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ATIVO PASSIVO e PL Circulante Circulante Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo Permanente Patrimônio Líquido Prof. Marcos Vinício Bilancieri

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Page 1: Ativo circulante

ATIVO PASSIVO e PL

Circulante Circulante

Realizável a Longo Prazo Exigível a Longo Prazo

Permanente Patrimônio Líquido

Prof. Marcos Vinício Bilancieri

Page 2: Ativo circulante

1º ATIVO CIRCULANTE Componentes do Ativo Circulante

Os valores classificáveis no AC são:1º Disponíveis:

• Caixa• Depósito Bancário à Vista (Bancos conta Movimento)• Aplicações Financeiras (Fundo de Aplicações Financeiras).

2º Bens e Direitos Realizáveis a Curto Prazo (no curso do exercício social seguinte):

• Duplicatas a Receber.• Estoques• Investimentos Temporários.• Outros Valores.

3º Aplicação de Recursos em Despesas do Exercício Seguinte (Despesas Antecipadas):

• Seguros• Despesas Financeiras• Material de Escritório etc.

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Page 3: Ativo circulante

• Ciclo Operacional e sua Influência na Determinação do Curto e do Longo Prazo.

• Critérios de Avaliação do Ativo Circulante– No Ativo Circulante, o critério exposto tanto pela Lei como pela Teoria da

Contabilidade é “Custo do Mercado, o mais baixo”.

Circulante_________ _______________ _______________ ______Estoque 198.46 (-) PAE (48.46) 150.0_________ _______________ ______

ATIVO ATIVO e PL Lucro antes da Provisão para

Ajuste de Estoque $45,00

(-) Ajuste no Estoque (48,46)

Resultado (3,46)

Portanto em vez do lucro esperado, tivemos um prejuízo.

BALANÇO PATRIMONIALDEMONTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

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Page 4: Ativo circulante

1º Disponível

O disponível é composto dos itens: Caixa, Bancos Conta Movimento e Aplicações Financeiras diárias, como segue:

A) CaixaO Controle de caixa pode ser feito de duas formas: Fundo Fixo ou Caixa

Flutuante.• Fundo Fixo: Uma quantia prefixada é fornecida ao responsável pelo Fundo

• Caixa Flutuante: O caixa é movimentado por todas as entradas e saídas de dinheiro, isto é, passa por todos os recebimentos e pagamentos da empresa.

B) Depósitos Bancários a Vista (Bancos Conta Movimento)São depósitos efetuados em conta bancária onde a empresa pode, geralmente com

cheque, movimentar livremente o dinheiro depositado

C) Fundo de Aplicação financeiraSão aplicações de liquidez imediata, ou seja, aplicações em títulos, para poucos dias,

que podem ser vendidos (transformados em dinheiro) a qualquer momento.

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Page 5: Ativo circulante

2º Realizável a Curto PrazoSão valores que se converterão em dinheiro no próximo ano (no curso do exercício social

subseqüente): Duplicatas a Receber, Estoques, Investimentos Temporários e Outros Valores a Receber.

A) Duplicatas a ReceberProvisão para Devedores Duvidosos

O recebimento da duplicata não é líquido e certo um vez que a empresa estásujeita aos riscos de crédito.

Efeitos de Provisão para Devedores Duvidosos no BP e na DREPor ocasião do levantamento do balanço, deduz-se de Duplicatas a Receber

um montante estimado de perdas com clientes duvidosos. Este montante também é deduzido como despesa do exercício a e aparece como uma Despesa de Vendas na Demonstração do Resultado do exercício.

Circulante

Disponível

Duplicatas a Receber 286.800

(-) Provisão para (10.600)

Deved. Duvidosos 276.200

RECEITA(-) CMVLUCRO BRUTO(-) Despesas Operacionais de Vendas

Devedores Duvidosos 10.600Comissão

Administrativa

LUCRO LÍQUIDO

ATIVO PASSIVO e PL

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Page 6: Ativo circulante

Cálculo da Provisão para Devedores DuvidososO parâmetro aceito é percentagem obtida, nos últimos três anos, entre duplicatas não

liquidadas e total das Duplicatas a Receber no final desses 3 anos.

Além dessa média dos 3 últimos anos de duplicatas não liquidadas, poderão ser acrescentados à Provisão de Devedores Duvidosos os seguintes valores:

– A diferença entre o montante de Duplicatas a Receber dos concordatários e a proposta de liquidação pelo concordatário, nos casos de concordata, desde o momento em que esta for requerida.

– Até 50% do crédito, nos casos de falência do devedor, desde o momento de sua decretação.

Reversão da Provisão para Devedores DuvidososTerminado o ano para o qual foi feita a provisão, duas situações poderão ocorrer:

– A perda ocorrida ser maior que a Provisão feita no início do ano: neste caso, a diferença a maior será jogada como despesa (perda) do ano (período)

– A perda ocorrida ser menor que a Provisão feita no início do ano (ou final do ano anterior): neste caso, o excesso de Provisão será revertido como receita (ganho) do ano (período).

• Duplicatas descontadas Outro fato deve ser considerado como conta retificadora (subtrativa de Duplicatas a

Receber) é o desconto de duplicatas. A duplicata é cedida ao Banco.A empresa que desconta a duplicata é co-responsável do Banco se o seu cliente não

liquidar.

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Page 7: Ativo circulante

RECEITACirculante Circulante ( - ) CMV

LUCRO BRUTO( - ) DESPESAS OPERACIONAIS

De vendas (10.600)Bancos c/Movimento 1000.00 AdministrativasDuplicatas a Receber 286.800 Financeiras( - ) Provisão para Devedores Juros e encargos (20.000)

Duvidosos (10.600)( - ) Duplicatas Descontadas (120.000)

156.200

LUCRO LÍQUIDO

ATIVO PASSIVO

BALANÇO PATRIMONIAL DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

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Page 8: Ativo circulante

São aplicações de recursos em despesas que permitirão desfrutar de um benefício no próximo exercício e que, pelo princípio da confrontação, devem ser apropriadasno exercício do beneficio, independentemente da época do pagamento. Muitas vezes é usada também a expres-são “Despesas Diferidas”, com a qual não concorda-mos, devido à semelhança com a Expressão Ativo Dife-rido, gerando certa confusão que prejudica a clareza tão necessária nas Demonstrações Financeiras. O grupo de Despesas Antecipadas apresenta como componentes usuais os seguintes:Seguros, Juros, Aluguéis, Impressose Materiais de Uso Personalizados.

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Page 9: Ativo circulante

- Despesas Antecipada com Seguro

- Despesa Antecipada com Juros

- Despesa Antecipada com Aluguéis

- Impressos e Materiais de Uso Personalizado

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Page 10: Ativo circulante

Efeito da Despesa Antecipadano BP e DRE

A Despesa Antecipada contabiliza no Ativo Circulante provoca o efeito de não inclusão do seu valor na DRE atual, transferindo-o para a próxima DRE (próximo exercício)

Page 11: Ativo circulante

Circulante

Despesas Operacionais

Despesa + Despesas AdministrativasAntecipada 200 ( - )

(é excluído o valor de $ 200,00)Realizável a Longo Prazo

Despesas Operacionais+ Despesa Antecipada

DRE de 1º a 31-12-X2

(é incluída)

EFEITO DA DESPESA ANTECIPADA NO BP E NA DRE ATUA E NA PRÓXIMA

PASSIVOATIVOBP 31-12-x1 DRE de 1º a 31-12-X1

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Page 12: Ativo circulante

-Controle da Despesa Antecipada

- Cálculo das Despesas antecipadas

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Page 13: Ativo circulante

Cálculo do Seguro

Apólice de Seguros Contra Incêndio

Valor do Prêmio e Custas: $ 2.000.000

Prazo de Cobertura de 8-11-X1º a 7-11-X2º:

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Page 14: Ativo circulante

Apólice de Seguros Contra IncêndioValor do Prêmio e Custas: $ 2.000.000Prazo de Cobertura de 8-11-X1º a 7-11-X2º:

Pagamentos: 1º Pagamento: 500.000,00 em 5-11-X1º2º Pagamento: 500.000,00 em 5-12-X1º3º Pagamento: 500.000,00 em 5-01-X2º4º Pagamento: 500.000,00 em 5-02-X2º

Valor da Cobertura: $ 500.000.000

Explicação:

O cálculo das Despesas Antecipadas independe do sistema de

pagamento. Teremos, então, o seguinte resultado:

Cálculo do Seguro

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Page 15: Ativo circulante

1º PassoTotal da Despesa: Despesa diária= 2.000.000

360360 dias

2 º PassoDespesa de Novembro de X1ºDias de Cobertura x Despesa DiáriaDias de Cobertura: 30-7= 23 dias.

23 x 5,555,55 = 127.777,78

3º PassoDespesa de dezembro de X1º (considerando o mês de 30 dias)Dias de Cobertura x Despesa Diária

30 x 5.555,55 = 166.666,67

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4º PassoDespesa de X1º Despesa de novembro + despesa de dezembro = Despesa de X1º

127.777,78 + 166.666,67 = 294.444,45

5º PassoDespesa de X2º

Despesa Total - Depesa de X1 = Despesa de X22.000,00 - 294.444,45 = 1.705.555,55

6º PassoDespesa de novembro de X2ºDias de cobertura x Despesa Diária = Despesa de novembro de X2º

7 x 5.555,55 = 38.888,85

7º PassoElaboração de Tabela Mensal de Apropriação

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Page 17: Ativo circulante

Apólice nº ............... ................ De ......... / ............./ ..............Mês e Ano Valor da Apropriação Mensal Contabilização Efetuada por: Em: (Data)

Nov./X1º 127.777,78

Dez./X1º 166.666,67

Total 294.444,45Jan./X2º 166.666,67Fev./X2º 166.666,67Mar./X2º 166.666,67Abr./X2º 166.666,67Maio/X2º 166.666,67Jun./X2º 166.666,67Ago./X2º 166.666,67Set./X2º 166.666,67Out./X2º 166.666,67Nov./X1º 166.666,67Dez./X1º 38.888,85

Total/X2º 1.705.555,55

Observação:

TABELA DE APROPRIAÇÃO DE DESPESA COM SEGUROS C/FOGO CIA. SEGURADORA PAPI

Despesa de 19X1º

Despesa de 19X2º (aparece comoDespesa Antecipada no BalançoPatrimonial em 31-12-X1º

Para cada apólice deve ser feita uma tabela como esta acima, e deve ser incluído na rotina de fim de mês o ajuste correspondênte para apuração do resultado (se a

apuração for mensal)

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REALIZÁVEL A LONGO PRAZO

Como segundo grupos de Contas do Ativo, caracteriza-se por distinguir-se do Circulante em dois aspectos:

Prazo: Quando ultrapassar o exercício subseqüente.

