impacto ambiental

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Jornal produzido pelos alunos da Unesp Bauru em parceria com o Jornal da Cidade

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Page 1: Impacto Ambiental
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Antes tarde do que nunca É engraçado como assuntos sobre Meio Ambiente são retratados pela mídia – principalmente na grande mídia como os programas de TV: os desastres ambientais são pratos cheios para um sensacionalismo desanimador. Tudo isso já é muito fixo na cabeça de todos nós. Falar de meio ambiente é abordar más notícias, é escrever sobre coisas que dão errado, descrever cenas tristes e catastróficas. Refletindo sobre isso, o editorial de hoje vai surfar em ondas diferentes e destacar uma boa notícia trazida nessa edição e que merece um holofote mais brilhante– já que não houve a reprodução merecida nos grandes canais. É a Política Nacional dos Resíduos Sólidos, a nova lei do lixo, sancionada pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva. Entre as mudanças, há muito tempo necessárias, está a destinação do lixo no país: os lixões, finalmente, serão proibidos, sendo obrigatório que as cidades construam aterros sanitários que possam receber o lixo de forma correta e menos poluente para a natureza, acabando com a

contaminação desenfreada do solo, da água e do ar. Outro detalhe é que a lei proíbe que se cate lixo, more ou se crie animais nos aterros. Outro destaque da nova política é a profissionalização do trabalho dos catadores de lixo e o melhor reconhecimento de seu trabalho. Os catadores serão o elo entre o que poderá ser reciclado e reutilizado na cadeia industrial e o que será aterrado. Isso porque o setor industrial será responsável pela reciclagem de materiais já utilizados. Por exemplo, uma fábrica de garrafas PET não precisará extrair mais petróleo na natureza, já que haverá garrafas PET a serem recicladas. E a lei impulsiona bastante isso: a reciclagem de materiais. Ora, para as indústrias é até mais vantajoso, dado que o material reciclável é mais barato que o extraído. Para o país é muito bom, considerando que se perde R$ 8 bilhões de reais por ano por não se reciclar o resíduo antes de encaminhá-lo ao aterro ou lixão, segundo estudos do Ipea (Instituto de Pesquisa Aplicada). Mas, os cidadãos não ficam fora dessa

responsabilidade, que é de todos: a escolha de produtos que tenham um material reciclado, que carregue essa responsabilidade ambiental é essencial e dever de todos, a partir de agora. A separação do lixo em casa também entra na lista dos deveres da sociedade, o que facilita a separação e o reaproveitamento do material lá na frente do ciclo. O cidadão terá o dever de devolver materiais inutilizados para a fábrica, principalmente em se tratando do lixo eletrônico, como os celulares. São com mudanças essenciais como essa, que percebemos a complexidade (e a responsabilidade) que englobam os assuntos relacionados ao meio ambiente. E que não só de desastres e más notícias se faz esse universo. Todos nós fazemos parte disso e as responsabilidades compartilhadas é algo que tem de ser acrescentada em nosso cotidiano. Antes tarde do que nunca.

Boa leitura a todos,A Redação

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Dias depois de destinar 2 bilhões de dólares para pesquisas em energia solar, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, vetou a instalação de novos painés solares na Casa Branca. Um paradoxo que causou decepção nos ativistas que propuseram o uso dos equipamentos na casa presidencial. De acordo com o site da Folha, a ONG chamada 350.org,

encabeçados por Bill McKibben, esperava uma atitude simbólica do presidente americano para incentivar o uso de energias limpas. “Obviamente, painéis solares na Casa Branca não resolveriam o problema climática ambiental. Mas seriam um ato político importante”, revelou McKibben ao jornal “Washington Post”. Para os ativistas, Obama vetou

os painés de captação de luz para não ser comparado/aproximado dos democratas. Isso porque durante os anos de 1977 a 1981 o presidente democrata, Jimmy Carter, usou painés solares enormes na Casa Branca, que foram retiradas no mandato do presidente seguinte, Ronald Reagan.

Nova Lei do Lixo traz responsabilidades para todos

EDITORIAL PANORAMA GERAL

ExpedientePublicação realizada por estudantes de Jornalismo da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho“ (UNESP) de Bauru com apoio da Pró-Reitoria de Extensão Universitária (PROEX) e o Programa JC na Escola.Orientador e jornalista responsável - Pedro Celso Campos (MTB 186)Editora-executiva: Ana Lis SoaresCoordenador de reportagem: Ana Lis SoaresProjeto Gráfico e Diagramação: Fernando AraujoReportagem: Aelton Aquino, Ana Laura Mosquera, Aline Camargo, Beatriz Spinelli, Felipe Oliveira, Fernando Araújo, Gabriel Salgado, Helena Sylvestre, Lívia Pereira, Luis Morais, Lucila Theodoro, Kátia Kish, Milena Lessa.Tiragem: 1.150 exemplares.

O sistema de caverna João Rodrigues, de São Desidério, na Bahia, sofre a construção de uma estrada federal (BR- 135) que atropela, literalmente, uma de suas principais grutas chamada Buraco do Inferno da Lagoa do Cemitério, caverna que abriga um lago de 13.860 m², o maior

lago subterrâneo do país. O estrago foi encontrado por um espeleólogo (especialista em cavernas e grutas) que incentivou a visita do Instituto Chico Mendes ao local no dia 17 de setembro. Agora, o Instituto estuda o que realmente aconteceu, ou seja, se o Ibama (Instituto Brasileiro do

Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) errou na concessão da licença da obra no trecho da caverna, ou se o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) está construindo em um trecho não licenciado. Segundo o site da Folha,

espeleólogos já observam blocos de rochas caídos recentemente, além de dolinas (que são pequenos buracos naturais da rocha calcária) entupidas, graças às máquinas que trabalham no local.

