inclusao e necessidades educ especiais

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  • 5/12/2018 Inclusao e Necessidades Educ Especiais

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    ~ PORTO EDITORR

    ~INCLUSAO ENECESSIDADESEDUCATIVASESPECIAISUm guia para educadores e professores

    Luis de Miranda Correia

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    : z B PORTO EDITORR

    ~INCLUSAO ENECESSIDADESEDUCATIVASESPECIAISUm guia para educadores e professores

    L uis d e M ira nd a C orreia

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    Ficha tecnicaTitulo: Inclusao e Neeessidades Edueativas Espeeiais: Um guia para edueadores e professoresAutor: i Luis de Miranda Correia

    Colaboracao: Ana Maria Serrano, Ana Paula LOU

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    A memoria de Delfim Alexandre,que, com a sua coragem, dignidade, desprendimento e amor,

    nos ensinou 0 verdadeiro significado da palavra inclusao.

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    _~ '_._r__ _._ _ ___~

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    INDICE

    PREFAclO 6

    A FILOSOFIA DA INCLUSAO 7o QUE E A INCLUSAO? 7A evolucao da lnclusao 7o conceito de inclusao e outros conceitos que Ihe sao inerentes 11VANTAGENS DA INCLusAo 14UM MODELO PARA A INCLusAo 16

    PRINCfplOS GERAIS PARA A CONSTRUC;AO DE ESCOLAS INCLUSIVAS 23UM SENTIDO DE COMUNIDADE 23LIDERAN~A 23COLABORA~Ao E COOPERA~Ao 25FLEXIBILIDADE CURRICULAR E SERVI~OS 27FORMA~Ao 28SERVI~OS DE EDUCA~Ao ESPECIAL 28APOIOS EDUCATIVOS 29

    ALGUMAS ESTRATEGIAS A UTILIZAR EM SALAS DE AULA INCLUSIVAS 31L U I S de Miranda Correia, Ana Paula Loucio Martins, Anabela Cruz dos Santos e Rosa Maria Soares FerreiraCRIAR UM AMBIENTE DE INTERAC~6ES POSITIVAS 31Recepcao a crianca com necessidades educativas especiais 32Promover a amizade entre as criancas com e sem necessidades educativas especiais 35Sensibilizar as crlancas para a inclusao 364

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    PROMOVER A AQUISI

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    PREFAclOo sistema educativo portuques esta empenhado em reestruturar as escolas publicas nosentido da as tornar verdadeiras comunidades educativas onde todos os alunos possamaprender juntos e on de um sentido de pertenc;:a se constitua num verdadeiro credopara esses mesmos alunos, para todos os profissionais de educacao e para os pais.Uma reorqanizacao educacional deste tipo tera, com certeza, que provocar alteracoesprofundas na forma como hoje em dia se faz educacao, ou seja, havera que procurarestrateqias que reunifiquem 0 ensino regular e a educacao especial, que introduzamnas escolas services de apoio diversificados, especializados se esse for 0 caso, querealcem programac;:6es individualizadas, quando justificadas, com 0 fim de melhorresponder as necessidades educacionais dos alunos, e que promovam a educacao e aparticipacao parentais.Claro que uma transforrnacao tao profunda, inerente aos princfpios da filosofiainclusiva, nao pode, unica e simplesmente, processar-se com palavras, numa continuaret6rica passiva, mas deve, de uma forma concertada, tentar encontrar solucoespraqmaticas que permitam a obtencao de resultados concretos.Parafraseando Fuchs e Fuchs (1994), estam os no m om enta certo para se inventaremptoqrnatico s nao fundam entalista s a dire ita ou a esquerda. E stam os no m om enta certopara um a lideratica que reconheca a necessidade da m udanca; aprecie a im portancia daconstruaio de con sensos; o lhe 0 ensino regular co mo p rom otor da s respostas po ssive is asnecessidades dos alunos; respeite a tradic iio e 05 v alo re s d os p ro fis sio na is d e e du co ciioespecia l; e se esforce p or forta lecer a filoso fia educativa na sua plenitude para que asaprendizagens e a vida de todas as criancas m elhorem .

    Neste sentido, 0 objectivo deste livro e esse mesmo, 0 de oferecer ao leitor ummanancial de inforrnacao que releve para primeiro plano um conjunto depressupostos, como 0 sao as atitudes dos profissionais de educacao e da lideranc;:a, acolaboracao e a cooperacao, os services de apoio especializados, 0 desenvolvimentoprofissional dos educadores e professores e 0 envolvimento parental, entre outros, taonecessaries a implernentacao de verdadeiras escolas inclusivas.Este desafio, que ora se nos coloca, pressup6e uma reforma educacional que tenha porbase respostas adequadas as necessidades de cada aluno, devendo, assim, processar-seem todas as escolas do pais e nao 56 em algumas delas, nao devendo, portanto, serapenas um continuum de experienclas perdidas no tempo e propostas ao sabor dasmares politicas.

    Este livro pretende ser um pequeno contributo nesse sentido.LMC

    61 i I - - . '

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    A FILOSOFIA DA INCLUSA.O

    Niio ha a ianca nenhum a que niio queira aprender. C om esta m axim a em mente,e ntiio em qu e c ond ico es e deba ixo de que tecto e que um a cr ianca , m aisp recisa mente u ma cr ia nca com n ec es sid ad es e du ca tiv as e sp ec ia is (NEE ), a pr en de ram elho r? N um a esco la re gula r? N um a esco la esp ecia l? N um a institu ico o p ar ticu la rd e s olid ar ie da de s oc ia l (IP S S)?o m ovim ento inclus ivo ten de a prescrever a c lasse regu lar de um a esco la regu larcomo 0 loca l idea l para as aprend izagens do a luno com N EE . Sera a i, nocom panhia dos seus pares sem NE ( que ele encontrara 0 m elhor am biente deaprend izagem e de socializooio, capaz de , se todas as voriaveis se conjugarem , vir.a max im i za r 0 s eu po tenc ia l.U ma esco la inclus iva e , ass im , um a esco la onde toda a aianca e resp eita da eencora jada a aprender a te ao lim ite das suas capac idades . M a s com o consttu i-la?M u ito se tem fa lado sobte reform as , tees tru turacoes e reorqanizacoes nos u ltim osanos . C ontudo , a inda ha m uitos educadores e pro fessores que se ques tionamquanta a form a de m elhor responderem as necess idades dos a lunos com NE E.N es te co ntexte , e ste ca pitu lo p re tend e a bo rd ar 0 c on ce ito d e inclusao e 05benetic ios que dele podem advir para a crianca cu jos problem as de aprend izagemse repor tam a ptoblem aticas esped ficas ou a am bientes de aprend izageminadequados .

    o QUE E A INCLUSAO?A medida que a Escola pretende cada vez maisinserir no seu seio todos os alunos, sejam quaisforem as suas caracteristicas e necessidades, torna-seimportante compreender como surgiu 0 conceitode inclusao e que beneficios pode trazer para todosn6s: sociedade em gem l, educadores, professores,d em ais agen tes educativos, p ais e aluno s.A evolucao da lnclusao ~ = - ~ ~ .\Antes da decada de 70, mais propria mente antes de1972, ou ate de 1976, altura em que se criaram aseouipas de ensino especial integrado, os alunos comNEE eram praticamente excluidos do sistema regu-lar de ensino. E mesmo com a criacao dessas equi-pas, cujo objectivo era 0 de "prornover a integracaofamiliar, social e escolar das criancas e jovens comdeficiencia", um grande nurnero de criancas comNEE nao era receptor de services de apoio especiali-zados destinados a minimizarem ou a suprimirem

    as suas necessidades. A maioria das criancas e ado-lescentes com NEE permanentes, em idade escolar,de cariz moderado ou severo, tinha como recursoeducativo a c la ss e e sp ec ia l, a e sc ola e sp ec ia l ou aIPSS. S6 em 1986, com a publicacao da L ei de B asesdo S istem a E ducativo (LBSE), se come

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    ha muito sentida no ambito da educacao especial,passando as escolas a dispor de um suporte legalpara organizar 0 seu funcionamento no que diz res-peito aos alunos com NEE. Esta lei, cujo impacto nosistema educativo foi notorio, introduziu prindpiose conceitos inovadores resultantes das praticas edu-cativas de entao e do desenvolvimento de experien-cias de integracao.Para alem de: introduzir 0 conceito de "necessidades educativasespeciais", baseado em criterios pedagogicos, pro-pondo, assim, a descategorizacao:

    privilegiar a. maxima integracao do aluno comNEE na Escola regular;

    responsabilizar a Escola pela procura de respos-tas educativas eficazes;

    reforcar 0 papel dos pais na educacao dos seusfilhos, detenninando direitos e deveres que lhessao conferidos para esse fim,

    o Decreto-Lei n." 319 proclama ainda 0 direito a umaeducacao gratuita, igual e de qualidade, para os alu-nos com NEE, estabelecendo a individualizacao deintervencoes educativas atraves de p ia no s e du ca tiv osindividualizados (PEl) e de programas educativos (PE)com 0 objective de responder as necessidades educa-tivas desses alunos. Introduz, ainda. 0 conceito demeio menos restruivo possive! (MMRP), que se traduzna prernissa de que a crianca com NEE deve ser edu-cada com a crianca sem NEE e 0 seu afastamentodos ambientes educacionais regulates deve ocorrersomente quando a natureza ou a gravidade da pro-blernatica 0 proclame.

    Juntar as partes nurn todo[lrnphca 0 ingresso de alquern nacor ren te p rmc .pat . p reviament epode r a ter sido exr hndo.]

    Faze r pa rte de u rn todoHmphca 0 desenvotv.rneruo de urn sentido decornurudade onde. em apoio mutua, se fomenteD sucesse escotar para todos as aluno s.]

    Fase Ilnte qrar ao fisica

    nas escolas pubtica sla classe espec.atlFase " Fase "'Inlegra~~10 social

    nas escolas pubhcas[ a v ia comum 1Envolvrment o ac ade-ruc ooas classes re9ularesdas escctas puhlicas

    Figura I- Evolucao da inclusao.8

    o Decreto-Lei n." 319 foi assim urn mediador entreos modelos de atendimento as necessidades dos alu-nos com NEE, pretendendo que os services a prestardeconessem, sempre que possivel, nas escolas regu-lares de en sino. Destes modelos, cuja evolucao maisacentuada se situa nos anos 70 do seculo XX, sao dedestacar 0 da integracao e 0 da inclusao (figura I).Assim, a partir desta epoca, uma das maiores preo-cupacces das sucessivas reformas educativas, queeventualmen te leva ram a cr iacao do Decreto--Lei n." 319, parece tel' sido a de pretender assegurarque os alunos com NEE pudessem vir a frequentarescolas regulares em vez de escolas especiais ou ins-tituicoes. Inicia-se, desta forma, um processo queleva a uma tentativa de criacao d e e sc ola s in te gr ad o-ras, numa primeira fase de caracter mais fisico,dando lugar a criacao de classes especiais, onde osalunos com NEE deveriarn receber apoios espedfi-cos conseritaneos com as suas necessidades, masde acordo com 0 seu posicionamento numa "curvanormal", que teria pOl' base 0 seu desenvolvimentoe potencial de aprendizagem. Quanto mais "afasta-das" da norma estivessem as areas deficitarias doaluno, mais se justificava a sua colocacao numaclasse especial, sendo 0 papel do professor de edu-cacao especial 0 de um interventor directo no pro-cesso educativo desse aluno. Na educacao destesalunos, 0 professor do en sino regular assumia urnpapel muito reduzido ou mesmo nulo, sendo 0 dia-logo entre ele e 0 professor de educacao especialpraticamente inexistente. Os alunos com NEE e osprofessores de educacao especial constituiam umsistema (de educacao especial) dentro de urn outrosistema (de ensino regular), sendo 0 isolamentoem term os acadernicos total e em terrnos sociaismuito precario, Contudo, esta primeira fase, a il1te-gracao jfsica nas escolas regulates, preconiza umamudanca radical quanta a forma como os alunoscom NEE erarn educados, abrindo caminho a suaentrada nas escolas regulares de ensino. Maistarde, esta entrada vira a dar lugar a uma aproxi-macae em termos de interaccoes entre os alunoscom NEE e os alunos ditos "norrnais", criando-se,assim, para os alunos com NEE, um acesso aosambientes sociais das classes regulares. Estasegunda fase da integracao, denominada de inie-g ra (( ii o soc ia l (Correia, 2001), embora continue apreconizar que 0 aluno com NEE beneficiara mais