Independentemente do prazo, por determinação legal, devem ser classificados neste grupo os valores a receber, oriundos de vendas, adiantamentos, empréstimos a sociedades coligadas ou controladas, a diretores, a acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da empresa.

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Os componentes do RELP são:

1. Contas a Receber

Contas a receber a Longo Prazo (qualquer das especificada no Curto Prazo).

Sócios ou Acionistas Conta Corrente.

Diretores ....................Conta Corrente.

Coligadas ...................Conta Corrente.

Controladas ................Conta Corrente.

Contas a Receber ........Conta Corrente.

Contas a Receber Oriundas de Transações Não Operacionais.

Page 20: Ativo circulante

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Investimentos Temporários a Longo Prazo.(Qualquer dos especificados no Curto Prazo).

Aplicações em Incentivos Fiscais

Despesas antecipadas a Longo Prazo.(Qualquer da especificadas no Curto Prazo).

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O significado dos novos termos contábeis é o seguinte:

Sociedade coligada: São coligadas as sociedades quando uma participa com 100% (dez por cento) ou mais, do capital da outra, sem controlá-la.

Sociedade controlada, direta ou indiretamente, for titular de direitos acionários que assegurem, de modo permanente, preponderância nas deliberações sociais, bem como o poder de eleger a maioria dos administradores (conselho de administração e diretores). Essa situação, pode ocorrer a partir da posse mínima de 17% das ações ordinárias.

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Transações Não Operacionais:

São transações tais como venda de imóveis efetuada por uma fábrica de bicicletas, ou venda de Avião por uma fábrica de fogões. Enfim, são transações não habituais e que não estão caracterizadas como sendo o objeto da Companhia.

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RESUMO

As contas classificadas no Ativo Circulante são:

1. Disponibilidade Caixa

Depósitos Bancários a Vista (Banco Conta Movimento)

Aplicações no Mercado Aberto (Fundos de Aplicação)

Page 24: Ativo circulante

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2. Direitos realizáveis Duplicatas a Receber

no curso do exercício Estoques

social subseqüente Investimentos Temporários

Outros créditos

3.Aplicações de Despesas Antecipadas

recursos Despesas Despesas de Seguro

do exercício seguinte Despesas de Juros

Despesas Aluguéis

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São contas retificadas do Ativo Circulante (subtrativa) as seguintes:

a) As Duplicatas Descontadas. Registra os valores recebíveis de clientes e que foram recebidos antecipadamente mediante desconto bancário.

b) Provisão para Provedores Duvidosos. Registra as perdas estimadas com créditos de liquidação duvidosa.

c) Provisão para Ajustes de Títulos Mobiliários. Éconstituída para registrar perdas com investimentos temporários.

d) Provisão para Ajustes de Estoques. Registra o ajuste do estoque ao valor de mercado, quando este for inferior.

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O critério para determinação de Curto (Ativo Circulante) e Longo (Realizável a Longo Prazo) Prazo é o seguinte:

Curto Prazo: Até 1 ano ou o tempo do ciclo operacional da empresa se este for maior que um.

Longo Prazo: Acima de 1 ano ou acima do ciclo operacional da empresa, se este for maior que um ano.

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As contas classificadas no Ativo Realizável a Longo Prazo são:

Contas a Receber a Longo Prazo.

Conta Corrente de Sócios ou Acionistas.

Conta Corrente de Diretores.

Valores em Coligadas e Controladas.

Investimentos Temporários a Longo Prazo.

Incentivos Fiscais.

Despesas Antecipadas a Longo Prazo.

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Estoques

IMPORTÂNCIA DOS ESTOQUES

O grupo de contas Estoques assume grande importância no contexto do Balanço Patrimonial(BP) e os seus efeitos são imediatamente sentidosno Patrimônio Líquido. Daí a necessidade de demonstrar a sua movimentação na Demonstraçãodo Resultado do Exercício (DRE), principalmente nos BP das empresas comerciais onde o estoquetende a ser o item de maior valor e de intensa movimentação (isto não quer dizer que não seja importante também nas empresas industriais ou mesmo em outras empresas).

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Nosso estudo de Estoque refere-se principalmente às empresas comerciais, porém os conceitos são perfeitamente válidos em quaisquer entidades que movimentem materiais, matérias-primas, produtos, enfim, quaisquer tipos de mercadorias seja para uso próprio, transformação ou revenda.

Legislação Pertinente.

A legislação fiscal do IPI e do ICMS impõe regras para o seu controle através do livro Modelo 3 regulamentado no Sinief, e a Legislação do Imposto de Renda cuida dos critérios de controle, em lances mais amplos, e dos critérios de avaliação já implantados às determinações da Lei nº 6.404/76 e alterações posteriores.

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EXEMPLO COM OPERAÇOES DE COMPRA E VENDA DE MERCADORIAS

A Cia . Revendedora inicia o mês de fevereiro com dois veículos em estoques para revenda. Cada veículo custou à companhia $ 150.000, portanto:

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Estoque inicial: 2 x 150.000 = 300.00(Fevereiro)

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Durante o mês de fevereiro a companhia compra mais três veículos, para revenda por $ 150.000 cada um.

Portanto, a companhia dispõe dos seguintes veículos para negociar:

Estoque inicial: - 2 veículos x 150.000 = 300.000Compra no mês: - 3 veículos x 150.000 = 450.000

Veículos à disposição

Para comercialização: 5 veículos = 750.000 (mercadoria à disposição de venda = MDV)

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Neste mesmo mês, a companhia revende quatro veículos por $ 200.000 cada um. Vamos apurar o Resultado Bruto (Lucro Bruto) apurado neste mês:

Vendas: 4 veículos x 200.000 = 800.000( - ) Custo da Mercadoria Vendida: 4 veículos x 150.000 = (600.000)

Lucro Bruto 200.000

O CMV foi obtido diretamente pela multiplicação da quantidade vendida pelo custo unitário.

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Apreciação do Resultado

Como podemos deduzir, o custo refere-se apenas àmercadoria vendida. Portanto, a mercadoria não vendida não entrará, evidentemente, como Custo da Mercadoria Vendida.

Neste exemplo, apenas um veículo não foi vendido. Sobrou, portanto, no final do mês um veículo que custou à empresa $ 150.000. Esta sobra no final do mês, ou do ano, ou de qualquer período denomina-se Estoque Final. Assim, o nosso Estoque Final será de $ 150.000.

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Assim, resumindo as operações teremos:

Estoque inicial: 2 veículos (EI) 300.000Compras no período 3 veículos (C) 450.000

Veículos Disponíveis para Venda (5) (MDV) 750.000Estoque Final: 1 veículo (EF) 150.000

Observe que tivemos $ 750.000 de veículos disponíveis e que, no final do período, temos $ 150.000. Ora, se o total à disposição era de $ 750.000 e sobraram $ 150.000 a diferença refere-se exatamente às unidades vendidas.

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O CMV foi obtido indiretamente sem a necessidade de multiplicar a quantidade vendida pelo custo unitário.

Assim:

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Conclusões

Dessa forma, concluímos que Custo de Mercadoria Vendida, para uma empresa comercial, poderá também ser calculado com a seguinte fórmula:

* CMV = EI + C - EF

*Se fosse uma indústria, teríamos o CPV = Custo do Produto Vendido. Veja que, na empresa industrial, todos os gastos na fábrica são considerados custos. Neste caso, portanto, acrescentaremos ao custo o GGF = Gastos Gerais de Fabricação CPV = EI + C + GGF - EF

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INFLUÊNCIA DO ESTOQUE NA DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE) DE UMA EMPRESA

COMERCIAL

Basicamente a DRE de uma empresa comercial écomposta de três partes:

1. A parte das Receitas

2. A parte do Custo das Mercadorias Vendidas.

3. A parte das Despesas Operacionais.

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Outro aspecto interessante é que deste grupo podemos calcular qual é a margem unitária de lucro bruto com que a empresa opera. Quanto é o custo das mercadorias vendidas para cada real de venda? Se as vendas forem no montante de $ 200.000 mil e o CMV $ 120.000 mil isto significa que o custo é de 60% e que para cada real de venda ela tem um custo de $ 0,60. Portanto, a empresa obtém lucro bruto de $ 0,40 para cada real de venda e com este lucro a empresa deve remunerar as suas despesas operacionais no montante de $ 50.000 mil. Estas representam 25% das vendas. Finalmente, com o lucro bruto de 0,40 ele deve pagar 0,25 de despesas operacionais por real de vendas e obterá um lucro líquido de $ 0,15 por real de vendas.

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Neste exemplo, apresentamos o CMV analítico. Écomum apresentá-lo de forma sintética.

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O lucro bruto de $ 0,40 por real de venda apurado na DRE não é verdadeiro para todas as vendas da Mulher de Verdade S.ª, porém é um indicador importante e, de certa forma, pode-se afirmar que a maior parte dos negócios foram feitos em torno desta margem. Esse indicador é muito usado e é um dos principais para contadores, banqueiros, investidores e homens de negócio que costumam reter na memória alguns indicadores “padrão” para efeito de comparação com as concorrentes.

