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III Congresso Consad de Gestão Pública CAPACITAÇÃO DOS PRINCIPAIS ATORES ENVOLVIDOS NO PROCESSO, TANTO DA SES/MG QUANTO DOS MUNICÍPIOS E PRESTADORES: O CURSO DE TRANSFERÊNCIA DE RECURSOS ATRAVÉS DO CANAL MINAS SAÚDE Jomara Alves da Silva André Moreira dos Anjos Francisco Antônio Tavares Junior Lívia Moraes Torres

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III Congresso Consad de Gestão Pública

CAPACITAÇÃO DOS PRINCIPAIS ATORES

ENVOLVIDOS NO PROCESSO, TANTO DA SES/MG

QUANTO DOS MUNICÍPIOS E PRESTADORES: O

CURSO DE TRANSFERÊNCIA DE RECURSOS ATRAVÉS DO CANAL MINAS SAÚDE

Jomara Alves da Silva André Moreira dos Anjos

Francisco Antônio Tavares Junior Lívia Moraes Torres

Painel 37/143 Modernização administrativa da saúde e da educação

CAPACITAÇÃO DOS PRINCIPAIS ATORES ENVOLVIDOS NO PROCESSO, TANTO DA

SES/MG QUANTO DOS MUNICÍPIOS E PRESTADORES: O CURSO DE

TRANSFERÊNCIA DE RECURSOS ATRAVÉS DO CANAL MINAS SAÚDE

Jomara Alves da Silva André Moreira dos Anjos

Francisco Antônio Tavares Junior Lívia Moraes Torres

RESUMO Com a compreensão da importância de um instrumento claro de coordenação dos atores envolvidos em uma política pública, e de conhecimento de que, no caso das políticas públicas de saúde de Minas Gerais, esse instrumento é a transferência de recursos, torna-se primordial a qualificação dos principais atores envolvidos no processo. Essa qualificação visa informar quais os requisitos, condições e expectativas da Secretaria de Estado de Saúde SES/MG quando da formalização de quaisquer dos instrumentos de transferência. Utilizando a metodologia de educação a distância está sendo realizado um curso de Transferência de Recursos através do Canal Minas Saúde, com o qual se espera a facilitação do processo de formalização dos instrumentos utilizados para as transferências e garantir bom emprego desses recursos repassados aos municípios e aos prestadores de serviços de saúde. O foco está na capacitação da gestão municipal, principal beneficiada pelo instrumento, bem como dos analistas da SES/MG, com relação ao processo, divulgando os procedimentos e alinhando conceitos importantes para garantir celeridade e eficácia na formalização das transferências e qualidade na aplicação dos recursos. Não obstante à capacitação dos atores envolvidos no processo torna-se necessário o aprimoramento dos procedimentos concernentes ao processo de transferência de recursos. Nesse sentido, a SES/MG buscou qualificar esse processo através da adequação do fluxo de transferência de recursos e modernização de procedimentos, com vistas a facilitar a formalização da transferência de recursos e a regulação das políticas de saúde executadas.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO........................................................................................................... 03

OBJETIVOS............................................................................................................... 06

METODOLOGIA........................................................................................................ 07

CONCLUSÃO............................................................................................................ 13

REFERÊNCIAS.......................................................................................................... 15

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INTRODUÇÃO

Com a compreensão de que não é missão da Secretaria de Estado de

Saúde de Minas Gerais (SES/MG) prestar serviços assistenciais torna-se cada

vez mais importante que ela desempenhe suas funções básicas, ou aquilo que

constitui o seu papel ou missão declarada como: formular, fomentar e regular

políticas de saúde.

Neste sentido, ressalta-se a percepção de que, embora atue de maneira

conjunta as outras instâncias de governo e aos prestadores de serviço de saúde no

âmbito do SUS visando a população, em última instância, dadas as funções que

exerce, os principais clientes da SES/MG são os municípios e os prestadores de

serviços de saúde.

