ideias economia 02

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nº 02 ano I dezembro 2011 R$ 10,00 www.revistaideias.com.br INVESTIMENTO DE R$ 1,5 BILHÃO Renault ENTREVISTA Para Beto Richa, o futuro começa agora CIMENTO A expansão do setor e as novas instalações AGRONEGÓCIO As inovações tecnológicas e ambientais PRé-SAL Da idade da soja à era do petróleo

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Renault, Paraná competitivo, investimentos no Paraná

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Renault

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FÁBIO CAMPANAEditorial

Em poucos meses o Paraná recebeu mais investimentos privados in-ternacionais que em toda a década anterior. O que explica esse fenô-meno? Simples. Durante quase dez anos o Paraná foi tutelado por um

governo esclerosado e esclerosante que se opôs ao desenvolvimento econômico por conta de visão estatólatra e nacionalista traduzida em gestos e discursos do populismo mais chinfrim.

Foram anos de estagnação e desesperança. A verdade é que eram privilegiados interesses polí-ticos pessoais do suserano e de grupos econômicos articulados no poder.

Neste número de Ideias Economia, a retomada do crescimento. O Paraná voltou a disputar todos os empreendimentos, nacionais ou internacionais, que pretendam se instalar no Brasil. Para isso cons-truiu o programa Paraná Competitivo que implicou em alterações nas políticas públicas estaduais para atração de investimentos. Resultado: o Paraná tem hoje o melhor ambiente de negócios no País. Neste momento, cerca de 60 grupos empresariais nego-ciam com o Paraná a instalação ou ampliação de unidades industriais.

Além da Renault, que ofi cializou o investimento de R$ 1,5 bilhão na planta instalada em São José dos Pinhais, o Paraná briga pela instalação da unidade da Foxconn, multinacional tailandesa de componentes eletrônicos. O grupo pretende investir US$ 12 bi-lhões (R$ 19 bilhões) em cinco anos no Brasil, com expectativa de gerar 100 mil empregos diretos. O empreendimento foi batizado de Cidade Inteligente.

Os municípios do Norte do Estado – liderados por Londrina e Maringá – trabalham em conjunto para apresentar aos empresários asiáticos as po-tencialidades da região. E há os investimentos da indústria do pré-sal no Litoral. Somente na região do Pontal do Paraná há empreendimentos em fase de licenciamento ambiental que devem empregar cerca de 10 mil pessoas.

O milagre é fácil de compreender. O programa Paraná Competitivo é o conjunto de medidas de in-

centivo ao setor produtivo, por meio da dilação de prazos para recolhimento do ICMS, investimentos para melhoria da infraestrutura e da capacitação profi ssional, para tornar o Estado atrativo para novos empreendimentos produtivos que gerem emprego, renda, riqueza e desenvolvimento sus-tentável em todo o estado.

Até o momento, o Paraná Competitivo tem con-fi rmados R$ 7,5 bilhões em novos investimentos, principalmente no setor industrial. Outros R$ 15 bilhões estão em negociação do o Governo do Para-ná. Os anúncios de investimentos mais recentes no segmento automotivo foram da japonesa Sumito-mo, que vai fabricar pneus em Fazenda Rio Grande; a norte-americana Paccar, que vai produzir ca-minhões DAF, em Ponta Grossa; e a Caterpillar vai produzir retroescavadeiras em Campo Largo.

Todos esses investimentos em novas empresas ou na ampliação de empreendimentos signifi cam mais que o crescimento do PIB paranaense. O refl exo mais importante e imediato está na geração de em-pregos. Para que se tenha uma ideia, entre janeiro a agosto de 2011, o Paraná registrou a criação de 123 mil empregos com carteira assinada. Mais impor-tante, com nível salarial muito superior à média.

É a nova visão da política econômica paranaen-se. Estimular o crescimento da economia para que todos os paranaenses sejam benefi ciários. “Pre-cisamos reduzir o assistencialismo e gerar mais empregos de qualidade. Estamos em negociação para que novas empresas venham para o Paraná e gerem muitas vagas de trabalho”, diz o governa-dor Beto Richa. Contra as alegações mais variadas e nem sempre honestas, Richa garantiu ainda que as negociações com a Renault não comprometeram a arrecadação do Estado e que todo o processo foi feito com responsabilidade.

“Agimos com austeridade. Podem ter certeza que todas as decisões foram tomadas com plena responsabilidade”, diz o governador, que desde já faz de seu governo um marco na história do Paraná, o da superação da opção pela pobreza pela opção pela prosperidade e bem estar de todos.

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Para Beto, o futuro começa agora 08Pedro Rocha

uma boa parceria 11Angela Kulaif

Renault, investimento de R$ 1,5 bilhão 12Fábio Campana

A atração de investimentos no Paraná 15Maria Arruda Mendonça

O novo mapa de investimentos do Estado 16Marianna Camargo

Futuro veloz para o Paraná 18Rogério Mendes

Paraná disputou empreendimento com outros 4 Estados 20Manoel Chagas

A Renault e o salto industrial do Paraná 22gilmar Mendes Lourenço

Agência de Fomento 24Beatriz Loyola

Setor de bebidas cresce em Maringá 25Rodrigo vasconcelos

A cadeia produtiva de R$ 1,5 bilhão 26Paulo Abreu

Refi naria verde 27tereza Cristina de Oliveira

Do noroeste para a Noruega 28Baltazar dos Santos

Fábrica de caminhões investe uS$ 200 milhões 29Luiz Carlos Custódio

Pontal do pré-sal: Da idade da soja à era do petróleo 30Nina De Biase

Os desafi os do Mercosul 33Lauro Ferro de Andrade

humor 34

Índice

REVISTA E C ONO M I A

Publicação da Travessa dos EditoresISSN 1679-3501Edição 02 – R$ 10,[email protected] revistaideias.com.brfacebook.com/revistaideiastwitter@revistaideias

EDITOR-CHEFEFábio Campana

CHEFE DE REDAÇÃOMarianna Camargo

COLABORADORESAngela Kulaif, Baltazar dos Santos, Beatriz Loyola, Gilmar Mendes Lourenço, Lauro Ferro de Andrade, Luiz Carlos Custódio, Manoel Chagas, Maria Arruda Mendonça, Nina De Biase, Paulo Abreu, Pedro Rocha, Rodrigo Vasconcelos, Rogério Mendes, Tereza Cristina de Oliveira

CAPALuigi Camargo

FOTO DA CAPARodolfo Buhrer/ La Imagem / Renault

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃOKatiane Cabral e Luigi Camargo

PARA [email protected]

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ONDE ENCONTRARBanca do BatelBanca Boca MalditaBanca da Praça EspanhaFnac Shopping BariguiRevistaria do ManinhoRevistaria Quiosque do Saber no AngeloniBanca Presentes Cotegipe no Mercado MunicipalLivrarias GhignoneBanca Bom JesusRevistaria ItáliaBanca Shopping Curitiba

Rua Desembargador Hugo Simas, 1570CEP 80520-250 / CURITIBA PRTel.: [41] 3079 9997travessadoseditores.com.br

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O 26° na fi la

Pois, pois, o Paraná é o 5º Esta-do que mais gera recursos para a União, mas é o 26º na hora de receber investimentos federais. O caráter discriminatório dessa situação fi ca evidente quando se considera a situação do Rio Gran-de do Sul, Estado que tem um perfi l econômico e demográfi co semelhante ao do Paraná, mas que é governado pelo PT. Os gaú-chos estão em 10º entre os Estados que mais recebem recursos, com uma previsão de investimentos para 2012 de R$ 1,85 bilhão, en-quanto que o Paraná deverá fi car com apenas R$ 720 milhões.

Cada cidadão do Rio Grande do Sul receberá R$ 172,55 em verbas federais, enquanto que cada para-naense vai ter de se contentar com apenas R$ 68,55 dessas verbas.

CurtasperDeu o vIGorum setor que perdeu vigor de crescimento que demonstra-va em 2010 foi o da constru-ção civil. Em agosto do ano passado tinha empregado 48,5 mil trabalhadores, o que significava crescimento de 1,7% em relação ao mês anterior. O nível de emprego registrava elevação de 14,8%.Os analistas do setor têm uma explicação plausível. Acreditam que o setor con-solidou um novo patamar e passa a ascender de forma mais gradual. Nos últimos 12 meses foram contratados foram contratados 223 mil trabalhadores com carteira assinada, aumento de 7,6%.

resIsTÊnCIA nATIvAhá dados que desmentem a sinistrose que passou a dominar o discurso de alguns fanáticos do Apocalipse, que anunciam a crise internacio-nal a nos levar para o caos. A crise internacional ainda não afetou as fusões e aquisições no Brasil neste ano da graça de 2011. há 553 transações anunciadas até setembro. O volume é o mesmo de 2010. Setembro registrou 64 negó-cios. Em 2010 foram 62.Na comparação com 2007, ano que se tornou referência, houve alta de 6% no número de negócios.

Pois, pois, o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), constatou que desde que a Constituição Brasileira foi promulgada, em outubro de 1988, já foram editadas 4,35 milhões de novas leis e normas federais, estaduais e municipais no país.

Essa obsessão legisferante é notória e tem tudo a ver com nossas origens ibéricas e com o patrimonialismo brasileiro. Pasmem. Ao longo desses 23 anos, o impulso dos Legislativos e Executivos fede-ral, estaduais e municipais criou, em média, 518 novas normas por dia para o cidadão cumprir. Se levados em conta apenas os dias úteis, são 776 por dia.

Ora, pois, como diz Fernando Steinbruch, diretor do Instituo Brasi-leiro de Planejamento Tributário – IBPT, a legislação brasileira é “um desmedido emaranhado de assuntos que gera uma grande instabilida-de e insegurança jurídica para os cidadãos e para as empresas”.

Nossa Constituição completa 23 anos e já recebeu 73 emendas. Nos Estados Unidos, a Carta tem 224 anos e apenas 27 emendas.

irrecUPeráVeL 1Se a capacidade de liberar verbas por meio de convênios nunca foi tão grande quanto nos últimos oito anos, o governo federal está longe da mesma efi ciência na recuperação do dinheiro desviado por maus ges-tores públicos e organizações não governamentais.

Desde 2003, a União ajuizou ações para cobrar R$ 67,9 bilhões des-viados ou mal empregados. A cada R$ 100 que escorreram pelo ralo da corrupção, conseguiu reaver, de 2003 a 2010, na Justiça R$ 2,34.

Os dados são da Advocacia Geral da União (AGU), órgão responsável pelas ações de cobrança. Um desempenho medíocre, fruto da morosi-dade dos tribunais e da omissão dos ministérios na análise das presta-ções de contas de entidades, prefeituras e estados conveniados.

irrecUPeráVeL 2O grosso do dinheiro cobrado pela AGU é das chamadas transferên-cias voluntárias, pactuadas por meio de convênios e instrumentos semelhantes. De lá para cá, sentenças judiciais garantiram devo-lução de R$ 1,5 bilhão, ou 2,34% do total. Desse montante, mais de 93% são de convênios. O caminho da recuperação é lento, a co-meçar pelas providências elementares, a cargo dos órgãos federais responsáveis pela liberação.

PerdaE o Paraná soube durante a assinatura do Protocolo de Intenções en-tre Beto Richa e Carlos Ghosn, para ampliação da Renault em São José dos Pinhais, que em 2008 a indústria decidiu fabricar seus automóveis Fluence em Córdoba, Argentina, pois Roberto Requião sequer recebeu os executivos que pretendiam mostrar os planos da montadora e os investimentos. Fez pouco caso e quem perdeu uma linha de montagem de um veículo com altíssimo valor agregado.

oBSeSSÃo LeGiSferante

RoraimaRondôniaAlagoasGoiásMato GrossoTocantinsAmapáDistrito FederalMato Grosso do Sulrio Grande do SulSergipeBahiaRio Grande do NortePiauíMinas GeraisSanta CatarinaParáParaíbaAmazonasAcreCearáMaranhãoPernambucoRio de JaneiroEspírito SantoParanáSão Paulo

465,85378,62243,41242,56236,91231,90220,75197,88189,75172,55163,38155,30140,03136,31133,30132,32130,26122,79116,86114,09105,9495,5073,9771,9469,3568,5526,71

investimento porhabitante (r$)

PREVISÃO DOS INVESTIMENTOS POR ESTADO

DA LEI ORÇAMENTÁRIA DA UNIÃO PARA 2012

Unidade dafederação

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ApenAs no pApelCoisas nossas, muito nossas, diria Noel Rosa. Mais de um ano depois de sua criação, a estatal Pré-Sal Petróleo S.A existe apenas no papel. Falta um decreto da presidente Dilma Rousseff para definir a estrutura, número de empre-gados e estabelecer o custo para manter a companhia. Ela foi criada em 2 de agosto de 2010. Considerada prioritária por Lula, não parece ser tão prioritária neste governo, onde há quem considere que a nova empresa vai absorver que já são da Petrobrás e da Agência Nacional de Petróleo.