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INFLUÊNCIA DO ESTOQUE NO BALANÇO PATRIMONIAL

A comprovação do CMV na DRE do 10ºano, que gerou um líquido de $ 30.000 mil da Mulher de Verdade S. A, exige dois Balanço Patrimoniais: o primeiro é o levantamento no último dia do exercício anterior e que corresponde ao Balanço Inicial; o segundo é o levantamento no último dia do exercício correspondente ao 10º ano.

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Os Balanços apresentam-se da seguinte forma:

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INVENTÁRIOS

• Inventário Permantente

• Inventário Periódico

• Inventário Rotativo

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CRITÉRIOS DE ATRIBUIÇÃO DE PREÇOS AO ESTOQUE

Atualmente, prevalece o critério principal estabelecido em lei, ou seja: “Custo ou Mercado, dos dois o Menor.” Portanto, é necessário estabelecer os dois para escolher o menor. Começaremos por estudar o Custo para depois estudaremos o preço de mercado.

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O Custo e os Impostos ( IPI, ICMS etc)

Como dissemos no princípio, este estudo se dirige principalmente às empresas comerciais, se bem que os princípios básicos são aplicáveis nas empresas industriais cuja estruturação de custos émais complexa, e não teria sentido pretender analisá-las neste estudo.

Uma primeira consideração necessária é com relação ao custo de aquisição e as implicações fiscais e hábitos operacionais com relação a embalagens, vasilhames, descontos, despesas de seguro e transporte.

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A legislação fiscal determinas os tributos a serem cobrados nas operações de comercialização. Os tributos mais evidentes são o IPI, o ICMS e o Imposto sobre Serviço (ISS). A incidência dos tributos é diferenciada de empresa industrial para empresa comercial e diferenciada também para empresa prestadora de serviço. Portanto, existe uma diferenciação de uma empresa adquirente para outra, mas esta diferenciação ocorre de uma empresa fornecedora para outra, exigindo muita atenção no estudo da legislação pertinentes às operações da empresa especificada, bem como no estudo da legislação pertinente aos fornecedores.

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No caso da hipotética Mulher de Verdade S.A – Cia de Roupas para Todos, que vende para consumidor e compra de fabricantes, o IPI deve ser incluído no custo da mercadoria (apesar de separado na Nota Fiscal) e o ICMS* deve ser excluído, apesar de fazer parte do preço.

Para uma empresa que adquire matéria-prima pagando IPI e ICMS, nenhum destes impostos representará custo, uma vez que ao vender o produto final a empresa cobrará (recuperará) do cliente os impostos sobre vendas.

Page 49: Ativo circulante

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Esses impostos que não significam custos para a empresa (haverá a recuperação dos mesmos), seja ela comercial* ou industrial, deverão ser destacados na ocasião da escrituração da Mercadoria ou Matéria-prima adquirida. Dessa forma, teremos o estoque contabilizado pelo seu custo real, depurado do ICMS e IPI (esse último, no caso Indústria).

*No caso de empresa comercial, ela sempre recuperao ICMS na revenda da mercadoria. Todavia, o IPI será custo, uma vez que este imposto não serácobrado (recuperado) pela ocasião da revenda da mer-cadoria pela empresa comercial.

Page 50: Ativo circulante

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Assim, numa aquisição de Material por $ 1.200,00 sendo o preço da mercadoria $ 1.000.000 (estando, aqui incluso 15,5% ** de ICMS) e $ 200.000, de IPI, teríamos os seguintes valores contabilizados como Estoques:

** A alíquota do ICMS passou a 18%.

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Exemplos de exclusão de IPI e ICMS no estoque e seus efeitos na DRE e BP

Vamos considerar uma indústria, com os dados do item anterior, ou seja, uma compra de matéria-prima por $ 1.000.000, estando o ICMS incluso no preço e havendo uma incidência de IPI de 20%.

Esta mesma empresa vende esta matéria-prima, agora industrializada, por $ 1.400.000 estando o ICMS incluso e havendo incidência de IPI em também 20%. Para industrialização da matéria-prima houve um custo de mão de obra e outros gastos de fabricação de $ 200.000.

O ICMS será considerado à base de 15,5%, embora atualmente seja de 18%.

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O Custo e as Embalagens, Despesa de Seguro e Transportes

As embalagens cobradas à parte pelos fornecedores e não restituíveis nem vendáveis também devem ser incluídas no custo, justamente com as despesas de seguro e transporte que forem por conta do adquirente.

Page 53: Ativo circulante

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O Custo e os Descontos Comerciais, Abatimentos e Devoluções

Estes itens também devem ser considerados na atribuição de valores ao estoque sob pena de o valor ficar incorreto.

O Custo e os Descontos Financeiros

Os Descontos Financeiros concedidos em função do prazo de pagamento não devem ser abatidos do custo, pois é entendido como uma despesa financeira, e assim deve ser contabilizada.

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OS CRITÉRIOS DE CUSTEIO DO CVM E SUA CONSEQUENCIA NO VALOR DO

ESTOQUE.

Custeio significa a forma de apropriação, de Contabilização de Custo. Os critérios de custeios catalogados na literatura são os seguintes:

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Custo Específico

Refere-se ao processo de custo usado para mercadoria (geralmente de elevado valor unitário), que seja possível controlá-la por unidade vendida e unidade comprada, determinando se o preço específico de cada unidade estocada e dando-se baixa, em cada venda, por unidade. Dessa forma cada artigo terá seu preço específico e, por este preço, será dado baixa no momento da venda. É o caso de máquina operatrizes, veículos, prensas hidráulicas etc.

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Vamos admitir que a Cia. Comercial Tratores São Jorge possua no estoque três tratores:

Preço Aquisição

Trator LM – 2008 - $ 5.900.000

Trator PC - 2050 - $ 8.300.000

Trator KV - 2100 - $ 9.800.000

Vendendo o Trator PC-2050 por 10 milhões, daríamos baixa na respectiva ficha de Estoque daquele trator $ 8.300.000. Então:

LB = Vendas – CMV

LB = 10.000.000 – 8.300.000 = 1.700.000

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Peps ou Fifo

Sigla tirada da expressão Primeiro que Entra, Primeiro que Sai, traduzida do inglês “First In, FirstOut”. Refere-se ao critério de considerar o CMV como sendo o correspondente ao Custo de Compra da Mercadoria mais antiga remanescente no estoque.

Este critério se aproxima do custo de reposição, e atende ao princípio do “Conservado-rismo”, mas é considerado ilegal na legislação brasileira.

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Ueps ou Lifo

Sigla tirada da expressão Último que Entra, Primeiro que Sai, traduzida do inglês “Last In, First Out”. Refere-se ao critério de considerar o CMV como sendo o correspondente ao Custo de compra da mercadoria mais recente remanescente no estoque. Este critério se aproxima do custo de reposição, e atende ao princípio do “Conservadorismo”, mas já considerado ilegal na legislação brasileira.

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Médio

É o critério de considerar como CMV a média ponderada das diversas como pras do mesmo item.

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Resumo das Conseqüências

As conseqüências para o valor do estoque do uso desses critérios são, respectivamente, as seguintes:

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Apreciação Crítica do Custeio do CMV e das Conseqüências no Estoque

Repare que no Peps e no Ueps ocorre uma inversão do critério do CMV para o critério do Estoque (esta noção éimportante). Esta noção assume particular relevância quando a empresa opera no regime de controle periódico e, ao invés de valorizar o CMV diretamente, é preciso antes valorizar o estoque para depois obter o CMV indiretamente. É de se notar também que no regime periódico o valor do estoque pela média ponderada éimpossível, ou, em outras palavras, só se tornará possível reconstituindo o registro da movimentação permanente dos estoques, o que descaracteriza o regime como periódico, passando a ser um permanente extemporâneo.

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Exemplo Comparativo dos Critérios: Peps, Ueps e Médio em Ambos Regimes

Tomando-se os seguintes dados iremos desenvolver os três processos e apreciá-los com relação aos dois regimes. O regime permanente em fichas é o que apresentamos em primeiro lugar para efeito de melhor entendimento:

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Dados.

1/1 Estoque Inicial 10 unidades a $ 10 = 100,00

2/1 Compra de 10 unidades a $ 15 = 150,00

3/1 Venda de 5 unidades a $ 20 = 100,00

4/1 Venda de 10 unidades a $ 25 = 250,00

5/1 Compra de 15 unidades a $ 18 = 270,00

6/1 Venda de 5 unidades a $ 22 = 110,00

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Exemplo do Critério Peps

a) Regime Permanente

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b) Regime Periódicos

Inventário Inicial 10 x 10,00 = 100,00

Inventário Final Encontramos 15 unidades e, mediante pesquisa no arquivo, verificamos que as 15 remanescentes correspondem à última compra; então, valorizando ao preço unitário de cada uma delas, teremos:

15 x 18,00 = 270,00

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Compras Levantamos o valor das compras e encontramos o montante de $ 420,00 sem se preocupar com as quantidades

CMV vamos apurar o CMV indiretamente usando apenas os valores:

El + C = MDV ∴100,00 + 420,00 = 520,00

MDV – EF = CMV ∴ 520,00 – 270,00 = 250,00

Conclusão:Chegamos exatamente ao mesmo resultado sem que necessitássemos controlar as quantidades de compras ou vendas. Evidentemente, alguns dados não podem ser levan-tados no período e são facilmente levantados no permanente, por exemplo o lucro bruto de cada uma das vendas.

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Exemplo do Critério Ueps

a) Regime Permanente

Obs:

Repare que o MDV é igual tanto no PEPscomo no UEPS. O CMV e o EF apresentam resultados diferentes.

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b) Regime Periódico

Inventário Inicial 10 x 10,00 = 100,00.