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    com urn ensino a parte no que respeita as areasacademicas, reconhece, no entanto, que ele se devejuntar aos seus colegas sem NEE em areas especi-ficas, como, por exemplo, a educacao fisica, asexpressoes artisticas ou em situacoes de cariz maissocial, como, por exernplo, os recreios, as refeicoese os passeios escolares. E esta aproxirnacao, inicial-mente de caracter social, que vem provo car umaaltera

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    te rn g er ado bas tante con tr over sia ,especialm ente porque continua a nao existirurn consenso acerca da elim inacao docon tinuum de servi~os ed~ { ca ti vo s, a ce rc a d aquantidade de tempo que os alunos com N EEdevem passar na classe regular e acerca dos ignif ic ado dado a e xp re ss ao " to do s os a lu no s" ,p ara fin s d e colocacao na cla sse reg ula r.

    S 0 ensino cooperativo e a tutoria de pares saometod os d e en sin o p referen ciais. E ste s tip osde ensino proporcionam um a grandediv ersid ad e d e op ortu nid ad es d eap re nd iza gem p ara todos os a lu nos, in clu in doaqueles que apresentam N EE .

    6 O s apoios dados pelos services de educacaoespecial nao sao exclusividade dos alunos comNEE. P odem se r u tilizad os p ara b en eficia rtodos os alunos e professores da escola.

    o conceito de educacao inclusiva tern, assim, pro-cmado modificar a fiJosofia subjacente ao processode educacao de todos os alunos, designadamentedos alunos com NEE, baseando-se nurn conjuntode principios, dos quais destacamos os seguintes: todos os alunos, independentemente da sua rac;:a,condicao linguistica ou econornica, sexo, orienta-c;:aosexual, idade, capacidades de aprendizagem,estilos de aprendizagem, etnia, cultura e religiao,tern 0 direito a ser educados em ambientes inclu-SlVOS;

    todos os alunos sao capazes de aprender e decontribuir para a sociedade onde estao inseridos; todos os alunos devem ter oportunidades iguaisde acesso a services de qualidade que lhes perm i-tam alcancar sucesso;

    todos os alunos devem tel' acesso a services deapoio especializados, quando deles necessitem,que se traduzam em praticas educativas ajustadasas suas capacidades e necessidades;

    todos os alunos devem ter acesso a urn curriculodiversificado; todos os alunos devem ter a oportunidade de tra-balhar em grupo e de participar em actividades

    10If;'.'

    extra-escolares e em eventos comunitarios, sociaise recreativos;

    todos os alunos devem ser ensinados a apreciaras diferencas e similaridades do ser humano.

    Para alern destas premissas que, essencialmente,dizem respeito aos alunos, ha ainda a considerarum outro conjunto de premissas que se prendecom os profissionais de educacao, com os pais ecom os services a prestar, a saber: os profissionais, os pais e a com un ida de em geraldevem trabalhar em colaboracao, partilhandodecisoes, recursos e apoios;

    todos os services de que os alunos necessitamdevem ser prestados, sempre que possivel, emambientes educativos regulares;

    todas as escolas devem envolver as farnilias e osmembros da comunidade no processo educativo;

    os services regionais e locais devem fornecer osapoios e os recursos necessarios para que asescolas se possam reestruturar, dan do a atencaodevida a diversidade de alunos que as frequen-tam (Salend, 1998).

    Assirn, a implernentacao de urn modelo inclusivorequer urn a pla n ificacao sistematica e flexivel,apoiada num conjunto de parametros. dos quaisdestacamos a filosofia seguida pela escola, as carac-teristicas dos lideres, os recursos e os apoios dispo-nfveis e as estrategias de intervencao e de avaliacao.o modele de Correia (2001), consubstanciado noquadro I, parece center as componentes essenciaispara a implernentacao de escolas inclusivas.

    Componerite discurslvaEstabelecer uma "filosofla de escola" quetenha por base 0 desenvolvimento globa! doaluno (acadernico, socioemocional, pessoal).Promover uma "culture die escola e de salade aula" que adopte a diversidade como lema(atitudes, valores, inforrnacao ... ).Cornponerrte organizadonalConsiderar equipas centradas nas escolas(equipas de planificacao inclusiva, equipas decolaboracao). Considerar equipas centradas nosconcelhos (outros tecnicos). Considerarinterliqacao a instituicoes cornunitarias.

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    Componente operaclonalConsiderar urn conjunto de individuos comexperiencias e especializacoes diferenciadas que,em equipa, planifiquem e implernenternprogramas para a "diversidade" de alunosinseridos em ambientes inclusivos (educadores,professores, tecnicos especializados, pais,administradores, gestores ... ).Componente instituc!(malConsiderar ambientes de aprendizagem nosquais os alunos, com interesses e capacidadesdiferentes, possarn afirrnar 0 seu potencial(Aprendizagem em cooperacao: gruposheterogeneos com diferentes niveis dereallzacao: tutoria entre pares ... ).

    Quadro I- Para a implernentacao de uma escola inclusiva.

    Com base nos parametres considerados por Cor-reia, que mais tarde explanaremos porrnenorizada-mente, talvez se tome mais facil adoptar praticasconsentaneas com a educacao inclusiva. Contudo,como se pode observar a partir das componentesdo modelo, havera sempre que considerar um con-junto de rnedidas para responder as necessidadeseducativas, sociais e emocionais dos alunos comNEE. Estas medidas, que devem ter por base 0principio da colaboracao, permitem proporcionarrespostas individualizadas aos alunos com NEE,exigindo, ao mesmo tempo, processos pedag6gicoscriativos para esse fim.

    NivelMenas

    o conceito de lnclusao e outros conceitosque Ihe sao inerenteso conceito de icl usao , ou seja, a in ser cao doaluno com NEE, em termos fisicos, sociais e aca-dernico s nas escolas regulares, ultrapassa emmuito 0 conceito de integracao, uma vez que naopretende posicionar 0 aluno com NEE numa"curva normal", mas sim assurnir que a heteroge-neidade que existe entre os alunos e um factormuito positivo, permitindo 0 desenvolvimento decomunidades escolares mais ricas e mais profi-euas. A inclusao procura, assim, levar 0 aluno cornNEE as escolas regula res e, sempre que possivel,as classes regulares, onde, por direito, deve rece-ber todos os services adequados as suas caracteris-tieas e neeessidades. Pretende, portanto, encontrarformas de aumentar a participacao de todos os alu-nos com NEE, incluindo aqueles com NEE seve-ras, nas classes regulares, independentemente dosseus niveis acadernicos e sociais. Mas, para se che-gar aqui, ha que perceber que inicialmente, nomodelo integrador, se aereditava que a melhorforma de munir 0 aluno com NEE com urn con-junto de cornpetencias (acadernicas e sociais) queo aproximassem, no mais eurto espac;:o de tempo,do aluno sem NEE era a de Ihe facultar urn con-junto de services educacionais, de que a cascata deDeno (1970) e urn exernplo, tantas vezes prestadosfora da classe regular. A eascata proposta por Cor-reia (1997), baseada na cascata de Deno, reflecteeste ponto de vista ao considerar um eonjunto demodalidades de atendimento que tern por base aseveridade da problernatica do aluno (figura 2).

    Aluno permanece na classe regular. Professor do ensino regu_larrecebe orientacoes do profess.o~ de educacao especiallco~sultorle de quaisquer outros especialistas tides como necessaries. Professor do cnsmo regular diriqe programa de uitervencao.

    Maior nsunet ode etunos.estrttivo

    II Aluno permanece na classe regular, recebendo apoio directo do professor d~_educacao especiallitinera_nte). Pro~r,]made intervcncao dirigido pelo professor do ensrno regular com colaboracao do professor de educacao especial.Aluno frequenta classe regular e sala de apoio Programa de mte_rve_nc;:aodirigido pete professordo ensino regular e pelo professor de educacao especial.

    IV Aluna frequenta sala de apoio em escola regular, Programa deintervencao dirigido pelo professor de educacao especial .

    V Aluno frequenta escola especial. Programa elaborad_o par esp_eclalistas,entre as quais figura professor de educac;:ao especial.VI Aluno recebe services de educacao especial noseu dornicilio. Progr~rna ela~oradopar especial is tas, en tre as quais figura a professor de educacao especial .

    V I I Aluno recebe servicos de educacao especial em instituicoes e:>p~Clalizadas[hospitals. lares e IPSSI. Programa elaborado por especialistas Menor numerode a/unosats rcsttitivoFigura 2 - Cascara de services educativos.

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    r . ' ., , " , - - - - - - -- - - - - - ~,...:~~~~~*aar!- *' .r _

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    r. A"LO'O"ADAINC[U~; .',.r,' .~'~~~

    Acreditava-se, ainda, que, mais tarde, 0 aluno comNEE poderia vir a juntar-se aos seus colegas semNEE, permitindo-lhe uma integracao plena. querem termos acadernicos quer em termos sociais, Ese, em alguns casos, rnais directamente relacioria-dos com os problemas ligeiros, a integracao dava osseus frutos, na maioria dos casos ligados a proble-maticas mais severas, a classe regular parecia cadavez mais distante. Mais uma vez havia que repen-sar a educacao no sentido de esta poder vir a evitaro distanciamento acadernico e social, cada vez maisevidente, entre alunos com NEE e sem NEE.Assiste-se, assim, a urn movimento, inicialmentehumanista e social, que pretende que 0 aluno comNEE, seja qual for a severidade da sua problema-tica, participe em todos os aspectos da vida escolar,sendo a classe regular a modalidade de atendimentoprimeira a considerar. As respostas as necessidades

    educativas dos alunos com NEE devern, nesta pers-pectiva, equacionar-se como urn conjunto de expe-riencias que se construam a partir das suas realiza-coes iniciais e da observacao dos seus ambientes deaprendizagem (figura 3) e que tenham por fim amaximizacao das suas aprendizagens acadernicas esociais. Neste sentido, ter-se-a de recorrer rnuitasdas vezes a urn conjunto de services de apoio espe-cializados (services de educacao especial) para pro-mover aprendizagens com 0 fim de tornar os alu-nos auto-suficientes ate ao limite das suas capaci-dades. E a esta prestacao de services (educacionaise. quando necessario, psicol6gicos, terapeuticos,sociais e clinicos), que se pretende, sempre que pos-sivel, individualizada, que damos 0 nome de educa-((aO apropriada (Correia, 1999, citado pOl' Correia eMartins, 2000).

