indisciplina na perspectiva bioecolÓgica do

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BIANCA LARISSA MENDES SILVA INDISCIPLINA NA PERSPECTIVA BIOECOLÓGICA DO DESENVOLVIMENTO HUMANO: UM BALANÇO DOS ESTUDOS NACIONAIS Londrina 2015

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Page 1: INDISCIPLINA NA PERSPECTIVA BIOECOLÓGICA DO

BIANCA LARISSA MENDES SILVA

INDISCIPLINA NA PERSPECTIVA BIOECOLÓGICA DO

DESENVOLVIMENTO HUMANO:

UM BALANÇO DOS ESTUDOS NACIONAIS

Londrina 2015

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BIANCA LARISSA MENDES SILVA

INDISCIPLINA NA PERSPECTIVA BIOECOLÓGICA DO

DESENVOLVIMENTO HUMANO:

UM BALANÇO DOS ESTUDOS NACIONAIS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento Educação da Universidade Estadual de Londrina - UEL como requisito parcial para conclusão do curso de Pedagogia. Orientadora: Profª. Drª. Francismara Neves de Oliveira

Londrina 2015

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BIANCA LARISSA MENDES SILVA

INDISCIPLINA NA PERSPECTIVA BIOECOLÓGICA DO

DESENVOLVIMENTO HUMANO:

UM BALANÇO DOS ESTUDOS NACIONAIS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Educação da Universidade Estadual de Londrina - UEL como requisito parcial para conclusão do curso de Pedagogia.

BANCA EXAMINADORA

____________________________________ Orientadora: Profª. Drª. Francismara Neves de

Oliveira Universidade Estadual de Londrina - UEL

____________________________________ Profª. Drª. Rosa Maria Junqueira Scicchitano

Universidade Estadual de Londrina - UEL

____________________________________ Profª. Drª Andreza Schiavoni

Universidade Estadual de Londrina - UEL

Londrina, 18 de Setembro de 2015.

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Page 5: INDISCIPLINA NA PERSPECTIVA BIOECOLÓGICA DO

Dedico este trabalho a meus pais e

familiares que sempre me apoiaram e

acreditaram em minha capacidade.

Page 6: INDISCIPLINA NA PERSPECTIVA BIOECOLÓGICA DO

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, pelo dom da vida e por suas

bênçãos; à Virgem Maria, por conceder-me a graça e a virtude da paciência e da

calma nos momentos mais intensos e de grandes dificuldades que permearam esse

processo de formação.

Agradeço à minha orientadora não só pela constante orientação,

mas sobretudo pela sua amizade, companheirismo, colaboração e dedicação a este

trabalho, mesmo com todos os imprevistos que surgiram.

Aos meus professores, especialmente da àrea de Psicologia da

Educação da Universidade Estadual de Londrina, que tanto colaboram desde o

início, na suscitação do tema de pesquisa e durante todo esse processo.

Gostaria de agradecer também e de forma especial aos meus pais e

meus avós, que embora todas as dificuldades que envolveram este trabalho,

colaboraram, apoiaram e se dedicaram a compreender meus receios. Tudo o que

sou hoje devo aos ensinamentos e à educação por eles concedida.

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SILVA, Bianca Larissa Mendes. Indisciplina na perspectiva Bioecológica do Desenvolvimento Humano: Um balanço dos Estudos Nacionais. 2015. 50 f.. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Pedagogia) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2015.

RESUMO

O presente Trabalho de Conclusão de Curso tem como principal objetivo pesquisar na base dados SCIELO BR, os estudos que tiveram o fenômeno da Indisciplina como temática principal, verificando se neles se apresenta o aporte teórico metodológico da Teoria Bioecológica do Desenvolvimento Humano. Como principal desdobramento desta busca intencionamos identificar a produção científica divulgada em periódicos das áreas de Educação e de Psicologia nos últimos cinco anos. O trabalho está dividido em dois momentos: no primeiro momento o aporte teórico em que se baseia essa pesquisa é tratado, com suas conceituações básicas e no segundo momento a pesquisa é caracterizada pela busca de artigos em periódicos nacionais online, classificados pela Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) em sua forma de qualificação dos periódicos denominada QUALIS – CAPES, considerando os extratos em ordem decrescente de classificação, A1, A2, B1 e B2, no período que compreende os anos de 2010 a 2015 que discutem e abordam o fenômeno da indisciplina, buscando a provável relação com a Teoria Bioecológica do Desenvolvimento Humano. Os estudos identificados revelam o movimento da produção acerca do tema em periódicos nacionais em um considerável período da produção atual e respeitam a qualificação da CAPES que classifica os veículos divulgadores dos estudos realizados e de certo modo, norteiam as pesquisas a serem discutidas na formação em Educação no Brasil. Os dados de nossa pesquisa indicam baixa produção acerca da temática disseminada nos periódicos investigados e a ausência do campo teórico da bioecologia do desenvolvimento humano na discussão de indisciplina na escola. Indicamos a necessidade de estudos que viabilizem essa relação, em pesquisas futuras. Palavras-chave: Indisciplina. Teoria Bioecológica do Desenvolvimento Humano. Urie Bronfenbrenner. Balanço de estudos nacionais.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Quantidade de Revistas Encontradas .................................................... 29

Tabela 2 – Quantidade de Revistas Analisadas ...................................................... 29

Tabela 3 – Quantidade de Artigos por Ano de Publicação ...................................... 30

Page 10: INDISCIPLINA NA PERSPECTIVA BIOECOLÓGICA DO

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

TBDH Teoria Bioecológica do Desenvolvimento Humano

PPCT Processo, Pessoa, Contexto, Tempo

Page 11: INDISCIPLINA NA PERSPECTIVA BIOECOLÓGICA DO

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 11

2 A TEORIA BIOECOLÓGICA DO DESENVOLVIMENTO HUMANO ....... 14

2.1 O MODELO PPCT ....................................................................................... 15

2.1.1 Processo ................................................................................................... 15

2.1.2 Pessoa ...................................................................................................... 17

2.1.3 Contexto .................................................................................................... 18

2.1.4 Tempo ....................................................................................................... 19

2.2 PROCESSO E CONTEXTO: MICROSSISTEMA, MESOSSISTEMA, EXOSSISTEMA E

MACROSSISTEMA ......................................................................................... 21

2.2.1 Microssistema ........................................................................................... 21

2.2.2 Mesossistema ........................................................................................... 23

2.2.3 Exossistema .............................................................................................. 24

2.2.4 Macrossistema .......................................................................................... 25

2.3 A INDISCIPLINA NA PERSPECTIVA DA TEORIA BIOECOLÓGICA DO

DESENVOLVIMENTO HUMANO ....................................................................... 26

3 BALANÇO DE ESTUDOS NACIONAIS ACERCA DA TEMÁTICA

INDISCIPLINA .......................................................................................... 29

3.1 ANÁLISES DOS ARTIGOS ENCONTRADOS ......................................................... 31

4 CONCLUSÃO ........................................................................................... 34

REFERÊNCIAS......................................................................................... 36

APÊNDICES ............................................ 42

APÊNDICE A – Quadro de Artigos Analisados ......................................... 43

Page 12: INDISCIPLINA NA PERSPECTIVA BIOECOLÓGICA DO

11

1 INTRODUÇÃO

O presente Trabalho de Conclusão de Curso tem como principal

objetivo pesquisar e analisar o fenômeno Indisciplina considerando o aporte teórico

metodológico na perspectiva da Teoria Bioecológica do Desenvolvimento Humano,

de Urie Bronfenbrenner. Nosso principal questionamento é saber como estão sendo

discutidas as problemáticas que envolvem esse fenômeno nos últimos cinco anos, e

o que tem sido discutido acerca desse fenômeno na perspectiva da Teoria

Bioecológica.

Durante meu período de graduação, percebi que pouco se falou

sobre esse tema, e quando falado, não foi com a preocupação com o embasamento

teórico, mas sim em discussões sobre dúvidas dos alunos que surgiam no decorrer

das aulas. As abordagens teóricas trabalhadas no curso permitiam, na minha

análise, discussões do tema que considero de extrema relevância pedagógica, pois

além de constituir a preocupação dos professores e gestores que atuam nas

escolas, também envolve a preocupação epistemológica das pesquisas na área de

Psicologia da Educação, Educação, Sociologia da Educação. Senti então a

necessidade de pesquisar sobre esse fenômeno tão importante e interessante no

campo de estudos do desenvolvimento humano, na elaboração de meu Trabalho de

Conclusão do Curso (TCC). Por ter me identificado com a base teórica da

Bioecologia do Desenvolvimento Humano e entender que essa pespectiva nos

possibilita um olhar sistêmico e ecológico sobre o desenvolvimento humano,

interessou compreender o fenômeno da Indisciplina, à luz deste campo teórico.

