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III Congresso da CPLP VIH/SIDA Viver com VIH no local de trabalho 18.03.2010 Isabel Dias Luísa Veloso Joana Zózimo

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III Congresso da CPLP VIH/SIDAViver com VIH no local de trabalho

18.03.2010Isabel DiasLuísa VelosoJoana Zózimo

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Diagnóstico da infecção VIH/SIDA: representações e efeitos nas condições laborais

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Alto Comissariado da Saúde (ACS)/Coordenação Nacional para a Infecção VIH/SIDA (CNSIDA) – Entidades solicitadoras do estudo.

ISFLUP- Instituto de Sociologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto/Departamento de Sociologia.

CIES/ ISCTE - IUL – Centro de Investigação e Estudos de Sociologia do Instituto Universitário de Lisboa.

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Analisar o impacto e consequências do diagnóstico da infecção VIH/SIDA nas condições laborais dos seus portadores.

Contribuir para a melhoria do conhecimento quantitativo acerca das representações e efeitos da infecção em contexto laboral.

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Conhecer as representações sociais dos utentes, inseridos no mercado de trabalho e os que tiveram actividade profissional (ex., reformados, desempregados), acerca dos processos de discriminação que foram alvo ou que receiam vir a ser.

Perceber◦ A relação entre situação profissional e representações do

impacto da infecção no trabalho;

◦ Alterações no modo de relação com o trabalho decorrentes da infecção por VIH/SIDA e soluções de adaptação.

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Elaborar um quadro de referência analítico onde se identifiquem diferenciações sociais, culturais, territoriais e de género acerca do impacto do diagnóstico na actividade profisisonal.

Propor um plano de acções/recomendações integrado capaz de contribuir para a eliminação das discriminações em contexto laboral em virtude de se ser portador de VIH/SIDA.

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O estudo visa uma análise extensiva/quantitativa do fenómeno

Recorre-se à técnica do Inquérito por Questionário, composto fundamentalmente por questões fechadas e mistas.

Integra um Guião de Observação da situação do Inquérito

O Inquérito é constituído pelos seguintes núcleos temáticos de questões:

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I. Caracterização sociodemográfica

II. Condição de saúde do respondente e forma de transmissão do vírus

III. Estatuto do portador da infecção VIH/SIDA

IV. Situação profissional e representações do impacto da infecção no trabalho

V. Alterações no modo de relação com o trabalho decorrentes da infecção por VIH/SIDA e soluções de adaptação

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Por indicação do Alto Comissariado da Saúde (ACS)/Coordenação Nacional para a Infecção VIH/SIDA (CNSIDA) a amostra é composta por 15 dos maiores hospitais situados em diferentes regiões do país, nomeadamente Lisboa, Porto, Coimbra e Algarve.

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Região de Lisboa - 8 Hospitais

Hospital de Santo António dos Capuchos Hospital Prof. Doutor Fernando da Fonseca – Amadora/Sintra Hospital Garcia de Orta, E.P.E. Hospital Curry Cabral Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, E.P.E. - Hospital Egas Moniz Hospital de Santa Maria, E.P.E. Centro Hospitalar de Cascais Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E.

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Região do Porto – 4 Hospitais

Hospital de S. João, E.P.E.

Hospital Joaquim Urbano

Hospital de Matosinhos, E.P.E. - Pedro Hispano

Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia

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Região de Coimbra – 2 Hospitais

Centro Hospitalar de Coimbra – Covões

Hospitais da Universidade de Coimbra

Região do Algarve - 1 Hospital

Hospital Distrital de Faro

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Amostra Final: 150 utentes por hospital – 2250 inquéritos (amostra esperada).

Critérios de selecção:

Maiores de 18 anos;

Utentes com experiência profissional, presente ou passada.

Utentes que recorrem aos respectivos serviços hospitalares, preferencialmente com menos de 10 anos de consulta/acompanhamento.

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Declaração do consentimento informado

Informação ao participante

Informação e consentimento dos Conselhos de Administração, Comissões de Ética e Directores de Serviços (Doenças Infecciosas/Medicina)

Garantia do anonimato e confidencialidade das respostas dos utentes

Respeito total pela vontade expressa dos utentes (cooperação/não cooperação).