    AMEm.NTES DE APRENDIIAGEMSO CIO EM O CIO NAIS FISICO SCADEMICOS

    Ar ea s a ca dem ic asC . )

    C OM PO RT A ME NT A ISR egras da classe,d a e scola C . . . )

    Figura 3 - Ambientes de aprendizagem.

    o conceito de inrlusao engloba, assim, tres para-metros essenciais (figura 4), cornecando por cons i-derar a modalidade de atendimento como 0 seu pri-meiro pararnetro, nao em termos de urn continuumeducacional como prescri to pela filosofia integra-dora, mas dando relevancia a perrnanericia doaluno com NEE na classe regular, on de todos osservices de apoio, designados por s er vi ce s adequado s(para metro tres), devem, sempre que possivel, serprestados. Estes services adequados, que no con-ceito integrador se referem a educacao especial tidacomo urn sistema paralelo ao ensino regular,entendem-se, no conceito de inclusao, como urn

    A titu de s d os p ro fe ss ore s,dos pais e dos alunos,interaccoes C . . . )

    Ba rr ei ra s, ho ra ri os ,orqanizacao da salade aula C . . . )

    conjunto de services de apoio especializados quepretendern rnaximizar 0 potencial do aluno. Estesservices devem, como ja 0 dissemos, efectuar-se,sempre que possivel, na classe regular e devem tel'em conta nao so 0 aluno, mas tam bern a modifica-cao dos seus ambientes de aprendizagem, para queele possa receber uma educacao adequada as suascapacidades e necessidades. 0 conceito de inclusaoda ainda relevancia a uma educacao apropriada(pararnetro dois), devendo esta nao so respeitar ascaracteristicas e necessidades dos alunos, comotambern tel' em conta as caracteristicas e necessida-des dos ambientes onde eles interagem.

    INClusAo__----------.MODALIDADE

    DEATENDIMENTOEDUCA~AoAPROPRIADA SERVI~OSADEQUADOS

    Figura 4 - Inclusao: parametres que ela consagra,12 ,. . . .

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    Por tudo 0 que arras ficou dito, poderemos concei-ruar a inclusao como sendo a "insercao do alunocom NEE na classe regular onde, sempre que possi-vel, deve receber todos os services educativos ade-quados. contando-se, para esse fim, com urn apoioapropriado (de outros profissionais, de pais ... ) assuas caracteristicas e necessidades" (Correia, 1997)Deve ser, portanto, um processo dinarnico que seproponha responder as necessidades de todos e decada um dos alunos, provendo-Ihes uma educacaoapropriada que considere tres niveis de desenvolvi-mento essenciais: a ca dem ic o, s oc io emo cio na l e p es so al.A inclusao exige, assim, a reestruturacao da escolae do curriculo no sentido de permitir a todos osalunos, com as mais diversas capacidades, interes-ses, caracteristicas e necessidades, uma aprendiza-gem em conjunto. Neste senti do, a escola tera de seafastar de modelos de ensino-aprendizagem centra-dos no curriculo, passando a dar relevancia amodelos centrados no aluno em que a construcaodo ensino tenha por base as suas necessidades sin-gulares. 0 curriculo torna-se, deste modo, um meiopelo qual um fim e alcancado, 0 sucesso escolar doaluno. E, para se alcancar este fim, ter-se-a nao s6que considerar as materias lectivas e nao lectivas,mas tarnbem, em muitas situacoes, as adequacoescurricula res pertinentes as caracteristicas dos alu-nos. Esta visao holistica do processo de ensino--aprendizagem, muito consentanea com a filosofiada inclusao, contrasta significativamente comaquela preconizada em muitas escolas, onde 0 pro-fessor do ensino regular assume a responsabilidadedo en sino das materias academicas e 0 professor deeducacao especial assume a responsabilidade dasa da pta co es c ur ri cu la re s e do en si no i nd iv id u a li za d o ,

    estando ambos de costas voltadas um para 0 outro.Assim, no caso da filosofia inclusiva, 0 papel do pro-fessor titular da turma deve conciliar-se com 0 papeldo professor de educacao especial, com 0dos outrosprofissionais de educacao e com 0 dos pais, paraCjue todos eles, em colabol'afiiO, possam desenharestr ategias que promovam sucesso escolar. Nofundo, com a filosofia de inclusao, 0 Cjue se pre-tende e que todos os alunos aprendarn juntos, res-peitando a sua divers idade, que Correia (2001)define como:"( ...) 0 conjunto de diferericas individuais, pOI'exemplo, estilos cognitivos e de aprendizagem,interesses, experiencias adquiridas, capacidades econdicoes organicas e ambientais que, em muitoscasos, devem ser objecto de i ni er vencoes i nd iv idual i-zadas e a po io s e du ca tiv os a pr op ri ad os ," (p. I32)Portanto, quando falamos em diversidade, estamosa falar em a de ou ac iio p ed ag 6g ic a e, se quisermos,em adequacao curricular, que nos permita planificartendo em conta as caracteristicas e necessidadesdos alunos e dos ambientes onde eles interagem(Correia, 200I).Voltando ao nosso conceito de diversidade, e eleque da forma a chamada e sco la inc lu s iva (figura 5),onde, por via de regra, deveriamos encontrar todosos alunos, proporcionando-Ihes uma aprendizagemem conjunto.Uma escola inc1usiva sed. entao aquela que con-grega alunos sem necessidades especiais e alu-nos com necessidades especiais, entendendo-separ necessidades especiais 0 conjunto de alunosem risco educacionai, dotados e sobredotados (talen-tosos) e com n ec ess id ad es e du ca tiv as e sp ec ia is .

    ESCOlA INClUSIVA(RESPONDE A S NECESSIOADES INDIVIDUAlS DE TODOS os AllJNOS)

    ALUNOS SEM NECESSIDADES ESPECIAiS

    + + +D!VERSIDADEt t tALUNOS COM NECESSIDADES !:SPECIAlS (NE)

    E M R ISC OEDUCACIONA l(10% - 20%)

    CO M NEE(10%-15%)

    Figura 5 - Escola inclusiva.

    S OB RE DO T A DO S(5%-12%)

    13

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    De acordo com Correia (1997), os alunos em riscoeducacional sao aqueles que apresentam caracteristi-cas que podem facilmente conduzir a problemas deaprendizagem ou de comportamento. Deste gruposalientamos os alunos em risco de abandono escolar,utilizadores de drogas ou alcool, batidos, provenien-tes de ambientes socioecon6micos e socioemocionaisdesfavorecidos e provenientes de minorias etnicas.Os alunos dotados e sobredotados sao aqueles quepossuem uma capacidade intelectual significativa-mente acima da media, niveis superiores de criati-vidade e persistencia no desempenho de tarefas(Renzulli, 1977).

    Os alunos com necessidades educativas especiaissao aqueles que, pOl'exibirern determinadascondicoes espedficas, podem necessitar de apoiode services de educacao especial durante todo ou .parte do seu percurso escolar, de forma a facilitar 0seu desenvolvimento academico, pessoal esocioemocional.Por condicoes especificas entende-se:i) autismo, cegueira-surdez, deficiencia auditiva,

    deficiencia visual, deficiencia mental,deficiencia motora, perturbacoes emocionaisgraves, problemas de comportamento,dificuldades de aprendizagem, problemas decornunicacao, traumatisrno craniano,rnultideficiencia e outros problemas de saude,

    ii) As condicoes especificas sao identificadasatraves de uma avaliacao compreensiva, feitapor uma equipa multidisciplinar, tarnbem pOl'nos designada pOl'equipa de programacaoeducativa individualizada (EPEI) .

    POl'services de educacao especial entende-se:iii) conjunto de services de apoio especializados, doforo acadernico, terapeutico, psicologico, social

    e clinico, destinados a responder asnecessidades especiais do aluno com base nassuas caracteristicas e com 0 fim de maximizar 0seu potencial. Tais services devem efectuar-se,sem pre qu e p oss(vel, na classe regular e devem tel'por fim a prevencao, reducao ou supressao daproblernatica do aluno, seja ela do foro mental,fisico ou emocional e/ou a modificacao dosambientes de aprendizagcm para que ele possareceber uma educacao apropriada as suascapacidades e necessidades (Correia, 1997).

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    VANTAGENS DA INCLUsAoNa nossa opiniao, a filosofia da inclusao so trazvantagens no que respeita as aprendizagens detodos os alunos, tornado-se num modelo educacio-nal eficaz para toda a comunidade escolar, designa-damente para os alunos com NEE.Quanto a comunidade escolar, para alern de esta-belecer um objectivo comum, que e 0 de proporcio-nar uma educacao igual e de qualidade para todos osalunos, ela facilita, ainda, 0 dialogo entre educado-res/professores do ensino regular e educadores/pro-fessores de educacao especial, permitindo aos educa-dores/professores do ensino regular desenvolveruma maior compreensao sobre os diferentes tipos deNEE e sobre as necessidades dos alunos com NEE eaos educadores/professores de educacao especialperceber melhor os programas curriculares. Destedialogo surgirao, com certeza, melhores planifica-coes educativas para todos os alunos, designada-mente para os alunos com NEE, sobretudo quandoha necessidade de se proceder a alteracoes curricula-res que exijarn estrategias e recursos espedficos.Contudo, ainda ha um caminho longo a percorrer,uma vez que no decorrer de to do este processo deimplernentacao de um modelo inclusivo e exigido aoseducadores e professores um elevado nivel de profis-sionalismo e de cornpetencia no desempenho dassuas responsabilidades. Os educadores e professoressao, muitas vezes, confrontados com dilemas eticos eprofissionais, bem como com questiSes legais e adrni-nistrativas, e. no caso dos educadores e professoresde educacao especial, convern sub lin hal' que nemsempre e facil eles praticarem um ensino altamenteindividualizado, intensivo e baseado em planificacoesconsistentes (Hallahan e Kauffman, 1997).Ernbora a maioria dos professores acredite no conceitode inclusao, tem-se verificado que eles tern algunsreceios em relacao a este processo de mudanca,especialmente porque sentem que Ihes falta a forma-cao necessaria para ensinar os alunos com NEE(Struggs e Mastropieri, 1996, Correia e Martins,2000). Muitos professores sentem dificuldade emfazer adaptacoes curriculares, em lidar com algumasnecessidades rnedicas e fisicas dos alunos ou nosprocedimentos a seguir em casos de ernergencia. Osresultados de alguns estudos indicam que os profes-sores relatam que as exigencias educativas sao maio-res quando tern alunos com NEE nas suas classes,pois sentem uma tensao adicional que, para alem de

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    dirninuir a sua habiJidade para dar atencao as neces-sidades acadernicas e sociais dos alunos sern NEE,aumenta a sua frustracao e angustia (Conway e Gow,1988, citados por Salend, 1998). Tarnbern os estudosde Werts, Wolery, Snyder, Caldwell e Salisbury (1996)indicam que os professores temem a filosofia demclusao quando nao lhes sao disponibiJizados recur-sos humanos e materiais, tempo e formacao neces-sarios para a implementarem com sucesso.Certos professores de educacao especial tarnbernindica ram tel' preocupacoes acerca das praticas inclu-sivas. Alguns deles receavam perder 0 emprego;outros temiam que, pOl' apoiar os alunos 11aclasseregular, passassem a ser considerados como merosajudantes do professor titular; outros ainda consi-deraram nao ser competentes para ensinar conteu-. dos curricula res a turma (Salend, 1998).Mas, no compute geral, as vantagens parecem suplan-tar os problemas ainda existentes, uma vez que os pro-fessores mencionam que a inclusao lhes proporcionaa oportunidade para trabalhar com outros profissio-nais, aliviando muito do stress associado ao ensino.Este trabalho de colaboracao permite, ainda, a parti-lha de estrategias de ensino, uma rnaior monitoriza-c;:aodos progressos dos alunos. 0 combate aos pro-blemas de comportarnento e 0 aumento da comuni-cacao com outros profissionais de educacao e comos pais (Clement e cols., 1995, citados por Salend,1998). Segundo Minke, Bear, Deemer e Griffin(1996), os professores titulares e os professores deeducacao especial, que trabalham em colaboracao(em classes inclusivas}, apresentam niveis de eficien-cia e de cornpetencia maiores do que os colegas queensinam em classes tradicionais (Salend, 1998).Uma outra vantagem evidenciada pela literatura daconta de que os professores envolvidos em ambien-tes inclusivos consideram que a sua vida profissionale pessoal melhora, tendo 0 trabalho em colaboracaotornado 0 en sino mais estimulante, uma vez que

    . permite a experirnentacao de varias metodologias e aconsciencializac;:ao das suas praticas e crenc;:as (Gian-greco e cols., 1995; Philiphs, Sapona e Lubic, 1995,citados por Salend, 1998). Ainda segundo os mes-mos autores, os professores consideram que a opor-tunidade de trabalhar em conjunto com outros pro-fissionais os ajuda a quebrar 0 isolamento em quemuitos deles vivem e a desenvolver amizades maisduradouras fora da sala de aula.