Inventário Final encontramos 15 unidades mediante pesquisa dupla no arquivo, pois precisamos dos dados de venda e de compra para determinar se as 15 remanescentes são correspondentes à última compra. Verificamos que não, pois 5 unidades da última compra foram vendidas. Apenas 10 unidades jáestão determinadas e as outras 5 remanescentes não são da compra anterior, pois todas foram vendidas. E então conclui-se no final da pesquisa que as 5 unidades são do Inventário Inicial. Temos a seguinte composição:

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10 x 18,00 = 180,00

5 x 10,00 = 50,00 230,00

Compras 420,00.

CMV indireto:

EI + C = MDV ∴100,00 + 420,00 = 520,00.

MDV -EF = CMV ∴ 520,00 -230,00 = 290,00.

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Conclusão: O resultado seja no periódico ou no permanente é o mesmo em valores, mas o conteúdo émuito diferente. Mesmo a dificuldade prática de trabalhar com UEPS no periódico só é superável em condições muito especiais. São válidas as considerações feitas no PEPS quanto a impossibilidade de apurar o lucro bruto de cada operação de venda no regime periódico. Este critério é válido apenas para estudo, pois legalmente, no Brasil não é permitido (normalmente, reduzo o lucro fazendo com que a empresa pague menor Imposto de Renda).

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Exemplo do Critério de Preço Médio

Como nos critérios anteriores, o MDV é imutável; onde acontece a diferença é no CMV e EF.

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b) Regime Periódico

É inviável o Regime Periódico com este critério.

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Avaliação de Estoque a Custo de Reposição (NIFO)

Como já vimos, o método UEPS (Lifo) é o que mais se aproxima ao preço de mercado, pois toma como base o preço da última compra. Este método não é aceito pela legislação, embora, em épocas inflacionárias, é aquele que se aproxima mais da nossa realidade.

É o custo de reposição, todavia, o ideal, sobretudo em economias inflacionárias como a nossa. Muito melhor que o Lifo, o custo a valores de reposição é conhecido como NIFO (Next In, RrstOut), ou seja, o valor do próximo produto a ser adquirido é aquele que servirá de base para avaliação de Estoques. Este método também não é aceito pela nossa legislação pois, normalmente, reduz o Lucro Real (Lucro Tributável).

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A avaliação baseada em Custo de Reposição seria calcada no seguinte: "Quanto custaria se eu adquirisse a mercadoria hoje?"

Assim, se a empresa industrial tiver um estoque a preço de fabricação na ordem de $ 5.800,00, avaliaria este mesmo estoque pelo preço que custaria para fabricá-lo hoje (o preço da Matéria-prima hoje, a Mão-de-obra hoje etc.).

Neste tipo de avaliação, considera-se o Estoque pelo seu valor corrente de mercado, importando a sua reposição e não o quanto foi gasto para adquiri-Io ou fabricá-lo.

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Na verdade, o estoque a valores de reposição éindispensável para as toma- das de decisões. Observamos, hoje, muitas empresas, praticamente as pequenas, em situação cruciante, grande número de falências, concordatas... Há uma série de fatores contribuindo para estes insucessos, entretanto, um deles é o empresário sem dados adequados para a tomada de decisão.

*Nesse caso, a empresa pagaria menos Imposto de Renda se adotasse o UEPS.

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Por outro lado, ganha corpo no Brasil a Contabilidade Gerencial, cujo objetivo é fo-mentar os tomadores de decisões (gerentes, administradores etc.) com dados reais, sem se preocupar com o governo (Contabilidade Fiscal)e com os Princípios Básicos de Contabilidade (Contabilidade Científica). Muitas empresas jáestão desenvolvendo esta contabilidade paralelacom excelentes resultados.

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O estoque a valores de reposição, no campo operacional, é largamente utilizado nos supermer-cados e em grandes empresas comerciais que re-marcam as mercadorias no momento em que os fabricantes anunciam o aumento de preços. Esta prática não ocorre, com freqüência, em relação aos pequenos comerciantes, principalmente com os postos de gasolina, onde o proprietário (do posto) vende o combustível com base no custo históricoe no dia seguinte repõe ao novo preço, absorvendoa margem de lucro do dia anterior.

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"Custo ou Mercado, o Menor"

É a convenção do "Conservadorismo" que determina a avaliação dos Ativos pelo menor valor, assim como dos Passivos pelo maior valor. Acontece que nem sempre a legislação concorda, pois os exageros reduzem indevidamente o lucro tributável, provocando a evasão de rendas. Uma aplicação da convenção acima, que estáregulada, é a formação da provisão para redução dos estoques ao valor de mercado que deve ser formada quando o preço de mercado é inferior ao cus- to. Os conceitos são da Lei nQ 6.404 de 31-12-76 artigo 183 inciso II.

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Apuração do Valor de "Mercado" de Materiais (art. 183, § 1.Q, letra a)

A apuração do valor de "mercado" está ligada ao conceito de "reposição". O preço de reposição, como já vimos, é aquele pelo qual qualquer bem possa ser "reposto".

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Tomemos o seguinte rol como exemplo:

A provisão será diminutiva, portanto, retificadora das contas de Estoques e contrapartida será uma conta de Despesas Operacionais.

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Quando o inventário for de Matérias-primas, Materiais Diretos ou de Uso Geral, o procedimento para apuração do valor de mercado é o mesmo exemplificado anteriormente para materiais.

Apuração do Valor de "Mercado" de Mercadorias e Produtos Acabados (art. 183, § 1Q, letra b)

Quando o inventário for de Mercadorias ou Produtos Acabados o procedimento é diferente, pois o conceito implícito é o de Valor Líquido Realizável de cada item. Este valor é estimado e obtido da seguinte composição de expectativa de valores:

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É evidente que será necessário considerar o princípio básico da materialidade antes de empreender esta tarefa.

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POLíTICA DE ESTOQUES

Numa economia inflacionária é recomendável sobrecarregar os estoques?

A princípio, parece o melhor caminho, para a empresa, abarrotar seus estoques, antecipando compra, já que háaumento de preços sucessivos. Esta linha de pensamento éreforçada principalmente quando há deficiências de suprimentos, ou seja, escassez de matéria-prima.

Na prática, todavia, não predomina esta filosofia. Basicamente, o motivo é de ordem financeira:

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a) A Imobilização de dinheiro em estoques vem reduzir a disponibilidade da empresa para pagar suas obrigações. Dessa forma, ela deverá re- correr ao mercado financeiro para captar reforço de capital de giro. Porém, o elevado custo do empréstimo (em época de inflação crescente, o dinheiro encarece consideravelmente), e a dificuldade de obter financiamento (muitas vezes limitado) desestimulam este tipo de operação.

Notamos situações em que empresas com considerável nível de estoque são obrigadas a desfazer deles para evitar o estrangulamento financeiro.

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Há grande preocupação por parte do empresário brasileiro, que estava acostumado a trabalhar com estoques exagerados, em aperfeiçoar o controle dos es-toques através de políticas tais como: estoques mínimos, lote econômico, estoques-base etc.

Ressaltamos, entretanto, que é fundamental aperfeiçoar o controle de estoque também sob o aspecto contábil. Quase sempre o controle através das imposições fiscais não éeficiente para fins gerenciais (tomada de decisão). Um controle paralelo, sugerido (para fins internos), étrabalhar com estoque a valores correntes de reposição, ou corrigi-los com base na inflação. Dessa forma, poderemos evidenciar mais eficientemente pontos falhos na administração.

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EXERCíCIO RESOLVIDO

O Sr. Arruda, proprietário da .'Oficina Luzes da Ribalta Ltda.", tem como atividade secundária a revenda de motocicletas. Há 6 meses ele adquiriu uma moto {estoque) por $ 1.000.000, e o preço de venda está fixado em 1.500.000. A inflação neste semestre foi de 30%. A fabricante da moto envia uma circular a todos os revendedores anunciando um reajuste no produto de 40%. Como o Sr. Arruda não aumentou o preço final da moto, porque já havia pago totalmente, de imediato, consegue vendê-Ia. Satisfeito, anota em seus apontamentos:

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Receita obtida pela moto: $ 1.500.000

(-) Custo de Aquisição: $ 1.000.000

= Lucro $ 500.000

Vamos analisar se realmente o neg6bio 'fbi tão bom para a Oficina.

Se o senhor Arruda considerasse a inflação do semestre de 30%, teríamos o seguinte resultado:

Receita obtida pela moto = $ 1.500.000

{-) Custo de Aquisição corrigido

monetariamente devido a inflação = $ 1 .300.000

= Lucro 200.000

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E, provavelmente, já não ficaria tão satisfeito, pois verificaria que o seu lucro, na realidade, foi menor. Todavia, o cálculo que deveria fazer o Sr. Arruda éconsiderando o preço de reposição. Observe que, dos $ 1.500.000 recebidos, $ 1.400.000 serão desembolsados para adquirir uma moto nova e, portanto, sobrará apenas um lucro distribuível de $ 100.000 para Oficina Luzes da Ribalta Ltda.

Se a oficina não vendesse mais motos, encerrando esta atividade, aí sim te- ríamos um lucro de $ 200.000 e nunca de $ 500.000, embora, este último seja o lucro evidenciado pela contabilidade.

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RESUMO

A avaliação a menor ou a maior do Estoque interfere diretamente no lucro do exercício. Por exemplo, se superavaliarmos o Estoque Final, o Lucro Líquido ficarásuperavaliado; se o subpvaliarmos, o Lucro Líquido também ficará subavaliado.

Dos Regimes de Controle de Estoque e Inventários temos o Periódico (inventário levantado no fim de cada período contábil) e Permanente (conhece-se permanentemente a quantidade e o valor dos estoques).

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Os Critérios de Atribuição de Preços ao Estoque são os seguintes:

A regra "Custo ou Mercado, O Mais Baixo" (o preço de mercado é pouco aplicado em nosso país, uma vez que os preços estão sempre em alta} tem como base o Conservadorismo: nunca antecipar lucros, mas sempre antecipar possíveis prejuízos.

