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II Workshop em Farmacologia 10 e 11 de setembro de 2015, Espaço de Eventos-Bloco Didático – FMRP/USP, Ribeirão Preto, SP, Brasil. 1 APRESENTAÇÃO Temos o prazer de recebê-los para a II edição do Workshop em Farmacologia. Dedicamos nossos melhores esforços para proporcionar a todos um Workshop abrangente e interessante. Realizado no ano de 2014, o Workshop em Farmacologia tem por objetivo promover a integração dos grupos de pesquisa do Programa de Pós- graduação do Departamento de Farmacologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP, que investigam diferentes aspectos da Farmacologia Cardiovascular, Farmacologia da Dor e Inflamação e Neuropsicofarmacologia. Além da divulgação de resultados científicos dos pós-graduandos e compartilhamento de novas tecnologias, o Worshop tem como meta promover a aproximação dos grupos de pesquisa e a troca de experiências entre os pesquisadores, os pós-doutores e alunos de pós-graduação dos diferentes grupos de pesquisa. Diante da gratificante responsabilidade, esperamos suprir as expectativas de todos os participantes no apreço cada vez maior nas discussões científicas sobre os diferentes campos da farmacologia. Desejamos a todos um ótimo e produtivo Workshop. Comissão Organizadora II Workshop da Farmacologia Local: Espaço de Eventos – Bloco Didático – FMRP-USP.

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II Workshop em Farmacologia 10 e 11 de setembro de 2015, Espaço de Eventos-Bloco Didático – FMRP/USP, Ribeirão Preto, SP, Brasil.

1

APRESENTAÇÃO

Temos o prazer de recebê-los para a II edição do Workshop em

Farmacologia. Dedicamos nossos melhores esforços para proporcionar a todos um

Workshop abrangente e interessante.

Realizado no ano de 2014, o Workshop em Farmacologia tem por

objetivo promover a integração dos grupos de pesquisa do Programa de Pós-

graduação do Departamento de Farmacologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão

Preto – USP, que investigam diferentes aspectos da Farmacologia Cardiovascular,

Farmacologia da Dor e Inflamação e Neuropsicofarmacologia. Além da divulgação de

resultados científicos dos pós-graduandos e compartilhamento de novas tecnologias, o

Worshop tem como meta promover a aproximação dos grupos de pesquisa e a troca

de experiências entre os pesquisadores, os pós-doutores e alunos de pós-graduação

dos diferentes grupos de pesquisa.

Diante da gratificante responsabilidade, esperamos suprir as

expectativas de todos os participantes no apreço cada vez maior nas discussões

científicas sobre os diferentes campos da farmacologia.

Desejamos a todos um ótimo e produtivo Workshop.

Comissão Organizadora II Workshop da Farmacologia

Local: Espaço de Eventos – Bloco Didático – FMRP-USP.

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COMISSÃO ORGANIZADORA

Hélio Zangrossi Júnior (FMRP-USP) Carlos Renato Tirapelli (EERP-USP) Michele Mazzaron de Castro (FMRP-USP) Cristiane Busnardo (FMRP-USP) Ailton Spiacci Júnior (FMRP-USP) Élen Rizzi Sanchez (FMRP-USP) Vanessa de Almeida Belo (FMRP – USP)

Técnico-Administrativo José Waldik Ramon (FMRP-USP) Sonia Maria Stefanelli de Andrade (FMRP-USP) Fátima Helena Ferreira Petean (FMRP-USP)

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ÍNDICE

Programação Esquemática 04

Comunicações Orais 05

Sessão 1 (CO1 a CO4) 05

Sessão 2 (CO5 a CO8) 06

Sessão 3 (CO9 a CO12) 07

Pôster 08

Sessão 1 (P1 a P28) 08

Sessão 2 (P29 a P57) 12

Livro de Resumos 16

Comunicações Orais 16

Pôster 28

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PROGRAMAÇÃO ESQUEMÁTICA

Quinta-feira – 10 de setembro de 2015

9:00 h Abertura do Workshop Prof. Dr. Hélio Zangrossi Júnior – FMRP -USP

9:10 h Palestra de Abertura: “Agonismo tendencioso e oportunidades para o desenvolvimento de novas terapêuticas farmacológicas” Prof. Dr. André Sampaio Pupo – IB-UNESP/Botucatu

10:10 h Coffee break 10:40 h Comunicações orais - CO1 a CO4

12:00 h Almoço 14:00 h Comunicações orais – CO5 a CO8 15:20 h Coffee break 15:30 h Sessão de Pôster – P1 a P28

Sexta-feira – 11 de setembro de 2015

8:30 h Comunicações orais – CO9 a CO12 9:50 h Coffee break

10:20 h Palestra: “Dependência de substâncias psicoativas: teorias e modelos.” Prof. Dr. Cleopatra da Silva Planeta – FCFAR-UNESP/Araraquara

12:00 h Almoço 14:00 h Sessão de Pôster – P29 a P57 15:30 h Coffee break 16:00 h Palestra: “Mecanismos anti-hipertensivos do nitrito de sódio”

Prof. Dr. José Eduardo Tanus dos Santos – FMRP -USP 17:00 h Cerimônia de Encerramento e Premiação

Prof. Dr. Hélio Zangrossi Júnior – FMRP -USP

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COMUNICAÇÕES ORAIS

Quinta-feira – 10 de setembro de 2015 10:40 – 12:00 h – Sessão 1 Coordenador: Dr. Ailton Spiacci Júnior (FMRP-USP) CO1. MMP-2 CIRCULANTE VAI PARA O CORAÇÃO, DIMINUI A EXPRESSÃO DE N-

CADERINA, SUPEREXPRESSA TGF-β1, RESULTANDO EM DISFUNÇÃO SISTÓLICA. Prado, AF1; Azevedo, A1; Prado, CM2, Pernomian, L3; Pernomian, L1; Rizzi, E1; Castro, ML4; Tanus-Santos, JE1; Gerlach, RF1,4*. 1. Departamento de Farmacologia. FMRP/USP. 2. Departamento de Patologia, FMRP/USP. 3. Departamento de físico-química. FCFRP/USP. 4. Departamento de Morfologia e Patologia básica. FORP/USP.

CO2. ENVOLVIMENTO DOS SUBNÚCLEOS CAUDAL E DORSAL DO NÚCLEO DORSAL DA

RAFE NA MODULAÇÃO DE RESPOSTAS DEFENSIVAS ASSOCIADAS À ANSIEDADE E AO PÂNICO. 1Matthiesen M., 1Fortaleza, E.A.T., 1Pobbe, R.L.H., 1Zangrossi, H.Jr. 1Departamento de Farmacologia, FMRP/USP.

CO3. O PAPEL DOS RECEPTORES TLRS E NLRS NA PRODUÇÃO DE TNFα E IL-1β

INDUZIDO POR CARRAGENINA EM MACRÓFAGOS PERITONEAIS. Lopes AH1; Silva RL1; Talbot J1; França RFO1; Cunha FQ1; Zamboni DS2; Gombault A3;Couillin I3; Ryffel B3;Cunha TM1. 1.FMRP-USP, Ribeirão Preto - SP - Brasil; 2.Biocel-USP, Ribeirão Preto - SP - Brasil; 3.CNRS and Université d’ Orléans , INEM, UMR7355, Orleans - França.

CO4. ENVOLVIMENTO DA VIA NO/GMPc/PKG/KATP NO EFEITO ANTINOCICEPTIVO

LOCAL DA DIPIRONA E SEU METABÓLITO 4-MAA. Débora C. R. Assis1, Artur de L. L. Vaz2, Miriam C. C. de Melo2, Giuliano C. Clososki2, Glória E. P. de Souza1,2. 1Departamento de Farmacologia, FMRP/USP; 2Departamento Física e Química, FCFRP/USP.

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COMUNICAÇÕES ORAIS

Quinta-feira – 10 de setembro de 2015 14:00 – 15:20 h – Sessão 2 Coordenador: Dra. Élen Rizzi Sanchez (FMRP-USP) CO5. NLRP12 ATENUA O DESENVOLVIMENTO DA ARTRITE ATRAVÉS DO CONTROLE

NO BALANÇO DA DIFERENCIAÇÃO ENTRE CÉLULAS TH17 E TREGS. 1Prado, D.S., 1Veras, F.P., 1Melo, P.H., 2Zamboni D.S., 1Cunha F.Q., 1Alves-Filho, J.C. 1 - Departmento de Farmacologia, Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – FMRP/ USP, Brasil 2 - Departmento de Biologia Celular, Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – FMRP/ USP, Brasil.

CO6. EFEITOS DO ESTRESSE CRÔNICO NA MODULAÇÃO DAS RESPOSTAS

CARDIOVASCULARES E VENTILATÓRIAS ATIVADAS PELO QUIMIORREFLEXO E BARORREFLEXO EM RATOS. Firmino E.M.S1; Kuntze L.B1; Lagatta D.C1; Resstel L.B1. 1Departamento de Farmacologia, Laboratório de Neurofarmacologia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil.

CO7. ESPÉCIES REATIVAS DE OXIGÊNIO MITONDRIAIS ESTÃO ENVOLVIDAS NA

DISFUNÇÃO DO TECIDO ADIPOSO PERIVASCULAR (PVAT) DE ANIMAIS OBESOS. COSTA, RM1; FAIS, RS1; LOBATO, NS2; TOSTES, RC1/ 1FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO, UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; 2FACULDADE DE MEDICINA, UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS – REGIONAL JATAÍ

CO8. RECEPTORES ANGIOTENSINÉRGICOS AT1 E AT2 NO CÓRTEX PRÉ-LÍMBICO

MODULAM AS RESPOSTAS CARDIOVASCULARES INDUZIDAS PELO ESTRESSE DE RESTRIÇÃO EM RATOS. Brasil T.F.S., Fassini, A., Corrêa FMA. Departamento de Farmacologia, FMRP/USP.

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COMUNICAÇÕES ORAIS

Sexta-feira – 11 de setembro de 2015 8:30 – 9:50 h – Sessão 3 Coordenador: Dra. Vanessa de Almeida Belo (FMRP – USP) CO9. PAPEL PROTETOR DO RECEPTOR ATÍPICO DE QUIMIOCINAS D6 NA SEPSE

EXPERIMENTAL. Fernanda Vargas e Silva Castanheira, Fernando de Queiróz Cunha, Departamentos de Farmacologia, FMRP/USP

CO10. CANABIDIOL REDUZ A ATIVAÇÃO MICROGLIAL E O ESTRESSE OXIDATIVO

INDUZIDOS PELO LPS EM CULTURA PRIMÁRIA DE MICRÓGLIAS VIA RECEPTORES PPARγ. Sonego, A.B.1; Sepulveda-Diaz, J.2; Michel, P.P.2; Del-Bel, E. A.3; Guimarães, F.S.1; Raisman-Vozari, R.2. 1 Departamento de Farmacologia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Brasil. 2 Sorbonne Universités UPMC UMR S 1127, INSERM U1127, CNRS UMR 7225, Institut du Cerveau et de la Moelle Epinière, Paris, França. 3 Departamento de Morfologia, Fisiologia e Patologia Básica, Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Brasil.

CO11. EFEITO DE POLIMORFISMOS GENÉTICOS DA SINTASE ENDOTELIAL DO ÓXIDO

NÍTRICO SOBRE AS ALTERAÇÕES HEMODINÂMICAS INDUZIDAS PELO PROPOFOL. 1Oliveira-Paula G.H., 2Lacchini R., 1Pinheiro L.C., 3Garcia W., 3Garcia L.V., 1Tanus-Santos J.E. 1Departamento de Farmacologia, FMRP/USP; 2Departamento de Enfermagem Psiquiátrica e Ciências Humanas, EERP/USP; 3Departamento de Biomecânica, Medicina e Reabilitação do Aparelho Locomotor, FMRP/USP.

CO12. CONSEQUÊNCIA DO ESTRESSE CRÔNICO POR RESTRIÇÃO NA CONTRAÇÃO

INDUZIDA POR ANGIOTENSINA II EM CARÓTIDA DE RATO: O PAPEL DE ESPÉCIES REATIVAS DE OXIGÊNIO. 1Côco H.; 2Pernomian L.; 2Gomes M.S.; 3Marchi K.C.;

3Tirapelli C.R.; 2de Oliveira A.M. 1Farmacologia, FMRP/USP; 2Laboratório de Injúria Vascular, FCFRP/USP; 3Laboratório de Farmacologia, EERP/USP.

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PÔSTER

SESSÃO 1 (P1 a P28) Quinta-feira – 10 de setembro de 2015 15:30 – 17:30h P1. MMP-2 CIRCULANTE VAI PARA O CORAÇÃO, DIMINUI A EXPRESSÃO DE N-

CADERINA, SUPEREXPRESSA TGF-β1, RESULTANDO EM DISFUNÇÃO SISTÓLICA. Prado, AF1; Azevedo, A1; Prado, CM2, Pernomian, L3; Pernomian, L1; Rizzi, E1; Castro, ML4; Tanus-Santos, JE1; Gerlach, RF1,4*. 1. Departamento de Farmacologia. FMRP/USP. 2. Departamento de Patologia, FMRP/USP. 3. Departamento de físico-química. FCFRP/USP. 4. Departamento de Morfologia e Patologia básica. FORP/USP.

P2. ATIVAÇÃO DO INFLAMASSOMA NLRP3 E DISFUNÇÃO VASCULAR ASSOCIADA AO

DIABETES TIPO 1. Camila A. Pereira1, Nathanne S. Ferreira1, Camila Z. Zanotto1, Daniela Carlos2, Rita C. Tostes1. Departamentos de Farmacologia1 e Imunologia2, FMRP/USP.

P3. EFEITOS DO AUMENTO DE O-GLICOSILAÇÃO COM N-ACETIL-GLUCOSAMINA (O-

GLCNAC) NA ATIVAÇÃO E DIFERENCIAÇÃO DE MACRÓFAGOS DE CAMUNDONGOS BALB/C. Camila Ziliotto Zanotto1, Rita C. Tostes1. Departamentos de Farmacologia1, FMRP/USP.

P4. AVALIAÇÃO DA PARTICIPAÇÃO DO RECEPTOR β1-ADRENÉRGICO NO AUMENTO

DA PRESSÃO ARTERIAL E ESTRESSE OXIDATIVO INDUZIDOS PELO CONSUMO CRÔNICO DE ETANOL Vale GT1, Tirapelli CR2 – 1Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, 2Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto.

P5. CONSEQUÊNCIA DO ESTRESSE CRÔNICO POR RESTRIÇÃO NA CONTRAÇÃO

INDUZIDA POR ANGIOTENSINA II EM CARÓTIDA DE RATO: O PAPEL DE ESPÉCIES REATIVAS DE OXIGÊNIO. 1Côco H.; 2Pernomian L.; 2Gomes M.S.; 3Marchi K.C.;

3Tirapelli C.R.; 2De Oliveira A.M. 1Farmacologia, FMRP/USP; 2Laboratório de Injúria Vascular, FCFRP/USP; 3Laboratório de Farmacologia, EERP/USP.

P6. PAPEL DO TNF-α E DO TECIDO ADIPOSO PERIVASCULAR COMO IMPORTANTES

MEDIADORES DA INFLAMAÇÃO VASCULAR E DO ESTRESSE OXIDATIVO INDUZIDO PELO CONSUMO CRÔNICO DE ETANOL. Simplicio JA1, Cunha TM1, Tirapelli CR2 – 1Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, 2Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto.

P7. MECANISMO DE ATIVAÇÃO INTRACELULAR DA METALOPROTEINASE (MMP)-2 EM

AORTAS DE RATOS HIPERTENSOS: EFEITO DE ANTIOXIDANTES. Penha,R.J.; Castro,M.M. Laboratório de Farmacologia Cardiovascular- FMRP

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P8. AÇÕES PROTEOLÍTICAS INTRACELULARES DA METALOPROTEINASE DE MATRIZ DO TIPO 2 (MMP-2) NAS ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS DE ARTÉRIAS DE RESISTÊNCIA NA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA. 1Parente, J.M., 1Castro, M.M. 1Departamento de Farmacologia, FMRP/USP.

P9. CONSUMO CRÔNICO DE ETANOL INDUZ ESTRESSE OXIDATIVO VIA NAD(P)H

OXIDASE E ALTERA A EXPRESSÃO DE PROTEINAS ENVOLVIDAS NA ATIVAÇÃO DA ENZIMA. 1,2Marchi, K.C.; 2Tirapelli, C.R. 1Departamento de Farmacologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP; 2Laboratório de Farmacologia da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto-USP.

P10. PAPEL DA ALDOSTERONA NA ATIVAÇÃO DO INFLAMASSOMA EM MACRÓFAGOS

E NO DIABETES MELLITUS TIPO 2. Ferreira N. S.1, Pereira C.A.1, Zanotto C.Z.1, Carlos D.2 e Tostes, R.C1. Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Deptos. de Farmacologia1 e 2Imunologia, Ribeirão Preto/SP.

P11. GERAÇÃO DE ERO VIA NOX1 PREJUDICA A FUNÇÃO VASCULAR DE ARTÉRIAS

INTERNAS DO PUDENDO VIA NRF2 E RHO KINASE EM CAMUNDONGOS DIABÉTICOS. Rheure Lopes1,2, Karla Neves1,2, Augusto C Montezano2, Adam Harvey2, Fernando S Carneiro1, Rhian M Touyz2, Rita C Tostes1. 1Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Brasil; 2Instituto de Ciências Médicas e Cardiovasculares. Universidade de Glasgow, Reino Unido.

P12. O PAPEL DOS RECEPTORES TLRS E NLRS NA PRODUÇÃO DE TNFα E IL-1β

INDUZIDO POR CARRAGENINA EM MACRÓFAGOS PERITONEAIS. Lopes AH1; Silva RL1; Talbot J1; França RFO1; Cunha FQ1; Zamboni DS2; Gombault A3;Couillin I3; Ryffel B3;Cunha TM1. 1.FMRP-USP, Ribeirão Preto - SP - Brasil; 2.Biocel-USP, Ribeirão Preto - SP - Brasil; 3.CNRS and Université d’ Orléans , INEM, UMR7355, Orleans - França.

P13. ENVOLVIMENTO DA VIA NO/GMPC/PKG/KATP NO EFEITO ANTINOCICEPTIVO

LOCAL DA DIPIRONA E SEU METABÓLITO 4-MAA. Débora C. R. Assis1, Artur de L. L. Vaz2, Miriam C. C. de Melo2, Giuliano C. Clososki2, Glória E. P. de Souza1,2. 1Departamento de Farmacologia, FMRP/USP; 2Departamento Física e Química, FCFRP/USP.

P14. NLRP12 ATENUA O DESENVOLVIMENTO DA ARTRITE ATRAVÉS DO CONTROLE

NO BALANÇO DA DIFERENCIAÇÃO ENTRE CÉLULAS TH17 E TREGS. 1Prado, D.S., 1Veras, F.P., 1Melo, P.H., 2Zamboni D.S., 1Cunha F.Q., 1Alves-Filho, J.C. 1 - Departmento de Farmacologia, Universidade de São Paulo, Faculdade De Medicina De Ribeirão Preto – FMRP/ USP, BRASIL 2 - Departmento de Biologia Celular, Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina De Ribeirão Preto – FMRP/ USP, BRASIL.

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P15. PAPEL PROTETOR DO RECEPTOR ATÍPICO DE QUIMIOCINAS D6 NA SEPSE EXPERIMENTAL. Fernanda Vargas e Silva Castanheira, Fernando de Queiróz Cunha, Departamentos de Farmacologia, FMRP/USP.

P16. O CANABIDIOL ATENUA O COMPORTAMENTO AGRESSIVO INDUZIDO PELO

ISOLAMENTO SOCIAL EM CAMUNDONGOS. Alice H. dos Santos, Sabrina F. Lisboa, Felipe V. Gomes e Francisco S. Guimarães.1Departamento de Farmacologia, Faculdade de Medicina De Ribeirão Preto, Universidade De São Paulo, Brasil.

P17. ENVOLVIMENTO DA NEUROTRANSMISSÃO OPIOIDÉRGICA DA AMÍGDALA

MEDIAL NA MEDIAÇÃO DAS RESPOSTAS NEUROENDÓCRINAS CAUSADAS PELO ESTRESSE DE RESTRIÇÃO EM RATOS. Fassini A., Scopinho A.A., Fortaleza E.A.T., Resstel L.B.M., Corrêa F.M.A. Departamento de Farmacologia, FMRP/USP.

P18. EFEITO DO TRATAMENTO COM INIBIDORES DA NOS NA EXPRESSÃO DE

RECEPTORES 5-HT1A NO CÓRTEX PRÉ-FRONTAL, HIPOCAMPO E NÚCLEOS DA RAFE EM MODELO ANIMAL. Roncalho1, A.L.; Ribeiro2, D. E.; Joca2, S.R.L. 1,2Departamento de Farmacologia –FMRP/USP; 3Laboratório de Pscifarmacologia – FCFRP/USP.

P19. CANABIDIOL REDUZ A ATIVAÇÃO MICROGLIAL E O ESTRESSE OXIDATIVO

INDUZIDOS PELO LPS EM CULTURA PRIMÁRIA DE MICRÓGLIAS VIA RECEPTORES PPARγ. Sonego, A.B.1; Sepulveda-Diaz, J.2; Michel, P.P.2; Del-Bel, E. A.3; Guimarães, F.S.1; Raisman-Vozari, R.2 1 Departamento de Farmacologia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Brasil. 2 Sorbonne Universités UPMC UMR S 1127, INSERM U1127, CNRS UMR 7225, Institut du Cerveau et de la Moelle Epinière, Paris, França. 3 Departamento de Morfologia, Fisiologia e Patologia Básica, Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Brasil.

P20. ESTUDO DA PARTICIPAÇÃO DO SISTEMA ENDOCANABINÓIDE NO NÚCLEO LEITO

DA ESTRIA TERMINAL SOBRE RESPOSTAS DE ANSIEDADE EM RATOS. 1Borges-Assis, A.B., 1Uliana, D.L., 1Hott, S.C., 1Resstel, L.B.M. 1Departamento de Farmacologia, FMRP/USP.

P21. ENVOLVIMENTO DO SISTEMA NITRÉRGICO SOBRE OS EFEITOS DO CANABIDIOL

EM UM MODELO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO.Vila-Verde, C., 1Lisboa, S.F1., Guimarães, F.S.1. 1Departamento de Farmacologia, FMRP/USP.

P22. FLUOXETINA FACILITA A CONSOLIDAÇÃO DA MEMÓRIA DE EXTINÇÃO ATRAVÉS

DA ATIVAÇÃO DE REECPTORES TRKB PRESENTES NO HIPOCAMPO DORSAL E NO HIPOCAMPO VENTRAL. Diniz CRAF1*, Antero LS1, Resstel LBM1, Joca SRL2. 1Departamento de Farmacologia. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. 2Departamento de Física e Química. Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto. Universidade de São Paulo, Brasil.

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P23. RECEPTORES CB1 DA PORÇÃO VENTRAL DO CORTEX PREFRONTAL MEDIAL MODULAM A RESPOSTA EMOCIONAL CONDICIONADA: ENVOLVIMENTO DA VIA NMDA/NO/CGS. Uliana, D.L.M.1; Antero, L.S.1; Lisboa, S.F.1; Resstel, L.B.M1. 1.Departamento de Farmacologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo.

P24. OS RECEPTORES CB1 PRESENTES NA PORÇÃO VENTRAL DO CÓRTEX PRÉ-

FRONTAL MEDIAL MODULAM A ATIVIDADE CARDÍACA DO BARORREFLEXO ATRAVÉS DA VIA RECEPTOR NMDA/ÓXIDO NÍTRICO. Lagatta; D.C.1; Kuntze; L.B.1; Ferreira-Junior N.C.1; Resstel; L.B.M.1 1- Departamento de Farmacologia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP.

P25. EFEITO DA EXPOSIÇÃO A CHOQUES INESCAPÁVEIS E DO TRATAMENTO COM

ANTIDEPRESSIVO SOBRE O SISTEMA PURINÉRGICO NO HIPOCAMPO E NO CÓRTEX PRÉ FRONTAL. Ribeiro D. E.1; Pinto e Silva M.A.1; Casarotto P. C.2; Biojone C.1,2; Joca S. R.1 ¹ Department of Pharmacology, School of Medicine of Ribeirão Preto, University of São Paulo, Brazil. ² Neuroscience Center, University of Helsinki, Helsinki.

P26. EFEITOS DO ESTRESSE CRÔNICO NA MODULAÇÃO DAS RESPOSTAS

CARDIOVASCULARES E VENTILATÓRIAS ATIVADAS PELO QUIMIORREFLEXO E BARORREFLEXO EM RATOS. Firmino E.M.S1; Kuntze L.B1; Lagatta D.C1; Resstel L.B1. 1Departamento de Farmacologia, Laboratório de Neurofarmacologia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil.

P27. PARTICIPAÇÃO DAS ASAS LATERAIS DO NÚCLEO DORSAL DA RAFE, NA

RESPOSTA DE FUGA EM RATOS SUBMETIDOS À CONDIÇÃO DE HIPÓXIA. Gabriel G. Fernandes, Hélio Zangrossi Jr. Departamento de Farmacologia, FMRP/USP.

P28. RECEPTORES TRPV1 E CB1 PRESENTES NO CPFMV MODULAM AS RESPOSTAS

AUTONÔMICAS EM RATOS SUBMETIDOS AO ESTRESSE POR RESTRIÇÃO. Moraes-Neto, T.B.; Fassini, A.; Correa, F.M.A.; Resstel, L.B.M. Departamento de Farmacologia, FMRP, USP.

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PÔSTER

SESSÃO 2 (P29 a P57) Sexta-feira – 11 de setembro de 2015 14:00 – 16:00h P29. MARCADORES DE RESPOSTA AO SILDENAFIL NO TRATAMENTO DA DISFUNÇÃO

ERÉTIL: PAPEL DA DIMETIL ARGININA ASSIMÉTRICA. 1Azevedo A.M.M.; 1Tanus-Santos J.E.; 2Lacchini R. 1Departamento de Farmacologia, FMRP/USP; 2Laboratório de Farmacogenética, EERP/USP.

P30. EFEITO DE POLIMORFISMOS GENÉTICOS DA SINTASE ENDOTELIAL DO ÓXIDO

NÍTRICO SOBRE AS ALTERAÇÕES HEMODINÂMICAS INDUZIDAS PELO PROPOFOL. 1Oliveira-Paula G.H., 2Lacchini R., 1Pinheiro L.C., 3Garcia W., 3Garcia L.V., 1Tanus-Santos J.E. 1Departamento de Farmacologia, FMRP/USP; 2Departamento de Enfermagem Psiquiátrica e Ciências Humanas, EERP/USP; 3Departamento de Biomecânica, Medicina e Reabilitação do Aparelho Locomotor, FMRP/USP.

P31. ESTUDO DA ATIVAÇÃO DO RECEPTOR TP ENDOTELIAL E SUAS VIAS DE

SINALIZAÇÃO INTRACELULAR NA HIPERTENSÃO RENOVASCULAR. 1Santos, J.D.; 1Grando, M.D.; 1Silva, B.R.; 1Bendhack, L.M. 1 Laboratório de Farmacologia FCFRP-USP.

P32. PARTICIPAÇÃO DA NAD(P)H OXIDASE NOS EFEITOS DO CONSUMO CRÔNICO DE

ETANOL SOBRE O CORPO CAVERNOSO DE RATO 1Leite LN, 2Hipolito UV 2Tirapelli CR. 1FMRP-USP, 2EERP-USP.

P33. O PAPEL DO RECEPTOR DE HIDROCARBONETOS DE ARILA NA INSTABILIDADE OU

VULNERABILIDADE DA PLACA ATEROSCLERÓTICA. 1Barreto P.A., 1Olivon V.C., ¹Alves-filho J.C., Cunha F.Q., 1Tostes R.C. 1Departamento de Farmacologia, FMRP/USP.

P34. TRATAMENTO COM LOSARTAN PREVINE O AUMENTO DA PRESSÃO ARTERIAL

SISTÓLICA E O ESTRESSE OXIDATIVO EM RATOS EM ABSTINÊNCIA AO ETANOL. Natália de Almeida Gonzaga1; Tirapelli, C.R2. ¹Departamento de Farmacologia, FMRP-USP, Ribeirão Preto/SP; ²Departamento de Enfermagem Psiquiátrica e Ciências Humanas, EERP-USP, Ribeirão Preto/SP.

P35. ESPÉCIES REATIVAS DE OXIGÊNIO MITONDRIAIS ESTÃO ENVOLVIDAS NA

DISFUNÇÃO DO TECIDO ADIPOSO PERIVASCULAR (PVAT) DE ANIMAIS OBESOS. Costa, RM1; Fais, RS1; Lobato, NS2; Tostes, RC1. 1Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo; 2Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Goiás – Regional Jataí

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P36. PAPEL DA ENDOTELINA-1 NA ATIVAÇÃO DA CASPASE-1 EM CÉLULAS DO MÚSCULO LISO DO CORPO CAVERNOSO. Fais, RS1; Costa, RM1; Zanotto, CZ1; Silva, MAB2; Rodrigues, FL1; Tostes, RC1; Carneiro, FS1. 1Laboratório de Farmacologia Cardiovascular e Trato Urinário, FMRP/USP; 2Instituto de Ciências Exatas e Naturais, UFMT.

P37. PROTEÓLISE DA TROPONINA I PELA METALOPROTEINASE (MMP)-2 NA

REMODELAÇÃO CARDÍACA ASSOCIADA À FASE AGUDA E CRÔNICA DA HIPERTENSÃO RENOVASCULAR. Pereira S.C., Sanchez, E.R., Castro M.M. Departamento de Farmacologia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2015.

P38. ALTERAÇÕES NA REATIVIDADE DE ARTÉRIAS HUMANAS E SUAS RELAÇÕES COM

A MODIFICAÇÃO DE PROTEÍNAS VASCULARES POR O-GLCNAC (O-GLCNACILAÇÃO) E A GERAÇÃO DE ESPÉCIES REATIVAS DE OXIGÊNIO (EROS). Dias TB1,2, Zanotto CZ1, Mestriner FL1, Garcia LV2, Feres O3, Rocha JJ3, Tostes RC1, FMRP-USP – 1Farmacologia, 2Anestesiologia, 3Clínica Cirúrgica.

P39. INIBIÇÃO DE PIRUVATO QUINASE M2 (PKM2) REDUZ INFLAMAÇÃO E ATENUA

PSORÍASE EXPERIMENTAL. Flavio Protasio Veras1, Priscilla A Tartari1, Douglas Prado1, André Luis Lopes Saraiva1, Raphael Ferreira1, Fernando Q. Cunha1,2, José Carlos Alves Filho1,2. 1Departamento de Farmacologia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP, Brasil. 2Center of Research in Inflammatory Diseases (CRID), Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP, Brasil.

P40. EFEITO ANTIPIRÉTICO DA DIPIRONA E SEUS METABÓLITOS 4-MAA E 4-AA NA

FEBRE INDUZIDA POR ESTÍMULOS DEPENDENTES DE PROSTAGLANDINA E2.

Queiroz, M.M.1; Vaz, A.L.L2; Melo, M.C.C.1; Clososki, G.C2; Souza, G.E.P1.1Laboratório de Farmacologia e 2Química Orgânica, Departamento de Física e Química, FCFRP-USP- Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil.

P41. INVESTIGAÇÃO DO PAPEL PROTETOR DA INTERLEUCINA 27 (IL-27) SOBRE A

GÊNESE E MANUTENÇÃO DA DOR NEUROPÁTICA. Fonseca MD1, Santa-Cecília FV1, Ferreira DW1, Kusuda, R1, Cunha FQ1, Cunha TM1 - 1Ribeirao Preto Medical School- (FMRP-USP).

P42. PAPEL DA PI3K-γ NA HIPERALGESIA INDUZIDA POR LESÃO DO NERVO

PERIFÉRICO. Silva RL, Ferreira DW, Lopes AH, Cunha TM. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP.

P43. PAPEL DO FATOR NUCLEAR DE CÉLULAS T ATIVADAS 1 (NFAT1) NA DISFUNÇÃO

CARDIOVASCULAR ASSOCIADA À SEPSE 1Borges V.F., 1Castanheira F.V.S, 1Kanashiro A; 1Ferreira R. G; Sônego F; 2Prado C.M; 1Alves-Filho J.C; Cunha F.Q. 1Departamento de Farmacologia, FMRP/USP; 2 Departamento de Patologia, FMRP/USP.

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P44. PARTICIPAÇÃO DOS RECEPTORES TRPV1 DO HIPOCAMPO DORSAL NA

MODULAÇÃO DA REC CONTEXTUAL: UMA POSSÍVEL INTERAÇÃO COM AA VIA NMDA-NO.1Spiacci G.B.L., 1Borges-Assis A.B., 1Resstel L.B. Laboratório de Neurofarmacologia, FMRP/USP.

P45. ENVOLVIMENTO DE DIFERENTES SUB-REGIÕES DO NÚCLEO DORSAL DA RAFE NA

REGULAÇÃO DO COMPORTAMENTO DE ESQUIVA INIBITÓRIA APÓS TRATAMENTO CRÔNICO COM IMIPRAMINA. H.H. Vilela-Costa1*, A. Spiacci1, A.B. Sant’Ana1, H.Jr. Zangrossi1 1Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Departamento de Farmacologia, Ribeirão Preto, Brasil.

P46. AVALIAÇÃO DO EFEITO DOS INIBIDORES DA ÓXIDO NÍTRICO SINTASE SOBRE A

METILAÇÃO DO DNA E SOBRE A ATIVIDADE E EXPRESSÃO DAS ENZIMAS DNA METILTRANSFERASE NO CÉREBRO DE RATOS SUBMETIDOS AO ESTRESSE. 1

Izaque de Sousa Maciel e 1,2 Sâmia R. L. Joca 1 Departamento de Farmacologia/FMRP-USP; 2 Laboratório de Psicofarmacologia do Departamento de Física e Química/ FCFRP/USP. Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil.

P47. O PAPEL DO ESTRESSE AGUDO E DOS RECEPTORES MINERALOCORTICOIDES E

GLICOCORTICOIDES PRESENTES NO CÓRTEX PRÉ-FRONTAL NO PROCESSO DE EXTINÇÃO DE MEMÓRIA AVERSIVA. Rosa J., Resstel L.B. Laboratório de Neurofarmacologia, Departamento de Farmacologia, FMRP/USP.

P48. O ENVOLVIMENTO DO BDNF SOBRE AS CONSEQUÊNCIAS COMPORTAMENTAIS

INDUZIDAS PELA RESTRIÇÃO CALÓRICA. Stanquini, LA1; Scopinho, AA1; Joca, SRL2. 1FMRP-USP, 2FCFRP-USP; Ribeirão Preto-SP, Brasil.

P49. ENVOLVIMENTO DA NEUROTRANSMISSÃO COLINÉRGICA NO HIPOCAMPO

DORSAL DE RATOS NA MODULAÇÃO DA RESPOSTA EMOCIONAL CONDICIONADA: POSSÍVEL INTERAÇÃO COM A VIA NITRÉRGICA. 1Antero L.A., 1Uliana D.L., 1Resstel L.B.M. 1 Laboratório de Neurofarmacologia, Departamento de Farmacologia FMRP/USP.

P50. PARTICIPAÇÃO DO HIPOCAMPO NA MODULAÇÃO DAS RESPOSTAS

CARDIOVASCULARES E RESPIRATÓRIAS ATIVADAS PELO QUIMIORREFLEXO E O ENVOLVIMENTO DOS SISTEMAS GLUTAMATÉRGICO E NITRÉRGICO. Kuntze, L. B.; Ferreira-Júnior, N. C.; Lagatta, D. C.; Resstel, L. B. M. Departamento de Farmacologia, FMRP/USP.

P51. MÚLTIPLOS MECANISMOS ENVOLVIDOS NO EFEITO ANSIOLÍTICO DO

CANABIDIOL EM CAMUNDONGOS SUBMETIDOS AO ESTRESSE CRÔNICO IMPREVISÍVEL: PAPEL DA NEUROGÊNESE, AUTOFAGIA E REMODELAMENTO NEURONAL. M.V. Fogaça1,2, A.C. Campos1, Ludmila Coelho1, F.S. Guimarães1 1Departamento de Farmacologia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto,

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Universidade de São Paulo, Brasil, 2Yale School of Medicine, New Haven, Connecticut, Estados Unidos.

P52. ENVOLVIMENTO DOS SUBNÚCLEOS CAUDAL E DORSAL DO NÚCLEO DORSAL DA

RAFE NA MODULAÇÃO DE RESPOSTAS DEFENSIVAS ASSOCIADAS À ANSIEDADE E AO PÂNICO. 1Matthiesen M., 1Fortaleza, E.A.T., 1Pobbe, R.L.H., 1Zangrossi, H.Jr. 1Departamento de Farmacologia, FMRP/USP.

P53. AVALIAÇÃO DOS EFEITOS INDUZIDOS PELO TRATAMENTO AGUDO E REPETIDO

COM CANABIDIOL SOBRE AS ALTERAÇÕES COMPORTAMENTAIS EM UM MODELO DE ESQUIZOFRENIA BASEADO NO ANTAGONISMO DOS RECEPTORES NMDA. Da-Silva, N.R. 1; Silva, N.R1; Gomes, F.V1; Guimarães, F.S1, 1Departamento de Farmacologia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Brasil.

P54. AVALIAÇÃO DOS EFEITOS ANTICOMPULSIVOS E ANTINOCICEPTIVOS INDUZIDOS

PELO HU-474, UM ANÁLOGO SINTÉTICO DO CANABIDIOL.1Silva, N.R.; 1Gomes, F.V.; 1Fonseca, M.D.M; 2Mechoulam, R.; 1Guimarães, F. S. 1Departamento de Farmacologia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Brasil. 2 Department of Medicinal Chemistry and Natural Products, Faculty of Medicine, Hebrew University of Jerusalem, Israel.

P55. RECEPTORES ANGIOTENSINÉRGICOS AT1 E AT2 NO CÓRTEX PRÉ-LÍMBICO

MODULAM AS RESPOSTAS CARDIOVASCULARES INDUZIDAS PELO ESTRESSE DE RESTRIÇÃO EM RATOS. Brasil T.F.S., Fassini, A., Corrêa FMA. Departamento de Farmacologia, FMRP/USP.

P56. EFEITOS INDUZIDOS PELO TRATAMENTO REPETIDO DEDESIPRAMINA NA

EXPRESSÃO DE FOS EM NEURÔNIOS QUE CONTÉM NNOS EM RATOS SUBMETIDOS AO TESTE DO DESAMPARO APRENDIDO. Vinicius A. H Sato1,2, Joca, SRL1,2. 1FMRP-USP, 2FCFRP-USP; Ribeirão Preto-SP, Brasil.

P57. AVALIAÇÃO DO TRATAMENTO COM UM AGONISTA E UM ANTAGONISTA DE

RECEPTORES CANABINOIDES DO TIPO 1 NO HIPOTÁLAMO ANTERIOR DE CAMUNDONGOS CONFRONTADOS COM SERPENTES CONSTRITORAS. 1dos Anjos-Garcia T., 1Coimbra NC. 1Laboratório de Neuroanatomia e Neuropsicobiologia, Departamento de Farmacologia, FMRP/USP.