    I_~-'''''r=-

    Numa palavra, a investigac;:ao tem mostrado que osprofessores que desempenham funcoes em escolasinclusivas colaboram e planeiam mais, aprendemnovas tecnicas uns com os outros, participam nummaior nurnero de actividades de formacao, demons-tram vontade de mudar e utilizam uma diversidadede estrategias para ensinar os alunos com NEE(Laski e Henderson, 1996, citados por Power-de-Fure Orelove, 1997).As vantagens da filosofia inclusiva sao tambern evi-dentes no que toca a lideranca escolar, aos pais e aoutros recursos cornunitar ios, uma vez que osenvolve, de urna forma diferencialmente conver-gente, para ajudarem os alunos a atingir nivei ssatisfatorios de sucesso educativo (Correia e Serrano,2000). Cada agente educativo torna-se, assim, numactor criativo, flexivel e anima do pelo desejo de par-ticipar, de forma colaborativa, na organizacao dasrespostas adequadas ao conjunto de necessidadesexistentes na respectiva populacao escolar (Correia,1997; Sapon-Shevin, 1999)Quanto ao aluno com NEE, para alern da filosofiada inclusao Ihe reconhecer 0 direito de aprenderjunto com os seus pares sem NEE, 0 que the pro-porcioria aprendizagens similares e interaccoessociais adequadas, ela pretende retirar-Ihe, tam-bern, 0 estigma da "deficiencia", preocupando-secom 0 seu desenvolvimento global dentro de umespirito de pertenca, de participacao em todos osaspectos da vida escolar, mas nunca esquecendo aresposta as suas necessidades especificas.A filosofia da inclusao tam bern traz vantagens paraos alunos sem NEE, uma vez que lhes permite per-ceber que todos somos diferentes e, pOl' conse-guinte, que as diferencas individuais devem ser res-peitadas e aceites. Desta forma, eles aprendem quecada um de nos, sejam quais forem os nossos atri-butos, ted sempre algo de valor a dar aos outros.Finalmente, poderemos afirmar que, de acordo com afilosofia inclusiva, as escolas podem tornar-se em ver-dadeiras com unidades de apoio, onde todos os alunosse sintam valorizados, apoiados de acordo com assuas necessidades e preenchidos etica e moralmente.Contudo, para que as escolas se tornern em verdadei-ras comunidades de apoio, e necessario que se erieuma genuina cultura de escola que se apoie em prin-cipios de igualdade, de justica, de dignidade e de res-peito rnutuo, que permita a promocao de praticasinclusivas mediante as quais os alunos possam viver

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    expenencias enriquecedoras, aprender uns com osoutros e assimilar atitudes e valores que conduzama urn a melhor ace ita cao da diversidade. Nestaoptica, Karagiannis e colaboradores (1996) enun-ciam um conjunto de vantagens que a filosofiainclusiva preconiza, na medida em que:I. permite desenvolver atitudes positivas perante adiversidade. Estas atitudes desenvolvem-sequando os educadores, a titulo de exemplo,facilitam a interaccao e a comunicacao, 0desenvolvimento de amizades e a realizacao detrabalhos entre pares. Os alunos tornarn-se maissensiveis, compreensivos e respeitadores,aprendendo 'a crescer e a conviver com a diferenca:

    2. facilita a aquisicao de ganhos ao nivel dodesenvolvimento acadernico e social. Atraves deconstantes interaccoes com os seus pares, osalunos adquirem mais e melhores competenciasacadernicas, sociais e de comunicacao:

    3. prepara para a vida na comunidade. Segundo ospais e os professores, quanta mais tempo osalunos com NEE passarem em ambientesinclusivos, melhor e 0 seu desempenhoeducacional, social e ocupacional. Alguns paissabem, intuitivamente, que a frequencia de umaescola inclusiva aumenta a oportunidade de osseus filhos se adaptarem a vida na comunidade,

    M odelo para a inclusao

    dado que ela salienta a irnportancia de urnapreparacao eficaz para a vida activa (Wehter,1990; Correia, 1997);

    4. evita os efeitos negativos da exclusao, Osambientes segregadores sao muitas vezesprejudiciais para os alunos com NEE, pois naoos preparam para a vida do dia-a-dia. Por outrolado, os alunos sem NEE (educados em escolastradicionais) frequentam ambientes onde adiversidade, a cooperacao e 0 respeito peranteaqueles que sao diferentes sao valores poucodivulgados. As escolas inclusivas, pela filosofiaque veiculam, pod em com bater muitos dosefeitos negativos da exclusao (Karagiannis ecols., 1996).

    UM MODELO PARA A INCLUsAoSe analisarmos os conceitos de itegracao e deinclusao tratados atras, verificamos que, emboraexista uma certa "continuidade educativa" no querespeita ao atendimento a alunos com NEE, osmodelos que lhes estao adjacentes sao diametral-mente opostos (figura 6). Se, pOl' urn lado, a inte-gra

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    maioria das vezes indirectos, dentro da sala deaula, e so em casos excepcionais e que os apoiosdevem ser prestados fora da classe regular.Pela leitura da figura 6, verifica-se que, no caso domodele inclusivo, 0 en sino e orientado para 0 alunovisto como urn todo, considerando tres niveis dedesenvolvimento essenciais - a ca dem ico , so cio em o-donal e pessoai - e tendo por base as suas caracte-risticas e necessidades. A classe regular torna-se,assim, nurn espaco onde a heterogeneidade e adiversidade sao factores a ter em conta. Nao halugar para a homogeneidade, caso do modelo inte-grador, em que 0 en sino parece mais orientadopara 0 aluno me d io e em que 0 aluno diferel1teparece estar sempre a receber services de apoio,mais directos que indirectos, fora da classe regular,mesrno quando a sua problernatica 0 nao exige. 0'.modelo inclusivo parte, pOl' conseguinte, do pres-suposto que 0 aluno com NEE deve manter-se naclasse regular, embora admita que, sempre que asituayao 0 exiia, se possa considerar um conjuntode opcoes que levem a um apoio fora da classeregular. E um modelo aparentemente muito vol-tado para a defesa dos direitos dos alunos comNEE , para a criacao de igualdade de oportunidadeseducacionais, eivado, portanto, de um discursosocial, holistico. Este discurso coloca 0 aluno comNEE num contexto onde a sociedade e responsavelpela rnudanca, uma vez que nao sera so a sua con-dicao problernatica a ser considerada, mas tam-bern, e principalmente, os ambientes onde ele inte-rage, em que os aspectos sociais pod em criar senti-mentos permanentes de incapacidade, colocando-osempre em situacoes de desvantagem.Contudo, quanta a nos, no caso do aluno com NEE,outros discursos, modelos se quisermos, devem serconsiderados para que a resposta as suas necessida-des seja a mais eficaz.Aqui, sera melhor exemplificarmos com um caso.Tomemos, como exemplo, 0 caso de um aluno compossiveis dificuldades (discapacidades) de aprendi-zagem, descrito sucintamente da forma seguinte:o Joao e um a luno [nuvzino, com evuientes problem as deh ig ie nc . ma l arraniado e v es tid o, a pa re nta ndo p roble /n asde nutrirao. No cam po academico, apresenta problemasa ce ntu ad os na leiiu ra e na escrua, sendo 0 s eu comporta -mento disruptivo dos ambienies 011de interage. envo/-vendo-se [reoueniemenie em COl1 fr 0 l1 tOScom os colegas,respondendo m al aos projessores e. ate. a o utro s ad ulto s.CNEEINC - 02

    Confrontados com este caso, quais senam as nos-sas atitudes face ao perfil do aJuno?Haveria uns que possivelmente reagiriam de umaforma paternalista, alegando que 0 J oao precisariade alimentacao, vestuario, condicoes de higiene ... ,nao dando grande importa ncia as necessidadeseducacionais do [oao. Neste caso, estariamos peranteurn d is cu rs o c ar ita tiv o, a exprimir a nocao de queaqueles que se encontram em dificuldade necessi-tam da ajuda de outrem.Haveria outros cuja atitude os levaria a afirmar que 0[oao nao deveria continual' na sala de aula, uma vezque la nao aprende nada e, ainda pOl' cima, bate comfrequencia nos colegas e importuna 0 professor. Estediscurso, baseado na ignorancia, no medo, na inse-guran

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    equidade e justica sociais. considerando a discrimi-nacao um factor de opressao.Como agentes de educacao, que discurso perfilha-riamos?Com certeza que nos inclinariamos para 0 discursosocial, uma vez que 0 respeito pelos direitos detodos nos e uma condicao inequivoca numa socie-dade dernocratica. Mas, como educadores, paraalern do respeito que, sem duvida, teremos que tel'pelos direitos dos alunos, havera tarnbern que con-siderar que tipo de res posta educativa sera 0 maisapropriado as suas caracteristicas e necessidades.Sendo assim, somos da opiniao que sera um dis-curso mais inclinado para a res posta as necessida-des educativas' (acadernicas e sociais) aquele quemelhor se coadunara as necessidades dos alunoscom NEE. Este discurso, que reflecte uma intersec-cao dos discursos "legislativo", "psicopedagogico" e"social", deve, quanta a nos, ser denominado de dis-curso educacional , sendo 0 seu objectivo primeiro 0de responder as necessidades de todos os alunos,designada e principalmente dos alunos com NEE.Tendo par base este modele, existem tres pararne-tros a considerar para levar 0 aluno com NEE a res-ponder, sempre que possivel, as solicitacoes do cur-riculo comum do ana que frequenta, a saber:I. 0 problema pode ser visto como emergente de

    factares sociais (pobreza, expectativas,familia/escola, diferencas culturais...].

    2. 0 problema pode ser visto como emergente dosambientes de aprendizagem do aluno (ensinoinadequado, recursos materiais insuficientes,recurs os humanos inexistentes ...).

    3. 0 problema pode ser visto ao nivel do aluno,exigindo urna conducao educacionalindividualizada no sentido de se "identificar" e"avaliar" as suas necessidades educativas"especiais" (observacoes e avaliacoesindividualizadas ...).