A mega distribuidora de produtos de informática, geri-da pelo grupo de investimento IdeiasNet, instalará sua segunda filial no Paraná em Londrina e concentrará para todo o Brasil a logística de distribuição, resultan-do em faturamento de aproximados R$ 500 milhões de reais/ano. O grupo fatura mais de 1,2 bilhão de reais e possui até uma equipe de StockCar – a OfficerPro.

informática em Londrina

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GuArApuAvAE a primeira cooperativa a utilizar-se do programa Para-ná Competitivo foi a Agrária, localizada no distrito rural de Entre Rios em guarapu-ava. O investimento servirá para produção de derivados de milho que ampliarão o portfolio da cooperativa para as produtoras de cerveja do Brasil e América Latina. Já em novembro houve uma reunião da diretoria da cooperativa na Bélgica com os dirigentes da inbev (holding proprietária da AMBEv), quando os planos de expansão foram mostrados aos compradores preferen-ciais da Agrária.

Lupionópolis

A pequena cidade do norte paranaense foi escolhida pela empresa paulista de alimentos Asteca Hinomoto para sediar seu novo investimento, utili-zando-se do programa Paraná Competitivo. A empresa vai produzir massas alimentícias e condimentos na primeira etapa da implantação. Até o final do empreendimento serão con-tratados 600 funcionários.

Sumitomo

A empresa japonesa que pro-duzirá pneus Dunlop, Falken e Goodyear em Fazenda Rio Grande já começou a terra-plenagem do seu terreno onde construirá sua unidade fabril com 90 mil m2 em sua primeira etapa. Já em dezembro come-çará a distribuir os pneus que importará de sua fábrica no Japão, buscando um mercado inicial de 5% em todo o Brasil.

Gás natural

O governador Beto Richa e o diretor presidente da Com-pagas, Luciano Pizzatto, inauguraram no último dia 8 de dezembro, em Londrina, a primeira Unidade Autôno-ma de Gás Natural Canaliza-do (UAG) da cidade, que terá capacidade para operar cerca de 10 milhões de metros cú-bicos por ano.

A unidade é considerada fundamental para incentivar o desenvolvimento industrial do norte do Paraná. A Compa-gas adiantou o seu cronogra-ma de investimentos a fim de concluir o empreendimento e atender o Programa Paraná Competitivo.

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para beto, o futuro começa agora

O novo ciclo de industrialização faz a produção no Estado crescer mais do que o triplo da média nacional

Ideias – O que signifi ca concretamente o investi-mento da Renault no contexto da nova política de industrialização?Beto Richa – É praticamente um divisor de águas. Vai elevar a participação da Renault no mercado nacional dos atuais 5% para 8% até 2016, consolidando o Paraná como segundo mais importante pólo automotivo do País, além de gerar dois mil postos de trabalho. Sem dú-vida é o início de um novo círculo virtuoso na economia paranaense.

O Paraná Competitivo foi decisivo para a vinda da Renault e de outros investimentos já confi rmados no Estado?O programa Paraná Competitivo foi mui-to relevante nas negociações. Mas a atração dos novos empreendimentos está associada a um conjunto de fatores inerentes a este novo momento vivido pelo Estado do Paraná. Dis-posição para o diálogo, segurança jurídica e projetos consistentes para a infraestrutura de transporte e a capacitação profissional estão entre eles. Sem o Paraná Competitivo não haveria como trazer tantas empresas, pois a guerra fiscal entre os estados ainda é uma rea-lidade inexorável. Mas só com ele também não teríamos argumentos tão fortes para conven-cer os investidores de que o Paraná, hoje, é um dos melhores lugares da América Latina para novas oportunidades de negócios. O capital produtivo é extremamente seletivo nas suas escolhas, então era fundamental demons-trar a condição diferenciada e privilegiada do Estado. De tal forma que não ficássemos dependentes apenas de estímulos fiscais. É essencial, nesse processo, comprovar a com-petitividade da nossa economia e indicar que ela tem todas as condições de se tornar ainda mais competitiva já no médio prazo em face da concorrência internacional.

eNtRevista

PEDRO ROCHA

Qual o balanço do programa até aqui, passados dez meses de gestão?Fechamos R$ 8 bilhões em investimentos, que vão gerar, ou já estão gerando, 12.500 empregos diretos. Além da Renault, tivemos Sumimoto (R$ 560 milhões, Fazenda Rio Grande), Cargill (R$ 350 milhões, Castro), Paccar/DAF (R$ 350 milhões, Ponta Gros-sa), Arauco (R$ 270 milhões, Jaguariaíva), Caterpillar (R$ 170 milhões, Campo Largo) e Potencial (R$ 90 milhões, Lapa), entre vá-rios outros. Além dos protocolos já firma-dos, estamos em negociação com cerca de 60 empresas e grupos econômicos interessados em iniciar ou ampliar suas atividades aqui. É absolutamente seguro que várias dessas sondagens vão resultar na assinatura do protocolo de intenções, último passo para a confirmação do novo investimento.

A AtRAçãO DOS NOvOS EMPREENDiMENtOS EStá ASSOCiADA A uM CONJuNtO DE FAtORES iNERENtES AO NOvO MOMENtO viviDO PELO EStADO

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O senhor tem falado em novo ciclo de industrializa-ção do Estado. Pode explicar melhor esta tendência?Entre janeiro e agosto deste ano a produção in-dustrial paranaense teve um acréscimo de 4,8% em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com o IBGE, bem acima da média nacio-nal, de 1,4%. Os novos investimentos, realizados ao longo deste ano, têm um período de matura-ção. Seus frutos começam a amadurecer entre 2012 e 2013. Pelos números já expostos, nosso salto de industrialização não é simplesmente uma convicção pessoal, mas uma realidade ir-reversível. Um ciclo duradouro, que elevará os padrões de qualidade de vida da população e que vai ampliar substancialmente a capacidade de investimento do Estado, na medida em que teremos um aumento da arrecadação tributária.

A industrialização é compatível com nossa vo-cação agrícola?Totalmente compatível. São setores que se com-plementam e que interagem em favor do dinamis-mo econômico. Nosso propósito é ampliar o grau de agroindustrialização, agregando valor ao pro-duto. Mas claro que isso não é um ato de vontade própria. É preciso conciliar a oferta com as de-mandas do mercado internacional. O agronegócio se mantém como o motor da economia paranaen-se. Mas a diversificação da economia e a sofistica-ção da indústria são necessárias para que não nos perpetuemos como vendedores de commodities. A instalação das novas indústrias vai permitir que diversifiquemos a produção, ampliando a cadeia

do setor automotivo, material de transporte, pneus, informática e outros segmentos.

Uma crítica muito recorrente ao Paraná Competitivo e a programas de incentivos fiscais adotados por outros estados é que eles abusam na dilação do prazo de recolhimento de impostos, e até na isenção, prejudi-cando a arrecadação. Qual sua avaliação a respeito?Programas dessa natureza derivam de duas ques-tões. Primeiro, a alta carga tributária do País, em

torno de 36%, que nos tira competitividade. En-tão os estados, para se tornarem atraentes, bus-cam alternativas. E segundo, a guerra fiscal. Os estados competem entre si na atração de investi-mentos. Esse quadro geral se agrava com distor-ções federativas, em que alguns estados são privi-legiados pelos repasses e transferências federais, em prejuízo de outros estados. Vejo disposição na presidente Dilma de equacionar a questão. Mas uma coisa é certa: o Paraná Competitivo se revelou um instrumento de política industrial extrema-mente eficiente, alargando a atividade econômica e diversificando os parques industriais. Os ganhos fiscais para o Estado são substantivos. Abre-se no horizonte próximo uma perspectiva consistente de alterar o perfil social e econômico paranaense.

A propósito das distorções federativas, qual a sua posição na questão do pré-sal?O pré-sal é riqueza nacional, precisa ser distri-buída entre todos os estados e municípios bra-sileiros, com alguma compensação às regiões produtoras. É um direito do qual não abrimos mão. Mas não queremos e não vamos ficar de-pendentes desse recurso. Queremos a nossa parte como uma espécie de poupança extra para reinvesti-la em melhoria da educação, infraestrutura, ciência e tecnolo-gia. Tendo a inovação e a sustentabilidade como nossos nortes principais. Vejo o futuro paranaense ancorado no fortalecimento do agronegócio, na diversificação industrial e na sofisticação da pres-tação de serviços ligados à alta tecnologia.

O governo fechou R$ 8 bilhões em investimentos, que vão gerar, ou já estão gerando, 12.500 empregos diretos

A DivERSiFiCAçãO DA ECONOMiA E A SOFiStiCAçãO DA iNDúStRiA SãO NECESSáRiAS PARA quE NãO NOS PERPEtuEMOS COMO vENDEDORES DE COMMODitiES

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próprias para o cumprimento de suas funções e perseguem objetivos diferentes, mas será da composição dos dois que pode sair o melhor re-sultado para a sociedade. Vistos na essência, o investimento público e o investimento privado apresentam muito mais interdependências do que contradições e a associação entre ambos faz todo o sentido, na exata medida em que um depende do outro e tem a capacidade de criar sinergias que benefi ciarão os dois, setor público e setor privado, em seus respectivos objetivos.

Mas, como já disse alguém, o diabo mora nos detalhes, e a disputa (acirrada) pelo in-vestimento privado pode levar o poder público a uma posição em que o equilíbrio do acordo realizado pode não fi car tão claro para a socie-dade. No caso da nova planta da Nissan no Rio de Janeiro, anunciada no último 6 de outubro, por exemplo, a Assembleia Legislativa decidirá se autoriza o Estado do Rio a fi rmar contrato de fi nanciamento com a Nissan até o limite de R$ 5,9 bilhões, com prazo de carência de 30 anos e taxa de juros de 1% ao ano para cada parcela liberada, em contrapartida do investimento de R$ 2,6 bilhões que será realizado pela empresa, com a expectativa de geração de 2 mil novos empregos diretos e indiretos. Do ponto de vista econômico, não é uma decisão fácil.

De qualquer modo, instituições democráti-cas fortes, regulação adequada, transparência e instrumentos de controle do setor público são fundamentais para que a própria sociedade decida sobre os investimentos a serem realiza-dos em seu benefício . Mas ainda assim restará o espaço para as escolhas, que estarão colocadas na prática das políticas de investimentos das empresas e dos governos e explicitarão os efe-tivos compromissos de ambos com a sociedade.

ANGELA KULAIF

ANGELA KULAIFé Economista e Consultoraem Regulação Econômica

Nós somos as escolhas que fa-zemos. Isso vale para as pes-soas e para as instituições, sejam elas públicas ou pri-vadas. E vale também para os governos, escolhidos pe-

las pessoas nos regimes democráticos. Bom, mas o que isso tem a ver com os investimentos público e privado e com a qualidade da asso-ciação entre eles que pode levar ao desenvol-vimento econômico e socioambiental? Tudo!

A oportunidade de abordar o tema da parce-ria entre setor público e setor privado me veio quando comecei a pesquisar os orçamentos es-taduais para 2012, os primeiros dos governos eleitos em 2010, e percebi que o assunto “in-vestimento” é crucial para todos os Estados. É bem verdade que a capacidade de investimento do setor público em cada Estado dependerá em 2012 fortemente da herança – maldita ou ben-dita – dos governos que antecederam os atuais, mas é inegável também a importância do inves-timento que será realizado pela União.

Tomando por base os dados disponíveis na página da Secretaria do Orçamento Federal (SOF) do Ministério do Planejamento, Orça-mento e Gestão, dá para ver que as intenções de investimento do Governo Federal variam bastante. O Paraná e o Rio Grande do Sul, por exemplo, dois Estados com basicamente o mes-mo tamanho em população – 10,4 e 10,7 milhões de habitantes em 2010, de acordo com o IBGE -, contam com estimativas de investimentos pela União de, respectivamente, R$ 721 milhões e R$ 1.852 milhões em 2012. Rio de Janeiro e Bahia, também dois Estados com tamanhos próximos em população – 16 milhões e 14 mi-lhões, respectivamente – repetem a diferença, com investimentos previstos no orçamento da União de, respectivamente, R$ 1.159 milhões e R$ 2.189 milhões. Minas Gerais, com pratica-mente 20 milhões de habitantes, receberá in-vestimentos de R$ 2.630 milhões e São Paulo, com 41 milhões de habitante, R$ 1.111 milhões.

Existe uma “lógica do investimento público”. O investimento público, independentemente de

uma boa parceria

sua orientação política ou ideológica, deve ter por norte o desenvolvimento de toda a socie-dade, a melhor distribuição da riqueza e a ele-vação da qualidade de vida das pessoas. Embora o critério populacional não tenha que ser ne-cessariamente o parâmetro para a distribuição territorial de investimentos públicos, parece re-levante que algum critério não discricionário - ou simplesmente político - exista para justifi car a distribuição dos recursos.

O investimento privado é a outra ponta do eixo com o qual os Estados esperam contar para promover o desenvolvimento em seus territó-rios. O investimento público e o investimento privado são comandados por razões/condições

viStOS NA ESSÊNCiA, O iNvEStiMENtO PúBLiCO E O iNvEStiMENtO PRivADO APRESENtAM MuitO MAiS iNtERDEPENDÊNCiAS DO quE CONtRADiçÕES E A ASSOCiAçãO ENtRE AMBOS FAz tODO O SENtiDO

Investimento público, investimento privado e a parceria que pode levar ao desenvolvimento

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RepoRtagem

O Paraná retomou a con-fiança do capital produ-tivo internacional. Os grandes investimentos voltaram para esta área do planeta. Assim, quebra-

-se um longo período de estiagem provoca-do pela política estatólatra e nacionalista do governo anterior.

