• Fusafungina (LOCABIOSOL®)
Desaconselhados!
Origem viral [ ]’s irrisórias
de AB
Infeccções do tracto respiratório superior
Constipação comum
Antissépticos tópicos Alguns são virucídas; actuam em Gram + e Gram -
Reacções adversas:
- alterações do paladar
- reacções de
hipersensibilidade retardada
Contra-indicações:
- hipersensibilidade
Pastilhas
Spray
Hexetidina Clorohexidina
Álcool diclorobenzílico Compostos de amónio quaternário
(cetilpiridínio, dequalínio, domifeno)
Infeccções do tracto respiratório superior
Constipação comum
Anestésicos tópicos
Reacções adversas:
- reacções de
hipersensibilidade retardada
Contra-indicações:
- hipersensibilidade a
anestésicos locais
Pastilhas
Benzocaína (DENTISPRAY® + combinações)
Tetracaína (DRILL®)
Oxibuprocaína (MEBOCAÍNA® em combinação)
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Infeccções do tracto respiratório superior
Constipação comum
Outros componentes das pastilhas
Benzidamida:
- alívio da dor e inflamação da boca e faringe (AINE)
- Pode provocar dormência transitória da boca
Mentol, eucaliptol, cânfora e essências:
- Mentol: acção anestésica passageira e descongestionante
- Eucaliptol e cânfora: acção balsâmica e expectorante
- alívio da faringite
- emoliente
- ADRs: hipersensibilidade, apneia, colapso
Infeccções do tracto respiratório superior
Constipação comum
Outros componentes das pastilhas
Vitamina C
- Pode reduzir a sintomatologia
- Grande variabilidade interindividual
- Doses superiores a 5g podem ser prejudiciais
- DDR: 30-60mg; DDR (fumador): 100mg
Interacções:
- Aumento da absorção de ferro
- Interferência com glicosúria (interfere com
testes laboratoriais)
Contra-indicações:
- Oxalúria
- Deficiência em G6PD
- Perturbações TGI
Infeccções do tracto respiratório superior
Constipação comum
Terapêutica não farmacológica
- Aumento do consumo de líquidos
- Chupar rebuçados com mel, essências
- Soro fisiológico nasal
- Descanso
- Lavar as mãos frequentemente
- Usar lenços descartáveis
Infeccções do tracto respiratório superior
Otite média
- Inflamação do ouvido médio
- Diagnóstico mais comum em crianças (≠ anatomicas)
- Manifestações clínicas:
otalgia, perda de audição (otite média com efusão),
febre, irritabilidade
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Infeccções do tracto respiratório superior
Otite média
Infeccções do tracto respiratório superior
Otite média
Microbiologia
Streptococcus
pneumoniae
(20-35%)
Haemophilus
influenzae
(20-30%)
Moraxella
catarrhalis
(20%)
Outros: Staphylococcus aureus, Streptococcus pyogenes, Escherichia
coli, Pseudomonas aeruginosa, streptococci grupo B
Infeccções do tracto respiratório superior
Otite média
1980s Problema de resistência aos AB -lactâmicos
(e.g. amoxicilina)
As estirpes de H. Influenzae e M. catarrhalis produtoras de -
lactamases triplicaram na última década:
- Resistência passou de 15 a 55% para H. influenzae
- Resistência passou para praticamente 100% para M. catarrhalis
Infeccções do tracto respiratório superior
Otite média
• Controlo da dor
• Erradicação da infecção
• Prevenção de complicações
• Evitar antibioterapia desnecessária
• Minimizar os efeitos adversos do tratamento
Objectivos gerais da terapêutica
% significativa de crianças curada apenas com
tratamento sintomático, no entanto a antibioterapia
permanece uma abordagem comum
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Infeccções do tracto respiratório superior
Otite média
• Na criança a aplicação de calor local alivia e conforta
• No tratamento cirúrgico de episódios recorrentes:
- miringotomia - inserção de tubos de timpanostomia
Terapêutica não-farmacológica
Infeccções do tracto respiratório superior
Otite média
paracetamol
ibuprofeno (ou AINEs)
Terapêutica farmacológica
Alívio sintomático
Alívio da dor, inflamação e mal-estar
descongestionantes
anti-histamínicos
corticosteróides tópicos
expectorantes
NÃO são eficazes na otite média aguda
Infeccções do tracto respiratório superior
Otite média
H. Influenzae
M. catarrhalis
S. pneumoniae resistentes
Terapêutica farmacológica
Antibioterapia
produtores de -lactamase
• Fármaco de escolha: amoxicilina (40 a 45 mg/kg/dia)
2,8g/dia
• Se houver suspeita de infecção por S. pneumoniae resistente,
ou doente de alto risco para infecções resistentes:
- amoxicilina em doses elevadas (80 a 90mg/kg/dia) 5,6g/dia • Se falhar amoxicilina, escolhem-se fármacos contra:
Amoxicilina-
Ác.Clavulânico
Cefuroxima
Ceftriaxona i.m.