O presidente Luís Inácio Lula da Silva sancionou a Lei Nacional dos Resíduos Sólidos, que tramitava no Congresso há 20 anos. A lei traz mudanças importantes ao país. A Lei estabelece, por exemplo, o fim dos lixões – que causam poluição e contaminação do solo, do ar e da água – em quatro anos. Todas as cidades do Brasil serão

obrigadas a construírem aterros sanitários apropriados para receber o lixo da cidade de forma menos poluente. Além disso, a lei estabelece “ r e s p o n s a b i l i d a d e s compartilhadas”, uma divisão das responsabilidades para governo, indústria, comércio e consumidores sobre o destino final do lixo.

Ninguém fica fora – as indústrias são responsáveis pelo material usado na fabricação dos produtos e fábricas de celular, por exemplo, terão obrigação de receber o lixo eletrônico e dar um fim sustentável ao material. Os cidadãos terão um pensamento mais consciente na hora de comprar os produtos, escolhendo materiais recicláveis

e menos poluentes, além de ter que separar o lixo em casa. Outro ponto importante da nova lei é que os “porcalhões” que jogarem “lixos perigosos” - como baterias, pilhas, remédios vencidos e solventes de tintas – em locais inapropriados estão passíveis a multas e, até mesmo, à prisão com penalidade máxima de 5 anos.

Obama veta uso de painéis solares na casa branca

Estrada é contruída sobre maior lago subterrâneo do Brasil

Queimadas aumentam 85% no Brasil entre 2009 e 2010 A ocorrência de incêndios aumentou 85% entre 2009 e 2010 comparando o período de Janeiro a Agosto dos dois anos,

de acordo com o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). No ano de 2010 foram 25.999 focos, já em 2009 foram 14.019.

Os Estados mais queimados foram o Mato Grosso, o Tocantins, o Pará e a Bahia. Só o Mato Grosso teve aumento de

91% este ano. Os dados são do Inpe através do satélite NOAA-15.

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O deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB), relator do Novo Código Florestal, esteve na sede da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Bauru no dia 13 de agosto para a discussão do projeto de lei que aspira à mudança do Código, que teve seu relatório final de revisão aprovado em 6 de julho pela Câmara dos Deputados, por treze votos a cinco.

Na mesa estavam presentes, além do deputado, o prefeito de Bauru, Rodrigo Agostinho (PMDB), o presidente da casa (OAB), Caio Augusto Silva dos Santos, o presidente do Sindicato Rural de Bauru, Maurício Lima Verde, e o presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural, Christopher Davis.

Entre as questões mais importantes do Novo Código estão a diminuição das APPs (Áreas de Preservação Permanente) de trinta para quinze metros - liberando os pequenos proprietários de manter, ou recuperar, a reserva legal de suas terras – e a concessão de anistia aos proprietários que desmataram áreas de preservação até o ano de 2008, isentados da responsabilidade e dos danos causados ao meio ambiente.

Discussão

“O Código Florestal não é capaz de frear a destruição”, iniciou Rodrigo Agostinho, opondo-se ao projeto. Em seu breve parecer sobre as alterações no Código, o

prefeito disse que os números relativos ao encolhimento das APPs foram definidos de forma “cabalística”. Sobre o plantio da reserva legal para compensar o desmate, o prefeito defendeu que “floresta plantada não tem o mesmo valor de floresta nativa”. Agostinho revelou que apóia a criação de mecanismos de compensação aos proprietários que não desmatarem e que é contra a anistia proposta na revisão.

Durante sua fala, Aldo Rebelo expôs o histórico da Legislação Ambiental no país,deu um panorama das mudanças mais significativas do Código, além de defender resultados que a nova lei pode trazer para a população, como os benefícios para a produção agrícola de alimentos. Ao final da palestra, Aldo respondeu perguntas da platéia. O (IM)Pacto Ambiental questionou

o deputado em alguns pontos, em entrevista exclusiva.

(IM)Pacto: A alteração na lei beneficia a economia em detrimento do meio ambiente?

Aldo Rebelo: Não há como beneficiar a economia se prejudicar o meio ambiente. Acho que o meu projeto protege mais a natureza do que a legislação atual e, ao mesmo tempo, regulariza a propriedade, o que é uma coisa boa para a economia.

(IM)Pacto: Não são um retrocesso, do ponto de vista ambiental, alguns pontos do Novo Código Florestal, como defendeu Rodrigo Agostinho?

AR: Não há retrocesso, há avanços ambientais importantes, como a declaração de áreas de reservas desconhecidas, que será feita pelos proprietários. Além disso, propõe-se uma moratória (adiamento legal) para que se faça o zoneamento econômico e ecológico na maioria dos estados em que não foi feito até hoje.

(IM)Pacto: Qual o principal objetivo, na sua opinião, das alterações no Código?

AR: Aumentar a proteção ambiental, e aumentar a regularização das propriedades para que se possa produzir com maior tranqüilidade, o que não acontece hoje, dado que 90% deles estão na ilegalidade.

