iii congresso consad de gestão pública consad/paineis... · mineira, a lei estadual n o 15.304,...

21
III Congresso Consad de Gestão Pública A CARREIRA DE ESPECIALISTA EM POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO GOVERNAMENTAL (EPPGG) COMO INSTRUMENTO TRANSFORMADOR DA REALIDADE ESTATAL: A EXPERIÊNCIA DE MINAS GERAIS Frederico de Morais Andrade Coutinho Renata Anício Bernardo

Upload: phamdung

Post on 12-Dec-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

III Congresso Consad de Gestão Pública

A CARREIRA DE ESPECIALISTA EM POLÍTICAS

PÚBLICAS E GESTÃO GOVERNAMENTAL

(EPPGG) COMO INSTRUMENTO

TRANSFORMADOR DA REALIDADE ESTATAL: A EXPERIÊNCIA DE MINAS GERAIS

Frederico de Morais Andrade Coutinho Renata Anício Bernardo

Painel 32/123 Carreiras de gestor governamental: seus modelos nos estados e no Governo Federal

A CARREIRA DE ESPECIALISTA EM POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO

GOVERNAMENTAL (EPPGG) COMO INSTRUMENTO TRANSFORMADOR DA

REALIDADE ESTATAL: A EXPERIÊNCIA DE MINAS GERAIS

Frederico de Morais Andrade Coutinho Renata Anício Bernardo

RESUMO O objetivo deste artigo é investigar o papel da carreira de Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental (EPPGG) no âmbito da transformação burocrático-gerencial do Estado de Minas Gerais. Apresentam-se o histórico e o contexto atual da carreira, evidenciando as atribuições do cargo, forma de recrutamento, formação inicial, mobilidade funcional, desenvolvimento profissional, regras para promoção e remuneração. Analisam-se dados como a ocupação de cargos em comissão, localização na estrutura do Estado e a evasão. Para além da categorização inicial, busca-se definir a percepção de agentes governamentais de vários níveis hierárquicos por meio de entrevistas semi-estruturadas de modo a verificar a tese de contribuição positiva da carreira para a profissionalização, fortalecimento do Estado e compromisso com resultados.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 03

2 HISTÓRICO DA CARREIRA DE EPPGG EM MINAS GERAIS............................. 06

3 O PAPEL E O PERFIL DOS EPPGG..................................................................... 09

4 O MODELO DE FORMAÇÃO DO EPPGG EM MINAS GERAIS........................... 11

5 O PAPEL DESEMPENHADO PELOS EPPGG NO CHOQUE DE GESTÃO......... 14

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................... 17

7 REFERÊNCIAS....................................................................................................... 18

3

1 INTRODUÇÃO

O presente artigo visa discutir o papel da carreira de Especialista em

Políticas Públicas e Gestão Governamental (EPPGG), como instrumento

transformador da realidade estatal. Tal discussão torna-se relevante na medida em

que a carreira caminha para a consolidação, não apenas em função da regularidade

do recrutamento de seus integrantes e do elevado número de servidores em

exercício, mas, principalmente, devido ao crescente reconhecimento do papel

estratégico desempenhado pelos EPPGG nas iniciativas de reforma administrativa,

tanto no governo federal quanto em diversos estados brasileiros.

No Brasil, a reforma administrativa teve como marco institucional a

criação, em 1995, do Ministério da Administração e da Reforma do Estado (MARE),

cuja missão era formular políticas para a modernização da gestão e o aumento da

qualidade do serviço público. Diante do diagnóstico da crise do Estado, decorrente

de problemas nas dimensões econômica, social e gerencial e do esgotamento do

modelo de administração burocrática weberiana, a necessidade de mudanças

institucionais e do ajuste fiscal tornaram-se evidentes.

Em Minas Gerais, o cenário no final dos anos 90 era semelhante ao

encontrado no governo federal, sendo marcado por uma grave crise fiscal e pelo

sucateamento da máquina administrativa. Com o objetivo de mudar o padrão de

comportamento da Administração Pública Estadual e promover sua modernização,

foi criado, em 2003, o projeto Choque de Gestão. Segundo Vilhena et al (2006), este

pode ser definido como um conjunto integrado de medidas de rápido impacto

orientadas para o ajuste estrutural das contas públicas e para a geração de um novo

padrão de desenvolvimento, tendo a inovação na gestão como indutora. O referido

projeto sustentou-se em três grandes pilares, quais sejam: alcançar o equilíbrio

fiscal, por meio da efetiva disciplina financeira; intensificar o esforço de geração de

receitas; e melhorar a qualidade da gestão, reduzindo os gastos e planejando as

prioridades orçadas em bases realistas.

De modo geral, como conseqüência das agendas de reforma, o processo

de transformação da administração pública brasileira, iniciado nos anos 80 com a

crise do Estado e o processo de redemocratização do Brasil, foi drasticamente

intensificado nos anos 90. Tal processo foi marcado por três tipos de mudança: 1) na

4

dimensão econômico-financeira, a busca pelo ajuste fiscal, desregulamentação,

privatização e parcerias público-privadas, alteraram o papel do Estado de interventor

para regulador; 2) na dimensão institucional-administrativa, as inovações gerenciais,

a descentralização de políticas e recursos públicos, o foco no cidadão e a

profissionalização da burocracia, reorientaram o foco da gestão pública de

processos para resultados; 3) na dimensão sócio-política, a crescente demanda por

transparência, accountability e participação alteraram a relação entre Estado e

sociedade, reduzindo a centralização governamental e aumentado o controle social

(Coelho, 2006).