Este trabalho está dividido em dois momentos: no primeiro momento

o aporte teórico em que se baseia essa pesquisa é tratado, com sua conceituação

básica e no segundo momento a pesquisa caracterizada pela busca de artigos em

periódicos nacionais online, classificados pela Coordenadoria de Aperfeiçoamento

de Pessoal de Nível Superior (CAPES) em sua forma de qualificação dos periódicos

denominada QUALIS – CAPES, considerando os extratos em ordem decrescente de

classificação, A1, A2, B1 e B2, no período que compreende os anos de 2010 a 2015

que discutem e abordam o fenômeno da indisciplina, buscando a provável relação

com a Teoria Bioecológica do Desenvolvimento Humano. Delimitamos o recorte

temporal dos últimos cinco anos (2010-2015) para a busca.

Page 13: INDISCIPLINA NA PERSPECTIVA BIOECOLÓGICA DO

12

Além do recorte temporal, delimitamos analisar os periódicos online,

em razão da facilidade de acesso às informações que essa modalidade de

publicação oferece e por constituirem-se veículos de disseminação das produções

científicas acerca do tema as quais são acessadas pelos profissionais da educação.

A escolha do campo teórico se deu por duas razões principais: 1. Por se tratar do

campo de conhecimento que estuda o desenvolvimento humano e pode ser

considerada de interface com as discussões sobre a aprendizagem, cotidiano

escolar e contextos de aprendizagem e desenvolvimento. 2. Por ser considerada

uma das perspectivas teóricas mais recentes na abordagem do desenvolvimento

humano, pode oferecer constribuições ainda não exploradas nos demais campos

teóricos com os quais a indisciplina frequentemente é tratada.

Posto esse ponto inicial, buscamos no site da Coordenação de

Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) a última qualificação das

revistas nacionais e internacionais de todas as áreas do conhecimento, realizada no

ano de 2015. Escolhemos a qualificação da CAPES visto que, é uma “fundação do

Ministério da Educação (MEC)” que “desempenha papel fundamental na expansão e

consolidação da pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) em todos os

estados da Federação.” A formação no ensino superior (graduação) está

diretamente afetada pela produção da pós-graduação. Assim, é relevante considerar

os impactos dessa produção para a formação da percepção de professores que

atuam na Educação Básica, o que pode ser objetivo de pesquisa futura.

(COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR,

2015)

Uma pesquisa que vise a responsabilidade e seriedade com a

produção encontrada, tem, no sistema de qualificação da QUALIS – CAPES, um

[...] sistema de avaliação, continuamente aperfeiçoado, serve de instrumento para a comunidade universitária na busca de um padrão de excelência acadêmica para os mestrados e doutorados nacionais. Os resultados da avaliação servem de base para a formulação de políticas para a área de pós-graduação, bem como para o dimensionamento das ações de fomento (bolsas de estudo, auxílios, apoios). (COORDENAÇÃO DE APERFEIÇOAMENTO DE PESSOAL DE NÍVEL SUPERIOR, 2015)

As classificações QUALIS - CAPES são as seguintes: A1, A2, B1,

B2, B3, B4, B5 e C, respectivamente, as revistas que são classificadas como A1 são

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aquelas que recebem o nível mais elevado de qualificação, e consequentemente, as

revistas classificadas como C recebem a menor qualificação. Então, partindo dessa

lista de revistas impressas e disponibilizadas online, nacionais e internacionais

avaliadas neste ano de 2015, realizamos um recorte: uma relação de todas as

revistas nacionais, com publicações online, qualificadas como A1, A2, B1 e B2, nas

seguintes áreas do conhecimento: Educação, Ensino e Psicologia

A realização do estudo permitiu ratificarmos a importância de

trabalhos que identifiquem as pesquisas realizadas e disponibilizadas em forma de

publicação em veículos atinentes ao campo pedagógico, acerca de fenômenos

relevantes ao cotidiano escolar visando subsidiar a atuação pedagógica nas escolas,

além de estimular o interesse pela pesquisa deste importante fenômeno do

desenvolvimento humano presente nas relações escolares. Os estudos identificados

revelam o movimento da produção acerca do tema em periódicos nacionais em um

considerável período da produção atual e respeitam a qualificação da CAPES que

classifica os veículos divulgadores dos estudos realizados e de certo modo, norteiam

as pesquisas a serem discutidas na formação em Educação no Brasil.

Page 15: INDISCIPLINA NA PERSPECTIVA BIOECOLÓGICA DO

14

2 A TEORIA BIOECOLÓGICA DO DESENVOLVIMENTO HUMANO

[...] o desenvolvimento é definido como o fenômeno de continuidade e de mudança das características biopsicológicas dos seres humanos como indivíduos e grupos. Esse fenômeno se estende ao longo do ciclo de vida humano por meio das sucessivas gerações e ao longo do tempo histórico, tanto passado quanto presente. (BRONFENBRENNER, 2011, p.43)

Para compreendermos a indisciplina na perspectiva da teoria de Urie

Bronfenbrenner, consideramos necessário conhecermos primeiramente o que a

Teoria Bioecológica do Desenvolvimento Humano propõe quando se trata do estudo

do desenvolvimento humano, uma vez que a indisciplina é um fenômeno presente

no contexto de pessoas em desenvolvimento no ambiente escolar. Sendo assim,

neste primeiro capítulo discutiremos os principais conceitos presentes neste modelo

teórico.

De acordo com Narvaz e Koller (2001, p. 51), Urie Bronfenbrenner,

Filho de um médico neuropatologista, Ph.D. em zoologia e um naturalista do campo, [...] foi criado nas instalações de uma instituição estadual para portadores de sofrimento psíquico, na qual seu pai trabalhava. [...] Os conhecimentos recebidos do pai e o ambiente de sua infância foram o terreno biológico e social que influenciaram o seu pensamento. Desde cedo, Bronfenbrenner se atentou para a interdependência entre os organismos vivos e seu ambiente, conscientizando-se da influência da comunidade na saúde mental.

Segundo Narvaz e Koller (2001) é a partir dessa vivência que

Bronfenbrenner tem com seu pai nesse ambiente, que surge “o desejo de

desenvolver e implementar políticas públicas que pudessem contribuir para a

melhoria da condição de vida da população.” E “tendo sido influenciado pelas

concepções de Dilthey, George Mead e Kurt Lewin, entre outros, estruturou a

‘Abordagem Ecológica do Desenvolvimento Humano’.”

A primeira exposição sistemática e compreensiva do modelo Ecológico do Desenvolvimento Humano, já incluindo evidências empíricas, apareceu em 1970. Foi publicada, entretanto, só em 1979, a partir de uma segunda sistematização no livro Ecology of Human Development, traduzido e publicado no Brasil em 1996. (NARVAZ; KOLLER, 2001, p. 52).

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15

De acordo com Bazoni (2014, p.19) “a teoria bioecológica do

desenvolvimento humano de Bronfenbrenner considera a importância de observar o

indivíduo e suas interações nos diferentes contextos e sistemas”.

Na Teoria Bioecológica do Desenvolvimento Humano, podemos

compreender que

O desenvolvimento consiste em um processo de interação recíproca entre a pessoa e o seu contexto através do tempo, sendo uma função das forças que emanam de múltiplos contextos e de relações entre eles. O desenvolvimento ocorre, então, através de processos de interação recíproca, progressivamente mais complexa, de um ser humano ativo, biopsicologicamente em evolução com as pessoas, objetos e símbolos presentes em seu ambiente imediato. (NARVAZ; KOLLER, 2001, p. 53).

Para melhor compreendermos essa teoria, passamos a apresentar

os conceitos fundamentais que envolvem quatro dimensões tratadas a seguir.

2.1 O MODELO PPCT

O Modelo Bioecológico do Desenvolvimento Humano é composto

por quatro conceitos-base, conhecidos por (PPCT) Processo, Pessoa, Contexto e

Tempo.

2.1.1 Processo

O Processo, segundo Narvaz; Koller (2001, p. 53) é o elemento

central,

em que as diferentes formas de interação entre as pessoas, não mais são vistas como apenas função do ambiente, mas como uma função do processo, que é definido em termos da relação entre o ambiente e as características da pessoa em desenvolvimento. (Grifos do autor)

Segundo Bazoni (2014, p. 22) “o processo é um elemento integrante

do modelo bioecológico [...] que abrange formas particulares de interação entre o

organismo e o ambiente imediato”. Essas formas de interação entre o organismo e o

primeiro ambiente permite que as trocas interindividuais, constituintes da pessoa

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16

ocorram, a Teoria Bioecológica denomina essas interações de processos proximais.