Um importante mecanismo na atuação da Secretaria de Estado de Saúde

vem sendo o exercício de ações de fomento, constituído por formação de recursos

humanos, orientação aos municípios e repasse de recursos de forma voluntária,

através de convênios e resoluções.

Um bom exemplo da atuação do estado neste sentido pode ser verificado

através do Programa Saúde em Casa. Neste Programa, cujo foco é o fortalecimento

da atenção primária, literalmente um apoio estadual ao Programa Saúde da Família,

percebe-se claramente a compreensão do papel do Estado.

A estrutura básica das ações ofertadas pelo Estado no que se refere ao

Programa Saúde em Casa, pode ser verificada na figura a seguir:

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Figura 1: Escopo do Programa Saúde em Casa

O Programa Saúde em Casa, lançado em 2005, tem como principal

objetivo trabalhar as estruturas e processos da atenção primária, visando qualificá-la

a ponto de permitir o alcance de expressivos resultados.

No atual modelo de atenção proposto pelo Estado de Minas Gerais, o

modelo de redes, a atenção primária exerce papel fundamental, constituindo-se o

centro coordenador destas redes e o responsável sanitário por cada cidadão. Em

outras palavras, para lograr êxito com a estratégia proposta, a Secretaria de Estado

de Saúde de Minas Gerais precisa alcançar bons resultados com a atenção primária.

Ocorre que são os municípios que de fato exercem as atividades

relacionadas à atenção primária. Cabe a eles a manutenção das equipes do

Programa Saúde da Família e das Unidades Básicas de Saúde.

Assim, o Estado precisa exercer de forma eficiente sua missão e garantir,

através de mecanismos de controle, regulação ou em um sentido mais amplo de

gestão, aquilo que espera obter: bons resultados.

Além das ações de capacitação, em geral executadas através de parceria

entre a Secretaria de Estado de Saúde e a Escola de Saúde Pública, que visam,

sobretudo, ampliar a capacidade dos profissionais e além das atividades específicas

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voltadas para a tecnologia da informação – em geral garantidas através de

convênios, existem importantes duas atividades que buscam qualificar/reforçar a

estrutura da atenção primária no Estado.

Estas duas importantes ações são: o repasse mensal de incentivos para

manutenção das equipes de saúde da família e o repasse de recursos para

construção das unidades básicas.

Ambas as atividades foram iniciadas ainda no primeiro período de gestão

do atual governo e representam um importante avanço do Estado no cumprimento

de sua responsabilidade.

O repasse destes recursos é regulamentado através de resolução e,

desde então, provocaram grande impacto na atenção primária e na relação do

Estado com os municípios, o que pode ser percebido através da melhoria dos

indicadores, como o indicador de cobertura da atenção primária e da própria

redução da mortalidade infantil.

Desde o início, a proposta era que estes repasses realizados por meio de

resoluções não se tornassem uma espécie de transferência a “fundo perdido”, mas

que ao mesmo tempo não se submetessem a uma lógica rígida como a dos convênios

em que os ritos de prestação de contas tornam a questão da adequação na aplicação

dos recursos o foco principal, em detrimento do alcance dos resultados.

Embora todo o desenho lógico destes repasses tenha sido muito bem

elaborado, há que se ressaltar que existe um processo de aprendizado decorrente

de sua aplicação.

Percebeu-se ao longo deste período, que um número significativo de

municípios não tinham sequer a percepção do tipo de gasto que poderia ou não ser

feito com os recursos, não compreendiam qual a responsabilidade e possíveis

penalidades decorrentes da não observância dos princípios legais e acima de tudo

não comprometiam-se com os resultados pactuados, muitas vezes, por não

perceber o impacto do seu descumprimento, em virtude, em geral, da fragilidade dos

processos de monitoramento do Estado. Percebeu-se ainda que haviam alguns

pontos, desde a formalização do instrumento até a prestação de contas, que

limitavam o bom andamento do processo de transferência de recursos.

Sobre estes aspectos e algumas soluções e propostas identificadas pelo

Estado para melhorar o processo de transferência de recursos que versará este

trabalho.