O biólogo do Instituto Ambiental Vidágua, Jonas Costa Rangel, também deu seu parecer sobre as alterações no Código Florestal. “As APPs (áreas de preservação permanentes) e as RL (reservas legais)

servem como corredores ecológicos que cumprem um grande papel na questão genética, possibilitando fluxo gênico entre comunidades animais e vegetais e devem ser preservadas”, afirma Jonas.

Para o biólogo, o novo Código deveria ser elaborado ou reformulado levando em conta tanto o produtor rural quanto a

conservação e a preservação do meio. “Creio que o Brasil com suas riquezas naturais e culturais é capaz de criar um Código que tenha esse equilíbrio, não precisando copiar modelos de outros países que não levaram em conta a questão ambiental e sofreram grandes perdas do meio natural”, encerra.

um outro olhar...

Ana Laura Mosquera

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Aldo Rebelo, relator do Novo Código Florestal

Durante a realização da Cop-15 (dezembro/2009), uma onda de críticas foi feita aos gigantes emergentes (Brasil, China e Índia) devido à excessiva emissão de gases poluentes. Isso porque os países asiáticos possuem taxas elevadas pela queima de carvão mineral e o Brasil polui devido, em grande parte, ao desmatamento, que é descontrolado nas regiões da Amazônia e, principalmente, do cerrado.

A lei que trata desta questão polêmica é o Código Florestal: seja para áreas de vegetação permanente, ou para reservas ambientais, o Código rege o problema. Porém, cabe a cada estado e município aplicarem medidas mais rígidas, caso seu território tenha necessidade de maior controle do que estabelecido.

No estado de São Paulo, há uma lei (Lei 13.550), desde maio de 2009, que enrijece a proteção ao cerrado. Bauru segue a lei, já que é uma das cidades mais afetadas, sendo a terceira cidade com maior presença do bioma em seu território.

Há uma discussão atual se essas leis de desmatamento poderiam ser aplicadas também em terrenos não-rurais. “Aqui em Bauru, a parte de cerrado se encontra em sua maioria em área urbana. Isso dificulta muito a aplicação dessa legislação estadual”, afirma Dra. Maíra, advogada da OAB.

Punições Quem descumpre o Código Florestal

em reservas ambientais é multado e, até mesmo, condenado à prisão. No caso de terrenos particulares, a infração fica no campo administrativo, ou seja, somente multas são aplicadas.

E aí vem um dos grandes problemas, enfrentado por Bauru: “muitos preferem arcar com a multa a cumprir a legislação, porque sai mais barato”, salienta Dra. Maíra.

Cerrado em alerta O cerrado é muito rico. Para se ter

uma ideia, é considerado o segundo maior bioma do Brasil, o cerrado ocupa uma área de 2 milhões de km², o que corresponde a 22% do território nacional. É o bioma com a maior biodiversidade atualmente. Possui diversidades natural e cultural, abrigando povos tradicionais, como os quilombas e indígenas.

No Estado de São Paulo, esse bioma se concentra na faixa central. Estima-se que no ano de 1950, a área ocupada era de 14%; hoje, restam menos que 1%. Uma das principais causas desse desmatamento desenfreado é o avanço da agricultura e agropecuária. Em Bauru, particularmente, o desmate se dá por outro motivo: Katarini Miguel, assessora do Instituto Ambiental Vidágua, explica que a especulação imobiliária é o grande problema.

“Ao contrário da região, não temos pressão do agronegócio, mas há um mercado imobiliário em constante pressão, que provoca desmatamentos e ocupações irregulares”, explica.

Ainda podemos encontrar áreas de cerrado na Reserva Legal da UNESP, no Jardim Botânico Municipal e no Instituto Lauro de Souza Lima. Combatendo o fim do cerrado na cidade, o Vidágua possui, desde 2005, o projeto “Estratégias para a Conservação do Cerrado Paulista a partir da mobilização da sociedade civil” . É preciso fiscalização por órgãos públicos e privados. “Há órgãos ambientais em Bauru, como a CETESB, que está em constante alerta em caso de desmatamento irregular, queimadas e cortes ilegais”, comenta Katarini.

Luís Morais e Lucila Theodoro

Cerrado na região central sofre mais com o desmatamento

Estratégias para a Conservação do Cerrado Paulista a partir da mobilização da sociedade civil é um projeto desenvolvido pelo Vidágua, em 2005, com as primeiras metas: cadastramento de ONGs envolvidas com o cerrado, fortalecimento da Rede Cerrado do Estado e workshop para

encontrar estratégias para conservar esse bioma, criando um Plano de Ação.

Após essa mobilização e da ação de outras instituições, houve a aprovação da Lei para proteção do cerrado paulista, em maio de 2009.

A proposta agora é atuar nas 37 áreas estabelecidas como prioritárias

para conservação pelo Ministério do Meio Ambiente, com cinco municípios-sedes: Assis, Bauru, Botucatu, Ribeirão Preto e São Carlos.

O projeto já realizou dois workshops sobre a lei do cerrado paulista em Bauru, discu-tindo meios de implantação e fiscalização.

saiba mais...