O governador Beto Richa e o presidente

Renault, investimento de R$ 1,5 bilhão

mundial do grupo Renault-Nissan, o brasi-leiro Carlos Ghosn, assinaram protocolo de intenções que oficializa o investimento de R$ 1,5 bilhão pela montadora francesa na planta instalada em São José dos Pinhais.

O investimento foi enquadrado no pro-grama de incentivo Paraná Competitivo e vai gerar 2.000 empregos diretos, sendo que metade dos trabalhadores passam a ser con-tratados imediatamente.

Do total programado para ser aplicado na unidade paranaense, R$ 500 milhões serão utilizados para a implantação de um centro de engenharia e desenvolvimento de produ-tos. O restante será aplicado na ampliação dos processos de produção. A companhia pretende elevar a produção de 280 mil para 380 mil veículos por ano.

“O Paraná atrai um grande investimento internacional porque retomamos a confian-

FÁBIO CAMPANA

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ça do capital produtivo no nosso Estado”, disse o governador Beto Richa, destacando que cada emprego direto gerado na indús-tria pode criar outros seis postos de traba-lho indiretos. Segundo ele, o investimento da Renault é importante porque tão relevante quanto o volume de empregos é a qualidade da mão-de-obra que será contratada.

De acordo com Richa, a concretização do acordo é do interesse de todos os paranaen-ses e o projeto da montadora francesa trará benefícios para o conjunto do Estado. “Esta é mais uma demonstração do esforço que es-tamos fazendo para que o Paraná volte a ser respeitado, como exemplo de boas ações e práticas pioneiras”, afirmou.

Beto Richa afirmou que o governo preo-cupou-se em criar um programa moderno, inovador e abrangente de atração de inves-timentos para atender a todas as regiões do Estado, principalmente as mais carentes. Em paralelo, o governo está investindo em projetos para melhoria de portos, aeropor-

Na ReNault, Richa ReafiRma Nova política de deseNvolvimeNto

Após assinar o protocolo de intenções com os executivos da montadora francesa, o governador Beto Richa visitou o comple-xo Ayrton Senna, conjunto de fábricas de veículos e motores da marca Renault loca-lizado em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.

Richa elogiou o crescimento e a conso-lidação da indústria no cenário mundial e disse que o governo estadual vai apoiar as empresas que acreditam no desenvolvi-mento do Paraná. “A Renault é uma grande montadora, que gera riquezas e empregos para nosso povo. vivemos um novo mo-mento, no qual o Estado passa a ser par-ceiro do setor produtivo”, afirmou o gover-nador para cerca de sete mil funcionários.

Beto Richa também conheceu a linha de produção do modelo Duster, novo uti-litário esportivo que será fabricado pela unidade da Renault no Paraná. Acompa-nhado de Carlos ghosn, presidente mun-dial do grupo, o governador disse que o Paraná tem como princípio a emancipa-ção da população pela educação e for-mação profissional e que indústrias que geram empregos são bem-vindas.

“Precisamos reduzir o assistencialis-mo e gerar mais empregos de qualidade. Estamos em negociação para que novas empresas venham para o Paraná e gerem muitas vagas de trabalho”, destacou ele. Richa garantiu ainda que as negociações com a Renault não comprometeram a ar-recadação do Estado e que todo o proces-so foi feito com responsabilidade. “Agimos com austeridade. Podem ter certeza que todas as decisões foram tomadas com ple-na responsabilidade”, concluiu.

tos, rodovias e ferrovias. “Essa proposta tem atraído um grande número de indústrias e a Renault é o maior projeto até o momento”, declarou.

poteNcial de cRescimeNto O presiden-te do grupo Renault-Nissan, Carlos Ghosn, disse que a empresa está convencida do po-tencial de crescimento do mercado brasilei-ro, que é o segundo maior da marca no mun-do, abaixo da França, e a planta paranaense vai desempenhar um importante papel na

O iNvEStiMENtO FOi ENquADRADO NO PROgRAMA DE iNCENtivO PARANá COMPEtitivO E vAi gERAR 2.000 empRegos diRetos. MEtADE SERá CONtRAtADA iMEDiAtAMENtE

imagem aérea do Complexo Ayrton Senna, onde estão instaladas as fábricas da Renault do Brasil

Div

uLg

AçãO

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elevação das vendas da companhia.Segundo ele, as condições logísticas do Pa-

raná, como o porto de Paranaguá, o acesso facilitado aos países do Mercosul e ao mer-cado consumidor nacional, a rede local de fornecedores, a mão de obra qualificada e a oferta de energia foram determinantes para a decisão de realizar novos investimentos da planta de São José dos Pinhais.

“A Renault gera empregos e riqueza e quer ser bem tratada, coisa que não ocorreu nos últimos oito anos. Mas vejo no governador Beto Richa um amigo e ele, com sua equipe, deixaram bastante claros o interesse e o apoio que está sendo dado aos novos investimentos no estado”, afirmou Ghosn.

O executivo minimizou os possíveis impac-tos da crise financeira que atinge a Comuni-dade Europeia no momento e também as me-didas recentemente anunciadas pelo governo federal em relação ao aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados. Ghosn disse que a decisão da Renault foi tomada com base em um horizonte de 20 anos e que as pers-pectivas apontam que nesse prazo o mercado brasileiro deve saltar de 250 veículos por mil habitantes para 550 veículos, semelhante ao mercado europeu atual.

a expaNsão da ReNault O projeto da Re-nault está dentro da política de expansão da empresa, que espera alcançar 8% do mercado nacional de veículos até 2016 e aumentar a cobertura de mercado de 76% para 90%. Para isso a empresa vai lançar 13 novos modelos e aumentar a produção de 280 mil unidades por ano para 380 mil unidades de veículos de passeio e utilitários no Paraná. Será instalada uma nova linha de montagem, que eleva a produção de 40 para 60 veículos por hora. Também será criado um centro tecnológico de desenvolvimento de novos produtos, um centro de engenharia e treinamento e novas instalações logísticas.

O secretário da Fazenda, Luiz Carlos Hauly, disse que a nova rodada de investimentos da Renault no Paraná consolida o parque auto-motivo estadual, o segundo do país em nú-mero de empresas. Ele explicou que para a concessão de incentivos à montadora o go-verno estudou toda a cadeia produtiva, a rede de fornecedores locais, o índice de paraniza-ção de peças, as importações, o desenvolvi-mento de produtos, tecnologias e a qualidade dos empregos gerados.

“A partir dessa equação encontramos uma solução equilibrada entre os benefícios que o governo pode oferecer e o que o Paraná vai receber”, afirmou Hauly. “Encontramos um meio termo, prudente e dentro da respon-

sabilidade fiscal, que agradou as duas partes e vai garantir a permanência da empresa no Paraná por mais 20 anos”, disse o secretário.

O município de Piraquara, vizinho de São José dos Pinhais, também será beneficiado com os novos investimentos da montadora, recebendo um centro de logística da empre-sa, que será instalado em uma área de 100 mil metros quadrados. “Este é um grande pre-sente do governador Beto Richa para Pira-quara. O centro de distribuição vai permitir um aumento da arrecadação e com isso po-dermos melhorar a qualidade de vida da po-pulação”, afirma o prefeito Gabriel Samaha.

os iNceNtivos ofeRecidos O programa Paraná Competitivo contempla uma série de medidas de incentivos ao setor produtivo, por meio da dilação de prazos para recolhi-mento do ICMS, investimentos para melhoria da infraestrutura e da capacitação profissio-nal, para tornar o Estado atrativo para no-vos empreendimentos produtivos que gerem emprego, renda, riqueza e desenvolvimento sustentável em todo o estado.

Até o momento, o Paraná Competitivo tem confirmados R$ 7,5 bilhões em novos investi-mentos, principalmente no setor industrial, dos quais a Renault é o maior, e outros R$ 15 bilhões estão em negociação com o Gover-no do Paraná. Os anúncios de investimentos mais recentes no segmento automotivo fo-ram da japonesa Sumitomo, que vai fabricar pneus em Fazenda Rio Grande; a norte-ame-ricana Paccar, que vai produzir caminhões DAF, em Ponta Grossa; e a Caterpillar vai produzir retroescavadeiras em Campo Largo.

A nova política de atração de empreendi-mentos do Paraná já mostra bons resultados. De janeiro a agosto de 2011, o estado regis-trou a criação de 123 mil empregos com car-teira assinada.

um lugaR estRatégico Para a empresa, o Brasil é um país estratégico, porque repre-senta o segundo maior mercado da Renault no mundo, abaixo apenas da França. Para 2013, a montadora espera vender 3 milhões de veículos, 400 mil a mais do que em 2010.

O encontro teve a participação de toda a direção da Renault do Brasil, entre eles o pre-sidente, Jean-Michel Jalinier; o vice-presi-dente, Alain Daniel Tissier; o vice-presidente financeiro, François Jean-Paul Marc David; e o diretor de relações institucionais da em-presa, Antônio Calcanhoto.

Participaram também os secretários de Esta-do da Fazenda, Luiz Carlos Hauly; da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul, Ricardo Barros; do Planejamento, Cássio Taniguchi.

NúmeRos do pRogRama paRaNá competitivo (de janeiro a agosto de 2011) ...................................................................................................

R$ 7,5 bi confirmados em novos investimentos...................................................................................................

R$ 15 bi em negociação com o governo do Paraná...................................................................................................

123 mil empregos com carteira assinada

A DECiSãO DA RENAuLt FOi tOMADA COM BASE EM uM hORizONtE DE 20 aNos. NESSE PRAzO O MERCADO BRASiLEiRO DEvE SALtAR de 250 veículos POR MiL hABitANtES paRa 550 veículos, SEMELhANtE AO AtuAL MERCADO EuROPEu

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paRaNá competitivo

a atração de investimentos no paraná

Os dois investimentos mais recentes a se benefi ciar do programa Paraná Competi-tivo – Supremo Cimentos e Votorantim Cimentos – são exemplos da qualidade dos

empreendimentos que o governo do Paraná tem atraído para o Estado. Com eles, o núme-ro de empregos criados apenas pelas empresas que já fi rmaram acordo chega a 14 mil, espa-lhados pelas mais diferentes regiões do Estado.

O grupo empresarial Margem Cia. de Minera-ção (Supremo Cimentos) está investindo R$ 340 milhões para implantar uma nova unidade in-dustrial em Adrianópolis, município que possui um dos menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do Estado. Serão gerados 650 empregos diretos e indiretos.

O outro empreendimento é a ampliação da capacidade produtiva da unidade da Votoran-tim Cimentos S.A., localizada em Rio Branco do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba. O investimento de R$ 625 milhões prevê a geração de 980 empregos diretos e indiretos.

MARIA ARRUDA MENDONÇA

O programa Paraná Competitivo foi lançado em fevereiro deste ano, pelo governador Beto Richa. A ideia é provocar uma nova onda de industrialização, por meio da criação de ins-

trumentos de política pública para a atração e expansão dos investimentos no Estado.

Já estão confi rmados ou em processo de im-plantação investimentos que somam R$ 9,5 bilhões. Existe ainda a previsão de mais R$ 12 bilhões a serem aplicados por empresas que es-tão em processo de negociação com a Secretaria da Fazenda, num total de 70 empreendimentos.

O programa concede incentivos fi scais como parcelamento do ICMS gerado pelo investi-mento, diferimento desse mesmo tributo da fatura de energia elétrica e gás natural. Além disso, prevê a qualifi cação e capacitação da mão de obra, infraestrutura, internacionali-zação, fomento, incentivos e crédito.

O volume de novos negócios permite prever um novo ciclo de transformação do Paraná. O que inclui outros investimentos gerados pela cadeia produtiva ou para dar sustentabilidade ao novo nível de renda ge-rado pelos investimentos, tanto no comér-cio como em serviços e o aporte de recursos públicos em infraestrutura para atender a demanda da população.

DESDE O iNíCiO DO PROgRAMA FORAM CONFiRMADOS iNvEStiMENtOS DE R$ 9,5 bilhÕes E MAiS R$ 12 bilhÕes EStãO EM NEgOCiAçãO

expaNsão da votoRaNtim em Rio bRaNco do sul

A unidade ampliada da votorantim deve en-trar em operação no final de 2012, gerando 1 mil empregos diretos e indiretos, além de 1.500 postos de trabalho durante a constru-ção. Serão construídos uma nova moagem e mais um forno.

