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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO CURSO DE GESTÃO DA INFORMAÇÃO IMPLANTAÇÃO E USO DE UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO PARA PLANEJAMENTO, ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DAS AÇÕES DA PREFEITURA MUNICIPAL DO JABOATÃO DOS GUARARAPES/PE Recife/PE 2015

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Page 1: IMPLANTAÇÃO E USO DE UM SISTEMA DE ......utilização de Sistemas de Informação no apoio à tomada de decisões na contemporaneidade. Devido ao contexto atual, o principal intuito

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO

CURSO DE GESTÃO DA INFORMAÇÃO

IMPLANTAÇÃO E USO DE UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO PARA PLANEJAMENTO, ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DAS AÇÕES DA PREFEITURA MUNICIPAL DO JABOATÃO DOS

GUARARAPES/PE

Recife/PE 2015

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THAMIRYS DE SOUSA BARBOSA

IMPLANTAÇÃO E USO DE UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO PARA PLANEJAMENTO, ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DAS AÇÕES DA PREFEITURA MUNICIPAL DO JABOATÃO DOS

GUARARAPES/PE

Projeto apresentado ao curso de Gestão da Informação do Departamento de Ciência da Informação da Universidade Federal de Pernambuco, como requisito para aprovaçãona disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso 2 (TCC 2). Orientador: Prof. Sílvio Luiz de Paula

Recife/PE 2015

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RESUMO

Considerando a incessante de dados e o alto acúmulo informacional vivenciado

pela sociedade nas últimas décadas, bem como a forte necessidade por

respostas imediatas e concisas, observa-se o quão fundamental tornou-se a

utilização de Sistemas de Informação no apoio à tomada de decisões na

contemporaneidade. Devido ao contexto atual, o principal intuito deste trabalho

acadêmico é analisar a implantação e o uso de um sistema de informação na

integração do processo de planejamento, acompanhamento e avaliação da ação

governamental empreendida pela Prefeitura Municipal do Jaboatão dos

Guararapes. A pesquisa se desenvolveu no âmbito da administração pública por

considerar a participação cada vez mais ativa da população nas decisões que são

tomadas em prol do seu país, estado ou cidade, revelando uma importância cada

vez maior da modernização da máquina pública. Para tanto, foram realizadas

entrevistas com os profissionais que trabalham com o sistema e consultas ao

Projeto de Governança da Prefeitura, na intenção de elucidar os seguintes

pontos: detalhar o sistema adotado pela prefeitura e suas principais

funcionalidades; descrever o seu processo de implantação; verificar o uso do

sistema por parte dos principais atores beneficiados; mapear as suas vantagens e

desvantagens; comparar as principais mudanças ocorridas com a sua

implantação; analisar a atuação do profissional de gestão da informação durante

o processo de planejamento, coleta, tratamento e disseminação das informações

do sistema. O estudo revelou que, apesar de existirem algumas limitações ou

pontos que necessitam de melhoria, o Sistema de Informação e Monitoramento

da Ação Governamental (SIMAG), mostrou-se como uma importante ferramenta

para a conquista do progresso no município.

Palavras-chave: sistemas de informação; tecnologia da informação;

administração pública; burocracia.

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ABSTRACT

Considering the rapid growth of data and the high informational accumulation

experienced by society in recent decades, and the strong need for immediate,

concise answers, observed how important it has become the use of information

systems to support decision making nowadays. Given the current context, the main

purpose of this academic work is to analyze the implementation and the use of an

information system in the integrated planning process, monitoring and evaluation of

government action taken by Jaboatão Guararapes of City Hall. The research was

developed within the public administration by considering the increasingly active

participation of people in decisions that are made on behalf of your country, state or

city, revealing a growing importance of modernizing public administration. Several

interviews were conducted with professionals working with the system and

consultations with the Municipality Governance Project in an attempt to clarify the

following points: detailing the system adopted by the city and their main functions;

describe its implementation process; check the use of the system by the main

beneficiaries actors; map their advantages and disadvantages; compare the main

changes to its implementation; analyze the performance of the professional

management information during the process of planning, collection, processing and

dissemination of system information. The study found that, although there are some

limitations or points that need improvement, Information System and Monitoring of

Government Action (SIMAG), proved to be an important tool for the achievement of

progress in the city.

Keywords: information systems; information technology; public administration;

bureaucracy.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: status de uma atividade .......................................................................................... 53

Figura 2: galeria de imagens .................................................................................................. 53

Figura 3: repositório de dados ................................................................................................ 54

Figura 4: publicador de problemas ........................................................................................ 54

Figura 5: publicador de licitações .......................................................................................... 55

Figura 6: publicador de geolocalização ................................................................................ 55

Figura 7: publicador de encaminhamentos .......................................................................... 56

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: perfil dos profissionais entrevistados ............................................................................. 43

Tabela 2: Fase I - Ciclos de Monitoramento e Avaliação ............................................................. 57

Tabela 3: exemplo de um encaminhamento do prefeito .............................................................. 59

Tabela 4: vantagens e desvantagens do SIMAG .......................................................................... 70

Tabela 5: cenário anterior X cenário atual a implantação do SIMAG ........................................ 73

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LISTA DE SIGLAS

EIS – Executive Information Systems

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

LOA – Lei Orçamentária Anual

MIS – Management Information System

PPA – Plano Plurianual

RMR – Região Metropolitana do Recife

SEPLAV – Secretaria Executiva de Planejamento Coordenação e Avaliação

SEFOGEP – Secretaria Executiva de Formação e Gestão de Pessoas

SI – Sistemas de Informação

SIG – Sistemas de Informação Gerencial

SIO – Sistemas de Informações operacionais

SIE – Sistemas de Informação Estratégicos

SPT – Sistemas de Processamento e Transações

TIC – Tecnologia da Informação e Comunicação

TGS – Teoria Geral dos Sistemas

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Sumário

1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ................................................................................. 10

1.2 JUSTIFICATIVA ................................................................................................... 11

1.3 OBJETIVOS ......................................................................................................... 13

1.3.1 GERAL ........................................................................................................... 13

1.3.2 ESPECÍFICOS ............................................................................................... 13

2. REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 14

2.1 A Importância dos Sistemas de Informação ...................................................... 14

2.1.1 Conceituando Sistemas de Informação .......................................................... 17

2.1.2 Atividades de um Sistema de Informação ....................................................... 21

2.1.3 Tipos de Sistemas de Informação .................................................................. 22

2.1.4 Componentes de um Sistema de Informação (S.I) ......................................... 23

2.1.5 Dado, informação, conhecimento e tecnologia da informação ........................ 26

2.1.6 Implantação de um Sistema de Informação .................................................... 29

2.2 Sistemas de Informação e a Gestão Pública ..................................................... 31

2.3 O Modelo Burocrático Weberiano ...................................................................... 32

2.4 As Disfunções do Modelo Burocrático ............................................................... 35

2.5 Conceito de administração pública .................................................................... 36

2.6 O Papel dos Municípios ..................................................................................... 38

3. METODOLOGIA ..................................................................................................... 39

3.1 Coleta de Dados ................................................................................................ 41

4. RESULTADOS ....................................................................................................... 44

4.1 Principais funcionalidades do Sistema de Informação e Monitoramento da Ação

Governamental (SIMAG) ......................................................................................... 47

4.1.1 Finalidade e objetivos do sistema ................................................................... 47

4.1.2 Estrutura do sistema SIMAG .......................................................................... 49

4.1.3 Dinâmica de Monitoramento do SIMAG.......................................................... 56

4.2 Descrição do Processo de Implantação do SIMAG ........................................... 59

4.3 Utilização do Sistema pelos principais atores beneficiados ............................... 63

4.4 Vantagens e Desvantagens do SIMAG ............................................................. 65

4.5 Principais Mudanças (Cenário de Antes X Cenário Atual) ................................. 70

4.6 Comprovação da eficácia do SIMAG ................................................................. 73

4.7 Atuação do Profissional de Gestão da Informação ............................................ 74

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 79

REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 82

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1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Considerando a incessante geração de dados e o alto acúmulo informacional

vivenciado pela sociedade nas últimas décadas, bem como a forte necessidade por

respostas imediatas e concisas, observa-se o quão fundamental se torna a utilização

de Sistemas de Informações Gerenciais no apoio à tomada de decisões na

contemporaneidade.

Apesar do grande quantitativo de informações existentes e disseminadaspor

influência da globalização e da evolução das Tecnologias de Informação e

Comunicação (TIC), esse manancial pode vir a ser desperdiçado ou mal utilizado

devido à falta de compreensão sobre a correta organização e disponibilização

dessas informações através de sistemas que apóiem à tomada de decisões,

tornando-as mais acertadas e eficazes.

A competitividade é vista de longe como um dosprincipais aspectos que

exigem maior agilidade e rapidez das organizações empresariais. Em contrapartida

ao acúmulo informacional, torna-se cada vez mais escasso o tempo para a devida

análise das inúmeras variáveis que envolvem o processo decisório. Percebe-se,

portanto, que a adoção de tecnologias que possibilitem maior eficiência nas

decisões tornou-se ferramenta indispensável à tomada de decisão na alta gerência

das organizações.

Devido ao contexto atual o problema proposto para este trabalho é: como a

implantação e o uso de um sistema de informação pode auxiliar na integração do

processo de planejamento, acompanhamento e avaliação da ação governamental

empreendida pela Prefeitura Municipal do Jaboatão dos Guararapes? A pesquisa

apresenta o Sistema de Informação e Monitoramento da Ação Governamental

(SIMAG), como um exemplo de sucesso no acompanhamento das ações e decisões

realizadas pelo prefeito do município.

Apesar de não envolver a competitividade mercadológica, a gestão pública

necessita cumprir com um desafio ainda maior, o de satisfazer os cidadãos por meio

da prestação de serviços de qualidade obedecendo às exigências legais, ao mesmo

passo que transmite segurança e transparência, situações que requerem à utilização

de tecnologias de gestão.

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Ao longo do trabalho se verificará a importância dos Sistemas de Informações

Gerenciais, compreendendo todas as suas funcionalidades e evidenciando a sua

contribuição no processo de tomada de decisão das organizações. Ademais, será

focada a eficácia propiciada pelo Sistema de Informação e Monitoramento da Ação

Governamental (SIMAG) no acompanhamento e andamento das ações do município

estudado, bem como a atuação do profissional de gestão da informação durante o

processo de coleta, tratamento e disseminação das informações no que se refere ao

sistema em questão.

1.2 JUSTIFICATIVA

Esta pesquisa acadêmica fundamentou-se a partir do pressuposto de que

oaglomerado de dados disperso nos mais diversificados setores de uma

organização, impelem uma consequente necessidade pelautilização de tecnologias

de informação e comunicação que possibilitem o relacionamento adequado desses

dados, permitindo assim, que estes se transformem em informações favoráveis à

tomada de decisão.

As questões que envolvem a competividade mercadológica contemporânea,

como por exemplo, a inegável impressão que se tem dadiminuição do tempo

ocasionada em virtude das multitarefas desempenhadas em uma organização,

imersa em um cenário cada vez mais dinâmico, hostil e competitivo reforçam que

sema utilização de tais ferramentas, a inter-relação e a compreensão de tais dados

se tornaria impraticável, tendo em vistao seu alto quantitativo e complexidade.

Portanto, de imediato percebe-seo quão fundamentais tornaram-se os

sistemas de informação no auxílio à tomada de decisões, uma vez que sem essa

importante contribuição, as organizações dificilmente conseguiriam por meio de

práticas mais primitivas e manuais, alcançar a eficiência necessária para garantir a

sua sobrevivência e permanência no mercado.

Logo, a construção deste trabalho auxiliará no entendimento das variáveis

que compreendem esse novo contexto informacional, alertando para a importância

da adoção destes sistemas na tomada de decisão. Um dos fatores que fomentou o

desenvolvimento da pesquisa foi constatar, através das evidências do mercado, que

a evolução da tecnologia da informação, e consequentemente, o surgimento dos

sistemas de informação proporcionaram uma listagem abrangente de benefícios.

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Os ganhos adquiridos com o advento dos sistemas de informação podem ser

identificados em organizações de pequeno, médio ou grande porte, nos mais

variados seguimentos, sejam elas públicas ou privadas. Ao considerar a relevância

das atividades desenvolvidas pelos órgãos da administração pública no atendimento

as necessidades básicas da população, decidiu-se para fins desta pesquisa, focar o

estudo dos sistemas no âmbito da administração pública.

Além do acúmulo de dados, que também é enfrentado pelos órgãos da

administração pública, tem se verificado na atualidade uma participação cada vez

mais ativa da população nas decisões que são tomadas em prol do seu país, estado

ou cidade, revelando uma importância cada vez maior da modernização da máquina

pública.

Diante do contexto atual, é primordial que se canalizem ainda mais estudos e

investimentos na tentativa de evidenciar a necessidade da desburocratização da

administração pública, uma vez que as práticas obsoletas do modelo burocrático não

mais satisfazem aos anseios contemporâneos.

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1.3 OBJETIVOS

1.3.1 GERAL

Analisar a implantação e o uso de um sistema de informação na integração do

processo de planejamento, acompanhamento e avaliação da ação governamental

empreendida pela Prefeitura Municipal do Jaboatão dos Guararapes.

1.3.2 ESPECÍFICOS

Detalhar o sistema adotado e suas principais funcionalidades;

Descrever o processo de implantação do sistema de informação da organização

estudada;

Verificar o uso do sistema de informação pelos atores beneficiados com a sua

implantação;

Mapear as vantagens e desvantagens do sistema implantado pelo prisma dos

principais usuários;

Comparar as principais mudanças ocorridas após a implantação do sistema;

Identificar a eficácia propiciada pelo sistema adotado por meio das principais

mudanças ocorridas após a implantação;

Analisar a atuação do profissional de gestão da informação durante o processo de

coleta, tratamento e disseminação das informações do sistema adotado.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 A Importância dos Sistemas de Informação

De acordo com Gleick (2011, p. 322) “as medidas de informação cresciam

numa escala exponencial, e nos anos 1960 ficou claro que tudo aquilo que estivesse

relacionado com a informação cresceria exponencialmente a partir de então.” Com

isso, percebe-se que o vasto quantitativo informacional produzido e consumido pela

sociedade ao longo das últimas décadas tem revelado, cada vez com maior

frequência, a forte necessidade por parte das organizações empresariais, pela

utilização de sistemas de informação que contribuam de maneira significativa com o

desenvolvimento das atividades e processos organizacionais.

Tem se verificado na contemporaneidade um contexto turbulento, repleto de

constantes mudanças, intenso dinamismo e altamente competitivo. Esta afirmativa é

evidenciada por Ferreira e Bufoni (2006, p. 10) quando estes afirmam que “o

contexto onde as organizações se inserem está cada vez mais dinâmico e hostil.”

Portanto, torna-se cada vez mais imprescindível para as organizações, a

implantação e o uso de tecnologias e ferramentas que permitam uma tomada de

decisão mais ágil e flexível.

Diante do exposto, é fundamental que se considere as vantagens

proporcionadas pelo usufruto dos sistemas como solução à problemática vivenciada

com o aumento exponencial de informação e a desenfreada competitividade

mercadológica. Um dos motivos pelos quais as empresas devem adotar sistemas e

tecnologias de informação relaciona-se ao fato de que estas ferramentas tornaram-

se imprescindíveis à prática dos negócios (LAUDON; LAUDON, 2010).

Para Laudon e Laudon (2010) existem seis objetivos organizacionais que

devem ser considerados como vantagens na implantação de um sistema de

informação, são eles: excelência operacional; novos produtos, serviços e modelos

de negócios; relacionamento mais estreito com clientes e fornecedores; melhor

tomada de decisões; vantagem competitiva; e sobrevivência.

“Das ferramentas de que os administradores dispõem, as tecnologias e os

sistemas de informação estão entre as mais importantes para atingir altos níveis de

eficiência e produtividade nas operações” (LAUDON; LAUDON, 2010, p. 10). Ainda

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de acordo com Laudon e Laudon (2010, p. 10) tais tecnologias e sistemas tem

possibilitado aos administradores uma tomada de decisão mais aprimorada, uma

vez que fornecem dados em tempo real, oriundos do próprio mercado.

Laudon e Laudon (2010) acreditam ainda que o cumprimento de um ou mais

dos objetivos organizacionais citados, provavelmente garantirão certa vantagem

competitiva às organizações que os adotarem com a implantação de um sistema

informacional. Essa vantagem competitiva proporcionada pelos sistemas também é

defendida por Ferreira e Bufoni (2006, p. 10) quando eles afirmam que “a crença

geral é de que estes sistemas são importantes, porque são capazes de, de vários

modos, criar vantagem competitiva.”

Quantificar os benefícios proporcionados pela utilização de um SIG (Sistema

de Informação Gerencial) pode se tornar uma tarefa complicada, no entanto,

segundo Oliveira (2002) se essas ferramentas forem adotadas de maneira devida,

proporcionarão grandes benefícios, dentre os quais pode- se citar:

Redução de custos das operações;

Melhoria no acesso às informações, propiciando relatórios mais precisos e

rápidos, commenor esforço;

Melhoria na produtividade, tanto setorial quanto global;

Melhoria nos serviços realizados e oferecidos;

Melhoria na tomada de decisão, por meio do fornecimento de informações mais

rápidas e precisas;

Estímulo de maior interação entre os tomadores de decisão;

Fornecimento de melhores projeções dos efeitos de decisão;

Melhoria na estrutura organizacional, por facilitar o fluxo de informações;

Melhoria na estrutura do poder, propiciando maior poder para aqueles que

entendem econtrolam o sistema;

Redução do grau de concentração da decisão na empresa;

Melhoria na adaptação da empresa para enfrentar os acontecimentos não

previstos, apartir das constantes mutações nos fatores ambientais;

Otimização na prestação dos seus serviços aos clientes;

Melhor interação com seus fornecedores;

Melhoria nas atitudes e atividades dos funcionários da empresa;

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Aumento do nível de motivação das pessoas envolvidas;

Redução da mão-de-obra burocrática; e,

Redução dos níveis hierárquicos.

Ao realizar uma breve análise na lista de benefícios propiciados por um

sistema de informação proposta por Oliveira (2002), não é difícil observar o enfoque

dado pelo autor às melhorias proporcionadas ao processo de tomada de decisão.

Das dezenove propostas apresentadas, pelo menos quatro delas estão relacionadas

ao campo decisório, sem contar com as melhorias que servem de apoio ao processo

de decisão, como por exemplo, a “melhoria no acesso às informações, propiciando

relatórios mais precisos e rápidos, commenor esforço” ou a “melhoria na estrutura do

poder, propiciando maior poder para aqueles que entendem econtrolam o sistema”

(OLIVEIRA, 2002, p. 185).