Infeccções do tracto respiratório superior
Otite média
Terapêutica farmacológica
Antibioterapia
Em doentes alérgicos à penicilina:
• cefalosporinas (se hipersensibilidade não é do tipo imediato)
• macrólidos:
- azitromicina,
- claritromicina,
- eritromicina,
- sulfisoxazol,
- sulfametoxazol-trimetoprim
• se identificado S. pneumoniae resistente: clindamicina
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Infeccções do tracto respiratório superior
Otite média
Terapêutica farmacológica
Antibioterapia para profilaxia de infecções recorrentes
Otite média recorrente:
3 episódios em 6 meses, ou 4 episódios ou mais em 12 meses
Terapêutica a iniciar no inverno ou primavera e continuada por 3
meses ou até ao aparecimento de novo episódio:
• amoxicilina (20-30mg/kg/dia) 1x dia (deitar) ou 2x (12/12h)
• sulfisoxazol (80-100mg/kg/dia) 1x dia
• TMP/SMX (equivalente a 4mg/kg/dia de TMP) 1x dia
• vacinas anti-pneumococci
• vacinas anti-H.influenzae
Infeccções do tracto respiratório superior
Otite média
Terapêutica farmacológica
Efeitos adversos
• Gastrintestinais
amoxicilina maior incidência de diarreira
amoxicilina-ácido clavulânico aumento diarreira, náuseas, vómitos
• Cutâneos
cefalosporinas
• Hematológicos
Infeccções do tracto respiratório superior
Faringite
- Inflamação da garganta de início súbito, em geral autolimitada
- Febres e sintomas constitucionais que melhoram em 3 a 5 dias
- Manifestações clínicas:
Inflamação da garganta
Dor à deglutição
Febre
Cefaleias, náuseas, vómitos e dor abdominal (crianças)
Eritema e inflamação das amígdalas e da faringe
Gânglios linfáticos aumentados e doridos
Úvula vermelha e edemaciada, petéquias no palato mole
* Tosse, conjuntivite, diarreia, rinorreia ( infecção não é causada por estreptococos do grupo A)
Infeccções do tracto respiratório superior
Faringite
22
Infeccções do tracto respiratório superior
Faringite
Microbiologia
Streptococcus
pyogenes
(-hemolítico Grupo A)
15 – 30%
Vírus
Causam maioria das
faringites agudas!
rinovirus (20%)
coronavirus (5%)
adenovirus (5%)
influenza (2%)
parainfluenza (2%)
Epstein-Barr (<1%)
Outros: Pneumococci patogénicos (Grupos A, C, G), Corynebacterium
diphtheriae, Clamydia pneumoniae, H. influenzae, Neisseria gonorrhea
Infeccções do tracto respiratório superior
Faringite
Questões específicas a observar perante o doente
Questões Relevância
Idade
- A causa da inflamação da garganta é influenciada pela idade. Embora na maior parte dos casos esta infecção
seja de origem viral (incluindo nos adultos), a infecção por
Streptococcus é mais prevalente nas crianças em idade
escolar
- A febre glandular é mais prevalente nos adolescentes
Gânglios cervicais Os gânglios estão marcadamente aumentados nos doentes com infecção por estreptococos e febre glandular.