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LIVRO DE RESUMOS

COMUNICAÇÃO ORAL

CO1. MMP-2 CIRCULANTE VAI PARA O CORAÇÃO, DIMINUI A EXPRESSÃO DE N-CADERINA, SUPEREXPRESSA TGF-β1, RESULTANDO EM DISFUNÇÃO SISTÓLICA. Prado, AF1; Azevedo, A1; Prado, CM2, Pernomian, L3; Pernomian, L1; Rizzi, E1; Castro, ML4; Tanus-Santos, JE1; Gerlach, RF1,4*. 1. Departamento de Farmacologia. FMRP/USP. 2. Departamento de Patologia, FMRP/USP. 3. Departamento de físico-química. FCFRP/USP. 4. Departamento de Morfologia e Patologia básica. FORP/USP. Introdução: A Metaloproteinase da matriz 2 (MMP-2) ganhou importância no contexto cardiovascular nos últimos anos porque seus níveis elevados estão associados a alterações patológicas do coração como fibrose, hipertrofia de cardiomiócitos, dilatação ventricular e disfunção cardíaca. Interessantemente, apesar das evidências das disfunções induzidas pela MMP-2, ainda não se tem um mecanismo elucidado, por exemplo, para a dilatação ventricular. Portanto, nesse estudo temos a hipótese que ações da MMP-2 na cascata do TGF-β1 e na N-caderina, principal proteína do disco intercalar, são eventos chaves para as alterações morfofuncionais induzidas pela MMP-2 no coração. Objetivo: Avaliar a localização da MMP-2 in vivo e avaliar as alterações bioquímicas, morfológicas e funcionais induzidas pela presença dessa proteína no coração. Métodos: O domínio catalítico da MMP-2 (catMMP-2) foi clonado em fusão com a proteína verde fluorescente (GFP) em vetor de expressão bacteriano. O clone denominado catMMP-2/GFP foi expresso em bactéria E.coli e a proteína foi purificada em coluna cromatográfica de gelatina sefarose. Para tratamento com a catMMP-2/GFP foram utilizados camundongos C57BL-6 (11 semanas), que foram divididos em 2 grupos: veículo (NaCl 0,9 %) e catMMP-2/GFP (150ng/g de animal). Após 4 semanas de tratamento intraperitoneal, o destino da catMMP-2/GFP foi mapeado in vivo no aparelho IVIS-Spectrum, a função cardíaca e alterações morfológicas foram avaliadas por ecocardiograma e por histologia, respectivamente. Para localização e atividade da catMMP-2/GFP no coração foram utilizadas as técnicas de imunofluorescência, Western blotting, zimografia in situ e em gel e ensaio fluorimétrico com peptídeo substrato de MMP. A expressão proteica de N-caderina, Desmogleina-2, Desmocolina-2, Conexina-43, AKT fosforilada, TGF-β1 e Smad2/3 fosforilada foram avaliadas por Western blotting. Para avaliar o conteúdo de espécies reativas de oxigênio (ERO) no coração foi utilizado a sonda DHE, o kit Amplex red e ensaio de lucigenina. Para finalizar, a apotose de cardiomiócitos foi avaliada pelo kit de imunohistoquímica APO-BrdU. Todos os protocolos foram aprovados pela CEUA do campus da USP de Ribeirão Preto. Resultados: Maior sinal de fluorescência da GFP foi observado na região torácica dos animais quando comparado com as regiões abdominais sugerindo maior presença da catMMP-2/GFP no coração. Interessantemente, todos os parâmetros de função sistólica (débito cardíaco, fração de ejeção, fração de encurtamento e volume sistólico) estavam menores nos animais tratados com catMMP-2/GFP quando comparado com os animais veículo. A alteração funcional foi acompanhada com fibrose sem alterações no diâmetro do miócito. A presença da catMMP-2/GFP no coração foi confirmada por imunofluorescência e Western blotting usando anticorpo anti-GFP. Essa presença foi também confirmada indiretamente pelas técnicas de zimografia in situ (usando substrato DQ-gelatin), atividade em zimograma em gel (substrato gelatina) e por ensaio fluorimétrico (usando peptídeo ES001, substrato de MMP). Em todos os três ensaios foi observado maior atividade nos corações de animais tratados com catMMP-2/GFP quando comparado com o veículo (P<0,05). Por Western blotting verificamos alterações bioquímicas no disco intercalar com diminuição da Expressão de N-caderina e aumento da Expressão de Desmocolina-2 e Conexina-43 nos animais tratados com catMMP-2/GFP. Os animais catMMP-2/GFP também apresentaram menores níveis de fosforilação da AKT, maior expressão de TGF-β1, maior fosforilação da Smad2/3 quando comparado com os animais veículo (P<0,05). Em relação às ERO, os animais catMMP-2/GFP apresentaram maiores níveis de ERO medido pela sonda DHE, kit Amplex red e ensaio da lucigenina, pelos três métodos foi observado maiores níveis de ERO no coração de animais tratados com catMMP-2/GFP em comparação com o veículo (P<0,05). Por último, maior apoptose de cardiomiócitos foi observado no coração de animais catMMP-2/GFP (P<0,05). Conclusão: A presença e aumento da atividade de MMP-2 no coração levou a insuficiência cardíaca sistólica por dois mecanismos distintos, mas que convergem para o mesmo ponto (disfunção cardíaca). A diminuição de N-caderina leva diminuição de AKT fosforilada e ambos levam a apoptose e disfunção sistólica. Paralelamente a MMP-2 aumentou os níveis de TGF-β1, que é uma potente molécula pró-fibrótica e oxidante o que contribui para o aumento da apoptose e disfunção sistólica. Apoio financeiro: FAPESP.

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CO2. ENVOLVIMENTO DOS SUBNÚCLEOS CAUDAL E DORSAL DO NÚCLEO DORSAL DA RAFE NA MODULAÇÃO DE RESPOSTAS DEFENSIVAS ASSOCIADAS À ANSIEDADE E AO PÂNICO. 1Matthiesen M., 1Fortaleza, E.A.T., 1Pobbe, R.L.H., 1Zangrossi, H.Jr. 1Departamento de Farmacologia, FMRP/USP. Introdução: Evidências experimentais indicam que o núcleo dorsal da rafe (NDR) não é uma estrutura homogênea, mas sim um agregado de populações distintas de neurônios serotonérgicos e não serotonérgicos, que podem diferir tanto morfológica como funcionalmente. Evidências adicionais sugerem que a estimulação de neurônios serotonérgicos presentes nos subnúcleos dorsal (DRD), caudal (DRC) e ventral do NDR, que se projetam em grande proporção para o núcleo basolateral do complexo amigdaloide (BLA), facilita a expressão de comportamentos defensivos associados à ansiedade. Nesse sentido, dados do nosso grupo mostraram que a administração do antagonista de receptores do tipo 5-HT1A WAY-100635 intra-DRD facilita a resposta de esquiva inibitória e prejudica a resposta de fuga no teste do labirinto em T elevado (LTE). O objetivo deste trabalho é investigar o papel da via serotoninérgica que parte do DRC e do DRD para o BLA na modulação de respostas defensivas avaliadas no LTE. Na primeira etapa, observamos os efeitos comportamentais da administração de WAY-100635 intra-DRC em animais submetidos ao LTE . Na segunda etapa, avaliamos se o bloqueio farmacológico prévio dos receptores do tipo 5-HT2C no BLA é capaz de neutralizar o efeito do tipo ansiogênico promovido pela administração de WAY-100635 intra-DRD no mesmo modelo experimental. Metodologia: Sete dias após a cirurgia estereotáxica para implantação das cânulas, no experimento 1, os animais receberam infusão de WAY-100635 (0; 0,37; 0,74; 1,48/50nL) no DRC; no experimento 2, foi

realizada a administração prévia de SB-242084 (0; 0,001nmol/0,2 µl) no BLA e depois de dez minutos, WAY-100635 (0; 0,37/50nL) no DRD. Dez minutos após a administração central, os animais foram submetidos à avaliação no LTE e no teste do campo aberto. Ao final dos testes comportamentais, os animais foram submetidos aos procedimentos histológicos para análise dos sítios de injeção. Resultados: Experimento 1: A ANOVA de medidas repetidas mostrou efeito significativo no fator tratamento [F(3,15)= 7,527, p<0,05], no fator tentativa [F(2,30)= 151,148, p<0,05] e na interação tentativa-tratamento [F(6,30)= 4,915, p<0,05] na esquiva inibitória; na fuga, foi observado efeito significativo apenas no fator tratamento [F(3,15)= 38,497]. Experimento 2: A ANOVA de medidas repetidas mostrou efeito significativo no fator tratamento [F(3,36)= 4,981, p<0,05], no fator tentativa [F(2,72)= 15,895, p<0,05] e na interação tentativa-tratamento [F(6,72)= 2,023, p<0,05] na esquiva inibitória; na fuga, não houve efeito significativo em nenhum dos fatores analisados. Em nenhum dos experimentos houve alteração na atividade locomotora dos animais no teste do campo aberto. Conclusão: Os resultados indicam que o DRC está envolvido na modulação de respostas defensivas associadas à ansiedade e ao pânico. Adicionalmente, os dados sugerem que o efeito do tipo ansiogênico promovido pela desinibição da via serotonérgica que parte do DRD para o BLA é mediado pelos receptores do tipo 5-HT2C. Suporte Financeiro: CAPES.

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CO3. O PAPEL DOS RECEPTORES TLRS E NLRS NA PRODUÇÃO DE TNFα E IL-1β INDUZIDO POR CARRAGENINA EM MACRÓFAGOS PERITONEAIS. Lopes AH1; Silva RL1; Talbot J1; França RFO1; Cunha FQ1; Zamboni DS2; Gombault A3;Couillin I3; Ryffel B3;Cunha TM1. 1.FMRP-USP, Ribeirão Preto - SP - Brasil; 2.Biocel-USP, Ribeirão Preto - SP - Brasil; 3.CNRS and Université d’ Orléans , INEM, UMR7355, Orleans - França. Introdução: A carragenina (Cg) é o nome genérico da familia de polissacarideos sulfatados sintetizado a partir de algas marinhas, amplamente usado como aditivo alimentar. Interessamente, a Cg é descrita como um indutor inflamatório, utilizado em modelo para estudo em animais. No entanto, o mecanismo molecular induzido pela Cg não é bem descrito. Nas últimas décadas, os receptores de reconhecimento padrão (PRRs) tornaram-se os mais importantes sensores moléculares do sistema imune inato. Entre estes receptores, os receptores Toll-like (TLRs) e os receptores NOD-like (NLRs) são os mais bem caracterizados. É conhecido que os TLRs são importantes na produção de citoquinas pró-inflamatórias (tais como: TNFα, IL1β) e, os NLRs importantes na formação de complexos intracelulares de proteínas conhecido como inflamassomas, que em última instância promove a ativação da caspase-1 e a maturação de pró-IL1β em IL1β ativa. Assim, no presente estudo investigamos o papel dos TLRs e NLRs induzido por Cg num modelo in vitro. Métodos: Macrófagos peritoneais naive foram extraídos e isolados de animais C57/BL6 (WT) e de animais geneticamente deficientes para TLR4 -/-, CD14-/-, MyD88 -/-, TLR2 -/-, TRIF -/- , P2X7 -/-, NLRP3-/-, Casp1 -/- e da molécula adaptadora ASC-/- (Nº processo comitê de ética CETEA-FMRP n 149/2011). Os macrófagos isolados foram estimulados com Cg (300 ug/ml) e o sobrenadante foi coletado para dosagem de IL1β e TNFα pelo método de ELISA. As células foram pré-tratados com carbenoxolona (Cbx inibidor do canal pannexin), A740003 (antagonista de P2X7) e citocalasina D (CytD inibidor da fagocitose). Resultados: A incubação de macrófagos com Cg induziu a produção de IL-1β e TNFα em uma concentração (30,100,300 ug/ml) e tempo (6,12,24h) de maneira dependente. A produção de IL1β e TNFα foi suprimida em macrófagos derivados de TLR4 -/-, mas foi aumentada nos macrófagos derivados TLR2 -/-. Curiosamente, a produção de IL1β não foi reduzida em macrófagos de MyD88 -/- , mas parcialmente dependente dos macrófagos derivados TRIF -/-. A produção de IL1β ativa, mas não a de TNFα, desencadeada pela Cg também foi reduzida em macrófagos provenientes Caspase-1 -/-, NLRP3 -/- e ASC -/-. O tratamento com A740003 e Cbx, mas não com CytD também reduziu a produção de IL1β. Corroborando com esses achados, a produção de IL1β também foi abolida em macrófagos provenientes de P2X7 -/- em comparação com macrófagos WT. Conclusão: Os resultados deste estudo demonstraram que a produção de TNFα e IL1β induzido por carragenina é dependente de TLR4. Somado a isso os dados apontam que o TNFα é dependente da sinalização MyD88, e a produção de IL1β é desencadeada parcialmente pela via de sinalização TRIF. A maturação de IL1β é dependente da plataforma do inflamassoma NLRP3/ASC/Caspase1 que recruta os receptores purinérgicos da familía P2X7 e canal Pannexin. Por outro lado, a fagocitose da carragenina não é necessário para a produção de IL1β. Em conclusão, estes resultados elucidam os mecanismos moleculares envolvidos na ativação do sistema imune inato induzido pela carragenina em macrófagos peritoneais. Apoio financeiro: CAPES, FAPESP.

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CO4. ENVOLVIMENTO DA VIA NO/GMPc/PKG/KATP NO EFEITO ANTINOCICEPTIVO LOCAL DA DIPIRONA E SEU METABÓLITO 4-MAA. Débora C. R. Assis1, Artur de L. L. Vaz2, Miriam C. C. de Melo2, Giuliano C. Clososki2, Glória E. P. de Souza1,2. 1Departamento de Farmacologia, FMRP/USP; 2Departamento Física e Química, FCFRP/USP. Introdução: A dipirona é uma pró-droga com potente efeito analgésico e antipirético amplamente utilizada. Após sua administração, a dipirona é rapidamente convertida por hidrólise espontânea em 4-metilaminoantipirina (4-MAA), que é então metabolizado formando 4-aminoantipirina (4-AA), 4-formilaminoantipirina (4-FAA) e 4-acetilaminoantipirina (4-AAA). Diferente dos anti-inflamatórios não esteroidais, o efeito antinociceptivo da dipirona não está relacionado somente com a inibição da síntese de prostaglandina (PG) E2, mas também com outros mecanismos ainda não elucidados completamente. Muitos estudos tem proposto outros mecanismos de ação local da dipirona, incluindo a participação da via NO/cGMP/PKG/KATP. Objetivo: Avaliar se assim como a morfina, a dipirona e/ou seu metabólito 4-MAA induz antinocicepção local por estimular a via NO/GMPc/PKG/KATP. Métodos: Ratos Wistar macho (180-200 g) foram habituados na sala de teste por 1 hora antes dos experimentos. A hiperalgesia mecânica foi avaliada utilizando Von Frey eletrônico. Duas horas após a injeção intraplantar (i.pl.) de PGE2 na pata posterior direita os ratos foram tratados localmente (i.pl.) com dipirona ou 4-MAA (30, 60, 120 µg/pata) ou salina em um volume de 100µl. Para controle do efeito local, os ratos receberam injeção i.pl. de PGE2 em ambas as patas traseiras, mas somente a pata direita foi tratada com dipirona ou 4-MAA (120 µg/pata). A resposta hiperalgésica foi avaliada durante 4 horas após a injeção de PGE2. O inibidor específico da proteina quinase (PK)G KT5823 (1.5 µg/pata) ou bloqueador específico de canal KATP, glibenclamida (Gli, 160 µg/pata) foram administrados 10 min antes da dipirona, 4-MAA ou morfina (Mor, 6 µg/paw), respectivamente. O inibidor solúvel da guanilato ciclase ODQ (8 µg/paw) e o inibidor seletivo da sintase neuronal do óxido nítrico, L-NPA (24 µg/paw) foram administrado 30 min. antes do tratamento com dipirona, 4-MAA ou Mor. A resposta hiperalgésica foi avaliada 3 horas após a injeção de PGE2. Os dados foram expressos como media ± S.E.M. e a avaliação estatística foi realizada utilizando ANOVA One ou Two Way seguido pelo pós teste de Tukey ou Bonferroni, p < 0.05. Este estudo foi aprovado pelo comitê de ética da FMRP/USP (processo n° 019/2012). Resultados: Dipirona (DIP), seu metabolito 4-MAA e a morfina, apresentaram efeito antinociceptivo local sobre a hiperalgesia induzida pela PGE2 e esse efeito foi reduzido pelo tratamento local com L-NPA, ODQ, KT-5823 e Gli. A intensidade de hiperalgesia (Δ limiar de retirada, em gramas (g)) foram: salina + salina: 0.82 ± 0.13; salina + PGE2: 6.25 ± 2.05; DIP + PGE2: (30μg/pata: 6.70 ± 1.68), (60 μg/pata: 5.60± 0.87), (120 μg/pata: 3.85 ± 1.07); 4-MAA + PGE2: (30 μg/pata: 5.83 ± 0.76); 60 μg/pata: 5.21 ± 1.41; 120 μg/pata: 3.25 ± 1.09); DIP + PGE2 + L-NPA: (8.24±0.57); DIP + PGE2 + ODQ: (8.54 ± 0.85); DIP + PGE2 + KT5823: (9.65±1.53); DIP + PGE2 + Gli: (8.79±0.64); 4-MAA + PGE2 + L-NPA: (5.12 ± 1.17); 4-MAA + PGE2 + ODQ: (7.23±1.02); 4-MAA + PGE2 + KT5823: (6.23±0.67); 4-MAA + PGE2 + Gli: (7.40±1.17); Mor + PGE2: (2.10±0.74); Mor + PGE2 + L-NPA: (9.68 ± 1.10; Mor + PGE2 + ODQ: (10.77±1.04); Mor + PGE2 + KT5823: (8.36±2.03); Mor + PGE2 + Gli: (10.64±1.25). Conclusão: Conforme descrito anteriormente, a dipirona apresentou efeito antinociceptivo local sobre a hiperalgesia induzida pela PGE2 sendo o metabólito 4-MAA o responsável por esse efeito. Semelhante à morfina, este efeito antinociceptivo local depende da via NO/GMPc/PKG/KATP. Apoio Finaceiro: CNPq.

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CO5. NLRP12 ATENUA O DESENVOLVIMENTO DA ARTRITE ATRAVÉS DO CONTROLE NO BALANÇO DA DIFERENCIAÇÃO ENTRE CÉLULAS TH17 E TREGS. 1Prado, D.S., 1Veras, F.P., 1Melo, P.H., 2Zamboni D.S., 1Cunha F.Q., 1Alves-Filho, J.C. 1 - Departmento de Farmacologia, Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – FMRP/ USP, Brasil 2 - Departmento de Biologia Celular, Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – FMRP/ USP, Brasil. Introdução: Diferente da maioria dos bem caracterizados receptores citosólicos do tipo NOD (NOD-Like Receptors - NLRs) sobre a indução de uma resposta pró-inflamatória, recentes estudos demonstraram que o NLRP12 atua como um regulador negativo da inflamação. Estes estudos reportam que o NLRP12 é um supressor da resposta inflamatória em modelos de colite experimental e no desenvolvimento tumoral, principalmente por inibir a ativação de células do sistema imune inato. No entanto, a função e importância de NLRP12 na regulação da resposta inflamatória de origem autoimune não foi caracterizada. Objetivo: Avaliar a função do NLRP12 no desenvolvimento da artrite induzida por antígeno (AIA). Métodos: AIA foi induzido pela injeção de albumina de soro bovino metilada (mBSA) na articulação de animais wild

type (WT) e deficientes para NLRP12 (NLRP12 -/-), que foram previamente imunizados com esse antígeno por 14 dias. A gravidade da artrite foi avaliada pela formação de edema, produção de citocinas, infiltração de neutrófilos e resposta imune celular nos linfonodos drenantes da imunização. Para os experimentos in vitro, células T CD4+CD25- foram isoladas de animais WT e NLRP12 -/- e deixadas em cultura sob condições polarizantes para diferenciação de linfócitos T reguladores (Tregs) e Th17 por 96 horas. Para os ensaios de fosforilação de proteínas, foram isoladas células CD4+CD25-, com consequente estímulo com IL-6 ou TGF-β, sendo avaliado o nível de fosforilação de Stat3 ou Smad2-3 por citometria de fluxo. Resultados: Os animais NLRP12-/- apresentaram piora da artrite induzida por antígeno em relação aos animais WT, a qual foi caracterizada por aumento da formação de edema, infiltrado de neutrófilos e produção de IL-17 na articulação inflamada. Além disso, a análise de citometria de fluxo dos linfonodos drenantes ao sítio de imunização demonstrou aumento da frequência de células CD4+IL17+ e redução das células CD4+Foxp3+IL-10+ nos animais NLRP12 -/- em relação aos animais WT. Quando as células dos linfonodos drenantes foram reestimuladas com o antígeno (mBSA) ex vivo, observamos aumento substancial da produção das citocinas IL-22 e IL-17 pelas células dos animais NLRP12-/-. In vitro, os linfócitos T dos animais NLRP12-/- exibiram capacidade aumentada para diferenciar para o padrão Th17 e reduzida para Tregs em relação às células dos animais WT. Para demonstrar por qual mecanismo o NLRP12 altera a diferenciação de Tregs e Th17, foi avaliada a fosforilação de dois fatores de transcrição importantes na diferenciação destas. As células provenientes dos animais NLRP12 -/- apresentaram maior capacidade de fosforilação do Stat3 e menor capacidade de fosforilação do complexo Smad2-3 quando comparadas aos linfócitos dos animais WT. Conclusão: Nosso estudo demonstra uma nova função do NLRP12 em suprimir a diferenciação de células Th17 e auxiliar na diferenciação Tregs. Portanto, a modulação da atividade e expressão do NLRP12 pode ser um potencial alvo terapêutico para o tratamento de doenças autoimunes, como artrite reumatoide.

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CO6. EFEITOS DO ESTRESSE CRÔNICO NA MODULAÇÃO DAS RESPOSTAS CARDIOVASCULARES E VENTILATÓRIAS ATIVADAS PELO QUIMIORREFLEXO E BARORREFLEXO EM RATOS. Firmino E.M.S1; Kuntze L.B1; Lagatta D.C1; Resstel L.B1. 1Departamento de Farmacologia, Laboratório de Neurofarmacologia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. Introdução: O organismo está sujeito a diversos estímulos estressantes que afetam inúmeros processos fisiológicos. Embora as alterações de pressão arterial e frequência cardíaca sejam comuns frente à exposição ao estresse, elas podem variar de acordo com os diferentes estressores, tipo de estresse, duração, frequência e intensidade do estímulo aversivo utilizado. Vários estudos sugerem que o estresse é capaz de alterar a regulação autonômica e reflexos respiratórios, como a atividade do barorreflexo e do quimiorreflexo. Objetivo: Avaliar se um mesmo tipo de estressor (homotípico) ou diferentes estressores (heterotípico) modulam as respostas cardiovasculares e respiratórias ativadas pelo barorreflexo e quimiorreflexo, respectivamente. Métodos: Ratos machos Wistar, pesando entre 350 -500g foram submetidos ao estresse crônico repetido (ECR, homotípico) ou estresse crônico variado (ECV, heterotípico) durante 14 dias consecutivos. Após as sessões de estresse foram implantas cânulas de polietileno na artéria e veia femoral para realizar o registro dos parâmetros cardiovasculares e para infusão de fármacos respectivamente. A atividade do barorreflexo foi analisada através dos dados registrados de pressão arterial média e frequência cardíaca (PAM e FC) após a infusão dos agentes vasoativos fenilefrina ou de nitroprussiato de sódio (NPS). A atividade do quimiorreflexo foi estudada registrando a resposta reflexa de elevação da PA, bradicardia e as respostas ventilatórias à administração intravenosa de KCN. Resultados: O ECR foi capaz de aumentar a inclinação da regressão linear relacionado com as respostas bradicárdica (controle= -2.08 ± 0.26 e ECR = -2.99 ± 0.35; F(2,27)= 4.090; p<0.05) e taquicárdica (controle = -1.59 ± 0.18 e ECR = -2.45 ± 0.34;F(2,27)= 3.407; p<0.05) do barorreflexo, seguido pela diminuição do componente de baixa frequência - LF (simpático) (F(2,22)=5.514; p<0.05) e alta frequência - HF (parassimpático) F(2,22)=4.730; p<0.05) do intervalo de pulso (IP). No entanto, ambos os protocolos foram capazes de diminuir a sensibilidade do barorreflexo espontâneo (F(2,18)=4.388; p<0.05). Em relação ao quimiorreflexo, tanto o ECR quanto o ECV atenuaram a resposta pressora (F(2,27)=7.477;p<0.05). Entretanto, apenas o ECV aumentou a frequência respiratória basal. Além disso, o ECR e ECV também atenuaram os parâmetros ventilatórios, tal como o volume corrente médio basal (VT) (F(2,29)=4.940; p<0.05). Conclusão: Nossos resultados sugerem que o estresse crônico afeta a modulação cardiovascular, autonômica, além das respostas ventilatórias associados ao quimiorreflexo. Apoio financeiro: CNPq

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CO7. ESPÉCIES REATIVAS DE OXIGÊNIO MITONDRIAIS ESTÃO ENVOLVIDAS NA DISFUNÇÃO DO TECIDO ADIPOSO PERIVASCULAR (PVAT) DE ANIMAIS OBESOS. Costa, RM1; Fais, RS1; Lobato, NS2; Tostes, RC1/ 1Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo; 2Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Goiás – Regional Jataí Introdução: A obesidade desencadeia mudanças estruturais e funcionais no tecido adiposo perivascular (PVAT), levando a um desequilíbrio em favor de fatores vasoconstritores e pró-inflamatórios, bem como alterações nas vias de sinalização ativadas por estes fatores em células vasculares. Um importante mecanismo proposto para explicar a perda do efeito anti-contrátil do PVAT na obesidade é o estresse oxidativo. Uma fonte potencial de espécies reativas de oxigênio (EROs) nas células é a mitocôndria. Entretanto, o papel da mitocôndria do PVAT na geração de EROs e, consequentemente, nas alterações de reatividade vascular associadas a obesidade ainda não foi investigado. Objetivo: Avaliar se a cadeia respiratória mitocondrial nas células que compõem o tecido adiposo periaórtico é fonte importante de EROs, e se as mesmas contribuem para as alterações de reatividade vascular associadas à disfunção do PVAT. Métodos: Camundongos C57BL/6J receberam dieta controle e hiperlipídica. A função vascular foi avaliada em anéis de aorta torácica sem endotélio, na presença ou ausência de PVAT, obtendo-se curvas concentração-efeito para fenilefrina. Sendo assim, os grupos foram divididos em: Controle PVAT (-), Controle PVAT (+), Obeso PVAT (-) e Obeso PVAT (+). A geração de EROs foi quantificada por DHE e Amplex Red. O envolvimento das EROs mitocondriais nas alterações vasculares promovidas pelo PVAT foi avaliado pelo uso de desacoplador mitocondrial (CCCP 10-6 M) e antioxidante Peg-catalase 100U/mL. A função mitocondrial foi determinada pela taxa de respiração celular. Todos os protocolos foram aprovados pela CEUA do campus USP de Ribeirão Preto. Resultados: Os valores são expressos em relação à Emáx, exceto em anéis incubados com Peg-catalase. O PVAT diminuiu a resposta contrátil em anéis controle (Controle PVAT (-): 5,6 ± 0,1 mN, n=6; Controle PVAT (+): 4,2 ± 0,1 mN, n=6). A obesidade levou à perda do efeito anti-contrátil pelo PVAT (Obeso PVAT (-): 6,1 ± 0,1 mN, n=6; Obeso PVAT (+): 6,1 ± 0,2 mN, n=6) e ao aumento de EROs [DHE (unidades arbitrárias (U.A.) – Controle: 16,1 ± 1,9, n=5; Obeso: 27,1 ± 1,3, n=5; AMPLEX RED (U.A.) – Controle: 16050 ± 1062, n=8; Obeso: 29173 ± 1896, n=6]. A incubação com Peg-catalase aumentou a resposta contrátil (em mN) de anéis controle com PVAT (Controle PVAT (+): 4,2 ± 0,1, n=6; Controle PVAT (+)-Pegcatalase: 5,3 ± 0,1, n=6). No entanto, corrigiu o aumento da contração nos anéis obesos (Obeso PVAT (+): EC50 -7,3 ± 0,1, n=6; Obeso PVAT (+)-Pegcatalase: EC50 6,4 ± 0,1, n=5). A obesidade também diminuiu a respiração mitocondrial basal (O2 pmol.mg-1.seg-1) no PVAT (Controle: 45,2 ± 1,9, n=8; Obeso: 23,2 ± 2,1, n=6). Conclusão: O PVAT exerce efeito anti-contrátil, sendo este efeito abolido pela obesidade. Nossos dados sugerem que na obesidade há disfunção mitocondrial no PVAT que culmina no aumento da geração de espécies reativas de oxigênio e, que estes radicais livres contribuem para a hipercontratilidade vascular em animais obesos. Apoio Financeiro: CAPES, CNPq, FAPESP.

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CO8. RECEPTORES ANGIOTENSINÉRGICOS AT1 E AT2 NO CÓRTEX PRÉ-LÍMBICO MODULAM AS RESPOSTAS CARDIOVASCULARES INDUZIDAS PELO ESTRESSE DE RESTRIÇÃO EM RATOS. Brasil T.F.S., Fassini, A., Corrêa FMA. Departamento de Farmacologia, FMRP/USP. Introdução: O córtex pré-frontal medial ventral (CPFMv) é uma estrutura integrante do sistema límbico e é subdividida em córtices pré-límbico (PL), infralímbico (IL) e dorsopeduncular (DP). O PL, em particular, envia projeções para estruturas envolvidas no controle de respostas cardiovasculares. A estimulação elétrica ou química do PL causa respostas cardiovasculares. O estresse de restrição (ER) é uma situação inescapável e aversiva, a qual provoca aumento sustentado da pressão arterial (PA) e frequência cardíaca (FC). O bloqueio sináptico temporário desta região, por meio da microinjeção de CoCl2, aumenta a FC induzida pelo ER, porém não altera a resposta pressora, sugerindo que esta área exerce uma influência inibitória na resposta taquicárdica evocada pelo RS. Entretanto, os possíveis neurotransmissores e seus respectivos receptores presentes no CPFMv, envolvidos nesta modulação, ainda não estão bem elucidados. O Sistema Renina Angiotensina (SRA) central é capaz de modular respostas cardiovasculares, inclusive aquelas induzidas por situações aversivas. Além disso, foi demonstrado que o PL possui SRA funcional com presença dos peptídeos e receptores a ele relacionados. Objetivo: investigar o papel desempenhado por receptores angiotensinérgicos no PL nas respostas autonômicas (aumento de PA, FC e queda da temperatura cutânea) evocadas pelo ER. Métodos: Ratos Wistar (240-260g) foram utilizados. Cânulas-guia foram implantadas bilateralmente no PL, por meio de cirurgia estereotáxica, para posterior microinjeção de candesartan (antagonista seletivo AT1 nas doses de 0,1, 0,5, e 1nmol/100 nL); PD123177 (antagonista seletivo AT2 nas doses de 0,1, 0,5 e 1nmol/100 nL), ou veículo (fluido cerebrospinal artificial, ACSF, 100 nL). Após, um cateter de polietileno foi implantado na artéria femoral para registro da PA e FC, utilizando um sistema computadorizado de aquisição. Dez minutos após a microinjeção de drogas ou veículo no PL, os ratos foram submetidos ao ER durante uma hora. Todos os protocolos foram aprovados pela CEUA do campus da USP de Ribeirão Preto, n°074/2012. Resultados: O pré-tratamento com candesartan no PL reduziu o efeito pressor (F3,108=4,412, p<0,05) induzido pelo ER, porém não alterou a resposta taquicardíaca (F3,114=0,7910, p>0,05) e a queda na temperatura cutânea (F3,114=0,3497, p>0,05) induzida por esta situação aversiva. Por sua vez, o pré-tratamento com PD123177 no PL reduziu a resposta taquicardíaca (F3,90=3,977, p<0,05) evocada pelo ER, entretanto não alterou o efeito pressor (F3,90=2,699, p>0,05) e a queda na temperatura cutânea (F3,102=0,9518, p>0,05) induzida pelo estresse. Conclusão: Os dados acima sugerem que receptores AT1 no PL desempenham influência facilitatória sobre a resposta pressora induzida pelo ER, já os receptores AT2 exercem influência facilitatória sobre a resposta taquicardíaca evocada por esta situação aversiva. Apoio Financeiro: CAPES e CNPq.

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CO9. PAPEL PROTETOR DO RECEPTOR ATÍPICO DE QUIMIOCINAS D6 NA SEPSE EXPERIMENTAL. Fernanda Vargas e Silva Castanheira, Fernando de Queiróz Cunha, Departamentos de Farmacologia, FMRP/USP. Introdução: recentemente foi descrito um receptor de quimiocinas, denominado receptor D6, o qual foi caracterizado como um receptor atípico por não sinalizar via ativação de proteínas G, mas por estar envolvido apenas com a remoção e a degradação das quimiocinas da subfamília CC em diferentes condições inflamatórias. Na sepse, as quimiocinas CC participam tanto com o recrutamento de neutrófilos para o foco infeccioso, quanto com o infiltrado neutrofílico em órgãos secundários. Objetivo: Desse modo, o objetivo deste trabalho foi investigar o papel deste receptor no desenvolvimento da resposta inflamatória local e sistêmica na sepse. Métodos: Animais selvagens (WT) e deficientes para o D6 (D6-/-) foram utilizados para indução da sepse pelo modelo de ligação e perfuração do ceco (CLP). A expressão do RNA mensageiro do D6, a migração de neutrófilos para a cavidade peritoneal, a bacteremia, o infiltrado de neutrófilos nos órgãos distantes do foco infeccioso, os marcadores de lesões teciduais e os níveis de quimiocinas teciduais e locais foram determinados após a CLP. A taxa de sobrevida também foi avaliada após indução da sepse. Resultados: Demonstramos que animais D6-/- são mais suscetíveis à sepse sub-letal. Ainda, demonstramos que a maior suscetibilidade desses animais é devido ao aumento dos níveis de quimiocinas CC nos órgãos distantes do foco infeccioso, com consequente infiltrado de neutrófilos e lesões orgânicas, quando comparados aos animais WT. No entanto, os níveis de quimiocinas CC locais, a migração de neutrófilos para a cavidade peritoneal e a disseminação bacteriana não diferiram entre os animais WT e D6-/-, indicando que este receptor não está envolvido no controle do processo infeccioso na sepse. Confirmando a importância do D6 durante a resposta inflamatória sistêmica, demonstramos que os animais deficientes para o D6 também foram mais suscetíveis ao modelo de endotoxemia induzida pelo LPS quando comparados aos animais WT. Em adição, quando utilizamos um modelo de sepse letal, em que todos os animais WT e D6-/- não tratados com antibiótico morrem em até 48 horas após indução da sepse, observamos que enquanto o tratamento dos animais WT com antibiótico 6 horas após a sepse melhora a sobrevida dos animais em até 50%, os animais D6-/- continuaram morrendo em até 48 horas por não controlarem a resposta inflamatória sistêmica. Paralelamente, demonstramos que a expressão do RNAm do D6 em animais submetidos à sepse sub-letal aumenta nos pulmões, coração e rins quando comparados aos animais do grupo sham, sendo que nos animais submetidos à sepse letal estes aumentos não foram observados. Esses dados sugerem que o aumento da resposta inflamatória sistêmica durante a sepse letal também pode ser devido à baixa expressão do D6 nos órgãos distantes do foco infeccioso, reduzindo, portanto, o controle do processo inflamatório. Conclusão: Os dados obtidos até o momento indicam que o D6 possui importante papel durante a sepse, sugerindo que a maior mortalidade dos animais D6-/- seja devido a uma maior resposta inflamatória sistêmica desencadeada pelo aumento dos níveis teciduais de quimiocinas CC. Apoio financeiro: capes, cnpq, fapesp, crid.

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CO10. CANABIDIOL REDUZ A ATIVAÇÃO MICROGLIAL E O ESTRESSE OXIDATIVO INDUZIDOS PELO LPS EM CULTURA PRIMÁRIA DE MICRÓGLIAS VIA RECEPTORES PPARγ. Sonego, A.B.1; Sepulveda-Diaz, J.2; Michel, P.P.2; Del-Bel, E. A.3; Guimarães, F.S.1; Raisman-Vozari, R.2. 1 Departamento de Farmacologia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Brasil. 2 Sorbonne Universités UPMC UMR S 1127, INSERM U1127, CNRS UMR 7225, Institut du Cerveau et de la Moelle Epinière, Paris, França. 3 Departamento de Morfologia, Fisiologia e Patologia Básica, Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Brasil. Introdução e objetivos: A discinesia tardia (DT) é um transtorno hipercinético de movimento, causado pelo uso prolongado de drogas que bloqueiam os receptores dopaminérgicos, e cuja patofisiologia ainda não é completamente entendida. Dentre os possíveis mecanismos para o aparecimento de DT, o estresse oxidativo e a neuroinflamação parecem estar envolvidos. O canabidiol (CBD), o principal componente não psicotrópico da planta Cannabis sativa, pode apresentar um potencial terapêutico para a DT, uma vez que este fitocanabinóide possui propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. Dentre os diversos mecanismos de ação deste composto, o CBD pode atuar como agonista dos receptores ativados pelo proliferador de peroxissomo gama (PPARγ) e este receptor parece estar envolvido em mecanismos neuroprotetores. Dessa forma, os objetivos deste trabalho foram investigar os mecanismos envolvidos nos efeitos anti-inflamatórios do CBD em modelo de cultura primária de células microgliais estimuladas com LPS, bem como verificar a participação dos receptores PPARγ nestes efeitos. Metodologia: Células microgliais foram pré-tratadas com dexametasona (10μM), apocinina (500μM), trolox (10μM) ou CBD (0,1; 1 e 10μM) e, 4h após, estimuladas com LPS (10ng/mL). Após 24h de estimulação, avaliou-se a ativação microglial, a produção de espécies reativas de oxigênio (ERO) e a produção de NO por meio de imunofluorescência para o marcador de micróglia ativada (Iba-1) e para CELLROX e dosagem de nitrito pelo método de Griess, respectivamente. Para avaliação da translocação do fator de transcrição NFκB para o núcleo, fez-se uma estimulação aguda de 30min com LPS e, então, imunofluorescência para a subunidade p65 deste fator. Para avaliação da participação dos receptores PPARγ, as células microgliais foram pré-tratadas com o antagonista destes receptores (GW9662 0,1; 1 e 10μM) e, 30min depois, com CBD (10μM). Após 4 horas, as células foram estimuladas com LPS (10ng/mL) e a ativação microglial, a produção de ERO e a translocação do NFkB para o núcleo foram avaliadas. Resultados: O tratamento com CBD foi capaz de reduzir a ativação microglial induzida pelo LPS, ao reduzir a expressão celular de Iba-1, bem como atenuar o estresse oxidativo promovido pela estimulação com LPS, ao reduzir a produção de ERO e de NO. Além disso, o CBD limitou a translocação do fator de transcrição NFkB para o núcleo. Estes efeitos do CBD foram antagonizados pelo pré-tratamento com o antagonista dos receptores PPARγ, GW9662. Conclusão: os resultados sugerem que CBD atenua a ativação microglial e o estresse oxidativo induzidos pelo LPS por meio da ativação dos receptores PPARγ e a repressão da translocação do NFκB para o núcleo. Apoio Financeiro: Investissements d’avenir [ANR-10-IAIHU-06], CNPq (Ciências sem Fronteiras) e FAPESP.