Segundo Rezende e Abreu (2000, p. 32), em geral os sistemas procuram

atuar como:

Ferramentas para exercer o funcionamento das empresas e de sua intrincada

abrangência e complexidade;

Instrumentos que possibilitam uma avaliação analítica e, quando necessária,

sintética das empresas;

Facilitadores dos processos internos e externos com suas respectivas

intensidades e relações;

Meios para suportar a qualidade, produtividade e inovação tecnológica

organizacional;

Geradores de modelos de informações para auxiliar os processos decisórios

empresariais;

Produtores de informações oportunas e geradores de conhecimento;

Valores agregados e complementares à modernidade, perenidade, lucratividade e

competitividade empresarial.

Tendo consciência dos inúmeros benefícios proporcionados pela implantação

dos sistemas de informação, faz-se necessário compreender com maior clareza,

todos os seus conceitos e funcionalidades.

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2.1.1 Conceituando Sistemas de Informação

Antes de aprofundar a temática de sistemas de informação é fundamental que

se realize uma contextualização mais abrangente acerca dessa importante

ferramenta de decisão. Por volta da década de 1950, o alemão Ludwig Von

Bertalanffy elaborou a Teoria Geral dos Sistemas (TGS), teoria esta que pode ser

considerada como base para a criação dos sistemas de informação utilizados pelas

organizações atuais.

De acordo com Chiavenato (2003, p. 410), “Bertalanffy elaborou uma teoria

interdisciplinar para transcender os problemas exclusivos de cada ciência e

proporcionar princípios e modelos gerais para todas as ciências envolvidas, de modo

que as descobertas efetuadas em cada uma pudessem ser utilizadas pelas demais.”

Ao realizar um breve comparativo entre a proposta do biólogo alemão e o principal

objetivo de um sistema informacional, percebe-se a ligação direta entre a TGS e as

ferramentas e tecnologias utilizadas na contemporaneidade para a tomada de

decisão.

Ao verificar a necessidade de implantação de um sistema de informação, a

organização deve ter plena consciência da importância da interação entre os mais

variados departamentos de uma empresa, o que concatena com a ideia

interdisciplinar pregada por Bertalanffy. A “Teoria Geral dos Sistemas (TGS) -

demonstra o isomorfismodas ciências, permitindo a eliminação de suas fronteiras e o

preenchimento dos espaços vazios (espaços brancos) entre elas” (CHIAVENATO,

2003, p. 410) ou, como se pode verificar na atualidade, contribuindo com a

resolução dos problemas relacionados ao processo decisório e proporcionando

maior eficiência e produtividade.

Com o surgimento da Teoria Geral dos Sistemas os princípios pregados pela

abordagem clássica (reducionismo, pensamento analítico e mecanicismo) passam a

ser substituídos pelos pensamentos opostos apresentados pela abordagem

sistêmica (expansionismo, pensamento sintético e teleologia). Ou seja, as teorias

clássicas que defendiam certo individualismo cedem lugar a uma abordagem mais

abrangente e de caráter sistêmico.

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O advento da TGS e a expansão dos princípios da abordagem sistêmica

formaram a base para o surgimento da cibernética. Segundo o que propõe

Chiavenato (2003, p. 416):

Cibernética é a ciência da comunicação e do controle, seja no animal (homem, seres vivos), seja na máquina. A comunicação torna os sistemas integrados e coerentes e o controle regula o seu comportamento. A Cibernética compreende os processos e sistemas de transformação da informação e sua concretização em processos físicos, fisiológicos, psicológicos etc. Na verdade, a Cibernética é uma ciência interdisciplinar que oferece sistemas de organização e de processamento de informações e controles que auxiliam as demais ciências. (CHIAVENATO, 2003, p. 416)

Diante da contextualização acerca de sistemas, com a discussão sobre a

importância da Teoria Geral dos Sistemas (TGS), a evolução dos princípios da

abordagem clássica para a abordagem sistêmica e a conceituação de cibernética,

pode-se então chegar à primeira definição sobre o que seriam sistemas de

informação. Chiavenato (2003, p. 417) defende a ideia de que os sistemas são

compostos por elementos que se relacionam e interagem para o cumprimento de um

objetivo determinado, ele expõe a seguinte afirmativa:

Sistema é um conjunto de elementos dinamicamente relacionados entre si, formando uma atividade para atingir um objetivo, operando sobre entradas (informação, energia ou matéria) e fornecendo saídas (informação, energia ou matéria) processadas. Os elementos, as relações entre eles e os objetivos (ou propósitos) constituem os aspectos fundamentais da definição de um sistema.Os elementos constituem as partes ou órgãos que compõem o sistema e estão dinamicamente relacionados entre si, mantendo uma constante interação. (CHIAVENATO, 2003, p. 417)

Um sistema denota a ideia de conexão e interatividade entre os mais variados

elementos de sua composição e esta ligação é constituída por uma rede de

comunicações e relações entre esses elementos, rede esta que segundo Chiavenato

(2003, p. 417) define o estado do sistema que, a depender do cumprimento dessas

inter-relações, poderá ser considerado dinâmico ou estável.

Para Chiavenato (2003, p. 417) “as linhas que formam a rede de relações

constituem as comunicações existentes no sistema.” E conclui que “a posição das

linhas reflete a quantidade de informações do sistema, e os eventos que fluem para

a rede que constitui o sistema são as decisões” (CHIAVENATO, 2003, p. 417).

Diante disso, torna-se evidente a importância exercida pela comunicação na rede de

elementos de um sistema, bem como o quão fundamental são os seus recursos

informacionais (entradas) e todos os seus processamentos ou resultados (saídas) no

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atendimento ao processo de decisão. Chiavenato (2003, p.417) conclui a definição

de sistemas de informação com a relevante afirmativa seguinte:

Assim, no sistema, há um conjunto de elementos (que são as partes ou órgãos do sistema) dinamicamente relacionados em uma rede de comunicações (em decorrência da interação dos elementos), formando uma atividade (que é a operação ou processamento do sistema) para atingir um objetivo ou propósito (finalidade do sistema), operando sobre dados/energia/matéria (que são insumos ou entradas de recursos para o sistema operar) para fornecer informação/energia/matéria (que são as saídas do sistema). (CHIAVENATO, 2003, p. 417)

Até aqui este trabalho tem discutido acerca da definição de sistemas de

informação de uma maneira mais abrangente, relatando a contribuição da Teoria

Geral dos Sistemas (TGS) de Bertalanffy, dos princípios da abordagem sistêmica e

do conceito de cibernética, no entanto, faz-se necessário neste instante que se

realize um enfoque maior no que diz respeito à contribuição e a importância que tais

sistemas exercem para o âmbito empresarial e para as variáveis de um processo de

decisão.

Campos Filho (1994, p. 34) oferece uma definição sobre sistemas semelhante

ao que propõe Chiavenato (2003) no que concerne ao intuito do sistema de

relacionar os seus elementos para atingir a um objetivo determinado, o autor traz a

seguinte afirmação em sua obra:

[...] os S.I. podem ser conceituados, do ponto de vista do seu gerenciamento, como uma combinação estruturada de informação, recursos humanos, tecnologia da informação e práticas de trabalho, organizados de forma a permitir o melhor atendimento dos objetivos da organização. (CAMPOS FILHO, 1994, p. 34)

Para Laudon e Laudon (2004) sistema de informação é como um conjunto de

elementos que interagem e coletam, processam, guardam e difundem informações

que servem como base para a tomada de decisão.

Um sistema de informação pode ser definido como um conjunto de componentes inter-relacionados que coleta (ou recupera), processa, armazena e distribui informações destinadas a apoiar a tomada de decisões, a coordenação e o controle de uma organização. Além de dar suporte à tomada de decisões, à coordenação e ao controle, esses sistemas também auxiliam os gerentes e trabalhadores a analisar problemas, visualizar assuntos complexos e criar novos produtos. (LAUDON; LAUDON, 2004, p. 7).

As organizações empresariais passaram a adotar sistemas de informação na

intenção de suprir as necessidades oriundas do mercado, cada vez mais competitivo

e dinâmico. No meio deste novo cenário, cercado por constantes transformações, é

fundamental para as empresas que as informações necessárias ao processo

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decisório de seus negócios estejam disponíveis, de forma precisa e simplificada,

haja vista que esta é uma das condições para que as organizações tenham a

possibilidade de garantir a sua permanência e sobrevivência no mercado.

De acordo com Chiavenato (2003, p. 429) “para melhorar seu processo

decisório, as organizações criam sistemas específicos de busca, coleta,

armazenamento, classificação e tratamento de informações importantes e relevantes

para o seu funcionamento.” Segundo ele, “tais sistemas são geralmente

denominados Sistemas de Informação Gerencial (Management Information System

–MIS).” Chiavenato (2003, p. 429) conclui com a ideia de que:

Na essência, os Sistemas de Informação Gerencial (SIG) constituem sistemas computacionais capazes de proporcionar informação como matéria- prima para todas as decisões a serem tomadas pelos participantes tomadores de decisão dentro da organização. Os Sistemas de Informação Gerencial constituem uma combinação de sistema de computação, de procedimentos e de pessoas e têm como base um Banco de Dados, que nada mais é do que um sistema de arquivos (coleção de registros correlatos) interligados e integrados. (CHIAVENATO, 2003, p. 429)

A ideia de Sistemas de Informação Gerencial apresentada por Chiavenato

(2003) é algo bem semelhante com o que propõe Stair e Reynolds (2002), para eles

um SIG pode-se assim definir:

Um Sistema de Informações Gerencial (SIG) abrange uma coleção organizada de pessoas, procedimentos, software, banco de dados e dispositivos que fornecem informação rotineira aos gerentes e aos tomadores de decisão. O foco de um SIG é, principalmente, a eficiência operacional. Marketing, produção, finanças e outras áreas funcionais recebem suporte dos sistemas de informação gerencial e estão ligados através de um banco de dados comum. (STAIR; REYNOLDS, 2002, p. 18)

A definição dos autores citados evidencia a importância dos elementos que

compõem um SIG e o quanto as suas inter-relações são primordiais para o seu

funcionamento. Portanto, a elaboração de um Sistema de Informação Gerencial

eficiente é composta por um conjunto de pessoas e recursos tecnológicos favoráveis

ao seu desenvolvimento, bem como a conectividade destes através de um banco de

dados, possibilitando assim, uma tomada de decisão aprimorada por parte dos seus

gestores.

Diante das situações explanadas chega ao momento de compreender e

discutir as questões relacionadas aos componentes necessários ao funcionamento

de um sistema de informação, o tópico a seguir abordará alguns conceitos que

auxiliarão no entendimento destas ferramentas.

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2.1.2 Atividades de um Sistema de Informação

Ao adentrar o universo dos sistemas de informação faz-se necessário a

compreensão de alguns conceitos básicos, para que assim, se possa entender com

maior facilidade todas as possibilidades de seu desempenho e funcionamento.

Oliveira (2005) propõe um esquema básico do qual o sistema deve ser composto,

este esquema se subdivide conforme verificado abaixo:

Entrada de Dados: representam os dados que não possuem contexto significativo,

são os fatos ou observações crus;

Processamento: os dados são avaliados e se transformam em informação;

Saída de Informação: o processamento gera um resultado, na saída de

informação os dados recebem um significado lógico;

Feedback: também denominado de realimentação, onde uma saída pode ser

reintroduzida ao sistema sob a forma de uma informação.

Oliveira (2005) segue uma linha de pensamento que se assemelha bastante

com o que foi proposto por Chiavenato (2003), de acordo com este, um sistema

também possui entradas, saídas e retroação.

As entradas recebidas pelo sistema, denominadas de “inputs” (CHIAVENATO,

2003, p. 418), representam os insumos ou recursos advindos do meio ao qual o

sistema se encontra inserido e que permitirão o seu funcionamento. “A entrada de

um sistema é tudoo que o sistema importa ou recebe de seu mundo exterior.”

(CHIAVENATO, 2003, p. 418)

Já as saídas ou “outputs”, conforme foram denominadas por (CHIAVENATO,

2003, p. 419), compõem o mesmo que foi defendido por Oliveira (2005), ou seja,

representam os resultados obtidos mediante o processamento dos recursos de

entrada. Para Chiavenato (2003, p. 419) “saída é o resultado final da operação de

um sistema.” “Por meio da saída, o sistema exporta o resultado de suas operações

para o meio ambiente” (CHIAVENATO, 2003, p. 419).

A retroação vem do inglês feedback e também pode ser chamada de

servomecanismo, retroalimentação ou realimentação (CHIAVENATO, 2003, p. 420).

“A retroação é um mecanismo segundo o qual uma parte da energia de saída de um

sistema ou de uma máquina volta à entrada” (CHIAVENATO, 2003, p. 420). A

retroação funciona realizando um comparativo entre o que foi obtido como resultado

(saída) de um sistema e o padrão que foi previamente estabelecido para o seu

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funcionamento, caso ocorra alguma discrepância entre esses dois pontos, a

retroalimentação se encarregará de modificar a entrada para que a saída se

reaproxime do padrão anteriormente definido. “A retroação é uma ação pela qual o

efeito (saída) reflui sobre a causa (entrada), seja incentivando-a ou inibindo-a”

(CHIAVENATO, 2003, p. 420).

Compreender as tipologias dos sistemas de informação é fundamental para

que se possa realizar uma aplicação adequada destas ferramentas, obedecendo-se

ao nível hierárquico e as necessidades de informação demandadas para o

desenvolvimento das atividades rotineiras e a tomada de decisões. O tópico a seguir

abordará os tipos de sistemas de informação.

2.1.3Tipos de Sistemas de Informação

“Os sistemas de informação podem se enquadrar em diversos modelos e

classificações pertinentes” (REZENDE, 2005, p. 34). De acordo com Rezende (2005,

p.34), a depender do suporte a decisões, os sistemas de informação podem ser

classificados da seguinte maneira:

Sistemas de Informação Operacionais – SIO

Sistemas de Informação Gerenciais – SIG

Sistemas de Informação Estratégicos – SIE

Os sistemas de informação operacionais (SIO) também podem atender pelas

denominações de Sistemas de Apoio as Operações Empresariais, Sistemas de

Controle ou Sistemas de Processamento de Transações (SPT) (REZENDE, 2005,

p. 34). Estes desenvolvem o processamento das atividades rotineiras e

fundamentais ao funcionamento adequado de uma organização, compreendendo

as operações e transações presentes na base organizacional.

Segundo afirma Rezende (2005, p.34) os sistemas de informação

operacionais “controlam os dados detalhados das operações das funções

organizacionais imprescindíveis ao funcionamento harmônico da organização,

auxiliando a tomada de decisão do corpo técnico das unidades departamentais.”

A segunda classificação de sistemas de informação proposta por Rezende

(2005) também pode ser chamada de Sistemas de Apoio à Gestão Empresarial ou

Sistemas Gerenciais. Esses sistemas trabalham o processamento dos dados das

transações do nível operacional, aprimorando-os para a geração de informações

que auxiliarão a tomada de decisão por parte da gestão das organizações.

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Para Rezende (2005, p. 34) os sistemas de informação gerenciais “trabalham

com os dados agrupados (ou sintetizados) das operações das funções

organizacionais da organização, auxiliando na tomada de decisão do corpo gestor

ou gerencial das unidades departamentais, em sinergia com as demais unidades.”

Já os sistemas de informação estratégicos (SIE) - que também podem ser

denominados de Sistemas de Informação Executivos, Sistemas de Suporte à

Decisão Estratégica, ou ainda, conhecidos pela sigla em inglês EIS ou Executive

Information Systems (REZENDE, 2005, p. 35) - realizam o tratamento ou

processamento dos dados organizacionais advindos, tanto do nível operacional

quanto gerencial, burilando esses dados para que se transformem em informações

para a tomada de decisão no nível estratégico.

Até aqui muito se falou a respeito da importância do relacionamento entre os

elementos componentes de um sistema de informação e o quanto estes contribuem

para o alcance dos objetivos organizacionais. Portanto, o tópico a seguir detalhará

a composição dos sistemas de informação.

2.1.4 Componentes de um Sistema de Informação (S.I)

Para que um sistema de informação de fato auxilie no processo de tomada de

decisão organizacional, é primordial que os elementos que o constituem estejam

alinhados com as necessidades informacionais do meio ao qual o sistema encontra-

se inserido.

De acordo com Sanches (2013, p. 76) para que as informações contidas em

um sistema sejam úteis na tomada de decisão, atendendo às preferências e

necessidades do decisor, é fundamental que se realize previamente uma descrição

realista da realidade, obedecendo e preenchendo uma série de atributos.

Essa descrição permitirá conhecer e detalhar quais serão os componentes

que farão parte do sistema. Segundo Sanches (2013, p.76) a maior parte dos

sistemas de informação possui quatro componentes básicos que serão listados a

seguir:

Dados: devem ser organizados de forma a possibilitar o atendimento das

necessidades dos usuários do sistema;

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Processos ou programas: possibilitam a correta organização dos dados com o

intuito de produzir informações relevantes;

Operadores: devem possuir o conhecimento e as experiências suficientes para a

utilização adequada dos recursos informacionais disponíveis;

Canais de Comunicação:possibilitam a coleta ou captação dos elementos

informacionais e a disseminação dos resultados das operações.

Campos Filho (1994) vai mais além ao que concerne à composição dos

sistemas de informação, o autor traz outros elementos como a informação, as

práticas de trabalho, os recursos humanos e as tecnologias de informação (T.I). De

acordo com Campos Filho (1994) existe uma correlação entre os objetivos

organizacionais e os componentes de um S.I.