Nesse sentido, podem ser identificados dois tipos de pressão sobre a

Administração Pública brasileira nos anos 90: por um lado era preciso promover o

uso racional dos recursos públicos, aumentando a eficiência, eficácia e a qualidade

dos serviços públicos; e, por outro, tornou-se imprescindível estabelecer um outro

tipo de relação com o cidadão, tendo em vista a agenda democrática e a noção de

direitos políticos e sociais que se consolidava.

Diante da necessidade de gerir políticas crescentemente complexas,

descentralizadas e focadas em resultados do ponto de vista do cidadão, a

profissionalização da burocracia e a adequação dos recursos humanos passaram a

ser consideradas tarefas prioritárias das iniciativas de reforma do Estado. Nas

palavras de Ferrarezi e Zimbrão (2005, p.14),

a maioria das proposições feitas para a reforma da administração pública, na última década, aponta para o mesmo cenário em que os servidores deverão ser preparados para tomar decisões em contextos cada vez mais complexos, o que exigirá considerar as pressões, refletir sobre todos aspectos envolvidos na situação, autocontrole e gestão para avaliar riscos, capacidade de propor e debater, flexibilidade e adaptação à diversidade de situações.

Considerando a demanda por servidores com competências compatíveis

com as necessidades impostas pela complexificação das políticas públicas e pela

reforma administrativa, torna-se interessante a análise da carreira de EPPGG. Isso

porque a referida carreira foi criada nos governos federal e estaduais1 com o

propósito fundamental de fortalecimento do nível estratégico de governo em suas

capacidades de elaboração, implementação e gestão de políticas públicas.

1 Atualmente a carreira de EPPGG existe nos seguintes estados brasileiros: Acre, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Sergipe, além do Distrito Federal e do Governo Federal.

5

Nesse sentido, o objetivo geral do presente trabalho é investigar o potencial

de transformação da realidade estatal representado pela carreira de EPPGG. Para

tanto, não se pretende comprovar, através da utilização de métodos quantitativos, a

existência de uma relação de dependência entre duas variáveis, quais sejam a

existência da carreira de EPPGG e a transformação da gestão em um determinado

governo. Tal opção metodológica pode ser explicada por dois fatores principais. Em

primeiro lugar, porque entende-se a análise de transformações na gestão pública deve

considerar que os problemas de gestão possuem diversas dimensões (fiscal,

administrativa, social e política), que devem ser analisadas de acordo com suas inter-

relações, mas também de acordo com suas especificidades, não constituindo,

portanto, uma única variável. Em segundo lugar, porque a carreira de EPPGG é vista

como integrante de um conjunto maior de instituições e carreiras responsáveis por

transformações na gestão, portanto, nenhuma mudança nesse sentido pode ser

atribuída a uma carreira isolada, mas deve considerar de forma mais ampla o contexto

político-institucional em que ocorre e os demais atores envolvidos.

Para alcançar o objetivo proposto, esse artigo apresentará, na segunda

seção, uma breve descrição do contexto de criação da carreira em Minas Gerais,

seu histórico e suas competências legais. Na terceira seção serão discutidos o papel

e o perfil dos profissionais que integram a carreira, visando demonstrar porque eles

possuem elevado potencial de transformação da gestão pública. Na quarta seção,

será apresentado o modelo de formação mineiro, entendido como um processo de

formação de competências compatíveis com as demandas de profissionalização e

modernização do setor público. Na quinta seção, será demonstrado que, no caso

mineiro, devido à essa aderência, os EPPGG têm desempenhado papel de destaque

na condução de projetos e programas de modernização da gestão. Finalmente, a

sexta seção apresenta as considerações finais desse trabalho.

6

2 HISTÓRICO DA CARREIRA DE EPPGG EM MINAS GERAIS

Esse artigo se propõe a estabelecer uma relação entre a consolidação da

carreira de EPPGG e a modernização e a profissionalização da gestão pública.

Portanto, ainda que o objetivo final não seja discutir detalhadamente o contexto de

criação e a legislação que rege a carreira em Minas Gerais, é fundamental

apresentar um breve histórico para que possamos desenvolver conclusões sobre

como e porque os EPPGG vêm influenciando a gestão pública mineira.

A carreira de Administrador Público (AP), que mais tarde seria

transformada na carreira de EPPGG, foi instituída em Minas Gerais pela Lei no

9.360, de 9 de dezembro de 1986. Segundo o art. 2o dessa lei, o ingresso na carreira

se daria por meio de vestibular para Curso Superior de Administração, com ênfase

em Administração Pública, realizado pela Fundação João Pinheiro, que equivaleria

ao concurso público para o cargo de Estagiário de Administração Pública. O

requisito para nomeação seria a conclusão do referido curso.