POLÍTICARelator do Novo Código Florestal vem à Bauru para discussão

O deputado Aldo Rebelo (PC do B) discute as mudanças no Código FlorestalCódigo Florestal : Leis de preservação ao meio-ambiente brasileiro

Para preservar um dos biomas mais desmatados do Brasil, São Paulo tem lei específica para Cerrado Florestal

SE LIGA NA LEI

Créditos:http://congressoemfoco.uol.br

Créditos: Portal EcoDebate

Page 4: Impacto Ambiental

ESPECIAL

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Emocionado, o vereador Gilberto dos Santos (PSDB), Giba, relembra e se orgulha de ter sido um dos responsáveis pelo movimento e conquista do retorno de rodeios em Bauru. “Havia mais de oito anos que não tínhamos os rodeios. Não me conformei: como vereador, fui atrás e consegui colocar os rodeios na programação de Bauru. O povo gosta disso”, defende. Um dos argumentos contra os rodeios é a ausência de órgãos fiscalizadores em Bauru. “Isso não é problema. As ONGs são convidadas a comparecer nos rodeios”, contra-argumenta o vereador. Já sobre a proposta

da criação do Conselho Municipal de Proteção e Defesa dos Animais, Giba lembra que a proposta está em andamento e afirma que “não é preciso um conselho, pois há o cumprimento da Lei”. O vereador defende que os maus tratos aos animais não existem mais na prática dos rodeios. “Antes, os maus tratos existiam, mas a Lei trouxe regras. Ora, um boi de rodeio mais barato custa sessenta mil reais; quem vai maltratar um bicho desses?”, acrescenta. Edson Bisço Amaral, diretor campeiro e representante do Movimento Tradicionalista Gaúcho em Santa Catarina, defende a tradição dos rodeios. Além de exemplificar a firme fiscalização

que ocorre nas festas. “O MTG de Santa Catarina tem 40 mil associados, de dezesseis regiões. Em cada região, existe um responsável por fiscalizar. Nós somos contra maus-tratos!”

Olegário de Paula do Nascimento, da Pró-Rodeio, empresa que atua em rodeios no Brasil, defende que se trata de um “esporte admirado

por milhares de pessoas”. Para ele, o fim da prática do rodeio significaria uma ameaça para os que dependem da atividade. O rodeio é uma prática esportiva regulamentada no Brasil pela Lei número 10.519, de 2002. Além das discussões em torno da regulamentação da atividade, há também opiniões divergentes em relação ao fato da prática ser ou não um esporte. Para Giulliano Gomes de Assis, membro do Grupo de

Pesquisa em Corpo, Cultura e Ludicidade, “a esportivização do rodeio foi fundamental para padronizar o espetáculo, profissionalizar a atividade e atrair a atenção da mídia, garantindo mais público”. Ele lembra que a esportivização do rodeio pode ser vista, até mesmo, como um “drible na Lei Ambiental”. José Carlos Marques, professor e coordenador do Grupo de Estudos em Comunicação Esportiva e Futebol da UNESP, defende que o potencial mercadológico da atividade pode ter colaborado para a esportivização do rodeio.

Giulliano aponta que a prática dos rodeios envolve o

enfrentamento dos medos, a afirmação da masculinidade, revivescência da vida rural, fonte de renda e sociabilidade. Para ambos, o encantamento em torno dos rodeios está ligado à tensão que a atividade provoca em razão do resultado imprevisível. “No rodeio, o animal sofre limitações, mas pode surpreender o homem. No fascínio do homem por vencer a natureza, a tensão do enfrentamento ao animal se explica”, finaliza Giulliano.

proibição das Touradas na região espanhola da Catalunha levanta uma importante questão - a validade de atividades envolvendo uso de animais para entretenimento. Inevitavelmente, a exposição das touradas na mídia traz a reflexão

sobre algo que nos atinge mais diretamente: os rodeios. O país tem tradição nessa atividade esportiva, que gera empregos e renda para muitas pessoas. Mas, o envolvimento dos animais nessa prática e o possível sofrimento causado nos animais levantam um debate sério: até que ponto é legal que atividades culturais envolvam animais? O (IM)Pacto Ambiental buscou os dois lados para saber quais os prós e contras e, assim, conhecermos as duas faces dos rodeios. ORDEM NO TRIUNAL!

A

ESPECIAL

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AS DUAS FACES DOS RODEIOSAline Camargo e Fernando Araujo

“Nenhum animal deve ser usado para divertimento do homem.” Esse é o artigo 10 da Declaração dos Direitos Universais dos Animais da Unesco, assinada em 1978. A frase é clara e nos faz entender porque algumas pessoas lutam pelo o fim dos rodeios e touradas pelo mundo. São ativistas, jornalistas, artista... Pessoas que ficam indignadas ao ver o sofrimento animal como entretenimento. O principal argumento contra a realização dos rodeios é que, embora os rodeios e touradas tenham diferenças entre si, o sofrimento caudado ao animal