Para Campos Filho (1994, p. 34) a chave para a conceituação de um sistema

de informação “está na forma através da qual os componentes interagem para criar

práticas de trabalho que atendam convenientemente os objetivos da organização.” A

seguir serão destrinchados os componentes de um S.I defendidos por Campos Filho

(1994), bem como os objetivos organizacionais que, apesar de não serem

considerados como um dos elementos do sistema, também influenciam no

desempenho e funcionamento dos demais:

Objetivos Organizacionais:como já foi dito, os objetivos organizacionais não são

considerados como um dos componentes de um S.I, no entanto, estes

determinam as práticas de trabalho que serão adotadas pela organização para o

alcance dos objetivos. Os critérios básicos para se decidir como e quando as

práticas de trabalho devem ser modificadas ou adaptadas são provenientes dos

objetivos organizacionais;

Práticas de trabalho: compreendem os métodos utilizados pelos recursos

humanos para o desempenho das atividades dentro de um S.I. Aqui estão

incluídos tanto os procedimentos presentes nos manuais de operação, como

também as linhas de ação pelas quais os recursos humanos se coordenam, se

comunicam e tomam decisões, realizam negócios ou serviços e desempenham

outras tarefas;

Informação: um sistema de informação (S.I) é constituído de dados formatados e

textos. As práticas de trabalho determinam as necessidades por informação, ao

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mesmo passo que e os dados disponíveis é que definem as práticas de trabalho

viáveis para uma determinada situação;

Recursos Humanos: excetuando os casos em que os sistemas de informação

(S.I) são completamente automatizados, estes devem constituir o elemento de

recursos humanos que coletam, processam, recuperam e utilizam dados. As

práticas de trabalho reverberam nos recursos humanos, ao passo que as

características destes determinam as práticas viáveis e apropriadas para a

organização;

Tecnologia da Informação: inclui o conjunto de hardware e software que executa

uma ou mais tarefas de processamento das informações de um S.I, tal como

coletar, transmitir, estocar, recuperar, manipular e exibir dados. Exemplo:

microcomputadores, mainframes, scanners de código de barra, estações de

trabalho, software de execução, software de planilhas eletrônicas ou de banco de

dados etc.

De acordo com Stair e Reynolds (2011, p.11) “um sistema de informação

baseado em computadores é um conjunto único de hardwares, softwares, bancos de

dados, telecomunicações, pessoas e procedimentos que são configurados para

coletar, armazenar, manipular e processar dados e informações.” Em seguida serão

esmiuçados os componentes de um sistema de informação defendidos por Stair e

Reynolds (2011), segundo eles, a estrutura de tecnologia de um negócio é

constituída dos seguintes elementos:

Hardwares: são os equipamentos de um computador utilizados para desenvolver

atividades de entrada, processamento e saída;

Softwares: consistem em programas que comandam e executam as operações de

um computador;

Banco de dados: coleção organizada de fatos e informações, que consiste em

dois ou mais arquivos de dados relacionados;

Telecomunicações, redes e internet: as telecomunicações referem-se à

transmissão eletrônica de sinais que possibilitam a comunicação sobre o

desenvolvimento dos processos e tarefas de uma organização, através de uma

rede de computadores. Enquanto que as redes permitem a conexão entre os

equipamentos e computadores de um determinado local com equipamentos e

computadores de outros locais ao redor do país e do mundo. Por fim, a internet

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consiste em milhares de redes interligadas, com todas elas trocando informação

livremente.

Para Stair e Reynolds (2011) os sistemas de informação ainda são compostos

por:

Pessoas: compreende todas as pessoas que gerenciam, administram,

programam, mantêm e rodam o sistema. Podem ser consideradas como o

elemento mais importante do sistema, uma vez que exercem grande influência no

sucesso ou fracasso de uma organização;

Procedimentos: englobam as estratégias, políticas, métodos e regras para a

utilização dos sistemas de informação, também inclui a operação, manutenção e

segurança do computador.

2.1.5 Dado, informação, conhecimento e tecnologia da informação

No decorrer deste trabalho, verificou-se que um sistema de informação

engloba uma série de elementos, tanto internos quanto externos, que são essenciais

ao seu funcionamento. Para que se possa compreender com maior clareza a

importância da adoção dessas tecnologias, por parte das organizações atuais, faz-

se necessário uma breve explanação acerca dos conceitos que envolvem a temática

abordada. Portanto, este capítulo discutirá as definições de dado, informação,

conhecimento, tecnologia da informação, bem como outros assuntos pertinentes.

De acordo com Angeloni (2003, p. 17) “dado, informação e conhecimento são

elementos fundamentais para a comunicação e a tomada de decisão nas

organizações, mas seus significados não são tão evidentes.” Logo, percebe-se que

a discussão acerca de alguns conceitos torna-se primordial, uma vez que estes são

a base para a tomada de decisão com o auxílio dos sistemas de informação.

Angeloni (2003, p. 18) defende que “os dados são elementos brutos, sem

significado, desvinculados da realidade.” Algo parecido com o que afirma Stair e

Reynolds (2011, p. 4) quando afirmam que “os dados são constituídos de fatos crus,

como o número de um funcionário, total de horas trabalhadas em uma semana,

números de peças em estoque ou pedidos de compra.”

Para Davenport (1998, p. 19) os dados são “observações do estado do

mundo” e Stair e Reynolds (2011, p. 4) corroboram com a ideia afirmando que “os

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dados representam fatos do mundo real.” Para concluir a definição do que seriam

dados, é interessante apresentar a afirmativa de Angeloni (2003, p. 18) que diz que

os dados “constituem a matéria-prima para a informação.”

Já que, segundo a afirmativa de Angeloni (2003), os dados compõem a

informação por serem considerados sua matéria prima, torna-se necessário discutir

o conceito de informação na visão de outros autores. Campos Filho (1994, p. 35)

acredita que “a informação pode ser considerada como um conjunto de dados, cuja

forma e conteúdo são apropriados para uma utilização em particular.”

Percebe-se portanto, que o conceito de informação difere do entendimento

que se tem sobre os dados, uma vez que estes, como já foi dito, “não são

pertinentes e utilizáveis para uma tarefa em particular”, como explica Campos Filho

(1994, p. 35), por serem desprovidos de significado.

Para Ferreira e Leite (2003, p. 116) “o acesso à informação de qualidade é

essencial para que uma organização obtenha a sua eficácia.” Stair e Reynolds

(2011, p. 4) explicam que “a informação é um conjunto de fatos organizados de tal

maneira que possuem valor adicional [...]”

Ainda de acordo com Stair e Reynolds (2011, p. 7) para que uma informação

possa ser considerada valiosa para os gerentes e tomadores de decisão, ela deverá

ser:

Acessível: devem ser facilmente acessíveis aos usuários autorizados para que

estes possam obtê-la no formato e no tempo certo para atender as suas

necessidades;

Exata: informações exatas estão livres de erros;

Completa: contendo todos os fatos importantes;

Econômica: os tomadores de decisões devem sempre comparar o valor das

informações com o custo de produzi-las, e estas devem portanto, serem

relativamente econômicas para serem produzidas;

Flexível: informações utilizadas para diversos propósitos;

Relevante: informações pertinentes à área de atuação do negócio são primordiais

ao tomador de decisão;

Confiável: informações em que o usuário pode acreditar;

Segura: devem ser protegidas contra o acesso de usuários não autorizados;

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Simples: devem ser simples e não exageradamente complexas. Informações

demais podem ocasionar sobrecarga ao tomador de decisão, tornando-o incapaz

de determinar o que é realmente importante;

Apresentada em tempo hábil: devem ser apresentadas no momento exato,

quando elas são necessárias;

Verificável: significa que as informações podem ser verificadas para que se possa

assegurar que elas são corretas, utilizando muitas fontes para a mesma

informação.

As características de uma informação valiosa apresentadas por Stair e

Reynolds (2011) concatenam com o que é exposto por Padoveze (2000, p. 44),

onde para este o valor da informação associa-se à:

Redução da incerteza no processo de tomada de decisão;

A relação do benefício gerado pela informação versus custo de produzi-la;

Aumento da qualidade da decisão.

Para Sanches (2013, p. 76) “a informação, no sentido peculiar a sistemas de

informação, pode revestir-se de diferentes atributos”, quais sejam:

ser verdadeira ou falsa, se corresponde à realidade ou não;

ser nova ou velha, se adiciona ou não conhecimento novo a quem a recebe;

ser corretiva ou ratificativa se modifica ou confirma informação anterior;

ser original ou complementar, se inclui ou atualiza/amplia informação.

Sanches (2013, p. 76) conclui com a seguinte afirmativa “em qualquer caso,

os elementos comunicados só terão o caráter de informação se contribuírem para

ampliar o nível de conhecimento de quem as recebe, para reduzir suas incertezas ou

para instrumentalizar as decisões que se deva tomar.”

Tendo em vista o fato de que a informação só será validada caso contribua

com a ampliação do nível de conhecimento de seu receptor, como afirmou Sanches

(2013), torna-se fundamental compreender o conceito de conhecimento para

entender como este importante elemento contribui com a tomada de decisão.

Stair e Reynolds (2011, p. 5) explicam que “o conhecimento é a consciência e

a compreensão de um conjunto de informações e modos como essas informações

podem ser úteis para apoiar uma tarefa específica ou para chegar a uma decisão.”

Tomando como base os conceitos de dado, informação e conhecimento

discutidos no decorrer deste trabalho e relacionando-os com os sistemas de

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informação, logo se conclui que: os dados são elementos fundamentais de um

sistema de informação que, quando processados, geram informações. Caso estas

informações possuam validade e precisão, proporcionarão uma tomada de decisão

adequada, portanto, a geração de conhecimento está diretamente ligada a uma

tomada de decisão eficaz.

É sabido que os sistemas de informação computadorizados, utilizados para a

tomada de decisão e de que trata este trabalho, apoiam-se na tecnologia da

informação para que possam por em prática os seus objetivos. Logo, outro fator

primordial para discussão diz respeito à definição e entendimento do que são essas

tecnologias. Para Campos Filho (1994, p. 36) pode-se assim definir:

Entende-se por tecnologias de informação o conjunto de hardware e software que desempenha uma ou mais tarefas de processamento das informações do S. I. tal como coletar, transmitir, estocar, recuperar, manipular e exibir dados. Aí podem estar incluídos microcomputadores (em rede ou não), mainframes, scanners de código de barra, estações de trabalho, software de execução, software de planilhas eletrônicas ou de banco de dados etc. (CAMPOS FILHO, 1994, p. 36)

Segundo Rezende e Abreu (2000, p. 76), a Tecnologia de Informação está

fundamentada nos seguintes componentes:

Hardware e seus dispositivos e periféricos;

Software e seus recursos;

Sistemas de telecomunicações;

Gestão de dados e informações.

A união dos componentes até aqui explanados permitem o adequado

funcionamento dos sistemas de informação, propiciando uma tomada de decisão

mais eficaz e precisa. Vale salientar que a qualidade e a efetividade de todos os

elementos analisados são fundamentais, haja vista que, os dados não seriam

processados sem o auxílio da infraestrutura tecnológica e, consequentemente, não

gerariam informações e não possibilitariam a tomada de decisão, bem como,

considerar somente a parte de tecnologia como crucial no desenvolvimento de um

sistema, não é suficiente para entender um S.I. por completo.

2.1.6 Implantação de um Sistema de Informação

A fase anterior à implantação de um sistema de informação é a de

planejamento, haja vista que, somente com a realização desta etapa, será possível

conhecer detalhadamente as necessidades informacionais da organização para que

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se possa aplicar um sistema que esteja em concordância com a sua realidade.

Segundo o que afirma Sanches (2013, p. 77), o planejamento estratégico de

sistemas de informação “deve ser elaborado de modo a propiciar os elementos

necessários para suportar os negócios da organização, atingir os objetivos desta e

atender às necessidades de informação de sua alta administração.”

Ainda de acordo com Sanches (2013), o planejamento estratégico de

sistemas de informação possui um conjunto de ações integradas como principal

característica, ações estas que tem como intuito a:

Determinação do usuário do sistema, dos elementos necessários para o apoio às

suas decisões e das suas preferências em termos de formatação dos dados;

Identificação das áreas de interesse estratégico para a atuação do decisor e dos

elementos importantes em cada uma destas;

Determinação do âmbito operacional da organização e dos seus objetivos (de

curto, médio e longo prazos);

Identificação de concorrentes, opositores e adversários;

Realização do diagnóstico da situação dos sistemas de informação disponíveis ou

mobilizáveis como fontes de dados e informações;

Sistematização de estrutura que satisfaça as necessidades e que seja viável no

prazo disponível para sua operacionalização;

Fixação de objetivos e de metas para o sistema e para sua implantação;

Capacitação dos recursos humanos envolvidos na operacionalização do sistema;

Determinação dos recursos necessários e dos responsáveis pelo desenvolvimento

e implantação do sistema;

Definição dos requisitos mínimos a serem atendidos nas simulações e testes-

piloto.

Já de acordo com Moresi (2000), os processos de trabalho das organizações

vêm sendo fortemente influenciados pela convergência das tecnologias de

informação e dos sistemas de informação. Portanto, Moresi (2000, p. 21) conclui que

“[...] antes de implantar qualquer sistema desta natureza, é de vital importância

desenvolver uma análise que permita determinar os principais requisitos do projeto.”

Moresi (2000, p. 22) defende que “[...] a cadeia de valor do sistema será uma

consequência natural do planejamento realizado.” Para tanto, o autor afirma que o

planejamento e o desenvolvimento de um sistema de informação devem ser

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resultantes de uma análise profunda do contexto organizacional e que possibilite

uma visão prévia das seguintes dimensões:

Estratégica: onde se analisa o impacto do sistema em relação ao ambiente

externo da organização, incluindo aspectos relacionados à competitividade,

posicionamento no ambiente, visão do cliente, diferencial de mercado etc.;

Organizacional: onde se observam os aspectos concernentes às necessidades de

informação da organização para a sua boa estruturação, coordenação

operacional e atendimento às demandas externas;

Econômica: em que se incluem os aspectos relacionados com a sua importância

econômica com especial atenção à redução de custos, melhorias de

produtividade e eficiência, ganhos financeiros e outros aspectos que possam ser

mensuráveis;

Capacitação da organização: refere-se ao cuidado quanto à capacitação em face

do conjunto de tecnologias disponíveis, de forma que a organização esteja

preparada para acompanhar as possibilidades de utilização e acomodar a

evolução tecnológica.

Moresi (2000) evidencia a importância do planejamento afirmando que os

sistemas de informação devem ser equivalentes aos objetivos organizacionais

previstos, propiciando a melhoria do processo de tomada de decisões, agregando

vantagem competitiva, aumentando os lucros, garantindo melhor posicionamento da

organização no ambiente externo, e de uma maneira geral, melhorando o

gerenciamento da organização. Moresi (2000, p. 22) conclui afirmando que “a

obtenção e manutenção destes aspectos é atualmente uma necessidade para a

sobrevivência das organizações.”

2.2 Sistemas de Informação e a Gestão Pública

A globalização e a exigência pela amenização da burocracia trouxeram à

administração pública o grande desafio de lidar com essa nova realidade

tecnológica, cada vez mais flexível e acelerada. Como afirmou De Paula (2005, p.

21) “nas últimas décadas, transformações econômicas e sociais trouxeram a reforma

do Estado e de sua administração para o centro da agenda política de vários

países.”

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Acompanhar os constantes avanços dessa nova era globalizada mantendo

uma estrutura burocrática e morosa, tornou-se um empecilho ao desenvolvimento de

processos mais ágeis e flexíveis no setor público. Portanto, é primordial que a

administração pública amplie os seus horizontes, no sentindo de buscar e

aperfeiçoar os mais modernos modelos de gestão disponíveis nesse novo mercado.

Essa necessidade é evidenciada por Pereira e Spink (2007, p. 7), quando eles

afirmam que “...as novas funções do Estado em um mundo globalizado exigem

novas competências, novas estratégias administrativas e novas instituições.”

Para Pereira e Spink (2007, p. 7) “configura-se neste final de século um novo

marco teórico e uma nova prática para a administração pública – a abordagem

“gerencial”, que substitui a perspectiva “burocrática” anterior.” Essa “nova

administração pública” não enxerga os Estados como meras estruturas, compostas

por órgãos públicos convencionais, essa mais recente visão compreende as funções

e responsabilidades dos Estados como algo que vai além disso, com a formulação e

a implantação de políticas públicas estratégicas.

Antes de iniciar uma discussão mais detalhada acerca da administração

pública, suas variáveis e conceitos, é fundamental que se contextualize este

importante tema com a compreensão a respeito do modelo burocrático defendido e

criado por Max Weber.

2.3 O Modelo Burocrático Weberiano

Para Cruz (2006, p. 4) o surgimento da burocracia se deu devido alguns

fatores, como a forte necessidade pela elaboração de métodos teóricos que

permitissem uma visão mais globalizada e integrada dos problemas vivenciados

pelas organizações; do potencial crescimento e consequente aumento da

complexidade organizacional, o que levaria à necessidade da aplicação de modelos

específicos para grandes estruturas, bem como do descobrimento das obras de

Weber, que logo mostraram resultados na prática e serviram de base pera o

fortalecimento da corrente burocrática.

De acordo com Secchi (2009, p. 350) “...desde o século XVI o modelo

burocrático já era bastante difundido nas administrações públicas, nas organizações

religiosas e militares, especialmente na Europa.” No entanto, foi somente no século

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33

XX que esse modelo organizacional realmente passou a ser disseminado e adotado

nas administrações públicas ao redor do mundo. A frente dessa corrente

encontrava-se Max Weber, sociólogo alemão que desenvolveu e definiu as

características essenciais do modelo burocrático.

Segundo Chiavenato (2003, p.281) as pessoas passaram a considerar o

entendimento sobre burocracia, associando-a as organizações onde o quantitativo

de papéis apenas se acumula e se multiplica ou onde existe, por parte de seus

funcionários, um forte apego as normas e as rotinas de trabalho. Com isso,

convencionou-se que esses obstáculos geram forte empecilho à resolução rápida

dos problemas, ocasionando a ineficiência das organizações.

Chiavenato (2003, p. 281) diz que com essa visão, os leigos passaram a

considerar os problemas do sistema como burocracia. Vale salientar no entanto, que

seu precursor Max Weber, defendia justamente o inverso, para ele o próprio sistema

era a burocracia, bem como a organização eficiente por excelência. De acordo com

Chiavenato (2003, p. 281) “para conseguir eficiência, a burocracia explica nos

mínimos detalhes como as coisas deverão ser feitas”.

Para melhor compreender a corrente burocrática elaborada por Max Weber e

que foi amplamente utilizada no século XX, Chiavenato (2003, p. 281) apresenta em

sua obra as características dessa corrente que foram defendidas por seu criador,

são elas:

1. Caráter legal das normas e regulamentos.

2. Caráter formal das comunicações.

3. Caráter racional e divisão do trabalho.

4. Impessoalidade nas relações.

5. Hierarquia de autoridade.

6. Rotinas e procedimentos padronizados.

7. Competência técnica e meritocracia.

8. Especialização da administração.

9. Profissionalização dos participantes.

10. Completa previsibilidade do funcionamento.

Secchi (2009, p. 351) também diz que, no modelo burocrático, “o poder

emana das normas, das instituições formais, e não do perfil carismático ou da

tradição.” A partir desta afirmativa Secchi (2009, p. 351) também propõe três

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características principais ao modelo burocrático de Weber, assim denominadas: “a

formalidade, a impessoalidade e o profissionalismo.”