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OBJETIVOS

O objetivo do trabalho desenvolvido foi, principalmente, melhorar a

capacidade da Secretaria de Estado de Saúde em relação a um dos principais

processos: a transferência de recursos.

Os trabalhos desenvolvidos se concentraram em respostas aos

problemas identificados, conforme o quadro abaixo:

Problema Solução proposta

Falta de compreensão dos municípios quanto a sua responsabilidade em relação ao processo de transferência de recursos

Curso de capacitação através do Canal Minas Saúde

Fluxo confuso, com algumas indefinições sobre responsabilidades do ponto de vista das áreas da SES/MG

Redesenho do processo

Falta de monitoramento por parte da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, gerando um “gap” entre o repasse e a prestação de contas, muitas vezes impossível de ser sanado.

Investimento em ações de monitoramento, com soluções tecnológicas, dentre outros.

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METODOLOGIA

1. O curso através do Canal Minas Saúde.

O curso de capacitação “Gestão de Transferência de Recursos”,

realizado através do Canal Minas Saúde, teve como objetivo promover a qualidade

do gasto público com a saúde. A proposta da capacitação foi aprimorar o processo

de transferência de recursos – planejamento, procedimentos de execução,

monitoramento, prestação de contas – e de doação de materiais e equipamentos

da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES/MG) para os municípios

do estado.

O desenho da capacitação foi todo feito a partir de uma história fictícia de

um município pequeno, cuja gestora (secretária de saúde) acabou de assumir a

secretaria. Por se tratar de um município pequeno – como tantos que existem em

Minas Gerais – a secretaria praticamente não tinha funcionários.

Assim, o novo funcionário da prefeitura assume seu posto e começa a

tentar auxiliar a gestora na solução de uma série de questões que vão desde como

captar novos recursos até como prestar contas da utilização destes e quais as

conseqüências para aqueles que não o fazem.

O Programa destaca também o foco em resultados, mas enfatizando

sempre que bons resultados alcançados pelos municípios não descartam a

importância de aplicar de forma correta o dinheiro.

O público do Estado foi definido pelos gerentes dos setores da Secretaria

de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES/MG). Os participantes dos municípios

foram convidados pelos gestores municipais de saúde. Em geral, priorizou-se

profissionais envolvidos na transferência de recursos financeiros para a saúde,

independentemente do vínculo funcional. São os responsáveis pela celebração de

convênios, adesão a resoluções, execução dos recursos, acompanhamento da

execução física e financeira, recebimento de equipamentos, prestação de contas

(financeira e assistencial), entre outros.

As inscrições para a participação no curso foram feitas por meio do Portal

(www.portalminassaude.com.br). Utilizando recursos de educação à distância, o

curso teve quatro aulas transmitidas pelo Canal Minas Saúde de televisão. Todo o

material de consulta ficou disponível no portal, e assim, o aluno teve a oportunidade

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de aprofundar o conteúdo e de ter mais opções de estudos complementares, como

indicações de leituras, exercícios, material das aulas e espaços para discussão

como os fóruns.

O número total de vagas disponibilizadas foi de 2.564, sendo 200 para a

SES/MG, 2.300 para os 853 municípios do estado e 64 para os profissionais dos

consórcios. As aulas foram exibidas pelo Canal Minas Saúde de televisão nas

quintas-feiras dos dias 19/11, 26/11, 03/12 e 10/12, de 10 às 11 horas.

O Canal Minas Saúde – objeto de outro pôster apresentado ao CONSAD

– é uma iniciativa educacional e de Tecnologia da Informação implementada pela

SES, para fazer com que as redes de atenção à saúde atendam satisfatoriamente às

necessidades da população. Trata-se de um modelo educacional até então inédito,

focado nos processos de trabalho e tendo como alvo as Equipes de Saúde da

Família (ESF) estabelecidas nos municípios mineiros.

O modelo adota a simultaneidade e uniformidade das ações educativas, o

que configura um desafio de enorme proporção, tanto pelo aspecto geo-espacial de

Minas Gerais, quanto pelo aspecto numérico: 853 municípios e 3.600 equipes de

Saúde da Família.