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CO11. EFEITO DE POLIMORFISMOS GENÉTICOS DA SINTASE ENDOTELIAL DO ÓXIDO NÍTRICO SOBRE AS ALTERAÇÕES HEMODINÂMICAS INDUZIDAS PELO PROPOFOL. 1Oliveira-Paula G.H., 2Lacchini R., 1Pinheiro L.C., 3Garcia W., 3Garcia L.V., 1Tanus-Santos J.E. 1Departamento de Farmacologia, FMRP/USP; 2Departamento de Enfermagem Psiquiátrica e Ciências Humanas, EERP/USP; 3Departamento de Biomecânica, Medicina e Reabilitação do Aparelho Locomotor, FMRP/USP. Introdução: o propofol é um importante anestésico endovenoso, capaz de induzir alterações hemodinâmicas, tais como hipotensão e bradicardia. Parte do efeito hipotensor do propofol tem sido atribuída à produção de óxido nítrico (NO) pelas células endoteliais. De fato, estudos tem demonstrado que o propofol é capaz de ativar a sintase endotelial do óxido nítrico (eNOS) e assim aumentar a produção de NO. Portanto é possível que polimorfismos genéticos no gene que codifica a eNOS possam afetar a biodisponibilidade de NO durante a indução anestésica com propofol e deste modo influenciar as alterações hemodinâmicas induzidas por este fármaco. Objetivos: avaliar o efeito de genótipos e haplótipos de polimorfismos no gene da eNOS (g.-786T>C, g.-665C>T, 4b/4a VNTR e Glu298Asp) sobre as alterações hemodinâmicas induzidas pelo propofol, bem como avaliar o efeito destes marcadores genéticos sobre a biodisponibilidade de NO após a administração deste fármaco. Métodos: Foram incluídos no estudo 191 pacientes submetidos à anestesia com propofol. De cada paciente foram coletadas uma alíquota de sangue venoso antes da administração do propofol e outra 10 minutos após a administração do fármaco. Nesse período foram registrados os valores de pressão arterial sistólica (PAS), diastólica (PAD) e média (PAM) e frequência cardíaca (FC). As alterações nos níveis pressóricos foram calculadas como: ΔPA (PAS, PAD e PAM) = (PA basal – PA após administração do propofol)*(-1); similarmente, as alterações na FC foram calculadas como: ΔFC = (FC basal – FC após administração do propofol)*(-1). O DNA genômico foi extraído a partir do sangue total por meio da técnica fenol-clorofórmio. As genotipagens para o polimorfismo 4b/4a VNTR foram realizadas por meio da reação em cadeia da polimerase (PCR) convencional, enquanto as genotipagens para os polimorfismos g.-786T>C, g.-665C>T e Glu298Asp estão sendo realizadas por PCR em tempo real. Os haplótipos serão estimados com o uso do software de análise PHASE. Os níveis plasmáticos de nitrito (que refletem a biodisponibilidade de NO) serão avaliados por quimioluminescência. Resultados: Como esperado, o propofol induziu a uma queda significativa da pressão arterial (P<0,0001) e da FC (P<0,05). As médias de ΔPA foram de -35±19 mmHg para PAS, -18±12 mmHg para PAD e -23±13 mmHg para PAM, enquanto o valor de ΔFC foi de -4±13 batimentos/min. Não foram encontradas associações entre genótipos do polimorfismo 4b/4a VNTR e ΔPAS (4b4b = -34±19 mmHg, N=124; 4b4a = -36±19 mmHg, N=60; 4a4a = -39±20 mmHg, N=7; P>0,05), ΔPAD (4b4b = -19±12 mmHg, N=124; 4b4a = -16±12 mmHg, N=60; 4a4a = -17±11 mmHg, N=7; P>0,05), ΔPAM (4b4b = -23±13 mmHg, N=124; 4b4a = -22±13 mmHg, N=60; 4a4a = -21±12 mmHg, N=7; P>0,05). Porém, este polimorfismo afetou significativamente os valores de ΔFC (4b4b = -3±13 batimentos/min, N=124; 4b4a = -6±14 batimentos/min, N=60; 4a4a = -17±20 batimentos/min, N=7; P<0,05). As genotipagens para os polimorfismos g.-786T>C, g.-665C>T e Glu298Asp (e posteriormente a estimativa dos haplótipos), bem como as dosagens de nitrito plasmático ainda estão em andamento e portanto, os resultados referentes a essas análises serão apresentados durante o evento. Conclusão: Estes achados indicam que o polimorfismo 4b/4a VNTR no gene da eNOS afeta as reduções na FC induzidas pelo propofol. Particularmente, indivíduos portadores do genótipo 4a4a para este polimorfismo apresentam uma redução mais intensa na FC do que indivíduos portadores do genótipo 4b4b. Apoio Financeiro: CNPq.

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CO12. CONSEQUÊNCIA DO ESTRESSE CRÔNICO POR RESTRIÇÃO NA CONTRAÇÃO INDUZIDA POR ANGIOTENSINA II EM CARÓTIDA DE RATO: O PAPEL DE ESPÉCIES REATIVAS DE OXIGÊNIO. 1Côco H.; 2Pernomian L.; 2Gomes M.S.; 3Marchi K.C.; 3Tirapelli C.R.; 2de Oliveira A.M. 1Farmacologia, FMRP/USP; 2Laboratório de Injúria Vascular, FCFRP/USP; 3Laboratório de Farmacologia, EERP/USP. Introdução: O estresse crônico altera a contração vascular induzida por angiotensina (Ang) II e está associado ao aumento de radicais livres e diminuição nos níveis de enzimas antioxidantes. A Ang II é um importante formador de espécies reativas de oxigênio (ERO) em células de músculo liso vascular. Objetivo: Avaliar a participação de ERO na contração induzida por Ang II em carótida de ratos expostos ao estresse crônico por restrição. Métodos: Ratos Wistar (60-70 dias) foram expostos ou não ao estresse crônico por restrição durante 3 horas diárias por 5 dias consecutivos e experimentos foram realizados no dia 5. Curvas concentração-efeito para Ang II foram realizadas em anéis de carótida com ou sem endotélio de ratos controle (C) ou expostos ao estresse crônico por restrição (E), em ausência ou presença de inibidor de NOX-1 (ML171; 0,5µmol/L) ou de NOX-4 (VAS3870; 5µmol/L). Foram determinados os níveis de ânion superóxido (O2

-) e peróxido de hidrogênio (H2O2), a atividade das enzimas catalase e superóxido dismutase (SOD) e a expressão proteica de NOX-1 e NOX-4 em carótida dos grupos C e E. Todos os protocolos foram aprovados pelo Comitê de Ética da FMRP–USP (nº 12.1.343.53.0). Resultados: O inibidor de NOX-1 reduziu o efeito máximo (Emax) de Ang II em carótida com endotélio intacto de ratos controle (0,61±0,05 vs 0,42±0,06 g.mg-1; n=10) ou expostos ao estresse (0,69±0,06 vs 0,49±0,02 g.mg-1; n=10) em relação aos respectivos grupos em ausência do inibidor. Em carótidas desprovidas de endotélio, o inibidor de NOX-1 também reduziu o Emax de Ang II no grupo controle (1,10±0,05 vs 0,81±0,07 g.mg-1; n=10) ou na exposição ao estresse (1,11±0,08 vs 0,77±0,08 g.mg-1; n=10) em relação aos respectivos grupos em ausência do inibidor. O inibidor de NOX-4 reduziu o Emax de Ang II em carótida com endotélio intacto de ratos controles em relação à ausência de inibidor (0,61±0,05 vs 0,39±0,07 g.mg-1; n=10). A exposição ao estresse aumentou o Emax de Ang II em carótidas com endotélio, pré-incubadas com inibidor de NOX-4, em relação ao grupo controle em presença deste inibidor (0,39±0,07 vs 0,62±0,04 g.mg-1; n=10). Em carótidas desprovidas de endotélio de ratos controles, a presença do inibidor de NOX-4 não alterou o Emax de Ang II em relação à ausência do inibidor (1,10±0,05 vs 0,95±0,08 g.mg-1; n=10). No entanto, em carótidas sem endotélio de ratos expostos ao estresse, o inibidor de NOX-4 reduziu o Emax de Ang II em relação à ausência do inibidor (1,11±0,08 vs 0,59±0,06 g.mg-1; n=10), em relação ao grupo controle em presença (0,95±0,08 vs 0,59±0,06 g.mg-1; n=10) ou ausência do inibidor (1,10±0,05 vs 0,59±0,06 g.mg-1; n=10). Estresse crônico por restrição aumentou os níveis de H2O2 em carótida (2,18±0,40 vs 4,10±0,37 µmol.mg-1; n=4) e reduziu a atividade tecidual da catalase (91,88±16,32 vs 47,98±6,423 U.mg-1; n=7-8). Não foram observadas diferenças nos níveis teciduais de O2

- (360,55±53,98 vs 315,99±48,23 URL.µg-1; n=9-12) ou na atividade de SOD (99,22±5,86 vs 90,98±4,74 % inibição.mg-1; n=10) em carótidas provenientes de ratos expostos ao estresse em relação ao controle. A expressão proteica de NOX-4 aumentou na exposição ao estresse (0,74±0,11 vs 1,14±0,12 g.mg-1; n=5) e a expressão proteica de NOX-1 não foi alterada (0,51±0,06 vs 0,58±0,07 g.mg-1; n=6-7). Conclusão: A exposição ao estresse alterou a participação de NOX-4 na reatividade vascular de Ang II, evidenciando o papel de metabólitos derivados desta isoforma com propriedades vasocontráteis, presentes na camada muscular. Adicionalmente, o aumento nos níveis de H2O2 pode estar envolvido na modulação do Emax da Ang II no estresse crônico por restrição. Apoio Financeiro: Capes, Cnpq, Fapesp.

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LIVRO DE RESUMOS

PÔSTER

P1. MMP-2 CIRCULANTE VAI PARA O CORAÇÃO, DIMINUI A EXPRESSÃO DE N-CADERINA, SUPEREXPRESSA TGF-β1, RESULTANDO EM DISFUNÇÃO SISTÓLICA. Prado, AF1; Azevedo, A1; Prado, CM2, Pernomian, L3; Pernomian, L1; Rizzi, E1; Castro, ML4; Tanus-Santos, JE1; Gerlach, RF1,4*. 1. Departamento de Farmacologia. FMRP/USP. 2. Departamento de Patologia, FMRP/USP. 3. Departamento de físico-química. FCFRP/USP. 4. Departamento de Morfologia e Patologia básica. FORP/USP. Introdução: A Metaloproteinase da matriz 2 (MMP-2) ganhou importância no contexto cardiovascular nos últimos anos porque seus níveis elevados estão associados a alterações patológicas do coração como fibrose, hipertrofia de cardiomiócitos, dilatação ventricular e disfunção cardíaca. Interessantemente, apesar das evidências das disfunções induzidas pela MMP-2, ainda não se tem um mecanismo elucidado, por exemplo, para a dilatação ventricular. Portanto, nesse estudo temos a hipótese que ações da MMP-2 na cascata do TGF-β1 e na N-caderina, principal proteína do disco intercalar, são eventos chaves para as alterações morfofuncionais induzidas pela MMP-2 no coração. Objetivo: Avaliar a localização da MMP-2 in vivo e avaliar as alterações bioquímicas, morfológicas e funcionais induzidas pela presença dessa proteína no coração. Métodos: O domínio catalítico da MMP-2 (catMMP-2) foi clonado em fusão com a proteína verde fluorescente (GFP) em vetor de expressão bacteriano. O clone denominado catMMP-2/GFP foi expresso em bactéria E.coli e a proteína foi purificada em coluna cromatográfica de gelatina sefarose. Para tratamento com a catMMP-2/GFP foram utilizados camundongos C57BL-6 (11 semanas), que foram divididos em 2 grupos: veículo (NaCl 0,9 %) e catMMP-2/GFP (150ng/g de animal). Após 4 semanas de tratamento intraperitoneal, o destino da catMMP-2/GFP foi mapeado in vivo no aparelho IVIS-Spectrum, a função cardíaca e alterações morfológicas foram avaliadas por ecocardiograma e por histologia, respectivamente. Para localização e atividade da catMMP-2/GFP no coração foram utilizadas as técnicas de imunofluorescência, Western blotting, zimografia in situ e em gel e ensaio fluorimétrico com peptídeo substrato de MMP. A expressão proteica de N-caderina, Desmogleina-2, Desmocolina-2, Conexina-43, AKT fosforilada, TGF-β1 e Smad2/3 fosforilada foram avaliadas por Western blotting. Para avaliar o conteúdo de espécies reativas de oxigênio (ERO) no coração foi utilizado a sonda DHE, o kit Amplex red e ensaio de lucigenina. Para finalizar, a apotose de cardiomiócitos foi avaliada pelo kit de imunohistoquímica APO-BrdU. Todos os protocolos foram aprovados pela CEUA do campus da USP de Ribeirão Preto. Resultados: Maior sinal de fluorescência da GFP foi observado na região torácica dos animais quando comparado com as regiões abdominais sugerindo maior presença da catMMP-2/GFP no coração. Interessantemente, todos os parâmetros de função sistólica (débito cardíaco, fração de ejeção, fração de encurtamento e volume sistólico) estavam menores nos animais tratados com catMMP-2/GFP quando comparado com os animais veículo. A alteração funcional foi acompanhada com fibrose sem alterações no diâmetro do miócito. A presença da catMMP-2/GFP no coração foi confirmada por imunofluorescência e Western blotting usando anticorpo anti-GFP. Essa presença foi também confirmada indiretamente pelas técnicas de zimografia in situ (usando substrato DQ-gelatin), atividade em zimograma em gel (substrato gelatina) e por ensaio fluorimétrico (usando peptídeo ES001, substrato de MMP). Em todos os três ensaios foi observado maior atividade nos corações de animais tratados com catMMP-2/GFP quando comparado com o veículo (P<0,05). Por Western blotting verificamos alterações bioquímicas no disco intercalar com diminuição da Expressão de N-caderina e aumento da Expressão de Desmocolina-2 e Conexina-43 nos animais tratados com catMMP-2/GFP. Os animais catMMP-2/GFP também apresentaram menores níveis de fosforilação da AKT, maior expressão de TGF-β1, maior fosforilação da Smad2/3 quando comparado com os animais veículo (P<0,05). Em relação às ERO, os animais catMMP-2/GFP apresentaram maiores níveis de ERO medido pela sonda DHE, kit Amplex red e ensaio da lucigenina, pelos três métodos foi observado maiores níveis de ERO no coração de animais tratados com catMMP-2/GFP em comparação com o veículo (P<0,05). Por último, maior apoptose de cardiomiócitos foi observado no coração de animais catMMP-2/GFP (P<0,05). Conclusão: A presença e aumento da atividade de MMP-2 no coração levou a insuficiência cardíaca sistólica por dois mecanismos distintos, mas que convergem para o mesmo ponto (disfunção cardíaca). A diminuição de N-caderina leva diminuição de AKT fosforilada e ambos levam a apoptose e disfunção sistólica. Paralelamente a MMP-2 aumentou os níveis de TGF-β1, que é uma potente molécula pró-fibrótica e oxidante o que contribui para o aumento da apoptose e disfunção sistólica. Apoio financeiro: FAPESP.

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P2. ATIVAÇÃO DO INFLAMASSOMA NLRP3 E DISFUNÇÃO VASCULAR ASSOCIADA AO DIABETES TIPO 1. Camila A. Pereira1, Nathanne S. Ferreira1, Camila Z. Zanotto1, Daniela Carlos2, Rita C. Tostes1. Departamentos de Farmacologia1 E Imunologia2, FMRP/USP Introdução: O DM está associado a diversas alterações micro e macrovasculares que, por sua vez, estão diretamente relacionadas às complicações da doença. A exposição prolongada à hiperglicemia, a resistência a insulina e disfunção endotelial estão diretamente envolvidas nestas complicações. Mediadores do processo inflamatório contribuem potencialmente para o desenvolvimento da disfunção endotelial, estresse oxidativo e remodelamento vascular. Receptores do tipo NOD (Nod-Like-Receptor), especialmente a subfamília NLRP3, contribuem de forma significativa para a instalação de processo inflamatório através da ativação do inflamassoma. Este complexo regula a ativação proteolítica da caspase-1 e o processamento de pro-IL-1β e pro-IL-18 para as citocinas maduras IL-1β e IL-18, respectivamente. Alguns aspectos relacionados à ativação do inflamassoma NLRP3 estão exacerbados no DM1 como a produção de citocinas inflamatórias, expressão de receptores e estresse oxidativo. Pouco é conhecido sobre o envolvimento de receptores NLR na disfunção vascular associada ao DM1. Objetivo: Nosso objetivo é investigar o papel funcional dos receptores NLRs e vias de sinalização relacionadas ao desenvolvimento da disfunção vascular no DM1. Testamos a hipótese de que a deficiência genética do receptor NLRP3 confere resistência à ativação de processo inflamatório na vasculatura de animais com DM1 e, consequentemente, atenua a disfunção vascular nesta doença. Também determinamos se padrões moleculares associados a lesão tecidual (DAMPs) ou, mais especificamente, DNA mitocondrial (DNAmit), contribuem para as alterações vasculares. Métodos: Camundongos C57Bl6 (WT) e NLRP3 nocautes (NLRP3-/-) foram tratados com: (i) veículo (Veh, tampão citrato, 25 mM, pH 4,0) ou (ii) estreptozotocina (STZ, 40 mg/kg, i.p.) durante 5 dias. A reatividade de artérias mesentéricas de resistência foi determinada em miógrafo tipo Mulvany. Células de músculo liso vascular (CMLV) foram estimuladas com DNAmit isolado do pâncreas de camundongos diabéticos e controles para avaliar a ativação do inflamassoma NLRP3. Os níveis de IL-1β e IL-18 e a ativação de Caspase-1 foram avaliados em CMLV e no leito mesentérico pela técnica de Western blot. Os dados são apresentados como média ± erro padrão da média, Veh vs. DM1, N = 3-11. Resultados: Camundongos WT-DM1 apresentaram redução da vasodilatação induzida por ACh (pD2, 6,2 ± 0,22) vs. grupo Veh (pD2, 6,0 ± 0,08, n = 4-5, p <0,05), o que foi não foi observado em camundongos NLRP3-/- diabéticos (pD2, 6,6 ± 0,1 n =11, p <0,05). O DM1 aumentou significativamente a clivagem de caspase-1 e os níveis de IL-1β no leito mesentérico [unidades arbitrárias (UA), 20,2 ± 9,7 e 0,2 ± 0,05, respectivamente] vs. grupo Veh (UA, 4,5 ± 0,3 e 0,86 ± 0,01, respectivamente, p <0,05], processos atenuados no mesentério de camundongos NLRP3-/- diabéticos (UA, 0,6 ± 0,2 e 0,36 ± 0,14). DNAmit de animais diabéticos aumentou significativamente a ativação do inflamassoma NLRP3 em CMLV (clivagem da caspase-1 e IL-1β ativa) quando comparado ao DNAmit de animais controle [UA, 7,3 ± 4,8 vs 4,4 ± 1,8, respectivamente, p <0,05]. Conclusão: NLRP3 contribui para a disfunção vascular associada ao DM1, a qual pode ser mediada por DNAmit. Suporte Financeiro: CAPES e FAPESP. Aprovado pelo Comitê de Ética em Experimentação Animal da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP (026/2015).

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P3. EFEITOS DO AUMENTO DE O-GLICOSILAÇÃO COM N-ACETIL-GLUCOSAMINA (O-GLCNAC) NA ATIVAÇÃO E DIFERENCIAÇÃO DE MACRÓFAGOS DE CAMUNDONGOS BALB/C. Camila Ziliotto Zanotto1 , Rita C. Tostes1. Departamentos de Farmacologia1, FMRP/USP. A O-glicosilação com N-acetil-glucosamina (O-GlcNAc) é uma modificação pós-translacional altamente dinâmica, controlada por duas enzimas: a OGT, responsável por catalisar a adição de N-acetil-glucosamina no grupo hidroxila dos resíduos de serina e treonina; e OGA, que catalisa a remoção de O-GlcNAc das proteínas modificadas. Condições crônicas de aumento de proteínas O-GlcNAc estão associadas a disfunções vasculares e a efeitos negativos no coração. No entanto, os efeitos agudos produzidos pelo aumento de O-GlcNAc estão associados a uma melhora na função cardíaca, redução dos níveis vasculares de mediadores pró-inflamatórios e diminuição da ativação de NF-B. Macrófagos possuem papel importante na regulação do sistema imune, principalmente em sua fase inicial, e podem ser ativados via receptores para componentes de microorganismos e citocinas. Há duas vias de ativação dos macrófagos: via clássica (M1, pró-inflamatória) e via alternativa (M2, anti-inflamatória), as quais possuem funções diferentes durante a resposta imunológica. O objetivo principal deste estudo é avaliar os efeitos do aumento de proteínas modificadas por O-GlcNAc na ativação alternativa e diferenciação de macrófagos de camundongos Balb/c. Nós testamos a hipótese que o aumento de O-GlcNAc favorece a polarização de macrófagos para o fenótipo M2. Macrófagos derivados da medula óssea de camundongos BALB/c foram estimulados com veículo, Thiamet-G (TMG, inibidor da enzima O-GlcNAcase, 1 µM), PugNAc (inibidor da enzima O-GlcNAcase, 100 µM), glucosamina (GlcN, 5mM), para avaliar as proteínas modificadas por O-GlcNAc em diferentes tempos (30 minutos a 48 horas). A viabilidade celular dos macrófagos foi avaliada pelo ensaio de redução do MTT e a incubação de TMG, PugNAc ou GlcN por 24h nas concentrações testadas não alteraram a viabilidade das células. A expressão total de proteínas O-GlcNAc, determinada por western blotting, em macrófagos estimulados com TMG aumentou no período de 24h. Tanto PugNAc quanto GlcN aumentaram os níveis de proteínas modificadas por O-GlcNAc em tempos menores, não havendo aumento estatisticamente significativo no tempo de 24h. Após 48h de incubação os níveis de proteínas modificadas por O-GlcNAc retornam aos níveis basais com as três drogas utilizadas neste estudo. Houve aumento na expressão da enzima OGA em macrófagos estimulados com TMG, enquanto não se observou diferença na expressão da enzima OGT, enzimas essas relacionadas com a via da Hexosamina. A dosagem de IL-1no sobrenadante de macrófagos estimulados com TMG, bem como com LPS (1 g/ml, controle positivo), revelou aumento desta citocina 24 h após TMG, em relação ao controle. A expressão do mRNA para Arginase I, após estimulação com TMG por 24h, aumentou em macrófagos não diferenciados, porém não foi alterada em macrófagos diferenciados para o fenótipo M2 (IL-4, 50ng/ml). Não houve diferença nos níveis das citocinas IL-1 e IL-6 em relação ao controle nos macrófagos não diferenciados. Contudo, em macrófagos diferenciados para o fenótipo M1 (LPS 1 g/ml + INFg 200 ng/ml) houve aumento na expressão dessas citocinas. A produção in vitro de óxido nítrico (NO) foi indiretamente determinada pelo método de Griess. Apenas após 48h de incubação com TMG, observou-se elevação nos níveis de NO. Pretendemos com este estudo entender os efeitos produzidos pelo aumento de O-GlcNAc na ativação e diferenciação de macrófagos, bem como os mecanismos que controlam o equilíbrio de macrófagos M1/M2. Nossos estudos contribuirão para um melhor entendimento do papel de O-GlcNAc na função dos macrófagos e como fatores liberados por estas células contribuem para as alterações vasculares presentes em diversas patologias, tais como hipertensão arterial, obesidade e diabetes tipo 2. Apoio financeiro: Capes, FAPESP, CRID e CNPq.

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P4. AVALIAÇÃO DA PARTICIPAÇÃO DO RECEPTOR β1-ADRENÉRGICO NO AUMENTO DA PRESSÃO ARTERIAL E ESTRESSE OXIDATIVO INDUZIDOS PELO CONSUMO CRÔNICO DE ETANOL. Vale GT1, Tirapelli CR2 – 1Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, 2Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto. Introdução: O consumo crônico de etanol induz aumento da pressão arterial e aumento do estresse oxidativo sistêmico e vascular. Acredita-se que estas respostas possam estar associadas a ativação do receptor β1- adrenérgico nas células justaglomerulares, causando o aumento da atividade do Sistema Renina Angiotensina. No entanto, a participação do receptor β1-adrenérgico nas disfunções cardiovasculares associadas ao consumo crônico de etanol ainda permanece elusiva. Objetivos: Avaliar a participação do receptor β1-adrenérgico nos efeitos cardiovasculares induzidos pelo consumo crônico de etanol. Métodos: Ratos Wistar machos (200-250g) foram divididos em 4 grupos: Controle (C), etanol 20% (v/v) (E), controle+nebivolol (10 mg/kg/dia p.o.) (CN) e etanol 20% (v/v) + nebivolol (10mg/kg/dia p.o.) (EN). A pressão arterial sistólica foi medida semanalmente por pletismografia de cauda. Após 5 semanas de tratamento, os animais foram sacrificados e o plasma e aorta torácica foram utilizados nos seguintes experimentos bioquímicos: determinação de espécies reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS); avaliação dos níveis plasmáticos de 8-isoprostano; determinação dos níveis de nitrato/nitrito (NOx); avaliação da atividade enzimática da superóxido dismutase; análise da atividade enzimática da catalase; determinação dos níveis plasmáticos e teciduais de GSH. (Protocolo CEUA: 14.1.357.53.2). Análise estatística: One-way ANOVA seguido pelo teste de Newman-Keuls (p<0,05). Resultados: O consumo crônico de etanol aumentou a pressão arterial sistólica (mmHg) e esta resposta foi prevenida pelo tratamento com nebivolol (C: 118±1,2, n=12; E: 138±1,9*, n=12; CN: 117±1,1, n=12; EN: 119±1,1, n = 12). O consumo de etanol aumentou os níveis plasmáticos (nmol/ml) e teciduais (nmol/mg de proteína) de TBARS e essa resposta foi prevenida pelo tratamento com nebivolol (plasma: C: 10,4±1,3, n=9; E: 20,6±4,2*, n=8; CN: 10,5±1,3, n=12; CN: 9,8±1,3, n=10); (aorta: C: 31,5±3,5, n=7; E: 54,1±5,1*, n=6; CN: 28,5±3,3, n=11; EN: 32,3±4,5, n=10). Não foi observado diferenças nos níveis plasmáticos de 8-isoprostano e nos níveis plasmáticos de NOx. Por outro lado, o consumo de etanol foi capaz de reduzir os níveis de NOx em tecido aórtico (µg/mg de proteína) e esta redução foi prevenida pelo tratamento com nebivolol (C: 18,5±2,1, n=8; E : 5,6±0,8*, n=5; CN: 13,7±2,9, n=7; EN: 15,5±2,9, n=7). O tratamento com o nebivolol e etanol+nebivolol reduziu a atividade tecidual da enzima superóxido dismutase (% de taxa de inibição) (C: 94,2±12,5, n=6; E: 96,7±5,9, n=6; CN: 48,8±6,2*, n=6; EN: 44,4±5,7*, n=7). Não foi observado diferenças na atividade da catalase (plasma e tecido) e nos níveis de GSH tecidual, porém o tratamento com o nebivolol e etanol+nebivolol foi capaz de aumentar e reduzir, respectivamente, os níveis de GSH plasmático (ug/ml) (C: 3,8 ± 0,6, n = 9; E: 4,3 ± 0,8, n = 8; CN: 7,2 ± 0,8*, n = 10; EN: 1,3 ± 0,2*, n = 10). Conclusões: A partir dos resultados pode-se concluir que o consumo crônico de etanol foi capaz de causar aumento de pressão arterial sistólica e estresse oxidativo, por meio da ativação do receptor β1-adrenérgico. Apoio Financeiro: CNPq.

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P5. CONSEQUÊNCIA DO ESTRESSE CRÔNICO POR RESTRIÇÃO NA CONTRAÇÃO INDUZIDA POR ANGIOTENSINA II EM CARÓTIDA DE RATO: O PAPEL DE ESPÉCIES REATIVAS DE OXIGÊNIO. 1Côco H.; 2Pernomian L.; 2Gomes M.S.; 3Marchi K.C.; 3Tirapelli C.R.; 2de Oliveira A.M. 1Farmacologia, FMRP/USP; 2Laboratório de Injúria Vascular, FCFRP/USP; 3Laboratório de Farmacologia, EERP/USP. Introdução: O estresse crônico altera a contração vascular induzida por angiotensina (Ang) II e está associado ao aumento de radicais livres e diminuição nos níveis de enzimas antioxidantes. A Ang II é um importante formador de espécies reativas de oxigênio (ERO) em células de músculo liso vascular. Objetivo: Avaliar a participação de ERO na contração induzida por Ang II em carótida de ratos expostos ao estresse crônico por restrição. Métodos: Ratos Wistar (60-70 dias) foram expostos ou não ao estresse crônico por restrição durante 3 horas diárias por 5 dias consecutivos e experimentos foram realizados no dia 5. Curvas concentração-efeito para Ang II foram realizadas em anéis de carótida com ou sem endotélio de ratos controle (C) ou expostos ao estresse crônico por restrição (E), em ausência ou presença de inibidor de NOX-1 (ML171; 0,5µmol/L) ou de NOX-4 (VAS3870; 5µmol/L). Foram determinados os níveis de ânion superóxido (O2

-) e peróxido de hidrogênio (H2O2), a atividade das enzimas catalase e superóxido dismutase (SOD) e a expressão proteica de NOX-1 e NOX-4 em carótida dos grupos C e E. Todos os protocolos foram aprovados pelo Comitê de Ética da FMRP–USP (nº 12.1.343.53.0). Resultados: O inibidor de NOX-1 reduziu o efeito máximo (Emax) de Ang II em carótida com endotélio intacto de ratos controle (0,61±0,05 vs 0,42±0,06 g.mg-1; n=10) ou expostos ao estresse (0,69±0,06 vs 0,49±0,02 g.mg-1; n=10) em relação aos respectivos grupos em ausência do inibidor. Em carótidas desprovidas de endotélio, o inibidor de NOX-1 também reduziu o Emax de Ang II no grupo controle (1,10±0,05 vs 0,81±0,07 g.mg-1; n=10) ou na exposição ao estresse (1,11±0,08 vs 0,77±0,08 g.mg-1; n=10) em relação aos respectivos grupos em ausência do inibidor. O inibidor de NOX-4 reduziu o Emax de Ang II em carótida com endotélio intacto de ratos controles em relação à ausência de inibidor (0,61±0,05 vs 0,39±0,07 g.mg-1; n=10). A exposição ao estresse aumentou o Emax de Ang II em carótidas com endotélio, pré-incubadas com inibidor de NOX-4, em relação ao grupo controle em presença deste inibidor (0,39±0,07 vs 0,62±0,04 g.mg-1; n=10). Em carótidas desprovidas de endotélio de ratos controles, a presença do inibidor de NOX-4 não alterou o Emax de Ang II em relação à ausência do inibidor (1,10±0,05 vs 0,95±0,08 g.mg-1; n=10). No entanto, em carótidas sem endotélio de ratos expostos ao estresse, o inibidor de NOX-4 reduziu o Emax de Ang II em relação à ausência do inibidor (1,11±0,08 vs 0,59±0,06 g.mg-1; n=10), em relação ao grupo controle em presença (0,95±0,08 vs 0,59±0,06 g.mg-1; n=10) ou ausência do inibidor (1,10±0,05 vs 0,59±0,06 g.mg-1; n=10). Estresse crônico por restrição aumentou os níveis de H2O2 em carótida (2,18±0,40 vs 4,10±0,37 µmol.mg-1; n=4) e reduziu a atividade tecidual da catalase (91,88±16,32 vs 47,98±6,423 U.mg-1; n=7-8). Não foram observadas diferenças nos níveis teciduais de O2

- (360,55±53,98 vs 315,99±48,23 URL.µg-1; n=9-12) ou na atividade de SOD (99,22±5,86 vs 90,98±4,74 % inibição.mg-1; n=10) em carótidas provenientes de ratos expostos ao estresse em relação ao controle. A expressão proteica de NOX-4 aumentou na exposição ao estresse (0,74±0,11 vs 1,14±0,12 g.mg-1; n=5) e a expressão proteica de NOX-1 não foi alterada (0,51±0,06 vs 0,58±0,07 g.mg-1; n=6-7). Conclusão: A exposição ao estresse alterou a participação de NOX-4 na reatividade vascular de Ang II, evidenciando o papel de metabólitos derivados desta isoforma com propriedades vasocontráteis, presentes na camada muscular. Adicionalmente, o aumento nos níveis de H2O2 pode estar envolvido na modulação do Emax da Ang II no estresse crônico por restrição. Apoio Financeiro: Capes, Cnpq, Fapesp.

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P6. PAPEL DO TNF-α E DO TECIDO ADIPOSO PERIVASCULAR COMO IMPORTANTES MEDIADORES DA INFLAMAÇÃO VASCULAR E DO ESTRESSE OXIDATIVO INDUZIDO PELO CONSUMO CRÔNICO DE ETANOL Simplicio JA1, Cunha TM1, Tirapelli CR2 – 1Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, 2Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto. Introdução: O consumo crônico de etanol induz inflamação vascular e estresse oxidativo em vários tecidos e parece envolver a participação do TNF-α (fator de necrose tumoral alfa), e o tecido adiposo perivascular (PVAT) pode ser muito participativo nesses danos, uma vez que é conhecido como uma importante fonte de adipocinas e citocinas pró-inflamatórias. Objetivos: avaliar a participação do TNF-α nos danos vasculares induzidos pelo consumo de etanol e o envolvimento do PVAT. Métodos: camundongos C57/BL6 wild type (wt) e nocautes TNFR1 (TNFR1

-/-), receberam água ou etanol 20% (v/v)

por 9 semanas. A pressão arterial sistólica foi medida semanalmente por pletismografia de cauda. Ao término do tratamento, os animais foram mortos e a aorta torácica com (PVAT+) e sem PVAT (PVAT-) e o sangue foram coletados para ensaios funcionais e bioquímicos. Foram realizados experimentos de reatividade vascular, avaliação dos níveis de ânion superóxido (O2

-) por quimioluminescência da

lucigenina, TBARS e nitrato/nitrito por métodos colorimétricos, H2O2 por método fluorimétrico, 8-isoprostano e dosagens de citocinas por ELISA. A atividade da superóxido dismutase (SOD) foi avaliada por Kit colorimétrico, a catalase (CAT) por espectrofotometria, e os níveis de glutationa reduzida (GSH) por método colorimétrico. Os protocolos foram aprovados pela CEUA(Protocolo 12.1.1654.53.9) do Campus de Ribeirão Preto - USP. Os resultados foram analisados por Análise de variância de uma via, seguidas pelo pós-teste de Newman-Keuls, P<0.05 foi considerado significativo. Resultados: O tratamento crônico com etanol induziu aumento da pressão arterial sistólica em animais wt (controle: 115.7 ± 1.05, n=9/ etanol: 130.7 ± 1.8, n=9) e este aumento foi menos acentuado nos animais TNFR1

-/-

(controle: 118.3 ± 1.8, n=11/ etanol: 124.4 ± 1.3, n=11). O tratamento crônico com etanol aumentou a contração (mN) induzida pela fenilefrina em anéis de aorta com (controle:1.3 ± 0.1, n=4/etanol:1.9 ± 0.07,n=4) e sem endotélio (controle:1.2 ± 0.2, n=4/ etanol:2.3 ± 0.3, n=5) de camundongos wt. O tratamento com etanol aumentou os níveis (pg/mg de proteína) de TNF-α (controle:100 ± 14.8, n=4/ etanol:148 ± 16.3, n=5), IL-6 (controle:0.2 ± 0.08, n=4/ etanol:54 ± 18.1, n=5), IL-18(controle: 97 ± 10.2, n=4/ etanol:143 ± 13.3, n=5) e IL-1β (controle: 41 ± 4.4, n=5/ etanol: 57 ± 6.8, n=5). O etanol aumentou os níveis de O2

- (URL/mg de proteína) em aorta PVAT

- (controle:149 ± 6.7, n=7/ etanol: 250 ± 13.8, n=7)

e PVAT+

(controle: 409 ± 48.3, n=6/ etanol: 592 ± 51.5, n=7) em wt e este aumento não foi observado em TNFR1

-/-. Os níveis teciduais de TBARS (nmol/mg de proteína) aumentaram em aorta PVAT

- (controle:

9 ± 1.3, n=9/ etanol:15 ± 1.9, n=10) e PVAT+ (controle: 8 ± 0.9, n=8/ etanol:16 ± 2.3, n=8) nos wt e essas

alterações não foram observadas nos TNFR1-/-

. Os níveis plasmáticos de TBARS (nmol/ml) aumentaram nos wt (controle: 16 ± 1.4, n=7/ etanol: 23 ± 1.7, n=6), porém não nos TNFR1

-/-. Os níveis teciduais de

H2O2 (nmol/mg de proteína) reduziram em aorta PVAT- (controle: 2 ± 0.2, n=7/ etanol: 1.3 ± 0.2, n=8) e

PVAT+ (controle: 2 ± 0.1, n=8 / etanol:1 ± 0.2, n=7) nos wt após tratamento com etanol e essas

alterações não foram observadas nos TNFR1-/-

. Os níveis de 8-isoprostano não foram alterados. Os níveis teciduais de nitrato/nitrito (nmol/mg de proteína) foram reduzidos após tratamento com etanol em aorta PVAT

- (controle: 23 ± 4.7, n=7/etanol: 9 ± 1.6, n=7) e PVAT

+ (controle: 20 ± 4.6, n=5/ etanol: 3 ±

0.5, n=6) nos wt e essa redução não foi observada nos TNFR1-/-

. Os níveis plasmáticos de nitrato/nitrito não foram alterados. O tratamento com etanol não alterou os níveis plasmáticos da SOD, mas aumentou sua atividade em aorta PVAT

- (controle: 64 ± 4.3, n=7/ etanol: 83 ± 4.0, n=6) e PVAT

+ (controle: 80 ± 2.6,

n=7/ etanol: 93 ± 4.2, n=7) nos wt, e tais alterações não foram observadas nos animais TNFR1-/-

. O consumo de etanol aumentos a atividade da catalase em aorta PVAT

- (controle: 118 ± 12.5, n=6/ etanol:

163 ± 14.8, n=7) e PVAT+

(controle: 87 ± 7.5, n=7/ etanol: 106 ± 14.4, n=7) nos wt, e tais alterações não foram observadas nos animais TNFR1

-/-. O tratamento com etanol não alterou os níveis de GSH

teciduais, no entanto reduziu significativamente os níveis plasmáticos nos animais wt (controle: 3 ± 0.6, n=9/ etanol: 1.5 ± 0.1, n=8) mas não nos animais TNFR1

-/-. Conclusões: O presente trabalho mostra que

o TNF-α é um importante mediador do estresse oxidativo vascular e do aumento da pressão arterial induzido pelo etanol e o PVAT apresenta papel relevante nos prejuízos teciduais causados pelo seu consumo. Apoio Financeiro: CAPES e FAPESP.

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P7. MECANISMO DE ATIVAÇÃO INTRACELULAR DA METALOPROTEINASE (MMP)-2 EM AORTAS DE RATOS HIPERTENSOS: EFEITO DE ANTIOXIDANTES. Penha,R.J.; Castro,M.M. Laboratório de Farmacologia Cardiovascular- FMRP. Introdução: A hipertensão arterial é um grave problema de saúde pública mundial, com alto índice de mortalidade. O aumento da pressão exercida sobre as artérias ativa vários mecanismos intracelulares compensatórios, a fim de facilitar a remodelação e controlar a tensão arterial. Entretanto, esta remodelação crônica pode levar a complicações mais severas, como aterosclerose, acidente vascular cerebral, insuficiência renal, entre outros. Sabe-se que as metaloproteinases da matriz (MMPs), por degradarem várias proteínas da matriz extracelular, participam ativamente do processo de remodelação vascular crônico da hipertensão, podendo este ser hipertrófico ou eutrófico dependendo do leito arterial. O estresse oxidativo acentuado é outro mecanismo importante que contribui para as alterações vasculares da hipertensão. O desequilíbrio entre enzimas oxidantes como a NAPH oxidase e enzimas antioxidantes como a superóxido dismutase resulta em aumento de espécies reativas de oxigênio prejudiciais como peroxinitrito (ONOO-). Estudos mostram que baixas concentrações de ONOO- na presença de glutationa promove ativação da MMP-2 in

vitro por S-glutatiolação, resultando no deslocamento do pró-peptídeo do sítio catalítico, deixando a MMP-2 livre para degradar vários substratos. Também se observou ativação da MMP-2 por S-glutatiolação em aortas de ratos endotoxêmicos e consequente proteólise de calponina-1, uma importante proteína da maquinaria contrátil de células da musculatura lisa vascular. A calponina-1 é um marcador de diferenciação celular e sua redução pode implicar na alteração fenotípica das células musculares lisas de contrátil á sintético. Esta alteração fenotípica contribui significativamente para a migração e proliferação celular durante a remodelação arterial da hipertensão. Assim, tendo em vista que o estresse oxidativo tem papel chave na ativação da MMP-2, e esta na remodelação vascular, a utilização de antioxidantes, constituiria uma estratégia importante para auxiliar no tratamento da hipertensão. Tratamento com tempol, um mimético da superóxido dismutase, diminuiu progressão dos danos vasculares ocorridos durante a hipertensão, por diminuir atividade da MMP-2. Objetivo: Avaliar se o tratamento com tempol diminui a ativação da MMP-2 por S-glutatiolação em aortas, e assim a proteólise de calponina-1 e a remodelação arterial em animais hipertensos. Métodos: Serão utilizados ratos machos Wistar com peso de 180 a 200 g, provenientes do biotério central do Campus de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo. A fim de induzir hipertensão, uma estenose da artéria renal esquerda será realizada por meio da inserção de um clipe de prata de 0,2 milímetros de espessura. Tal procedimento leva a ativação do sistema renina-angiotensina, promovendo elevação da pressão arterial. Os animais controle serão submetidos apenas à laparotomia. Os animais serão separados nos seguintes grupos: Sham; 2R1C; Sham + tempol; 2R1C + tempol. O tempol será administrado por gavagem a 18 mg/kg, durante uma semana. As aortas dos animais serão coletadas e destinadas à análise histológica, para verificar remodelação arterial, e bioquímica, para verificar ativação da MMP-2 por S-glutatiolação e alteração quantitativa de calponina-1. Para isto, técnicas como western blot, zimografia e co-Imunoprecipitação serão utilizadas. Apoio Financeiro: CAPES, CNPQ.