é visível naquilo que se associou à celebração da tradição local e da cultura.A exposição dos animais ao sofrimento nesse tipo de prática já foi defendida por laudos científicos, como o da professora Júlia Matera, Presidente da Comissão de Ética da Faculdade de Medicina Veterinária da USP. O laudo apresenta um parecer sobre o uso do sedém (cinta apertada na virilha do boi), da peiteira, de choques elétricos e mecânicos e esporas e afirma que “além da dor física, esses estímulos causam também sofrimento mental aos animais, uma vez que eles têm capacidade de avaliar que esses estímulos lhes são agressivos, ou seja, perigosos à sua integridade”. Nina Rosa, fundadora de uma das principais instituições de defesa aos animais que leva seu nome, explica que “os maus-tratos já começam no transporte, no horário noturno, no barulho ensurdecedor de fogos, no medo, nos tapas na cara, na energia pesada do desequilíbiro, da maldade e da ignorância”. Para ela, é claro que o animal é maltratado. “Alguém já viu boi saltando no pasto sem as condições impostas num rodeio?”, questiona Nina. Para o jornalista André Trigueiro, apresentador da Globo News, professor e criador do curso de Jornalismo Ambiental da PUC/RJ, “é

lamentável que em pleno século XXI, com inúmeras opções de lazer disponíveis, ainda existam pessoas que precisam se divertir às custas da dor, do sofrimento e da crueldade imposta aos animais”. André lembra que rodeios “impõem sacrifícios aos animais de hábitos diurnos, expostos à multidão barulhenta à noite, apertados pelo sedém, que, não raro, deixa a pele de touros e cavalos em carne viva. Os saltos na arena revelam o tamanho do desconforto causado por um conjunto de

agressões absolutamente desnecessárias, gratuitas e medievais.“

Juan Felipe Lourenço, criador do site Eco4Planet, acredita que é difícil criticar os praticantes numa posição histórica. “Nada, no século XIX, parecia estar errado em se usar e maltratar animais em apresentações..” Mas ressalta que muito tempo se passou e que é preciso repensar nossas formas de divertimento.

A Defesa

A Acusação

Os saltos na arena revelam o tamanho do desconforto causado por um conjunto de agressões desnecessárias, gratuitas e medievais.“

Créditos: http://verdadesobreosanimais.blogspot.com

/Créditos: D

ivulgação

Arte: Fernando Araujo

Créditos: Divulgação

Page 5: Impacto Ambiental

Não só de atentado ao World Trade Center vive o 11 de setembro. Além do trágico fato, o dia foi destinado à homenagem a um dos biomas mais importantes do Brasil, o Cerrado. Ocupando 20% do território brasileiro na sua formação original, o Cerrado hoje cobre menos de 1% das terras.

Segundo o professor doutor em ecologia, Osmar Cavassan, o Cerrado foi e é muito mal aproveitado. O ecologista lembra que o cerrado oferece, além de muitas outras coisas, frutas nutritivas e vegetais muito ricos em substâncias de uso farmacêutico. Portanto, longe da situação ideal, quase que completamente destruído, o bioma ainda é ameaçado pela expansão das áreas de pastagem e da monocultura da soja.

O (IM)Pacto Ambiental conversou com baurueses para saber como anda o conhecimento da população sobre o cerrado. O retorno não foi nada positivo: a maioria das pessoas alegou desconhecer o que é o cerrado.

Além de afirmarem não estar informados sobre sua destruição e dos possíveis cuidados que se pode ter com o bioma.

O Cerrado está localizado em sua maior extensão no Planalto Central Brasileiro, mas está presente na região de Bauru. É o segundo maior bioma do Brasil. Seu clima é bem definido, com uma estação quente e úmida e outra fria e seca. Para suportar a passagem da estação seca e fria, a vegetação do cerrado é formada por árvores não muito altas, com raízes bem desenvolvidas, caules grossos e tortos e folhas duras. Outra característica marcante do cerrado é seu solo pouco fértil, arenoso e com grande permeabilidade – que permite, junto com as raízes das árvores, que a água seja retida no solo.

Essa característica é muito importante: a permeabilidade do solo arenoso do cerrado permite a formação de lençóis freáticos que abastecem algumas das maiores bacias hidrográficas de nosso país, a bacia Amazônica

e a bacia Paraná-Paraguai.A recuperação dessas áreas pode

ser feita através do brotamento natural das plantas em reservas manejadas por especialistas. Mas, para tanto, é necessário que a população e ajude nessa preservação. Assim, a comemoração do dia 11 de setembro pode ser, quem sabe, em um dia próximo, mais feliz e completo.

Lívia Pereira

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O ecologista Osmar Cavassan acredita que o Cerrado é pouco aproveitado

E se o lugar onde você vive influenciasse em sua saúde? Essa é a ideia da geomedicina, nova tendência das pesquisas médicas e geográficas que estudam como determinadas doenças, causadas por fatores ambientais como água, solo e ar, distribuem-se geograficamente.

O objetivo dessas pesquisas é mapear a incidência de determinadas doenças em um determinado espaço e relacioná-las com as condições ambientais desses lugares, investigando como elas auxiliam no aparecimento de moléstias. Por exemplo, pessoas que vivem em cidades industriais, onde há uma grande concentração de gases tóxicos no ar que se respira, podem apresentar maiores índices de problemas pulmonares. Esse é o foco da geomedicina: integrar geologia e medicina a fim de prevenir determinadas doenças mais eficazmente.

Em prática no Paraná As pesquisas em geomedicina já

auxiliam na prevenção de doenças no estado do Paraná. Elas tiveram início no ano de 2005 com a iniciativa do Instituto Pelé Pequeno Príncipe (IPPP), centro que se dedica a pesquisas de saúde da criança e do adolescente, e da Mineropar, empresa paranaense que trabalha com a geologia da região.