Os processos proximais

[...] operam ao longo de toda a vida do sujeito e produzem resultados evolutivos no desenvolvimento. Podemos dizer que os processos proximais são os tipos atividades do dia-a-dia em que as pessoas se engajam. (BAZONI, 2014, p. 22)

Os processos proximais, na TBDH, de acordo com Narvaz e Koller

(2001, p. 54) são definidos a partir de cinco aspectos:

1- Para que o desenvolvimento ocorra é necessário que a pessoa esteja engajada em uma atividade; 2- Para ser efetiva, a interação deve acontecer em uma base relativamente regular, através de períodos prolongados de tempo; 3- As atividades devem ser progressivamente mais complexas, daí a necessidade de um período estável de tempo; 4- Para que os processos proximais sejam efetivos, deve haver reciprocidade entre as relações interpessoais; 5- Para que a interação recíproca ocorra, os objetos e símbolos presentes no ambiente imediato devem estimular a atenção, a exploração, a manipulação e a imaginação da pessoa em desenvolvimento.

Processos proximais são, então, “processos de interação recíproca

da pessoa com outras pessoas, objetos e símbolos presentes no seu ambiente

imediato e que levam ao desenvolvimento”. (BAZONI, 2014) Ou seja, no modelo

bioecológico do desenvolvimento humano, o processo proximal acontece sempre

que uma pessoa estabelece relações e interações recíprocas com outras pessoas,

objetos e símbolos que estejam no seu ambiente imediato, ambiente que já está

proposto, sem que haja a sua preparação e essas interações recíprocas, nesse

ambiente, levam a pessoa ao seu desenvolvimento.

Sendo assim, segundo Bazoni (2014), o processo proximal, por meio

dessa interação recíproca com o meio, que é bidirecional, “mobiliza as

características individuais da pessoa em desenvolvimento”, não somente da pessoa,

mas também “do ambiente em que está inserida e do tempo em que os processos

proximais ocorrem.” Sendo assim, “os processos proximais funcionam como

mecanismo primário de produção do desenvolvimento.”

De acordo com estudiosos de Bronfenbrenner, apresentados por

Bazoni (2014, p. 23) os processos proximais podem produzir dois tipos de efeitos: a

Page 18: INDISCIPLINA NA PERSPECTIVA BIOECOLÓGICA DO

17

competência e a disfunção. A competência “relaciona-se à aquisição de

conhecimentos, habilidades e capacidades da pessoa para conduzir seu próprio

comportamento”, e a disfunção refere-se “à manifestação recorrente das dificuldades

em manter o controle do comportamento.”

Os processos proximais podem determinar as trajetória de vida da pessoa, de maneira a inibir ou incentivar a expressão das competências nas esferas cognitiva, social e afetiva. (BAZONI, 2014, p. 23)

Além das competências, os significados que são atribuídos pela

pessoa em desenvolvimento “influenciam na maneira como ela age e reage com o

ambiente.” (BAZONI, 2014, p. 23-24). Assim, considerando que os processos

proximais são imprescindíveis por colocarem as pessoas em desenvolvimento em

condições de estabelecer trocas com outros, também é relevante conhecer as

dimensões da pessoa que passam a influenciar esss processos proximais nos quais

atuam. O elemento Pessoa, do modelo PPCT é assunto discutido no próximo item.

2.1. 2 Pessoa

Para Bronfenbrenner, de acordo com Bazoni (2014, p. 24) a Pessoa

e “suas características são produtoras e produto do desenvolvimento”. Dentre as

características da pessoa, destacam-se três “que influenciam a direção e força dos

processos proximais e constituem os atributos pessoais: disposição, recursos e

demandas.”.

A disposição pode tanto “colocar os processos proximais em

movimento e” sustentá-lo, como pode também interferir retardando ou até mesmo

impedindo que os mesmos ocorram. (BAZONI, 2014, p. 24)

Os recursos, conforme Bazoni (2014, p. 24) contemplam as

[...] experiências, habilidades, conhecimentos adquiridos e as capacidades da pessoa que se desenvolvem no o tempo e que são necessárias para o funcionamento eficaz dos processos proximais em determinado estágio de desenvolvimento.

Já as demandas “são atributos pessoais inatos, como por exemplo:

gênero, etnia, temperamento, capazes de estimular ou inibir reações do ambiente

Page 19: INDISCIPLINA NA PERSPECTIVA BIOECOLÓGICA DO

18

social, favorecendo ou não o desenvolvimento dos processos proximais.” Podemos

assim compreender que “o conjunto dessas características deve ser entendido como

inerentes à pessoa e nenhuma delas exerce influência do desenvolvimento, de

forma isolada.”. (BAZONI, 2014, p. 24).

A estrutura da Pessoa dá-se então da diferenciação dessas três

características e suas combinações, e isso pode explicar as diferenças na força e na

direção dos processos proximais que são efeitos do desenvolvimento. De acordo

com Bronfenbrenner; Morris (1998, apud LERNER, 2011, p. 26) essas três

características da Pessoa “são também incorporadas na definição de

macrossistema” (veremos o conceito de microssistema nos tópicos seguintes),

envolvendo as características da pessoa com as outras características de outras

pessoas envolvidas nesse processo, nesse contexto e por tempo indeterminado.

Bonfenbrenner compreende a Pessoa em todo o seu contexto, não

pensando e/ou analisando Pessoa de modo isolado, pois a compreende como um

ser biopsicosocial, o que inclui sua herança genética, o seu contexto (seja ele

imediato ou remoto), os resultados de desenvolvimento provenientes dos processos

que ocorrem, assim como as continuidades e mudanças que acontecem ao longo de

nossa vida, “ao longo do tempo durante o ciclo de vida e o tempo histórico em que a

pessoa está vivendo.”. (BRONFENBRENNER, 2011, p. 46).

Para Bronfenbrenner; Morris (1998, apud LERNER, 2011, p. 28) “as

características da pessoa funcionam como um produtor indireto e como um produto

do desenvolvimento”, ou seja, para que o desenvolvimento humano aconteça, faz-se

necessário uma interação entre pessoa – contexto – tempo por meio de um

processo. Portanto, para que o processo ocorra é necessário o envolvimento e

interação da pessoa, produtor indireto do desenvolvimento. Mas, ao mesmo tempo,

todo esse processo, durante determinado período de tempo, em um contexto, gera o

desenvolvimento desta pessoa e produz indiretamente o seu desenvolvimento. Os

processos de desenvolvimento estão atrelados aos distintos contextos nos quais a

pessoa está ligada. Sobre essa questão tratamos a seguir.

2.1.3 Contexto

A relação adaptativa das relações pessoa-contexto – trocas entre a pessoa e seu ambiente ecológico que funcionam para beneficiar a

Page 20: INDISCIPLINA NA PERSPECTIVA BIOECOLÓGICA DO

19

ambos – de acordo com a perspectiva do modelo bioecológico, deve ser o centro do estudo do desenvolvimento humano e do esforço para melhorar o curso da vida humana nos níveis tanto individual quanto no seu mundo social. (LERNER, 2011, p. 29)

Neste tópico abordaremos o terceiro elemento do Modelo PPCT, o

Contexto. De acordo com Bronfenbrenner (2011) o contexto é a interrelação dos

níveis ecológicos interdependentes que o compõe, sendo eles: Microssistema,

Mesossistema, Exossistema e Macrossistema; (abordaremos, em um segundo

momento, cada um desses níveis ecológicos) que se organizam de modo

concêntrico, como “estruturas encaixadas, uma dentro da outra, como um conjunto

de bonecas russas.” (LERNER, 2011, p. 26)

O Contexto e seus níveis ecológicos, ou também chamados

ambientais, são essenciais para que haja o desenvolvimento e para compreender e

analisar como ocorre esse desenvolvimento, visto que o mesmo se dá na relação e

interrelação por meio de um Processo que envolve Pessoa – Contexto - Tempo.

É necessário ressaltar que essa interação, relação, Pessoa-Contexto

não acontece de forma passiva, mas de acordo com a Teoria Bioecológica tanto o

sujeito é ativo em suas interações quanto as interações são ativas em um contexto

dinâmico. (BRONFENBRENNER, 2011). Sendo assim, a contribuição da Pessoa

para o processo do desenvolvimento é realizado por uma interação entre a pessoa

em atividade com o seu contexto também ativo nesse processo. É por compreender

esse dinamismo no desenvolvimento que a Teoria Bioecológica enfatiza que ao

mesmo tempo em que a pessoa é constituída nas interações nos contextos nos

quais se desenvolve, ela influencia e modifica esses contextos com os atributos que

lhe são próprios, o que implica em mutualidade das interações. Essas interações nos

contextos, entretanto, estão ligadas ao elemento tempo e a depender desta

dimensão é possível identificar na trajetória de desenvolvimento da pessoa, maior ou

menor influência de modificação. A dimensão tempo é assunto do próximo item

discutido.