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Dificuldades de acesso aos hospitais:

Estrutura burocrática; Organização das hierarquias e respectivas funções; Morosidade de resposta; Fragilidade/Inoperância dos processos de comunicação e de

transmissão da informação; Resistência à cooperação (pessoal médico e de enfermagem); Ausência de infra-estruturas (espaços) adequadas para a

realização dos inquéritos em condições de privacidade e garantia do anonimato do respondente.

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Os utentes seleccionados, regra geral, têm-se mostrado cooperantes com o estudo.

Nalguns casos, vão além das respostas do questionário, aproveitando para expressar vivências mais profundas decorrentes de se ser portador de VIH/SIDA (Guião de Observação da situação do Inquérito).

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Apresentar alguns resultados preliminares (200 questionários dos cerca de 1000 aplicados até ao momento), sobretudo em relação às seguintes dimensões:

Caracterização sociodemográfica

Condição de saúde do respondente e forma de transmissão do vírus

Situação profissional e representações do impacto da doença no trabalho

Alterações no modo de relação com o trabalho decorrentes da infecção por VIH/SIDA e soluções de adaptação

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Os dados apresentados não servem para determinar significâncias estatísticas, mas para prestar um primeiro levantamento das principais experiências e preocupações partilhadas connosco pelos inquiridos.

É-nos possível apresentar uma análise estatística preliminar e básica, acompanhada de alguma análise de conteúdo, realizada a partir das respostas dos inquiridos às questões “abertas” .

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A sub-amostra em causa é maioritariamente masculina: 71% de homens para 29% de mulheres.

No que se refere ao Estado Civil, a maioria recai na categoria “Solteiro(a)” (54%). No entanto, as categorias “Casado(a)” e em “União de facto” perfazem 31% da sub-amostra.

A média das idades situa-se nos 43 anos, sendo que os inquiridos se encontram maioritariamente entre os 30 e os 49 anos, como é visível na tabela seguinte:

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Distribuição de Idades N %

18-29 anos 15 7,5

30-39 anos 61 30,5

40-49 anos 73 36,5

50-59 anos 34 17,0

60-65 ou mais anos 17 8,5

Total 200 100

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No que toca à escolaridade, a maioria dos inquiridos não completou mais do que o 9º ano (69%), sendo que 12,5% completou o 12º ano.

A percentagem de licenciados não se afasta muito do valor que completou o 12º ano, uma vez que no primeiro caso é de 11% e, no segundo, de 12,5%.

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Nível de escolaridade completo N %

Não sabe ler nem escrever 4 2,0

Sabe ler e escrever mas sem grau académico 3 1,5

Ensino Básico (1.º, 2.º, 3.º ciclos ou equivalente) 138 69,0

Ensino secundário (12.º ano ou equivalente) 25 12,5

Ensino Médio/Bacharelato 3 1,5

Licenciatura 22 11,0

Pós-graduação/Curso de especialização 3 1,5

Mestrado 1 0,5

Doutoramento 1 0,5

Total 200 100

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Quanto à Naturalidade, 41% dos inquiridos nasceu na Região de Lisboa e 18,5% na Região do Centro.

Os inquiridos de naturalidade não portuguesa, perfazem 22%.

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Naturalidade N %

Alentejo 10 5,0

Algarve 14 7,0

Centro 37 18,5

Lisboa 82 41,0

Norte 12 6,0

Açores 1 0,5

Total 156 78,0

Naturalidade não portuguesa 44 22,0

Total 200 100

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Nos aspectos relativos à condição de saúde do respondente e aos meios de infecção pelo VIH/SIDA, constata-se que a média de idade dos inquiridos na altura do diagnóstico se situa nos 34 anos, com a seguinte distribuição em termos dos escalões etários:

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Idade ao diagnósticoN %

10 – 19 anos 76 38,0

20 – 29 anos 66 33,0

30 – 39 anos 37 18,5

40 – 49 anos 19 9,5

50 – 59 anos 1 0,5

60 – 65 anos ou mais 1 0,5

Total 200 100

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A transmissão por via sexual é a principal forma de contágio reportada pelos inquiridos (58,5%), seguida por comportamentos relacionados com o uso de drogas injectadas e partilha de materiais contaminados (15,5%).