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P8. AÇÕES PROTEOLÍTICAS INTRACELULARES DA METALOPROTEINASE DE MATRIZ DO TIPO 2 (MMP-2) NAS ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS DE ARTÉRIAS DE RESISTÊNCIA NA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA. 1Parente, J.M., 1Castro, M.M. 1Departamento de Farmacologia, FMRP/USP. Introdução: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é um problema de saúde pública mundial. No Brasil, as doenças cardiovasculares são responsáveis por cerca de 30% dos óbitos com causas conhecidas e a HAS é a mais prevalente dessas patologias, afetando mais de 36 milhões de brasileiros. Por ser uma doença de caráter crônico, a HAS apresenta alterações cardíacas e vasculares significativas. Entre elas, destaca-se o remodelamento vascular crônico e o aumento da atividade das metaloproteinases de matriz (MMPs), principalmente a MMP-2, responsáveis pela proteólise da matriz extracelular. Durante o remodelamento vascular, ocorre uma mudança no fenótipo das células musculares lisas vasculares (CMLV) de contrátil para sintético, com redução de proteínas da maquinaria contrátil como a calponina-1 e a esmotelina B. Essa alteração fenotípica confere às CMLV a capacidade de migração e de proliferação, contribuindo ao espessamento das artérias durante a HAS. A calponina-1 foi degradada pela MMP-2 em aorta de ratos endotoxêmicos e este efeito contribuiu à hipocontratilidade vascular da doença. A deficiência de esmotelina B resultou em HAS e em hipertrofia cardíaca em camundongos knockout para esta proteína. A esmotelina B pode ser um alvo de degradação da MMP-2 por conter um domínio similar à calponina-1. Neste estudo, a hipótese é investigar se a MMP-2 degrada a calponina-1 e a esmotelina B em artérias de resistência de ratos hipertensos e se este efeito pode contribuir à remodelação arterial eutrófica crônica da HAS. Objetivo: Avaliar se a relação entre o aumento da atividade da MMP-2 e a degradação de calponina-1 e esmotelina B em artérias de resistência pode contribuir para o remodelamento vascular em função do tempo de HAS. Métodos: Será utilizado, em ratos, o modelo de hipertensão renovascular dois rins – um clipe (2R1C) e tratamento com doxiciclina (inibidor da atividade de MMPs) na 1° e na 2° semana de HAS. As artérias mesentéricas serão removidas e preparadas para análise de parâmetros bioquímicos. A co-localização da MMP-2 à calponina-1 e à esmotelina B será feita por imunofluorescência de dupla marcação seguida por microscopia confocal. A zimografia será realizada para analisar a atividade da MMP-2 e o Western Blot para verificar e quantificar a presença de calponina-1, esmotelina B e MMP-2. Além disso, será feita análise morfológica por histologia com coloração de hematoxilina e eosina e ensaio de reatividade vascular do leito mesentérico. Apoio Financeiro: CNPq e FAPESP.

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P9. CONSUMO CRÔNICO DE ETANOL INDUZ ESTRESSE OXIDATIVO VIA NAD(P)H OXIDASE E ALTERA A EXPRESSÃO DE PROTEINAS ENVOLVIDAS NA ATIVAÇÃO DA ENZIMA. 1,2Marchi, K.C.; 2Tirapelli, C.R. 1Departamento de Farmacologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP; 2Laboratório de Farmacologia da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto-USP. Introdução: O consumo crônico de etanol acarreta alterações significativas das funções cardíaca e circulatória, figurando como um importante fator de risco no desenvolvimento de doenças cardiovasculares, como a hipertensão arterial. O passo inicial para a disfunção cardiovascular associada ao etanol envolve a formação de espécies reativas de oxigênio (ERO) e redução da biodisponibilidade do óxido nítrico (NO), sendo esse processo mediado pela enzima NAD(P)H oxidase. Objetivo: Avaliar a participação da NAD(P)H nos efeitos cardiovasculares induzidos pelo consumo crônico de etanol por meio de sua inibição pela apocinina (APO). Métodos: Os protocolos foram aprovados pela Comissão de Ética no Uso de Animais (11.1.1648.53.8). Ratos Wistar foram distribuídos nos seguintes grupos: Controle: injeção intraperitoneal (i.p.) de salina 0,9%; Controle+APO: APO (10mg/kg/dia; i.p.); Etanol: etanol a 20% e injeção de salina; Etanol+APO: etanol a 20% e APO (10mg/kg/dia; i.p.). Por Western Blotting foram avaliadas as expressões protéicas da Nox1, Nox2, Nox4, PKC δ, RAC-1, c-Src, SOD1, SOD2 e translocação citosol/membrana da NOXO1. Níveis de ânion superóxido (O2

-) e peróxido de hidrogênio (H2O2) em aorta foram detectados por quimioluminescência da lucigenina e Amplex Red, respectivamente, sendo a determinação qualitativa da produção de ERO in situ feita com a utilização das sondas fluorescentes dihidroetídeo (DHE) e Diacetato de 2',7'-diclorodihidrofluoresceina (DCFDA). As atividades antioxidantes enzimáticas da superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT), glutationa peroxidase (GPx), níveis de glutationa reduzida (GSH) foram avaliadas por espectrofotometria. Os resultados estão expressos como a média ± EPM. ANOVA, seguida pelo pós-teste de Newman-Keuls foram realizados para detectar as diferenças entre os valores. Resultados: O tratamento crônico com etanol aumentou a expressão (unidades arbitrárias) da Nox1 (1,66±0,16; n=4) PKC δ (0,78±0,11,n=4) e SOD2 (0,82±0,17,n=4) em relação ao Controle (Nox1=0,63±0,10;n=4; PKC δ=0,34±0,01;n=4, SOD2=0,28±0,02;n=4), e o tratamento com APO preveniu essas respostas (Nox1=0,64±0,32;n=4; PKC δ=0,45±0,03;n=4, SOD2=0,28±0,05;n=4). Não foram encontradas diferenças na expressão da Nox2, Nox4, SOD1, RAC-1 e c-Src após tratamento com etanol. O tratamento com etanol não promoveu alteração na translocação da NOXO1. O tratamento crônico com etanol aumentou os níveis teciduais de O2

- (URL/mg proteína) (239,3±12,5, n=7) quando comparado ao controle (120,7±20,5, n=7). O tratamento com APO preveniu este aumento (126,1±27,3, n=8). Não foi observado diferença nos níveis teciduais de H2O2 (µmol/L/mg proteína) entre os grupos. A partir da visualização das imagens obtidas com as sondas DHE e DCFDA para avaliação in situ da geração de ERO em aorta foi possível constatar aumento da geração de fluorescência promovida por DHE em aorta de animais tratados com etanol e a prevenção deste aumento pela APO. Já com a utilização da sonda DCFDA não foram visualizadas alterações. Observou-se diminuição da atividade da SOD (U/ml) no plasma do grupo Etanol (4,4± 0,5;n=8) em relação ao Controle (6,2± 0,4;n=8). O tratamento com APO preveniu esta resposta (7,8±0,7;n=8). Os níveis teciduais de GSH (µg/ml/mg proteina) aumentaram no grupo Controle+APO (6,0± 0,8;n=8) em relação ao Controle (2,7±0,6;n=8). No plasma, observou-se aumento no grupo Controle+APO (4,5± 1,0;n=9) e Etanol+APO (4,0± 0,4;n=10) em relação ao Controle (1,0± 0,2;n=7) e Etanol (1,7± 0,3;n=8). Não foi observado, em aorta, diferença na atividade da GPx. A atividade tecidual da CAT (nmol/min/mg proteina) aumentou no grupo Controle+APO (48,7±2,5;n=9) e Etanol+APO (52,2±5,6;n=6) em relação ao Controle (35,4± 1,8;n=6). Conclusão: Consumo crônico de etanol induz estresse oxidativo vascular, alteração da atividade de enzimas antioxidantes e proteínas envolvidas na ativação da enzima NAD(P)H oxidase em tecido aórtico. Apoio financeiro: FAPESP.

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P10. PAPEL DA ALDOSTERONA NA ATIVAÇÃO DO INFLAMASSOMA EM MACRÓFAGOS E NO DIABETES MELLITUS TIPO 2. Ferreira N. S.1, Pereira C.A.1, Zanotto C.Z.1, Carlos D.2

e Tostes, R.C1. Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Deptos. de Farmacologia1 e 2Imunologia, Ribeirão Preto/SP. Introdução: O excesso de aldosterona tem um papel importante na vasculatura contribuindo para resistência à insulina, processos profibróticos, estresse oxidativo, liberação de citocinas inflamatórias e outros fatores que agravam a disfunção endotelial no diabetes. Esses efeitos são desencadeados via ativação de receptores mineralocorticóides (MR). As citocinas IL-1β and IL-18 são liberadas após a ativação de plataformas moleculares, denominadas de inflamassoma, por padrões moleculares associados a patógenos (PAMPs) ou por padrões moleculares associados a lesão celular (DAMPs). Esses sinais são reconhecidos por receptores intracelulares do tipo NOD que incluem os receptores NLRP3 e NLRP1, os quais estão associados à resistência a insulina e indução de obesidade. A ativação destes receptores por PAMPs e/ou DAMPs culmina na ativação da enzima pró-caspase-1 e na clivagem de pró-IL-1β e pró-IL-18 em suas formas ativas. A aldosterona, via MR, aumenta a produção de espécies reativas de oxigênio (ERO) e a geração de DAMPs mitocondriais, os quais podem levar à ativação do inflamassoma. Se esta possibilidade realmente ocorrer, o bloqueio de MR poderia inibir a ativação do inflamassoma e reduzir o processo inflamatório associado ao diabetes. Objetivos: Avaliar se aldosterona, via ativação de MR, promove ativação do inflamassoma em macrófagos e na vasculatura, contribuindo assim para o processo inflamatório e disfunção vascular no diabetes. Materiais e Métodos: Segundo ramo de artérias mesentéricas de camundongos controle (C57BL6 - cont) e diabéticos (db/db), tratados com veículo ou espironolactona (Espiro – antagonista MR), foram utilizados para avaliar a reatividade vascular a fenilefrina (Phe) e acetilcolina (ACh). O soro dos animais tratados com veículo ou espironolactona (espiro) foram utilizados para a dosagem de IL-1β. Macrófagos de animais controle foram estimulados com aldosterona (1, 4 e 6 horas) para avaliar a expressão gênica dos componentes do inflamassoma por RT-PCR. Resultados: O tratamento com Espiro diminuiu a potência da Phe em camundongos controle e db/db vs. animais tratados com veículo (pD2: Cont: 6,75±0,06 n=6; db/db: 6,63±0,09 n=5; cont+espiro: 6,17±0,12 n=3; db/db+espiro: 6,33±0,11 n=3, p<0,05). Artérias de camundongos db/db apresentaram redução da resposta máxima (Emax) à ACh vs. artérias de animais controle. O tratamento com espiro melhorou parcialmente a resposta à ACh (Emax: cont: 78,50±4,10 n=6; db/db: 40,53±6,43 n=5; cont+espiro: 77,04±3,83 n=3; db/db+espiro: 62.83±5.89 n=3, p<0.05). Os níveis de IL-1β estavam aumentados no soro do grupo diabético e o tratamento com antagonista de MR diminuiu os níveis de IL-1β tanto no grupo controle como em db/db (cont: 75,3±15,2 n=4; cont+spiro: 17,2 ±12,1 n=3, db/db: 180,6 n=1; db/db+spiro: 43,5±18,0 n=3). O estímulo de macrófagos com aldosterona aumentou a expressão gênica de IL-1β (cont: 0,99±0,09 n=4; LPS+Nigericina: 130,9±23,32 n=4; LPS+Aldo 1h: 107,0±19,45 n=4; LPS+Aldo 4h: 132,4±28,87 n=3; LPS+Aldo 6h: 6,3±1,01 n=3, p<0.05) e caspase-1 (cont: 1,0±0,07 n=4; LPS+Nigericina: 3,0±0,02 n=3; LPS+Aldo 1h: 4,5±0,40 n=3; LPS+Aldo 4h: 1,9±0,21 n=3; LPS+Aldo 6h: 4,4±1,15 n=3, p<0,05). Conclusão: Esses resultados mostram que MR contribui para a disfunção vascular e perfil pró-inflamatório associado ao diabetes. Uma vez que o aumento de IL-1β é um indicador da ativação do inflamassoma e o tratamento com espironolactona reduz níveis de IL-1β, é possível que a aldosterona via MR leve à ativação do inflamassoma. Adicionalmente, aldosterona ativa o inflamassoma em macrófagos, uma célula imune que contribui para o processo inflamatório em animais diabéticos. Apoio Financeiro: CAPES, CNPq, FAPESP.

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P11. GERAÇÃO DE ERO VIA NOX1 PREJUDICA A FUNÇÃO VASCULAR DE ARTÉRIAS INTERNAS DO PUDENDO VIA NRF2 E RHO KINASE EM CAMUNDONGOS DIABÉTICOS. Rheure Lopes1,2, Karla Neves1,2, Augusto C Montezano2, Adam Harvey2, Fernando S Carneiro1, Rhian M Touyz2, Rita C Tostes1. 1Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Brasil; 2Instituto de Ciências Médicas e Cardiovasculares. Universidade de Glasgow, Reino Unido. Introdução: O estresse oxidativo tem papel importante na disfunção vascular associada ao diabetes mellitus (DM). Alterações funcionais e estruturais na artéria interna do pudendo (IPA), a qual fornece suprimento de sangue para o corpo cavernoso, pode levar a disfunção erétil (DE). Objetivo: Avaliar se prejuízo da função vascular de IPAs de animais diabéticos está relacionado ao aumento de espécies reativas de oxigênio (ERO) derivadas de NOX-1, consequente à diminuição de enzimas antioxidantes reguladas por Nrf2. Métodos: Foram utilizadas células vasculares do musculo liso (CMLV) de camundongos C57BL/6 (controles) e de animais com deficiência em NOX1 (NOX1-/-) e células endoteliais aórticas (CEA) de ratos. DM foi induzido por estreptozotocina em camundongos C57BL/6. IPAs foram isoladas e montadas em miógrafo para vasos de resistência. Geração de ERO foi verificada por lucigenina; expressão proteica e gênica por western blot e PCR, respectivamente; acúmulo nuclear de Nrf2 e atividade de Rho kinase foram verificados por ELISA e níveis de óxido nítrico, por DAF. Todos os protocolos foram aprovados pela CEUA da FMRP-USP. Resultados: IPAs de animais diabéticos apresentaram aumento de resposta contrátil induzida por fenilefrina [Phe, Emax (mN): controle 138.5±9.5 vs. DM 191.8±15.5] e diminuição da resposta vasodilatadora dependente de endotélio induzida por acetilcolina [ACh, Emax (% relaxamento(controle 98.3±2.65 vs. DM 76.1±4.5). Tais respostas foram corrigidas pela incubação das IPAs com tiron (sequestrador de ERO), bardoxolona (ativador de Nrf2), ML171 (inibidor de NOX1) e Y27631 (inibidor de Rho Kinase). Em cultura de CMLV e CEA, meio hiperglicêmico (glicose 25 mM) induziu geração de ânion superóxido [(% em relação ao veículo (unidades arbitrarias – u.a.); CMLV: 159.6%±10.43; CEA:136.7%±7.8], efeito não observado em células de animais NOX1-/- ou tratadas com ML171 ou l-sulforofano (ativador de Nrf2). Aumento da geração de ERO induzido por meio hiperglicêmico foi seguido por diminuição de Nrf2 nuclear e da expressão gênica de enzimas reguladas por esta via de sinalização [(% em relação ao veículo – u.a.): catalase (25.6%±0.05), HO-1 (21%±0.1) e NQO-1 (22%±0.1)], bem como maior atividade de Rho Kinase [(% em relação ao veículo – u.a.): 129,1%±9.3] e aumento da expressão proteica de pMYPT1 [(% em relação ao veículo – u.a.): 184.8±25.1] em CMLV, efeitos não observados em células de animais NOX1-/-. Estimulação de CEA com meio hiperglicêmico diminuiu níveis de oxido nítrico, efeito prevenido por incubação com ML171 ou fasudil (inibidor de Rho kinase). Conclusão: disfunção vascular de IPAs associada ao DM, envolve aumento da geração de ERO via NOX1, diminuição de enzimas antioxidantes reguladas por Nrf2 e ativação de Rho Kinase. Estes dados sugerem Nrf2 como vasoprotetor na DE associada ao DM. Suporte financeiro: FAPESP.

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P12. O PAPEL DOS RECEPTORES TLRS E NLRS NA PRODUÇÃO DE TNFα E IL-1β INDUZIDO POR CARRAGENINA EM MACRÓFAGOS PERITONEAIS. Lopes AH1; Silva RL1; Talbot J1; França RFO1; Cunha FQ1; Zamboni DS2; Gombault A3;Couillin I3; Ryffel B3;Cunha TM1. 1.FMRP-USP, Ribeirão Preto - SP - Brasil; 2.Biocel-USP, Ribeirão Preto - SP - Brasil; 3.CNRS and Université d’ Orléans , INEM, UMR7355, Orleans - França. Introdução: A carragenina (Cg) é o nome genérico da familia de polissacarideos sulfatados sintetizado a partir de algas marinhas, amplamente usado como aditivo alimentar. Interessamente, a Cg é descrita como um indutor inflamatório, utilizado em modelo para estudo em animais. No entanto, o mecanismo molecular induzido pela Cg não é bem descrito. Nas últimas décadas, os receptores de reconhecimento padrão (PRRs) tornaram-se os mais importantes sensores moléculares do sistema imune inato. Entre estes receptores, os receptores Toll-like (TLRs) e os receptores NOD-like (NLRs) são os mais bem caracterizados. É conhecido que os TLRs são importantes na produção de citoquinas pró-inflamatórias (tais como: TNFα, IL1β) e, os NLRs importantes na formação de complexos intracelulares de proteínas conhecido como inflamassomas, que em última instância promove a ativação da caspase-1 e a maturação de pró-IL1β em IL1β ativa. Assim, no presente estudo investigamos o papel dos TLRs e NLRs induzido por Cg num modelo in vitro. Métodos: Macrófagos peritoneais naive foram extraídos e isolados de animais C57/BL6 (WT) e de animais geneticamente deficientes para TLR4 -/-, CD14-/-, MyD88 -/-, TLR2 -/-, TRIF -/- , P2X7 -/-, NLRP3-/-, Casp1 -/- e da molécula adaptadora ASC-/- (Nº processo comitê de ética CETEA-FMRP n 149/2011). Os macrófagos isolados foram estimulados com Cg (300 ug/ml) e o sobrenadante foi coletado para dosagem de IL1β e TNFα pelo método de ELISA. As células foram pré-tratados com carbenoxolona (Cbx inibidor do canal pannexin), A740003 (antagonista de P2X7) e citocalasina D (CytD inibidor da fagocitose). Resultados: A incubação de macrófagos com Cg induziu a produção de IL-1β e TNFα em uma concentração (30,100,300 ug/ml) e tempo (6,12,24h) de maneira dependente. A produção de IL1β e TNFα foi suprimida em macrófagos derivados de TLR4 -/-, mas foi aumentada nos macrófagos derivados TLR2 -/-. Curiosamente, a produção de IL1β não foi reduzida em macrófagos de MyD88 -/- , mas parcialmente dependente dos macrófagos derivados TRIF -/-. A produção de IL1β ativa, mas não a de TNFα, desencadeada pela Cg também foi reduzida em macrófagos provenientes Caspase-1 -/-, NLRP3 -/- e ASC -/-. O tratamento com A740003 e Cbx, mas não com CytD também reduziu a produção de IL1β. Corroborando com esses achados, a produção de IL1β também foi abolida em macrófagos provenientes de P2X7 -/- em comparação com macrófagos WT. Conclusão: Os resultados deste estudo demonstraram que a produção de TNFα e IL1β induzido por carragenina é dependente de TLR4. Somado a isso os dados apontam que o TNFα é dependente da sinalização MyD88, e a produção de IL1β é desencadeada parcialmente pela via de sinalização TRIF. A maturação de IL1β é dependente da plataforma do inflamassoma NLRP3/ASC/Caspase1 que recruta os receptores purinérgicos da familía P2X7 e canal Pannexin. Por outro lado, a fagocitose da carragenina não é necessário para a produção de IL1β. Em conclusão, estes resultados elucidam os mecanismos moleculares envolvidos na ativação do sistema imune inato induzido pela carragenina em macrófagos peritoneais. Apoio financeiro: CAPES, FAPESP.

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P13. ENVOLVIMENTO DA VIA NO/GMPc/PKG/KATP NO EFEITO ANTINOCICEPTIVO LOCAL DA DIPIRONA E SEU METABÓLITO 4-MAA. Débora C. R. Assis1, Artur de L. L. Vaz2, Miriam C. C. de Melo2, Giuliano C. Clososki2, Glória E. P. de Souza1,2. 1Departamento de Farmacologia, FMRP/USP; 2Departamento Física e Química, FCFRP/USP. Introdução: A dipirona é uma pró-droga com potente efeito analgésico e antipirético amplamente utilizada. Após sua administração, a dipirona é rapidamente convertida por hidrólise espontânea em 4-metilaminoantipirina (4-MAA), que é então metabolizado formando 4-aminoantipirina (4-AA), 4-formilaminoantipirina (4-FAA) e 4-acetilaminoantipirina (4-AAA). Diferente dos anti-inflamatórios não esteroidais, o efeito antinociceptivo da dipirona não está relacionado somente com a inibição da síntese de prostaglandina (PG) E2, mas também com outros mecanismos ainda não elucidados completamente. Muitos estudos tem proposto outros mecanismos de ação local da dipirona, incluindo a participação da via NO/cGMP/PKG/KATP. Objetivo: Avaliar se assim como a morfina, a dipirona e/ou seu metabólito 4-MAA induz antinocicepção local por estimular a via NO/GMPc/PKG/KATP. Métodos: Ratos Wistar macho (180-200 g) foram habituados na sala de teste por 1 hora antes dos experimentos. A hiperalgesia mecânica foi avaliada utilizando Von Frey eletrônico. Duas horas após a injeção intraplantar (i.pl.) de PGE2 na pata posterior direita os ratos foram tratados localmente (i.pl.) com dipirona ou 4-MAA (30, 60, 120 µg/pata) ou salina em um volume de 100µl. Para controle do efeito local, os ratos receberam injeção i.pl. de PGE2 em ambas as patas traseiras, mas somente a pata direita foi tratada com dipirona ou 4-MAA (120 µg/pata). A resposta hiperalgésica foi avaliada durante 4 horas após a injeção de PGE2. O inibidor específico da proteina quinase (PK)G KT5823 (1.5 µg/pata) ou bloqueador específico de canal KATP, glibenclamida (Gli, 160 µg/pata) foram administrados 10 min antes da dipirona, 4-MAA ou morfina (Mor, 6 µg/paw), respectivamente. O inibidor solúvel da guanilato ciclase ODQ (8 µg/paw) e o inibidor seletivo da sintase neuronal do óxido nítrico, L-NPA (24 µg/paw) foram administrado 30 min. antes do tratamento com dipirona, 4-MAA ou Mor. A resposta hiperalgésica foi avaliada 3 horas após a injeção de PGE2. Os dados foram expressos como media ± S.E.M. e a avaliação estatística foi realizada utilizando ANOVA One ou Two Way seguido pelo pós teste de Tukey ou Bonferroni, p < 0.05. Este estudo foi aprovado pelo comitê de ética da FMRP/USP (processo n° 019/2012). Resultados: Dipirona (DIP), seu metabolito 4-MAA e a morfina, apresentaram efeito antinociceptivo local sobre a hiperalgesia induzida pela PGE2 e esse efeito foi reduzido pelo tratamento local com L-NPA, ODQ, KT-5823 e Gli. A intensidade de hiperalgesia (Δ limiar de retirada, em gramas (g)) foram: salina + salina: 0.82 ± 0.13; salina + PGE2: 6.25 ± 2.05; DIP + PGE2: (30μg/pata: 6.70 ± 1.68), (60 μg/pata: 5.60± 0.87), (120 μg/pata: 3.85 ± 1.07); 4-MAA + PGE2: (30 μg/pata: 5.83 ± 0.76); 60 μg/pata: 5.21 ± 1.41; 120 μg/pata: 3.25 ± 1.09); DIP + PGE2 + L-NPA: (8.24±0.57); DIP + PGE2 + ODQ: (8.54 ± 0.85); DIP + PGE2 + KT5823: (9.65±1.53); DIP + PGE2 + Gli: (8.79±0.64); 4-MAA + PGE2 + L-NPA: (5.12 ± 1.17); 4-MAA + PGE2 + ODQ: (7.23±1.02); 4-MAA + PGE2 + KT5823: (6.23±0.67); 4-MAA + PGE2 + Gli: (7.40±1.17); Mor + PGE2: (2.10±0.74); Mor + PGE2 + L-NPA: (9.68 ± 1.10; Mor + PGE2 + ODQ: (10.77±1.04); Mor + PGE2 + KT5823: (8.36±2.03); Mor + PGE2 + Gli: (10.64±1.25). Conclusão: Conforme descrito anteriormente, a dipirona apresentou efeito antinociceptivo local sobre a hiperalgesia induzida pela PGE2 sendo o metabólito 4-MAA o responsável por esse efeito. Semelhante à morfina, este efeito antinociceptivo local depende da via NO/GMPc/PKG/KATP. Apoio Finaceiro: CNPq.

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P14. NLRP12 ATENUA O DESENVOLVIMENTO DA ARTRITE ATRAVÉS DO CONTROLE NO BALANÇO DA DIFERENCIAÇÃO ENTRE CÉLULAS TH17 E TREGS. 1Prado, D.S., 1Veras, F.P., 1Melo, P.H., 2Zamboni D.S., 1Cunha F.Q., 1Alves-Filho, J.C. 1 - Departmento de Farmacologia, Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – FMRP/ USP, Brasil 2 - Departmento de Biologia Celular, Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – FMRP/ USP, Brasil. Introdução: Diferente da maioria dos bem caracterizados receptores citosólicos do tipo NOD (NOD-Like Receptors - NLRs) sobre a indução de uma resposta pró-inflamatória, recentes estudos demonstraram que o NLRP12 atua como um regulador negativo da inflamação. Estes estudos reportam que o NLRP12 é um supressor da resposta inflamatória em modelos de colite experimental e no desenvolvimento tumoral, principalmente por inibir a ativação de células do sistema imune inato. No entanto, a função e importância de NLRP12 na regulação da resposta inflamatória de origem autoimune não foi caracterizada. Objetivo: Avaliar a função do NLRP12 no desenvolvimento da artrite induzida por antígeno (AIA). Métodos: AIA foi induzido pela injeção de albumina de soro bovino metilada (mBSA) na articulação de animais wild

type (WT) e deficientes para NLRP12 (NLRP12 -/-), que foram previamente imunizados com esse antígeno por 14 dias. A gravidade da artrite foi avaliada pela formação de edema, produção de citocinas, infiltração de neutrófilos e resposta imune celular nos linfonodos drenantes da imunização. Para os experimentos in vitro, células T CD4+CD25- foram isoladas de animais WT e NLRP12 -/- e deixadas em cultura sob condições polarizantes para diferenciação de linfócitos T reguladores (Tregs) e Th17 por 96 horas. Para os ensaios de fosforilação de proteínas, foram isoladas células CD4+CD25-, com consequente estímulo com IL-6 ou TGF-β, sendo avaliado o nível de fosforilação de Stat3 ou Smad2-3 por citometria de fluxo. Resultados: Os animais NLRP12-/- apresentaram piora da artrite induzida por antígeno em relação aos animais WT, a qual foi caracterizada por aumento da formação de edema, infiltrado de neutrófilos e produção de IL-17 na articulação inflamada. Além disso, a análise de citometria de fluxo dos linfonodos drenantes ao sítio de imunização demonstrou aumento da frequência de células CD4+IL17+ e redução das células CD4+Foxp3+IL-10+ nos animais NLRP12 -/- em relação aos animais WT. Quando as células dos linfonodos drenantes foram reestimuladas com o antígeno (mBSA) ex vivo, observamos aumento substancial da produção das citocinas IL-22 e IL-17 pelas células dos animais NLRP12-/-. In vitro, os linfócitos T dos animais NLRP12-/- exibiram capacidade aumentada para diferenciar para o padrão Th17 e reduzida para Tregs em relação às células dos animais WT. Para demonstrar por qual mecanismo o NLRP12 altera a diferenciação de Tregs e Th17, foi avaliada a fosforilação de dois fatores de transcrição importantes na diferenciação destas. As células provenientes dos animais NLRP12 -/- apresentaram maior capacidade de fosforilação do Stat3 e menor capacidade de fosforilação do complexo Smad2-3 quando comparadas aos linfócitos dos animais WT. Conclusão: Nosso estudo demonstra uma nova função do NLRP12 em suprimir a diferenciação de células Th17 e auxiliar na diferenciação Tregs. Portanto, a modulação da atividade e expressão do NLRP12 pode ser um potencial alvo terapêutico para o tratamento de doenças autoimunes, como artrite reumatoide.

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P15. PAPEL PROTETOR DO RECEPTOR ATÍPICO DE QUIMIOCINAS D6 NA SEPSE EXPERIMENTAL. Fernanda Vargas e Silva Castanheira, Fernando de Queiróz Cunha, Departamentos de Farmacologia, FMRP/USP. Introdução: recentemente foi descrito um receptor de quimiocinas, denominado receptor D6, o qual foi caracterizado como um receptor atípico por não sinalizar via ativação de proteínas G, mas por estar envolvido apenas com a remoção e a degradação das quimiocinas da subfamília CC em diferentes condições inflamatórias. Na sepse, as quimiocinas CC participam tanto com o recrutamento de neutrófilos para o foco infeccioso, quanto com o infiltrado neutrofílico em órgãos secundários. Objetivo: Desse modo, o objetivo deste trabalho foi investigar o papel deste receptor no desenvolvimento da resposta inflamatória local e sistêmica na sepse. Métodos: Animais selvagens (WT) e deficientes para o D6 (D6-/-) foram utilizados para indução da sepse pelo modelo de ligação e perfuração do ceco (CLP). A expressão do RNA mensageiro do D6, a migração de neutrófilos para a cavidade peritoneal, a bacteremia, o infiltrado de neutrófilos nos órgãos distantes do foco infeccioso, os marcadores de lesões teciduais e os níveis de quimiocinas teciduais e locais foram determinados após a CLP. A taxa de sobrevida também foi avaliada após indução da sepse. Resultados: Demonstramos que animais D6-/- são mais suscetíveis à sepse sub-letal. Ainda, demonstramos que a maior suscetibilidade desses animais é devido ao aumento dos níveis de quimiocinas CC nos órgãos distantes do foco infeccioso, com consequente infiltrado de neutrófilos e lesões orgânicas, quando comparados aos animais WT. No entanto, os níveis de quimiocinas CC locais, a migração de neutrófilos para a cavidade peritoneal e a disseminação bacteriana não diferiram entre os animais WT e D6-/-, indicando que este receptor não está envolvido no controle do processo infeccioso na sepse. Confirmando a importância do D6 durante a resposta inflamatória sistêmica, demonstramos que os animais deficientes para o D6 também foram mais suscetíveis ao modelo de endotoxemia induzida pelo LPS quando comparados aos animais WT. Em adição, quando utilizamos um modelo de sepse letal, em que todos os animais WT e D6-/- não tratados com antibiótico morrem em até 48 horas após indução da sepse, observamos que enquanto o tratamento dos animais WT com antibiótico 6 horas após a sepse melhora a sobrevida dos animais em até 50%, os animais D6-/- continuaram morrendo em até 48 horas por não controlarem a resposta inflamatória sistêmica. Paralelamente, demonstramos que a expressão do RNAm do D6 em animais submetidos à sepse sub-letal aumenta nos pulmões, coração e rins quando comparados aos animais do grupo sham, sendo que nos animais submetidos à sepse letal estes aumentos não foram observados. Esses dados sugerem que o aumento da resposta inflamatória sistêmica durante a sepse letal também pode ser devido à baixa expressão do D6 nos órgãos distantes do foco infeccioso, reduzindo, portanto, o controle do processo inflamatório. Conclusão: Os dados obtidos até o momento indicam que o D6 possui importante papel durante a sepse, sugerindo que a maior mortalidade dos animais D6-/- seja devido a uma maior resposta inflamatória sistêmica desencadeada pelo aumento dos níveis teciduais de quimiocinas CC. Apoio financeiro: capes, cnpq, fapesp, crid.

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P16. O CANABIDIOL ATENUA O COMPORTAMENTO AGRESSIVO INDUZIDO PELO ISOLAMENTO SOCIAL EM CAMUNDONGOS. Alice H. dos Santos, Sabrina F. Lisboa, Felipe V. Gomes e Francisco S. Guimarães.1Departamento de Farmacologia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Brasil. Introdução: O Canabidiol (CBD), principal composto não-psicotomimético da Cannabis

sativa, possui diversas propriedades farmacológicas, incluindo a indução de efeitos tipo antidepressivos e ansiolíticos em roedores após administração sistêmica. O isolamento social aumenta comportamentos agressivos em camundongos, condição denominada agressão induzida pelo isolamento social ou agressão territorial. Drogas ansiolíticas e antidepressivas podem atenuar comportamentos agressivos. Objetivo: Avaliar se o CBD é capaz de atenuar comportamentos agressivos induzidos pelo modelo do isolamento social em camundongos. Métodos: Camundongos Swiss Machos (7-8 semanas no início dos testes) foram mantidos individualmente (camundongos residentes) em caixas de Plexiglas (24x17x12 cm) para indução dos comportamentos agressivos. Paralelamente camundongos co-específicos (camundongos intrusos) foram mantidos sob condições normais (sete por caixa). Após 10 dias de isolamento social, foi testado se a administração aguda (i.p.) de CBD (5, 15, 30 ou 60 mg/kg; n=5-8/grupo), 30 minutos antes do teste, seria capaz de atenuar comportamentos agressivos dos camundongos residentes. Neste modelo, um camundongo intruso da mesma linhagem, gênero e idade é colocado na caixa moradia do residente. As interações entre os camundongos residente e intruso são gravadas por 20 min e a latência para a primeira mordida contra o intruso, o número de ataques e o tempo total de ataques são analisados. A análise dos vídeos foi realizada por um observador que desconhecia a condição experimental do animal. Para controlar possíveis efeitos motores da droga, grupos independentes de animais tratados com doses efetivas de CBD foram submetidos a uma arena circular (campo aberto; 40 cm de diâmetro com paredes de 40 cm de altura) para registro da distância total percorrida durante 5 min. Resultados: O CBD (15 mg/kg) aumentou a latência para o residente atacar o intruso (F4,32=2,68; *p<0,05). Além disso, o CBD reduziu o número de ataques (F4,32=5,59; *p<0,05) em todas as doses testadas e as doses intermediárias (15 e 30 mg/kg) foram capazes de diminuir o tempo total de ataques (F4,32 =3,48; *p<0,05). Não foi observado efeito motor do CBD em nenhuma das doses testadas (F4,26=1,21; p>0,05). Conclusão: Esses resultados, demonstrando que o CBD atenua comportamentos agressivos em camundongos, nos permitem sugerir que o mesmo poderia ser utilizado terapeuticamente para tratar comportamentos agressivos associados a desordens psiquiátricas. Entretanto, os mecanismos pelos quais o CBD exerce tais efeitos ainda precisam ser investigados. Suporte Financeiro: FAPESP, CAPES, CNPq.

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P17. ENVOLVIMENTO DA NEUROTRANSMISSÃO OPIOIDÉRGICA DA AMÍGDALA MEDIAL NA MEDIAÇÃO DAS RESPOSTAS NEUROENDÓCRINAS CAUSADAS PELO ESTRESSE DE RESTRIÇÃO EM RATOS. Fassini A., Scopinho A.A., Fortaleza E.A.T., Resstel L.B.M., Corrêa F.M.A. Departamento de Farmacologia, FMRP/USP. Introdução: O núcleo medial da amígdala (MeA) modula vários processos fisiológicos e comportamentais, incluindo alterações autonômicas durante situações aversivas. O estresse de restrição (ER) causa aumento na atividade neuronial da MeA. Além disso, lesão na MeA reduziu a ativação neuronial no PVN induzida pelo ER. O sistema opioidérgico participa da mediação de respostas neuroendócrinas, inclusive aquelas associadas a situações aversivas. Além disso, foi demonstrada a presença de peptídeos e receptores na MeA, sugerindo um sistema opioidérgico funcional nessa estrutura. Objetivo: Verificar se a neurotransmissão opioidérgica presente na MeA está envolvida na modulação das respostas neuroendócrinas evocadas pelo ER. Metodologia: Os procedimentos experimentais foram realizados seguindo protocolos aprovados pelo Comitê de Ética da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (no 149/2007). Ratos Wistar (240-280g) foram utilizados; cânulas-guia foram implantadas bilateralmente na MeA para microinjeção de veículo (liquido cefalorraquidiano artificial aCSF,100nL), naloxona (antagonista opióide não-seletivo – 0.00003; 0.0003; 0.03 e 3nmol/100nL), ciprodime (antagonista µ-seletivo – 0.03nmol/100nL), nor-BNI (antagonista κ-seletivo – 0.03nmol/100nL), naltrindole (antagonista δ-seletivo – 0.03nmol/100nL) ou UPF-101 (antagonista seletivo ORL-1 – 0.03nmol/100nL). Dez minutos após a microinjeção de droga ou veículo na MeA os ratos foram submetidos ao ER. Para a coleta das amostras para a dosagem de corticosterona e ocitocina, os ratos foram decapitados no tempo 0, 20 e 60min de ER e o sangue coletado em tubos contendo EDTA (1mg/mL de sangue). As amostras de plasma foram utilizadas para dosagem dos níveis de corticosterona e ocitocina por ensaio imunoenzimático (ELISA), de acordo com descrição do fabricante. Resultados: O pré-tratamento da MeA com doses crescentes de naloxona potencializou o aumento de corticosterona circulante (F4,75=0,03, P=0,005) induzido pelo ER. O tratamento da MeA com 0,03nmol de nor-BNI (F1,29=39,86, P<0,0001) ou 0,03nmol de UPF-101 (F1,26=24,46, P<0,0001) potencializou o aumento de corticosterona induzido pelo ER, enquanto o tratamento com 0,03nmol de ciprodime (F1,28=0,51, P=0,48) ou 0,03nmol de naltrindole (F1,29=0,24, P=0,62) não alterou os níveis de corticosterona durante o ER. Nenhum tratamento utilizado nesse estudo alterou o aumento de ocitocina observado durante o ER (Naloxona: F4,75=0,35, P=0,83; nor-BNI: F1,29=2,14, P=0,13; UPF-101: F1,26= 0,03, P=0,85; Ciprodime: F1,28=0,01, P=0,90; Naltrindole: F1,29=0,29, P=0,59). Conclusão: Esses dados sugerem que a neurotransmissão opioidérgica e nociceptina/orfanina FQ da MeA tem influencia inibitória no aumento de corticosterona observado durante o ER agudo em ratos. Apoio financeiro: FAPESP, CAPES e CNPq.