2.1.4 Tempo

[...] O desenvolvimento humano ocorre por meio de processos de interação recíproca progressivamente mais complexos entre um organismo humano biopsicológico em atividade e as pessoas, objetos e símbolos existentes no seu ambiente externo imediato.

Page 21: INDISCIPLINA NA PERSPECTIVA BIOECOLÓGICA DO

20

Para ser efetiva, a interação deve ocorrer em uma base estável em longos períodos de tempo. (BRONFENBRENNER, 2011, p. 46).

O Tempo é o quarto e último elemento base da Teoria Bioecológica

do Desenvolvimento Humano – modelo PPCT, e de suma importância para essa

teoria. De acordo com Lerner (2011, p. 25) o Tempo envolve “as dimensões

múltiplas da temporalidade (por exemplo: tempo ontogênico, tempo familiar e tempo

histórico), constituindo assim um cronossistema que modera as mudanças ao longo

do ciclo da vida.”

Esse cronossistema da dimensão do tempo é composto por três

níveis definidos por Bronfenbrenner; Morris (1998, apud LERNER, 2011, p. 27)

como: Microtempo; Mesotempo e Macrotempo.

“O Microtempo refere-se à continuidade versus descontinuidade

dentro de episódios contínuos do processo proximal.” (BRONFENBRENNER;

MORRIS, 1998, apud LERNER, 2011, p. 27) Por exemplo, conversas que ocorrem

entre pais e filhos sobre algo que aconteceu durante o dia, ou durante o período de

aula da criança.

“O Mesotempo reporta-se à periodicidade desses episódios por

amplos intervalos, como dias e semanas.” (BRONFENBRENNER; MORRIS, 1998,

apud LERNER, 2011, p. 27) Podemos citar como exemplo a organização e noção de

tempo de uma rotina e a percepção dos horários. (BAZONI, 2014, p. 30)

E por fim, o Macrotempo focaliza-se

nas expectativas e eventos em mudança no ambiente da ampla sociedade, tanto dentro como através das gerações, como influenciam e são influenciados pelos processos e resultados do desenvolvimento humano ao longo do ciclo de vida. (BRONFENBRENNER; MORRIS, 1998, apud LERNER, 2011, p. 27)

Por exemplo, quando analisamos nossa história e a de nossos pais,

e fazemos expectativas para nosso futuro. As predisposições típicas de um contexto

familiar ou escolar em razão de uma história evolutiva também servem para

exemplificar a importância de analisar quando, ou seja, a dimensão temporal dos

fatos ocorridos e permitir uma análise mais depurada das interferências de uma

dada interação.

A Teoria Bioecológica assegura que, para que o desenvolvimento

humano aconteça com eficácia, é necessário considerar as dimensões do tempo que

Page 22: INDISCIPLINA NA PERSPECTIVA BIOECOLÓGICA DO

21

se relacionam com a Pessoa- Contexto, outras pessoas, objetos e símbolos em seu

ambiente externo imediato. E então, quanto maior for o período de duração (de

tempo) de uma interação, mais eficaz e efetiva essa interação será para o

desenvolvimento da pessoa. Posto isto que define os elementos do modelo PPCT,

vale analisar a relação entre processo e contexto que constituem os sistemas de

interação da pessoa em desenvolvimento, discussão que apresentamos as seguir.

2.2 PROCESSO E CONTEXTO: MICROSSISTEMA, MESOSSISTEMA, EXOSSISTEMA E

MACROSSISTEMA

Buscando compreender o processo e o contexto nesta perspectiva

teórica, temos que eles dependem de um conjunto de estruturas concêntricas

encaixadas umas nas outras, constituindo um ambiente ecológico. Essas estruturas

são os níveis ecológicos ou também chamados de sistemas interconectados, que

são: Microssistema, Mesossistema, Exossistema e Macrossistema.

(BRONFENBRENNER, 2011)

2.2.1 Microssistema

O Microssistema é “o ambiente dentro do qual o individuo está em

atividade em um determinado momento de sua vida.” (LERNER, 2011, p. 23). A

estrutura do microssistema é incorporada pelas atividades, relacionamentos e papeis

da pessoa em desenvolvimento, dentro desse sistema ecológico.

Para Bronfenbrenner (1994, apud LERNER, 2011, p. 26),

microssistema é como

um padrão de atividades, papéis e relações interpessoais experienciados pela pessoa em desenvolvimento em um dado ambiente onde estabelecem relações face a face com características físicas, sociais e simbólicas específicas que convidam, permitam ou inibam seu engajamento, sustentando atividades progressivamente mais complexas em um contexto imediato.

Entendemos então que o microssistema se refere ao ambiente mais

próximo da pessoa em desenvolvimento, que estabelece interrelações constantes

não somente da pessoa com outras pessoas deste mesmo nível (como por exemplo:

Page 23: INDISCIPLINA NA PERSPECTIVA BIOECOLÓGICA DO

22

pais, familiares mais próximos, professores, amigos, vizinhos, entre outros.), mas

também como o mundo dos símbolos e linguagens presentes nesse ambiente

ecológico.

De acordo com Bazoni (2014, p. 25) não podemos deixar de

ressaltar que “as atividades, os papeis e as relações interpessoais são diferentes e

específicas em cada ambiente e para cada pessoa”, sendo assim, por exemplo, eu

posso ser a filha mais velha em casa, assumindo um papel, e no meu ambiente de

trabalho assumo outro papel. E mesmo que as atividades estejam engajadas, ou

restritas apenas no ambiente imediato, “elas podem tornar-se mais complexas diante

de outro elemento do microssistema por conta das relações com outras pessoas.”.

Sendo assim, “as atividades, os papeis e as relações interpessoais

experimentadas pela pessoa em desenvolvimento constituem os elementos deste

microssistema.” (BAZONI, 2014, p. 26) Precisamos compreender que “as

características do ambiente não são apenas propriedades objetivas”, como já vimos,

esse ambiente, seja ele imediato ou não, é ativo no desenvolvimento humano, e

para além das propriedades objetivas, esse Contexto, esses sistemas ecológicos, se

constituem também dos significados e sentidos que as pessoas percebem e

atribuem ao seu ambiente, ao seu Contexto.

Além disso, Bronfenbrenner (2011, p. 176) ao revisar sua teoria,

percebe que quando mencionamos e consideramos a relação entre Pessoa e

Contexto, em um processo proximal, face a face no microssistema, não podemos

considerar apenas as outras pessoas presentes nesse nível ecológico como

responsáveis por seus papéis e interações sociais.

Um microssistema é um padrão de atividades, papéis e relações interpessoais experienciadas pela pessoa em desenvolvimento nos contextos nos quais estabelece relações face a face com suas características físicas e materiais, e contendo outras pessoas com distintas características de temperamento, personalidade e sistemas de crenças. (BRONENBRENNER, 2011, p.176)

Para Bronfenbrenner (2011, p. 176), devemos considerar as outras

pessoas, pertencentes ao nível ecológico em interação com esse ambiente e com a

pessoa em desenvolvimento, como “pessoas com distintas características de

temperamento, personalidade e sistema de crenças”, visto que essas características

também influenciam no processo de desenvolvimento da pessoa. Os microssistemas

Page 24: INDISCIPLINA NA PERSPECTIVA BIOECOLÓGICA DO

23

que constituem os espaços de desenvolvimento mais imediatos da pessoa recebem

influência de outros sistemas que são mais amplos e interferem no funcionamento

dos microssistemas. O conceito de Mesossistema, discutido a seguir pode favorecer

essa compreensão.

2.2.2 Mesossitema

Compreendido o microssistema podemos entender o que são os

mesossistemas e como se constituem. De acordo com Lerner (2011, p. 23) “o

mesossistema é o conjunto de microssistemas, constituindo o nicho do

desenvolvimento da pessoa em determinado período”, ou seja, constitui-se das

interrelações de dois ou mais ambientes (microssistemas) “nos quais a pessoa em

desenvolvimento está inserida em um determinado período de sua vida.”.

Segundo Bazoni (2014, p. 27) o Mesossistema

[...] não supõe interação face a face como é o caso do microssistema. Refere-se às relações produzidas a partir das interações face a face em cada microssistema. [...] o mesossistema é ampliado sempre que uma pessoa passa a frequentar um novo ambiente.