Há ainda que sublinhar que 23,5% dos respondentes afirma não saber como ficou infectado.

Os inquiridos que afirmaram não saber a forma como contraíram a infecção, são principalmente aqueles que estão entre os 60 e os 65 anos ou mais (41,2%).

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Meio de transmissão da infecçãoN %

Relação sexual 171 58,5

Transfusão de sangue 2 1,0

Uso de drogas e partilha de materiais contaminados

31 15,5

Ferida ou picada com objectos cortantes contaminados

3 1,5

Não sabe 47 23,5

Total 200 100,0

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Cruzando o meio de transmissão da infecção com o sexo dos indivíduos, sobressai que a transmissão por via sexual e os comportamentos relacionados com o uso de drogas injectadas são mais frequentemente indicados pelas mulheres.

Quanto aos inquiridos que não sabem como ficaram infectados, são os homens que apontam mais esta categoria de resposta.

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Em termos de condição perante o trabalho, a maioria dos respondentes exerce uma profissão a tempo inteiro (53%), distribuindo-se os restantes 47% por 21,5% de Desempregados e 13,5% de Reformados.

A distribuição das profissões dos respondentes é idêntica quer estejam empregados ou desempregados: Pessoal de Limpeza de Escritórios, Hotéis e Trabalhadores Similares (4,5 %), Trabalhadores da Construção civil (6%).

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Dos inquiridos que afirmaram não ter havido uma alteração da importância do trabalho devido ao diagnóstico a maioria são homens (71,1%) com o Ensino Básico completo (1.º, 2.º e 3.º ciclos ou equivalente).

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Condição perante o trabalho:

Exercem maioritariamente uma profissão a tempo inteiro (57%);

Sendo que 15% estão desempregados e 14% reformados.

Situação na Profissão:

A grande maioria são trabalhadores por conta de outrem (86%);

Distribuindo-se os restantes por trabalho por conta própria (11,6%), e trabalhador independente (2,5%).

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O grupo de inquiridos que afirmaram que “O diagnóstico desta infecção teria alterado a importância que o trabalho tinha para si” é maioritariamente do sexo masculino (71,4%) e com a escolaridade completa ao nível do Ensino Básico (1º, 2º e 3º ciclos ou equivalente) (66,2%).

A nível da condição perante o trabalho:

Exercem uma profissão a tempo inteiro (48,1%);

Sendo que 31,2% estão desempregados e aproximadamente 12% reformados.

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A principal justificação, dada pelos respondentes, para a não alteração da importância que o trabalho assume para eles reside no facto de considerarem que “a doença nada tem a ver com o trabalho” (32,2%).

Destes, 17,3% afirmam que a importância do trabalho se manteve pelo facto de “se sentirem bem, sem sintomas da doença e, portanto, viverem bem com a doença a todos os níveis, incluindo o laboral.

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O diagnóstico não alterou a importância que o trabalho tinha para si

N %

Porque se sente bem, sem sintomas da doença, vivem bem com a doença/o trabalho tem a mesma importância

36 17,3

Porque o trabalho continua a ser um meio de subsistência

13 6,3

Porque a doença não tem nada a ver com o trabalho

67 32,2

Porque ninguém sabe que eu tenho esta doença 1 0,5

Total 208 100Os valores correspondem ao n.º de respostas registadas nestas variáveis e não ao n.º de indivíduos, daí que N seja superior ao n.º de indivíduos da sub-amostra

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Os inquiridos que relataram uma alteração na importância do trabalho após o diagnóstico, justificam as suas respostas com o facto de “a doença os ter feito dar mais valor à vida e ao trabalho (em 16,8% dos casos).

Todavia, não se pode descurar as seguintes razões: “Porque não consegue trabalhar devido aos sintomas físicos e

psicológicos da doença/medicação”; “Porque o trabalho tem agora menos importância”; “Porque tem medo de ser despedido/prejudicado

profissionalmente”.