Este aspecto é menos evidente quando a infecção é de
origem viral
Presença de exsudado
nas amigdalas
A presença de pús nas amigdalas sugere infecção bacteriana
Ulceração
Ter em atenção que as infecções a herpes simplex podem originar ulcerações herpéticas na zona posterior da boca
podendo originar manifestações clínicas semelhantes
Infeccções do tracto respiratório superior
Faringite
PONTOS DE ALERTA para referência à consulta
médica: faringite
• Alguma reacção adversa a um medicamento
• Rash cutâneo associado
• Duração superior a 2 semanas
• Disfagia
• Marcada presença de exsudado nas amigdalas
com febre elevada e edema gânglionar
Infeccções do tracto respiratório superior
Faringite
Fármacos susceptíveis de induzir agranulocitose
(que se pode manifestar por dores de garganta)
• captopril
• carbimazole
• Citotóxicos
• Neurolépticos (e.g. clozapina)
• penicilamina
• sulfasalazina
• Antibióticos contendo grupos com enxofre
23
Infeccções do tracto respiratório superior
Faringite
• Melhorar os sinais e sintomas clínicos
• Circunscrever e erradicar a infecção
• Prevenção de complicações (e.g. febre reumática)
• Evitar antibioterapia desnecessária
• Minimizar os efeitos adversos do tratamento
• Minimizar a transmissão a pessoas próximas
Objectivos gerais da terapêutica
Dever-se-á utilizar antibioterapia apenas em doentes
com características clínicas e epidemiológicas de
faringite por estreptococos do grupo A e exame
laboratorial positivo
Infeccções do tracto respiratório superior
Faringite
Infeccções do tracto respiratório superior
Faringite
Infeccções do tracto respiratório superior
Faringite
Terapêutica farmacológica
paracetamol
ibuprofeno (ou AINEs)
Alívio sintomático
Alívio da dor, inflamação e mal-estar
Antibioterapia
• Penicilina é o fármaco de escolha no tratamento da faringite
por estreptococos do grupo A
• Em doentes alérgicos à penicilina usam-se:
- macrólidos (como a eritromicina, azitromicina, claritromicina)
- cefalosporina de 1ª geração (como a cefalexina)
• Se via oral não é viável benzilpenicilina benzatínica i.m.
24
Infeccções do tracto respiratório superior
Faringite
Terapêutica farmacológica
Antibioterapia
Infeccções do tracto respiratório superior
Faringite
Terapêutica farmacológica
Antibioterapia
Infeccções do tracto respiratório superior
Faringite
• Repouso e dieta mole
• Pastilhas para alívio sintomático
• Gargarejos com água e sal
• Hidratação para reposição de líquidos
• Lavar as mãos várias vezes
Terapêutica não-farmacológica
Infeccções do tracto respiratório superior
Sinusite
• Inflamação ou infecção da mucosa dos seios perinasais
• Rinossinusite (quando também envolve mucosa nasal)
• Maioria das infecções são de origem viral
• A sinusite bacteriana pode ser aguda ou crónica
Aguda < 30 dias
Crónica > 3 meses + sintomas respiratórios persistentes
25
Infeccções do tracto respiratório superior
Sinusite
Infeccções do tracto respiratório superior
Sinusite
Sinais e sintomas
Agudos
Adulto
- Corrimento e congestão nasal
- Dor nos dentes, maxilares, na face ou nos seios da face com possível
irradiação (em especial unilateral), e que piora após uma melhoria inicial
- Sinais e sintomas graves e persistentes (por mais de 7 dias) têm maior
hipótese de ser de origem bacteriana antibioterapia
Criança - Corrimento nasal e tosse por mais de 10 a 14 dias
- temperatura acima de 39ºC
- edema facial
- dor
indicação para antibioterapia
Infeccções do tracto respiratório superior
Sinusite
Sinais e sintomas:
Crónicos
Adulto - Sintomas semelhantes aos da sinusite aguda, porém menos específicos
- Rinorreia associada a exacerbações agudas
- Tosse crónica não produtiva, laringite, cefaleias
- As infecções crónicas recorrentes ocorrem 3 a 4 vezes ao ano e não
respondem ao vapor de água ou a descongestionantes
Infeccções do tracto respiratório superior
Sinusite aguda bacteriana
Microbiologia
Streptococcus
pneumoniae
(30-40%)
Haemophilus
influenzae
(20-30%)
Moraxella
catarrhalis
(12-20%)
Outros: Staphylococcus aureus, Streptococcus pyogenes (15-20% nas
crianças), bactérias anaeróbias, vírus (15%) – rinovirus, influenza,
parainfluenza, adenovirus
26
Infeccções do tracto respiratório superior
Sinusite
• Alívio sintomático
• Restaurar e melhorar a função dos sinusóides
• Prevenção de complicações intracranianas (e.g. celulite periorbital, meningite, osteomielite facial)
• Evitar antibioterapia desnecessária
• Minimizar os efeitos adversos do tratamento
• Prevenir a progressão da sinusite crónica
• Erradicar os patogénios causadores
Objectivos gerais da terapêutica
Muitos dos sintomas de sinusite aguda desaparecem
por si em 48 horas sem necessidade de terapêutica!