Assim, de acordo com Bazoni (2014, p.27)

[...] o mesossistema é definido por quatro tipos de interligações entre os microssistemas:

a) participação multiambiental, isto é, quando a mesma pessoa compartilha atividades em mais de um contexto ocorrendo uma relação de primeira ordem entre os diversos contextos em que participa e no qual se cria um vínculo primário. Há também os vínculos suplementares, ou seja, quando outra pessoa participa dos mesmos dois ambientes (por exemplo, os pais da criança na reunião escolar);

b) ligação indireta, que indica quando a mesma pessoa não participa diretamente de ambos os ambientes, mas essa relação é garantida por uma terceira pessoa que funciona como um vínculo intermediário (por exemplo, quando a professora toma conhecimento do sucesso do aluno através do irmão mais velho que estuda na mesma escola);

c) comunicações entre ambientes que ocorrem quando as mensagens são transmitidas de um ambiente para o outro através de telefonemas, conversas ou comunicados impressos, com a intenção de trocar informações entre as redes dos dois ambientes;

d) conhecimento interambiente, que diz respeito às informações, experiências, expectativas de um ambiente em relação ao outro e que são oriundas de fontes distintas de comunicação (como por

Page 25: INDISCIPLINA NA PERSPECTIVA BIOECOLÓGICA DO

24

exemplo, quando a família responsabiliza a escola pelo sucesso ou fracasso da criança e vice-versa). Assim, o modo como determinada questão assume significado à pessoa está impregnado pelas possíveis interações nos distintos ambientes dos quais ela participa diretamente.

Percebemos assim, que conhecer os microssistemas e cada

interação que acontece entre a Pessoa e seu Contexto imediato não é suficiente

para compreender o seu desenvolvimento. Quando olhamos para as interações

entre dois ou mais microssistemas, nos deparamos com o mesossistema e com sua

importância, principalmente no sistema de atribuição de significados ao que é vivido

pelo sujeito. Ainda considerando a ampliação da compreensão sistêmica dos

círculos concêntricos e integrados de Bronfenbrenner, apresentamos a seguir o

conceito de Exossistema.

2.2.3 Exossistema

“O Exossistema é formado pelos ambientes nos quais a pessoa em

desenvolvimento não está inserida diretamente” (LERNER, 2011, p. 23), no entanto,

mesmo não inserida diretamente, sofre influências por meio do comportamento e

desenvolvimento da outra pessoa que está inserida nesse ambiente. Vejamos um

exemplo simples, “o ambiente de trabalho dos pais”: a criança, na maioria dos casos,

não encontra-se diretamente inserida nesse ambiente, mas quando o pai ou a mãe

chegam em casa, no ambiente familiar (microssistema) após sua jornada de

trabalho, muitas vezes estressados, cansados e preocupados, essas questões

influenciam no desenvolvimento e no comportamento da outra pessoa, neste caso

da criança.

Para Lerner (2011, p.23) o exossistema é

[...] como uma extensão do mesossistema, abraçando [...] estruturas sociais específicas formais e informais que não contém a pessoa em desenvolvimento, mas que influencia ou acompanha os ambientes imediatos no qual a pessoa se encontra e, portanto, delimita, afeta ou mesmo determina o que lá ocorre.

Em suma, o exossistema

[...] engloba os vínculos e os processos que ocorrem entre dois ou mais contextos, pelo menos um deles não contém ordinariamente a

Page 26: INDISCIPLINA NA PERSPECTIVA BIOECOLÓGICA DO

25

pessoa em desenvolvimento, mas nele ocorrem eventos que influenciam os processos dentro de outros contatos imediatos que

contém essa pessoa . (BRONFENBRENNER, 2011 p.114-115)

E nesta mesma hierarquia sistêmica, onde o exossistema influencia

e é influenciado pelos níveis ecológicos anteriores – microssistema e mesossistema

– acrescentamos o último nível ecológico, o macrossistema.

2.2.4 Macrossistema

Por fim, chegamos ao último nível ecológico e também o mais amplo

e abrangente, que compõem o Contexto. Para Bronfenbrenner (2011, p.115)

[...] o Macrossistema é definido como um padrão global de ideologia e organizações das distintas instituições sociais comuns em uma determinada cultura ou subcultura.

Para melhor entender, “o Macrossistema engloba as características

dos padrões do micro, meso e exossistema de uma determinada sociedade ou

segmento. [...] como uma marca de identificação social para uma determinada

cultura ou subcultura.”. (BRONFENBRENNER, 2011, p.115)

O Macrossistema envolve tanto a cultura como as chamadas

“macroinstituições, como o governo federal, e as políticas públicas”; e por englobar

todos ou outros três níveis ecológicos, o macrossistema com suas relações e

interações também “influencia a natureza das interações de todos os outros níveis

da ecologia do desenvolvimento humano.” (LERNER, 2011, p. 23).

De acordo com Bazoni (2014, p. 28)

[...] o macrossistema é o sistema mais distante da pessoa e se refere ao conjunto de culturas, valores, ideologias, normas e crenças, que perpassam as formas de organização social e que influenciam no desenvolvimento da pessoa.

Segundo Bronfenbrenner (2011, p. 177) o macrossistema engloba

ainda “os sistemas instigadores de desenvolvimento de crenças, recursos, riscos,

estilos de vida, oportunidades estruturais, opções de curso de vida, e os padrões de

intercâmbio social que estão presentes em cada um desses sistemas.”.

É interessante ressaltar que

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26

[...] os padrões de crenças e características do comportamento que definem o macrossistema são transmitidos de uma geração para outra pelos processos de socialização realizados por várias instituições culturais, como família, escola, igreja, trabalho e órgão do governo. (BRONFENBRENNER, 2001, p. 178)

Assim, como exemplo de relações de macrossistema, podemos citar

os “períodos de grave situação econômica dos países e a globalização.” (BAZONI,

2014, p. 28) Entendemos então, que

[...] a cultura na qual os pais foram educados, os valores e as crenças transmitidos por suas famílias de origem, bem como a sociedade atual onde vivem, interferem na maneira como eles educam seus filhos. (BAZONI, 2014, p. 29)

Como podemos ver, o Contexto é mais do que o simples ambiente

onde acontecem as interações e o desenvolvimento humano, é um Contexto ativo

que envolve quatro níveis ecológicos de interação e relação desde o imediato ao

mais remoto, que se relacionam entre cada um desses níveis, entre a pessoa em

desenvolvimento, as outras pessoas pertencentes a seus níveis, e com os objetos,

símbolos e linguagens. Todos esses aspectos interferem e influenciam no

desenvolvimento da pessoa (com suas características biopsicossociais), bem como

o desenvolvimento da pessoa por meio de processos influencia e interfere nas

relações e interações, e composição ou mudança do meio e seus níveis ecológicos.

Por ter essa teoria a contribuição de pensar o desenvolvimento

humano de modo sistêmico, concêntrico e integrador, é que fazemos sua declinação

para o espaço escolar e os temas atinentes ao desenvolvimento humano e em

especial às aprendizagens neste contexto de interações tão ricas como é a escola.

2.3 A INDISCIPLINA NA PERSPECTIVA DA TEORIA BIOECOLÓGICA DO DESENVOLVIMENTO

HUMANO

A perspectiva da Teoria Bioecológica do Desenvolvimento Humano

(TBDH), por ser uma abordagem contemporânea permite-nos ter uma visão

sistêmica e ampla dos fenômenos, proporcionando-nos melhores condições para

estudá-los e compreendê-los com maior complexibilidade.

Bronfenbrenner (2011) não aborda diretamente a discussão da

indisciplina, pois esse não foi seu principal objeto de estudo. Mas, com base no

Page 28: INDISCIPLINA NA PERSPECTIVA BIOECOLÓGICA DO

27

modelo PPCT é possível compreender a indisciplina como um fenômeno multicausal

e sistêmico, que não se polariza na figura da pessoa, mas que envolve todos os

aspectos presentes no fenômeno os aspectos processuais, pessoais, contextuais,

históricos, sociais e temporais/ cronológicos.

No princípio norteador deste campo teórico, Bronfenbrenner (2011)

analisa o desenvolvimento da pessoa por meio de processos e interações com as

demais pessoas, com e em contextos ativos, por um determinado período de tempo;

podemos dizer com base no modelo PPCT. Assim, o contexto influencia e interfere

no desenvolvimento tanto quanto a pessoa influencia e interfere no contexto. Logo,

pensando em indisciplina, não podemos dizer que a mesma parte da pessoa, mas

sim de suas relações e interações com outras pessoas e com o meio,

compreendendo assim a indisciplina como um fenômeno processual, contextual,

temporal e cronológico, que envolve ainda todo um processo histórico e social.

Bronfenbrenner (2011) fornece reflexões que nos permitem pensar

esse fenômeno da indisciplina, quando discute os processos proximais, apresenta a

questão do apego emocional e “o estabelecimento e manutenção de padrões de

interações progressivamente mais complexos”:

[...] mesmo nas famílias que vivem em condições socioeconômicas favoráveis, filhos de mães ou pais solteiros, para os quais nenhuma outra pessoa atua de forma confiável no papel de “terceiro responsável”, estão em maior risco de experimentar um ou mais dos seguintes problemas de desenvolvimento humano: hiperatividade ou retraimento; déficit de atenção; dificuldade em adiar gratificação; desempenho acadêmico pobre; problemas no comportamento escolar e absentismo frequente. (BRONFENBRENNER, 2011, p. 50, grifo nosso).