O primeiro Curso Superior de Administração Pública (CSAP) foi ofertado

em 1986, porém, devido à diretrizes políticas contrárias à continuidade do curso, sua

oferta foi interrompida até 1994. Com a publicação da Lei no 11.658, de 2 de

dezembro de 1994, que revogou a lei anterior e dispôs novamente sobre a carreira

de Administrador Público, duas turmas tiveram início. Desde então, o CSAP é

ofertado regularmente, sendo que de 1995 a 2003 uma turma de quarenta alunos foi

selecionada a cada ano e, a partir de 2004, duas turmas passaram a ser

selecionadas anualmente (uma turma por semestre, totalizando oitenta alunos)

(Fundação João Pinheiro, 2007).

Nesse ponto, é importante ressaltar que, tanto em Minas Gerais quanto

no governo federal, a carreira teve duas fases distintas: uma de criação e outra de

retomada. A criação da carreira se deu no contexto do processo de

redemocratização do país, marcado pelo anseio de profissionalização da burocracia

estatal, que deveria ser estável, moderna e prepara para os desafios do país e da

democracia nascente. A retomada do provimento para a carreira, por sua vez,

ocorreu num período em que as discussões sobre a reforma do Estado e ascensão

7

do paradigma da new public management se intensificavam no âmbito federal.

Portanto, em Minas Gerais a carreira foi retomada sob o reflexo das discussões

federais relacionadas à necessidade de fortalecimento das funções estratégicas de

Estado, quais sejam: formulação, controle e avaliação de políticas públicas

(Ferrarezi et al, 2008).

Tendo em vista o histórico e os objetivos comuns da carreira federal e

mineira, a Lei Estadual no 15.304, de 11 de agosto de 2004, reestruturou a carreira

de Administrador Público para equalizá-la com a carreira de Especialista em

Políticas Públicas e Gestão Governamental. De acordo com o art. 4o da referida Lei:

Art. 4o – São atribuições gerais do Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental:

I – a formulação, a avaliação e a supervisão de políticas públicas;

II – o exercício de atividades relacionadas às áreas de planejamento e avaliação, administração financeira e orçamentária, contabilidade, modernização da gestão, racionalização de processos, gestão e tecnologia da informação, recursos logísticos, recursos materiais, recursos humanos e administração patrimonia. (MINAS GERAIS, 2004).

Ainda nesse sentido, o Decreto no 45.010, de 16 de janeiro de 2009,

definiu, em seu Anexo I, como sendo atribuições específicas do cargo de EPPGG

mineiro:

1. Participar da elaboração, desenvolvimento, planejamento, implementação, execução, suporte, acompanhamento e avaliação de atividades, planos, projetos, programas ou estudos ligados às áreas de: gestão de pessoas, gestão social, comunicação, gestão da informação, governança eletrônica, estatística, recursos logísticos, materiais e patrimoniais, economia, planejamento, orçamento, finança e contabilidade, bem como a informações operacionais e gerenciais e ao desenvolvimento organizacional.

2. Gerenciar, executar e orientar atividades e tarefas necessárias à elaboração, ao planejamento, à implementação, à supervisão, ao controle e à coordenação de políticas públicas.

3. Elaborar, propor, coordenar e acompanhar projetos e iniciativas de inovação e modernização do modelo de gestão do arranjo institucional. 4. Elaborar, propor, acompanhar e/ou monitorar as metas firmadas por meio de contratualização de resultados.

5. Participar da elaboração de diretrizes conforme as necessidades presentes e futuras da instituição, e da decisão sobre as políticas de ação, normas e medidas a serem propostas.

6. Articular, de maneira sistêmica, os recursos e as capacidades técnicas disponíveis à consecução dos objetivos institucionais.

7. Apresentar e/ou expor trabalhos nas áreas correlatas à sua área de atuação.

8. Promover e incentivar, em seu âmbito de atuação, o compartilhamento de informações e a busca de experiências entre as instituições.

8

9. Participar de atividades de elaboração, proposição e acompanhamento do cumprimento das normas, instruções e regulamentos da instituição. 10. Prestar assessoramento técnico e especializado em sua área de atuação a dirigentes de instituições.

11. Executar outras atividades correlatas, compatíveis com as atribuições gerais definidas no art. 4o da Lei no 15.304, de 2004, conforme necessidade do serviço e orientação superior ou norma interna adotada pelo órgão ou entidade. (MINAS GERAIS, 2009).

A partir da análise das atribuições previstas para a carreira de EPPGG e

considerando que, tanto a criação dos cargos (em 2004), quanto a definição de suas

competências (em 2009), se deram em Minas Gerais sob a égide do Choque de

Gestão (desde 2003), pode-se concluir que a carreira foi concebida tendo em vista a

necessidade de fortalecimento da capacidade de gestão do governo mineiro e de

viabilização da reforma gerencial.

O enfoque gerencial intensificou a necessidade de uma burocracia

estável, recrutada por critérios meritocráticos, porém, treinada para o exercício de

novas atribuições. Diante dos diagnósticos de ineficiência, falhas institucionais e

limitações do modelo de administração pública weberiana, ficou evidente que para

a promoção das reformas essa burocracia deveria ser moderna, qualificada,

composta por gestores aptos a gerenciar a crise e promover as mudanças

institucionais necessárias, aumentando a capacidade gerencial do Estado e o

alcance de resultados.