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P18. EFEITO DO TRATAMENTO COM INIBIDORES DA NOS NA EXPRESSÃO DE RECEPTORES 5-HT1A NO CÓRTEX PRÉ-FRONTAL, HIPOCAMPO E NÚCLEOS DA RAFE EM MODELO ANIMAL. Roncalho1, A.L.; Ribeiro2, D. E.; Joca2, S.R.L. 1,2Departamento de Farmacologia –FMRP/USP; 3Laboratório de Pscifarmacologia – FCFRP/USP. Introdução: A depressão é uma síndrome classificada dentre os transtornos de humor, e é resultado da interação entre fatores genéticos e ambientais. Apesar de não haver um sítio neuroanatômico específico, estudos com neuroimagem e evidências oriundas de modelos animais sugerem algumas estruturas importantes no desenvolvimento e ocorrência desta patologia. Estão entre elas o córtex pré-frontal (CPF), hipocampo e os núcleos da rafe. Um dos obstáculos no tratamento da depressão consiste na demora para o início dos efeitos terapêuticos dos antidepressivos. Segundo a teoria de Blier isso ocorre, pois o tratamento agudo com estas drogas aumenta a disponibilidade de serotonina na fenda sináptica resultando na ativação de receptores inibitórios serotoninérgicos do tipo 5HT1A localizados nos núcleos da rafe. Como consequencia disso, há uma redução do disparo neuronial e liberação de sertotonina em suas áreas de projeção, como CPF e hipocampo. Com o tratamento crônico com antidepressivos, há uma dessensibilização dos receptores 5HT1A somatodendriticos e o disparo neuronial é restaurado aumentando os níveis de serotonina no CPF e hipocampo, induzindo o efeito antidepressivo. Portanto, o mecanismo de ação de antidepressivos pode estar relacionado a alterações nos receptores 5HT1A. Existem numerosas evidências do envolvimento do óxido nítrico (NO) na neurobiologia da depressão, tais como níveis plasmáticos elevados de NO em pacientes vítimas de suicídio e aumento da produção deste composto em pacientes diagnosticados com depressão maior. Estudos mostram que o bloqueio da síntese ou a diminuição da produção cerebral de NO podem induzir efeito tipo-antidepressivo. A inibição da NOS resulta em um aumento dos níveis extracelulares de serotonina (5-HT) no hipocampo de ratos. Além disso, a depleção endógena deste neurotransmissor bloqueia o efeito tipo-antidepressivo dos inibidores da enzima óxido nítrico sintase (NOS). Dessa forma, o efeito tipo-antidepressivo induzido pela administração de inibidores da NOS parece ser dependente de serotonina. Objetivo: o presente trabalho pretende investigar se o tratamento durante 1, 7 ou 14 dias com inibidores da NOS induz alterações na expressão dos receptores 5-HT1A no córtex frontal, hipocampo e rafe, como as observadas após tratamento crônico com antidepressivos.

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P19. CANABIDIOL REDUZ A ATIVAÇÃO MICROGLIAL E O ESTRESSE OXIDATIVO INDUZIDOS PELO LPS EM CULTURA PRIMÁRIA DE MICRÓGLIAS VIA RECEPTORES PPARγ. Sonego, A.B.1; Sepulveda-Diaz, J.2; Michel, P.P.2; Del-Bel, E. A.3; Guimarães, F.S.1; Raisman-Vozari, R.2. 1 Departamento de Farmacologia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Brasil. 2 Sorbonne Universités UPMC UMR S 1127, INSERM U1127, CNRS UMR 7225, Institut du Cerveau et de la Moelle Epinière, Paris, França. 3 Departamento de Morfologia, Fisiologia e Patologia Básica, Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Brasil. Introdução e objetivos: A discinesia tardia (DT) é um transtorno hipercinético de movimento, causado pelo uso prolongado de drogas que bloqueiam os receptores dopaminérgicos, e cuja patofisiologia ainda não é completamente entendida. Dentre os possíveis mecanismos para o aparecimento de DT, o estresse oxidativo e a neuroinflamação parecem estar envolvidos. O canabidiol (CBD), o principal componente não psicotrópico da planta Cannabis sativa, pode apresentar um potencial terapêutico para a DT, uma vez que este fitocanabinóide possui propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. Dentre os diversos mecanismos de ação deste composto, o CBD pode atuar como agonista dos receptores ativados pelo proliferador de peroxissomo gama (PPARγ) e este receptor parece estar envolvido em mecanismos neuroprotetores. Dessa forma, os objetivos deste trabalho foram investigar os mecanismos envolvidos nos efeitos anti-inflamatórios do CBD em modelo de cultura primária de células microgliais estimuladas com LPS, bem como verificar a participação dos receptores PPARγ nestes efeitos. Metodologia: Células microgliais foram pré-tratadas com dexametasona (10μM), apocinina (500μM), trolox (10μM) ou CBD (0,1; 1 e 10μM) e, 4h após, estimuladas com LPS (10ng/mL). Após 24h de estimulação, avaliou-se a ativação microglial, a produção de espécies reativas de oxigênio (ERO) e a produção de NO por meio de imunofluorescência para o marcador de micróglia ativada (Iba-1) e para CELLROX e dosagem de nitrito pelo método de Griess, respectivamente. Para avaliação da translocação do fator de transcrição NFκB para o núcleo, fez-se uma estimulação aguda de 30min com LPS e, então, imunofluorescência para a subunidade p65 deste fator. Para avaliação da participação dos receptores PPARγ, as células microgliais foram pré-tratadas com o antagonista destes receptores (GW9662 0,1; 1 e 10μM) e, 30min depois, com CBD (10μM). Após 4 horas, as células foram estimuladas com LPS (10ng/mL) e a ativação microglial, a produção de ERO e a translocação do NFkB para o núcleo foram avaliadas. Resultados: O tratamento com CBD foi capaz de reduzir a ativação microglial induzida pelo LPS, ao reduzir a expressão celular de Iba-1, bem como atenuar o estresse oxidativo promovido pela estimulação com LPS, ao reduzir a produção de ERO e de NO. Além disso, o CBD limitou a translocação do fator de transcrição NFkB para o núcleo. Estes efeitos do CBD foram antagonizados pelo pré-tratamento com o antagonista dos receptores PPARγ, GW9662. Conclusão: os resultados sugerem que CBD atenua a ativação microglial e o estresse oxidativo induzidos pelo LPS por meio da ativação dos receptores PPARγ e a repressão da translocação do NFκB para o núcleo. Apoio Financeiro: Investissements d’avenir [ANR-10-IAIHU-06], CNPq (Ciências sem Fronteiras) e FAPESP.

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P20. ESTUDO DA PARTICIPAÇÃO DO SISTEMA ENDOCANABINÓIDE NO NÚCLEO LEITO DA ESTRIA TERMINAL SOBRE RESPOSTAS DE ANSIEDADE EM RATOS. 1Borges-Assis, A.B., 1Uliana, D.L., 1Hott, S.C., 1Resstel, L.B.M. 1Departamento de Farmacologia, FMRP/USP. Introdução: O sistema endocanabinóide é constituído por dois principais endocanabinóides (eCBs), a anandamida (AEA) e o 2-arachidonylglycerol (2-AG), que são ligantes endógenos dos receptores canabinóides do tipo 1 (CB1) e do tipo 2 (CB2). O receptor CB1 modula negativamente a liberação de diversos neurotransmissores no sistema nervoso central (SNC), como por exemplo, o glutamato e parece também interagir com o óxido nitrico (NO). O receptor CB2 apesar de inicialmente considerado restrito ao sistema imune e tecidos periféricos, evidências crescentes mostram que ele também pode estar envolvido na modulação de alguns neurotransmissores no SNC. Os eCBs, desta forma, estão intimamente envolvidos na modulação de resposta de ansiedade e seus efeitos são mediados principalmente por CB1 e CB2. É amplamente descrito na literatura a participação dos eCBs em diversas estruturas cerebrais envolvidas na expressão de respostas relacionadas à ansiedade e medo, como o córtex pré-frontal, hipocampo e substância cinzenta periaquedutal, sendo que as respostas mediadas pelos eCBs mostram envolver a modulação da liberação de glutamato e produção de NO. Entretanto, o papel dos eCBs em algumas estruturas ainda não está muito bem elucidado, dentre elas destacamos o núcleo leito da estria terminal (NLET), uma estrutura límbica com importante papel na integração de informações associadas com controle autonômico, endócrino e comportamental durante situações aversivas. Há poucas evidências da presença e do envolvimento do sistema endocanabinóide no NLET sobre a modulação de respostas de ansiedade, pouco se sabe também quais neurotransmissões nesta estrutura os eCBs podem estar modulando. Objetivo: Considerando a importância do NLET e dos eCBs o objetivo do trabalho, portanto, será avaliar o envolvimento do sistema endocanabinóide presente no NLET na modulação de respostas de ansiedade em modelos animais de medo inato e medo aprendido, como também investigar se o glutamato e NO estão envolvidos com estas respostas. Materiais e Métodos: serão introduzidas cânulas guia bilateralmente no NLET de ratos Wistar (240g – 270g) para administração das drogas. Cinco dias após a cirurgia estereotáxica, os animais serão submetidos ao teste do Labirinto em Cruz Elevado onde será quantificado o número de entradas e o tempo de permanência nos braços abertos e fechados. Dois dias após, os animais serão condicionados, primeiramente serão expostos a caixa de condicionamento por um período de 10 minutos (habituação), em uma segunda exposição à caixa serão deflagrados 3 choques nas patas de 0,850mA/2s ou 6 choques de 1,5 mA/3s. Vinte e quatro horas após, será implantado um cateter de polietileno na artéria femoral para avaliação dos parâmetros cardiovasculares. No dia seguinte, as respostas comportamentais e autonômicas (pressão arterial média-PAM; frequencia cardíaca-FC e temperatura cutanêa da cauda-TC) serão continuamente avaliadas durante 10 minutos de reexposição a mesma caixa (Teste; sem choque). Será administrado, intra-NLET 10 minutos antes dos testes, Veículo (DMSO 10%), ou antagonista de receptores CB1 (AM251 nas doses de 0,1 a 0,6 nmol/0,1 μl), antagonista de receptores CB2 (AM630 nas doses de 10 a 1000 pmol), antagonista de receptores NMDA (AP7 nas doses de 0,1 ou 1 nmol), inibidor da nNOS (NPLA, 0,04 ou 0,4 nmol), inibidor da FAAH (URB597, nas doses de 0.3 a 3 nmol), inibidor da MAGL (URB602, nas doses de 30 a 300 pmol). Apoio financeiro: CAPES, CNPq, FAPESP.

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P21. ENVOLVIMENTO DO SISTEMA NITRÉRGICO SOBRE OS EFEITOS DO CANABIDIOL EM UM MODELO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO.Vila-Verde, C., 1Lisboa, S.F1., Guimarães, F.S.1. 1Departamento de Farmacologia, FMRP/USP. O transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) é uma desordem incapacitante que pode se desenvolver após exposição a situações estressantes e traumáticas. A neurobiologia da doença ainda é pouco compreendida, mas parece envolver diversos sistemas de neurotransmissão, como glutamatérgico, GABAérgico, serotoninérgico, canabinoide e nitrérgico. Evidências pré-clínicas e clínicas sugerem o canabidiol parece ser eficaz no tratamento de transtornos psiquiátricos relacionados à exposição a situações estressantes, como o TEPT. Ainda, alguns trabalhos evidenciam o envolvimento do óxido nítrico (NO) na etiologia de desordens psiquiátricas, incluindo o TEPT. A exposição de roedores ao estresse de restrição (evento traumático) induziu comportamento ansiogênico e aumento da expressão de nNOS no crótex pré-frontal medial (CPFm) 24 horas e 7 dias após o estresse. Considerando o potencial terapêutico do CBD no tratamento do TEPT, e seus efeitos sobre a neurotransmissão serotonérgica e endocanabinoide, bem como evidências da participação do sistema nitrérgico nas consequências comportamentais do TEPT, o objetivo geral do trabalho é investigar o envolvimento do sistema nitrérgico nas alterações comportamentais de animais expostos a um modelo experimental de TEPT, o estresse prolongado único (SPS), e o efeito do CBD sobre estas possíveis alterações. Primeiramente o modelo está sendo padronizado no nosso laboratório e para isso, ratos wistars (250-260g) foram submetidos ao SPS, o qual consiste em uma série de eventos estressores: 2 horas de restrição, seguido por 20 minutos de natação forçada e 15 minutos depois exposição ao éter até perda do tônus postural (perda de consciência). Após a sessão de estresse, os animais foram submetidos ao medo condicionado ao contexto (MCC) 7 dias após, a fim de avaliar o tempo de imobilidade e, posteriormente, possíveis déficits na extinção da memória aversiva. Primeiramente os animais foram expostos a caixa de condicionamento por um período de 10 minutos (Habituação), e em uma segunda exposição à caixa receberam 3 choques nas patas (0,35mA/2s). Vinte e quatro horas após, as respostas comportamentais e, em alguns grupos, autonômicas (Pressão arterial média-PAM; Frequência cardiaca-FC) foram continuamente avaliadas durante 10 minutos de reexposição a mesma caixa (Teste; sem choque). Para avaliar a extinção, 24 horas após a reexposição (sem choque), os animais foram novamente expostos a caixa, por um período de 10 minutos. Logo após os testes comportamentais, os encéfalos foram retirados para análise imunoistoquímica e detecção da co-localização da proteína FOS e da enzima nNOS no CPFm, hipocampo e amígdala. Grupos independentes de animais serão submetidos a tratamentos repetidos (durante 7 dias) de CBD ou de um inibidor preferencial da nNOS, o 7-NI (7-nitroindazol). Além disso, verificaremos, com o uso de antagonistas específicos (AM251 e WAY-100635) se os efeitos do CBD ou 7-NI seriam mediados por receptores CB1 ou 5-HT1A. Animais expostos ao SPS apresentaram um maior tempo de congelamento (t= 2,87, d.f.= 9, p<0,02) durante a reexposição ao contexto aversivo. Em relação à extinção, os animais submetidos ao SPS apresentaram um elevado tempo de congelamento durante a sessão teste (t= 3,14, d.f.= 14, p<0,01) e esse comportamento persistiu durante a sessão de extinção, de certa forma ainda mais intensificada (t= 4,22, d.f.=14, p<0,001). Os processos de extinção também foram avaliados com uma sessão teste de 15 minutos, a fim de tentar garantir a consolidação de uma nova memória não aversiva responsável pelo processo de extinção. Na sessão teste obtivemos uma tendência no aumento do tempo de congelamento dos animais que foram submetidos ao SPS (t= 2,07, d.f.= 14, p= 0,057), possivelmente esse aumento não foi significativo, porque cerca de 37% dos animais apresentaram resiliência ao estresse (dados que possivelmente serão confirmados nas análises moleculares). Entretanto, na sessão de extinção encontramos diferenças significativas no aumento do tempo de congelamento dos animais SPS (t=2,69, d.f.= 14, p<0,05), reiterando a idéia da intensificação do comportamento de imobilidade durante a sessão de extinção. Os presentes resultados demonstraram que o SPS foi capaz de aumentar a resposta emocional condicionada (REC) no MCC e que esse aumento persistiu e até se intensificou durante a sessão de extinção. É importante ressaltar que sempre há uma porcentagem de animais (10-40%) que são resilientes ao estresse, o que valida ainda mais o estudo, pois nem todo indivíduo que sofre ou presencia um evento traumático desenvolve o TEPT. Apoio Financeiro: CAPES e FAPESP.

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P22. FLUOXETINA FACILITA A CONSOLIDAÇÃO DA MEMÓRIA DE EXTINÇÃO ATRAVÉS DA ATIVAÇÃO DE REECPTORES TRKB PRESENTES NO HIPOCAMPO DORSAL E NO HIPOCAMPO VENTRAL. Diniz CRAF1*, Antero LS1, Resstel LBM1, Joca SRL2. 1Departamento de Farmacologia. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. 2Departamento de Física e Química. Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto. Universidade de São Paulo, Brasil. Introdução: O modelo animal do medo condicionado possui grande valia na investigação dos aspectos neurobiológicos da formação da memória aversiva, a qual está intimamente relacionada ao transtorno de estresse pós traumático (TEPT). Tanto o modelo animal quanto o TEPT dependem da prévia associação de um estímulo aversivo com um estímulo neutro, de forma que uma intensa resposta de medo condicionada é obtida. Pacientes com TEPT possuem menor volume hipocampal e apresentam prejuízos em funções congnitivas que dessa mesma estrutura, incluindo prejuízo na capacidade de extinguir respostas de medo condicionado. Inibidores seletivos da recaptação de serotonina são os fármacos de primeira escolha no tratamento do TEPT. Em animais, o tratamento crônico com fluoxetina impede a renovação, a reinstalação e a recuperação espontânea da resposta de medo condicionada. Estes efeitos farmacológicos dependem da viabilidade do BDNF hipocampal. Estes resultados estão de acordo com outros trabalhos os quais demonstram que o tratamento crônico com antidepressivos promove um aumento nos níveis de BDNF hipocampal. Prejuízo na extinção do sobressalto potencializado pelo medo é também observado em animais knockout condicionados para BDNF hipocampal. Animais com a mutação pontual val66met no gene proBDNF possuem a via de liberação de BDNF regulada por atividade alterada e apresentam alteraçãoes na morfologia hipocampal, assim como apresentam prejuízo na extinção de respostas de medo. Em humanos, a presença do mesmo polimorfismo foi associado com uma maior prevalência do transtorno de estresse pós traumático. O hipocampo pode ser dividido em duas sub-regiões distintas: o hipocampo ventral (HV), relacionado a ansiedade e respostas de medo, e hipocampo dorsal (HD), relacionado a processos cognitivos de aprendizagem e memória. Pouco é conhecido sobre a participação do BDNF hipocampal, quando este é sub-dividido em HD e HV, sobre os efeitos induzidos pela fluoxetina na extinção do medo condicionado. Objetivo: elucidar a importância do BDNF sobre os efeitos do tratamento crônico com fluoxetina sobre a extinção da memória de medo condicionada, de forma que a importância hipocampal seja discriminada entre as sub-regiões dorsal e ventral. Métodos: ratos machos wistar (210g) foram usados. Animais foram submetidos ao protocolo de condicionamento (dia 1). Em seguida, os animais foram tratados com fluxetina (10mg/kg/ml i.p.) ou veículo (1ml/kg, i.p.) por 12 dias. 3 grupos distintos foram obtidos: tratamento crônico com fluoxetina, tratamento aguda e veículo. 1 dia após a última injeção os animais foram expostos ao protocolo de extinção (dia 14) e no dia 15 ao teste. Este último teve como finalidade avaliar a retenção da memória de extinção. Grupos independentes de animais foram submetidos ao protocolo de condicionamento e tratamento como delineado acima, porém, os mesmos foram sacrificados ao invés de expostos ao protocolo de extinção. Este procedimento teve como finalidade obter o HD e HV para a avaliação dos níveis proteicos de BDNF (ELISA). Em outro grupo independente de animais, estes foram submetidos à cirurgia estereotáxica 5 dias antes do protocolo de extinção e cânulas bilaterais foram colocadas no HD ou no HV. K252 (bloqueadro funcional dos receptores TtkB - 10pmol/0,5ul/infusão) ou veículo foram infundidos dentro do DH ou HV logo após o procedimento de extinção, em animais tratados cronicamente com fluoxetina ou veículo. Resultados: somente o tratamento crônico com fluoxetina facilitou a expressão da memória de extinção (F2,29 = 2.881; p<0.05). Tratamento crônico com fluoxetina aumentou BDNF no HD (F2,21 = 5,198; p<0.05) enquanto o tratamento agudo aumentou BDNF no HV (F2,16 = 5.796; p<0.05). K252 no HD preveniu os efeitos induzidos com o tratamento crônico com fluoxetina sobre a consolidação da memória de extinção (F3,41 = 4.166; p<0.05). Uma tendência à reversão dos efeitos do tratamento crônico com fluoxetina sobre a consolidação da memória de extinção é observado quando k252 é administrado no HV (F3,25 = 2,444; p=0,0910). Conclusão: O efeito do tratamento crônico com fluoxetina sobre a consolidação da memória de extinção é dependente da ativação de receptores TrkB tanto do HD quanto no HV, embora o mesmo protocolo de tratamento tenha aumentado os níveis protéicos de BDNF somente no HD. Portanto, embora haja uma especialização ao longo do eixo dorso-ventral do hipocampo, provavelmente cada região suporta uma à outra a fim de permitir resoluções comportamentais mais complexas a partir de diferentes contigências ambientais e emocionais. Apoio financeiro: FAPESP (2011/02746-4) and CNPq (471382/2011-6).

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P23. RECEPTORES CB1 DA PORÇÃO VENTRAL DO CORTEX PREFRONTAL MEDIAL MODULAM A RESPOSTA EMOCIONAL CONDICIONADA: ENVOLVIMENTO DA VIA NMDA/NO/CGS. Uliana, D.L.M.1; Antero, L.S.1; Lisboa, S.F.1; Resstel, L.B.M1. 1.Departamento de Farmacologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo Introdução: Receptores Canabinóides do tipo 1 (CB1) presente na porção ventral do cortex prefrontal medial (vCPFM) modulam a resposta emocional condicionada (REC), no modelo do medo condicionado ao contexto (MCC), sendo que a ativação destes receptores está relacionada com a redução de respostas comportamentais e cardiovasculares durante a reexposição ao contexto aversivo. Alem disso, outros alvos que também estam envolvidos com a modulação da REC, são os receptores de glutamato NMDA e a óxido nítrico sintase do tipo neuronial (nNOS) no vCPFM. Possivelmente, a resposta induzida pelo CB1 involve a modulação da liberação de glutamato e liberação de NO (Óxido Nítrico). Considerando estas evidências, nosso estudo tem como objetivo avaliar se a resposta induzida pelo antagonismo de CB1 no vCPFM é dependente de receptores de glutamato do tipo NMDA, da produção e liberação de NO, bem como da ativação da enzima guanilato ciclase soluvel (GCs). Materiais e Metódos: Ratos Wistars (250-270g), com canulas bilaterais implantadas no vCPFM, primeiramente foram expostos a caixa de condicionamento por um periodo de 10 minutos (Habituação), em uma segunda exposição a caixa foram deflagados 3 choques nas patas (0,850mA/2s). 24 horas após, foi implantado um cateter de polietileno na arteria femoral para avaliação dos parâmetros cardiovasculares. No dia seguinte, as respostas comportamentais e autonômicas (Pressão arterial média-PAM; Frequencia cardiaca-FC e Temperatura cutanêa da cauda-TC) foram continuamente avaliadas durante 10 minutos de reexposição a mesma caixa (Teste; sem choque). Veículo (DMSO 10%), antagonista de receptores CB1 NIDA41020 (NIDA, 25; 55; 100 pmol), antagonista de receptores NMDA (LY, 2nmol), inibidor da nNOS (NPLA, 0.04nmol), sequestrador de NO (c-PTIO, 1nmol), inibidor da GCs (ODQ, 1nmol) foram administrados no vCPFM 10 minutos antes do teste. Aprovação das condições de amazenamento e o procedimento experimental pelo comite de ética: 171/2014. Resultados: A administração de NIDA intra-vCPFM aumentou a tempo de congelamento (F3,47= 21,56; p<0,05, ANOVA, seguida de pos hoc de Tukey) e acentuou as resposta autonômicas (PAM, F3,47= 9,55, p<0,05; FC, F3,47=8,70, p<0,05; TC, F3.47=4,91, p<0,05; ANOVA, seguida de pos-hoc de Tukey) nas doses de 55 e 100 pmol, mas não a dose de 25pmol, em relação ao grupo veículo durante a reexposição ao contexto aversivo. NIDA nas dose efetivas de 55 e 100 pmol não mostraram diferenças comportamentais (p>0,05) e autonômicas (PAM, p>0,05; FC, p>0,05; TC, p>0,05) quando microinjectadas nas porções prelimbica (PL) e infralimbica (IL) do vCPFM. LY, NPLA, c-PTIO, ODQ não foram capazes de alterar as respostas comportamentais de congelamento (p>0,05) bem como as autonômicas (PAM, p>0,05; FC, p>0,05; TC, p>0,05), mas quando administrada anteriormente a menor dose efetiva de NIDA (55pmol) foram capazes de reverter o aumento do tempo de congelamento (LY, F3,28= 15,72, p<0,05; NPLA, F3,22= 7,81, p<0,05; c-PTIO, F3,23= 20,23, p<0,05; ODQ, F3,24= 17,48, p<0,05) e a acentuação das respostas autonômicas (LY - PAM, F3,28=6,69, p<0,05; FC, F3,28= 8,98, p<0,05; TC, F3,28= 3,056, p>0,05; NPLA – PAM, F3,22= 3,152, p<0,05; FC, F3,22= 3,65, p<0,05; TC, F3,22= 3,42, p<0,05; c-PTIO – PAM, F3,23= 10,54, p<0,05; FC, F3,23= 3,23, p<0,05; TC, F3,23= 3,07, p<0,05; ODQ – PAM, F3,24= 4,86, p<0,05; FC, F3,24= 4,79, p<0,05; TC, F3,24= 3,46, p<0,05) desencadeadas pelo antagonismo de receptores CB1 durante o teste. Conclusão: O presente resultado demonstrou que o antagonismo de receptores CB1 aumenta a REC no MCC e que estas resposta foram semelhantes quando o antagonista foi administrado nas porções PL e IL do vCPFM. Alem disso, o aumento da REC induzido pelo antagonista de receptores CB1 parece depender da ativação de receptores NMDA de glutamato, produção e liberação de NO, e ainda ativação da enzima GCs. Portanto, este resultado corrobora com nossa hipótese que o sistema endocanabinóide, via receptor CB1, modula a REC no MCC pela via NMDA/NO/GCs. Palavras-chaves: Receptor CB1 , Oxido Nitrico, resposta emocional condicionada, cortex pre-frontal medial. Apoio Financeiro: CAPES, CNPq e FAPESP

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P24. OS RECEPTORES CB1 PRESENTES NA PORÇÃO VENTRAL DO CÓRTEX PRÉ-FRONTAL MEDIAL MODULAM A ATIVIDADE CARDÍACA DO BARORREFLEXO ATRAVÉS DA VIA RECEPTOR NMDA/ÓXIDO NÍTRICO. Lagatta; D.C.1; Kuntze; L.B.1; Ferreira-Junior N.C.1; Resstel; L.B.M.1 1- Departamento de Farmacologia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP. Introdução: A via receptor NMDA/NO presente no córtex pré-frontal medial ventral (CPFMv) possui um papel facilitatório na atividade cardíaca do barorreflexo. Receptores canabinóides CB1 presentes na área diminuem a liberação de glutamato e reduzem a magnitude das respostas bradicárdicas e taquicárdicas do barorreflexo. Objetivo: Verificar se existe uma interação dos receptores CB1 com a via receptor NMDA/NO no CPFMv na modulação da atividade cardíaca do barorreflexo. Métodos: Ratos Wistar de 240 a 270 gramas tiveram cânulas guia implantadas no CPFMv. Setenta e duas horas depois, um cateter de polietileno foi implantado na artéria femoral para a medida dos parâmetros cardiovasculares e um outro cateter na veia femoral para infusão de drogas vasoativas, fenilefrina e nitroprussiato de sódio, que estimulam respostas bradicárdicas e taquicárdicas, respectivamente. Resultados: A administração do antagonista de receptores CB1 (AM251, 100 pmol/200 nL) no CPFMv aumentou as respostas bradicárdicas (F(2,14)= 9.52; p<0.05, n=5) e taquicárdicas (F(2,14)= 4.15; p<0.05, n=5) do barorreflexo. Este grupo experimental foi utilizado como controle nos protocolos seguintes. O efeito do antagonista CB1 foi prevenido pela administração na área de doses inefetivas do antagonista de receptores NMDA (AP7, 0,4 nmol/ 200 nL; bradicardia: F(2,17)= 0.66; p>0.05, e taquicardia: F(2,17)= 0.33; p>0.05, n=6); do inibidor da óxido nítrico sintase neuronal (n-propil, 8 pmol/200 nL; bradicardia: F(2,17)= 0.34; p>0.05, e taquicardia: F(2,17)= 0.26; p>0.05, n=6); do sequestrador de NO (carbóxi-PTIO, 0,2 nmol/ 200 nL; bradicardia: F(2,17)= 0.40; p>0.05, e taquicardia: F(2,17)= 1.44; p>0.05, n=6) e do inibidor da guanilato ciclase solúvel (ODQ, 0,2 nmol/ 200nL; bradicardia: F(2,17)= 0.11; p>0.05, e taquicardia: F(2,17)= 0.28; p>0.05, n=6) previamente ao AM251. Conclusão: Os resultados sugerem que os receptores CB1 do CPFMv possuem um papel inibitório sobre a atividade cardíaca do barorreflexo por reduzirem a liberação de glutamato e a consequente ativação de receptores NMDA e produção de NO. Apoio financeiro: CAPES, CNPq, FAPESP, FAEPA.

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P25. EFEITO DA EXPOSIÇÃO A CHOQUES INESCAPÁVEIS E DO TRATAMENTO COM ANTIDEPRESSIVO SOBRE O SISTEMA PURINÉRGICO NO HIPOCAMPO E NO CÓRTEX PRÉ FRONTAL. Ribeiro D. E.1; Pinto e Silva M.A.1; Casarotto P. C.2; Biojone C.1,2; Joca S. R.1. ¹ Department of Pharmacology, School of Medicine of Ribeirão Preto, University of São Paulo, Brazil. ² Neuroscience Center, University of Helsinki, Helsinki Introdução: Há diversas evidências do envolvimento dos receptores P2X7 e P2X4 nos transtornos de humor. Nos seres humanos, polimorfismos dos receptores P2X7 estão associados ao desenvolvimento de depressão. Em modelos animais, a ausência destes receptores é capaz de induzir comportamento tipo-antidepressivo: camundongos KO para os receptores P2X7 possuem fenótipo tipo-antidepressivo, e a administração sistêmica de um antagonista preferencial para estes receptores resulta em comportamento tipo-antidepressivo em camundongos. Por fim, animais tratados com um modulador alostérico positivo dos receptores P2X4 apresentam comportamento tipo-depressivo. Objetivos: Investigar se os efeitos comportamentais induzidos pelo estresse e/ou pelo tratamento antidepressivo está associado a alterações na expressão de receptores P2X7 e P2X4 no córtex e hipocampo, estruturas relacionadas às respostas comportamentais induzidas pelo estresse e pelo tratamento antidepressivo. Metódos: O modelo de desamparo aprendido (LH) foi utilizado a fim de estudar os efeitos comportamentais do estresse e do tratamento antidepressivo, devido a sua boa validade preditiva e de face. LH é um modelo baseado na observação de que a exposição ao estresse incontrolável induz déficits comportamentais que são sensíveis ao tratamento crônico, mas não agudo, com antidepressivos. Para a realização do teste comportamental, ratos Wistar foram submetidos a sessão pré-teste do LH (40 choques inescapáveis nas patas, 0,4 mA, duração de 10 s, intervalo 30-90 s), foram tratados com veículo ou desipramina 25 mg/kg (DES), durante sete dias e, 1 hora após a última injeção, foram subemtidos a sessão teste do LH. Esta sessão consistiu de 30 choques escapáveis nas patas (0,4 mA, duração 10 s, intervalos de 30-90s) precedidas de um tom (60dB, 670Hz) que começava 5s antes de cada choque e persistia até o fim do mesmo. Os animais poderiam evitar o choque durante a apresentação do som (esquiva) ou interrompe-lo (fuga) atravessando para o lado oposto da câmara. A ausência destes comportamentos era considerada falha do animal e este foi o parametro utilizado na análise do teste. Um grupo independente de ratos foi submetido a sessão pré-teste do LH (grupo estressado) ou habituação no mesmo aparelho (grupo não-estressado), foram tratados com veículo ou DES durante sete dias, foram sacrificados 1 hora após o última injecção, e o córtex pré-frontal e hipocampo de cada animal foi dissecado. A expressão de receptores P2X7 e P2X4 nestas estruturas foram determinadas por western blotting. Resultados: O tratamento com DES diminuiu o número de falhas dos animais submetidos ao teste do LH (t17 = 3,16; p <0,05). Os animais submetidos a sessão pré-teste do LH (grupo estressado) apresentaram um aumento na expressão de receptores P2X7 no hipocampo dorsal (F2,14 = 7,282; p <0,05) e uma diminuição na expressão de receptores P2X4 no córtex pré-frontal (F2,16 = 4,560; p <0,05). Estes efeitos foram atenuados pelo tratamento com DES. Conclusão: O sistema purinérgico pode estar envolvido na resposta ao estresse e ao tratamento antidepresivo. Apoio Financeiro: Fapesp.

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P26. EFEITOS DO ESTRESSE CRÔNICO NA MODULAÇÃO DAS RESPOSTAS CARDIOVASCULARES E VENTILATÓRIAS ATIVADAS PELO QUIMIORREFLEXO E BARORREFLEXO EM RATOS. Firmino E.M.S1; Kuntze L.B1; Lagatta D.C1; Resstel L.B1. 1Departamento de Farmacologia, Laboratório de Neurofarmacologia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. Introdução: O organismo está sujeito a diversos estímulos estressantes que afetam inúmeros processos fisiológicos. Embora as alterações de pressão arterial e frequência cardíaca sejam comuns frente à exposição ao estresse, elas podem variar de acordo com os diferentes estressores, tipo de estresse, duração, frequência e intensidade do estímulo aversivo utilizado. Vários estudos sugerem que o estresse é capaz de alterar a regulação autonômica e reflexos respiratórios, como a atividade do barorreflexo e do quimiorreflexo. Objetivo: Avaliar se um mesmo tipo de estressor (homotípico) ou diferentes estressores (heterotípico) modulam as respostas cardiovasculares e respiratórias ativadas pelo barorreflexo e quimiorreflexo, respectivamente. Métodos: Ratos machos Wistar, pesando entre 350 -500g foram submetidos ao estresse crônico repetido (ECR, homotípico) ou estresse crônico variado (ECV, heterotípico) durante 14 dias consecutivos. Após as sessões de estresse foram implantas cânulas de polietileno na artéria e veia femoral para realizar o registro dos parâmetros cardiovasculares e para infusão de fármacos respectivamente. A atividade do barorreflexo foi analisada através dos dados registrados de pressão arterial média e frequência cardíaca (PAM e FC) após a infusão dos agentes vasoativos fenilefrina ou de nitroprussiato de sódio (NPS). A atividade do quimiorreflexo foi estudada registrando a resposta reflexa de elevação da PA, bradicardia e as respostas ventilatórias à administração intravenosa de KCN. Resultados: O ECR foi capaz de aumentar a inclinação da regressão linear relacionado com as respostas bradicárdica (controle= -2.08 ± 0.26 e ECR = -2.99 ± 0.35; F(2,27)= 4.090; p<0.05) e taquicárdica (controle = -1.59 ± 0.18 e ECR = -2.45 ± 0.34;F(2,27)= 3.407; p<0.05) do barorreflexo, seguido pela diminuição do componente de baixa frequência - LF (simpático) (F(2,22)=5.514; p<0.05) e alta frequência - HF (parassimpático) F(2,22)=4.730; p<0.05) do intervalo de pulso (IP). No entanto, ambos os protocolos foram capazes de diminuir a sensibilidade do barorreflexo espontâneo (F(2,18)=4.388; p<0.05). Em relação ao quimiorreflexo, tanto o ECR quanto o ECV atenuaram a resposta pressora (F(2,27)=7.477;p<0.05). Entretanto, apenas o ECV aumentou a frequência respiratória basal. Além disso, o ECR e ECV também atenuaram os parâmetros ventilatórios, tal como o volume corrente médio basal (VT) (F(2,29)=4.940; p<0.05). Conclusão: Nossos resultados sugerem que o estresse crônico afeta a modulação cardiovascular, autonômica, além das respostas ventilatórias associados ao quimiorreflexo. Apoio financeiro: CNPq

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P27. PARTICIPAÇÃO DAS ASAS LATERAIS DO NÚCLEO DORSAL DA RAFE, NA RESPOSTA DE FUGA EM RATOS SUBMETIDOS À CONDIÇÃO DE HIPÓXIA. Gabriel G. Fernandes, Hélio Zangrossi Jr. Departamento de Farmacologia, FMRP/USP. Introdução: Nas últimas décadas, diversas evidências têm correlacionado o transtorno do pânico com distúrbios respiratórios. Em particular, foi sugerido que os ataques de pânico seriam resultantes de uma hipersensibilidade de quimioceptores centrais, os quais compõem o sistema de alarme de sufocamento. Apesar das estruturas encefálicas responsáveis em desempenhar a função quimioceptora serem desconhecidas, as asas laterais do núcleo dorsal da rafe (lwDR) tem recebido grande destaque. Estudos neuroanatômicos descrevem que as lwDR são altamente vascularizadas e possuem conexões diretas com estruturas encefálicas responsáveis pela expressão de respostas comportamentais e respiratórias frente a uma situação de sufocamento como, por exemplo, a substância cinzenta periaquedutal dorsal (SCPD). Além disto, evidencias eletrofisiológicas, tanto in vivo quanto in vitro, sugerem que os neurônios das lwDR são sensíveis a pequenas alterações na pO2 e/ou pCO2. Neste mesmo sentido, recentemente, nosso grupo de pesquisa demonstrou que a estimulação farmacológica dessa sub-região em ratos leva a expressão de comportamentos defensivos de fuga, os quais têm sido sistematicamente utilizados como marcadores preditivos de ataque de pânico em animais. Com base nesses achados, o presente projeto tem por objetivo avaliar o papel das lwDR como a região quimioceptora central. Para este fim, será feita a análise comportamental associadas à técnica de imunoistoquímica, bem como a manipulação farmacológica das lwDR de animais submetidos ao modelo animal de ataque de pânico, no qual as respostas de fuga são induzidas pela exposição à condição de hipóxia (O2= 7%). Para fins comparativos, também será avaliada a participação da SCPD, uma vez que essa região está diretamente envolvida na expressão de respostas de fuga. Metodologia: Serão utilizados ratos Wistar (280g) que receberão água e comida ad libitum. Na primeira etapa, os animais serão divididos em 2 grupos distintos (n=7); o primeiro grupo (hipóxia) será submetido a uma câmara hermeticamente selada e expostos à condição de hipóxia (concentração de O2= 7%) por 6 minutos. O segundo grupo (controle) será submetido a uma câmara hermeticamente selada e mantidos em condição de normóxia (concentração de O2= 21%) por 6 minutos. Serão avaliados os comportamentos de saltos e corrida. Duas horas após a exposição, os animais serão anestesiados e perfundidos transcardiacamente com solução de paraformaldeído 4% para a remoção do encéfalo, o qual será processado pela técnica de imunoistoquímica para detecção da proteína FOS (marcador de ativação neuronal) e da enzima triptofano hidroxilase (marcador de neurônio serotonérgico). Na segunda etapa (farmacológica), os animais serão submetidos à cirurgia estereotáxica para o implante de cânula guia direcionada à lwDR ou SCPD. Cinco dias após o procedimento cirúrgico, os animais receberão microinjeção intra-lwDR ou intra-SCPD do inibidor de sinapse, cloreto de cobalto (CoCl2, 0 ou 1 mM), ou do agonista de receptores GABAA, muscimol (0; 1nmol), e 10 minutos após, serão submetidos à análise comportamental em situação de hipóxia. Resultados esperados: Espera-se que a análise imunoistoquímica revele ativação de neurônios não serotoninérgicos e/ou uma diminuição no número de neurônios serotoninérgicos ativados, tanto na SCPD como nas lwDR. A manipulação farmacológica da SCPD com muscimol e CoCl2 atenuaria a resposta de fuga no modelo de hipóxia e apenas a manipulação com muscimol, na região das lwDR, seria capaz de atenuar a expressão do comportamento defensivo. Apoio Financeiro: CNPq.