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O diagnóstico alterou a importância que o trabalho tinha para si

N %

Porque se refugiou no trabalho 7 3,4

Porque a doença fê-lo dar mais valor ao trabalho e à vida 35 16,8

Porque não consegue trabalhar devido aos sintomas físicos e psicológicos da doença/medicação

12 5,8

Porque o trabalho tem agora menos importância 11 5,3

Porque pode colocar outras pessoas em risco 2 1,0

Porque tem de ir muitas vezes ao hospital 4 1,9

Porque tem medo de ser despedido/prejudicado profissionalmente

10 4,8

Porque tem medo de ser discriminado 6 2,9

Total 208 100

Os valores correspondem ao n.º de respostas registadas nestas variáveis e não ao n.º de indivíduos, daí que N seja superior ao n.º de indivíduos da sub-amostra

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Quando combinámos as razões pelas quais o diagnóstico alterou a importância que os inquiridos conferem ao trabalho com o sexo, 17,8% das respostas dos homens e 14,5% das respostas das mulheres referem que a doença lhes fez dar mais valor ao trabalho e à vida.

No caso das mulheres, 16,1% referem justificações relacionadas com a discriminação, enquanto apenas 6,1% dos homens vão no mesmo sentido.

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Quanto às razões pelas quais o diagnóstico não alterou a importância que os respondentes conferem ao trabalho, 17,8% das respostas dos homens e 16,1% das respostas das mulheres apontam para a seguinte categoria: “porque se sente bem, sem sintomas da doença, vive bem com a doença/o trabalho tem a mesma importância”.

Porém, a resposta mais vezes mobilizada foi “porque a doença não tem nada a ver com o trabalho”, em 32,2% das respostas dos homens e 32,3% das respostas das mulheres.

Existe alguma proximidade de género

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Quando questionados sobre a necessidade de ajustamentos nas condições laborais, de modo a que as pessoas portadoras da infecção VIH/SIDA possam continuar a trabalhar, 71% dos inquiridos respondeu afirmativamente.

É de salientar alguma diferença entre o género feminino e masculino: 67% das respostas dos homens são afirmativas, para 84% das respostas das mulheres.

Quanto ao nível de escolaridade, as respostas dos indivíduos que Sabem ler e escrever mas sem grau académico e com Ensino Médio/Bacharelato são maioritariamente negativas (66,7%). Já os restantes níveis de escolaridade consideram ser necessário existir esses ajustamentos.

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Ajustamentos necessários nas condições de trabalho N %

Modificação do horário de trabalho 13 3,5

Modificação das condições físicas de trabalho no local de trabalho (barulho, higiene, conforto, etc.)

28 7,6

Horário de trabalho flexível 28 7,6

Possibilidade de desempenhar a actividade profissional em casa (tele-trabalho) 16 4,3

Trabalho em part-time 15 4,1

Dispensa para toma de medicamentos e consultas regulares 81 22,0

Redução de trabalho física e psicologicamente exigente e desgastante 42 11,4

Diminuição de tarefas que acarretem maior stress e responsabilidade 16 4,3

Necessidade de pausas e reforços alimentares regulares ao longo do dia 18 4,9

Promoção de um ambiente de trabalho saudável e não discriminatório 96 26,0

Haver mais informação nos locais de trabalho 7 1,9

Obrigatoriedade de preservação da confidencialidade/mudança de legislação 3 0,8

O Estado devia apoiar na reinserção profissional 3 0,8

Apoio médico nas empresas 3 0,8

Total 369 100,0

Os valores correspondem ao n.º de respostas registadas nestas variáveis e não ao n.º de indivíduos, daí que N seja superior ao n.º de indivíduos da sub-amostra 42

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Relativamente à questão da existência de profissões mais adequadas à condição de saúde dos portadores de VIH/SIDA demonstrou-se existir algum equilíbrio nas respostas: 45% dos inquiridos responderam afirmativamente, enquanto 53% responderam negativamente (havendo 2% de não respostas).

Aos 45% que responderam afirmativamente, foi perguntado quais seriam então as profissões mais adequadas ao estado serológico dos Seropositivos.