Na época, a intenção era pesquisar por que a incidência do câncer de córtex adrenal em crianças é maior no estado. “Nós já sabíamos as causas desse tipo de câncer. Faltava saber qual é a contribuição do ambiente”, comenta Bonald Figueiredo, coordenador do projeto de geomedicina do IPPP. A partir disso, os pesquisadores começaram a desenvolver o sistema utilizado nos trabalhos de mapeamento, chamado de web-mapping, que são bases de dados que relacionam informações ambientais e geológicas do Estado. O resultado são mapas

e planilhas que apontam as regiões onde há concentrações elevadas de determinados componentes químicos.

Atualmente, as pesquisas concentram-se na análise de água das 736 bacias hidrográficas que cobrem o Paraná. Além de registrar a localização de onde as amostras foram retiradas, os pesquisadores verificam se elas contêm resíduos de pesticidas, material em suspensão, entre outros fatores. De acordo com Otavio Licht, geólogo da Mineropar, as pesquisas já contribuíram para a melhoria da saúde da população. “Chegamos a identificar uma enorme região que abrange 49 municípios, onde existem casos concretos de fluorose dentária em crianças devido aos teores elevados de flúor nas águas de poços tubulares profundos. Por isso, o nível de fluoretação das águas de distribuição foi revisto para baixo” afirma Otavio.

É importante ressaltar que a ideia de relacionar o ambiente geográfico com determinadas doenças é muito antiga. Segundo Bonald Figueiredo, os primeiros estudos com objetivos geomédicos foram feitos há mais de 300 anos, na Inglaterra.

Também existem registros de pesquisas feitas no século XIX, na França, que relacionavam a dieta pobre em iodo da população que vivia no interior do país com a incidência de bócio.

Contaminação por chumbo Em Bauru, o caso que mais se relaciona

com as pesquisas em geomedicina ocorreu em 2002, quando o solo das proximidades da empresa Acumuladores Ajax, que produz baterias automotivas, foi contaminado por partículas de chumbo. Segundo dados da Vigilância Epidemiológica de Bauru, foram coletadas, na época, amostras de sangue de 883 pessoas, entre crianças, gestantes e lactantes. Dessas, 320 apresentaram níveis de chumbo acima de 10 microgramas por decilitro, o máximo permitido pela Organização Mundial da Saúde. Como medida remediadora, quintais e ruas de terra tiveram a superfície raspada em cinco centímetros. A água da região não foi contaminada. Desde o início, a Ajax comprometeu-se em colaborar com o transporte e a alimentação nos atendimentos de saúde, além de comprar os tubos utilizados na coleta de exames.

Felipe Oliveira

Legenda: Pesquisas em geomedicina no Paraná analisam a água das bacias hidrográficas da região

SOCIEDADEDia do Cerrado: há motivos para comemoração? Geomedicina: informações geológicas a serviço da medicina

Projetos investigam como a geologia interfere na saúde da população e contribuem para a prevenção de doenças

SAÚDE

Créditos: Lívia Pereira

Créditos: Divulgação M

ineropar

Que bom seria ter à disposição um espaço que reunisse cinema, teatro, oficinas e estudos sobre educação, comunicação e meio ambiente, não é? Pois esse espaço existe desde junho de 2010 em Piracicaba. Graças ao Programa “Pontos de Cultura”, do Governo Federal, a ONG Terra Mater foi umas das escolhidas para ter seus projetos financiados até dezembro de 2012.

Idealizado por Karine Faleiros, Cristiano Gomes Pasto, Bruna Epiphanio e Camila Amaral Tavares, a ONG atua em Piracicaba e em outras cidades da região, com o desejo de aprofundar suas pesquisas sobre educomunicação socioambiental.

Destinado a todo tipo publico e, especialmente, para jovens e educadores, o projeto permite a participação gratuita no Cineclube, oficinas de educomunicação, saraus, exposições de artes plásticas e visuais. Camila, uma das integrantes do projeto,

lembra que o Educomunicamos! desenvolve a “Casa Aberta”, no qual artistas ensinam seu trabalho e geram renda. Sobre os Pontos de Cultura, Camila acredita que “possibilitam o acesso democrático aos bens culturais do país, apoiando movimentos não reconhecidos pelos mecanismos tradicionais”.

Além da Parceria com o Programa Cultura Viva, o projeto conta com o apoio das empresas Expert Serviços de Terceirização e Ziil Propaganda.

Os interessados em ser voluntários ou oferecer seu trabalho na “Casa Aberta” devem entrar em contato pelo e-mail: [email protected]. A programação do projeto Educomunicamos! é encontrada no site www.educomunicamos.blogspot.com.

Os primeiros editais para os programas “Pontos de Cultura” na cidade aconteceram no primeiro semestre de 2010, com vinte

inscritos, dos quais dez serão selecionados. Os projetos já passaram pelas análises

documentais e técnicas. A análise de mérito acontecerá em setembro e irá diagnosticar cinco itens, como a viabilidade do orçamento e os impactos artísticos culturais. Segundo a Secretaria de Cultura de Bauru, a expectativa é de que os projetos iniciem em meados de outubro.

Milena Lessa

Projeto promove democratização da cultura e educação ambiental

Circuito Tela Verde – filmes sócio-ambientais independentes.

Créditos:Divulgação

CULTURA

Page 6: Impacto Ambiental

A Agência Internacional de Energia (AIE) informou em seu relatório mensal que a produção de petróleo no Golfo do México deve cair em 60 mil barris por dia. A redução é conseqüência da maré negra provocada pelo acidente com a plataforma da British Petroleum (BP), em abril deste ano, e que é considerado a maior tragédia ambiental dos últimos tempos.