Nesse sentido, Coelho (2006) afirma que, assim como na União, o

enfoque na profissionalização dos gestores públicos despontava na agenda de

reforma, preconizando transformar as estruturas burocráticas em arranjos

institucionais flexíveis e inovadores. Em Minas Gerais, com o objetivo de criar

condições favoráveis à implementação da nova gestão pública, estabeleceu-se um

novo padrão de políticas de recursos humanos, a partir da institucionalização no

âmbito de todo o Poder Executivo Estadual da Avaliação de Desempenho Individual

dos servidores efetivos, da reestruturação de todos os planos de carreira e

implementação de uma política de desenvolvimento dos servidores.

No que tange à carreira específica de EPPGG, desde 2003, o governo

mineiro buscou aprimorar a definição de seu papel, adaptando as atribuições da

carreira de modo a criar aderência entre o perfil dos servidores e as necessidades

da administração pública gerencial. Além disso, com a alteração da nomenclatura

dos cargos da carreira (de AP para EPPGG), buscou-se ressaltar o papel

estratégico da carreira na gestão governamental e, mais especificamente, na

gestão de políticas públicas.

9

3 O PAPEL E O PERFIL DOS EPPGG

Os EPPGG mineiros são lotados no quadro de pessoal da Secretaria de

Estado de Planejamento e Gestão – SEPLAG, mas podem ter exercício nas diversas

unidades do Poder Executivo Estadual. Os servidores da carreira são distribuídos

entre os diversos órgãos, portanto, pode-se dizer que possuem uma atuação

matricial, uma vez que os EPPGG possuem relativa mobilidade institucional e a

carreira está inserida horizontalmente nos diversos órgãos.

As principais atribuições dos EPPGG envolvem, entre outras atividades, o

gerenciamento e a execução de atividades relacionadas à elaboração,

implementação, coordenação e controle de políticas públicas; e a elaboração,

proposição e coordenação de projetos e iniciativas de inovação e modernização do

modelo de gestão nos diversos órgãos do Poder Executivo. Tendo em vista a

transversalidade das atribuições dos EPPGG e a possibilidade de atuação em

diversos órgãos, que cria a necessidade de gerir políticas públicas das mais diversas

áreas temáticas, pode-se concluir que tal profissional deve ter uma formação

generalista e diversificada.

Segundo Ferrarezi et al (2008) não é objetivo, e nem poderia ser, para

uma carreira horizontal, desenvolver todas as competências necessárias à

consecução de objetivos estratégicos das várias organizações em que os EPPGG

trabalham, tendo que se concentrar em habilidades e conhecimentos que sejam

úteis e válidos para a maioria das situações. Nesse sentido, o profissional dever ter

uma visão abrangente, sistêmica e integrada do funcionamento do Estado e suas

instituições, bem como dos complexos problemas socioeconômicos e político-

administrativos da Administração Pública e das relações desta com a sociedade.

Portanto, os gestores precisam de uma formação inter e multidisciplinar,

que os capacite a analisar o macro contexto, identificar problemas e gerenciar

soluções, intermediando as diversas competências especializadas requeridas,

interpretando e analisando propostas de especialistas (Ferrarezi et al, 2008). Além

disso, o EPPGG deve ser capaz de negociar os diversos interesses e articular os

diversos atores envolvidos nos processos de elaboração, implementação e

avaliação de uma política pública.

10

Nesse sentido, Goldsworthy (2009) define os EPPGG como responsáveis

pelo ciclo geral de políticas públicas (Figura 1). Como tais, eles exercem as

seguintes atividades: desenvolvem e divulgam diretrizes sobre a operação desse

ciclo como um todo; garantem que o ciclo seja implementado eficientemente e

efetivamente por todo o governo; e revisam e aprimoram continuamente o ciclo.

Figura 1: O Ciclo da gestão de políticas públicas Fonte: Goldsworthy, 2009

Ainda segundo Goldsworthy (2009), dentro do ciclo de gestão de políticas

públicas, a carreira de EPPGG também é responsável por funções específicas, que

podem ser exercidas, de acordo com as circunstâncias, das seguintes maneiras:

iniciando ou conduzindo uma das etapas do ciclo; supervisionando ou gerenciando

etapas realizadas por outros; ou guiando ou aconselhando outros atores sobre como

conduzir cada etapa.

Diante do exposto, fica evidente que a carreira de EPPGG possui elevado

potencial de atuação como elemento organizador do aparelho do Estado. Em função

do perfil e das atribuições desses servidores, a carreira contribui para a formação de

uma burocracia moderna, competente e compatível com os desafios impostos pela

necessidade de transformação da gestão pública.