Para Secchi (2009, p. 351) a formalidade está diretamente ligada aos deveres

e responsabilidades a serem desenvolvidos pelos membros da organização

burocrática, onde, para o autor, se evidenciam a “legitimidade de uma hierarquia

administrativa, as documentações escritas dos procedimentos administrativos, a

formalização dos processos decisórios e a formalização das comunicações internas

e externas.”

A formalidade inclui ainda, a padronização das tarefas a serem realizadas

pelos empregados, como forma de garantir a continuidade efetiva do trabalho e para

evitar que ocorra o desvio das rotinas que foram previamente formalizadas com o

intuito de atingir ao objetivo organizacional.

Pode-se assim dizer que, as características de “caráter legal das normas e

regulamentos, caráter formal das comunicações, caráter racional e divisão do

trabalho e rotinas e procedimentos padronizados”, apresentadas por Chiavenato

(2003) e defendidas por Weber, concatenam com as ideias de formalidade

propostas por Secchi (2009).

A questão da impessoalidade está intimamente ligada às questões

concernentes ao relacionamento entre os indivíduos da organização. De acordo com

Secchi (2009, p. 351) “a impessoalidade implica que as posições hierárquicas

pertencem à organização, e não às pessoas que a estão ocupando.” A assertiva do

autor define bem esse tom ‘impessoal’, criado com o intuito de evitar que as pessoas

apropriem-se do poder, tendo a consciência de que este pertence somente à

organização.

Na impessoalidade predomina a ideia de uma forte hierarquização, onde a

autonomia e as responsabilidades são bem definidas entre os membros da

organização e onde os chefes e diretores dos setores ou departamentos são

devidamente escolhidos para representar formalmente a instituição. Aqui podem ser

incluídas as características de “impessoalidade nas relações e hierarquia de

autoridade” apresentadas na obra de Chiavenato (2003, p. 281).

Já o profissionalismo de Secchi (2009) engloba as características de

“competência técnica e meritocracia e profissionalização dos participantes”,

defendidas na obra de Chiavenato (2003, p. 281). As funções organizacionais só são

desempenhadas por indivíduos que realmente apresentem conhecimento e

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habilidade técnica para a função, ou seja, os cargos são ocupados obedecendo ao

mérito de cada um, seguindo o critério de justiça e diferenciação. Como afirma

Secchi (2009, p. 351) “a promoção do empregado para postos mais altos na

hierarquia depende da experiência na função (senioridade) e desempenho

(performance).”

Não se pode negar o fato de que o modelo burocrático criado e defendido por

Weber possibilitou uma série de avanços ao entendimento e estudo das

complexidades organizacionais, no entanto, a opinião comum a respeito da

burocracia, relacionando-a a algo lento e inoperante, deu surgimento ao estudo das

suas disfunções, que serão levantadas a seguir.

2.4 As Disfunções do Modelo Burocrático

Segundo o que afirma Cruz (2006, p. 6) “o senso comum remete a burocracia

como um lento processo de controle, que impede as soluções práticas rápidas e

eficientes.” De acordo com Campos “[...] sua inflexibilidade, sua aplicação prática

produz uma série de desajustes” (CAMPOS, 1976, p. 111).

Costa e Mazzilli (2001, p.4) afirmam que “a burocracia de Weber vem

recebendo diversas críticas ao longo dos últimos anos, principalmente em função de

seu caráter formal e impessoal e da previsibilidade de seu funcionamento.” Com o

aparecimento das problemáticas que envolviam o modelo burocrático, surgiu o que

Merton (1978) denominou de “disfunções” da burocracia. Para Merton (1978), Motta

e Pereira(1981) as disfunções burocráticas podem ser listadas da maneira que se

segue:

Internalização das regras e forte apego aos regulamentos:ocorre quando as

normas e regras elaboradas com o intuito de atender aos objetivos

organizacionais, não mais desempenham essa funcionalidade, ou seja, perdem o

seu significado e transformam-se em fins ao invés de meios;

Excesso de formalismo e de papelório: como a corrente burocrática defende a

constante formalização por meio da documentação, as atividades, as

comunicações e todos os procedimentos, de maneira generalizada, devem ser

registrados ou documentados, acarretando o acúmulo de papel e a perda da

agilidade e eficiência;

Resistência a mudanças:por assumir um caráter previsível de seu funcionamento,

o modelo burocrático gera a estabilidade dos funcionários, fator que contribui para

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que as pessoas tornem-se mais resistentes à mudança, enxergando-a como uma

ameaça;

Despersonalização do relacionamento:gera um sentimento de indiferença entre os

indivíduos, tendo em vista que a importância é dada somente aos cargos e não às

pessoas;

Categorização como base do processo decisório: forte poder da hierarquia e do

exercício de autoridade, onde as decisões são tomadas tomando como base o

cargo e não a competência técnica do indivíduo;

Superconformidade às rotinas e procedimentos:em decorrência da rigidez e

inflexibilidade dos procedimentos, gera a falta de sendo crítico dos trabalhadores

que deixam de questionar as normas e perdem a criatividade;

Exibição de sinais de autoridade: culto ao status, com a utilização de símbolos

que demonstram as posições hierárquicas;

Dificuldade no atendimento a clientes e conflitos com o público:o modelo

burocrático prioriza a formalidade das comunicações, a padronização dos

procedimentos e rotinas e a documentação e execução das normas e

regulamentos, negligenciando portanto, o foco na clientela.

Os parâmetros burocráticos foram essenciais à organização e ao

desenvolvimento das atividades organizacionais de sua época, pois serviram de

apoio ao surgimento de outras abordagens e possibilitaram o avanço das técnicas

administrativas. No entanto, não mais representam os anseios de uma era

globalizada, marcada por constantes transformações e dinamismo, que exige das

organizações maior desenvoltura e versatilidade.

Portanto, após as crises e as propostas de reformas vivenciadas pelo estado

entre os anos de 1970 e 1980, o enfoque burocrático cede lugar a uma abordagem

mais gerencial, em prol da democracia e do surgimento de um estado mais ativo e

flexível ao desenvolvimento das políticas públicas. No tópico a seguir serão

abordados os conceitos da administração pública e suas variáveis.

2.5 Conceito de administração pública

Segundo Alexandrino e Paulo (2011, p. 18) a administração pública se

subdivide em:

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a) administração pública em sentido amplo:abrange os órgãos de governo que

exercem função política, e também os órgãos e pessoas jurídicas que exercem

função meramente administrativa;

b) administração pública em sentido estrito:inclui somente os órgãos e pessoas

jurídicas que exercem função meramente administrativa, de execução dos

programas de governo.

A administração pública num sentido mais amplo, como a própria expressão

deixa evidente, abrange os órgãos responsáveis pela elaboração dos programas de

atuação do governo, ou seja, que elaboram e estabelecem as políticas públicas

necessárias. Já a administração pública em sentido estrito, da qual tratará este

trabalho, envolve os órgãos que se restringem a execução das ações

governamentais e políticas públicas estabelecidas pelos órgãos de função política.

Seguindo o conceito da administração pública em sentido estrito, defendido

porAlexandrino e Paulo (2011) e do qual será utilizado neste trabalho, Meirelles

(2002, p. 63) traz a seguinte definição sobre administração pública:

Em sentido formal, é o conjunto de órgãos instituídos para consecução dos objetivos do Governo; em sentido material, é o conjunto das funções necessárias aos serviços públicos em geral; em acepção operacional, é o desempenho perene e sistemático, legal e técnico, dos serviços próprios do Estado ou por ele assumidos em benefício da coletividade. Numa visão global, a Administração é, pois, todo aparelhamento do Estado preordenado à realização de serviços, visando à satisfação das necessidades coletivas. A Administração não pratica atos de governo; pratica, tão-somente, atos de execução, com maior ou menor autonomia funcional, segundo a competência do órgão e de seus agentes. São os chamados atos administrativos [...] (MEIRELLES, 2002, p. 63)

Para Alexandrino e Paulo (2011, p. 19) a administração pública em sentido

formal, subjetivo ou orgânico se apresenta da seguinte maneira:

[...] é o conjunto de órgãos, pessoas jurídicas e agentes que o nosso ordenamento jurídico identifica como administração pública, não importa a atividade que exerçam (como regra, evidentemente, esses órgãos, entidades e agentes desempenham função administrativa). (ALEXANDRINO; PAULO, 2011, p. 19)

De acordo com Alexandrino e Paulo (2011, p. 21) a administração pública

ainda pode ser considerada em sentido material, objetivo ou funcional, neste caso,

os autores acreditam que esta administração “representa o conjunto de atividades

que costumam ser consideradas próprias da função administrativa” e se subdividem

em:

a) serviço público:prestações de utilidades ou comodidades materiais para a

população;

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b) polícia administrativa: restrições ou condicionamentos impostos ao exercício de

atividades privadas em benefício do interesse público;

c) fomento: incentivo à iniciativa privada de interesse público;

d) intervenção:abrangendo toda intervenção do Estado no setor privado.

Ribeiro Filho (1997, p. 12) acredita que “a Administração Pública compreende

os meios de que se serve o Estado, entendido como ente soberano, organizado

sobre um território para fins de defesa, bem-estar, ordem e progresso social, para

efetivar o atendimento das necessidades públicas.” O autor conclui com a seguinte

definição:

Todo o conjunto da estrutura patrimonial de bens, equipamentos, tecnologias e servidores públicos, distribuídos sistematicamente em funções, programas, projetos e atividades, submetidos à lógica da captação e aplicação de recursos e organizados sob a égide da legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade dos atos, traduz a macro-entidade denominada de Administração Pública. (RIBEIRO FILHO, 1997, p. 12)

A égide dos princípios administrativos apresentada por Ribeiro Filho (1997)

pode ser afirmada pelo Art. 37. da Constituição Federal de 1988,onde se verifica

que: “a administração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos

Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos

princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade.”

2.6 O Papel dos Municípios

Bravo e Mariano (2006) acreditam que desde a Constituição de 1988, é

constante o aumentoda importância e da participação dos municípios no

financiamento e nos gastos do setor público brasileiro. Os autores afirmam que “os

municípios brasileiros tiveram suas responsabilidades e recursos expandidos. Por

outro lado, as demandas sociais aumentaram e os desafios trazidos pela

globalização impuseram novos campos de ação aos municípios”. (BRAVO;

MARIANO, 2006, p. 76)

Bravo e Mariano (2006, p. 76) dizem ainda, que “o Poder Municipal perdeu a

característica de unidade apenas administrativa e assumiu o papel de unidade

gestora e corresponsável pelo atendimento das necessidades sociais.”

De acordo com Bravo e Mariano (2006) na intenção de atender aos

dispositivos legais da Constituição de 1988 e da Lei Complementar nº 101(LRF), de

2000, a saída para os administradores públicos adequarem as suas finanças à nova

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realidade tem sido uma total reformulação na maneira de gerir a coisa pública. A

partir daí, segundo os autores, tem-se adotado o uso de Sistemas de Informação

Baseados em Computador (CBIS – Computer Based Information System) e

mecanismos de controle informatizados, juntamente com a atualização e criação de

bases de dados cadastrais.

Segundo Bravo e Mariano (2006) para que os municípios possam criar

situações de intervir na realidade, o Poder Municipal deve possuir uma estrutura

adequada. Portanto, os autores defendem que:

A implantação de Sistemas de Informação ajuda o administrador a tomar decisões baseadas em informações mais consistentes e precisas, além de facilitar o planejamento e controle das tarefas públicas. Outro ponto fundamental é a segurança dos dados e informações armazenadas e o controle do acesso e alteração do conteúdo do banco de dados. (BRAVO; MARIANO, 2006, p. 70)

O contexto discutido acima atrelado aos fatores da problemática do acúmulo

de dados, da necessidade pela desburocratização e aprimoramento da forma de

gerir pública, da participação e cooperação cada vez mais frequente e ativa da

população nas questões políticas, bem como das constantes transformações e do

alto dinamismo de um mundo globalizado e cada vez mais moderno, requerem a

imediata utilização de tecnologias e ferramentas que possibilitem uma análise

detalhada e, ao mesmo temporápida, mas sem que ocorra a perca da

qualidade,permitindo uma consequente tomada de decisão aprimorada.

Diante do exposto, percebe-se o quão fundamental tornou-se a adoção dos

sistemas de informação,contribuindo com a flexibilização dos processos de trabalho

e o aumento da rapideznas etapas de decisão, tanto para as empresas privadas,

que necessitam manter a sua competitividade e permanência no mercado, quanto e,

sobretudo, para a modernização e flexibilidade da administração pública.

3. METODOLOGIA

De acordo com Rampazzo (2005, p. 33) “o método se concretiza nas diversas

etapas ou passos que devem ser dados para solucionar um problema: entende-se,

então, como a coordenação unitária dessas diferentes etapas.” Neste capítulo,

portanto, foram reunidas e destrinchadas todas as fases metodológicas utilizadas

para o esclarecimento dos objetivos geral e específicos que foram adotados neste

trabalho.

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O paradigma de pesquisa identificadoneste estudo é de caráter qualitativo,

pois, segundo o que afirma Godoy (1995, p. 58), “envolve a obtenção de dados

descritivos sobre pessoas, lugares e processos interativos pelo contato direto do

pesquisador com a situação estudada, procurando compreender os fenômenos

segundo a perspectiva dos sujeitos, ou seja, dos participantes da situação em

estudo.”

No que concerne à classificação da pesquisa, serão considerados os dois

critérios básicos defendidos por Vergara (1998), são eles:

a. Quanto aos fins:verifica-se uma pesquisa de natureza exploratória e descritiva;

b. Quanto aos meios:trata-se de uma pesquisa de campo e, simultaneamente,

estudo de caso.

A pesquisa em questão foi definida como exploratória, uma vez que, apesar

de já existirem alguns trabalhos relacionando a administração pública à utilização de

sistemas de informação, ainda assim, a quantidade de conhecimentos relativos a

esta temática é insuficiente, tendo em vista a grande urgência com que se solicita a

desburocratização e a flexibilidade das atividades desempenhadas nos setores

públicos, como consequência de uma nova era globalizada e de constantes

transformações.

Já a sua natureza descritiva se deve ao fato de que foramexplicitadas, ao

longo da pesquisa, todas as funcionalidades, ferramentas, características,

componentes, vantagens e desvantagens, assim como outros aspectos do Sistema

de Informação e Monitoramento da Ação Governamental (SIMAG), bem como se

evidenciou a importância da sua utilização por uma entidade pública.

No que tange aos meios da pesquisa, esta foi classificada como uma pesquisa de

campo, haja vista que foram realizadas entrevistas com o objetivo de compreender a

estrutura, o funcionamento, as características, as vantagens e desvantagens, bem

como outros pormenores do sistema implantado na prefeitura e alvo deste trabalho.

As entrevistas foram feitas tomando como base a perspectivados gestores mais

próximos ao sistema, responsáveis por sua manutenção e aprimoramento,

considerou-se ainda os pontos de vistas de outros usuários. Também foram

aplicadasentrevistasaos funcionários que não utilizam o sistema, na tentativa de

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verificar como ocorre o desenvolvimento do trabalho dos alimentadores e se existem

entraves na busca pelas informações necessárias ao seu funcionamento e à

geração dos relatórios gerenciais.

Este trabalho foi, concomitantemente, caracterizado como um estudo de caso

único, tendo em vista que apresenta um detalhamento profundo de um sistema de

informação adotado em um órgão público.

As etapas da pesquisa apresentada desenvolveram-se no âmbito da

administração pública, mais especificamente no ambiente de uma prefeitura, onde

foram analisadas as variáveis da implantação e do uso de um sistema de informação

nas atividades de planejamento e acompanhamento das ações realizadas no

município estudado. Os estudos se iniciaram no local por questões de acessibilidade

e as informações foram obtidas com o auxílio dos funcionários envoltos no contexto

da pesquisa.

O cenário foi a Prefeitura Municipal do Jaboatão dos Guararapes, localizada

na região nordeste do Brasil. Os estudos ocorreram, principalmente, no ambiente da

Secretaria Executiva de Planejamento, Coordenação e Avaliação (SEPLAV),

mantenedora e responsável pelo Sistema de Informação e Monitoramento da Ação

Governamental (SIMAG).

3.1 Coleta de Dados

Para Marconi e Lakatos (2003, p. 174) “o levantamento de dados, primeiro

passo de qualquer pesquisa científica, é feito de duas maneiras: pesquisa

documental (ou de fontes primárias) e pesquisa bibliográfica (ou de fontes

secundárias).”

Para fins deste estudo adotou-se a perspectiva documental, considerando-se

que foram coletadas informações do Projeto Digital de Governança da Prefeitura

Municipal do Jaboatão dos Guararapes. O documento utilizado compreende uma

série de informações referentes à composição, estruturação e funcionamento do

Sistema de Informação e Monitoramento da Ação Governamental (SIMAG)

abordado nesta pesquisa.

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42

Com o intuito de abarcar um quantitativo significativo de opiniões acerca do

sistema implantado na prefeitura, a coleta de dados levou em consideração três

perspectivas distintas, as quais assim se distribuem:

Pelo prisma dos profissionais que atuam na manutenção do sistema

Neste caso foram consideradas as opiniões dos profissionais que trabalham

diretamente com o sistema, realizando atividades de alimentação, prestação de

consultorias e treinamentos, dentre outras tarefas. Ou seja, aqui foram incluídos os

profissionais que ocupam cargos na Secretaria Executiva de Planejamento,

Coordenação e Avaliação (SEPLAV), realizando atividades exclusivamente ligadas

ao SIMAG. Estes funcionários foram essenciais na coleta dos dados acerca da

estrutura e funcionamento do sistema.

Pelo prisma do profissional de outra secretaria que utiliza o sistema

Esta perspectiva engloba um profissional de outra secretaria que utiliza o

SIMAG no desenvolvimento das suas atividades e que necessita do apoio técnico

dos profissionais da SEPLAV. É para estas pessoas que se destinam as atividades

de treinamento e consultoria realizadas pela Secretaria Executiva de Planejamento,

Coordenação e Avaliação (SEPLAV).

Pelo prisma do profissional que não utiliza o sistema

Nesta perspectiva foi incluído um profissional que não utiliza diretamente o

SIMAG, mas que, no entanto, recebe periodicamente a visita dos profissionais da

SEPLAV, encarregados pela coleta das informações e alimentação do sistema. O

funcionário que não utiliza o sistema foi analisado com a intenção de se verificar

possíveis entraves no relacionamento com os alimentadores e que, porventura,

comprometam a correta alimentação do SIMAG e seu pleno funcionamento.

A seguir serão destrinchadas as informações acerca dos perfis dos

profissionais que foram entrevistados. Nos quadros abaixo se encontram

informações sobre o quantitativo de pessoas entrevistadas, o cargo ocupado na

prefeitura e as tarefas desempenhadas por cada um, conforme o cargo ocupado.