    Posto isto, e ainda relevante afirmar-se que 0"discurso educacional", baseado, como vimos,nos discursos "Iegislativo", "psicoped agcgico" e"social", n ao tem como pro po sito representaruma forma correcta ou incorrecta de responderas necessidades dos alunos com NEE, mas, sim,o objective de considerar que qualquer um dostres discursos tem um lugar efectivo no que dizrespeito a atendimentos eficazes a alunos comNEE.o d is cu rs o e du ca cio no l torna-se, assim, num modelointegra do em que as vertentes n ormativ a, p sic op ed a-g6gica e social nao existem par si so, mas realmentesobrepoern-se (figura 7).

    Normativo

    Figura 7 - Modelo educacional de atendimento adiversidade.

    o discurso educacional prefigura, assim, um modelocujo objectivo e 0 de ten tar dar resposta a divers i-dade; um modelo que poderemos designar demode lo d e a te nd im e nto a diversidade (figura 8).Este modelo tem par base quatro componentesessenciais: uma que diz respeito ao conhecimento'

    CONHECIMENTO PlANIFICAs:Ao

    Aluno Ambientes deaprendizagem Colaboracao Interdisci- Preliminar Compreensiva Transicionalplinaridade Avallacao sumativaCo-responsabitlzacao

    iNHRVEN~Ao REAVAUAs:Ao

    ----- ---_------ ----- ----------Figura 8 - Modelo de atendimento a diversidade.1 12m publicacocs antcriorcs, Correia (1997) dcsignava esia componente por idcllt(fit~{l~~[w. Contucio, UJnJ vez Clue pretcnde Jar tarnbem rclcvancia aos arnbicntes deaprendizagclll. pas~uu a denomina-Ia cOlllicciHlCl1tO.

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    do aluno e dos seus ambientes de aprendizagem;outra que se refere a u m a pla n ifica cao apro-priada, com base nesse conhecimento; urna outraque se relaciona com uma intervencao adequadaque se apoie nas caracteristicas e necessidades doaluno e dos ambientes onde el e interage (conhe-cimento) e nurna listagem coerente de objectivoscurriculal'es (planificac;:ao); e ainda urna outr aque diz respeito a reavaliacao, ou seja, a urn con-junto de decisoes que se referem a adequacao daprogramac;:ao delineada para 0 aluno.A primeira etapa, que denorninamos pOI' conheci-mento, diz respeito a identificacao do aluno, dosseus estilos de aprendizagern, dos seus interesses,das suas capacidades e das suas necessidades como fim de determinarmos os seus niveis actuais derealizacao acadernica e social (competencias). Diz

    ,-ainda respeito a analise dos seus ambientes deaprendizagem acadern ico s, socioemocionais,comportamentais e fisicos, Deste modo, esta fasedeve tel' pOI' fim urna observacaoj aval iacao doaluno e dos seus ambientes de aprendizagem,cujo objectivo seja 0 de identificar as suas compe-tencias, de forma a aumentar-lhe a possibilidadede sucesso no decorrer das aprendizagens, nunca~om 0 fim de 0 rotular para 0 segregar (Anexo A).E, a nosso ver e de muitos outros autores, umaetapa crucial no desenrolar do processo de atendi-mento as necessidades dos alunos e, portanto, adiversidade, que, para alern do professor da turrna.deve poder contar com a participacao do professorde edu cacao especial e com a co labo ra cao deoutros profissionais de educacao e dos pais, casonecessario (Correia, 1997; Tod e col., 1998; Bauere Shea, 1999). 0 conjunto de questoes considera-~as no quadro 2 pode ajudar na elaboracao demtervencoes iniciais para urn aluno com possi-veis NEE.

    CONHIECfMENTODecisoes que se devem tomar na sola de aula,

    (avaliacao preliminar)Apoio especiflco na sala de aulao aluno deve receber apoio extra(compensac;:2io, enriqueclrnento ..) no s= ntid ode se tcntar m inim izer ou suprirnir urnproblem a de aprendizagem ?

    Encamlnharnento para equlpa decolabora~ao/resolu~ao de problemaso professor deve procurar ajuda da equipa decolaboracao/resolucao de problemas para aelaboracao de intervencoes educativas para 0aluno?Apolo educatlvo especlallzadoA equipa de colaboracao/resolucao deproblemas deve elaborar intervencoeseducativas (cornpensacao, enriquecim ento...')para 0 aluno?

    Quadro 2 - Conhecimento.A esta etapa segue-se-lhe uma segunda que, comoja referimos, se deve prender com uma planificayaoadeguada as necessidades do aluno (guadro 3)'

    PlAN~FKA~AODecisoes que levam a eieqibilidode.

    (ava Ii ac ;: ao co IIIpreensiva)!dentifka~itoHavera necessidade de urna avaliacao rnaisexaustiva?Refedmento par-a urna equipamu!tidnsdp1linaro aluno deve ser encarn inhado para urnaavaliacao m ais com plete (psicopedaqoqica).efectuada por urna e qu ip a mu ltid is cip lin ar ?Necessidacies especlalso aluno satisfaz os requisitos para ser consideradocom necessidades especiais (N E) (necessidadese du ca tiv as e sp ec ia is, dotacao/sobredotacao)?Necess;idades: educat.lvas especlalso aluno tern necessidades educativas especiais(NEE) que requeiram os services de educa caoespecial para ating ir os objectivos propostos naplanificacao?IEAegibiiidiadieo aluno e elegivel para os services d e e du ca

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    Esta planificacao. que deve ter por base 0 curri-culo comum, pode ser elaborada ao nivel do pro-jecto educativo da escola, do ana que 0 aluno fre-quenta, do plano de accao inicial (avaliacao preli-minar) e do plano educativo individualizado (PEl)(avalia

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    necessarios para que ele possa vir a experimental'sucesso.A programa

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    p..-

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    ~ -PRINCIPIOS GERAIS PARA A (ONSTRU~AODE ESCOLAS ENC lUS IVAS

    Para que um dia possamos d izer que a educociio no nosso pars se processa emesco las inciusivas , e n ec es sa rio q ue p er ce bam os 0 processo que perm ite a todos osa lunos aprenderem em conjunto. E 00 fa larm os em todos os a lunos querem os d izerisso m estno , ou se]a, para que um a reestru turacao do sistem a educo tivo tenhalugar e im pera tive que ela ocorra em todas as esco las e nao 5 6 em algum as delas.T al reestrutura c;ao, em bora deva reconhecer a individ ualida de de cod a escolabaseada nos necessidades dos seus alunos e na realidade que a coracteriza, deveconsiderar um conjunto de ptincipios com uns que sao inerentes a todas as escolasinclusivas.

    UM SENTIDO DE COM UNIDADEA filosofia adjacente a uma escola inclusiva prende-secom um sentido de pertenca, on de toda a crianca eaceite e apoiada pelos seus pares e pel os adultosque a rodeiam. A diversidade e, assim, valorizada,tendo como pilares sentimentos de par tilh a, p ar tic i-pafao e amizade.Na maioria dos casos, as escolas sao lugares ondeos professores trabalham sozinhos, de costas volta-das para os seus colegas e demais profissionais deeducacao. Neste contexto, nao tern oportunidade detrocar ideias que possam relacionar-se com as ino-vacoes educacionais que estejam a ocorrer ou comas estrategias de en sino que tenham consideradoeficazes, nem beneficiam dos contactos que pode-riarn ter com outros profissionais de educacao eCom os pais. Geralmente, e 0 executivo da escolaaquele que determina como ela deve ser adminis-trada e organizada.POl' seu turno, numa escola inclusiva parece haveruma interligacao entre todos os envolvidos, fazendocom que os professores aprendam mais uns comos outros, que os alunos aprendam rnais com osprofessores e uns com os outros, que os pais seenvolvam mais, que 0 executivo partilhe as suasideias. Cr ia-se, desta forma, uma comunidadecoesa cuja visao educacional se reve na premissade que toda a crianca deve ser respeitada e levadaa atingir 0 maximo da sua potencialidade emambientes que permitam 0 desenvolvimento da

    sua auto-estima, do orgulho nas suas realizacoes edo respeito mutuo,Tambern na sala de aula, as atitudes, os valores e asconviccoes que sao inerentes a filosofia inclusivadevem estar presentes, fundamentando as tomadasde decisao e a mudanca que tal filosofia preclude.As conviccoes e os valores estabelecidos na filosofiainclusiva assentam em aspectos relacionados como sentido cornunitario, com a participacao de todosos alunos e com 0 respeito pela diversidade, incen-tivando as escolas a esforcarern-se por encarar 0aluno como um todo, dando relevancia nao so aosaspectos acadernicos. mas tambern aos aspectossocioemocionais e de cidadania (Schaffner e Bus-well,1996).LlDERAN~AA lideranca de uma escola e, quanta a nos, um dosfactores principais para a implernentacao de umafilosofia inclusiva. 0 orgao directivo, seja ele 0 con-selho executivo ... , desempenha urn papel crucialquanta ao envolvimento e a partilha de responsabi-lidades com todo 0 corpo educacional da escola noque concerne a planificacao e a ccnsecucao dosobjectivos que levam ao sucesso escolar de todos ede cada um dos alunos.Como elemento-chave no processo de implementa-c;:aode uma escola inclusiva, e ao orgao directivoque cabe a tarefa de dar 0 "pontape de saida" noque diz respeito a transforrnacao da escola numa

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    comunidade de aprendizagem, nao permitindo,assim, que ela se venha a transformar num lugaronde as actividades sao desorganizadas e descone-xas e onde 0 individualismo e 0 mote. Cabe, por-tanto, ao orgao directivo a responsabilidade de, emconjunto com os docentes, fazer com que todo 0pessoal escolar - educadores, professores, outrosagentes educativos e alunos -, os pais e quaisqueroutros mernbros da comunidade se sin tam parte deum projecto educacional que tenha pOl' base osprincipios da inclusao.Cabe ainda ao orgao directivo a responsabilidade deorganizar accoes de formacao e encontrar apoiosque perrnitam a6s educadores e professores res-ponder as necessidades de todos os alunos.Um outro aspecto a considerar prende-se com 0tempo que e necessario para os educadores e pro-fessores poderem planificar, cabendo tambern aoorgao directivo a responsabilidade de 0 alocar.Hi ainda um conjunto de barreiras a que a lide-ranca deve dar atencao, de entre as quais destaca-mos os criterios de apoio aos alunos com NEE, tan-tas vezes configurados no chamado apoio directofora da sala de aula, os services de saude a inicia-rem 0 encaminhamento do aluno e as avaliacoespsicol6gicas e as terapias (de fala, ocupacionais ... )feitas quando calha e fora da escola. Estas barreirasdevem ser ultrapassadas para que as escolas se tor-nem mais inclusivas e para que, de uma vez pOl'todas, a educacao especial deixe de ser urn lugarpara passar a ser um service, como aqui ja foi dito.Tambern, numa escola inclusiva, 0 orgao directivodeve saber cornpartilhar a lideranca, permitindoaos outros agentes educativos participar activa-mente na identificacao e resolucao de problemas.Um dos processos a corisiderar pela lideranca seraa proposta de criacao de equipas cuja missao seja ade implernentar na escola os principios da inclu-sao e a de elaborar planificacoes, tantas vezes indi-vidualizadas, para alunos com NEE. Havera pelomenos do is tipos de equipas a considerar: as equi-pas de planificacao inclusiva e as equipas de cola-boracao, tambern conhecidas pOl' equipas de reso-lucao de problemas ou equipas de apoio educative.Quante as equipas de planificacao inclusiva, elastern como objcctivo principal planear, dina mizar eavaliar 0 projecto de escola conducente a inclusao.E ainda digno de nota registar que 0 seu foro deaccao se estende:24 " .

    ao desenvolvimento de uma cultura de escola ede sala de aula, incentivando e apoiando as dina-micas da inclusao:

    a sensibilizacao da comunidade educativa para 0processo da inclusao:

    a disponibilizacao do atenclimento escolar paratoda e qualquer crianca residente na sua area deinfluencia:

    a identificacao clos constrangimentos e proble-mas inibidores da inclusao:

    a estimulacao da emergencia de um clima rela-cional seguro e de entreajuda ao nivel cia comuni-dade escolar;

    a prornocao da resolucao de problemas educacio-nais de alunos com problernaticas complexasmediante a criacao de e qu ip as d e c ola bo ra 0i'io .