11

4 O MODELO DE FORMAÇÃO DO EPPGG EM MINAS GERAIS

Segundo Ferrarezi et al (2008), o principal desafio para formar servidores

com os conhecimentos, habilidades e perfil generalista requerido dos EPPGG, é o

de desenhar uma proposta de curso que priorize a formação generalista necessária

à atuação da carreira, garanta organicidade às disciplinas que compõem sua

estrutura curricular e, ao mesmo tempo, aplicabilidade dos conceitos e instrumentos

às atividades profissionais típicas da carreira. É fundamental que se identifiquem as

competências necessárias, o nível de aprofundamento dos temas e as estratégias

de articulação entre os conhecimentos, de modo a conferir aos alunos uma visão

multidimensional e integrada da realidade da administração pública, indispensáveis

para o cumprimento das funções da carreira.

Com o intuito de garantir que a formação ofertada seja compatível com o

papel requerido dos EPPGG, foi criado em Minas Gerais o Curso Superior de

Administração Pública (CSAP), ofertado pela Escola de Governo Professor Paulo

Neves de Carvalho da Fundação João Pinheiro, que destina-se a “formar

profissionais preparados para atuar nas áreas de gestão governamental e na

formulação, execução e avaliação de políticas públicas, constituindo-se em um

instrumento fundamental para a modernização do Serviço Público” (Fundação João

Pinheiro, 2007). Incluem-se entre os objetivos específicos do CSAP:

� a formação se servidores para composição dos quadros para o setor

público;

� o fortalecimento de competências na área de gestão governamental;

� o desenvolvimento de pesquisas relacionadas com as questões e

problemas da administração pública

� o treinamento dos alunos em órgãos governamentais na formulação e

execução de políticas públicas.

Tendo em vista o objetivo de formação de profissionais voltados para a

carreira de EPPGG, o currículo do curso é estruturado em torno de um núcleo

básico de disciplinas, de caráter geral, as quais habilitam ao exercício da profissão,

e de um núcleo específico, constituído por disciplinas que preparam o aluno para

atuação na área da Administração Pública. De acordo com o Projeto Pedagógico do

CSAP, o referido curso contempla disciplinas de diferentes áreas temáticas, tais

como Administração Pública, Economia, Sociologia e Política. Conforme o

coordenador do CSAP relatou em entrevista,

12

o curso é concebido, na verdade, como um ramo aplicado da ciência política, interagindo, conversando, dialogando com os instrumentos da administração pública, tendo em vista o objetivo de permitir que os egressos tenham uma boa capacidade de interpretação das instituições políticas na vivência do dia-a-dia na máquina estatal e também que tenham percepção da importância que se conquistem os objetivos das políticas de Estado que necessitam ser implementadas numa perspectiva técnica (trecho de entrevista reproduzida por Coelho, 2006, p.115).

Cumpre ressaltar que o CSAP possui algumas características que o

tornam singular, quais sejam: forma de ingresso, duração, articulação de

aprendizado teórico e prático, e qualidade do ensino. Com relação ao primeiro

aspecto mencionado, o CSAP é o único curso de graduação em administração

pública no país vinculado ao ingresso na carreira de EPPGG. Ao contrário de outros

estados em que a carreira é provida por profissionais de nível superior, aprovados

em concurso público e submetidos a treinamento intensivo, em Minas o concurso

público é o próprio vestibular e o curso de formação é o bacharelado. Aqueles que

concluem o CSAP em até dez semestres letivos, sem duas ou mais reprovações em

uma mesma disciplina, encerram a segunda etapa do concurso público, sendo

investidos nos cargos da carreira de EPPGG, passando a compor a estrutura do

Poder Executivo do Estado de Minas Gerais.

Nesse sentido, um aspecto relevante do curso é que sua duração (de

quatro anos) é muito superior aos demais cursos de formação para as carreiras

existentes no país. De acordo com Projeto Pedagógico do CSAP, o curso tem

duração total de 2.460 horas/aula, acrescidas de 300 horas/aula de estágio

supervisionado e 300 horas/aula de atividades complementares de graduação,

ministradas em oito semestres. (Fundação João Pinheiro, 2004). No Brasil, somente

a Escola Nacional de Administração Pública (ENAP) desempenha função similar, ao

oferecer um curso de formação, com duração de 6 meses, aos aprovados no

concurso de EPPGG do Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão.

Outro aspecto relevante é a elevada carga horária destinada ao estágio

supervisionado, que visa articular o curso com o processo de inserção dos

servidores no serviço público. Segundo Ferreira (2009), este estágio é ofertado no 7o

e 8o períodos letivos (150h/a cada) e visa complementar do processo de ensino-

aprendizagem teórico, por meio da experiência prática, além de oferecer uma

oportunidade única de aprendizado sobre a estrutura institucional e gerencial, as

atribuições e os principais programas em execução nos órgãos públicos,

relacionando a prática profissional com os conhecimentos e instrumentos aprendidos

durante o curso. Nesse sentido, o estágio pode ser entendido como um mecanismo

13

de inserção no serviço público, uma vez que ele permite que os alunos vivenciem

situações concretas de trabalho em que eles detêm responsabilidade real,

desenvolvendo a capacidade de análise crítica e a compreensão da estrutura e

funcionamento da Administração Pública.