Para fazer frente ao desafio de atingir simultaneamente todos os

profissionais da saúde de maneira uniforme, ágil, estimulante, com linguagem

acessível e, acima de tudo, de modo reflexivo, adotou-se a alternativa de uso de

tecnologia televisiva associada às de informática e rádio, aliadas a um processo de

educação focado na concepção de educação permanente para o SUS.

2. O redesenho do processo de transferência de recursos.

Tendo em vista a constante busca pela inovação e modernização

institucional, foram selecionados, para serem redesenhados, alguns processos

considerados “gargalos” para a consecução dos objetivos estratégicos da SES/MG,

dentre eles o processo de transferência de recursos.

As chamadas Transferências de Recursos são um dos instrumentos

utilizados para criar coordenação entre os diversos atores envolvidos no SUS. A

capacidade de instituir programas eficientes e com objetivos coerentes com a

necessidade da população, e um processo de transferência de recursos que seja

capaz de garantir a cooperação harmônica entre esses atores se torna condição

para o sucesso das políticas citadas.

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Desta forma, visando aprimorar os procedimentos no tocante à

transferência de recursos a municípios e entidades, foi redesenhado, e está em fase

de implementação, o processo de transferência de recursos, através de Resoluções

e Convênios. A SES/MG mapeou este processo e identificou algumas oportunidades

de melhoria, apresentadas a seguir, que já foram ou estão sendo implantadas.

O mapeamento e implementação do processo buscou sanar “gargalos”

que dificultam a formalização da transferência dos recursos e a regulação das

políticas de saúde executadas por essas instâncias. Além de buscar sanar gargalos,

outra importante tentativa é a de simplificar o processo, tornando-o menos moroso e

mais transparente para quem o executa ou é beneficiário dele.

Figura 2: Macro etapas do Processo de Transferência de Recursos

Em cada uma dessas macro etapas do processo de Transferência de

recursos descritas na figura 2, foram identificadas algumas oportunidades de

melhoria, as quais foram elencadas em um plano de ação. Este plano irá nortear as

ações da SES/MG no que tange à implantação do fluxo de transferência de recursos

redesenhado, definindo atividades, prazos e responsáveis.

Um aspecto passível de melhoria identificado, por exemplo, foi a falta de

padronização da prestação de contas dos recursos transferidos através de

resolução. Esse fator torna ainda mais complicado para os municípios o

cumprimento de seus compromissos, bem como acarreta na dificuldade e

morosidade na análise da prestação de contas pelos analistas da SES/MG. Nesse

sentido diversas ações estão sendo implementadas.

� Atualização da macro etapa referente à Prestação de Contas, do fluxo

de transferência de recursos, conforme Resolução da SES/MG que

regulamenta a prestação de contas de recursos transferidos através de

resoluções;

� Padronização da cláusula de prestação de contas das resoluções;

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� Capacitação de funcionários da GRS para conferência da Prestação de

Contas;

� Capacitação dos gestores e técnicos municipais para a elaboração de

prestações de contas;

� Criação de Chek-list para a conferência da Prestação de Contas;

O quadro abaixo relaciona os principais problemas identificados no

processo de transferência de recursos bem como as medidas que estão sendo

adotadas para saná-los.

PROBLEMAS IDENTIFICADOS AÇÕES IMPLEMENTADAS

Falta de informação fácil para os beneficiários sobre os procedimentos para formalização do processo de Transferência de Recursos

Melhorar a interface entre o proponente (beneficiário) e a SES via internet (site)

Erros na prestação de contas devido a: alta rotatividade de funcionários para conferência da prestação de contas;

Capacitar funcionários para conferência da Prestação de Contas

Falta de técnico de edificação para a vistoria das obras na gerência de prestação de contas ocasionando parada no processo

Contratar técnico de edificação para vistoria das obras

Falta de padronização da prestação de contas dos recursos transferidos através de resolução.