O investimento faz parte do plano de ex-pansão da votorantim para atender a cres-cente procura por cimento em vários esta-dos do Brasil. Além da unidade de Rio Branco do Sul, a empresa tem duas fábricas no Rio grande do Sul e uma em Santa Catarina. O di-retor financeiro da empresa, Sidney Catania, destacou o bom diálogo com o governo e a importância do investimento para a consoli-

dação da empresa no cenário mundial. “O Paraná é autossuficiente na produção

e consumo de cimento, mas agora começa a exportar. A unidade de Rio Branco do Sul já é a maior fábrica de cimento da América do Sul e agora passa a ser uma das maiores do mundo em produção”, disse Catania. A segu-rança jurídica e o cenário favorável aos negó-cios foram os fatores que o diretor enumerou como fundamentais para a consolidação do investimento no Paraná.

coNtRapaRtida O protocolo de intenção prevê algumas obras de infraestrutura a se-rem realizadas em conjunto entre o Estado e

a votorantim. A Copel irá fazer novos inves-timentos para garantir suprimento adicional de energia que sustente o funcionamento da planta ampliada. O governo negocia ainda com a empresa a duplicação da rodovia dos Minérios, no trecho de acesso à votorantim.

“A empresa pretende ampliar a produção até 2012 e queremos que essa rodovia esteja duplicada até lá para suportar o grande fluxo de caminhões”, afirmou o secretário da in-dústria, Comércio e Assuntos do Mercosul do Paraná, Ricardo Barros. Ele ressaltou que o governo quer fomentar a industrialização do interior e que até o fim do ano deverão ser anunciados novos investimentos.

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iNvestimeNto

o novo mapa de investimentos do estado

O Paraná Competitivo foi criado para reinserir o Paraná na agenda dos in-vestidores nacionais e in-ternacionais. O programa contempla uma série de

medidas por meio da dilação de prazos para recolhimento do ICMS, investimentos para melhoria da infraestrutura, comércio ex-terior, desburocratização e de capacitação profissional, para tornar o Estado atrativo

MARIANNA CAMARGO

para novos empreendimentos produtivos que gerem emprego, renda, riqueza e desen-volvimento sustentável em todo o estado.

Até o momento, o Paraná Competitivo tem confi rmados R$ 7,5 bilhões em novos investi-mentos, principalmente no setor industrial, dos quais a Renault é o maior, e outros R$ 15 bilhões estão em negociação com o Governo do Para-ná. Os anúncios de investimentos mais recen-tes no segmento automotivo foram da japonesa Sumitomo, que vai fabricar pneus em Fazenda

Rio Grande; a norte-americana Paccar, que vai produzir caminhões DAF, em Ponta Grossa; e a Caterpillar vai produzir retroescavadeiras em Campo Largo.

A nova política de atração de empreendimen-tos do Paraná já mostra bons resultados. De ja-neiro a agosto de 2011, o estado registrou a cria-ção de 123 mil empregos com carteira assinada.

O Paraná Competitivo foi criado para articu-lar diferentes linhas de ação para tornar o Esta-do mais atraente ao setor produtivo. São cinco vertentes principais: política fi scal, qualifi cação de mão de obra, infraestrutura, internacionali-zação e desburocratização.

“É um grande programa de governo que também leva em consideração as demandas e sugestões do setor produtivo. Temos boas par-cerias com as Federações e Associações”, frisa o secretário da pasta Ricardo Barros.

Barros afi rmou que em menos de seis me-ses, o Paraná Competitivo já atraiu mais de R$ 2 bilhões em investimentos para o Estado. Entre eles estão a japonesa Sumitomo (pneus), a norte-americana Cargill (processamento de milho), a paranaense Potencial (biodiesel), a chilena Arauco (MDF e madeira) e a norte-ame-ricana Catterpillar (máquinas). Além disso, há cerca de 70 grupos empresariais em negociação com o Paraná, o que representa investimentos da ordem de R$ 12 bilhões.

iNteRioR O secretário Ricardo Barros afirma que o governo do Paraná trabalha pela dis-tribuição dos investimentos industriais no interior do Estado.

Segundo ele, com o Programa Paraná Com-petitivo já estão em vigor reduções tributárias e estão sendo estudadas novas medidas para di-recionar a instalação de empreendimentos na-cionais e internacionais para pequenas e médias cidades do interior.

“Se continuarmos nessa lógica de hoje, de concentrar indústrias em poucas cidades, te-remos metrópoles cada vez maiores, com gran-

empResas Que Já defiNiRam a iNstalação ou ampliação das suas atividades

arauco do brasil s.a.Ampliação da unidade em Jaguariaíva

RenaultAmpliação da fábrica em São José dos Pinhais

caterpillarNova unidade para a fabricação de máquinas em Campo Largo

cargillNova unidade para o processamento e benefi ciamento de milho em Castro

sumitomoNova fábrica de pneus em Fazenda Rio grande

techintReativação da unidade para produção deplataforma de petróleo em Pontal do Paraná

volvoAmpliação da fábrica na CiC para produção de ônibus

masisaAmpliação da unidade fabricação de MDF em Ponta grossa

paccarNova indústria para a fabricação de caminhões em Ponta grossa

NegociaçÕes em aNdameNto paRa iNvestimeNtos de empResas dos seguiNtes setoRes

• Biodiesel• Petróleo e gás• Reciclagem

• Motocicletas• Vidros planos• Farmacêutica• Carnes e massas

• Montadoras leves e pesadas• MDF, papel e celulose• Pneus• TI

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ITÁLIA

Techint No litoral, a italiana Techint foi a primeira empresa a anunciar o início das atividades de fornecimento para a indústria do pré-sal. A empresa investe R$ 25 milhões na modernização da unidade em Pontal do Paraná para construir, de imediato, duas plataformas de extração de petróleo na costa paranaense.

ESTADOS UNIDOS

PaccarO projeto da multinacional prevê investimentos de US$ 200 milhões, com a geração de 500 novos empregos diretos na região dos Campos Gerais.

CargillInvestimento de R$ 350 milhões em Castro, na unidade de processamento de milho para produção de soluções em amidos e adoçantes. Geração de 200 empregos diretos e início das operações em 2013. Aumento de 30% na capacidade de moagem de milho para a América do Sul.

CaterpillarInvestimento de R$ 170 milhões em Campo Largo e geração de 1.000 postos de trabalho até 2013.

CHILE

Arauco do Brasil S.A.A chilena Arauco que vai ampliar a produção de placas de MDF em Jagua-riaíva, com aporte de R$ 272 milhões.

MasisaInvestimento de R$ 278 milhões para a expansão da linha de MDF em Ponta Grossa.

FRANÇA

Renault Investimento de R$ 1,5 bilhão na amplia-ção da fábrica em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba. Mais de 2 mil empregos diretos, que estima-se que possam gerar outros 12 mil indiretos.

JAPÃO

Sumitomo A Sumitomo, empresa japonesa, vai investir mais de R$ 500 milhões na fabricação de pneus em Fazenda Rio Grande.

ALEMANHA

Supremo Cimento A alemã Supremo Cimento cons-trói uma unidade no município de Adrianópolis, no Vale do Ri-beira, com mais R$ 290 milhões.

SUÉCIA

Volvo Investimento de R$ 200 milhões na ampliação da sua linha de produção.

des difi culdades e enormes custos para o poder público”, afi rmou Barros. “Precisamos gerar empregos e renda no interior. E o governo Beto Richa está trabalhando com esse foco”, disse.

O secretário detalhou as vertentes do Paraná Competitivo – fi scal, internacionalização, qua-lifi cação profi ssional, infraestrutura e desburo-cratização – e reafi rmou o interesse do governo Beto Richa em trabalhar em conjunto com a ini-ciativa privada.

“Hoje o Paraná possui um ótimo ambiente de negócios. Já anunciamos mais de R$ 2 bilhões em investimentos benefi ciados com o Paraná Competitivo e estamos em negociação com cer-ca de 70 grupos empresariais que representam mais R$ 12 bilhões”, afi rmou.

demaNda O bom ambiente de negócios no Estado também foi reforçado pelo secretário de Estado da Fazenda, Luiz Carlos Hauly. Se-gundo ele, havia uma demanda reprimida de investidores que agora recuperaram a confi ança na administração estadual.

“O empresário pode ter certeza de que terá segurança política e jurídica no Paraná, que os

compromissos serão cumpridos e o seu negócio será respeitado”, diz Hauly.

chiNa Uma delegação chinesa composta por representantes de empresas estatais e privadas dos ramos de telecomunicações, eletrônicos, tecnologia, reciclagem e engenharia veio ao Paraná em agosto para avaliar a realidade so-cioeconômica do Paraná, a política de incen-tivos fi scais, o programa Paraná Competitivo, oportunidades de negócios e investimentos no Estado.

O chefe da delegação chinesa, Li Dongsheng, afi rmou que os empresários estão procurando realizar negócios, investir no Estado e estabele-cer cooperação mútua entre o Paraná e a China em diferentes áreas.

A China é hoje o principal parceiro na balança comercial paranaense. Em 2010, o Paraná ex-portou US$ 2,276 bilhões ao país asiático, com a soja e outros grãos respondendo por 76% desse valor. Na outra ponta, a economia paranaen-se importou US$ 2,120 bilhões em produtos chineses, com eletrodomésticos e eletrônicos liderando a lista.

EStãO EM vigOR REDuçÕES tRiButáRiAS E NOvAS MEDiDAS EStãO EM EStuDO PARA DiRECiONAR A iNStALAçãO DE EMPREENDiMENtOS NACiONAiS E iNtERNACiONAiS PARA O iNtERiOR

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cRescimeNto

De fato sopram outros ventos no Paraná. Os sentimentos de desconfiança e receio que assombravam a inicia-tiva privada já não existem mais. Ficaram para trás

junto com outros conflitos que brecavam o desenvolvimento do Estado. E mais, foram substituídos por confiança e otimismo.

Desde janeiro de 2011, os empresários volta-ram a encontrar no governo estadual um par-ceiro interessado em unir esforços para atrair empreendimentos que gerem renda e empregos.

O Paraná Competitivo, amplo programa que modernizou a política fiscal estadual, já confirmou R$ 7,5 bilhões em novos investi-mentos e outros R$ 15 bilhões em negociação. Valores que estabelecem o que os especialis-tas estão chamando de novo ciclo de indus-trialização do paraná.

Nesses R$ 7,5 bilhões, destaca-se o bilio-nário investimento da montadora france-sa Renault. No início de outubro a empresa confirmou o investimento de R$ 1,5 bilhão na ampliação de sua planta em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba.

futuro veloz para o paraná

O Paraná se consolida como o segundo e mais moderno polo automotivo do Brasil

ROGÉRIO MENDES

A DESCONFiANçA E O RECEiO quE ASSOMBRAvAM A iNiCiAtivA PRivADA NãO ExiStEM MAiS

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DE ACORDO COM O iBgE, a pRodução iNdustRial do estado cResceu 4,8% ENtRE JANEiRO E AgOStO DE 2011, CONtRA 1,4% DA MéDiA NACiONAL. é o 3º maioR do país, AtRáS APENAS DO ESPíRitO SANtO E DE gOiáS

mente, havia alinhamento político”, afirma o economista.

Mendes Lourenço destaca ainda o fato de o investimento acontecer em meio ao flagrante agravamento da segunda etapa da crise finan-ceira internacional, deflagrada em setembro de 2008, que inclusive sugeriria a revisão dos planos de médio e longo prazo das organi-zações e o bom momento do setor industrial paranaense.

O acréscimo de 4,8% na produção indus-trial do Estado, constatado entre janeiro e agosto de 2011, de acordo com o IBGE – contra 1,4% da média nacional, sendo o 3º maior do País, atrás apenas do Espírito Santo (9,2%), em razão do boom do petróleo, gás e mine-ração, e de Goiás (5,0%), puxado pelo com-plexo químico-farmacêutico –, ancorado nas atividades de material de transporte, material elétrico e de comunicações, refino de petróleo e álcool e insumos da construção civil, com-prova a marcha de diversificação do tecido manufatureiro regional.

“Diante do exposto, parece lícito argumentar que o Paraná experimenta uma fase de restau-ração de uma vontade de construção dos alicer-ces para o planejamento do desenvolvimento de longo prazo e de criação ou revitalização dos mecanismos e instrumentos capazes de con-cretizá-la”, frisa Mendes Lourenço.

timento da Renault é importante porque tão relevante quanto o volume de empregos é a qualidade da mão-de-obra que será contratada.

“Esta é mais uma demonstração do esforço que estamos fazendo para que o Paraná volte a ser respeitado, como exemplo de boas ações e práticas pioneiras”, acrescentou Richa.

Novo ciclo O citado novo ciclo de in-dustrialização vem puxado principalmente pela indústria automobilística. Só neste ano o setor anunciou a japonesa Sumitomo, que vai fabricar pneus em Fazenda Rio Grande; a norte-americana Paccar, que vai produzir caminhões DAF, em Ponta Grossa; e a Ca-terpillar vai produzir retroescavadeiras em Campo Largo.

São investimentos que consolidam o polo automotivo paranaense como o segundo mais importante em número de empresas e o mais moderno do país. “E há negociações em an-damento com empresas europeias e asiá-ticas”, confirma o secretário da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul, Ricardo Barros. Fala-se em avançadas conversas com as alemãs BMW e Volkswagen.

Em um artigo o economista e presidente do Ipardes, Gilmar Mendes Lourenço, faz um histórico do processo de industrialização do Paraná e define o investimento da Renault como a “terceira onda de instalação da in-dústria automobilística no Paraná”.