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Profissionais que trabalham diretamente com o sistema

Cargo Atividades Desenvolvidas

Gerente

Gerenciamentoda equipe do SIMAG, assessorando os Secretários Municipal e Executivo no cumprimento das metas do Plano de Ação, cobrando a alimentação do sistema e a participação das secretarias para a geração dos relatórios.

Consultor Prestação de consultorias, realização de visitas técnicas e treinamentos aos usuários do SIMAG que trabalham em outras secretarias.

Profissional de outra secretaria que utiliza o sistema

Cargo Atividades Desenvolvidas

Assistente técnico Realiza atividades ligadas à área jurídica, dando suporte ao consultor do SIMAG no setor de indenização e desapropriação de imóveis, bem como outras atividades administrativas.

Profissional de outra secretaria que não utiliza o sistema

Cargo Atividades Desenvolvidas

Coordenador

Coordenação da área de cadastro e movimentação de pessoas na Secretaria Executiva de Formação e Gestão de Pessoas, responsabilizando-se pelo núcleo de estágio, cessão do servidor, seleção e concurso e atos do prefeito.

Tabela 1: perfil dos profissionais entrevistados

Para atender aos objetivos geral e específicos apresentados nesta pesquisa e

possibilitar uma coleta de dados mais efetiva foram realizadas entrevistas com 02

funcionários da Secretaria Executiva de Planejamento, Coordenação e Avaliação

(SEPLAV), que trabalham exclusivamente com atividades ligadas ao SIMAG, estes

profissionais foram fundamentais ao entendimento da estrutura do sistema. As

outras 02 entrevistas foram feitas com funcionárias da Secretaria Executiva de

Formação e Gestão de Pessoas (SEFOGEP), uma delas utiliza o SIMAG para o

desenvolvimento de algumas atividades básicas enquanto a outra não utiliza o

sistema, mas recebe a visita periódica dos alimentadores.

Segundo Vergara (2009, p. 3) “entrevista é uma interação verbal, uma

conversa, um diálogo, uma troca de significados, um recurso para se produzir

conhecimento sobre algo.” As entrevistas foram agendadas e realizadas

pessoalmente com os profissionais selecionados.

Considerando o quantitativo de pessoas entrevistadas e a estrutura lógica das

entrevistas, Vergara (2009) estabeleceu os tipos de entrevistas que, a depender do

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número de pessoas subdivide-se em: coletiva ou individual. E no que concerne à

sua estrutura, as entrevistas podem ser classificadas como: abertas, semiabertas ou

fechadas.

Neste trabalho adotou-se a entrevista de caráter individual, uma vez que

foram realizadas separadamente com os funcionários escolhidos. A estrutura das

entrevistas pode ser considerada semiaberta, tendo em vista que foram elaboradas

perguntas focadas no sistema, permitindo explicações sobre dúvidas ou pontos

levantados pelos entrevistados.

4. RESULTADOS

Como foi devidamente informadono decorrer da metodologia, a pesquisa em

questão desenvolveu-se no lócus da Secretaria Executiva de Planejamento,

Coordenação e Avaliação (SEPLAV), pertencente à Prefeitura Municipal do

Jaboatão dos Guararapes, considerado ummunicípio de grande destaque na região

nordeste do Brasil.

O interesse deste estudo surgiu devido à implantação do Sistema de

Monitoramento da Ação Governamental (SIMAG), realizada nos primórdios da atual

gestão, que ocorreu em meados do ano de 2009.

A Prefeitura Municipal do Jaboatão dos Guararapes encontra-se

estrategicamente localizada entre o Aeroporto Internacional do Recife e o Complexo

Industrial de Suape, reconhecido como o maior Polo de Logística da região

Nordeste. O município detém a segunda maior arrecadação de Pernambuco e é a

vigésima sétima (estimativa IBGE 2013) cidade brasileira em população.

Jaboatão teve o seu primeiro povoado fundado a partir de 04 de maio de

1953. Já em 1873, o povoado passou à Vila e, em 1884, ao ser desmembrado do

território de Olinda, foi elevado à categoria de Cidade. Localizado a apenas 14

quilômetros do Recife, o município está situado no litoral do Estado de Pernambuco

e possui extensão territorial de 258 quilômetros quadrados. A cidade faz parte da

Região Metropolitana do Recife (RMR) e limita-se ao Norte com a capital

pernambucana e o município de São Lourenço da Mata, ao Sul com o Cabo de

Santo Agostinho, a Leste com o Oceano Atlântico e a Oeste com Moreno.

Jaboatão dos Guararapes é considerado ainda, o segundo maior município de

Pernambuco e, como comprova a sua localização, possui uma estrutura industrial de

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grande importância e destaque, bem como uma infraestrutura de turismo

consolidada. Portanto, logo se percebe a relevância da cidade e o seu destaque

como núcleo de dinamismo econômico no estado de Pernambuco e no

Nordeste.Abaixo foram listados alguns dos dados que fazem do município um

campo frutífero para o desenvolvimento de investimentos e estudos importantes:

População (Censo IBGE – 2010): 644.620

População estimada (2014): 680.943

População urbana (Censo IBGE 2010): 630.595

População rural (Censo IBGE 2010): 14.025

Área da unidade territorial: 258.694 km²

Densidade demográfica: 2.491.82 hab/km²

PIB per capta (2011): R$ 13.042,18

IDHM (2010): 0.717 (5º mais alto de Pernambuco)

Fonte: Condepe/Fidem/Secretaria de Planejamento da Prefeitura de Jaboatão

Fonte: IBGE Cidades (http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/home.php?lang=)

É sabido que as prefeituras são estruturas que se subdividem em secretarias

municipais e executivas, órgãos da administração pública direta e responsáveis pelo

direcionamento específico das atividades de execução das ações do plano de

governo. Portanto, a secretaria que compõe este universo de pesquisa, é a

Secretaria Executiva de Planejamento, Coordenação e Avaliação, mantenedora do

Sistema de Informação e Monitoramento da Ação Governamental (SIMAG).

De acordo com a Lei Complementar n.º 16/2013, publicada no diário oficial do

município em 22 de novembro de 2013 e que dispõe sobre alterações na Lei

Complementar n.º 15/2013, criada para a organização da Estrutura Organizacional

da Administração Direta e Indireta do Município do Jaboatão dos Guararapes, a

Secretaria Executiva de Planejamento, Coordenação e Avaliação (SEPLAV) possui

como competências e atribuições:

a) Promover o alinhamento estratégico da gestão governamental, interagindo com

todas as secretarias municipais e suas secretarias executivas, tendo por base os

instrumentos de gestão do Município;

b) Coordenar, acompanhar e avaliar os Planos de Ação das secretarias;

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46

c) Executar o modelo de monitoramento e avaliação da gestão, com foco em

resultados, identificando avanços, entraves e propondo soluções articuladas com

os demais órgãos municipais;

d) Acompanhar e avaliar as ações de supervisão aos convênios e à captação de

recursos para o Município;

e) Executar outras atribuições correlatas e/ou determinadas pelo Secretário

Municipal.

A Secretaria Executiva de Planejamento, Coordenação e Avaliação (SEPLAV)

dispõe de um total de 29 cargos em comissão, dos quais no mínimo 15 destes, são

exclusivamente destinados ao aprimoramento e manutenção do Sistema de

Informação e Monitoramento da Ação Governamental (SIMAG), através da

prestação de consultorias, atividades de alimentação do sistema e auxílio ao

desempenho das tarefas realizadas nas demais secretarias. Esses números

demonstram a importância das atividades exercidas por estes profissionais,

percebendo que pelo menos metade dos cargos foram destinados ao SIMAG.

A aplicação dos métodos de pesquisa e instrumentos de coleta, bem como a

análise dos dados que foram obtidos, se deu com o intuito de analisara implantação

e o uso de um sistema de informação na integração do processo de planejamento,

acompanhamento e avaliação da ação governamental empreendida pela Prefeitura

Municipal do Jaboatão dos Guararapes.

Para tanto, procurou-se colher informações que possibilitassem o

detalhamento do sistema adotado, compreendendo as suas principais

funcionalidades; a descrição do seu processo de implantação; a verificação do uso

do sistema pelos atores beneficiados com a sua implantação; o mapeamento das

suas vantagens e desvantagens pelo prisma dos principais usuários; a comparação

das principais mudanças ocorridas após a sua implantação; a identificação da

eficácia do SIMAG, por meio das principais mudanças ocorridas com a sua adoção;

e a atuação do profissional de gestão da informação durante o processo de coleta,

tratamento e disseminação das informações do sistema implantado.

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47

4.1 Principais funcionalidades do Sistema de Informação e Monitoramento da

Ação Governamental (SIMAG)

Nos últimos anos tem-se observado um aumento gradativo e bastante

expressivoda participação política e social dos cidadãos nos mais variados meios e

mídias, essa atuação pode ser visualizada principalmente no mundo digital através

das redes sociais, bem como em portais colaborativos.

O advento da internet e, consequentemente, o aumento da participaçãonas

mais variadas mídias sociais, criaram um ambiente onde praticamente todas as

ações de cunho político podem ser realizadas e evidenciadas com o auxílio da

internet. Este novo espaço digital possibilitou o constante contado e discussão entre

os cidadãos e os representantes eleitos para a formação da opinião pública, fazendo

crescer o engajamento e a participação em discussões sobre os negócios públicos.

Essa nova realidade virtual proporcionou ainda, a realização de atividades como:

afiliação a partidos ou movimentos da sociedade civil, manifestações, mobilizações,

interação entre candidatos, intervenção em fóruns eletrônicos e plebiscitos online.

Portanto, a implantação e o usoda ferramenta de planejamento e

gestão,abordada nesta pesquisa, tornou-se fundamental ao desempenho das

atividades daPrefeitura do Jaboatão dos Guararapes, levando em consideração este

cenário altamente dinâmico e participativo, e pode ser considerada como uma

relevante fonte de informações, haja vista que retrata e apresenta com

transparência, o grau de desenvolvimento das ações planejadas para o município.

O Sistema de Informação e Monitoramento da Ação Governamental – SIMAG

é um aplicativo em formato web, com enfoque no acompanhamento e na avaliação

das ações da Prefeitura Municipal do Jaboatão dos Guararapes,apoiado na gestão

das informações em tempo real, para assim, demonstrar ao cidadão, por intermédio

dasmídias digitais e redes sociais, o que de fato está sendo executado e cumprido

pela equipe de governo.

4.1.1 Finalidade e objetivos do sistema

Como bem propõe Chiavenato (2003), os sistemas constituem-se de

elementos que se relacionam e interagem, de maneira dinâmica, para a realização

de uma determinada atividade e o consequente cumprimento de um objetivo. Para o

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autor “os elementos constituem as partes ou órgãos que compõem o sistema e

estão dinamicamente relacionados entre si, mantendo uma constante interação.”

(CHIAVENATO, 2003, p. 417)

Campos Filho (1994) atribui sistemas de informação a uma junção de

informação, recursos humanos, tecnologia da informação e práticas de trabalho,

devidamente estruturados e organizados, de forma a garantir o cumprimento dos

objetivos organizacionais.

Para Laudon e Laudon (2004) as atividades de coleta, processamento e

distribuição de informações realizada por esse conjunto de elementos interligados

que são os sistemas de informação, possuem como objetivo fundamental a tomada

de decisão, bem como a coordenação e o controle de uma organização.

Toda essa ideia de integração e conectividade com fins ao cumprimento de

um objetivo é reforçada pela finalidade basilar do Sistema de Informação e

Monitoramento da Ação Governamental (SIMAG), que é a de integrar todo o

processo de planejamento, acompanhamento e avaliação da ação governamental,

transformando-o em algo mais dinâmico, produtivo e eficiente com o auxílio de uma

ferramenta tecnológica confiável e, especialmenteintuitiva, que facilite o manuseio e

a obtenção das informações necessárias ao processo de decisão.

A composição do SIMAG reforça as ideias defendidas por Chiavenato (2003),

Campos Filho (1994) e Laudon e Laudon (2004) no que se refere a um conjunto

interligado de elementos, desenvolvido com o propósito de atender ao cumprimento

de alguns objetivos, quais sejamo processo de tomada de decisão, a coordenação e

o controle de uma organização.

O Sistema de Informação e Monitoramento da Ação Governamental (SIMAG),

portanto, possui como principais elementos o Planejamento Estratégico, que

permitiu a confecção do Mapa da Estratégia e a criação dos Eixos do

Desenvolvimento, dos Objetivos, Subjetivos e do Plano da Ação Governamental.

Todos os componentes acima citados, foram hierarquicamente estruturados e

relacionados para garantir o cumprimento do objetivo de acompanhamento e

avaliação das ações do governo, assegurando a concretização das ações

planejadas para o município e a satisfação dos cidadãos.

Esta ferramenta foi desenvolvida no ano de 2010, mesmo ano em que se

instalou o novo modelo de gestão do município. Portanto, o SIMAG foi criado pela

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Prefeitura em conjunto com uma empresa parceira do Porto Digital do Recife e, na

ocasião, foi estruturado de acordo com os seguintes objetivos:

Monitorar e avaliar a ação governamental no território;

Otimizar os recursos financeiros para a execução das ações;

Promover uma Gestão Pública transparente, democrática, participativa,

descentralizada e integrada;

Monitorar o desenvolvimento das ações regionalizadas;

Incentivar o planejamento, o monitoramento e a avaliação permanente da Gestão;

Desenvolver mecanismos contínuos de comunicação com a sociedade.

4.1.2 Estrutura do sistema SIMAG

O sistema foi desenvolvido utilizando-se a linguagem de programação Java e

apresenta um Painel que tem por base a plataforma Communis e a tecnologia

Portlet Container. O acesso ao SIMAG se faz por meio de navegadores, tais quais:

Google Chrome 33.0 ou Mozilla Firefox 27.0. Para acessar e utilizar os recursos

fornecidos pelo sistema, o usuário deve informar o seu e-mail (que é seu login) e sua

senha, através do endereçowww.simagjaboatao.com.br.

A etapa inicial para a implantação do Sistema de Informação e Monitoramento

da Ação Governamental (SIMAG) envolveu o Planejamento Estratégico, que foi

desenvolvido por meio da participação dos gestores com base nos denominados

Elementos Indutores do Planejamento, são eles: PPA (Plano Plurianual), LOA (Lei

Orçamentária Anual), Eixos Estratégicos do Desenvolvimento, Objetivos e

Subobjetivos e o Plano da Ação Governamental.

O Planejamento da atual gestão foi realizado no início do ano de 2009 e

atualizado a cada ano. De forma coletiva e compartilhada, os gestores definiram a

missão, visão, os desafios da gestão e as metas globais.

O processo do Planejamento Estratégico fundamentado nos Elementos

Indutores do Planejamento gerou como resultado o Mapa da Estratégia

Governamental, constituído de níveis que foram hierarquicamente estruturados para

a composição do SIMAG. A reunião com os gestores definiu e estruturou os

componentes e níveis do Mapa da Estratégia, os quais assim se distribuem:

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Visão de futuro 2016:ter consolidado, por intermédio de um forte protagonismo

social e político dos cidadãos, expressiva melhoria da qualidade de vida no

município e o sentimento de que isso se deu, dentre outras iniciativas, pela

instalação de um processo de desenvolvimento sustentável (econômico, social e

ambiental) e pela implantação de uma gestão pública regionalizada, integrada,

inovadora, e moderna.

Desafio 2013/2014: consolidar o processo de mudança do município com o

fomento da consciência cidadã, o reforço e o aperfeiçoamento do modelo de

gestão e a melhoria do perfil financeiro municipal (melhor qualidade dos gastos e

incremento da receita).

O mapa da estratégia constitui-se ainda dos eixos que se seguem abaixo:

a) Eixos do Desenvolvimento Estratégico

Compreendem uma entidade macro na estrutura do Modelo de Gestão e tem

por finalidade agrupar os objetivos, os subobjetivos e as ações dentro de uma área

temática lógica, a fim de facilitar o acompanhamento do Plano de Ação.

O Eixo Jaboatão da Igualdade

Este eixo concentra o conjunto das ações para a criação de melhores

oportunidades para todos os cidadãos, principalmente os jovens, ampliando a

empregabilidade e reduzindo as deficiências de qualidade dos serviços públicos. O

Eixo Jaboatão da Igualdade inclui a universalização dos serviços sociais, imprimindo

mudança qualitativa nas ações e se agrega nos seguintes objetivos:

Melhorar a qualidade da educação e universalizar o seu acesso, garantindo

esporte, lazer e cultura;

Expandir e melhorar a saúde pública; e

Promover a cidadania e defender os direitos humanos, fortalecendo o sistema de

proteção social e segurança cidadã.

O Eixo Jaboatão da Competitividade

O eixo estratégico Jaboatão da Competitividade reúne o conjunto das

intervenções que ampliam a capacidade de atração de investimentos para o

Município, este eixo fundamenta-se nos seguintes objetivos:

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Ampliar a capacidade de atração de investimentos no município, articulando o

conjunto de intervenções nas áreas de: logística, transportes, turismo, inovação

tecnológica e desenvolvimento econômico;

Criar melhores oportunidades de trabalho, impulsionando a qualificação

profissional.

O Eixo Jaboatão da Habitabilidade

Este eixo estratégico congrega as intervenções voltadas para melhoria da

qualidade de vida da população e se expressa através dos seguintes objetivos de

desenvolvimento:

Qualificar a infraestrutura para a promoção da habitabilidade, melhorando os

serviços de pavimentação, drenagem, edificações, contenção e ordenamento

territorial;

Garantir a adequada gestão ambiental, o saneamento, a circulação, a mobilidade

urbana e o desenvolvimento rural.

O Eixo Jaboatão da Modernidade

O eixo Jaboatão da Modernidade concentra e organiza o conjunto das

iniciativas e ações que promovem e impulsionam a modernização da administração

pública municipal e a democratização e descentralização da gestão governamental.

Este eixo se expressa no seguinte objetivo:

Promover a modernização da administração pública municipal e a democratização

e descentralização da gestão governamental, buscando sua eficiência, eficácia e

efetividade.

b) Objetivos e Subobjetivos

O nível dos Objetivos tem por finalidade agrupar e relacionar os Subobjetivos

que estejam dentro de um mesmo escopo no Mapa da Estratégia. Portanto, um

Objetivo cadastrado no sistema é composto de um ou mais Subobjetivos.

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c) Nível do Projeto/Atividade

Compreende as ações pertencentes a um Subobjetivo específico e,

consequentemente, a um Objetivo de um determinado Eixo Estratégico do

Desenvolvimento. Este nível pode ser classificado em dois tipos de ações distintas,

a depender da urgência de sua execução e cumprimento:

Ação Prioritária - conjunto de ações que são foco do monitoramento realizado

durante os Ciclos de Monitoramento e Avaliação da Gestão Governamental,

realizado a cada dois meses.