Ainda com relação ao estágio supervisionado, um aspecto interessante é

a monografia de conclusão de curso, que no caso do CSAP pode ser entendida com

o produto final do estágio. O tema da pesquisa de monografia deve estar

relacionado à natureza do trabalho desenvolvido pelo aluno no estágio, logo, ela

pode ser entendida como um instrumento para análise, crítica e sugestão de

melhorias de uma política. Conforme Ferreira (2009) analisa, a vinculação do tema

da monografia ao local de estágio agrega valor ao trabalho realizado pelo aluno, pois

é mais uma oportunidade para que este concilie teoria e prática, aprimorando sua

formação. Nesse sentido, o trabalho agrega valor à unidade administrativa em que o

aluno estagiou, na medida em que pode contribuir para aprimorar a estrutura, a

rotina de trabalho e propor inovações de gestão, permitindo, em última análise, o

aperfeiçoamento da administração pública.

Com a conclusão do estágio e da monografia, o aluno do CSAP está apto

a se graduar e, logo em seguida, ingressar na carreira de EPPGG. Após a

nomeação, o novo servidor é designado para exercer suas atividades em uma das

diversas Secretarias de Estado ou outros órgãos/entidades.

Um último aspecto que torna o CSAP um curso de formação ímpar é a

qualidade da formação oferecida. De acordo com avaliação de qualidade das

instituições de ensino superior realizada em 2006 pelo Ministério da Educação, o

CSAP obteve nota máxima (cinco), e alcançou o primeiro lugar nacional dentre as

1475 escolas de Administração (tanto Pública quanto de Empresas) do país. A

avaliação foi repetida em 2009 e, novamente, o CSAP obteve nota máxima, sendo

que tal nota foi obtida apenas por 15 instituições dentre as quase 1600 existentes.

Diante do exposto, Ferreira (2009) conclui que o CSAP vem cumprindo

sua missão, qual seja, “a de modernizar e de profissionalizar da administração

pública, formando e aperfeiçoando os quadros técnicos, difundindo novas técnicas

de gestão e desenvolvendo estudos e pesquisas na área de administração

pública”. Isto é, a graduação oferecida pela FJP capacita seus egressos para

atuarem na área pública e os torna aptos a ocuparem cargos gerenciais e

estratégicos nas áreas de gestão governamental e de formulação, implementação

e avaliação de políticas públicas.

14

5 O PAPEL DESEMPENHADO PELOS EPPGG NO CHOQUE DE GESTÃO

Conforme discutido anteriormente, o Choque de Gestão visa mudar o

padrão de gestão do Estado orientando-o para resultados, a partir da adoção de

práticas inovadoras de gestão. Considerando o perfil profissional requerido da

carreira de EPPGG apresentado anteriormente, fica evidente que este tem alta

aderência com os objetivos do Choque de Gestão, uma vez ambos têm como

objetivo fortalecer o Estado, por meio da profissionalização, modernização e

qualificação da gestão pública.

Em uma análise sobre a relevância dos profissionais da carreira para a

efetividade do Choque de Gestão, Neves e Lemos (2008) levaram em consideração

as percepções de alguns dirigentes da Administração Pública estadual; de

representantes da Escola de Governo Paulo Neves de Carvalho; e da Associação

Mineira dos Administradores Públicos. Todos os entrevistados pelas autoras

classificaram como fundamental a participação dos EPPGG no Choque de Gestão,

devido, principalmente, aos seguintes fatores:

� o tipo de formação dos EPPGG, que propicia um conhecimento amplo

e profundo da administração pública estadual e confere aos servidores

um perfil multifuncional, tornando-os capazes de se adaptar de forma

imediata às especificidades do Estado;

� os servidores da carreira são bem treinados e talentosos, ou seja,

possuem características fundamentais para assumirem papéis

importantes e estratégicos no processo de mudança;

� os EPPGG são capacitados nas mais modernas práticas de gestão

pública, o que permite que eles se firmem como os principais vetores de

disseminação das políticas públicas idealizadas pelo Choque de Gestão.

Em outra análise sobre a importância da carreira de EPPGG na

modernização da administração pública mineira, Ferreira (2009) considera duas

variáveis: a distribuição dos EPPGG por órgão/entidade do Poder Executivo

Estadual e a participação dos mesmos em cargos de direção, assessoramento e

coordenação de atividades estratégicas.

15

Com relação à distribuição dos EPPGG, utilizando dados posteriores aos

apresentados por Ferreira (2009), conclui-se que dos 339 EPPGG em exercício em

setembro de 2009, 125 estão em exercício na Secretaria de Estado de Planejamento

e Gestão (SEPLAG). Depois da SEPLAG, o órgão que possui o maior número de

EPPGG é a Secretaria de Estado de Defesa Social – SEDS, que conta com 23

servidores da carreira. A predominância de EPPGG em exercício na SEPLAG é

explicada em razão do papel dessa Secretaria na coordenação do Choque de

Gestão. Segundo Vilhena et al (2006, p.17)

[A SEPLAG concentra] sob um único comando, todas as ações relativas ao Projeto [Choque de Gestão], ou seja, os instrumentos vinculados ao planejamento: orçamentos anual e plurianual, planificação de médio e longo prazos, coordenação geral das ações governamentais, bem como os instrumentos vinculados à gestão em sentido estrito: recursos humanos, governança eletrônica, logística.