De acordo com Mendes Lourenço, o pri-meiro momento ocorreu na década de 70, quando Volvo, Bosch e New Holland se ins-talaram na Cidade Industrial de Curitiba. Tempos do crescimento brasileiro virtuoso. Do Brasil grande, com olhos para o cresci-mento do mercado interno e a substituição das importações.

Mais recente – entre 1996 e 2000 – o ímpeto do ex-governador Jaime Lerner foi decisivo para atrair a Renault e junto com ela a Chrys-ler, Nissan, Volkswagen, Audi, que buscavam opções para o saturado eixo do sudeste bra-sileiro e fossem próximas de São Paulo e do Mercosul, e dotadas de excelência em infra-estrutura e qualificação de mão de obra.

RedescobeRta do estado “Essencial-mente, o estágio atual evidencia a redesco-berta do Estado, por parte dos empreen-dedores potenciais, depois de oito anos de absoluto desinteresse das instâncias públi-cas paranaenses em aprofundar a ampliação e diversificação do parque produtivo aqui operante, aspecto comprovado pelo rela-cionamento conflituoso com os agentes pri-vados domésticos e externos, inclusive com o governo federal, com o qual, paradoxal-

A importância do projeto pode ser medida pela presença do presidente mundial da mon-tadora, Carlos Ghosn, que veio especialmente ao Paraná para fazer o anúncio a uma plateia de empresários, jornalistas, sindicalistas e dirigentes estaduais e municipais.

Ao lado do governador Beto Richa, Gohsn detalhou o projeto de ampliação da linha de produção, a fabricação de 13 novos modelos, a construção de um centro de engenharia e de desenvolvimento de produtos e a implan-tação de um centro de logística no município de Piraquara. Serão mais 2 mil empregos di-retos, que estima-se que possam gerar outros 12 mil indiretos.

“O Paraná atrai um grande investimento internacional porque retomamos a confiança do capital produtivo no nosso Estado”, disse o governador Beto Richa. Segundo ele, o inves-

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| dezembro de 201120

uem só teve conhecimento do anúncio da Renault nem imagina que o bilionário in-vestimento por pouco não teve destino diferente. Ou-tros quatro Estados estavam na disputa, e pesava contra o Paraná os oito anos de re-

lação confl ituosa com do governo de Roberto Requião com a empresa francesa. Requião desti-lava ódio e rancor contra as montadoras que fo-ram trazidas na década de 90 por Jaime Lerner.

“Tínhamos a certeza que iríamos investir no Brasil, mas não estava certo de que seria no Paraná”, afirmou Carlos Ghosn. Segundo

paraná disputou empreendimento com

outros 4 estadosRelação confl ituosa com governo anterior quase impediu investimento. Dedicação de Richa foi

fundamental para a instalação no Estado

ele, pesava contra o Paraná os maus-tratos sofridos pela Renault durante o governo de Roberto Requião.

“Não fomos bem tratados (pelo governo do Paraná) nos últimos oito anos. Nesse perío-do, visitei a fábrica todos os anos e nunca encontrei o (ex) governador. Agora, vamos ficar queridos no Paraná”, salientou.

O governador Beto Richa aproveitou a so-lenidade de assinatura do protocolo entre o Governo e a empresa para pedir publicamen-te desculpas à Renault. “Quero fazer aqui um gesto de desagravo pelos maus-tratos que a Renault sofreu e resgatar a confiança da em-presa no governo paranaense”, disse.

MANOEL CHAGAS

admiNistRação

“vivEMOS uM NOvO MOMENtO, NO quAL O EStADO PASSA A SER PARCEiRO DO SEtOR PRODutivO”, AFiRMOu RiChA

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Aliás, o empenho e a dedicação de Richa nas negociações foram decisivos para a vinda da Renault ao Paraná. Richa conduziu pes-soalmente as reuniões e fez questão de ir à sede da montadora na França para entregar em mãos as propostas do Estado.

A meta da Renault é ampliar a participação no mercado brasileiro dos atuais 5,5% para 8% em 2016 e aumentar a cobertura de mer-cado de 76% para 90%. Para isso a empresa vai lançar 13 novos modelos e aumentar a produção de 280 mil unidades por ano para 380 mil unidades de veículos de passeio e uti-litários no Paraná. Será instalada uma nova linha de montagem, que eleva a produção de 40 para 60 veículos por hora.

O executivo também minimizou os possí-veis impactos da crise financeira que atinge a Comunidade Europeia no momento e tam-bém as medidas recentemente anunciadas pelo governo federal em relação ao aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados.

Ghosn disse que a decisão da Renault foi tomada com base em um horizonte de 20 anos e que as perspectivas apontam que nesse prazo o mercado brasileiro deve saltar de 250 veículos por mil habitantes para 550 veícu-los, semelhante ao mercado europeu atual.

“A Renault é uma grande montadora, que gera riquezas e empregos para nosso povo.

a ReNault

A Renault está no Brasil desde 1958 e desde 1996 man-tém uma fábrica no Paraná, onde já investiu aproxima-damente uS$ 2,5 bilhões e produziu mais de um milhão de veículos e dois milhões de motores. Até 2010, foram arrecadados pela unidade R$ 1,2 bilhão em iCMS.

Atualmente a empresa produz 224 mil veículos de passeio, 59 mil veículos utilitários e 380 mil moto-res por ano em São José dos Pinhais, onde emprega atualmente 6.000 pessoas diretamente e gera 24 mil empregos indiretos na região metropolitana.

Para a empresa, o Brasil é um país estratégico, por-que representa o segundo maior mercado da Renault no mundo, abaixo apenas da França. Para 2013, a mon-tadora espera vender 3 milhões de veículos, 400 mil a mais do que em 2010.

A Renault deve produzir 13 novos modelos de veí-culos no Brasil até 2016, como parte do plano de expansão das operações da empresa, que quer elevar sua participação no mercado nacional de 6% para 8% nesse período. Segundo o presidente mundial da aliança Renault-Nissan, Carlos ghosn, a montadora tem planos de ampliar seu mix de produtos no país.

O objetivo é chegar a 90%, afi rmou o executivo brasileiro, em São José dos Pinhais (região metropolitana de Curitiba), ao confi rmar o investimento de R$ 1,5 bilhão na expansão das operações no Paraná.

NúmeRos.......................................................................................................

us$ 2,5 bilhõesjá investidos

.......................................................................................................

1 milhãode veículos produzidos

.......................................................................................................

2 milhõesde motores produzidos

.......................................................................................................

R$ 1,2 bilhãoarrecadados em iCMS

.......................................................................................................

6 milempregos diretos

.......................................................................................................

24 milempregos indiretos

metas.......................................................................................................

Ampliar a participação no mercado

dos atuais 5,5%para 8% em 2016.......................................................................................................

Aumentar a cobertura de mercado

de 76% para 90%.......................................................................................................

Lançar 13 modelos até 2016.......................................................................................................

Aumentar a produção anual de veículos

de 280 mil unidadespara 380 mil unidades

Vivemos um novo momento, no qual o Esta-do passa a ser parceiro do setor produtivo”, afirmou o governador Richa em visita para cerca de sete mil funcionários em visita à linha de produção em São José dos Pinhais.

beNefícios e paRaNiZação Junto aos bene-fícios fi scais de prorrogação de recolhimento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Ser-viços (ICMS) e de ICMS na importação, a Renault também se compromete a exportar e importar cerca de 90% dos seus veículos pelo Porto de Paranaguá – no ano passado, a empresa trans-feriu parte das importações de veículos para o porto de Vitória (ES).

O secretário da Fazenda, Luiz Carlos Hauly, explicou a análise dos incentivos à monta-dora levou em conta toda a cadeia produ-tiva, a rede de fornecedores locais, o índice de paranização de peças, as importações, o desenvolvimento de produtos, tecnologias e a qualidade dos empregos gerados.

“A partir dessa equação encontramos uma solução equilibrada entre os benefícios que o governo pode oferecer e o que o Paraná vai re-ceber”, disse Hauly. “Encontramos um meio termo, prudente e dentro da responsabilidade fi scal, que agradou as duas partes e vai garantir a permanência da empresa no Paraná por mais 20 anos”, acrescentou o secretário.

Div

uLg

AçãO

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| dezembro de 201122

iNdústRia

O anúncio da realização de investimentos de R$ 1,5 bilhão na ampliação da capacidade do parque fa-bril da montadora francesa Renault, incluindo centro

de engenharia de produtos, no município de São José dos Pinhais, e unidade de logística em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), confirma o delineamento de uma terceira onda de instalação da indústria automobilística no Paraná.

A primeira incursão aconteceu na segun-da metade da década de 1970, com a atração da Volvo, New Holland e Robert Bosch para a Cidade Industrial de Curitiba (CIC), resultado da combinação de dois elementos virtuosos. De um lado, apareceu o movimento de trans-nacionalização do capital, em escala mundial, na direção da exploração dos mercados inter-nos dos países do terceiro mundo, encorpados com o modelo de substituição de importações.

De outro extremo, foi destacável o árduo esforço de pressão política feito pelo Estado junto à esfera federal, na busca da aprovação de projetos e da obtenção de recursos neces-sários à multiplicação das vantagens compe-titivas do Paraná para a conquista de empre-endimentos estratégicos, em um ambiente de indução oficial à descon centração geográfica da indústria brasileira.

O segundo ciclo, ocorrido entre 1996 e 2000, foi marcado pela vinda de fábricas de automóveis e utilitários, e respectivos forne-cedores mundiais, na esteira da estabilidade monetária, da abertura comercial e do regime automotivo especial, instituído pela União, em um ambiente de preferência dos inves-tidores privados, por ocasião da definição da

GILMAR MENDES LOURENÇO

a Renault e o salto industrial do paraná

localização das plantas, por macrorregiões si-tuadas fora do eixo saturado do sudeste bra-sileiro, próximas de São Paulo e do Mercosul, e dotadas de excelência em infraestrutura e qualificação de mão de obra.

A maturação plena desse processo pode ser constatada no decênio de 2000. Conforme es-tatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a partici pação da indús-tria de transformação do Paraná na geração da renda setorial brasileira passou de 5,2% em 1996 para 7,3% em 2009, o que redun-dou na ocupação do quarto lugar no ranking nacional, desbancando o Rio Grande do Sul.

Em igual intervalo, a contribuição da divi-são de material de transporte para a formação do produto manufatureiro do Paraná subiu de 3,3% para 16,4%, assumindo o terceiro posto na indústria do Estado, ficando atrás apenas dos segmentos de petroquímica e alimentos, que, individualmente, respondem por cerca de 19% da renda agregada.

Apenas em caráter de ilustração, a produ-ção física da indústria paranaense cresceu 5,2% ao ano entre 2003 e 2010, contra 3,2% a.a. da média brasileira, sendo 32% da varia-ção derivada do desempenho do complexo automotivo. Em direção análoga, o peso de materiais de transporte no valor total expor-tado pelo Paraná para o resto do mundo saltou de 4,7% em 1997 para 15,4% em 2010.

Essencialmente, o estágio atual evidencia a redescoberta do Estado, por parte dos empre-endedores potenciais, depois de oito anos de absoluto desinteresse das instâncias públicas paranaenses em aprofundar a ampliação e di-versifi cação do parque produtivo aqui operan-te, aspecto comprovado pelo relacionamento confl ituoso com os agentes privados domés-ticos e externos, inclusive com o governo federal, com o qual, paradoxalmente, havia alinhamento político. Assim, predominaram as ameaças de rompimento de contratos, ce-

A DECiSãO DA RENAuLt ExPRESSA uMA RADiCAL ALtERAçãO NO ARRANJO iNStituCiONAL ENtRE AtORES PúBLiCOS E PRivADOS iNtERESSADOS NO DESENvOLviMENtO DO PARANá

iNdústRiaiNdústRiaiNdústRia

O anúncio da realização de investimentos de R$ 1,5 bilhão na ampliação da capacidade do parque fa-bril da montadora francesa

GILMAR MENDES LOURENÇOGILMAR MENDES LOURENÇO

a Renault e o salto industrial do paraná

localização das plantas, por macrorregiões si-tuadas fora do eixo saturado do sudeste bra-sileiro, próximas de São Paulo e do Mercosul, e dotadas de excelência em infraestrutura e qualificação de mão de obra.

A maturação plena desse processo pode ser constatada no decênio de 2000. Conforme es-tatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a partici pação da indús-

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lebrados em gestões anteriores, e o corte de incentivos fi scais oferecidos para a viabilização das negociações, em um clima de acirramento da guerra fi scal na federação brasileira.

Nesse sentido, a decisão da Renault expressa uma radical alteração no arranjo institucional entre atores públicos e privados interessados no desenvolvimento do Paraná, caracterizado por uma atmosfera de permanente e trans-parente diálogo. Trata-se do maior investi-mento privado conhecido no Brasil em 2011, divulgado em meio ao flagrante agravamento da segunda etapa da crise financeira inter-nacional, deflagrada em setembro de 2008, que inclusive sugeriria a revisão dos planos de médio e longo prazo das organizações.