Os temores causados pela informação da AIE no mercado financeiro não estão próximos do desastre ambiental: especialistas alertam que o impacto do derramamento de óleo na região deve durar décadas.

Segundo o analista ambiental, Roulien Paiva, uma vez constatado que o óleo atingiu outros países, o impacto ambiental negativo deve ser sentido nas cadeias naturais e produtivas, assim como nas atividades econômicas relacionadas a essas cadeias, como a pesca e o turismo.

“O óleo se dispersa, isto significa que ele não some do meio ambiente, e sim, dissipa-se causando contaminações no sistema marinho e ainda, no próprio ar, podendo evaporar-se, após dias a céu aberto”, explica o analista. “O fato de elementos e/ou subprodutos da transformação deste óleo não estar visível aos olhos do homem, não significa que estes não estejam presentes no ecossistema”, completa Roulien.

SegurançaO desastre provocado no Golfo do

México levanta a discussão em torno da segurança da exploração petrolífera em águas profundas. O Brasil se prepara para extrair petróleo do pré-sal com um desafio: evitar que problemas, como os que ocorreram nos Estados Unidos, se repitam aqui.

O analista ambiental, Roulien Paiva, explica que a exploração do subsolo marinho requer equipamentos precisos, apropriados e

seguros. “O ecossistema marinho possui uma peculiaridade em virtude de pressões e temperaturas do meio líquido e da biodiversidade que ali se encontram”, afirma.

O que preocupa especialistas brasileiros é o fato do país não possuir um Plano Nacional de Contingência para Derramamento de Óleo (PNC) mesmo com a exigência da Legislação. A Lei 9966, de 2000, dispõe sobre a prevenção, o controle e fiscalização da poluição causada por lançamento de óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas em águas sob jurisdição nacional. O PNC é essencial para nortear as ações do poder público no caso de grandes vazamentos.

Petróleo ainda é principal fonte de energia

O petróleo é a menina dos olhos de qualquer país que queira crescer economicamente. No entanto, o crescimento econômico não vem acompanhado de uma melhoria da qualidade de vida. Os prejuízos causados pela escolha do petróleo como

principal fonte de energia vêm por meio de acidentes, mudanças climáticas e destruição da natureza.

O doutor em História Social, Maximiliano Vicente, diz que o lucro e o imediatismo buscado pelos países se sobrepõem às outras questões. “O processo necessário para descobrir, melhorar e implementar novas fontes de energia não é fácil, nem dá resultados a curto prazo. Isso leva a buscar alternativas mais conhecidas e de fácil acesso, como é o caso do petróleo”, lamenta.

O analista ambiental, Roulien Paiva, lembra que houve um desenvolvimento tecnológico para o uso e exploração do petróleo, o que gerou toda uma indústria petrolífera e o interesse em mantê-la. Em razão da escassez de recursos e da poluição causada pelo petróleo, Roulien destaca que é necessário estabelecer políticas públicas energéticas sustentáveis. “Trata-se de uma necessidade mundial”, conclui.

Aelton Aquino

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O delta do Rio Mississipi e as áreas de conservação dos pântanos da Lousiania foram atingidos pelo óleo, assim com as praias da Flórida, Alabama e Nova Orleans.

Chamamos de Lixo Eletrônico aqueles aparelhos que, considerados obsoletos, precisam ser descartados. Podem ser: televisores, geladeiras, computadores, monitores, celulares, modems, roteadores, pilhas, baterias e outros dispositivos que quando descartados de maneira incorreta podem liberar substâncias tóxicas: chumbo, cádmio e mercúrio, por exemplo.

Essas substâncias, em contado com o solo, contaminam lençóis freáticos e ocasionam explosões nos lixões, devido ao alto teor tóxico. Por isso, há uma grande preocupação quanto ao descarte desses produtos. O Brasil não possui uma Legislação específica que fale sobre o descarte e a reciclagem do lixo tecnológico.

Em fevereiro desse ano, a ONU divulgou seu primeiro relatório sobre o tema e o resultado para o Brasil é alarmante. Dentre os emergentes, nosso país é o que gera o maior volume de lixo eletrônico per capita por ano, o equivalente a meio quilo; para se ter uma ideia, a China descarta 0,23 quilo e a

Índia 0,1 quilo.Além disso, o Brasil é o segundo no

descarte per capita anual de: geladeiras (115 mil toneladas), impressoras (17,2 mil toneladas) e celulares (2,2 mil toneladas), perdendo nesses casos para a China; e o terceiro no descarte de televisores (0,7 quilo).

Nova lei em Bauru Em Bauru, a maioria da população ou

guarda esses objetos, por não saber como descartá-los, ou despacha junto com o lixo comum, o que é totalmente inapropriado. Valcirlei Gonçalves da Silva, Secretário do SEMMA (Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Bauru), lembra que a prefeitura não possui nenhum programa de coleta específico, mas que recebe da população os equipamentos que chegam até eles e os destinam à reciclagem.

O Secretário afirma que, na cidade, há uma Cooperativa encarregada de coletar os materiais que podem ser reciclados, a Contramat, e pontua que é feita uma

conscientização da população em muitos eventos na cidade quando são disponibilizados pontos de coleta desses materiais.