Outra variável analisada é o percentual de ocupação dos EPPGG de

cargos de direção, assessoramento e coordenação de atividades estratégicas. De

acordo com o art. 3o da Lei Delegada no 174, de 26 de janeiro de 2007, os cargos do

Grupo de Direção e Assessoramento da Administração direta do Poder Executivo,

denominados DAD, têm como atribuição “a direção e a chefia de unidades

administrativas, equipes de trabalho, projetos e programas, e o assessoramento

técnico ou especializado nos órgãos da Administração Direta, podendo ser de

recrutamento limitado, quando providos por servidor público estadual ocupante de

cargo efetivo ou detentor de função pública, ou de recrutamento amplo”. A referida

Lei Delegada cria ainda, em seu art. 8o, as funções gratificadas – FGDs, que são

destinadas ao desempenho de funções de confiança, podem ser atribuídas apenas a

servidores efetivos ou ocupantes de função pública e limitam-se às atividades de

assessoramento e coordenação de projetos, programas e equipes de trabalho.

De acordo dados disponibilizados pela SEPLAG, até setembro de 2009,

cerca de 53,6% dos EPPGG ocupavam cargos comissionados, sendo que do total de

339 servidores em exercício, 103 (30,3%) ocupavam DAD e 88 (26%) ocupavam FGD.

Além disso, cumpre ressaltar que uma parcela pequena, mas importante, de EPPGG

ocupa posições de destaque no Poder Executivo Estadual. Até janeiro de 2010, muitos

cargos considerados estratégicos do ponto de vista da condução da modernização da

administração pública estadual eram ocupados por servidores da carreira. Apenas na

SEPLAG, as seguintes Superintendências são ocupadas por EPPGG:

16

� Superintendência Central de Modernização Institucional;

� Superintendência Central de Planejamento e Programação

Orçamentária;

� Superintendência Central de Gestão Estratégica de Recursos e Ações

do Estado;

� Superintendência Central de Coordenação Geral;

� Superintendência de Planejamento, Gestão e Finanças;

� Superintendência Central de Perícia Médica e Saúde Ocupacional.

É importante destacar que a nomeação de EPPGG para cargos e funções

pode ser criticada por ser usada como forma de complementação salarial, uma vez

que as demandas por melhoria da situação salarial são recorrentes no estado. Como

nos mostra Oliveira (2009), o principal motivo de insatisfação e evasão da carreira é

a deficiência salarial (60,3%). Contudo, tendo em vista que a carreira de EPPGG é

composta por servidores altamente qualificados e com perfil adequado à promoção

de transformações na administração pública estadual, o presente trabalho

argumenta que o fato de os cargos complementarem os salários desses servidores é

uma conseqüência (e não a causa) da nomeação dos EPPGG.

Em suma, entende-se que os servidores da carreira vêm ocupando

cargos de chefia e assessoramento dentro da hierarquia do Poder Público em

função do relevante papel desempenhado para a consecução da estratégia

governamental. Por atuarem como vetores de inovação institucional e promoverem

ganhos de eficiência, os EPPGG vêm assumindo o protagonismo de muitas

mudanças, firmando-se como carreira estratégica para a consolidação da

administração pública gerencial no estado.

17

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conforme foi demonstrado, a carreira de EPPGG foi concebida tendo em

vista a necessidade de recrutar quadros com um novo perfil profissional, mais

qualificados para enfrentar desafios contemporâneos da administração pública

(Ferrarezi et al, 2008). A revitalização da carreira em Minas Gerais sofreu reflexos do

movimento de reforma administrativa no âmbito federal, de modo que suas

características gerais foram estabelecidas em consonância com a necessidade de

modernização da gestão pública.

O presente artigo pretendeu contribuir para a discussão acerca da

relevância da carreira de EPPGG para a transformação da realidade estatal, a partir

da análise do contexto de criação da carreira em Minas Gerais, bem como o papel e

o perfil de seus integrantes. Conforme foi demonstrado, os EPPGG possuem

elevado potencial de transformação da gestão pública porque suas competências

são congruentes com as diretrizes da reforma administrativa. O caso mineiro,

apresentado para subsidiar o argumento em tela, demonstrou que a carreira de

EPPGG representa hoje no estado, um instrumento estratégico no movimento de

modernização do serviço público. Evidências dessa constatação são: a

concentração dos EPPGG na Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão,

condutora do projeto Choque de Gestão, que consubstancia as principais iniciativas

de reforma; e o elevado índice de EPPGG que atualmente ocupam cargos

comissionados no Poder Executivo Estadual.

Tendo em vista o escopo limitado do presente trabalho, não foi intenção

dos autores oferecer uma análise conclusiva sobre o tema, mas sim apresentar

algumas reflexões relevantes sobre o papel desempenhado pelos EPPGG na

modernização da gestão pública em função do perfil apresentado por esses

servidores. Contudo, trabalhos futuros poderão incorporar outras dimensões á essa

análise, tais como a percepção dos EPPGG sobre a carreira e sobre sua

participação no processo de transformação e reforma, além de fatores individuais e

institucionais que facilitam ou dificultam sua atuação.