Com isso, a companhia deve ampliar a pro-dução de 280 mil para 380 mil unidades por ano, gerar 2 mil postos de trabalho e elevar sua participação no mercado nacional dos 5% atuais para 8% em 2016. Para tanto, recebeu do governo estadual os incentivos previstos no Programa Paraná Competitivo, centrados na dilação de prazo de recolhimento do Im-posto sobre Circulação de Mercadorias e Ser-viços (ICMS) e na diminuição da tributação nas operações de importações. Em contrapar-tida, a empresa assumiu o compromisso de

realizar 90% das transações com o exterior por intermédio do Porto de Paranaguá.

Mais que isso, a cifra da Renault integra um conjunto de aplicações já confirmadas que superaram R$ 7,5 bilhões, somente nos primeiros nove meses de 2011, com apreciável grau de sofisticação, particularmente nos seg-mentos de veículos e autopeças, eletroeletrô-nica, pneus, painéis de madeira, embalagens, informática, telecomunicações, transportes, química e fertilizantes, cimento, carnes e construção civil.

O acréscimo de 4,8% na produção indus-trial do Estado, constatado entre janeiro e agosto de 2011, de acordo com o IBGE – contra 1,4% da média nacional, sendo o 3º maior do País, atrás apenas do Espírito Santo (9,2%), em razão do boom do petróleo, gás e minera-ção, e de Goiás (5%), puxado pelo complexo químico-farmacêutico –, ancorado nas ati-vidades de material de transporte, material elétrico e de comunicações, refino de petróleo e álcool e insumos da construção civil, com-prova a marcha de diversificação do tecido manufatureiro regional.

Diante do exposto, parece lícito argumentar que o Paraná experimenta uma fase de res-tauração de uma vontade de construção dos alicerces para o planejamento do desenvol-vimento de longo prazo e de criação ou re-vitalização dos mecanismos e instrumentos capazes de concretizá-la.

tRAtA-SE DO maioR iNvestimeNto pRivado coNhecido No bRasil em 2011, DivuLgADO EM MEiO AO FLAgRANtE AgRAvAMENtO DA SEguNDA EtAPA DA CRiSE FiNANCEiRA iNtERNACiONAL

1ª ondaSegunda metade da década de 1970

oNdas /peRíodo

empResas /setoRes

motivaçÕes

2ª ondaEntre 1996 e 2000

3ª onda2011 (momento atual)

volvo, New holland e Bosch

• transnacionalização do capital na direção dos mercados internos dos países do terceiro mundo;

• Pressão política feita pelo Estado junto à esfera federal, na busca da aprovação de projetos e da obtenção de recursos;

• indução ofi cial à descon centração geográfi ca da indústria brasileira.

Fábricas de automóveis e utilitários e respectivos fornecedores mundiais

Montadoras leves e pesadas, ti, MDF, Papel e celulose, Pneus, Motocicletas, vidros planos, Farmacêutica, Carnes e massas, Biodiesel, Petróleo e gás, Reciclagem

• Estabilidade monetária, abertura comercial e regime automotivo especial;

• Ambiente de preferência dos investidores privados por macrorregiões próximas de São Paulo e do Mercosul, e dotadas de excelência em infraestrutura e qualifi cação de mão de obra.

• Redescoberta do Estado pelos empreendedores potenciais ao constatarem o interesse do poder público paranaense na ampliação e diversifi cação do parque produtivo estadual;

• Incentivos previstos no Programa Paraná Competitivo.

as oNdas de iNdustRialiZação do paRaNá

lebrados em gestões anteriores, e o corte de incentivos fi scais oferecidos para a viabilização das negociações, em um clima de acirramento da guerra fi scal na federação brasileira.

Nesse sentido, a decisão da Renault expressa uma radical alteração no arranjo institucional entre atores públicos e privados interessados no desenvolvimento do Paraná, caracterizado por uma atmosfera de permanente e trans-parente diálogo. Trata-se do maior investi-mento privado conhecido no Brasil em 2011, divulgado em meio ao flagrante agravamento da segunda etapa da crise financeira inter-nacional, deflagrada em setembro de 2008, que inclusive sugeriria a revisão dos planos de médio e longo prazo das organizações.

Com isso, a companhia deve ampliar a pro-dução de 280 mil para 380 mil unidades por

realizar 90% das transações com o exterior por intermédio do Porto de Paranaguá.

Mais que isso, a cifra da Renault integra um conjunto de aplicações já confirmadas que superaram R$ 7,5 bilhões, somente nos primeiros nove meses de 2011, com apreciável grau de sofisticação, particularmente nos seg-mentos de veículos e autopeças, eletroeletrô-nica, pneus, painéis de madeira, embalagens, informática, telecomunicações, transportes, química e fertilizantes, cimento, carnes e construção civil.

O acréscimo de 4,8% na produção indus-trial do Estado, constatado entre janeiro e agosto de 2011, de acordo com o IBGE – contra 1,4% da média nacional, sendo o 3º maior do País, atrás apenas do Espírito Santo (9,2%), em razão do boom do petróleo, gás e minera-ção, e de Goiás (5%), puxado pelo complexo químico-farmacêutico –, ancorado nas ati-vidades de material de transporte, material elétrico e de comunicações, refino de petróleo

tRAtA-SE DO iNvestimeNto pRivado coNhecido No bRasil em 2011,DivuLgADO EM MEiO AO FLAgRANtE AgRAvAMENtO DA SEguNDA EtAPA DA CRiSE FiNANCEiRA iNtERNACiONAL

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agência defomento

BEATRIZ LOYOLA

micRo e peQueNa empResa

A Agência de Fomento do Pa-raná obteve um feito bas-tante raro: foi destaque em dois quesitos no ranking da Revista Amanhã, de Porto Alegre (RS) – maior liquidez

e menor endividamento.Com foco principal no fi nanciamento aos mu-

nicípios, a agência começa a abrir espaço para micro e pequenas empresas, que representam 99% das empresas formais no Estado. De acordo com o diretor-presidente da instituição, Juraci Barbosa Sobrinho, novos produtos serão criados para oferecer taxas mais favoráveis às pequenas. “Vamos conceder subsídios através do Fundo de Desenvolvimento Econômico e do tesouro estadual”, disse ele à Revista Amanhã.

“Precisamos acreditar no empreendedor”, diz Juraci. Uma das novidades é a criação do “Banco do Empreendedor”, como ele chama a rede de agentes de crédito que a Fomento quer espalhar por todos os 399 municípios do Paraná ao longo dos próximos quatro anos.

O trabalho será feito de modo articulado com CDLs e outras entidades empresariais e comunitárias das regiões, que funcionarão como “agentes de crédito”. Nos primeiros meses deste ano, o Programa de Microcrédi-to mantido pela Agência de Fomento Paraná concedeu empréstimos a 450 empresas ou agricultores. Esse volume é 50% superior ao mesmo período do ano passado. A ideia é ul-trapassar os 2,5 mil projetos até o final do ano.

O Programa de Microcrédito do Paraná é modelo para diversos Estados e tem taxas bai-xíssimas de inadimplência — 2,7%, contra uma média de 4,5% nos programas nacionais do gê-nero. Hoje, o programa está presente em 160 municípios e o governo estadual está estimu-lando outras prefeituras a aderirem ao sistema. Ao lado do crédito, a instituição trabalha em conjunto com o Sebrae e com a Secretaria do Trabalho para capacitar os tomadores de em-préstimos e treinamento para operacionalizar

o programa nos municípios. O processo de obtenção de crédito é bastan-

te simplifi cado; são exigidos apenas os docu-mentos pessoais, no caso de pessoa física, e os documentos básicos no caso de empresas. O crédito é liberado num prazo entre 10 e 15 dias, dependendo da agilidade do cliente.

O programa está aberto a todos os setores da eco-nomia, da agricultura e pequenas indústrias à área de comércio e serviços. Em cada projeto, empre-endedores com renda bruta anual de até R$ 360 mil podem obter fi nanciamentos de até R$ 10.000,00.

O pagamento pode ser feito em até 24 meses, com juros de 0,95% ao mês (mais IOF - Imposto sobre Operações Financeiras). Essa taxa é cerca de cinco vezes menor que a média dos juros de fi nanciamentos para crédito pessoal.

Toda a documentação e os procedimentos estão disponíveis no endereço eletrônico da Agência de Fomento Paraná S.A.: www.afpr.pr.gov.br. (Banco Social).

a agÊNcia.......................................................................................................

450empréstimos concedidos a

empresas ou agricultores

.......................................................................................................

2,5 milprojetos até o fi nal do ano

.......................................................................................................

2,7%taxa de inadimplência

(média nacional é de 4,5%)

.......................................................................................................

160municípios atendidos pelo programa

.......................................................................................................

10 a 15 diasprazo para liberação o crédito

.......................................................................................................

R$ 360 milrenda bruta por empreendedor

.......................................................................................................

R$ 10 millimite de fi nanciamento

.......................................................................................................

24 meseslimite para pagamento do fi nanciamento

A AgÊNCiA COMEçA A ABRiR ESPAçO PARA AS MiCRO E PEquENAS EMPRESAS, quE REPRESENtAM99% das empResas foRmais No estado

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dezembro de 2011 | 25

O governador Beto Richa as-sinou no dia 7 de dezem-bro, em Maringá, região Noroeste, um protocolo que inclui um investimen-to de R$ 150 milhões da

Spaipa – Indústria Brasileira de Bebidas no programa de incentivos Paraná Competiti-vo. A empresa está ampliando a fábrica que mantém no município. Com o aumento da capacidade de produção, a unidade vai gerar 100 novos empregos diretos e 400 indiretos.

“É um sólido investimento, resultado do am-biente favorável que construímos, da estabili-dade política, respeito jurídico e diálogo franco e aberto com investidores e com população”, disse Richa. Ele afi rmou que o governo estadual abriu dezenas de negociações com empresas in-teressadas em investir no Paraná neste ano. “A

exemplo desta empresa, outras estão nos pro-curando. Negociamos incentivos com 70 grupos empresariais, com previsão de investimentos de mais R$ 12 bilhões”, afi rmou o governador. “Até agora, já temos confi rmados investimentos de R$ 9 bilhões”, completou.

O termo de enquadramento foi assinado por Richa, pelo secretário-chefe da Casa Civil, Durval Amaral; pelo secretário da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul, Ricar-do Barros, e pelo presidente do conselho de acionistas da Spaipa, Daniel Sledge Herbert, em evento na sede da fábrica. O governador também assinou o termo que concede a li-cença ambiental para a ampliação da unidade.

fábRica A Spaipa, franqueada da Coca-Cola para o Paraná e interior de São Paulo, investe na ampliação da unidade de Maringá para ele-

var a capacidade de produção de 29,4 milhões para 65,4 milhões litros de bebida por mês, o que equivale a 780 milhões de litros produzi-dos por ano. “Nos sentimos seguros em con-tar com o Governo do Paraná como parceiro. Nesta unidade o aumento da capacidade de produção será de 122%”, disse Herbert.

Do investimento total de R$ 150 milhões, R$ 73 milhões serão destinados para obras na fábrica e R$ 77 milhões para a compra de equi-pamentos. Com a ampliação das instalações e da produção, a fábrica de Maringá cria uma nova linha de envase de refrigerantes e passa a compor o quadro das 10 maiores fábricas da Coca-Cola do país. A inauguração da área que será ampliada está prevista para o 1º semestre de 2012.

bebidas

RODRIGO VASCONCELOS

setor de bebidascresce em maringá

NEgOCiAMOS iNCENtivOS COM 70 gRupos empResaRiais, COM PREviSãO DE iNvEStiMENtOS DE MAiS R$ 12 bilhÕes.Já EStãO CONFiRMADOS iNvEStiMENtOS DE R$ 9 bilhÕes

A Spaipa investe na ampliação da unidade de Maringá para elevar a capacidade de produção para 780 milhões de litros produzidos por ano

AEN

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fazer parte da lista dos produtos benefi ciados. Por fi m, um terceiro incentivo foi a prorrogação até dezembro de 2012 do benefício já existente de 3,5% de crédito presumido para os demais derivados de mandioca.

Pasquini confirma que as medidas dão competitividade ao setor. “Vamos res-ponder aos incentivos com a ampliação da produção e a geração de renda e empregos principalmente no Noroeste do Paraná. Foi preciso um governador que entendesse nossa importância e viesse até Paranavaí ouvir as reivindicações dos produtores. Foram mais de 8 anos de espera por uma reunião de tra-balho, tendo o governador Beto Richa como nosso parceiro”, destaca.

Apesar de tradicionalmente mais usada na culinária do Nordeste brasileiro, o Paraná é o segundo maior produtor de mandioca no Bra-sil; fi ca atrás apenas do Pará. Compreenden-do a produtividade da indústria paranaense, o governador Beto Richa disse que os produto-res e industriais de mandioca precisam e terão atenção do Governo estadual. “Trata-se de um setor econômico importante que será muito va-lorizado pela nossa administração, tanto com

infraestrutura para escoamento da produção como no amparo tecnológico”, afi rmou.

Com apoio do governo, mais cinco indústrias de fécula de mandioca estão se instalando no Paraná, que se somam às 36 já existentes, que elaboram 71% da produção brasileira, com qua-se meio milhão de toneladas. Outras cerca de 200 empresas paranaenses produzem farinha de mandioca nas regiões Noroeste e Oeste do Estado, mais propícias ao cultivo da raiz, sem contar dezenas de pequenos produtores arte-sanais que fabricam a tradicional farinha no Litoral do Paraná.