Padronizar a prestação de contas para os recursos executados

através de resolução

Quadro 1: Problemas Identificados e Soluções Propostas no Fluxo de Transferência de Recursos

As ações da SES/MG no tocante ao redesenho e implantação do fluxo de

transferência de recursos visam padronizar procedimentos operacionais uniformizar

o processo de prestação de contas entre os programas e garantir um

acompanhamento mais eficaz do recurso transferido. Um bom monitoramento dos

investimentos garante maior compromisso por parte dos beneficiários com correto

gasto do recurso e com o cumprimento de prazos, além de proporcionar à SES/MG

mais insumos para uma melhoria constante da Gestão. Nesse sentido, uma outra

oportunidade de melhoria no fluxo foi o aperfeiçoamento do monitoramento das

transferências de recursos.

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3. Investimento em ações de monitoramento.

Outra importante oportunidade de melhoria identificada, diz respeito a

qualificar as ações de monitoramento realizadas pela Secretaria de Estado de

Saúde de Minas Gerais.

O fato de optar por foco em resultados, não significa que o Estado deve

abrir mão de sua prerrogativa de gestor e do controle que precisam exercer.

Alguns exemplos de lacunas ou problemas identificados:

� Diversas prestações de contas atrasadas, sem controle por parte das

áreas da SES/MG;

� Falta de monitoramento dos resultados pactuados e falta de

cumprimento das sanções previstas nas resoluções gerando um

descrédito em relação às mesmas – o recurso/benefício passa a ser

visto pelos municípios como um direito adquirido;

� Falta de simplificação e informatização, tornando o processo de

monitoramento mais complicado.

Como soluções propostas, destacam-se:

� Realização de mutirões visando colocar em dia as prestações de

contas feitas pelos municípios;

� Redefinição de alguns mecanismos (resoluções) de repasse, optando-

se pela simplificação, por exemplo, do número de indicadores a serem

monitorados;

� Cumprimento dos termos pactuados, fazendo com que os municípios

voltem a “acreditar” que o eventual descumprimento dos resultados e

compromissos pactuados pode gerar sanções e/ou perdas;

� Implantação de sistema informatizado para monitoramento de obras e

início de revisões no Sistema Estadual de Convênios e Resoluções

(SIGCON), visando adequar as necessidades identificadas pela

Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, inclusive inclusão da

parte de prestação de contas que ainda é feita fora de sistemas, em

papel, de forma burocratizada e morosa.

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O Sistema Estadual de Convênios (SIGCON ) foi criado pelo Decreto no

44.424, de 21 de Dezembro de 2006 e alterado pelo Decreto no 44.574 de 23 de

julho de 2007. Esse sistema constitui uma ferramenta de acompanhamento das

transferências de recursos públicos realizadas pela administração pública do Estado

de Minas Gerais para órgãos e entidades de qualquer nível de governo ou para

instituições privadas. A figura 3 especifica as fases do Desenvolvimento do Projeto

SIGCON-Saída.

Figura 3: Desenvolvimento do Projeto SIGCON-Saída Fonte: Secretaria de Estado de Governo de Minas Gerais

A SES/MG já utiliza o Sistema transacional para o cadastro e o Armazém

de Informações Sigcon-saída para o acompanhamento das transferências de

recursos realizadas por meio de convênios e transferências fundo a fundo, as quais

são regulamentadas através de Resoluções. No entanto, tendo em vista as

necessidades dos usuários da SES/MG foi identificada como oportunidade de

melhoria para o fluxo de transferência de recursos a realização de algumas

adequações no sistema transacional já desenvolvido, bem como a inclusão do

módulo de prestação de contas dos recursos repassados.

A partir dessas alterações o acompanhamento do Convênio/Resolução irá

ocorrer desde o cadastro do plano de trabalho até a emissão da nota de baixa da

prestação de contas ou envio do processo para tomada de contas especial. Não

obstante irá proporcionar mais funcionalidades para um bom monitoramento das

transferências de recursos pela SES/MG

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CONCLUSÃO

Embora os primeiros resultados já possam ser identificados, o grande

avanço a ser destacado aqui é o reconhecimento que este processo – em geral

identificado como um processo de apoio – é na verdade finalístico no que se refere a

missão da SES/MG.