18

7 REFERÊNCIAS

ABRUCIO, F. L. O impacto do modelo gerencial na administração pública: um breve estudo sobre a experiência internacional recente. Brasília: ENAP, 1997. Cadernos ENAP; n. 10, p.52. BERTHOLDO, D. A carreira de Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental e o fortalecimento do Estado brasileiro. Revista de Políticas Públicas e Gestão Governamental, vol. 4, n. 1, jan-jul 2005, p. 39. Brasília: ENAP, 2005. CAMPOS, E S A e Bernardi, M. M. E. Comparação de rendimentos público-privados e a carreira de EPPGG em Minas Gerais: uma defesa da diferenciação na gestão de pessoas do Setor Público. In: XXXII Encontro da ANPAD. Rio de Janeiro, set. 2008. CARBONE, P Po. Gestão de competências e gestão do conhecimento. 2. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2006. CHEIBUB, Z. B. e Mesquita, W. A. B. Os Especialistas em Políticas Públicas e Gestão Governamental: avaliação de sua contribuição para políticas públicas e trajetória profissional. Texto para discussão, 43. Brasília: ENAP, 2001. COELHO, F. De S. Educação Superior, formação de Administradores e Setor Público: um estudo sobre o ensino de administração pública – em nível de graduação – no Brasil. Tese de doutorado em Administração Pública e Governo apresentada à Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas. São Paulo: 2006. FERNANDES, C. C. C. A reforma administrativa no Brasil: oito anos de implementação do Plano Diretor – 1995-2002. VII Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administración Pública, Lisboa, Portugal, 8-11 Oct. 2002. FERRAREZI, E et al. A experiência da ENAP na formação inicial para a carreira de Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental – EPPGG: 1998 a 2006. Cadernos ENAP 33, Brasília: ENAP, 2008. FERRAREZI, E., Zimbrão, A. Formação de carreiras para a gestão pública contemporânea: o caso dos Especialistas em Políticas Públicas e Gestão Governamental. Revista do Serviço Público. Brasília 57: p.63-86, jan-mar, 2006.

19

FERREIRA, C. de O. B. A carreira de Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental e sua importância para a Administração Pública do Estado de Minas Gerais. Monografia Programa de Especialização em Administração Pública da Escola de Governo Professor Paulo Neves de Carvalho. Belo Horizonte, 2009. FERREIRA, A. e Silva, J. Realinhamento de competências. In: VILHENA, Renata et al. (Org.). O choque de gestão em Minas Gerais: políticas da gestão pública para o desenvolvimento. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2006, p. 211-228. FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Projeto Pedagógico 2007 Curso de Administração Pública – CSAP. Escola de Governo Professor Paulo Neves de Carvalho. Belo Horizonte, 2007. GOLDSWORTHY, D. Improving the Public Management Career – Report for the Ministry of Planning, Budgeting and Management, Federal Government of Brazil. Brasília, 2009. MINAS GERAIS. Lei 15.304, de 11 de agosto de 2004. Reestrutura a carreira de especialista em políticas públicas e gestão governamental e institui a carreira de auditor interno do poder executivo. Assembléia Legislativa. ______. Decreto 45.010, de 16 de janeiro de 2009. Fixa as atribuições específicas do cargo de Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental de que trata a Lei no 15.304, de 11 de agosto de 2004, e altera do Decreto no 44.100, de 29 de agosto de 2005. Assembléia Legislativa. NEVES, F de S.; LEMOS, C. S. A carreira de gestor público em Minas Gerais no contexto do choque de gestão. In: XIII Congresso Internacional del CLAD sobre la reforma del Estado y a de la Administración Pública. Buenos Aires: 2008. OLIVEIRA, K. P. Gestão de Recursos Humanos no Estado de Minas Gerais – retenção de pessoas no cargo de Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental. Dissertação de Mestrado em Administração. Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2009. VILHENA, Renata et al. Introdução. In: VILHENA, Renata et al. (Org.). O choque de gestão em Minas Gerais: políticas da gestão pública para o desenvolvimento. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2006, p. 21-42.

20

___________________________________________________________________

AUTORIA

Frederico de Morais Andrade Coutinho – Graduado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, pós-graduado em Direito Público (2005) pelo Instituto de Educação Continuada IEC/PUC MINAS (2006) e mestrando em Administração na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais em parceria com a Fundação Dom Cabral. Atualmente é Subsecretário de Gestão da SEPLAG, tendo como atribuição coordenar a formulação, a execução e avaliação de políticas públicas voltadas à gestão de recursos humanos, de recursos logísticos, tecnológicos e modernização administrativa, visando o desenvolvimento institucional do Estado de Minas Gerais. Endereço eletrônico: [email protected] Renata Anício Bernardo – Graduada em Administração Pública pela Escola de Governo Paulo Neves de Carvalho, da Fundação João Pinheiro (2005), em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Minas Gerais, e mestre em Políticas Públicas e Administração pela London School of Economics and Political Science. É servidora de carreira da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais. Atualmente é Assessora da Subsecretaria de Gestão da SEPLAG/MG.

Endereço eletrônico: [email protected]