    Quanto a sua constituicao, das equipas de planifi-cacao inclusiva devem fazer parte, pelo menos, wnrep rese nta nte d o co nselho e xec uiivo . w n e du ca do r, U111professor representante de cada cicio do ensino basico[urn. professor de cada ano, no wso do ensino secunda-rio), um professor de educaciio especial e um elel1 '1.e l1oda a ss oc ia ca o de pa is. Poderao ainda fazer parte daequipa, sempre que as cir cu nstancias 0 justifi-quem, um especialista do foro cia psicologia e umaluno, desde que tenha mais de I6 anos.No que respeita as equipas cle colaboracao, elasdestinam-se a tornar decisoes iniciais acerca decomo responder as necessidades educativas de umaluno, podendo definir-se como sendo 0 trabalhoconjunto de dois ou mais educadores ou professo-res e, ate, quando nccessario, de varies agenteseducativos e de pais, com 0 intuito cle tentar darrespostas adequadas aos problemas educacionaisque se lhes colocam no dia-a-dia escolar. A relevan-cia clas suas decisoes esta na forma como traba-lharn juntos, ou seja, e importante que todos os ele-mentos envolvidos na equip a de colaboracao sin-tam que 0 seu contributo e valido e que se clestina aatingir um objectivo predeterminado (Correia,I997)Quante a sua cornposicao, uma equipa de colabo-racao pode variar no que diz respeito aos seusmembros, embora, na maior ia dos casos, deva-mos considerar, pelo menos, os seguintes: umrepresentante do orgi'io directivo ou 0 p ro prio d ir ec to r,

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    urn educador ou um professor de tliTma tconsoante setrate de um jardim-de-il1fanda, do 1.0 cielo ou de pro-fessores de disciplinas especijicas, 110 caso do 2.0 e 3.0ciclos e do ens in o s ec undd rio }, 11m educador ou 1 1 1 1 1professor de educacao especial, UI11auxiliar d e edllc a-ga o e os pais. Poderao ainda considerar-se, quandonecessario, como consultores os seguintes ele-mentos: psicologo, ierapcuia de [ata, terapeuta ocu-pacional, especialista em problem as de C OI11Ul1ica\;C io(li ng z,wgm~ e fa la ), medico OLicnjermcivo.Contudo, seja qual for a sua cornposicao e organi-zacao, uma equipa de colaboracao deve reunir-seregularmente para poder discutir planificacoespara alunos com NEE. Tais planificacoes devembasear-se numa recolha de inforrnacao que tenhapor base 0 aluno (quadro 6).

    1. Passado do aluno (geralmente a inforrnacaoe dada pela familia)2. Expectativas para 0 aluno (da familia, dos

    professores, de outros elementos do grupo)3. Receios (da familia, dos professores, deoutros elementos do grupo)

    4. Quem e 0 aluno? (discussao sobre apersonalidade, interesses, passatempos ... )(brainstorm)

    5. Quais sao as areas fortes do aluno?(brainstorm)

    6. Quais sao as necessidades do aluno?(brainstorm)

    7. Que planificacao para 0 aluno (que tipo deescola para 0 aluno; que variaveis >adaptacocs curriculares. modificacoesambientais- devem ser consideradas paraatingir os objectivos)?

    Quadro 6 - Equipas de colaboracao,

    Na posse da inforrnacao, a equipa de colaboracaodeve proceder a uma planificacao (ponto 7 do qua-dro 6) que permita efectuar uma intervencao ini-cial cujo fim e 0 de tentar minimizar ou ate supri-mir 0 problema do aluno.Caso 0 problema do aluno se mantenha, haveraque conhece-lo melhor, bern como aos seus ambien-te s d e a pr en diza gem, passando 0 papel de uma boaparte dos elementos da equip a (essencialmente dos

    consultores) a ser muito mais efectivo. Neste caso,a equipa passa a tel' responsabilidades claramentedefinidas, com 0 objectivo de vir a facultar ao alunocom NEE urna educaci io ap rop ri ada e a denorninar--se equipa multidisciplinar, embora prefiramoscharna-la. como ja 0 dissemos anteriormente, equip ade programacao educacional individualizada (EPEI),pOI' julgarmos que esta designacao retira 0 estigmaclinico que 0 termo "equipa multidisciplinar" parececanter.Uma EPE!, para alern da planificacao individuali-zada, deve preocupar-se tambern com questoes quese relacionem com a perrnanencia do aluno comNEE na sala de aula, com a prestacao de services(por exernplo, terapia da fala) dentro ou fora daclasse regular, com 0 tipo de services de educacaoespecial que devem ser prestados e em que medidae, ate, com a troca de inforrnacoes e 0 encontrar desolucoes sobre quaisquer problemas que os alunossem NEE possarn apresentar.COLABORA~AO E COOPERA~AOA filosofia inclusiva encoraja docentes e dis centes aprovocarem ambientes de entreajuda onde a con-fianca e 0 respeito mutuos sao caracteristicas essen-ciais que levarn ao encontro de estrategias, tal comoo ensino e a aprendizagem em cooperacao, taonecessaries ao fortalecimento das areas fortes dosalunos e a forrnulacao de respostas adequadas assuas necessidades. Nesta perspectiva, a filosofiainclusiva exige mudancas radicais no que diz res-peito ao papel do educador ou do professor, pas-sando estes a intervir mais directamente com asalunos com NEE, ao papel do psicologo, que devetrabalhar mais directamente com os educadoresejc: os professores, e, tarnbern, ao papel de todosos outros agentes educativos e dos pais, que devemassumir participacoes mais activas nos processosde aprendizagem dos alunos.Assim, em vez de se esperar que 0 professor possuatodo 0 conhecimento e sabedoria necessaries para 0atendimento de todos os alunos da classe, deve serdisponibilizado um sistema de apoio que 0 assista eo tome capaz de resolver problemas, de formacooperativa e colaborativa (Lipsky e Gartner, 1996).Os alunos com necessidades educativas especiaisprecisam, muitas vezes, de usufruir de um con-junto de services especializados, pelo que os pro-fessores devem relacionar-se e colaborar, sempre

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    que possivel. com os professores de educacao espe-cial e com outros profissionais de educacao, como,por exernplo. com urn psicologo, urn medico, urntecnico de service social ou urn terapeuta. Comalguns destes profissionais podem tel' de se relacio-nar, e colaborar, todos os dias; com outros, nao,Idol, Paolucci-Whitcomb e Nevin (1986) conside-ram que a colaboracao e um processo interactivo,atr aves do qual intervenientes, com diferentesexperiericias, encontram solucoes criativas paraproblemas mutuos. 0 processo de colabor acaoparece tel' mais sucesso quando os participantespartilham a mesma agenda (Graden e Bauer,1992; Thousand e Villa, 1992), as pessoas-chaveestao presentes (Morsink, Thomas, 1995; Correia,1997), os papeis de cada um estao bem definidos(Morsink e cols., 1995) e e aprovada uma progra-macae com base numa planificacao partilhada(Hunter, 1999).Existe urn conjunto de caracteristicas que clarificamos pressupostos da colaboracao nas escolas, queCook e Friend (1993), citados pOI' Friend e Bursuck(1996), sublinham da seguinte forma:

    a colaboracao e voluntaria. devendo ser umaescolha pessoal. Os professores tern quetrabalhar juntos, mas este acto nao implica urntrabalho em colaboracao:

    a colaboracao e baseada na igualdade relacional:os professores que trabalharn em colaboracaotern de acreditar que as suas contribuicoes ternvalores semelhantes;

    a colaboracao requer a partilha de objectivoscomuns;

    a colaboracao implica partilha deresponsabilidades: ernbora, muitas vezes, osprofessores dividam tarefas para atingiremdeterrninado objective, as decisoesfundamentais e decisivas devem ser partilhadas:

    a colaboracao requer partilha deresponsabilidades nos resultados finais: estacaracteristica complementa a partilha deresponsabilidades, ou seja, os professoresdevem assumir, em conjunto, os resultados detais decisoes, que I' eles sejam positivos quersejam negativos;

    26".,

    a colaboracao requer partilha de recursos: osprofessores devem partilhar recursos, tal comotempo, experiencia, conhecimentos, espa

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    tomada de decisoes. As praticas/politicas de atendi-mento as farnilias devem ser arnistosas, respeitado-ras dos seus valores, estabelecendo prioridades e per-mitindo tempo para a sua adaptacao. A participacaodos pais deve ser encorajada pela escola e pelos servi-cos que lidam com eles e apoiarn os seus filhos.Finalmente, no sentido de apoiar os alunos, asfamilias e os profissionais, a escola deve desenvol-ve T uma colaboracao estreita com a comunidade,designadamente com os services sociais, de saude,de reabilita~ao e terapeuticos (Hunter, 1999)FLEXIBILIDADE CURRICULAR E SERVI~OSNuma escola inclusiva, para alern da possibilidadede se poder recorrer a urna variedade de services(psico16gicos, terapeuticos, sociais e clinicos) quandose achar necessario, e tarnbem importante que nao'se considere que 0 aluno tern um caminho definidoa percorrer, tracado, essencialmente, por urn con-junto de exigencias curriculares predeterminadas.Devem ser as caracteristicas e necessidades dos alu-nos a determinar 0 curriculo a considerar, flexibili-zando-se 0 trabalho em grupo e apresentando-se osassuntos de uma forma 0 mais con creta e significa-tiva possivel para estimular a participacao. Nesta6ptica, as adaptacoes curriculares, 0en sino directo, atutoria entre pares, 0 ensino por computador, entreoutros, constituem algumas das praticas, emergen-tes da investigacao mais recente, cuja aplicacao ecada vez mais evidente em contextos inclusivos.Quanto aos services, os alunos com NEE devem bene-ficial' de urn ensino individualizado maximizado porservices de apoio especializados, Estes services refe-rem-se a todos os apoios que 0 aluno podera necessi-tar, desde 0 apoio a nivel acadernico ate a apoios decariz psico16gico, social, terapeutico ou medico.A titulo de exemplo vamos enunciar alguns apoiosque podem servir de referencia para a implementa-cao da filosofia inclusiva:

    Transporte: inclui a viagem de e para a escola,bern como as deslocacoes dentro do edificioescolar, recorrendo-se a equiparnentosespecificos, tal como autocarros adaptados,cadeiras de rodas, elevadores e rampas.A importancia deste tipo de services e evidente,uma vez que 0 aluno que deles necessite naopode beneficiar de urn programa educativo senao the for garantida a acessibilidade.