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P28. RECEPTORES TRPV1 E CB1 PRESENTES NO CPFMV MODULAM AS RESPOSTAS AUTONÔMICAS EM RATOS SUBMETIDOS AO ESTRESSE POR RESTRIÇÃO. Moraes-Neto, T.B.; Fassini, A.; Correa, F.M.A.; Resstel, L.B.M. Departamento de Farmacologia, FMRP, USP. Introdução: O estresse por restrição agudo (ER) é uma situação aversiva que causa alterações autonômicas, caracterizadas pelo aumento da pressão arterial média (PAM), da frequência cardíaca (FC) e queda da temperatura cutânea da cauda. A porção ventral do córtex pré-frontal medial (CPFMv) é uma estrutura límbica que pode modular respostas autonômicas decorrentes do estresse pode ser dividida em duas porções, córtex pré-límbico (PL) e córtex infralímbico (IL). O sistema glutamatérgico presente no CPFMv está envolvido com a modulação de respostas autonômicas decorrentes do ER. Além disso, a ativação de receptores CB1 reduz a liberação de glutamato no CPFMv. Entretanto, a ativação de receptores TRPV1 aumenta a liberação de glutamato no CPFMv. Portanto, o objetivo do presente trabalho foi de investigar o envolvimento dos receptores TRPV1 e dos receptores CB1 na modulação de respostas autonômicas decorrentes do ER. Metodologia: Foram usados ratos Wistar (250-270 g), que tiveram implantados bilateralmente cânulas guia no PL ou IL para administração de drogas e um cateter de polietileno foi implantado na artéria femoral para registro da PAM e FC. A temperatura cutânea da cauda (TCC) foi medida usando uma câmera térmica. Os animais foram submetidos à restrição, que foi realizado ao introduzir o animal dentro de um pequeno tubo cilíndrico de restrição (diâmetro = 6,5 cm e comprimento = 15 cm) e que durou por 60 minutos. O antagonista de receptores TRPV1, 6-iodonordihydrocapsaicin (6-IODO, 3 nmol/ 200 nL) foi administrado 10 minutos antes do ER. O antagonista de receptores CB1, AM251 (1 pmol/ 200nL) foi administrado 5 minutos antes do inibido da enzima FAAH, URB597 (100 nmol/ 200nL) que foi administrado 10 minutos antes do ER. Resultados: O ER aumentou ambos PAM (F35, 350 =20.48, P<0.05) e FC (F35, 350 =17.44, P<0.05) e reduziu a TCC (F17, 170 =35.08, P<0.05). A microinjeção de 6-IODO (n=6) reduziu a resposta de aumento de PAM (PL: F1, 350 =7.609, P<0.05; IL: F1, 350 =6.503, P<0.05 ) e de FC (PL: F1, 350 =16.66, P<0.05; IL: F1,

350 =14.59, P<0.05 ), mas não a de queda da TCC (PL: P>0.05; IL: P>0.05 ) decorrente ao ER quando comparados com os animais tratados com veículo (n= 6). A microinjeção de AM251 e URB597 (n=6) reduziu a resposta de aumento de PAM (F3, 700 =5.580, P<0.05) e de FC (F3, 700 =3.979, P<0.05) e de quedada TCC (F3, 340 =4.752, P<0.05) decorrente ao ER quando comparados com os animais tratados com veículo (n= 6) Conclusão: O presente estudo mostra que o sistema endocanabinóide presente no CPFMv, através da ativação de receptores TRPV1 tem uma influência excitatória na resposta cardiovascular e a ativação de receptores CB1 tem uma influência excitatória nas respostas cardiovasculares e inibitória nas respostas da queda da TCC causados pelo ER. Apoio financeiro: FAPESP, CAPES e FAEPA.

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P29. MARCADORES DE RESPOSTA AO SILDENAFIL NO TRATAMENTO DA DISFUNÇÃO ERÉTIL: PAPEL DA DIMETIL ARGININA ASSIMÉTRICA. 1Azevedo A.M.M.; 1Tanus-Santos J.E.; 2Lacchini R. 1Departamento de Farmacologia, FMRP/USP; 2Laboratório de Farmacogenética, EERP/USP. Introdução: Disfunção erétil (DE) é definida como uma incapacidade constante em se atingir ou manter uma ereção peniana suficiente para permitir satisfação em uma relação sexual. A DE é relacionada com a produção de óxido nítrico pelo endotélio arterial peniano. O NO é produzido, utilizando como substrato a arginina, pela enzima óxido nítrico sintase (NOS) que está presente nas formas constitutivas neuronal (nNOS) e endotelial (eNOS) e na forma indutiva (iNOS). Frente a um estímulo sexual, o NO é produzido pela nNOS, resultando em completo relaxamento do músculo liso cavernoso. A vasodilatação das arteríolas aferentes do pênis induz as células endoteliais a sintetizarem NO pela enzima eNOS, sustentando a ereção. A dimetilarginina assimétrica (ADMA) age como inibidor endógeno dos três subtipos de NOS, sendo considerada marcador plasmático da função endotelial e fator de risco para doenças cardiovasculares. A ADMA é metabolizada por três enzimas, as dimetilarginina dimetilaminohidrolase 1 e 2 (DDAH1 e DDAH2) e alanina–glioxilato aminotransferase (AGXT2), que juntas são responsáveis por mais de 80% da degradação de ADMA. Tem sido sugerido que a ação terapêutica envolvendo a atividade dessas três enzimas pode ser uma forma de melhorar a saúde vascular. Objetivos: 1) Examinar a associação entre polimorfismos genéticos (e haplótipos) das enzimas DDAH1, DDAH2 e AGXT2 com as concentrações plasmáticas de ADMA e de nitrito (marcador da produção de NO) circulantes em pacientes com DE; 2) Avaliar se os polimorfismos genéticos (e haplótipos) e alterações nos níveis de ADMA e nitrito estão associados com variações na resposta ao Sildenafil e seu impacto no sucesso da terapia de pacientes com DE. Métodos: Pretendemos estudar 210 voluntários adultos (18 a 80 anos de idade), sendo 100 portadores de DE e 110 voluntários sadios (grupo controle). Tamanho amostral foi estimado utilizando o programa PGA, de forma a permitir a avaliação da associação de variantes genéticos relativamente mais raros com DE, com alfa<0.05 e beta<0.20. Serão coletados 20 ml de sangue venoso dos voluntários, para realizar as genotipagens e estudos bioquímicos do sangue e plasma. O esquema diagnóstico e terapêutico instituído aos pacientes do estudo seguirá a rotina habitual de manejo clínico, usualmente empregada no Ambulatório de Urologia do HCFMRP-USP, de onde serão oriundos os pacientes com DE, sob coordenação do Prof. Dr. Antônio Carlos Pereira Martins e Prof. Dr. Sílvio Tucci Junior, FMRP-USP. Os voluntários sadios serão recrutados da comunidade local e selecionados por pareamento de raça e idade ao grupo de pacientes com DE. As Genotipagens serão feitas a partir de amostras de DNA genômico por real time RT-PCR. O DNA genômico será extraído do sangue total utilizando-se o “kit” de extração de DNA QIAmp DNA Mini Kit (Qiagen Inc.). O programa Phase será utilizado para a determinação dos haplótipos. Para quantificação de nitrito plasmático, serão utilizadas amostras de plasma, obtidas por centrifugação logo após a coleta de sangue total e mantidas em freezer a -80ºC até as análises. O conteúdo de nitrito no plasma será determinado através de um analisador de óxido nítrico por quimiluminescência (Sievers, USA), sendo todas as amostras analisadas em triplicatas. As quantificações de ADMA serão realizadas por ELISA (EA201 / 96 Imuno; DLD Diagnostika GMBH, Hamburgo, Alemanha) em 20 μL de soro humano de acordo com as instruções do fabricante. Apoio Financeiro: FAPESP, CNPq e CAPES.

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P30. EFEITO DE POLIMORFISMOS GENÉTICOS DA SINTASE ENDOTELIAL DO ÓXIDO NÍTRICO SOBRE AS ALTERAÇÕES HEMODINÂMICAS INDUZIDAS PELO PROPOFOL. 1Oliveira-Paula G.H., 2Lacchini R., 1Pinheiro L.C., 3Garcia W., 3Garcia L.V., 1Tanus-Santos J.E. 1Departamento de Farmacologia, FMRP/USP; 2Departamento de Enfermagem Psiquiátrica e Ciências Humanas, EERP/USP; 3Departamento de Biomecânica, Medicina e Reabilitação do Aparelho Locomotor, FMRP/USP. Introdução: o propofol é um importante anestésico endovenoso, capaz de induzir alterações hemodinâmicas, tais como hipotensão e bradicardia. Parte do efeito hipotensor do propofol tem sido atribuída à produção de óxido nítrico (NO) pelas células endoteliais. De fato, estudos tem demonstrado que o propofol é capaz de ativar a sintase endotelial do óxido nítrico (eNOS) e assim aumentar a produção de NO. Portanto é possível que polimorfismos genéticos no gene que codifica a eNOS possam afetar a biodisponibilidade de NO durante a indução anestésica com propofol e deste modo influenciar as alterações hemodinâmicas induzidas por este fármaco. Objetivos: avaliar o efeito de genótipos e haplótipos de polimorfismos no gene da eNOS (g.-786T>C, g.-665C>T, 4b/4a VNTR e Glu298Asp) sobre as alterações hemodinâmicas induzidas pelo propofol, bem como avaliar o efeito destes marcadores genéticos sobre a biodisponibilidade de NO após a administração deste fármaco. Métodos: Foram incluídos no estudo 191 pacientes submetidos à anestesia com propofol. De cada paciente foram coletadas uma alíquota de sangue venoso antes da administração do propofol e outra 10 minutos após a administração do fármaco. Nesse período foram registrados os valores de pressão arterial sistólica (PAS), diastólica (PAD) e média (PAM) e frequência cardíaca (FC). As alterações nos níveis pressóricos foram calculadas como: ΔPA (PAS, PAD e PAM) = (PA basal – PA após administração do propofol)*(-1); similarmente, as alterações na FC foram calculadas como: ΔFC = (FC basal – FC após administração do propofol)*(-1). O DNA genômico foi extraído a partir do sangue total por meio da técnica fenol-clorofórmio. As genotipagens para o polimorfismo 4b/4a VNTR foram realizadas por meio da reação em cadeia da polimerase (PCR) convencional, enquanto as genotipagens para os polimorfismos g.-786T>C, g.-665C>T e Glu298Asp estão sendo realizadas por PCR em tempo real. Os haplótipos serão estimados com o uso do software de análise PHASE. Os níveis plasmáticos de nitrito (que refletem a biodisponibilidade de NO) serão avaliados por quimioluminescência. Resultados: Como esperado, o propofol induziu a uma queda significativa da pressão arterial (P<0,0001) e da FC (P<0,05). As médias de ΔPA foram de -35±19 mmHg para PAS, -18±12 mmHg para PAD e -23±13 mmHg para PAM, enquanto o valor de ΔFC foi de -4±13 batimentos/min. Não foram encontradas associações entre genótipos do polimorfismo 4b/4a VNTR e ΔPAS (4b4b = -34±19 mmHg, N=124; 4b4a = -36±19 mmHg, N=60; 4a4a = -39±20 mmHg, N=7; P>0,05), ΔPAD (4b4b = -19±12 mmHg, N=124; 4b4a = -16±12 mmHg, N=60; 4a4a = -17±11 mmHg, N=7; P>0,05), ΔPAM (4b4b = -23±13 mmHg, N=124; 4b4a = -22±13 mmHg, N=60; 4a4a = -21±12 mmHg, N=7; P>0,05). Porém, este polimorfismo afetou significativamente os valores de ΔFC (4b4b = -3±13 batimentos/min, N=124; 4b4a = -6±14 batimentos/min, N=60; 4a4a = -17±20 batimentos/min, N=7; P<0,05). As genotipagens para os polimorfismos g.-786T>C, g.-665C>T e Glu298Asp (e posteriormente a estimativa dos haplótipos), bem como as dosagens de nitrito plasmático ainda estão em andamento e portanto, os resultados referentes a essas análises serão apresentados durante o evento. Conclusão: Estes achados indicam que o polimorfismo 4b/4a VNTR no gene da eNOS afeta as reduções na FC induzidas pelo propofol. Particularmente, indivíduos portadores do genótipo 4a4a para este polimorfismo apresentam uma redução mais intensa na FC do que indivíduos portadores do genótipo 4b4b. Apoio Financeiro: CNPq.

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P31. ESTUDO DA ATIVAÇÃO DO RECEPTOR TP ENDOTELIAL E SUAS VIAS DE SINALIZAÇÃO INTRACELULAR NA HIPERTENSÃO RENOVASCULAR. 1Santos, J.D.; 1Grando, M.D.; 1Silva, B.R.; 1Bendhack, L.M. 1 Laboratório de Farmacologia FCFRP-USP Introdução: A hipertensão arterial é caracterizada pelo aumento crônico da pressão arterial (PA), que depende do débito cardíaco e resistência vascular periférica. As células endoteliais exercem um papel fundamental na regulação do tônus vascular por diversos mecanismos como a liberação de fatores contráteis (EDCFs) e relaxantes (EDRFs). O tromboxano A2 (TXA2), prostanóide derivado do ácido araquidônico pela via da cicloxigenase (COX), faz parte do grupo de moléculas vasoativas descritas como EDCFs. O receptor TP é o principal receptor do TXA2 e sua ativação parece reduzir o papel relaxante induzido pelo óxido nítrico (NO). Além dos EDCFs e EDRFs, o estresse oxidativo, caracterizado pela liberação excessiva de espécie reativas de oxigênio (EROs) também está relacionado com a menor biodisponibilidade do NO. O TXA2 tem sido estudado como um dos agentes que contribuem para a indução/manutenção do estresse oxidativo. A ativação do receptor TP endotelial em modelos de hipertensão genética leva ao aumento da atividade da COX, produzindo EDCFs e EROs. Entretanto, estudos prévios do nosso laboratório, em modelo de hipertensão renovascular, demonstraram que a pré-incubação de preparações de aorta isoladas com L-NAME não altera o efeito contrátil induzido pela ativação do receptor TP em artérias de ratos normotensos e hipertensos. Assim, nossa hipótese é de que a ativação do receptor TP em células endoteliais está envolvida com a regulação da geração de EROs e outros fatores, e que tais mecanismos estão relacionados com a manutenção do quadro patológico da hipertensão renovascular. Objetivos: Avaliar a relação entre a ativação do receptor TP em células endoteliais e geração de EROs e outros agentes moduladores do tônus vascular e como tais vias contribuem para a manutenção da hipertensão arterial em modelo animal de hipertensão renovascular. Métodos: Ratos machos (180- 200g) serão submetidos à cirurgia para implantação de clipe de prata na artéria renal esquerda (2R-1C) e outro grupo será submetido ao estresse cirúrgico, porém sem a implantação do clipe (2R). Seis semanas após a cirurgia, será aferida a PA e ratos 2R-1C com a PA≥160 mmHg serão considerados no estudo. Todos os protocolos serão realizados com os dois grupos experimentais. Em aortas isoladas, serão realizadas curvas concentração-efeito para a contração induzida pelo U-46619 (análogo do TXA2) após incubação com Tiron (sequestrador de ânion superóxido), GF109203X (inibidor não seletivo da proteína quinase-C) ou Y27632 (inibidor não seletivo da Ro-quinase) em preparações com ou sem endotélio, e para o relaxamento induzido pela acetilcolina na presença de Tiron. Em células endoteliais isoladas das aortas estimuladas com U-46619, avaliaremos por imunofluorescência a densidade de receptores TP. A produção de NO e ROS será medida por citometria de fluxo, utilizando-se sondas DAF-2DA e DHE, respectivamente. A expressão da forma fosforilada da NO-sintase será realizada por western blotting. Os resultados serão expressos como média ± EPM e será utilizado o teste t de Student ou análise de variância. Valores com p<0,05 serão considerados estatisticamente significativos.

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P32. PARTICIPAÇÃO DA NAD(P)H OXIDASE NOS EFEITOS DO CONSUMO CRÔNICO DE ETANOL SOBRE O CORPO CAVERNOSO DE RATO. 1Leite LN, 2Hipolito UV 2Tirapelli CR. 1FMRP-USP, 2EERP-USP. Introdução: O passo inicial para o dano vascular associado ao etanol envolve a formação de espécies reativas de oxigênio pela enzima NAD(P)H oxidase e redução da biodisponibilidade do óxido nítrico. Objetivo: Avaliar a participação da NAD(P)H oxidase nos efeitos induzidos pelo consumo crônico de etanol sobre o corpo cavernoso de ratos através da sua inibição pela apocinina (APO). Métodos: Todos os protocolos descritos foram aprovados pela Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA) do Campus de Ribeirão Preto – USP (Protocolo 13.1.471.53.9). Ratos Wistar foram divididos em 4 grupos: Controle (C): recebeu água “ad libitum”; Etanol (E): recebeu solução de etanol a 20% (v/v) por 6 semanas; Controle+APO (CA): recebeu água “ad libitum” e APO (30mg/Kg) diariamente por gavagem; Etanol+APO (EA): recebeu solução de etanol a 20% e APO. A reatividade de tiras de tecido cavernoso foi avaliada para nitroprussiato de sódio (NPS) e acetilcolina (ACh). Níveis de nitrato/nitrito (NOx) foram determinados em plasma (µmol/L) e corpo cavernoso de ratos (nmol/mg proteína). O estresse oxidativo sistêmico foi avaliado no plasma por TBARS (nmol/mL) e os níveis de ânion superóxido (O2

-) em corpo cavernoso de rato foram avaliados pelo método de quimioluminescência da lucigenina. A expressão proteica da p47phox e Nox1 foram avaliadas por Western blot. A atividade da superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT) e os níveis de glutationa reduzida (GSH) foram avaliados no tecido cavernoso e plasma. Os níveis de peróxido de hidrogênio (H2O2) foi determinado fluorimetricamente no corpo cavernoso de rato. Os níveis de IL-10, IL-1β, IL-6 e TNF-α foram avaliados no corpo cavernoso de rato. Resultados: O consumo de etanol por 6 semanas reduziu o relaxamento induzido pela ACh (C: 41,6±1,5%;n=5 E: 29,7±1,0%;n=7). A APO preveniu a redução do relaxamento á ACh (CA: 42,7%±1,1;n=4 EA: 41,8±0,7%;n=6)(p<0,05, ANOVA). Não houve alteração na resposta induzida pelo NPS (C:99,9±4,4%;n=4 E: 91,6±2,5%;n=5 CA: 91,6±1,9%;n=4 EA: 100,6±2,5%;n=4) O tratamento com etanol induziu aumento do estresse oxidativo sistêmico (C: 19,7±2,0; n=12 E: 34,6±1,5,;n=6) e a APO preveniu essa resposta (CA: 18,7 ± 1,9; n=11 EA: 21,2 ± 1,6, n= 13) (p<0,05, ANOVA). Os níveis de O2

- (URL/mg proteína) foram maiores no grupo etanol (241,9±13,7; n=8) quando comparado ao controle (96,4±16,0; n=7). Este aumento foi prevenido pela APO (CA: 75,8 ± 12,1; n=8 EA: 106,7±17,1; n=8) (p<0,05, ANOVA). O consumo crônico de etanol reduziu os níveis de NOx no plasma (C: 22,8±1,7; n=16 E: 10,7±0,7;n=16 CA: 21,6 ± 1,5; n=16 EA: 18,5 ± 1,7; n= 16) e corpo cavernoso (C: 14,0±0,6; n=6 E: 8,0±1,2;n=6), e a APO preveniu esta redução no corpo cavernoso (CA: 13,9 ± 0,9; n=6 EA: 13,5 ± 0,4; n= 5) (p<0,05, ANOVA). O consumo crônico de etanol aumentou a razão membrana/citosol da expressão da p47phox, indicando a translocação da subunidade. A APO preveniu o aumento da translocação da p47phox induzida pelo etanol. O consumo crônico de etanol não alterou a expressão da Nox1. A atividade da SOD (% inibição) não foi alterada no plasma após consumo de etanol (C: 87,9±0,7; n=8 E: 85,4±2,2; n=8 CA: 85,6 ± 4,9; n=8 EA: 88,4 ± 1,2; n= 8), mas foi reduzida no corpo cavernoso do grupo etanol (C: 32,9±1,84; n=7 E: 22,5±1,8;n=7). A APO preveniu esta redução no corpo cavernoso (CA: 33,3 ± 1,9; n=7 EA: 35,6 ± 2,5; n= 7) (p<0,05, ANOVA). O consumo crônico de etanol aumentou a atividade da CAT no plasma (U/mL) (C: 78,9±8,0; n=8 E: 133,7±11,3;n=8) e no corpo cavernoso (U/mg proteína) (C: 10,4±2,9; n=7 E: 26,8±2,8;n=7). A APO preveniu este aumento no corpo cavernoso (CA: 17,9 ± 2,3; n=7 EA: 19,8 ± 1,7; n= 7), mas não no plasma (CA: 128,4 ± 11,7; n=8 EA: 123,3 ± 10,2; n= 8) (p<0,05, ANOVA). Os níveis de GSH não foram alterados pelo consumo crônico de etanol no plasma (µg/mL) (C: 4,2±0,4; n=8 E: 3,5±0,4;n=8 CA: 3,2 ± 0,5; n=8 EA: 4,3 ± 0,5; n= 8) e no corpo cavernoso (µg/mg proteína) (C: 0,50±0,20; n=7 E: 0,35±0,09;n=7 CA: 0,70 ± 0,21; n=7 EA: 0,23 ± 0,04; n= 7). O consumo crônico de etanol reduziu os níveis de H2O2 (µmol/g proteína) (C: 0,36±0,03; n=7 E: 0,19±0,02;n=7). A APO preveniu esta resposta (CA: 0,35 ± 0,04; n=7 EA: 0,36 ± 0,03; n=7) (p<0,05, ANOVA). O consumo crônico de etanol não alterou os níveis de IL-1β, IL-10 e IL-6, mas aumentou os níveis de TNF-α no tecido cavernoso. Conclusão: Consumo crônico de etanol induz estresse oxidativo, reduz o relaxamento à ACh e os níveis de NOx no corpo cavernoso de ratos, sendo essas respostas mediadas pela enzima NAD(P)H oxidase. Apoio Financeiro: CNPq.

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P33. O PAPEL DO RECEPTOR DE HIDROCARBONETOS DE ARILA NA INSTABILIDADE OU VULNERABILIDADE DA PLACA ATEROSCLERÓTICA. 1Barreto P.A., 1Olivon V.C., ¹Alves-filho J.C., Cunha F.Q., 1Tostes R.C. 1Departamento de Farmacologia, FMRP/USP. Introdução: A aterosclerose representa uma das principais doenças cardiovasculares, sendo caracterizada como doença inflamatória crônica na camada subendotelial das artérias. Os fatores hemodinâmicos locais, como tensão de cisalhamento e tensão de arraste, desempenham papel fundamental no desenvolvimento e progressão da doença. Na formação da placa aterosclerótica, o acúmulo de restos celulares e lipídeos levam à formação de um núcleo necrótico que, posteriormente, irá compor a cápsula fibrosa, responsável pela estabilização da mesma. A elevada expressão de metaloproteinase (MMP)-12, presença significante de macrófagos e de interleucina (IL)-8 são marcadores de inflamação vascular e da formação da placa aterosclerótica. Redução do número de células de músculo liso vascular, juntamente com aumento do número de macrófagos, liberação de citocinas e atividade das MMPs são fatores responsáveis pela instabilidade ou vulnerabilidade da placa aterosclerótica. A ativação de Receptores de Hidrocarbonetos de Arila (AHR) aumenta os marcadores de formação da placa aterosclerótica. Considerando que o AHR tem participação importante na instalação e manifestações clínicas de doenças cardiovasculares, a hipótese do presente projeto é que a ativação do AHR produz aumento da expressão de macrófagos, MMP-12 e liberação de citocinas, resultando assim na formação de placa aterosclerótica com fenótipo instável. Objetivo: Caracterizar o papel do Receptor de Hidrocarbonetos de Arila (AHR) na instabilidade ou vulnerabilidade da placa aterosclerótica. Métodos: Os estudos serão realizados em camundongos controle e deficientes para apolipoproteína E (ApoE-/-), os quais receberão dieta rica em colesterol e um dispositivo que permite a formação de placa aterosclerótica instável. Após implantação do dispositivo, os animais serão tratados com agonista (FICZ - 90

µg/kg, i.p.) e/ou antagonista (CH223191 - 2.5 mg/kg, i.p.) de AHR por 21 dias. Os animais serão então sacrificados e seus tecidos e fluidos serão coletados para análise dos marcadores de estabilidade ou instabilidade da placa aterosclerótica. Suporte Financeiro: CNPq, CRID/FAPESP.

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P34. TRATAMENTO COM LOSARTAN PREVINE O AUMENTO DA PRESSÃO ARTERIAL SISTÓLICA E O ESTRESSE OXIDATIVO EM RATOS EM ABSTINÊNCIA AO ETANOL Natália de Almeida Gonzaga1; Tirapelli, C.R2. ¹Departamento de Farmacologia, FMRP-USP, Ribeirão Preto/SP; ²Departamento de Enfermagem Psiquiátrica e Ciências Humanas, EERP-USP, Ribeirão Preto/SP Introdução: A Abstinência ao Etanol é caracterizada por um conjunto de modificações fisiológicas e cardiovasculares desencadeadas por uma retirada total ou parcial do consumo crônico de etanol (EtOH) por indivíduos alcoolistas. Dados recentes do nosso grupo de pesquisa demonstraram que a abstinência ao etanol ativa o sistema renina angiotensina e aumenta a concentração plasmática de angiotensina II. Objetivo: avaliar o envolvimento do receptor AT1 no aumento da pressão arterial e no estresse oxidativo sistêmico e tecidual induzidos pela abstinência ao etanol. Método: Ratos Wistar (250g) foram divididos em 6 grupos: Controle (CV): os animais receberam água ad libitum por 21 dias e gavagem diária do veículo de diluição do losartan (água); Controle/Losartan (CL): os animais receberam água ad libitum por 21 dias e gavagem diária de losartan (LOS - 10mg/kg/dia); EtOH (EV): o tratamento crônico com EtOH foi iniciado com uma solução 3% e aumentada a cada três dias para 6% (4º dia) e 9% (7º dia), sendo essa concentração mantida até o 21º dia e os animais receberam gavagem diária de veículo; EtOH/LOS (EL): os animais foram tratados da mesma maneira que o grupo EtOH e receberam gavagem diária de losartan; Abstinência ao Etanol (AEV): os animais foram tratados da mesma maneira que os animais do grupo EtOH até o 20º dia; em seguida, a solução de EtOH 9% foi removida e retornada no dia seguinte (21º dia) por apenas 2 horas. Após o fim deste período, os animais receberam água até o 23º dia e gavagem diária de veículo durante o período de abstinência; Abstinência ao Etanol/LOS (AEL): os animais foram tratados de acordo com a descrição do grupo abstinência ao etanol e com gavagem diária de losartan durante o período de abstinência. Os protocolos foram aprovados pela Comissão de Ética no Uso de animais (Protocolo CEUA: 11.1.1432.53.5). Para a análise dos resultados foi utilizado ANOVA de uma via seguida por Tukey (*p<0,05). Resultados: a abstinência ao etanol induziu aumento na pressão arterial sistólica (mmHg; n=10), o qual foi prevenido pelo losartan (C/V=121±1; CL=122±0.8; EV=121±1 EL=122±0.8; AEV=154±1*; AEL=122±1); no plasma, a abstinência ao etanol induziu aumento dos níveis de espécies reativas de ácido tiobarbitúrico (TBARS - nmol/ml; n=7-9), o qual foi prevenido pelo losartan (C/V=10±1; CL=12±1; EV=13±1; EL=14±1; AEV=20±2*; AEL=9±1); na aorta, a abstinência ao etanol induziu aumento dos níveis de ânion superóxido (O2

- - URL/mg proteína; n=7-8), o qual foi prevenido pelo losartan (C/V=248±19; CL=214±18; EV=228±18; EL=214±21; AEV=655±51*; AEL=199±24). A atividade da catalase no plasma e na aorta não foi alterada pela abstinência ao etanol ou pelo tratamento com losartan. Conclusão: A abstinência ao etanol induz aumento da pressão arterial sistólica e do estresse oxidativo sistêmico e vascular e essas respostas são mediadas pelos receptores AT1. Apoio financeiro: CNPq e FAPESP.

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P35. ESPÉCIES REATIVAS DE OXIGÊNIO MITONDRIAIS ESTÃO ENVOLVIDAS NA DISFUNÇÃO DO TECIDO ADIPOSO PERIVASCULAR (PVAT) DE ANIMAIS OBESOS. Costa, RM1; Fais, RS1; Lobato, NS2; Tostes, RC1/ 1Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo; 2Faculdade de Medicina, Universidade Federal de Goiás – Regional Jataí Introdução: A obesidade desencadeia mudanças estruturais e funcionais no tecido adiposo perivascular (PVAT), levando a um desequilíbrio em favor de fatores vasoconstritores e pró-inflamatórios, bem como alterações nas vias de sinalização ativadas por estes fatores em células vasculares. Um importante mecanismo proposto para explicar a perda do efeito anti-contrátil do PVAT na obesidade é o estresse oxidativo. Uma fonte potencial de espécies reativas de oxigênio (EROs) nas células é a mitocôndria. Entretanto, o papel da mitocôndria do PVAT na geração de EROs e, consequentemente, nas alterações de reatividade vascular associadas a obesidade ainda não foi investigado. Objetivo: Avaliar se a cadeia respiratória mitocondrial nas células que compõem o tecido adiposo periaórtico é fonte importante de EROs, e se as mesmas contribuem para as alterações de reatividade vascular associadas à disfunção do PVAT. Métodos: Camundongos C57BL/6J receberam dieta controle e hiperlipídica. A função vascular foi avaliada em anéis de aorta torácica sem endotélio, na presença ou ausência de PVAT, obtendo-se curvas concentração-efeito para fenilefrina. Sendo assim, os grupos foram divididos em: Controle PVAT (-), Controle PVAT (+), Obeso PVAT (-) e Obeso PVAT (+). A geração de EROs foi quantificada por DHE e Amplex Red. O envolvimento das EROs mitocondriais nas alterações vasculares promovidas pelo PVAT foi avaliado pelo uso de desacoplador mitocondrial (CCCP 10-6 M) e antioxidante Peg-catalase 100U/mL. A função mitocondrial foi determinada pela taxa de respiração celular. Todos os protocolos foram aprovados pela CEUA do campus USP de Ribeirão Preto. Resultados: Os valores são expressos em relação à Emáx, exceto em anéis incubados com Peg-catalase. O PVAT diminuiu a resposta contrátil em anéis controle (Controle PVAT (-): 5,6 ± 0,1 mN, n=6; Controle PVAT (+): 4,2 ± 0,1 mN, n=6). A obesidade levou à perda do efeito anti-contrátil pelo PVAT (Obeso PVAT (-): 6,1 ± 0,1 mN, n=6; Obeso PVAT (+): 6,1 ± 0,2 mN, n=6) e ao aumento de EROs [DHE (unidades arbitrárias (U.A.) – Controle: 16,1 ± 1,9, n=5; Obeso: 27,1 ± 1,3, n=5; AMPLEX RED (U.A.) – Controle: 16050 ± 1062, n=8; Obeso: 29173 ± 1896, n=6]. A incubação com Peg-catalase aumentou a resposta contrátil (em mN) de anéis controle com PVAT (Controle PVAT (+): 4,2 ± 0,1, n=6; Controle PVAT (+)-Pegcatalase: 5,3 ± 0,1, n=6). No entanto, corrigiu o aumento da contração nos anéis obesos (Obeso PVAT (+): EC50 -7,3 ± 0,1, n=6; Obeso PVAT (+)-Pegcatalase: EC50 6,4 ± 0,1, n=5). A obesidade também diminuiu a respiração mitocondrial basal (O2 pmol.mg-1.seg-1) no PVAT (Controle: 45,2 ± 1,9, n=8; Obeso: 23,2 ± 2,1, n=6). Conclusão: O PVAT exerce efeito anti-contrátil, sendo este efeito abolido pela obesidade. Nossos dados sugerem que na obesidade há disfunção mitocondrial no PVAT que culmina no aumento da geração de espécies reativas de oxigênio e, que estes radicais livres contribuem para a hipercontratilidade vascular em animais obesos. Apoio Financeiro: CAPES, CNPq, FAPESP.

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P36. PAPEL DA ENDOTELINA-1 NA ATIVAÇÃO DA CASPASE-1 EM CÉLULAS DO MÚSCULO LISO DO CORPO CAVERNOSO. Fais, RS1; Costa, RM1; Zanotto, CZ1; Silva, MAB2; Rodrigues, FL1; Tostes, RC1; Carneiro, FS1. 1Laboratório de Farmacologia Cardiovascular e Trato Urinário, FMRP/USP; 2Instituto de Ciências Exatas e Naturais, UFMT. Introdução: A endotelina-1 (ET-1), um potente peptídeo vasoconstritor que promove contração lenta e sustentada em células de músculo liso vascular, possui grande importância na fisiopatologia da disfunção erétil (DE). Diversos estudos mostram que o aumento da expressão de mediadores inflamatórios está intimamente ligado ao desenvolvimento da DE. O inflamassoma é um complexo multiprotéico do sistema imune inato que atua através da ativação da caspase-1 e resulta na maturação de citocinas pró-inflamatórias, tais como interleucina-1β (IL-1β). O receptor NLRP3 faz parte do inflamassoma e sua ativação leva a clivagem de caspase-1 e consequente secreção de IL-1β. A ET-1 também possui papel importante na inflamação crônica vascular, mediando a liberação de citocinas pró-inflamatórias. No entanto, ainda é desconhecido se a ação pró-inflamatória da ET-1 em células de músculo liso é mediada pela ativação da via do inflamassoma. Hipótese: A ET-1 ativa a caspase-1 em células do músculo liso do corpo cavernoso (CMLCC), promovendo alterações na reatividade do corpo cavernoso. Objetivo: Verificar a ativação da caspase-1 em CMLCC por ET-1 em diferentes tempos e concentrações e utilizar a melhor concentração e tempo obtido para realizar reatividade do corpo cavernoso. Métodos: Células de músculo liso do corpo cavernoso (CMLCC) de camundongos C57BL/6 (WT) foram cultivadas em meio de cultura DMEM acrescido de soro fetal bovino (SFB) 10%. As células foram estimuladas com ET-1 10-7 M, com ou sem a adição de LPS (1µg/mL), por 24 horas, para determinar o papel da ET-1 na ativação da caspase-1. Tiras de tecido cavernoso de camundongos WT e NLRP3-KO incubadas com ET-1 10-7 M ou veículo, por 24 horas, foram submetidas a estímulo de campo elétrico (ECE), nas frequências de 0,2 a 32,0 Hz, para avaliar respostas de contração e do relaxamento mediado por neurônios não-adrenérgicos não-colinérgicos (NANC). Resultados: A ET-1 promoveu clivagem da caspase-1 em CMLCC em cultura de animais WT [unidades arbitrárias (A.U.), veículo: 0,0015 ± 0,0003; ET-1 10-7 M: 0,131 ± 0,0330, n =4 em cada grupo, p = 0,0078]. A ET-1

promoveu aumento da contração induzida por ECE nas tiras de tecido cavernoso de WT em relação ao veículo (p < 0,05), porém o mesmo efeito não foi observado nas tiras de corpo cavernoso de animais NLRP3-KO. A ET-1 promoveu redução no relaxamento NANC para os animais WT e NLRP3-KO (p < 0,05). Conclusão: NLRP3 participa do aumento da contração promovido pela ET-1 e ativação da caspase-1, através da maturação de citocinas pró-inflamatória, seria um possível mecanismo envolvido neste efeito. Apoio financeiro: CNPQ, CAPES, FAEPA, FAPESP.

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P37. PROTEÓLISE DA TROPONINA I PELA METALOPROTEINASE (MMP)-2 NA REMODELAÇÃO CARDÍACA ASSOCIADA À FASE AGUDA E CRÔNICA DA HIPERTENSÃO RENOVASCULAR. Pereira S.C., Sanchez, E.R., Castro M.M. Departamento de Farmacologia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2015. Introdução: As doenças cardiovasculares são as principais causas de mortalidade no mundo, sendo a hipertensão arterial sistêmica um dos principais fatores de risco. Mostrou-se que a metaloproteinase de matriz extracelular (MMP)-2, enzima que degrada contituintes da matriz extracelular, em especial o colágeno, está aumentada em animias hipertensos dois rins-um clipe (2R1C), contribuindo para a remodelação ventricular esquerda e a disfunção cardíaca. As alterações cardíacas foram restauradas após o tratamento dos ratos 2R1C com doxiciclina, um inibidor não específico de MMPs quando usado em doses subantimicrobiana. Recentemente foi demonstrado que em situações de isquemia e reperfusão cardíaca, a MMP-2 atua também no interior dos cardiomiócitos degradando a troponina I, e isto contribui para a disfunção cardíaca da doença. A inibição da MMP-2 com doxiciclina melhora a disfunção ventricular associada à isquemia, já que a troponina I é uma proteína importante para o funcionamento da maquinaria contrátil do coração. Objetivo: Avaliar se o aumento da atividade da MMP-2 contribui para as alterações morfofuncionais adaptativas e crônicas da hipertensão arterial por meio da proteólise da troponina I. Métodos: Ratos Wistar pesando entre 180-200g serão divididos em dois grupos: Sham (submetidos apenas a laparatomia) e 2R1C (submetidos a laparatomia e estenose da artéria renal). Para induzir a estenose renal, os animais serão anestesiados com ketamina (100 mg/kg) e xilazina (10 mg/kg) por via intra-peritoneal para que um clipe de prata (0,20 mm de diâmetro interno) seja colocado ao redor da artéria renal esquerda por incisão mediana. Os animais serão avaliados na fase aguda (1º e 2º semanas) e na fase crônica (10º e 17º semanas) de hipertensão para avaliar os níveis de MMP-2 e troponina I na progressão da hipertensão. Serão obtidos os sinais de pressão arterial pelo método de pletismografia de cauda após o procedimento cirúrgico. Vários métodos serão utilizados neste estudo para avaliar a atividade e quantidade de MMP-2 e troponina I, como o western blot, a zimografia em gel e in situ. Imunofluorescência seguida por microscopia confocal será utilizada para co-localizar a MMP-2 com a troponina I in situ. Para avaliar os parâmetros histológicos e hemodinâmicos do coração serão utilizados ecocardiograma e/ou cateterismo utilizando cânula Millar®, e adicionalmente os corações serão fixados e corados com hematoxilina e eosina para avaliação de sua estrutura. Apoio financeiro: CNPq.

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P38. ALTERAÇÕES NA REATIVIDADE DE ARTÉRIAS HUMANAS E SUAS RELAÇÕES COM A MODIFICAÇÃO DE PROTEÍNAS VASCULARES POR O-GLCNAC (O-GLCNACILAÇÃO) E A GERAÇÃO DE ESPÉCIES REATIVAS DE OXIGÊNIO (EROS). Dias TB1,2, Zanotto CZ1, Mestriner FL1, Garcia LV2, Feres O3, Rocha JJ3, Tostes RC1, FMRP-USP – 1Farmacologia, 2Anestesiologia, 3Clínica Cirúrgica. Introdução: Vários mecanismos controlam os processos de contração e relaxamento das células musculares lisas vasculares (CMLVs). Receptores e moléculas sinalizadoras intracelulares, os quais controlam os processos de contração e relaxamento das CMLVs, são alvo de modificações pós-traducionais, como a O-GlcNAcilação que modula respostas vasculares a estímulos contráteis. O aumento da produção de espécies reativas de oxigênio (EROs) em células vasculares, denominado estresse oxidativo, é constantemente descrito em doenças crônicas como diabetes e hipertensão arterial. Embora já tenha sido descrito que algumas proteínas que controlam a geração e inativação de EROs são modificadas por O-GlcNAc, pouco se sabe a respeito da interação entre EROs e O-GlcNAcilação no sistema vascular. Objetivos: em artérias de resistência do leito mesentérico de pacientes hipertensos e controles iremos determinar: a presença de disfunções vasculares funcionais frente a estímulos constritores e dilatadores; expressão e/ou atividade das enzimas GFAT, OGT e OGA e sua influencia sobre os níveis de proteínas modificadas por O-GlcNAc. Metodologia: foram incluídos no estudo pacientes submetidos a cirurgias para ressecção de segmentos do cólon, sigmóide ou reto secundários a patologias colorretais. Segmentos de 3 mm da artéria mesentérica foram montados em miógrafo para testes funcionais. A função contrátil das artérias foi avaliada através de curvas concentração-resposta para noradrenalina antes e após 24h de incubação com a droga Thiamet G (100µmol/L) ou seu veículo (DMSO). A expressão proteíca das enzimas GFAT, OGT e OGA foi determinada a partir de Western Blotting, os sinais foram captados por quimioluminescência e quantificados densitometricamente. Resultados: os pacientes estudados até o momento foram divididos em dois grupos, Grupo Controle, pacientes hígidos, sem comorbidades (n=15) e Grupo Hipertenso, pacientes com hipertensão arterial sistêmica (n=10). Os dados obtidos mostram que a contratilidade arterial, estimulada por noradrenalina, do Grupo Hipertenso não é influenciada pela incubação com Thiamet G, enquanto o Grupo Controle apresenta uma redução dos valores de pD2. Ao quantificar as principais enzimas relacionadas com a O-GlcNAcilação, não houve alteração do padrão enzimático no Grupo Controle, enquanto no Grupo Hipertenso houve aumento da GFAT e redução da OGT na incubação com Thiamet G, quando comparado com as artérias antes da incubação (Após Isolamento), e nenhuma alteração comparado ao veículo (DMSO). A análise das duas populações em estudo mostra que há diferença entre a média de idade, Grupo Hipertenso com maior média. No entanto, não há diferença entre a pressão arterial média da internação (PAMi) entre os grupos. Conclusão: Thiamet G alterou a resposta à noradrenalina no Grupo Controle diminuindo a pD2, enquanto o Grupo Hipertenso não apresentou alterações. Em relação ao perfil enzimático, Thiamet G e seu veículo alteraram a expressão enzimática no Grupo Hipertenso e nada ocorreu no Grupo Controle. Os resultados sugerem que o uso adequado das medicações anti-hipertensivas inibem as alterações da contratilidade arterial induzidas pelo Thiamet G, atuando de forma protetora no sistema cardiovascular de pacientes hipertensos. Suporte Financeiro: FAPESP, CNPq.

