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Meio: Imprensa País: Portugal Period.: Diária Âmbito: Informação Geral Pág: 28 Cores: Cor Área: 25,50 x 30,00 cm² Corte: 1 de 3 ID: 71805049 19-10-2017 Novo Astérix de Ferrix e Conradix até parece um dos antigos Banda desenhada. O desenhador vive no Texas e o argumentista em França, mas de dois em dois anos publicam um novo álbum dos loucos gauleses. Igualar o sucesso de Goscinny e Uderzo não era coisa fácil mas a prova está superada JOÃO CÉU E SILVA Poucos são os livros que chegam às livrarias de quase todo o mundo e raros os que atingem cinco mi- lhões de exemplares na edição de lançamento. Então, se for um ál- bum de banda desenhada ainda é mais improvável, como é o caso do novo álbum da dupla Astérix e Obélix, Astérix e alkwisitálica, que teve um número infinitamente in- ferior, seis mil, na primeiríssima edição em 1961. O álbum sai hoje em França e Portugal em simultâneo e por essa razão a dupla dos atuais criadores - que sucede a Goscinny e Uderzo - veio a Lisboa promover o Transi- tálicaexcecionalmente. Agora, se- gue-se a publicação em mais 23 países, somando novos milhões aos 370 já impressos desde que em 1959 este herói foi criado para sair na revista Pilote e dois anos depois reproduzido no nosso país na re- vista Foguetão, sendo só em 1967 que o primeiro álbum, Astérix, o Gaulês,saiu em português. Jean-Yves Fe-rri e Didier Conrad, respetivamente os novos argu- mentista e desenhador, observa- ram a edição portuguesa com toda a atenção. Gostaram do que viram e estavam bem-dispostos para a primeira conversa sobre o seu terceiro Astérix. Quarenta mi- nutos antes leu-se o único exem- plar que estava fora dos cofres da editora de modo a poder fazer-se a entrevista. A dupla comporta-se como se fossem eles próprios personagens da aldeia gaulesa onde vivem os destemidos heróis e interrompem a conversa ora em cochichos ora em piadas próprias de quem se chamasse Ferrix e Conradix... Estavam curiosos em saber qual era a primeira opinião sobre a nova aventura e aceitam quando se lhes diz que o único problema é ode a história precisar de mais algumas páginas para não terminar quase abruptamente. Concordam, e Fer- rix garante que sentiu essa falta de espaço ao não poder ultrapassaras 48 páginas que o livro pode ter. Aproveita-separa perguntar se As- térix nunca terá um álbum duplo "César é hábil no final e recebe aplausos de todos mas a situação não passa de um aproveitamento político" "O primeiro mês é para afinar a história juntos. Os seis meses seguintes é o tempo do argumento, até ao fim do ano o desenho e depois a arte final" ao longo da sua existência e perce- be-se que lhes agradaria a ideia, mas logo confessam que "os edito- res jamais autorizariam". Dão como exemplo a necessidade de um ou- tro autor, Edgar P. Jacobs, o ter feito nos álbuns de Blake e Mortimer, mas o assunto fica por aí. O que traz de novo este Astérix e a Transitálica? Uma coisa se pode dizer, lê-se à velocidade da corrida que serve de suporte à história. Conta-se só um pouco: as estradas do império romano estão cheias de buracos, situação que o "minis- tro" responsável nega e, em deses- pero, anuncia uma prova automo- bilística por todas as províncias de Itália para mostrar que as vias ro- manas estão transitáveis. Quando César sabe do evento, só tem uma Didier Conrad (à esquerda) e Jean-Yves Ferri estiveram em Lisboa para apresentar o novo álbum de Astérix e Obélix exigência: o vencedor tem de ser um romano e nunca um bárbaro conquistado. É aqui que surgem Astérix e Obélix, ou melhor dizen- do, o segundo com grande desta- que, pois desta vez é ele o principal herói da história. A partir daqui, estamos na pági- na 8, nada mais se revela, apenas que se lê de uma penada até ao fim, deixando o leitor curioso so- bre o que vai acontecer nas quatro dezenas de páginas que se se- guem. É preciso prestar muita atenção para se perceber que este Astérix é

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Page 1: ID: 71805049 19-10-2017 Corte: 1 de 3 Novo Astérix de ...nlstore.leya.com/.../images/10_19_Diario_Noticias_chamada_de_capa.… · Meio: Imprensa País: Portugal Period.: Diária

Meio: Imprensa

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 28

Cores: Cor

Área: 25,50 x 30,00 cm²

Corte: 1 de 3ID: 71805049 19-10-2017

Novo Astérix de Ferrix e Conradix até parece um dos antigos

Banda desenhada. O desenhador vive no Texas e o argumentista em França, mas de dois em dois anos publicam um novo álbum dos loucos gauleses. Igualar o sucesso de Goscinny e Uderzo não era coisa fácil mas a prova está superada

JOÃO CÉU E SILVA

Poucos são os livros que chegam às livrarias de quase todo o mundo e raros os que atingem cinco mi-lhões de exemplares na edição de lançamento. Então, se for um ál-bum de banda desenhada ainda é mais improvável, como é o caso do novo álbum da dupla Astérix e Obélix, Astérix e alkwisitálica, que teve um número infinitamente in-ferior, seis mil, na primeiríssima edição em 1961.