Os principais usos do produto concentram-se nas indústrias de papel e papelão, atacadistas, massas, biscoitos e panifi cação, frigorífi cos, in-dústrias químicas e têxteis, entre outras.

Indústrias já estabelecidas também plane-jam a retomada de investimentos, também buscando a diversificação da produção. A Yoki, com sede em São Paulo e unidades no Paraná, vai investir R$ 20 milhões em suas instalações em Paranavaí e a Amalfi, diver-sificará seus produtos com atuação também com o milho, em São Lourenço, distrito rural que localiza-se em Cianorte.

Para devolver competitividade ao setor da mandioca, o governo Beto Richa concedeu incentivos fi scais para toda a cadeia produ-tiva paranaense, que já começa a reagir de forma positiva. Res-

ponsável por um faturamento anual de R$ 1,5 bilhão e cerca de 84 mil empregos, o setor deve abocanhar, já no próximo ano, fatia de 80% do mercado nacional, recuperando os 10% que havia perdido nos últimos anos.

A importância econômica da mandioca para-naense é ressaltada pelo presidente do Sindicato das Indústrias da Mandioca do Paraná, João Edu-ardo Pasquini, e refl ete o entusiasmo readquirido pelo setor, que estava em desvantagem por cau-sa de benefícios fi nanceiros e fi scais concedidos unilateralmente por alguns Estados brasileiros.

Uma das medidas adotadas pela Secretaria da Fazenda reduziu de 12% para 3,5% o ICMS a ser recolhido por empresas que produzem fécula e farinha. O crédito presumido na venda de produtos derivados da mandioca (amidos, xa-rope, fécula e farinha temperada de mandioca) para outros Estados brasileiros foi aumentado de 60% para 70% e o polvilho doce passou a

a cadeia produtiva de R$ 1,5 bilhão

O PARANá PRODuz quASE 500 mil toNeladas DE FéCuLA POR ANO, O quE CORRESPONDE A 71% da pRodução NacioNal

PAULO ABREU

O governador Beto Richa anunciou três incentivos fi scais para tornar as indústrias de mandioca mais competitivas

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agRoNegÓcio

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dezembro de 2011 | 27

A implantação da nova unidade Cargill em Castro, anunciada em agosto pelo governador Beto Richa ao lado da comu-nidade dos Campos Gerais, signifi ca um investimento

de R$ 350 milhões e geração de 200 empregos diretos e outros 600 indiretos. Funcionando como uma verdadeira ‘refi naria de combustí-vel verde’ oriunda do milho, tem como ‘efeito colateral’ da Cargill um imã de atração indus-trial na região: outras cinco indústrias devem se instalar ao seu redor, como acontece em outras unidades da empresa mundial.

“Uma indústria deste porte provoca um efeito cascata intenso em todo o Paraná”, diz o Secre-tário da Fazenda e deputado federal, Luiz Carlos Hauly, para explicar que não apenas a cadeia produtiva do agronegócio envolvida na opera-ção se benefi cia com o aumento das atividades; toda uma rede de serviços e outros empreen-dimentos gravitam em torno de uma indústria desse porte, provocando “um ciclo virtuoso dos mais importantes para o desenvolvimento eco-nômico de toda região. A partir desta unidade poderemos investir pesado na química fi na em nosso Estado”.

O complexo industrial, programado para en-trar em operação em 2013, vai processar milho para produção de soluções em amidos e ado-çantes, signifi cando 30% a mais na capacidade de moagem de milho da empresa em todas as unidades que mantém na América do Sul.

Benefi ciado pelo programa Paraná Competi-tivo, o empreendimento se soma a uma lista de novas empresas que representam atualmente mais de R$ 7 bilhões em investimentos no Para-ná, além de outros R$ 15 bilhões em negociação. A iniciativa da Cargill está alinhada com o es-

forço da atual gestão para ampliar o horizonte da agroindústria, gerar inovação tecnológica e fortalecer o processo de industrialização em todo o Paraná.

Para o governador Beto Richa “a atração de novas empresas no Paraná, incluindo multina-cionais, demonstram a mudança de postura do governo do Estado, que está aberto ao diálogo e ao entendimento com a iniciativa privada, inte-ressado em trazer riquezas para todas as regiões e garantir que o Paraná volte a ser uma terra de oportunidades”.

seguNda plaNta No muNdo A Cargill es-colheu Castro para sediar a indústria, após ana-lisar três eixos de produção do milho: Londrina a Maringá, Cascavel a Guarapuava e Palmeira a Arapoti, sempre levando em conta a posição geográfi ca, infraestrutura rodoviária, aérea e ferroviária, fácil acesso às regiões do Estado, incluindo a capital e os portos de Antonina e Paranaguá. Ainda analisou-se o uso de tecno-logia de ponta em sua produção agrícola, com oferta de mão de obra qualifi cada. Os Campos Gerais, onde fi ca Castro, é das maiores áreas produtoras de milho do Paraná, que por sua vez é o maior produtor nacional do cereal com previsão de colheita na safra 2011/12 de 7,3 mi-lhões de toneladas.

De acordo com o presidente da Cargill, Mar-celo Martins, este investimento é a segunda maior operação da empresa em todo o mundo, inferior apenas à unidade de Blair (Nebraska, EUA). A Cargill representa também uma alter-nativa de agregação de valor ao milho parana-ense, ainda muito exportado in natura, pois ou-tras empresas consumidoras dos produtos desta unidade participarão da construção do parque fabril de Castro, principalmente na área quí-

mica. A previsão inicial da empresa é proces-sar 800 toneladas de milho ao dia, mas ela terá potencial para chegar a 3.200 toneladas/dia. E irá produzir soluções em amidos e adoçantes para uso industrial em produtos lácteos, balas, confeitos, bebidas, pães e na indústria de papel e papelão, além de nutrição animal.

A fábrica paranaense terá soluções inovado-ras e sustentáveis no uso de energia, produzida a partir de biomassa de madeira produzida na região, com reduzido gasto tanto de energia quanto de água.

A PREviSãO iNiCiAL é PROCESSAR 800 toNeladas DE MiLhO AO DiA, MAS COM POtENCiAL PARA ChEgAR A 3.200 toNeladas AO DiA E PRODuziR SOLuçÕES EMAMiDOS E ADOçANtES

agRoNegÓcio

Refinaria verde

Unidade da Cargill em Castro deve entrar em operação em 2013

TEREZA CRISTINA DE OLIVEIRA

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O investimento na unidade de Castro é a segunda maior operação da empresa em no mundo, inferior apenas à unidade de Blair (Nebraska, EuA) – foto acima – e contará com soluções inovadoras e sustentáveis no uso de energia

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iNovação

Pelas mãos de Ricardo Audi, o rejeito produzido pela cana--de-açúcar transforma-se em ouro: o único bicarbonato de sódio verde do mundo, reco-nhecido pela ONU e certifi cado

para comercializar créditos de carbono já que a produção é feita a partir do sequestro de CO2 emitido pela Usina Coopcana (Cooperativa Agrícola Regional de Produtores de Cana), se-diada em Paraíso do Norte.

O processo foi desenvolvido pelo empreende-dor há seis anos e a empresa foi batizada de Rau-di, a partir de seu próprio nome, e já contabiliza a exportação do produto ‘Made in Paraná’ para a Noruega e já pretende abrir mercado na Argentina, além de abastecer o mercado brasileiro da indústria alimentícia, onde estão seus maiores clientes.

Ricardo Audi veio de São Paulo atraído pela cadeia produtiva paranaense do álcool e açúcar e utilizando dos incentivos fi scais do governo Beto Richa, se entusiasmou: “o Paraná é o único Estado da federação brasileira que poderia se tor-nar um país do ponto de vista de abastecimento: possui produção de todo o tipo de grãos (milho, trigo, soja), carnes (bovina, suína, aves), energia renovável (hídrica, biomassa, etanol, biodiesel e insolação para painéis solares)”, enumera.

“O Paraná se diferencia e se destaca dos de-mais Estados por sua condição de produtor (ex-

Mas a Raudi Indústria e Comércio Ltda não se contentou com a produção de bicarbonato de só-dio a partir de gás carbônico (CO2). Sediada no município de São Carlos do Ivaí, entre as cidades pólo de Paranavaí e Maringá, desenvolveu também fruto de pesquisas próprias, outra inovação em nível mundial aproveitando um subproduto do bicarbonato: está produzindo cloreto de amônio (NH4Cl), que tem 25% de nitrogênio, e se cons-titui em adubo capaz de substituir a ureia. Como todos os produtos de Audi, sempre com vantagens extras: é mais barato e ambientalmente correto.

Para aproveitar os sub-produtos da indústria sucroalcooleira para produzir sais químicos, a Raudi desenvolveu tecnologias próprias, pa-tenteadas, o que permite agregar valor de for-ma econômica e, o que é ainda mais importante, ambientalmente sustentável.

A partir de sua planta industrial, a empresa for-nece ao mercado bicarbonato de sódio para os seg-mentos de nutrição animal, alimentício e técnico, provando assim que efi ciência produtiva e respeito ao meio ambiente podem andar juntos.

do noroeste para a Noruega

“O PARANá é O úNiCO EStADO DA FEDERAçãO quE PODERiA SE tORNAR uM PAíS DO PONtO DE viStA DE ABAStECiMENtO”RiCARDO AuDi

AERO

SuL

BALTAZAR DOS SANTOS

vista aérea da Raudi, no município de São Carlos do ivaí

portador), pela abundância da produção e pelos recursos naturais fantásticos”, diz, citando ainda o parque industrial e agroindustrial, portos para escoar a produção e sua fronteira com o Mercosul e infl uência macroregional com São Paulo e Mato Grosso do Sul, no Noroeste paranaense.

JuLi

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Page 29: IDEIAS ECONOMIA 02

dezembro de 2011 | 29

automotiva

O grupo norte-americano Paccar vai instalar em Ponta Grossa, um dos maiores entroncamen-tos rodoviários do Brasil, uma fábrica de cami-

nhões. O projeto da multinacional prevê investimentos de US$ 200 milhões, com a geração de 500 novos empregos diretos.

“Estamos trazendo para o Estado a quarta maior indústria de caminhões do mundo. Na esteira deste investimento podemos atrair ou-tras indústrias da cadeia de fornecedores”, disse o governador Beto Richa. “O Estado vive um grande momento com condições favoráveis de desenvolvimento da economia e diálogo com os municípios”, completou.

A primeira planta paranaense da multinacio-nal norte-americana será construída em uma área de 500 hectares às margens da PR 151, en-tre os municípios de Ponta Grossa e Carambeí. O grupo projeta iniciar as operações em abril de 2013, com a montagem de caminhões nos modelos LF, CF e XF, da marca DAF.

“Escolhemos o Paraná e Ponta Grossa por

fábrica de caminhões investe us$ 200 milhões

atender as nossas expectativas em relação à mão de obra e por estar localizada próxima aos nos-sos fornecedores”, disse o presidente da Paccar Brasil, Marco Antonio Davila.

A atração de investimentos do setor auto-motivo está na agenda prioritária do Paraná. O secretário da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul, Ricardo Barros, por exemplo, esteve no Salão Internacional do Transporte (Fena-tran), em São Paulo, em setembro, prospec-tando novos negócios do setor.

A feira é o principal evento brasileiro e uma das cinco maiores do mundo na área de produ-tos e serviços destinados aos transportadores de cargas e operadores logísticos. Barros aprovei-tou a visita para fazer contato com dirigentes de montadoras e apresentar o Paraná como local para receber investimentos.

“O Governo do Paraná busca atrair empreen-dimentos que gerem renda e emprego para a po-pulação. Estamos trabalhando para consolidar o polo automotivo paranaense, que é hoje o segundo e o mais moderno do País ”, disse o secretário.

Barros visitou estandes e conversou com diversos dirigentes de montadoras, entre as

quais a Renault, Volvo e Paccar, que já confir-maram investimentos no Paraná; Volkswa-gen e Sinotruk, que estão em negociações com o governo; e Noma Truck e Internatio-nal Truck (Navstar). “Temos hoje no Paraná um dos melhores ambientes para negócios no Brasil, baseado em uma economia forte, um povo trabalhador e um governo parceiro da iniciativa privada”, afirmou o secretário aos dirigentes.

A Volvo, primeira indústria de caminhões a se instalar no Estado, na década de 1970, também anunciou neste ano um investimen-to de R$ 210 milhões na ampliação da fábrica em Curitiba, com a construção de cerca de 300 mil metros quadrados de novas alas. Os investimentos devem gerar cerca de dois mil novos empregos.

A planta prevê uma fábrica de ônibus hí-bridos com motores elétrico/biodiesel, uma fábrica de câmbio, fábrica de cabines de cami-nhão, além de novas alas administrativas e um espaço para atendimento ao cliente. São obras que serão construídas no terreno da empresa até dezembro de 2012.