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Nota: As respostas a esta pergunta complementar demonstraram-se difíceis de mobilizar pelos nossos inquiridos, uma vez que a maioria vai no sentido de exprimir “condições de trabalho”, favoráveis e desfavoráveis, mais do que na identificação concreta de profissões (des)adequadas.

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Deste modo, são apresentadas as seguintes profissões como sendo as mais adequadas:

◦ Profissões moderadas (que exijam pouco esforço físico ou mental) e com horário flexível (44,2% das respostas);

◦ na mesma linha os Trabalhos em que se esteja sentado (Secretaria, segurança, telefonista, etc.) constituem 10,4 % das respostas;

◦ e as Actividades em que não haja risco de feridas/cortes representam 9,1% das respostas.

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Profissões desadequadas N %

Enfermagem 5 13,5

Profissões que lidem com alimentos 13 35,1

Profissões ligadas à saúde porque se está mais exposto a outras infecções

2 5,4

Profissões que envolvam perigo (cirurgia, talho) 4 10,8

Hotelaria 2 5,4

Trabalhos com crianças 1 2,7

Construção civil 2 5,4

Profissões em que se esteja muito exposto a condições climatéricas (frio, calor, etc.)

7 18,9

Jardinagem 1 2,7

TotalOs valores correspondem ao n.º de respostas registadas nestas variáveis e não ao n.º de indivíduos.

37 100,0

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Conclui-se que são as profissões que lidem com alimentos aquelas que os respondentes consideram mais desadequadas aos portadores de VIH/SIDA.

É ainda de salientar a necessidade de protecção da condição de saúde dos portadores da infecção VIH/SIDA, quando os respondentes referem que as profissões em que se está muito exposto a condições climatéricas (frio, calor, etc.), são igualmente desadequadas.

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Todavia, se entrarmos em linha de conta com a variável nível de escolaridade, os inquiridos que têm Licenciatura, Mestrado e Doutoramento afirmam não existirem profissões mais adequadas para portadores de VIH/SIDA (100% nas duas últimas categorias e 81% na primeira).

No que concerne aos restantes níveis de escolaridade, a maioria responde que sim à existência de profissões mais adequadas para portadores de VIH/SIDA (respostas acima dos 30% em todas as categorias).

Relevância da variável nível de escolaridade

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Por fim, analisamos a relação que os respondentes mantêm com o trabalho e as suas soluções de adaptação ao mercado de trabalho após serem diagnosticados com VIH/SIDA.

Quando questionados sobre medidas de precaução no local de trabalho que tenham adquirido após o diagnóstico, 24,6% das respostas dos inquiridos vão no sentido de não terem tomado qualquer tipo de precaução adicional.

A distribuição das respostas, em termos de justificações para a não aquisição de novas medidas é bastante semelhante, como se pode observar no quadro seguinte:

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Depois do diagnóstico não tomou quaisquer medidas porque

N %

O tipo de trabalho que faz não coloca ninguém em risco 16 26,7

Já tinha cuidado 13 21,7

Não estava a trabalhar 17 28,3

Não (sem qualquer justificação) 14 23,3

TotalOs valores correspondem ao n.º de respostas registadas nestas variáveis e não ao n.º de indivíduos.

60 100,0

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Já os inquiridos que afirmam ter tomado precauções adicionais no local de trabalho (75,4% das respostas), após o diagnóstico, concentram os seus esforços:

nas Medidas de Higiene (54,3% do total das respostas); na Manipulação correcta de objectos e materiais (40,3% do total

das respostas);

as “Medidas de evitamento de contactos interpessoais e relações amorosas com colegas do local de trabalho” constituem uma estratégia residual em termos de respostas dos inquiridos, como se demonstra no quadro seguinte:

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Depois do diagnóstico passou a tomar medidas que não tinha anteriormente, tais

como:

N %

Medidas de higiene (lavar as mãos, desinfectar instrumentos e materiais contaminados, etc.)