Ação Âncora – conjunto de ações retiradas das Ações Prioritárias que são foco do

monitoramento quinzenal realizado pelo Prefeito e os Secretários responsáveis

pela execução da Ação Âncora.

d) Nível da Subação

Compõe as subdivisões necessárias à execução de um Projeto/Atividade.

Cada Subação é representada por um status, que reflete a situação atual da mesma.

O escopo da entidade Subação também possui informações relativas à

regionalização, visto que neste nível o usuário (Gestor) definirá o local de execução

ou acontecimento dos eventos monitorados.

e) Nível da Tarefa

A relação das Subações exibe as informações de todas as Subações do

Plano, como o planejamento de execução, o acompanhamento real e o responsável,

facilitando a interpretação dos dados e identificando o status real de cada uma das

Subações.

O status de uma Subação ou Tarefa estará sinalizado pelos ícones:

- Caso a data de conclusão prevista da Atividade já tenha passado e estanão tenha

sido concluída;

– Caso a data de conclusão prevista para aquela atividade ainda não tenha chegado;

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– Caso a atividade já tenha sido concluída, mesmo que fora do

planejamento.

f) Outros componentes do sistema

Galeria de Imagens

Nesta área são exibidas imagens em formato de slideshow relacionadas ao

andamento das ações. A galeria pode exibir variados conjuntos de imagens,

catalogadas por data, permitindo a visualização da evolução das ações.

Figura 1: status de uma atividade Fonte: Projeto de Governança Digital da Prefeitura do Jaboatão dos Guararapes, 2010.

Figura 2: galeria de imagens Fonte: Projeto de Governança Digital da Prefeitura do Jaboatão dos Guararapes, 2010.

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Repositório de Dados

Como o próprio nome sugere, o repositório de dados é uma ferramenta criada

para disponibilizar e publicar documentos.Com o auxílio deste aplicativo o usuário

tem a possibilidade de acessar/visualizar/baixar arquivos em diversos formatos

(planilhas, slides de apresentação, anotações, etc.). Com esta ferramenta é possível

que se mantenha um histórico atualizado sobre o desenvolvimento das ações.

Publicador de Problemas

No espaço destinado ao “Publicador de Problemas”, o usuário visualiza uma

tabela, onde cada linha representa um dos problemas relacionados ao projeto em

questão. A tabela compreende também colunas com as informaçõessobre o

problema, a ação corretiva que auxiliará na solução da dificuldade, a data prevista

para a resolução, a pessoa responsável em sanar o problemae o seu status. Com

esta ferramenta o gestor identifica, acompanha e propõe a resolução das

adversidades que estão impedindo o andamento normal da ação, agilizando a

propostadas soluções possíveis.

Figura 3: repositório de dados Fonte: Projeto de Governança Digital da Prefeitura do Jaboatão dos Guararapes, 2010.

Figura 4: painel publicador de problemas Fonte: Projeto de Governança Digital da Prefeitura do Jaboatão dos Guararapes, 2010.

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Publicador de Licitações

Este módulo exibe informações sobre processos licitatórios ligados ao projeto.

O “publicador de licitações” permite que o usuário visualize o objeto da licitação, a

fase e a situação do processo, bem como a empresa vencedora. O

aplicativodisponibiliza ainda, um relatório síntese através de um documento em

formato PDF (PortableDocumentFormat), com informações adicionais sobre o

processo, caso exista a necessidade de consulta.

Publicador de Geolocalização

É uma ferramenta que exibe a localização relativa às ações, ou seja, delimita

a área de abrangência ou atuação do projeto no território do município.

Publicador de Encaminhamentos

Nesta área encontram-se encaminhamentos oriundos das reuniões de

monitoramento realizadas com o prefeito. São ações pactuadas entre os gestores,

com responsáveis definidos e prazos definidos. O “publicador de encaminhamentos”

Figura 5: publicador de licitações Fonte: Projeto de Governança Digital da Prefeitura do Jaboatão dos Guararapes, 2010.

Figura 6: publicador de geolocalização Fonte: Projeto de Governança Digital da Prefeitura do Jaboatão dos Guararapes, 2010.

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ainda alerta quanto ao status do encaminhamento e possibilita aos usuários

realizarem comentários pertinentes a sua situação, promovendo a integração entre

os responsáveis e o trabalho coletivo.

4.1.3 Dinâmica de Monitoramento do SIMAG

O SIMAG permite que se construa uma dinâmica de monitoramento bastante

diversificada que, pode ocorrer em três níveis da gestão:

a) No âmbito dos Colegiados de Gestão:

Os Colegiados de Gestão das Secretarias são instâncias formadas pelos

gestores das Secretarias com diferentes níveis hierárquicos e que se dividem em:

Colegiado de Gestão Estratégica do Governo – formado pelo Prefeito, Vice Prefeito,

Secretários Municipais e Executivos e assessores especiais (a reunião a cada 2

meses);

Colegiado de Gestão das Secretarias – formado pelo Secretário Municipal e

Secretário Executivo, assessores e gerentes (reunião semanal)

Colegiado de Gestão Ampliada das Secretarias- formado pelos descritos acima

incluindo os coordenadores e chefes de núcleos (reunião a cada 2 meses).

b) No âmbito das Salas de Situação:

As Salas de Situaçãoatendem à demanda dos Secretários, no sentido de

agilizar o andamento de ações proporcionando um nível de resolutividade imediata

dos problemas relacionados a uma temática específica.

Figura 7: publicador de encaminhamentos Fonte: Projeto de Governança Digital da Prefeitura do Jaboatão dos Guararapes, 2010.

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c) No âmbito dos Ciclos de Monitoramento e Avaliação da Ação

Governamental a dinâmica inclui três fases que serão destrinchadas a

seguir:

FASE I - ATÉ 15 DIAS ANTES DO CICLO DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

FASE II – ATÉ 5 DIAS ÚTEIS ANTES DA REUNIÃO DE MONITORAMENTO

Realização da Reunião de Consolidação com a participação dos Secretários,

gerentes e consultores da SEPLAG nas Secretarias para:

Validação das informações coletadas no bimestre;

Preparação de Relatório de Monitoramento;

Chancela conjunta do relatório.

FASE III - REALIZAÇÃO DO CICLO DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DA

AÇÃO GOVERNAMENTAL

Realização da reunião com a participação do Prefeito, Vice Prefeito,

Secretários Municipais e Executivos e assessores especiais, com duração de 4

horas para cada um dos Eixos do Desenvolvimento, perfazendo um total de 16

horas.

Em cada Ciclo de Monitoramento é feito um levantamento do estágio de

realização das ações prioritárias referentes ao período de acompanhamento. A ideia

é que a cada Ciclo as ações tenham avançado (no sentido da realização e do

alcance das metas previstas) e que apresente resultados melhores do que no Ciclo

anterior.

Secretários Equipes técnicas das

Secretarias Equipe de consultores da

SEPLAG

Acompanham

Executa e monitora as metas e ações lançadas no SIMAG

Auxilia o lançamento dos dados no SIMAG

Atuam na resolução de impasses

Acompanha presencialmente

Exercem a liderança Ajuda a resolver impasses

Tabela 2: Fase I - Ciclos de Monitoramento e Avaliação Fonte: Projeto de Governança Digital da Prefeitura do Jaboatão dos Guararapes, 2010.

Page 58: IMPLANTAÇÃO E USO DE UM SISTEMA DE ......utilização de Sistemas de Informação no apoio à tomada de decisões na contemporaneidade. Devido ao contexto atual, o principal intuito

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Dessa forma, as ações são acompanhadas nos Ciclos de Monitoramento e

Avaliação com o uso de metas, indicadores, imagens, gráficos, painel de entraves

etc., onde todas as informações são extraídas do SIMAG.

Alguns ícones identificam as Ações, de acordo com as seguintes

características:

Ação Prioritária -

Ação Âncora -

Ação do Programa Prefeito Amigo da Criança -

Ação em Dia -

Ação em Andamento -

Ação Atrasada -

Ação com Encaminhamento –

4.1.4 Encaminhamentos

O resultado de cada Ciclo de Monitoramento e Avaliação, bem como dos

despachos semanais com o Prefeito, são os Encaminhamentos, que se trata de uma

lista de providências a serem tomadas para solucionar os problemas identificados

durante o monitoramento. Cada Encaminhamento é identificado por um número, um

responsável, um prazo de conclusão para resolver a pendência, bem como da

identificação de possíveis parceiros. Nas reuniões com o Prefeito todos os

encaminhamentos com prazos vencidos são analisados e podem tanto gerar novos

encaminhamentos, como ser classificado como concluído. Em 2011 foram gerados

mais de 500 encaminhamentos. Os encaminhamentos também podem ser

acompanhados através do SIMAG, online.

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4.2 Descrição do Processo de Implantação do SIMAG

É sabido que um sistema de informação deve ser devidamente planejado e

desenvolvido conforme as necessidades e objetivos da organização na qual venha a

ser implantado e utilizado. Este planejamento requer grande atenção por parte da

equipe gestora e determinará a eficácia ou a falha do sistema adotado.

Um planejamento bem elaborado, focado nas características e objetivos

organizacionais, no perfil dos usuários e nas necessidades apresentadas por estes,

visando o aprimoramento das atividades desenvolvidas e a resolução das

dificuldades, minimizam a possibilidade da implantação de um sistema ineficaz, ao

mesmo passo que, a negligência com esta fundamental etapa, pode acarretar

extensos prejuízos.

Portanto, torna-se evidente a importância exercida pela etapa de

planejamento durante o processo de implantação de um sistema informacional.

Como afirma Moresi (2000, p. 22) “[...] a cadeia de valor do sistema será uma

consequência natural do planejamento realizado.” Para Moresi (2000) o

planejamento e o desenvolvimento de um sistema de informação devem ser

resultantes de uma análise profunda do contexto organizacional e que possibilite

uma visão prévia das dimensões: estratégica, organizacional, econômica e de

capacitação da organização.

Ao tomar como base a análise do Projeto de Governança da Prefeitura do

Jaboatão, bem como as informações prestadas pelos entrevistados que trabalham

diretamente com o SIMAG, ficou evidente que as dimensões defendidas por Moresi

Tabela 3: exemplo de um encaminhamento do prefeito Fonte: Projeto de Governança Digital da Prefeitura do Jaboatão dos Guararapes, 2010.

SECRETARIA DE PLANEJAMENTO, GESTÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO REUNIÃO DE MONITORAMENTO DO PREFEITO - 29/09/2013

ACOMPANHAMENTO DE ENCAMINHAMENTOS Inicio: 09h:10m Término:13h:15m

PARTICIPANTES: xxxxxx, xxxxxx, xxxxxx e xxxxxx.

Nº Ação Eixo Encaminhamento Prazo Responsável Parceiro

533 Binário H Binário: providenciar, com urgência a retirada da casa

30/10 xxxxxx SEAJUR

534 Binário H Solicitar a Compesa a retirada do distribuidor na R. Emiliano Ribeiro

15/10 xxxxxx COMPESA

535 Rua H Manuel Carneiro: concluir iluminação do trecho a ser inaugurado

30/10 xxxxxx CELPE

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(2000) foram devidamente aplicadas ao processo de planejamento e implantação do

sistema.

A dimensão estratégica verifica-se a partir do momento em que a prefeitura,

tendo consciência da necessidade da implantação de um sistema de informação,

passa a dimensionar os ganhos que seriam proporcionados ao município com a

implantação do SIMAG, trazendo maior visibilidade e impactos positivos no que se

refere a participação dos cidadãos e a satisfação destes, possibilitando à cidade

maior evidência na competitividade com outros municípios da região nordeste.

No que concerne à dimensão organizacional defendida por Moresi (2000), as

necessidades de informação foram bem organizadas e estruturadas tendo como

base o Planejamento Estratégico do município, fundamentado nos Elementos

Indutores do Planejamento, bem como na geração do Mapa da Estratégia, contendo

os Eixos do Desenvolvimento, Objetivos, Subobjetivos e o Plano da Ação

Governamental. A estruturação hierarquizada dos componentes citados, permitiriam

o atendimento das demandas do município.

A dimensão econômica também foi devidamente atendida, haja vista que um

dos principais intuitos da adoção do SIMAG, foi o de assegurar a utilização

adequada e efetiva dos recursos financeiros para a execução das ações do

município, bem como garantir melhor produtividade e cumprimento das ações

propostas no planejamento estratégico, evitando prejuízos à população e ao

município.

A dimensão de capacitação da organização defendida por Moresi (2000)

exigiu um largo esforço por parte da equipe gestora do projeto, tanto na capacitação

dos Agentes de Planejamento (representante de cada secretaria) quanto na

capacitação dos demais funcionários e servidores. A capacitação da organização foi

um grande desafio enfrentado na implantação do SIMAG, tendo em vista que a

prefeitura encontrava-se numa situação de desamparo em consequência da gestão

anterior.

Durante as entrevistas realizadas com os profissionais que trabalham na

Secretaria Executiva de Planejamento, Coordenação e Avaliação (SEPLAV), com

atividades exclusivamente ligadas ao SIMAG indagou-se como transcorreu o

processo de implantação do sistema no município, ou seja, de onde surgiu a

necessidade de utilizá-lo (sua origem), por quais motivos a nova gestão decidiu

adotá-lo, quais foram as etapas de sua implementação, dentre outras questões.

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Em entrevista realizada com a gerente responsável pelo SIMAG, foi informado

que, em meados do ano de 2009, os gestores responsáveispelo atual governo

reuniram-se com o intuito de elaborar e definir o que seria o planejamento

estratégico da nova gestão. O processo de implantação do sistema surgiu,

inicialmente, da necessidade verificada pelos gestores em acompanhar, monitorar e

avaliar as ações do planejamento estratégico.

De acordocom agerente, na época ficou evidente que,a necessidade da

utilização de um sistema de informação que auxiliasse no controle e

acompanhamento dasações do governo se deu em virtude de duas premissas

básicas:

O município do Jaboatão dos Guararapes enfrentava uma grande defasagem no

que tange à falta de tecnologias e ferramentas que possibilitassem o acesso

rápido as informações necessárias à tomada de decisão e ao controle do

cumprimento das ações realizadas pela prefeitura;

Além do ponto acima citado, seria necessário ainda,lidar com adificuldade

existente tanto por parte de empresas privadas quanto de órgãos públicos, de

uma maneira geral, em cumprir com todas as metas comumente estipuladas em

seu planejamento estratégico, essa situação de não cumprimento por diversos

outros fatores, poderia se agravar ainda mais, se não fossemrealizados

investimentos em tecnologias que permitissemum controle mais efetivo do

cumprimento das ações planejadas.

Portanto, diante da realidade de retrocesso encontrada no município atrelada

à possibilidade de estagnação ainda maior, caso não fosse tomada uma medida

apropriada, os gestores decidiram então, buscar tecnologias que resgatassem o

município daquela situação e alavancassem o progresso.

No entanto,um dosconsultores do sistema afirmou em sua entrevista que, a

falta de ferramentas que auxiliassem no acompanhamento das ações, não ocorria

somente devido à falta de recursos, mas sim pelo fato de que, culturalmente falando,

não existia por parte dos profissionais da época, familiaridade com estas tecnologias

de gestão. De acordo com o consultor “antes da implantação do SIMAG, os

relatórios mais complexos que eram disponibilizados ao prefeito, se apresentavam

no formato Excel e demandavam grande esforço para a reunião das informações

necessárias.”

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Diante deste cenário e tomando como partida os dois pressupostos citados

pela gerente, a gestão percebeu então, que a adoção de um sistema de informação

seria indispensável para assegurar o controle e o acompanhamento da execução

das ações programadas no planejamento estratégico.

Como já foi discutido anteriormente, o processo de implantação do SIMAG

teve início com a reunião dos gestores para a definição do planejamento estratégico,

baseado nos chamados Elementos Indutores do Planejamento, são eles: PPA, LOA,

Eixos Estratégicos do Desenvolvimento, Objetivos e Subobjetivos e o Plano de Ação

Governamental.

Estes elementos deram origem ao Mapa da Estratégia Governamental,

hierarquicamente distribuído em níveis para a criação da base do sistema. Após a

definição do Planejamento Estratégico e, consequentemente, do Mapa da

Estratégia, veio a etapa de decisão a respeito dos conteúdos que iriam compor o

sistema.

De acordo com a gerente a etapa de definição dos conteúdos do SIMAG foi

uma ação que exigiu um permanente diálogo entre as equipes da empresa

responsável pelo desenvolvimento do software e da prefeitura, para garantir que a

construção do sistema atendesse às necessidades e especificidades de Jaboatão.

Os gestores deixaram claro para as equipes de software que o foco no

desenvolvimento do sistema deveria atender com rigidez aos seguintes aspectos:

a) Adequação do sistema ao novo modelo de gestão;

b) Hierarquização e definição dos eixos estratégicos;

c) Levantamento de informação de qualidade;

d) Atualização do Diagnóstico das Regionais;

e) Definição de metas e produtos, baseadas em indicadores;

f) Alinhamento estratégico com as demais metas assumidas pela gestão.

Durante o processo de desenvolvimento do software, o papel da SEPLAV,

secretaria responsável pela implantação do SIMAG, foi o de garantir e contribuir com

o constante aprimoramento da ferramenta, principalmente no que concerne à

definição das suas estruturas e funcionalidades, para assim, operar com toda a sua

potencialidade e de acordo com uma lógica metodológica específica e que

atendesse as necessidades do município. A secretaria trabalhou investindo e

evidenciando as ações de:

a) Capacitação dos Agentes de Planejamento (representante de cada Secretaria);

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b) Qualificação da informação;

c) Desenvolvimento do trabalho em equipe;

d) Construção de diálogo permanente com as Secretarias;

e) Suporte técnico e operacional às Secretarias (treinamentos e consultorias);

f) Realização de pesquisa de opinião junto aos Secretários sobre o uso do SIMAG

enquanto ferramenta de gestão.

A constante comunicação entre a prefeitura e as equipes de desenvolvimento

do software, possibilitaram a construção de um sistema que atende às necessidades

de informação apresentadas pela prefeitura. O resultado obtido revela então a

importância dos papéis desempenhados pelas partes envolvidas neste processo.

Para a gerente uma empresa que solicita o desenvolvimento de um sistema

dessa magnitude deve ter a consciência de que as responsabilidades não se recaem

apenas sobre os desenvolvedores, mas principalmente sobre o órgão ou a empresa

que o utilizará. É primordial compreender a necessidade e a urgência das atividades

de capacitação, treinamentos e consultorias na tentativa de minimizar os impactos

gerados pela mudança.