Vejamos, embora o autor não utilize a denominação “indisciplina”, o

mesmo apresenta o termo “problemas no comportamento escolar” que

frequentemente são tomados como atos de indisciplina no contexto escolar.

Percebemos também que Bronfenbrenner (2011) deixa bem claro

que o problema de comportamento, ou a indisciplina, não está polarizada na pessoa,

mas sim no comportamento que é produzido contextualmente no encontro de

múltiplos fatores em interação. Isto equivale a dizer que o comportamento humano

para esta vertente teórica, envolve processos, interrelações e interações com o

meio, com as pessoas em um período de tempo, pois esta mesma pessoa pode

Page 29: INDISCIPLINA NA PERSPECTIVA BIOECOLÓGICA DO

28

estar apresentando problemas no comportamento escolar e não estar apresentando

este mesmo problema em outros contextos e em outros períodos de tempo.

Ao percebermos a forte influência deste modelo teórico na

compreensão das relações sistêmicas (inter e intra) que constituem os processos

desenvolvimentais, interessou-nos perceber se este campo teórico tem sido

disseminado como possibilidade de ancorar os sentidos atribuídos para a indisciplina

no espaço escolar. Ao pensar a indisciplina no contexto do microssistema escolar,

ancorado nesta teoria, é possível reconhece-la como um fenômeno integrado

sistemicamente e não localizado na pessoa em desenvolvimento. Assim surgiu a

proposta que está delineada no capítulo a seguir, de por meio de um levantamento

dos estudos científicos, analisar o balanço da produção sobre o tema e identificar a

presença ou ausência desse campo teórico nas pesquisas encontradas.

Page 30: INDISCIPLINA NA PERSPECTIVA BIOECOLÓGICA DO

29

3 BALANÇO DE ESTUDOS NACIONAIS ACERCA DA TEMÁTICA INDISCIPLINA

A partir dos primeiros refinamentos realizados para esse balanço de

dados já apresentados na introdução deste trabalho, demostramos os resultados

das revistas encontradas em suas respectivas classificações na tabela a seguir.

Tabela 1 - Quantidade de Revistas Encontradas

CLASSIFICAÇÃO QUALIS QUANTIDADE DE REVISTAS

A1 31

A2 56

B1 174

B2 207

TOTAL: 468

Fonte: a autora

Nesse primeiro momento, além de buscar por revistas online,

nacionais, qualificadas de A1 a B2, nas áreas citadas, precisamos também analisar

o foco/escopo de cada uma dessas revistas que encontramos, a fim de nortear

nossa pesquisa e referendar que esses periódicos discutem temáticas da Educação

e que, portanto, a temática da indisciplina poderia ser nelas localizada.

Buscamos então por revistas que possuem em seu foco/escopo uma

discussão mais ampla de Educação, da relação teoria e prática no cotidiano escolar,

das relações escolares, relação entre a Psicologia e a Educação, comportamento e

desenvolvimento humano, entre outros semelhantes a estes apresentados. E com

isso, um novo recorte, resultou na tabela a seguir:

Tabela 2 - Quantidade de Revistas Analisadas

CLASSIFICAÇÃO QUALIS QUANTIDADE DE REVISTAS

A1 11

A2 20

B1 37

B2 40

TOTAL: 108

Fonte: a autora

Partindo desses dados, fez-se necessário realizarmos um novo

recorte, agora considerando a dimensão do tempo e optamos por analisar as

Page 31: INDISCIPLINA NA PERSPECTIVA BIOECOLÓGICA DO

30

edições publicadas do ano de 2010 até este ano de 2015. Recorte temporal levou

em consideração dois fatores: a abordagem bioecológica do desenvolvimento

humano é mais recente no Brasil e esse período corresponde ao de maior

divulgação desse campo teórico e esse período (2010 a 2015) corresponde ao da

minha formação na Pedagogia/UEL. Visto que o fenômeno estudado é recorrente e

presente em nosso ambiente escolar, sentimos a necessidade de buscar saber o

que tem sido pesquisado e publicado sobre indisciplina nestes últimos cinco anos,

na intenção de encontrar alguma pesquisa sobre esse fenômeno na perspectiva da

TBDH.

Analisamos todas as revistas acima indicadas, edição por edição, de

2010 a 2015, em busca de artigos que apresentem em seu título ou em suas

palavras-chave, os seguintes descritores: Indisciplina, Urie Bronfenbrenner, Teoria

Bioecológica do Desenvolvimento Humano, e/ou algumas palavras que

subentendiam uma discussão sobre indisciplina, como por exemplo: comportamento-

problema; aluno-problema.

Nesta pesquisa por meio das edições publicadas, é importante

ressaltar que há revistas com publicações mensais, bimestrais, trimestrais,

semestrais e anuais. Sendo assim, algumas revistas ainda não possuem (até a data

de realização da pesquisa) publicações no ano de 2015; outras iniciam suas

publicações no site do periódico posteriormente ao ano de 2010; e ainda alguns

sites apresentaram erro ao tentarmos acessar alguma edição.

Outro dado interessante a ser apontado neste trabalho foi a

quantidade de artigos encontrados por ano de publicação, como podemos observar

na tabela abaixo:

Tabela 3 - Quantidade de Artigos por Ano de Publicação

ANO QUANTIDADE DE ARTIGOS

2010 8

2011 3

2012 4

2013 8

2014 12

2015 2

Fonte: a autora

Page 32: INDISCIPLINA NA PERSPECTIVA BIOECOLÓGICA DO

31

3.1 ANÁLISES DOS ARTIGOS ENCONTRADOS

Pudemos perceber um número considerável de artigos publicados

sobre a temática da indisciplina nesses últimos cinco anos. É preciso ressaltar que

este levantamento revela o que foi publicado e não o que foi produzido neste

período de tempo porque é preciso levar em consideração o tempo de realização do

estudo para a pesquisa que antecedeu a publicação destes artigos, bem como o

tempo necessário até sua aprovação pelo periódico e publicação. Com isto

queremos dizer que é possível que outras produções tenham sido feitas e que não

constam dessa busca que realizamos, circunscritas às condições que indicamos.

Mas, se pararmos um pouco para refletir, em meio ao número anteriormente

apresentado de revistas nas áreas de Educação, Ensino e Psicologia, e se

compararmos com a quantidade de artigos que encontramos, neste período de

tempo, veremos que a produção não foi tão significativa assim, visto que o fenômeno

indisciplina encontra-se constantemente presente nas relações e discussões

escolares, bem como nas falas de professores e profissionais da área de Educação,

sem contar que é um fenômeno importante e interessante de se discutir e pesquisar

no campo de estudos do desenvolvimento humano.

Depois deste percurso, chegamos ao resultado de 371 (trinta e sete)

artigos que atendem ao critério de terem em seus descritores as palavras citadas

anteriormente. A partir dessa pesquisa quantitativa de artigos em periódicos online

nacionais, iniciamos uma etapa mais qualitativa, onde lemos parcialmente todos os

artigos encontrados, buscando identificar informações centrais e de modo geral sob

qual perspectiva se discute o fenômeno indisciplina e/ou sobre quais temáticas têm-

se utilizado como embasamento teórico a TBDH.

Dos 37 (trinta e sete) artigos que analisamos, 30 (trinta) abordam e

discutem a temática da indisciplina, e 7 (sete) abordam a TBDH em outras

discussões que não envolvem o tema indisciplina.

Os trinta artigos que discutem a indisciplina, abordam diferentes

perspectivas teóricas. Quatro destes artigos discutem o fenômeno à luz da teoria de

Foucault, que compreende, resumidamente a indisciplina como uma relação de

saber-poder e de disputa dentro do espaço escolar, nas relações escolares. Três

1 Os títulos e demais informações sobre os artigos analisados encontram-se em apêndice.

Page 33: INDISCIPLINA NA PERSPECTIVA BIOECOLÓGICA DO

32

outros artigos baseiam-se na perspectiva das Representações Sociais, onde a

discussão sobre a indisciplina não está exatamente na conceituação do fenômeno,

mas sim em qual é, e de que maneira se dá sua representação social para os

sujeitos. Dois artigos baseiam-se na perspectiva de Vigostsky segundo a qual o

fenômeno da indisciplina pode ser considerado produção histórica e cultural; e um

artigo na perspectiva de Winnicott que compreende a indisciplina como um conflito

interno dos sujeitos, e como exteriorização de esperança.