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Nem sempre em uma economia inflacionária érecomendável sobrecarregar os estoques, uma vez que esta política sacrifica o Capital de Giro da empresa que recorrerá a capitais de terceiros cujo custo, normalmente, é elevado.

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Ativo Permanente

Após estudarmos os dois primeiros grupos de Contas do Ativo, passaremos para o terceiro grupo: Permanente.

o Ativo Permanente divide-se em três grupos: Investimentos, Imobilizado e Diferido. Analisaremos cada um na ordem natural de importância, como veremos a seguir.

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A - IMOBILIZADO

Natureza do Ativo Permanente Imobilizado

Entende-se por Ativo Imobilizado todo ativo de natureza relativamente permanente, que se utiliza na operação dos negócios de uma empresa e que não se destina à venda. Podemos diferenciar, no conceito dado, três afirmações importantes que devem coexistir para que possamos classificar um Ativo Permanente Imobilizado. Isto quer dizer que não basta que tenhamos apenas uma ou duas características: são necessárias três características, concomitantemente:

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a) Natureza relativamente permanente.

b) Ser utilizado na operação dos negócios.

c) Não se destinar à venda.

Dizemos que é de natureza relativamente permanente porque praticamente

nenhum bem (exceto Terrenos) possui vida ilimitada dentro da empresa, sofrendo desgaste com o uso e, com o passar do tempo, obsolescência. Isto tanto é verdade que a própria lei reconhece e autoriza as empresas a contabilizarem tais desgastes, como teremos oportunidade de estudar quando discutirmos Depreciação.

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Assim, o edifício da fábrica, por exemplo, constitui-se num ativo permanente imobilizado, pois possui, concomitamente, as três características mencionadas: é uma propriedade relativamente permanente, é utilizada na operação dos negócios e não se destina à venda.

Um bem pode ser considerado imobilizado para uma indústria que utiliza como sede, fábrica, escritório. Porém, os de propriedade de uma companhia imobiliária ou de uma incorporadora não são considerado em outra, cujas características de negócios sejam diferentes. Por exemplo:

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a) Edifícios são considerados Imobilizado para uma indústria que os utiliza como sede, fábrica, escritório. Porém, os de propriedade de uma companhia imobiliária ou de uma incorporadora não são considerados Ativos Permanentes aqueles que se destinam à venda.

b) Veículos, em uma companhia de transportes, são considerados Ativos Permanentes Imobilizados, enquanto na empresa automobilística os veículos destinados à venda são considerados Ativo Circulante.

c) Do mesmo modo, as máquinas e grandes prensas utilizadas nas companhias automobilísticas, de estamparia e outras são consideradas imobilizado, não o sendo, entretanto, para as indústrias que as produzem.

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De maneira geral, o Ativo Permanente pode ser classificado como veremos a seguir:

• Tangíveis (Corpóreos)

São aqueles que têm uma substância concreta e que podem ser tocados, palpados. Exemplos:

• Sujeitos a depreciação: Edifícios e Equipamentos

b) Não sujeitos a depreciação: Terrenos e Obras de Arte.

c) Sujeitos a exaustão: Reservas Minerais e Florestais.

Observação: Conceitos de Depreciação, Amortização e Exaustão serão vistos a frente.

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b) Intangíveis (Incorpóreos)

Como a palavra sugere, são os ativos que não têm substância física e que, sem serem abstratos, não podem ser tocados, palpados, mas podem ser comprovados. Os exemplos principais são:

1. Fundo de Comércio (Goodwill). Consiste na reputação da empresa e no ambiente em que ela atua. A determinação do valor do Fundo de Comércio e a sua associação com as futuras receitas e os futuros períodos que serão beneficiados são alguns dos problemas - que têm merecido as mais diversas soluções, como todos sabemos. Em alguns empreendimentos o valor do "Fundo de Comércio" é determinado como sendo o valor pago a major pelo Ativo de uma empresa adquiri- da; em outras, são ativados os gastos com pesquisa e desenvolvi-mento, para sustentar ou até aumentar a boa reputação do empreendimento.

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2. Outros Intangíveis: Ponto Comercial, Direitos Autorais, Isenções ou Li- cenças de Exploração, Patentes relativas a Invenções e também a Marca de Indústria e Comércio.

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Prof. Marcos Vinício BilancieriItens que compõem o Ativo Imobilizado

• Terrenos (realmente utilizados pela empresa). .Edifícios (idem Terrenos).

• Instalações (integradas aos Edifícios: hidráulicas, contra-incêndios, elé- tricas, sanitárias etc.).

• Máquinas e Equipamentos (para realizar a atividade da empresa). .Móveis e Utensílios (mesas, cadeiras, máquinas de escrever, arquivos

• etc.). • Veículos (de utilização para cargas, para vendas, para

administração etc.). • Ferramentas (com vida útil superior a um ano). • Benfeitorias em Propriedades Arrendadas (construções,

instalações etc. em prédios de terceiros). • Direitos sobre Recursos Naturais (aquisição de direitos para

exploração de jazidas de minérios etc.). • Marcas e Patentes (gastos com registros de marcas, nome,

invenções e gastos com aquisição do direito de utilizar marcas ou patentes).

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Manutenção e Reparos no Ativo Imobilizado

A princípio, observamos que uma característica do Ativo Imobilizado é vida relativamente longa. Pode-se entender como longa uma vida útil superior, pelo menos, a um ano. Assim, se adquirirmos uma ferramenta (normalmente Imobiliza- do), cuja vida útil seja inferior (por exemplo, quatro meses) a um ano, contabiliza- remos como despesa do período* (DRE), pois só beneficiará a empresa por um exercício, não sendo, portanto, classificada no Imobilizado.

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Manutenção e Reparos no Ativo Imobilizado

Para os bens classificados no Imobilizado (vida útil superior a um ano), te- mos que incorrer com certos gastos para mantê-Ios ou recolocá-los em condições normais de uso. Esses gastos são denominados Manutenção e Reparos. Poderão ser contabilizados como despesa bens do Ativo Permanente cujo valor unitário seja inferior aos limites anuais fixados pelo Imposto de Renda (394, 13 UFIR).

Gastos de Manutenção e Reparos normalmente não aumentam a vida útil do bem ou a capacidade de produção. Por isso, é comum contabilizar tais gastos como despesas do período.

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Melhorias no Ativo Imobilizado

Através de uma reforma ou substituição de partes do bem que contribua para o aumento da vida útil ou da capacidade produtiva há a ocorrência de MeIhoria no Ativo Imobilizado.

Neste caso, adIcionaremos o custo da melhoria ao valor do bem.

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Imobilizações em Andamento

Deverão constar do Imobilizado certas Imobilizações que se encontram em formação (andamento) e no futuro entrarão em uso para a empresa: construções de prédios em andamento; construções de máquinas (para uso da empresa) em andamento; importações em andamento de bens imobilizados; adiantamento a fornecedores de bens imobilizados etc.

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a) Subtrações do Imobilizado I -Depreciação

A maior parte dos Ativos Imobilizados (exceção feita praticamente a Terrenos e Obras de Arte) têm vida útil limitada, ou seja, serão úteis à empresa por um conjunto de períodos finitos, também chamados Períodos Contábeis. À medi- da que esses períodos forem decorrendo, dar-se-á o desgaste dos bens, que representam o custo a ser registrado.

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O custo do Ativo Imobilizado é destacado como uma despesa nos períodos contábeis em que o Ativo éutilizado pela empresa. O processo contábil para esta conversão gradativa do Ativo Imobilizado em Despesa chama-se Depreciação. A depreciação éuma despesa porque todos os bens e serviços consumidos por uma empresa são Despesas. "Poderá ser computada como Custos (Despesas), em cada exercício, a importância correspondente àdiminuição do valor dos bens do ativo imobilizado resultante dos desgastes pelo Uso, Ação da Natureza e Obsolescência."

Obsolescência: Determinado equipamento está obsoleto quando perde a competitividade, pois está superado por ;c outro equipamento que produz o mesmo produto ou similar, com tantas vantagens ou com custos inferiores; tais vantagens tornam inviável a operação do equipamento obsoleto.

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Depreciação perante o Imposto de Renda

Para efeito de Imposto de Renda, a Depreciação não éobrigatória; todavia, é interessante que a empresa a faça para apuração do Lucro Real do exercício (pagando menos Imposto de Renda), apresentando um lucro mais próximo da realidade. Contudo, se o contribuinte deixar de depreciar num exercício, não poderá, no exercício seguinte, fazê-lo acumuladamente, em virtude do "principio legal da independência dos exercícios (ou competência de exercícios)". A Depreciação efetuada fora do exercício em que ocorreu a utilização dos bens do ativo bem, como a Depreciação calculada a maior que as taxas permitidas não são dedutíveis como custos, ou encargos, para,fins do Imposto de Renda.

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Taxa Anual da Depreciação

Para cálculo da taxa anual de Depreciação é necessário estimar a vida útil do bem, isto é, quanto ele vai durar, levando em consideração as Causas Físicas (o uso, o desgaste natural e a ação dos elementos da natureza) e as Causas Funcionais (a inadequação e o obsoletismo, considerando o aparecimento de substitutos mais aperfeiçoados).

Então, a taxa de Depreciação Anual é estabelecida em função do prazo de vida útil do bem a depreciar. Assim, se um bem pode ter a duração de cinco anos, admite-se uma taxa anual de 20%, isto porque a taxa anual corresponde àdivisão de 100% pelo número de anos do prazo de vida útil do bem.

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Depreciação Acelerada

As taxas de depreciação fixadas pela Legislação do Imposto de Renda são para uma jornada normal de trabalho (turno de 8 horas). Portanto, quando ocorre a adoção de dois ou três turnos de 8 horas, quanto aos bens móveis comprovadamente utilizados, poderão ser adotados os coeficientes de aceleração de 1,5, quando são dois turnos, e de 2,0, quando são três turnos. Isto porque éadmissível que o uso intensivo do bem reduzirá a sua vida útil. Assim, se a empresa está trabalhando em dois turnos, a taxa de Depreciação será:

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Depreciação Acelerada

Fig.