A MuLtiNACiONAL SERá CONStRuíDA EM uMA áREA DE 500 hectaRes ÀS MARgENS DA PR 151, ENtRE PONtA gROSSA E CARAMBEí

Div

uLg

AçãO

LUIZ CARLOS CUSTÓDIO

Page 30: IDEIAS ECONOMIA 02

| dezembro de 201130

pRé-sal

Em 1996 uma guerra sacudiu os estados brasileiros, quando a primeira onda de montadoras de automóveis redescobriu o país. Com visão de futuro, o Pa-raná deixou São Paulo e Rio de

Janeiro para trás e conquistou as fábricas da Renault e da Audi, além de centenas de for-necedores agregados, transformando nosso estado em um dos mais modernos polos auto-motivos do país. Foi a “guerra fi scal”. Quem ousou, levou.

Com a descoberta de petróleo no pré-sal, sua regulamentação e leilão dos poços para exploração, uma nova guerra pela atração dos investimentos está em curso. Nada menos do que 10% do PIB brasileiro vem da indústria do petróleo. Em um estado onde a soja domina o cenário econômico e portuário, o volume de in-vestimentos relacionados ao ouro negro choca. Uma simples bobina para acondicionar cabos de exploração submarina de alta bitola custa a bagatela de R$ 3 milhões. Uma só bobina.

olhaNdo o pRé-sal de camaRote O Pa-raná goza de posição geográfi ca privilegiada para prover logística, serviços, mão de obra e produtos à indústria petrolífera, estando equi-distante das bacias de exploração tanto quanto Rio de Janeiro e São Paulo, e com condições reais de tomar parte ativa na conquista deste quinhão ao invés de apenas aguardar o rece-bimento dos royalties devidos.

Enquanto os demais estados brasileiros se esforçam para atrair investimentos marcando presença nas principais feiras do setor, como a Rio Oil & Gas, e incentivando o diálogo entre os principais atores, o Paraná virou nos últimos oito anos as costas para seu litoral, ignorando

não só seu povo como a valiosa oportunidade econômica ali emergindo ao alcance das mãos.

Pinçando apenas dois índices, uma consulta aos dados do IPARDES mostra que o município mais estratégico e com o maior potencial de ser ator principal dos investimentos do pré-sal no Estado – Pontal do Paraná – tem a absurda taxa de 19% de desemprego. E enquanto o PIB per capita de Curitiba é da ordem de R$ 23.696,00 o de Pontal do Paraná estagnou em R$ 10.562,00.

uma JaNela paRa o céu Onde pessimistas enxergam índices desoladores, empreende-dores enxergam uma janela de oportunidades com números impactantes: capacidade de gerar 92 mil empregos; indústrias faturando R$ 2,9 bilhões ao ano; investimentos da ordem de R$ 6,3 bilhões, e a possibilidade de recolher mais de R$ 1,1 bilhão em tributos anualmente.

Os poços do pré-sal começarão a produzir petróleo em 2018. Esta janela de oportunida-des só vai até 2015, pois se quisermos atrair fornecedoras petrolíferas, elas precisam de no mínimo três anos para construir seus parques

pontal do pré-sal:da idade da soja à era do petróleo

industriais e de outros três anos para torna-rem-se produtivas a tempo. Pontal do Paraná tem menos de um ano para se preparar para re-cebê-las. Duas delas já estão encarando sérios revezes em seus cronogramas de implantação. São a italiana Techint e a norueguesa Subsea 7, esta última que recentemente teve sua licença prévia emitida pelo IAP – Instituto Ambiental do Paraná – suspensa.

Ambas seriam implantadas em Pontal do Paraná, localizado em espaço naturalmente favorável devido às suas características geo-gráficas e de calado. Além do benefício eco-nômico, o empreendimento do Porto Pontal e de todas as empresas que ali se instalarem contempla um vasto pacote de benefícios e retorno social, econômico e ambiental para a cidade de Pontal do Paraná.

Serão empresas modernas com tecnologia limpa sem geração de efl uentes industriais; estruturas de atracação suspensas por pilares que não interferem na hidrodinâmica global; construção de escolas profi ssionalizantes e de ensino regular, creche e posto de saúde para os funcionários, familiares e a comunidade; am-plo programa de treinamento, suporte, resga-te e preservação do ecossistema do entorno; programas de sustentabilidade direcionados às comunidades de pescadores e indígenas, além da criação de uma RPPN – Reserva Permanente de Proteção Natural nas enormes áreas que não serão utilizadas no projeto.

Para o deputado estadual Ney Leprevost, trata-se da maior oportunidade econômica e de desenvolvimento que o Litoral – e o Pa-raná – já teve nos últimos anos. Buscando a parceria e o diálogo, o parlamentar propôs a criação de uma Comissão Mista para que os interesses econômicos e de desenvolvimen-

NINA DE BIASE

NADA MENOS DO quE 10% do pib BRASiLEiRO vEM DA iNDúStRiA DO PEtRÓLEO

Page 31: IDEIAS ECONOMIA 02

dezembro de 2011 | 31

iCh

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A Plataforma P-56 foi construída num estaleiro em Angra dos Reis, no sul do estado do Rio de Janeiro

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iNvestimeNtos

R$ 6,3 bilhões

fatuRameNto

R$ 2,9 bi / ano

RecolhimeNto de tRibutos

R$ 1,1 bi / ano

geRação de empRegos

92 mil

to sustentável e ambientalmente corretos do Litoral do Paraná sejam discutidos. Participa-riam representantes do Governo do Estado e do Poder Legislativo.

“O Ministério das Minas e Energia e o Minis-tério do Meio Ambiente passaram, há poucos anos, por uma rodada de diálogos que resul-tou em total reformulação de seus processos para viabilizar a exploração do petróleo do pré-sal. Não existe mais óleo fácil de ser en-contrado no planeta e o Brasil soube dialogar interna e externamente com seus parceiros até encontrar a solução que alie crescimen-to sustentável com respeito e preservação do meio ambiente. O Paraná conta hoje nova-mente com um governo aberto ao diálogo, que alcança o tamanho da oportunidade que se abre em seu litoral e tem a agilidade ne-cessária para recuperar o tempo em que ficou estagnado”, argumenta Leprevost.

Para Ricardo Bueno Salcedo, Diretor do grupo paranaense JCR, proprietário do Por-to Pontal, a oportunidade de dialogar com o Governo do Estado, é uma chance que há muito não se vê: “Durante anos o Paraná não inspirou a credibilidade e a segurança indis-pensáveis para atrair grandes investimentos. Desde que assumiu, o Governador Beto Richa já mudou a face do Estado dialogando com investidores, trazendo novas indústrias e, agora, pode mudar também a face do Litoral atraindo a poderosa indústria petrolífera. O empresariado aprecia e precisa desta credi-

paraná

são paulo

santa catarina

Rio de Janeiro

Diretos20%indiretos

80%

Diretos20%indiretos

80%

Retroporto15%

Complexo industrial57%

ComplexoPortuário

28%

Estaduais26%

Municipais4%

Estaduais26%

Federais70%

bilidade, de garantias, diálogo, espírito de parceria e regras claras”, ressalta o executi-vo, que detalhou um dos empreendimentos.

O complexo logístico industrial portuário do Porto Pontal servirá de base para indústrias de diferentes setores “para-petrolíferos”: • naval, de empresas de tecnologia mecânica e

elétrica: válvulas, bombas, compressores, ge-radores, transformadores, motores, turbinas, guindastes e guinchos.

• engenharia: projetos e serviços de engenha-ria, além de construção e montagem.

• outros setores: terminais especializados, ar-mazenagem e operadores logísticos; distri-buição de combustíveis; serviços de reparos naval; telecomunicações e energia, e empre-sas de navegação.A conclusão fi ca por conta do deputado federal

Eduardo Sciarra, acostumado a negociar grandes investimentos para o Estado e para quem a conta é fácil: “com a viabilização de Porto Pontal, o impac-to projetado para 2014 sobre a economia de Pontal do Paraná será de +1.365% em seu PIB, de +143% em suas receitas municipais e de +171% sobre a po-pulação economicamente ocupada e produtiva. Ao Paraná, o aumento será de +1,8% do PIB e de iguais 1,8% a mais na arrecadação estadual. São números que falam por si e o governo está disposto a ouvir”.

Mas, onde mesmo é este eldorado negro? Em Pontal do Paraná, cidade que pode tirar o Paraná da idade da soja e trazê-lo para a era do petró-leo. Que o digam as cidades de Macaé e Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro.

Complexo industrial44%

ComplexoPortuário

44%

Retroporto12%

Div

uLg

AçãO

Page 33: IDEIAS ECONOMIA 02

dezembro de 2011 | 33

meRcosul

O espaço de negócios do Mer-cosul é fundamental para o destino do Paraná. Não há como projetar planos de expansão econômica e de crescimento de nosso par-

que industrial sem considerar esse universo.O economista Gustavo Franco vê mudan-

ças importantes desde os movimentos que as economias do Brasil e da Argentina fizeram na direção da abertura comercial e financeira nos últimos anos criaram nova realidade.

Ele percebe que quando Brasil e Argentina eram economias fechadas e não havia inte-resse na região por parte do mercado inter-nacional de capitais. Os eventos de um país não afetavam o vizinho. Agora é diferente. Muito diferente.

Do lado comercial, os volumes cresce-ram bem mais que a média do comércio com outras regiões, e durante muito tempo. Não apenas cresceu a parcela do comércio intra-bloco sobre o total, como o comércio cresceu muito em áreas onde o produto é “comercializável” apenas na região, ou seja, produtos que dificilmente podem ser redi-recionados para outras partes do mundo na eventualidade do mercado regional se fechar, como por exemplo, os automóveis argenti-nos exportados para cá. O exemplo oposto é o do petróleo, o qual pode ser vendido em qualquer parte.

Há também um tanto de “desvio de co-mércio”. Os parceiros menores do bloco compraram coisas de nós que possivelmente comprariam melhor de outros países fora do bloco. Não obstante, há investimento direto cruzado de certo vulto, e diversos casos de grupos organizados regionalmente.

Do lado financeiro, basta ter em conta que Brasil e Argentina têm déficits em conta corrente, ambos estão se encontrando a todo momento em “road shows”, e a correlação

os desafios domercosul

LAURO FERRO DE ANDRADE

entre os “spreads” que cada um paga no mer-cado internacional deve ser próxima de um.

Mas quais são exatamente as implicações desse novo estado de coisas?

Basta imaginar que se os argentinos tive-rem de passar por alguma ruptura em suas políticas econômicas nos próximos meses será muito difícil argumentar que não foi causada pela nossa desvalorização; e será para nós uma outra crise que vai nos atra-palhar a vida durante um bom tempo, e cuja defesa poderá prejudicar a vizinhança no-vamente e gerar um processo cumulativo de fechamento recíproco.

A interdependência significa contamina-ção imediata, para o bem ou para o mal. Toda ação vai gerar uma reação. Quando é para o bem, os países parecem entrar num jogo de soma positiva, e avançam na integração. Quando é para o mal, o jogo é de soma nega-tiva, e pode levar ao desastre. Pode ser, mas não necessariamente deve ocorrer.

Não custa lembrar que a região que mais teve problemas ao longo desse século com a interdependência, e dentro da qual tentou--se de tudo para levar vantagem em cima do vizinho, vai entrar no próximo século com uma moeda comum. A lição europeia é sim-

ples: interdependência requer coordenação, pois é preciso evitar o conflito, que é sempre um jogo de perdedores.

Uma outra lição europeia é que não é ne-cessariamente verdadeiro que a coordenação tenha de levar à integração monetária. Pelo contrário, a percepção do processo europeu é que a melhor parte do processo já ficou para trás: a chamada “convergência”, que foi um extraordinário e inédito exercício de coorde-nação, que teve efeitos tremendamente posi-tivos para todos os países. Já os benefícios da moeda única em si, não se tem tanta clareza ainda quais são e quais serão. Possivelmente não existirão, mas o que se fez para chegar a ela foi tremendamente positivo. Nesse terre-no, o processo é mais importante que o fim.

Tanto Brasil quanto Argentina desdenharam o tema da coordenação macroeconômica. Os brasileiros porque achavam que era um truque argentino para permitir que eles escapassem de seu “currency board”, impressão que foi apenas reforçada pelo “factóide” criado em torno da moeda única pelos argentinos. E os argentinos porque pareciam mais preocu-pados em criar fatos que aumentassem a ro-bustez do seu “currency board”, quem sabe encorajando o Brasil a caminhar por aí.

Como resultado disso, o sub-grupo de co-ordenação macroeconômica no Mercosul não andou absolutamente nada. E as conversas em níveis mais altos também não.

Hoje elas talvez ocorram por conta de um terceiro, o FMI, que está em ambos os países fornecendo “âncoras”. Não basta apenas es-perar que o bom senso da diplomacia, e das lideranças políticas, apague os incêndios co-merciais que forem aparecendo, e os focos vão certamente se multiplicar.

A crise do bloco só vai terminar mesmo com alguma inovação no terreno da coordenação macroeconômica que não tenha, por favor, nada que ver com moeda comum.

A CRiSE DO BLOCO SÓ vAi tERMiNAR COM ALguMA iNOvAçãO DA COORDENAçãO MACROECONÔMiCA

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| dezembro de 201134

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