Mais do que isso, a Secretaria de Estado de Saúde não pode se ver

apenas como um órgão com função de controle que passa recursos e cobra uma

contrapartida. Precisa exercer uma função até mesmo pedagógica, orientando os

municípios – sobretudo em Minas Gerais onde o número excessivo de municípios e

a pequena população de vários destes inviabiliza o fortalecimento da capacidade

gerencial dos mesmos.

Figura 3: Cadeia de valor do Sistema Único de Saúde

Cabe ressaltar ainda o potencial inerente aos instrumentos de

transferência de recursos e prestação de contas. É fundamental que o Estado

consiga alinhar os instrumentos de forma a criar um movimento semelhante ao

criado com o acordo de resultados onde a estratégia é pactuada entre o governador

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e a sociedade, desdobrada para os órgãos e para as equipes dentro dos órgãos,

garantindo um alinhamento e ampliando o potencial de alcance de resultados.

Da mesma forma, é necessário que o Estado pactue um “acordo de 1a

etapa” com os municípios e depois desdobre estes compromissos para cada

unidade de saúde.

Por fim, resta o importante reconhecimento de que ainda há muito a ser feito.

Trata-se de um processo que necessita de melhorias e aprimoramentos contínuos.

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Secretaria de Gestão. Avaliação continuada da gestão pública: Repertório/Secretaria de Gestão. Brasília: MP, SEGES, 2004. CONASS, Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde. Oficina sobre redes de atenção à saúde. Guia de estudo. Brasília, 2006. GUIMARÃES, Tadeu Barreto; ALMEIDA, Bernardo Tavares de. Da estratégia aos resultados concretos: a experiência de Minas Gerais (2003-2005). Cadernos BDMG: Belo Horizonte: BDMG, n.12, 2006a. MENDES, E. V. Os grandes dilemas do SUS. Salvador, Casa da Qualidade, Tomo II, 2001. ______. A atenção primária à saúde no SUS. Fortaleza, Escola de Saúde Pública do Ceará, 2002. ______. Revisão bibliográfica sobre redes de atenção à saúde. Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais, 2008. MINAS GERAIS. Secretaria de Estado de Governo. Belo Horizonte. Disponível em: <http://www.governo.mg.gov.br/conteudo/54/SIGCON-Sa%C3%ADda.aspx>. Acesso em: 11 fev. 2010. PORTER, Michael E. Vantagem competitiva: criando e sustentando um desempenho superior. 3. ed. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1989. 536p. PORTER, M. E; TEISBERG, E. O. Repensando a saúde: estratégias para melhorar a qualidade e reduzir os custos. Porto Alegre: Bookman, 2007. VILHENA, Renata. Rumo à segunda geração do choque de gestão. In: MARINI, Caio et al. O choque de gestão em Minas Gerais: políticas da gestão pública para o desenvolvimento. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2006. p. 351-356.

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AUTORIA

Jomara Alves da Silva – Graduada em direito. Atualmente é Subsecretária de Obras da Secretaria Estadual de Transporte e Obras Públicas de Minas Gerais.

Endereço eletrônico: [email protected] André Moreira dos Anjos – Graduado em Administração Pública pela Fundação João Pinheiro. É Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental. Endereço eletrônico: [email protected] Francisco Antônio Tavares Junior – Graduado em Administração Pública pela Fundação João Pinheiro e especializado em Economia da Saúde e Farmacoeconomia pelo IDEC/Universidad Pompeu Fabra de Barcelona na Espanha. É Assessor chefe de gestão estratégica da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais.

Endereço eletrônico: [email protected] Lívia Moraes Torres – Graduada em Administração Pública pela Fundação João Pinheiro. É Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental.

Endereço eletrônico: livia.torres @saude.mg.gov.br