4.3 Utilização do Sistema pelos principais atores beneficiados

No que concerne aos principais usuários beneficiados com a implantação do

SIMAG foi interrogado aos profissionais da SEPLAV (Secretaria Executiva de

Planejamento, Coordenação e Avaliação), quem eram esses usuários (quais os

cargos ocupados), quais tinham sido as impressões e reações desses profissionais

na fase inicial da implementação do sistema, bem como os níveis de aceitação e

satisfação atingidos com o seu uso.

De acordo com as informações prestadas pela gerente, pelo consultor e

conforme verificado também no Projeto de Governança Digital da Prefeitura, os

Gestores Municipais, constituem-se como beneficiários diretos deste Sistema, sendo

a população jaboatonense seu beneficiário indireto. Os Gestores Municipais incluem

o Prefeito, os Secretários Municipais e Executivos, Gerentes, Coordenadores e

Chefes de Núcleo, que por meio dos recursos oferecidos pelo sistema, efetivam o

cumprimento das ações de governo e beneficiam a população. Existe ainda, por

parte da prefeitura, o projeto de ampliar a utilização do sistema para a comunidade,

para que esta possa, juntamente com os gestores municipais, acompanhar a

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execução das ações e cobrar o que ainda não foi devidamente cumprido pela

gestão.

No que tange às impressões inaugurais à implantação do sistema, foi

informado durante as entrevistas, tanto da gerente quanto do consultor que,

inicialmente, ocorreu por parte das pessoas, certa resistência à utilização da

ferramenta. No entanto, o fato pode ser justificado pela estagnação vivenciada pelo

município no que se refere à falta de conhecimentos e utilização de ferramentas

tecnológicas durante a antiga gestão.

Ou seja, os indivíduos envolvidos no processo emergiam de uma cultura

organizacional completamente avessa à tecnologia e de uma realidade mais

apegada as atividades e relatórios mais manuais e que demandavam maior tempo.

Portanto, isso explica a resistência encontrada, haja vista que a prefeitura suportou

em média 30 anosde paralisação, sem o auxílio de tecnologias que viabilizassem um

melhor cumprimento e monitoramento das ações de governo.

Contudo, com o passar dos anos, essa resistência foi perdendo o foco,

principalmente quando os profissionais passaram a observar na prática, todos os

benefícios propiciados pelo SIMAG. Logo, o nível de aceitação e satisfação dos

usuários foi crescendo e hoje, segundo informações dos entrevistados, a maioria

das secretarias trabalha alimentando o sistema sem a necessidade de auxílio da

equipe técnica de consultores.

O consultor informou ainda que houve um aumento expressivo de aceitação e

utilização dos recursos do SIMAG, observado entre os anos de 2013 e 2014. É

evidente que, para se chegar ao atual cenário de satisfação e usufruto da

ferramenta, foram realizadas várias capacitações e visitas técnicas as secretarias

com o intuito de aperfeiçoar e conscientizar os profissionais da importância e

facilidade da utilização do sistema.

Segundo a gerente, algumas secretarias ainda dependem dos profissionais

encarregados de realizar a alimentação do SIMAG com as informações necessárias

ao acompanhamento dos projetos, outras, apesar de alimentarem, realizam esta

atividade com o auxílio de um profissional técnico. Contudo, segundo o que foi

informado nas entrevistas, grande parte das secretarias executa a alimentação por

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conta própria e, só recebe as visitas técnicas periodicamente, quando existe a

necessidade de treinamento em virtude de alguma atualização do sistema.

O consultor técnico afirmou ainda que, em seus treinamentos e consultorias,

permite que os usuários sintam-se a vontade para utilizar o sistema, acreditando que

o uso despretensioso é uma das forma de fazer com que grande parte das pessoas

conheçame se inteirem gradativamente da maneira mais correta de utilizá-lo e

alimentá-lo. Isso contribui significativamente com o aumento do nível aceitação e

satisfação dos recursos do sistema, sem contar com os treinamentos e capacitações

que são constantemente realizados.

4.4 Vantagens e Desvantagens do SIMAG

De acordo com agerente, quantificar as vantagens proporcionadas pela

implantação do sistema tornou-se algo extremamente fácil e perceptível diante da

nova realidade administrativa vivenciada pelo município. Dentre as principais

vantagens citadas, o que mais se destacou durante as entrevistas foram os

benefícios alcançados com a integração das informações, bem como a facilidade e a

flexibilidade em consultar o sistema e confeccionar os relatórios fundamentais a

tomada de decisão.

Segundo a gerente, conseguir as informações necessárias à prática dos

trabalhos rotineiros, assim como para a construção de relatórios mais complexos

tornou-se uma atividade simples, tendo em vista que as mais variadas informações

relativas a todas as secretarias, podem ser facilmente encontradas e consultadas no

sistemapor seus usuários. Já para o consultor, uma das características mais

interessantes, oferecida pela integração das informações, foi o desenvolvimento e o

aprimoramento do trabalho em equipe que se tornou mais presente nos últimos anos

da gestão.

Ou seja, com a implantação do SIMAG, os profissionais assumiram uma

postura mais participativa e coletiva, passando a desempenhar melhor as suas

atividades individuais e das secretarias em que trabalham, bem como auxiliando e

participando das ações desenvolvidas pelas demais secretarias.

Outro ponto citado durante a entrevista com a gerente, diz respeito à garantia

da aplicação eficaz dos recursos do município. Neste caso, pode-se considerar

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66

como sendo um dos principais objetivos da gestão concretizados com a adoçãodo

sistema, o correto acompanhamento e monitoramento da utilização dos recursos

municipais, asseverando que estes sejam devidamente aplicados nos locais

apropriados. Durante as entrevistas foram relatadas uma série de outras vantagens,

dentre as quais se destacam:

Identificação dos principais entraves e gargalos no fluxo de execução das ações,

melhorando a agilidade da ação governamental;

Definição de foco estratégico, permitindo uma maior objetividade na execução das

ações;

Ações planejadas, com definição de metas e indicadores que são conhecidos e

perseguidos por toda a gestão;

Incremento significativo na velocidade de conclusão dos processos burocráticos,

oportunizando maior agilidade da máquina administrativa;

Aumento da capacidade de resolução de problemas decorrentes da falta de

integração;

Aceleração significativa dos processos de tomada de decisões;

Considerável avanço na racionalização da aplicação dos recursos públicos;

Aumento da capacidade de integração do processo de acompanhamento,

tornando-o mais dinâmico e eficiente.

As vantagens verificadas com o auxílio das informações prestadas pelos

profissionais que trabalham com o Sistema de Informação e Monitoramento da Ação

Governamental (SIMAG), reafirmam de maneira categórica os benefícios

proporcionados pela implantação de um sistema de informação defendidos por

Oliveira (2002). Dentre os benefícios apresentados pela obra de Oliveira (2002),

tornaram-se mais latentes com a implantação do SIMAG:

A redução de custos das operações, uma vez que se verificou grande avanço da

racionalização da aplicação dos recursos públicos;

Melhoria no acesso às informações, propiciando relatórios mais precisos, rápidos

e com menor esforço, pois segundo os entrevistados, as informações podem ser

facilmente acessadas, facilitando o desempenho das atividades e a tomada de

decisão;

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Melhoria da produtividade com um maior controle e cumprimento das ações e

projetos;

Melhoria dos serviços realizados, tendo em vista o significativo aumento da

velocidade de conclusão dos processos burocráticos;

Melhoria na tomada de decisão, por meio do fornecimento de informações mais

rápidas e precisas e em virtude do grau de integração entre as equipes e

secretarias;

Estímulo de maior interação entre os tomadores de decisão, haja vista que uma

determinada secretaria pode interagir e auxiliar no trabalho realizado pelas

demais;

Melhoria na estrutura organizacional, por facilitar o fluxo de informações;

Redução do grau de concentração da decisão com o surgimento de secretarias

mais participativas e o desenvolvimento de equipes que desempenham atividades

coletivas;

Redução da mão-de-obra burocrática, contribuindo para a construção de uma

máquina administrativa mais ágil e dinâmica.

A entrevista realizada com a funcionária que ocupa o cargo de assistente

técnico, dando suporte ao consultor da área jurídica no setor de indenização e

desapropriação de imóveis, também deixou evidente o quão importante tornou-se o

SIMAG na execução das atividades realizadas em sua secretaria. A profissional

afirmou que o seu trabalho teve uma melhora expressiva com a implantação do

sistema e confessou estar bem satisfeita com os resultados obtidos até o momento.

Segundo a funcionária, além de estar tendo a oportunidade de exercer uma função

em sua área de atuação, aprimorando os seus conhecimentos e ajudando no

desenvolvimento de seu setor, tem tido a oportunidade de trabalhar com uma

ferramenta que facilita a interação entre os funcionários e as mais diversas

secretarias.

A assistente afirmou ainda, que encara como maior benefício do sistema a

possibilidade que este permite de alimentar uma planilha online, onde diversas

pessoas podem ter acesso para realizar a inclusão ou consulta de informações, sem

que haja a necessidade de deslocamento aos setores na intenção de colher as

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informações necessárias ao desempenho das atividades. Esta planilha online,

favorece a integração dos setores e facilita a execução das tarefas.

A entrevistada que o ocupa o cargo de assistente também informou que se

sente extremamente segura em utilizar as informações disponíveis no SIMAG, haja

vista que o sistema é o mais atualizado de toda a prefeitura, sendo semanalmente

alimentado com informações precisas e atuais. Segundo ela, o seu setor realiza

atualizações diárias. A assistente defendeu ainda, que todos os projetos e ações da

prefeitura podem ser facilmente encontrados no SIMAG e que, além de integrar os

setores e secretarias e facilitar o cumprimento das suas atividades, possibilitam

ainda, a diminuição do fluxo de pessoas na secretaria.

Diante das vantagens citadas, percebe-se o quão primordial tornou-se o

SIMAG na execução das ações do município. A sua implantação contribuiu

fortemente com a construção de um município inovador e moderno, principalmente

no que se relaciona à agilidade da concretização dos processos burocráticos.

Portanto, o novo panorama possibilitou em certos aspectos, a desmistificação da

ideia de que os órgãos públicos são plenamente morosos e burocráticos. No

entanto, apesar dos ganhos proporcionados pelo sistema, é preciso que se

mantenha a consciência de que muitos fatores ainda necessitam de reparos e

aprimoramentos.

No que tange às desvantagens da utilização do SIMAG, os pontos mais

discutidos giram em tornoda resistência à utilização de ferramentas tecnológicas por

parte de alguns usuários, da falta de infraestrutura do município e, em alguns casos,

da morosidade no desempenho das atividades, ocasionada pela obrigatoriedade do

cumprimento das leis e etapas de licitação requeridas no desenvolvimento das

ações de governo.

Como já foi discutido em um dos tópicos anteriores, a resistência à mudanças

foi considerada como sendo um dos bloqueios que podem comprometer a eficiência

plena dos recursos oferecidos pelo sistema. Apesar de estas objeções terem sofrido

uma queda expressiva nos dois últimos anos e de grande parte dos profissionais

aderirem a esta nova realidade tecnológica, ainda assim, existem indivíduos

renitentes ao usufruto destas ferramentas.

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Mesmo que este quantitativo de repulsas tenha sido reduzido em relação à

situação inicialda implantação do SIMAG, de acordo com a gerente e o consultor,

continua sendo fundamental que se canalizem ainda mais incentivos e investimentos

na tentativa de amenizar cada vez mais a quantidade de pessoas resistentes, para

que assim, não haja a exclusão destes profissionais, gerando dificuldades e atrasos

no cumprimento das atividades. Outro ponto a ser considerado relaciona-se à

importância do constante treinamento e acompanhamento destes indivíduos, na

tentativade evitar que estes, em virtude da falta de conhecimentos, utilizem e

alimentem inadequadamente o sistema, gerando informações equivocadase que

prejudiquem o processo de decisão e de realização das atividades.

As outras desvantagens citadas pelos entrevistados podem não estar

diretamente ligadas ao SIMAG, mas segundo eles, devem ser consideradas, uma

vez que limitam a sua capacidade de desempenho. Uma delas está relacionada à

rede de internet da prefeitura que, em muitos casos, chega a comprometer a

performance do sistema, impossibilitando a prática de algumas atividades permitidas

pela ferramenta. Contudo, o consultor ressalta que essa limitação está muito mais

ligada à falta de infraestrutura por parte da prefeitura do que relacionada ao SIMAG.

Outro obstáculo que merece destaque nesta discussão, refere-se à forma de

gerir da máquina pública, onde se observa que, o desenvolvimento e a efetivação

das ações de governo exigem o cumprimento obrigatório de rígidas leis, bem como a

aprovação de licitações. Esse processo, em muitos casos, é moroso e pode gerar

tanto concessões quanto indeferimentos a serem recorridos, o que demanda ainda

mais tempo e se torna vagaroso.

Verifica-se, portanto, uma realidade enrijecida e não condizente com a

velocidade e a flexibilidade de resolução proporcionada por um sistema

informacional. Ou seja, de um lado observa-se o alto desempenho e agilidade de

umaferramenta tecnológica e, em contrapartida, verifica-sedo outro lado a vagareza

do sistema público.Para a gerente, “é evidente que as leis devem ser devidamente

obedecidas, no entanto, isto não deve impedir o cumprimento das ações.”

Outro fator observado em entrevista realizadana Secretaria Executiva de

Formação e Gestão de Pessoas com a coordenadorade cadastro e movimentação

de pessoas e que pode ser considerado como uma das desvantagens para a

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alimentação do sistema, diz respeito aum certo desconforto demonstrado pela

profissional em repassar ao consultor as informações referentes às atividades

realizadas pela secretaria.Esse fato ocorreu em um dos locais que ainda necessitam

de um profissional técnico que realize a alimentação do sistema, sugerindo a

necessidade do aumento da conscientização sobre a importância da atividade de

alimentação, bem como de capacitação dos profissionais envolvidos.

A seguir verifica-se uma tabela que lista as principais vantagens e

desvantagens apresentadas pelo Sistema de Informação e Monitoramento da Ação

Governamental (SIMAG), tendo como base as opiniões expressas pelos

entrevistados da pesquisa.

VANTAGENS DESVANTAGENS

Identificação dos principais entraves

Resistência à utilização de ferramentas tecnológicas

Maior objetividade Falta de infraestrutura por parte do município

Definição de metas e indicadores conhecidos por toda gestão

Vagareza no cumprimento de leis e etapas licitatórias

Velocidade na conclusão de processos burocráticos

Falta de conhecimento ou conscientização no que diz respeito à importância do sistema

Racionalização da aplicação dos recursos públicos

Falta de capacitação dos consultores técnicos

Aceleração do processo decisório

Aumento da capacidade de integração

Tabela 4: vantagens e desvantagens do SIMAG

4.5 Principais Mudanças (Cenário de Antes X Cenário Atual)

Como já foi frisado, o município do Jaboatão dos Guararapes vivenciou um

período de plena estagnação que perdurou em média 30 anos, devido à falta de

profissionais capacitados e tecnologias de gestão que permitissem um

acompanhamento e controle efetivos das ações realizadas pelo governo.

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Antes da implantação do sistema alvo desta pesquisa, imperava na prefeitura

uma cultura completamente contrária à mudança e àadoção de ferramentas

tecnológicas que facilitassem e aprimorassem o desenvolvimento e avanço dos

projetos, este cenário obsoleto impossibilitava o correto cumprimento das ações e

gerava um consequente retrocesso.

De acordo com a gerente, no início da atual gestão, os servidores temiam

inclusive o uso de computadores e, em alguns casos, relutavam e permaneciam

desempenhando as suas atividades manualmente, mesmo que estas demandassem

maior tempo e esforço. Ou seja, o instinto natural, presente nos seres humanos, que

teme e repudia a mudança estava fortemente atrelado à uma cultura ainda imersa

na retrocessão e no atraso.

Este cenário, portanto, impedia a evolução e a melhoria dos serviços

prestados à população e necessitava urgentemente de uma modificação. Durante

esse processo de mudança foi primordial o investimento feito em capacitações no

intuito de conscientizar os profissionais sobre a importância da utilização da

tecnologia no auxílio ao desenvolvimento das atividades, gerando progresso e

inovação.

No entanto, apesar do contexto turbulento enfrentado inicialmente, tem-se

observado na atualidade uma relevante mudança cultural, tanto por parte da equipe

de gestores municipais quanto por parte dos cidadãos jaboatonenses.

No que diz respeito à equipe de gestores municipais tem-se verificado um

número relevante e expressivo de projetos que foram implantados no SIMAG e são

monitorados através deste. Atualmente registram-se na ordem de 80% dos projetos

de todos os Órgãos da Prefeitura contra 0%, constatado antes da utilização desta

ferramenta. Este fato, por si só, consolida a transformação cultural dos gestores

municipais, agora empenhados em valorizar o planejamento dos seus projetos e

exercer o monitoramento das atividades para a concretização das suas ações,

respeitando as metas previamente estabelecidas no plano de governo.

Ainda, a participação dos cidadãos no acompanhamento das ações tem

gerado uma maior visibilidade para esses Órgãos, contribuindo para a indução de

uma gestão e prestação dos serviços públicos com maior qualidade e efetividade,

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gerando um consequente reconhecimento e respeito por parte da sociedade usuária

desses serviços.

O impacto cultural em relação ao cidadão tem-se registrado através do

conhecimento prévio, constatado na população, referente ao que está sendo

“pensado e planejado” para o seu município, dando-lhe o poder de avaliar mais

objetivamente, os esforços alocados pela Prefeitura;do conhecimentodas ações

associando-as aos eixos determinados no Planejamento das Ações Estratégicas

(Igualdade, Habitabilidade, Competitividade e Modernidade); da participação e

“vigilância” no uso e aplicação dos recursos públicos,reconhecendo os benefícios

destes; da utilização de maneira intensiva dos diferentes meios digitais, em especial

as redes sociais, cobrando e acompanhando o desenvolvimento das ações

planejadas, contribuindo, elogiando e criticando de forma colaborativa e participativa,

isto é, exercendo o conceito de consciência cidadã.

Portanto, o que tem se averiguado neste contexto contemporâneo é que, o

planejamento das ações estratégicas da Gestão Municipal atrelado à uma

ferramenta informatizada, contribuiu positivamente na implantação e fortalecimento

da cultura da gestão com transparência,possibilitando o acesso à informações em

tempo real. Este fatotem se apresentado como um forte aliado no enfrentamento dos

desafios previamente estabelecidospor esta gestão, de elevar a consciência cidadã,

do aperfeiçoamento do modelo de gestão pública com a melhoria do emprego do

recurso público e da melhoria da qualidade dos gastos e incremento da receita. A

sistematização informatizada da governança dos recursos públicos e das ações

planejadas, de forma integrada, impacta diretamente na imagem de uma prefeitura

moderna, inovadora e transparente.