100 54,3

Manipulação dos objectos e materiais de forma apropriada

74 40,3

Medidas de evitamento de contactos interpessoais e relações amorosas com colegas do local de trabalho

10 5,4

TotalOs valores correspondem ao n.º de respostas registadas nestas variáveis e não ao n.º de indivíduos.

184 100,0

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No que concerne às estratégias que a Entidade Patronal teria assumido no sentido de proteger os seus trabalhadores (quer sejam portadores de VIH/SIDA ou não), o principal resultado a assinalar é o número elevado de casos em que esta pergunta “Não se Aplica”, como é visível no quadro seguinte:

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A entidade patronal para a qual trabalha(va) tomou medidas para o proteger e aos outros trabalhadores de um possível contágio

N %

Sim 5 2,5

Não 47 23,5

Total 52 26,0

Não se aplica 148 74,0

Total 200 100,0

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Este resultado (“Não se aplica”) está associado ao facto de a maioria dos inquiridos não ter informado a entidade patronal do seu estado de saúde. Daí não ter havido a implementação de medidas específicas.

No entanto, há ainda a registar os 23,5% de respostas negativas relativamente à mesma pergunta.

Neste caso, a Entidade Patronal teve conhecimento do diagnóstico dos inquiridos, mas não tomou qualquer medida adicional.

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Quanto às estratégias de procura de emprego, a maioria dos inquiridos utilizou os meios tradicionais.

Há que salientar que 12,5% dos inquiridos estavam ou ficaram desempregados na altura do diagnóstico.

No entanto, não procuraram emprego, como se pode observar no quadro seguinte.

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Se estava ou ficou desempregado na altura do diagnóstico, que estratégias desenvolveu para encontrar emprego

%

Procurou em anúncios dos jornais 22,7

Procurou por meio de contactos de amigos e conhecidos 23,9

Contactou o Instituto de Emprego e formação Profissional 22,7

Procurou orientação nos serviços da Segurança Social 3,4

Procurou junto de Instituições particulares ligadas à toxicodependência e VIH 1,1

Internet 3,4

Criou o seu próprio emprego 2,3

Inscreveu-se em agências de trabalho 2,3

Vai directamente aos locais de interesse entregar CVs 5,7

Estava ou ficou desempregado na altura do diagnóstico, mas não procurou trabalho

12,5

Total 100,0

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Aqueles que estavam ou ficaram desempregados na altura do

diagnóstico, em relação à questão sobre as “Principais

dificuldades que sentiu/sente ao procurar emprego”, fazem as

seguintes considerações sobre o mercado de trabalho:

“O tipo de trabalho exigido era física e psicologicamente

exigente” (25% das respostas);

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“Sentia uma diminuição da capacidade para trabalhar com o avançar da infecção VIH/SIDA” (33,3% das respostas);

“Medo de ser discriminado” (33,3% das respostas).

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A sub-amostra é maioritariamente masculina; solteira e com uma média de idades na ordem dos 43 anos.

A maioria dos inquiridos não completou mais do que o 9º ano (69%), sendo que 12,5% completou o 12º ano.

A percentagem de licenciados é próxima dos que completaram o 12º ano.

A maioria é natural da Região de Lisboa e Centro. É de salientar o peso significativo dos respondentes com naturalidade não portuguesa.

A média de idade dos inquiridos na altura do diagnóstico situa-se nos 34 anos.

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A principal forma de contágio reportada é a transmissão por via sexual, seguida por comportamentos relacionados com o uso de drogas injectadas e partilha de materiais contaminados .

As mulheres contraem, mais do que os homens, a infecção pelos meios de transmissão supra citados.

Os inquiridos mais velhos (60-65 anos ou mais) são os que mais afirmam não saber o modo como contraíram a infecção. São também os homens, mais do que as mulheres, a alegarem desconhecimento acerca do modo de transmissão.

A maioria dos respondentes exerce uma profissão a tempo inteiro, embora não seja de descurar a percentagem de desempregados e reformados.

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O tipo de profissões desempenhadas actualmente pelos respondentes encontra-se muito dispersa.

As únicas categorias com alguma expressão, ainda que residual são: Pessoal de Limpeza de Escritórios, Hotéis e Trabalhadores Similares; Trabalhadores da Construção civil .