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Depreciação

Os encargos de depreciação, amortização e exaustão podem ser computados mensalmente, observado o seguinte critério:Registro de 1/12 do encargo annual, em cada mês-calendário, se a empresa permanecer no regime mensal do lucro real.Se a empresa optar pagar o Imposto de Renda a base de estimativa (lucro presumido), poderá fazer o registro do encargo annual, em cada ano-calendário.

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Efeitos da depreciação (DRE e BP)

O item despesas de Depreciação é uma conta que devefigurar na Demonstração de Resultados do Exercício(DRE).No Balanço Patrimonial, a Depreciação aparece deduzindoo Imobilizado (conta retificativa).

Assim, como podemos observar no exemplo a seguir, a “Cia. Moeda Estável” faz a primeira depreciação (20%), teremos uma despesa (DRE) de $ 40.000 (o lucro seráreduzido em $ 40.000 e uma diminuição no valor do Veículo (BP) de $ 40.000, que passa a $ 160.000 ($ 200.000) (-) $ 40.000).Moeda Estável S.A – Cia. Comercial Antiinflação.

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1º Ano de depreciação

Custo de Aquisição de Veículo: $ 200.000,Taxa= 20%Data da Aquisição: 2-1-X1.Depreciação Annual: $ 40.000

Fig. Pág. 293

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No segundo ano, faremos nova Depreciação no item Veículo. Teremos, então, uma nova despesa de $ 40.000 ($ 200.000 X 20%) na DRE, diminuindo o lucro do exercício. Assim como no primeiro ano, os$ 40.000 de Depreciação também irão reduzir o item Veículo -no Imobilizado (BP). Só que, agora, não são apenas os $ 40.000 do segundo ano que reduzirão a conta de balanço, mas estes serão adicionados (acumulados) aos $ 40.000 do primeiro ano. Portanto, teremos uma Depreciação Acumulada de $ 80.000, reduzindo o Imobilizado, como vemos no exemplo a seguir.

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tabela pág. 294

Neste exercício, estamos alocando a despesa de Depreciação para o grupo Despesas Operacionais. Se a depreciação, entretanto, decorrer de bens da fábrica de uma indústria, esta será alocada no item Custo do Produto Vendido (primeiramente no Estoque).

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pág. 295

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No final do 5º ano, portanto, teríamos saldo zero. O saldo seria igualmente zero no final da vida útil do bem, ainda que sobre ele incidisse reavaliação. Pelo fato de encontrarmos saldo zero, não significa que devamos dar baixa em Veículo. Daqui para frente, este bem, se continuar funcionando, não se tornarádespe- sa para a empresa, pois já está totalmente depreciado.

Só daremos baixa no momento em que o Veículo for tirado de circulação. Qualquer preço que a empresa conseguir na alienação desse bem (mesmo como sucata) será considerado lucro, uma vez que seu custo é zero.

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Métodos de Cálculo de Depreciação

Econtram-se, na literatura contábil, muitos métodos de Depreciação, dos quais podemos mencionar os seguintes:

a) Método da Linha Reta (quotas constantes). b) Método das Taxas Fixas.

c) Método das Taxas Variáveis. d) Método de Cole.

e) Método de Horas Trabalhadas.

f) Método de Unidades Produzidas.

g) Método da Depreciação Decrescente.

h) Métodos Especiais.

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Método da Linha Reta, que é um dos mais simples, oferece a vantagem da aceitação fiscal. Ele consiste no cálculo exemplificado a seguir:

Exemplo: Veículo adquirido ao custo de $ 600.000, com vida útil estimada de 5 anos.

Fórmula do Método da Linha Reta:

Depreciação do Período = Custo do Bem / Vida Útil Provável

Demonstração: 600.000 = 120.0005 anos

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Deixaremos de abordar outros métodos dado que a utilização na prática, no momento, é muito reduzida em relação a tais métodos. Na verdade, a maioria esmagadora utiliza-se do Método Linha Reta, considerando sua aceitação pelo Imposto de Renda.

Saldo Contábil

No exemplo anterior, o valor residual foi igual a zero; no entanto, algumas empresas estimam um valor residual representando a quantia que será recebida pela venda do bem, quando ele não for mais útil. Este saldo éconhecido como "valor residual contábil".

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Admitindo a existência de um valor residual estimado de $ 20.000, no exemplo dado, teremos as seguintes modificações:1. Na fórmula:

Depreciação do Período = Custo do Bem -Valor Residual

2. No cálculo da Depreciação do Período:

600.000 – 20.000 = 116.000 por ano.5

Conclusão: A utilização do Valor Residual diminui a despesa de depreciação; portanto, aumenta o lucro do período. Sua prática é aceita pela legislação tributária, porém, fere o princípio básico do conservadorismo, que determina como prudente a opção pelo valor mais baixo para o Ativo.

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Há certas situações em que o valor residual éimprescindível. O touro, para uma fazenda, éImobilizado até o momento em que deixar de ser eficiente como reprodutor. O fato dele não ser mais utilizado como reprodutor não significa que não valha mais nada, pois poderá ser vendido a um frigorífico, para abate. O valor residual será a estimativa do seu valor para abate no final de sua vida útil como reprodutor.

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II - Amortização Conceito

A Amortização corresponde à perda do valor do capital aplicado em Ativos Intangíveis. Assim, são amortizáveis os Ativos Permanentes Intangíveis de duração limitada, ou seja: o Fundo de Comércio,* o Ponto Comercial, os Direitos Auto- rias, as Patentes e o Direito de Exploração.

Cálculo da Amortização:

A amortização do período é calculada de acordo com a seguinte fórmula:

Amortização do Período = Valor do Direitonº de Períodos de Duração

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Efeitos da Amortização

Os efeitos são semelhantes aos da Depreciação, porém, são usadas contas próprias. Exemplo: "Despesa de Amortização" e "Amortização Acumulada". Cabem, aqui, as mesmas considerações que foram feitas a respeito da Depreciação Acumulada referente a uma conta retificativa do Ativo, diminuindo o saldo do valor original até o limite do mesmo, corrigido monetariamente, ou mesmo reavaliado.

Não confundir Amortização de Intangível (a perda do valor do Ativo Intangível, contabilizada como despesa) com Amortização de Financiamento (pagamentos de parcelas de dívidas).

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III – Exaustão

Conceito

"A Exaustão corresponde à perda do valor, decorrente da exploração de direitos cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa exploração."

Aplicação do Conceito

Ao contrário das propriedades que se deterioram física ou economicamente, ) Recursos Naturais se esgotam. O esgotamento é a extinção dos recursos naturais e a exaustão é a extinção do custo ou do valor desses recursos naturais (mina, floresta, poço petrolífero etc.). Assim, à medida que se extingue o Recurso Natural, registra-se a Exaustão do valor desse recurso.

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Cálculo da Exaustão

A exaustão do período é calculada de modo semelhante à Amortização, as- sim como os seus efeitos e demais considerações também aqui se aplicam. Se for previsto algum valor residual, este fato deve ser considerado, como já foi ex- plicado no caso da Depreciação. O cálculo do montante deve levar em conta: a) Os princípios de Depreciação, com base no custo de aquisição ou na proporção dos recursos minerais. corrigidos monetariamente. b) O volume da produção no ano. c) A razão entre o potencial conhecido da mina e o volume de produção do período. d) O prazo de duração do contrato, se preferida pela empresa essa base.

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Ressalte-se que valor residual é bastante comum para o cálculo de exaustão quando se adquire o terreno onde se encontram os recursos naturais a serem explorados. Assim, por exemplo, se a Cia. W adquire uma pedreira, o terreno onde está localizada a pedreira deverá, no cálculo da exaustão, ser destacado, dado que, no final da exploração da pedreira, continuará como propriedade da Cia. W.

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Preço pago pela Cia. W pela pedreira, com o terreno:Valor estimado do terreno por ocasião da compra:Prazo estimado para esgotamento total da pedreira:

Exaustão anual= 12.9000.000 – 2.500.000 = $ 1.485.7147 anos

Tanto o valor da pedreira como o valor residual (terreno) sofrerão Correção Monetária anualmente.

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b) Reavaliação

É a nova avaliação dos itens do Ativo Permanente, em virtude da defasagem entre o valor de custo (mesmo corrigido monetariamente) e o valor de mercado. Embora seja permitida para todos os itens do Ativo Permanente, abordaremos este tópico dentro do Ativo Imobilizado, pois, aí, a Reavaliação ocorre com maior freqüência.

Em primeiro lugar, a Reavaliação não deve ser confundida com a Correção Monetária que foi extinta no final de 1995. Enquanto esta (Correção Monetária) era uma mera atualização do preço pago, aquela (Reavaliação) é uma nova atribuição de valor econômico ao item do Imobilizado, desvinculando o item em questão do- preço de aquisição (portanto, contraria o princípio básico do Custo Histórico com Base de Valor).

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A Reavaliação ocorre com maior freqüência em imóveis, porquanto a valorização destes, quase sempre, ocorre em proporção maior que a inflação. Mesmo que esta valorização não fosse superior àinflação, ainda assim a Reavaliação incidiria com maior constância nos itens de Imóveis, dado a sua vida útil mais longa em relação aos outros itens do Imobilizado (tais como: Equipamentos, Veículos, Ferramentas etc., os quais, além de permanecerem menos tempo no Balanço da empresa, dado ser o seu desgaste mais rápido, possuem normalmente valores menores, em relação aos Imóveis, não prejudicando tanto a eficiência dos Relatórios).