A tabela a seguir ilustra em suma, o cenário vivenciado pela Prefeitura

Municipal do Jaboatão dos Guararapes antes e depois da implantação do Sistema

de Informação e Monitoramento da Ação Governamental (SIMAG), tomando como

base as entrevistas realizadas com os profissionais que acompanharam esse

processo.

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CENÁRIO ANTERIOR CENÁRIO ATUAL

Estagnação do município Avanço no desenvolvimento e cumprimento das ações

Falta de profissionais capacitados e tecnologias de gestão

Profissionais mais engajados

Cultura contrária à mudança e adoção de tecnologias

Mudança cultural (Gestores Municipais e População)

Atividades sendo desempenhadas manualmente, demandando maior tempo e esforço

A sistematização informatizada da governança dos recursos públicos e das ações planejadas

Falta de integração e trabalho coletivo Gestão integrada

Tabela 5: cenário anterior X cenário atual a implantação do SIMAG

4.6 Comprovação da eficácia do SIMAG

Diante dos inúmeros benefícios assegurados pela implantação deste sistema,

pode-se afirmar que o SIMAG é uma importante ferramenta para que o Governo

Municipal concretize a sua função essencial que é de atuar como um animador e

articulador da sociedade, constituindo redes de atores e agentes públicos, por

meio da construção de um sistema institucional moderno, mas exercido com normas

e papéis compartilhados, fundamentados na confiança e respeito e com uma

distribuição acordada de responsabilidades.

Além disso, pode-se afirmar que o SIMAG é uma ferramenta com grande

capacidade de ser replicável em outros municípios, tendo em vista que a sua

plataforma esta estruturada a partir da aquisição do software, podendo ser adaptado

a qualquer perfil de gestão pública.

Por se tratar de uma ferramenta intuitiva e de grande capacidade de

adaptação às condições específicas de cada gestão, a sustentabilidade é um

requisito perfeitamente atendido, pois a utilização da ferramenta por parte dos

gestores garante a perpetuação de seus benefícios ao longo do tempo.

Atualmente, o SIMAG é considerado pelos gestores como uma ferramenta

que faz parte da rotina de trabalho de todas as Secretarias. Por isso, entende-se que

a função da SEPLAV é a de promover a utilização da ferramenta para a geração de

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informações com qualidade, de maneira a possibilitar que a Missão e o Desafio da

Gestão sejam alcançados. Para que isto aconteça, os usuários do SIMAG contam

com o apoio e orientação da Equipe de Consultores (um consultor para cada

Objetivo) que interage com as Secretarias, tendo por finalidade assessorar a

alimentação do SIMAG.

4.7 Atuação do Profissional de Gestão da Informação

Como já foi discutido e evidenciado ao longo deste trabalho, os últimos anos

foram caracterizados pelo aumento expressivo da participação dos cidadãos nas

questões relacionadas às decisões políticas e sociais. Este novo cenário acarreta

um grande desafio, tanto para a administração pública, de maneira geral, quanto

para os profissionais da informação que atuam nessas áreas.

Além de lidar com as variáveis do acúmulo de dados, com a morosidade da

forma de gerir da máquina pública e com a burocracia, numa era de intenso

dinamismo e que não mais comporta a prática de procedimentos burocráticos, é

fundamental que o profissional da informação possua ainda, a capacidade de lidar

com esta nova realidade, onde cidadãos cobram cada vez mais transparência no

que diz respeito às ações realizadas por um determinado governo.

Tendo consciência da versatilidade e do caráter interdisciplinar proferidos pela

área da ciência da informação aos profissionais graduados em gestão da

informação, sabe-se que a possibilidade de atuação destes especialistas se estende

por organizações dos mais variados seguimentos. As competências deste

profissional compreendem instituições onde ocorrem atividades relacionadas à

produção, ao armazenamento, a recuperação e ao uso de informações, sejam essas

organizações de natureza pública ou privada, indústrias, instituições educacionais,

editoras, agências de comunicação, organizações não governamentais,

associações, entre outras. Ou seja, um gestor da informação desenvolverá as suas

competências junto a instituições de natureza documental, tendo a fundamental

responsabilidade de elaborar mecanismos que facilitem o acesso à informação por

parte das pessoas ou grupos que dela necessitam para o cumprimento das suas

atividades essenciais.

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Portanto, reiterando este novo contexto, onde cidadãos assumem uma

postura cada vez mais participativa, exercendo maior cobrança no cumprimento das

ações de governo e exigindo maior transparência na utilização dos recursos

públicos, bem como, partindo da premissa de que o usufruto de ferramentas e

tecnologias da informação aprimoram o desenvolvimento desse processo de

cumprimento de ações e transparência, serão consideradas as atividades a serem

desempenhadas por um gestor da informação na intenção de assegurar a eficiência

dos sistemas de informação implantados nas mais variadas organizações.

Para fins desta pesquisa, buscou-se elencar as atividades a serem

desempenhadas por um profissional de gestão durante o processo de planejamento,

coleta, tratamento e disseminação das informações do Sistema de Informação e

Monitoramento da Ação Governamental (SIMAG), adotado pela Prefeitura Municipal

do Jaboatão dos Guararapes.

Serão considerados os conhecimentos e habilidades deste profissional a

partir de dois prismas diferenciados: como se daria a sua atuação durante a fase

inicial de planejamento do SIMAG, ou seja, quando se identificou a necessidade de

implantação do sistema, assim como, como se desenvolveria o seu trabalho na

atualidade, com o sistema já implantado e sendo utilizado por grande parte das

secretarias da prefeitura.

De acordo com Marchiori (2002, p. 75) “[...] os conhecimentos e habilidades

do profissionalenfocam mais fortemente a gestão integral dos recursos de

informação das organizações [...]”. Esses recursos segundo Marchiori (2002)

incluem as fases de:

a) Planejamento

b) Comunicação

c) Gerência da informação e sistemas de controle

d) Gerência de recursos humanos

e) Gerência de recursos financeiros

f) Promoção, vendas e marketing

g) Contexto político, ético, social e legal

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Os recursos propostos por Marchiori (2002) podem ser facilmente aplicados à

realidade de trabalho que seria desenvolvida por um gestor da informação atuando,

tanto na fase inicial de implantação do Sistema de Informação e Monitoramento da

Ação Governamental (SIMAG), quanto na sua manutenção e aprimoramento nos

dias atuais.

Portanto, seguindo a linha de pensamento defendida por Marchiori (2002), na

fundamental etapa de planejamento do SIMAG, que foi realizada nos primórdios do

ano de 2009, a atuação de um gestor da informação se verificaria através do

desenvolvimento de atividades relacionadas inicialmente: à identificação das

necessidades de informação apresentadas pelas mais variadas secretarias que

compreendem a estrutura organizacional da prefeitura, buscando apreender com a

máxima exatidão possível, as informações necessárias ao cumprimento dos projetos

e execução das ações do plano de governo. Para a identificação dessas

necessidades informacionais, bem como o impacto e a importância destas para a

prefeitura, o profissional desenvolveria um mapeamento detalhado das secretarias

envolvidas, buscando correlacionar e integrar todas as unidades, pessoas e fluxos

da prefeitura, baseando-se principalmente no cumprimento das exigências

estabelecidas pelo planejamento estratégico.

Como bem afirma Marchiori (2002, p. 75) “[...]o trabalho se inicia com o

estudo da informação emsuas características, fluxos e necessidades/usos por parte

de pessoas e grupos, assim como a exploração da teoria de sistemas de

comunicação humana.” Além da identificação das necessidades de informação, a

aplicação de teorias e modelos de comunicação seria, portanto, outra habilidade

primordial a ser desenvolvida por este profissional no planejamento e gerenciamento

de um sistema de informação. Neste quesito é fundamental que o profissional

busque compreender as diferentes formas de comunicação desenvolvidas entre os

grupos de trabalho, assim como, os fluxos informacionais resultantes dessas

comunicações. No caso da prefeitura, se observaria, tanto as comunicações

desenvolvidas pelos grupos de trabalho de cada secretaria individualmente, quanto

as formas de comunicação verificadas de uma secretaria para a outra.

De posse da especificação das necessidades de informação, do mapeamento

e detalhamento da estrutura organizacional da prefeitura, da integração das

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secretarias e compreensão das suas formas mais variadas de comunicação, o

gestor da informação poderia então especificar, analisar e aplicar os sistemas e

tecnologias de computadores que se enquadrassem à realidade verificada nos

estudos. Esta habilidade é defendida por Marchiori (2002) como a gerência da

informação e seus sistemas de controle, e deve ser desenvolvida justamente na

etapa em que o profissional, em virtude das informações colhidas, realiza a análise

dos dados e propõe a aplicação de sistemas e ferramentas condizentes com a

realidade estudada, ou seja, tecnologias que de fato facilitem o processo de tomada

de decisão da organização. No caso da prefeitura, essa fase se verificaria a partir do

instante em que se decidiu adotar o sistema no formato web, baseado na

especificação do planejamento estratégico, na elaboração do mapa da estratégia e

estruturação do eixos do desenvolvimento, objetivos, subjetivos e do plano de ação.

Os conhecimentos e habilidades referentes à gerência de recursos humanos;

gerência de recursos financeiros; promoção, vendas e marketing e contexto político,

ético e social propostas por Marchiori (2002) se enquadrariam na implantação do

SIMAG seguindo a respectiva ordem: no treinamento e acompanhamento do quadro

de funcionários da prefeitura para a utilização adequada do sistema que foi

implantado, bem como no recrutamento e seleção dos profissionais que viessem a

ser necessários nas mais diversas áreas; realizando o planejamento orçamentário, a

adequação e a análise detalhada dos recursos públicos, de maneira a garantir a

efetividade do sistema (custo-efetividade e custo-benefício); a habilidade de

promoção, vendas e marketing estaria atrelada à pesquisa de mercado sobre a

utilização de sistemas em outros municípios e as atividades relacionadas à

divulgação e conscientização sobre a importância do sistema; já o conhecimento

aprofundado a respeito do contexto em que foi implantado o sistema revela uma

atribuição fundamental a ser desempenhada pelo gestor, haja vista que o conjunto

de informações acerca das questões políticas, éticas, sociais e legais que regem o

ambiente são essenciais para o enquadramento do sistema e o cumprimento

apropriado das normas, condutas, regulamentos e exigências da administração

pública.

Os conhecimentos e habilidades a serem desenvolvidos por um profissional

de gestão da informação, defendidos por Marchiori (2002), comtemplam todas as

atividades que poderiam ser desempenhadas por um gestor no processo de

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planejamento e implantação do Sistema de Informação e Monitoramento da Ação

Governamental (SIMAG), desde a identificação das necessidades, mapeamento das

secretarias, fluxos de informações e de pessoas, compreensão das mais variadas

formas de comunicação, aplicação de tecnologias e ferramentas adequadas,

treinamento e recrutamento de pessoal, planejamento orçamentário e análise de

recursos públicos, divulgação do SIMAG, até o detalhamento do contexto para a

adequação eficiente do sistema.

Além de responsabilizar-se por todas as atividades que foram discutidas, o

profissional necessitará ainda, ter um conhecimento relativo sobre sistemas

computacionais, como hardware, software, envolvendo recursos de entrada,

processamento, armazenagem e saída de dados, princípios de sistemas

operacionais entre outras questões relativas à área de tecnologia. Esse

conhecimento permite que o gestor atue como um mediador entre a Secretaria

Executiva de Planejamento, Coordenação e Avaliação (SEPLAV) e a empresa

desenvolvedora do software, propondo funcionalidades que estejam em

concordância com a realidade de seus usuários. O trabalho de mediação

desenvolvido por esse especialista permite uma comunicação mais clara entre a

área de tecnologia e os usuários do sistema.

Até aqui se discutiu como se daria a atuação do profissional de gestão da

informação sob a perspectiva do processo de planejamento, implantação e

divulgação do SIMAG. No entanto, com o sistema já implantado e sendo utilizado

por grande parte do quadro de funcionários da prefeitura, quais seriam as

atribuições a serem desempenhadas por um gestor?

Marchiori (2002) acredita que um gestor da informação deve ter a capacidade

de identificar os grupos de trabalho com os quais deverá interagir, tendo a principal

finalidade de colher destes as necessidades informacionais exigidas na execução

das suas atividades (equipamentos, informações), a forma como o esses grupos

enxergam e controlam as variáveis e as pessoas de seu convívio de trabalho e como

estes se relacionam entre si. Para tanto, com o sistema já implantando e sendo

utilizado pela organização, os gestores poderiam atuar seguindo a linha defendida

por Marchiori (2002, p. 78), desenvolvendo as seguintes atividades sob a forma de

gerenciamento de projetos:

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Auxiliando na definição exata das atividades a serem praticadas pelo usuário e na

explicitação de suas necessidades de informação, através do acompanhamento

contínuo das atividades realizadas em cada secretaria;

Localizando e disseminando informações de qualidade, criando consciência

estratégica para a captação de informações de interesse;

Priorizando informações relevantes para o usuário e/ou grupos de usuários;

Trabalhando a qualidade da informação no que diz respeito à exatidão, utilidade,

aplicabilidade, contextualização e meio de difusão (papel, telefone, fax, e-mail

etc.);

Personalizando a forma de apresentação da informação, por meio da construção

de relatórios que permitam uma visão ampla e facilitada das situações;

Utilizando ferramentas de modelagem e apresentação da informação, adaptando

o estilo, vocabulário e ênfase, visando a tornar a informação atraente;

Aplicando metodologias para o desenvolvimento de sistemas de informação;

Desenvolvendo o pensamento crítico e analítico para entender problemas de

informação e comunicação conforme as perspectivas técnicas, tecnológicas,

organizacionais e pessoais;

Administrando a tecnologia de informação, analisando criticamente seu custo,

qualidade e complexidade.

Os conhecimentos e habilidades propostos por Marchiori (2002) podem ser

facilmente adaptados à realidade de planejamento, coleta, tratamento e

disseminação das informações pretendidas com a implantação do Sistema de

Informação e Monitoramento da Ação Governamental (SIMAG) na Prefeitura

Municipal do Jaboatão dos Guararapes, revelando a multiplicidade das atividades

que podem ser desempenhadas por um profissional de gestão da informação no

ambiente analisado.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao reflexionar acerca da geração incessante de dados e do acúmulo

informacional vivenciado nesta nova era globalizada, bem como a rapidez e o

dinamismo com que tais dados e informações passaram a ser amplamente

disseminados, logo se constata o extenso desafio encarado pelas organizações

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contemporâneas na tentativa de se enquadrar a esta nova realidade, mantendo-se

competitiva e numa posição de destaque.

Partindo dessa ideia e voltando as atenções para a administração pública, a

implantação do Sistema de Informação e Monitoramento da Ação Governamental

(SIMAG), adotado na Prefeitura Municipal do Jaboatão dos Guararapes, revelou a

importância e a necessidade da aplicação destas tecnologias no auxílio ao processo

de tomada de decisão e amenização da burocracia verificada nos órgãos públicos.

A pesquisa apresentou ganhos no que se refere à facilidade na identificação

dos principais entraves dos projetos executados pela gestão; maior objetividade na

execução e cumprimento das ações previstas pelo planejamento estratégico; a

construção de metas e indicadores bem definidos e conhecidos por toda a gestão;

maior velocidade na conclusão de processos burocráticos; aceleração do processo

decisório, e essencialmente, no que diz respeito à racionalização da aplicação dos

recursos públicos, bem como no aumento da capacidade de integração e trabalho

coletivo entre funcionários e secretarias.

Vale ressaltar, no entanto, que apesar dos benefícios verificados com a

adoção do SIMAG, é fundamental que se atente para as questões acerca das

dificuldades de utilização do sistema expressas por seus usuários. O estudo revelou

que, dentre os entraves que podem comprometer o funcionamento pleno da

ferramenta implantada estão: a resistência à utilização de ferramentas tecnológicas

por parte de alguns servidores ou funcionários; a vagareza no cumprimento de leis e

etapas licitatórias; a falta de conhecimento ou conscientização a respeito da

importância do sistema para a máquina pública; a falta de capacitação de alguns

consultores técnicos e, principalmente, a falta de infraestrutura por parte do

município.

Apesar de esses entraves serem considerados alheios aos sistema, por

estarem vinculados a outras questões que não dizem respeito ao seu desempenho,

é primordial que se invista em meios que solucionem tais problemáticas na intenção

de aprimorar ainda mais a sua capacidade de performance e funcionamento.

No mais, a implantação do sistema pela prefeitura possibilitou o avanço no

desenvolvimento e cumprimento das ações, retirando o município da situação de

estagnação em que se encontrava anteriormente. Atualmente a prefeitura é

composta por um quadro de profissionais mais engajados e que realizam os seus

projetos através do SIMAG, revelando uma mudança cultural por parte dos gestores

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municipais que antes apresentavam um comportamento avesso a mudanças e a

adoção de tecnologias. Ademais, a sistematização informatizada da governança dos

recursos públicos e das ações planejadas, possibilitou um desempenho mais ágil

das ações e projetos que anteriormente eram realizados manualmente, demandando

maior tempo e esforço. Na atualidade, portanto, verifica-se uma gestão integrada e

que investe no trabalho coletivo, contrária à falta de integração verificada antes da

adoção do sistema.

Além da mudança cultural verificada por parte dos gestores municipais,

observou-se ainda, uma mudança comportamental da população de uma forma

geral, com a formação de cidadãos que assumiram perfis mais participativos. Esse

novo contexto, portanto, exige a adoção de uma nova atitude e maneira de governar,

por parte da administração pública, menos confinada a processos burocráticos e

obsoletos e, mais voltada para uma gestão transparente e realmente preocupada

com a satisfação dos cidadãos. Apesar de não se envolverem com a competitividade

mercadológica, os órgãos da administração pública, necessitam lidar com um

desafio ainda maior, o de atender aos anseios de uma população cada vez mais

questionadora e exigente.

Assim sendo, a implantação do Sistema de Monitoramento da Ação

Governamental (SIMAG), adotado na Prefeitura Municipal do Jaboatão dos

Guararapes, revelou a eficiência destas tecnologias na resolução das problemáticas

do município e no cumprimento mais efetivo do planejamento estratégico. O estudo

realizado nesta Prefeitura, comprovou que os benefícios da utilização de sistemas

de informação são inúmeros, propiciando um uso mais adequado das receitas

públicas, integração das informações, flexibilidade e, sobretudo, transparência.

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