    Terapia da fala: inclui a identificacao, 0 diagnosticoe a avaliacao de problemas da fala ou dalinguagem, bem como a intervencao, 0aconselhamento e a orientacao, Este tipo de servicepode ser prestado ao aluno, aos seus pais ou aosseus professores. Uma vez que a incapacidade decomunicar eficientemente interfere com aaprendizagem, a disponibilizacao deste servicetorna-se, muitas vezes, indispensavel,

    Fisioterapia: muitos alunos, especialmente osque apresentam problemas motores, precisamde desenvolver a forca e 0 controlo muscularnecessaries para efectuarem 0 seu trabalho nasala de aula.

    Terapia ocupacional: tipo de service quemelhora, desenvolve ou restabelece funcoes oucapacidades perdidas por doenca ou lesao.

    Recreacao e terapia recreativa: inclui a avaliacaodos comportamentos de lazer, de terapiarecreativa, de prestacao de programas derecreacao na escola e na comunidade e deeducacao para 0 lazer e para a recreacao.

    Psicologia: inclui 0 usa de testes psicologicos eeducacionais e de outros procedimentos deavaliacao, bern como a interpretacao deresultados de avaliacao e a obtencao, integracaoe interpretacao de inforrnacao acerca docomportamento dos alunos, em condicoesrelacionadas com a aprendizagem. Inclui aindaservices de consultoria a profissionais deeducacao quanta a elaboracao de planificacoes eprogramacoes educacionais e deaconselhamento a alunos e respectivas farnilias.

    Sociais: inclui a preparacao da historiacompreensiva da crianca com NEE, 0aconselhamento individual, ou em grupo, acrianca e sua familia, as intervencoes nosambientes reais da vida da crianca - casa, escola ecomunidade -, de modo a aumentar 0 seuajustamento a escola e a rnobilizacao dos recursosda escola e da comunidade, para que 0 alunovenha a tel' sucesso no seu percurso escolar.

    Audiologia: inclui a identificacao de problemasauditivos, a deterrninacao do nivel, do tipo e dogr:lU de perda auditiva, bem como a cria

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    Aconselhamento: inclui os services prestadospor tecnicos de service social, psic6logos,conselheiros ou outros tecnicos,

    Educacao e aconselhamento para os pais:assistencia aos pais, corn 0 objectivo de estescompreenderern a problernatica do (a) seu(sua)filho(a) e poderern colaborar na elaboracao econsecucao das prograrnacoes educacionais.

    Medicos: services prestados por profissionais daarea da saude no ambito do diagn6stico e daavaliacao da problernatica da crianca, quandoorganica.

    Identificacao e avaliacao precoce: implernentacaode urn plano formal de identificacao de uma NEEo mais cedo possivel.

    Services escolares de saude: services prestadospor profissionais qualificados na area da saude.

    Meios tecnol6gicos: meios que permitem 0restabelecimento e 0 aurnento da funcionalidadedos alunos (Turnbull e cols., 1995).

    Esta listagem de services nao e exaustiva, podendoser considerados outros services destinados a maxi-mizar 0 trabalho dos educadores ou professores. Aeducacao fisica, as expressoes, a danca terapeutica,a reabilitacao visual sao dis so exernplos.FORMA~AoParece-nos evidente que todas as escolas se devempreocupar com a formacao do seu pessoal de acordocom os objectivos educacionais por elas tracados. Nocaso da insercao de alunos com NEE no seu seio,esta formacao torna-se praticamente obrigatoria, sobpena de, se assim nao for, assistirmos a prestacoeseducacionais inadequadas para tais alunos.Pelo menos os educadores, os professores e os auxi-liares de accao educativa necessitam de formacaoespecifica que lhes permita perceber minirnamenteas problernaticas que os seus alunos apresentarn,que tipo de estrategias devern ser consideradas paraIhes dar resposta e que papel devem desernpenharas novas tecnologias nestes contextos.Mas ha que ir mais longe, preparando todos osagentes educativos da zona de influencia da escolapara ficarem aptos a responder as necessidades dosalunos com NEE.28

    E precise que todos estejamos preparados para que,dentro da nossa esfera de saber e de influericia,possamos prestar os apoios adequados a todos osalunos, optimizando as suas oportunidades deaprendizagem.Assim, no que respeita a implernentacao de ummodelo inclusivo, muitos profissionais tern deadquirir e jc: aperfeicoar as suas cornpetencias,sendo para isso necessario valorizar a oferta deoportunidades de desenvolvimento profissional.A filosofia adjacente a escola inclusiva, tal como einterpretada, altera 0 papel de todos os profissio-nais de educacao. Estes passam a ter urn papelmuito mais activo no processo de ensino-aprendi-zagem, pelo que devem desenvolver nao so compe-tencias que lhes perrnitam responder as necessida-des educativas dos alunos, mas tam bern atitudespositivas em rel a cao a integr acao e a inclusao(Correia, 1997). Torna-se. assirn, "necessario intro-duzir nas escolas os novos conhecimentos resultan-tes da investigacao cientifica, bern como consideraras aplicacoes praticas adequadas, a fim de se incre-mentar a eficacia do trabalho do docente e, por con-seguinte, a qualidade da educacao" (Correia, 1994,citado por Correia e cols., 1997, p. 162).Segundo Hunter (1999), preparar conveniente-mente os profissionais para estas novas funcoese responsabilidades exige a impleme ntacao deurn modelo de formacao continua, consistente,planificado e seleccionado de acordo com a filo-sofia comum definida pela e para a escola. A for-m acao continua deve s er planeada cuidadosa-mente e tel' pOl' base uma avaliacao das necessi-dades dos profissionais envolvidos. Por outrolado, este geriero de formacao "devera tel' Iugarno proprio local onde 0 professor exerce a suaactividade e jc: numa instituicao de en sino supe-rior ou afim, atraves de cursos de media duracao,jornadas de trabalho, mesas-redondas, ciclos deconferencias, coloquios, simposios, congresses eseminaries" (Correia, 1994, citado pOl' Correia ecols., 1997, p. 162). 'I -"SERVI~OS DE EDUCA~Ao ESPECIALl>:" ~.Como ja vimos, os services de educacao especialsao services de apoio especializados destinados aresponder as necessidades especiais do aluno combase nas suas caracteristicas e com 0 fim de maxi-mizar 0 seu potencial. __ J

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    Embora todos os services de apoio especializadosseiam importantes e, tantas vezes, imprescindiveispara que 0 aluno com NEE possa vir a tel' sucesso,vamos reportar-nos particularrnente aos serviceseducacionais especializados.Os services educacionais especializados consubs-tanciam-se, na escola, na figura do professor deeducacao especial que, hoje em dia, deve prestarurn apoio muito mais indirecto (de consultoria aprofessores e pais, de cooperacao no ensino ... ) doque directo, quando se trata de responder com efi-cacia as necessidades dos alunos com NEE.Assim, na equipa multidisciplinar, 0 professor deeducac;:ao especial deve saber: modificar (adequar) 0 curriculo comum para faci-litar a aprendizagem da crianca com NEE;

    ,. propor ajuda suplementar e services de que 0aluno necessite para tel' sucesso na sala de aula efora dela;

    alterar as avaliacoes para que 0 aluno possa vir amostrar 0 que aprendeu;

    estar ao corrente de outros aspectos do ensino,designadamente do en sino individualizado, quepossam responder as necessidades do aluno.

    Ainda quanta ao seu desempenho profissional (tra-balho com professores, alunos ou outros profissio-nais}, 0 professor de educacao especial deve: colaborar com 0 professor de turma (ensino emcooperacao) ;

    efectuar trabalho de consultoria (a professores,pais, outros profissionais de educacao):

    efectuar planificacoes em conjunto com professo-res de turma;

    trabalhar directamente com 0 aluno com NEE (nasala de aula ou sala de apoio a tempo parcial, sedeterminado no PEl do aluno).

    A PO IO S E DU CA TIV OSNuma escola inclusiva 0 papel dos apoios educati-vos e fundamental, uma vez que ira permitir que 0objecto das planificacoes individualizadas sejaalcanc;:ado.Os apoios educativos, que poderemos definir comosendo 0 conjunto de intervencoes prescritas pelasplanificac;:oes, destinam-se a munir 0 aluno comNEE com urn rol de cornpetencias que possam

    contribuir para a sua insercao futura na sociedade,autonomizando-o e responsabilizando-o.Do nosso ponto de vista, as figuras educacionaisque devem personalizar tais apoios serao 0 assis-te nte d e a q~ ao e du ca tiv e e 0p ro fe ss or d e apoio.Por assistente de accao educativa consideramos umindividuo cujas hab ili tacoes acade micas devamestar ao nivel do 12.0 ana e cujas funcoes nao seprendam apenas com a organizacao de tarefas roti-neiras, como 0 sao 0 regis to da assiduidade, a vigi-lancia nos recreios enos autocarros, a supervisaodas refeicoes, mas tarnbern com a execucao de tare-fas instrucionais, tal como levar a cabo actividadesprogramadas pelos educadores ou professores,prestar assistericia ao educador ou professor daturma, apoiar os alunos de acordo com os criteriosestabelecidos nas prograrnacoes individualizadas eparticipar em reunioes de grupojequipa.Quanto ao professor de apoio, este deve possuirhabilitacao propria, cujas funcoes devem ser para-lelas as suas areas fortes de docencia, ou seja, se,pOl' exemplo, a area forte do professor for a linguaportuguesa, entao ele sera determinante na conse-cucao dos objectivos globais e especificos referen-tes a leitura e a escrita, con tid os nas prograrnacoesindividualizadas elaboradas para os alunos comNEE. Atraves do preceituado nos objectivos, 0 pro-fessor de apoio levara 0 aluno a adquirir as respec-tivas cornpetencias numa area detenninada.Como nota final, e importante que nao se con-funda 0 papel do professor de apoio com 0 papel doprofessor de educacao especial. Este, como vimosanteriormente, e um tecnico especializado, cujasfuncoes sao cada vez mais de consultoria e menosde apoio directo, que se enquadra na componenteeducacional dos services de educacao especial.

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    ~~ ~~!~ __ ~~dE~~eB~.~m3E~EdS~~ _

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    UM AS ESTRATEGIAS A UTlllZAR EM SALASAULA INCLUSIVA.S

    o movim ento inc lu sive e xiqe uma g ra nd e ree stru tu ra ca o d a e sco la e d a c /a sse re gu la rde form a a provocar m udoncas substantivas nos am bientes educacionais de todos osa l u n o s e nao apenas nos daqueles que apresentam NE E, uma vez que indusao nao es in on imo d e edu ca ciio e sp ec ia l (Co rr eia , 7997; Booth e A in sc ov 7998). C om o j6 vim osa nte rio rm en te , in clu sd o p te ssu po e a pre nd iza gem em c on ju nto e e du ca ciio e sp ec ia lp ressu po e uma g am a d e se rvic es d e a po io esp ecializa do s. A ssim , a im ple me nta ciio d eum mod elo in clu sive , a o e xig ir m u do nc as e du ca cio na is sig nific ativa s, n oo se d ese nro lase gu nd o um p adra o previsivel, m as sim segundo um conjunto de factores cujaf1exibil idadee a pa re nte. D e entre eles, p od erem os re ferir o s liga do s a tra ces cu ltura is, ap ar ame tr os o rg an iz ac io na is e o pe ra cio no is e a s itu ac oe s in str uc io na is .