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Vamos admitir que a .'Empresa Buscalar S.A." adquira um Imóvel no início de 19X5 por $ 622.642. Todavia, considerando as valorizações na região, seus diretores calculam através de índices médios da inflação que o terreno estaria va- lendo $ 1.392.490 em 19X9.

Observe que o balanço da empresa evidencia uma avaliação a menor em $ 769.848 (1.392.490 -622.642). Para corrigir esta distorção haveránecessidade de uma nova avaliação (Reavaliação).

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Para tanto, a Empresa Buscalar S.A. deverá convocar 3 (três) peritos ou uma empresa especializada em avaliação que deverão apresentar laudo fundamentado, com a indicação dos critérios de avaliação e dos elementos de comparação adotados.

Admitindo-se que a avaliação apresentada pelos peritos ou pela empresa especializada seja de $ 1.600.000, havendo necessidade de se adicionar ao valor histórico a diferença:

Nova avaliação: 1.600.000

( - ) Valor do Banlanço 622.642

Defasagem 977.358

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Nova avaliação 1.600.000 (-) Valor do Balanço 622.642 Defasagem 977.358

Dessa forma adicionamos os $ 977.358 aos $ 622.642, do balanço e apresentaremos o balanço com os dados mais próximos à realidade, o que vem melhorar sensivelmente este relatório para decisões e projeções.

A contrapartida ($ 977.358) do aumento do valor atribuído a elemento do Ativo Imobilizado (Imóveis), em virtude da nova avaliação ($ 1.600.000) com base no laudo, será classificada como Reserva de Reavaliação no grupo do Patrimônio Líquido (e não como lucro). Observe que não houve ganho com a Reavaliação, mas uma melhoria na qualidade do Balanço Patrimonial, que estará refletindo mais eficientemente o Ativo da Empresa.

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A Reserva de Reavaliação não será tributada pelo Imposto de Renda (isenta), desde que não seja utilizada para aumento de capital, nem para absorção de prejuízos, e muito menos para distribuição de dividendos.

Quando o elemento reavaliado estiver sujeito à Depreciação (Prédios, Máquinas, Veículos etc.) ou à Amortização, ou ainda à Exaustão, a Reserva de Reavaliação irá sendo baixada à medida que o Ativo estiver sendo depreciado. Quando o elemento reavaliado não estiver sujeito àDepreciação (Terrenos, Obras de Arte etc.), só será dado baixa em Reserva de Reavaliação no momento da alienação (venda) do Ativo. À medida que se for dando baixa na Reavaliação pela sua realização, iremos transferindo (a baixa) para Resultado do Exercício, como Renda Operacional quando a baixa decorrer de Depreciação e como Renda Não Operacional quando a baixa decorrer de alienação (venda) do bem reavaliado.

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Ressalte-se que a Depreciação correspondente ao acréscimo atribuído ao Ativo pela Reavaliação não éaceita pelo Imposto de Renda como despesa dedutível, não obstante deva ser feita para apurar um Lucro Líquido mais próximo da realidade. Por determinação legal, o aumento de valor de elementos do ativo, resultantes de novas avaliações, deverá ser indicado em Notas Explicativas.

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B - INVESTIMENTOS

São aplicações relativamente permanentes, com propensão a produzir renda para a empresa. São Participações voluntárias ou incentivadas, em empresas e direitos de propriedade, não enquadráveis no Ativo Circulante, nem no Realizável a Longo Prazo, nem mesmo no Imobilizado, pois não se destinam à atividade operacional da empresa. Como exemplos de aplicações neste grupo citamos as participações voluntárias, as participações incentivadas e outros direitos que não se destinam-à manutenção da atividade da empresa.

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Participações Voluntárias

São ações e quotas adquiridas pela empresa como investimento, com caráter de continuidade, devido a algum tipo de interdependência. Verifica-se principalmente em Sociedades Coligadas e Controladas.

Participações Incentivadas

São as participações efetuadas através dos Incentivos Fiscais em determina- das áreas, e em atividades (setores) tais como Reflorestamento, Turismo (Embratur) e Pesca (Sudepe), mediante dedução de parte do I.R. devido. Estas aplicações foram comuns principalmente na década de 70 e 80, desaparecendo nos últimos anos.

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Outros Investimentos Permanentes

Finalmente, os outros Ativos classificáveis no Permanente são: "os direitos de qualquer natureza, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou empresa".

Os exemplos existentes, enquadráveis nesta classificação, são:

1. Os Imóveis Alugados a Terceiros.

2. Os Terrenos para futura expansão (não utilizados, no momento pela empresa).

3. Os Quadros e Obras de Arte.

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Avaliação dos Investimentos

São dois os métodos de avaliação:• Método de Custo. • Método da Equivalência Patrimonial (Equity).

a) Avaliação das Participações em outras Empresas 1. Investimentos não Permanentes: Método de Custo

(são classificados Bili; no Circulante ou Realizável a Longo Prazo).

2. Investimentos Permanentes. • Investimentos Irrelevantes: Método de Custo. • Investimentos Relevantes em Coligadas (há

exceções) e Controla- li das: Equivalência Patrimonial.

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Observação: Os conceitos de Coligadas, de Controladas e de Relevantes serão vistos mais adiante”

b) Outros Tipos de Investimentos Permanentes Não são participações em outras empresas, mas Terrenos

para futura utilização, Imóveis para Renda, Obras de Arte etc.

O método utilizado para tais casos é o Método de Custo.

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Métodos de Avaliação de Investimentos Permanentes

a) Método de Custo

Os Investimentos são avaliados pelo custo de aquisição. As ações bonificadas recebidas, sem custo para a

empresa Investidora, quando da participação em outras empresas, não serão

adicionadas ao valor das ações já existentes. O ideal é efetuar o registro contábil das quantidades recebi-das, sem alteração do valor monetário.

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Fig. 302

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Bonificações consistem no recebimento gratuito da "Cia. Atuante" de um número de ações proporcional à quantia já possuída em virtude de aumento do capital da Cia. Desalento por incorporação de reservas ou lucros, sem alteração do valor nominal.

Dividendo é parte do Lucro Líquido da Cia. Desalento distribuído aos seus acionistas.

A Cia. Atuante, uma das suas acionistas, recebe o Dividendo proporcional ao número de ações.

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Provisões para perdas

Deverá ser deduzido de Investimentos uma provisão para perdas prováveis na realização do seu valor, quando essa perda estiver comprovada como permanente assim entendida a de impossível ou improvável recuperação. Esta provisão deveráser realizada no caso de Investimentos em participação no Capital Social de outras sociedades, bem como nos demais Investimentos. Ressaltamos que na avaliação dos demais Investimentos prevalecerá o custo de aquisição ou o valor de mercado (de venda), quando este for menor (conservadorismo).

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Exemplo de Provisão para Perdas

A "Cia. Orangotango" investiu na "Empresa Indecisa" há cinco anos atrás. A decisão de investir nesta empresa foi tomada. baseando-se em constantes lucros observados na Indecisa. Todavia, nos últimos três anos, a Indecisa vem apresentando prejuízos e o seu Patrimônio Líquido, no último balanço, apresenta uma redução em 40% (quarenta por cento) em relação aos demonstrativos apresentados no último período em que a empresa obteve lucro.

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Constatou-se, ainda, que não há perspectiva de a Indecisa melhorar a curto prazo, uma vez que a sua decorre de fatores conjunturais, alheios à sua vontade. Há dúvidas se a Indecisa superará esta crise.

O Balanço Patrimonial da Orangotango apresenta Investimentos avaliados pelo método de custo. A participação da Indecisa está contabilizada em $ 1.500.000, valor este mantido no balanço desde o último ano que a Indecisa apurou lucro.

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Este é um caso típico de Provisão para Perdas: a) Houve queda do valor patrimonial das ações. b) Os prejuízos são sucessivos e não há perspectivas

de melhora. c) Podemos comprovar as perdas como permanentes,

ou seja, entendi- das como impossíveis ou improváveis de recuperação.

d) A legislação do Imposto sobre Renda só aceita a perda como dedutível desde que seja constituída depois de três anos da aquisição do Investimento (embora se necessária, a provisão para perdas deva ser realizada, mesmo que não dedutível).

e) A provisão poderá ser realizada à base de 40% s/a participação, que é exatamente o correspondente àredução do Patrimônio Líquido da Indecisa.

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Fig. 304

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Como podemos observar, a Provisão para Perdas reduz Investimentos e, em contrapartida, reduz o lucro pelo mesmo valor.

b) Método da Equivalência Patrimonial (Equity)

As empresas obrigadas a utilizar o método da Equivalência Patrimonial reconhecem os resultados de suas participações em outras empresas no momento em que tais resultados são gerados naquelas empresas.

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Este método, introduzido pela Lei das Sociedades por Ações, em 1976, trouxe uma notável contribuição à avaliação de Investimentos Permanentes, no item Participações em outras Companhias. Note que pelo método de Custo ou pela sistemática anterior àquela lei o resultado das aplicações em outras empresas sóé reconhecido no momento em que são distribuídos os Dividendos ou recebidas as Boníficações (neste caso, antes da Lei). Dessa forma, o princípio básico de "Competência dos Exercícios" não era e não é (no método de custo) rigorosa- mente colocado em prática.

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O método consiste, em primeiro lugar, em determinar o percentual de participação no capital da Investida.

Em segundo lugar, multiplica-se este percentual pelo Patrimônio Líquido da Investida e o resultado será o valor do Investimento da Investidora.

A diferença entre o valor do Investimento, obtido no item anterior, e o custo de aquisição corrigido monetariamente será registrada como resultado do exercício (DRE).

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Exemplo de Equivalência Patrimonial

Vamos apresentar um exemplo de uma situação prática, onde a Empresa Cavalgadura (Investidora), obrigada a utilizar o método da Equivalência Patrimonial (veremos à frente quando as empresas estão obrigadas a utilizar este método), contabiliza os resultados e quaisquer variações patrimoniais no momento em c" que estes são gerados na Empresa Lusitana (Investida), mesmo que os resultados não

sejam distribuídos.