O álbum sai hoje em França e Portugal em simultâneo e por essa razão a dupla dos atuais criadores - que sucede a Goscinny e Uderzo - veio a Lisboa promover o Transi-tálicaexcecionalmente. Agora, se-gue-se a publicação em mais 23 países, somando novos milhões aos 370 já impressos desde que em 1959 este herói foi criado para sair na revista Pilote e dois anos depois reproduzido no nosso país na re-vista Foguetão, sendo só em 1967 que o primeiro álbum, Astérix, o Gaulês,saiu em português.

Jean-Yves Fe-rri e Didier Conrad, respetivamente os novos argu-mentista e desenhador, observa-ram a edição portuguesa com toda a atenção. Gostaram do que viram e estavam bem-dispostos para a primeira conversa sobre o seu terceiro Astérix. Quarenta mi-nutos antes leu-se o único exem-plar que estava fora dos cofres da editora de modo a poder fazer-se a entrevista.

A dupla comporta-se como se fossem eles próprios personagens da aldeia gaulesa onde vivem os destemidos heróis e interrompem a conversa ora em cochichos ora em piadas próprias de quem se chamasse Ferrix e Conradix...

Estavam curiosos em saber qual era a primeira opinião sobre a nova aventura e aceitam quando se lhes diz que o único problema é ode a história precisar de mais algumas páginas para não terminar quase abruptamente. Concordam, e Fer-rix garante que sentiu essa falta de espaço ao não poder ultrapassaras 48 páginas que o livro pode ter. Aproveita-separa perguntar se As-térix nunca terá um álbum duplo

"César é hábil no final e recebe aplausos de todos mas a situação não passa de um aproveitamento político"

"O primeiro mês é para afinar a história juntos. Os seis meses seguintes é o tempo do argumento, até ao fim do ano o desenho e depois a arte final"

ao longo da sua existência e perce-be-se que lhes agradaria a ideia, mas logo confessam que "os edito-res jamais autorizariam". Dão como exemplo a necessidade de um ou-tro autor, Edgar P. Jacobs, o ter feito nos álbuns de Blake e Mortimer, mas o assunto fica por aí.

O que traz de novo este Astérix e a Transitálica? Uma coisa se pode dizer, lê-se à velocidade da corrida que serve de suporte à história. Conta-se só um pouco: as estradas do império romano estão cheias de buracos, situação que o "minis-tro" responsável nega e, em deses-pero, anuncia uma prova automo-bilística por todas as províncias de Itália para mostrar que as vias ro-manas estão transitáveis. Quando César sabe do evento, só tem uma

Didier Conrad (à esquerda) e Jean-Yves Ferri estiveram em Lisboa para apresentar o novo álbum de Astérix e Obélix

exigência: o vencedor tem de ser um romano e nunca um bárbaro conquistado. É aqui que surgem Astérix e Obélix, ou melhor dizen-do, o segundo com grande desta-que, pois desta vez é ele o principal herói da história.

A partir daqui, estamos na pági-na 8, nada mais se revela, apenas que se lê de uma penada até ao fim, deixando o leitor curioso so-bre o que vai acontecer nas quatro dezenas de páginas que se se-guem.

É preciso prestar muita atenção para se perceber que este Astérix é

Page 2: ID: 71805049 19-10-2017 Corte: 1 de 3 Novo Astérix de ...nlstore.leya.com/.../images/10_19_Diario_Noticias_chamada_de_capa.… · Meio: Imprensa País: Portugal Period.: Diária

Meio: Imprensa

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 29

Cores: Cor

Área: 10,78 x 30,00 cm²

Corte: 2 de 3ID: 71805049 19-10-2017

Astérix e a TranattaUca Didier Contrad e Jean-Yves Ferri Editora ASA PVP: 10,90 euros

desenhado por Conradix, porque o estilo de ilustração está muito pró-ximo do de Uderzo. Ajuntar àgran-de fluidez do argumento está um traço que faz esquecer que estamos perante um trabalho dos sucesso-res, de tão conseguido. Conradix confirma: "Sim, estou cada vez mais à vontade a desenhar." Ferrix completa: "O desenho está muito mais livre porque sentimos menos inquietude por participar no mun-do Astérix. E preciso não esquecer que ele é um símbolo da França. Ainda por cima, Uderzo usou vá-rios estilos ao longo da sua vida e nós tínhamos de optar, e fizemo--lo pelo registo que era o mais de-sabrido."