No caso de estarem Desempregados, o perfil ocupacional (última profissão) é idêntico.

Tratam-se de profissões que exigem poucas qualificações, o que vai ao encontro do nível de escolaridade dominante na nossa sub-amostra.

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Não alteração da importância do trabalho devido ao diagnóstico: pistas interpretativas.

“Doença nada tem a ver com o trabalho”: autonomização destas duas dimensões da vida. Abre caminho para a (re)inserção através do trabalho.

“Sentirem-se bem, sem sintomas da doença e, portanto, viverem bem com a doença a todos os níveis, incluindo o laboral”: Progresso da medicina ao nível do diagnóstico, intervenção e terapêuticas implementadas.

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Alteração da importância do trabalho devido ao diagnóstico: pistas interpretativas.

O facto de 31,2% dos inquiridos aqui situados se encontrarem desempregados pode influenciar a alteração do significado do valor/instituição trabalho para os respondentes, ao contrário dos que referem não ter havido qualquer alteração, em que só 15% se encontravam nesta situação.

Os inquiridos justificam as suas respostas com o facto de a doença os ter feito dar mais valor à vida e ao trabalho – maior valorização de outras dimensões.

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Todavia, existem pistas que nos conduzem a aprofundar argumentos relacionados com a própria evolução da doença (sintomas físicos e psicológicos da doença/medicação); uma menor centralidade do valor/instituição trabalho e o medo de ser despedido/prejudicado profissionalmente.

Existe alguma proximidade de género nas razões pelas quais o diagnóstico alterou (ou não) a importância do trabalho.

Porém, são mais as mulheres que referem dimensões relacionadas com o medo de discriminação.

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Necessidade de ajustamentos nas condições laborais,

A questão da discriminação é de novo salientada: “a promoção de um ambiente de trabalho saudável e não discriminatório” é o ajustamento mais referido.

Mais uma vez, nesta questão, existe uma proximidade de género (H: 20,6%; M: 24,6%).

O mesmo sucede em relação ao ajustamento “dispensa para a toma de medicamentos e consultas regulares (H: 25,9%; M: 26,2%).

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É de salientar que a maioria das respostas de todos os escalões etários vão no sentido de considerarem necessários ajustamentos nas condições de trabalho para que os portadores de VIH/SIDA possam trabalhar (mais de 60% das respostas em todos os escalões).

Profissões mais adequadas à condição de saúde dos portadores de VIH/SIDA: a nossa sub-amostra encontra-se dividida entre o Sim e o Não.

No último caso, encontram-se sobretudo os inquiridos com um nível de instrução superior (Licenciatura, Mestrado, Doutoramento).

Os que respondem afirmativamente encontram-se distribuídos pelos restantes níveis de escolaridade.

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De qualquer forma, as profissões que impliquem algum risco de contágio (e.g., que lidem com alimentos) ou aquelas em que o próprio portador da infecção está muito exposto a condições climatéricas agressivas (frio, calor, etc.), são as que os respondentes consideram como sendo as mais desadequadas.

Medidas de precaução no local de trabalho que tenham adquirido após o diagnóstico: a maioria dos inquiridos não tomou qualquer tipo de precaução adicional.

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Os inquiridos que afirmam ter tomado precauções adicionais no local de trabalho fizeram-no sobretudo no domínio da Higiene e da Manipulação correcta de objectos e materiais.

A Entidade Patronal não tomou medidas adicionais de protecção dos trabalhadores (portadores e não portadores de VIH/SIDA) – Desconhecimento do diagnóstico.

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Há ainda a salientar que uma proporção dos inquiridos estava ou ficou desempregada na altura do diagnóstico, mas não procurou emprego.

Não obstante, consideram que existem dificuldades no mercado de trabalho relacionadas com os seguintes aspectos: a exigência (física e psicológica) do tipo de trabalho existente; a diminuição das capacidades para o trabalho e o receio de discriminação.

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Isabel Dias Professora Auxiliar com Agregação Departamento de Sociologia da Faculdade de Letras da

Universidade do Porto [email protected]

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