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P39. INIBIÇÃO DE PIRUVATO QUINASE M2 (PKM2) REDUZ INFLAMAÇÃO E ATENUA PSORÍASE EXPERIMENTAL. Flavio Protasio Veras1, Priscilla A Tartari1, Douglas Prado1, André Luis Lopes Saraiva1, Raphael Ferreira1, Fernando Q. Cunha1,2, José Carlos Alves Filho1,2. 1Departamento de Farmacologia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP, Brasil, 2Center of Research in Inflammatory Diseases (CRID), Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP, Brasil INTRODUÇÃO: Psoríase (Ps) é uma doença inflamatória crônica que afeta a pele, ocasionando perda de produtividade do indivíduo, alta morbidade e elevados custos para os sistemas de saúde. A compreensão da fisiopatologia da Ps é essencial para o desenvolvimento de novas terapias para tratamento e cura da doença. Evidências crescentes sugerem o importante papel da reprogramação metabólica na regulação da resposta imunológica, mas o mecanismo subjacente permanece obscuro. Recentemente, foi demonstrado o papel da piruvato quinase M2 (PKM2), modulando o sistema imune inato através da reprogramação metabólica (efeito Warburg). No entanto, até o presente momento, não existe nenhum estudo na literatura sobre o papel desta via metabólica no desenvolvimento e manutenção da resposta inflamatória da psoríase. O shikonin (SKN) é um composto que tem a capacidade de inibir a atividade da PKM2. Um recente estudo relata que a administração de SKN promove efeitos anti-inflamatórios in vivo e in vitro via inibição da PKM2, mas os efeitos imunoreguladores no contexto de Ps nunca foram relatados. OBJETIVO: Diante do exposto acima, o presente trabalho tem por objetivo avaliar o papel da PKM2 no desenvolvimento da psoríase experimental induzida por imiquimod. MÉTODOS: O estudo consistiu em três grupos: um grupo de controle (n=5), um grupo Imiquimod (n=5) e um grupo Imiquimod + SKN (n= 5). Os animais (C57BL/6) foram submetidos ao modelo de psoríase induzida por imiquimod, onde foi utilizado uma dose de 60 mg do creme IXIUM

® (Imiquimod 5%) no dorso dos camundongos durante 6 dias. O

tratamento farmacológico com SKN, com intuito inibir a PKM2, foi realizado utilizando uma dose de 4 mg/kg por via intraperitoneal iniciado 1 dia antes da indução da doença até o último dia de avaliação. A gravidade da psoríase foi avaliada usando elementos do Índice de Área e Severidade da Psoríase (PASI, do inglês Psoriasis Area Severity

Index): eritema, descamação, medições da espessura da pele (paquímetro) e exame histológico (marcação H&E). Além disso, foi avaliado por imunofluorescencia a expressão de queratina 17 (K17), um importante marcador de proliferação de queratinócitos, associado ao aumento da lesão psoriática. Para avaliar quais possíveis mediadores estariam participando do efeito da inibição da PKM2 pelo SKN, realizamos experimentos de quantificação de citocinas por ELISA, avaliando níveis de IL-17, IL-22, IL-10, TNF-α e IL-23. Visando elucidar o papel do SKN no contexto de psoríase experimental, avaliamos por citometria de fluxo as principais populações de células que participam do mecanismo fisiopatológico da doença, sendo elas: linfócitos T CD4 produtores de IL-17 (Th17), linfócitos T gamma delta produtores de IL-17 (IL-17

+γδ

+), linfócitos T reguladores (Tregs) e linfócitos T reguladores

produtores de IL-10 (IL-10+Foxp3

+). Além disso, realizamos experimentos utilizando cultura de Th17 e Tregs in vitro

avaliando se o SKN participa da diferenciação desses sub-tipos celulares. RESULTADOS: A aplicação tópica de imiquimod induziu uma inflamação característica semelhante a uma lesão psoriática e após administração com SKN os aspectos clínicos foram reduzidos significativamente (p <0,05), ou seja, o eritema, a descamação e espessura na pele lesionada dos animais. As análises histológicas demonstraram mostraram que o grupo IMQ+SKN promoveu uma acentuada redução de acantose, infiltrado de leucócitos e da espessura da epiderme em comparação ao grupo IMQ. Nesse sentido, ainda, o SKN reduziu a expressão de K17, parâmetro associado com proliferação de queratinócitos. Em relação aos mediadores inflamatórios, a intervenção farmacológica com SKN promoveu redução de algumas citocinas inflamatórias. Em relação ao fenótipo celular encontrado os resultados obtidos foram bem relevantes, pois a droga foi capaz de reduzir a frequência de células Th17 ex vivo e diferenciação in vitro desse sub-tipo celular. Além disso, o SKN promoveu aumento da frequência de Tregs e IL-10

+Foxp3

+ ex vivo e aumento da

diferenciação in vitro dessas células. Na avaliação da frequência de células IL-17+γδ

+ não observamos diferenças

entre os grupos avaliados. Esses resultados corroboram os parâmetros clínicos avaliados, aspectos histológicos e a redução de mediadores inflamatórios avaliados. CONCLUSÕES: O conjunto de resultados aqui expostos demonstram que o SKN apresenta efeito protetor na psoríase experimental. Nesse sentido, podemos concluir que este efeito é evidente em linfócitos, promovendo a redução de Th17 e aumento de Tregs com possível mecanismo dependente da inibição de PKM2. Sendo assim, a PKM2 tem um papel essencial para o desenvolvimento e/ou manutenção da psoríase induzida por imiquimod e talvez em abordagens futuras, ter um papel relevante em humanos. Apoio financeiro: Capes, Cnpq, Fapesp. Palavras-chave: Psoríase, piruvato quinase M2, shikonin, Th17, Tregs

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P40. EFEITO ANTIPIRÉTICO DA DIPIRONA E SEUS METABÓLITOS 4-MAA E 4-AA NA FEBRE INDUZIDA POR ESTÍMULOS DEPENDENTES DE PROSTAGLANDINA E2. Queiroz, M.M.1; Vaz, A.L.L2; Melo, M.C.C.1; Clososki, G.C2; Souza, G.E.P1.1Laboratório de Farmacologia e 2Química Orgânica, Departamento de Física e Química, FCFRP-USP- Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. Introdução: A dipirona é uma pró-droga com potente efeito antipirético e analgésico, porém desprovida de atividade anti-inflamatória. Após sua administração, a dipirona é convertida por hidrólise em 4-metilaminoantipirina (4-MAA), o qual é metabolizado em 4-formilaminoantipirina (4-FAA), 4-aminoantipirina (4-AA) e 4-acetilaminoantipirina (4-AAA). Dentre os metabólitos, apenas 4-MAA e 4-AA reduzem a febre e a concentração de prostaglandina E2 (PGE2) no líquido cerebroespinhal e hipotálamo induzidas pelo lipopolissacarídeo E. Coli (LPS). Dipirona e 4-MAA também inibem a resposta febril independente de PGE2 induzida pelo veneno do escorpião Tityus serrulatus. Objetivo: Investigar o efeito antipirético dos metabólitos da dipirona sobre os mediadores dependentes de PGE2 envolvidos na resposta febril induzida pelo

LPS, bem como sobre as prostaglandinas envolvidas nesta resposta, PGE2 e PGF2α. Métodos: Ratos Wistar machos receberam veículo (salina), dipirona (DIP, 120mg/Kg), 4-MAA (90mg/Kg) ou 4-AA (90mg/Kg) i.p. 30 min antes da injeção i.c.v. (3µl) de IL-1β (3,12ng); IL-6 (300ng); TNF-α (250ng); PGE2 (250ng). A temperatura corporal (Tb, oC) foi avaliada a cada 15 min durante 6 h por radiotelemetria. Os resultados estão expressos pela média ± E.P.M., submetidos à análise de variância Two-Way ANOVA seguido pelo pós-teste de Bonferroni, p < 0.05. Protocolo Comitê de Ética nº 14.1.676.53.0 – CEUA Campus de Ribeirão Preto-USP. Resultados: Salina i.p. ou i.c.v. não alterou a temperatura basal dos animais (0.25±0.06 ºC). DIP, 4-MAA e 4-AA também não alteraram a resposta febril induzida pela PGE2 [Sal+ PGE2 (0.5h, 1.74±0.29 ºC); DIP + PGE2 (0.5h, 1.34±0.19 ºC); 4-AA +PGE2 (0.5h, 1.86±0.23 ºC); 4-MAA+ PGE2 (0.5h, 1.70±0.12 ºC)]. DIP e 4-MAA bloquearam a resposta febril induzida pela IL1- β, enquanto 4-AA reduziu somente a fase inicial desta resposta [Sal+ IL-1β (2h, 1.30±0.18ºC); DIP +IL-1β (2h, 0.07±0.11ºC); 4-AA+ IL-1β (2h, 0.42±0.09ºC; 3h, 1.12±0.13ºC); 4-MAA +IL-1β (2h, 0.17±0.14ºC)]. Por outro lado, DIP, 4-MAA e 4-AA aboliram a resposta febril induzida pelo TNF-α e IL-6: [Sal+TNF-α (2h,1.16±0.02 ºC); DIP + TNF-α (2h, 0.02±0.14 ºC); 4-AA+ TNF-α (2h, 0.08±0.11 ºC); 4-MAA+TNF-α (2h, 0.12±0.12 ºC); Sal+ IL-6 (2h, 0.91±0.21 ºC); DIP+ IL-6 (2h, 0.10±0.08 ºC); 4-AA +IL-6 (2h, 0.07±0.11 ºC); 4-MAA +IL-6 (2h, 0.17±0.06 ºC)]. Conclusão: A resposta febril induzida pelo LPS depende de citocinas, as quais induzem COX-2 e a síntese de PGE2 no hipotálamo. Neste estudo confirmamos resultados anteriores do nosso grupo que demonstraram a efetividade da dipirona, 4-MAA e 4-AA em reduzir a resposta febril dependente de PGE2. Entretanto, diferentemente do que ocorre na hiperalgesia inflamatória dipirona e 4-MAA foram inefetivos sobre a febre induzida por PGE2 e

PGF2α. Apoio financeiro: CNPq.

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P41. INVESTIGAÇÃO DO PAPEL PROTETOR DA INTERLEUCINA 27 (IL-27) SOBRE A GÊNESE E MANUTENÇÃO DA DOR NEUROPÁTICA. Fonseca MD1, Santa-Cecília FV1, Ferreira DW1, Kusuda, R1, Cunha FQ1, Cunha TM1 - 1Ribeirao Preto Medical School- (FMRP-USP) Introdução: Há crescentes evidências de que a interação entre o sistema imunológico e o sistema nervoso desempenha um papel fundamental nos mecanismos fisiopatológicos das dores crônicas. Assim, a neuroinflamação mediada pela ativação de células da glia e do sistema imune periférico, bem como a desregulação na produção de mediadores pró e anti-inflamatórios, contribuem para a geração e manutenção da dor neuropática. As células que participam dessa neuroinflamação, além de produzirem componentes pró-inflamatórios, podem produzir mediadores anti-inflamatórios. E uma possível citocina com característica anti-inflamatória é a interleucina IL-27, que é formada por duas subunidades (EBI3 e p28). Em condições inflamatórias no sistema nervoso central, a IL-27 é produzida e promove proteção desse sistema, regulando o processo inflamatório exacerbado, principalmente, através do aumento na produção de células T reguladoras (Treg), produtoras de IL-10. Entretanto, não há, até o momento, estudos que relatam o papel da IL-27 na reposta neuroimune na dor neuropática. Objetivo: Avaliar o papel protetor da Interleucina 27 (IL-27) na gênese e manutenção da dor neuropática, provocada por lesão de nervos periféricos, assim como os possíveis mecanismos pelos quais a IL-27 atua. Metodologia: Os experimentos foram realizados com animais C57BL/6 (WT) ou deficientes em citocina IL-10 (IL-10

-/-).

Para indução da dor neuropática periférica foi utilizado o modelo de lesão dos nervos peroneal e tibial (SNI). O limiar mecânico (em gramas) foi avaliado através da aplicação de filamentos de von Frey na pata traseira direita (lesada). Animais receberam diferentes doses de citocina recombinante IL-27 (L-27r) por via intratecal (i.t), antes ou após a indução da neuropatia, em doses únicas ou de 4 em 4 horas. As expressões gênicas de IL-27p28, IL-27EBI3, WSX-1, GFAP, IBA-1, IL-6, IL-1β, TNF-α, INOs, IL-10, IL-17, FoxP3, CD39 e CD75 foram determinadas por RT-PCR. Todos os ensaios foram realizados em amostras coletadas de segmentos da medula espinal (L4, L5 e L6). Resultados: Inicialmente, observou-se aumento na expressão gênica de IL-27p28 e IL- 27EBI3 nos dias 10, 14 e 21 após a indução da dor neuropática, assim como também foi observado aumento na expressão de WSX-1 nos dias 3, 7, 10 e 21. Animais que foram pré-tratamento com diferentes doses de IL-27r (10, 30 e 100 ng), submetidos a SNI e posteriormente tratados por três dias consecutivos com a mesma droga, não apresentaram alterações na resposta nociceptiva mecânica. Entretanto, quando os animais foram operados, e no 7° dia após a cirurgia, receberam tratamentos com IL-27r (10, 30 e 100 ng), apresentaram aumento no limiar mecânico 24 horas após a administração da maior dose. Além disso, quando os animais foram operados, e 10 dias após a cirurgia, receberam dois tratamentos de IL-27r/i.t (100ng/animal) ao dia, apresentaram aumento no limiar mecânico na 1°, 3° e 5° horas, após o segundo tratamento. Como também animais tratados com IL-27r (100ng/i.t) no 14° dia, após a indução da neuropatia apresentaram aumento no limiar mecânico na 3° hora após a administração da primeira dose, até a 5° hora após o segundo tratamento com IL-27r. Entretanto, no 21° dia após o mesmo procedimento de tratamentos não foi observado diferença no limiar nociceptivo nos animais tratados. No intuito de avaliar possíveis mecanismos de ação pelo qual a IL-27 atua na nocicepção, 10 dias após indução de neuropatia por SNI, os animais receberam diariamente 100 ng de IL-27r/i.t até o 14°d, neste dia os animais foram sacrificados e a medula espinal foi coletada. Assim, foi possível verificar que o tratamento com IL-27r aumentou a expressão de IBA-1, IL-10, FOXP-3, CD39, CD73 em relação ao grupo SNI tratado com veículo. Além disso, ao induzir neuropatia em animais IL-10

-/- e fazer duas administrações de IL-27r ao

dia, não foi possível verificar efeito antinociceptivo da citocina nestes animais. Conclusão: A citocina IL-27 endógena parece ser importante para o controle da dor neuropática. Assim como tratamentos com IL-27r em fases intermediárias da neuropatia, podem ativar vias anti-inflamatórias e/ou anti-nociceptivas, que atuam negativamente no controle da dor neuropática. Tais efeitos podem estar ocorrendo, via aumento da síntese de IL-10 e/ou através do aumento da atividade de ectonuclotidases (CD39 e CD73) que podem converter os nucleótideos pronoceptivos em adenosinas antinociceptivas. Entretanto, mais experimentos necessitam ser realizados para elucidar os mecanismos de ação da IL-27. Palavras-chave: Dor neuropática, IL-27 e anti-inflamatória, IL-10, anti-nociceptivo.

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P42. PAPEL DA PI3K-γ NA HIPERALGESIA INDUZIDA POR LESÃO DO NERVO PERIFÉRICO. Silva RL, Ferreira DW, Lopes AH, Cunha TM. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP. Introdução. A fosfatidilinositol-4,5 bifosfato 3-quinase-γ (PI3K-γ) é a única enzima pertencente à classe IB da família PI3K por, diferencialmente das demais, não se associar a subunidade p85 e poder ser ativada pela subunidade βγ de receptores acoplados a proteína G. Quando ativa, a PI3K-γ pode fosforilar fosfolipídios do tipo fosfatidilinositol 4,5-bifostato gerando o lipídeo sinalizador fosfatidilinositol 3,4,5-trifosfato (PIP3). O lipídeo sinalizador de membrana PIP3 atua como molécula de acoplamento e ativação para a proteína quinase B (também conhecida como Akt) a qual foi relacionada a aumento da hiperalgesia neuropática. A presença da PI3K-γ em fibras sensoriais periféricas também indica um possível papel na neuroplasticidade e nocicepção. Desta forma, o intuito deste projeto é investigar o papel da PI3K-γ na modulação da hiperalgesia neuropática e descrever mecanismos relacionados a esta modulação. Métodos. Camundongos selvagens (WT), camundongos com deleção genética da PI3K-γ (PI3K-γ-/-) ou deficiente apenas em sua função quinase (PI3K-γKD) foram submetidos aos seguintes métodos de avaliação de comportamentos nociceptivos: Teste da acetona, placa quente (50º, 52º e 56° C), hiperalgesia inflamatória induzida por carragenina (CG; 100 µg/paw) avaliada por Von Frey eletrônico e hiperalgesia neuropática, usando o modelo de neuropatia “Spared nerve Injury” (SNI), avaliada por Von Frey filamento. As citocinas TNF, IL-1β, KC e IL-10 foram quantificadas 3 e 5h após administração da CG. A hiperalgesia neuropática foi avaliada antes e 3, 5, 7, 10 e 14 dias após a indução do SNI. A expressão da PI3K-γ no gânglio e medula foi avaliada antes e 3, 5, 7 e 14 dias após o SNI. Resultados. Camundongos naive WT, PI3K-γ-/- e PI3K-γKD foram igualmente susceptíveis a nocicepção térmica (placa quente e teste da acetona), e inflamatória. Contudo, houve uma clara tendência de maior hiperalgesia em camundongos PI3K-γ-/- e PI3K-γKD comparado ao WT na 3h após o estimulo inflamatório CG. Não obstante, a liberação de TNF 3h após a administração da CG foi maior em animais PI3K-γ-/- e PI3K-γKD comparado ao WT, porém sem diferença na 5h, e interessantemente menor liberação de IL-1β na 5h somente no animal PI3K-γ-/-. Camundongos PI3K-γ-/- e PI3K-γKD apresentaram maior hiperalgesia neuropática nos primeiros dias de avaliação (3 e 5 dias pós-SNI) comparado ao WT. A expressão de PI3K-γ-/- foi induzida em animais submetidos ao SNI no gânglio da raiz dorsal (3º e 14º dias) e na medula espinhal (3º e 7º dias). Conclusão. Os resultados indicam que PI3K-γ, dependentemente de sua função quinase, gera efeito analgésico apenas durante a indução da neuropatia, desde que animais naive demonstraram os mesmos limiares nociceptivos térmico e mecânico. A tendência de maior hiperalgesia inflamatória em camundongos PI3K-γ-/- e PI3K-γKD correlaciona com a maior na liberação de TNF na 3h. Aparentemente, a função da PI3K-γ na produção/liberação de IL-1β é desvinculada de sua atividade quinase. A relação do aumento da expressão da PI3K-γ no gânglio e medula com a hiperalgesia neuropática ainda precisa ser investigada. Os próximos experimentos serão focados em identificar a relação da PI3K-γ com o processo neuroinflamatório durante a neuropatia, na medula e gânglio da raiz dorsal, pela quantificação de marcadores de ativação glial como Iba e GFAP. Suporte Financeiro: FAPESP e CAPES.

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P43. PAPEL DO FATOR NUCLEAR DE CÉLULAS T ATIVADAS 1 (NFAT1) NA DISFUNÇÃO CARDIOVASCULAR ASSOCIADA À SEPSE 1Borges V.F., 1Castanheira F.V.S, 1Kanashiro A; 1Ferreira R. G; Sônego F; 2Prado C.M; 1Alves-Filho J.C; Cunha F.Q. 1Departamento de Farmacologia, FMRP/USP; 2 Departamento de Patologia, FMRP/USP. Introdução: A sepse é uma síndrome de resposta inflamatória sistêmica secundária à infecção, que pode evoluir para o choque séptico e disfunção de múltiplos órgãos. A produção de óxido nítrico (NO) através da enzima NO sintase induzível (iNOS) contribui para a hipotensão e, também, para a hiporresponsividade vascular e cardíaca através da ativação da GRK2, que promove a internalização dos receptores adrenérgicos no coração e aorta. No miocárdio de pacientes e camundongos sépticos, foi demonstrada a perda de proteínas importantes para a comunicação intercelular, integridade celular e maquinaria contrátil, mas não se sabe os mecanismos envolvidos nessa redução de proteínas e sua influência direta na depressão miocárdica associada à sepse. Os α1-adrenoceptores são considerados protetores cardíacos, mas a sua ativação repetida nesse órgão pode resultar em hipertrofia. A participação dos fatores de transcrição da família NFAT ainda não foi descrita na sepse. Apesar de identificados em células T ativadas e apresentar papel largamente estudado no sistema imune, a calcineurina (enzima que promove ativação dos fatores NFAT 1-4) tem sido relacionada como fator indispensável para o desenvolvimento de hipertrofia cardíaca, cuja ativação pode ocorrer via α1-adrenoceptores. Objetivo: Estudar o papel do NFAT na disfunção cardiovascular associada à sepse. Metodos: Foram utilizados camundongos deficientes em NFAT1 e tratados com os inibidor da calcineurina FK506. Os mesmos foram submetidos ao modelo experimental de sepse ligação e perfuração do ceco (CLP). Foram realizadas, análises de sobrevida, registros de ecocardiográficos e determinação do marcador de lesão cardíaca creatina quinase MB (CK-MB). Resultados: Os grupos de animais NFAT-/- e tratados com FK-506 (1,0 mg/kg, 1 hora antes e 12 horas após CLP) tiveram redução da porcentagem de sobrevida comparados aos NFAT+/+ e tratados com veículo, respectivamente. Além disso, os animais NFAT-/- apresentaram maiores níveis do marcador de lesão cardíaca, CK-MB. Os achados ecocardiográficos revelam, ainda, que animais NFAT-/- submetidos à sepse apresentam fração de ejeção preservada com menor volume de sangue ejetado por batimento cardíaco e menor diâmetro interno do ventrículo esquerdo. Conclusão: os fatores de transcrição da família NFAT atuam em nível cardiovascular, apresentando papel protetor na sepse.Apoio financeiro: Capes e FAPESP.

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P44. PARTICIPAÇÃO DOS RECEPTORES TRPV1 DO HIPOCAMPO DORSAL NA MODULAÇÃO DA REC CONTEXTUAL: UMA POSSÍVEL INTERAÇÃO COM AA VIA NMDA-NO.1Spiacci G.B.L., 1Borges-Assis A.B., 1Resstel L.B. Laboratório de Neurofarmacologia, FMRP/USP. Introdução: O hipocampo dorsal (HIPd) é uma estrutura límbica que está relacionada com a modulação de processos emocionais, cognitivos e mnemônicos, bem como modulação da resposta emocional condicionada (REC). Entende-se por REC, o comportamento de congelamento associado a alterações autonômicas, como aumento de pressão arterial média (PAM) e frequência cardíaca (FC) e queda da temperatura cutânea caudal (TCC) de animais expostos ao modelo do medo condicionado ao contexto (MCC). A neurotransmissão glutamatérgica do HIPd demonstra um importante papel na evocação destas respostas, via receptores NMDA, assim como o óxido nítrico (NO). Outro sistema que está presente no HIPd e que também participa de respostas defensivas frente a um estímulo aversivo é o sistema vanilóide, via receptores TRPV1, porém ainda não foi investigado seu papel na REC associada ao contexto. Objetivo: Investigar o papel dos receptores TRPV1 do HIPd na modulação da REC ao contexto, e uma possível interação com a via NMDA-NO. Método: Ratos Wistar (220-250g) foram submetidos a cirurgia estereotáxia para implante de cânulas guia no HIPd. Após 5 dias, os animais foram condicionados (Cond) em protocolo de choque de intensidade intermediária. Após 24h, os animais tiveram implante de uma cânula de polietileno na artéria femoral para registro da PAM e FC. No dia do teste, 48h após o condicionamento, os animais receberam tratamento intra-HIPd e registrou-se os valores basais da PAM, FC e tiveram o registro da TCC através de uma câmera infravermelha, posteriormente foram re-expostos ao contexto e tiveram os seguintes parâmetros avaliados juntamente com o comportamento de congelamento. Os animais receberam veiculo (vei), ou AP7 na dose 1 nmol-CPS 3nmol, AP7 1 nmol-vei, ou vei-CPS na dose de 3 nmol, ou NPLA na dose 0,01 nmol-CPS 3nmol, ou vei-vei, NPLA 0,01nmol-vei, ou vei-CPS 3nmol. Resultado: Nossos resultados demonstraram que os animais Cond tiveram aumento do comportamento de congelamento (n=8, 48 ± 1%, grupo vei) porém o tratamento, vei-CPS 3nmol teve um aumento maior (65 ± 2%). Os animais vei também tiveram aumento das respostas autonômicas PAM e FC, e queda da TCC. Porém, o grupo que recebeu tratamento vei-CP 3 nmol apresentaram um aumento maior da PAM e FC, observando interação do tempo e tratamento PAM(F42,336=2,22; p<0,05; Duncan), FC(F42,336=4,09; p<0,05; Duncan) e uma maior queda da TCC, TCC(F42,350=2,22; p<0,05; Duncan), porém, os outros tratamentos não apresentaram diferença significativa (P>0,05). O AP7 foi capaz de bloquear a resposta promovida pela CPS. No protocolo seguinte os animais Cond tiveram aumento do comportamento de congelamento (n=6, 44 ± 1%, grupo vei), porém o grupo tratado, vei-CPS 3nmol, teve aumento maior do congelamento (n=6, 57 ± 3%). Os animais vei também tiveram aumento das respostas autonômicas PAM e FC, e queda da TCC. Porém, o grupo que recebeu tratamento vei-CP 3 nmol apresentaram um aumento maior da PAM e FC, observando interação do tempo e tratamento PAM(F42,280=4,76; p<0,05; Duncan), FC (F42,280=2,57; p<0,05; Duncan), e queda mais acentuada da TCC, TCC(F42,280=2,30; p<0,05; Duncan), entretanto os outros grupos não apresentaram diferença significativa do grupo vei (P>0,05). O NPLA foi capaz de bloquear a resposta promovida pela CPS 3 nmol. Conclusão: Os resultados demonstram que os receptores TRPV1 do HIPd participam da modulação da REC contextual, e este efeito é promovido pela interação da via NMDA-NO do HIPd de ratos. Apoio financeiro: FAPESP (2013/074702).

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P45. ENVOLVIMENTO DE DIFERENTES SUB-REGIÕES DO NÚCLEO DORSAL DA RAFE NA REGULAÇÃO DO COMPORTAMENTO DE ESQUIVA INIBITÓRIA APÓS TRATAMENTO CRÔNICO COM IMIPRAMINA. H.H. Vilela-Costa1*, A. Spiacci1, A.B. Sant’Ana1, H.Jr. Zangrossi1. 1Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Departamento de Farmacologia, Ribeirão Preto, Brasil. Introdução: A hipótese de Deakin e Graeff [1] indica o núcleo dorsal da rafe como a principal fonte de diferentes vias de neurônios serotonérgicos que inervam estruturas límbicas relacionadas a comportamentos defensivos relacionados à ansiedade e ao medo. Baseados em um conjunto de evidências mostrando que o núcleo dorsal da rafe seja um agregado de diferentes populações de neurônios serotonérgicos e não-serotonérgicos, Paul e Lowry [2] sugeriram que essas vias topográfica e funcionalmente distintas suportem a hipótese de Deakin e Graeff. No mesmo sentido, nosso grupo de pesquisa [3] observou um diferente padrão de ativação de neurônios serotonérgicos em sub-regiões do núcleo dorsal da rafe, após ratos serem expostos a um estímulo relacionado com ansiedade (esquiva inibitória) no teste do labirinto em T elevado. Tem sido proposto que a neurotransmissão serotonérgica do núcleo dorsal da rafe seja o principal alvo de fármacos antidepressivos, porém ainda não se sabe se mudanças promovidas por estes fármacos são diferentes dentre as sub-regiões. Diante disso, no presente estudo, investigamos se o tratamento crônico com imipramina altera a expressão de proteína Fos em neurônios serotonérgicos do núcleo dorsal da rafe de ratos expostos ao labirinto em T elevado. Metodologia: Ratos Wistar (160-180 g) receberam injeções intraperitoniais diárias de veículo ou imipramina (15 mg/kg) durante 21 dias (n = 7-11). Trinta minutos após a última injeção, cada animal foi submetido à seis vezes consecutivas à tarefa de esquiva inibitória do labirinto em T elevado, e um dos grupos controle foi exposto ao labirinto em T fechado. Duas horas após o fim do teste, os animais passaram pela perfusão intracardíaca e tiveram seus encéfalos removidos, fixados, crioprotegidos e congelados. Com o auxílio de um criostato, foram coletadas secções coronais com espessura de 40 µm, destinadas, posteriormente, ao ensaio de imunoistoquímica para dupla marcação: proteína Fos e enzima triptofano hidroxilase, através da metodologia free-floating [3]. As marcações imunoistoquímicas foram visualizadas em microscópio e a contagem de células foi realizada em um aumento de 200x, utilizando o software Image Pro Plus 6.0. O número de células foi analisado utilizando-se uma ANOVA de uma via. Quando apropriado, o teste de Tukey foi utilizado como post hoc. Resultados: O tratamento crônico com imipramina diminuiu o número de células duplamente marcadas (células imunopositivas para Fos/triptofano hidroxilase) nas sub-regiões ventral [F(2,6) = 48.4; p < 0.01] e dorsal [F(2,6) = 12.0; p < 0.01] da porção medial do núcleo dorsal da rafe, quando comparado com o grupo controle exposto ao labirinto em T elevado. Conclusão: O tratamento crônico com imipramina diminui a ativação de neurônios serotonérgicos nas sub-regiões ventral e dorsal da porção média do núcleo dorsal da rafe. Apoio Financeiro: FAPESP (processo nº 2013/05903-9) Referências [1] Deakin J.W.F., Graeff F.G., 1991. 5-HT and mechanisms of defense. J Psychopharmacol 5,305-315. [2] Paul E.D., Lowry C.A., 2013. Functional topography of serotonergic systems supports the Deakin/Graeff hypothesis of anxiety and affective disorders. J Psychopharmacol 27, 1090-1106. [3] Spiacci A.Jr., Coimbra N.C., Zangrossi H.Jr., 2012. Differential involvment od dorsal raphe subnuclei in the regulation of anxiety- and panic-related defensive behaviors. Neurosci 227, 350-360.

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P46. AVALIAÇÃO DO EFEITO DOS INIBIDORES DA ÓXIDO NÍTRICO SINTASE SOBRE A METILAÇÃO DO DNA E SOBRE A ATIVIDADE E EXPRESSÃO DAS ENZIMAS DNA METILTRANSFERASE NO CÉREBRO DE RATOS SUBMETIDOS AO ESTRESSE. 1 Izaque de Sousa Maciel e 1,2 Sâmia R. L. Joca. 1 Departamento de Farmacologia/FMRP-USP; 2 Laboratório de Psicofarmacologia do Departamento de Física e Química/ FCFRP/USP. Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil Introdução: A maioria dos episódios de depressão maior (DM) é precedida de eventos estressores. O estresse promove aumento na liberação de glutamato, síntese e liberação de óxido nítrico (NO), bem como alterações epigenéticas induzidas pelo aumento da metilação do DNA em regiões promotoras de genes envolvidos na fisiopatologia da DM. Já foi demonstrado que o estresse oxidativo e o NO podem modular a metilação do DNA. Porém, não há relatos na literatura sobre o envolvimento do NO na modulação da metilação de DNA induzida pelo estresse no cérebro de animais submetidos à modelo animal de depressão. Portanto, o objetivo deste trabalho é testar a hipótese de que o estresse induzido pelos choques nas patas aumentaria a síntese de NO, o qual modularia a atividade e/ou a expressão das enzimas DNMTs (DNA metiltransferases) e, consequentemente, a metilação do DNA em regiões promotoras de genes relacionados com a resposta comportamental ao estresse e com a neurobiologia da depressão. Métodos: Para isso, ratos foram submetidos ao modelo do desamparo aprendido no qual um grupo recebeu choques inescapáveis (CI – grupo desamparado) ou habituação na caixa (Hab – grupo controle), e tratados com inibidores das enzimas nNOS (7-NI; 60 mg/kg, i.p.; uma vez ao dia por sete dias); iNOS (aminoguanidina; 30 mg/kg, i.p.; uma vez ao dia por sete dias) ou veículo e submetidos ao teste comportamental 1h após a última injeção. Para a avaliação molecular, outros grupos de animais foram submetidos ao mesmo protocolo descritos acima, sendo que a última injeção administrada 1h antes do sacrifício, estes animais não foram submetidos à sessão de teste. Resultados: Os animais submetidos ao pré-teste (choques inescapáveis) tiveram um aumento significativo no numero de falhas (U = 30,0; p < 0,05; teste de Mann-Whitney) e uma diminuição no numero de fuga (U = 26,5; p < 0,05; teste de Mann-Whitney) quando comparados com o grupo de animais habituados. O tratamento repetido com o inibidor preferencial da nNOS (7NI) foi capaz de reverter de forma significante o aumento do numero de falhas (H = 14,76; p < 0,05; teste de Kruskal-Wallis), assim como a diminuição no numero de fuga (H = 16,90; p < 0,05; teste de Kruskal-Wallis), sem alterar a atividade locomotora do animal. O tratamento com o inibidor preferencial da iNOS (aminoguanidina) induziu um efeitos similar com o tratamento com 7NI, reduzindo o numero de falhas (H = 14,69; p < 0,05; teste de Kruskal-Wallis) e o aumentos do numero de fuga (H = 13,11; p < 0,05; teste de Kruskal-Wallis). Conclusão: Os resultados demonstram o efeitos tipo antidepressivos dos inibidores preferenciais das enzimas nNOS e iNOS nos animais submetidos ao teste do desamparo aprendido. Além disso, os inibidores não demonstraram efeito per se e não alteraram a atividade locomotora dos animais. Experimentos adicionais estão em execução para melhor caracterizar um possível mecanismo induzidos pelo estresse e a síntese de NO nas vias intracelulares que modulam a metilação do DNA. Apoio Financeiro: FAPESP e CAPES.

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P47. O PAPEL DO ESTRESSE AGUDO E DOS RECEPTORES MINERALOCORTICOIDES E GLICOCORTICOIDES PRESENTES NO CÓRTEX PRÉ-FRONTAL NO PROCESSO DE EXTINÇÃO DE MEMÓRIA AVERSIVA. Rosa J., Resstel L.B. Laboratório de Neurofarmacologia, Departamento de Farmacologia, FMRP/USP. Introdução: O estresse pode ser um fator de predisposição para o desenvolvimento de transtornos psiquiátricos, como o transtorno de estresse pós-traumático, em indivíduos susceptíveis que são expostos a um evento traumático, e a extinção da memória de medo condicionado parece estar prejudicada nestes pacientes. A porção ventromedial do córtex pré-frontal (CPFvm) tem sido considerado como um importante sítio envolvido nas respostas cardiovasculares, neuroendócrinas e comportamentais frente a eventos aversivos, e onde há uma rica expressão de receptores glicocorticoides, sugerindo que a regulação das respostas ao estresse pelo CPFvm pode ser mediada pelo feedback deste hormônio. Contudo as consequências do estresse agudo ou do papel desempenhado pelos receptores de glicocorticoides no CPFvm para o aprendizado da extinção ainda são pouco conhecidos. Objetivo: Investigar o papel do estresse agudo e dos receptores mineralocorticoides e glicocorticoides presentes no CPFvm, no processo de extinção de memória aversiva. Métodos: Ratos Wistar serão submetidos à cirurgia estereotáxica para implante de cânulas-guia nas regiões pré-límbica (PL) ou infralímbica (IL) do CPFvm, com o propósito de viabilizar a admnistração intra-cérebro dos compostos farmacológicos, ou de seus veículos, nas regiões alvo deste estudo. Após 24 horas, os animais serão submetidos a um segundo procedimento cirúrgico para implante de um cateter de polietileno flexível (PE-10: .011” x .024” x 10’, conectado a um PE-50: .023 x .038 x 100’) inserido no lúmen da aorta abdominal dos mesmos, a fim de monitorar as suas respostas autonômicas (pressão arterial e frequência cardíaca). Após 7 dias de recuperação os ratos serão divididos em 3 grupos: animais que serão expostos a uma única sessão de estresse por restrição, em tubos de inox ventilados, por um período de 1 hora e outro grupo expostos por um período de 3 horas, e permanecerão depois disto, 5 dias sem estímulos em suas caixa-moradia (animais estressados); o terceiro grupo de animais permanecerá no biotério em condições habituais (animais não estressados; controle). No sétimo dia após o procedimento de estresse por restrição, dar-se-á início ao paradigma de medo condicionado ao contexto (MCC). Ambos os grupos de animais, estressados 1 ou 3 horas e não estressados, passarão pela sessão de habituação durante 10 min (somente exposição ao contexto), e transcorridos duas horas serão treinados na tarefa de medo condicionamento ao contexto (4 estímulos elétricos de 0,85 mA/1s). Após 24 h os animais serão expostos ao mesmo aparato, na ausência do estímulo elétrico, durante 30 min (sessão de extinção). Para retenção da memória de extinção (sessão de teste; 24 h após a sessão de extinção) os animais serão novamente expostos à caixa de condicionamento, durante 10 min, na ausência de estímulo elétrico. Nas sessões de treino, extinção e teste será mensurada a resposta emocional condicionada do animal: Freezing (imobilidade total do animal, exceto os movimentos respiratórios), pressão arterial média, frequência cardíaca, e temperatura cutânea da cauda (esta última medida manualmente com auxílio de uma câmera térmica). Os compostos farmacológicos (antagonista dos receptores mineralocorticoide, RU 23318; ou antagonista dos receptores glicocorticoide, RU 486) e o veículo (solução salina 0.9 % ou etanol 1% em salina, onde serão diluídos os fármacos) serão administrados aos animais através de microinjeção na região PL ou IL do CPFvm, cerca de 10 min antes da sessão de extinção ou imediatamente após esta sessão. Resultados: Até o presente momento nós observamos que os animais que foram submetidos a sessão de estresse por restrição durante 1 hora apresentam um déficit na extinção da memória de medo condicionado [F(2,17)=26,69; p=0,0001). Coclusão: Nossa hipótese de trabalho é que o estresse agudo produz um déficit na aprendizagem da extinção do medo condicionado através de alterações na expressão dos receptores para glicocorticoides e também através de modificações morfológicas no CPFvm. Apoio Financeiro: CAPES.