Os outros vinte artigos que abordam o fenômeno, o discutem nas

seguintes perspectivas: Pêcheuxtiana; Abordagem Dimensional e Desenvolvimento

da Moral; Perspectiva Histórica; Cultura Organizacional; Perspectiva de Mapa de

Oposição ao Decalque; Modelos Organizadores do Pensamento; Construção

Coletiva; Cultura de Paz; e Problemas de Comportamento. Essas perspectivas não

são diretamente relacionadas às teorias de desenvolvimento e aprendizagem

discutidas no campo de formação do Pedagogo, portanto apenas as citamos sem

tentar situar, ainda que sucintamente, a especificidade de sua compreensão acerca

da indisciplina.

De modo geral, nem todos os artigos conceituaram a indisciplina, e

em alguns, o foco realmente não era a conceituação, mas sim, a representação

social do fenômeno nas falas dos professores e alunos; na importância do papel do

psicólogo na escola; nas relações família-escola-sociedade; no papel do orientador

educacional; e outros trataram da indisciplina como construção de um cenário de

violência.

Nesses casos de não conceituação explícita, é possível

percebermos a indisciplina como um produto da personalidade; um déficit e/ou

exagero de comportamento; como quebra, descumprimento das regras e normas

específicas escolares; como produto das relações interpessoais; como reflexos das

interações sociais mal estabelecidas; como conflito interno dos sujeitos; e como

manifestação de agressividade e desobediência.

Frente a esses dados, notamos que as publicações analisadas que

discutem a indisciplina estão focadas, em grande parte, de um modo geral, na

indisciplina como responsabilidade do sujeito (o aluno), da família e da escola. Uma

visão generalizada com foco centralizado no sujeito, e na maioria das vezes com um

olhar negativo sobre esse fenômeno.

Page 34: INDISCIPLINA NA PERSPECTIVA BIOECOLÓGICA DO

33

Quanto aos sete artigos que fazem uso da TBDH como base teórica,

mas que não tratam da indisciplina diretamente, apresentam as seguintes

discussões e temas: Direitos Humanos para Adolescentes; Acolhimento Familiar de

Crianças; Acolhimento Institucional de Crianças; Educação Ambiental; Abuso Sexual

Intrafamiliar; Família Fisicamente Violenta; e Desenvolvimento Motor de Escolares.

Com a leitura destes artigos, observamos que eles apresentam com

clareza e fidelidade a teoria criada por Bronfenbrenner, apresentando seus principais

conceitos e o modelo Pessoa, Processo, Contexto e Tempo (PPCT), discutidos em

nosso referencial teórico. No entanto, como podemos perceber, os temas discutidos

não apresentam nenhum conceito em que possamos identificar o fenômeno

indisciplina.

Concluímos a busca com o resultado, de 30 (trinta) artigos que

discutem indisciplina em outras perspectivas teóricas que na maioria das vezes

polariza a causa da indisciplina no sujeito (aluno), infelizmente, não encontramos

nesses últimos cinco anos de publicações em periódicos nacionais online,

classificados de A1 a B2, nenhum artigo que aborde, discuta e conceitue o

fenômeno indisciplina na perspectiva de Bronfenbrenner.

Page 35: INDISCIPLINA NA PERSPECTIVA BIOECOLÓGICA DO

34

4 CONCLUSÃO

Ao término de nossa pesquisa, pudemos perceber o quanto é

importante e significativo realizar pesquisas que priorizem o balanço de pesquisas

nacionais sobre um determinado fenômeno que atinge diretamente as condições de

aprendizagem e de desenvolvimento no contexto escolar. O fenômeno estudado, no

caso dessa pesquisa foi a indisciplina, o que proporcionou uma visão geral do que

se tem pesquisado e publicado sobre nos periódicos nacionais, quais são as

perspectivas teóricas mais utilizadas para tratar deste tema nos últimos cinco anos e

a compreensão que se tem deste fenômeno.

Compreendemos com este balanço de estudos que os artigos

encontrados em periódicos nacionais online, classificados pela QUALIS – CAPES de

A1 a B2, nos anos de 2010 a 2015, discutem a indisciplina em outras perspectivas,

que não a TBDH e de um modo geral, acabam polarizando as causas da indisciplina

no sujeito, na família, ou na escola e não nas relações estabelecidas entre esses

elementos, não nos permitindo compreender esse fenômeno de maneira mais

ampla.

Compreendemos também, que os poucos artigos encontrados que

utilizam a TBDH como aporte teórico para suas discussões durante o período de

tempo analisado, embora fidedignos ao apresentar a teoria e estabelecer suas

relações com os temas a que se propuseram, não discutem e nem apresentam

indícios sobre a compreensão da indisciplina nesta perspectiva teórica.

Percebemos ainda quão escassa se encontra a produção e a

publicação de artigos e pesquisas que se dedicam ao estudo deste fenômeno frente

à quantidade de revistas, com as mais elevadas classificações da CAPES, que

encontramos nestes últimos cinco anos. Reiteramos a necessidade de ampliação

dos estudos visto que esse fenômeno encontra-se tão presente em nossas escolas,

e sua compreensão é de grande importância para os estudos do campo de

desenvolvimento humano.

Do ponto de vista formativo, ao concluir o curso de Pedagogia

considero ter sido relevante realizar uma pesquisa dessa natureza, de levantamento

de estudos feitos por pesquisadores nacionais, para compreender o percurso do

tema no contexto da produção científica nacional. Como a alusão feita na

introdução, a discussão foi escassa durante minha formação como Pedagoga. Nos

Page 36: INDISCIPLINA NA PERSPECTIVA BIOECOLÓGICA DO

35

estágios realizados durante o curso e nos diversos contatos com o ambiente da

Escola Básica, esse tema sempre foi trazido à tona, o que assegura sua importância

aos que estão atuando na escola. Ao realizar a pesquisa pude me deparar com a

leitura que tem sido feita acerca da indisciplina por pesquisadores brasileiros e

verificar uma lacuna entre o que está produzido (nos veículos disseminadores

investigados) e o que é requisitado acerca do trabalho com a indisciplina no contexto

educacional. Considero de grande enriquecimento a realização deste trabalho de

conclusão de curso.

Findo este trabalho com o propósito de proporcionar aos que com

ele tiverem contato, o despertar do interesse para estudos futuros do fenômeno

indisciplina e em especial, à luz da perspectiva da Teoria Bioecológica do

Desenvolvimento Humano, uma teoria contemporânea e sistêmica que muito tem a

contribuir com nossa formação humana, educacional e profissional.

Page 37: INDISCIPLINA NA PERSPECTIVA BIOECOLÓGICA DO

36

REFERÊNCIAS

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SILVA, Luciano Campos da. MATOS, Daniel Abud Seabra. As percepções dos estudantes mineiros sobre a incidência de comportamentos de indisciplina em sala de aula: um estudo baseado nos dados do SIMAVE/PROEB 2007. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v.19, n.58, jul./set. 2014. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v19n58/10.pdf >. Acesso em: 18 set. 2015.

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SOUZA, Ana Paula Lazzaretti de. Criando contextos ecológicos de desenvolvimento e direitos humanos para adolescentes. Paidéia, Ribeirão Preto, v. 21, n. 49, maio/ago. 2011. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/paideia/v21n49/15.pdf >. Acesso em: 18 set. 2015.

SOUZA NETO, João Clemente; SANTANA, José Valdo. A indisciplina e a rebeldia da criança e do adolescente na escola como pedidos de socorro. Educativa, Goiânia, v. 17, n. 1, jan./jun. 2014. Disponível em: <http://seer.ucg.br/index.php/educativa/article/view/3595/2095 >. Acesso em: 18 Set. 2015.

VASCONCELOS, Mário Sérgio.; BELLOTTO, Maria Elvira. Indisciplina no contexto escolar: um estudo das significações abstraídas por estudantes brasileiros do ensino fundamental e médio. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara/SP, v. 5, n. 1 (2010). Disponível em: <http://seer.fclar.unesp.br/iberoamericana/article/view/3493/3264 >. Acesso em: 18 set. 2015.