Em julho desse ano foi aprovada, pela Câmara dos Vereadores de Bauru, uma lei que regulamenta a questão do lixo eletrônico na cidade. No projeto, enviado pelo vereador Amarildo de Oliveira (PSS), consta que as empresas que produzem, comercializam e importam os equipamentos são responsáveis por coletar e descartar estes equipamentos.

O vereador Amarildo explica que, pelo projeto, a prefeitura também deve estudar uma área adequada para o armazenamento e destinação do material coletado, o que é feito hoje pela Semma, mas não em escala. A ideia é ampliar o programa.

Pontos de coleta em Bauru Há espalhados pela cidade vários

pontos de coleta de materiais recicláveis: as quatro unidades do Pão de Açúcar recebem objetos e os destinam às cooperativas; o Walmart também possui um posto; além da Contramat, cooperativa que separa e recicla vários tipos de objetos.

Maria Cecília Pereira, do setor administrativo da Contramat, diz que é crescente o volume de materiais recicláveis que chegam a seus postos e que, cada vez mais, a população se conscientiza da importância da reciclagem. Maria Cecília destaca que não acreditava ser possível, há dez anos, trabalhar apenas com a reciclagem, mas que hoje percebe que por ano “aumenta o número de famílias que tiram seu sustento através da venda desse tipo de produto”.

Para saber mais informações de como descartar o lixo tecnológico, você pode ligar para a SEMMA (14) 3235-1134 e para a Contramat (14) 3203-6365.

Beatriz Spinelli

ECONOMIAProdução de petróleo nos EUA cai em 60 mil barris por dia

Desastre econômico só não é maior que o impacto ambiental causado pelo acidente envolvendo a gigante britânica British Petroleum

Bauru repensa destino do Lixo Eletrônico Índices alarmantes despertam a atenção das autoridades para a questão do Lixo Eletrônico

TECNOLOGIA

Créditos:http://congressoemfoco.uol.br

O lixo eletrônico pode soltar substâncias tóxicas como o mercúrio no meio ambiente

rédito: Jornal O Estado de São Paulo

Page 7: Impacto Ambiental

O discurso ambiental agora é pop. Aparece em panfleto, santinho, revista, jornal e em tudo quanto é boca de político durante o período que antecede as eleições para cargos do Executivo (presidente e governador) e do Legislativo (deputados estaduais, federais e senadores). As coisas estão cada vez mais preocupantes: aumenta-se o consumo, as mudanças climáticas e a necessidade de tornar a sociedade menos desigual e mais sustentável, fazendo com que o debate em torno do meio ambiente não fique de fora das propostas - compromissadas ou não.

A preocupação ambiental, nessa eleição, começou com a corrida do término de mandatos, com construções e obras de todos os tipos e tamanhos. Vimos em âmbitos municipais, estaduais e federais alguns

políticos matutos tentando impressionar seus eleitores em potencial à custa da flexibilização de leis e da degradação de ambientes nativos. Um dos exemplos mais claros foi a concessão de licenças absurdas e sem amparo legal no afrouxamento das exigências ambientais para que a Usina de Belo Monte saísse logo do papel.

É dada a largada e todo mundo vira verde. Tem até ruralista posando de sustentável em debate na TV. Um exemplo é o contrassenso ocorrido quando Aldo Rebelo, deputado federal pelo PC do B, defensor da reformulação e enfraquecimento do Código Florestal Brasileiro, participou de um debate na Rede Gazeta (11/07/2010) como um dos três convidados para analisar as propostas ambientais dos presidenciáveis.

Além disso, sobram propagandas cheias de palavras como sustentabilidade, meio ambiente e conferência climática, usadas apenas no período eleitoral como forma de convencer o povo na hora do voto. Afinal, é bonito clamar pelo bem da “Mãe Terra”, não?

E nessa brincadeira de alguns candidatos (a maior parte deles), esquece-se da funcionalidade e da reflexão fundamental em torno do ambientalismo: a oportunidade de usá-lo como ferramenta para combater as desigualdades sociais, as explorações e o processo insustentável de produção; usar o ambientalismo como instrumento contra o sistema de nossa sociedade capitalista neoliberal.

Aprenda a fazer um umidificador de ar de sucata, idéia do inventor Claudio Lasso, que, preocupado com a baixa umidade, liberou a patente da invenção para que a população pudesse fazê-la em casa!

Material:Garrafa média de vidroCD velhoRecipiente com águaPano absorvente

1- Comece colando com cola quente a ponta do pano absorvente na extremidade do CD

2- Junte as pontas do pano absorvente e corte o pano até próximo do CD – distante uns 5 cm

3-Continue cortando o pano absorvente da mesma forma até pano até atingir 8 pontas

4- Encha um recipiente com água e 1/2 colher de chá de água sanitária para evitar nascimento de fungos.

5- Encha a garrafa com a mesma solução para que ela não boie.

6- Prenda o CD na boca da garrafa com cola quente.

7 - Coloque a garrafa e as tiras dentro do recipiente

com água e aguarde até que fiquem encharcados.

8- Está pronto! Agora é só colocar no seu quarto ou sala.

Dica: Para aumentar a capacidade do umidificador, posicione um ventilador na direção dele, para que a umidade gerada nas tiras se espalhe pelo ambiente!

Faça você mesmo!

Gabriel Salgado

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ARTIGONem tudo que reluz é ouro

Umidificador de Sucata

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