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DADOS:

Em 10101/X1 a Empresa Cavalgadura adquire 40% (quarenta por cento) das ações da Empresa Lusitana.

O Patrimônio Líquido da Empresa Lusitana éconstituído apenas pelo Capital de $ 32,5 milhões (32,5 milhões de ações ao valor nominal de $ 1 ,00 cada uma).

Após intensa negociação, a Empresa Cavalgadura adquire o lote de ações por $ 13 milhões (40% x 32,5 milhões), ou seja, 13 milhões de ações a $ 1,00 cada

uma.

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Fig. 306

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Fig. 307

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Fig. 308

7.1 Notas Explicativas: Conforme determinação legal, os Investimentos rei em outras sociedades deverão ser evidenciados em Notas Explicativas.

7.2 O valor dos Ágios ou Deságios será baixado (amortizado) à medida que efetivamente ocorrerem suas realizações, conforme orientação legal.

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Os ágios e deságios poderão existir com fundamentos econômicos:

•Diferença entre o valor contábil e o valor de mercado dos Bens.•Por expectativa de Lucros futuros baseados em projeção. •Por Fundo de Comércio, Intangível e outras razões econômicas.

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Mudança de Critério de Avaliação

Se em determinado momento a empresa for obrigada a avaliar seu Investimento pelo Método da Equivalência Patrimonial, em vez de utilizar-se de Custo, a situação será a seguinte: •Se o saldo de Investimentos contabilizado pelo custo corrigido for maior •que o avaliado pela Equivalência Patrimonial, a diferença será contabilizada com o ágio. •Se o saldo pelo método de Custo for menor que a avaliação pela equivalência, a diferença serádeságio. •A mudança do Método de Equivalência Patrimonial para o Método de Custo não propiciará ajustes. A partir deste momento, a conta Investimentos apenas sofrerá Correção Monetária.

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Provisão para Perdas em Investimentos

No método Equivalência Patrimonial os Investimentos também estarão sujeitos à Provisão para Perdas. Veja o caso de um incêndio (na Investida) subseqüente à data do encerramento do Balanço, ou de qualquer contingência etc. O sistema de Provisão será o mesmo do utilizado no

Método de Custo.

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EMPRESAS QUE APLICARÃO O MÉTODO DE EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL

(Nos moldes da Lei das Sociedades por Ações). Serão avaliados pelo Método de Equivalência Patrimonial os Investimentos Relevantes da empresa em (1) Sociedades Controladas e (2) em Sociedades Coligadas sobre cuja administração tenha influência ou de que participa com 20% ou mais de Capital Social. •Sociedades Coligadas. São coligadas as sociedades quando uma participativa com 10% (dez por cento) ou mais do capital da outra, sem controlá-la. •Sociedades Controladas. Considera-se controlada a sociedade na qual a controladora, diretamente ou através de outras controladas, é titular .de diretos de sócios que lhe assegurem, de modo permanente, o poder de eleger a maioria dos administradores.

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Investimentos Relevantes

Considera-se relevante o investimento:

a) Em cada sociedade coligada e controlada, se o valor contábil é igual ou superior a 10% (dez por cento) do valor do patrimônio líquido da companhia. b) No conjunto das sociedades coligadas e controladas, se o valor contábil é igualou superior a 15% (quinze por cento) do valor do patrimônio líquido da companhia. Note que, em termos de Investimentos Relevantes, relacionam-se Investi-mentos no Ativo da Investidora com o valor do Patrimônio Líquido também da Investidora.

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Controle Direto ou Indireto em Controladas

O controle direto existe de uma sociedade para outra. Assim, se a Cia. A participa em 90% do capital da Cia. B, há um controle direto. Todavia, a Cia. B, por sua vez, pode ter um Investimento na Cia. C, diga- mos, de 80% deste capital. Dessa forma, a Cia. C seria uma controlada da Cia A, só que agora indiretamente, ou seja, através da Cia. B.

FIG. 310

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Empresas Controladas

Serão controladas quando houver uma participação maior que 50% no capital votante (poder de eleger a maioria dos administradores}. As ações, conforme a natureza dos direitos ou vantagens, podem ser Ordinárias (dão direito a voto} e Preferenciais (normalmente não têm direito a voto). O número de ações Preferenciais não poderáultrapassar a 2/3 do total das ações emitidas. Mantendo esta proporção, 1/3 das Ações Ordinárias, ou seja, 33,33%, representa o Capital Votante. Assim, uma empresa pode ser titular de direitos de sócios (eleger a maioria dos administradores} em outra empresa, desde que detenha 50% + 1 das AçÕes Ordinárias, ou seja, 16,67% do Capital Social da Investida (no caso, Controlada).

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Fig. 311

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Fig. 312

Observação: Se a administração da Teresina não tivesse influência sobre a Goiana, o Investimento dessa empresa seria excluído do Método de Equivalência Patrimonial.

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Conclusão: Podemos concluir que a Avaliação de Investimentos pelo Método de Equivalência Patrimonial será aplicada a todos os Investimentos Relevantes, em empresas coligadas cuja participação seja de 20% ou mais sobre o Capital Social (dessa empresa).

Sobraria, ainda, a decisão dos Investimentos Relevanies em coligadas cuja participação oscila entre 10 e 20%, "sobre cuja administração haja influência". Tal influência pode ser em certos Departamentos, como Industrial, Financeiro etc. Basta à investidora ter um elemento seu na Diretoria da Investida.

As Cias. abertas e instituições financeiras, mesmo que os Investimentos em Controladas sejam irrelevantes, deverão avaliá-los pela Equivalência Patrimonial.

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C - DIFERIDO

Natureza do Ativo Permanente Diferido

Textualmente, a Lei das S.A. evidencia que Diferido são "as aplicações de recursos em despesas que contribuirão para a formação do resultado de mais de um exercício social, inclusive os juros pagos ou creditados aos acionistas durante o período que anteceder o início das operações sociais". Épreciso distinguir as Despesas Antecipadas, classificáveis no Ativo Circulante, das despesas classificáveis no Ativo Permanente. Enquanto as primeiras são facilmente identificáveis quanto à confrontação com a receita do próximo exercício (impressos, juros, seguros), as outras, classificáveis no Permanente, não l o são. Tais despesas, ao serem diferidas, são entendíveis como essenciais e necessárias, sem as quais não poderá ser iniciada a atividade empresarial.

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Consistem nos projetos, nas pesquisas, nos períodos pré-operacionais (ou para desenvolvimento), na reorganização e na implantação de sistemas etc. Sabidamente, essas despesas irão contribuir para os resultados de mais de um exercício, porém, éimpossível associá-las diretamente às futuras receitas ou períodos. De maneira resumida, o Ativo Diferido consiste nos seguintes itens:

.Gastos de Implantação e Pré-operacionais, que são compostos de: -Gastos de Organização e Administração-Encargos Financeiros. - Estudos, Projetos e Detalhamentos. - Juros a acionistas na fase de implantação (isto ocorre principalmente em concessionárias de serviço público).

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•Pesquisa e Desenvolvimento de Produtos.

•Gastos de Implantação de Sistemas e Métodos.

•Gastos de Reorganização.

Os Gastos Pré-operacionais são os mais comuns, como Diferido nas Demonstrações Financeiras das empresas.

Antes de uma empresa entrar em funcionamento, énecessário certos gastos, tais como:

Seleção e treinamento de funcionários. Propaganda institucional para que o produto e/ou a empresa fiquem conhecidos antes do lançamento. Abertura de firma e honorários para constituição etc.

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No período pré-operacional, não se apura o resultado (lucro ou prejuízo), pois não há receita (se não háreceita, não pode haver confrontação da despesa; portanto, não há resultado). Todavia, no período pré-operacional, poderá haver alguns resultados eventuais, tais como a aplicação de recursos temporariamente ociosos, a venda de veículos com lucro etc. Quando houver tais resultados positivos eventuais, serão diminuídos dos Gastos Pré-operacionais.

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Amortização do Ativo Permanente Diferido A operação de transportar uma parcela para despesa ou custo é conhecida como Amortização. A Amortização das despesas ativadas no Ativo Permanente Diferido, conforme determinação legal, deve ser feita no prazo máximo de 10 anos e no prazo mínimo de cinco anos, a partir do momento em que éiniciada a operação. A amortização é conta retificativa (diminutiva) do Ativo. O critério adotado deve ser explicitado em Notas Explicativas e o seu valor, destacado. A contida é conta de resultado, que deverá figurar na ORE, em Despesa Operacional. Vamos admitir que o Gasto Pré-operacional da Empresa Kobilca Ltda. será amortizado em dez anos.

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PGINA 314RESUMO

O Ativo Permanente é integrado por investimentos, imobilizações técnicas . aplicações de recursos em despesas indispensáveis ao estabelecimento e início de funcionamento da empresa (diferido). Sobre os Itens do Ativo Permanente incide a Correção Monetária (atualização de valor em virtude da inflação), sendo facultativa a Reavaliação (nova avaliação), para bens cujo valor histórico corrigido esteja em defasagem com o valor de mercado. O grupo de Investimentos pode ser avaliado pelo Método de Custo (pago na aquisição mais a correção monetária), ou pelo Método da Equivalência Patrimonial (a conta Investimento varia proporcionalmente ao PL da Investida). Os itens do Ativo Permanente são diminuídos pelas seguintes contas retificativas:

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Depreciação: Diminui o Imobilizável Tangível (exceto Terrenos), pelo uso, ação da natureza e obsolescência.

Amortização: Diminui as aplicações em Ativos Permanentes Intangíveis e as aplicações em Ativos Diferidos.

Exaustão: Diminui as aplicações realizadas em recursos naturais e florestais pelo esgotamento daqueles recursos.

Provisão para Perdas: Diminui os Investimentos avaliados pelo Método de Custo, Considerando as perdas prováveis nos investimentos realizados.