Infeccções do tracto respiratório superior
Sinusite
Terapêutica farmacológica
fenilefrina
oximetazolina
Alívio sintomático
Descongestionantes inalatórios (vasoconstritores)
* Podem também ser utilizados descongestionantes sistémicos (via oral)
• Irrigação cavidade nasal com soro fisiológico e inalação de vapor
restaurar função mucociliar e aumentar humidade da mucosa
• Mucolíticos ajudam a diminuir a viscosidade das secreções nasais
• Anti-histamínicos NÃO devem ser utilizados na sinusite bacteriana
aguda porque podem secar a mucosa e dificultar a drenagem de
secreções a partir da mucosa
Infeccções do tracto respiratório superior
Sinusite bacteriana aguda
Terapêutica farmacológica
Antibioterapia
Cerca de 40% dos doentes com sinusite recuperam de forma
espontânea!
Amoxicilina
TMP/SMX
Tratamento de 1ª linha
* Se houver elevada resistência ao S. pneumoniae a
dosagem de amoxicilina deverá duplicar!
- Pode ser ineficaz nas infecções por estreptococos do Grupo A
- De 1ª linha nos doentes alérgicos à penicilina
10 a 14 dias de antibioterapia, pelo menos 7 dias, após os sinais
e sintomas estarem sob controlo
Infeccções do tracto respiratório superior
Sinusite bacteriana aguda
Terapêutica farmacológica
Antibioterapia
Amoxicilina - Ác.Clavulânico Azitromicina
Claritromicina
Cefuroxima axetil Cefixima
Cefaclor
Eritromicina - Sulfisoxazole
Flouroquinolonas – levofloxacina, gatifloxacina, moxifloxacina activas sobre os principais m.o. patogénicos (resistentes ou não), para além de uma
excelente penetração tecidular ao nível dos sinusóides
Antibióticos -lactâmicos são tratamento de 2ª linha
1ª Geração – efeito reduzido sobre H. Influenzae 2ª Geração 3ª Geração
excelente actividade (exceptuando S. pneumoniae)
efeitos comparáveis
27
Infeccções do tracto respiratório superior
Sinusite bacteriana aguda
Terapêutica farmacológica
Antibioterapia
In
feccçõ
es d
o t
racto
resp
irató
rio
in
ferio
r
Sin
us
ite
Ag
ud
a B
ac
teri
an
a
Infeccções do tracto respiratório superior
Epiglotite
• Epiglote uma das principais cartilagens da laringe que
bloqueia a entrada para a glote durante a deglutição
• Emergência ventilatória obstrução aguda das vias aéreas
• Maioria das infecções causadas por Haemophilus influnzae
tipo b (HIB)
• Mais prevalente nas crianças com idades entre 2 a 6 anos
(incidência decresceu com a vacina HIB)
• Manifestações clínicas: alterações respiratórias, hipersecreção
salivar, disfagia e disfonia
Infeccções do tracto respiratório superior
Epiglotite
epiglote normal epiglotite
28
Infeccções do tracto respiratório superior
Epiglotite
Terapêutica não-farmacológica
• Restaurar a ventilação (desobstruir vias aéreas)
• Evitar manipulação do doente, mantendo-o sentado
• Não tentar o exame à garganta
• Se a criança se apresentar com insuficiência
respiratória oxigénio em atmosfera húmida
Infeccções do tracto respiratório superior
Epiglotite
Após restabelecimento das vias aéreas:
cefuroxima (150mg/kg/dia, 8/8h) cefotaxima (150-225mg/kg/dia, 6/6h) ceftriaxone (80-100mg/kg/dia, 12/12h) *Uma vez observadas melhoras, o doente é desentubado, e inicia-se a terapêutica antibiótica por via oral (pelo menos 10 dias)