    " N e ste sentido, passam os a descrever, ainda que sucintam ente, algum as estrateqiasque se constituem com o partes interdependentes quanta a implem entacao de umacom unidade educativa interessada, dinam ica e bem -sucedida. Ignor6-las ou lim itera su a a cc ao p ed e d esc ara cteriza r 0 p ro ce sso d e inclu soo , c ria nd o situ ac oesp ro pic ia s a o despejo d e a lu no s com NEE nas c la ss es r eg ula re s, tr an sfo rmando-o sem aiancas irustrodas, academica e pessoalmente.

    CRIAR UM AM BIENTE DE I NTERAC~OESPOSITIVASLang e Berberich (I995), citados por Smith e cols.(2001), sugerem que a sala de aula deve ser urnlocal onde as necessidades humanas basicas devemser tidas em consideracao (figura 9).

    Figura 9 - Necessidades basicas de uma crianca na sala de aula.

    Luis de Miranda Correia,Ana Paula Loucao Martins,Anabela Cruz do, Santos eRosa Maria Soares Ferreira

    o professor desempenha um papel importante nacriacao de ambientes educacionais positivos e enri-quecedores. As suas atitudes influenciam imenso ain sercao harmoniosa dos alunos com NEE naclasse regular, dado que, se elas nao forem adequa-das, os alunos sem NEE rapidamente ficam menosreceptivos a aceitacao dos colegas com NEE. Asexpectativas devem ser igualmente altas em relacaoaos alunos com NEE e os seus conhecimentosdevem perrnitir-lhe responder as suas necessidadesindividuais (educacao apropriada), reconhecendoque a atencao a diversidade exige um conjunto deestrategias de ensino diferenciadas.o professor deve ainda ser um modelo para os alu-nos, proporcionando-Ihes urn ambiente acolhedor,que suscite 0 aumento das interaccoes entre alunossem NEE e alunos com NEE, fomentando entreeles sentimentos de amizade e de valorizacao dadiferenca. Segundo Smith e cols. (200I), os alunoscom NEE s6 se sentern verdadeirarnente incluidosna classe regular quando sao academicamenteapreciados pelo professor e socialmente aceitespelos colegas. Assim, entre outros aspectos, seraimportante que 0 professor organize uma recepcao

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    adequada a crianca com NEE, promovendo urnclima de amizade entre todos os alunos e sensibili-zando-os para a filosofia inclusiva.Recep~ao it crtanca com necessidadeseducativas especiaisEmbora pareca simples receber uma crianca C0111NEE n a classe regular, frequentemente tal naoacontece. 0 mais comum t: a recepcao nao ser arna is adequada, provocando no alu n o C0111 NEEsentimentos de inadequacao, dando-Ihe a sensacaode nao ser bern-vindo a escola e provocando nos

    ACTlvmAOE: vocis VAO CONHECER-SE ... M ELHOREsta actividade requer algum tempo no inicio doana lectivo e tern por fim um melhor conheci-mento entre os alunos. "V oces vao c onne cer-se ...melhor" desenrola-se da seguinte forma:o professor distribui cartoes a todos os alunos(Anexo E). Cada aluno deve escrever 0 seu nome nocentro do cartao enos quatro cantos do cartao asrespostas a estas quatro perguntas:

    1. No canto superior esquerdo: "Onde e que nas-ceste?"

    2. No canto superior direito: "Qual e a tuacomida favorita?"

    Braga

    Tia9

    pais comportamentos par vezes hostis (Giangreco,1997)No entanto, a professor, C0111 0 intuito de minim].zar situacoes de mal-estar, pode considerar urnconjunto de actividades que ajudern a criar verda-deiras comunidades de apoio que perrnitarn quetodos os alunos apreridam um POliCO sabre cadaU111, se sintam bem-vindos e inseridos na turma.Seguidamente, apresentamos algumas dessas acti-vidades, muitas delas ja usadas nas nossas escolas,que poderao ajudar 0 professor a integrar as alunoscom NEE.

    3 - No canto inferior esquerdo: "0 que e que gos-tas mais de fazer?"

    4. No canto inferior direito: "De que e que teorgulhas muito?"

    Depois de preenchidos (figura 10), os cartccsdevem ser colados nas carnisolas dos alunos. Deseguida, juntam-se dois a dais, entrevistando-semutuamente e tentando apurar 0maximo de infor-macae. No fim da entrevista, cada aluno apresen-tara 0 seu par ao grande grupo ou a urn grupo de4/6 alunos (adaptado de Winebrenner, 1996).

    Bife com batatas fritas

    Andar de bicicleta

    - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - . - - - - - - - - - - - - -Figura 10 - Exemplo de urn cartao feito por umaluno.32

    ~-.

    Soa born a jogar fatebol

    -------_

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    ala a um coIga que ... rr e uma actividade queII

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    5 - Que tipo de filmes gostas de ver? Por que?

    6 - Conta-me sobre as fer ias que mais gostariasde ter.

    7 - 0 que e que gostas mais de fazer na escola?

    8 - 0 que e que gostas rnenos de fazer na escola?

    9 - 0 que e que costumas coleccionar? 0 quefazes com 0 que colsccionas?

    10- Qual a profissao que gostarias de ter quandocresceres?

    11 - Que tipo de livros gostas de ler ?

    12 - Quais sao as tuas revistas f avoritas?

    13 - Que seccoes do jornal gostas mais de ler?

    14 - Quando tens tempo livre, 0 que e que gostasde f az er?

    15 - Imagina que podias inventar algo que faria domundo um local melhor. Descreve a tuainvericao.

    16 - 0 que e que tu fazes muito bern?

    17 - Conta-me algo mais sobre ti.

    Figura 12- Questionario: Des cob ri r i nt er e ss es , adaptado de Winebrenner, 1996, par Costa e Martins, 2001.

    ACT!VfDAOE: OS PR ESE NTE 5

    A actividade "O s p re se ru es " tem sido utilizada combastante sucesso junto de criancas do 1.0 Ciclo doEnsino Basico no sentido de elas aprenderem a res-peitar as diferencas individuais. Para efectua-la, 0professor deve proceder da seguinte forma:

    I.Escolher divers os presentes, uns considerados"rnuito bons" (por exemplo, livros, brinquedosou jogos) e outros considerados "rnenos bons"(por exemplo, talheres, guardanapos oucopos). Depois, deve fazer-se embrulhos boni-tos, com papel colorido, para os presentes

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    considerados "rnenos bons" e embrulhos compapel de jornal para os presentes considerados"rn ui to boris". Os embrulhos de divers ostamanhos e formas devem ser colocadosnuma caixa de cartao e levados para a sala deaula.

    2. Reunir os alunos em circulo e colocar osembrulhos no centro. Posteriormente, per-guntar-lhes se sao capazes de adivinhar quaissao os embrulhos que coritem os melhorespresentes (a ma ior parte dira que sao osembrulhos de papel colorido).

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    as criancas para desembrulharem osDepois, conversar com elas sobre 0

    de nao se poder adivinhar 0 que estadentro de um embrulho apenas pelo seuaspecto exterior.Pedir as criancas para desereverem fisica-mente cada um dos seus colegas, como sede um presente embrulhado se tratasse(devem mencionar a cor d o s olhos, docabelo, a altura, a cor da pele, como estaovestidos, etc.). Em seguida, a crianca descritadeve revelar algo interessante sobre si (algoque nao se veja): pode ser um pensamento,um sentimento, uma experiencia, um gostopessoal, um passatempo, um interesse ouum talento.Estabelecer a seguinte analogia com todas ascriancas: "Tal como nao podemos adivinhar 0. que esta dentro de um embrulho apenas peloseu aspecto exterior, tarnbern nao devemosjulgar alguern (os seus pensamentos, compor-tamentos, personalidade, sentimentos) ape-nas pela sua aparencia". Usar, como exemplo,o proverbio: "Quem ve caras, nao ve coracoes"(adaptado de Cummings, 1996, por Costa eMartins, 2001).

    ~Promover a amizade entre as crlancas com esem necessidades educativas especiaisOs amigos sao vitais na vida de todas as criancas eadolescentes. Esta ideia, no entanto, tem sido bas-tante negligenciada, descurando-se a sua irnpor-tancia no relacionamento e crescimento dos alu-nos. As amizades, que aumentam a medida que ascriancas VaG crescendo, podem ser uteis duranteos pedodos de tra n sica o (Berndt e Hawkins,1987), pod em servir de modelo ou dar apoio erno-cional (Berndt, 1989; Cauce e cols., 1990; Howese Mueller, 1980) e podem ainda constituir oportu-nidades de desenvolvimento de comportamentossociais e de comu nicacao adequados (Hartup,1983; Howes, 1983, citado pOl' Turnbull e cols.,1995)Nurna classe regular, os alunos sern NEE interagemquase obrigatoriamente corn os alunos com NEE,rnuitas vezes severas, ern actividades varias, muitas

    delas de ajuda (por exemplo, movirnentando-os aolongo da sala, indo buscar-lhes rnateriais). Isto naosignifica que exista amizade entre eles, uma vezque em muitos casos os alunos com NEE sao trata-dos de uma forma paternalista (Evans, Salisbury,Palornbaro, Berryman e Hollowood, 1992).o professor de educacao especial e 0 professor titu-lar, a o colaborarem entre si , devern apresentarinfor macao relevante sobre as NEE a turma, aoutros profissionais de educacao e aos pais. Devernainda implernentar abordagens que perrnitam queas cr ia ncas aprendam em conjunto, proporcio-nando-Ihes oportunidades para trabalharem emtutoria ou parceria e prornover comportamentos deinteraccao social entre todos os alunos, para que,desta forma, ajudem 0 aluno com NEE a sentir-seinserido na turma e a seritir-se parte de uma cornu-nidade.Na ausencia de interaccoes positivas entre alunoscom NEE e sem NEE, 0 professor pode considerarum processo que envolva e com prom eta os alunosa interagirem entre si. Para erial' interaccoes positi-vas, apresentamos a seguir uma actividade denorni-nada "circulos da amizade" (Pearpoint, Forest eO'Brien, 1996). Este tipo de actividade pretendefomentar a amizade, principalmente naqueles alu-nos que nao estao integrados ou que tern urna redede amigos muito circunscrita.A actividade "C irculo s da a miz.ad e" corneca comurna tarefa de exploracao social que perrnite umaobservacao rapida de quem e quem na vida de umacrianca. Este processo e muito util, urna vez queperrnite c1arificar 0 envolvimento dos alunos emdeterrninadas actividades.Para cornecar este processo, pede-se a crianca que:1-desenhe quatro circulos concentricos, uns den-tro dos outros (figura 13);2 - imagine que esta no centro dos circulos, escre-

    venda 0 seu nome;3 - durante alguns minutos preencha os circulos da

    seguinte forma:Sobre a linha do primeiro circulo escreva 0 nomedas pessoas mais proximas, mais intimas da suavida; aquelas sem as quais a vida seria um pes a-delo.Sobre a linha do segundo drculo escreva 0 nomedos seus melhores amigos.

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  • 5/12/2018 Inclusao e Necessidades Educ Especiais

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    Sobre a linha do terceiro circulo escreva 0 nome depessoas conhecidas de quem gosta e com quem seen contra no dia-a-dia (por exemplo, na catequese,no ginasio, na piscina, etc.).Sobre a linha do g_uarto cirn!lQ escreva 0 nome daspessoas que the proporcionarn services (por exem-plo, professores, psic6logos, medicos, terapeutas,etc.).E importante dizer aos alunos que os nomes de cer-tas pessoas podem estar em mais do que um circulo.

    -_ Primeirocirculo

    Quartocirculo

    _,--\;---5egundocirculoTerceirocirculo

    Figura 13 - "Circulos da arnizade".

    o professor