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P48. O ENVOLVIMENTO DO BDNF SOBRE AS CONSEQUÊNCIAS COMPORTAMENTAIS INDUZIDAS PELA RESTRIÇÃO CALÓRICA. Stanquini, LA1; Scopinho, AA1; Joca, SRL2. 1FMRP-USP, 2FCFRP-USP; Ribeirão Preto-SP, Brasil. Palavras-chave: Restrição calórica, efeito tipo antidepressivo, BDNF Introdução: O fator neurotrófico derivado do encéfalo (do inglês brain derived

neurotrophic fator, BDNF) é uma neurotrofina abundante no Sistema Nervoso Central. Ao se ligar aos receptores TrkB (do inglês tropomyosin related kinase B), o BDNF é capaz de promover a sobrevivência e diferenciação neuronal, bem como a conectividade, a eficácia e a plasticidade sináptica no SNC. Além disso, essa neurotrofina também parece desempenhar um papel-chave na homeostase energética, já que a haploinsuficiência global de BDNF (cerca de 50% de redução dos níveis totais), a depleção cérebro-específica de BDNF e a expressão hipomórfica de seus receptores, TrkB, resultam em hiperfagia e ganho de peso, acompanhado de outras características associadas a síndrome metabólica. Ainda, dados na literatura sugerem que a restrição calórica (RC) pode modular a sinalização de BDNF em estruturas límbicas do SNC e, este aumento pode estar envolvido no efeito antidepressivo e na melhora cognitiva da RC. Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar o envolvimento do BDNF nas consequências comportamentais induzidas pela restrição calórica em camundongos. Métodos: Na primeira etapa de experimentos, camundongos BALB/c foram submetidos à restrição calórica durante 10 dias, com oferta de 60% em relação ao consumo total dos animais controles. No dia 10, em grupos independentes, os animais foram submetidos ao teste do nado forçado (FST) para avaliar efeito tipo antidepressivo, ao teste do campo aberto (OFT) para avaliar as consequências da restrição calórica sobre a atividade locomotora e, por fim, ao teste de consumo alimentar para avaliar a ingestão dos animais privados em relação aos controles. Na segunda etapa, os animais foram submetidos ao mesmo protocolo de restrição calórica e receberam injeções intraperitoneais de K252 (dose de 10pmol/Kg), antagonista dos receptores TrkB ou Salina, nos dias 1, 5 e 9 da restrição calórica, e foram submetidos ao FST. Resultados: Os animais submetidos a dez dias de RC apresentaram diferença significativa no tempo de imobilidade quando submetidos ao teste do nado forçado (Média ± SEM; Dieta Livre: 173.0 ± 12.96seg; Restrição calórica: 68.80* ± 18.27seg; t= 4.652; *p<0.05; n=6), não apresentaram efeito significativo na atividade locomotora quando comparados aos animais que permaneceram com dieta livre (F1,50= 2,77, P>0.005). Neste teste, foi observado efeito significativo sobre o tempo (F5,50= 4,07, P<0.0001) mas não houve interação entre os fatores (F5,50= 1,27, P>0.005), two-way ANOVA, n=6. Os dez dias de restrição calórica também promoveu um aumento na ingestão alimentar dos animais quando comparados aos animais que permaneceram com dieta livre no Teste Alimentar (Média ± SEM; Dieta Livre: 0.1750 ± 0.01668gr; Restrição calórica: 0.6567* ± 0.04856gr; t=9.381; *p<0.05; n=6). O tratamento com o K252 não foi capaz de reverter o efeito antidepressivo induzido pela restrição calórica (F3,29= 15,69, p>0,05). Conclusão: A restrição calórica é capaz de promover efeito tipo antidepressivo e, possivelmente, este efeito não envolve ativação dos receptores TrkB pelo BDNF, nessas condições. Apoio Financeiro: FAPESP, CAPES.

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P49. ENVOLVIMENTO DA NEUROTRANSMISSÃO COLINÉRGICA NO HIPOCAMPO DORSAL DE RATOS NA MODULAÇÃO DA RESPOSTA EMOCIONAL CONDICIONADA: POSSÍVEL INTERAÇÃO COM A VIA NITRÉRGICA. 1Antero L.A., 1Uliana D.L., 1Resstel L.B.M. 1 Laboratório de Neurofarmacologia, Departamento de Farmacologia FMRP/USP. Introdução: Durante situações aversivas há um aumento de ACh no Hipocampo Dorsal (HD), principalmente em animais expostos ao medo condicionado contextual (MCC). Sabe-se que este aumento está relacionado com a ativação de receptores muscarínicos que estariam modulando respostas autonômicas (pressão arterial média, PAM; frequência cardíaca, FC e temperatura caudal, TC) e comportamentais observadas neste modelo. Esse conjunto de respostas é usualmente chamado de “resposta emocional condicionada” (REC). Microinjeção de antagonistas muscarínicos no HD de ratos atenuam tais respostas, sugerindo um papel modulatório da neurotransmissão colinérgica sobre a REC. Entretanto há outros sistemas envolvidos, que podem interagir com o sistema colinérgico, como sistema nitrérgico. Da mesma maneira, a administração de inibidores da via da produção do óxido nítrico (NO) diminui a REC durante a reexposição contextual. Hipótese: O aumento de ACh no HD de ratos condicionados, através da administração de doses crescentes de um inibidor da acetilcolinesterase, antes da reexposição ao contexto aversivo, seria capaz de aumentar a REC com consequente produção de NO. Após isso, foi avaliada a participação do sistema nitrérgico na modulação da REC gerada pelo aumento de ACh no HD, com administração prévia de inibidores da via do NO. Objetivo: investigar a interação dos sistemas, colinérgico e nitrérgico, na modulação facilitatória da REC contextual. Métodos: Ratos wistar (220g) foram submetidos a cirurgia estereotáxica, para o implante de cânulas guia no HD. Após recuperação foram submetidos ao condicionamento contextual (10 minutos, 3 ciclos, 0.85mA, 2s) e no dia seguinte foi implantado um cateter de polietileno na artéria femoral para mensurar os parâmetros cardiovasculares no dia do teste. Além destes parâmetros, a temperatura caudal (TC) foi registrada manualmente com auxílio de uma câmera térmica a cada minuto de avaliação. O tempo de congelamento (freezing) foi avaliado durante o teste. Para verificar se o aumento de ACh tem um papel facilitatório da REC, foram administradas doses crescentes de neostigmina (0,1, 1 e 3 nmol/500nL) no HD previamente antes da reexposição contextual. A interação com o sistema nitrérgico foi avaliada utilizando doses inefetivas de inibidores da via do NO, N-propil (inibidor seletivo da enzima óxido nítrico sintase neuronal-nNOS, 0,01 nmol/500nL), Carboxi-PTIO (C-PTIO, sequestrador de NO, 0,2 nmol/500nL) ou 1H-[1,2,4]oxadiazolo[4,3-a]quinoxalina (ODQ, inibidor da guanilato ciclase solúvel), antes da administração de neostigmina (1 nmol/500nL) seguida da reexposição contextual. Nos animais submetidos ao MCC, imediatamente após o teste, foram decaptados e os HDs dessecados, e processados para a detecção de nitrato pela técnica de quimiooluminescência NO/ozônio, medida indireta das concentrações de NO. Resultados: a administração de neostigmina aumentou o tempo de congelamento nas maiores doses utilizadas (F(3,42)= 15,09; 1.0 nmol/500nL, n=11, p<0,05; 3.0 nmol/500nL, n=11, p<0,05) em relação ao grupo veiculo (n=10) e os parâmetros autonômicos (PAM, F3,585=31,15, p<0,0001; FC, F3,585=47,00, p<0,0001 e TC, F3,585=145,1, p<0,0001). Nas doses de 0,1 e 1 nmol/500nL foi evidenciado aumento nos níveis de nitrato, evidenciando aumento dos níveis de NO (F(3,43)=7,60; p<0,0001). A administração de N-propil reduziu o tempo de congelamento (F3,33=10,30, p<0,05) e as respostas cardiovasculares promovidas pela microinjeção de neostigmina (PAM, F3,450=40,91, p<0,0001; FC, F3,450=99,37, p<0,0001 e TC, F3,450=56,37, p<0,0001). Os níveis de NO promovido pela neostigmina também foram reduzidos com administração de N-propil (F(3,33)=10,30, p<0,05). A administração de C-PTIO também reduziu o tempo de congelamento (F(3,19)=11,31, p<0,05) e as respostas cardiovasculares (PAM, F3,270=97,99, p<0,0001 e FC, F3,270=73,83, p<0,0001), além dos níveis de NO no HD (F(3,13)=5,59) induzidos pela neostigmina. A inibição da guanilato ciclase solúvel também reduziu o tempo de congelamento (F(3,26)=16,41, p<0,05) e as respostas autonômicas (PAM, F3,345=62,43, p<0,0001; FC, F3,345=85,40, p<0,0001 e TC, F3,345=72,12, p<0,0001) promovidas pela neostigmina durante a reexposição ao contexto aversivo. Conclusão: os resultados parciais sugerem a existência de uma via do HD, ACh/NO/GMPc, modulando a expressão do medo condicionado contextual em ratos. Apoio Financeiro: FAPESP e CAPES.

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P50. PARTICIPAÇÃO DO HIPOCAMPO NA MODULAÇÃO DAS RESPOSTAS CARDIOVASCULARES E RESPIRATÓRIAS ATIVADAS PELO QUIMIORREFLEXO E O ENVOLVIMENTO DOS SISTEMAS GLUTAMATÉRGICO E NITRÉRGICO. Kuntze, L. B.; Ferreira-Júnior, N. C.; Lagatta, D. C.; Resstel, L. B. M. Departamento de Farmacologia, FMRP/USP. Introdução: O quimiorreflexo é um mecanismo regulatório das respostas cardiovasculares e respiratórias que garante a homeostase do organismo mesmo sob condições de hipóxia ou hipercapnia, sendo mediado principalmente pelo núcleo do trato solitário e a área bulbar ventrolateral rostral. Estudos sugerem o envolvimento de estruturas límbicas nas vias neurais que modulam o quimiorreflexo periférico. Assim, é possível que o hipocampo participe da modulação das respostas cardiovasculares evocadas pelo quimiorreflexo. Objetivos: No referido período o objetivo deste estudo foi investigar a participação da neurotransmissão glutamatérgica e nitrérgica presente nas porções ventral (HV) e dorsal (HD) do hipocampo. Métodos: Ratos Wistar, 230-250g, foram submetidos à cirurgia estereotáxica para implante bilateral de cânulas-guia no HD ou no HV. Após três dias um cateter foi cirurgicamente inserido na artéria femoral para registro da pressão arterial pulsátil. A ativação do quimiorreflexo foi induzida pela infusão de cianeto de potássio (KCN, 40 μg/0,05 ml/animal) através de um segundo cateter implantado na veia femoral nos momentos antes, 10 e 60 min após a microinjeção bilateral de DL-AP7 (10 e 50 nmol/500ml; antagonista seletivo de receptores glutamatérgicos NMDA), NBQX (10 nmol/500nl; antagonista seletivo de receptores glutamatérgicos não-NMDA), Nω-propyl-L-arginine (1 nmol/500nl; inibidor seletivo da nNOS), C-PTIO ( 2nmol/500nl; seqüestrador de NO) ou do veículo correspondente no HD ou no HV. As concentrações de nitrito e nitrato foram detectadas pelo método de Griess como medida qualitativa da atividade da NOS e produção de NO. A magnitude das mudanças na pressão arterial média (PAM) e freqüência cardíaca (FC) foi quantificada e os dados foram expressos como médias ± EPM. Os procedimentos experimentais foram aprovados pelo Comitê de Ética da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (protocol: 98/2013). Resultados: O antagonismo dos receptores NMDA presentes no HD pelo DL-AP7 induziu a atenuação significante da resposta pressora (10 nmol: F(2,26)=10,41;n=9; p<0,05; 50nmol: F(2,20)=8,44; n=7; p<0,05) enquanto a resposta bradicárdica foi aumentada (AP7 10 nmol: F(2,26)= 4,94;n=9; p<0,05; 50 nmol: F(2,20)= 9;n=7; p<0,05). De modo semelhante, a administração de N-Propyl no HD promoveu uma resposta pressora de magnitude significativamente menor (n=8; F(2,23)= 5,54; p<0,05) e de maior resposta bradicárdica (n=8; F(2,26)= 5,88; p<0,05) to chemoreflex activation. O pré-tratamento do DH com C-PTIO levou apenas ao aumento da resposta bradicárdica (n=9; F(2,26)=7,25; p<0,05). Microinjeções de DL-AP7 na dose de 50 nl no HV atenuaram a resposta pressora (F(2,26)=19,68;n=9; p<0,05) e intensificaram a resposta bradicárdica (F(2,26)=4,48;n=9; p<0,05) ao quimiorreflexo. Alterações similares foram observadas após do tratamento do HV com N-propyl (resposta pressora: n=8; F(2,23)=6,64; p<0,05; resposta bradicárdica: n=8; F(2,23)=8,46; p<0,05). A administração de C-PTIO no HV e de NBQX nas duas porções do hipocampo (HD-NBQX: n=11; HV-NBQX: n=7) não promoveram alterações nas respostas características do quimiorreflexo (p>0,05). A dosagem dos produtos estáveis do NO foi significativamente maior no HV dos animais submetidos à infusão de KCN com relação ao controle (p<0,05). Conclusão: Estes dados experimentais nos permitem sugerir o envolvimento da neurotransmissão glutamatérgica presente no DH e no HV na modulação das respostas ativadas pela via simpato-excitatória e parassimpato-excitatória evocadas pelo quimiorreflexo, com o envolvimento da via nitrérgica. Apoio financeiro: CNPq.

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P51. MÚLTIPLOS MECANISMOS ENVOLVIDOS NO EFEITO ANSIOLÍTICO DO CANABIDIOL EM CAMUNDONGOS SUBMETIDOS AO ESTRESSE CRÔNICO IMPREVISÍVEL: PAPEL DA NEUROGÊNESE, AUTOFAGIA E REMODELAMENTO NEURONAL. M.V. Fogaça1,2, A.C. Campos1, Ludmila Coelho1, F.S. Guimarães1. 1Departamento de Farmacologia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Brasil, 2Yale School of Medicine, New Haven, Connecticut, Estados Unidos Introdução: O estresse crônico induz alterações neuroplásticas e comportamentais que podem levar ao desenvolvimento de desordens de ansiedade. Estudos indicam que o estresse crônico imprevisível (CUS) diminui a neurogênese hipocampal, o número de espinhos dendríticos e altera a função autofágica. Evidências prévias de nosso grupo demonstraram que injeções repetidas de canabidiol (CBD), um canabinoide não psicotomimético presente na planta Cannabis sativa, atenuaram o efeito do tipo ansiolítico induzido pelo CUS por diminuir a neurogênese hipocampal. Objetivo: Investigar se os efeitos comportamentais induzidos pela administração repetida de CBD em camundongos submetidos ao CUS estão relacionados à modulação da neurogênese, autofagia e remodelamento neural. Também, verificar as cascatas intracelulares envolvidas nesses processos e se alguns desses efeitos são mediados por receptores canabinoides CB1 e CB2. Métodos: Camundongos adultos C57BL6/J foram divididos em grupos não estressados e estressados. Os animais estressados foram submetidos ao CUS durante duas semanas, sendo expostos diariamente a diferentes estressores. Uma hora após o estressor diário os animais receberam injeções de veículo, rapamicina, a qual inibe a via da mTOR e consequentemente favorece a autofagia, antagonista de receptores CB1 AM251, antagonista de receptores CB2 AM630 seguido de veículo e/ou CBD. No 14º dia, aproximadamente 20h após a injeção os animais foram testados no teste do labirinto em cruz elevado (LCE), no qual a percentagem de entradas e tempo permanecido nos braços abertos do labirinto, bem como o número de entradas nos braços fechados foram mensurados durante 5 min utilizando-se o Software Anymaze. No 15º dia, 24 horas após a última injeção, os animais foram submetidos ao teste da supressão da alimentação pela novidade (NSF), no qual a latência para iniciar o consumo de um pellet de ração foi mensurada durante o tempo máximo de 10 min. Logo em seguida, metade dos animais tiveram o hipocampo extraído para análise porWestern Blot e a outra metade tiveram os cérebros removidos, após perfusão, para imunohistoquímica e imunoflurescência. Os resultados foram analisados por ANOVA de uma ou duas vias seguida pelos testes Duncan ou t-Student. Resultados: O CUS diminuiu a exploração dos braços abertos do LCE e aumentou a latência para iniciar o consumo de comida no NSF, um efeito do tipo ansiogênico. Além disso, esses animais tiveram uma diminuição na neurogênese e migração celular, no número de espinhos dendríticos, no tamanho total dos neurônios, no número de ramificações neuronais e na expressão da proteína vesicular Sinapsina, bem como um aumento na expressão da proteína mTOR. Essas respostas foram prevenidas por meio do tratamento com CBD. Entretando, o CBD foi inefetivo em alterar a expressão das proteínas vesiculares PSD95 e mGluR1. Também, o CBD diminuiu a expressão da enzima FAAH e aumentou a expressão das proteínas GSK-3 β, Beclin-1 e LC3B, demonstrando a facilitação de vias envolvidas na autofagia e sobrevivência celular. No mesmo sentido, a rapamicina induziu efeitos ansiolíticos em animais estressados semelhantes ao CBD. Os efeitos do CBD foram abolidos pelo pré-tratamento com AM251 e AM630 no LCE, NSF e expressão da mTOR. Além disso, essas drogas atenuaram o efeito pró-neurogênico e pró-migratório do CBD de uma forma complexa, distintamente modulando estágios de diferenciação e migração celular. O AM251 não preveniu os efeitos do CBD na expressão da FAAH e GSK3β. Conclusão: Conjuntamente, esses resultados sugerem que em condições de estresse o CBD induz efeito do tipo ansiolítico e alterações neuroplásticas por recrutar vias intracelulares envolvidas na migração, diferenciação, sobrevivência e remodelamento neuronal. Alguns desses efeitos são mediados por receptores CB1 e CB2 de forma complexa. Suporte financeiro: CAPES, CNPq, FAPESP, NAPNA-USP.

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P52. ENVOLVIMENTO DOS SUBNÚCLEOS CAUDAL E DORSAL DO NÚCLEO DORSAL DA RAFE NA MODULAÇÃO DE RESPOSTAS DEFENSIVAS ASSOCIADAS À ANSIEDADE E AO PÂNICO. 1Matthiesen M., 1Fortaleza, E.A.T., 1Pobbe, R.L.H., 1Zangrossi, H.Jr. 1Departamento de Farmacologia, FMRP/USP. Introdução: Evidências experimentais indicam que o núcleo dorsal da rafe (NDR) não é uma estrutura homogênea, mas sim um agregado de populações distintas de neurônios serotonérgicos e não serotonérgicos, que podem diferir tanto morfológica como funcionalmente. Evidências adicionais sugerem que a estimulação de neurônios serotonérgicos presentes nos subnúcleos dorsal (DRD), caudal (DRC) e ventral do NDR, que se projetam em grande proporção para o núcleo basolateral do complexo amigdaloide (BLA), facilita a expressão de comportamentos defensivos associados à ansiedade. Nesse sentido, dados do nosso grupo mostraram que a administração do antagonista de receptores do tipo 5-HT1A WAY-100635 intra-DRD facilita a resposta de esquiva inibitória e prejudica a resposta de fuga no teste do labirinto em T elevado (LTE). O objetivo deste trabalho é investigar o papel da via serotoninérgica que parte do DRC e do DRD para o BLA na modulação de respostas defensivas avaliadas no LTE. Na primeira etapa, observamos os efeitos comportamentais da administração de WAY-100635 intra-DRC em animais submetidos ao LTE . Na segunda etapa, avaliamos se o bloqueio farmacológico prévio dos receptores do tipo 5-HT2C no BLA é capaz de neutralizar o efeito do tipo ansiogênico promovido pela administração de WAY-100635 intra-DRD no mesmo modelo experimental. Metodologia: Sete dias após a cirurgia estereotáxica para implantação das cânulas, no experimento 1, os animais receberam infusão de WAY-100635 (0; 0,37; 0,74; 1,48/50nL) no DRC; no experimento 2, foi

realizada a administração prévia de SB-242084 (0; 0,001nmol/0,2 µl) no BLA e depois de dez minutos, WAY-100635 (0; 0,37/50nL) no DRD. Dez minutos após a administração central, os animais foram submetidos à avaliação no LTE e no teste do campo aberto. Ao final dos testes comportamentais, os animais foram submetidos aos procedimentos histológicos para análise dos sítios de injeção. Resultados: Experimento 1: A ANOVA de medidas repetidas mostrou efeito significativo no fator tratamento [F(3,15)= 7,527, p<0,05], no fator tentativa [F(2,30)= 151,148, p<0,05] e na interação tentativa-tratamento [F(6,30)= 4,915, p<0,05] na esquiva inibitória; na fuga, foi observado efeito significativo apenas no fator tratamento [F(3,15)= 38,497]. Experimento 2: A ANOVA de medidas repetidas mostrou efeito significativo no fator tratamento [F(3,36)= 4,981, p<0,05], no fator tentativa [F(2,72)= 15,895, p<0,05] e na interação tentativa-tratamento [F(6,72)= 2,023, p<0,05] na esquiva inibitória; na fuga, não houve efeito significativo em nenhum dos fatores analisados. Em nenhum dos experimentos houve alteração na atividade locomotora dos animais no teste do campo aberto. Conclusão: Os resultados indicam que o DRC está envolvido na modulação de respostas defensivas associadas à ansiedade e ao pânico. Adicionalmente, os dados sugerem que o efeito do tipo ansiogênico promovido pela desinibição da via serotonérgica que parte do DRD para o BLA é mediado pelos receptores do tipo 5-HT2C. Suporte Financeiro: CAPES.

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P53. AVALIAÇÃO DOS EFEITOS INDUZIDOS PELO TRATAMENTO AGUDO E REPETIDO COM CANABIDIOL SOBRE AS ALTERAÇÕES COMPORTAMENTAIS EM UM MODELO DE ESQUIZOFRENIA BASEADO NO ANTAGONISMO DOS RECEPTORES NMDA. Da-Silva, N.R. 1; Silva, N.R1; Gomes, F.V1; Guimarães, F.S1 . 1Departamento de Farmacologia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Brasil. Introdução: Dados pré-clínicos e clínicos indicam que o canabidiol (CBD), um composto não-psicotomimético presente na planta Cannabis sativa, induz efeitos tipo-antipsicóticos sem produzir efeitos extrapiramidais. Estudos realizados pelo nosso grupo mostram que o tratamento repetido com CBD atenuou as alterações comportamentais induzidas pelo tratamento repetido com MK-801, uma atagonista dos receptores NMDA, nos testes de reconhecimento de objeto (RO), utilizado no estudo de funções cognitivas, e teste de interação social (IS), utilizado para o estudo dos sintomas negativos da esquizofrenia. Nesse estudo, o tratamento com CBD iniciou-se no sexto dia de tratamento com MK-801 e terminou com o fim do tratamento com essa droga, que durou 28 dias. Estudos mostram que as alterações induzidas por antagonistas NMDA foram observadas até 6 semanas após o tratamento, sendo essas alterações revertidas por antipsicóticos atípicos como clozapina e aripripazol, mas não pelo haloperidol, um antipsicótico típico. Além de alterações relacionadas aos sintomas negativos e déficits cognitivos, acredita-se que o tratamento repetido com antagonistas dos receptores NMDA resulte em uma hiperresponsividade dopaminérgica que pode ser observada pelo aumento da resposta locomotora induzida por pequenas doses de anfetamina, uma alteração relacionada aos sintomas positivos da esquizofrenia. Essa alteração parece mimetizar a observação de que pacientes com esquizofrenia mostram uma exacerbação dos sintomas positivos após a administração de anfetamina. Considerando que os novos antipsicóticos parecem não apresentar melhor eficácia em relação aos sintomas negativos e cognitivos e tolerabilidade em relação aos medicamentos mais antigos, há necessidade de novas opções farmacológicas para o tratamento da esquizofrenia. Objetivos: Assim, no presente estudo será testado se o tratamento agudo e repetido com CBD realizado após o fim do tratamento repetido com MK-801 é capaz de reverter, os déficits nos testes de reconhecimento de objeto, interação social e um aumento da resposta locomotora a anfetamina induzida pelo tratamento repetido com MK-801, extendendo as investigacoes do nosso grupo sobre as propriedades antipsicóticas desse composto. Metodologia: Os déficits serão induzidos a partir da administração sistêmica de MK-801 nas doses de 0,25, 0,5 e 1 mg/kg (2 vezes ao dia, i.p.) durante 7 ou 14 dias. Após o termino do tratamento com MK-801, o CBD (15, 30 ou 60 mg/kg) será administrado sistemicamente por 7 dias (1 vez ao dia, i.p.). No final do tratamento com o CBD animais serão submetidos a habituação, 24 horas depois os testes de RO e IS serão realizados e no dia seguinte os animais serão submetidos ao teste de hiperlocomoção induzida por anfetamina. A fim de verificar uma possível atividade aguda do CBD, um grupo de animais receberá o CBD sistemicamente (i.p.) 30 minutos antes dos testes. Financiamento: CAPES, CNPq, FAPESP Palavras-chave: canabidiol, esquizofrenia, receptor NMDA, antipsicótico, MK-801.

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P54. AVALIAÇÃO DOS EFEITOS ANTICOMPULSIVOS E ANTINOCICEPTIVOS INDUZIDOS PELO HU-474, UM ANÁLOGO SINTÉTICO DO CANABIDIOL.1Silva, N.R.; 1Gomes, F.V.; 1Fonseca, M.D.M; 2Mechoulam, R.; 1Guimarães, F. S. 1Departamento de Farmacologia, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Brasil. 2 Department of Medicinal Chemistry and Natural Products, Faculty of Medicine, Hebrew University of Jerusalem, Israel. Introdução: Vários estudos indicam que o canabidiol (CBD) possui grande potencial terapêutico por possuir propriedades anti-inflamatória, analgésica, anticonvulsivante, anticompulsivas, entre outras. No entanto, o CBD apresenta baixa biodisponibilidade, o que pode comprometer seu uso clínico. Nesse sentido, o desenvolvimento de compostos com efeitos semelhantes ao CBD, porém mais potentes e/ou com melhor perfil farmacocinético, seria importante. Objetivos: Comparar os efeitos de diferentes doses de CBD e HU-474, um análogo sintético do CBD, em modelos animais de compulsão (teste de enterrar esferas) e de nocicepção (testes da placa quente, contorção abdominal induzida por acido acético e hipernocicepção induzida pela carragenina). Adicionalmente, a participação dos receptores CB1 nos efeitos desses compostos foi avaliada. Também investigamos se o HU-474 induz a tétrade canabinóide (catalepsia, hipolocomoção, hipotermia e efeitos antinociceptivos), efeito comumente induzido por agonistas dos receptores CB1, como THC e WIN55,212-2. Métodos: Camundongos Swiss machos (30-40g) receberam administração intraperitoneal de veículo, CDB (15, 30, 60 mg/kg) ou HU-474 (1, 3, ou 10 mg/kg) e 30 minutos depois, foram submetidos ao teste de enterrar esferas. Para a avaliação da tétrade canabinóide, os animais receberam veículo, CDB (30 e 90 mg/kg), HU-474 (10 e 30 mg/kg) ou WIN55,212-2 (5 mg/kg) e foram submetidos aos testes de catalepsia, placa quente, campo aberto e temperatura de cauda. Para os testes de hipernocicepção foi administrado veículo, CBD (10, 30 e 90 mg/kg), HU-474 (3, 10 e 30 mg/kg) e WIN55,212-2 (1, 3 e 5 mg/kg). No teste da placa quente (nocicepção térmica), realizado 45 min após o tratamento, os animais foram colocados sobre a placa quente. No teste da contorção abdominal (hipernocicepção química), 30 min após o tratamento foi administrado ácido acético 0,8% (10 mL/kg) e o número de contorções abdominais foi registrado. Para avaliar a hipernocicepção inflamatória, os animais receberam 30 min após os tratamentos, 20µl de carragenina (100µg por pata) e após 3 h foi avaliada a intensidade de hipernocicepção mecânica através do método de Von Frey eletrônico. Para avaliar o possível envolvimento dos receptores CB1 nos efeitos anticompulsivos e antinociceptivos do HU-474 e CBD, os animais receberam AM251 (um antagonista do receptor CB1, 1 mg/kg) 30 min antes da administração de CBD ou HU-474. Resultados: CDB (30 e 60 mg/kg) e HU-474 (10 mg/kg) induziram uma diminuição significativa no número de esferas enterradas e o pré-tratamento com AM251, impediu este efeito. Como esperado, o agonista dos receptores CB1/2 WIN55,212-2 induziu a tétrade canabinóide, efeito não observado com o CBD e HU-474. No teste da placa quente o HU-474 (30 mg/kg) e WIN55,212-2 (5 mg/kg) induziram efeito antinociceptivo. O pré-tratamento com AM251 impediu os efeitos do HU-474 e WIN55,212-2. No teste da contorção abdominal o CBD (30 e 90 mg/kg), HU-474 (30mg/kg) e WIN55,212-2 (3 e 5mg/kg) diminuíram o número de contorções induzidas pelo ácido acético. O pré-tratamento com AM251 1 mg/kg não foi capaz de bloquear o efeito desses compostos. No modelo de hipernocicepção inflamatória o CBD (30 e 90 mg/kg), HU-474 (3, 10 e 30mg/kg) e WIN55,212-2 (1 mg/kg) foram capazes de diminuir a intensidade de hipernocicepção mecânica. Conclusão: Estes resultados indicam que o HU-474 induz efeitos anticompulsivos semelhantes ao CBD, mas em doses mais baixas, através de mecanismos dependentes do receptor CB1. Enquanto o CBD induziu efeito antinociceptivo apenas no teste de contorções abdominais induzida pelo ácido acético e na hipernocicepção induzida pela carragenina, o HU-474 apresentou propriedades antinociceptivas em todos os testes, em doses semelhantes ou menores que o CBD. Até o momento, nossos resultados indicam que apenas no teste da placa quente o efeito antinociceptivo desse composto é mediado por receptores CB1. Além disso, o CBD e HU-474 não induziram tétrade canabinóide. Financiamento: FAPESP, CAPES e CNPq.

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P55. RECEPTORES ANGIOTENSINÉRGICOS AT1 E AT2 NO CÓRTEX PRÉ-LÍMBICO MODULAM AS RESPOSTAS CARDIOVASCULARES INDUZIDAS PELO ESTRESSE DE RESTRIÇÃO EM RATOS. Brasil T.F.S., Fassini, A., Corrêa FMA. Departamento de Farmacologia, FMRP/USP. Introdução: O córtex pré-frontal medial ventral (CPFMv) é uma estrutura integrante do sistema límbico e é subdividida em córtices pré-límbico (PL), infralímbico (IL) e dorsopeduncular (DP). O PL, em particular, envia projeções para estruturas envolvidas no controle de respostas cardiovasculares. A estimulação elétrica ou química do PL causa respostas cardiovasculares. O estresse de restrição (ER) é uma situação inescapável e aversiva, a qual provoca aumento sustentado da pressão arterial (PA) e frequência cardíaca (FC). O bloqueio sináptico temporário desta região, por meio da microinjeção de CoCl2, aumenta a FC induzida pelo ER, porém não altera a resposta pressora, sugerindo que esta área exerce uma influência inibitória na resposta taquicárdica evocada pelo RS. Entretanto, os possíveis neurotransmissores e seus respectivos receptores presentes no CPFMv, envolvidos nesta modulação, ainda não estão bem elucidados. O Sistema Renina Angiotensina (SRA) central é capaz de modular respostas cardiovasculares, inclusive aquelas induzidas por situações aversivas. Além disso, foi demonstrado que o PL possui SRA funcional com presença dos peptídeos e receptores a ele relacionados. Objetivo: investigar o papel desempenhado por receptores angiotensinérgicos no PL nas respostas autonômicas (aumento de PA, FC e queda da temperatura cutânea) evocadas pelo ER. Métodos: Ratos Wistar (240-260g) foram utilizados. Cânulas-guia foram implantadas bilateralmente no PL, por meio de cirurgia estereotáxica, para posterior microinjeção de candesartan (antagonista seletivo AT1 nas doses de 0,1, 0,5, e 1nmol/100 nL); PD123177 (antagonista seletivo AT2 nas doses de 0,1, 0,5 e 1nmol/100 nL), ou veículo (fluido cerebrospinal artificial, ACSF, 100 nL). Após, um cateter de polietileno foi implantado na artéria femoral para registro da PA e FC, utilizando um sistema computadorizado de aquisição. Dez minutos após a microinjeção de drogas ou veículo no PL, os ratos foram submetidos ao ER durante uma hora. Todos os protocolos foram aprovados pela CEUA do campus da USP de Ribeirão Preto, n°074/2012. Resultados: O pré-tratamento com candesartan no PL reduziu o efeito pressor (F3,108=4,412, p<0,05) induzido pelo ER, porém não alterou a resposta taquicardíaca (F3,114=0,7910, p>0,05) e a queda na temperatura cutânea (F3,114=0,3497, p>0,05) induzida por esta situação aversiva. Por sua vez, o pré-tratamento com PD123177 no PL reduziu a resposta taquicardíaca (F3,90=3,977, p<0,05) evocada pelo ER, entretanto não alterou o efeito pressor (F3,90=2,699, p>0,05) e a queda na temperatura cutânea (F3,102=0,9518, p>0,05) induzida pelo estresse. Conclusão: Os dados acima sugerem que receptores AT1 no PL desempenham influência facilitatória sobre a resposta pressora induzida pelo ER, já os receptores AT2 exercem influência facilitatória sobre a resposta taquicardíaca evocada por esta situação aversiva. Apoio Financeiro: CAPES e CNPq.

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P56. EFEITOS INDUZIDOS PELO TRATAMENTO REPETIDO DEDESIPRAMINA NA EXPRESSÃO DE FOS EM NEURÔNIOS QUE CONTÉM NNOS EM RATOS SUBMETIDOS AO TESTE DO DESAMPARO APRENDIDO. Vinicius A. H Sato1,2, Joca, SRL1,2. 1FMRP-USP, 2FCFRP-USP; Ribeirão Preto-SP, Brasil. A administração de inibidores da NO sintase (NOS) induz efeitos do tipo antidepressivo em modelos animais e há um aumento da expressão da NOS em estruturas do sistema límbico em indivíduos depressivos e em animais expostos a estresse. Além disso, sabe-se que o estresse causa um aumento da ativação de neurônios localizados em estruturas do sistema límbico e que o tratamento com antidepressivos bem como com inibidor da NOS, o 7-NI, diminui essa marcação. Contudo, ainda não se sabe como o sistema nitrérgico dessas estruturas está relacionado com os comportamentos relacionados à depressão. Assim nosso objetivo é testar a hipótese de que o desenvolvimento do desamparo (comportamento relacionado à depressão) em ratos seria causado por um aumento de atividade de neurônios que contém NOS em estruturas límbicas envolvidas na modulação do eixo HPA, e que o tratamento com antidepressivos induz efeito do tipo antidepressivo no modelo apresentando um efeito final comum de diminuir essa ativação e, portanto, diminuir os níveis de NO. Para isso ratos foram submetidos ao modelo do desamparo aprendido e tratados com veículo ou antidepressivos (desipramina ou fluoxetina). Os cérebros dos animais foram submetidos á imunohistoquímica para fos (indicador de atividade neuronial) e nNOS. O tratamento repetido mas não o agudo com desipramina diminuiu o número de falhas em escapar dos choques assim como o tempo médio de latência para escapar dos choques. Tanto o tratamento agudo quanto o repetido com desipramina diminuiu o número de células marcadas para Fos (Fos-IR) nas regiões CA1 e CA3 do hipocampo dorsal. O tratamento repetidocom desipramina também diminuiu o número de Fos-IR na região CA3 do hipocampo ventral. O tratamento agudo com desipramina aumentou o número de Fos-IR na amígdala central enquanto o tratamento repetido diminuiu o número de Fos-IR nas regiões basolateral e lateral. Não foram observados efeito significativos quanto ao número de Fos-IR no núcleo paraventricular do hipotálamo ou núcleo leito da estria terminal. Não foram encontradas diferenças significativas no número de células marcadas para nNOS (nNOS-IR) ou para o número de células duplamente marcadas. Também foram observadas correlações positivas entre o número de nNOS-IR e o número de falhas em escapar no teste no giro denteado do hipocampo ventral e nas regiões lateral e basolateral da amígdala. Os resultados indicam que a participação das estruturas avaliadas no efeito tipo antidepressivo induzido pelo tratamento repetido com desipramina não seria dependente de uma maior ativação de neurônios produtores de nNOS. Palavras-chave: Óxido nítrico, Fos, nNOS, antidepressivos. Apoio financeiro: CAPES, CNPq e FAPESP.

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P57. AVALIAÇÃO DO TRATAMENTO COM UM AGONISTA E UM ANTAGONISTA DE RECEPTORES CANABINOIDES DO TIPO 1 NO HIPOTÁLAMO ANTERIOR DE CAMUNDONGOS CONFRONTADOS COM SERPENTES CONSTRITORAS. 1dos Anjos-Garcia T., 1Coimbra NC. 1Laboratório de Neuroanatomia e Neuropsicobiologia, Departamento de Farmacologia, FMRP/USP. Introdução: Exposição a predadores mobiliza várias estruturas hipotalâmicas que constituem o circuito hipotalâmico de defesa. O núcleo anterior do hipotálamo (NAH) é um desses núcleos e está criticamente envolvido na integração de respostas corticais, septo-hipocampais e amidalianas. Tem sido descrito que os receptores canabinoides do tipo 1 (CB1) apresentam-se amplamente distribuídos em áreas encefálicas relacionadas com o controle das emoções; entretanto, pouco se sabe sobre o recrutamento desses receptores em regiões hipotalâmicas, como o NAH, ativadas durante a elaboração do comportamento de defesa, sobretudo induzido pelo confronto direto com um predador. Objetivos: Avaliar as respostas defensivas induzidas pelo confronto direto de camundongos com serpentes constritoras e avaliar o possível efeito do pré-tratamento do NAH com um agonista e antagonista CB1, anandamida e AM251, respectivamente. Metodologia: Foram utilizados camundongos C57, os quais foram submetidos à cirurgia estereotáxica para implantação de uma cânula-guia direcionada para o NAH. Após o período pós-operatório, os camundongos foram habituados (3 dias) em grupos de dez animais em uma arena poligonal com toca artificial, local onde seria realizado o confronto direto entre o roedor e a serpente. Como predadores, foram utilizadas serpentes constritoras da espécie Epicrates

cenchria crassus. No primeiro experimento, os camundongos (n=7-10/grupo) receberam microinjeções de veículo e foram submetidos ao confronto e comparados com os animais controles que não foram confrontados com a serpente. No segundo experimento, os camundongos (n=7-8/grupo) receberam microinjeções de anandamida (5pmol) ou de AM251 (100pmol) e, 5 minutos depois, foram submetidos ao confronto. Após os tratamentos, os animais foram colocados imediatamente na arena de confronto e os comportamentos foram gravados por 5 minutos para posterior análise, onde foram avaliados os comportamentos de alerta, congelamento, fuga orientada, bem como o número de cruzamentos e levantamentos. Resultados: O teste t para amostras independentes mostrou que os camundongos que foram expostos à serpente claramente aumentaram (p<0,05) todos os comportamentos defensivos analisados (índex t15=3,52 e % tempo t15=2,94 de alerta; índex t15=2,98 e % tempo t15=2,58 de congelamento; índex t15=6,74 e % tempo t15=6,32 de fuga orientada) ao passo que houve menor (p<0,05) exploração da arena (índex t15=3,43 de levantamento e número de cruzamento t15=6,04) quando comparados com os animais que não foram expostos ao predador. Até o presente momento, nenhum pré-tratamento alterou as respostas comportamentais analisadas quando comparados com os animais que receberam veículo (F(2,21)<3,16; p>0,05), embora haja uma tendência da anandamida em atenuar o tempo de fuga orientada e uma tendência do AM251 em atenuar o comportamento de congelamento. Conclusão: Embora ainda inconclusivos, os dados apresentam uma tendência de atenuação do comportamento de congelamento pelo antagonista e de fuga orientada pelo agonista.