Terapêutica farmacológica
Antibioterapia empírica dirigida a HIB
Corticosteróides (dexametazona) – para redução do edema da laringe
Infeccções do tracto respiratório superior
Laringite
- Ligeira, moderada, grave -Tratamento depende do tipo
de laringite
Terapêutica não-farmacológica
• Oxigénio húmido (se SAO2 < 90%)
• Atmosfera húmida (sem evidência científica)
Infeccções do tracto respiratório superior
Laringite
Terapêutica farmacológica
Adrenalina racémica (na laringite moderada a grave) Agonista adrenérgico e
- causa vasoconstrição e diminui o edema subglótico (efeitos )
- causa broncodilatação e alivia a obstrução das vias aéreas (efeitos )
Corticosteróides (na laringite moderada a grave) Dexametasona, budesonido (via inalatória)
Antibióticos Apenas utilizados quando foi feito o diagnóstico de laringo-traqueite bacteriana
S. aureus Estreptococos HIB *Enterobatérias
cefuroxima (1ª linha) cloxacilina + cefotaxima vancomicina + aminoglicosido
Combinação é preferida quando laringite é
contraida no hospital
29
Infecções Respiratórias
Infecções do tracto
respiratório inferior
Bronquite (aguda, crónica)
Bronquiolite
Pneumonia
(Caso especial: fibrose quística)
Infeccções do tracto respiratório inferior
Bronquite aguda
• Doença inflamatória dos componentes maiores da
árvore traqueobrônquica
• O processo inflamatório não se estende até aos
alvéolos
Bronquite aguda é mais comum nos meses de inverno
Climas frios e húmidos
Poluição do ar
Fumo de cigarro
Precipitam
crises da
doença
Infeccções do tracto respiratório inferior
Bronquite aguda
Microbiologia
Mycoplasma
pneumoniae
Chlamydia
pneumoniae Bordetella
pertussis
Mais comuns: vírus respiratórios – rinovirus, coronavirus, influenza,
adenovirus, virus sincicial respiratório
Infeccções do tracto respiratório inferior
Bronquite aguda
• Alívio sintomático
• Repouso e conforto
• Evitar antibioterapia desnecessária
• Minimizar os efeitos adversos do tratamento
• Prevenir a desidratação associada
• Prevenir o comprometimento respiratório
Objectivos gerais da terapêutica
30
Infeccções do tracto respiratório inferior
Bronquite aguda
Terapêutica farmacológica
Alívio sintomático e de suporte
• analgésicos e antipiréticos Paracetamol
Adultos – Máximo 4g/dia; Crianças – 10 a 15mg/kg/dose, máximo 60mg/kg
Ibuprofeno
Adultos – Máximo 3,2g/dia; Crianças – 10 mg/kg/dose, máximo 40mg/kg
• ingestão de líquidos e uso de nebulizador/vaporizador
ajudam a diminuir a viscosidade das secreções nasais
• antitússicos na tosse leve e persistente – dextrometorfano; na
tosse mais acentuada – codeína intermitente
• Anti-histamínicos NÃO devem ser utilizados na bronquite aguda
porque podem secar a mucosa e dificultar a drenagem de secreções a
partir da mucosa
Infeccções do tracto respiratório inferior
Bronquite aguda
Terapêutica farmacológica
Antibioterapia
Descontinuar o uso rotineiro de antibióticos na bronquite aguda.
Só utilizar se estiver associada etiologia bacteriana: doentes com febre e sintomas
respiratórios por mais de 4 a 6 dias.