Também existem situações no-vas no argumento de Ferrix, pois nota-se a presença de mais perso-nagens femininas com um papel ativo na história, bem como de uma fuga ao cenário tradicional da aldeia gaulesa, não desaparecen-do o habitual jantar que celebra o regresso de Astérix e Obélix - e Ideafix, claro -, com o bardo amor-daçado para não cantar. Ferrix avisa que a única dificuldade foi encontrar símbolos para repre-sentar a Itália daquela época, pois a maioria das referências que iden-tificam o país são as do Renasci-mento.

Entre as novas personagens está Coronavírus, um condutor masca-rado que criará muitas surpresas; pela segunda vez surge um lusita-no; e existemtemas que jamais en-traram em qualquer dos 37 álbuns da série, como é o caso da globali-zação e das referências às diferen-ças entre os povos do Sul e do Nor-te da Europa, bem como o cenário

da Península Itálica, próprio para mostrar que Roma dominava vá-rias culturas e sociedades, nem sempre satisfeitas com esse poder central. Astérix e Obélix já tinham estado em Roma (Astérix Gladia-dor e Os Louros de César), mas nunca fora dessa capital, em con-vívio com vénetos, úmbrios, etrus-cos, oscos, messápios, apúlios. "A Itália não se resume a César, a Ro-ma e ao Coliseu! Demo-nos conta de que já era tempo de Astérix e Obélix ficarem com uma ideia mais exata sobre aquilo que era ver-dadeiramente a Itália", explicam Didier Conrad e Jean-Yves Ferri. Além de que esse cenário geográ-fico, diz Conradix, foi uma home-nagem a Uderzo, nascido em Itá-lia: "Obélix era de quem mais gos-tava, portanto era lógico fazer dele a vedeta"

Quanto ao papel importante que César tem neste livro, Conra-dix considera impossível de fugir: "A história passa-se nos territórios governados por Roma e ele defen-de o seu campeão." O mesmo refe-re em relação à inovação que é a presença das personagens femini-nas com mais força de sempre: "É

muito bom desenhar mulheres e demos um papel muito importan-te a duas 'amazonas' que condu-zem uma das quadrigas em com-petição." Quanto aos lusitanos presentes, reclama,se do pequeno papel, mas Ferrix responde que "têm vindo a ganhar papéis cada vez maiores e desta vez terão uma recompensa muito importante no final".

Para ambos os autores é neces-sário "ter muito cuidado na esco-lha dos temas porque Astérix já es-teve em todos os lados e em todas as situações". Ferrix acrescenta que a opção em Transitálica era "fazer um álbum diferente do anterior, que tinha um tema muito sério -o controlo da informação - e desta vez quisemos mais diversão".

Para Conradix, esta é uma das "raras séries de banda desenhada que podem ser lidas e relidas atra-vés de gerações sucessivas. Creio que há cada vez mais jovens leito-res apesar de terem outros meios que os de antigamente não pos-suíam". Ferrix acrescenta que "as séries antigas funcionam melhor nas continuações que estão a ser feitas por sucessores e vemos mui-tos jovens nas nossas apresenta-ções. É preciso fazer a história de modo a que eles a compreendam.

A meio da conversa pergunta-se a Ferrix e a Conradix como nasceu a ideia para este álbum. A resposta do desenhador é desconcertante: "Estávamos no Festival de Locam° e tonvivíamos com pessoas que vi-nham de várias locais e que conta-vam a sua história com paixão. En-tão, surge a ideia de colocarAstérix e Obélix entre os povos da Penín-sula e mostrar as diferenças entre os que Roma queria pacificar."

Mais uma vez, este novo álbum mantém uma periodicidade de saída a cada dois anos. Como é que se faz um álbum neste período, principalmente quando o dese-nhador vive noTexas e o argumen-tista em França? Conradix garante que não é assim tão complexo e Ferrix brinca, mais uma vez, ao di-zer que ainda bem que "não são obrigados a conviver". Segundo Conradix, "todo o trabalho de pre-paração é feito durante a promo-ção - como esta em que estamos-, porque vivemos juntos a maior parte destes dias, pelo menos um mês. Depois, trocamos ideias por e-mail ou por Skype e resolvemos os problemas. Dois anos é o tem-po necessário para fazer um novo Astérix".

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Meio: Imprensa

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

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Área: 5,53 x 5,97 cm²

Corte: 3 de 3ID: 71805049 19-10-2017

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