YUNES, Maria Angela Mattar. JULIANO, Maria Cristina. A bioecologia do desenvolvimento humano e suas interfaces com educação ambiental. Caderno de Educação (UFPel), Pelotas, n. 37, 2010, set./dez. 2010. Disponível em: <http://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/caduc/article/view/1591/1477>. Acesso em: 18 set. 2015.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A

Quadro de Artigos Analisados

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QUADRO DE ARTIGOS ANALISADOS

Palavras-chave: Indisciplina; Teoria Bioecológica; Urie Bronfenbrenner;

QUALIS REVISTA QUANTIDADES DE

ARTIGO ANO/EDIÇÃO TÍTULO E AUTOR

1 A1 Cadernos de Pesquisa 1 vol.41 no.143 São Paulo maio/ago. 2011

Da (contra)normatividade do cotidiano escolar: problematizando discursos sobre a indisciplina discente. Julio Groppa Aquino

2 A1 Educação e Realidade 1 v. 37, n. 3 (2012) Corpo, Gênero e Sexualidade nos Registros de Indisciplina. Anderson Ferrari, Marcos Adriano de Almeida

3 A1 Paidéia 1 vol.21 no.49 Ribeirão Preto maio/ago. 2011

Criando contextos ecológicos de desenvolvimento e direitos humanos para adolescentes. Ana Paula Lazzaretti de SOUZA

4 A1 Psicologia: Reflexão e Crítica

2 vol.25 no.2 Porto Alegre 2012

A perspectiva ecológica: referências para a preparação e a cessação da estadia em acolhimento familiar de crianças. Paulo Delgado

vol.27 no.1 Porto Alegre jan./mar. 2014

Personalidade e comportamentos problema: um estudo comparativo com adolescentes em contexto escolar. Renato G. Carvalho; Rosa F. Novo

5 A1 Psicologia: Teoria e pesquisas (Brasília)

1 vol.27 no.2 Brasília abr./jun. 2011

Apoio comportamental positivo: estratégias educacionais aplicadas a comportamentos-problema de alunos. Karyne de Souza Augusto Rios

I; Fátima

Elisabeth Denari

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6 A1 Revista Brasileira de Educação

1 vol.19 no.58 Rio de Janeiro jul./set. 2014

As percepções dos estudantes mineiros sobre a incidência de comportamentos de indisciplina em sala de aula: um estudo baseado nos dados do SIMAVE/PROEB 2007. Luciano Campos da Silva; Daniel Abud Seabra Matos

7 A2 Caderno de Educação (UFPel) Online

1 NO 37 2010 A bioecologia do desenvolvimento humano e suas interfaces com educação ambiental. Maria Angela Mattar Yunes, Maria Cristina Juliano

8 A2 Educação (PUCRS) 1 v. 37, n. 3 (2014) Indisciplina e discurso pedagógico: efeitos de sentidos diversos em confronto. Regina Maria Varini Mutti

9 A2 Estudos de Psicologia (Natal. Online)

1 vol.15 no.3 Natal set./dez. 2010

Contextos ecológicos em uma instituição de acolhimento para crianças. Edinete Maria Rosa; Ana Paula dos Santos; Carla Ramos da Silva Melo; Mônica Rocha de Souza

10 A2 Psico (PUCRS. Online) 1 v. 43, n. 2 (2012) Contribuições Conceituais e Metodológicas do Modelo Bioecológico para a Compreensão do Abuso Sexual Intrafamiliar. Silvia Renata Lordello, Maria Cláudia Santos Lopes de Oliveira

11 A2 Revista de Educação Pública (UFMT)

1 v. 23, n. 54 (2014) Poder, resistência e indisciplina escolar: a perspectiva docente sobre os comportamentos transgressores dos alunos. Antonio Igo Barreto PEREIRA, Vera Lúcia BLUM

12 B1 Atos de Pesquisa em Educação (FURB)

1 v. 9, n. 1 (2014) A indisciplina no ambiente escolar. Vanessa Aparecida Alves Lima, Maciele Ferreira do Nascimento, Ana Carla Ribeiro de Sousa, Gildo Francisco dos Santos

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13 B1 Educação e Cultura Contemporânea

2 VOL. 11, NO 24 (2014) A indisciplina escolar descrita em imagens e metáforas de professores. Edvanderson Ramalho dos santos; Ademir José Rosso

VOL. 12, NO 27 (2015) Desafios educacionais na modernidade líquida: cotidiano, medo e indisciplina. Eliete Jussara Nogueira; Maria Lúcia de Amorim Soares

14 B1 Educação (Santa Maria) 1 v. 38, n. 2, maio/ago. 2013

A indisciplina na instituição escolar: o trabalho com assembleias de classe no desenvolvimento de crianças morais autônomas. Carmen Lúcia Dias; Terezinha Ferreira da Silva Colombo

15 B1 Educação Unisinos (Online) 2 v. 14, n. 1 (2010) Relações entre professores e alunos: algumas considerações sobre a indisciplina. Marieta Gouvêa de Oliveira Penna

v. 18, n. 3 (2014) As representações sociais dos alunos do 9° ano sobre a indisciplina escolar. Adriano Charles Ferreira, Ademir José Rosso

16 B1 Imagens da Educação 1 v. 3, n. 3 (2013) (In)disciplina e violência na escola: uma análise sobre a (de)formação do indivíduo no contexto da sociedade de massas. Alex Sandro Corrêa

17 B1 Interfaces da Educação 2 v. 1, n. 3 (1) 2010 Indisciplina escolar: entrave ou desafio do coordenador pedagógico? Leni Aparecida Souto Miziara, Irany Nunes Queiroz Nunes Queiroz

v. 5, n. 15 (5) 2014 Incumpridores versus indisciplinados no 1.º ciclo do ensino básico (estudo de caso de dois alunos duma escola urbana

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portuguesa). Ernesto Candeias Martins

18 B1 Psicologia da Educação (Online)

3 no.30 São Paulo jun. 2010

Cultura escolar e indisciplina: em busca de soluções coletivas. Lincoln Coimbra Martins Iza Rodrigues da Luz

no.34 São Paulo jun. 2012

A indisciplina escolar nas representações sociais de professores paranaenses. Edvanderson Ramalho dos Santos Ademir José Rosso

no.36 São Paulo jun. 2013

Representações sociais de professores sobre indisciplina no ensino médio e técnico. Kátia Hatsue Endo Elizabeth Piemonte Constantino

19 B1 Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano

1 vol.24 no.3 São Paulo 2014

A ecologia do desenvolvimento motor de escolares litorâneos do nordeste do brasil. Francisco Salviano Sales Nobre, Mônia Tainá Cambruzzi Coutinho, Nadia Cristina Valentini

20 B1 Revista Contemporânea de Educação

1 V. 9, N. 18 (2014) Sobre infância e (in)disciplina escolar: alguns apontamentos. Melissa Probst, Joe Garcia

21 B1 Revista de Ciências da Educação

1 Ano XII - Nº 23 - 2º Semestre/2010

Indisciplina escolar: um déficit em habilidades sociais. Wellington Faijão; Gabriela Raeder da Silva Carneiro

22 B1 Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação

2 v. 5, n. 1 (2010) Indisciplina no Contexto Escolar: Um Estudo das Significações Abstraídas por Estudantes Brasileiros do Ensino Fundamental e Médio. Mário Sérgio Vasconcelos, Maria Elvira Bellotto

v. 10, n. 2 (2015) Violência e indisciplina na escola: um cotejo necessário. Natália Branco Lopes Krawczun, Adreana Dulcina Platt

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23 B1 Revista Psicologia Escolar e Educacional

3 no.1 Maringá jun. 2013 Indisciplina escolar: uma construção coletiva. Maria Lucia Boarini

Volume 17, Número 2, Julho/Dezembro de 2013

Contexto escolar: práticas educativas do professor, comportamento e habilidades sociais infantis. Alessandra Turini Bolsoni-Silva, Maria Luiza Mariano, Sonia Regina Loureiro, Caroline Bonaccorsi

Volume 18, Número 1, Janeiro/Abril de 2014

Contradições do processo de disciplinamento escolar: os “Livros de Ocorrências” em análise. Débora Cristina Fonseca, Leila Maria Ferreira Salles, Joyce Mary Adam de Paula e Silva

24 B1 Revista Trilhas Pedagógicas

1 EDIÇÃO 2013 - Volume 3

Indisciplina em sala de aula: o Jogo como instrumento metodológico para uma possível solução de uma problemática. Edna Ferreira dos Santos; Marcio Tadeu Girotti

25 B2 DiversaPrática 1 v. 1, n. 2 (2013) Indisciplina na sala de aula: a visão de alunos e professores. Carolinne dos Santos BRAZ; Lourdes Maria Campos CORRÊA; Débora Cristina de Oliveira NUNES; Fernanda Helena NOGUEIRA-FERREIRA;

26 B2 Educativa (Goiânia) 1 V. 17, N. 1 (2014) A indisciplina e a rebeldia da criança e do adolescente na escola como pedidos de socorro. João Clemente Souza Neto; José Valdo Santana

27 B2 Linguagem, Educação e Sociedade (UFPI)

1 Ano 18, n. 28, 2013 Os corpos (in) disciplinados nas “escolas de vidro” versus corpos em devir e propostas de cultura de paz. Maria Gessi-Leila Medeiros Maria da Cruz Soares da Cunha Laurentino

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28 B2 Temas em Psicologia (Ribeirão Preto)

1 vol.18 no.1 Ribeirão Preto 2010

Uma família fisicamente violenta: uma visão pela teoria bioecológica do desenvolvimento humano. Clarissa De Antoni, Silvia Helena Koller

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