• Antibioterapia dirigida aos agentes patogénicos mais prováveis no tracto
respiratório: Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae, ou
contra os que cresceram em cultura da orofaringe
• Se suspeita de M. pneumoniae: eritromicina (ou análogos). Em adultos
pode utilizar-se uma fluoroquinolona (gatifloxacina, levofloxacina)
• Em epidemias de virus influenza A: amantadina e rimantadina, minimização
da sintomatologia se administradas em fases precoces da doença
• Em epidemias de virus influenza A e B: zanamivir e oseltamivir, minimização
da sintomatologia se administrados em fases precoces da doença
Infeccções do tracto respiratório inferior
Bronquite crónica
• Doença inflamatória dos componentes maiores da
árvore traqueobrônquica
• O processo inflamatório não se estende até aos
alvéolos
Bronquite crónica é mais comum nos adultos
Climas frios e húmidos
Poluição do ar
Poeiras
Infecções bacterianas
Infecções virais
Fumo de cigarro
Factores
precipitantes
Infeccções do tracto respiratório inferior
Bronquite crónica
Microbiologia
Bactérias mais frequentemente isoladas em culturas de secreções de
doentes vítimas de uma exacerbação aguda de bronquite crónica são:
Haemophilus influenzae 24 a 26% (com frequência -lactamase +) Haemophilus parainfluenzae 20%
Streptococcus pneumoniae 15%
Moraxella catarrhalis 15% (com frequência -lactamase+)
Klebsiella pneumoniae 4%
Serratia marcescens 2% Neisseria meningitidis 2% (com frequência -lactamase +)
Pseudomonas aeruginosa 2%
31
Infeccções do tracto respiratório inferior
Bronquite crónica
• Alívio sintomático
• Conforto
• Melhorar as exacerbações agudas
• Obter longos intervalos livres de infecção
Objectivos gerais da terapêutica
Abordagem geral do tratamento
• Reduzir a exposição do doente aos agentes irritantes
• Promover hábitos de higiene das vias respiratórias
• No caso de exacerbações agudas determinar os
microrganismos envolvidos antibioterapia dirigida
Infeccções do tracto respiratório inferior
Bronquite crónica
Terapêutica não-farmacológica
• História ocupacional e
ambiental completa
• Humidificar o ar inspirado (utilização de mucolíticos em aerossol é de
valor terapêutico duvidoso!)
• Drenagem postural (promove
eliminação secreções)
Infeccções do tracto respiratório inferior
Bronquite crónica
Terapêutica farmacológica
Broncodilatadores (orais ou em aerossol, p.ex. salbutamol)
Podem ser benéficos durante as exacerbações pulmonares agudas
Se existirem limitações constantes do fluxo de ar re-avaliar broncodilatadores
Alívio sintomático
O uso de antibióticos nesta situação é controverso!
A antibioterapia deve:
- ser eficaz contra os patogénios mais prováveis ou concretamente isolados
- apresentar o menor risco possível de interacções medicamentosas
- apresentar uma posologia que facilite a adesão ao tratamento
Antibioterapia
Infeccções do tracto respiratório inferior
Bronquite crónica
Terapêutica farmacológica
A ampicilina é muitas vezes o fármaco de escolha nas exacerbações agudas:
- administração várias doses ao dia (4x/dia)
- aumento das estirpes resistentes à penicilina
- aumento das estirpes produtoras de -lactamase
Antibioterapia
Limitam o uso deste
antibiótico
A azitromicina é o fármaco de escolha se for detectado Mycoplasma pneumoniae
(grupo dos macrólidos)
A gatifloxacina é o fármaco de escolha em doentes em que há envolvimento de
bactérias negativas ao Gram ou em doentes mais graves. Muitas estirpes de S.
Pneumoniae são resistentes às quinolonas mais antigas, como a ciprofloxacina
(grupo das fluoroquinolonas)
32
Infeccções do tracto respiratório superior
Bronquite crónica
Terapêutica farmacológica
In
feccçõ
es d
o t
racto
resp
irató
rio
in
ferio
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Bro
nq
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Infeccções do tracto respiratório inferior
Bronquiolite
• Infecção viral aguda afectando principalmente crianças (2-10 meses de idade)
• Sazonalidade bem definida (pico meses de inverno e persistência até início da primavera)
• Virus sincicial respiratório causa mais frequente (45-60%)
• Virus parainfluenza é a 2ª causa mais comum
• Bactérias: patogénios secundários em apenas alguns casos
Infeccções do tracto respiratório inferior
Bronquiolite
Terapêutica farmacológica
Broncodilatadores (em aerossol, p.ex. salbutamol)
Úteis em crianças com predisposição para o broncospasmo
Alívio sintomático
Doença em geral autolimitada, cujo tratamento consiste em reconfortar o doente
e administrar antipiréticos (excepto em crianças com hipóxia ou desidratação)
Na criança gravemente doente:
- oxigenoterapia
- fluidos intravenosos
Antibióticos não devem ser administrados por rotina! As bactérias não são os agentes etiológicos primários
Ribavirina, na bronquiolite por vírus sincicial respiratório Em doentes portadores de doenças pulmonares ou cardíacas subjacentes, ou com infecções agudas e graves. Administração especial (aerossol gerador de pequenas particulas).
33
Infeccções do tracto respiratório inferior
Pneumonia
Atinge pessoas de todas as idades Manifestações clínicas mais graves em doentes muito jovens, idoses e doentes crónicos
Infeccções do tracto respiratório inferior
Pneumonia
Pneumonia bacteriana por Gram + e Gram - Staphylococcus aureus, Klebsiella pneumoniae, Legionella pneumophila
Microbiologia
Pneumonia por anaeróbios Peptostreptococcus spp., Fusobacteria, Bacteroides melaninogenicus,
Bacteroides fragilis e Peptococcus spp.
Pneumonia por Mycoplasma pneumoniae Mycoplasma pneumoniae
Pneumonia viral Virus respiratórios
Pneumonia nosocomial Pseudomonas aeruginosa, S. Aureus, E. Coli, Klebsiella pneumoniae
34
Infeccções do tracto respiratório inferior
Pneumonia
Circunstâncias particulares
• Pneumonia em doentes infectados pelo HIV
• Pneumonia do hospedeiro neutropénico
• Pneumonia nosocomial
35
Infeccções do tracto respiratório inferior
Pneumonia
• Alívio sintomático
• Erradicação do microrganismo responsável
• Promover a cura completa
Objectivos gerais da terapêutica
Abordagem geral do tratamento
• Avaliar função respiratória, doença sistémica, desidratação
ou colapso cardiovascular
• Análises para determinação dos microrganismos
causadores (excepção: pneumonia adquirida na
comunidade)
• Escolha adequada do antibiótico
Infeccções do tracto respiratório inferior
Pneumonia
Terapêutica não-farmacológica
• Restaurar a hidratação (via i.v. se necessário)
• Suporte nutricional
• Controlo da febre
• Drenagem adicional se houver retenção de secreções
Infeccções do tracto respiratório inferior
Pneumonia
Terapêutica farmacológica
Alívio sintomático
- oxigénio em atmosfera húmida
- broncodilatadores (e.g. albuterol)
- drenagem postural
- antipiréticos para controlo da febre
Infeccções do tracto respiratório inferior
Pneumonia
Terapêutica farmacológica
Antibioterapia
Utilização empírica de um antibiótico (ou antibióticos) de
espectro mais amplo, eficaz contra os microrganismos
prováveis.
Uma vez obtidos os resultados das culturas, dever-se-á
reduzir o espectro do tratamento para cobrir patogénios
específicos
36
Infeccções do tracto respiratório inferior
Pneumonia
Terapêutica farmacológica
Antibioterapia
- O sucesso do tratamento depende de concentrações de antibiótico
superiores à concentração inibitória mínima (MIC) do agente patogénico
nas secreções respiratórias
- Não se observou um benefício consistente com o uso de antibióticos
em aerossol ou por instilação endotraqueal directa
- Vacinas contra S. pneumoniae e H. Influenzae tipo b podem prevenir a
pneumonia. A amantadina pode prevenir a infecção por influenza A.
Iniciar logo que possível após exposição e mantê-la por pelo menos 10
dias.
Antibioterapia
In
feccçõ
es d
o t
racto
resp
irató
rio
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ferio
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Pn
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mo
nia
In
feccçõ
es d
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racto
resp
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resp
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Infeccções do tracto respiratório inferior
Pneumonia
Terapêutica farmacológica Antibioterapia